Edição 81

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GAZETA VARGAS 81 #

EDIÇÃO 81 — 21 DE OUTUBRO DE 2009

Mercado de

TRABA LHO

» Espaço DAGV » Conexão local

E AGORA,

JOSÉ?

» Sabatina com Suplicy



GAZETA VARGAS

Editorial

gazetavargas@gvmail.br

Expediente Edição

Alípio Ferreira – Editor chefe alipiof@hotmail.com

Aline Shizue Oyamada – Revisão lineoyamada@gmail.com

Karina Goulart Gil Choi – Revisão kahchoi@gmail.com

Redação

Bárbara Sterchele

babi_sterchele@hotmail.com

Eduardo Miyamoto

efmyiamoto@gmail.com

Rafael Jabur

rafaeljabur@hotmail.com

Ricardo Marchiori

rick_marchiori@mpc.com.br

Fernando Fagá

fefaga40@hotmail.com

Colunistas

Rafael Kasinski

rakasin@gmail.com

Daniel Fejgelman

daniel.fejgelman@gmail.com

Arte

Pedro T. R. Beraldo – Diretor de Arte pedrotrberaldo@gmail.com

Maíra Storch

maira.storch@gmail.com

Mariana Moreira

marianam19@gmail.com

Institucional

Rafael de Heredia – Diretor Presidente rafaeldeheredia@gmail.com

Henrique Sznirer

sznirer@gmail.com

Laurent W. Broering

laurent_broering@hotmail.com

Impressão

Ecoprintt

Tiragem

3000 exemplares

Muito trabalho, mais uma edição.

E

studamos para o vestibular, nos matamos na graduação, ganhamos um diploma. E agora, José? A capa da edição #81 traz a frase cunhada pelo poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, que continua: “você que é sem nome,/ que zomba dos outros,/ você que faz versos,/ que ama protesta,/ e agora, José?” Ou mais furiosamente: “Sozinho no escuro/ qual bicho-do-mato,/ sem teogonia,/ sem parede nua/ para se encostar,/ sem cavalo preto/ que fuja a galope,/ você marcha, José!/ José, pra onde?” A Gazeta #81 não pretende exagerar o drama vivido pelos gevenianos. Pretente tão-somente jogar luz sobre o estado do mercado de trabalho e como têm se saído os alunos formados pela FGV-SP. Afinal, o que a FGV quer para seus alunos? Que sejam bem empregados, bons empreendedores, ou não pretende imprimir nenhum foco aos graduandos? Afinal, os gevenianos têm sido bem empregados, bons empreendedores, ou nada disso? Perguntamo-nos também se as respostas para essas dúvidas estariam não dentro da Fundação, mas na própria saúde do mercado de trabalho. Estaríamos adentrando uma era do “Fim dos Empregos”, como argumenta Jeremy Rifkin? Vivenciamos a inexorável decadência da lógica capitalista da valoração do valor, como argumenta Robert Kurz? Essas ideias - assim como diversos dados, números e depoimentos - são contempladas ao longo da edição #81.

A Coordenadoria de Estágios e Colocação Profissional da EAESP (a CECOP) foi de grande ajuda ao fornecer seus relatórios dos últimos dois anos, de onde coletamos os dados sobre a alocação dos formados pela EAESP no mercado de trabalho. Nas outras escolas, obtivemos os escassos dados que existem. Escassos, pois a EDESP forma sua primeira turma somente este ano enquanto que a EESP forma sua terceira. Entretanto, fizemos mesmo assim algumas inferências sobre o perfil das escolas a partir desses dados. Nossas humildes e ousadas conclusões constam nas páginas da Matéria Central. Além de tratar do mercado de trabalho, é necessário ressaltar que o grande trabalho nesta edição foi o de sua própria elaboração. A elaboração de uma edição no meio de um semestre letivo é sempre um desafio, com o qual aprendemos e lutamos. A #81 é mais uma edição lavrada com o suor de uma equipe talentosa, mas sempre em fase de aprendizado. Nesse intenso trabalho nos esforçamos para prover aos leitores uma gama variada de textos de qualidade sem se despegar da realidade geveniana. Por isso o leitor poderá também no miolo da revista novidades sobre tecnologia, eventos, política e um bocado de humor. ¤

Alípio Ferreira Editor-Chefe

DISCLAIMER

A Gazeta Vargas não se responsabiliza por dados, informações e opiniões contidas em textos devidamente identificados e assinados por representantes de outras entidades estudantis, bem como nos textos publicados no Espaço Aberto submetidos e devidamente assinados por autor não presente no expediente desta edição. Todos os textos recebidos estão sujeitos a alterações de ordem léxico-gramatical e a sugestões de novos títulos. Por ser limitado o espaço de publicações, compete à Gazeta Vargas a escolha dos textos que melhor se enquadram na sua linha editorial, sendo recusados os textos muito destoantes acompanhados das devidas justificativas e eventuais sugestões de alterações. DIREITOS RESERVADOS — A Gazeta Vargas não autoriza reprodução de parte ou todo o conteúdo desta publicação.

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GAZETA VARGAS

Carta

do leitor

Na página 4, seção de cartas, acredito que a posição da Gazeta Vargas foi extremamente agressiva e irônica em suas respostas. Não estou escrevendo este e-mail saindo em defesa de qualquer aluno, mas muito me preocupa a abertura que esta entidade do corpo discente deixa para futuros comentários por parte dos próprios alunos. Me pergunto qual seria o entusiasmo que um aluno teria em se arriscar ao comentar uma matéria ou mostrar um contraponto a qualquer opinião proferida nesta ou em qualquer outra edição, já que o leitor mais medíocre percebe a ridicularização a que a Gazeta expôs aqueles que enviaram cartas. Esta posição se torna ainda mais patética na medida em que o leitor se atenta à uma das colunas na própria página: “**Escreva para a Gazeta Vargas!** Envie frases, perspectivas, pérolas que ouviu ou protagonizou, **desembuche!**” Com pesar, aguardo uma resposta menos irônica e mais convincente.

Pedro Mortara 7º Semestre

Gazeta Vargas – Prezado Pedro, obrigado pelos comentários à Gazeta #80. Recebemos suas críticas e as discutimos internamente. Gostaríamos de deixar claro que em momento algum intencionamos faltar com respeito a quem quer que fosse, em qualquer página da Gazeta Vargas, apesar de tratarmos muitas vezes temas polêmicos envolvendo personalidades com reputações de fazer inveja a um José Sarney. A ironia é uma escolha de linguagem que adotamos para atingir com mais apelo nosso leitor. Lamentamos, entretanto, que possamos ter exagerado, já que leitores como você entenderam nossas respostas como “ridicularização”. ¤

De sem Mande um e-mail para nós!

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Cartas

Notas da edição de CRI x EESP As negociações da EESP para poder oferecer a seus alunos de graduação vagas de intercâmbios através da Coordenadoria de Relações Internacionais vão indo de mal a pior. Os representantes dos alunos de Economia no DAGV têm dialogado com o diretor-coordenador Yoshiaki Leviatã Nakano, mas este não parece muito empenhado em fazer a coisa andar. Em reunião recente com a CRI, o presidente do DAGV, Arthur Veloso, tampouco conseguiu fazer grandes avanços, e ainda foi recebido com indelicadezas por parte dos membros da Coordenadoria. Hoje, os alunos de Economia podem se utilizar das parcerias da CRI, mas devem se contentar com vagas remanescentes. A luta para que a CRI contemple igualmente os alunos das duas Escolas é uma bandeira da representação discente e uma demanda dos alunos de Economia.

Criatividade do DAGV De uma coisa a gestão Interação não pode ser acusada: de ser pouco criativa. Desde que assumiram, ideias boas e mirabolantes são levadas a cabo, numa tentativa incansável de inovar e mostrar serviço. De eventos, não fizeram muitos, mas a Noite Japonesa não pecou por falta de grandiosidade. O evento teve direito a show de Taiko, temaki a R$5,00 (muita fila!) e um pôster de divulgação com caracteres chineses! No CineGV, o DA oferece “open de pipoca”. No buraco da Xérox, uma vitrine expõe os itens da “grife DAGV” de roupas e papelaria. E a mais recente novidade foi a manicure. Todos os dias, das 11h às 13h, as alunas (e os alunos, supõe-se) podem marcar hora com uma manicure que vem ao DAGV exclusivamente para tratar das mãos gevenianas. É a faculdade-shopping!

PUC-SP O Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS) da PUC-SP publicou recentemente uma “Cartade de repúdio ‘à atitude’ da reitoria da PUC-SP”. No primeiro semestre deste ano, a PUC resolveu acabar com a péssima fama que tem de ser um ambiente em que as drogas rolam livremente. O pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias, Helio Deliberador, tem agido firmemente para fiscalizar o uso que se tem feito do espaço do campus de Perdizes. Segundo o CACS, porém, a reitoria tem se utilizado de métodos condenáveis: um dos membros da atual Gestão do CACS (“Te Convido a LUTAR!”) foi intimado pela polícia para prestar esclarecimentos sobre possível envolvimento com o consumo de drogas no campus. Para o CACS, isso é mais uma demonstração da inaptidão da reitoria em dialogar. Toda essa movimentação ocorre num momento em que os estudantes julgam que há excesso de “intervenção da Igreja” nos assuntos da Pontifícia Universidade Católica. Curioso...

Máquinas de Cafés As máquinas de café foram injustamente retiradas das dependências da Fundação. As máquinas de café estrategicamente posicionadas permitiam aos alunos usufruírem melhor das aulas pelas quais pagam. Se batesse o soninho, não havia segredo: a Escola provia. O que será do desempenho acadêmico dos alunos doravante? Mistério.

bu che!

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Notas

gazetavargas@gvmail.br

número oitenta e um Grife DAGV No dia 23 de setembro, foi aprovado em Reunião de Gestão do DAGV que os membros do DA poderão comprar itens da grife DAGV a preço de custo. Ficou um pouco no ar o porquê da decisão. Mas o mais esquisito é a definição registrada em ata de “membros do DA”: “Foi feita a sugestão de cada diretor e coordenador informar quem são os colaboradores da sua área e estes poderão comprar duas peças a preço de custo.” Segundo membros da diretoria, não se trata de uma remuneração para o trabalho na entidade, mas um direito resultante do esforço em ir atrás da confecção e design da grife.

Fórum de Economia Nos dias 21 e 22 de setembro, ocorreu a 6ª edição do Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas. O evento é dirigido pelo professor Luis Carlos Bresser-Pereira, da EESP, e dele participam acadêmicos, empresários e políticos de todo o país. Na abertura, o ministro Guido Mantega mostrou como a economia brasileira se saiu bem da crise mundial, além de se orgulhar de que os bancos brasileiros serem dentre os mais rentáveis do mundo! A ministra Dilma Rousseff cancelou sua presença em função da reunião do G-20 em Pittsburgh.

Altos e Baixos Em alta

Biblioteca A Gazeta Vargas está crescendo. Com #81 edições nas costas, fica difícil armazenar todas as edições e ainda receber continuamente pedidos de alunos e professores para consultar edições antigas. A administração da Biblioteca Karl A. Boedecker aceitou receber todas as edições da Gazeta e armazená-las em seu espaço de periódicos, no 1º subsolo da Biblioteca de Admnistração e Economia. Agora as Gazetas mais antigas estarão disponíveis para consulta.

Evento Suplicy

No dia 2 de outubro, a Gazeta Vargas promoveu um evento com o Senador Eduardo Suplicy. O evento consistiu numa sabatina com o professor, que respondeu às perguntas da plateia sobre a crise e a vida no Senado. Realizado na sala 704, o evento contou com a presença de aproximadamente 120 pessoas, entre alunos, convidados de fora e professores. A Gazeta Vargas promoveu o evento como complemento à sua edição #80, cujo tema principal fora o projeto de auditoria e reforma administrativa encomendado à FGV pelo Senado Federal.

Na mesma

»» Jukebox no DAGV

»» Acesso restrito ao lounge Citibank

»» Gazetas na biblioteca

»» Acúmulo de cargos na EESP

»» Criatividade (demais até) da gestão Interação

»» Banheiro do DA

Gazeta Mercantil Antes tarde do que nunca. A Gazeta Vargas jamais poderia deixar de pronunciar-se em lamento ao fechamento (temporário, segundo consta) de um dos jornais mais tradicionais do país: a Gazeta Mercantil. Além de nossa “xará”, a Gazeta Mercantil era um dos poucos jornais especializados em Economia no país. Não é, entretanto, uma empresa a ser considerada “too big to fail”, ou seja, “grande demais para falir”. Abandonada à própria sorte, teve de arcar com dívidas e problemas acumulados nos últimos anos.

Estado de São Paulo Ser imprensa não é fácil. Se na Gazeta Vargas já sofremos a pressão de nossos colegas e professores por conta das vírgulas e acentos que, fora do lugar, geram animosidades, que dirá mexer com gente grande, tipo o coronel José Sarney. O jornal O Estado de São Paulo está sob censura desde 31 de julho, quando Fernando Sarney, filho do presidente, conseguiu uma liminar de um comparsa do Judiciário, o desembargador Dácio Vieira. A liminar impede o Estadão de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, que investiga movimentações financeiras de empresas da família Sarney. ¤

Em baixa »» Relação entre EESP e Coordenadoria de Relações Internacionais (CRI) »» Café de graça na FGV »» Economia de água na FGV

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Opinião

A falta do bom senso na EAESP Rafael Rossi

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omo alunos da EAESP, lidamos diariamente com uma dinâmica perversa na sala de aula. Ela pode até se reproduzir nas demais escolas da FGV-SP, mas me falta conhecimento de causa. Trata-se da infindável variação, de aula para aula, de professor para professor, da política aplicada na aferição de presença, ou seja, quando ou em que termos corremos o risco de levar falta naquela matéria e quais as conseqüências disto. Em algumas aulas, o professor faz chamada religiosamente no horário marcado para início da aula, noutras espera até 15 minutos, noutras prefere fazê-la no meio da aula, noutras refaz a chamada ao final ou até em algum momento “aleatório” da aula (caso perceba que está perdendo quórum após a primeira chamada). Além disso, muitos utilizam a aferição de presença como instrumento disciplinar, não conhecendo a presença do aluno que efetivamente se encontra em sala de aula (ou que chegou poucos minutos após a chamada) ou sendo “bondosos” em reconhecer a presença para a segunda aula. Outros chegam a utilizar a presença como critério de avaliação na disciplina, como se isto medisse o nível de compreensão do aluno melhor que outras formas de avaliação. O Ministério da Educação (MEC) determina, como requisito à aprovação, a presença do aluno em 75% das aulas (horas-aula) ministradas. A forma de aferição, no entanto, é livre. A Universidade de São Paulo utiliza um sistema de assinaturas, as particulares geralmente fazem chamada, mas, a rigor, até uma declaração do aluno ou do professor ao fim do semestre (algo como “declaro que esteve presente em 75% das aulas...”) serviria a esse propósito.

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A grande questão, a meu ver, é: o que queremos com a aferição de presença? Atender à determinação do MEC, simplesmente? Garantir a presença dos alunos em sala de aula? Garantir a pontualidade dos alunos? Estimular a participação? A segunda, e talvez mais relevante, grande questão é: a chamada feita deste ou daquele jeito é o melhor instrumento para atingir este fim? Qualquer que seja a conclusão, esta deve ser verdadeira para todos os professores, a fim de garantir um mínimo de coerência entre o que se faz na EAESP e os objetivos da escola como instituição de ensino. Se a ausência é um dado objetivo, não pode depender da opinião do professor, sob risco (que hoje se configura como realidade) de cada professor utilizar este instrumento em acordo com o que ele acha que é o objetivo da EAESP ou com o que ele acha que é o uso mais adequado do controle de presenças. Temos como aferir presença sem qualquer intervenção do professor, por exemplo, instalando leitores de cartão (como os que estão nas entradas dos prédios) na sala de aula, que registram a qualquer tempo a presença do aluno. Não me posiciono, no entanto, pela suposta neutralidade tecnológica, pois tornar o sistema 100% objetivo é também torná-lo incoerente com a complexidade social de uma organização. Isto não curaria certas incoerências como a do professor que faz chamada às 7h00 em ponto e começa a aula às 7h15, sendo que o aluno que chegou às 7h10 e que assistiu a aula toda levou falta e o aluno que entrou às 7h00 e dormiu a aula toda levou presença. Por que não adotar um sistema protetivo ao aluno e consolidar um sistema justo da “falta que não dependa somente do bom senso”?

Nesse sistema, o aluno só leva falta após o início efetivo de cada aula (um sistema de leitura de cartões poderia incorporar isso) e, chegando atrasado, serlhe-ia computada falta parcial (o sistema poderia calcular precisamente quantos por cento da aula o aluno esteve ausente). Dessa forma, a falta é dada de forma objetiva. A presença, no entanto, poderia ser aferida de modo subjetivo: o aluno que chegou atrasado e que o professor julgar que este atraso foi compensado pela participação/compreensão do aluno naquela aula, poderia ter sua falta abonada. E o aluno que chegou cedo e dormiu, ou saiu no meio da aula? Não acredito que atribuir falta a este aluno, que ao menos foi pontual, seja o mais razoável. Por que se preocupar em atribuir falta a este aluno se esta atitude se refletirá na nota? Caso não reflita, de duas uma: ou a aula realmente não foi relevante/avaliada na prova (e talvez a própria avaliação e/ou aula precisem ser revistas) ou este aluno, ciente de sua “falta”, compensou seus esforços em seus estudos. De qualquer forma, atribuir ausência a este aluno não parece ser o melhor instrumento para estimular sua participação; esta pode ser muito melhor estimulada com uma aula bem preparada, com espaço para o aluno participar (e não só ouvir o professor), que traga temas atuais e cotidianos (significação para a matéria) e uma avaliação que cobre a matéria ministrada de forma apropriada do que com controle de presença. Em suma, parece-me mais justo e mais coerente que façamos a aferição de faltas de maneira objetiva e a aferição de presença (corrigindo apenas de “falta” para “presença” e não o inverso) de maneira subjetiva. Quando utilizamos o instrumento mais adequado para cada situação, não se atinge apenas mais justiça nos controles da escola, como também a instituição cresce em qualidade e efetividade dos seus processos internos, com reflexos no seu resultado final: produção de bons profissionais, pesquisadores e, sobre tudo, cidadãos responsáveis. ¤


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Cronópios

gazetavargas@gvmail.br

A esperança é quem faz a contagem dos corpos Pipol

editor-fundador do site Cronópios pipol@cronopios.com.br

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minha melhor banda do mundo hoje, é de São Paulo e eu conheci os caras. O nome da banda? Grave na memória profunda: LESTICS. As Tags para colar como referência ao trabalho da banda são: rock alternativo, indie-rock, folk-rock, poesia, minimalismo, encantamento, arranjos sofisticados, letras arrebatadoras. Achei o Lestics quando fazia pesquisa no site de música Mondo77.fm (www.mondo77.fm) para trilha sonora de uns vídeos que estava montando para a nossa TV Cronópios. Na ocasião tínhamos uma parceria com o Mondo77 para selecionar e convidar bandas a emprestar suas músicas para trilha. Este site, aliás, é um oásis (ops!) para o rock alternativo nacional de qualidade. Ao chegar na letra “L”, começaram as surpresas. Que som é esse, que letras são essas!!! Não acreditava no que ouvia. Não é nada comum encontrar uma banda do século 21 com um letrista e vocal tão interessante como o Olavo Rocha; e nem com um músico e arranjador tão sofisticado como o Umberto Serpieri. O Umberto tocando parece um polvo com múltiplas mãos dominando vários instrumentos ao mesmo tempo. O Olavo é um compositor super original, raro, raríssimo. Tem um jeito todo seu de observar as coisas do mundo. Fiquei sabendo que já é famoso esse seu olhar “olaviano”. Letra e música no Lestics são estado da arte. O Lestics não tem nada de MPB, ainda bem. Eu não gosto nem um pouco de MPB e acho que sei porque: letras de MPB só mulher entende. Eu gosto de

letra de música que homem entende. O Olavo escreve letras que homem entende. Como o Mário Quintana fazia poemas que homem entende. É isso..., o Olavo é um Mário Quintana. A esperança é quem faz a contagem dos corpos… (Olavo Rocha - Lestics) Falo dos dois em particular porque a banda era uma dupla até 2007. Em 2008 chegaram o baixista Marcelo Patu, o baterista Felipe Duarte e o guitarrista Lirinha, todos grandes músicos. O Lestics ganha músculos para se juntar às tropas da Resistência. Sim, é preciso entrar para a “resistência” se você quer fazer algo bacana e original. Principalmente se você não pode deixar de fazer coisa legais.

O Lestics tem 3 álbuns gravados e que podem ser baixados na íntegra, gratuitamente, no site da banda. Vá agora mesmo para o endereço www.lestics. com.br e manda chamar os mp3(s) para o seu computador. Quer saber o que toca na redação do Cronópios? - Lestics!

Especial Lestics Estamos combinando um especial para novembro com o Lestics. Já conversei com o Olavo e pensamos em organizar a gravação de um show da banda para convidados do Cronópios, fãs do Lestics e, claro, leitores da Gazeta Vargas. ¤ Lestics: www.lestics.com.br Contato: mail@lestics.com.br

Alí naquela casa grande mora uma família de elefantes. A gente toca a campanhia e sai correndo... (Olavo Rocha - Lestics)

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Contraponto

ENADA

Educação não se avalia por números não! Gustavinho

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este ano, dia oito de novembro, realiza-se a prova do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Esta é uma prova que veio substituir o malfalado Provão, mas mantém práticas tão terríveis quanto esse. O ENADE está dentro do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), e tem por objetivo “quantificar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, às suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e às suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados às realidades brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento”. Tudo isso seria bonito se o ensino universitário fosse essa linda mercadoria, ofertada em sala de aula, que compramos durante quatro anos. Não o é. Primeiro a própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996) prevê que o ensino universitário seja um tripé formado por Ensino, Pesquisa e Extensão, e no caso, o ENADE avalia apenas uma dessas pernas. E aí está um dos maiores problemas, acaba virando um exame para passar credibilidade ao “estudante/cliente”, sem levar em conta todo o restante do tripé. Qualquer “Uni-esquina” pinta em suas propagandas suas notas como se essas fossem o supra-sumo da aprendizagem. Além disso, temos que o ranqueamento de 1 a 5, favorece a competição entre as faculdades, mas na prática não diz nada, é o ENADA. As notas obtidas são divulgadas com o mínimo

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de esclarecimentos e jogadas na mídia de forma a servirem de propaganda às faculdades. Existem universidades que até fazem cursinhos para essa prova, só para melhorar o conceito do curso, melhorando sua propaganda, mas que na real nada melhora o ensino. Outro problema é a metodologia, que “não permite determinar se o exame foi difícil demais para os estudantes, já que não há pré-teste das questões, como na Prova Brasil” (segundo o próprio diretor do INEP). Todos os in-

Existem universidades que até fazem cursinhos para essa prova, só para melhorar o conceito do curso, melhorando sua propaganda, mas que na real nada melhora o ensino gressantes e concluintes selecionados por amostra pelo MEC fazem provas de conhecimentos gerais e específicos. Questiono então “quem vai dizer o que deve saber o estudante ao fim do curso?”, o que é mais importante a parte geral ou específica, um estudante do Acre deve aprender exatamente o mesmo que um estudante de São Paulo? Como equipará-los em uma simples prova a cada 3 anos? Também quanto à metodologia, o ENADE deveria servir para contabilizar o aprendizado agregado de um

estudante a partir do momento que entra no ensino superior. Dessa forma alguém que entra e tira o conceito 40, e ao sair o conceito 90, esse teria agregado um conceito de 50 durante o seu ensino. Agora um estudante que tirasse um conceito de 60 ao entrar e terminassem com 80, somaria um ganho de 20. Teoricamente o primeiro curso deveria ser considerado melhor do que o outro (Isso se quisermos usar conceitos de ranqueamento), mas o ENADE soma os dois resultados, o segundo curso tendo o resultado final melhor, isso porque os estudantes já entram mais qualificados. Ou seja, favorece a instituições de ensino superior com vestibulares “mais difíceis”, assim enquanto no Provão tínhamos grande crítica por avaliar só a porta de saída do estudante, o ENADE dá peso de cerca de 60% pra a avaliação final, o que é um bônus de 40% para universidades com vestibulares “mais rigorosos”. Vejo então o ENADE como uma forma de justificar o precariedade do ensino brasileiro, pois avalia o estudante apenas, e atribui a este toda a responsabilidade pela qualidade de ensino. Dessa forma, além de não considerar a indissociabilidade do tripé do ensino superior, avaliar apenas o estudante não é suficiente. Deve-se avaliar a instituição como um todo, de forma a respeitar cada especificidade das instituições e as diversidades curriculares e regionalidades. Deve-se ter uma de avaliação da prática do dia-a-dia do ensino universitário, na constante visita de um profissional às Universidades (algo que já ocorre, mas que nas propagandas e na mídia ganha um destaque muito menor), e principalmente no livre arbítrio dos estudantes de realizarem uma avaliação, como etapa do ensino-aprendizagem, que algo de real pode ser avaliado. ¤


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Contraponto

gazetavargas@gvmail.br

ENADE Rafael Jabur

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ada a atual estrutura educacional brasileira, o Enade a melhora. O Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) é uma prova feita para a avaliação do aluno, ou seja, o desempenho da faculdade é uma consequência, portanto, indireta. Partindo disso, podemos dizer que a sua função não é mapear o país em busca de instituições de ensino superior boas ou ruins, mas sim determinar necessidades tendo em vista o desempenho dos estudantes. E, portanto, ter uma melhor compreensão para a tomada de decisões de alocação. Ou seja, no plano teórico, o Enade traz somente benefícios às políticas públicas relativas à educação superior. Mas, como não podemos ser meros parnasianos (!!!), vamos do teórico ao prático e ver quais problemas a citada avaliação poderia acarretar. Os problemas poderiam ser relativos ao conteúdo da avaliação, às boas faculdades com desempenho ruim (ou vice-versa), ao fato da faculdade direcionar seus esforços para que o aluno vá bem na avaliação em detrimento do ensino em si, ao fato de ser obrigatório para o aluno e ele ter que carregar o resultado no seu currículo, ao fato de as políticas públicas não levarem em conta, ou fazerem mau uso da avaliação. Quanto ao último, ele não denuncia problemas com o Enade, mas sim a falta de competência dos que têm a prerrogativa de direcionar os recursos públicos. Sobre o conteúdo da avaliação, observando-o, percebe-se que o estudante que se dedicou ao estudo das disciplinas inerentes ao curso, deverá ir bem na prova. Poderia ser dito, por exemplo, que não faz sentido questões objetivas para a avaliação relativa às ciências sociais, mas ao dizer isso, um dos fins do

Enade é esquecido, o qual seria verificar deficiências pungentes na formação dos alunos, que, sim, podem ser detectadas através de questões objetivas. Faculdades boas, faculdades ruins. O Enade não pretende dizer qual faculdade é boa, qual é ruim. A competência de uma instituição é construída não de forma exógena, mas sim endógena. Mas, e a reputação? – poderiam perguntar – essa é, afinal, construída em ambos os escopos. Realmente, a reputação de uma instituição competente corre o risco de ser despedaçada por uma

Assim como a reputação de uma faculdade competente não é destruída pelo Enade, achar que a competência é dada por este é uma falácia

estrutura educacional está cheia de obrigatoriedades e avaliações (videm, por exemplo, o caso do vestibular, ou até mesmo a forma como se avaliam os alunos numa faculdade). Nossos estudantes são condicionados a pensar (ou não) desse modo: “aprender” para entrar na universidade, para conseguir uma nota boa para o currículo, um bom emprego. São poucos os que gostam de aprender simplesmente porque lhes apetece. E a grande culpa é do sistema educacional. Se fossem dadas mais veredas, menos provas e mais pesquisas, talvez uma avaliação como o Enade poderia ser substituída por outra, uma verificação, (com o mesmo objetivo de estudos para serem usados na alocação de recursos do governo) que desse mais peso à criatividade, inventividade dos alunos. Enquanto esses tempos não chegam, tentemos melhorar o atual. Não adianta achar que poderemos mudar toda essa estrutura anacrônica através de boicotes aos seus sustentáculos, pois não os abalariam. Temos que, literalmente, deixar as pessoas mais inteligentes para que a mudança se faça de forma paulatina. Ou seja, uma mudança na forma de pensar. E para tal objetivo, aí está uma tentativa válida de precisar os meios para chegarmos lá. ¤

avaliação como o Enade!! E isso já nos dá a resposta para o terceiro problema citado. Assim como a reputação de uma faculdade competente não é destruída pelo Enade, achar que a competência é dada por este é uma falácia que, ao ser cometida, coloca o nível de visão do sofista no mesmo patamar que o da faculdade. Logo, estará lá bem posto. O fato de ser uma prova imposta explica o porquê do resultado ser carregado no currículo, ou seja, seria uma forma de sanção aplicada àqueles alunos que não levarem a sério a avaliação. E é nesse ponto que eu chego à minha primeira oração – dada a atual estrutura educacional brasileira. A nossa

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Caras: na GV

Isolete Rogeski Rafael de Heredia - É um gravador deste tamaninho? Deve ser chique pra caramba. “Não, é Xing-Ling mesmo,” diz o entrevistador. “Ah, Xing-Ling? Comigo vai dar problema!” É este o clima de graça e simpatia que encontra quem conversa com uma das funcionárias há mais tempo na GV, Isolete Rogeski. Há 30 anos procurava um emprego que lhe permitisse trabalhar meio período, para cuidar do filho que à época tinha só 3 anos. Encontrou essa possibilidade em um anúncio no Estadão, em que a GV anunciava a seleção para a vaga de Auxiliar de Biblioteca. Inscreveu-se no Processo Seletivo e não conseguiu ser entrevistada no primeiro dia, tamanha era a procura pela vaga. Recebeu uma senha e voltou no dia seguinte, impressionando os entrevistadores porque tinha experiência na área de RH, apesar de o chefe desta seleção não desejar uma mãe com filhos. A despeito disto, foi entrevistada no dia seguinte, conquistou a simpatia do tal chefe, e em 1980 já era funcionária da FGV. Gosta da área de RH porque nasceu para lidar com gente. “Vocês nem notam, né?”, diz com a irreverência costumeira de Isô. Trabalhou depois no PROAHSA (um setor da escola que promove cursos de administração para o pessoal da área médica), e nele ficou um ano, até mudar-se para o NPP (Núcleo de Pesquisas e Publicações), área em que está até hoje e é aclamada por estudantes, funcionários e professores como uma das figuras mais célebres da GV. Apesar da imensa popularidade, acredita que hoje em dia já conhece menos professores do que conhecia quando estava no RH, área em que lidava com praticamente todos. Em 1998 passou por uma grave doença. Hoje em dia, já completamente cura-

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da, é trazida para o trabalho de carro todos os dias pelo filho, que mora com ela e é baterista de uma banda de rock pesado.

TESTEMUNHOS NA HISTÓRIA De marcante na sua história na GV, Isô cita a sua participação na AFEAESP (Associação de Funcionários da EAESP) e a greve organizada em 1987, a única na história recente da Fundação em São Paulo. O estopim desta paralisação foi um informativo que surpreendeu os funcionários por afirmar o reajuste do salário para apenas os professores (em época de altíssima inflação). Outros fatos marcantes foram: a morte de um dos principais líderes que os funcionários aqui dentro já tiveram, conhecido como Tito, que faleceu e teve seu velório no Auditório da Nove de Julho, bem como a mobilização dos estudantes fechando esta mesma Avenida, por ocasião da demissão de alguns professores e do fim da Congregação. Isolete está na GV também há tempo suficiente para lembrar de quando o Churrasco dos Formandos acontecia na quadra em frente à Atlética, que era descoberta e permitia aos alunos, neste dia, despejar água, farinha e outros mimos sobre os professores que passavam na rampa para entrar no prédio. Também estava aqui para presenciar um momento perigoso que se tornou engraçado: O NPP já esteve localizado em vários lugares, e antes se situava no 12º andar do prédio da EAESP, dando visão para o Estacionamento dos Professores. Em um não tão belo e pacato dia, chega de manhã o caminhão do dinheiro com os salários. Ela, ao escutar alguns ruídos e gritos, vê com surpresa da janela do NPP vários homens armados saírem da quadra atirando para render o caminhão, enquanto um ilustre e bastante reverenciado professor se jogava embaixo do carro mais próximo.

Isolete Demonstra seu amor pelo Timão.

DIVERTIMENTOS Fora da FGV, Isolete tem uma doença crônica em grau severo, conhecida como Corinthians e gosta de passear com um grupo de excursões no fim de semana. O seu hobby mais incrível é também o mais incomum: colecionar nomes estranhos de homens. Com a ajuda da irmã (sua “colaboradora”), Isô acredita já ter reunido pelo menos 15 000 nomes. Mas e como definir a linha entre o normal e o bizarro? “Ah, é saber o que é normal, né cara? Alípio é normal, já conheci vários. Agora, Shayrerysson?” Graças a este divertimento, Sosô também não fica atrás dos pesquisadores com quem convive e de quem já recebeu várias dedicatórias, e elabora sociologicamente uma teoria sobre os nomes estranhos: eles são mais freqüentes no Nordeste. E os fenômenos mais comuns que levam a nomes bizarros? Abrasileirar nomes estrangeiros, juntar nomes de pai e mãe, e criações puras da cabeça de pais inconvenientemente criativos. A época de eleição é para o seu hobby o período de fartura. Aproveita para anotar nomes aos montes. “Deixa eu pegar um negócio aqui, pois até me empolgo”. E volta com as últimas excentricidades catalogadas: Fridolino, Jotacá , Brennilssen, Lealdromar, Reprédiu, Fridundino, Hidráulico, Ederlyncon, Shayrerysson(pai), Ivonyscleidysson (filho), Bimarásio, Creóbulo. “E esses aqui ainda são normais, são quase bonitos!” ¤


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Caras: ex-GV

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Guilherme Miranda e Thiago Ferro Alípio Ferreira Muita gente, algum dia de sua vida, já fez o cálculo de que gostaria de trabalhar com o futebol. O ludopédio – tentativa tupiniquim de latinizar “futebol” – envolve com paixão homens e mulheres, que vão à loucura por uma bola balançando uma rede. E foi na rede desse esporte que se embrenharam e fizeram carreira dois gevenianos: Thiago Ferro e Guilherme Miranda. Mas ao invés de correr pelo gramado atrás de uma bola, sob câmeras, flashes e gritos ensandecidos, Thiago e Guilherme levam uma vida bem mais discreta: seu ofício é comprar e vender os “passes” dos jogadores. Guilherme, 28, é natural de São Paulo, estudou no Colégio Bandeirantes, se formou em Administração Pública pela EAESP-FGV, e em Direito pela USP. Como tantos outros gevenianos, prestou-se ao desafio de cursar duas graduações ao mesmo tempo, o que não o impediu de dedicar-se a uma de suas grandes paixões, o futebol. Guilherme jogava no time de futebol da Faculdade de Direito da USP, e foi através do treinador desse clube que teve a chance de começar a trabalhar com o esporte. O técnico treinava também o clube Nacional, e Guilherme ia assistir a alguns treinos. O trabalho com atletas começou como uma atividade social, lidando diretamente com um talentoso adolescente que desmaiara de fome durante um coletivo, chamando sua atenção. O jovem, Luis Felipe, com ajuda de Guilherme, tornou-se conhecido de treinadores de grandes clubes, e hoje joga pelo Palmeiras e pela seleção brasileira sub18. Foi o primeiro jogador que negociou. O primeiro contato que Guilherme e Thiago tiveram com “os negócios do fu-

tebol” foi através do professor Antônio Carlos Aidar. O professor, que tem lá seus contatos no universo futebolístico, levou a turma a fazer um trabalho de campo com o Clube Paulista de Jundiaí. Porém, entre essa experiência acadêmica e a prática real de “comprar e vender direitos econômicos” dos jogadores, os dois amigos quase seguiram caminhos totalmente díspares. Thiago Ferro, 28, que é de Ribeirão Preto e fez colegial no COC, após concluir o curso de AP pela EAESP, iniciou um empreendimento em sociedade no Mato Grosso do Sul para produção de biocombustíveis. Guilherme havia fundado em sociedade uma empresa de consultoria jurídica, e parecia direcionado a seguir esse caminho, até vislumbrar no futebol uma carreira e convidar o amigo Thiago para captarem recursos e comprar 25% dos direitos do jogador Ceará, o equivalente a R$500.000,00, num longo processo que os levou a conhecer o empresário Delcir Sonda, com quem hoje trabalham na empresa D.I.S. “Fizemos loucura: fomos pedindo dinheiro emprestado para todo mundo”, lembra Guilherme, e arremata com certa mágoa: “Pedi ajuda ao Aidar para alguns contatos, mas ele não quis ajudar”. Os dois gevenianos receberam a Gazeta Vargas no dia 10 de setembro, em seu escritório no Itaim. Muita correria, mas um clima de festa. No ambiente em que trabalham, a todo o momento soam vozes ao telefone elencando nomes de jogadores, datas de jogos e números de voos. Thiago viaja menos que Guilherme, pois sua função é lidar com a papelada burocrática e assuntos jurídicos, nos quais o colega bacharel se restringe a “dar pitacos”. Já Guilherme passa metade do ano viajando. “Passei o

último Natal e Ano-Novo em Doha”, comenta com um misto de satisfação e indiferença. A compra e venda dos “direitos econômicos” dos Guilherme Miranda. jogadores é uma atividade de risco. Os “passes”, como são popularmente conhecidos, valorizam e desvalorizam condicional ao desempenho profissional do atleta. Alguém poderia até mesmo comparar o trabalho com a atividade de um especulador do mercado financeiro, mas Thiago não gosta da comparação: “a diferença é que lidamos com mercadorias vivas”. Lidar com jovens cheios de sonhos e deslumbrados por oportunidades, é uma das partes mais delicadas do trabalho dos dois, que também gerenciam as carreiras dos atletas cujos direitos possuem. Atualmente administram as carreiras de jogadores bem cotados, como Paulo Henrique, Neymar e André Santos e Breno, o mais lucrativo de todos. Quanto ao curso de graduação, têm opiniões bem parecidas: para eles, a experiência na GV foi essencial, sobretudo no estágio, mas tudo era ensinado de maneira muito superficial. Admitem que talvez faltasse um pouco de maturidade para aproveitar devidamente as oportunidades oferecidas pela Escola. Apesar de Guilherme jogar futsal e Thiago tocar na bateria, preferiram não se envolver muito com assuntos mais propriamente “entidadísticos” da Atlética e de nenhuma outra entidade. Da Gazeta Vargas até guardam alguma boa lembrança: “Líamos durante a aula”. O trabalho com o esporte afetou um pouco as paixões: Thiago é corinthiano convicto, mas Guilherme se declara excorinthiano. Para ele, “o importante é ver os meninos terem sucesso”. Sonhos? ”Trazer o Riquelme para o Corinthians”, revela Thiago. ¤

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Caminhando rumo a aprendizagem numa experiência ímpar Gesley Fernandes e Juliet Matos1

Equipes de jovens estudantes visitam experiências pelo Brasil através do Projeto Conexão Local.

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Projeto Conexão Local é uma oportunidade única para o estudante da FGV conhecer outras realidades desse país extenso e diverso. Também através do Projeto se entra em contato com a área de pesquisa da FGV, algo que em ela se notabiliza se faz notar internacionalmente. E é através de pesquisa com premissas qualitativas que os estudantes ficam “imersos” nessa experiência por volta de três semanas, e a partir daí, das sensações de viver o dia-a-dia da pesquisa em campo, e sob a supervisão de um pesquisador sênior que se produz um relatório, e no Dia da Pesquisa (geralmente em novembro) os estudantes apresentam seu trabalho. Em sua quinta edição nesse ano tivemos experiências de norte a sul do país. Nathalia Kozonoi, do 3º semestre de AE foi uma das alunas selecionadas e que esteve em Porto Alegre visitando o programa de Creches Comunitárias, e durante 3 semanas visitou por volta de 10 creches. Dizendo que foi uma experiência que ela adorou. Durante a primeira semana o supervisor da equipe Marcos Vinicius, pesquisador do CEAPG, acompanhou a dupla de estudantes, orientando os seus primeiros passos no campo. Depois, as 1.  Gesley é do 4 semestre de AP e Juliet é estudante de Ciências Sociais da UFAC. Supervisionados por Veronica Paulics, Mestra em Administração Pública pela FGV-SP, participaram do Conexão Local 2009 visitando as Escolas Família Agrícola do MEPES, no sul do Espírito Santo.

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Equipe que visitou Sobral-CE. duas semanas seguintes são com a dupla, que continua aprendendo na prática o que é pesquisa de campo, além de conhecer a experiência em si. Essa formatação que o Conexão trabalhou desde o começo, sofreu uma alteração, no ano de 2008 que contou com a aluna Priscilla estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre. Esse ano, além de estudantes da FGVSP, tivemos equipes inter-universitárias, em parceria com as universidades Universidade Federal do Acre (UFAC - AC), Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA - CE) e a Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (FJP - MG). Inclusive nós, que escrevemos fomos uma dessas duplas, um aluno de AP da FGV

e uma estudante de Ciências Sociais da UFAC, supervisionados por Veronica Paulics (pesquisadora formada em Admisnistração Pública na FGV, a quem agradecemos muito toda a orientação e amizade). Ou seja além de conhecer a experiência de aprender uma nova realidade (visitamos Escolas Famílias Agrícolas no sul do Espírito Santo), tivemos que lidar com o conhecer a linguagem e os trejeitos das regionalidades de cada um, enriquecendo ainda mais o nosso aprender a fazer pequisa. O dia-a-dia das equipes também entra na diversidade que abrange a todo o Projeto Conexão Local. Durante os dias úteis da semana, as equipes visitam a experiência, governantes e a comunida-


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gazetavargas@gvmail.br de envolvida. Geralmente os estudantes ficam em hotéis onde ocorre a experiência visitada, e para se locomoverem para o local de pesquisa usam as mais variadas formas. No caso de Nathália, essa nos relatou que eles antes de irem as creches, procuravam na internet qual ônibus eles podiam pegara para chegar as creches comunitárias, e conseguiram sem problemas, ela nos disse. Em outros casos é bem diferente, como o do nosso diretor-presidente da Gazeta, Rafael Heredia, que participou da primeira edição (em 2005), e foi conhecer um projeto no Acre, durante quinze dias ele dormiu no acampamento na floresta. Nós tivemos uma experiência diferenciada, e ficamos uma semana alojados junto aos estudantes de uma Escola que visitamos. E as duplas nos fins de semanas tinham seu tempo de descanso e principalmente podiam conhecer melhor a região Nos fins de semana do Projeto as duplas podem aproveitar seu tempo de descanço para conhecer melhor a região visitada, sem se prender a uma experiência específica. Monica Quintiliano (de AP, 4 semestre), nos disse que foi incrível conhecer a cidade de Sobral – CE, e que nesses fins de semana livre, o pessoal que conheciam durante a semana, nas entrevistas do Projeto, levavam a dupla para conhecer a cidade melho. Assim, podemos ver que a experiência proporcionada pelo Conexão Local é única, tanto no conhecer in loco um projeto de gestão local e vivenciar o cotidiano da administração, como também é uma oportunidade ímpar de acrescentar para a vida do estudante uma gama de saberes. Além disso é uma ótima chance de conhecer uma região e pessoas diferentes. Se você e interessou, venha ver os relatos das equipes que participaram esse ano (no dia 05 de Novembro), e tire suas dúvidas, quem sabe é você no ano que vem que nos relata como foi começar a aprender a pesquisar. ¤

Sabatina com prof. Eduardo Suplicy

De pé, à esquerda, o senador Eduardo M. Suplicy fala à atenta platéia que compareceu.

Alípio Ferreira 2 de outubro de 2009. Ainda comemos a poeira dos momentos mais tensos da crise do Senado. Semanas antes, o Senador Eduardo Suplicy, em cena célebre, mostrou um cartão vermelho ao presidente José Sarney e se descontrolou ao ser provocado pelo senador Heráclito Fortes. Semanas antes, a FGV entregara o relatório final de um projeto de reforma administrativa e auditoria encomendado pelo Senado Federal. Semanas antes, também, a Gazeta Vargas lançara sua edição #80, que tratava especialmente disso: FGV, Senado e a crise política. E no dia 2 de outubro de 2009, a Gazeta Vargas convida o Senador Eduardo Suplicy para ser sabatinado na sala 704 a respeito das traquinagens da Câmara Alta. A sala estava plena. Mais de 120 pessoas passaram pelo evento, entre alunos, convidados de fora e professores. No começo do evento, o professor falou durante quarenta minutos sobre sua carreira, desde os tempos de Centro Acadêmico na EAESP, passando por casamento, filhos, até chegar à fase atual no Senado Federal. Após essa apresentação, foi transmitido nos telões um vídeo do bate-bota imperdível entre o senador

Pedro Simon (PMDB-RS) e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Introduzidos ao clima caliente da crise, os presentes enviaram perguntas ao Senador, que respondia diretamente ao autor das mesmas. O professor, que também ministra uma disciplina na EAESP, pediu que se imprimissem cópias do relatório da reforma proposta pela FGV ao Senado para serem distribuídas aos seus alunos. Apesar de ser esse projeto o tema que inspirou o evento, “Supla” – como é carinhosamente chamado pelos alunos –, acabou respondendo sobre os mais diversos temas: desde suas opiniões sobre a reeleição de parlamentares até o seu favorito tema, o projeto da Renda Básica de Cidadania. Mesmo com o evento tecnicamente encerrado, o professor continuou na sala, enquanto alunos o rodeavam com seus próprios questionamentos e aflições. Satisfeitíssimo, Eduardo Suplicy foi embora para seus outros afazeres, não sem antes deixar um pedido: queria alguns cartazes da divulgação do evento para guardar de recordação. No cartaz, a cena inesquecível do cartão vermelho, e o registro de um rico e inédito evento. ¤

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O mundo e o estilo de vida SPEEDBALL Pedro Beraldo 8º semestre de AE

São os 10 segundos mais longos que você já viveu. Seu coração dispara e você prende a respiração. A adrenalina se joga no sangue como um ataque incendiário que toma conta do seu corpo. Uma casa de máquinas aumentando a pressão a cada batida. Mas até agora nada aconteceu. Cada segundo é uma eternidade, e você sente que é justamente a tensão do que pode (e vai) acontecer que o mantém vivo. O grito de início dá liberdade ao animal dentro de cada um. Como lobos à caça, os poucos em campo se lançam sem olhar para trás, com apenas um objetivo em mente. Palavras agora são sussurros, o ar agora é comprimido, e o silêncio não mais existe. Só o que existe é a música pagã futurista, metade máquina, metade humana - ensejando num tapete de disparos o grito de guerra de cada guerreiro, que rasga o ar com qualquer porção de informação útil, que, com a permissão dos deuses, chega aos ouvidos de seu parceiro e os coloca mais perto da vitória. Há pouca proteção, há pouco tempo, há muito o que fazer. Sob risco de voltar para casa com alguns edemas, a solução é avançar sempre. Uma partida de xadrez jogada em segundos, um jogo de futebol em que todos se dão o direito de ser fominha e chutar a gol. Como uma falange de cinco homens, um deve proteger o outro, mas ao invés de escudo, a tática é ofensiva e para todos os fins, a máxima “a melhor defesa é o ataque” é seguida à risca. Aqui ninguém se fantasia de soldado nem quer ficar parecido com mato, fazendo cara de paisagem. O leitor provavelmente está pronto para afirmar que o esporte em questão é o Pain-

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tball, e talvez tenha estranhado o termo usado no título. Mas o leitor está certo, e é este o assunto desta matéria. Confuso? Ao contrário de seguir o prisma habitual, mais difundido, daremos ênfase a uma modalidade diferenciada: de cunho verdadeiramente esportivo, e de características competitivas bem nítidas. Antes de mais nada, vamos dar uma idéia bem panorâmica sobre o esporte no mundo. O Paintball é um esporte que surgiu há aproximadamente 20 anos, quando alguns fazendeiros norte-americanos se deram conta que poderiam brincar de marcar uns aos outros com pistolas de gás comprimido usadas na marcação de árvores em reservas florestais. O que deveria ser um artefato de aplicação industrial acabou virando brinquedo. No decorrer destas décadas, o esporte evoluiu e várias modalidades surgiram. A mais antiga, hoje conhecida como woodsball, é, como o termo em inglês sugere, o jogo na mata. Não há muita preocupação com simulação de guerra – a ênfase é a ambientação em terreno natural. O descendente direto desta modalidade é aquela que veio a se chamar cenário. A modalidade dá ênfase na simulação dramática, buscando adaptar também os trajes e o local de prática à proposta do evento. De maneira geral, os bons campos comerciais atendem à demanda mais recorrente - oferecem um ambiente que reproduz minimamente algum tipo de cenário de combate. A moda hoje é colocar no campo um carro velho, que em pouco tempo perde sua cor natural e se torna uma massa de ferro com gelatina colorida. A modalidade mais recente é aquela com a qual provocamos o leitor no início desta exposição: chama-se speedball. Se caracteriza por um caráter mais esportivo, havendo um limite para cada “game” de cinco minutos (pode variar, mas é curto). Uma

Equipe Ninjinhas, campeã do Circuito Brasileiro de Pain partida pode ter vários games. O espaço do campo é restrito, sendo este em vários aspectos semelhante a uma quadra de futebol society – o chão com frequencia é de gramado sintético. Mas o que chama mesmo a atenção do Speedball são as marcadoras1 eletrônicas e os bunkers (obstáculos) infláveis. Quem vê pela primeira vez sempre estranha. Jogadores ortodoxos de cenário muitas vezes torcem o nariz para o speedball e vice-versa. A utilização dos infláveis se iniciou em meados da década de 90, quando um pessoal que organizava campeonatos observou que o uso dos infláveis é mais prático por várias razões, entre elas a facilidade de transporte e armazenamento. Além disso, quando se trata de competição, é razoável que os dois times joguem em campos simétricos, o que é praticamente impossível em campos recreativos, que em geral são 1.  Marcadoras, e não armas. São equipamento esportivo e não devem ser comparadas ou associadas com instrumentos de violência. Sim, é possível machucar um amigo com um disparo, mas não se precisa ser muito criativo para pensar num jeito de nocautear um colega com um taco de baseball ou uma raquete de tênis.


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gazetavargas@gvmail.br todo final de semana, suando a camisa e fazendo bonito. Ao invés de comprar aquele rádio para o seu carro, com o subwoofer pra tocar Lady Gaga no talo, tentando (não, não vai) impressionar as garotas na fila da sua balada favorita, alguns realizam o óbvio e decidem investir em algo que certamente lhes trará proveito. Fora este ponto, digamos, filosófico-econômico, também é fato desconhecido por quem está de fora, que há um mercado secundário bastante ativo - se o novato não aguenta a pressão, é possível liquidar os equipamentos por um preço razoável e não tomar tanto “preju” ou mesmo ficar no “zero a zero”. Para este ponto específico, recomendamos as disciplinas eletivas de técnicas de negociação, oferecidas pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas.

o de Paintball, saindo à caça. irregulares. Finalmente, além de prevenir lesões oriundas de impacto, há uma variedade de formatos que podem assumir, mexendo com a dinâmica do jogo e sofisticando o esporte. Fizemos esta digressão num assunto tão específico porque é importante que o leitor, ao se deparar com este monte de lona colorida, que tanto nos remete às festas de aniversário com pula-pulas, não se iluda pensando que dentro daquele campo tem algo de “pimpão”. Garantimos que não tem. De verdade.

Mas não é caro? Paintball ainda é visto como um esporte caro. Realmente, dos que estão por aí, é um dos mais caros. Não é todo mundo que tem um ou dois mil reais no bolso pra pôr os pés em campo e poder praticar todo final de semana. Mas se pararmos para pensar, tudo é uma questão de escolhas. Olhando bem o público que pratica o speedball, observa-se que o perfil econômico predominante ainda é o de alta renda, mas há muitos que não são de origem tão abastada e que estão lá,

Mas machuca! :( Primeiramente, vamos colocar as coisas em perspectiva. A seguir, alguns dados estatísticos2: Liderando a estatística de lesões está o basketball. O futebol que jogamos aqui está encostado no futebol americano – respectivamente em 3ª e 4ª colocação. O Paintball figura em 17º lugar no ranking de lesões anuais para cada mil praticantes, ao lado do boliche. Isto não é por acaso. Não existe meio termo “usar uma joelheira mais ou menos ou não”. Para pisar dentro do campo, o cidadão necessariamente deve estar com o equipamento em dia e com sua máscara para proteger o rosto. A movimentação do esporte é muito natural, e dificilmente se leva para casa mais do que alguns arranhões que ao longo da semana ficam roxos e desaparecem. Pode-se até fazer uma análise freudiana sobre como o jogador de paintball sublima suas pulsões de morte ao se enfiar voluntariamente num jogo que tem seu quê de sádico e de masoquista, mas o fato é que da boca de todo praticante, sempre se irá

ouvir: “Se não doesse pelo menos um pouquinho, não tinha graça”. Claro, não que “entrar de carrinho naquele zagueiro cavalo” não seja pelo menos tão sádico quanto. Mas é verdade. A arte e a graça deste esporte, que só são captadas na íntegra por seus adeptos, é que o praticante engana seu próprio corpo: este interpreta que todo final de semana ingressa num campo de batalha e luta por sua vida – ao contrário de outros esportes, em que é necessária a criação de um risco real de lesões graves para obter a mesma descarga de adrenalina.

Só para os meninos? Este é outro mito que se perpetua porque o esporte não é apresentado às moças da forma correta. Aparentemente, de maneira geral há poucas meninas praticando o esporte por eminentemente sociais – ainda é comum uma educação em que se desestimula o que poderia ser descrito como um comportamento “guerreiro” em esportes (no bom sentido). Há também a questão das inevitáveis “marcas” que, não representariam troféus e motivos de orgulho - roupas femininas sempre deixarem um pouco mais de pele à mostra, e esta deve(ria) estar imaculada. O fato é que as mulheres que põem este tipo de obstáculo de lado e se jogam neste mundo fantástico têm sucesso e disputam de igual para igual com os “cuecas”. O Femme Fatale, time estritamente feminino, é um excelente exemplo que fez grande estrago, por vários anos, nas ligas norte-americanas.

Domingo tem treino. A quem se limita à jogada semestral no evento que aquele “pilhado” da classe (toda classe tem um) organiza, recomendo fortemente que passe num campo de speedball aqui mesmo de São Paulo, num domingo de manhã. Só então se passa a ter uma idéia de o que realmente é o esporte. Para quem se interessou, Domingo tem treino. ¤

2.  American Sports Data, Inc. - A Comprehensive Study of Sports Injuries in the U.S.

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Coluna

A EAESP e o Emprego Rafael Kasinski

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eremy Rifkin, que escreve mal, mas tem uns insights bacanões, nos contou em 2001 (e depois, em edição revista de 2004), que o Emprego vem chegando ao fim. Ele especifica que esses são especialmente daqueles que dependem de trabalhos manuais, os chamados empregos de colarinho azul (entendidos por aqui como “de pobre”) e, de maneira geral, aqueles em que humanos poderão ser substituídos por automatização. Mas não se engane: há também o problema do desemprego estrutural, em que após as crises cíclicas (como esta última em que vivemos) este tipo de desemprego aumenta (ver Jeremy Rifkin, O Fim dos Empregos, Editora M.Books, e também Revista Exame, 09/09/2009). E nós da FGV, como ficamos? Bem, por esses lados, poucos são os que se preparam para ingressar no mercado de trabalho para derreter aço, virar condutor de ônibus fretado ou arrumar os cabos da NET para o cliente – e depois divertir-se com os filmes do canal Vênus. Por aqui viramos patrões e patroas (que assistem ao canal Vênus e recriminam a vizinha, que é “dada”), ou pelo menos pensamos que mandamos - pois quem realmente dá ordens por estes cantos são poucos e têm muito, muito poder. Mas não é nada que comprar um Peugeot ao invés de um Celta não resolva, já que o tipo de consumismo que se invadiu o Brasil desde o Plano Real nada mais é do que uma versão coletiva do “me engana que eu gosto”. Engraçado, então, que a EAESP e muitos de seus professores deem tanta importância a mostrar ao aluno que este provavelmente acabará por trabalhar para alguém, ao invés de para si mesmo. Apesar de a introdução da ideia de empreendedorismo na grade curri-

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cular (são dois semestres...), observa-se que a doutrina reinante ainda é a de treinar empregados. Isto até é interessante se o Brasil for continuar a ser colônia (nossa grande vocação histórica. Viva BRASIL!!!), mas certamente não muito produtivo se queremos possibilitar a próxima geração de desempregados do Brasil uma possibilidade de ganhar seu sustento com suas próprias idéias e seus próprios esforços. O interessante no livro de Rifkin é ele nos dizer que enquanto o emprego for desaparecendo, não haverá um grande substituto para ele, e isso acarretará em altíssimo número de desempregados e menor número de alternativas para haver qualquer tipo de empregabilidade de massa1. Para agravar (ou não) a situação, há o desejo, por parte de muitas pessoas que detém o poder de fazer política econômica, de continuar a cortar gastos para um Estado de bem-estar social2, como vem sendo feito no mundo desde os anos 80. Se a EAESP (e a FGV) forem prosseguir em seu caminho de providenciar treinamento baseado na aceitação do capitalismo, que a Escola então dê aos seus alunos instrução naquilo que mais interessa deste modo de produção: o empreendedorismo. Pois, convenhamos, dois semestres desta “aula” e, mais tarde, um foco obsessivo em estágio não nos ensina o que o capitalismo tem de melhor, muito pelo contrário. A ideia de as pessoas criarem sua própria rique1. Mike Davis trabalha o outro lado da questão, mostrando que, com uma massa de desempregados muito grande, os grandes centros urbanos -que já são um desastre de higiene, planejamento e afinstornar-se-ão lugares insustentáveis e insuportáveis. 2. Não há aqui, note, um juízo de valor sobre se tal cortes são bons ou ruins, mas uma simples constatação de que há aqueles que os querem fazer.

za e de serem seus próprios patrões, a longo prazo (ideia sempre alienígena no Brasil, este tal de longo prazo) dinamiza a economia e dinamiza a maneira como o cidadão se relaciona com o seu próximo. Afinal, ao invés de simplesmente ilustrar-se (economicamente) como, digamos, gerente de vendas da Unilever, nosso hipotético cidadão pode relatar seu trabalho como sendo o de dono do Sex Shop que a vizinha frequenta para complementar sua experiência vis-à-vis ao Canal Vênus. O Brasil caminha, mais do que nunca, para continuar a ser colônia agrícola para o Primeiro Mundo; nós nunca terminamos nossa industrialização e tivemos a destreza de, ao contrário de tantos outros países (latino-americanos ou não), fazer uma reforma agrária capitalista, providenciando terras produtivas, mas inutilizadas não àqueles que precisam delas por questão de sobrevivência, mas para firmas transnacionais e grandes fazendeiros. Caminhamos rumo a uma situação em que um setor agrícola cada vez mais mecanizado e um setor financeiro cada vez mais compacto e enxuto ditarão o ritmo de nossa economia. Neste cenário, em que o desemprego só pode crescer, e num país que insiste em cobrar impostos tipo Suécia e prestar serviços tipo... bem... Brasil, torna-se urgente ou promover um capitalismo dinâmico e criativo ou fazer logo duma vez uma revolução (preferivelmente pacífica) socialista e botar um fim neste circo de horrores econômicos que é este País. Como a segunda alternativa é pouco viável3, que centros de pensamento como a EAESP ajudem o Brasil a achar uma solução para si mais plausível e, claro, mais voltada ao longo prazo. ¤

3. E a metamorfose concebida por Edgar Morin ainda parece um sonho distante.


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Coluna do RH

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O Fim dos Fins? O mundo que ficará para nós não é o mundo dos nossos pais. Universitários do mundo, preparem-se. Rafael de Heredia “Nunca antes na história...” da modernidade se conheceu tanto fim: o Fim da História (Fukuyama/Hegel), o Fim dos Empregos (Jeremy Rifkin), o Fim do Mundo (Apocalipse/Calendário Maia) ou o Fim do Trabalho. Seria o fim da picada? Não tão rápido, é o que diria Robert Kurz. A época moderna, entendida aqui de maneira genérica como os regimes (muitas vezes contraditórios) que se estendem desde o fim da Idade Média e que varrem do mundo paulatinamente as relações feudais e aristocráticas, tem no seu centro uma dinâmica cega e parcialmente “libertadora”: o trabalho abstrato, dirigido pelos padrões de produtividade sempre crescentes da ciência moderna, amplia astronomicamente a base de capital instalada em todos os recantos da Terra. Isso sofistica o dia-a-dia das pessoas e aumenta o nível de mediação positiva entre os homens e a natureza. Até aí, seria uma dinâmica essencialmente positiva, que liberta a maioria da humanidade da lida diária e enfadonha com porcos, galinhas e hortaliças. Mas nisto estamos lidando apenas com a superfície do problema. A maneira pela qual se aplica este trabalho tem também a sua face negativa. O trabalho abstrato produz valores para o mercado com a finalidade primeira não de produzir utilidades, mas de fazer do dinheiro investido em um negócio mais dinheiro. Isto fica evidente se observamos o duplo caráter dos sujeitos no mercado: como produtores, não lhes interessa as utilidades que produzem, mas a facilidade e o potencial de transformá-las em uma

quantidade de dinheiro superior à investida (é o famoso lucro). Se há alguma preocupação com a qualidade e a utilidade dos produtos, ela se deve somente à concorrência, que então se apresenta ao produtor como “coação externa” (Marx), na medida em que, justamente por prezar o seu próprio bolso, cada empresa está sujeita a ser levada à falência pela concorrência - o que as estimula a ter em vista o padrão de qualidade vigente no mercado. Mas não esperem mais que isso do sujeito como produtor de mercadorias. Daí não haver para ele grande diferença entre produzir bombas Napalm ou bonecas Barbie. A finalidade, para o produtor, é a mesma. Lucro. Curiosamente, como consumidor, a mercadoria só lhe interessa como valor de uso (Marx), não importando a este como se deu a sua produção, se é justa ou injusta. Então, a despeito desta natureza esquizofrênica da mercadoria e dos sujeitos nos mercados, a imensa polêmica que houve desde a Revolução Francesa entre a esquerda e a direita política não ousou tocar em um tema-tabu que une essas duas esferas: o trabalho. É esta a crítica principal de Robert Kurz à Modernidade. Fiquemos diretamente com as palavras do próprio autor: “Um cadáver domina a sociedade - o cadáver do trabalho. Todas as potências do globo estão coligadas em defesa desta dominação: o Papa e o Banco Mundial, Tony Blair e Jörg Haider, sindicatos e empresários, ecologistas alemães e socialistas franceses. Todos eles só têm uma palavra na boca: trabalho, trabalho, trabalho.” Assim lemos no “Manifesto Contra o Trabalho”, publicado já em 1999 pelo

grupo Krisis (como então se chamava o grupo teórico de Kurz). Trata-se de obra ousada, contrária a muito que vemos pregado por aí. Não pretenderei resumila, os interessados que se remetam a: http://www.consciencia.org/krisis.shtml

Para ficarmos no essencial, basta dizer que a tese central de Kurz é que a sociedade da mercadoria encontrou o seu limite absoluto quando o trabalho humano adicionado nos processos produtivos já não é mais o bastante para valorizar o capital em empreendimentos reais. Ao contrário do que aconteceu enquanto vigorou o Fordismo, este limite absoluto seria a razão pela qual as taxas de juros estão, no mundo “desenvolvido”, no patamar de zero: é o preço artificialmente baixo que se cobra pelo dinheiro para que as empresas da “economia real” ainda pareçam lucrativas. Enfim, é uma economia que só pode ser mantida com muitos esteróides financeiros. Esta tese explicaria também o fato de que nas economias avançadas, há já pelo menos 30 anos, o setor financeiro ganha uma preponderância absolutamente inédita, a tal ponto de haver quase consenso entre analista de que vivemos em uma época de “economia financeira” ou de “financeirização do mundo”. Seria somente pelo crédito (que em tese é o processo de trazer a valor presente as rendas futuras, desde que realistas) que muitas economias, como a dos EUA, puderam se endividar artificialmente por décadas, mantendo em giro ilusório a roda do consumo e da produção. Mas o futuro do mercado de trabalho é, como todo futuro, incerto. Concorrem para que seja completamente atípico várias teorias e opiniões expressas nas páginas desta Edição 81 da Gazeta Vargas. Neste contexto, a voz de Robert Kurz é uma das mais ousadas e contundentes. O mundo que ficará para nós não é o mundo dos nossos pais. Universitários do mundo, preparem-se. ¤

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Espaço DAGV

Espaço do Diretório Acadêmico Fala, Presidente! Dupla graduação, giovanna, noite cultural, trote solidário, sistematização do Xerox, controle de estoque, forte interação com os intercambistas, melhoras no entretenimento do aluno, maior conforto no 1º andar, excelente relação com entidades internas e externas, fechamento de patrocínios, lançamento do novo site e grande melhora na comunicação com o aluno. É com grande satisfação que passo o status desse começo de gestão no DAGV, onde não falta empenho de todos os membros, e por maiores obstáculos que apareçam, estamos sempre lutando para entregar maior valor para todos nossos alunos. Acredito que a sinergia entre as áreas do DAGV tem gerado bons frutos, sem esquecer que esse é apenas o início da caminhada. Dessa maneira, a participação do aluno, seja para criticar, seja para sugerir idéias é essencial! Precisamos e muito dessa interação, tanto para saber sobre os anseios como sobre algum ponto que possa estar passando despercebido. Estamos sempre abertos a todos, venha fazer parte desse time, interaja!

Arthur Veloso Presidente presidente@dagv.org.br

Cultural Seja através do CineGV, das Noites Culturais, das palestras ou de outros eventos a área cultural do DAGV vem tentando propiciar aos alunos momentos de descontração e integração que tenham também a capacidade de oferecer algum tipo de conhecimento. O CineGV faz das terças feiras uma oportunidade de assistirmos um bom filme comendo pipoca ( sim, CineGV agora é com open de pipoca). Para isso, temos optado por filmes mais leves e condizentes com o horário de almoço dos alunos, professores e funcionários, mas que também não deixem de causar uma reflexão nas pessoas. As Noites Culturais, por sua vez, surgiram com o intuito de criar novas expe-

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riências para os alunos, onde eles possam ao mesmo tempo se divertir e conhecer um pouco mais das mais diversas culturas. Este é um projeto novo que teve sua primeira edição no dia 01/10 na versão Japonesa, que teve bastante adesão dos alunos, e por isso, esperamos realizar mais duas Noites Culturais de diferentes temáticas ao longo do semestre. Por fim, a área cultural tem trabalhado bastante no FestGV 2009. O festival de bandas de alunos e professores da GV que ocorrerá no dia 23/10 no Hangar 110, a partir das 22h. Todos estão convidados a conferirem colegas e professores se apresentando no palco de uma das mais famosas casas de show rock da cidade. Como sempre, o DAGV está aberto para esclarecimentos, novas idéias, criticas e sugestões.

Alline Martins Diretora Cultural cultural@dagv.org.br

Administrativo A área administrativa do DAGV é responsável por gerenciar fornecedores, funcionários, projetos, recursos humanos e a estrutura do 1° andar. Será feito um diagnóstico de cada ação e projeto realizado até o momento pela Gestão Interação. O Xerox do DAGV foi reformado para melhor atender o aluno. Introduzimos um sistema de informação e logística que permitiu transformar o Xerox em uma pequena loja. Pela primeira vez são disponibilizados diversos materiais do cotidiano universitário e produtos personalizados com a marca FGV. Além dos materiais de papelaria está disponível no Xerox a grife DAGV que, devido há alguns problemas, ficou sem peças por quase dois meses. Em conjunto com a venda da atual grife, estamos em processo de negociação de parceria com empresas nacionais do setor de vestuário para a confecção de uma nova grife. Pensando no entretenimento dos alunos, o DAGV reformou as mesas de pebolim, comprou Playstation 3 e está negociando parceria para reformar a mesa da sinuca. Está sendo realizado o campeonato de PES

2009 e assim que for terminado o campeonato, o PS3 estará disponível para todos os alunos. Ainda neste semestre, será realizado o torneio de pebolim, sendo disputado no mesmo formato de duplas. Além disso, o DAGV junto com a área de TI e de operações da FGV-SP conseguiu a liberação de 8 computadores para os alunos, que serão o quanto antes instalados no primeiro andar. A gestão Interação, seguindo um dos seus p ilares, inovou disponibilizando o serviço de manicure no primeiro andar. Como toda e qualquer inovação, ainda está em fase de teste, podendo ou não continuar. O serviço está disponível todos os dias das 11h às 13h, caso queira agendar procure a Paty (secretária do DAGV) ou envie um email para dagv@gvmail.com.br. Um dos fatores mais tangíveis para os alunos no que diz respeito ao DAGV é o primeiro andar. Pensando nisso, a gestão interação realizou algumas medidas de necessidade imediata e está elaborando um grande projeto para reformar o primeiro andar. No período de julho e agosto, foram tomadas as seguintes medidas: desenvolvimento da planta do primeiro andar, reforma do espaço do Xerox, ampliação da sala de reuniões do DAGV, realocação o estoque de bebidas e foi firmado um contrato para reformar os sofás. Porém, apesar dessas medidas, sabemos que ainda existem pontos críticos no primeiro andar, como os banheiros e o piso. Pensando nisso o a Gestão Interação vem trabalhando em um grande projeto para transformar completamente o DAGV, que será apresentado no texto abaixo.

Lucas Céspedes Tavolaro Vice- Presidente Administrativo administrativo@dagv.org.br

Sustentabilidade Sabe-se que hoje a sustentabilidade pode ser vista através de, basicamente, três pontos de vista: a indiferença, a conveniência e a convicção. O DAGV se sente na responsabilidade de divulgar o conceito de sustentabilidade para todos os alunos da EAESP e da EESP, os futuros gestores nacionais. Acreditamos que esse conceito deva ser introduzido principalmente na


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gazetavargas@gvmail.br vida acadêmica. Dessa forma haverá menos empresas sustentáveis por conveniência e mais empresas sustentáveis por convicção. Entender que esse conceito vai além de um gesto altruísta mas é, na verdade, uma nova lógica de gestão; é o mecanismo mais simples de formar uma nova geração de empresários conscientes. Mais do que incentivar a educação, o DAGV quer ser pioneiro no tema. Pretendemos, através de mudanças no ambiente, ajudar na formação de uma nova consciência. Queremos ser o primeiro Diretório Acadêmico Sustentável do Brasil. Para isso, iniciamos no período de férias um processo seletivo com diversos escritórios de arquitetura especializados em reformas sustentáveis. Optamos pelo escritório Todescan&Siciliano, que apresentou a melhor proposta e o mais abrangente portfólio, como, por exemplo, a construção do MC Donalds da Riviera de São Lourenço – a primeira unidade sustentável de rede na Amérida Latina. Desde então, a atual gestão está estruturando um grande projeto de mudança no espaço físico do DAGV, paralelo ao projeto de captação de recursos. Buscaremos a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria C.I. (commercial interiors). Tratase de uma certificação internacional, que assegura que o espaço reformado é sustentável. Este selo já foi adotado por diversos bancos e empresas como o Real, J.P. Morgan, o laboratório Delboni Auriemo, entre muitos outros. A princípio, alguns aspectos físicos no primeiro andar ficarão pendentes por certo tempo, pois serão sanados apenas quando for iniciado o retrofit ( reforma total). Pedimos a todos que entendam e apóiem este momento, no qual o DAGV estará direcionando seus esforços para conseguir realizar este projeto tão ambicioso. Temos como objetivo transformar o DAGV em referência no que diz respeito a iniciativas estudantis que visam à sustentabilidade. Nos propomos a fazer um diretório acadêmico ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

Lucas Céspedes Tavolaro

Vice-Presidente Administrativo administrativo@dagv.org.br

Karina Lozano

Idealizadora do projeto karinalozano@dagv.org.br

Acadêmico de Administração Caros GVnianos, Duas boas notícias despertam o nosso cenário acadêmico: a primeira é que, finalmente, saiu o programa de dupla-graduação com a EESP. Nos mesmos moldes da dupla-graduação com o Direito GV, esta nova conquista dos alunos das Escolas da FGV-SP ainda conta com a maior paridade entre as grades disciplinares dos cursos de Administração e Economia para facilitar os trâmites e encurtar (apenas dois anos) o tempo necessário para estar duplamente graduado. A outra novidade é a inclusão de um grupo de alunos da EAESP num projeto internacional que visa a disseminação de conhecimento sobre realidades locais através de pesquisas feitas com universitários de diversas localidades do mundo. O ShARE monta na FGV o seu primeiro grupo de estudantes da América Latina e mostra-se muito animado com as perspectivas dos trabalhos que serão gerados pela nossa equipe. Parabéns aos alunos que estão se dedicando incansavelmente para fazer o nome da nossa Fundação atravessar fronteiras cada vez mais distantes.

Leonardo Mello Natali

Vice-Presidente Acadêmica academicoadm@dagv.org.br

Acadêmico de Economia Como disse o Diretor-Coordenador da EESP “devido a um pequeno detalhe” , os alunos ingressantes a partir de 2009 além de já estarem fadados a enfrentar os prodigiosos 3° e 4° semestres , agora terão um acréscimo de 2 matérias de 2 créditos cada, as quais, categorizadas como “Ensino à Distância” apenas por questões burocráticas – leia-se MEC - contribuirão para inflar ainda mais o árduo segundo ano da graduação em Economia. Ao solitário VP acadêmico, cabe a seguinte pergunta: “será que esse acréscimo, sob o jugo da direção, representa algum ganho acadêmico aos alunos ou será que essas matérias foram inseridas apenas para cumprir um vácuo subitamente encontrado na grade curricular do CGE ?” No mais, reforço o objetivo do DAGV como entidade : zelar pela formação acadêmica do aluno que representa e servir como seu porta-voz frente ao corpo docente. Reitero isso, pois recentemente, de modo funesto, um diretor da atual gestão foi desrespeita-

do por um membro do corpo docente, em uma reunião no CRI. É triste quando a legitimidade dessa entidade é atropelada, seja por professores, coordenadores, secretários ou diretores. Não queremos nada mais que o bem-estar acadêmico do aluno gvniano.

Heliton Scheidt

Vice-Presidente Acadêmico de Economia academicoeco@dagv.org.br

Eventos Depois de uma Giovanna memorável com convites esgotados dias antes da festa, o DAGV vem para se superar em mais um de seus renomados eventos: a Gioconda Venuta 41 – O Paraíso é OpenBar. Seguindo essa linha, a 41ª primeira edição da Gioconda Venuta vem novamente para abalar os universitários no dia 19 de novembro de 2009. Teremos a maior variedade de bebidas já vista num OpenBar de festas universitárias: tequila, cachaça, vodka, cachaça com mel, saquê, absinto, uísque, espumante, licor, bebida Ice, energético, drinques com diferentes runs e vários outros preparados com essa gama de bebidas, tudo servido durante todo o evento. O local escolhido para a festa é o Espaço Anchieta, local inovador para o evento que nunca foi realizado por lá. O LineUp de primeira com certeza estará presente. Mesmo sendo mais próximo do que o autódromo, o DAGV está também organizando um esquema de transporte. Prepare-se para os dias de venda, 4 e 5 de novembro. Fique por dentro dessas e de outras novidades da festa acessando: www.giocondavenuta.com. A Gioconda deve sempre se superar; em suas atrações, nos lugares em que é feita, no open bar sempre numa variedade de bebidas muito característica da Gioconda e algo nunca equiparado por outra festa do meio universitário. Com o compromisso de ser sempre diferente e superar as expectativas de seu exigente público, a equipe do DAGV sempre se esforça para fazer uma festa cada vez melhor, entregando, assim, não apenas uma festa, mas um grande momento de diversão com os amigos para ser guardado na memória.

Joao Gabriel Ferreira Diretor de Eventos eventos@dagv.org.br ¤

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Mercado de Trabalho e a Graduação O peso do diploma? Aline Oyamada Karina Choi

mos, também, delinear o perfil das escolas de graduação da FGV-SP e, com isso, verificar se a realidade acadêmica jornal “Valor Econômico” condiz com as propostas pedagógicas. publicou, no dia nove de se Para elaborar as estatísticas, tembro de dois mil e nove, buscamos na Coordenadoria de Estáum artigo intrigante intitulado: “Emgios e Colocação Profissional (CECOP) presas começam a flexibilizar exigêndados sobre o desempenho no mercacias sobre a origem escolar”. A tese do de trabalho dos formados em Addeste era que os novos critérios de ministração pela EAESP nos últimos seleção dos trainees para as grandes anos. Na escola de Direito, coletamos empresas incluem “flexibilidade, inteos mesmos dados com a Coordenaligência emocional e força de vontade”, doria de Prática Jurídica e Atividades características as quais Complementares, apesar nem sempre se enconde o Direito GV não ter As 10 empresas que mais contrataram recém-formados tram nos candidatos que nenhuma turma formada. n° de n° de 2008 2007 vêm das escolas “top de Na escola de Economia, só contrat. contrat. linha”. Segundo a autora, tivemos acesso a um book ABN Amro Real 23 Itaú 28 Roberta Lippi, os departados alunos da primeira Itaú 23 ABN Amro Real 19 mentos de Recursos Huturma (somente duas tur12 Citibank 16 manos reconhecem que Santander mas se formaram até ago11 Credit Suisse 15 essa gama de habilidades Whirpool ra). Através dessa pesquisa, 9 Procter & Gamble 13 é mais importante que Citibank nos parece que os alunos exigências corriqueiras Itaú BBA da FGV ainda são deman9 Santander Banespa 11 como fluência em idiomas, HSBC Bank Brasil dados pelas grandes corpo9 BM&F 10 e diplomas de universida- Credit Suisse rações e têm apresentado 8 MZ Consult 9 des reconhecidas, como a Merrill Lynch altas taxas de efetivação. 7 Unilever Brasil 9 FGV. Inclusive, é através Em contrapartida, como Espanhola Com/Serv 7 Accenture 8 da nossa fundação que a os próprios coordenadores autora ilustra seu texto, Francisco Aranha e André sempre se referindo a ela como um Sentindo-nos alfinetados por Samartine admitiram à Gazeta Vargas, exemplo de escola elitizada. Por “elite”, tantas citações à FGV, a única insti- persistem algumas críticas em relaRoberta entende os jovens “formados tuição de “elite” citada, a Gazeta Vargas ção à postura arrogante dos alunos ao em bons colégios particulares, gra- não deixou barato: entrevistamos os ingressarem no mercado de trabalho. duados nas melhores universidades, coordenadores dos cursos de Econo- Para Francisco Aranha, essa arrogânfluentes em vários idiomas” e que, mia, Direito e Administração e bus- cia advém de uma “noção d e sucesso portanto, se acham aptos a enriquecer camos as estatísticas sobre a alocação apressada”. Inclusive, a própria fundasem muitos sacrifícios. Ao longo do dos alunos formados. Pretendíamos, ção lançou há dois anos o programa artigo, o termo “elite” carrega um teor com isso, verificar quão arrogantes, “Baixa bola, FGV”, organizando papejorativo, estando associada à pre- inflexíveis ou preguiçosos realmente lestras com professores e psicólogos, guiça, à arrogância e ao comodismo. são os gevenianos, e como eles têm se a fim de estimular a proatividade ao A grande falha do texto foi saído na busca por emprego. Procura- invés da arrogância.

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ter transformado sua argumentação numa crítica às escolas como a FGV, ao invés de se focar nos novos critérios utilizados pelas empresas. Ela sugere que alunos de escolas menos tradicionais correspondem melhor a esses critérios pois têm mais força de vontade e flexibilidade. Contudo, para isso, a autora escolheu a estratégia de depreciar os alunos vindos das escolas top de linha, ou melhor, os alunos da GV, aos quais ela se refere repetidamente.


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Aos coordenadores, a palavra Chico Aranha e Samartini: “Menos pressa, alunos!”

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perfil dos alunos que ingressam na EAESP é similar aos da EESP: vindos das melhores escolas – em geral particulares –, espera-se deles a melhor formação que o catastrófico ensino brasileiro é capaz de prover. “A qualidade dos alunos é um dos fatores da qualidade da Escola”, diz o coordenador Francisco Aranha, e é por possuir os melhores alunos que a EAESP é considerada uma escola de excelência. Reconhecendo que há bons alunos menos abastados, a Fundação financia parcela das mensalidades de 22% dos alunos da EAESP. Mas o que mais faz e a EAESP diferente das outras faculdades de administração, como o IBMEC – perdão, INSPER? A diferença que se pretende na EAESP é a formação de profissionais com forte base humanística e quantitativa, que sejam pessoas generalistas e que tenham uma visão global dos fatos, para posteriormente se especializarem na área desejada, por meio das “trilhas” com disciplinas obrigatórias e eletivas para que ele tenha a autonomia de escolher o caminho a seguir, seja para a área de finanças, empreendedorismo, academia, etc. O curso de graduação passou recentemente por uma reformulação e por uma re-reformulação, após muita discussão e estabelecimento de valores pedagógicos, como a . A ideia é oferecer uma formação não só para o aluno individualmente, mas para a sociedade, de forma a colaborar com o país, como reza a missão da FGV. Mas o coordenador Chico Aranha e o vice-coordenador André Samartini aconselham: “Menos pressa!”. Para eles, a tão falada “arrogância” dos gevenianos deve-se à noção de sucesso apressada que os alunos têm.

Adriana Ancona: propostas inovadoras A coordenadora do curso de Direito da EDESP-FGV, Adriana Ancona de Faria, explicou-nos o surgimento do curso de Direito dentro da Fundação em São Paulo: “trata-se de um projeto de inovação”. Inovação no sentido de formar profissionais que, além de tudo, deem conta das novas complexidades do mercado. Segundo a coordenadora, para que essa atualização profissional ocorresse, o ensino do Direito foi repensado, assim estabelecendo, na graduação, disciplinas transversais, de modo que todas as áreas do conhecimento trabalhem juntas. Outro ponto é que a escola de Direito também incentiva um eixo de pesquisa em Direito e Desenvolvimento, e uma proposta de pensar na regulação com critérios de eficiência. Portanto, o que conferimos é que essa atualização profissional pretende desenvolver nos alunos habilidades diferenciadas. Uma delas é o desenvolvimento de soluções alternativas de conflito, como a arbitragem, a negociação e a mediação. Outra é proporcionar aos alunos uma vivência mais internacionalizada do Direito, trazendo um maior número de disciplinas em Direito Internacional. Quando questionada sobre o perfil dos alunos que ingressam na EDESP, Adriana tem a percepção de que estes enxergam a FGV como uma escola de direito inovadora, com altos níveis de empregabilidade, uma marca atrelada a excelência, e para que isso se verifique, há uma grande exigência de qualidade acadêmica.

O inflexível Nakano: “Queremos os melhores alunos”

O coordenador do curso de Economia (e também diretor da EESP), Yoshiaki Nakano, garante: a Escola de Economia de São Paulo tem o objetivo de atrair jovens talentos que dominem todo o conhecimento do ensino médio. Em Economia, a abstração muitas vezes é a regra, apesar de o mundo insistir em contradizer os modelos. Assim, uma habilidade importantíssima em Economia é a capacidade de raciocínio abstrato e de lidar com diversas variáveis de forma operacional. O professor, entretanto, lança uma meta instigante. Afirma desejar ver seus alunos “no topo das grandes organizações”. “Não seria o mesmo objetivo da EAESP?”, perguntamos ingenuamente. “Não sei qual é o objetivo o deles. O nosso é este.” E como o Curso de Graduação se relaciona com o mercado de trabalho? Para contextualizar o cenário atual, Yoshiaki Nakano conta do desafio que foi criar a EESP. Havia uma deficiência na formação de economistas durante os 25 anos em que o Brasil esteve sem crescer. Nesse período, as vagas disponíveis eram preenchidas por engenheiros, devido, entre outros, ao conhecimento quantitativo mais aprofundado que possuem. Assim, segundo ele, a EESP tende a ser muito exigente nas disciplinas quantitativas, e possuir a base humanística de que um cientista social necessita. Da primeira turma que a Escola formou, há muitos que estão trabalhando em grandes organizações, em geral instituições financeiras. Algumas empresas já procuram a EESP oferecendo vagas exclusivas a seus alunos. O professor, entretanto, reconhece que são poucos os alunos que querem seguir a vida acadêmica. Parece que poucos economistas EESPianos almejam ganhar o Nobel...

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Fatos e argumentos

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ara melhor ilustrar a situação dos alunos da EAESP-FGV no mercado de trabalho, a Gazeta Vargas buscou a Coordenadoria de Estágios e Colocação Profissional, a CECOP. A equipe da CEPOP gentilmente nos cedeu o Relatório de Atividades de 2007 e 2008, cujos resultados divulgamos agora para todos os alunos. Os relatórios trazem informações sobre os estágios das turmas dos anos em questão, desde as empresas que mais contrataram alunos da FGV, até o número de estágios por aluno. Portanto, vamos ao que realmente interessa: os dados.

[...] grande parte dos graduandos ainda não tem certeza da área em que querem atuar... Em 2007, o número de estágios registrados foi de 866, e em 2007, de 826. Esses contratos de estágios têm duração de seis meses a um ano e a carga horária é de 4, 5, ou 6 horas por dia. É valido lembrar que alguns alunos registraram mais de um estágio, afinal, grande parte dos graduandos ainda não tem certeza da área em que querem atuar, e acabam trocando de estágio até encontrarem o setor com que se identificam melhor (ou talvez que pague melhor!), e é por isso que divulgamos o número de estágios por aluno. Em 2008, o correspondente a 42% dos estagiários de Administração de Empresas da turma do primeiro período do ano teve dois estágios. No segundo período foram 34% da turma. Na turma do 1° período, 31% dos estagiários tiveram três estágios, e 20% apenas um. Os mais indecisos, com quatro estágios, somaram 7% . As turmas de Adminis-

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tração Pública no mesmo ano trocaram mais vezes de emprego: nos dois semestres, a maioria dos alunos (44%) teve três estágios, e se observarmos o grupo do segundo semestre de 2007, apenas 5% ficou somente em um estágio, enquanto 33% frequentaram quatro instituições. Mas como ninguém quer ser estagiário pra sempre, vamos aos índices de efetivação: em AE tivemos cerca de 80% de estagiários efetivados no ano passado e 78% em 2007. Em AP, a média de efetivação dos dois semestres foi de 78,5% em 2008 e de 71,5% em 2007. Como na EAESP o estágio é obrigatório, esses números são boas aproximações da empregabilidade dos alunos da Escola. Nos dois últimos anos, as Instituições Financeiras e o setor de Serviços foram os que mais contrataram recém-formados, à frente da Indústria, dos Negócios Próprios ou Familiares, e da Área Pública. Aliás, dos dois anos analisados, foi apenas no segundo semestre de 2008, na turma de AP, que se registrou um índice diferente de zero (3%) de contratação na Área Pública. Checando uma questão recentemente levantada dentro da EAESP, sobre o incentivo ao empreendedorismo durante a graduação, temos que 8,5% dos alunos dedicaram-se a negócios próprios ou familiares em 2008 e 7% em 2007. Das turmas de formandos contempladas no período, sete tiveram a maioria dos alunos estagiando na área de finanças. Aliás, no segundo semestre de 2007, entre os estagiários de AP, essa maioria atingiu 61%, estando 48 pontos à frente da segunda área mais procurada na maioria das turmas: a de consultoria.

Dados de Direito Em relação à EDESP-FGV , obtivemos informações a respeito da situação atual dos alunos do 4o e 5o anos, ou seja, se eles estão ou não estagiando.

Há 39 quartanistas, dentre os quais 9 não estão estagiando por diferentes razões como, por exemplo, intercâmbio e dedicação aos estudos. A situação dos jovens parece ser bem satisfatória, uma vez que grande parte deles estão em escritórios renomados como Mattos Filho (do qual o diretor da Escola é sóciofundador), Pinheiro Neto Advogados e Machado Meyer Sendacz e Opice Advogados. Dos 46 quintanistas, 13 não estão estagiando e 4 dos jovens foram efetivados pelo Pinheiro Neto Advogados. Os outros estão atuando em diferentes lugares como os escritórios já citados, Barbosa Mussich e Aragão Advogados, o Banco Credit Suisse, na Câmara Municipal de São Paulo, na Comissão de Valores Imobiliários, dentre outros.

Dados de Economia

No “Book da 1a turma de formados”, há 22 alunos que completaram a graduação na EESP em dezembro de 2007. Dentre eles, 100% possuem inglês fluente em escrita, leitura e conversação, sendo que alguns falam e escrevem em outras línguas como espanhol, francês, e/ou alemão. Ao analisar a orientação de carreira desses alunos, notou-se que 68% tinha interesse, ou estava atuando, na área financeira. Em segundo lugar, foi a análise macroeconômica ou pesquisa econômica, com 31%. Vale lembrar, que há alunos que tiveram mais de uma opção de escolha profissional. Apenas dois alunos ingressaram na academia. Todos que decidiram atuar no mercado estavam estagiando ou haviam estagiado em alguma organização, como o Banco ABN AMRO Real, Tendências Consultoria Integrada, Itaú, Banco Sofisa, Santander, na Secretaria do Governo, na Secretaria da Educação, entre outras. Infelizmente, esses dados não possuem muito valor estatístico, por tratar-se de somente uma turma formada. Não podemos, assim, delinear um padrão sobre o qual se possa argumentar estatisticamente.


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Quem faz, aprende

so, para a EDESP e para a EESP, parece estar muito fortemente correlacionado com a empregabilidade imediata de seus alunos em corporações respeitadas. É a EDESP 72% dos alunos do a ter um instrumental mais forte que a a empregabilidade e a não a capacidade quinto ano estão estagiando, média para atuar no campo empresarial, de criar novos e próprios negócios que e no quarto ano, o mesmo ínmas também têm plena capacidade de denota o sucesso da Escola enquanto fordice é de 82%. Conferindo que a empretrabalhar em qualquer outro campo do madora de jovens. O professor Nakano gabilidade da escola não deixa a desejar, Direito. ilustra sua filosofia do “aprender na prácolocamos em questão tica” por meio de um provérÁreas que mais contrataram recém-formados outra polêmica sobre bio chinês: “Aquilo que você AE AP a escola: seria o curso houve, esquece. Aquilo que exclusivamente voltavocê vê, entende. Aquilo que 2008 2007 2008 2007 do para a área empre- Setor você faz, aprende”. Não que 1°S 2°S 1°S 2°S 1°S 2°S 1°S 2°S sarial? Ilustrando essa isso consista numa caracteConsultoria 21% 23% 22% 18% 28% 23% 36% 13% percepção da EDESP, rística criticável das Escolas: Finanças 53% 39% 51% 52% 42% 44% 30% 61% temos a última propaé simplesmente uma esco10% 20% 13% 13% 8% 3% 4% 13% lha pela formação de bons ganda do vestibular Marketing do Direito GV: um alu- Pública profissionais para “operar o no entrando em um Outros 16% 18% 14% 17% 22% 30% 30% 13% mercado”. A Academia não prédio e subindo de deve se limitar a prover ao andar conforme vai avançando na gra O diretor-coordenador da EESP, mundo pessoas que o sonhem, mas tamduação, no final, quando formado, chega Yoshiaki Nakano, continua na busca de bém aquelas que o movam. Entretanto, ao último andar, o que sugere o topo de soluções para algumas questões interdeve encontrar um equilíbrio entre ser uma empresa. Aos que viram a propanas que ainda não satisfazem os alunos, um ambiente em que se repensa esse ganda, hão de concordar que ela deixa a como a defasagem na interdisciplinamundo e ser um ambiente que o reproentender que a FGV forma alunos, preridade de matérias, a dificuldade que duz. ferencialmente, para atuar e liderar em os alunos de economia têm para se ex Na Escola de Administração, grandes empresas. Em contrapartida, pressarem oralmente, a transposição da entretanto, os coordenadores deixam a coordenadora do curso nos informou teoria para o mundo real e o método de bastante claro o desejo de preparar o que não era esse o intuito do marketing, ensino usado. Esta última questão tem aluno para ser o que quiser. Em matémas simplesmente passar uma mensasido tratada com grande empenho, mas ria de estímulo ao empreendedorismo, gem de sucesso profissional. O que se segundo Nakano, é uma tarefa difícil, a EAESP está à frente das outras duas percebe então é que a escola de Direito uma vez que tanto alunos quanto proescolas da FGV-SP, algo completamente realmente traz mais disciplinas de Adfessores são viciados a um método que os esperado, dado o caráter dinâmico da ministração e Economia que os cursos acompanham desde o ensino básico. Administração. Certamente há uma detradicionais, mas, como alega Adriana, Na Escola de Economia, tammanda latente na sociedade por empreisso deve ser enxergado como um difebém se quer formar alunos diferenciados endedores e pensadores, cabeças que farencial, e não como uma restrição. É por em suas habilidades e qualificações. Aluçam diferença, mudando a realidade em isso que os alunos ali formados tendem nos para serem bem empregados. Sucessuas estruturas. A FGV como um todo representa, diga-se de passagem, esse Setores que mais contrataram recém-formados pensamento crítico e inovador em relaAE AP ção à realidade brasileira: é o mais importante think-tank do País. Entretanto, 2008 2007 2008 2007 no nível da graduação, firmou seu nome Setor \ Semestre 1°S 2°S 1°S 2°S 1°S 2°S 1°S 2°S como uma faculdade exigente, mas basIndústria 11% 16% 8% 20% 17% 11% 3% tante pragmática, tentando ensinar aos Inst. Financ. 48% 34% 44% 42% 39% 27% 30% 40% alunos aquilo que as grandes empresas Serviços 35% 46% 42% 34% 47% 43% 48% 50% têm buscado neles. Inclusive para ensiNeg. próprio/ nar-lhes que para serem o que querem as 6% 4% 6% 4% 14% 10% 11% 7% Familiar empresas, os gevenianos têm que “baiÁrea Pública 3% xar a bola” e aprender a aprender. ¤

N

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FEA x FGV no Mercado de Trabalho Thaís Gasparian Moraes

ex-Diretora-Presidente da Gazeta Vargas FGV-EDESP

Guilherme Lichand

ex-Editor-Chefe da Gazeta Vargas PUC-RIO

A

rivalidade entre os alunos de administração de empresas da FGV-EAESP e da FEA-USP vem de tempos antigos. Fundadas respectivamente em 1954 e 1946, ambas vem há mais de meio século formando futuros empreendedores, executivos de sucesso, estagiários de luxo e fazedores de café; afinal, cada turma é heterogênea e reúne em menor ou maior medida representantes de cada um desses destinos. Entretanto, em tantos anos de rivalidade, foram poucos os números que conseguiram representar a efetiva diferença entre ambas as faculdades. Afinal de contas, o que faz da FGV ser considerada a tradicional FGV? O que faz os pais de tantos vestibulandos se esforçarem a pagar em torno de R$2.000 ao mês quando, alternativamente, existe uma faculdade a uma distância não superior a 11 km que oferece um curso de administração de forma gratuita? Responder a essas questões demanda um ferramental de pesquisa avançado, o que por hora não dispomos. Mas, o que podemos oferecer ao leitor é a análise de apenas um dos aspectos que compõem essa pesquisa, qual seja: a análise quantitativa do número de profissionais formados por ambas as Escolas presente na alta administração das grandes empresas brasileiras. Afinal de contas, um dos ativos mais relevantes de uma faculdade é o sucesso de seus ex-alunos no empresariado nacional.

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Nosso método de pesquisa foi o seguinte: verificamos o número de profissionais formados pelas Escolas de Administração da FEA-USP e pela FGV-SP presentes entre os membros da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração das 35 maiores empresas de capital aberto do Brasil, segundo o ranking de 2009 da Revista EXAME. A opção pelas empresas de capital aberto foi realizada levando em consideração a disponibilização de informações pela CVM em seu sistema virtual, bem como a governança corporativa dessas empresas que envolve uma administração profissionalizada. Além disso, a comparação foi feita somente entre os alunos de administração da FEA-USP e da FGV-SP pois ambos os cursos apresentam datas de fundação próximas. Ressalvamos, entretanto, que não buscamos entender aqui as causas dessas diferenças: é possível que disparidades sistemáticas se devam ao efeito causal do ensino de então sobre sucesso profissional, ou simplesmente a um processo de seleção capaz de atrair pessoas que teriam

31,4% das empresas possui ao menos um ex-geveniano no seu Conselho de Administração e 20% delas em sua Diretoria executiva

mais sucesso de qualquer maneira, ou a um efeito de redes sociais, ou ainda uma combinação desses fatores. Ainda, nossas conclusões não dizem nada sobre como atualmente esses canais se transmitem para sucesso profissional: o olhar aqui é histórico, dado que a idade média dos profissionais em análise é superior a 50 anos. Abaixo, seguem os dados coletados com a pesquisa: A partir de tais dados, é possível retirar algumas informações relevantes. Em primeiro lugar, é preciso destacar que, das 35 empresas consideradas, 22 – isto é, 63% - não apresenta nem na Diretoria Executiva nem no Conselho de Administração integrantes de nenhuma das escolas. Este é um dado impressionante, mas que tem a ver, de um lado, com a natureza dos negócios das maiores empresas brasileiras, parte significativa delas ligadas à extração de minérios, siderurgia, energia e construção civil, áreas que tipicamente demandam competência administrativa ligada a engenharia, e, de outro, com a predominância de engenheiros e economistas nessas posições nas empresas de qualquer ramo de negócios. Apesar das cifras pequenas, é possível detectar diferenças significativas entre FGV-EAESP e FEAUSP: se 31,4% das empresas possui ao menos um ex-geveniano no seu Conselho de Administração e 20% delas em sua Diretoria executiva, apenas 8,6% delas possui um ex-feano entre os membros do Conselho de Administração e somente 5%, em sua Diretoria Executiva.


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gazetavargas@gvmail.br Quando comparamos o número de membros essas diferenças são ainda mais patentes: no total, há 15 formados pela FGV-EAESP em posições de Conselho de

Administração contra apenas 3 formados pela FEA; a situação é similar no que diz respeito ao corpo executivo: 11 ex-gevenianos, contra somente 2 ex-feanos, no total.

Conselho de Adm.

Diretoria Executiva

FGV

FEA

FGV

FEA

1. Petrobras

1

0

0

0

2. Vale

0

0

0

0

3. Itaú Unibanco

1

0

2

1

4. Bradesco

0

0

0

0

5. Ambev

1

0

0

0

6. Santander

2

0

2

0

7. Banco do Brasil

0

0

0

0

8. Eletrobrás

0

0

0

0

9. CSN

1

0

1

0

10. Telefônica

0

0

0

0

11. Gerdau

0

0

0

0

12. Brasil Telecom

0

0

0

0

13. Redecard

1

1

0

1

14. OGX Petróleo

0

0

0

0

15. CPFL Energia

0

0

0

0

16. Cemig

0

0

0

0

17. Telemar

0

0

0

0

18. Souza Cruz

0

0

0

0

19. Usiminas

0

0

1

0

20. Tractebel Energia

0

0

0

0

21. BMF&Bovespa

2

0

0

0

22. Vivo Participações

0

0

0

0

23. CCR

0

0

0

0

24. TIM Participações

0

0

0

0

25. Embrapar

0

0

0

0

26. Natura

1

1

3

0

27. Weg

0

0

0

0

28. Nossa Caixa

1

1

0

0

29. Pão de Açúcar

3

0

1

0

30. JBS

0

0

0

0

31. Ultrapar

0

0

1

0

32. ALL

0

0

0

0

33. Bradespar

0

0

0

0

34. CTEEP

1

0

0

0

35. Embraer

0

0

0

0

15

3

11

2

TOTAL

As empresas que mais empregam ex-gevenianos são Santander, Natura e Pão de Açúcar, representativas dos setores de Banco, Bens de Consumo e Varejo, respectivamente, o que faz transparecer uma variedade de setores ocupados por ex-gevenianos. As empresas que empregam ex-feanos também representam setores variados. É o caso da Redecard, Natura, Itaú Unibanco e Nossa Caixa, representativas dos setores de Serviços, Bens de Consumo e Banco, respectivamente. Outro dado interessante é que as empresas que apresentam maior número de exgevenianos não apresentam nenhum exfeano. É o caso do Pão de Açúcar e do Banco Santander que chegam a apresentar em sua administração 4 profissionais da FGV e nenhum da FEA. Ademais, não há nenhuma empresa que empregue um ex-feano e não empregue um ex-geveniano. A conclusão da pesquisa é: o curso de administração da EAESP, dentro dos parâmetros de pesquisa utilizados no presente artigo, supera o curso de administração da FEA-USP em termos de participação na alta administração das maiores empresas de capital aberto do Brasil. E, isso traz valor significativo ao diploma do geveniano atual. Entretanto, não deixamos de considerar que outros fatores interferem nesse valor, inclusive o índice de empregabilidade dos recém-formados, especialmente após a criação de outros de administração no Brasil. Desejamos, além disso, que esta pesquisa sirva de base inicial para outras pesquisas que venham a ser desenvolvidas pelos redatores desta Revista que objetivem, efetivamente, esclarecer os motivos que diferenciem a FGV das demais faculdades e, finalmente, determinar o quanto vale o diploma dessa Instituição. ¤

Fonte: Tabulação própria a partir de dados da CVM (sistema IAN).

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Mercado de Trabalho Passado e Perspectivas Entrevista com

Renato Guimarães Ferreira Rafael Kasinski A edição #81 da Gazeta Vargas trata do Mercado de Trabalho, e nosso entrevistado especial para a edição foi um especialista no assunto: professor Renato Guimarães Ferreira. No dia 23 de setembro, o professor Renato recebeu a Gazeta no Clube dos Professores, e conversou extensamente sobre suas impressões da qualidade dos formados pela FGV e dos jovens em geral. Renato Guimarães é doutor em Administração de Empresas pela EAESP, e ministra cursos no GVPEC e na graduação da Escola. Além de atuar na Academia, também trabalha “nas áreas de consultoria, aconselhamento de carreira, coaching e desenvolvimento de gestores para organizações empresariais de destaque no cenário nacional”, como consta em seu profile no site da EAESP. Na entrevista concedida à Gazeta, o professor opinou sobre temas abrangentes como empreendedorismo, flexibilidade e a própria qualidade do ensino da EAESP. »» Gazeta Vargas – Há indícios, tanto na imprensa como na sala de aula, de que empresas não estão completamente satisfeitas com o perfil de alunos como os formados pela FGV, e essa insatisfação tem reflexos nos novos critérios dos processos seletivos. De onde advém essa preocupação? »» Renato Guimarães Ferreira – A preocupação está voltada não para o aluno da GV, mas para uma característica da geração. Contar só com a faculdade não é suficiente, outras coisas estão sendo valorizadas no mercado de trabalho, particularmente duas ha-

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bilidades essenciais: disciplina e foco. Numa pesquisa recente da agência “Na Mosca”, chamou–se a atenção para o seguinte: há um conjunto de valores que privilegiam prazer imediato, como se não houvesse amanhã; nada consegue se adiar; um clima de fim de mundo. Isso tem desembocado numa falta de atenção: falta fazer as coisas de maneira continuada e aproveitar tudo que elas podem dar. As empresas têm dito que não querem fazer o processo seletivo somente com faculdades de elite, em que só entrem alunos da USP ou FGV; querem alunos mais diversificados, caras que cheguem com mais garra. Tudo bem, o cara tem uma ótima formação, mas não desenvolveu uma visão de mundo; é um cara que batalhou pouco para conseguir as coisas, não tem esse pique de alguém que fez tanto para conseguir que vai se esforçar muito pra continuar lá. A pessoa pode ter uma formação espetacular, mas não aprendeu a conviver com um tipo de coisa: a capacidade de conviver com a diversidade, vivendo em ambientes muito fechados, com grupos muito homogêneos. Ela foi criada num tipo de ambiente em que tudo o que seja diferente seja visto com muita distância. Não reconhece o outro. »» GV – Qual é a relação entre o problema do desenvolvimento pessoal dos alunos e o comportamento das empresas em busca de jovens talentos? »» RGF – As empresas querem chegar cada vez mais cedo na escola. Querem os alunos o mais cedo possível, mas depois viram e falam: “a escola não está formando o aluno que gostaríamos que ela formasse”. Claro que não está for-

mando! Se o aluno estuda 5 horas e trabalha 6, já são 11 horas do dia. Mais 2 horas de deslocamento, e já são 13. Em que hora você acha que ele pode cuidar de sua formação? Preocupa–me muito hoje um aluno que termina a faculdade sem estudar, sem ter dedicado tempo a fazer leituras; quando muito, só se lê o conteúdo das [disciplinas] obrigatórias! Mas não tem aquela possibilidade de ampliar sua visão de mundo, porque está sendo cobrado a fazer um estágio cada vez mais cedo, o que compromete sua formação. É um voo complexo, não dá para culpabilizar somente o aluno por isso. Mas, via de regra, as soluções são vistas como individualizadas. Uma das perguntas, que está no Na Mosca, era: de que depende meu emprego? As pessoas respondiam: “só de mim mesma”. “Meu sucesso depende apenas de mim”. “As minhas características pessoais me farão ter destaque”. Não depende de absolutamente mais nada! Tenho revelado preocupação sobre isso. Como aumentamos empregabilidade dos alunos da GV através de estratégias que não sejam única e exclusivamente centradas em sala de aula e estágio? Existem atividades complementares, uma série de iniciativas: mas em que horário mesmo? Não dá nem tempo de trabalhar em entidade, mais! »» GV – Hoje em dia fala–se num mercado de trabalho em que os empregos se tornam cada vez mais “precarizados”. Precários no sentido de muito pouco estimulantes e gratificantes, com poucas possibilidades de realização pessoal e ascensão profissional. Seria o empreendedorismo uma solução para esse problema?


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gazetavargas@gvmail.br »» RGF – Empreendedorismo é importante. Se você pegar os dados de colocação dos alunos da GV no mercado de trabalho, disponíveis na CECOP, você percebe que ainda é grande o número de alunos que se empregam em grandes organizações, empregos não “precarizados”. Eu tendo a acreditar que o número de empreendedores vai aumentar. Mas ainda não é a realidade nesse momento. E a questão da “precarização”, apesar de afetar o mercado de trabalho como um todo, não afeta o aluno típico e médio da

nada forma? Há outros fatores que não o mercado de trabalho propriamente dito: a representatividade dos departamentos, forças políticas na instituição e a discussão relevante de se o papel da escola é única e exclusivamente formar alunos para o mercado de trabalho. Quando foi feita a reforma da graduação houve várias reuniões com pessoas do mercado, mas as mudanças devem atender a outras coisas, como por exemplo as regras do MEC. Com relação aos professores da GV e como eles veem esse

Meu sonho é que a GV fosse capaz de atrair um conjunto diversificado de alunos e de entregar à sociedade um conjunto diversificado de alunos GV. O aluno médio da GV entra em bom programa de trainee, em uma boa organização onde as condições de trabalho lhe deem perspectivas de posicionamento em posições nucleares na organização. Empreendedorismo é uma saída interessante à degradação dos empregos, mas depende muito do perfil das pessoas. Não é uma solução para todo mundo. Tem gente que não tem perfil de empreendedorismo. A GV abrange quantidade grande de possibilidades de formação. A formação de empreendedor não é a mesma daquele que quer fazer carreira em organizações. Mas a GV de certa forma se propõe a apoiar alunos que queiram fazer coisas tão distintas como essa. »» GV – Como o curso de graduação em Administração da EAESP tem trabalhado no sentido de atender às demandas do mercado de trabalho? O senhor julga que o curso está voltado para prover maior empregabilidade ao aluno? »» RGF – Quais são os vetores que levam a construir o curso de determi-

tipo de questão, creio eu que a GV é bastante diversificada. Não vejo que haja uma percepção homogênea de o que seria mais ou menos relevante abordar. Talvez haja sim certo consenso de que o aluno da GV é visto como um pouco mais arrogante e com menos disposição para trabalhos de natureza operacional. Fiz uma entrevista com os trainees de uma empresa recentemente, e dos seis entrevistados, havia uma engenheira. Ela foi a única que não reclamou de fazer trabalhos operacionais. Todos os outros diziam “ah, não estou gostando muito. O trabalho é muito operacional...” Acredito que a formação influencie essa maneira de encarar o trabalho. Muitas vezes o aluno da GV entra na empresa, acha que vai começar fazendo trabalho de natureza estratégica, e é arredio a outros trabalhos. »» GV – Quanto aos alunos da FGV, o senhor avalia que há um padrão ou um perfil? Há alguma “tradição” associada aos alunos da EAESP, em específico, no mercado de trabalho?

»» RGF – Fiz uma pesquisa em 2002 com alunos que estavam se formando pela EAESP, e alguns deles usavam uma expressão que me deixou muito incomodado: “pacotinho GV”. Esse “pacotinho” trata–se de um conjunto de expectativas muito homogêneas que apontava para uma definição muito particular de sucesso. Esta envolve a colação em pouco tempo e ascensão muito rápida em organizações. Ainda predomina essa imagem de sucesso. Eu tendo a enxergar o papel da faculdade como sendo o de estimular a ideia de que sucesso pode ser atingido de diferentes maneiras. Meu sonho é que a GV fosse capaz de atrair um conjunto diversificado de alunos e de entregar à sociedade um conjunto diversificado de alunos, que pudessem estar sintonizados com seus próprios projetos de carreira e vida. Ainda há uma noção muito homogênea das áreas em que se pode alcançar sucesso. A FGV, por exemplo, tem imagem forte como formadora de profissionais para o mercado financeiro. Na verdade, a GV tem proposta de formar um gestor de perspectiva generalista, mas a grande concentração tem sido em finanças. Na geração de vocês, há uma questão de qualidade de vida que se tornou mais presente na avaliação das propostas de trabalho. Muita gente tem olhado com desconfiança para o ritmo, a intensidade e a pressão vivida por aqueles que entram nos mercados mais tradicionais. Frequentemente a própria organização tem reconsiderado algumas estratégias de lidar com o funcionário. Ninguém vai trabalhar em um lugar sem considerar se lá levará a vida que gostaria de levar. Há empresas em que os gestores são avaliados em relação ao estímulo a um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Isso é um sinal de que a empresa percebeu como pode perder membros por não oferecer a eles o que eles querem de suas vidas. ¤

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Tecnologia

Daniel Fejgelman

A

Gazeta Vargas mantém o papel de atualizar os alunos com as novidades tecnológicas. Hoje falaremos do Google, e outras ferramentas online.

Google Quem nunca disse, “o Google vai dominar o mundo”? Pois é, a cada dia nos surpreendemos com essa empresa. Foi-se o tempo em que o Google era um mero mecanismo de busca, hoje provê email, agenda, Orkut, Office e uma infi­ nidade de outras ferramentas. As mais novas, preferidas pelos alu­nos, são o Google Agenda e o Google Docs. O Google Docs permite visualizar e editar documentos do pacote Office como textos, planilhas e apresentações de maneira muito fácil, da criação à edição. O mais fascinante é a sua ope­racionalidade offline que pode ser feita baixando o Google Apps (em pack.google.com) e assim dispor de um “pacote Office” gratuito. Outra novidade é o compartilhamento dos documentos que podem ser editados por mais de um usuário ao mesmo tempo e em locais diferentes. Por fim, o Docs oferece a pos­sibilidade de salvar seus arquivos em várias extensões, como o pdf e os clássi­cos formatos do Office (.doc, .xls e .ppt). Outra ferramenta prática é o Google Agenda, cujo forte é a comuni­ cação. Com ela você pode compartilhar seus horários no modo completo ou no modo privacidade (que indica apenas os horá­rios ocupados) e ser avisado por lembre­tes e/ou e-mails. O mais interessante é a possibilidade de sincronizar tudo com o celular (pelo site: goosync.com) e assim poupar o tem­po de digitar tudo nos aparelhinhos.

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Reinventando o e-mail A Google anunciou, no dia 30 de se­ tembro, em sua feira de novidades, a Google I/O, o seu mais novo produto: O Google Wave. Ele está em processo de desenvolvimento e seu caráter “livre” e revolucionário abriu as portas para desenvolvedores de todo o mundo construírem de forma compartilhada esse novo serviço. O Wave propõe uma reformulação do email, um jeito inovador e interati­ vo de se comunicar e usar redes sociais. Procurando evitar emails que vão se tornando um compilado de respostas confusas, o Wave permite ao usuário responder a alguém na metade de uma mensa­gem, corrigir outras, observar o histó­rico de alterações passo a passo, tudo isso atualizado caractere por ca­ ractere em tempo real. A ferramenta ainda possibilita anexar arquivos às conversas, apenas arrastan­do-os para a janela, a criação de novas funcionalidades e a interface com diversos outros sites de maneira intuitiva e igualmente re­volucionária. O programa pretende ser liberado aos usuários domésticos até o final de 2009.

Livros para todos Se você gosta de ler no computador ou tem um e-book ou prefere imprimir à xerocar, aqui vão alguns sites para bus­ cas de livros e documentos eletrônicos: 4shared.com, rapidlibrary.com, scholar. google.com.br, pdf-search-engine.com, scribd.com e scholarvox.com (para usar este site é necessário fazer um usuário e senha em algum computador da FGV).

Pen-drive de graça Pen-drives podem quebrar muitos galhos e ficam mais baratos a cada dia, no entanto, dispomos de alternativas mais praticas e, acredite, mais baratas. O site

adrive.com, dentre outros, ofe­rece àqueles que se cadastram, 50GB de armazenamento gratuito para uso pessoal. Os pen-drives, no entanto, con­tinuam ótimos como meio imediato de transferência de arquivos, principal­mente quando não há internet por perto.

Kindle no Brasil Pois o Kindle chegou ao Brasil! O mesmo leitor digital que havíamos no­ticiado na última edição agora pode ser adquirido por pessoas em mais de 100 países, inFonte: IDG Now!

Coluna de

Coluna

KindleDX, leitor digital da Amazon cluindo o Brasil. No dia 7 de outubro, foi divulgado o lançamento oficial do leitor digital, em sua versão internacional, que contará com uma tela de 6” e rede wireless. O preço dessa versão (equivalente ao Kindle 2) será de R$ 1.030,00 na amazon.com e os livros vendidos por este site vão custar 40% a mais para compradores estrangeiros. Segundo a empresa, esta diferença é para cobrir os custos da ope­ração internacional. Este modelo ainda não conta com lei­tor de pdf nativo, apenas via conversão, e sua tela de 6” dificul­ta a leitura de livros didáticos. Resta aos universitários brasileiros esperarem mais um ano para poder comprar a versão DX (de tela maior), ou aguardar a con­ corrência lançar versões mais sofistica­ das de seus leitores. ¤


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Mais do mesmo? João Gabriel Daher 8º semestre de Economia

A atual crise política vivida pelo Senado brasileiro e, em menor escala pela Câmara dos Deputados e pelo Supremo Tribunal Federal, ao contrário do que se pensava, revela que apenas a opinião pública não basta para forçar a saída de políticos envolvidos com esquemas obscuros. Mostra ainda um cenário para 2010 onde estratégias eleitorais necessitarão ser revisadas para todos os candidatos. Assumindo uma visão onde políticos e partidos almejam o poder e, portanto, serem eleitos pela regra vigente majoritária, ideologias históricas associadas a partidos políticos são deixadas de lado em prol de programas de governo amplos, conciliativos, capazes de satisfazer interesse de grandes grupos agregando e formando maiorias. Exemplo desse fenômeno é o passo dado à direita pelo PSDB em 1994 ao fazer aliança com o PFL, abandonando assim sua histórica posição de centro-esquerda. Da mesma forma, a reestruturação do PT em 2002 e as alianças com partidos políticos de diversas naturezas ideológicas resultaram em uma coligação capaz de viabilizar a candidatura Lula. Os dois fatos citados costumam ser base do argumento daqueles que defendem a política brasileira após a constituição de 1988 sendo muito mais pragmática do que ideológica. Do ponto de vista teórico/metodológico cientistas políticos, sociológicos e economistas têm recorrido ao chamado “modelo espacial do voto” para justificar esse comportamento estratégico dos partidos e, principalmente, para entender o seu sucesso. Neste tipo de modelo é assumida a regra eleitoral majoritária e eleitores distribuídos em um espectro ideológi-

co capazes de estabelecer preferências, manifestando-as ao votar no partido mais próximo de sua posição. A derivação lógica desse tipo de raciocínio é um limite onde todos os partidos estão no centro, dificultando até mesmo a diferenciação nos programas e nas políticas propostas. Dessa forma, ao convergirem assintoticamente para o centro, partidos políticos correm o risco de tornarem seus programas tão similares que passariam a ser considerados homogêneos, abrindo espaço para um terceiro quadro se diferenciar e ganhar as eleições.

A crise vivenciada pelo legislativo, somada a indignação da opinião pública e a posição protecionista do PT culminou esses dias na transferência da Senadora Marina Silva para o PV Esse fenômeno ocorre quando uma terceira corrente política percebe que pode satisfazer o eleitorado ao trazer para o debate político novas discussões além da tradicional disputa entre esquerda e direita. Um exemplo disso é a viabilização da candidatura de Barack Obama, nos EUA, com campanha descentralizada e questões além das propostas por seus adversários, incluase a ex-primeira dama Hillary Clinton. Tais questões como integração racial, aproximação da juventude a política

e uma nova ordem para o capitalismo mundial fizeram com que o candidato se destacasse e comprovasse uma possibilidade antes considerada apenas hipoteticamente. No Brasil, a situação não é muito diferente. A crise vivenciada pelo legislativo, somada a indignação da opinião pública e a posição protecionista do PT culminou esses dias na transferência da Senadora Marina Silva para o PV. A boa repercussão do anúncio da sua provável candidatura a presidência da república revela uma sociedade aberta a novas questões para o debate eleitoral além das tradicionais que todos estão acostumados. Do ponto de vista estratégico, para o PSDB é ótimo que exista um terceiro quadro capaz de englobar parcela significativa dos eleitores do PT e de Dilma, principalmente se pensarmos em uma eleição em dois turnos. Para o PT, a situação revela que a tradicional maneira do presidente Lula de fazer política conciliando interesses conflitantes e “trazendo todos para o governo” poder ter o alto custo de transformar um governo antes considerado diferenciado pela população em um governo homogêneo, igual a todos os outros. O fato de Marina ser ou não capaz de se eleger Presidente da República pouco importa nesse momento, entretanto, o impacto de sua candidatura ao programa de seus adversários considerados “pragmáticos” será enorme. Se quiserem minimizar o destaque do terceiro candidato, novas questões terão que ser trazidas ao debate eleitoral. Estas podem ser em relação ao meio ambiente, a falta de transparência e ética na política e quem sabe, uma estratégia para o desenvolvimento nacional baseada nos recursos do pré-sal. É difícil neste momento prever quais serão os programas e temas abordados por cada candidato. Mesmo assim, podemos com certeza esperar em 2010 as eleições mais interessantes dos últimos tempos. ¤

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Plegaria del Estudiante Cesar Matsumoto 7º semestre de AP

“U

n día en 1972, uno de mis hijos me relató un suceso del colegio en el que muchos alumnos fueron negados por sus profesores. Así, simplemente así: no fueron escuchados. Yo escribí este poema y lo coloqué después en un fichero del Departamento de Biología de la Facultad de Ciencias. Muchos estudiantes lo copiaron, y por ello es que puedo mostrarlo ahora, pues el original se perdió para siempre” (Humberto Maturana Romesín). ¿Por qué me impones lo que sabes si quiero yo aprender lo desconocido y ser fuente en mi propio descubrimiento? El mundo de la verdad es mi tragedia; tu sabiduría, mi negación; tu conquista, mi ausencia; tu hacer, mi destrucción. No es la bomba lo que me mata; el fusil hiere, mutila y acaba, el gas envenena, aniquila y suprime, pero la verdad seca mi boca, apaga mi pensamiento y niega mi poesía, me hace antes de ser. No quiero la verdad, dame lo desconocido. Déjame negarte al hacer mi mundo para que yo pueda también ser mi propia negación y a mi vez ser negado. ¿Cómo estar en lo nuevo sin abandonar lo presente? No me instruyas, déjame vivir viviendo junto a mí; que mi riqueza comience donde tu acabas, que tu muerte sea mi nacimiento. Me dices que lo desconocido no se puede enseñar, yo digo que tampoco se enseña lo conocido y que cada hombre hace el mundo al vivir. Dime, que yo tejeré sobre tu historia;

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muéstrate para que yo pueda pararme sobre tus hombros. Revélate para que desde ti pueda yo ser y hacer lo distinto; yo tomaré de ti lo superfluo, no la verdad que mata y congela; yo tomaré tu ignorancia para construir mi inocencia. ¿No te das cuenta de que has querido combatir la guerra con la paz, y la paz es la afirmación de la guerra? ¿No te das cuenta de que has querido combatir la injusticia con la justicia, y que la justicia es la afirmación de la miseria? ¿No te das cuenta de que has querido combatir la ignorancia con la instrucción y que la instrucción es la afirmación de la ignorancia porque destruye la creatividad? Tu conocimiento nos muestra el mundo o lo niega, porque es la historia de tus actos, o lo negará porque despertando tu imaginación te llevará a cambiarlo Deja que lo nuevo sea lo nuevo y que el tránsito sea la negación del presente; deja que lo conocido sea mi liberación, no mi esclavitud.

No es poco lo que te pido. Tú has creído que todo ser humano puede pensar, que todo ser humano puede sentir. Tú has creído que todo ser humano puede amar y crear. Comprendo pues tu temor cuando te pido que vivas de acuerdo a tu sabiduría y que tú respetes tus creencias; ya no podrás predecir la conducta de tu vecino, tendrás que mirarlo; ya no sabrás lo que él te dice escuchándote, tendrás que dejar poesía en sus palabras. El error será nuevamente posible en el despertar de la creatividad, y el otro tendrá presencia. Tú, yo y él tendremos que hacer el mundo. La verdad perderá su imperio para que el ser humano tenga el suyo. No me instruyas, vive junto a mí; tu fracaso es que yo sea idéntico a ti.”


GAZETA VARGAS

Espaço Aberto

gazetavargas@gvmail.br

Oração do Estudante Por que me impões o que sabes se eu quero aprender o desconhecido e ser fonte em meu próprio descobrimento? O mundo da verdade é minha tragédia; tua sabedoria, minha negação; tua conquista, minha ausência; teu fazer, minha destruição. Não é a bomba o que me mata; o fuzil fere, mutila e acaba, o gás envenena aniquila e suprime, mas a verdade seca minha boca, apaga meu pensamento e nega minha poesia, me faz antes de ser. Não quero a verdade, dá-me o desconhecido. Deixa-me negar-te ao fazer meu mundo para que eu possa também ser minha própria negação e por minha vez ser negado. Como estas na novidade sem abandonar o presente? Não me instruas, deixa-me viver vivendo junto a mim; que minha riqueza comece onde tu acabas, que tua morte seja meu nascimento. Dizes-me que o desconhecido não se pode ensinar, eu digo que tampouco se ensina o conhecido e que cada homem faz o mundo ao viver. Diz-me, que eu comporei sobre tua história; mostra-te para que eu possa aparar-me sobre teus ombros. Revela-te para que

desde ti eu possa ser e fazer a diferença; eu tomarei de ti o supérfluo, não a verdade que mata e congela; eu tomarei tua ignorância para construir minha inocência. Não te dás conta de que quiseste combater a guerra com a paz, e a paz é a afirmação da guerra? Não te dás conta De que quiseste combates a injustiça com a justiça e que a justiça é a afirmação da miséria? Não te dás conta de que quiseste combater a ignorância com a instrução e que a instrução é a afirmação da ignorância porque destroi a criatividade? Teu conhecimento nos mostra o mundo ou o nega, porque é a história de teus atos, ou o negará porque despertando tua imaginação te levará a alterá-lo. Deixa que a novidade seja novidade e que a transitoriedade seja a negação do presente; deixa que o conhecimento seja minha liberação não minha escravidão. Não é pouco o que te peço. Tu acreditaste que todo ser humano pode pensar. Tu acreditaste que todo ser humano pode sentir.

Dizes-me que o desconhecido não se pode ensinar, eu digo que tampouco se ensina o conhecido e que cada homem faz o mundo ao viver. Tu acreditaste que todo ser humano pode amar e criar. Compreendo, portanto, teu temor quando te peço que vivas de acordo com tua sabedoria e que tu respeites tuas crenças; já não poderás predizer a conduta de teu vizinho terás que olhar para ele; já não saberás o que ele te diz escutando a ti mesmo, terás que deixar poesia nas palavras dele. O erro será novamente possível no despertar da criatividade, e o outro terá presença. Tu, eu e ele teremos que fazer o mundo. A verdade perderá seu império para que o ser humano tenha o seu. Não me instruas, vive junto de mim; teu fracasso é que eu seja idêntico a ti.

“U

m dia em 1972, um de meus filhos me relatou uma ocorrência do colégio em que muitos alunos foram negados por seus professores. Assim, simplesmente assim: não foram escutados. Escrevi este poema e o coloquei num painel do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências. Muitos estudantes o copiaram, e é por isso que eu posso mostrá-lo agora, pois o original se perdeu para sempre.” (Humberto Maturana Romesín). ¤

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Humor

=1Como identificar e solucionar

problemas na Gioconda11=

»» Sintoma: A parede a sua frente está cheia de luzes. »» Causa: Você caiu de costas no chão. »» Solução: Tente se levantar. Se não conseguir, peça ajuda.

»» Sintoma: Você está olhando um espelho que se move como água. »» Causa: Você está para vomitar em uma privada. »» Solução: Enfie o dedo na garganta »» Sintoma: As pessoas falam produzindo um misterioso eco. »» Causa: Você está com a garrafa de cerveja na orelha. »» Solução: Deixe de ser palhaço. »» Sintoma: Seu amigo não liga para o que você fala. »» Causa: Você está falando com um banheiro químico. »» Solução: Procure seu amigo para que ele te leve para casa. »» Sintoma: O motorista do táxi é um elefante rosa. »» Causa: Você bebeu muitíssimo. »» Solução: Peça ao elefante que o leve para o hospital mais próximo. »» Sintoma: A balada se move muito e a música é muito repetitiva. »» Causa: Você está numa ambulância. »» Solução: Não se mova. Possível coma alcoólico.

Dizem por aí.... “A coluna de tecnologia é escrita à mão e depois digitada. (Colunista relatando os processos hi-tech que envolvem sua coluna)

“Onde é a Gazeta?” “Como assim? Você nunca viu a gaiolinha [aquário] da Gazeta? É do lado do DA.” “A Gazeta é a única entidade transparente na faculdade.” (Alunos discutindo a transparência da Gazeta, que ainda é sexy)

“Professor, a prova está muito difícil?” “Para quem estudou está fácil. Para quem não estudou está difícil.” “E para quem estudou, mas é limitado?” (Aluno preocupado)

“Se for unificada, não vai ser a prova, vai ser a foda.” “Cara, no começo, nossa empresa tava muito f.... Ih, tá gravando? Seu professor vai ouvir? Vamos voltar?” (Entrevistado para trabalho de graduação)

“É legal porque acham que eu sou hóspede e deixam eu usar a piscina.” (Intercambista falando como usava a piscina em um hotel próximo à GV)

Decisão em primeiro grau proferida pelo MM juiz de direito Ronaldo Tovani, em Varginha-MG No dia cinco de outubro do ano ainda fluente em Carmo da Cachoeira, terra de boa gente Ocorreu um fato inédito que me deixou descontente o jovem Alceu da Costa conhecido por “Rolinha” aproveitando a madrugada resolveu sair da linha subtraindo de outrem duas saborosas galinhas Apanhando um saco plástico que ali mesmo encontrou o agente, muito esperto escondeu o que furtou deixando o local do crime da maneira como entrou O senhor Gabriel Osório homem de muito tato notando que havia sido vítima do grave ato procurou a autoridade para relatar-lhe o fato Ante a notícia do crime a polícia diligente tomou as dores de Osório e formou seu contingente: um cabo e dois soldados e quem sabe até um tenente Assim é que aparato

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da Polícia Militar atendendo a ordem expressa do delegado titular não pensou em outra coisa senão em capturar E depois de algum trabalho o larápio foi encontrado estava no “Bar do Pedrinho” quando foi capturado; não esboçou reação sendo conduzido então à frente do delegado. Perguntado sobre o furto que havia cometido respondeu Alceu da Costa bastante extrovertido: “Desde quando furto é crime neste Brasil de bandido?” Ante tão forte argumento calou-se o delegado, mas por dever de seu cargo o flagrante foi lavrado recolhendo à cadeia aquele pobre coitado E hoje passado um mês de ocorrida a prisão chega-me às mãos o inquérito que me parte o coração: solto ou deixo preso, esse mísero ladrão? Soltá-lo; decisão

que a nossa lei refuta pois todos sabem que a lei é pra pobre, preto e puta. Por isso peço a Deus que norteie minha conduta. e é muito justa a lição do pai destas alterosas: Não deve ficar na prisão quem furtou duas penosas se lá também não estão presas pessoas bem mais charmosas como das fraudes do INAMPS das ferrovias engenhosas. Afinal não é tão grave aquilo que Alceu fez pois nunca foi do governo nem seqüestrou Martines e muito menos do GAP participou alguma vez. Desta forma é que concedo a esse homem da simplória com base no CPP liberdade provisória para que volte pra casa e passe a viver na glória. Se virar homem honesto e sair dessa sua trilha permaneça em Cachoeira ao lado de sua família devendo ao contrário mudar-se para Brasília.


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Humor

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Coluna

Saúde&Vida Elvira Pinacolada a nutricionista alcoólatra

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lá meus obesinhos lindos, como vocês estão esta semana? Eu espero que tenham perdido alguns quilinhos desde a coluna da semana passada onde apresentei quais marcas de cigarro reduzem mais o apetite. Mas vamos falar nesta edição de perda de peso de verdade, nada de medidas paliativas, enganadoras e charlatonas como salada e exercícios.Eu falo, é claro, dos remédios para emagrecer! Gordura é uma doença, como já apresentei nas minhas colunas anteriores, e se livrar dela é um objetivo de qualquer pessoa mas se você é obeso só pode culpar seu metabolismo não é mesmo? Metabolismo é a velocidade com que seu corpo queima gordura (o médico que disser outra coisa está mentindo) e é por isso que existem essas cretinas por aí que comem e não engordam! Não é horrível uma questãozinha genética como essa pode influenciar toda a sua vida, igual o alcoolismo com certas pessoas ? É por isso que não existe nada mais normal que recorrer a alguns elementos sintéticos para mudar coisas que nós não gostamos em nós mesmo, afinal Deus não nos criou para sermos contentes conoscos mesmos. Força de vontade e dieta é para os caretas e trouxas e muito mais pessoas do que vocês michelanzinhos imaginam usam estas pilulazinhas, ou vocês acham que a Ivete Sangalo é daquele jeito e fica pulando sem parar porque ela faz ioga? Mas o mercado de remédios para emagrecer está atualmente um problema! Vocês mesmos leitores que já utilizavam remédios devem ter percebido o vácuo no mercado depois que os laboratórios americanos RAVE foram fechados pelo DEA apesar do sucesso estrondoso e da

enorme quantidade de ex-obesos. Vocês devem entender que apesar de milhares de usuários terem se sentido satisfeitos com o produto outros processaram os laboratórios em milhões de doláres porque estavam com seus maxilares exauridos e com alguns dentes a menos após o tratamento em virtude do bruxismo ocasionado pelo remédio – mas perderam peso não perderam? E infelizmente são clientes reclamões como esses que fazem excelentes produtos saírem do mercado, ou pior, entrarem: o McDonald’s tem salada agora, um absurdo porque enquanto você se delicia com um BigMac se sente reprimido pelo olhar das pessoas “saudáveis” com suas saladas. Lembrem-se que além dessas pessoas estarem no restaurante errado elas obviamente desconhecem as maravilhas de perder peso com remédios. Mas apesar destes contratempos jurídicos nem tudo está perdido! Os Laboratórios Colômbia estão revolucionando o cenário dos remédios de emagrecer e é sobre estas novas opções que eu queria mesmo falar! Eles lançaram uma linha de produtos aceleradores de metabolismo com pílulas, sopas e pó para shakes que podem ser diluídos em água, leite ou simplesmente cheirado, alterando para sempre a forma como você entra em forma e deixando todos os concorrentes comendo poeira! Infelizmente ainda não está a venda nas lojas e não estará por um bom tempo, pelo menos até o Congresso regulamentar a venda, então a distribuição dos produtos Colômbia é feita por revendedores autônomos no momento. Prometo que após começarem a usar vocês não vão conseguir dormir de empolgação por estarem enfim alcançando a magreza (além do mais, com estes remédios, dormir está fora de questão). Semana que vem eu falarei da farsa das academias e apresentarei as últimas opções de anabolizantes de cavalo. ¤

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Crônica

Motoqueiros da razão: A censura na forma de muro Michel

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ma obstinada análise dos “hábitos sintáticos” de Toulet em que se declara que censurar e elogiar são operações sentimentais que nada têm a ver com a crítica. Esta ementa pertence a um artigo de Pierre Menard, acadêmico foragido, conhecido por ter assinado o plágio de Dom Quixote. Atentem agora para um exemplo da tese acima: Há várias reações para a música que canto agora, veja só: ela balança mas não para, balança mas nunca para – DIG DIG DUM (2x). Nenhuma é proibida, pelo contrário, as reações acontecem simultaneamente. Seja na forma de elogio “achei legal”; de crítica – “qual a utilidade de escrever isso? Não havia exemplo melhor?”; ou de censura: “como ele publica isso? Funk?” Acontece que quase nada é passível de censura enquanto opinião, talvez o nazismo, as ditaduras, homicídios, sandálias Crocs etc. E no caso de só se elogiar, se você é uma pessoa que acha tudo “da hora, bem legal mesmo” você não tem gosto, - definido como a hierarquização que você faz das coisas. Dito isso, projetemos uma imagem da crítica: O conhecimento uma rodovia. A razão uma moto. A crítica a potência. A censura um muro. E o elogio lubrificação. Agora um bom exemplo de piloto: Dr. House, filósofo da vertente esquizofrênica (Sócrates), famoso pelas suas reações racionais, frequentemente baleado, um dos poucos usuários conscientes de metadona (heroína sem brisa) ainda

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restantes no mundo. Combatente das censuras e dos elogios copiosos. Reality junkie e junkie. Um péssimo: O adulador de convicções o bastante para ser definitivo, sujeito my way or the highway, que censura antes de questionar, e se vale de argumentação “hipocrítica” pra tudo. Aquela mesmo, que vive à espreita da contradição alheia atenta às mudanças de opinião. Nesses dois pilotos diverge o tamanho das estradas, por conseguinte, o quanto você censura corresponde às suas limitações.

Por isso, adotemos uma postura mais hipócrita diante das coisas. É preciso reiterar o quanto for necessário, a hipocrisia é uma dádiva, uma excelência, um atributo que expande o indivíduo. Sem volubilidade não há progresso mental. Enquanto aqui, no ambiente acadêmico do meu autor. Muito elogio. Muita censura. E pouca crítica. ¤

Motoqueiro da razão pronto para cair na estrada.


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JUST DOE IT A Júnior Pública - FGV tem como objetivo prestar consultoria à Área Pública e ao Terceiro Setor. É com a atitude e determinação com que trabalhamos nos projetos de consultoria que promovemos o BOAÇÃO, nossa ação de responsabilidade social.

REALIZAÇÃO

28 e 29 DE OUTUBRO

PAT R O C Í N I O

APOIO

09H00 ÀS 15H00 LOCAL: QUADRA DA FGV

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W W W. A G T E A S E R . C O M . B R

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Boação



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