Edição 91

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GAZETA VARGAS

Cartas

www.gazetavargas.org

Expediente Edição

Marina Silva –

7˚ Direito

Editora -Chefe

marina.arsilva@gmail.com

Mariana Pacetta - 7˚ Direito Revisora marianapacetta@gmail.com

Redação

Luis Fernando Lockmann e Souza - 6˚ AE luizfernandols91@gmail.com

Higor Borges - 1˚ Direito higor.lima@gvmail.br

Pedro Monasteiro - 1˚ Economia pedromonasterio@gmail.com

Nadia Waked - 5˚ Direito nadia.waked@gvmail.br

Laís Floriano - 3˚ AE

laisfloriano.91@gmail.com

Amanda Thomazoni - 3˚ AE amandathomazoni@hotmail.com

Arte

Ester Ji - 1˚AP

ester.ji93@gmail.com

Marina Simões – 5˚ AE marinaoh@gmail.com

Institucional

Leonardo Vergani

Presidente vergani.leonardo@gmail.com

Daniel Fochi - 4ºAE

danielfochi@gmail.com

Capa

Marina Simões – 5˚ AE marinaoh@gmail.com

Conteúdo Online

João Pedro Azevedo Maldos - 4 ˚AE

As eleições que votamos A Gazeta vem em sua 91º edição abranger o tema eleições tanto dentro dos muros Gevenianos, como fora destes. Começamos com a situação interna, quem são as chapas que concorrem ao DAGV 2º/2012 e 1º/2013, depois passamos para os Estados Unidos, e com a forma descarada, característica do Herald, voltamos para nossa querida cidade de São Paulo, onde ocorrerão eleições para prefeitura. Além disso, tratamos do tema voto em termos mais filosóficos em dois textos; o determinismo eleitoral, a partir de uma comparação entre o que ocorre nas eleições gevenianas com o voto nas eleições brasileiras de forma geral e o texto “De que Vale Uma Palavra”, que trata do problema das promessas feitas durante campanhas eleitorais. E, claro, não poderíamos deixar de comentar o ocorrido com a atual chapa do DAGV, um resumo da crise do caixa que assolou a entidade algumas semanas atrás é exposta no texto “A crise no DAGV”.

Diretor Conteúdo Online

joao.maldos@gmail.com

Também tratamos o tema Propriedade Intelectual (P.I), depois de uma notícia sobre dois professores da FGV que publicaram o mesmo trabalho em jornais diferentes, a Gazeta buscou nas normas da EAESP quais são as formas de combate ao plágio que oferecidos pela Escola, o resultado da busca está exposto no texto “P.I. na EAESP”. Além disso, a Gazeta traz as novidades acerca da situação atual das medidas legislativas que visam coibir o plágio na internet no texto “Propriedade Intelectual na Internet”. Também trazemos para o geveniano um teste, com base no texto publicado no site da revista “As seis GVenianas de Henrique VIII”. Ademias, decisões históricas tomadas pelo STF recentemente, a relação entre a FGV São Paulo e FGV Rio, o velhos tempos de cerveja no DAGV, as ruas que abrigam os prédios da Fundação, duas dicas cinematográficas também são temas abordados nessa edição.

Marina A. Silva

Marco Antonio Cheruti Frare – 4˚ AE gabrielaszini@gmail.com

Impressão Graftec

Tiragem 3000 exemplares

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A Gazeta Vargas não se responsabiliza por dados, informações e opiniões contidas em textos devidamente identificados e assinados por representantes de outras entidades estudantis, bem como nos textos publicados no Espaço Aberto submetidos e devidamente assinados por autor não presente no expediente desta edição. Todos os textos recebidos estão sujeitos a alterações de ordem léxico-gramatical e a sugestões de novos títulos. Por ser limitado o espaço de publicações, compete à Gazeta Vargas a escolha dos textos que melhor se enquadram na sua linha editorial, sendo recusados os textos muito destoantes acompanhados das devidas justificativas e eventuais sugestões de alterações. DIREITOS RESERVADOS — A Gazeta Vargas não autoriza reprodução de parte ou todo o conteúdo desta publicação.

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Curtas

Curtas da Gazeta #91 Gin & Cana

Aconteceu em Março passado mais uma edição da Gin&Cana, tradicional confraternização que reúne os calouros de Economia e Administração da FGV. Fazendo jus ao título, a festa contou com empreitadas etílicas e a premiação do curso campeão do Interbixos (Economia). Mas muito pouca gente vai lembrar dessa edição da Gin&Cana pelo esporte: em certa altura da festa, algumas ladies, obviamente animadas com todo o álcool e animação ali ofertados, decidiram subir no palco da festa, ficar mais “a vontade” e em seguida tiveram alguns momentos de carinho públicos, levando a plateia masculina ao delírio. O problema é que alguém se esqueceu de avisar as garotas que, na era da internet e da tecnologia portátil, celulares viraram câmeras e câmeras levaram os fatos à Internet. Rapidamente, alunos de toda a Fundação (inclusos aqui os ermitões do Direito) não só souberam do fato, mas viram tudo. Como seria de se esperar, a repercussão do caso no Facebook foi enorme. Na comunidade geral dos alunos da FGV, dois grupos (os moralmente indignados e os mais liberais) debateram ferozmente, inclusive com participações esporádicas de uma das envolvidas, sobre a moralidade ou não dos acontecimentos, sobre liberdade de ação, sobre cuidado da vida alheia e sobre outras coisas análogas. A confusão foi tão grande que decidiram deletar o post. Conclusões da Gin&Cana desse ano? Primeiro, a FGV não consegue desvincular álcool e polêmica. Segun-

do: nada é privado quando diante de uma câmera de celular, num palco, numa festa...

Liberdade de Discussão

Todo mundo já viveu uma discussão acalorada na Internet. O roteiro é sempre o mesmo: alguém posta algum assunto polêmico na comunidade (ou fórum, ou chat room, ou perfil) e logo se formam algumas correntes de opinião que buscam defender apaixonadamente seu lado da história. Primeiro é assim: há conteúdo, as pessoas se respeitam, existe uma ideia (ou várias) sendo testada, uma tese a se provar. Depois de algumas horas, começam a entrar os perdidos, os posts se tornaram compridos demais e esses recém chegados têm preguiça de ler toda a discussão que já rolou, o que leva a uma ou outra ideia repetida e desconexa, até todos estarem confusos . Finalmente, ninguém mais sabe de onde veio e para onde vai, nasce a anarquia: xingamentos, agressões livres, verdadeiros crimes contra a honra, a imagem e ao novo acordo ortográfico. Os famosos “trolls” saltam de todos os lados rangendo os dentes virtuais. Pronto: a putaria está instaurada. É fato que o que acaba de ser narrado é um roteiro fiel de praticamente todos os debates que você já viu no Facebook e afins, mas a história sempre ganha contornos trágicos quando os envolvidos são pessoas de uma (presumida) instrução e o debate é sobre fatos nobres como os ocorridos na última Gin&Cana. Basicamente, começou o “disse-que-disse” de todo barraco quando alguém teve a ideia brilhante de julgar o mérito moral de uma moça de

família radicalizar no palco e, quando a lady resolveu fazer valer os seus direitos à opinião (porque à imagem...), o tempo “fechou”. Resultado: quebra pau virtual, xingos, posts deletados arbitrariamente pelos moderadores do grupo GV. Muito barraco, pouca discussão útil. Fosse um estudante de direito o envolvido no caso, um ou dois artigos do Código Civil teriam sido gritados e várias menções à Constituição estariam lá, jogadas ao vento. Feministas da FFLCH facilmente se sentiriam revoltadas, reverendos-reitores do Mackenzie teriam aludido à fé em Deus e aos bons costumes. Mas, como aqui é FGV e o causo foi da EAESP, o saldo final do debate foi a extinção dos registros da animalidade intelectual que aconteceu por ali e pouca ou nenhuma reflexão sobre no que afinal a “moral” manda hoje em dia – nada melhor nem pior do que aconteceria em outras comunidades universitárias; apenas mais gvniano..

Bateria Tatu Bola 2012 e mais do mesmo

O semestre se manteve constante para muitos atores Gvnianos, ao contrário do que ocorre na Bateria Tatubola nos últimos tempos. Conhecida por suas performances nas festas, cervejadas e principalmente no Economiadas, a Bateria tem modificado o seu “core business” com uma tentativa de profissionalização da bateria frente as demais concorrentes. O foco era ir além do Economíadas e começar a competir nas principais competições como a Ba-

Altos e Baixos Em alta

Na mesma

Em baixa

»» Gin&Cana

»» Reaval

»» GVG

»» CFC

»» Liden

»» Demaanda por leite

»» Grupo GV - Facebook

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»» Qualidade da comida no Getulinho

»» Cervejadas do DAGV


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Curtas

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Curtas da Gazeta #91 latucada, ter um nome de peso em comparação as tradicionais baterias e dividir os ensaios para que o aproveitamento seja o máximo para todos. Esse processo começou com o ex diretor Milton Sullyvan e se perdurou com seu sucessor Odir Neto em seu comando da Tatubola no começo desse semestre. Para os não conhecedores a Tatubola é sempre liderada por dois cargos escolhidos da maneira mais democrática atráves da indicação do seu antecessor. O Diretor e Mestre da Bateria são os principais cargos que conduzem a Bateria ao status que tem, contudo de uns tempos para cá houve uma certa certa pressão da ala conservadora (composta por ex membros e atuais mais velhos) que rechaçaram essa democratização como foco de gestão. Fato esse, no limite, causou a “renuncia” do diretor principal da Tatubola de seu cargo ja que seus dinossauros e membros mais tradicionais não o deixavam trabalhar, ou seja democratizar a ação da Bateria como um todo. Tal fato deixa a Tatubola em cheque: Deixar democraticamente quem se destaca tocar ou simplesmente perdurar o grupinho de sempre fazem o mesmo até o próximo Economíadas? Deixaremos isso a ser respondido no futuro. Esperem próximos capitulos..

Efeito Dilma GVniano:

Que as entidades estudantis da FGV sempre foram em sua maioria clubes do “bolinha”, ninguém duvida, contudo nesse semestre em particular algo interessante mudou. As presidências das entidades, tidos como cargos chave e de muita responsabilidade, hoje em sua maioria estão sendo ocupados por mulheres. O efeito Dilma foi tão intenso que

em somente um semestre temos as entidades Conexão Social, RH, EJ, Junior Pública, IN e Gazeta Vargas sendo liderados por moças com muito senso de responsabilidade. O próprio Diretório Acadêmico e a Atlética, conhecidos por seu baixo componente feminino em cargos de direção, já foram muito bem representados em sua história por Gvnianas comprometidas com a mudança. A pena é que os exemplos são realmente muito escassos, mas espera-se que tal quadro se modifique com o avanço do tempo e da história. A única ressalva é torcer para que aqueles dias do mês das presidentas nunca baterem...

Instituto de Finanças

Foi anunciada no último mês de Março a criação do Instituto de Finanças da FGV São Paulo. Criado como uma espécie de “prolongamento” do Instituto de Economia do Rio de Janeiro, a versão paulistana do núcleo de estudos focará o que a Fundação chamou de “novos ramos de estudos financeiros que nasceram com o crescimento recente do país e a ampliação da classe média”, um viés diferente dos estudos mais ortodoxos desenvolvidos pelo braço carioca da Fundação. A ideia é que, funcionando sob a coordenação do professor Carlos Douat, o Instituto tenha propostas que vão desde a criação de um programa de educação financeira que atenda a um público mais amplo até a elaboração de um índice (pasmem, crianças) sobre a “Felicidade Interna Bruta” do brasileiro. Dispensável dizer que a última iniciativa foi a que ganhou mais repercussão dentro e fora do corpo discente da Fundação. “A felicidade interna do estudante da

GV deve ser bem baixa, com tudo isso que a gente tem pra estudar”, comentou um aluno em seu Facebook, assim que a notícia foi lançada. Realmente, utilidades várias à parte (a intensificação de iniciativas que visam aprimorar conhecimento sobre finanças tanto para graduandos quanto para pós-graduandos é inquestionavelmente válida), chega a ser irônico um núcleo de estudos sobre bem-estar nessas Escolas. Nada tira o mérito da iniciativa, contudo. O Instituto coordenará a ampliação de discussões, dentro da EAESP e da EESP, sobre finanças de pontos de vista inovadores e pioneiros. A Economia, assim, ganha contornos mais próximos àqueles vividos pela população em geral. Uma vez assimilado esse conhecimento de economia “real”, é ponto pacífico o enriquecimento da experiência do estudante – seja ele um graduando ou um pós graduando. É esperar pra ver como serão os resultados da iniciativa.

Taxi ou Carro? Estadão ou Folha? Dana ou Galo?

Estudo realizado por professor da FGV apresenta uma forma de cálculo que determina o que é mais vantajoso Financeiramente, andar de Carro ou de Taxi. A questão que se coloca é quem é o dono dessa pesquisa. Em 15/05/2011, o professor Samy Dana prestou entrevista à Folha de São Paulo, na qual apresenta a forma de cálculo das vantagens financeiras de cada meio de transporte. Em 10/06/2011, outro professor da FGV, agora Fábio Gallo, em entrevista ao jornal Estadão, aprensentou a mesma tabela de cálculo de vantagens. Conhecidência, não?!

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Crônica

A História da Cerveja Relatos de uma época em que o 1º andar era diferente Daniel Fochi

gostavam de tomar uma cerveja no fim do dia ou no meio dele e outros gostavam até demais. Isso nos levou a uma situação de extremos quanto à cerveja no DA. Quem gostava da cerveja no DA, amava-a. Quem não gostava, não a suportava. Contos da Fundação dizem que um aluno chegou a passar mal na frente de uma visitação das entida-

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ra uma vez um Diretório Acadêmico na Avenida Nove de Julho, no prédio de número 1987. Este Diretório Acadêmico era um pouco diferente dos demais, seus alunos tinham mais vida e suas vidas mais amores. Todos se conheciam e não existiam discussões se haveria ou não haveria a Gioconda, um Diretório Acadêmico modelo para os demais. Nosso DA prezava pela integração dos alunos, como todo bom DA deveria prezar. Religiosamente às 15h00 de todo dia que o sol nascia, os calouros começavam a se encontrar para conversar e ouvir histórias antigas de veteranos ou até mesmo de formados. Todos se conheciam. De tempos em tempos o Diretório Acadêmico parava para se fazer os famosos Quintais. O Quintal, para os que ainda não ouviram falar, era uma festa dentro do próprio espaço do DA, festas que para muitos eram as melhores de todo o semestre. Engraçado que nos últimos tempos a única coisa que é feita no DA é o grandioso almoço e quando tem algo diferente não passa de alguns alunos fantasiados de camisetas chamativas fazendo propaganda de um futuro para o DA que nunca chega. Porém, como todo carnaval tem o seu fim, para o DA não foi diferente... Infelizmente nem todos

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des internacionais que creditam as faculdades com os famosos títulos internacionais. Diversos professores reclamavam que seus alunos não se apresentavam para a aula das 15h00 e que após as 17h00 o barulho oriundo do famoso 1º andar atrapalhava todo o funcionamento do prédio. Após diversas discussões sobre qual deveria ser o futuro da venda de cerveja no 1º andar, decidiu-se que ela seria abolida e que o seu consumo fortemente desincen-

tivado por severas políticas de punição. A queda da cerveja no Diretório Acadêmico acaba por se tornar uma faca de dois gumes. Uma vez que a cerveja por si é um socializador natural, cria um ambiente muito melhor para a interação de ex-alunos com os alunos (tanto velhos como novos). Usando uma termologia EJ: cria-se um Networking mais elaborado. Porém, ela acaba por passar uma imagem negativa aos visitantes quando veem um aluno totalmente embriagado nas dependências da GV. Toda essa trajetória desemboca no que vemos hoje sobre a cerveja no DA. Após as eleições que levaram a Resgate para as cadeiras do Diretório Acadêmico, pouco se falou sobre o que iria acontecer e o que se estava fazendo para o resgate do antigo DA. Porém, como proposto pela atual gestão, o DA entrou em negociação com os diretores das três escolas de São Paulo (resta saber o que a EDESP tem a ver com a decisão) e aparentemente a decisão foi que não se teria mais cerveja em um futuro tão próximo quanto sonhávamos... O que aconteceu na verdade foi um caminho do próprio DA para algo muito mais distante do que era este antigo lugar que ainda habita o coração de muitos alunos que neste semestre estão dando adeus para a graduação (teoricamente).


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Crônica

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5 Macacos e a sociedade Marina Armelin Silva

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or muitos anos a teoria da evolução, ou seja a existência de um ancestral comum a partir do qual os animais evoluíram e se transformaram no que hoje constitui a biodiversidade do planeta Terra foi questionada, antes de ser aceita pela comunidade científica. A partir da tal teoria, conclui-se que os homens e os macacos compartilham um ancestral comum, sendo o ser humano uma evolução dos primatas. “É, eu aprendi isso no ensino fundamental, e daí?” perguntariam os leitores mais impacientes. Já vou chegar nesse ponto, mas antes precisamos falar de cinco macacos. Para aqueles que nunca ouviram sobre o experimento dos cinco macacos, segue um breve resumo. Cientistas colocaram 5 macacos em uma jaula com um cacho de banana no topo de uma escada e toda vez que um macaco pegava a banana os outros quatro recebiam um jato de agua fria. Com o tempo, os macacos passaram a bater naquele que subia para pegar a banana. Uma vez estabelecida essa prática, os cientistas substituíram um dos macacos, a primeira ação do novato foi subir as escadas para pegar sua guloseima, e ao fazê-lo, foi atacado pelos demais macacos. O novato com isso aprendeu; não pode subir na escada. Quando o segundo macaco foi trocado, descobriu-se o macaco havia também deveria punir aquele que subisse a escada. E isso foi se repetindo, as trocas de macacos e o aprendizado dos novatos , até que não restassem mais nenhum dos cinco macacos originais na jaula.

Os cinco novatos, apesar de nunca terem levado um banho de agua, continuaram sem subir as escadas e a punir quem tentasse, mesmo não fazendo idéia de por que batiam nos aventureiros. Esse experimento é muito utilizado como exemplo para mostrar a importância de se tomar iniciativa ou de não punir alguém por fazer algo diferente. Por mais bonito que esses discursam sejam, não são eles que eu venho defender. A questão vai além disso, e se os jatos de agua fria continuassem? De nada adiantaria os macacos quebrarem a regra uma vez que a punição se manteria e continuaria não sendo proveitoso buscar as bananas. O ponto desse experimento que vou explorar nesse texto vem antes de tudo isso e começa com uma simples pergunta: Por que?. O importante aqui é fazermos o que os macacos não fizeram; nos questionar a razão pela qual estamos punindo outra pessoa por fazer algo e a razão pela qual não fazemos isso nós mesmos. Os macacos não se questionam, por que, baseando me no que a ciência sabe atualmente sobre os primatas, estes não são capazes de raciocinar e se questionar o por que fazem algo, eles apenas são capazes de seguir seus instintos “ir atrás da banana” e reproduzir práticas sociais “bater naquele que foi atrás das bananas”. Isso, no entanto, não deveria se aplicar aos seres humanos, que possuem plena capacidade para questionar as razões de seus atos, no entanto, ainda utilizamos o discurso vazio de que o mundo é assim e devemos agir de acordo e as coisas sempre foram dessa for-

ma, para justificar o ódio que sentimos por aqueles que são diferentes e a razão para não fazermos nada sobre algo que acreditamos ser errado. E aí entra meu primeiro ponto darwiniano; Até que ponto realmente evoluímos? Se possuímos a capacidade de raciocinar e questionar nossos motivos e não a fazemos, o que nos diferencia dos macacos? A tradição é algo importante em muitos casos. O almoço na casa da avó todo domingo pode possuir sua função, reunir a família e garantir que esta mantenha contato. Além disso, tudo tem uma origem, se algo têm sido de determinada forma a séculos, algum dia a prática teve início e nessa época agir desta maneira fazia sentido. A questão não é a existência de tradições ou ódio, mas sim o questionamento de por que estes existem. Antes de darmos algo como certo devemos questionar a procedência dessa crença e desse sentimento, nos questionando por que as coisas sempre foram assim. E principalmente se faz sentido elas continuarem da mesma maneira. O que me leva ao meu segundo ponto darwiniano, o mundo muda. Assim como, a partir de um ancestral comum, que foi sofrendo alterações até se transformar na realidade que temos atualmente, a sociedade também sofre alterações, e cada vez mais rapidamente . Tais mudanças afetam o contexto social no qual nos encontramos e transforma algo que antes fazia sentido em algo inútil (na maioria das vezes) ou até mesmo prejudicial (em outras menos frequentes, mas mais polêmicas). Não vou explorar exemplos, uma vez que o que importa não é se você concorda ou não com determinada tradição, mas sim se você sabe por que está seguindo a mesma. Sendo essa a única forma de provar nossos cientistas certos, sim, nós EVOLUIMOS do macaco pois somos capazes de raciocinar.

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Política Interna

A Crise do DAGV Um Resumo da Crise do DAGV

Marina Simões

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este semestre, o espirito politicamente engajado do aluno gvniano foi ressuscitado por um evento que realmente deu o que falar: a crise do caixa do DA. Façamos agora uma retrospectiva dos fatos e o desenlace da história.

A Chapa Resgate Extremamente carismática e popular, a chapa Resgate foi eleita com o lema “old is cool”, ou seja, de trazer o DA de volta aos seus dias de glória. Eventos, grandes festas e a polêmica cerveja, mesmo que para isso fosse necessário gastar todo o dinheiro do caixa.

O início da crise do DAGV Após a sua eleição, a chapa resgate mostrou-se muito eficiente na condução da sua proposta: realizou um grande número de palestras e eventos, melhorou a comunicação com o aluno, conseguiu a aprovação do reaval para os cursos de administração e fizeram a reforma do primeiro andar. Outros grandes feitos a mencionar foram as festas Giovanna 32, que fez bastante sucesso, e a tentativa de implementação da Gioconda Warm Up, que apesar da grande divulgação, acabou ocorrendo com uma adesão menor que a esperada. Nesse ponto começaram os problemas, mas ainda não relatados, refletidos na última Gioconda que, segundo os alunos, não atendia as suas expectativas quanto a uma

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festa desse porte e com um nome tão forte no meio das festas universitárias. Junto a essa derrapada do DA na realização da Gioconda somou-se a falta de transparência nas contas do DAGV, que apesar dos gastos elevados com as festas, eventos e reformas, não fez a divulgação dos DREs correspondentes. Tudo isso acendeu uma chama de dúvida nos gvnianos, cntribuindo para dar início à crise

Desenrolar O presente semestre chegou com as crescentes dúvidas e suspeitas quanto à saúde financeira do DA, que resultaram nos boatos que o caixa estava se não zerado, perto de zero. Além disso, esses boatos eram alimentados com os intermináveis indícios de que algo estava ocorrendo: reclamação dos funcionários do Xerox quanto ao não pagamento dos salários e de benefícios, o cancelamento da máquina de cartão de crédito, também no Xerox, os boatos de que o telefone do DA havia sido cortado, entre outros, tudo levando à confirmação da história. Procurados pela Gazeta Vargas, o presidente e o diretor financeiro insistiram que tudo não passava de especulação e que o caixa do DA não estava zerado, apenas com problemas relativos ao atraso de pagamentos e que o cancelamento da máquina de cartão não estava relacionado ao caixa. No entanto, ainda pairava a dúvida sobre os verdadeiros gastos do DA e em qual situação estava o caixa, pois nenhuma prestação de conta havia sido feita ainda e nenhum DRE apresentado. No dia 08 de Março, o conselho fiscal do DA convocou uma câmara discente para exigir os demonstrativos dos gastos que não haviam sido

apresentados até então e esclarecer de vez a questão da crise. Na reunião o diretor fiscal justifica a ausência dos DRE devido à impossibilidade de marcar uma reunião com o conselho fiscal. Quanto ao não pagamento do salário e FGTS dos funcionários, esses já estariam sendo calculados e iriam ser pagos o mais rápido possível.

Saldos Foi admitido que as festas do semestre anterior haviam acabado no prejuízo, no entanto, como as festas eram organizadas pela UFO, todos os pagamentos da festa eram feitos por ela, não havendo comprovante desses gastos, apenas do pagamento feito a UFO pela realização. Segundo o DA o saldo das festas foram: »» Giovanna: -30.000 »» Gioconda Warm-Up: --38.000 »» Gioconda: +7.000* *Na ocasião da Câmara Discente conta que o saldo da Gioconda era de –R$38.000,00, no entanto, devido a problemas com a empresa que fazia a venda de ingressos pela internet, havia R$33.000,00 de contas a receber. Eles também justificaram o gasto de R$170.000,00 na gestão atual a um momento político favorável e que eles receberam ajuda da EAESP e do Getulinho que pagaram parte desse valor. Um Ponto Na apuração das demonstrações apresentadas surgiu um ponto que suscitou novamente a dúvida: a existência de aproximadamente 200 mil reais, anterior à Gestão Resgate e que não havia aparecido


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Política Interna

www.gazetavargas.org nos balanços, fato que não pode ser confirmado, pois não havia disponibilidade no dia do extrato da conta do DA no Itaú. Dias depois, o diretor financeiro explicou que existia uma quantia de 550 mil no caixa anterior à Resgate.

O Final da Crise No dia 16 de Março foi feita uma reunião com os membros de outras gestões do DAGV para que houvesse então a explicação dos gastos da gestão atual. Foi explicitado na reunião que o caixa não estava quebrado e que havia um problema de “fluxo de caixa” devido a inúmeras contas a receber e que, após ter acesso aos extratos da conta no Itaú, foi descoberto que o DA possui uma boa quantia em aplicações, e o valor de 550 mil havia sido um erro de contagem. No final está tudo certo, e, apesar dos vários prejuízos incorridos, o DA está com dinheiro em caixa e o aluno não precisa mais se preocupar com a continuidade das festas, pois estas continuarâo como sempre foram.

Opi nião

A crise que assolou o DAGV por algumas semanas não Da Gazeta Vargas foi nenhuma surpresa. Em uma gestão que muito se faz e pouco se explica, nada mais natural do que o surgimento de rumores acerca da situação interna da entidade. Com as festas no vermelho e a reforma no DAGV, rumores sobre uma possível falência do DA revoltou mais do que chocou. Alterar a forma de pagamento das festas foi um jogada de mestre, uma vez que a raiva de muitos diminui após essa informação. E no final, quando viu-se que apesar de significativamente mais pobre, o DA não havia chegado a falência, foi o fim da história até mesmo para aqueles que não se acalmaram com a segurança das festas. O que choca, no entanto, são as proporções que a história tomou, com um caixa de mais de R$ 200.000,00 rumores de falência soam estapafúrdios. Então como aconteceu? A resposta

Saldo Anterior (julho/2011) Itaú

é simples, além da procrastinação quanto explicações, ainda existe o fato de os atuais diretores não terem conhecimento de uma conta, com justamente esses duzentos mil e sem eles, a situação não é tão tranqüila assim. O problema, é que, mesmo encontrado o valor, este está em uma aplicação compromissada, que em linguagem leiga significa: não pode ser tocado. Ai nos sobra apenas o “mais”, que no caso é cerca de R$ 30.000, bom, tudo bem, dá para fazer muito com esse valor ainda, certo? Depende, o DAGV possui um processo, cujo valor ultrapassa o exposto. E caso esse seja decidido contrariamente à entidade, a falência do DA será um problema real. Agora é contar com a morosidade do judiciário e apostar em festa menos megalomaníacas. Inegável o fato de que, festa boa, é cara, e sem muito para gastar no caixa, cabe a próxima gestão diminuir suas expectativas. Mesmo as festas sendo pagas depois, elas ainda precisam ser pagas, e para isso é essencial dinheiro em caixa.

Saldo Atual (março/2012) Itaú

Conta Corrente

R$ 150,00

Conta Corrente

R$

Aplic. Automática

R$ 219.047,41

Aplic. Automática

R$ 4.960,77

Aplic. Compromissada

R$ 180.479,70

Aplic. Compromissada

Bradesco

220,15

R$ 192.442,97

Bradesco

Conta Corrente

R$ 7.041,26

Conta Corrente

R$

1,00

Aplicações

R$ 49.557,63

Aplicações

R$ 5.673,65

Cofre

R$ 22.806,00

Cofre

R$ 27.315,00

Total

R$ 479.082,00

Total

R$ 230.613,54

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Gazeteando

De que vale uma palavra? João Maldos

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m 14 de Setembro de 2004, o então candidato a prefeito José Serra assinava um documento com os dizeres “Eu, José Serra, comprometo-me a, se eleito prefeito do município de São Paulo no pleito de Outubro de 2004, cumprir os quatro anos de mandato na íntegra, sem renunciar à prefeitura para me candidatar a nenhum outro cargo eletivo”, durante sabatina organizada pela Folha de São Paulo. Como sabemos, após apenas dois anos no cargo de Prefeito, Serra seria eleito Governador do Estado de São Paulo. Para ele, sua assinatura em documento da Folha e a promessa feita ao eleitorado paulista de que ocuparia o cargo pelos 4 anos não era nada.

Promessas em época de eleição que, após ganha, não são cumpridas são de praxe, como todos sabem. Promessas em época de eleição que, após ganha, não são cumpridas são de praxe, como todos sabem. Porém, esse aparente descompromisso com a palavra levanta questões sérias sobre em quem podemos confiar para exercer o poder que lhe foi confiado. Em 2011-2012 pudemos observar um caso similar não longe de nossa casa, a GV. Durante a campanhas eleitoral de 2011 para o Diretório Acadêmico, surgiu uma preocupação por parte dos eleitores com relação à então chapa Resgate. Alguns de seus integrantes, a maioria em se-

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mestres avançados da faculdade, estavam em época de busca de estágio, e, se eleitos, poderiam ter que estagiar por grande parte do dia, sobrando menos tempo e energia para lidar com os cargos em que seriam eleitos. Deste modo, para afastar os receios do eleitorado, a Resgate firmou um compromisso em sua carta programa, dizendo que nenhum de seus integrantes iria estagiar durante o período em que estariam exercendo seus cargos no DA. Tal compromisso, como visto durante a gestão, não foi cumprido. É óbvio que existem casos de maior gravidade pelo Brasil afora, e cada um possui uma justificativa mais ou menos legítima. Porém, todos apresentam o mesmo problema: a palavra que se enfraquece. Um compromisso firmado que não tenha conseqüências legais ou monetárias aparenta ter cada vez menos significado para nós brasileiros. Talvez, então, o problema esteja nas conseqüências. Quando uma pessoa é eleita, supostamente não o é apenas por sua personalidade ou familiaridade com seus eleitores, mas também pelo seu projeto de governo, no qual estão suas propostas. Se tais propostas não são cumpridas, é preciso que haja conseqüências, ou ao menos um processo de reflexão sobre a confiabilidade do então candidato. Neste momento, é possível trazer outro exemplo para o quadro que queremos apresentar. Enquanto nos aproximamos das eleições para a Prefeitura de São Paulo, surgiu recentemente a notícia de que o prefeito atual não cumpriu sequer com metade dos objetivos propostos pelo seu projeto de governo. Gilberto Kassab, que no ano de 2008 firmou com a população 223 objetivos a serem alcançados, na reta final de

sua gestão alcançou apenas 73, com uma meta sequer iniciada: investir no Rodoanel. Como podemos permitir que, firmado um compromisso, este se torne fato passado, sem valor? Não podemos confiar em quem para nós promete muito, mas cumpre pouco. A palavra de alguém que concorre a uma eleição é sua arma mais forte. Muito pode ser dito, e depois

Como podemos permitir que, firmado um compromisso, este se torne fato passado, sem valor? que se consegue o cargo e o poder nele investido, desconsiderado. Por último, é preciso alertar para que o mesmo não ocorra nas eleições que seguem. Primeiramente, para a eleição do DAGV, é preciso ler as cartas-programa com calma, conhecer os candidatos e deles cobrar resultados. Em segundo lugar, mas não menos importante, para a eleição à prefeitura de São Paulo deste ano. Esta deve ser tomada com o maior cuidado possível, pois os candidatos que se apresentam podem ser ótimos se vistos de longe, na televisão, mas é preciso conhecê-los de perto antes de neles depositar seu voto e sua confiança, e assim fazer o mesmo com seus programas de governo. Dos últimos é preciso um acompanhamento mais cuidadoso, de modo a cobrar os resultados firmados como compromisso na campanha eleitoral sem se deixar enganar pelos seus discursos profissionais de convencimento


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Eleições 2012 DAGV Laís Floriano

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nualmente, o eleitorado geveniano é conclamado a escolher uma nova gestão para o Diretório Acadêmico - o órgão oficial de representação dos graduandos da EAESP e da EESP. As chapas que concorrem a cada eleição são formadas livremente pelos alunos: basta que se reúna um grupo de estudantes da Fundação com os mesmos propósitos e ideais para que se configurem espécimes do que chamamos de partidos políticos. O grande embate que vivenciamos hoje na FGV acontece entre a Chapa Expansão e a Chapa 02 de Maio. A primeira delas desponta com um vasto repertório de propostas que valorizam o desenvolvimento de pessoas em diversos âmbitos e a “Responsabilidade Social”; sua opositora, em contrapartida, surge com o intuito de resgatar a cultura e a tradição que eram inatos ao diretório acadêmico dos tempos áureos e que lhe conferiam respeito. De antemão, visualizamos uma semelhança: ambas intentam aprimorar a relação entre o DA e os alunos, tornando-os mais próximos. “A espiral é a energia em movimento; é a própria jornada da expansão. O destino é sempre ir além.” Munidos desse slogan que aponta para o símbolo que representa sua chapa (uma espiral), a equipe da Expansão apresenta ideias relacionadas à formação de alunos dispostos a crescerem pessoal e profissionalmente e à inclusão dos menos favorecidos. O grupo planeja oferecer aos estudantes oportunidades de inserção cultural e social em outros ambientes, através de projetos que envolvam o aluno com a sociedade - como a ministração de cursos básicos de inglês para adolescentes (lecionados

por alunos da escola acompanhados de professores-orientadores). Vários projetos beneficentes, de fato, constam em sua plataforma, mas essa não é a única bandeira levantada por eles. Integrações quinzenais (como cervejadas e festas temáticas), “clube de benefícios” (programa de parcerias que dá desconto aos alunos em academias, baladas, autoescolas...) e “clube de empresas” (ações nas quais os gevenianos conheceriam, de perto, o cotidiano de algumas organizações) constam também nos planos da Expansão . A chapa ainda busca instituir um “plano de carreira” aos novos membros do D.A. a fim de que estes desenvolvam, através da meritocracia, o Diretório e a si mesmos. Eles prezam pelo recrutamento de pessoas realmente engajadas e que desejem batalhar pela concretização de projetos interessantes e eficazes. Os integrantes da chapa 02 de Maio (data em que se deu a fundação do Diretório Acadêmico Getulio Vargas) prometem, por sua vez, lutar “pelo DA que a GV merece”. Em sua concepção, o órgão que representa o corpo discente tem sido tratado com “descaso e negligência” na atualidade e, para que ele volte a ser uma entidade respeitável, é necessário que se fomente nos alunos a avidez em participar mais ativamente das decisões daquele que se propõe a ser o instrumento através do qual os estudantes têm voz ativa. Dentre seu portfólio de propostas, destacam-se a reestruturação do modelo de gestão estratégica e financeira do D.A., as melhorias na qualidade e no modo como as festas são organizadas e divulgadas (o intuito é torna-las mais atraentes e inovadoras), a realização de mais eventos interuniversitários e a promoção de projetos desenvolvidos pelos próprios

alunos. A fim de despertar nos estudantes o interesse pelo mundo que os cercam, a 02 de Maio não planeja somente proporcionar debates, grupos de estudo e palestras cujo tema aborde a atualidade, porém mudar juridicamente a figura do diretório, transformando-o numa instituição de interesse cultural (através da Lei Rouanet). Se essa mudança for concretizada, o diretório possivelmente receberá investimentos externos. Isso pode gerar maiores recursos para a elaboração de projetos e de eventos variados. Por mais que as chapas “Expansão” e “02 de Maio” sejam as candidatas principais à sucessão da gestão “Resgate”, também há neste cenário espaço para “trolls” e para momentos onde boas risadas são inevitáveis. Nesse sentido, vemos como a criatividade anda “solta” pelos corredores da escola e não podemos nos esquecer dos “grupos políticos” que tornam certas horas de tédio e ócio muito mais felizes! Chapas como a Fbk Apocalipse, Safa D.A. e EN (Estado Novo) causam frisson nos alunos com suas propostas divertidas e, até mesmo, um tanto heterodoxas. A alegria se completa quando elas postam no Facebook (mais especificamente naquele polêmico grupo da “GV” que tem dado o que falar nos últimos tempos) suas opiniões e sua visão sobre o que pretendem fazer com o D.A., produzindo inúmeros comentários engraçados e que remetem, em sua maioria, a situações pertinentes ao atual contexto do geveniano. “Zoações” à parte, aproxima-se a hora em que escolheremos a nova gestão do nosso Diretório Acadêmico. As propostas já foram feitas e as bexigas já foram lançadas: a corrida política no reduto geveniano já começou!

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Gazeteando

Determinismo Eleitoral? Seríamos condicionados a votar de determinada forma ou o problema do voto é mais amplo? Luiz Fernando Lockmann e Amanda Thomazoni

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eterminismo biológico, psíquico ou social são termos que nos deparamos de vez em quando em textos de carácter científico. Mas os próprios cientistas nunca conseguiram demonstrar perfeitamente qual dos três é responsável pela essência humana, ou se esta realmente não existe. De qualquer forma, analisa-se utilizando dessas perspectivas o comportamento humano e para quem sabe prevê-lo no futuro. Conhecendo tal fato proponho um exercício rápido sobre o comportamento eleitoral do brasileiro com base no mais clássico e intuitivo dos determinismos: o social. “Se eu nascer em uma família abastada, terei mais condições de estudo, conhecerei mais a fundo o que importa e logo votarei melhor.” Essa seria uma afirmação de determinismo social, na qual se conhece mais devido às condições abastadas em que se está inserido. Contudo, isso se mostra uma grande falácia se analisarmos o mundo GV, onde

O voto é um martírio para o aluno GV que se sente na obrigação de votar nos amiguinhos

a alienação eleitoral se perdura tão intensamente, mesmo com os alunos vindos de altos índices de expo-

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sição educacional. Exemplos disso variam desde não saber o nome do atual Vice Presidente da República até nas votações para a representação acadêmica somente pelo quesito amizade.

Se é um alienado que vai da casa para a faculdade e da faculdade para casa, simplesmente NÃO VOTE! Não precisa se fazer um estudo aprofundado sobre a alienação do instrumento voto do aluno GV. Basta lembrar-se da falta de conhecimento sobre eleições para o DAGV, das campanhas falaciosas, das propostas vazias e das mentiras contadas. O voto é um martírio para o aluno GV que se sente na obrigação de votar nos amiguinhos. Uma noticia importante para esses que se identificaram: não é necessário votar! Se não conhece as propostas, se não confia no profissionalismo, se é um alienado que vai da casa para a faculdade e da faculdade para casa, simplesmente NÃO VOTE! Dentro do ambiente geveniano, ao contrário do que se apresenta no Brasil, o voto é, efetivamente, um Direito, podendo o aluno escolher se deseja ou não exercê-lo. O voto por amizade ou por descaso causa danos demasiados, já que não são os melhores ganham, mas sim aqueles que possuem os maiores contingentes

de amigos. A FGV pode ser considerada como um pequeno laboratório para tentar entender o mau uso do voto no macrocosmo brasileiro. Tal problema não é nem de perto a educação, já que partimos do determinismo social de que todos os alunos tem plena igualdade de saber como escolher ou criar opiniões politizadas. Contudo, o que vemos é a vinculação muito forte que o aluno faz entre público e privado, entre amigos e não amigos, onde a amizade é muito associada à ideia de profissionalismo. Tais conceitos nem sempre andam juntos. É de suma importância que paremos de ser hipócritas e de continuarmos fazendo uso do voto como um reforço do carinho, amizade, admiração que temos por determinado grupo de pessoas ou até mesmo por determinado candidato. Portanto, o tão

A FGV pode ser considerada como um pequeno laboratório para tentar entender o mau uso do voto no macrocosmo brasileiro

ilustrado aluno GV não pode nem de perto rechaçar a grande votação auferida por Tiririca na eleição para o Congresso em 2010, já que vota da mesma forma alienante para o candidato talvez mais engraçado. E isso de longe é um mal atual. Já ocorre esse processo destruti-


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www.gazetavargas.org vo, como no macro cosmo eleitoral brasileiro, desde muito tempo. É necessário que tal cesse de uma vez por todas para que se escolhessem nossos candidatos de maneira mais adequada e não por motivos estapafúrdios como sempre vemos por aí tanto na FGV quanto na política brasileira. Feita essa breve análise do determinismo eleitoral no nosso laboratório, uma breve história sobre quem é o eleitorado e como ele vota nacionalmente é necessária.

Educação e Eleitorado O sistema eleitoral brasileiro foi marcado por inúmeras mudanças, desde a política do voto de cabresto até a possibilidade de instauração de um parlamentarismo no país. Foi por meio dessa verdadeira revolução da política do país, que direita e esquerda se dissolveram, colocando em xeque as preferências políticas dos diversos grupos sociais e postulando diversas políticas públicas como formas de condicionar os votos. Será, então, que a eleição de figuras cômicas como por exemplo,

Tal problema não é, nem de

perto, a educação

Tiririca e o Netinho, se constitui em uma forma de escandalizar não só a corrupção, mas como também a falta de idealismo dos partidos hodiernos? Com o fim da escravidão e da política que regia o Brasil Império, deu-se início a uma das maiores revoluções já vivenciadas no país: estruturas sociais e econômicas se reestruturaram de maneira avessa

aos preceitos até então vigentes e deram vazão à uma maior flexibilidade de pensamento. Eleições com voto secreto, depois, a inclusão do eleitorado feminino e atualmente, novos meios de aumentar a participação popular além do voto. Realmente, nunca poderia ser previsto o sistema eleitoral brasileiro atual. No entanto, o voto, que antes se restringia aos detentores de poder, a elite intelectual da época, não fez do país mais próspero ou reconhecido

direita e esquerda se dissolveram, colocando em xeque as preferências políticas dos diversos grupos sociais no cenário mundial. Por meio desta análise histórica do país, é possível perceber que mesmo em eleições em que a elite intelectual era majoritária, não há garantia de prosperidade. Censura, repressão, voracidade. Foram esses os principais componentes do endurecimento da política do país durante os anos 1960. Com o fim do regime militar, as forças políticas foram aos poucos se dissipando e as noções de esquerda e direita se fundiram. O menor engajamento político da população e a dificuldade de assumir posicionamentos ideológicos em um mundo globalizado e em constante transformação serviram de alicerce para a vulgaridade da política atual. Na figura de políticos cômicos como o Tiririca e eventos irônicos em redes sociais como “Orgia na casa do Bolsonaro”, chacotas dão forma às ações circenses dos políticos atuais. Estudo, pesquisa e avidez por

conhecimento foram deixados em segundo plano, como coadjuvantes em um cenário de humor e decadência. Em meio a essa ironia, o indivíduo rompe a tênue linha entre público e privado, não sabendo exigir o que lhe cabe como cidadão e se restringindo à sua esfera particular, como trabalho e família. Não só a falta de ideologia dos partidos atuais deixa o cidadão confuso com relação às suas preferências, mas também a ação do marketing público e políticas públicas que acabam por influenciar no processo decisório do eleitorado. A bolsa-família em seu lado menos vantajoso pode afetar em uma escala as populações menos instruídas. Em determinado nível podem acabar sendo influenciadas por esse tipo de política, que apesar de obrigação do poder público, acaba sendo idealizado como até mesmo um trabalho humanitário.

Chacotas dão forma às políticas circenses dos políticos atuais É possível inferir então, que Educação, Eleitorado e Sucesso dependem não apenas um do outro, mas sim de considerações deixadas em segundo plano como Clareza de Pensamento Ideológico por parte dos partidos e apoio juntamente à divulgação a figuras em campanha pelo próprio governo vigente. Como forma de reflexão: Nas futuras eleições do Diretório Acadêmico da FGV, em que o nível de educação é comparavelmente maior que na maior parte do país, não preponderam novamente esses aspectos do coleguismo à própria proposta política de cada chapa?

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Política Externa

Mitt the candidates! O desenrolar da disputa republicana pela candidatura ao cargo mais poderoso do mundo. Luiz Fernando Lockmann e Souza

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ue Mitt Romney seria o candidato do partido republicano desde meados de 2011, todos os analistas políticos já sabiam. Mas essa legitimação veio a fórceps para o pobre ex-governador de Massachusetts, cuja candidatura aparentemente era a mais sólida e forte para derrotar Barack Obama no pleito desse fim de ano. O eleitorado conservador entrou em luas-de-mel com todos os outros candidatos republicanos disponíveis como forma de encontrar uma alternativa ao candidato já coroado, mas enfim tudo isso foi realmente em vão. Essa eleição será muito diferente da ocorrida em 2008. Haverá menos surpresas, visto que o incumbido presidente será o candidato pelo partido democrata, baseando sua campanha nas promessas de mudança já cumpridas no 1° mandato. Do lado oposto haverá um candidato republicano para fazer frente ao caro Obama e sua “agenda socialista”, como popularmente seus críticos gostam de apontar. Nessa eleição, contudo, existem novos atores, cuja influência pode afetar toda a lógica eleitoral já vista desde a fundação do país. O Tea Party, a direita conservadora, e o Occupy Wall Street, a esquerda liberal, são dois movimentos populares que clamam mudanças dentro do país, cada qual com sua posição ideológica definida. Além desses, os comentaristas de rádio e TV como Rush Limbaugh com Sean Hannity do lado republicano, e Rachel Maddow com Keith Obermann

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do lado democrata, são grandes influências sobre a suas respectivas bases e procuram aumentar o alcance sobre os chamados independentes. Na ala dos candidatos republicanos, houve uma pluralidade grande nas prévias para a nomeação nesse ano. Tivemos desde o executivo-celebridade Donald Trump (apesar de sua candidatura ser mais próxima de uma FBK do que real) até uma deputada conservadora chamada Michele Bachmann. Contudo, um

Tivemos desde o executivo-celebridade Donald Trump até uma deputada conservadora chamada Michele Bachmann. por um foram sendo derrubados, não porque Romney se provou um verdadeiro conservador, mas porque as derrapadas eram muito feitas dos favoritos designados do mês. Cada semana um virava o mais queridinho, mas na seguinte sofria críticas ou era alvos de escândalos que o derrubava. Isso ocorreu na ordem com Michele Bachmann e suas propostas mucho crazies; em seguida Herman Cain, o conservador negro que recebeu acusações de assédio sexual na época de executivo sênior; posteriormente Rick Perry, cujo desempenho nos debates é hilariante e digno da maior vergonha alheia (veja por si só no youtube!); Newt Gingrich e seus casos extra maritais, Rick Santorum e seu conservadorismo religioso exacerbado e por aí vai. Qual era o problema de Romney então? Não seria ele ideal por já ter

sido um forte candidato a nomeação em 2008? A questão é que Mitt é conhecido por ser um grande flip-flopper (em português, um vira casaca) em questões muito chave para os conservadores, e ainda por cima é adepto da religião mórmon, a qual recebe muito preconceito do protestantismo exacerbado americano. O ex-governador já mudou de ideias muitas vezes para ganhar apoio na malha de extrema direita, chegando ao ponto de jogar pela janela o seu projeto de serviço de saúde pública feito em Massachusetts - o famoso Romneycare. Sua retórica individualista, ligada ao capitalismo selvagem, também não convence muito o eleitorado que sofre com índices de desemprego muito elevados para a realidade americana. O pobre milionário Mitt não possui o mesmo carisma que o presidente democrata, principalmente com a classe média e baixa americana, o que é plenamente explorado por Obama em sua campanha já no começo desse ano. Contudo, o ex-governador conseguiu derrubar todos e parece ter sido eleito a bola da vez para disputar contra Obama. Apesar da divisão dentro do Partido, muitas vezes responsabilizado aos candidatos e políticos crazies como Sarah Palin, tudo culmina para a nomeação de Mitt. O republicano está tecnicamente empatado com o Obama nas pesquisas eleitorais, o que é um ânimo para os conservadores. Contudo, o próprio Obama em 2008 mostrou que pesquisas de intenção de voto não são muito confiáveis, principalmente em um país de voto facultativo como os EUA. É necessário esperar até julho a decisão já tomada por parte da Convenção Republicana e esperar até começo de Setembro para conhecermos melhor as propostas de ambos os candidatos àpresidência.


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Correspondente

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Cariocas e Paulistas: tudo a ver. Antônio Mariano*

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praticamente unânime a opinião de que não há o hábito entre os alunos da FGV interagirem entre si, quando são de cursos diferentes – ao menos, no lado de cá da Dutra. Principalmente se forem de cidades diferentes, como Rio de Janeiro e São Paulo. Há até quem duvide de que a FGV paulista é a mesma do Rio. De olho nesse problema, a própria FGV tem buscado maneiras de integrar mais os próprios alunos de ambas as cidades. A forma encontrada, óbvio, é promovendo cursos de inverno e verão. Os alunos de História e Ciências Sociais, por exemplo, fazem um curso de Economia na Escola de Economia da FGV-SP, todo mês de julho. Assim como os alunos de São Paulo vem para o Rio, em janeiro. Também há o curso da Sorbonne, aonde, tanto os cariocas, como os paulistas, vão para Paris, por seis semanas. Porém, a questão é: como vocês, paulistas, são vistos por nós, cariocas? Apesar de não ser um tema recorrente nas rodas de conversa em nossos corredores, ao longo de três anos e meio – e algumas amizades –, é possível tirar algumas conclusões. Para nós, por exemplo, é incompreensível a FGV liberar o uso de bermudas, e até pouco tempo, o de bebida alcoólica dentro da faculdade, enquanto no Rio só é permitida a entrada de sapatos, calça, sucos e refrigerantes (há a desculpa que

estudamos em um prédio “empresarial”). Outro ponto é o espaço que os alunos paulistas possuem, e a sala do DA-GV exemplifica isso perfeitamente. A tradição universitária idem. Apenas em meados do ano passado, após quase seis anos de fundação do Diretório Acadêmico de História e Ciências Sociais (DAHCS), é que nós conseguimos uma sala. De 8m² e sem janela. Tampouco temos grandes festas como a Gioconda –

mal conseguimos organizar uma choppada entre os cursos mais próximos, como Ciências Sociais, História, Administração e Economia! Ou seja, para nós, o exemplo de São Paulo é algo a ser seguido em inúmeros aspectos, que são impedidos por conta da proximidade com o poder – vulgo Carlos Ivan Simonsen Leal, que apesar de receber com amável atenção todos os alunos que o procuram, controla a FGV com rigidez. Claro que os mais próximos irão se beneficiar disso. Ou não. Resumindo: nós, cariocas, apesar da bela vista para o Pão-de-Açúcar e das praias, curtimos muito menos a “vida universitária”, E a falta de jogos universitários – outra grande tradição de São Paulo – também servem como ótimo exemplo.

Todos esses pontos ficam claros quando os alunos de ambas as cidades se conhecem e começam a trocar impressões sobre seus locais de estudos. “Como assim vocês não podem ir de bermuda pra facul?” ou “Vocês tem um sofá para dormir! Em que mundo vocês vivem?!” são frases recorrentes nessas conversas. Diferenças a parte, é claro que rola uma inveja de querer estudar em São Paulo (apesar da falta de praia) e comentários sarcásticos de como conseguimos viver sem uma sala para dormir durante as aulas mais chatas. Ou então, da sorte de estarmos tão perto “do poder”, onde podemos reivindicar mais facilmente. De qualquer forma, até hoje não há um histórico de estranhamentos sérios entre paulistas e cariocas. Pelo contrário! Todos que se conhecem acabam virando ótimos amigos, até mesmo com direito a hospedagem em suas respectivas casas, quando estão de passeio. Dessa forma, percebe-se que ainda há muito que aprendermos cada um sobre suas respectivas “Fundações” e criarmos laços cada vez mais fortes e duradouros, além de manter os que já existem. É claro que existem as dificuldades impostas pelas circunstâncias, afinal, 400 quilômetros não são pouca coisa. Mas atitudes como esta são ótimas e devem ser seguidas. *Antônio Mariano é Editor-Chefe d’O Estudante da FGV do Rio de Janeiro.

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Sofia Natali J Carbonell

Lucas da C Castellari

Philipe Fiks Brukirer Fajer

Joana Costinha Horikawa

Fabio Rabinovitsch

Henrique Arantes Iwamoto

Lorena Robson Luz

Caio Torres M argara da Silva

Ricardo Gaspar M do Prado

Amanda Mattos Rudzit

João Antonio P P T G Lopes

João Otavio de A Figueiredo

Henrique G de Freitas

Tamara Duarte de Oliveira

Juliana Tiemi Minomo

Luiz Otavio de A Miranda

Leticia Figueiredo Pacheco

Gabriela Gebara Efeiche

João Vitor Rahal Rodrigues

José Thiago Callestini Vanni

Luiz Guilherme G Hamparian

Maria Eugênia S Rauh

Thais Pereira Santana

Bruno Martinelli Casulli

Vitor Amato Gerin

Breno Marchetti Fortuna

Bianca S de Souza Vieira

Ludmila C G Barros Bello

Anna Beatriz Cereguin Reis

5o Lugar Direito

Ana Beatriz F de Miranda

Laura Candelaria M Lima

Gabriela Mandacaru Lobo

Benjamin Cohen

Adm Emp.

Maria Beatriz N Guimarães

Ricardo Tabet Manante

Victor Peres Fernandes

Rogério G Pagliari Jr.

5o Lugar

Rodrigo M de G Junqueira

Amir Boukai Lencastre

David Feher Radomysler

Andre Akito S Suwazono

Johnny Khafif

Michael Cerqueira de Oliveira

Felipe Eiki Kawakami

Adm Púb.

Luiza Martinez

Ricardo Shinji Takaki

Anabelle Urbano

Ana Paula K Mofarrej

Amanda Barroso Palhares

Alfredo de Francesco Fo.

4o Lugar

Amanda Bernardes Coura

Guilherme Santos Menezes

Renan Assencio

Raphael Sandalo

Rafael Tokumori Hokama

Rafael Kenji M Okada

Adm Emp.

4o Lugar

Fernando D R Murcia

Daniella Skinazi

Christian Gogola

Carlos Gilbert

Pedro Lacombe Schmuziger

Adm Púb.

Henrique Carvalho Pereira

Samir Hauache

Tomas S Q Alvarenga

João Mendes de Oliveira

3o Lugar

Allan Ezra Setton Marcos

Lucas da Costa Castro

Luiz Augusto G R F Leite

Leticia Yumi D Horita

Matheus M de Campos Silva

Henrique C Pimentel Fº

Mayra Caetano G de Souza

Adriana Araujo de Almeida

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Patrick Tosta M Coelho

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Correspondente

O CPV aprovou tantos alunos na FGV que precisamos fazer um Anúncio 1 Lugar CPV Lí Economia o

6o Lug Direit


Pedro Tjhio K de Marco

Rodrigo Cassiolatto Fonseca

Steffy Leventhal Lucki

Thiago Gomes B de Gusmão

Bárbara C D´Azevedo Cruz

Thiago Mason Silveira

Rodolfo Ribeiro Fakri

Priscila Haddad Jafet

Eduardo Tella Novaes

Bruno Martimbianco Ziliotto

Henrique Sznirer

Joseph Emile Soued

Kim Mishima Uehara

Johnny Diwan

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Maria Eduarda R Ferraz

Juliana Furtado Hadad

Marina Castellões da Riva

Isabela Luciano Coleto

Carol Sayeg

Victor Recchi Aun

Elisa Bastos de Lima

Eric Nils Bran N Cardoso

Julia Lafer Rabinovitch

Marcelo Semeoni Filho

Luiz Felipe Franco Neves

Pedro Henrique A Sampaio

Camila da Cunha Valverde

Mateus S Pinheiro Lemos

Marina Engler Grace

Mariana Nunes Alvarez

Marcelo Luzzati Otero

Licia Fernanda C Sousa

Melina Oishi Tseng

Lucas Melgaco Conrado

Henrique Lara Melo

Gustavo Marcos S Mentlik

Gustavo Henrique Tiseo

Giovanna Traiman Coji

Gabrielle M Horta Perrota

Gabriella Camara Callegari

Dezembro/2011

Gabriel de Carvalho Gomez

Ana Carolina S Q Schoueri

Arthur Losasso Goerck

Eduarda F Gambagorte

Gabriela de M Zaltman

Adm Púb.

David Menahem Khafif

Natalia Rodrigues Saes

Lucas Camargo Dal Fabbro

Carolina Lemos Rego

Leonard B Whan Kim Her

Gabriel M Botelho Coiro

9o Lugar

Marine Balay Grossi

Carolina Ochoa Koepke

Antonio R Z A Machioni

Felipe Almeida dos A Silva

Candido B de Oliveira

Leila Mohamad Abduni

Adm Púb.

Mariana de Fatima Monico

Marcos Rassi Júnior

Heloisa Eburnio Correa

Gabriel Mato S P Junqueira

Patrick Tranjan

Adm Emp.

8o Lugar

Luana Szymonowicz

Nicholas Ribeiro Secaf

Leonardo A de Gennaro

Lucas Rimini

Giovanna Devastato

Giovanna S Cavanellas

Stella Oger P dos Santos

Adm Púb.

8o Lugar

Debora Mayor Vizeu

Mariana S de Macedo

Fernando Henrique M Areco

Pedro Lerner de Donato

Caio Henrique Costa Bello

Felipe Carascosa Ferro

6o Lugar

Jessica Castro Chryssafidis

Pedro Henrique P Cardoso

Laura Pinheiro Lopes

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João Victor Neme R Alves

Natalia Secaf Massita

gar

Laura A Ramos de Abreu

Bruna M da Silva Lima

Correspondente GAZETA VARGAS

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o de página dupla. íder em aprovações na FGV! 10o Lugar Direito


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Política Externa

Supremo Tribunal Federal em ação Em Abril, STF ganha destaque nacional com dois julgamentos históricos. Mariana Pacetta

O

mês de Abril ofereceu um prato cheio para aqueles que têm reiteradamente acusado a Suprema Corte brasileira de praticar um ativismo judicial muitas vezes incoerente com suas competências constitucionais. Num intervalo de semanas, entraram na pauta do STF dois temas submersos numa lacuna legislativa para a qual o Tribunal mais uma vez foi chamado a manifestar-se: o aborto de fetos anencéfalos e as cotas raciais em universidades. Seguindo ou não uma trajetória de excessos em suas atribuições, tais julgamentos do Supremo trazem importantes repercussões e merecem nossa atenção.

ADPF 54 A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 foi formalizada perante o SFT pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em SaúdeCNTS- em 2004. A ação questionava a proibição ao aborto de feto sem cérebro, hipótese não contemplada pela atual legislação brasileira, que só permite a interrupção legal da gravidez em caso de estupro ou risco à vida da mãe. O argumento central da defesa foi de que a interrupção da gestação nessa circunstância não constitui aborto, já que se trata de feto sem potencialidade de vida extrauterina, e a obrigação de levar a cabo uma gravidez em tais condições viola um conjunto de direitos fundamentais da mulher, como a dignidade, a liberdade e a saúde. Poucas vezes se viu uma mobilização social tão intensa em torno de um julgamento do STF. Inúmeras organizações da sociedade civil, grupos religiosos,

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entidades de classe – como a CNTS- e cidadãos em geral aguardavam o julgamento cheios de expectativa, manifestando suas opiniões na mídia e nas redes sociais. No dia 11, data de início do julgamento, o STF e os ministros chegaram a entrar para os trending topics do Twitter. Após dois dias de deliberação, o Supremo Federal decidiu pela descriminalização do aborto em casos de anencefalia, totalizando um placar de 8 votos favoráveis contra 2 contrários. Os argumentos dos ministros foram muitos e bastante variados. Marco Aurélio concentrou-se no valor da laicidade para um Estado Democrático de Direito, afirmando que “concepções religiosas não podem guiar as decisões estatais, devendo ficar circunscritas à esfera privada”. Assim como outros, Ayres Britto construiu um voto marcadamente pró-feminino, arrebatando todos os noticiários do dia com a eloquente declaração de que “o grau da civilização de uma sociedade se mede pelo grau de liberdade da mulher”. Na dissidência ao lado de Cézar Peluso, Ricardo Lewandowski justificou a improcedência da ação por acreditar não ser tarefa da Corte apreciar uma matéria que deve ser restrita ao Poder Legislativo, concluindo que “não é dado aos integrantes do Judiciário promover inovações no ordenamento normativo como se parlamentares eleitos fossem”. Com a decisão do Supremo, as mulheres diagnosticadas com gestação de feto anencéfalo não precisam recorrer à Justiça para pleitear seu direito pela interrupção, que poderá ser realizada slegalmente em hospitais da rede pública de saúde.

ADPF 186 A ADPF n. 186 foi levada a juízo em 2009 pelo DEM, que contestava a política de cotas adotada pela Universidade de Brasília, onde 20% das vagas são reservadas para negros, e mais 11 vagas

destinadas a índios. O Partido alegava violação à igualdade nas condições de acesso ao ensino e discriminação racial. Mais uma vez, os olhos do país se voltaram para o Plenário do STF, mas a julgar pela mobilização pública nos entornos da Praça dos Três Poderes, o antagonismo de opiniões foi menos acentuado do aquele observado durante o julgamento dos anencéfalos, quando movimentos pró e contra o aborto chegaram a fazer vigília em Brasília. Desde que começaram a ser implementadas em universidades, em 2002, as cotas raciais mantem-se polêmicas, mas, ao mesmo tempo, as discussões da sociedade parecem um tanto silenciadas diante do receio evocado pela temática racial. Parte da explicação para esse “pisar de ovos” pode ser creditada a construções argumentativas como a do ministro Joaquim Barbosa, em cujo voto afirmou que “é natural que as ações afirmativas [...] atraiam resistência da parte daqueles que historicamente se beneficiam da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários”. Trocando em miúdos, o ministro faz coro a um discurso maniqueísta que tem se popularizado, pelo qual ser contrário às cotas raciais equivale a ser racista ou a tirar delas algum proveito escuso. A deliberação dos ministros alongou-se novamente por dois dias, ao fim dos quais o SFT declarou, por unanimidade, a constitucionalidade das cotas raciais. Para os magistrados, as cotas são uma política afirmativa compatível com a igualdade e não institucionalizam a discriminação racial. Cézar Peluso, contrariando a ideia majoritária sobre a necessidade de reparação de injustiças históricas contra os negros, deu um parecer inspirado ao explicar que a política afirmativa independe de intuitos compensatórios e indenizatórios, pois é juridicamente impossível responsabilizar as gerações presentes por atos dos antepassados e, por isso, as cotas são voltadas para o futuro, o aqui e o agora. A decisão do Supremo referenda a política adotada pela UNB e, consequentemente, abre caminho para que outras instituições de ensino mantenham ou passem a adotar medidas semelhantes.


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Empreendedorismo

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Empreendedorismo: Bruno Dalapria Leonardo Vergani

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ssa é a primeira matéria da seção de empreendedorismo da Gazeta Vargas! Nosso objetivo com ela será fomentar o empreendedorismo como opção de carreira e estilo de vida para os alunos da FGV. Por isso, essa seção vai conter matérias sobre metodologias para desenvolvimento de modelos de negócios (como o Business Model Canvas), técnicas de gestão (como Effectuation) e entrevistas com outros empreendedores da faculdade! Queremos criar uma cultura que valorize startups dentro da FGV e por isso vamos fazer de tudo para incentivar a comunicação e a troca de experiência entre empreendedores! :) Se você está empreendendo ou trabalha numa startup, entre em contato conosco!

O GO BAIRRO Bruno Dalapria é um dos fundadores do GoBairro, um site que oferece vouchers de desconto para diversos restaurantes e lojas de bairros de São Paulo, como Moema e Morumbi. E tem potencial para revolucionar a busca por serviços e lazer. Porém, a história de Bruno como empreendedor começou antes do GoBairro. Em 2010, Bruno e um outro colega aproveitaram a onda de sucesso dos sites de compra coletivas e criaram uma série de sites, focados em bairros de São Paulo.

O PRIMEIRO CLIENTE A busca pelo primeiro cliente foi difícil, Bruno conversou com vários donos de restaurante do bairro do Morumbi e recebeu muitos NÃOs pelo caminho. Um dono de pizzaria resolveu arriscar e publicou uma oferta no site de Bruno. A partir daí, seus negócios começaram a dar certo e Bruno e seu sócio passaram para a fase de expansão: abriram um site focado no bairro Moema e outro focado em mulheres. Entretanto, o hype e o buzz em torno das compras coletivos diminuiu e o crescimento dos sites desacelerou. Foi aí que Bruno percebeu que era o momento de partir para a próxima idéia.

A IDÉIA DO GO BAIRRO A idéia do GoBairro surgiu quando os empreendedores começaram a analisar diversos modelos de negócio que haviam dado certo no passado. Tinham como intenção encontrar os fatores de sucesso desses negócios, combiná-los e criar uma nova plataforma que pudesse mudar a forma com que as pessoas decidem o restaurante ou salão de beleza que vão. Hoje, o GoBairro combina fatores do Shoptour, Groupon/Peixe Urbano e Kekanto; Vídeos (do Shoptour): Um re-

pórter contratado visita os locais e grava vídeos de 1:30 minutos mostrando o ambiente, a dinâmica do atendimento e os produtos. Voucher (de sites de compra coletiva): utilizam um voucher de desconto, no caso da Subway, na compra de um sanduíche de 30cm, ganha-se um cookie grátis. Endereço: assim como o Kekanto, o GoBairro fornece endereço, mapa e telefone do local que está sendo descrito. Dessa forma, o site possibilita uma melhor tomada de decisão para seus visitantes! As informações que este oferece são mais completas e, com os vouchers, o custo também diminui.

GOBAIRRO HOJE

Os empreendedores alavancaram o crescimento do GoBairro usando as listas de e-mail coletados durante o boom dos sites de compra coletiva! Agora, o negócio está em fase de expansão e a equipe triplicou de tamanho com a contratação de 4 vendedores.

Saiba Mais »» gobairro.com.br

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As grades gevenianas Laís Floriano e Marina Silva

O

s alunos da GV já estão acostumados a ter suas caixas de entrada lotadas com as mensagens “virtuais” da escola. No dia 14 de Março, recebemos mais um e-mail da GV para nossa coleção. A mensagem nele contida, todavia, não fala sobre amenidades, nem sobre palestras e muito menos a respeito de oportunidades de intercâmbio. O e-mail trata do conhecido “empréstimo de carteirinhas”. Por razões diversas, muitos gevenianos esquecem ou perdem suas carteirinhas, o que os impede de adentrar na escola. Embora seja possível pedir um crachá provisório ou até mesmo outra via, no caso de crachá provisório tem-se que aguardar em fila, e outra via, dependendo do número de vias já solicitadas, pode envolver custos. Sendo mais simples “pegar” ou pedir emprestado carteirinhas alheias. O truque recorrente veio à tona e a coordenadoria de graduação informou ao corpo discente, via e-mail, que inúmeras penas de suspensão e advertência por escrito já foram emitidas para os alunos pegos nessa “infração”. A mensagem sugere ainda que a mesma penalidade será dada para qualquer estudante que cometer um dos seguintes atos: emprestar seu crachá para pessoas estranhas à instituição entrarem nas instalações da FGV; emprestar seu crachá para outros alunos ou usar crachás de outros para usufruir das dependências da escola. Em nome da segurança, a direção da Escola afirma a necessite de controle para entrada e saída de pessoas, é necessário que haja a identificação adequada dos indivíduos para que a segurança do ambiente seja mantida. Não apenas no que se

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refere a impossibilidade de entrada de estranhos, como também para o controle dos que estão em suas dependências. Afinal de contas, quando entra clandestinamente o aluno pode violar uma suspensão, cometer furtos, depredar a propriedade da Escola e não haverá como saber quem cometeu tais infrações. Importante ressaltar que o caráter de fiscalização interna pode ser verificada pelo fato de a punição por empréstimo de carteirinha para um aluno é a mesma aplicada em casos de empréstimo de carteirinha para terceiros. Se tivermos nossa carteirinha roubada, somos orientados a ir até a portaria para comunicar o ocorrido e solicitar uma nova via, que não chega imediatamente. Se, por acaso, perdermos nosso crachá dentro da própria instituição e não nos dermos conta logo, corremos o risco de que alguém mal-intencionado tire proveito da situação e facilite a entrada de pessoas estranhas nas dependências da faculdade. Em um caso como este, como faríamos para comprovar que não demos a outrem nossa carteirinha por livre e espontânea vontade? É bem provável que fôssemos suspensos antes mesmo de conseguirmos provar nossa inocência. E se trocássemos, sem querer, nossa carteirinha com a de algum amigo num momento de correria? A situação é atípica, mas não improvável. Haveria meios de comprovar que estamos usando um crachá “alheio” por engano? Não, uma vez que o comunicado apenas abrange as penalidades, não indicando nenhuma formas de defesa. Sim, é verdade que a maioria dos casos de troca de carteirinha se enquadra no tipo descrito no e-mail, mas e quanto aos casos apontados

acima? Seria justo que alguns alunos, que não intentaram emprestar suas carteirinhas, sofram as penas apontadas no e-mail só por serem casos raros? Sem nenhuma forma de provar sua inocência, o aluno é punido meramente por não estar com sua carteirinha, em um país onde o todos possuem direito de defesa, essa medida não é apenas injusta como também abusiva. A abusividade pode ser observada a partir de uma análise da proporcionalidade da pena. As punições para aqueles que trocam as carteirinhas é de suspensão ou advertência, que são as penas aplicadas para a maioria dos casos que a troca tenta evitar. Ao suspender um aluno meramente por trocar suas carteirinhas, sem que estes tenham efetivamente cometido qualquer infração, é puni-lo meramente pela possibilidade de cometer a infração, uma vez que caso esta não ocorra não há qualquer dano para a Instituição que justificaria a penalidade. No Direito Penal o debate sobre a possibilidade de punir alguém sem que este tenha gerado dano algum a sociedade, apenas como medida preventiva, é um debate cuja solução ainda não está pacificada. Mas, em uma coisa os penalistas concordam, a necessidade de a pena ser proporcional, não devendo a punição da possibilidade de infração ser inferior à pena por se cometer a infração. Por isso, aplicar a mesma pena aos alunos que trocam carteirinhas e aos alunos que praticam vandalismo, é uma medida abusiva da administração.


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www.gazetavargas.org Ademais, é necessário analisar a eficácia da medida. Principalmente no que tange à troca de carteirinhas entre alunos. Caso alguma infração realmente seja cometida, não é possível acusar todos os presentes no espaço da Faculdade no momento em que este se deu. Servindo o cadastro de alunos presentes na Instituição no mementos desta para pouco. Deve-se, para haver a devida punição, a pessoa ser descoberta individualmente, seja em flagrante, seja mediante investigação. E para esse fim, pouca diferença faz a carteirinha com a qual o aluno entrou. Essa situação, nos leva a questionar, não somente a justiça e eficácia das medidas, mas também sua necessidade. E a necessidade a qual me refiro não está adstrita à punição de alunos que emprestam suas carteirinhas entre si, mas inclui a própria existência da carteirinha, assim como a limitação de entrada dos não alunos. A naturalidade com a qual as restrições à entrada dentro da Instituição é levada decorre de uma deturpação do que é a faculdade e qual seu papel na sociedade. A propagação das instituições de ensino superior privada e os direitos que a palavra “particular” carrega geram, na maioria das pessoas, uma visão do Estudo Universitário como um contrato de prestação de serviço. Paga-se para a Faculdade garantir as aulas da mesma forma que se paga um encanador para consertar a pia. Essa visão, no entanto, deixa de lado as particularidades do espaço universitário. Em texto publicado na 90º edição da Gazeta Vargas (disponível no site: gazetavargas.org), o professor Dimitri Dimoulis aponta para a diferença entre as visões do papel da Universidade Pública e da Privada. Sendo a Pública vista como um espaço de acesso a todos. Mas a partir do momento que se paga pelo servi-

ço educacional, este se torna exclusivo, não se aplicando essa noção de difusão do conhecimento e acesso a todos. Diante disso o professor da EDESP questiona: “Se o ensino universitário tem a mesma função independentemente do regime jurídico de sua propriedade, como explicar situações tão díspares? Se a Universidade pública é (pelo menos foi feita para ser) um espaço de encontro público, de liberdade e intercâmbio de idéias, como aceitar que as Universidades privadas funcionem como espécies de clubes particulares, destinados aos seus membros pagantes?” Diante disso, devemos refletir sobre o papel da Faculdade atualmente, e como a nossa querida FGV desempenha esse papel. Como parte dos direitos a serem garantidos pelo Estado, a educação possui um papel social. Independentemente do regime de propriedade da mesma, as Universidades são as responsáveis pela criação e difusão de conhecimento, não sendo essa função perdida quando se paga individualmente pelo serviço. Ao restringir o acesso ao espaço universitário, perde-se parte dessa troca, uma vez que as pessoas de fora podem agregar não apenas no sentido de aumento da diversidade, como também com o próprio conhecimento destes, além de aumentar o público para eventos educacionais, como debates e palestras, incentivando tais práticas. Aqueles mais céticos, devem estar se questionando sobre sua própria segurança. Tudo bem, eles podem até agregar, mas e a invasão do espaço por marginais não gevenianos? Primeiro deve-se questionar essa visão, será que a entrada de pessoas de fora irá realmente aumentar a violência dentro do espaço da Universidade? Importante ressaltar aqui que o termo é aumentar a violência, uma vez que os integrantes da FGV

são pessoas, e alguns estão sujeitos a padrões morais um pouco mais duvidosos. Quem nunca teve nada roubado dentro da faculdade, pelo menos conhece alguém que teve. A questão que se coloca é, o fato de alguém ter passado no vestibular ou ter sido contratados pela Fundação torna esse alguém éticos que não comete infrações como roubo e vandalismo? Acho difícil acreditar nessa hipótese. A entrada de pessoas de fora no espaço da faculdade não irá gerar um ambiente anárquico e perigoso, os seguranças, que já existem no espaço da FGV, se manterão lá. É possível ainda questionar a manutenção da segurança com entrada de terceiros a partir da experiência da USP. “Tudo bem, aqui existem alguns casos de furto e vandalismo, mas ninguém nunca foi assassinado ou estuprado dentro do espaço da faculdade.” Acreditar que os crimes praticados na USP são consequência da entrada de pessoas de fora da Universidade é fazer uma análise incompleta da situação. O espaço da USP é muito maior que o da FGV, tendo essa diversas ruas vazias e pouco iluminadas, e o tamanho do mesmo torna mais difícil o controle dentro do mesmo. Essa situação independe de quem pode ou não entrar na Cidade Universitária, podendo, inclusive ocorrer tais eventos caso o acesso seja restringido. A questão da restrição do acesso ao espaço universitário é um problema enfrentado pela grande maioria das faculdades particulares do país. Isso acaba gerando perda do papel social do ensino, assim como perda na aquisição de conhecimento pelos alunos. Ainda assim, caso se aceite essa situação absurda, caso se considere legítima a restrição à entrada dentro do espaço Universitário, a punição pela troca de carteirinhas é, em si mesma, absurda e ineficaz, e as penas adotadas pela administração, são injustas.

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Propriedade Intelectual na Internet Leonardo Vergani

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OPA e PIPA são dois projetos de lei que estavam sendo discutidos e votados nos EUA; enquanto o ACTA é um Tratado internacional também em processo de negociação. PIPA foi introduzida pelo senador Patrick Leahy no dia 12 de maio de 2011, com o objetivo de dar ao governo dos Estados Unidos e aos detentores de direitos autorais novas ferramentas para impedir acesso à sites dedicados à infringir direitos autorais ou piratear bens, especialmente aqueles sites registrados fora dos EUA. O SOPA foi introduzido pelo senador Lamar Smith no dia 26 de outubro com o intuito de expandir o poder da lei norte-americana para combater a pirataria de roubo de propriedade intelectual. Já o ACTA começou a ser debatido em outubro de 2007 pelos EUA, Japão, Suíça e a União Europeia. O tratado internacional tem as mesmas intenções dos demais projetos de lei, mas busca articular diversos países para prevenir o tráfico de bens físicos (principalmente remédios) entre as fronteiras, além de padronizar o tratamento de questões que envolvem direitos autorais.

Como funcionam? Todos aqueles que se opõem às legislações em discussão não discordam que as intenções estão corretas: a pirataria é um problema e devemos lutar contra produtos piratas bem como tentar minimizar o compartilhamento de conteúdo. A pre-

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ocupação dos opositores está ligada à privacidade e ao direito de liberdade de expressão dos usuários, e origina-se nas propostas que as legislações previam: utilizar bloqueio via DNS para impedir acesso aos sites, bem como rastrear os usuários que acessaram o site e puni-los. O bloqueio via DNS ocorreria na seguinte situação: uma empresa X encontra arquivos seus sendo distribuídos numa página de internet sem sua autorização; a empresa X aciona os meios legais e retira o site inteiro do ar (obrigando que os provedores de internet não mostrem conteúdo do site bloqueado); aí sim começariam a investigar os responsáveis por distribuir os arquivos ilegalmente. Além disso, os provedores seriam obrigados a passar as informações dos usuários que acessaram os sites considerados ilegais, para serem levados à julgamento e possível condenação (até 5 anos). O SOPA já foi abandonado, a discussão e votação sobre o PIPA foram adiadas. Entretanto, o ACTA continua sendo discutido e diversos países estão defendendo a legislação.

Quem apoiava? Esses projetos estão sendo apoia-

dos pelas indústrias da música, do cinema e farmacêuticos, majoritariamente. Alguns nomes notáveis dentre as empresas apoiadoras: Nike, News Corp., Pfizer, Sony Music, Time Warner, Visa, Universal, L’Oreal. Durante os protestos que ocorreram no mês de janeiro, 18 empresas deixaram de apoiar a legislação, dentre elas: Apple, Eletronic Arts, Nintendo e GoDaddy.

Protestos famosos - YCombinator: A incubadora YCombinator foi a primeira empresa a manifestar publicamente sua oposição ao SOPA: o fundador Paul Graham anunciou que nenhuma organização que apoiasse o SOPA poderia participar dos eventos organizados pela YC. - Boicote ao GoDaddy: O dia 29 de dezembro ficou marcado como dia oficial de boicote ao GoDaddy. Milhares de usuários começaram a migrar os domínios que tinham registrado com a GD para outros concorrentes. Em uma semana, a empresa perdeu 72 mil domínios,


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www.gazetavargas.org o que culminou numa mudança de ponse,” said the note, “we will not posição da GoDaddy: agora contrá- support legislation that reduces ria ao SOPA. freedom of expression, increases cybersecurity risk, or undermines - Blackouts: No dia 18 de janeiro the dynamic, innovative global In(dois dias antes da votação), gran- ternet.” des sites protestaram contra o SOPA simulando o seu potencial impacto: Datas Importantes: retirar sites do ar. Os principais sites foram Reddit, Wikipedia, WordPress e Scribd. O Google e Facebook 17 de Janeiro de 2012 – Lamar Smith anuncia mais ‘correções’ ao SOPA 18 de Janeiro de 2010 – O dia dos protestos 20 de Janeiro de 2012 – O fim do SOPA e protelamento do PIPA Lamar Smith retira o SOPA até que haja maior aceitação para a letambém apoiaram, mas não tiraram gislação proposta. seus sites e serviços do ar. *Esse texto, até o disposto aqui é um resumo de uma matéria publicaE o MegaUpload? da no site da Gazeta Vargas Apesar do MegaUpload ter sido derrubado no dia 20 de janeiro, o ocorrido não tem qualquer relação com SOPA, PIPA ou ACTA. O fim do MegaUpload foi resultado de uma investigação de dois anos realizada pelo FBI, com base no DMCA (Digital Millenium Copyright Act). Alguns opositores das legislações em trâmite afirmam que o fechamento do MegaUpload demonstra que as leis atuais são suficientes para garantir o respeito aos direitos autorais.

E o Governo Americano? Em um post no blog da Casa Branca, a administração de Obama deixou claro que o apoiaria numa legislação destinada ao combate à pirataria online. Um excerto do post: “While we believe that online piracy by foreign websites is a serious problem that requires a serious legislative res-

leia mais »» gazetavargas.org

E hoje em dia? A ACTA continua sem definição e não se sabe exatamente quando uma legislação mundial desse teor poderá entrar em vigor, nem se sabe quais consequências reais serão observadas. Mas o governo dos Estados Unidos estava disposto a surpreender-nos novamente no dia 29 de março de 2012, em que anunciaram oficialmente Cyber Intelligence Sharing and Protect Act (CISPA). Apesar de ser mais uma sigla es-

tranha e estar relacionada com tecnologia, a CISPA não segue o mesmo caminho da SOPA e PIPA, em que sites poderiam ser retirados do ar por ordem do governo. Dessa vez, a legislação sugere que o governo possa “forçar” empresas que coletem dados ou interceptem ou modifiquem comunicações passem essas informações para o governo. Tal conduta levanta questionamentos a respeito de privacidade na internet e o controle que os usuários teriam das informações que compartilham. A preocupação é ainda maior quando observamos as empresas que apoiam a CISPA, entre elas AT&T, Verizon e Facebook. Isso significa que com a aprovação dessa lei, qualquer órgão que defenda direitos de propriedade ou realize investigações criminais poderá ter acesso aos dados que você compartilha em toda a internet, incluindo seu email, Facebook, conta no Dropbox, etc. Atualmente, o governo pode ter acesso aos dados, caso haja uma investigação a respeito das suas atividades. Entretanto, o processo é mais demorado e cabe ao site que detém as informações se vai ou não cooperar com o investigação. Com a aprovação da CISPA, basta um órgão demonstrar que há necessidade de ter acesso aos seus dados e os grandes portais serão obrigados a compartilhar todas as informações. Diversos grupos já estão se movimentando contra a CISPA, incluindo os ativistas Anonymous e UGNazi, que atuam derrubando sites dos apoiadores. O site da CIA já foi alvo. Apesar do apoio de 100 parlamentares, o futuro da CISPA continua incerto, uma vez que há uma grande pressão de grupos contrários. De qualquer forma, a legislação levanta questões a respeito da privacidade na internet e quanto poder as grandes empresas desse setor terão sobre nessa vida no futuro.

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P.I. na EAESP Marina Silva

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propriedade intelectual têm, cada dia mais, ganhado força em nossa sociedade. Com a difusão da internet, principalmente, é fácil ter acesso a produções de terceiros e disseminá-las, o que gera a necessidade de regulação do assunto. No ambiente acadêmico, essa discussão é ainda mais relevante. A força de uma faculdade não está somente na capacidade dos profissionais que esta forma, centrando-se principalmente na produção de materiais acadêmicos. Índices que medem a qualidade de uma universidade e prêmios que atestam a excelência de um curso, muitas vezes possuem como base o critério produção acadêmica. O que leva às faculdades a terem politicas estritas em relação à prática de plágio. O Código de Conduta da EAESP afirma: “ Desta forma, devem ser combatidos com rigor, atos fraudulentos como: »» Uso não autorizado de anotações durante provas. »» Troca não autorizada de informações verbais durante provas. »» Cópia, em parte ou no seu todo, de trabalhos de colegas. »» Apresentação de textos de terceiros, sem identificar com clareza que se trata de uma citação »» Entrega de um mesmo trabalho em disciplinas diferentes. »» Colaboração em fraude realizada por colegas ou de terceiros. Apresentação de dados forjados como se fossem verdadeiros.” A faculdade recrimina tanto o plá-

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gio, como a cola, como deixa claro a passagem citada. O que não fica claro, no entanto, é como a faculdade recrimina tais atos. Nos principais documentos disponíveis por meios eletrônicos à alunos (como regimento e as normas aplicáveis ao curso de graduação da EAESP) não há sequer menção a palavra plágio ou qualquer sinônimo do mesmo. O próprio Código de Conduta se limita a definir o que é plágio, não informando qual a penalidade, o procedimento de averiguação ou as formas de defesa daquele acusado de praticar tal ato. O Código de Conduta da EAESP afirma que os atos supra citados devem ser combatidos com rigor. Mas combatidos como? E qual o nível de rigor? A falta de clareza quanto ao processo de averiguação do plágio e quantos as penas que lhe são aplicáveis comprometem a eficácia da medida. Uma das funções da pena é coagir as pessoas a não agirem de determinada maneira, e quando as punições são claras e estabelecidas a priori o poder de coerção destas é muito superior à aplicação de penas caso a caso. O aluno, e o professor também, uma vez que estes não estão isentos de praticar tais atos, deve saber as consequências do ato de plagiar. A ausência de um procedimento definido para combater o plágio. também merece destaque. Aquele acusado de plágio não sabe como seu caso será julgado, quem irá julga-lo e principalmente, como se defender. O plágio possui diversas zonas cinzentas, para esclarecer o problema apresento o caso fictício de dois alunos que, a fim de otimizar seu aprendizado, formam um grupo de estudos, neste discute-se materiais apresentados em aula tanto para provas quanto para trabalhos. Nesse grupo ambos chegam as mesmas

conclusões acerca da matéria (tendo discutido junto, nada mais natural) e em um trabalho ou em uma prova apresentam as mesmas conclusões. É possível que o professor, não sabendo do grupo de estudos, considere que um aluno parafraseou o outro e acuse-os de plágio. Sem possuir um espaço para defender-se, os alunos podem ser injustamente punidos. Ademais, considere um caso em que realmente houve plágio, um aluno copiou o trabalho de outro, como o professor irá saber quem é o autor do trabalho original? Deve os dois serem punidos? Qual foi a infração do aluno que criou o trabalho original? O autor não apenas não cometeu nenhuma fraude, como foi vítima desta. E nisso encontramos outro problema. A ausência de procedimento e penas claras é danoso também ao plagiado. Aquele que faz um trabalho e este é copiado por terceiro é vítima e merece ter seu direito à propriedade intelectual defendido pela Faculdade e isto apenas pode ocorrer se este souber como denunciar a prática. Importante ressaltar que o combate ao plágio não se limita à sala de aula, uma vez que como apresentado no primeiro parágrafo, a Faculdade é um espaço de criação de trabalhos, estudos, dentre outros, devendo essa proteção abranger todas as formas de criação que ocorrem dentro deste espaço, seja por alunos, professores ou até convidados. Diante disso, atento para o fato de o maior interessado em fiscalizar o plágio é o autor, não a Faculdade. Apesar de existir a intenção desta em preservar o nome e a integridade da instituição, quando se foca no caso individual, muito mais importa ao autor garantir que suas idéias sejam protegidas. E por isso, este deve saber como se proteger, o que não é possível sem regras claras sobre o assunto.


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Crônica

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As Ruas da FGV Higor Borges e Marina Silva

“Era uma rua muito engraçada ...”

A

rua Rocha tem um portal pro Inferno...”. Embora haja exagero, o comentário vincula uma ideia que perpassa o subconsciente de todo aluno da EDESP: a Rocha tem mesmo de tudo. A aparente irrealidade de pensar que uma única rua possa comportar todos – de evangélicos a estudantes de Direito ainda pouco purificados após a última Guinevere - é desfeita à medida que o EDESPiano calouro, como eu, vai conhecendo as histórias e as figuras do lugar. Alguns dados são pertinentes: a Rocha possui três “mercadinhos”, treze condomínios, casas de arquitetura típica da São Paulo da década de 1930, 5 restaurantes, quatro padarias, duas casas de xerox, uma igreja evangélica, uma adega de vinho, uma faculdade de Direito (juntamente com um centro de pesquisas jurídicas),

“Era uma rua muito inclinada...”

A

rua Itapeva é nossa conexão com o restante da FGV. O sobe e desce enfrentado nos horários de almoço, antes de aulas de Contabilidade e eletivas é capaz de compensar pelos dias sem academia. Apesar de suas vantagens físicas, poucos negariam o desejo de se unir aos demais prédios. Desejo que se aguça ao passarmos em frente do antigo Hospital Matarazzo. O sonho de um Campus se torna quase palpável quando olhamos metros e metros de concreto, que acomodaria

dois famosos xerox, 5 estacionamentos, mendigos residentes, senhoras andarilhas, juristas famosos... Toda essa diversidade quase animalesca do lugar é, deveras, um ponto positivo para os alunos de Direito. Por que? É sabido que a EDESP não é o lugar mais ‘universitário’ do planeta, muito menos de São Paulo. No Largo São Francisco, o prédio de duzentos anos e a atmosfera juvenil certamente ajuda os alunos a enfrentar com ânimo o curso; na PUC, a agitação dos bares do entorno da universidade, além da própria efervescência do campus da Monte Alegre, serve também para envolver o aluno. E na Direito GV? A carga de estudo é cavalar, a cobrança é alta (a mensalidade é alta...) e o campus da Escola mais parece, para o bem ou para o mal, um escritório. Como resultado, o aluno da ESDESP tem uma tendência muito maior a só ser capaz de ver o lado ruim de seu curso, o que pode causar níveis de stress cruéis. Aqui a rua Rocha pode dar uma mão. Porque, se no interior da Direito GV só os livros e as participações tão bem todos os gevenianos. O fim dos prédios e o início de uma Vila, habita os sonhos de muitos, não apenas dos Edespianos. No entanto, esse sonho está cada vez mais distante. Primeiro surgiram rumores de que o local havia sido comprado pela PUC. Muitos se questionaram quanto a injustiça do fato, uma vez que eles já possuem um campus, “para que roubar o nosso”?. Mas como nada foi confirmado, respiramos um pouco mais aliviados e o sonho se mantém. Se mantinha, quero dizer. Agora é fato! Perdemos o antigo Hospital Matarazzo. Este foi comprado pelo grupo Frances Allard, que irá construir no terreno um hotel de luxo e

em aula contam, na rua o mundo é surreal, trágico, cômico, variado, potencialmente excitante. As risadas que parecem faltar dos portões para dentro são quase certas da calçada do 233 para diante. O calouro, desesperado com a nova vida de faculdade e carente de acolhimento é convidado certo das histórias da rua. O veterano, que já está acostumado à (tortuosa?) vida da Escola, sente-se parte de uma entidade viva, que é a famosa rua. Costuma-se contar a Dona Nice como único patrimônio de vivência da EDESP fora dos muros da Escola. Um estudante atento, porém, vai notar que esse patrimônio é muito maior, inclui aquela arquitetura variada, os tipos diversos, os cheiros, os gostos, os sons. A rua Rocha é um microcosmo do mundo – é um patrimônio paulistano, é um patrimônio gvniano.

Higor Borges

um centro comercial. Mesmo não existindo mais a esperança de um campus unificado ao lado da Paulista, a notícia não é tão ruim. Além dos projetos do grupo francês, o Centro Cultural Banco do Brasil irá acomodar sua nova cede no local. O projeto, previsto para 2015, é do designer francês Phillipe Starck e ainda é um mistério. Segundo o Estadão, a nova sede irá abrigar um grande teatro, salas de cinema e um espaço para exposições. Mesmo com o fim de um sonho, ter um espaço cultural ao lado da Faculdade não é nada ruim, e muito melhor do que ter que dividir nossa querida Itapeva com a PUC.

Marina Silva

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Humor

Teste: Descubra qual Gvniana padrão você é?

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ntes de começar o teste lembre-se de responder com a maior honestidade possível TODAS as perguntas. Some quantas letras deu de cada uma e veja seu resultado no final do teste. Caso cogite responde-las de modo falso some direto 100 pontos logo de cara e veja a sua resposta no final. Bom divertimento!

1) Qual é a sua reação quando descobre o lugar onde será o Economíadas? a) “Vem ni mim Econo!!!” b) “Vish que lugar mais longe!!!” c) “Graças a Deus eu não vou nesse treco” d) “Preciso arranjar hotel pra mim e as amigas” e) “Espero que meu Boy também vá!” f) “Alojas com os Brothers certeza!”

2) Como você reage a uma foto nova de outra menina no Facebook? a) “Arrasou best!!!” b) “Aiii amiga você tá linda!” c) “Passo reto no post” d) “Depois comento sobre a foto com ela ao vivo” e) “Fofa, precisamos sair mais, né?” f) “Putz, olha a biscate postando mais uma foto”

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3) Na Gioconda, quando você vê o menino bonito, o que pensa? a) “Ai, olha lá que deus! Vo fala com ele de mansinho.” b) “Há, é hoje. Vou só ficar olhando até ele se tocar.” c) “Não vou à Gioconda!” d) “Bonito, mas não deve ter nada no cérebro.” e) “Amiga, fala com ele pra mim, please!” f) “Vou beber uma cerveja com ele”

4)

Quantas DPs você já teve?

a) “Ahhh muitaaaas! GV é muito difícil pra mim!” b) “Uma ou duas no máximo. O negócio é pegar resumo dos nerds!” c) “Eu derrapo às vezes, mas não peço ajuda não” d) “Nenhuma, óbvio.” e) “Só uma, porque meu Namo lindo me ajuda sempre!” f) “Putz eu pego recorrente porque meu grupo de estudos é uma merda”

5)

Qual é o seu programa favorito?

a) “Caras da Poli!” b) “Espm IN GALA” c) “Programinha sussa familiar” d) “Ir a restaurantes tops” e) “Falar com namorado/ficante/peguete!” f) “Bar, certeza!”

6)

Vou trabalhar com certeza em:

a) “Trabalhar tá longe ainda, poxa!” b) “Onde estiver mais confortável e gostem de mim!” c) “Onde me indicarem!” d) “Banco!” e) “Sei lá! Vou perguntar para amigas e amigos o que acham.” f) “Ambev é show!”

7) Filmes, livros e afins para mim:

a) “Tenho preguicinha, hihihi” b) “Romance, comédia, gosto de vários...” c) “Comer, amar e rezar” d) “Lista de Schindler é um clássico!” e) “Ai, o Harry Potter é lindo!” f) “Star Wars, lógico!”

8) Na véspera da prova de Finanças I:

a) “Tô fudida, não sei nada!” b) “Alô? Oi lindinho, você tem resuminhos pra compartilhar?” c) “Quanta coisa! Preciso me esquematizar rápido.” d) “Já estudei. Malvessi não vai me dar dp!” e) “Devia ter prestado mais atenção e saído do face durante a aula!” f) “Alguém sabe onde encontro alguma merda de prova passada?”


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Humor

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9) Nas eleições para o DA:

a) “Ai adoro laranjinha! É nessa mesmo!” b) “Presidente é meu amigo. Convites de Gioconda de graça no futuro, tomara!” c) “DAGV? Perda de tempo...” d) “Vou esperar para ler as cartas programa” e) “Vô vê se as meninas conhecem alguém de dentro” f) “Vou me candidatar!”

10) Sobre as entidades, você pensa: a) “DAGV: Pouco trabalho e muita pegação. É nessa que eu vou!” b) “Conexão: Preciso de crédito fácil!” c) “AIESEC: uma plataforma familiar pra mim!” d) “EJ: “Vou saber de matérias antes de todo mundo e tenho fonte de resumo, nice!” e) “JP: Os meninos são uns amores!” f) “AAGV: Só não entrei na Tatubola por que é muita várzea.”

CONTAGEM: a) b) c)

d) e) f)

1) Maioria de letras A: Catherine Howard

Sua personalidade libertária permite que você lide com relações amorosas de forma muito mais natural, o que pode gerar certa apreensão em outros tipos de mulher. Como viver relações amorosas é mais interessante que observá-las, você prefere deixar os livros para aquelas ligeiramente mais travadas. E como para viver relações amorosas é necessário sair de casa, sua presença em eventos sociais garante que ninguém fique com saudades.

2) Maioria de letras B: Ana Bolena

Sua inteligência acima da média permite que você se aproveite melhor das armas que possuí, e quer melhor arma que o corpo? Extrovertida, não supre esforços para garantir que todos ouçam a sua versão da história, mesmo que esta se contradiga algumas vezes. Fiel defensora do lema “Os fins justificam os meios” não se deixa abalar pelos corações que se partem ao longo de sua jornada em rumo ao sucesso, que pode vir em forma de diamante caso alguém ache necessário. Isso não significa que não possua algum apego à tradições, sabe apreciar atos de cortesia, como pagar uma conta no restaurante, e é capaz de reconhecer afeto até nos menores detalhes, afinal de contas anéis e brincos não vêm em grandes caixas

3) Maioria de letras C: Catherine de Aragão

Seu elevado senso crítico permite que você avalie com precisão tudo a seu redor, tendo sempre como base a sua bíblia. Não mede palavras quando algo a desagrada. Sincera, gosta de expor sua opinião sobre tudo e todos, mesmo que esta tenha um caráter negativo. Não se encanta tão facilmente, tendo acurado gosto social e se recusa a iludir-se com qualquer evento. Completamente consciente de sua capacidade intelectual não se deixa guiar pela opinião dos outros assim tão facilmente.

4) Maioria de letras D: Catherine Parr

Você traçou seus objetivos desde nova e sabe o que quer. A disposição nos estudos garante que você não apenas tenha conhecimento sobre diversos temas como demonstre os em atividades acadêmicas. Bondosa, não se abstém de dividir sua sabedoria. Também é seletiva e não se deixa enganar pela superficialidade alheia. Mais importante um livro

na mão do que um chifre na cabeça, certo?! Só cheque se a mãe do seu namorado não é parecida demais com você.

5) Maioria de letras E: Jane Seymour

Extremamente sociável vive cercada de amigas. Sabe dar valor às pessoas que tem a sua volta, optando por dedicar a maior parte de seu tempo a elas. Sempre na moda, inspira seu outfit na ultima coleção da barbie. Otimista, sabe que filmes de romance não são apenas ficção, até por experiência própria, uma vez que já namorou mais de um príncipe encantado.

6) Maioria de letras F: Anne de Cleves

Cabeça aberta e sociabilidade são suas características mais fortes. Não perde a oportunidade de interagir com os amigos, mesmo que estes venham apenas na forma masculina. Sabe que sua mania de cuspir no chão repudia algumas pessoas, mas não vê isso como um problema. Direta, não tem medo de falar o que pensa, mesmo que não o faça da maneira mais delicada. Também é forte, não têm necessidade para dramas, encarando a vida de forma direta, o que acaba muitas vezes prejudicando o relacionamento com o mesmo sexo, por isso prefere a companhia do sexo oposto e se isso resultar em engajamento amoroso, melhor do que as lágrimas que pessoas mais fracas tendem a derramar sem o menor pudor.

7) 100 pontos exatos Para de ser curiosa e vai fazer o teste direito!

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Humor

The Gazeta Herald Eleições começaram e a Gazeta Herald investiga os candidatos... José Serra

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ois é: começa a “festa da Democracia”, a “celebração da cidadania”, a época mais patriótica da Nação (fora a Copa do Mundo, é claro...). O período eleitoral já começa a dar seus frutos, e o primeiro deles é o lançamento das bases dos programas eleitorais dos candidatos à prefeitura da Axis Mundi tupiniquin – São Paulo. E quem melhor para abrir essa Herald eleitoreira de que o King of All Things Paulistanas: José Serra. Esse ano, o notório psdebista, de olho no candidato-comunista Fernando Haddad e no letrado douto Tiririca, resolveu apelar para a tática de guerrilha. Seu programa é ousado: na área de Segurança Pública, pretende criminalizar bolinhas de papel e aviõezinhos (ambas armas de poder letal notório, ilustrado pelo atentado à vida do candidato, em 2010); na área de educação, quer salas de aulas com seis professores e dois apoiadores pedagógicos-antissocialistas; no que toca o transporte, deseja sobretaxar ônibus e automóveis em geral que venham ou tenham placas de cidades vizinhas e de outras partes do Brasil (para conter esse mal eterno, a imigração); no que concerne a saúde, fazendo uso de seu inquestionável saber médico (aquele, adquirido durante seus estudos na Faculdade de Medicina da Universidade de... qual Universidade mesmo!?), Cerra (sic) tem intenção

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de estrear as CSBOS, AMSNA, NSSAS, SAFMA e tantas outras “novas” categorias de clínicas inúteis, que inovam, de verdade, só na sigla. Em entrevista à Gazeta, José Serra Serra Serrador garante que se manterá firme também no campo da moralidade no exercício de suas atribuições: “É claro que vai ter decência. O PSDB manterá a honestidade que a oposição vem demonstrando no decorrer dos últimos anos”. Quando perguntado sobre o caso do Senador Demóstenes Torres, por outro lado, o político desconversa: “Viu o Verdão jogar Domingo? Quanta putaria...”. No fim das contas, o candidato tucano não deixou de demonstrar empolgação com nossa Gazeta. Disse: “Eu amo essa Fundação. A turminha que vêm de lá nunca dá trabalho. Você joga uma ou duas promessas de direita, fala que quer acabar com o Fome Zero, reclama de política social, diz que quer ver favela pegar fogo e pronto. A Faap é incrível!”. Lembrado de que falávamos da Fundação Getúlio Vargas, Cerra (sic) desconversou de novo: “Viu o Verdão Domingo? Quanta putaria...”.

Fernando Haddad Fernando Haddad é a bola da vez – principalmente se a vez foi a de pontuar 9 na redação da FUVEST e ter nota 200 segundo a correção do ENEM. O candidato do PT sabe que não é bem visto em São Paulo justamente pela fama direitista da cidade: “O desafio é grande. Mas, que desafio não é?”. Sem temor, Haddad pretende furar o bloqueio partidário que o Município vem mostrando aos candidatos petistas das últimas eleições. A palavra de ordem

de sua campanha é, então, ousar. E nada mais ousado do que o plano de governo desenhado pelo político: “A ideia é atacar os pontos de insatisfação da população paulistana com as últimas gestões. Regular marketing de rua é um estupro das atribuições da Prefeitura, temos de atacar as grandes questões locais”. Perguntado pela Gazeta se as grandes questões eram as vazadas do ENEM, o petista desconversa: “Estou acostumado com o clima de Brasília. Em São Paulo, Setembrochove?”. A pleno vapor, porém, andam as medidas sugeridas por Haddad para sanar as deficiências paulistanas. No quesito transporte, para evitar aumento das passagens, a proposta é congelar preços e incentivar o uso de transporte alternativo: “cabe canoa no Tietê, sabia? E se o Tietê não dá conta, vamos distribuir o Bolsa Bicicleta, pra auxiliar quem precisa de transporte barato e rápido. E se não quiser bicicleta, tem o Bolsa Casa, pra quem desistir de se enrolar no trânsito e partir pra ignorância”. Na segurança pública, a elevação dos ostensivos de coxinhas guardas metropolitanos e investimentos em iluminação pública estão em planejamento (“Principalmente na Augusta, porque tem muita reclamação de não saber se a prima é boa ou tem gogó, manja?”). Quanto à Educação, o candidato é enfático: “minha mãe me deu uma muito boa, obrigado”. Sobre a comunidade gvniana, Haddad quer deixar claro seu interesse em se aproximar e se fazer conhecido entre os estudantes; inclusive está em pauta uma visita à EAESP e à EDESP. Haddad explica: “Quero desfazer a imagem de petista-comunista que os alunos da Getúlio Vargas tem de mim. Eu amo o capital e todo o avanço que ele traz. Sou con-


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tra sindicalistas e desprezo os sem teto. Outro dia, inclusive, cuspi na cara de um mendigo que me pediu dinheiro no farol e mandei ele voltar pro norte. Quer coisa mais próxima do paulistano-gvniano médio?”. Dessa vez, a Gazeta desconversou...

Tiririca Seria um lugar-comum previsível demais dizer que Tiririca não sabe a que veio nas eleições para a Prefeitura paulistana. O chavão “eu não sei o que um deputado fais (sic)” virou o motto da campanha extremamente popular de 2010, angariando um dos eleitorados mais expressivos na história das eleições brasileiras para um homem que não só se declara como faz ostensivo uso do título de palhaço. Mas Tiririca afirma que não brinca em serviço. Para emplacar em São Paulo, desta vez na qualidade de Prefeito, a estratégia de campanha do palhaço é cativar o eleitorado mais abrangente possível. Dos mais humildes à classe média, todos serão, nos próximos meses, alvo de uma das mais ostensivas propagandas, que visará firmar a figura do “amigo do cidadão

paulistano”. Música, dança e algumas piadas políticas de baixo teor intelectual serão mandatórias. “Eu amo São Paulo. É a única cidade no mundo que são os trouxas que elegem os palhaços, e não o contrário”, diz o político, seja lá o que isso signifique. A campanha compreenderá pôsteres e cartazes espalhados pela cidade, de pontos de ônibus a ambulâncias. Também haverá divulgação de “marchinhas de eleição”, com danças de pseudo forró protagonizadas pelo próprio candidato. “Eu quero é alegrar o povo! As eleições e a Prefeitura precisam trazer alegria pra essa gente”. De fato, a palavra “alegria” está tão presente no vocabulário de Tiririca que ela será, inclusive, o slogan da campanha: “se é pra ser porcaria, que seja com alegria!”. O marketeiro-mensaleiro Duda Mendonça, responsável pela campanha e pelo caixa dois, explica: “São Paulo é uma merda, ninguém consegue negar. Você leva três horas pra subir duas quadras da Giovanni Gronchi até a Ponte Morumbi, num trânsito infernal e com um calor do agreste; do lado de fora do seu carro tem uma criança te pedindo dinheiro e, se você recusar, ela volta com bala – de arma,

veja. O Tiririca sabe que não vai dar jeito nessa espelunca, mas ele quer justamente que os cidadãos desencanem. Vamos rir da nossa desgraça, é a ideia”. O plano, então, é espalhar a felicidade pela capital do Estado: Tiririca promete distribuição de narizes de palhaço em pontos estratégicos da cidade, shows de animais domesticados (em geral, antas) na Assembléia Legislativa, postos de maquiagem de bichinhos, confecção de brinquedos de bexiga nas regiões mais pobres e violentas e obras de decoração (em geral com desenhos de bolinhas e cores felizes) nos viadutos, recintos de uso de drogas e pontos de prostituição. “A palhaçada vai ser total!” ri o deputado. Por fim, quando a Gazeta pediu para que o candidato se pronunciasse sobre suas impressões sobre a FGV, a surpresa: “Vou visitar a FGV na campanha! Adoro aquilo, é um circo só! Ouvi dizer que tem palhaço ensinando Filosofia do Direito, palhaço pagando R$ 4000,00 pra repetir semestre e palhaço deletando post em comunidade do Facebook: a GV deve ser uma festa!”.

Touchè.

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Cultura

Filmes

Um método Perigoso

Para aqueles que adoram um bom filme, seguem duas indicações da Gaveta Vargas

A Invenção da Mentira Marina Silva

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ocê já parou para pensar quantas mentiras conta por dia? Antes de responder essa pergunta é necessário pensar, o que é mentira? A definição formal da mesma, encontrada no dicionário Michaelis é: men.ti.ra sf (lat mentita, com dissimilação) 1 Ato de mentir; afirmação contrária à verdade, engano propositado. 2 Hábito de mentir. 3 Engano da alma, engano dos sentidos, falsa persuasão, juízo falso. 4 Erro, ilusão, vaidade. 5 Fábula, ficção. 6 O mesmo que leuconiquia. Antôn (acepções 1, 3 e 4): verdade; (acepção 5): realidade. M. de rabo e cabeça: grande mentira. M. inocente: dita sem o propósito de prejudicar. M. oficiosa: dita a alguém, sem prejuízo de terceiro, e só para lhe causar prazer ou utilidade. Como pode-se perceber, mentira pode ser considerada qualquer afirmação contrária a verdade, fruto da imaginação de alguém, e não depende do propósito para qual é criada. Esta vai desde uma resposta educada a Como vai? , passa pelos elogios ao corte de cabelo horroroso que seu amigo fez, inclui promessas que não se intende cumprir, até acusações falsas quanto a reputação alheia. A mentira é, portanto, TUDO que não for cem por cento verdadeiro. Agora reflita, quantas mentiras você conta, e ouve, por dia? E quantas verdades você omite? O papel da mentira em nossa sociedade é significativo, e vai muito além das relações pessoais. Graças a mentira temos livros, filmes, propagandas,

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música e piadas. Aquele que é capaz de mentir não é necessariamente uma pessoa má, uma vez que, como aponta o item 5 da definição de mentira, esta é qualquer fábula ou ficção. Mentir é criar, é imaginar. Um ator ou escritor é tão mentiroso quanto aquele seu amigo chato. O filme “O primeiro mentiroso” é capaz de ao mesmo tempo explorar a importância da mentira em nossa sociedade e fazer um retrato da hipocrisia que nos cerca. Ao criar um mundo em que não foi inventada a mentira, os seres humanos não possuem imaginação, o que se reflete desde a criação de filmes, que nada mais são do que uma pessoa narrando História, uma vez que não há capacidade para se criar roteiros ou interpretar personagens, até a interação entre as pessoas, cuja sinceridade se aproxima da crueldade. Com seu humor ácido, o filme consegue ultrapassar o lugar comum do mentiroso que passou a falar a verdade graças a um alinhamento estrelar e aprendeu uma grande lição. O filme não passa nenhuma história de vida comovente para o espectador se tornar uma pessoa melhor. Este simplesmente nos diverte com a sociedade em sua forma mais nua e crua. O que não impede que este aborde em segundo plano temas como religião, relacionamentos e vida profissional. A profundidade do filme se perde um pouco a partir do meio deste, quando seu caráter: comédia-romântica ganha maior espaço em detrimento da crítica social. Isso no entanto, não retira o valor do filme, apenas adiciona leveza ao mesmo. Uma excelente opção para aqueles que apreciam uma boa crítica social e não possuem paciência para filmes parados e/ou muito densos.

Higor Borges

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ara aqueles que buscam um bom filme para assistir num final de tarde qualquer de Maio, fica a dica do filme “Um método perigoso”. Baseado na história real da (des) união entre Sigmund Freud (Vigo Mortence) e Carl Jung (Michael Fassbender), o filme narra o submundo de mentes perturbadas analisado por óticas diferentes (a ênfase freudiana na sexualidade e a busca jungiana pela solução de problemas), marcando o período de consolidação da teoria psicanalítica, uma revolução no campo do conhecimento da mente humana. Mas não se trata de um documentário acadêmico. O filme ganha dramaticidade ao aproximar o expectador do envolvimento de Jung e sua paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley), suscitando desde um debate ético até (e isso muito mais marcadamente) a exposição das grandes dualidades do ser humano: o conflito entre dever e desejo, a o embate entre sentimento e carnalidade, a incoerência entre saber acadêmico e prática social. Vale salientar a sensação de estranhamento que sente o expectador ao ser trazido da óptica clínica (com scenas desconfortantes do comportamento doentio de Spielrein) para a sexual (quando ocorre o adultério de Jung, as cenas de sadomasoquismo e a “demonstração” das teses hedonistas do Dr. Otto Gross, interpretado por Vincent Cassel). Vale também destaque para o eixo histórico da trama, com o desenho da relação de íntima amizade entre Freud e o médico adúltero, abalada por desavenças intelectuais, sempre regradas por descrições e análises de sonhos muito peculiares. Para quem gosta do assunto mente humana, é uma boa dica. Para quem gosta de drama e intriga, melhor ainda.




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