Acre made in Amazonia

Esta pesquisa ĂŠ dedicada a Chico Mendes que continua a iluminar o nosso caminho.

PESQUISA SOBRE A IDENTIDADE ACRE CRÉDITOS GERÊNCIA CIENTÍFICA Valentina Auricchio Roberto Galisai e Giuliano Simonelli PROJECT MANAGER Valentina Auricchio, Roberto Galisai, Elisângela Rocha e Marco Brandão PESQUISADORES Zoy Anastassakis e Eugenia Chiara APOIO À PESQUISA Rodrigo Hull e Carol Nemoto DESIGNER Emmanuel Gallina e Bernardo Senna TÉCNICO DE PRODUÇÃO Sergio Frison DIREÇÃO DE ARTE Eugenia Chiara DIAGRAMAÇÃO Carla Cesar Sergio FOTOGRAFIA Alessandro Brasile CAPA Wennedy Figueiras TRADUÇÃO Liliane Chaves e Maria José Guidugli de Mendonça REVISÃO TEXTUAL Ducélia Lopes e Elisângela Rocha AGRADECIMENTOS Arturo Dell’Acqua Bellavitis, Sergio Frison, Emmanuel Gallina, Bernardo Senna, Marlúcia Cândida, Marcos Brandão Junho 2012 - POLI.design

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Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Metodologia de projetação

MÉTODO de projetaçÃo Projeto Acre Made in Amazonia

— METODOLOGIA A pesquisa encontra-se dividida em duas áreas principais: a primeira, diz respeito ao estudo e análise do cenário atual, tornando-se, assim, um retrato do estado da arte; a segunda, concentrase na explicação da metodologia de trabalho utilizada no projeto Acre design. O primeiro capítulo é um estudo sobre a identidade do Estado do Acre investigada “de longe” e “de perto”. O Acre “de longe”, oferece uma visão externa do Estado e uma “identidade percebida” de fora. A segunda parte, “de perto”, realizada através de um workshop em Rio Branco, permite integrar a investigação a uma visão interna, uma “identidade subjetiva”. No final deste trabalho, as duas identidades integram-se para definir a mais idônea e coerente com os objetivos do projeto: o desenvolvimento de linhas de produtos com uma forte identidade local, mas com uma sensibilidade para o mercado externo. O segundo capítulo visa a fornecer uma visão geral do Brasil, do mercado brasileiro e do setor moveleiro por meio de esquemas e números. Nele são individualizadas as empresas e os produtos que compõem o setor. Está também presente uma análise etnográfica a respeito do “novo consumidor brasileiro”. Por fim, no terceiro capitulo, estão reunidos diversos trabalhos de designers brasileiros, cujos produtos foram agrupados de acordo com alguns tópicos, os quais podem referir-se tanto ao material utilizado, quanto às características formais, produtivas ou mesmo conceituais. A partir desse panorama, pretende-se proporcionar uma multifacetada imagem da

identidade do design nacional. A pesquisa de tendências, visa a identificar as mudanças ocorridas em relação ao consumo dos móveis, quer seja em termos formais (formas, cores e materiais), quer seja em termos funcionais (usos e costumes) em nível internacional. A quinta parte analisa os projetos que no passado trabalharam de acordo com a mesma direção do projeto Acre: cooperação, sustentabilidade social, identidade brasileira. Seu principal objetivo é aprender, a partir da análise de boas e más práticas dos estudos de caso, auxiliandonos na compreensão de como é possível posicionar um produto no mercado, quais são os canais corretos para tal fim e os tempos de desenvolvimento do projeto. A seção relacionada ao cenário futuro inicia a projetação. Esta é uma elaboração dos dados coletados na primeira parte, que propiciará a definição dos dois cenários para o desenvolvimento das linhas de produtos. Nos esquemas de posicionamento, no capitulo sétimo, os cenários criados são visualizados de modo a esclarecer a sua destinação em termos de mercado e utilização. A última parte da pesquisa concentra-se nos canais de venda e nas feiras. Em projetos dessa natureza, é fundamental identificar-se imediatamente os canais de venda reais, objetivando oferecer um produto adequado para o contexto certo. Esse canal de venda poderá ser um parceiro comercial ou então uma feira específica de referência. A pesquisa é concluída com uma lista analítica dos possíveis parceiros comerciais e feiras que servem como referência.

IDEN DAD 8|9

NTIDE Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Identidade Acre

— O PRESENTE PROJETO DE PESQUISA VISA A IDENTIFICAR AS CARACTERÍSTICAS PECULIARES DO ESTADO DO ACRE PARA DETERMINAR DIRETRIZES PARA O DESENVOLVI MENTO DE LINHAS DE PRODUTOS DO SETOR MOVELEIRO. DURANTE A PESQUISA IDENTIFICARAM-SE DADOS E CONHECIMENTOS QUE PODERÃO SER ÚTEIS PARA DESIGNERS INTERNACIONAIS E LOCAIS SERVINDO COMO GUIA PARA A PROJETAÇÃO. O PRIMEIRO OBJETIVO DESTA PESQUISA É CRIAR UM DOCUMENTO EM QUE HAJA UM COMPARTILHAMENTO COMUM DE PROBLEMAS, UM CONHECIMENTO COLETIVO ENTRE DESIGNERS E DEMAIS ATORES, SOBRE OS QUAIS SE POSSAM CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA PROJETUAL LOCAL. O DOCUMENTO, ENTÃO, DIALOGA TANTO COM DESIGNERS INTERNACIONAIS, PARA AJUDÁ-LOS A COMPREENDER A REALIDADE LOCAL E NACIONAL, QUANTO COM ATORES LOCAIS, BUSCANDO APROFUNDAR SEUS CONHECIMENTOS.

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IDENTIDADE ACRE A identidade acreana de longe

— A AMAZÔNIA Assim denomina-se a maior floresta úmida e o maior sistema fluvial do planeta.

A Amazônia é formada por mais de 600 diferentes tipos de habitats terrestres e aquáticos, cuja diversidade abrange desde pântanos e pastagens naturais até florestas de montanhas e de terras baixas também denominadas várzeas ou igapós. A região abriga 10% das espécies conhecidas em todo o mundo, inclusive espécies endêmicas ameaçadas de extinção. Essas e outras características faz desse lugar um lugar incrível.

O rio Amazonas, seu principal rio, é o maior rio do mundo quanto ao volume de descarga d’água no oceano. Com apenas duas horas de fluxo desse rio, seria possível satisfazer as necessidades de consumo de água dos aproximadamente 7,5 milhões de habitantes da cidade de Nova Iorque durante o período de um ano.

Seus mais de 30 milhões de habitantes dependem de seus recursos naturais e dos serviços que eles propiciam. Outros tantos milhões de pessoas que vivem distante dessa região, como os habitantes da América do Norte e da Europa, também recebem influência da zona climática da Amazônia, a qual é extremamente ampla. www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ ambiente_e_natureza

— RIOS VOADORES “O termo ‘rio voador’ descreve com um toque poético um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.” Rios voadores são cursos de água atmosféricos, invisíveis, que passam sobre nossas cabeças, transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.

A floresta Amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa a umidade evaporada do oceano Atlântico para dentro do continente que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta, esquentada pelo sol tropical, as árvores devolvem a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidas em direção ao Oeste pelos ventos alísios, as massas de ar carregadas de umidade - boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta - encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Ali, precipitam-se parcialmente pela encosta Leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos.

Barradas pelo paredão de 4.000 m, as correntes aéreas (ou rios voadores), ainda carregadas de vapor d’água, fazem a curva e partem em direção ao Sul, às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e países vizinhos. Assim, é possível perceber que o regime de chuvas e o clima do Brasil devem muito a um acidente geográfico localizado fora do

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A identidade acreana de perto Identidade e design

— IDENTIDADE Esta pesquisa, sobre a identidade acreana, quer fotografar a identidade coletiva de um povo, residente em um determinado território, em um determinado momento histórico. É uma “foto Polaroid”, válida hoje, que provavelmente daqui a cinquenta anos será diferente. É preciso levar em conta que o estado do Acre tem formalmente 50 anos. Antes disto, este lugar era território brasileiro, sem um reconhecimento de estado e, anterior a isto ainda, sua população teve que combater para tornar-se independente da Bolívia, tornando-se Brasil.

Portanto, a identidade deste povo ainda está em construção, sendo uma mistura de grupos étnicos e culturais diferentes (índios, nordestinos, sulistas, libaneses, europeus, japoneses, etc.).

Estes grupos são unidos pelo fato de residirem no mesmo território e serem fortemente ligados à floresta, pela qual possuem atenção, comportamento de preservação e um sentimento com relação à ecologia e sustentabilidade que os tornam profundamente diversos dos outros estados da região amazônica.

Zygmunt Bauman afirma que a natureza extraterritorial da comunidade de hoje tem feito as identidades mais voláteis, induzindo à insegurança geral dos indivíduos, que não conseguem mais reconhecer-se em uma identidade tradicional e que, assim, procuram novos estímulos e alternativas de reconhecimento.

Hoje, o estado do Acre está fazendo uma operação

cultural contrária, definindo de maneira fiel a sua identidade e valorizando-a, também, na cultura material, na arquitetura e no design, para aumentar o valor dos produtos regionais.

Um exemplo deste processo é a própria cidade de Rio Branco, onde algumas construções contemporâneas, como a Biblioteca da Floresta, a Casa do Artesão, a sede da FUNAI e o Parque da Maternidade retomam traços distintos das construções vernaculares do povo indígena, misturando-os com o minimalismo contemporâneo.

Outro exemplo é a embalagem dos produtos da marca Miragina, especialmente a embalagem dos biscoitos de castanha, imediatamente reconhecível como acreana, graças ao uso de cores e motivos indígenas. Esta pesquisa tem, portanto, o objetivo de fazer emergir alguns traços distintos desta cultura, também no âmbito visual, de modo a influenciar significativamente o desenvolvimento de novos produtos artesanais e industriais acreanos.

Segundo David Schneider, de fato “... a cultura é um sistema de símbolos e significados”, que se configura tanto na forma social quanto em formas materiais e componentes da paisagem. Falamos, portanto, da cultura material, a disciplina que estuda os objetos como ferramentas de compreensão da sociedade e materialização dos processos sociais.

Esta pesquisa quer cristalizar, através do estudo da

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Identidade Acre

cultura material, a identidade coletiva da região do Acre, em um determinado momento histórico, considerando-a como uma peça muito importante para o desenvolvimento do lugar. Consideremos o produto como base do conceito de “capital territorial”, conjunto dos elementos dos quais dispõe um território no âmbito material e imaterial, que constituem sua verdadeira riqueza.

Produzir objetos e artefatos, com forte identidade cultural cria no mercado um diferencial que contribui para o desenvolvimento econômico da região. O design, neste sentido, possui duas funções fundamentais: observa, descobre e cristaliza os elementos da cultura material, através do reconhecimento das técnicas, da iconografia, dos materiais e das habilidades das pessoas; projeta, exprime e divulga a identidade material e imaterial de um lugar, integrando tais elementos nos produtos.

— CAPTURAR A IDENTIDADE Esta pesquisa tem o objetivo de fazer emergir alguns elementos da cultura (material e não material) acreana, para inspirar os produtos de design que serão resultados do projeto Acre Design. O estudo sobre a identidade foi conduzido com diversos métodos. De um lado, foi feita uma pesquisa tradicional, bibliográfica e nos sites da internet, antes da primeira viagem ao local. Por outro lado, durante a primeira missão foram feitas entrevistas com personagens importantes da vida cultural acreana: Marcos Afonso (Diretor da Biblioteca da Floresta), Gumercindo Rodrigues (amigo e advogado de Chico Mendes), Marcelo Piedrafita Iglesias (especialista da cultura indígena), Nilson Mendes (guia da floresta e primo de Chico Mendes) e Marlúcia Cândida (arquiteta e especialista em arquitetura vernacular, Primeira Dama do Acre).

Paralelamente a isso, foi feita uma documentação fotográfica da cultura material local, a partir das casas e dos monumentos, dos objetos, dos móveis, da natureza e das pessoas. Atenção especial foi dada à área dos móveis, visitando diversas casas e negócios, para entender melhor as tendências e os gostos do mercado local. Outra atenção foi dada para a arte contemporânea e, especialmente, a streetart, uma vez que em Rio

Branco está presente um grupo de grafiteiros que criaram um projeto etno-grafites, trabalho artístico de resgate da identidade indígena. Através de uma visita à Biblioteca da Floresta foi possível, também, levantar várias referências bibliográficas e fotográficas sobre diversas culturas presentes na região: seringueiros e índios.

Em sala de aula, foram realizados diversos exercícios para procurar “captar” o conceito de identidade presente no imaginário dos estudantes.

O primeiro, chamado “mindmapping” ou mapas mentais, é um exercício feito em grupo, onde cada grupo tem que construir painéis com palavras chaves sobre fatos, emoções, riscos, oportunidades e inovações na construção da identidade acreana.

No final, cada grupo apresenta aos outros os resultados e é, então, criado um painel síntese.

Os principais resultados dessa atividade são: focalizar os pensamentos dos participantes no tema da identidade; captar traços fundamentais dessa identidade; captar a atitude dos participantes com relação ao tema da identidade (orgulho, medo, etc.); passar para os participantes o conceito de que ter uma identidade forte pode ser um diferencial nos negócios. Deste exercício foram levantados diversos conceitos, que são relacionados a seguir de forma resumida:

Fatos: Chico Mendes • PERSONALIDADE • Seringueiros • GRUPOS SOCIAIS • Índios • • Açaí • Bandeira do Acre • OBJETOS SIMBÓLICOS • Poronga • Balde • Canoa • Faca • Uirapuru • HISTÓRIA • Quinquagésimo Aniversário • Independência

Emoções

• Serenidade • Simplicidade • ORGULHO • Respeito • Carisma • Satisfação • Conquista Solidariedade • Respeito • Compaixão Emoções Negativas: Vergonha • Desigualdade Preconceitos • DESMATAMENTO Riscos: Desvalorização dos Materiais • Problemática • Cultura e Utilidade • Falta de União • Originalidade • IDENTIDADE NÃO ORIGINAL • • Personalidade • Não Influenciar a Cultura Existente • Abandono da Cultura • Por de-Obra Qualificada • COMPORTAMENTOS PERIGOSOS • Estrutura Autonomia • Medidas Falta de Incentivo por parte do Governo • Não Valorização da Madeira • Discriminação dos Sem a Ajuda de uma Pessoa que Saiba Projetar • Preconceitos • FONTE DE INFORMAÇÕES • Cultura • Respeitar Respeito • Sair do Esquema • Falta de Fontes • Aceitação Passiva Outros Estados • Natureza • Cooperativas • Aprendizado • RESULTADOS • Expansão • do Acre • Descoberta de Novas Tecnologias • Classe A, B, C • Inspiração • NOVOS Perseverança • Orientação • FONTE DE INOVAÇÃO • Aceitação • TRABALHO • Empenho • • Colaborações Novas • Qualificação • AÇÕES • Mundo • Matéria Prima • VANTAGENS Aumento de Salário • Imaginação • Mostras • O Acre Reconhecido no Brasil • Inspiração Colaborações • Interação • Sustentável • Agir em Grupo • Consórcio Incentivos Comunicação Visual • NOVOS MODOS • Acabamentos • Pequenos Objetos • Especialização o Consumidor • Ousar • Inserir a Identidade Acreana nos Produtos • Conceito • HUMOR • a Folha como Cartão Postal • MEDOS • Moderno X Antigo • Uso X Utilidade • NOVOS Facebook • Regional • Criação de Projetos • NOVOS MATERIAIS • Criação de Redes • Sementes Jarina • Publicidade Imprensa • ECOLOGIA • Comércio Eletrônico • Rádio • Melhorar A Qualidade dos Produtos • NOVOS PRODUTOS • Não Conseguir • Atitudes Programas de Tv Documentários • Etnias • Lendas • Aplicar a Modernidade à Cultura CRIATIVAS • Ações • Alternativas

VISU LIZA 34 | 35

UAAR Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

— DO EXERCÍCIO DE MAPAS MENTAIS SURGIRAM TAMBÉM ALGUNS COMPONENTES QUE MARCAM A IDENTIDADE VISUAL ACREANA: • OS PRINCIPAIS GRUPOS SOCIAIS (ÍNDIO, SERINGUEIRO, RIBEIRINHO, • NORDESTINO) • ALGUNS OBJETOS SIMBÓLICOS (PORONGA, BALDE, COLAR INDÍGENA) • AS LENDAS (MAPINGUARI, BOITATÁ, CABOCLINHO DA MATA...)

A PARTIR DESSAS ANÁLISES FORAM DEFINIDOS OS TRÊS CONCEITOS INSPIRADORES PARA AS LINHAS DE MÓVEIS: • O CONCEITO DE FLORESTANIA • O COMPONENTE INDÍGENA • O AMBIENTALISMO LIGADO AO MUNDO SERINGUEIRO. EM SEGUIDA ESSES CONCEITOS FORAM TRABALHADOS VISUALMENTE, CRIANDO MOODBOARDS RELACIONADOS AS COMPONENTES VISUAIS DE CADA MUNDO ANALISADO PARA SE FORMULAR INSPIRAÇÕES PARA OS DESIGNERS E E ALUNOS NA SEGUNDA FASE DO PROJETO.

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RAÍZES

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

Ă RVORES

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C CIPÓ

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

CASCA Ă“

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FIBRAS

T

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

TEXTURAS

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VISTAS AÉREAS

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

S

GEOGLIFOS

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A

ABELHAS

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

ARANHAS

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P BORBOLETAS

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

PĂ SSAROS

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F TEXTURAS ANIMAIS

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

FLORES

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FORMAS FOLHAS

F

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

FRUTAS

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SEMENTES

C

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

S

COLARES

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DESENHOS

S

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Analisar e Visualizar a Identidade

S

SĂ?MBOLOS

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Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Análise tipológica do Design brasileiro

— EssE capítulo visa a fornEcEr uma visão gEral do Brasil, do mErcado BrasilEiro E do sEu sEtor movElEiro por mEio dE EsquEmas E númEros. são individualizadas as EmprEsas E os produtos quE o compõEm, idEntificando-sE a catEgoria E o posicionamEnto dE cada EmprEsa. faz-sE prEsEntE, tamBém, uma análisE Etnográfica soBrE o “novo consumidor BrasilEiro”, através da qual é possívEl idEntificar locais E pEssoas quE possam rEprEsEntar as difErEntEs classEs sociais do país. para cada classE foi ElaBorado um rEsumo Em uma ficha-padrão, ondE são rEgistrados dEtalhEs dE vida, háBitos, índicEs socioEconômicos E caractErísticas haBitacionais.

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O novo consumidor brasileiro classes sociais no Brasil

— IDENTIDADE Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, os critérios para definição das classes sociais, baseados em dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD/IBGE) são: vulnerabilidade socioeconômica e renda per capita. Considera-se como grau de vulnerabilidade socioeconômica a possibilidade de retorno à condição de pobreza nos próximos cinco anos. Assim, de acordo com essa definição, as classes sociais existentes e suas rendas limite per capita seriam: × Extremamente pobre: até R$ 81 per capita × Pobre: R$ 81 a R$ 162 per capita × Vulnerável: R$ 162 a R$ 291 per capita × Baixa classe média: R$ 291 a R$ 441 per capita × Classe média: R$ 441 a R$ 641 per capita × Classe média alta: R$ 641 a R$ 1.019 per capita × Baixa classe alta: R$ 1.019 a R$ 2.489 per capita × Alta classe alta: acima de R$ 2.480 per capita Entretanto, existe ainda outro tipo de segmentação econômica, utilizado pelas empresas de pesquisa, chamado Critério de Classificação Econômica Brasil. Segundo esse, os critérios considerados para definição das classes sociais são: presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família. Esse método atribui pontos em função de cada característica domiciliar.

Através da soma dos pontos, estabelecese uma série de correspondências entres

faixas de pontuação do critério e estratos de classificação econômica, as quais são definidas como A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E. As rendas médias equivalentes a cada um deles são: CLASSE A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E

RENDA MÉDIA POR FAMÍLIA R$ 12.926 R$ 8.418 R$ 4.418 R$ 2.565 R$ 1.541 R$ 1.024 R$ 714 R$ 477

— UMA NOVA CLASSE MÉDIA Através da comparação dos dados recolhidos pelo IBGE entre 2001 e 2009, é possível perceber o crescimento da classe média no Brasil, a qual, atualmente, corresponde a 64% da população. É importante ressaltar que esses dados não refletem o mero crescimento de uma classe média pré-existente, mas comprovam a emergência de uma nova classe média. Classe média esta que apresenta características socioculturais distintas do que até então se convencionou denominar de classe média no país. Nesse sentido, trata-se de um deslocamento ou movimento demográfico, que, no momento presente, consiste, principalmente, na passagem de elementos da classe D para a classe C.

2001 CLASSE ALTA ALTA

CLASSE MÉDIA

CLASSE BAIXA

CLASSE

2001

2009

RENDA PER CAPITA

Alta classe alta

4%

4%

> R$ 2.489 2.489

Baixa classe alta

10%

13%

R$ 1.019 – R$ 2.489

Alta classe média

11%

14%

R$ 641 – R$ 1.019 1.019

Classe média

11%

17%

R$ 441 – R$ 641

Baixa classe média

10%

17%

R$ 291 – R$ 441 441

Vulnerável

21%

19%

R$ 162 – R$ 291

Pobre

18%

10%

R$ 81 – R$ 162

5%

< R$ 81,00

Extremamente pobre 11% 2009

CLASSE ALTA ALTA

CLASSE MÉDIA

CLASSE BAIXA

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Análise tipológica do Design brasileiro

B CLASSE MÉDIA ALTA / CLASSE MÉDIA RENDA – PNAD/IBGE Classe média: R$ 441 a R$ 641 per capita Classe média alta: R$ 641 a R$ 1.019 per capita

RENDA MÉDIA POR FAMÍLIA R$ 2.565-4.418

OBSERVAÇÕES SOBRE O CONSUMO × Boa parte do orçamento para educação; × Lazer: cinema, teatro, shows; Viagens ao exterior; × Compra de “mimos”, como televisores e computadores de última geração; × Almoços/jantares fora de casa são frequentes

%2009

17%

DETÉM:

24,4% dos domicílios 46,6% da massa salarial 38,1% do consumo

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Análise tipológica do Design brasileiro

D POBRE/EXTREMAMENTE POBRE RENDA – PNAD/IBGE Extremamente pobre: até R$ 81 per capita Pobre: R$ 81 a R$ 162 per capita

RENDA MÉDIA POR FAMÍLIA R$ 714- 477

OBSERVAÇÕES SOBRE O CONSUMO × Despesas basicamente com alimentação e vestuário

%2009

15%

DETÉM:

20,6% dos domicílios 2,7% da massa salarial 7% do consumo

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PRINCIPAIS ESTADOS BRASILEIROS EM NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS MOVELEIROS FONTE: PIA/IBGE, 2007

SÃO PAULO

RIO GRANDE DO SUL

21, 10%

15, 20%

s

e

PARANÁ

MINAS GERAIS

SANTA CATARINA

13, 60%

13, 50%

12, 50%

DEMAIS ESTADOS

24, 10%

Distribuição da produção CONCENTRAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS MOVELEIROS PELOS ESTADOS

Empresa líder com capacitação média.

PMEs intensivas em mão-de-obra.

FONTE: MOVERGS / IEMI (BRASIL MÓVEIS 2011)

Móveis residenciais de padrão médio: retilíneos de painéis, torneados e estofados.

Empresas líderes com elevada capacitação produtiva.

PMEs em setores intensivos em mão-de-obra.

Móveis residenciais e de escritório populares: metálicos, retilíneos e torneados.

Estrutura Heterogênea: (1) móveis seriados: grandes empresas com alta tecnologia; (2) móveis sob encomenda: PMEs estrutura artesanal; (3) móveis de escritório: elevada complexidade produtiva. (a) Móveis residenciais populares: retilíneos de painéis e sob encomenda; (b) Móveis de alto padrão: sob encomenda; Móveis de escritório.

Empresas líderes com capacitação média.

PMEs intensivas em mão-de-obra.

Dormitórios: retilíneos de painéis e torneados.

Ubá

NÚMERO DE EMPRESAS: > 3000 1001-3000

Mirassol

Grande São Paulo

Arapongas

Votuporanga

Linhares

PMEs buscam ações conjuntas.

Móveis residenciais de padrão médio: retilíneos e torneados de madeira maciça.

Empresas líders com capacitação média.

PMEs com tecnologia inferior

São Bento do Sul Bento Gonçalves

Móveis populares: estofados e retilíneos de painéis

101-1000

Empresas líderes exportadoras com elevada capacitação produtiva, mas ausência de design próprio.

PMEs, subcontratadas das grandes empresas.

21-100 < 21

Móveis residenciais para exportação: torneados de madeira maciça (pinus)

PRINCIPAIS POLOS

Maior capacitação tecnológica e de design do país Cozinhas e dormitórios de alto padrão: retilíneos de painéis e metálicos

RENDIMENTO MÉDIO NOS EMPREGOS, 2007

PRODUÇÃO POR POLOS, 2010

FONTE: FIESP

FONTE: MOVERGS / IEMI (BRASIL MÓVEIS 2011) 30%

BENTO GONÇALVES MÉDIA BRASILEIRA

R$ 779,60 R$ 946,10

SÃO PAULO RIO GRANDE DO SUL PARANÁ MINAS GERAIS SANTA CATARINA

R$ 878,40 R$ 754,80 R$ 649,40 R$ 732,60

15%

SÃO PAULO INTERIOR

14%

ARAPONGAS

12%

GRANDE SÃO PAULO

10%

UBÁ

7%

CURITIBA SÃO BENTO DO SUL LINHARES GRANDE BELO HORIZONTE LAGOA VERMELHA

4% 4% 2% 1%

Estruturação da Indústria COMPOSIÇÃO DA INDÚSTRIA MOVELEIRA NO PAÍS

GRANDE

MÉDIA

MICRO E PEQUENA

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS

PESSOAL OCUPADO

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE MÓVEIS POR PORTE DA EMPRESA

ESTRUTURA DA INDÚSTRIA MOVELEIRA NO BRASIL

PRODUÇÃO SEGMENTADA

barreiras de investimento fracas

indústrias não-especializadas

coexistência de equipamentos de última geração com obsoletos

verticalização da produção

barreira de tecnologia baixa

eficiência comprometida

aumento do custo

modernização desequilibrada

modernização desequilibrada

alta informalidade

o

ão

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Análise tipológica do Design brasileiro

aumento das sub-contratações

grande produção

CRESCIMENTO DESDE OS ANOS 1990

exportação maior especialização da fabricação avanço tecnológico a partir dos anos 1990

aumento do consumo de mobiliário

formação dos APL’s aquecimento da indústria de construção civil

redução dos impostos inflacionários

aumento do consumo nacional

fortalecimento das chances de sobreviência e crescimento políticas de incentivo a créditos financeiro e imobiliário

maior articulação entre as empresas, sejam produtoras, fornecedoras, prestadoras de serviços ou comercializadoras desenvolvimento do setor moveleiro

aumento do poder aquisitivo das classes C/D

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Análise do mercado moveleiro análise do mercado de referência

— MERCADO DE MóVEIS Percebe-se no mercado de móveis brasileiro uma diversidade de peças - desde as muito conservadoras até algumas mais contemporâneas e com maior grau de inovação. Dentre essas últimas, há propostas com uma grande amplitude de preço, atendendo a diferentes classes sociais.

No gráfico, o mercado de móveis brasileiro foi organizado de acordo com o quanto inovador/ conservador é considerado. Ao cruzar tal informação com os preços dos produtos, foram identificados alguns nichos de mercado. Em verde, estão destacados os perfis de consumidores e, em amarelo, o tipo de mobiliário que, respectivamente, consomem. Percebe-se ainda que o público mais conservador, de modo geral, busca por qualidade e utilidade nos móveis, enquanto o público mais inovador prioriza a sua aparência e estilo.

Dessa forma, o gráfico identifica seis principais grupos de mercado, que serão desenvolvidos nas pranchas a seguir. Além de abordar a tipologia dos móveis e as características dos usuários, reúne informações sobre a comercialização dessas peças e sobre as possíveis fontes de referência para os perfis de consumidores.

— ANáLISE DO MERCADO DE REfERêNCIA O mercado de referência para mobiliário e decoração brasileiros diversifica-se através de revistas especializadas, encartes de lojas do ramo, publicações em jornais e programas de TV. Percebe-se, de maneira genérica, que existem algumas fontes para os públicos que procuram informação sobre o assunto e outras que alcançam também o público que não a procura, porém é influenciado indiretamente, assistindo a novelas ou lendo um encarte do jornal, por exemplo. × Encartes Aqui estão reunidos encartes promocionais distribuídos nas próprias lojas. Portanto, tratase de referências para o consumidor que já está na loja, com possível intenção de compra.

Assim, percebemos como uma variedade de lojas apresenta-se ao cliente. × Jornal Nos jornais, encontram-se diferentes tipos de referência para o mobiliário, como encartes específicos de Decoração e encartes de lojas diversas, que, às vezes, chegam a constituir suplementos em forma de revistas. É importante ressaltar que, por integrarem o jornal, alcançam diferentes públicos, não apenas aquele interessado no assunto.

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Análise tipológica do Design brasileiro

× Revistas Especializadas Percebe-se uma variedade de revistas especializadas em decoração, sendo cada uma delas direcionada a um público específico.

Identifica-se, portanto, três grupos de consumidores: Revistas classe A/B+, R$ 15,00 - 30,00 Revistas classe A-/B, R$ 10,00 - 15,00 Revistas classe B-/C, R$ 4,00 - 10,00 × Tv, Programas de Decoração A maior parte dos programas brasileiros, voltados para o tema decoração, são produzidos para a TV a cabo, em sua maioria exibidos no Canal GNT. Há ainda, em um canal de TV aberta, na TV Globo, um quadro de um programa chamado Lar Doce Lar, no qual o designer Marcelo Rosembaum propõe novas soluções para as casas visitadas.

Alguns exemplos: A Casa Brasileira, com Alberto Renault, no Gnt Lar Doce Lar, com Marcelo Rosenbaum, na Tv Globo Santa Ajuda, no Gnt Decora Brasil, no Gnt × Tv, Novelas e Seriados Assistir a novelas faz parte da rotina de muitos brasileiros e, desse modo, os cenários exibidos são referência de decoração para esse público.

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Mobiliário tradicional Classe a+Conservador

TIPOLOGIA DE MÓVEIS Percebe-se um mobiliário tradicional, sendo mais comuns móveis torneados de madeira maciça, com proporções largas e sofás robustos, por exemplo.

COMERCIALIZAÇÃO Tais produtos podem ser encontrados em lojas, em geral, pequenas ou médias, porém, de alto luxo, como: Rosa Kochen, Velha Bahia, Secrets de Famille.

Pagamentos à vista

MÉDIA DE pREÇOS pERCEBIDA Mesa de jantar: R$ 4.000,00 - 7.000,00 Cadeira: R$ 750,00 - 1.500,00 Sofá R$ 4.000,00 - 10.000,00

MERCADO DE REFERÊNCIAS Tal público também absorve referências de filmes e televisão e, eventualmente, das principais revistas de decoração do mercado. No entanto, não está interessado em atualizar sua casa para estar na moda.

PÚBLICO-ALVO E USO DOS MÓVEIS Possui alto poder aquisitivo, porém, com gosto tradicional, preferindo móveis com qualidade e funcionalidade. Dessa forma, procuram peças de madeira maciça e, preferencialmente, uma boa madeira. É também comum a utilização de vidro e mármores em mesas.

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Design assinado Classe a + Tendência

TIPOLOGIA DE MÓVEIS Produtos concebidos por designers renomados, que costumam ter alto preço. Muitos possuem formas orgânicas ou possuem alguma referência humorística.

A assinatura parece elevar intensamente os preços.

Além da madeira, é comum encontrarmos objetos de plástico ou acrílico.

COMERCIALIZAÇÃO Tais produtos podem ser encontrados em lojas como: Way Design, Novo Ambiente, Artefacto, Dpot. É comum tais lojas estarem reunidas em shoppings, muitas vezes especificamente voltados para decoração. Também em lojas de museus que possuem alguns itens de mobiliário, como a Novo Desenho, do MAM-RJ; e os ateliers dos próprios designers. É difícil perceber uma média de preços, pois, devido à assinatura de Designers, alguns móveis

chegam a preços bem mais elevados que a média dos produtos A+.

MERCADO DE REFERÊNCIAS As principais fontes para consulta sobre esse tipo de mobiliário reúnem revistas como Casa Cláudia e Casa Vogue, além de referências de filmes e televisão. É comum ainda a consulta a arquitetos ou designers de interiores para decorar a casa.

PÚBLICO-ALVO E USO DOS MÓVEIS Esse público possui alto poder aquisitivo, podendo se permitir gastar com móveis. São pessoas que estão ligadas às tendências e se preocupam em ter uma casa sempre como vitrine de si, de seu estilo de vida.

— Nesta parte, estão reuNidos diversos trabalhos de desigNers brasileiros. os produtos foram agrupados de acordo com alguNs tópicos, os quais podem referir-se taNto ao material utilizado, quaNto a características formais, produtivas ou mesmo coNceitual. a partir desse paNorama, preteNde-se proporcioNar uma multifacetada da ideNtidade do desigN NacioNal.

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COurO bOvinO O couro é um material tradicionalmente usado no desenvolvimento de móveis no Brasil. Seu uso é geralmente associado à sofisticação e qualidade, sendo um item bem cobiçado, embora sua utilização seja cada vez mais criticada por ambientalistas. É necessário destacar, também, a importância do setor pecuário para a economia brasileira e, especialmente, para a economia do Acre. Tal prática, no entanto, é um dos principais agentes de desmatamento da região Amazônica.

1. Paulo Mendes da Rosa, Cadeira Paulistana 2. Carlos Motta

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bambu O bambu é um material que possui excelente resistência. Sua principal vantagem relacionada à sustentabilidade é o fato de crescer muito rápido e que, sendo ratado, pode ter uma boa durabilidade. Além do bambu usado em sua forma natural, pode-se ainda transformá-lo em lâmina, o que permite inúmeras possibilidades construtivas e formais.

1. Marko Brajovic, Banco Peque, feito com lâminas de bambu e resina de mamona 2. Lucio Kanonenko Bambu

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marChetaria A marchetaria é a técnica de ornamentar a superfície da madeira com pedaços ou folhas de madeiras de cores diferentes ou mesmo com outros materiais. É interessante para o projeto avaliar a possibilidade de serem utilizados resíduos das indústrias madeireiras no desenvolvimento de novas peças.

1. Muira Design , Aparador Muira 2. Muira Design, Mesa Muira

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miStura COmO

COnCeitO A diversidade é uma das principais características da cultura brasileira. A miscigenação étnica reflete-se na mistura de materiais e cores e na criatividade de composições improvisadas e imprevisíveis. A adoção da mistura como conceito participa do repertório artístico brasileiro desde a Semana de Arte Moderna de 1922, onde se formulou a ideia de cultura brasileira como naturalmente antropofágica.

1. Irmãos Campana, Cadeira Favela 2. Irmãos Campana, Sushi

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miSturaS de

COreS trOpiCaiS

A mistura faz-se especialmente presente nas cores, tornandose impossível pensar em uma paleta saturada e diversa sem se pensar em Brasil. Tal combinação origina-se na paisagem natural nacional e é apropriada pela Arte, pela cultura popular e, por fim, pelo Design.

1. Pedro Useche, Mesa Carambola, baseada no reaproveitamento de embalagem circular de papelão 2. Alfio Lisi, Poltrona Bonfim

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rede A rede é um tradicional suporte de descanso para o brasileiro. De origem indígena, ela foi rapidamente absorvida pelos colonizadores.

Hoje, é comumente utilizada por pescadores e caminhoneiros, para dormir, e pode ser encontrada em casas de todas as classes sociais.

Sua simplicidade é o fator mais interessante desse produto, que se estrutura ao ser pendurado em um suporte pré-existente. Percebemse adaptações populares e apropriações pela Arte e Design.

1. Hélio Oiticica, Cosmococas 1. Ernesto Neto

— A pesquisa de tendências utilizada no presente projeto inicia-se por definir determinadas áreas de referência. O objetivo dessa definição é tentar identificar as mudanças em relação ao consumo dos móveis em termos formais (formas, cores e materiais) e funcionais (usos e costumes). Por esse motivo, esse capÌtulo é dividido em diferentes áreas, buscando captar as tendências globais que possam influenciar no futuro desenvolvimento de linhas de móveis.

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MEMóriAs dE MAdEirA

MAdEirA rECUPErAdA Na área do mobiliário ecológico, existem diversos tipos de estratégias que se podem encontrar na subdivisão dos 3R: Reduzir, Reciclar e Reusar. Reduzir significa usar a menor quantidade possível de material e, portanto, menor quantidade de componentes e, quando possível, todos do mesmo material ou que sejam facilmente separáveis. Nesse contexto, privilegiam-se encaixes mecânicos com colas ecológicas. Reciclar significa pegar um produto velho, processar seu material para poder utilizá-lo de outras formas como, por exemplo, transformar as garrafas de plástico em pulôver. Reusar significa reutilizar material ou objetos velhos, sem processá-los, para criar novos produtos, que podem ter uma segunda vida. Essas três estratégias podem também ser aplicadas no setor moveleiro e, recentemente, a estética dos produtos oriundos desses processos tem sido muito apreciada pelo público, precisamente por causa das imperfeições e das memórias estéticas que neles permanecem.

1. Poltrona slide Controprogetto

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siMPliCidAdE nórdiCA

MAdEirA ClArA Jovens casais europeus não costumam investir muito dinheiro na decoração de suas próprias casas. Casam-se muito tarde e, até esse momento, vivem como solteiros em casas simples, nas quais reina um único móvel: IKEA. Por que esse varejista obteve tanto sucesso junto a esse nicho de consumo? Primeiramente, por causa do preço.

Não resta dúvida de que seu preço é acessível a todos. (No Brasil, a empresa Tok&Stok copiou o modelo IKEA na concepção e confecção de móveis, porém com custos e preços muito mais elevados.) O outro ponto forte de IKEA é o ser design escandinavo: simples, essencial e sem decorações. Linhas retas, formas básicas, modelos que não têm um caráter forte, mas que tornam o ambiente um lugar asséptico, limpo. Esses produtos são, por assim dizer, básicos, sendo adquiridos tal como quando se compram roupas “básicas”. Esses móveis devem ser unidos a móveis “com caráter” para que se possa transformar o ambiente em um lugar interessante para se viver.

1. Frida - Edoardo Fioravanti 2. clen tam 02 - Emmanuel Gallina

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EssênCiA E inTEgridAdE

MAdEirA AO nATUrAl Os móveis para o grande consumo não são fabricados com madeira maciça. Para esses são preferidas soluções com placas de derivados de madeira (aglomerado, compensado multilaminado, MDF), porque custam menos e possuem um peso menor para transporte.

A madeira maciça é utilizada para a fabricação de móveis mais importantes e de maior preço, uma vez que esses móveis são criados a partir da melhor parte da árvore. Portanto, no uso de madeira maciça há a necessidade de se focar no mercado de luxo e, às vezes, também em edições limitadas, quando se tratar de móveis com detalhes especiais.

Geralmente, esses móveis são peças importantes e a família decide investir em um só destes elementos para dar caráter a casa. As casas que possuem a presença desses móveis são, geralmente, tradicionais ou ecléticas, ou seja, que optam por ambientes onde se misturam estilos para mostrar que os moradores viajaram o mundo e apreciam o artesanato local. O importante, no caso de fabricantes e comerciantes, é não restringir-se ao produto “étnico”.

1. Briccole Venezia Hardwood table, Riva 1920 - Matteo Thun

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lEvEzA BrAsilEirA

CAdEirA EsPAgUETE A cadeira espaguete é um móvel histórico do Design Italiano. No Brasil, esse tipo de móvel é muito difundido e talvez, pouco valorizado em seu poder estético.Alguns produtos, dos que se encontram habitualmente em todas as varandas brasileiras, poderiam ter sucesso imediato no mercado internacional. A linguagem presente na cadeira espaguete é lúdica, divertida, podendo ser adquirida a um preço razoável. Considerar-se a hipótese de uma valorização deste produto como a de uma série de outros móveis e elementos de decoração, poderia ser uma estratégia para o Brasil.

1. sedia tropicalia, Moroso Patricia Urquiola

ESTU DE CA

UDOS ASOS — ESSA pArTE AnAliSA prOjETOS qUE, nO pASSADO, TrAbAlhArAm SEgUnDO A prOpOSTA ADOTADA hOjE pElO prOjETO ACrE: COOpErAçãO, SUSTEnTAbiliDADE SOCiAl E iDEnTiDADE brASilEirA. OS CASOS TOmADOS Em COnSiDErAçãO SãO prOjETOS inTErnACiOnAiS nO âmbiTO DO SETOr mOvElEirO E DOS ACESSóriOS. O ObjETivO DESTA pESqUiSA é prOmOvEr A AprEnDizAgEm A pArTir DA AnáliSE DE bOAS E máS práTiCAS ObSErvADAS nOS ESTUDOS DE CASO. ESSES CASOS AUxiliAm-nOS nA COmprEEnSãO DE DivErSOS fATOrES pArA O SUCESSO DE Um prOjETO, TAiS COmO: mAnEirAS pOSSívEiS DE pOSiCiOnAr Um prODUTO nO mErCADO, qUAiS SãO OS CAnAiS COrrETOS pArA qUE iSSO OCOrrA E O TEmpO nECESSáriO pArA O DESEnvOlvimEnTO DO mESmO.

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Ñandeva Artesanato Trinacional em foz de iguaçu 2004 ONDE Argentina, Brasil e Paraguai PROMOTOR Parque Tecnológico Itaipu PMI Artesãos de Argentina, Brasil e Paraguai APOIO SEBRAE

INSIghT × as oficinas oferecidas para os artesãos, tem por objetivo melhorar a qualidade das técnicas de acabamento, bem como da aplicação da iconografia regional; × o trabalho de grupo favorece a troca de conhecimentos e experiências entre os artesãos dos três países; × a criação de uma identidade forte ajuda na comercialização dos produtos.

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— DESCRIçÃO Ñandeva é um programa de desenvolvimento do artesanato que busca o fortalecimento de uma identidade trinacional na região de fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, através da inserção de elementos e ícones que remetem à cultura destes povos.Num diálogo constante entre designers e artesãos, os produtos são desenvolvidos com o intuito de gerar renda e oportunidade às comunidades produtoras.

Graças ao idealismo de Malba Aguiar e Juan Sotuyo, foi realizado, em 2004, o Workshop de Artesanato e Design, do qual resultaram peças com grande valor estético e cultural. Ali nascia a semente do que viria a ser o atual Programa Ñandeva, que teve como núcleo gestor o SEBRAE e o Parque Tecnológico Itaipu. Constituído após a execução de um Plano Diretor Trinacional elaborado por 23 entidades da região, o Programa foi oficialmente instituído no dia 25 de Abril de 2006, data da aprovação do plano.

identidade cultural + desenvolvimento + laboratórios

Os focos dados ao projeto são: - ações para capacitação, transferência de tecnologia e geração de emprego e renda.

- a busca de canais de comercialização dos produtos, gerando emprego e renda para os artesãos; - transferência de tecnologias aplicadas ao artesanato.

No Centro, funcionam laboratórios de madeira, cerâmica, fios e tecidos, joalheria, fibras e couro, além do escritório central do Programa Ñandeva; um espaço de exposições e uma futura biblioteca.

Além dessas oficinas, o CCTA disponibiliza suas instalações para atividades acadêmicas, presenciais, de extensão e até mesmo cursos à distância nas áreas de gestão e design para artesanato, através da estrutura montada dentro do Parque Tecnológico.

sustentabilidade social

ÑANDEVA

sustentabilidade ambiental

sustentabilidade econômica outros produtos

cooperação

produtos de mobiliário institucional

identidade brasileira produtos de mobiliário residencial

identidade amazônica

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Design Possível jovens Designers nas Ongs 2005 ONDE Brasil PROMOTOR Universidade Mackenzie PMI Arrastão e o Grupo Design Possível APOIO Universidade Mackenzie INSIghT :: a possibilidade real de execução dos produtos e o alcance no mercado; :: a construção de uma metodologia de trabalho que une Universidade, ONG e empresas, criando benefícios reais para todos os atores; :: a criação de oportunidade de trabalho para todos os participantes do projeto; :: a promoção da cultura do design sustentável em todos os seus aspectos;

× no âmbito social, o projeto leva formação, ocupação e trabalho para uma zona de risco, reduzindo a pobreza oriunda da falta de oportunidade; × no âmbito ambiental, a produção dos objetos foi baseada no uso de materiais reciclados, o que reduz de forma drástica o consumo de recursos e resíduos; × no âmbito econômico, a colaboração aumenta a posição da ONG, seja em relação de posicionamento, entendido como promoção e abertura de novas portas para a difusão dos produtos, seja para o desenvolvimento de novas parcerias e colaborações de longo prazo.

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— DESCRIçÃO O projeto nasce do curso de Design da Universidade Mackenzie e, em particular, do trabalho de conclusão da graduação de Daniela Alcântara.

Daniela projetou uma poltrona denominada “Polt-Lona”, feita com o reaproveitamento dos banners plastificados usados para publicidade. A partir dessa ideia, nascem diversos protótipos de objetos realizados com o mesmo material: bolsas, objetos para escritório, acessórios, etc., que foram fabricados junto à ONG Arrastão, onde foi criado um núcleo de moda e design.

O núcleo de moda e design oferece cursos profissionalizantes para jovens do bairro, que, através de uma formação voltada à prática, desenvolvem diversos produtos. Esses produtos são produzidos por um grupo de senhores e vendidos em negócios e empresas sensibilizados quanto ao artesanato ético. Ao mesmo tempo, o grupo promove desfiles e eventos para difundir o projeto e desenvolver parcerias com empresas de maiores dimensões para a comercialização dos produtos. Um exemplo de colaboração foi com a

promoção cultural + identidade cultural + oficina

Mastercard, que encomendou ao projeto Arrastão o projeto e produção de brindes para empresas.

O projeto Arrastão-Design Possível faz parte de um projeto mais amplo do grupo Design Possível, que é hoje uma das experiências mais avançadas no campo do design social, uma vez que opera paralelamente a nível teórico e prático, portando, em ambos os níveis, bons resultados e vantagens reais para todos os participantes.

O projeto tem como princípio beneficiar os moradores do bairro de Campo Limpo. Esses moradores viram o desenvolvimento das atividades da ONG do plano educativo recreativo para, também, as funções produtivas e de geração de renda, mantendo, porém, uma lógica que coloca a vida das pessoas e das famílias em primeiro lugar. Os estudantes da Universidade, através do projeto, também construíram uma verdadeira e própria atividade de trabalho, fonte de experiência e renda.

sustentabilidade social

DESIGN POSSÍVEL

sustentabilidade ambiental

sustentabilidade econômica outros produtos

cooperação

produtos de mobiliário institucional

identidade brasileira produtos de mobiliário residencial

identidade amazônica

174 | 175

Coopermandi Design nas incubadoras de Cooperativas populares 2005 ONDE Brasil PROMOTOR ITCP Curitiba PMI Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Cooperativa Coopermandi APOIO Banco do Brasil INSIghT × centralizar a consultoria em design para a sustentabilidade, seja ambiental ou econômica dos produtos, de forma que seus valores sejam incrementados; × o aspecto da incubação, entendida como um período limitado, que serve para estruturar um projeto, preparando-o para ser posteriormente autônomo no mercado;

× a promoção cultural dos valores da economia solidária; × no âmbito social, o projeto está contribuindo com a melhoria das condições de trabalho e de vida das pessoas que participam da produção. A forma cooperativa estimula a instauração de relações mais equitativas entre as diversas partes da cadeia produtiva; × no âmbito ambiental, o uso de materiais reciclados reduz o consumo de recursos e prolonga a vida útil dos materiais, os quais estavam para serem descartados; × no âmbito econômico, a interferência de designers especialistas em sustentabilidade ambiental e social criou novos produtos com valor agregado, que ajudam a cooperativa a se posicionar no mercado.

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— DESCRIçÃO O projeto desenvolve-se na cidade de Curitiba, no Sul do Brasil. A sede da cooperativa encontra-se na pequena cidade de Mandirituba. A área é de difícil acesso por causa das ligações precárias, sendo parcialmente excluída do tráfego comercial e econômico. A população residente tem dificultado o acesso a oportunidades de trabalho, de instrução e de crescimento pessoal. Algumas mulheres, que fazem parte da cooperativa, são praticamente analfabetas e com quase nenhuma experiência de trabalho, outras possuem experiência maior e espírito empreendedor.

A experiência de colaboração ITCP-Coopermandi enquadra-se em um trabalho mais amplo das incubadoras de empresas solidárias, que através de colaboração constante com novas formas de organização e promoção da economia solidária, fazem esforços de promoção para ações práticas nesse âmbito.

O projeto nasce do encontro entre a ITCP e o grupo de senhoras que fundaram a cooperativa Coopermandi. As senhoras contataram a ITCP para pedir ajuda, a fim de estruturar uma atividade de trabalho legal para a reciclagem,

cooperativas + marca solidária + incubadoras

que as auxiliasse a sair do desemprego e dependência dos maridos. A ITCP fez um estudo das oportunidades e encontrou, nas bolsas usadas pelos carteiros dos Correios, um material com boas características de reciclabilidade. A Incubadora fechou um acordo com os Correios para obter as bolsas descartadas a um custo praticamente nulo. Esse material foi, então, recolhido, lavado, tingido e recebeu, assim, uma segunda vida.

Foram, então, desenvolvidos alguns protótipos de bolsas com a ajuda dos designers. Esses protótipos foram posteriormente colocados em produção em um galpão utilizado como sede da cooperativa, em Mandirituba. Posteriormente, foi desenvolvida pelos designers Izamara Carniatto e Samuel, toda a identidade visual da cooperativa, desde o logotipo, até os catálogos e um blog. A ITCP levantou, em algumas feiras de economia solidária, as possibilidades de venda dos produtos e iniciou a comercialização dos mesmos.

O projeto tem como principal beneficiados as mulheres de Mandirituba, que conseguiram construir para si uma atividade de trabalho, melhorando a sua qualidade de vida.

sustentabilidade social

COOPERMANDI

sustentabilidade ambiental

sustentabilidade econômica outros produtos

cooperação

produtos de mobiliário institucional

identidade brasileira produtos de mobiliário residencial

identidade amazônica

190 | 191

Havaianas Sandálias de borracha com identidade brasileira 1962 ONDE São Paulo PROMOTOR São Paulo Alpargatas

INSIghT × estratégia de marketing para reposicionamento do produto; × associação do produto com a identidade brasileira, ou melhor, com o modo de vida brasileiro; × o chinelo remete à informalidade, à despretensão e ao cenário praiano/carnavalesco; × displays desenvolvidos pela empresa valorizaram o produto; × foi desenvolvido baseado em um produto tradicional.

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— DESCRIçÃO Produzidas pela São Paulo Alpargatas desde 1962, seu modelo foi baseado na Zori, sandália japonesa feita de palha de arroz ou madeira lascada e que são usadas com os quimonos. Por esse motivo, até hoje as Havaianas mantém uma textura que remete à palha de arroz.

As Havaianas representam, atualmente, cerca de 80% do mercado brasileiro de chinelos de borracha, comercializando cerca de 162 milhões de pares por ano, dos quais 10% destinam-se para exportação.

O investimento em marketing ao longo de sua história tem mantido o crescimento da empresa.

Quando surgiu, a marca ganhou mercado por conseguir vender a baixíssimo custo, sendo basicamente consumida pela classe baixa e comercializada em mercados de bairro. Por isso, passou a ser referida como “chinelo de pobre”.

Nos anos 1990, no entanto, a empresa reposicionou-se no mercado, lançando novos modelos (a Havaianas Sky, de uma só cor e com salto um pouco maior), com uma estratégia de propaganda que envolvia celebridades e desenvolvendo displays verticais que facilitavam a escolha. A partir de então, teve início o processo

ícone nacional + reposicionamento + marketing

de crescimento da imagem do produto que, aos poucos, tornou-se mais sofisticado, aumentando também, as publicações em revistas e o índice de exportação. Posteriormente, a empresa diversificou ainda mais seus modelos, criando peças especiais para as Olimpíadas, por exemplo, e ainda lançou outras com diferentes cores, saltos, brilhos e aplicações.

A estratégia de marketing da empresa também se revela excepcional quando investe no mercado externo. Além de criar um departamento para essas questões, de reorganizar as redes de distribuidores e de realizar eventos especiais para divulgação, como fez durante o Oscar de 2003, por exemplo; a marca distribuiu modelos especiais com rubis aos indicados ao prêmio.

Muitas campanhas publicitárias marcaram a história da empresa. Como o slogan “As legítimas”, posicionando-se contra a concorrência; ou o “Todo mundo usa”, que explorava a amplitude de público alcançada. A marca contou com a imagem de personalidades como Chico Anysio, Didi, Tom Jobim, Vera Loyola e Luiz Fernando Guimarães em suas primeiras propagandas.

sustentabilidade social

HAVAIANAS

sustentabilidade ambiental

sustentabilidade econômica outros produtos

cooperação

produtos de mobiliário institucional

identidade brasileira produtos de mobiliário residencial

identidade amazônica

196 | 197

CENÁ POSSÍ

ÁRIOS SÍVEIS

200 | 201

1

2

3

4

5

HOTEl RESTAuRANTES

PEquENOS ObJETOS

MóvEIS ClASSE C

OuTDOOR ClASSE b/A

ESCRITóRIO PúblICO

MóvEIS ClASSE A

lÁTEx

SEMENTES

FIbRAS

RESÍDuOS

MADEIRA MACIçA FSC

bAMbu

SERINGuEIRO NORDESTINO RIbEIRINHO

ÍNDIO

6

FlORESTANIA MISTICISMO

202 | 203

HOsPITALIDADE Móveis leves para bares, restaurantes e hotéis.

CONTEXTO É uma linha de móveis para hotéis, restaurantes e bares, voltada para o contexto local, tanto o acreano quanto o brasileiro. Essa linha de móveis é destinada, principalmente, ao público de classe B; entretanto, deve ser capaz de satisfazer também às necessidades de uma classe C que começa a ascender a uma qualidade de vida que lhe permite frequentar lugares mais sofisticados e destinos turísticos internacionais, atraídos por grandes eventos que acontecerão no Brasil nos próximos anos (Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016).

PRODUTOS Trata-se de móveis leves e facilmente transportáveis. Como resultado do primeiro workhop, foi criada pelos estudantes uma proposta que consistia em posicionar rodas aos pés dos móveis, cujo objetivo era criar layouts espaciais mais flexíveis, que se adaptariam a diversas configurações de variadas instalações.

Mercado local

Classe B/C

MATERIAIS Os materiais devem atender às características de resistência, mas, principalmente, às de leveza e durabilidade. A partir do trabalho de grupo, surgiram propostas como a utilização do bambu para a estrutura dos móveis, o látex (disponível também em cores) e fibras para os assentos e eventuais detalhes.

IDENTIDADE O projeto deve possuir uma forte identidade local e representar tanto o Estado do Acre quanto o Brasil de uma forma geral, de maneira imediatamente reconhecível. Essa identidade poderá adotar símbolos simples e fortes como, por exemplo, a bandeira acreana.

Em relação às características da identidade acreana, essa deve transmitir a sensação de “calor”, acolhimento e hospitalidade.

O universo de referência, expresso também por meio dos materiais, seria aquele pertencente aos seringueiros.

204 | 205

EMBAIXO DAS ÁRVORES Móveis de classe para espaços externos CONTEXTO Mercado interno brasileiro; produtos comercializados em shopping centers e em showrooms de nível médio.

Classe B brasileira, com alguns produtos disponíveis também para a classe A (chaise-longue, móveis para a piscina).

PRODUTOS Nessa categoria, estão presentes tanto móveis para casas particulares, quanto móveis para o espaço público e comercial.

As possíveis linhas individualizadas são: Móveis para churrasco; Decks de piscina; Vasos para plantas; Mobiliário urbano (parada de ônibus, lixeira); Painéis de loja.

Mercado Brasileiro

Classe a/B

MATERIAIS Resíduos de madeira, madeira maciça, madeira fsc.

IDENTIDADE A temática à qual se refere esta linha é a da florestania.

206 | 207

POSIC NAME

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Posicionamento

CIOENTO NOS ESquEMAS A SEguIr, OS CENárIOS CrIAdOS SãO POSICIONAdOS dE MOdO A ESClArECEr A SuA dESTINAçãO EM TErMOS dE MErCAdO E uTIlIzAçãO. OS gráfICOS dE POSICIONAMENTO SãO fErrAMENTAS úTEIS PArA dEfINIr OS PrINCIPAIS ObjETIvOS dO PrOjETO E PArA vErIfICAr A SuA COErêNCIA AO fINAl dO PrOCESSO PrOjETuAl,POdENdO ,TAMbéM, SErEM uTIlIzAdOS dEPOIS dO PrOjETO fEITO, A fIM dE POSICIONAr CAdA lINhA dE PrOduTO, dE fOrMA INdIvIduAl, COM rElAçãO A fuTurOS CONCOrrENTES.

208 | 209

Cenário de referência e tendências referências, tendências, destino de uso

HOSPITALIDADE Móveis leves para bares, restaurantes e hotéis

Experiência inesquecível CANAIS DE VENDA

Perfume de leite de coco EXTERIOR

Eclético com classe FIBRAS, TECIDOS E CORES

Leveza brasileira CADEIRA ESPAGUETE

ECO-Tech BAMBU

Essência e integridade MADEIRA AO NATURAL

Memórias de madeira MADEIRA RECUPERADA Simplicidade nórdica MADEIRA CLARA

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Posicionamento

— CEnÁRIO DE REfERênCIA E TEnDênCIAS Nos esquemas a seguir, cada cenário é analisado em relação às tendências globais. Esses esquemas são pontos de referência para o projeto. Servem para entender o contexto no qual irá se posicionar cada linha de produto e para identificar estímulos para a pesquisa de tendência. Através da observação do esquema, é possível identificar que a ponta que mais se aproxima da tendência mostra que aquele cenário pode se referir àquela tendência, a fim de desenvolver novos produtos.

EMBAIXO DAS ÁRVORES Móveis de classe para espaços externos

Experiência inesquecível CANAIS DE VENDA

Perfume de leite de coco EXTERIOR

Eclético com classe FIBRAS, TECIDOS E CORES

Leveza brasileira CADEIRA ESPAGUETE

ECO-Tech BAMBU

Essência e integridade MADEIRA AO NATURA L

Memórias de madeira MADEIRA RECUPERADA Simplicidade nórdica MADEIRA CLARA

210 | 211

A

b

C

d

E INDOOR

HOSPITALIDADE Móveis leves para bares, restaurantes e hotéis .

EMBAIXO DAS ÁRVORES

s

Móveis de classe para espaços externos

OUTDOOR

— CEnÁRIO DE REfERênCIA E CLASSES SOCIAIS O esquema acima posiciona todos os cenários com base em duas variáveis : a classe social de referência e o posicionamento em interior ou exterior (indoor ou outdoor), dos produtos a serem fabricados. No esquema, é possivel observar que os cenários estão concentrados nas classes A, B e C, enquanto as classes D e E não foram levadas em consideração, devido a escolhas estratégicas, as quais foram baseadas em pesquisas sobre o poder de compra de cada grupo.

Dois cenários são posicionados na metade, entre linhas de interior ou exterior (indoor ou outdoor). Isto indica a possibilidade de produzir uma linha mista, que visa a contemplar esses dois ambientes.

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Posicionamento

CASA EMBAIXO DAS ÁRVORES Móveis de classe para espaços externos

E

Acre no Salão do

INDOOR

OUTDOOR

HOSPITALIDADE Móveis leves para bares, restaurantes e hotéis

CONTRACT

— CEnÁRIO DE REfERênCIA E DESTInO DE uSO No diagrama acima, os cenários são posicionados com relação a duas polaridades: indoor-outdoor e casa-contract. Contract, no mercado internacional, é todo o setor de BtoB (Business to Business – negócio para negócio) e, portanto, são todos os setores de móveis, nos quais o consumidor final não está envolvido diretamente na compra, tendo em seu lugar uma empresa (por exemplo: móveis para escolas, para escritórios, para hotéis, para restaurantes, etc.). No esquema há três cenários posicionados em ambientes precisos: casa-indoor, contract-indoor e casa-outdoor, enquanto os outros três posicionam-se na metade, entre outdoor e indoor, porque as coleções podem oferecer produtos em ambos os ambientes.

212 | 213

CANA DE VE

Pesquisa sobre a Identidade do Acre | Canais de venda

AIS ENDA

216 | 217

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