Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas – CCBSA Curso Bacharelado em Arquivologia Semestre 2014.2
PRODUÇÃO TEXTUAL NA UNIVERSIDADE ARTIGO ACADÊMICO
OFICINA DE TEXTOS II Profª Drª Eliete Correia dos Santos
DISCENTES Joseane Farias de Souza Katya Yokoyama de Melo Kramer Albuquerque Nivaldo da Silva Cabral Pedro Augusto de Lima Barroso
REFERÊNCIA DO TEXTO-BASE MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. p. 111 – p. 162
CAPÍTULOS 6 – Artigo Acadêmico: Metodologia 7 – Artigo Acadêmico: Análise e discussão dos resultados 8 – Abstract / Resumo acadêmico
METODOLOGIA
ARTIGO ACADÊMICO: Metodologia
Método x Metodologia
Método – “é o caminho ou a maneira para chegar a determinado fim ou objetivo. (RICHARDSON, 2011, p. 22)
Diferente, porém, de metodologia, que deriva do grego méthodos (caminho para chegar a um objetivo) + logos (conhecimento)”, ou seja, metodologia são os procedimentos e regras utilizados por determinado método”. (RICHARDSON, 2011, p. 22 )
TCLE – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE E SIGILO
TERMO DE CESSテグ DE DIREIRO DE SOM E IMAGEM OU SOM /IMAGEM
PESQUISA “Conjunto de ações determinadas para o propósito de se investigar, analisar e [criticamente] avaliar determinada questão ou problema em dada área do conhecimento”. (MOTTA – ROTH E , HENDGES ,2010, p. 111 )
(1) O levantamento de Perguntas, hipóteses ou problemas. (2) Coleta de dados
(3) Análise e interpretação desses dados
PESQUISA INDUTIVA EXEMPLO “A indução é um processo pelo qual, partindo de dados ou observações particulares constatadas, podemos chegar a proposições gerais”. (RICHARDSON, 2011, p. 35)
PRATA conduz energia COBRE conduz energia O cobre e a prata são METAIS Todo metal conduz energia.
Richardson (2011, p. 36) propõem um argumento por enumeração.
Se a1 tem a propriedade P. Se a2 tem a propriedade P. Se a3 tem a propriedade P. ---------------------------------------------Todos os a’s têm a propriedade P.
PESQUISA DEDUTIVA
Para Motta-Roth e Hendges (2010, p. 113), a pesquisa dedutiva parte da elaboração de perguntas ou hipóteses e, a partir dessas, busca-se evidências que respondam às perguntas ou confirmem ou refutem as hipóteses elaboradas.
Parte da TEORIA para os DADOS
Para Richardson (2011, p. 37) o método indutivo apresenta a forma Todos os M são S. Todos os P são M. ------------------------------------------Todos os P são S.
Raciocínio, Conexão de ideias
Onde: M – termo médio do silogismo S – termo maior do silogismo P – termo menor do silogismo
EXEMPLO
Todos os corpos próximos à Terra são corpos que brilham continuamente. Todos os planetas são corpos próximos à Terra. --------------------------------------------------------------------------------------------Todos os planetas são corpos que brilham continuamente.
ABORDAGEM QUANTITATIVA E ABORDAGEM QUALITATIVA
QUANTITATIVA – Segundo Richardson (2011, p. 70) essa abordagem “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”. QUALITATIVA – Richardson (2011, p. 80) afirma que “ as investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações complexas ou estritamente particulares”. Dados qualitativos podem ser obtidos a partir de dados quantitativos.
MODALIDADES E METODOLOGIAS DE PESQUISA
Pesquisa-ação – “é aquela que além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. O Conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da situação pesquisada. (SEVERINO, 2007, p. 120)
DIAGNÓSTICO
ANÁLISE SITUAÇÃO
Propor “ao conjunto de sujeitos envolvidos mudanças que levem a um aprimoramento das práticas analisadas”. (SEVERINO, 2007, p. 120)
Estudo de caso – “se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo”. (SEVERINO, 2007, p. 121)
Colher o máximo de informações
Apreender a totalidade de uma situação para que se possa generalizar.
Pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa de campo
Cordeiro (1999) (apud MOTTAROTH E HENDGES, 2010, p. 119)
sugere algumas estratégias para a definição da metodologia em três tipos de pesquisa:
(1) EXPLORATÓRIA Bibliográfica e Documental (2) DESCRITIVA De campo (3) EXPERIMENTAL Laboratório
? 1 - No caso da bibliográfica e da documental a “metodologia envolverá o procedimento de levantamento da bibliografia e os documentos referentes ao problema em questão”. (MOTTAROTH E HENDGES, 2010, p. 119).
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QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ELAS? ? ? ? ? ? ? ? ?
2 – Na pesquisa de campo segundo Severino (2007, p. 123) “o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador”.
3 – A experimental para Severino (2007, p. 123) “toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e o coloca em condições técnicas de observação e manipulação experimental nas bancadas e pranchetas de um laboratório, onde são criadas condições adequadas para seu tratamento. Para tanto o pesquisador seleciona determinadas variáveis e testa suas relações funcionais, utilizando formas de controle”.
INSTRUMENTOS/ TÉCNICAS DE PESQUISA
Segundo Severino (2007, p. 124) “são procedimentos operacionais que servem de mediação prática para a realização das pesquisas” e “podem ser utilizadas em pesquisas conduzidas mediante diferentes metodologias” mas que precisam ter compatibilidade com os métodos adotados pelo investigador.
DOCUMENTAÇÃO ENTREVISTA OBSERVAÇÃO QUESTIONÁRIO FORMULÁRIO
EXEMPLO DE SEÇÃO METODOLÓGICA DENTRO DE UM TRABALHO DE PESQUISA
DISCUSSテグ E RESULTADOS
O que é apresentado nesta seção?
“[...] os dados obtidos no estudo são apresentados, comentados, interpretados como o auxílio de um número variável de exemplos e discutidos em relação ao estudo da arte”.(MOTTA – ROTH E HENDGES , 2010, p.125).
COMO PONTO INICIAL PARA DISCUTIR OS RESULTADOS É NECESSÁRIO:
Consultar artigos relacionados a seu tópico de interesse. Para compreender melhor o tema abordado e para saber como os outros pesquisadores que são da mesma área de conhecimento aborda a temática trabalhada.
Podemos encontrar estes artigos no Periódicos da Capes e nas Revistas da área pesquisada.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Na discussão dos resultados tem: Segundo Motta-Roth e Hendges (2010, p.126), “a seção de discussão dos resultados é o ponto do texto em que o autor muda de foco. Se, na seção anterior, ele havia se concentrado na descrição da metodologia, agora é o momento em que ele dá alguns passos para trás para ter uma visão geral dos dados”
Liberdade para opiniões Lógica dos Resultados Explicação do Fenômeno Busca de respostas ao resultados obtidos
COMO SE ORGANIZA A SEÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO?
Motta-Roth e Hendges apresenta como organizar as informações da seção de resultados e discussão dividindo-a em oito partes que elas denominam de “movimento”.
MOVIMENTOS
1
2
3
4
5
6
7
8
Resumo
Conclusão
Generalização
Comparação da descoberta com a literatura
Avaliação da descoberta Explicação do final in (esperado) Declaração dos resultados
Recapitulação de informação metodológica
Movimento 1- Recapitulação de informação metodológica:“[...] é basicamente descritiva e em geral, envolve valores numéricos ilustrados por tabelas e gráficos” (MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.128). Movimento 2- Declaração dos resultados: “[...] é basicamente descritivo, e, em geral, envolve valores numéricos ilustrados por tabelas e gráficos” (MOTTA – ROTH E HENDGE, 2010, p.128). Movimento 3- Explicação do Final : “[...]você interpreta os dados tentando explicar as possíveis causas, razões e circunstâncias” (SWALES, 1990, p.173 apud MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.130). Movimento 4- Avaliação da descoberta: “ Você avalia o resultado de seu estudo, indicando em que medida são significativos e quais são as consequências para a área em que seu estudo se insere” (MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.130).
Movimento 5- Comparação da descoberta com a literatura: “Fazer referência a pesquisas prévias na área, comparando sua descoberta com a literatura: seus resultados são similares ou diferente?[...]” (MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.130).
Movimento 6- Generalização: “Você poderá elaborar generalizações, que podem ser direcionadas especificamente para seu estudo, ou ainda para sua área como um todo” (MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.130). Movimento 7- Resumo: “ [...] você poderá destacar os melhores momentos do trabalho, ou seja, seus resultados mais relevantes e fazer sugestões para futuras pesquisas” (MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.131). Movimento 8- Conclusão: “ Essa seção pode aparecer como uma subparte da discussão dos resultados, sem uma sinalização formal[...]” MOTTA – ROTH E HENDGES, 2010, p.131).
OBJETIVO
A SEÇÃO DE RESULTTADOS E DISCUSSÃO DE ESTUDOS QUE COMENTAM/COMPARAM/ CONTRASTAM
Ela tem como objetivo fazer observações sobre o assunto, estabelecer um confronto e se necessário fazer uma oposição, ou seja, mostrar o seu ponto de vista em relação ao assunto.
“DISCUSSÃO – Consiste na comparação de ideias; refutam-se ou confirmam-se os argumentos apresentados, mediante um exercício de interpretação dos fatos ou ideias demonstrados” (ANDRADE, 2006, p. apud MOTTAROTH; HENDGES, 2010, p. ) Segundo Antônio Souto os resultados são apresentados como uma produção ao fim de um processo e que quando o autor aborda o resultado antes da discussão ele pode ir criando o seu próprio julgamento, independente se atingiu o objetivo(s) proposto.
“A organização de discussão de resultados, em que se comentam, comparam ou contrastam os resultados experimentais ou questões teóricas de determinada área de conhecimento, pode seguir pelo menos dois padrões retóricos básicos:” (MOTTA-ROTH E HENDGES, 2010, p.139)
PONTO A PONTO
TOTALIDADE DE PONTOS DE UM/DE OUTRO
PONTO A PONTO “Em uma organização Ponto a ponto, você compara/ contrasta, sentença a sentença de cada um dos elementos envolvidos”. (MOTTA-ROTH E HENDGES, 2010, p.140)
Ideia central: a droga S é melhor do que a droga R no tratamento de câncer. 1 – Custo: as drogas S e R diferem em relação ao custo: (a) droga S; (b) droga R.
2 – Performance: (a) droga S; (b) droga R. 3 – Bem-estar do paciente: (a) droga S; (b) droga R.
1. Custo: as drogas S e R diferem em relação ao custo.
“À medida que o ensaio avança, você pode ir preenchendo as lacunas do texto com subtópicos” (MOTTA-ROTH E HENDGES, 2010, P.139)
(a)A droga S é muito cara para manter: a.1 Duração; a.2 Média de gastos. (b) A droga R é econômica: b.1 Duração; b.2 Média de gastos 2. Performance: as drogas S e R diferem em relação a sua eficácia no tratamento. (a)A droga S faz efeito mais rapidamente, mas tem fortes efeitos colaterais. (b) A droga R faz efeito mais lentamente, mas te efeitos colaterais fracos.
TOTALIDADE DE PONTOS DE UM/ DE OUTRO “Em uma organização totalidade de pontos de um/ de outro, você compara/contrasta os itens de cada um dos elementos envolvidos em blocos”. (MOTTA-ROTH E HENDGES, 2010, P.140)
Ideia central: a droga S é melhor do que a R no tratamento da doença. 1. A droga S: 1a. Custo; 1b. Performance; 1c. Bem -estar do paciente. 2. A droga R: 2a. Custo; 2b. Performance; 2c. Bem -estar do paciente
CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS DA SEÇÃO DE RESULTADO E DISCUSSÃO
“Nesta seção, forneceremos alguns exemplos de expressões que “sinalizam” para o leitor a organização do texto de forma a orientá-lo durante a leitura”(MOTTA-ROTH E HENDGES, 2010, P.140)
a) “Expressões ou “sintagmas lexicais” (Nattinger, De Carrico,1922) que funcionam como marcadores na seção de resultados e discussão são: RESULTADOS Os resultados podem ser sumarizados em...; Não/houve diferenças significativas em...; os resultados mostraram uma tendência maior/menor em x do que [...]
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Os resultados parecem apontar para x; A diferença principal entre x e y é...
Em resumo/ concluindo, pode se generalizar...;
A diferença principal de pesquisas anteriores é...;
Para recuperar o argumento inicial [...]
Os dados parecem confirmar os resultados obtidos no estudo de [...]
Para resumir/concluir...;
b) “Verbos usados para apresentar, discutir e avaliar os resultados sĂŁoâ€?:
Asseverar
Discordar
Recomendar
Concordar
Contrastar
Comparar
ABSTRAC/RESUMO ACADÊMICO
Review
ABSTRACT
Sinopse
Summary
OBJETIVO DO ABSTRACT
Sumarizar, indicar e predizer, em um parágrafo curto, o conteúdo e a estrutura do texto integral que segue. Funcionando como uma fonte de informação precisa e completa. (Graetz, 1985, p. 123; Salager-Meyer, 1990, p.124.).
IMPORTÂNCIA DO ABSTRACT “(...) ajudam os pesquisadores a ter acesso rápido e eficiente ao crescente volume de publicações científicas.”
“Persuadir o leitor a continuar a ler o texto integral, para convencê-lo de que o artigo que segue é interessante e que os resultados são relevantes”.
ORGANIZAÇÃO RETÓRICA DO ABSTRACT
Revisão da Literatura
ou
Empírico/experimental
REVISテグ DA LITERATURA
Mesma ordem do artigo
Carテ。ter teテウrico
Elementos centrais
REVISÃO DA LITERATURA EXEMPLO Objetivo
Metodologia
“Este artigo objetiva discutir a questão da acessibilidade no âmbito dos estudos de uso da informação arquivística. Apontando os arquivos como importantes unidades de informação e o papel da arquivologia na contemporaneidade, aborda a concepção dos estudos híbridos de uso da informação no contexto arquivístico a partir da definição dos estudos de usuários. Neste contexto, discute a acessibilidade quanto à informação em unidades de informação arquivística por meio do direito à informação; do acesso físico; do acesso às tecnologia da informação e comunicação; e do acesso intelectual. Destaca a iniciativa de arquivos acessíveis na internet. Conclui com proposta de promoção dos estudos híbridos de uso da informação voltados à questão a inclusão e da acessibilidade, ampliando a abordagem “arquivos direcionados para os usuários”, tratando o acesso à informação arquivística a partir do seu direito instituído”. Palavras-chave: Arquivologia. Informação arquivística. Arquivo. Estudos de usuários.. Usabilidade. Acessibilidade. Resultados
EMPÍRICO OU EXPERIMENTAL Caráter Prático
Ordem das informações dada pelos diferentes momentos: Problema
Objetivo
Resultados
Método
Conclusão
Objetivos; Importância; Método; Resultados e Conclusões.
Algumas variações possíveis, segundo Graetz (1985, p. 126):
Objetivos; Metodologia e Resultados
Objetivos; Metodologia; Resultados; Validade dos resultados; Conclusões e Aplicações.
REFERÊNCIAS MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. p. 111 – p. 162. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica/ Marina de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos – 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2003. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas/ Roberto Jarry Richardson; colaboradores José Augusto de Souza Peres ... (et al). – 3 ed. – 13 reimp. – São Paulo: Atlas, 2011. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico/ Antônio Joaquim Severino – 23 ed. rev. e atual. – São Paulo: Cortez, 2007. COSTA, Luciana F.; SILVA, Alan C. P.; RAMALHO, Francisca A.. Para além dos estudos de uso da informação arquivística: a questão da acessibilidade. Ci. Inf.[online]. 2010, vol.39, nº 2, pp.129-143. ISSN 0100-1965. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010019652010000200011&script=sci_arttext