DICIONÁRIO BÍBLICO TYNDALE
Editores
DICIONÁRIO BÍBLICO TYNDALE
Philip
W. Comfort, Ph.D. Walter A. Elwell, Ph.D.Copyright Geográfica Editora
Todos os direitos desta obra pertencem à Geográfica Editora © 2010 www.geograficaeditora.com.br
Qualquer comentário ou dúvidas sobre este produto escreva para: produtos@geograficaeditora.com.br
Copyright Geográfica Impressão
Esta obra foi impressa no Brasil e conta com a qualidade de impressão e acabamento da Geográfica Print in Brazil
Tradução do original Tyndale Bible Dictionary
Copyright © 2001 by Tyndale House Publishers, Inc. Todos os direitos reservados.
Imagens usadas com permissão da Tyndale House Publishers, Inc., Carol Stream, Illinois 60188. Todos os direitos reservados.
Citações da Escritura marcadas da NVI são da Bíblia Sagrada, Nova Versão International®. NVI®.
Copyright © 1973, 1978, 1984 pela Bíblica Brasil. Usadas com permissão da Bíblica Brasil. Todos os direitos reservados.
Editor Responsável
Marcos Simas
Gerente Editorial
Maria Fernanda Vigon
Tradução
Jorge Camargo
Mapas e letras A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K e L
José Fernando Cristófalo
Letras M, N, O e P
Marília Peçanha
Letra S
Lena e Regina Aranha
Letras Q, R, T, U, V e W
Hilton Figueredo
Letras X, Y e Z
Revisão
Josemar Pinto
Paulo Pancote
Francisco Nunes
João Rodrigues
Nataniel Gomes
Patricia Abbud Bussamra
Capa
Rick Szuecs
Diagramação
Pedro Simas
Rosilene Moraes
Wellington Carvalho (zaghaz.com)
D547 Dicionário bíblico Tyndale / Editado por Philip W. Comfort e Walter A Elwell –Santo André : Geográfica, 2015
1 888p ; 20x27,5 cm ; il
ISBN 978-85-8064-114-1
1 Bíblia 2 Dicionários I Comfort, Philip W. II Elwell, Walter A
CDU 22(038)
PERMISSÕES PARA ILUSTRAÇÕES
Permissões
Agradecemos às seguintes instituições pela permissão para reproduzir fotografias neste volume:
Biblioteca Britânica
Frontispício da Versão King James Autorizada: Versão Tyndale da Bíblia, o Final do Evangelho de Mateus: Bíblia
Museu Britânico
Papiro de Oxirrinco 654: Apócrifos, Evangelho de Tomé
Sociedade de Exploração do Egito
Papiro de Oxirrinco 1166: Bíblia, Manuscritos do Antigo Testamento
Papiro de Oxirrinco 1786: Música
Papiro de Oxirrinco 2684: Amuleto; Judas
Papiro de Oxirrinco 3522: Jó
Papiro de Oxirrinco 3523: Bíblia, Manuscritos do Novo Testamento
Papiro de Oxirrinco 3525: Apócrifos, Evangelho de Maria
Papiro de Oxirrinco 4404: Mateus
Papiro de Antinópolis 12: João, Epístolas de
Fundação Martin Bodmer
Papiro Bodmer II (P66): João, Espírito
Papiros XIV-XV (P75): Bíblia; Lucas
Biblioteca Franklin Trask, Seminário Teológico Andover Newton
Papiro Oxirinco 1230: Apocalipse
Instituto de Arqueologia da Universidade de Colônia
Papiro Köln 12 (P87): Filemom
Autoridade de Antiguidades de Israel
Manuscrito do mar Morto de Deuteronômio, 4QDeutn: Deuteronômio
Manuscrito do mar Morto de Êxodo, 4QpaleoExodm: Êxodo
Manuscrito do mar Morto de Habacuque, 1QpHab: Tetragrama; Deus, Nomes de Manuscrito do mar Morto de Isaías, 1QIsab: Isaías
Manuscrito do mar Morto de Levítico, 11QpaleoLev: Levítico
Manuscrito do mar Morto de 1Samuel, 4QSama: 1Samuel
Manuscrito de Murabaat, Mur XII: Bíblia
Manuscrito de Nahal Hever, 8Hev grXII: Habacuque
John C. Trevor
Manuscrito do mar Morto de Isaías, 1QIsaa: Bíblia, Manuscritos do mar Morto
Museu Spurlock, Universidade de Illinois
Papiro de Oxirrinco 1229: Tiago, Epístola de
Curadores da Biblioteca Chester Beatty
Papiro Chester Beatty II (P46): Colossenses; Filipenses; Escrito
Papiro Chester Beatty VIII: Jeremias
Papiro Chester Beatty X: Daniel
Universidade de Michigan, Coleções Especiais
Universidade de Michigan inv. 6238 (P46): Colossenses; Efésios; Hebreus; Senhor; Filipenses; Romanos; Escrito
Universidade de Ghent
Papiro Oxirrinco 1230: 1e 2Tessalonicenses
PERMISSÕES PARA OBRAS ESCRITAS
Alguns dos artigos neste dicionário foram adaptados de outras obras publicadas pela Tyndale House Publishers, particularmente The Origin of the Bible [A origem da Bíblia] e Who’s Who in Christian History [Quem é quem na história cristã]. Ao preparar vários outros artigos, o editor Philip Comfort fez algumas adaptações de suas próprias obras publicadas anteriormente, agora não mais editadas, e que são as seguintes: New Commentary on the Whole Bible (New Testament volume) [Novo comentário de toda a Bíblia (volume do Novo Testamento)]; I Am the Way [Eu sou o caminho]; Opening the Gospel of John (com W. Hawley) [Abrindo o Evangelho de João]; The Complete Guide to Bible Versions [O guia completo para versões da Bíblia]; The Quest for the Original Text of the New Testament [A busca do texto original do Novo Testamento]; Early Manuscripts and Modern Translations of the New Testament [Manuscritos antigos e traduções modernas do Novo Testamento]; e The Inspired Word [A Palavra inspirada].
Introdução
do Dicionário
Bíblico Tyndale
Nosso intento principal durante todo o processo de elaboração e de edição desta obra foi o de fornecer aos nossos leitores um dicionário bíblico abrangente. Acreditamos que atingimos esse objetivo. O Dicionário bíblico Tyndale inclui todas as pessoas, lugares e termos importantes na Bíblia. Ele possui também artigos abrangentes sobre todos os livros, palavras importantes, traduções, manuscritos da Bíblia e o cânon da Escritura (incluindo artigos sobre livros apócrifos e pseudepígrafos). Além disso, você encontrará artigos informativos sobre a vida e a época de várias nações que existiram durante os tempos bíblicos, bem como artigos detalhados sobre plantas, animais, instrumentos musicais, vestimentas e outros objetos do cotidiano. Temas e conceitos bíblicos fundamentais tais como redenção, justificação, santidade e retidão são explicados em profundidade. Assuntos de difícil entendimento, como “pecado para morte”, também são abordados.
VERSÕES DA BÍBLIA
Este dicionário pode ser usado com qualquer uma das principais traduções da Bíblia, incluindo a Bíblia Revista e Corrigida, Bíblia Almeida Corrigida e Fiel, Bíblia Revista e Atualizada de Almeida, Bíblia Revista e Corrigida de Almeida, Nova Versão Internacional, Nova Tradução na Linguagem de Hoje e Bíblia Melhores Textos, JUERP. Um esforço especial foi feito a fim de listar termos (normalmente com ortografia única) encontrados apenas na Bíblia de Jerusalém e remeter o leitor ao termo moderno correspondente. Um de nossos objetivos principais na criação do Dicionário bíblico Tyndale foi incluir o máximo possível de termos e tópicos, ao mesmo tempo sendo cuidadosos no sentido de assegurar a relevância de cada registro. Parte deste objetivo incluiu apresentar termos de várias versões da Bíblia. Embora a Nova Versão Internacional seja a principal versão bíblica utilizada, centenas de termos aparecem no dicionário que não estão na NVI mas que aparecem em outras versões da Bíblia na língua portuguesa, ou, mesmo não aparecendo, estão de uma forma ou outra, relacionados intrinsecamente à história e conteúdo bíblicos.
REFERÊNCIAS CRUZADAS
Dois tipos de referências cruzadas são usados neste dicionário:
• As referências “veja” apontam para um ou mais artigos que contenham informação considerada necessária para uma compreensão completa do tópico em questão.
• As referências “veja também” apontam para um ou mais artigos que contenham informação considerada interessante, porém não essencial. As referências “veja” e “veja também” referem-se a artigos por nome tópico. Quando um nome tópico aparece em uma referência cruzada em citações e se refere a um número de página específico, a referência é a uma caixa de texto que está naquela página.
FOTOGRAFIAS
Uma das características que distingue o Dicionário bíblico Tyndale de outros dicionários bíblicos é a inclusão de mais de cem novas fotografias sobre a Terra Santa, fornecidas por Barry Beitzel, um famoso geógrafo daquela região. Essas fotos exclusivas de vista aérea fornecem uma perspectiva visual aos tópicos apresentados no dicionário. Aproximadamente cem fotos de manuscritos e artefatos bíblicos antigos também estão incluídas, bem como dezenas de ilustrações feitas à mão sobre a vida nos tempos bíblicos.
MAPAS
Mais de 50 mapas da Terra Santa estão incluídos no Dicionário bíblico Tyndale, numa tentativa de familiarizá-lo com o esboço da terra sobre a qual você estiver lendo. Além disso, 16 páginas coloridas de mapas e diagramas detalhados aparecem no final do dicionário.
ABREVIATURAS
Livros Apócrifos
AEs Adições a Ester
Jt Judite
Br Baruque 1Ma 1Macabeus
1Ed 1Esdras 2Ma 2Macabeus
2Ed 2Esdras 3Ma 3Macabeus
3Ed 3Esdras 4Ma 4Macabeus
4Ed 4Esdras Sa Salmos de Salomão
1En 1Enoque Tb Tobias
2En 2Enoque Sb Sabedoria de Salomão
Ecl Eclesiástico; Siraque ADn Adições a Daniel
Manuscritos do mar Morto (não canônicos)
CD Documento Cairo Damasco
2QS Manual do Discípulo
1QM Manuscrito da Guerra 1QSa Regra da Congregação
Outros Escritos
Antiguidades Josefo, Antiguidades judaicas
Prol Gal Jerônimo, Prólogo aos Gálatas
Apião Josefo, Contra Apião Estrabão Estrabão, Biografia
Dio Cássio Dio Cássio, História romana Tácito Tácito, Histórias
Eusébio Eusébio, História eclesiástica Guerra Josefo, A guerra judaica
Livros da Bíblia
Gn Gênesis
Êx Êxodo
Lv Levítico
Nm Números
Dt Deuteronômio
Js Josué
Jz Juízes
Rt Rute
1Sm 1Samuel
2Sm 2Samuel
1Rs 1Reis
1Rs 2Reis
1Cr 1Crônicas
2Cr 2Crônicas
Et Ester
Jó Jó
Sl Salmos
Pv Provérbios
Ec Eclesiastes
Mq Miqueias
Na Naum
Hc Habacuque
Sf Sofonias
Ag Ageu
Ct Cântico dos Cânticos Zc Zacarias
Is Isaías
Jr Jeremias
Lm Lamentações
Ez Ezequiel
Dn Daniel
Os Oseias
Jl Joel
Am Amós
Ml Malaquias
Mt Mateus
Mc Marcos
Lc Lucas
Jo João
At Atos
Rm Romanos
1Co 1Coríntios
Ed Esdras Ob Obadias 2Co 2Coríntios
Ne Neemias Jn Jonas Gl Gálatas
Ef Efésios 2Tm 2Timóteo 2Pe 2Pedro
Fp Filipenses Tt Tito 1Jo 1João
Cl Colossenses Fm Filemom 2Jo 2João
1Ts 1Tessalonicenses Hb Hebreus 3Jo 3João
2Ts 2Tessalonicences Tg Tiago Jd Judas
1Tm 1Timóteo 1Pe 1Pedro Ap Apocalipse
Versões da Bíblia
AC Bíblia Revista e Corrigida, 1997, de João Ferreira de Almeida, Juerp
ACF Bíblia Almeida Corrigida e Fiel, 2007, Sociedade Bíblica Trinitariana
AR Almeida Revisada de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego, Juerp
ARA Bíblia Revista e Atualizada de Almeida, 2a. edição, Sociedade Bíblica Brasileira
ARC Bíblia Revista e Corrigida de Almeida, revisão de 1995, SBB
BJ Bíblia de Jerusalém, Nova edição, revista e ampliada, 2002, Editora Paulus
NVI Nova Versão Internacional, 9a. edição, Sociedade Bíblica Internacional
NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje, 2005, Sociedade Bíblica do Brasil
TB Tradução Brasileira, 2010, Sociedade Bíblica do Brasil
Outras abreviações
AT Antigo Testamento
NT Novo Testamento
c. cerca de, aproximadamente cap., caps. capítulo, capítulos
cf. confira; compare cp. compare p. ex. por exemplo
TM Texto Massorético
AUTORIA DOS ARTIGOS
TR Textus Receptus etc. e assim por diante i.e. ou seja, isto é lit. literal, literalmente
LXX Septuaginta v. veja
v.v. versículo, versículos m. morto
Muitos contribuíram para esta obra, escrevendo artigos, editando ou reescrevendo-os substancialmente. Porque muitos artigos foram trabalhados por muitas mãos diferentes no processo editorial, é impossível atribuir autoria a cada um deles. Além disso, se indicássemos a autoria de alguns artigos e excluíssemos outras, nossos agradecimentos seriam irregulares e, portanto, injustos. Consequentemente, relacionamos todos os colaboradores, começando na página XI (Colaboradores).
Oramos para que esta obra lhe ajude, leitor, em seu estudo da Palavra de Deus, e que esse estudo enriqueça a sua apreciação pelas Escrituras inspiradas.
Philip W. Comfort, Ph.D.
Walter Elwell, Ph.D.
EDITORES GERAIS
Philip W. Comfort
Walter Elwell
EDITOR COORDENADOR
Jeremy P. Taylor
FOTOGRAFIA
Barry Beitzel
AUTORES
A. Selander
Albert J. Smith
Andrew E. Hill
Anson F. Rainey
Arthur Rupprecht
Austin H. Potts
Barry Beitzel
Bernard L. Ramm
Bruce A. Demarest
Bruce K. Waltke
Carl E. DeVries
Carl Wayne Hensley
Charles L. Feinberg
Clarence B. Bass
D. L. Hall
COLABORADORES
Harold W. Hoehner
Harvey E. Finley
Hazel W. Perkin
Herbert M. Wolf
Howard F. Vos
J. D. Douglas
J. G. S. S. Thomson
J. Gordon Harris
J. Gordon McConville
J. J. Edwards
J. Julius Scott, Jr.
J. Knox Chamblin
Jack B. Scott
Jakob Jocz
James C. DeYoung
Paul Helm
Paul K. McAlister
Paula Kaufmann
Peter H. Davids
Philip Edgumbe Hughes
Philip W. Comfort
R. E. O. White
R. K. Harrison
R. K. McGregor Wright
R. Milton Winter
Ralph E. Powell
Ralph L. Smith
Raymond B. Dillard
Robert D. Culver
Robert Guelich
Daniel Partner
David A. Fields
David Cornell
David E. Van Reken
David K. Huttar
David W. Wead
Donald Kenney
Douglas J. Miller
E. M. Blaiklock
E. Margaret Howe
Edgar C. James
Elmer B. Smick
Eugene F. Klug
F. B. Huey, Jr.
F. Duane Lindsey
Francis Foulkes
Fred M. Williams III
Gary Pollitt
George Allen Turner
George Blankenbaker
George E. Cannon
George E. Ladd
Gerald L. Borchert
Gerald L. Mattingly
Gerard Van Groningen
Gilbert Bilezikian
Ginnie Hearn
Gordon J. Wenham
Grant Osborne
H. Douglas Buckwalter
H. K. Farrell
H. LaVern Schafer
James D. G. Dunn
James D. Price
James F. Babcock
James L. Mason
James M. Houston
Jim McClanahan
Joe Prochaska
John Arthur Thompson
John Crandall
John Eilliott
John Fischer
John P. Williams
John Piippo
John Piper
John W. Sider
Kenneth J Mayer
Klyne R. Snodgrass
L. C. Allen
Lee McDonald
Louis Goldberg
Luder G. Whitlock, Jr.
Manfred T. Brauch
Mark R. Norton
Mark T. Coppenger
Marsha Wegner
Marten H. Woudstra
Michael Wilcock
Moises Silva
Morris A. Weigelt
Norman Shepherd
Paul F. Feiller
Paul H. DeVries
Robert H. Mounce
Robert H. Stein
Robert L. Alden
Robert L. Reymond
Robert W. Lyon
Roger Douglass Congdon
Roger Nicole
Ronald Allen
Ronald F. Youngblood
Stephen S. Taylor
Stuart D. Sacks
Thomas E. McComiskey
Victor L. Walter
W. Harold Mare
W. Rober Myers
W. Wilson Benton, Jr.
Wallace Alcorn
Walter A. Eiwell
Walter Hearn
Warren C. Young
Wayne O. McCready
Wesley L. Gerig
Willem A. VanGemeren
William B. Tolar
William Lane
William Niger Kerr
William S. Sailer
William Sanford LaSor
William Travis
William White, Jr.
Trabalho editorial adicional feito por Peachtree Editorial, Proofreading Serviços e Stanford Serviços Criativos.
AARÁ Nome alternativo para Airã, terceiro filho de Benjamim, em 1Crônicas 8.1. Veja Airã, Airamita.
AAREL Filho de Harum, da tribo de Judá (1Cr 4.8).
AASBAI Pai de Elifelete. Elifelete, da cidade de Maaca, era um guerreiro entre os homens poderosos de Davi que eram conhecidos como “os trinta” (2Sm 23.34).
AAVA O nome do rio (e possivelmente da cidade) na Babilônia onde Esdras adicionou alguns levitas aos remanescentes dos exilados. Ali ele também promulgou um jejum para que os judeus se humilhassem diante de Deus e buscassem sua proteção antes do retorno à Palestina (Ed 8.15,21,31).
AAZI Forma na BJ de Azai, o sacerdote, em Neemias 11.13. Veja Azai.
ABÃ Filho de Abisur e Abiail, da tribo de Judá (1Cr 2.29).
ABADOM Palavra hebraica que significa “lugar de destruição”, ocorre seis vezes no AT, geralmente se referindo ao lugar dos mortos (Jó 26.6; 28.22; 31.12; Sl 88.11; Pv 15.11; 27.20). Serve como sinônimo de sheol e é invariavelmente traduzida por “inferno”, “morte”, “sepulcro” ou “destruição”. A mesma palavra hebraica ocorre uma vez no NT ao lado de seu equivalente grego, Apoliom (Ap 9.11). Aqui a ideia de destruição é personificada como o “anjo do Abismo”, de modo que a palavra é frequentemente traduzida por “destruidor”. Abadom (ou Apoliom) era o anjo que governava o reino dos mortos, que apareceu após a quinta trombeta na visão de João (Ap 9.11).
Veja também Sheol.
ABAGTA Um dos sete eunucos que receberam ordem do rei Assuero para trazer a rainha Vasti a sua festa com muita bebida (Et 1.10).
ABANA Rio sírio (moderno Barada) que corta a cidade de Damasco. Embora Naamã pensasse que o Abana seria mais eficiente que o rio Jordão para curar a lepra, ele obedeceu ao profeta Eliseu, banhou-se no Jordão e foi curado (2Rs 5.9-14; “Amana” é uma leitura textual alternativa em 5.12). Veja também Amana.
ABARIM Área montanhosa localizada a leste do rio Jordão e do mar Morto, estendendo-se ao
norte a partir das planícies de Moabe. Do ponto mais alto do monte Nebo, chamado Pisga, localizado em Abarim (805 metros), Moisés olhou para a Terra Prometida pouco antes de morrer (Dt 32.48-50; 34.1-6).
ABBA Palavra aramaica para “pai”, aplicada a Deus em Marcos 14.36, Romanos 8.15 e Gálatas 4.6. O nome expressa um relacionamento muito íntimo e indissolúvel entre Cristo e o Pai e entre os crentes (filhos) e Deus (Pai).
ABDA
1. Pai de Adonirão. Adonirão foi superintendente de obras públicas no reino de Salomão (1Rs 4.6).
2. Filho de Samua, líder levita em Jerusalém após o exílio (Ne 11.17). Os mesmos pai e filho são identificados em outro lugar como Semaías e Obadias (1Cr 9.16).
ABDEEL Pai de Selemias. Selemias foi um oficial enviado pelo rei Jeoaquim de Judá para prender Jeremias e Baruque depois que o rei lera e queimara o rolo profético (Jr 36.26).
ABDI
1. Membro do clã dos meraritas entre os levitas. O bisneto de Abdi, Etã, foi músico nos tempos de Davi (1Cr 6.44; 15.17)
2. Levita cujo filho Quis serviu nos tempos de Ezequias (2Cr 29.12). Esse Abdi tem por vezes sido confundido com o Abdi 1.
3. Membro do clã de Elã nos tempos de Esdras. Esse Abdi está relacionado como um dos israelitas que se casaram com uma mulher estrangeira após o exílio (Ed 10.26).
ABDIEL Filho de Guni e pai de Aí (1Cr 5.15). Aí foi um líder de clã na tribo de Gade durante os reinados do rei Jotão de Judá e do rei Jeroboão II de Israel (1Cr 5.15-17).
ABDOM (Lugar) Uma das quatro cidades no território de Aser dadas aos levitas após a conquista de Canaã, a Terra Prometida (Js 21.30; 1Cr 6.74). Abdom é provavelmente o mesmo que Ebrom (Js 19.28). Hoje Abdom é chamada de Khirbet’Abdeh.
ABDOM (Pessoa)
1. Filho de Hilel que julgou Israel por oito anos (Jz 12.13-15). Era um homem muito rico, conforme indicado pela referência a 70 jumentos que possuía.
2. Filho de Sasaque, da tribo de Benjamim, que viveu em Jerusalém (1Cr 8.23,28).
3. O filho mais velho de Jeiel, da tribo de Benjamim, que viveu em Gibeom. Esse Abdom é mencionado na genealogia de Saul (1Cr 8.30; 9.36).
4. Filho de Mica (2Cr 34.20), também chamado de Acbor, filho de Micaías. Veja Acbor 2.
ABEDE-NEGO Um dos três amigos de Daniel que foi sentenciado à morte por Nabucodonosor, mas foi protegido na fornalha ardente por um anjo (Dn 1.7; 3.12-30). Veja Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; Daniel, Acréscimos a (Oração de Azarias).
ABEL (Lugar) Uma cidade fortificada na fronteira, no norte da Galileia, na qual o general do rei Davi, Joabe, cercou o rebelde Seba. Depois que uma mulher sábia da cidade negociou com Joabe, os cidadãos executaram Seba e lançaram sua cabeça do alto da muralha. Joabe, então, desfez o cerco (2Sm 20.13-22). A cidade foi mais tarde conquistada pelo sírio Ben-Hadade durante uma guerra contínua entre o rei Asa, de Judá, e o rei Baasa, de Israel. Quando Asa persuadiu Ben-Hadade a romper o tratado com Baasa, Ben-Hadade tomou boa parte de seu território, incluindo Abel, ou Abel-Bete-Maaca, como era também chamada (1Rs 15.16-20). Ainda mais tarde, Abel-Bete-Maaca (às vezes chamada simplesmente de Abel de Bete-Maaca) foi conquistada por Tiglate-Pileser III, e seus habitantes foram levados cativos para a Assíria (2Rs 15.29). A mesma cidade é chamada de Abel-Maim (“campina de água”), enfatizando a produtividade da região (2Cr 16.4). A cidade tem sido identificada com a moderna Tell Abil-el-Qamh.
ABEL (Pessoa) Segundo filho de Adão e Eva (Gn 4.2). O nome está provavelmente relacionado às palavras sumérias e acadianas que significam “filho”, e foi assim usado como termo genérico para a raça humana. O irmão mais velho de Abel, Caim, era agricultor, mas Abel era pastor. Quando ambos os irmãos trouxeram ofertas, Deus aceitou o sacrifício de um animal feito por Abel, mas rejeitou a oferta de vegetais feita por Caim. Como consequência, Caim ficou com inveja de Abel e o matou.
A narrativa indica que o caráter de Abel era mais digno da bênção de Deus; por conseguinte, sua oferta foi aceita, e a de Caim, não (v. 7). Não há evidência bíblica de que a oferta de cereais ou
de vegetais fosse menos efetiva como ofertas pelo pecado ou como refeições de comunhão que as ofertas envolvendo derramamento de sangue, uma vez que, na Lei Mosaica posterior, ambas foram prescritas. No NT, Abel é considerado como o primeiro mártir (Mt 23.35; Lc 11.51; Hb 11.4).
ABEL-BETE-MAACA Nome alternativo para Abel, uma cidade fortificada ao norte da Galileia em 1Reis 15.20 e 2Reis 15.29. É também chamada assim em 2Sm 20.14,15. Veja Abel (lugar).
ABELHA Veja Animais.
ABEL-MAIM Outro nome para Abel, uma cidade fortificada ao norte da Galileia, em 2Crônicas 16.4. Veja Abel (Lugar).
ABEL-MEOLÁ Lugar de nascimento do profeta Eliseu (1Rs 19.16). Ali Elias o encontrou lavrando a terra e lançou-lhe a capa sobre os ombros, simbolizando o chamado de Deus a Eliseu para tornar-se profeta (vv. 19-21). A cidade é mencionada anteriormente como um lugar para o qual os midianitas fugiram dos 300 guerreiros de Gideão (Jz 7.22). Ela é também mencionada em uma lista de distritos administrativos estabelecida pelo rei Salomão (1Rs 4.12). A mais provável identificação moderna é Khirbet Tell el-Hilu.
ABEL-MIZRAIM Outro nome para Atade, um lugar em Canaã, mencionado em Gênesis 50.11. Veja Atade.
ABEL-QUERAMIM Cidade tomada por Jefté, o juiz israelita, quando conquistou os amonitas (Jz 11.33). Ela se localizava ao sul do rio Jaboque.
ABEL-SITIM Nome alternativo para Sitim, um lugar nas planícies de Moabe mencionado em Números 33.49. Veja Sitim (Lugar).
ABES Grafia da BJ para Ebes, um lugar no território de Issacar, mencionado em Josué 19.20. Veja Ebes.
ABETO Tradução do nome de uma árvore de identidade incerta em Isaías 41.19 e 60.13, chamada de “pinheiro” em outras versões. Veja Plantas.
ABI Forma abreviada de Abia, o nome da mãe do rei Ezequias, de Judá (2Rs 18.2). Veja Abia 4.
ABIA Possível tradução de Abias, filho de Roboão e rei de Judá, mencionado em 1Crônicas 3.10 e em Mateus 1.7. Veja Abias.
ABIÁ
1. Tradução possível para Abias, filho de Samuel, em 1Sm 1.2 e em 1Crônicas 6.28. Veja Abia 1.
2. Tradução possível de uma palavra hebraica em 1Crônicas 2.24, que a considera como um nome próprio, referindo-se à esposa de Hezrom. A maioria dos tradutores modernos a traduz por “seu pai”. “Calebe casou-se com Éfrata, viúva de seu pai” (BJ). O hebraico é difícil, com diferentes famílias textuais evidentemente preservando leituras variantes e, desse modo, responsabilizando-se por divergências entre as versões.
3. Tradução possível de Abias, filho de Bequer, em 1Crônicas 7.8. Veja Abias 5.
ABIAIL Nome usado tanto para homens como para mulheres no AT.
1. Pai de Zuriel e líder da família merarita de levitas na comunidade de Israel no deserto (Nm 3.35).
2. Esposa de Abisur e mãe de Abã e de Molide (1Cr 2.29).
3. Filho de Huri, um descendente de Gade, que viveu em Gileade e em Basã (1Cr 5.14).
4. Mulher citada em 2Crônicas 11.18, cujo relacionamento com o rei Roboão não é claro no texto hebraico. Em algumas traduções, Abiail parece ser a segunda esposa dele. No entanto, a princípio somente uma esposa é nomeada, de modo que Abiail seria provavelmente a mãe da primeira esposa de Roboão, Maalate. Essa Abiail era, assim, uma filha de Eliabe, irmão mais velho de Davi. Ela se casou com seu primo Jerimote, um dos filhos de Davi.
5. Pai de Ester e tio de Mordecai (Et 2.15; 9.29).
ABI-ALBOM Outro nome para Abiel em 2Samuel 23.31. Veja Abiel 2.
ABIAS
1. Segundo filho de Samuel que, com seu irmão mais velho, Joel, foi um juiz corrupto em Berseba. Por causa da corrupção, os líderes de Israel exigiram serem governados por um rei (1Sm 8.2; 1Cr 6.28).
2. Filho de Jeroboão I do Reino do Norte, de Israel. A doença do menino impeliu sua família a buscar orientação do profeta Aías em Siló (1Rs 14.1,2).
3. Rei de Judá, em 2Crônicas 12.16-14.1 e Mt 7.1.
4. Esposa de Acaz e mãe do rei Ezequias (2Rs 18.2, forma abreviada “Abi”; 2Cr 29.1). Essa Abias era filha de Zacarias.
5. Filho de Bequer, da tribo de Benjamim (1Cr 7.8).
6. Levita que liderou oito das 24 divisões levíticas estabelecidas na época de Davi (1Cr 24.10; Lc 1.5).
7. Líder de uma família sacerdotal que assinou o pacto de Esdras de fidelidade a Deus com Neemias e outros após o exílio (Ne 10.7).
8. Líder de uma família sacerdotal que retornou a Jerusalém com Zorobabel após o exílio (Ne 12.4). Talvez da mesma família de Abias 7.
9. Filho de Roboão e sucessor como rei de Judá (913 a.C.-910 a.C.; 1Cr 3.10; também chamado de “Abia” em 2Cr 11.18-22; 12.16; 13.1-22; 14.1). Um foco principal do reinado de Abias foi sua guerra com o rei Jeroboão I de Israel (13.1-3). Antes de uma batalha decisiva, Abias permaneceu no monte Zemaraim e condenou aos gritos a política de criação de discórdia e de idolatria religiosa de Jeroboão (vv. 4-12). Abias e seu exército então oraram pela ajuda de Deus por causa de sua posição militar precária. Contra todas as expectativas, eles escaparam de uma emboscada e tiveram uma vitória retumbante sobre Jeroboão (vv. 13-19). O reinado de Abias no Reino do Sul, de Judá, foi resumido de maneira bem desfavorável em 1Reis 15.1-8. “Ele cometeu todos os pecados que o seu pai tinha cometido; seu coração não era inteiramente consagrado ao Senhor, ao seu Deus, quanto fora o coração de Davi, seu predecessor” (v. 3). Mas Deus prometera manter os descendentes de Davi no trono de Jerusalém (1Rs 11.36), de modo que Asa, filho de Abias, o sucedeu. Sendo da linhagem davídica, Abias foi um ancestral de Jesus, o Cristo (Mt 1.7). Veja também Israel, História de; Cronologia da Bíblia (Antigo Testamento); Genealogia de Jesus Cristo.
ABIASAFE Nome alternativo para Ebiasafe, um descendente de Corá (Êx 6.24). Veja Ebiasafe.
ABIATAR Um dos dois sumos sacerdotes durante o reinado de Davi. O outro foi Sadoque, evidentemente indicado por Davi após ter conquistado Jerusalém.
Somente Abiatar escapou quando famílias sacerdotais em Nobe foram massacradas por ins-
tigação do rei Saul. Os sacerdotes de Nobe haviam dado comida e a espada de Golias a Davi durante sua fuga da ira de Saul, tendo-se tornado, por isso, alvo da fúria do rei (1Sm 21–22). Quando Abiatar se uniu a Davi, trouxe o colete sacerdotal, o qual Davi então usou a fim de determinar a vontade de Deus (1Sm 23.6,9-11; 30.7,8). Abiatar foi uma das primeiras pessoas da administração de Saul a apoiar Davi. Seu apoio foi formidável, porque ele representava o sacerdócio da velha sociedade tribal da linhagem de Eli.
Durante os últimos dias do reinado de Davi, seus filhos lutaram pelo trono. Os dois rivais principais eram Adonias e Salomão. Abiatar, o sumo sacerdote, apoiava a reivindicação de Adonias ao trono, provavelmente porque este era o mais velho herdeiro vivo de Davi e porque o general do rei, Joabe, um dos homens mais poderosos do reino, também o apoiava (1Rs 1.5-7). Sadoque apoiava Salomão, que, por fim, veio a suceder Davi no trono. Sem o favor do novo rei, Abiatar foi banido para sua propriedade em Anatote (1Rs 2.26,27), um vilarejo a pouco mais de 6 quilômetros a nordeste de Jerusalém.
O relacionamento de Abiatar com Aimeleque é confuso. Aimeleque pode ser o nome do pai (1Sm 22.20; 23.6) e do filho de Abiatar (2Sm 8.17; 1Cr 18.16; 24.6). Se cada uma das referências é ao mesmo Aimeleque, então os nomes foram revertidos nas últimas passagens. No NT, Abiatar é mencionado como sumo sacerdote quando Davi chegou a Nobe necessitado de comida e de armas (Mc 2.26). A narrativa do AT diz que Aimeleque era sacerdote naquela ocasião (1Sm 21.1,2).
A aparente discrepância pode ter sido resultado do erro de um copista ou do fato de que Abiatar como sumo sacerdote era mais proeminente que Aimeleque.
ABIBE Nome do mês hebreu de nisã, entre meados de março e meados de abril. Veja Calendários Antigos e Modernos.
ABIDÃ Filho de Gideão e líder da tribo de Benjamim quando os israelitas vagavam no deserto do Sinai depois de fugirem do Egito (Nm 1.11; 2.22). Como líder, apresentou a oferta de sua tribo na consagração do tabernáculo (Nm 7.60-65).
ABIDA Um dos filhos de Midiã. Midiã era filho de Abraão com sua concubina Quetura (Gn 25.2,4; 1Cr 1.33).
ABIEL
1. Pai de Quis e de Ner e avô do rei Saul, de acordo com 1Sm 9.1; 14.51. Outras genealogias em 1Crônicas citam Ner, e não Abiel, como pai de Quis e avô de Saul (8.33; 9.39). Essa confusão se deve ou ao erro de um copista ou à possibilidade de que Saul tivesse dois parentes chamados Ner, um bisavô e um tio.
2. Guerreiro entre os homens poderosos de Davi que eram conhecidos como “os trinta” (11.32), também chamado de Abi-Albom, o arbatita (2Sm 23.31).
ABIEZER
1. Descendente de Manassés (Js 17.1,2). Embora seu pai não seja citado, Abiezer está na lista dos descendentes do irmão de sua mãe, Gileade (1Cr 7.18). Em Números 26.30, o nome de Abiezer é reduzido para Jezer, e a família é chamada de jezeritas. A família de Abiezer, à qual Gideão pertencia, foi o primeiro clã a responder ao chamado de Gideão de lutar contra os midianitas (Jz 6.34). Os descendentes de Abiezer são chamados de abiezritas (Jz 6.11,24,34; 8.32).
2. Membro da tribo de Benjamim, natural de Anatote e guerreiro entre os homens poderosos de Davi, conhecidos como “os trinta” (2Sm 23.27; 1Cr 11.28). Esse Abiezer foi comandante da nona divisão do exército no sistema de rodízio estabelecido por Davi (1Cr 27.12).
ABIEZRITA Membro da família de Abiezer (Jz 6.11,24,34; 8.32). Veja Abiezer 1.
ABIGAIL
1. Esposa de Nabal, que mais tarde se tornou esposa de Davi (1Sm 25.2-42). Nabal foi um abastado proprietário de ovelhas cujas terras eram protegidas pelos homens de Davi. Quando Davi solicitou provisões em paga por essa proteção, Nabal se recusou a dá-las. Enfurecido, Davi se preparou com 400 homens armados para destruir Nabal e sua casa. Abigail havia sido informada sobre o comportamento de seu marido e foi até Davi levando consigo muitas provisões, assumindo a culpa por seu marido insensato. Davi agradeceu a Deus por usar Abigail para aplacar sua ira.Quando Nabal despertou após a bebedeira da noite anterior e soube o que acontecera, sofreu um ataque e veio a falecer dez dias depois. Abigail, então, se casou com Davi e compartilhou de sua vida aventureira entre os filisteus (27.3). Ela foi capturada pelos amale-
quitas e resgatada por Davi (30.1-19). Abigail foi com Davi para Hebrom quando ele se tornou rei de Judá (2Sm 2.2), e teve seu segundo filho, Quileabe (2Sm 3.3), também chamado de Daniel (1Cr 3.1).
2. Irmã de Davi que se casou com Jéter e deu à luz Amasa (1Cr 2.16,17). Parece haver confusão quanto aos ancestrais dessa Abigail. Em 1Crônicas 2.13-17 ela é mencionada como filha de Jessé. No entanto, em 2 Samuel 17.25 seu pai é identificado como Naás. A discrepância pode se dever a um erro de copista, ou Naás pode ser outro nome para Jessé ou a viúva de Naás pode ter se casado com Jessé.
ABIGAL Possível tradução de Abigail, irmã de Davi, em 2 Samuel 17.25. Veja Abigail 2.
ABILENE Região no lado leste das montanhas do Antilíbano na Síria. O distrito recebeu seu nome da capital Abila, localizada a aproximadamente 29 quilômetros de Damasco. Nos dias de João Batista, Abilene era governada pelo tetrarca Lisânias (Lc 3.1).
ABIMAEL Um dos muitos filhos ou descendentes de Joctã, descendente de Sem (Gn 10.28; 1Cr 1.22).
ABIMELEQUE Título de realeza para governantes filisteus, semelhante à designação “faraó” entre os egípcios e “agague” entre os amalequitas.
1. Rei de Gerar nos dias de Abraão. Em Gerar, uma cidade a poucos quilômetros ao sul de Gaza, Abraão apresentou a esposa como sendo sua irmã por temer pela própria vida (Gn 20.1-18), como já fizera no Egito (12.10-20). Por causa disso, Sara foi incorporada ao harém de Abimeleque. Ele, no entanto, foi advertido por Deus em um sonho de não se aproximar dela sob pena de morte, porque era mulher casada, de modo que ela foi restaurada ao marido. Os mesmos Abimeleque e Abraão mais tarde fizeram um tratado para estabelecer direitos sobre as águas no deserto do Neguebe em Berseba (21.22-34).
2. Rei de Gerar nos dias de Isaque. Isaque, também, fez com que a esposa, Rebeca, se passasse por sua irmã em Gerar. Abimeleque, talvez lembrando do juízo iminente sobre seu predecessor, agiu de modo decisivo para proteger a integridade de Rebeca. Ele proclamou pena de morte a qualquer um que a tocasse ou ao marido dela (26.1-11). Abimeleque pediu que Isa-
que deixasse o território filisteu por causa do excesso de gente e das disputas intermitentes por água (vv. 12-22). Finalmente, em Berseba, Isaque e Abimeleque encerraram sua inimizade ao renovar um trato feito por Abraão e o Abimeleque anterior (vv. 26-33).
3. Filho de Gideão com uma concubina em Siquém (Jz 8.31). Depois da morte de seu pai, Abimeleque conspirou com a família da mãe para assassinar seus 70 meio-irmãos. Apenas um deles, Jotão, escapou (9.1-5). No terceiro ano de seu governo, Abimeleque sufocou cruelmente uma rebelião (vv. 22-49). Por fim, sua cabeça foi esmagada por uma pedra arremessada por uma mulher do alto de uma torre. Ele ordenara a seu escudeiro que o matasse à espada, para que ninguém dissesse que havia sido morto por uma mulher (vv. 53-57).
4. Aquis, rei da cidade filisteia de Gate (1Sm 21.10-15).
5. Filho de Abiatar, um sacerdote associado a Sadoque nos dias de Davi (1Cr 18.16).
ABINADABE
1. Residente de Quiriate-Jearim a cuja casa a arca de Deus foi levada quando de seu retorno de terras filisteias (1Sm 6.21-7.2).
2. Segundo filho de Jessé, e irmão de Davi (1Sm 16.8; 17.13; 1Cr 2.13). Esse Abinadabe serviu no exército de Saul durante parte da guerra com os filisteus. Ben-Abinadabe na ARC, um dos filhos dos oficiais da administração de Salomão em 1Reis 4.11. Veja Ben-Abinadabe.
3. Um dos filhos de Saul (1Cr 8.33; 10.2).
ABINOÃO Pai de Baraque, que foi companheiro de Débora, uma juíza israelita, na guerra contra os cananeus (Jz 4.6; 12; 5.1,12).
ABIRÃO
1. Um dos dois filhos de Eliabe. Abirão e seu irmão Datã se uniram em um levante contra Moisés e Arão. Após a palavra de Moisés, o chão se abriu e os dois irmãos rebeldes, além de todos os que com eles se associaram, foram engolidos em um terrível terremoto (Nm 16.1-33).
2. Filho mais velho de Hiel, que morreu prematuramente quando seu pai, de modo presunçoso, reconstruiu Jericó (1Rs 16.34). A maldição profética de Josué foi assim cumprida (Js 6.26).
ABISAGUE Bela jovem sunamita que foi indicada para cuidar de Davi em seus últimos dias
(1Rs 1.1-4). Após a morte de Davi, Adonias pediu permissão a seu meio-irmão, o rei Salomão, para casar-se com Abisague. No antigo Oriente Médio, reivindicar a concubina de um rei falecido era reivindicar o trono. Furioso, Salomão ordenou a morte de Adonias (1Rs 2.13-25).
ABISAI Sobrinho de Davi, filho de Zeruia (de um pai anônimo) e irmão de Joabe e de Asael (1Cr 2.16). Abisai acompanhou Davi voluntariamente até o campo de Saul certa noite, e teria matado o rei que dormia se Davi não o tivesse impedido (1Sm 26.6-12). Ele também ajudou Joabe a matar Abner, general de Saul, em vingança pela morte de outro irmão (2Sm 3.30). Posteriormente, Abisai teve uma vitória sobre os edomitas (1Cr 18.12,13) e foi o segundo na hierarquia de comando em uma batalha decisiva contra os amonitas (1Cr 19.10-15). Na maioria das vezes vingativo e cruel, Abisai quis decapitar o malévolo Simei durante a rebelião de Absalão, mas, de novo, Davi interveio (2Sm 16.5-12; 19.21-23). Quando o rei Davi fugiu para além do Jordão, Abisai recebeu o comando de uma das três divisões de Davi que esmagaram a rebelião (18.1-15).
Em uma batalha posterior com os filisteus, Abisai salvou a vida de Davi matando o gigante Isbi-Benobe (21.15-17). Ele figurou entre os mais valentes guerreiros de Davi (23.18,19; 1Cr 11.20,21).
ABISHALOM Outra possível tradução para Absalão, filho do rei Davi, em 1Reis 15.2,10. Veja Absalão.
ABISMO Profundeza imensurável e sem fundo ou mundo subterrâneo. Veja Poço do Abismo.
ABISUA
1. Bisneto de Arão, filho de Fineias e ancestral de Esdras (1Cr 6.4,5,50; Ed 7.5). O nome de Abisua também aparece na genealogia apócrifa de Esdras (1Ed 8.2; 2Ed 1.2).
2. Filho de Belá e neto de Benjamim (1Cr 8.4).
ABISUR Filho de Samai e pai de Abã e de Molide, da tribo de Judá. A esposa de Abisur foi Abiail (1Cr 2.28,29).
ABITAL Mãe do quinto filho do rei Davi, Sefatias (2Sm 3.4; 1Cr 3.3).
ABITUBE Filho de Saaraim e Husim, da tribo de Benjamim (1Cr 8.11).
ABIÚ Segundo filho de Arão e Eliseba (Êx 6.23; Nm 26.60; 1Cr 6.3). Abiú e seu irmão Nadabe uniram-se a Moisés, a Arão e aos 70 líderes de Israel na adoração à glória de Deus no monte Sinai (Êx 24.1-11). Os quatro filhos de Arão foram feitos sacerdotes juntamente com o pai (28.1), mas mais tarde Abiú e Nadabe foram consumidos pelo fogo por oferecerem “fogo estranho” diante do Senhor (Lv 10.1, ARA; v. tb. Nm 3.2-4; 26.61; 1Cr 24.1,2).
ABIÚDE Indivíduo mencionado na genealogia de Cristo em Mateus, no NT, como pai de Eliaquim (1.13). Veja Genealogia de Jesus Cristo.
ABNER Filho de Ner e primo de Saul. Abner foi comandante do exército de Saul (1Sm 14.50; 17.55). Tido em alta estima por Saul, comia à mesa do rei, junto com Davi e Jônatas (20.25). Cinco anos após a morte de Saul, Abner fez de Isbosete, filho de Saul, rei de Israel (2Sm 2.8,9). A guerra entre Isbosete e Davi, que era rei de Judá, durou dois anos. Abner estava no comando do exército de Isbosete, Joabe no de Davi, em uma série de combates. A posição de Davi era em geral mais forte, mas Abner se tornou uma figura poderosa entre os seguidores de Saul.
Embora somente o rei tivesse direito a relacionamentos sexuais com as concubinas de reis anteriores, Abner dormiu com Rispá, concubina de Saul, talvez planejando ele mesmo assumir o reino na primeira oportunidade. Quando Isbosete o repreendeu, Abner ficou tão irado que rompeu com ele e fez um acordo com Davi. Davi mostrou grande respeito por ele, e, em contrapartida, Abner lhe prometeu trazer todo o Israel para estar sob o governo de Davi. Joabe, no entanto, temia a influência de Abner sobre o rei e o matou, alegando vingança pela morte de seu irmão nas mãos de Abner em batalha. Abner foi homenageado com um funeral público e com luto oficial, uma honra dada somente a um governante ou a um grande líder. O rei Davi chorou em voz alta no túmulo de Abner, e até mesmo o povo pranteou com ele (3.7-34). Davi condenou Joabe por matar Abner.
Veja também Davi; Israel, História de.
ABOMINAÇÃO Ato, pessoa ou coisa repugnante ou detestável. A ideia de abominação deriva das exigências específicas que a santidade de Deus faz a seu povo. Adjetivos frequentemente usados para abominações no AT são “odioso”, “repulsivo”, “impuro” e “rejeitado”.
Das quatro palavras hebraicas principais traduzidas por “abominação,” a mais frequentemente usada indica violação de um costume ou de um ritual estabelecido, o que, por sua vez, traz juízo de Deus. Exemplos vão de sacrifícios defeituosos (Dt 17.1) a mágica e adivinhação (Dt 18.12) ou práticas idólatras (2Rs 16.3). A segunda palavra hebraica se refere à carne de certos tipos de animais que fosse ritualmente suja, quer tocada ou consumida (Lv 11.10-13). A terceira palavra designa carne sacrificial de três dias (7.18). A quarta palavra se refere quase exclusivamente a objetos idólatras de origem pagã (Jr 4.1; 7.30). À parte do uso especializado de “abominação da desolação”, a palavra grega para “abominação” é usada frequentemente no NT (Lc 16.15; Rm 2.22; Tt 1.16; Ap 17.4,5; 21.8,27) e é traduzida por muitas palavras em português. A conotação primária é qualquer coisa que seja repulsiva para um Deus santo. Veja também Pureza e Impureza, Regras Concernentes a; Leis Alimentares (Depois de Moisés).
ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO
Frase usada em Daniel, 1Macabeus, Mateus e Marcos para designar um objeto detestável de idolatria pagã tão repulsivo para Deus que ele executa um juízo desolador.
Na visão de Daniel a respeito da chegada da abominação, um objeto detestável seria introduzido no templo em Jerusalém (11.31), 1.290 dias depois do começo de um período de profanação (12.11), destruindo assim a santidade do templo e tornando-o impuro de acordo com os padrões cerimoniais e éticos. Em 1Macabeus está registrado que o sírio Antíoco Epifânio invadiu a Palestina (167 a.C.) e erigiu uma profanação sacrílega, provavelmente uma estátua de Zeus, sobre o altar do sacrifício no templo (1Ma 1.54).
Jesus usou a expressão “abominação da desolação” em resposta às perguntas dos discípulos referentes à destruição do templo e do curso geral dos tempos até o retorno dele (Mt 24.131; Mc 13.1-27; Lc 21.5-28). Em alusão às passagens de Daniel, Jesus predisse que ocorreria algo semelhante à destruição feita por Antíoco. Jesus aplicou a predição e o cumprimento da profecia de Daniel em parte à vindoura profanação de Roma, que ocorreu no ano 70 d.C. Jesus advertiu que o erguimento da abominação da desolação (“profanação desoladora”) era um sinal para fugir da cidade de Jerusalém (Mt 24.15,16; Mc 13.14).
A versão grega do livro de Ezequiel às vezes usou “iniquidade” em lugar de abominação, levando à associação do “homem da iniquidade” (homem da abominação) com o detestável sacrilégio do anticristo (2Ts 2.3). Um tema semelhante está refletido no livro de Apocalipse, onde a imagem da criatura ou besta que emerge do mar simboliza o poder das forças do mal exigindo obediência e submissão (13.1-10).
Veja também Anticristo; Daniel, Livro de; Abominação.
ABRAÃO Um dos mais importantes personagens da Bíblia, a quem Deus chamou da cidade de Ur para se tornar patriarca do povo de Deus. O nome Abraão era originalmente Abrão, que quer dizer “[o] pai é exaltado”. Quando recebeu esse nome de seus pais, eles provavelmente eram participantes no culto à Lua de Ur, de modo que a deidade paterna sugerida em seu antigo nome poderia ter sido o deus-lua ou outra entidade pagã. Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17.5), parcialmente, sem dúvida, para indicar uma separação nítida das raízes pagãs. O novo nome, interpretado pelo texto bíblico como significando “pai de uma multidão”, também era uma declaração da promessa de Deus a Abraão de que ele teria muitos descendentes, bem como uma prova significativa de sua fé em Deus – uma vez que tinha 99 anos na ocasião em que sua esposa sem filhos tinha 90 (11.30; 17.1-4,17).
A vida de Abraão A história de Abraão começa em Gênesis 11, onde seus relacionamentos de família são registrados (vv. 26-32). Terá, pai de Abraão, recebeu o nome de uma deidade adorada em Ur. Ele teve três filhos: Abrão, Naor e Harã. Harã, pai de
Ló, morreu antes da família deixar Ur. Terá levou Ló, Abrão e sua esposa, Sarai, de Ur rumo a Canaã, mas se estabeleceu na cidade de Harã (v. 31). Está escrito em Atos 7.2-4 que Abraão ouviu o chamado de Deus para partir rumo a uma nova terra enquanto ainda estava em Ur. Uma observação de grande importância para o curso da vida de Abrão se encontra em Gênesis 11.30: “Sarai era estéril, não tinha filhos”. O problema da esterilidade de Sarai forneceu a base para grandes crises de fé, de promessa e de cumprimento na vida de Abrão e de Sarai.
ABRAÃO, O AMIGO DE DEUS
Mencionado como “amigo de Deus” (2Cr 20.7; Tg 2.23), Abraão desempenhou um papel importante na história hebraica. Por meio da vida dele, Deus revelou um programa de “eleição” e de “aliança” que culminou na obra de Jesus Cristo. Deus disse a Abraão: “Por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” (Gn 12.3). Séculos depois, o apóstolo Paulo explicou que o pleno significado da promessa de Deus foi observado na pregação do evangelho a todas as nações e na resposta de fé em Cristo, que implica crentes de todas as famílias da terra como filhos de Abraão (Gl 3.6-9).
Após a morte de Terá, Deus disse a Abraão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei”. Essa ordem era a base de uma “aliança” na qual Deus prometeu fazer de Abrão o fundador de uma nova nação nessa nova terra (Gn 12.1-3). Abrão, confiando na promessa de Deus, deixou Harã aos 74 anos. Entrando em Canaã, ele foi primeiro a Siquém, uma importante cidade da realeza cananeia entre os montes Gerizim e Ebal. Perto do carvalho de Moré, um santuário cananeu, Deus apareceu a ele (v. 7). Abrão construiu um altar em Siquém, e então se mudou para as cercanias de Betel e construiu novamente um altar ao Senhor (v. 8). A expressão “invocar o nome do Senhor” significa mais que apenas orar. Na verdade, Abrão fez uma proclamação, declarando a realidade de Deus aos cananeus nos centros de falsa adoração deles. Mais tarde, ele se mudou para Hebrom, próximo aos carvalhos de Manre, onde novamente erigiu um altar de adoração a Deus. Outra bênção dada em uma visão (15.2) levou Abrão a exclamar que ainda não tinha filhos
e que Eliezer de Damasco era seu herdeiro. A descoberta dos documentos de Nuzi tem ajudado a esclarecer essa ainda obscura declaração. De acordo com o costume hurriano, um casal sem filhos em condições poderia adotar um herdeiro. Na maioria das vezes um escravo, o herdeiro seria responsável pelo sepultamento e pelo luto dos pais adotivos. Se um filho nascesse depois da adoção de um escravo-herdeiro, o filho natural iria, é claro, suplantá-lo. Desse modo, a resposta de Deus à pergunta de Abrão vai diretamente ao ponto: “Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro” (v. 4). Deus então fez uma aliança com Abrão, garantindo-lhe um herdeiro, uma nação e a terra.
SEIO DE ABRAÃO
Figura de linguagem, provavelmente derivada do costume romano de reclinar-se sobre o lado esquerdo de alguém em refeições com o convidado de honra no seio de seu anfitrião (cf. Jo 13.23-25). Ela foi usada por Jesus na história de Lázaro como uma descrição do paraíso (Lc 16.22,23). Nos escritos rabínicos, bem como em 4Macabeus 13.17, pessoas justas eram recebidas na morte por Abraão, Isaque e Jacó. Jesus, provavelmente sabedor disso, também estava aludindo ao “banquete messiânico”, uma imagem que usou várias vezes. Desse modo, no mundo vindouro, o pobre e piedoso como Lázaro não somente seria recebido por Abraão, como ocuparia o lugar de honra a seu lado no banquete. Veja também Céu; Paraíso.
Abraão tinha 86 anos quando Ismael nasceu. O Senhor apareceu novamente ao patriarca idoso quando este tinha 99 anos e reafirmou sua promessa de aliança de um filho e de uma bênção (Gn 17). A circuncisão foi acrescentada como um selo de relacionamento pactual (17.9-14), e nesse ponto os nomes de Abrão e de Sarai foram trocados para Abraão e Sara (vv. 5,15). A resposta de Abraão à promessa de outro filho foi rir. “Abraão prostrou-se, rosto em terra; riu-se e disse a si mesmo. ‘Poderá um homem de cem anos de idade gerar um filho? Poderá Sara dar à luz aos noventa anos?’” (v. 17).
Em Gênesis 18 e 19 temos o relato da destruição total de Sodoma e Gomorra, duas cidades da planície do Jordão. O capítulo 18 começa com três indivíduos buscando conforto no calor do dia.
Abraão ofereceu refrigério e uma refeição a seus convidados. Eles, no entanto, revelaram ser não viajantes comuns, mas o Anjo do Senhor juntamente com outros dois anjos (18.1,2; 19.1). Há razão para crer que o Anjo do Senhor era o próprio Deus (18.17,33). Outro anúncio de um filho prometido fez Sara rir de incredulidade e então negar ter rido (vv. 12-15).
Os capítulos 21 a 23 formam o clímax da história de Abraão. Finalmente, quando ele completou 100 anos e sua esposa, 90, “fez o Senhor a Sara como tinha falado” (21.1, ARC). A alegria do casal idoso pelo nascimento do filho há muito esperado não podia ser contida. Tanto Abraão quanto Sara haviam rido de incredulidade nos dias da promessa; agora riam de alegria, quando Deus “ri por último”. O bebê, nascido no tempo prometido por Deus, foi chamado de Isaque (“ele ri!”).
Sara disse: “Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (v. 6, ARC).
O riso pelo nascimento de Isaque cessou por inteiro no teste à fé de Abraão descrito no capítulo 22: a ordem de Deus para sacrificar Isaque. Somente alguém que tenha experimentado de forma indireta com Abraão os 25 longos anos da promessa divina de um filho pode imaginar o trauma de um teste tão extremo. Apenas quando a faca estava a ponto de ser cravada, e somente então, o anjo do Senhor rompeu o silêncio do céu com o chamado: “Abraão!” (v. 11). O nome da promessa, “pai de uma multidão”, assumiu seu significado mais importante quando o filho de Abraão foi poupado e o teste foi explicado: “Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho” (v. 12).
Essas palavras foram unidas com uma promessa implícita na descoberta de um carneiro preso pelos chifres num arbusto. O Senhor proveu um sacrifício alternativo, substitutivo. O lugar foi chamado de “o Senhor proverá”. Crentes cristãos geralmente veem todo o episódio como uma antecipação da provisão divina feita em seu único Filho, Jesus Cristo, como o sacrifício pelos pecados do mundo.
Veja também Aliança; Período dos Patriarcas; Israel, História de; “Seio de Abraão”; Sara 1.
ABRÃO Nome original de Abraão (Gn 11.26).
Veja Abraão.
ABRONA
1. Riacho, ou ravina, mencionado no livro de Judite, localizado na rota de ataque de Holofer-
nes, general de Nabucodonosor (2.24). Alguns comentaristas antigos o identificaram com o bíblico Jaboque (Nm 21.24). Outros o chamaram de Cherbom, possivelmente por causa de uma leitura equivocada de Habor (2Rs 17.6).
2. Lugar próximo a Elate onde os israelitas acamparam em sua jornada do Egito a Canaã (Nm 33.34,35). Veja Peregrinações no Deserto.
ABSALÃO Filho do rei Davi e de sua esposa Maaca (2Sm 3.3). O nome também pode ser transliterado como Abshalom. Ele foi um príncipe jovem e belo, que chamava a atenção por seus cabelos longos e cacheados (14.25,26). Tinha uma linda irmã, Tamar, que foi estuprada por seu meio-irmão Amnom. Depois de desonrar Tamar, Amnom recusou-se a casar com ela (13.1-20).
Absalão acolheu a irmã aflita em sua própria casa, esperando que o pai, Davi, punisse Amnom por seu ato incestuoso. Depois de dois anos de raiva e ódio contidos, Absalão tramou sua própria vingança. Ele organizou uma festa para o rei Davi e oficiais em sua propriedade no campo. Embora Davi não tenha comparecido, Amnom o fez, e foi morto pelos servos de Absalão depois deste tê-lo embebedado. Então, com medo da ira do rei Davi, Absalão fugiu para o outro lado do rio Jordão para o rei Talmai de Gesur, pai de sua mãe (vv. 21-39).
Depois de três anos no exílio, Absalão foi chamado de volta a Jerusalém graças aos esforços de Joabe, general de Davi, e de uma mulher astuta de Tecoa. Após dois anos ele foi novamente acolhido pelo rei (cap. 14), e, nessa condição, começou a planejar sua chegada ao trono. Deu início a uma campanha maciça de relações públicas, mediante um processo de questionamento da confiança em seu pai, o rei (15.1-6).
Por fim, Absalão tramou uma rebelião contra Davi, reunindo em Hebrom aliados de todo o Israel. Depois que Aitofel, um dos sábios conselheiros de Davi, uniu-se a Absalão, o príncipe anunciou seu reinado. Quando as notícias sobre a conspiração de Absalão chegaram até Davi, ele não pôde fazer outra coisa senão fugir de Jerusalém (cap. 15; Sl 3).
Absalão chegou a Jerusalém sem resistências, e Aitofel pediu permissão para atacar Davi imediatamente com 12 mil homens. Mas Husai, agente secreto de Davi na corte de Absalão, aconselhou-o que, em lugar disso, desse tempo para mobilizar a nação inteira contra o rei. Ele também usou de lisonja, sugerindo que o próprio Absalão liderasse o ataque. Absalão preferiu o conselho de
Husai, e Aitofel, desesperado, cometeu suicídio. Enquanto isso, por meio de dois sacerdotes, Sadoque e Abiatar, Husai enviou uma mensagem sobre os planos de Absalão a Davi. Com essa informação, Davi atravessou o Jordão e acampou em Maanaim (2Sm 16–17). Absalão conduziu seus comandados pelo Jordão para uma batalha na floresta de Efraim. As forças leais a Davi eram lideradas pelo hábil general Joabe, por Abisai e por Itai, o gitita, que lutaram contra os homens de Absalão. Absalão fugiu sobre uma mula, mas seus cabelos longos enroscaram-se nos galhos de um carvalho, e ele ficou dependurado, sem possibilidade de ação. Joabe, liderando seus homens em perseguição a Absalão, veio até ele e o matou. Os homens de Joabe lançaram o corpo de Absalão em um fosso e fizeram um monte de pedras sobre ele (18.118). A morte de Absalão surpreendeu Davi, que tinha dado ordens explícitas para que não fizessem nenhum mal a seu filho. Davi lamentou: “Ah, meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera ter morrido em seu lugar! Ah, Absalão, meu filho, meu filho! (v. 33). Em sua dor excessiva, Davi não percebera que uma séria rebelião havia sido esmagada, até que Joabe o lembrou de que seus seguidores haviam arriscado vida por ele (19.1-8). Veja Davi.
ABUBO Pai de Ptolomeu. Ptolomeu foi um comandante de Jericó que matou traiçoeiramente seu cunhado Simão Macabeu e dois filhos dele em 134 a.C. (1Ma 16.11-17). Veja Período Macabeu.
ABUTRE Grande ave predatória, considerada impura (Lv 11.13; Dt 14.12, NVI). Veja Aves.
ACÃ Outro nome para Jaacã, filho de Ezer, em Gênesis 36.27. Veja Jaacã.
ACÃ, ACAR Membro da tribo de Judá que guardou alguns dos despojos da vitória israelita em Jericó, em violação à ordem de Josué e ao comando divino (Js 6.1–7.1). Uma derrota subsequente de Israel em Ai, uma cidade mais fraca que Jericó, revelou a ira de Deus a Josué. Com a ajuda divina, Josué determinou quais dos israelitas eram culpados de desobediência. Acã confessou que havia enterrado uma capa, ouro e prata de Jericó em sua tenda (7.20-22). O despojo recuperado foi levado para o vale de Acor (que significa “problema”, “calamidade”), onde Acã e sua família foram apedrejados. No texto hebraico, 1Crônicas 2.7 chama Acã de Acar (“desgraça”), “porque ele causou
desgraça a Israel ao violar a proibição de se apossar das coisas consagradas”.
ÁCABA, GOLFO DE Ramo oriental (de dois braços ao norte) do mar Vermelho que se introduz a nordeste, entre a Arábia Saudita e a península do Sinai. O golfo varia em largura de 20 a 30 quilômetros e tem 160 quilômetros de comprimento. A cidade portuária de Elá (ou Elote), localizada na extremidade norte do golfo de Ácaba, é mencionada na narrativa da peregrinação dos israelitas no deserto por 40 anos (Dt 2.8). De seu porto, em Eziom-Geber, o rei Salomão enviou barcos pelo golfo de Ácaba até Ofir (1Rs 9.26-28).
ACABE
Oitavo rei do Reino do Norte, de Israel, que reinou aproximadamente entre 874 a.C. e 853 a.C. Seu pai, Onri, fundou uma dinastia que durou 40 anos, entre os reinados de Acabe e de seus dois filhos, Acazias e Jorão. A dinastia de Onri teve um impacto que extrapolou a história bíblica, tendo sido mencionada na famosa Pedra Moabita e em algumas inscrições assírias. De acordo com 1Reis, Onri era general no exército do rei Elá, filho de Baasa. Quando Elá foi assassinado, Onri foi proclamado rei pelas próprias forças no campo (16.816). Ele venceu uma guerra civil e ocupou Tirza, a capital (vv. 17-23). Logo mudou sua capital para Samaria e construiu fortificações na região (v. 24). Onri também fez aliança com os fenícios, como Davi e Salomão haviam feito, mas foi condenado por isso pelas gerações posteriores. Quando sucedeu seu pai (v. 28), Acabe buscou essa aliança ao casar-se com Jezabel, filha do rei fenício (vv. 29-31).
O casamento de Acabe com Jezabel, uma pagã imoral e fanática, afetou fortemente Israel (21.21-26) e teve consequências até mesmo no Reino do Sul, em Judá. Atalia, a filha do casal, casou-se com Jorão de Judá, e os resultados desse casamento foram desastrosos (2Rs 8.17,18,26,27; 11.1-20). Sob a influência de Jezabel, Acabe desistiu da adoração a Deus e abraçou a adoração a Baal. Sua nova religião era um culto de fertilidade que se caracterizava pelas uniões sexuais entre sacerdotes e “virgens” do templo, práticas explicitamente contrárias às leis de Deus. Mesmo no casamento com Jezabel, Acabe havia violado a proibição bíblica do casamento com pagãos (Dt 7.1-5).
A narrativa bíblica menciona que Acabe construiu muitas cidades (1Rs 22.39) e lutou várias guerras, mas a maior parte dela se concentra na grande figura profética de Elias (17.1; 18.1; 19.1). No início do reinado de Acabe, Deus enviou Elias para predizer anos de seca e de fome como punição pelo pecado do rei (17.1; 18.1618). A seca durou três anos e meio e foi um período tão extraordinário na história de Israel que é lembrado nos tempos do NT (Lc 4.25; Tg 5.17). Foi um tempo de grande sofrimento para o povo e para os animais (1Rs 18.5). Ao final daquele período, Elias desafiou Acabe a reunir todos os profetas pagãos para um confronto final entre Deus e Baal. Elias zombou dos 450 profetas de Baal por não conseguirem atrair a atenção de seu deus falso. Ele, então, orou a Deus, e desceu fogo do céu sobre o altar de Deus. O povo bradou em alta voz sua crença em Deus e ajudou Elias a executar os profetas pagãos (vv. 16-40). A seca terminou imediatamente (vv. 41-46).
Quando ouviu o que havia acontecido a seus profetas, Jezabel jurou vingança. Elias fugiu, e, no monte Horebe, Deus lhe disse que ungisse Jeú como rei de Israel no lugar de Acabe (19.116). Essa incumbência foi realizada pelo sucessor do profeta, Eliseu (vv. 19-21; 2Rs 9.1-10). Elias, então, condenou a aquisição de uma vinha por Acabe, que pertencia a um homem chamado Nabote (1Rs 21.1-16). Quando Nabote se recusou a vender sua terra ao rei, Jezabel arrumou falsas testemunhas que juravam que ele havia amaldiçoado a Deus e ao rei. Nabote foi apedrejado até a morte por blasfêmia. Elias denunciou Acabe, dizendo que, como juízo, Deus daria um fim sangrento à sua família (vv. 17-24). O arrependimento de Acabe fez com que Deus adiasse o juízo para depois de sua morte (vv. 27-29; 2Rs 10.1-14).
Durante seu reinado, Acabe teve confrontos militares com o rei Ben-Hadade II da Síria (Arã), em grande parte provocados pelos sírios. No primeiro confronto, Ben-Hadade cercou Samaria, capital de Israel, e exigiu um imposto pesadíssimo. Acabe rejeitou as exigências e convocou o conselho de anciãos. Enquanto os sírios se preparavam para o ataque, um profeta aconselhou Acabe a atacar primeiro (1Rs 20.1-14). Os sírios foram derrotados e Ben-Hadade escapou com vida por pouco (vv. 15-22). No ano seguinte, o rei sírio armou outro ataque contra as forças de Acabe, foi derrotado novamente e, por fim, entregou-se a ele (vv. 23-33). Ben-Hadade cedeu algumas cidades que haviam sido invadidas por seu pai e concedeu a Israel postos de comércio em Damasco (v. 34). Deus repreendeu Acabe por meio de um profeta por estabelecer tal aliança com um poder pagão (vv. 35-43).
Em sua última guerra com a Síria, Acabe teve a vantagem de uma aliança com Josafá, rei de Judá (22.2-4; 2Cr 18.1-3). Essa aliança havia sido fortalecida pelo casamento da filha de Acabe, Atalia, com Jorão, filho de Josafá. Acabe propôs uma campanha para a recuperação de Ramote-Gileade no extremo nordeste de Israel. Quando Josafá se recusou a acreditar nas predições otimistas dos 400 profetas de Acabe, um profeta de Deus chamado Micaías foi chamado e predisse a morte de Acabe (1Rs 22.5-28; 2Cr 18.4-27).
Para a batalha com a Síria, Josafá vestiu as vestes reais. Acabe tentou se disfarçar de soldado comum, mas um arqueiro sírio o atingiu entre os encaixes de sua armadura. Acabe morreu ao cair daquela tarde, e suas tropas desistiram da batalha. Sua carruagem e sua armadura foram lavadas ao lado de um açude em Samaria, onde, como Elias profetizara, cães lamberam o sangue de Acabe. O rei caído foi sucedido por seu filho Acazias (1Rs 22.29-40; 2Cr 18.28-34). Veja também Elias 1; Jezabel; Israel, História de; Rei; Reis, Primeiro e Segundo Livros dos; Cronologia da Bíblia (Antigo Testamento).
O FRACASSO DE ACABE
1. A avaliação bíblica de Acabe não se baseia em suas realizações como guerreiro ou político, mas em seu fracasso em liderar Israel na devoção a Deus. Ele foi pior que todos os reis de Israel anteriores (1Rs 16.28-30), e seu casamento com Jezabel e a introdução à adoração de Baal “provocou a ira do Senhor, o Deus de Israel, mais do que todos os reis de Israel antes dele” (vv. 31-33).
2. Filho de Colaías, um notório falso profeta nos últimos dias de Judá. Ele estava entre os judeus levados para a Babilônia na deportação de Jeoaquim (598-597 a.C.). Esse Acabe e seu colega Zedequias foram denunciados pelo profeta Jeremias por mentirem em nome de Deus e por sua imoralidade sexual (Jr 29.21-23).
ACÁCIA Madeira palestina usada na construção da arca da aliança (Êx 25.10). Veja Plantas.
ACADE Uma das três cidades (Babel, Ereque e Acade) nas planícies entre os rios Tigre e Eufrates que foram fundadas por Ninrode (Gn 10.10). “Acadiano” (de Acade) tornou-se uma designação geral para a língua semítica da Mesopotâmia dos dias de Sargão (c. 2360 a.C.) até o tempo dos assírios e babilônios.
ACADIANOS Veja Sumérios
ACAIA Nome geralmente usado nos tempos do NT para referir-se a toda a península grega ao sul de Tessalônica. Veja Grécia, Grego.
ACAICO Cristão primitivo convertido em Corinto. Ele, Estéfanas e Fortunato estavam visitando Paulo em Éfeso quando este escreveu a Primeira Carta aos Coríntios (1Co 16.17). Foi provavelmente Acaico e seus companheiros que trouxeram a Paulo uma carta da igreja em Corinto (7.1) e retornaram com a resposta dele.
ACANTO AROMÁTICO Arbusto baixo e espinhoso, cujas raízes são usadas na confecção de perfume (Ecl 24.15).
ACAZ
1. Rei de Judá (735-715 a.C.) que foi especialmente lembrado por sua apostasia. Esse nome (Mt 1.9) é a forma reduzida de Acazias ou de Jeoacaz. As três principais narrativas de Acaz (2Rs 16; 2Cr 28; Is 7) o tratam como um dos governantes mais malignos do Reino do Sul, de Judá. Consequentemente, seu sepultamento foi relativamente desonroso (2Cr 28.27). Ele foi sucedido por seu filho Ezequias. Há pouca concordância com relação à cronologia dessa parte do AT. O sistema cronológico que parece ter menos problemas colocaria a ascensão de Acaz em 735 a.C. Se ele primeiro chegou ao trono como corregente com o pai, Jotão, de 735 a 732 a.C., seu reino como um
todo cobriu um período de 20 anos, que se encerrou em 715 a.C.
Acaz reinou sobre Judá durante um tempo crítico na história do antigo Oriente Próximo. Os assírios estavam se deslocando para o oeste, ameaçando a área sírio-palestina. Peca, rei de Israel, e Rezim, rei da Síria, adotaram uma política de resistência contra os assírios e invadiram Judá a fim de estabelecer uma coalizão sólida depondo Acaz.
Revelando de modo grosseiro falta de confiança em Deus, Acaz apelou a Tiglate-Pileser III, o rei assírio, por ajuda. Esse apelo trouxe a ira do profeta Isaías sobre Acaz. O encontro posterior (Is 7) levou à predição de Isaías do nascimento do Emanuel como um sinal da dissolução dos países Israel e Síria. Esses dois reinos foram por fim destruídos por Tiglate-Pileser em uma campanha que durou aproximadamente dois anos (734-732 a.C.)
A FALTA DE FÉ DE ACAZ
A falta de confiança de Acaz em Deus parece ter brotado mais de sua completa rejeição da fé judaica tradicional ou mosaica do que da situação política delicada. O livro de 2Crônicas o descreve erigindo imagens de baalins (deidades que representavam o deus Baal, uma deidade cananeia da fertilidade). Acaz também é descrito como um rei envolvido com sacrifício humano ao oferecer seus filhos na adoração pagã. O cronista cita essas práticas como a razão pela qual Deus permitiu a invasão de Israel e da Síria (v. 5).
Antes que os dois reinos ao norte fossem conquistados pela Assíria, sua invasão de Judá causou grande confusão (v. 8). Os invasores não somente carregaram com eles muito espólio, como também tentaram diminuir o número de habitantes de porções de Judá ao levarem 200 mil pessoas cativas para Samaria. Essa tentativa foi contestada por um profeta em Samaria chamado Obede, que condenou o ato de escravização e ordenou que os cativos retornassem (v. 9). Vários líderes de Israel se uniram a ele (v. 12) e conseguiram fazer com que os cativos retornassem a Jericó com provisões do despojo que havia sido tomado. Durante aquele tempo, o Reino de Judá pode ter sido ameaçado também pelo sul. Os edomitas, que havia muito estavam sob domínio de Judá, podem ter tirado vantagem da fra-
queza interna crescente do reino para declarar independência. O Texto Massorético do AT se refere a uma invasão da cidade portuária de Elate, no mar Vermelho, por Arã, o nome hebreu para Síria (16.6). O nome Arã é bem semelhante ao nome Edom em hebraico; assim, muitos estudiosos pensam que a invasão foi feita na verdade pelos edomitas.
Em virtude da aliança que havia feito, Acaz colocou seu país em uma posição perigosa de dependência da Assíria. O Reino de Judá se tornou essencialmente um Estado vassalo, sob o controle tácito de Tiglate-Pileser. Acaz foi a Damasco, capital da Síria caída, para comparecer diante de Tiglate-Pileser, possivelmente a fim de assegurar sua lealdade ao rei a quem sua nação havia se tornado pagadora de impostos (16.10).
Enquanto estava em Damasco, Acaz viu um altar assírio e enviou um modelo dele para Judá. Sob a direção de Urias, o sacerdote, um altar semelhante foi erigido em Jerusalém, substituindo o altar de bronze original. Várias outras alterações foram feitas no templo por Acaz, todas indicando seu abandono da religião judaica.
O “relógio de sol de Acaz” (20.11; Is 38.8, ARC) mais tarde se tornou um sinal dado a seu filho Ezequias. A palavra hebraica na verdade se refere a um lance de escadas, sem dúvida construídas por Acaz e usadas para dar as horas de acordo com o movimento de uma sombra sobre elas. Veja também Rei; Reis, Primeiro e Segundo Livros dos; Israel, História de; Relógio Solar; Cronologia da Bíblia (Antigo Testamento).
2. Filho de Mica e pai de Jeoada, um descendente de Saul, não conhecido em outras citações (1Cr 8.35,36).
ACAZIAS
1. Filho de Acabe, governou o Reino do Norte, Israel, por dois anos como seu nono rei (853852 a.C.). Ele ascendeu ao trono quando Acabe foi morto enquanto tentava recuperar Ramote-Gileade do controle sírio. Acazias era contemporâneo do rei Josafá de Judá e do filho de Josafá, Jeorão. Politicamente, seu curto reinado foi caracterizado pela paz com Judá, em contraste com os dias de Asa e Baasa (2Cr 20.37; cf. 1Rs 22.48,49). Assim que se tornou rei, ele foi forçado a lançar uma expedição contra Messa de Moabe, que havia deixado de pagar impostos a Israel.
Evidentemente Acazias seguiu não somente a religião corrupta de Jeroboão I, como também a adoração pública de seus pais, Acabe e Jezabel, a Baal (vv. 51-53). O primeiro capítulo de 2Reis é dedicado à doença terminal de Acazias. Ele caiu do segundo andar de seu palácio e ficou gravemente ferido. Em vez de buscar o auxílio do Senhor, ele se voltou para o deus de Jezabel, “Baal-zebube, o deus de Ecrom”. Quando o profeta Elias condenou o rei por suas ações, Acazias, enfurecido, tentou prendê-lo. Dois grupos de soldados foram consumidos por fogo da parte de Deus, um sinal da vitória sobre Baal, uma vez que Baal era adorado como deus do fogo e do relâmpago por seus seguidores. Acazias morreu conforme havia sido previsto no pronunciamento de Elias, da parte de Deus (2Rs 1.2-18). Ele foi sucedido por seu irmão mais novo, Jeorão, no tempo em que o cunhado de Acazias, também chamado Jeorão, era rei de Judá.
2. O filho de Jeorão, de Judá, neto de Josafá e sobrinho de Acazias, descrito no item 1. Ele reinou como sexto rei de Judá por apenas um ano (841 a.C.), aos 22 anos de idade (8.25,26). A apostasia do Reino do Norte, Israel, chegou ao Reino do Sul, Judá, em parte porque esse Acazias era neto de Acabe e de Jezabel (sua mãe, Atalia, era filha deles).
Acazias se uniu ao tio Jeorão, de Israel (às vezes abreviado como Jorão), em uma campanha contra o rei Hazael, da Síria. Na batalha Jeorão foi ferido e encaminhou-se para Jezreel a fim de se recuperar. Quando Acazias foi visitar seu parente abatido na residência real em Jezreel (2Cr 22.7-9), a visita se mostrou um erro fatal. Jeú, o comandante do exército, ungido por Eliseu para destruir os descendentes de Acabe (2Rs 9.1-13), agarrou essa oportunidade para matar Jorão e Acazias juntos (vv. 14-29).
Quando a mãe de Acazias, Atalia, ouviu sobre a morte dele, assumiu o trono e tentou matar todos os filhos dele. Uma criança, Joás, escapou da morte e por fim se tornou rei (11.121). O nome Acazias às vezes aparece como sendo Jeoacaz (2Cr 21.17) ou Azarias (22.6, ARC).
Veja também Israel, História de; Reis, Primeiro e Segundo Livros dos; Cronologia da Bíblia (Antigo Testamento); Rei.
ACBOR
1. Pai do rei edomita Baal-Hanã antes do estabelecimento da monarquia em Israel (Gn 36.38,39; 1Cr 1.49).
2. Filho de Micaías, da corte do rei Josias, do Reino do Sul, de Judá. Josias enviou Acbor em uma delegação para consultar a profetisa Hulda sobre o recém-encontrado Livro da Lei (2Sm 22.12-14). Acbor também é mencionado como Abdom, filho de Mica (2Cr 34.20). Ele foi pai de Eltanã (Jr 26.22; 36.12).
ACELDAMA Palavra aramaica. Nome dado ao campo onde Judas se suicidou depois de ter traído Jesus; traduzido por “Campo de Sangue” (At 1.19). Veja Sangue, Campo de.
ACHBOR Ortografia alternativa para Acbor. Veja Acbor.
ACHZIBE Forma possível para Aczibe. Veja Aczibe.
ACMETA Forma possível para Ecbatana ou Ecbátana, uma cidade persa, em Esdras 6.2. Veja Ecbatana.
ACO Principal cidade portuária palestina desde o mais remoto período cananeu. A única referência clara a Aco no AT é a declaração de que, por ocasião da conquista de Canaã por Israel, a tribo de Aser não conseguiu expulsar os habitantes dela (Jz 1.31). Aco é frequentemente mencionada em textos do Médio e do Novo Reinos Egípcios e em registros assírios. Presumivelmente, ela passou para o controle israelita durante o reinado de Davi e estava entre as 20 cidades dadas por Salomão ao rei Hirão de Tiro (1Rs 9.11-14). Séculos depois, Aco foi capturada por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Foi por fim reconstruída e renomeada como Ptolemaida (At 21.7).
ACOR Vale que recebeu esse nome quando Acã, o perturbador de Israel, foi apedrejado e queimado ali (Js 7.24-26; cf. 1Cr 2.7). Acor ficava na
fronteira norte do arrendamento tribal de Judá (Js 15.7). Mais tarde, o vale é mencionado nas profecias das bênçãos futuras de Israel. Um vale outrora conhecido pela cena da desgraça de Israel se tornaria uma “porta de esperança” e um lugar de cantos alegres (Os 2.15); um lugar de relativa desolação um dia se tornaria um lugar de descanso para o gado (Is 65.10). O vale de Acor é comumente identificado como o Buqei’ah.
ACOS Nome em 1Macabeus 8.17. Veja Hacoz.
ACRA Fortificação de Jerusalém durante os períodos dos selêucidas e dos hasmoneus. Ela estava localizada em um ponto elevado, próximo ao templo. Uma fortaleza excepcionalmente forte, Acra hospedava uma guarnição militar e controlava a cidade durante as guerras macabeias. O governo selêucida considerava Acra uma fortaleza real a ser administrada separadamente do resto da Judeia. Por vezes, uma força armada tinha a posse de Acra, e seus oponentes possuíam a cidade, de modo que a fortaleza quase se tornara uma cidade independente. Josefo fez menção a dois fortes chamados de Acra. A fortaleza anterior foi capturada por Antíoco III em 198 a.C. Essa Acra deve ser idêntica à fortaleza do templo dos períodos persa e ptolomaico, o “castelo” de Neemias 7.2 (ARA). O lugar mais tarde se tornou a fortaleza chamada de Antônia no período romano. Uma nova fortificação, a própria Acra, foi mais tarde construída pelos selêucidas. Antíoco IV Epifânio (que governou entre 175 a.C. e 164 a.C.), após uma derrota humilhante em Alexandria diante dos romanos, decidiu abolir todas as práticas de adoração judaicas. Em 167 a.C., ele violou as leis judaicas mais sagradas ao erigir um altar para o deus grego Zeus no templo de Jerusalém e, talvez, sacrificando um porco sobre ele (1Ma 1.20-64; 2Ma 6.1-6). No ano seguinte, Antíoco enviou uma guarnição para construir Acra e manter suas reformas religiosas, primeiramente para assegurar que nenhum aspecto da religião judaica era praticado na cidade. Acra também serviu como um depósito de alimento e de despojo saqueado da cidade. Os judeus a consideravam uma “armadilha contra o Templo e ameaça contínua para Israel” (1Ma 1.36).
Josefo relatou que Simão, o segundo dos irmãos macabeus, capturou Acra em 142 a.C. e passou três anos nivelando o forte e a colina na qual ela se encontrava. A narrativa de Josefo é questionada, no entanto, porque outras mencionam Simão como purificando ritualisticamente a fortaleza e
usando-a para manter a segurança da cidade (v. 1Ma 13.50; 14.37).
ACRABA Área onde um contingente da divisão edomita-amonita do exército de Holofernes se posicionou durante o cerco a Betúlia (Jt 7.18). Acraba provavelmente estava localizada a aproximadamente 16 quilômetros ao sul de Siquém, a moderna Nablus.
ACRABATENA Região onde Judas Macabeu destruiu as fortalezas dos “filhos de Esaú”, de onde eles molestavam os judeus (1Ma 5.3; 2Ma 10.14-23). “Na Idumeia, em Acrabatena” provavelmente se refere ao enclave edomita ao norte em ou próximo a Acraba (Jt 7.18), e não a uma área no deserto do Neguebe, como se pensava anteriormente.
ACRABIM Uma passagem montanhosa ou aclive ao sul da Palestina, entre a extremidade sudoeste do mar Morto e o deserto de Zim. A passagem do monte Acrabim (Nm 34.4; Jz 1.36) serviu como parte da fronteira sul da terra dada à tribo de Judá após a conquista de Canaã (Js 15.3). Durante o período intertestamentário, Judas Macabeu obteve uma importante vitória sobre os idumeus nessa subida (1Ma 5.3). Também chamada de Passagem do Escorpião.
ACRE Medida de área de terra. Literalmente, a palavra hebraica significa “canga” e provavelmente se refere à quantidade de terra que a canga de um boi poderia arar em um dia. Veja Pesos e Medidas.
ACROCORINTO Topo de monte sólido e íngreme a 575 metros acima do nível do mar, ao sul da antiga cidade de Corinto. Dele se tinha uma vista panorâmica do istmo de Corinto e dele se controlava o tráfego terrestre entre a Grécia central e o Peloponeso, bem como o tráfego marítimo a partir da Itália, passando pelo leste, através do golfo de Corinto e do golfo Sarônico. O templo de Afrodite no cume era notório por sua perversão na Antiguidade. O geógrafo Estrabão (c. 20 d.C.) disse que mil prostitutas serviam no templo durante a era de ouro grega. Os atenienses podem ter perpetuado o mito da licenciosidade coríntia. “Nem todo navio pertencente a um homem tem como destino Corinto” era um ditado comum entre os gregos antigos. Estudiosos modernos tendem a minimizar a declaração de Estrabão, embora ela ainda influencie a interpretação das cartas de Paulo aos coríntios. É pos-
sível que os coríntios não fossem menos morais que os residentes de outras cidades do continente grego. Até mesmo Estrabão conseguiu encontrar somente um pequeno templo de Afrodite, do qual não há nenhum resquício arqueológico.
ACRÓPOLE Este termo é uma combinação do grego akros (“mais elevado”) e polis (“cidade”) que originalmente se aplicava a qualquer fortaleza ou forte natural na Grécia antiga. A típica acrópole era construída sobre um monte como lugar de refúgio. As inclinações e a base do monte na maioria das vezes se tornavam a área de uma cidade. A acrópole de Atenas foi superada pelo Partenon, um templo dórico para Atena, deusa grega da sabedoria. Construído no século 5 a.C., ele é a obra-prima da arquitetura grega. Atos 17.34 registra que Paulo pregou no Areópago (“colina de Ares”), uma colina baixa a noroeste da acrópole, e ali converteu um membro do conselho ateniense.
ACRÓSTICO Composição poética na qual as primeiras letras de versos ou estrofes sucessivos soletram o alfabeto, uma palavra ou um mote. Os profetas e poetas hebreus usavam com frequência um acróstico alfabético como um artifício poético ou mnemônico (v. Sl 9; 10; 25; 34; 37; 111; 112; 119; 145; Pv 31.10-31; Lm 1–4; Na 1).
ACSA Filha de Calebe (1Cr 2.49). Otoniel, sobrinho de Calebe, aceitou o desafio do tio de capturar Quiriate-Sefer a fim de se casar com Acsa. Ela persuadiu Otoniel a pedir ao pai um campo, e ela mesma pediu-lhe duas fontes de água, uma necessidade para a vida no deserto (Js 15.16-19; Jz 1.12-15).
ACSÁ Veja Acsa, Achsá.
ACSAFE Cidade da realeza cananeia nos dias de Josué. Seu rei fez uma aliança liderada por Jabim,
rei de Hazor, contra Israel em uma batalha nas fontes de Merom (Js 11.1). Depois da vitória decisiva de Israel, o rei de Acsafe foi um dos 31 reis cananeus conquistados por Josué (12.20), cumprindo a promessa de Deus de entregar os reis nas mãos de Israel (Dt 7.24). A cidade foi subsequentemente dada à tribo de Aser como herança (Js 19.25).
ACUBE
1. Um dos sete filhos de Elioenai e descendente distante de Davi (1Cr 3.24).
2. Ancestral de uma família de guardas levitas das portas que retornou a Jerusalém com Zorobabel após o exílio (Ed 2.42; Ne 7.45). Esse nome de família foi utilizado por dois de seus descendentes (3 e 6 abaixo).
3. Descendente do 2 e chefe de uma família de guardas levitas das portas que estavam entre os primeiros a retornar a Jerusalém após o exílio babilônico (1Cr 9.17).
4. Ancestral de um grupo de servidores do templo que retornaram a Jerusalém com Zorobabel após o exílio (Ed 2.45).
5. Assistente de Esdras que explicava ao povo passagens da lei que ele lia (Ne 8.7).
6. Descendente do 2 acima e chefe de uma família de guardas levitas das portas que viveram em Jerusalém durante o tempo de Esdras e de Neemias (11.19; 12.25,26). Talvez seja o mesmo 5 acima.
ACZIBE
1. Cidade no território de Judá (Js 15.44). O profeta Miqueias a incluiu entre as cidades que seriam destruídas com Samaria (1.14). Era provavelmente a mesma Quezibe (Gn 38.5) e Cozeba (1Cr 4.22).
2. Cidade no território de Aser (Js 19.29), uma das sete de onde a tribo não conseguiu expulsar os habitantes cananeus (Jz 1.31). Escavações recentes em Aczibe (a moderna ez-Zib) mostram que a cidade foi quase continuamente ocupada do século 9 ao 3 a.C.
ADA
1. Uma das duas esposas de Lameque e mãe de dois filhos, Jabal e Jubal (Gn 4.19-21,23).
2. Primeira esposa de Esaú, filha de Elom, o hitita, e mãe de Elifaz (36.2-16).
ADÃ Cidade persa da qual os exilados israelenses retornaram com Esdras para Jerusalém (Ed 2.59), que provavelmente recebeu esse nome de um deus babilônio chamado Adu. Os exilados
que vieram dessa cidade não conseguiram provar sua ascendência judaica, tendo perdido suas credenciais genealógicas. Também soletrada Adom (Ne 7.61).
ADADA Uma das 30 cidades designadas para a tribo de Judá no Neguebe, ou na região sul do deserto (Js 15.22). Uma variante textual grega na Septuaginta é Arará, que aparece como “Aroer” em 1Samuel 30.28. Ela pode ser a moderna Khirbet Ar’arah, localizada a 19 quilômetros ao sul de Berseba.
ADAIA
1. Avó materna de Josias. A mãe de Josias, Jedida, era filha de Adaia (2Rs 22.1).
2. Filho de Etã, um levita do clã de Gérson e um ancestral de Asafe, o salmista (1Cr 6.41). Ele é às vezes identificado como o Ido do versículo 21. Veja Ido 2.
3. Filho de Simei, membro menor da tribo de Benjamim (8.21).
4. Filho de Jeroão, um sacerdote que retornou a Jerusalém após o exílio (9.12; Ne 11.12).
5. Pai de Maaseias. Maaseias foi um capitão comandado pelo sacerdote Joiada (2Cr 23.1)
6. Filho de Bani, que obedeceu à exortação de Esdras de divorciar-se da esposa pagã após o exílio (Ed 10.29).
7. Filho de outro Bani, que também obedeceu à exortação (v. 39).
8. Filho de Joiaribe, descendente de Perez, um ancestral de Maaseias (Ne 11.5).
ADALIA Quinto dos dez filhos de Hamã, todos mortos com o pai quando sua conspiração para destruir os judeus foi frustrada (Et 9.8).
ADAMÁ Uma das 19 cidades fortificadas, pertencentes à tribo de Naftali (Js 19.36). É possivelmente identificada com Qarn Hattin.
ADAMATA Um dos sete conselheiros do rei Assuero (Et 1.14) que o aconselharam a banir a rainha Vasti por ter ela recusado suas convocações para comparecer a uma festa onde os convidados bebiam vinho à vontade.
ADAMI, ADAMI-NEGUEBE Nomes de uma cidade localizada próxima à fronteira sul do território de Naftali (Js 19.33), embora algumas versões a relacionem como sendo duas cidades. Adami-neguebe é usualmente identificada com a moderna Khirbet ed-Damiyeh.
ADÃO (Lugar) Cidade às margens do rio Jordão. Quando Josué atravessou o rio com os israelitas, o trecho de leito de rio dessa cidade até o mar Morto secou milagrosamente, de modo que o povo pôde atravessar em terra seca (Js 3.16). Adão é identificada com a moderna Tell ed-Damiyeh.
ADÃO (Pessoa) Primeiro homem e pai da raça humana. O papel de Adão na história bíblica é importante não somente nas considerações do AT, mas também para o entendimento do significado da salvação e da pessoa e obra de Jesus Cristo. A criação de Adão e da primeira mulher, Eva, é descrita em duas narrativas no livro de Gênesis. O objetivo da primeira (1.26-31) é apresentar o primeiro casal em seu relacionamento com Deus e com o restante da ordem criada. Ela ensina que, com respeito a Deus, os primeiros humanos foram criados macho e fêmea à imagem divina, com a ordem específica de povoar e governar a terra. Com respeito ao restante da criação, os primeiros humanos eram, por um lado, parte dela, tendo sido criados no mesmo dia que animais terrestres; por outro lado, estavam distintamente acima dela, tendo sido o clímax do processo criativo e portadores únicos da imagem de Deus. O objetivo da segunda narrativa é muito mais específico (2.4–3.24). Ela busca explicar a origem da presente condição humana de pecado e morte e montar o palco para o drama da redenção. A história trata com detalhes aspectos da criação de Adão omitidos na primeira história. Por exemplo, ela fala da formação de Adão do pó da terra e do fôlego de vida que recebe de Deus (2.7). Relata a criação do Jardim e a responsabilidade dada a Adão de cultivá-lo (vv. 8-15). A instrução de Deus a Adão de que o fruto de toda árvore no Jardim era para seu alimento, exceto um, é cuidadosamente registrada, assim como a solene advertência de que o fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” nunca deveria ser comido, sob pena de morte (vv. 18-22). A criação de Eva da costela de Adão retrata vivamente a unidade essencial de espírito e de propósito entre os sexos desejada por Deus. No entanto, a história não termina com essa nota positiva. Ela segue adiante para registrar o grande engano com que Satanás ludibriou Eva por meio da serpente. Com insinuações engenhosas e com a distorção do mandamento original de Deus (cf. 3.1 com 2.16,17), a serpente fez com que Eva comesse do fruto proibido e o compartilhasse com Adão. Eva parece tê-lo comido porque foi enganada (1Tm 2.14), mas Adão, como consequência
de uma rebelião deliberada e consciente. De modo irônico, os dois seres originalmente criados à imagem e semelhança de Deus acreditaram que podiam tornar-se “como” Deus ao desobedecer-lhe (3.5).
Os efeitos de sua desobediência foram imediatos, embora não o que Adão esperava. Pela primeira vez, uma barreira de vergonha interrompeu a unidade do homem e da mulher (v. 7). Mais importante: uma barreira de culpa moral verdadeira foi erigida entre o primeiro casal e Deus. A história relata que quando Deus veio à procura de Adão após a rebelião, este estava escondido entre as árvores, já ciente de sua separação de Deus (v. 8). Quando este o questionou, Adão culpou Eva e, por implicação, ao próprio Deus: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi” (v. 12). Eva, por sua vez, culpou a serpente (v. 13).
De acordo com a história em Gênesis, Deus responsabilizou os três e informou a cada um individualmente sobre as consequências calamitosas de sua rebelião (vv. 14-19). Os dois grandes mandamentos, originalmente sinais de pura bênção, misturaram-se à maldição e dor – a terra agora só poderia ser povoada por meio das dores de parto da mulher e somente poderia ser subjugada por meio do trabalho e da transpiração do homem (vv. 16-18). Além disso, a unidade do homem e da mulher seria deformada pela submissão feminina, ou possivelmente pelo início de uma luta por domínio entre eles (o v. 16b pode ser interpretado de ambas as maneiras). Por fim, Deus pronunciou a consequência definitiva: como havia advertido originalmente, Adão e Eva morreriam. Um dia, o fôlego de vida seria tirado deles, e seu corpo retornaria ao pó de onde vieram (v. 19). Naquele mesmo dia, eles também experimentaram uma morte “espiritual”; foram separados de Deus, o doador da vida, e da árvore da vida, o símbolo da vida eterna (v. 22). Deus os expulsou do Éden, e não houve caminho de volta. A entrada do paraíso foi bloqueada por querubins com uma espada flamejante (vv. 23,24) Somente Deus poderia restaurar o que haviam perdido. A história não está desprovida de esperança. Deus foi misericordioso mesmo naquele momento. Confeccionou para eles vestes de pele de animais para cobrir-lhes o corpo e lhes prometeu que um dia o poder de Satanás atuando por trás da serpente seria esmagado pela “semente” da mulher (v. 15; cf. Rm 16.20). Muitos estudiosos consideram ser essa promessa a primeira menção bíblica à redenção.
A importância de Adão A importância de Adão se baseia na aceitação de vários pressupostos, o primeiro dos quais é que ele foi um indivíduo histórico. Muitos autores do AT pensavam desse modo (Gn 4.25; 5.1-5; 1Cr 1.1; Os 6.7). Os autores do NT concordavam (Lc 3.38; Rm 5.14; 1Co 15.22,45; 1Tm 2.13,14; Jd 1.14). Igualmente essencial à importância de Adão é um segundo pressuposto: de que ele foi mais que um indivíduo. Para começar, a palavra hebraica adam (mais corretamente ‘ a-dha-m ) não é meramente um nome próprio. Mesmo na história de Gênesis ela não é usada como nome, até 4.25. Ela é uma dentre as muitas palavras hebraicas que querem dizer “homem” e é o termo genérico para “raça humana”. Na grande maioria dos casos, refere-se a um indivíduo do sexo masculino (Lv 1.2; Js 14.15; Ne 9.29; Is 56.2) ou à humanidade em geral (Êx 4.11; Nm 12.3; 16.29; Dt 4.28; 1Rs 4.31; Jó 7.20; 14.1).
O sentido coletivo genérico da palavra adam também está por trás da expressão “filhos dos homens” (2Sm 7.14; Sl 11.4; 12.1; 14.2; 53.2; 90.3; Ec 1.13; 2.3). Essa expressão, literalmente “filhos de adam ”, significa simplesmente “homens” ou “seres humanos”, e, quando é usada, diz respeito à raça humana. Na verdade, a conotação humana universal da palavra adam indica uma preocupação no AT que vai bem além das esperanças nacionalistas de Israel e de seu Deus – estende-se a todos os povos da Terra e ao Senhor de todas as nações (Gn 9.5-7; Dt 5.24; 8.3; 1Rs 8.38,39; Sl 8.4; 89.48; 107.831; Pv 12.14; Mq 6.8).
Não é por acaso, portanto, que o primeiro homem fosse chamado de “Adão” ou “Homem”. O nome implica que falar sobre Adão é de algum modo também falar sobre toda a raça humana. Esse uso pode talvez ser entendido por meio do conceito antigo de personalidade comunitária e de representação familiar do povo hebreu e de outros povos do Oriente Próximo. O pensamento moderno enfatiza o que é individual; a existência do grupo social e de todos os relacionamentos sociais tem sido vista como secundária à existência e ao desejo do indivíduo e dependente deles. A compreensão hebraica era bem diferente. Embora a personalidade distinta do indivíduo fosse apreciada (Jr 31.29,30; Ed 18.4), havia uma forte tendência a ver o grupo social (família, tribo, nação) como um organismo único, com uma identidade comunitária própria. Do mesmo modo, o grupo representativo era visto como a corporificação ou a personi-
ficação da personalidade comunitária do grupo. Dentro do representativo, as qualidades e características essenciais do grupo social viviam de tal modo que as ações e decisões do representativo uniam o grupo todo. Se o grupo era uma família, o pai era normalmente considerado o representante comunitário; para o bem e para o mal, sua família e, às vezes, seus descendentes recebiam os resultados de suas ações (Gn 17.1-8; cf. 20.1-9,18; Êxodo 20.5,6; Js 7.24,25; Rm 11.28; Hb 7.1-10).
Como o homem e o pai originais da humanidade, à cuja imagem todas as gerações posteriores nasceriam (Gn 5.3), Adão foi o representante corporativo da humanidade. As narrativas da criação dão a impressão de que os mandamentos de Gênesis 1.26-30 (cf. 9.1,7; Sl 8.5-7; 104.14), bem como as maldições de Gênesis 3.16-19 (cf. Sl 90.3; Ec 12.7; Is 13.8; 21.3) foram dados não somente a Adão (e Eva), mas, por meio dele, a toda a raça. Em Romanos 5.12-21, o apóstolo Paulo contrastou a morte e a condenação trazidas sobre a humanidade pela desobediência de Adão com a vida e a justificação dadas à humanidade por meio da obediência de Cristo. Mais explicitamente, em 1Coríntios 15.45-50, Paulo chamou Cristo de “último Adão”, “segundo homem” e “homem do céu” em justaposição ao “primeiro Adão”, o “primeiro homem” e “homem do pó”.
Para Paulo, a raça humana estava dividida em dois grupos nas pessoas de Adão e Cristo. Os que permaneciam “incorporados” em Adão eram a “velha” humanidade, carregando a imagem do “homem do pó” e partilhando de seu pecado e alienação de Deus e da criação (Rm 5.1219; 8.20-22). Mas os que estão incorporados em Cristo pela fé se tornam “corpo” de Cristo (Rm 12.4,5; 1Co 12.12,13,27; Ef 1.22,23; Cl 1.18); eles são recriados à imagem de Cristo (Rm 8.29; 1Co 15.49; 2Co 3.18), tornam-se parte do “novo homem” (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.9,10) e participam da nova criação (2Co 5.17; Gl 6.15). As velhas barreiras levantadas por Adão são removidas por Cristo (Rm 5.1; 2Co 5.19; Gl 3.27,28; Ef 2.1416). Para Paulo, a similaridade funcional entre Adão e Cristo como representantes significava que Cristo restaurou o que Adão havia perdido. Veja também Eva; Homens, Velho e Novo; Nova Criação, Nova Criatura.
ADÃO, O Segundo Analogia que compara e contrasta o primeiro homem com aquele que ele tipifica, o Senhor Jesus Cristo. Duas passagens essenciais desenvolvem a ideia, que basicamente
declara que, enquanto o pecado historicamente enraizado de Adão gerou consequências horríveis à raça humana, a obra perfeita de Jesus Cristo forneceu o remédio completo para a resultante condição da humanidade (Rm 5.12-21; 1Co 15.22,45-49). Veja Adão (pessoa).
ADAR (Lugar) Cidade na fronteira sul de Judá, a noroeste de Cades-Barneia (Js 15.3). As cidades de Ezrom e de Adar eram chamadas de Hazar-Adar (Nm 34.4)
ADAR (Mês) Nome babilônio para um mês hebraico (Ed 6.15). Veja Calendários Antigos e Modernos.
ADAR (Pessoa) Nome de um descendente de Benjamim (1Cr 8.3). Veja Arde, Ardite.
ADASA
1. Cidade mencionada somente no período da revolta dos macabeus. Judas Macabeu derrotou o exército sírio sob o comando de Nicanor em 161 a.C. em Adasa. A vitória era celebrada anualmente no 130 dia de adar (1Ma 7.40,45,49). Sua localização moderna é provavelmente Khirbet ‘Adassa, a 11 quilômetros de Bete-Horon.
2. Líder de um grupo dos exilados babilônios retornando a Judá que não conseguiram provar sua ascendência judaica (1Ed 5.36). O mesmo nome, soletrado Adom, parece referir-se a um lugar não identificado no Império Babilônico (Ne 7.61).
ADER Forma possível para Éder, filho de Berias, em 1Crônicas 8.15. Veja Éder (Pessoa) 1.
ADI
1. Um dos descendentes que obedeceram à exortação de Esdras para se divorciar da esposa pagã depois do exílio (1Ed 9.31). A lista paralela de Esdras tem Paate-Moabe no lugar de Adi (Ed 10.30).
2. Ancestral de Jesus, mencionado na genealogia de Lucas (3.28). Veja Genealogia de Jesus Cristo.
ADIDA Cidade fortificada por Simão Macabeu (1Ma 12.38; 13.13), estava ao pé das colinas do sul da Judeia, a 6,4 quilômetros a leste de Lida, entre a planície costeira mediterrânea e as regiões montanhosas centrais. Era provavelmente idêntica a Hadide (Ne 11.34).
ADIEL
1. Príncipe da tribo de Simeão que conduziu alguns simeonitas à entrada de Gedor para encontrar pasto para os rebanhos (1Cr 4.36-39)
2. Ancestral de Maasai, um sacerdote de Israel que esteve entre os primeiros a retornar à Palestina após o cativeiro babilônico (9.12).
3. Ancestral de Azmavete, o encarregado pelos tesouros do palácio do rei Davi (27.25).
ADIM
1. Ancestral de um grupo de pessoas que retornou a Judá com Zorobabel após o exílio babilônico. A comparação entre várias listas (Ed 2.15; 8.6; Ne 7.20; 1Ed 5.14; 8.32) mostra que grupos de descendentes de Adim retornaram em ocasiões diferentes.
2. Líder político que assinou o pacto de Esdras de fidelidade a Deus com Neemias e outros após o exílio (Ne 10.16).
ADINA Filho de Siza e um guerreiro entre os homens poderosos de Davi que eram conhecidos como “os trinta” (1Cr 11.42).
ADINO Possivelmente outro nome para Josebe-bassebete, um dos três principais heróis militares de Davi (2Sm 23.8); ele também era chamado de Jasobeão (1Cr 11.11). Veja Jasobeão 1.
ADITAIM Cidade nas baixadas do território de Judá (Js 15.36).
ADLAI Pai de Safate, o encarregado dos rebanhos de gado do rei nos vales durante o reinado de Davi (1Cr 27.29).
ADMÁ Cidade associada com Sodoma, Gomorra e Zeboim (Gn 10.19; 14.2,8) e, por isso, provavelmente destruída no juízo de Deus sobre as cidades pecadoras (Dt 29.23; não especificamente mencionada em Gn 19.28,29). Uma pesquisa recente da área leste e sul do mar Morto revelou cinco cidades do início da Era do Bronze que provavelmente correspondem às cinco “cidades da planície” mencionadas em Gênesis. Cada cidade estava localizada próxima ao vale de um rio que corria até a planície em torno do mar Morto.
ADNA
1. Descendente de Paate-Moabe, que obedeceu à exortação de Esdras para divorciar-se da esposa pagã após o exílio (Ed 10.30).
do que ele e Adoni-Zedeque (Js 10.1) seriam a mesma pessoa.
ADONICÃO Chefe da família cujos descendentes retornaram a Jerusalém com Zorobabel após o exílio babilônico (Ed 2.13; Ne 7.18). Esdras declara o número dos que retornaram da família de Adonicão como 666; Neemias dá o número como sendo 667 (como 1Ed 5.14), provavelmente uma variação devida aos copistas.
ADONIRÃO Importante oficial em Israel durante os reinados de Davi, Salomão e Roboão (1Rs 4.6; 5.14). Adonirão é também chamado de Adorão, possivelmente uma contração de seu nome (2Sm 20.24; 1Rs 12.18, ARA) e Adurão (2Cr 10.18, BJ). Enquanto o templo de Salomão estava em construção, Adonirão foi o supervisor de uma força de trabalho de 30 mil homens (1Rs 5.13,14). Evidentemente Davi havia instituído um sistema de trabalho israelita forçado que Salomão também adotou, não apenas para a construção do templo, como também para muitos outros projetos.
Quando Roboão se tornou rei, o povo pediu por alívio, mas Roboão anunciou que, ao contrário, aumentaria as exigências de trabalho (12.1-15). Quando Adonirão foi enviado para fazer cumprir as ordens do rei, foi apedrejado até a morte pelo povo rebelde (vv. 16-19).
ADONI-ZEDEQUE Rei amorreu de Jerusalém por ocasião da conquista israelita da Terra Prometida (Js 10.1-5). Uma batalha entre os amorreus e os israelitas pelo controle de Gibeom foi o momento no qual Josué orou para que o sol parasse (vv. 6-15). Os israelitas tiveram uma vitória decisiva. Adoni-Zedeque e quatro outros reis inimigos foram descobertos escondidos em uma caverna e executados por Josué (vv. 16-27). Veja também Conquista e Loteamento da Terra.
ADORAIM Cidade do Reino do Sul, de Judá, fortificada pelo rei Roboão (2Cr 11.9). Adoraim e Maressa mais tarde se tornaram as duas principais cidades da Idumeia. Em 1Macabeus 13.20, ela também é chamada de Adora. Sua identificação moderna é Dura, ao sul de Hebrom.
ADORÃO Ortografia alternativa de Adonirão em 2Samuel 20.24 e 1Reis 12.18. Veja Adonirão.
ADOS Um dos servos de Salomão. Seus descendentes estavam entre os que retornaram com
Zorobabel do exílio (1Ed 5.24). Seu nome não é mencionado em listas paralelas em Esdras ou Neemias.
ADRAMELEQUE
1. Filho do monarca assírio Senaqueribe. Esse Adrameleque e seu irmão Sarezer mataram o pai no templo de Nirosque em Nínive (2Rs 19.37; Is 37.38). A Crônica babilônica, não bíblica, também se refere a esse assassinato, mas não menciona o nome dos filhos.
Veja também Senaqueribe.
2. Deidade adorada pelos sírios de Sefarvaim, que os assírios recolocaram em Samaria. Adrameleque era um deus a quem crianças eram sacrificadas pelos sefarvitas (2Rs 17.31).
Veja também Mesopotâmia; Síria, Sírios.
ADRAMÍTIO Antiga cidade portuária na Ásia Menor. A caminho de Roma como prisioneiro, Paulo embarcou em um navio que tinha Adramítio como seu porto local (At 27.2). Hoje Adramítio é a cidade turca de Edremit. Moedas encontradas na área indicam que Adramítio pode ter sido um centro de adoração a Castor e Pólux (filhos gêmeos do deus pagão Zeus).
ADRIA O mar Adriático, um braço do mar Mediterrâneo, que tem a Itália a oeste e a Grécia, Albânia e Iugoslávia ao leste. O apóstolo Paulo foi jogado de um lado para o outro de um navio por 14 dias durante uma tempestade violenta nesse mar (At 27.27). Outra literatura antiga atesta a violência do mar Adriático. O historiador judeu Josefo sofreu um naufrágio no Adriático em 64 d.C., e o poeta grego Homero fez várias referências em seus escritos às grandes tempestades nesse mar.
ADRIEL Filho de Barzilai, a quem Saul deu sua filha Merabe em casamento, embora ela tivesse sido prometida a Davi (1Sm 18.19). O rei Davi mais tarde entregou os cinco filhos de Adriel aos gibeonitas para serem executados por vingança contra a família de Saul (2Sm 21.1-9).
ADUEL Bisavô de Tobias, de outra forma desconhecido (Tb 1.1).
ADULÃO, ADULAMITA Antiga cidade cananeia entre Láquis e Hebrom, bem como uma região de cavernas próxima. A primeira menção bíblica à cidade está na palavra “adulamita” (alguém de Adulão), usada sobre Hira, um amigo de Judá.
Após agir como um chefe de grupo ao vender o irmão José como escravo, Judá deixou sua casa e morou em Adulão com Hira (Gn 38.1,12,20). Adulão ficava nas baixadas do território tribal de Judá (Js 15.35). Ela foi uma das 31 cidades reais cananeias conquistadas por Josué (12.15) e uma das 15 cidades mais tarde fortificadas pelo rei Roboão, de Judá (2Cr 11.7). Depois que os exilados retornaram do cativeiro babilônico, Adulão foi novamente repovoada pela tribo de Judá (Ne 11.30). Uma caverna próxima a Adulão figurou em vários eventos na vida de Davi. Foi um refúgio quando ele fugiu do rei Saul (1Sm 22.1) e uma fortaleza em sua guerra contra os filisteus (2Sm 23.13-17; 1Cr 11.15-19). Os sobrescritos hebraicos para os salmos 57 e 142 indicam que Davi os escreveu por ocasião de suas experiências na caverna. Adulão é identificado como a moderna Tell esh-Sheikh Madhkur.
ADULTÉRIO A ruptura da unidade do casamento. O termo descreve qualquer relacionamento sexual entre uma mulher casada e um homem que não o seu marido e todo o relacionamento sexual que envolva um homem casado e uma mulher que não a sua esposa. Nos tempos do AT, uniões polígamas não eram consideradas adúlteras (cf. Dt 21.15), nem o homem era rotulado de adúltero se tivesse relação sexual com uma escrava (Gn 16.1-4; 30.1-5) ou uma prostituta (38.15-18) – embora o último ato fosse, é claro, condenado como imoral (1Co 6.15).
Qualquer desequilíbrio entre os sexos foi dissipado por Jesus em seu ensino sobre divórcio e recasamento. Conquanto não rejeitasse a possibilidade do divórcio em casos de infidelidade sexual (Mt 5.32; 19.9), ele advertiu que em todas as outras circunstâncias o recasamento envolve o (ex-)marido e a (ex-)esposa em adultério. Paulo acrescentou que a acusação de adultério somente se aplica se o parceiro original da pessoa que se casou novamente ainda estiver vivo (Rm 7.2,3).
Jesus também aguçou a definição de adultério no AT ao aplicá-la à vida de pensamento de um homem. Qualquer um que fantasie com lascívia (o que é diferente de apenas ser tentado) comete adultério na mente e na intenção, embora não tenha havido nenhum contato físico (Mt 5.27-28; cf. Jó 31.1,9).
A condenação bíblica ao adultério está escrita no coração da lei, da profecia e da literatura de sabedoria do AT. Os Dez Mandamentos o proíbem inequivocamente (Êx 20.14; Dt 5.18). Os pro-
fetas o relacionam entre as ofensas que atraem a ira e o juízo de Deus (Jr 23.11-14; Ez 22.11; Ml 3.5). E o livro de Provérbios o considera um ato insano por meio do qual o homem destrói a si mesmo (Pv 6.23-35; cf. 7.26,27).
O NT ecoa essa clara condenação. Onde não há nenhum arrependimento, o adultério exclui os que o praticam do Reino de Deus (1Co 6.9). Ele é o oposto do amor ao próximo (Rm 13.9,10) e está sob o julgamento do próprio Deus (Hb 13.4).
No AT, a penalidade para o adultério é a morte – para o homem e para a mulher (Lv 20.10; Dt 22.22). O mesmo se aplica ao caso da mulher ser solteira, mas se unir a outro homem, assumindo que não havia sido estuprada (em cujo caso somente o homem deve ser executado – vv. 23-27).
O refrão “Eliminem o mal do meio de vocês” (v. 24) mostra que o adultério era considerado uma séria ameaça à saúde da sociedade, não simplesmente um ataque à vida familiar das duas pessoas envolvidas.
Com consequências tão sérias, era importante estabelecer a culpa para além de qualquer dúvida. Em casos de suspeita grave, mas de evidência insuficiente, a esposa em questão se submetia a um elaborado teste ritual que incluía fazer um juramento e beber água amarga. O resultado não era uma questão de acaso, porque ela se encontrava na presença do Senhor (Nm 5.11-31).
No AT e no NT, o adultério é usado figuradamente para descrever a infidelidade humana a Deus. Os profetas do AT comparavam o relacionamento pactual de Deus com seu povo ao casamento (Is 54.5-8; cf. Ap 21.2), de modo que aos olhos deles o rompimento desse relacionamento, especialmente por meio da idolatria, era equivalente a adultério espiritual (Jr 5.7,8; 13.22-27; Ez 23.37).
Jesus usou a mesma imagem para caracterizar os que rejeitavam suas afirmações ou mostravam falta de fé nele ao exigir desnecessários sinais extras de sua deidade (Mt 12.39; 16.4; Mc 8.38). E em outra vívida passagem do NT, Tiago descreve Deus como um marido amoroso e ciumento, vindo lidar com seu povo adúltero que se tornou amigo do mundo e de seus padrões falsos (4.4).
Esse é o tema especial do profeta Oseias. Deus usou a própria experiência do profeta de um casamento rompido por causa do adultério para ensinar quão séria era a infidelidade de seu povo a ele (2.2-6) e seu veemente anseio por uma plena reconciliação (3.1-5). Infidelidade espiritual, co-
Formato: 17,0 x 24.5 cm
*esta medida pode sofrer variação de até 0,5 cm 1888 páginas em papel 45 gr/m2 código: 153.01
ISBN 978-85-8064-114-1
897185853599 7