Revista Gerador 8

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Nisso o desporto não é claramente cultura mas o ir ao desporto depende do local onde estamos, logo é criador da nossa identidade, logo é a nossa cultura.

E D I T O R I A L

Mas, ó Pedro, mas isto é o Jornal A Bola ou o Record? Não, não é, Benvinda. Mas nós gostamos de ser provocadores de ideias estranhas como misturar bifanas com bacalhau com natas e nisso andamos de prato em prato a fazer provas até à satisfação total. Tínhamos de cá chegar, tínhamos de perguntar se a Benvinda quer ir à bola connosco. ;-) Queremos abraçar a Primavera com esta ideia alourada de irmos à bola com todos vocês, de colocarmos os cachecóis, os bonés e as bandeiras da cultura portuguesa prestes a gritar golo, no nosso estádio e marcado pelos nossos melhores autores. Queremos glorificar os pontas de lança da BD, os trincos da fotografia, os médios da literatura, os laterais do cinema e até os guarda-redes da arte chocalheira. Até abraçava um estranho numa bancada, assim, não era, Benvinda?

e um café, com bolas à mistura, entre o Rui Pité dos Buraka e o Manuel João Vieira dos Ena Pá 2000. Parece que até há um encontro amoroso com uma mesa de matraquilhos… São bolas suficientes? Já temos os cachecóis vestidos, e a Benvinda junta-se a nós nesta grande penalidade histórica? K

P.s.- Os editoriais de 2016 serão escritos para a Benvinda. É a nossa leitora número 1 que vive algures entre o Algarve e a zona de Castro d’Aire, viajando regularmente entre o Curral das Freiras e a ilha do Pico. E os que fugiam das aulas de educação física, gostam desta capa?

PEdro SaavedRa Artista Editor Gerador

No jogo desta edição vamos gritar para dentro do campo com mais juízos sobre locais, ideias, coisas que têm mesmo de conhecer e heróis geradores. Vamos ouvir árbitros espalhados por seis regiões do país (litoral, centro, Trás-os-Montes, ilhas, Alentejo e Algarve). Vamos receber de braços abertos uma nova cena crónica, uma nova visão sobre a moda, enquanto mantemos no regaço o nosso cada vez maior romance colectivo, mais uma BD inédita, uma fotonovela com uma peixeira nazarena

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SeLECÇão NACIONAL /07

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MONUMENTO GERADOR MATRAQUILHOS sai com a Ana Pracaschandra

Amílcar Adeusinho, o nosso criticador proficional

A Explicação Científica, pelo nosso cientista Pedro Antas

JUÍZOS GERADOR, as escolhas culturais da nossa equipa

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BD Velha Glória, inédito do Ricardo Santo

O CAFÉ CENTRAL da Joana Rita, com Manuel João Vieira e Rui Pité

Visita Guiada aos Chocalhos Pardalinho

Autoridade Local do Centro, por Alex Gamela

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CRISTINA DRIOS escreve o oitavo capítulo do nosso romance

Ana Morais, a nossa ENVIADA ESPECIAL à Bola

Os Artistas também são Produtores, por Alex Cortez

Novo! CROMOS DA BOLA, por Hugo Filipe Lopes

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Novo! A CENA CRÓNICA NO TEATRO, por Cláudia Lucas Chéu

FOTONOVELA NAZARENA DE CLÁUDIA CLEMENTE

Fui ali ao Leão comer, por Manuel Luar

DE PEQUENINO SE TORCE O PEPINO, sugestões para crianças e pais

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Agenda, para todos os gostos e feitios, dos nossos parceiros

Mas o que é isso do Gerador? Parceiros, loja e sócio gerador

DIREITO DE RESPOSTA, vocês mandam, nós publicamos


F RA N C E S C O

M I L A N E S E


MONUMENTO GERADOR —

MATRAQUILH0S

M O N U M E N T O

– Por ANA PRACASCHANDRA Jornalista e viciada em primeiros dates.

G E RA D O R

“Ana Pracaschandra passa de médium a uma espécie de Bridget Jones portuguesa, viciada em primeiros dates.” Isto poderia ser um título de parangonas numa qualquer revista da moda, mas não é. É que esta ex-médium de realidades monumentais, já em miúda, queria casar-se com um urso polar e imaginava, satisfeita, os ursos bebés que ia “gerar” para combater a sua extinção. Mas calma, não estamos aqui a falar de zoofilia, por amor de Deus, não fiquem já chocados e leiam este monumento do romantismo.

M A T R A Q U I L H O S

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_ BaNDA DeSeNHADA

_ VELHA GLÓRIA

RICARD0 SANT0 Nascido em Leiria, em 1976. Criado em Pataias. Licenciado em design industrial pela ESAD de Caldas da Rainha, com uma pós-graduação na mesma área na Faculdade de Arquitectura de Lisboa e um curso de animação 2D e 3D na Restart. Vive actualmente em Barcelona, onde exerce a actividade de designer de equipamentos e stands e é ilustrador, animador e autor de BD nas horas vagas. Na área da BD recebeu já vários prémios em festivais e certames, tendo o primeiro deles sido obtido em 1991, no Festival de BD de Amora e o último em 2005, no

Festival da Amadora. Começou a fazer BD assim que aprendeu a escrever e estreou-se a publicar, ainda nos anos 80, durante a instrução primária, no Jornal de Pataias, com a série Ching Xung, o grande guerreiro, inspirada nos Jovens Heróis de Shaolin. Anos mais tarde, fez também tiras de BD e sátira política no extinto Jornal Tribuna do Oeste, nas Caldas da Rainha. Tem histórias suas editadas em vários fanzines, entre eles: O Desgraçadinho, Fanzine para Machos, Bactéria, Tertúlia BDZine, Efeméride e Quireward. —26


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C E N T RA L C A F É

aqueles que nos dão força. O sucesso nunca foi esperado. Buraka acabou por crescer e hoje em dia é uma banda pop. Lá fora somos cool, hipster, underground. Somos uma coisa nova. E tocamos em salas mais pequenas do que aqui em Portugal. Nesta última tour, apenas três datas não esgotaram. Há pessoas que estão a descobrir Buraka agora, pela primeira vez, precisamente quando nós estamos a acabar.”

A banda da qual Rui faz parte tem um concerto final agendado no início de Julho, em plena cidade de Lisboa. Ao contrário do que acontece lá fora, em Portugal os Buraka só conseguem tocar em salas ou espaços grandes. Manuel João Vieira partilha connosco: “Tenho um bar que abriu agora em Outubro, Novembro, ali para os lados do Cais do Sodré. O Titanic Sur Mer é uma casa média de espectáculo. Se o espaço fosse em Londres, os Buraka iriam lá tocar. Mas para mim é porreiro, escuso de pensar muito onde é que vou tocar em Lisboa.” Rui ri: “Pois é. Mas olha, até dava para fazer. Era fácil, tinhas que anunciar dois dias antes no facebook que havia aqueles bilhetes e só esses. A verdade é que, em Lisboa, faltam

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C A F É

Rui Pité admite: “Eu podia ter sido só DJ, durante 10 anos, com três vocalistas. Uma banda tira muito tempo.” Manuel João contrapõe: “Mas é uma família.” E depois há altos e baixos, bons e maus momentos, tensões que se revelam produtivas: “Pessoas totalmente felizes não fazem boa música. A felicidade é chata. Eu adoro ser feliz. Mas tem que haver sempre um problema ou outro para agitar as águas”, defende o baterista e DJ. “Reparem que quando

era novo, havia muito esse fenómeno da banda que começa quando somos todos putos, adolescentes e depois quando se tornam adultos não há nada de novo. Mas também acontece haver autores que conseguem manter a qualidade a vida toda.” Rui desabafa: “Quando sinto as pessoas muito estáveis...” Manuel João: “A falta de movimentos emocionais mais fortes e a criatividade, deve haver uma relação entre isso. Às vezes é nesses momentos que te refugias para trabalhar e produzir alguma coisa.”

Como é que dois músicos tão diferentes criam? Rui Pité confessa a sua inveja: —39

C E N T RA L

espaços para tocar. Tens o Coliseu, o MEO Arena e depois o Music Box.” Manuel João concorda: “Faltam sítios médios para concertos.” E acrescenta: “Estar a insistir na música ao vivo é um pouco ser escuteiro.”


G U I A DA V I S I TA

Até parece que a Gerador anda à procura das modas. Mas de nós não é a culpa de na cultura portuguesa haver tantos patrimónios imateriais da humanidade. Demorámos mas lá fomos ter com este: o fabrico artesanal de chocalhos. Em Portugal, as primeiras referências documentais respeitam ao fabrico de chocalhos remontam ao século XVIII, na vila de Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo. Assim, fomos direitinhos aos CHOCALHOS PARDALINHO, uma empresa familiar, que detém o “império” de produção de chocalhos artesanais, no Alentejo.

VISITA GUIADA AOS CH0CALH0S PARDALINH0

era uma segunda-feira matutina, de céu azul pregado lá em cima, condimentado por nuvens muito brancas, com vontade de se transformarem em algodão doce. A Nacional 380 permanece entranhada entre campos tão tipicamente alentejanos, que quem é português (e acreditamos que quem não é, também), sente-se ali como que a viajar no sistema cardíaco de Portugal, tão apaixonado, como a Primavera a brotar. Depois de uma rápida mas intensa jornada até Alcáçovas, era hora de encontrar os tão falados Chocalhos Pardalinho. Localizada um pouco mais afastada do centro fica a sede desta empresa com dezenas de anos, que continua a fazer perdurar uma tradição tão nossa, como os chocalhos.

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Os chocalhos eram muito usados para pendurar ao pescoço de alguns animais, que guiavam os outros enquanto pastavam. Também indicavam o paradeiro dos animais quando se afastavam da manada.

Chegando à entrada da sede, avistamos um grande armazém com uma oficina em open space, abençoada pela luz natural. Foi a Vera, mulher do sócio Francisco, quem primeiro nos recebeu e nos encaminhou ao nosso anfitrião desta visita. Guilherme, o filho do Zé Pardalinho, juntou-se ao melhor amigo, Francisco e à sua mulher, fizeram o negócio do pai perdurar no tempo e expandir-se pelo mundo, não vendessem eles para Espanha, França e até Angola.

Guilherme explicou-nos que são realizadas visitas para grupos através de marcação, em que é demonstrado, ao vivo, a cores, a cheiro e temperatura, todo o processo de fabrico de um chocalho. E esse foi o privilégio a que tivemos direito.

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G U I A DA

Entrando na oficina, ou fábrica se lhe quiserem chamar, se bem que de industrial é que não tem nada, e isso sente-se no ar, o local de trabalho do Francisco fica do lado esquerdo. Ali testemunhámos a sua entrega ao recorte minucioso das peles dos fechos dos chocalhos.

V I S I TA

Guilherme começou por nos esclarecer que esta empresa já tem pelo menos um século de idade, visto que aprendeu o ofício com o seu pai, e que este já tinha aprendido com um tio, e por aí continuou a tradição, recuando no tempo. Com 72 anos, Zé Pardalinho já se reformou, mas mantém-se presente a ajudar em tudo o que é necessário.


eMANUEL B0TELH0

AUT0RIDADE L0CAL

A U T O R I DA D E

L O C A L

– Por ALEX GAMELA A nossa autoridade no Centro. emanuel botelho é dj, locutor de rádio, músico (ex-sensible soccers). Conversámos na sala dos discos da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), agora depósito de material obsoleto: leitores de cassetes, mesas e consolas analógicas. Mas o espírito dele é e(c)letrónico:

“A minha pista de dança como dj é aquela que procuraria como dançarino. Divirto-me com coisas imprevisíveis, chateiam-me aquelas noites de género em que só ouves um tipo de música do início ao fim. Interessa-me algo mais eclético”. Em 2002 caiu em Coimbra meio por acaso e foi na RUC que nasceu para a rádio. Logo percebeu que era o que queria fazer o resto da vida. Antes, como ouvinte, tinha como grandes vetores “o António Sérgio, o Nuno Calado”, e a Bancada Central, “que ouvia religiosamente”. Começou bem, mas depois veio “um período de três anos em que não acertava, nem tinha coragem de ouvir o que fazia”. Nunca desistiu. Desde fevereiro que tem um programa na Vodafone.fm.

A eletrónica sempre esteve presente na música que fez, desde as bandas rock da adolescência, nos anos 90, em São João da Madeira. Recentemente, esteve envolvido num trabalho de “produção à moda antiga” com a Surma, que lançou o single Maasai nesse dia. É crente numa grande franja de público que já esgotou o mainstream: “O público dos concertos vai aumentar, especialmente na cena independente”. A relação dos públicos com a música mudou, “está sempre a mudar. Já não há aquele fervor que tive na adolescência em que passei três meses a ouvir sempre o mesmo álbum”. O público de agora “vai adorar álbuns que ouviu três vezes e aquele single que fez muitos plays no youtube”. Pergunto se ele acha essa relação superficial. “Superficial é uma palavra pesada, a relação emocional continua a ser forte. Não é tanto superficial, mas mais efémera”. O Emanuel gosta de dançar “sozinho, mas muito mais com a minha esposa”. E quem levava ele para debaixo de uma bola de espelhos? “Os tipos do Mighty Boosh, vestidos de Vince Noir e Howard Moon. Devem ser óptimos”.

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EM A N U E L

B OT E L H O

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_ MODErNISTA TrADICIONALISTA

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OITAVO CApÍTULO

_ e, todavia, escaparam…

CRISTINA DRIOS Cristina Drios nasceu em Lisboa, onde reside. Completou os estudos primários e liceais no Liceu Francês Charles Lepierre de Lisboa. Licenciada em Direito, exerce há vários anos a advocacia na área da Propriedade Intelectual. Jamais vai a lado algum sem um livro; além de literatura, interessa-se por história e filosofia. É fotógrafa amadora e viajou, de mochila às costas, por cerca de quarenta países, tão diversos como a Índia, a Birmânia, o Japão, o Cambodja, o Senegal, Marrocos, o Chile, a Guatemala, El Salvador e a Nicarágua.

De uma das suas inúmeras viagens nasceu o livro de contos Histórias Indianas que venceu, em 2012, o Prémio Literário Cadernos do Campo Alegre Novo Autor, Primeiro Livro da Fundação Ciência e Desenvolvimento/Câmara Municipal do Porto, publicado com o apoio da Editora Objectiva. No mesmo ano, Os Olhos de Tirésias, a sua estreia no romance, publicado pela Editorial Teorema, que agora integra no seu riquíssimo catálogo uma espécie de vanguarda – maioritariamente primeiros romances de novos autores portugueses – foi finalista do Prémio LeYa. —63


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_ FOTO NOVELA

_ SARDINHA VIVA!

CLÁUDIA CLEMENTE Cláudia Clemente é uma artista multidisciplinar. Nasceu no Porto em 1970. Licenciou-se em Arquitectura na F.A.U.P. e estudou Cinema em Barcelona e Lisboa. Actualmente divide o seu trabalho principal pela escrita, a realização cinematográfica e a fotografia. Escreveu, produziu, realizou e montou diversas curtas-metragens. Da sua obra editada constam: os livros de contos O caderno negro e A fábrica da noite, a peça Londres, vencedora do Grande Prémio de Teatro S.P.A./Teatro Aberto 2011 e encenada por João Lourenço, e o romance A casa azul. Publicado pela Ed. Planeta em 2014, este livro foi finalista do Prémio Livro do Ano - Time

Out e do Prémio Literário Casino da Póvoa -Correntes d’Escritas 2016 e está a ser adaptado para a RTP. O seu trabalho fotográfico, que consiste numa série de auto-retratos satíricos, teve início em 2010 e começou a ser exposto em 2014, com o título Playing with myself. FICHA TÉCNICA CONCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO: Cláudia Clemente FOTOGRAFIAS: João Miguel Silva A última fotografia faz parte da série de autoretratos Playing with myself, da autoria de Cláudia Clemente com João Miguel Silva. Tem guarda-roupa de Miss Suzie.

PÁGINA WEB www.claudiaclemente.org AGRADECIMENTOS Portugal Gifts - adereços: www.portugalgifts.pt Miss Suzie guarda-roupa: ideiaseafins@yahoo.com

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F I C H A T É C N I C A PROPRIETÁRIO E EDITOR Associação Cultural Gerador, Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3.º A, 1350-179 Lisboa CONTRIBUINTE 513078690 REGISTO ERC 126542 DEPÓSITO LEGAL 378686/14 DIRETOR Pedro Saavedra PERIODICIDADE Trimestral TIRAGEM MÉDIA 5000 exemplares SEDE DE REDAÇÃO Avenida Infante Santo, Número 60 L, 3.º A, 1350-179 Lisboa TIPOGRAFIA Jorge Fernandes Lda, Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9, 2820-652 Charneca da Caparica.

F I C H A

t É C N I C A

CRONISTAS Alex Gamela Alexandre Cortez Ana Isabel Fernandes Ana Morais Ana Pracaschandra Cláudia Ferreira Henriques Hugo Filipe Lopes Inês Moreira Santos Joana Rita Manuel Luar Márcia Balsas Miguel Ponte Pedro Antas Sara Fernandes Tiago Pereira Vasco Durão Cláudia Lucas Chéu Terry Costa

AGRADECIMENTOS

AUTORES GERADORES Cláudia Clemente Cristina Drios Francesco Milanese Gonçalo Naves Inês Calma Inês Ferreira João Carola Leslie Wang Lígia Fernandes Ricardo Santo Rúben Rodrigues Rui Guerra Sérgio Marques

Academia de Santo Amaro | Casa Pia Atlético Clube | Célia Jorge | Chocalhos Pardalinho | Churrasqueira do Campo Grande | Dona Livramento | Festival Cumplicidades | Foxtrot Bar | NOS Lusomundo Audiovisuais | Porto Editora

DESIGNER #8

PLAYGROUND.ATELIER playground.atelier@gmail.com

FOTÓGRAFO E RETRATISTA

HERBERTO SMITH herbertosmith@gmail.com

REVISORA DE TEXTO

SUSANA VIEIRA susanatvieira@gmail.com

ARTE-FINALISTA SÓNIA RODRIGUES surumaki@gmail.com

ASSEMBLEIA DE CONDÓMINOS

ANA MORAIS | ANA PRACASCHANDRA | JOANA RITA | GIL SOUSA | HERBERTO SMITH | MIGUEL PONTE

DIRETOR

PEDRO SAAVEDRA pedro.saavedra@gerador.eu

MESTRE DE OBRAS TIAGO SIGORELHO tiago.sigorelho@gerador.eu

«ELE»

MIGUEL BICA miguel.bica@gerador.eu

COMUNICAÇÃO

MARGARIDA MARQUES margarida.marques@gerador.eu


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