EDIÇÃO #1
R E POR T
ESTILO & EXPERIÊNCIA AMBIENTES QUE MARCAM POR SUA PERSONALIDADE E INOVAÇÃO
SELEÇÃO ESPECIAL
CARVALHO FRANCÊS: UM CONVITE PARA APRECIAR BONS VINHOS
WHO TO FOLLOW
ENTREVISTA COM CRISTINA FREITAS, VICE-PRESIDENTE DA KOMECO
Sophie James / Shutterstock.com
CONTEXTO
“É PRECISO ENTRAR NO INESPERADO, NO DESCONHECIDO, PORQUE A INOVAÇÃO É IMPREVISÍVEL” - Guta Orofino
Foto por Michel Téo Sin
EDITORIAL
EDITORIAL A Giacomelli lança mais uma forma de estar em contato com os clientes: a Giacomelli Report. Nesse canal, trazemos a você reportagens sobre business, empreendedorismo, arquitetura e cultura. Na editoria “Who to follow”, você lê o perfil de uma empresária que se destaca no mercado, Crsitina Freitas, vice-presidente da Komeco. Em “Hobby”, saímos da rotina com o presidente da agência de propaganda OneWG. Para falar sobre prazeres gastronômicos, em “Deguste”, apresentamos o Bistrô Isadora Duncan, que também oferece a vista paradisíaca da Barra da Lagoa para seus frequentadores. Em “My Place” você confere o ambiente diferenciado do Carvalho Francês. Visto que inovação é o tema desta edição, você confere reportagens com especialistas do ramo, como Augusta Orofino, que conta os segredos para inovar. Aprecie o conteúdo que criamos especialmente para nossos leitores de Giacomelli Report.
Marco Giacomelli
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Revisão Paula Trivella Impressão Gráfica Elbert Tiragem 5.000 exemplares
JÁDER MELILO O diretor-geral da Publish acredita que a criatividade nasce em ambientes descontraídos, informais e colaborativos. Intervenções inusitadas, peças descoladas são as favoritas quando ideias são o seu negócio.
AMANDA NASCIMENTO
BRUNO KANEOYA Antenado com as novidades tecnológicas, o espaço do diretor de operações é moderno e clean. A praticidade a favor do conforto.
PEDRO BORTOLON
Recordações, estampas, música e livros compõem um ambiente estimulante e acolhedor, sem dúvidas o preferido da editora.
O projeto gráfico acompanha o bom gosto do designer. Dá vida a páginas em branco, imprimindo a sua personalidade.
DYEGO INÁCIO
CRISTINA SOUZA
O produtor da Publish Content é contemporâneo e ligado nas tendências. Mas o melhor ambiente é a praia com as melhores ondas.
MICHEL TÉO SIN Técnica e talento em cada clic. O fotógrafo trabalha a luz ideal para captar o clima de cada ambiente.
O movimento dos centros urbanos se mescla com a paz de um horizonte sem fronteiras. Objetos divertidos, cores e sensações fazem o ambiente da repórter, que não dispensa o contato com a natureza.
ISMAEL MARTINEZ Traços que refinam o projeto. O ilustrador traz o estado de arte para dentro da revista.
ABOVE AND BEYOND
SUMÁRIO CULT
SUGESTÃO DE LIVROS PARA SEU NEGÓCIO
COACHING
COMO MUDAR DE VIDA EM ATITUDES DIÁRIAS
NEIGHBORHOOD
OS SEGREDOS DA CIDADE SUSTENTÁVEL PEDRA BRANCA
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CAPA: MY PLACE
CARVALHO FRANCÊS: UM CONVITE PARA APRECIAR BONS VINHOS
TRENDS
O ESTILO E REQUINTE DA MINI, CONCESSIONÁ TOP CAR
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CITIES
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O MODERNO E O CLÁSSICO ESPANHOL
ENTREVISTA
GUTA OROFINO, ESPECIALISTA EM INOVAÇÃO
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O PASSATEMPO DE JOSÉ NETTO, PRESIDENTE DA AGÊNCIA ONEWG
ESPECIAL
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GIACOMELLI
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IMAGEM
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DIRETRIZES PARA SUA EMPRESA SE MANTER COMPETITIVA
NOVA IDENTIDADE VISUAL E INVESTIMENTO EM COMUNICAÇÃO
MÔNICA ZAHER: O DRESS CODE E A MODA
DEGUSTE
BISTRÔ ISADORA DUNCAN PARA MOMENTOS INESQUECÍVEIS
COBIÇA
CADEIRAS PARA DEIXAR SEU ESCRITÓRIO NO ESTILO CERTO
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WHO TO FOLLOW
CRISTINA FREITAS, VICE-PRESIDENTE DA KOMECO
26
ESPECIAL
ABU DHABI E DUBAI: PARAÍSO DA ARQUITETURA
HOBBY
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INSPIRE-SE
AMBIENTES PENSADOS PARA DIFERENTES ESTILOS DE VIDA
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WHO TO FOLLOW
WHO TO FOLLOW
NA VEIA DO
EMPREENDEDORISMO DE SÃO MIGUEL DO OESTE AO MUNDO DAS IMPORTAÇÕES
por Amanda Nascimento com fotografias de Michel Téo Sin
Determinada. Essa, talvez, seja a principal carac-
qualquer criança: correndo na rua, brincando de chi-
tinha 22 anos e o mais novo tinha 6 anos. Com o fale-
terística da vice-presidente da Komeco, Cristina
nelo, muito prego no pé e pouco dinheiro para fazer
cimento do meu pai, minha mãe resolveu sair de São
Freitas. Natural de São Miguel do Oeste, a empre-
coisas diferentes.
Miguel e vir para Florianópolis para que pudéssemos
sária conversou com a reportagem da Giacomelli
estudar em escolas maiores. Ela escolheu Florianó-
Report contando o sucesso frente à importadora.
SUA FAMÍLIA CHEGOU A PASSAR
polis colocando nomes de cidades em papéis e fez
Além de revelar suas conquistas no mundo dos
ALGUMA DIFICULDADE?
um sorteio para saber para onde ela deveria mudar,
negócios, ela nos conta como é dividir vida pesso-
Desde pequena aprendemos a ajudar, pois a situ-
e assim aconteceu. Ela tinha muita fé que a cidade
al e profissional com o marido Denisson Freitas,
ação não era muito boa. Dentro de casa nossa ali-
que saísse no papel seria a melhor para todos. De-
presidente da Komeco.
mentação era básica, não tínhamos dinheiro para
pois de três anos ela fez a mesma coisa e saiu para
comer nada diferenciado. Eu lembro que todos
a cidade de São Paulo e fomos para lá, onde morei
COMO FOI SUA INFÂNCIA EM
os domingos comíamos dobradinha. Para nós era
por oito anos.
SÃO MIGUEL DO OESTE?
maravilhoso. Meu pai procurava sempre comprar
A minha infância foi muito simples. Apesar de meu
a alimentação em saca para ser mais barato. Ape-
Nessa época, estava terminando meu segundo grau
pai ser um homem empreendedor e sempre ter os
sar da situação, foi tudo maravilhoso, aprendemos
e estava empregada em São Paulo. Eu já era profes-
negócios dele, ele tinha alguns vícios que atrapalha-
vários valores que hoje são fundamentais para o
sora e me dava muito bem na escola onde eu traba-
ram seu crescimento. Como minha mãe tinha nove
meu crescimento.
lhava. Quando falei que eu iria pedir as contas, por-
filhos, ela fazia pão em casa, nunca foi de trabalhar
que minha mãe precisava voltar para Florianópolis,
fora, mas sempre fazia algumas coisas para conse-
COMO VOCÊ SAIU DO INTERIOR PARA A CAPITAL?
a diretora pediu que eu ficasse por mais seis meses
guir um pouco mais de dinheiro. Fazia chinelos e saía
Minha mãe sempre teve muita coragem. Com 11
para não frustrar os meus alunos. Então, resolvi fi-
para vender, muitas vezes ela nos levava junto, pois
anos perdi meu pai e minha mãe ficou com 9 filhos
car mais um semestre em São Paulo e em junho eu
não tinha onde nos deixar. Nossa infância foi como de
para cuidar sozinha; nesta época, a filha mais velha
decidi que retornaria.
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WHO TO FOLLOW
“A NOSSA EMPRESA TEVE UM CRESCIMENTO MUITO RÁPIDO NOS ÚLTIMOS ANOS, ENTÃO OS DESAFIOS ACOMPANHARAM, SENDO SEMPRE MAIORES.”
NESSA ÉPOCA QUE VOCÊ CONHECEU O DENISSON?
Paulo. Largou tudo para ganhar um terço do salário
COMO FOI CHEGAR A ESSE LEQUE DE
Nesses seis meses que fiquei sozinha em São Paulo
que ele ganhava.
PRODUTOS QUE VOCÊS IMPORTAM HOJE?
conheci o Denisson, que foi uma questão de estar no
Em 1994, esse mesmo cliente chinês nos disse que
lugar certo na hora certa. Já havia o visto, porque
QUANDO VOCÊS COMEÇARAM A EMPREENDER?
havia uma empresa no Rio Grande do Sul que tinha
estudávamos no mesmo colégio. Em maio, o colégio
Ele trabalhava como contador e eu trabalhava
comprado um contêiner de aquecedor a gás e não
fez uma programação numa igreja, e eu era a úni-
como professora. Para ganhar dois salários, eu
tinha dinheiro para tirar do porto, nem para pagar
ca que não estava uniformizada, pois os uniformes
trabalhava de manhã e de tarde como professora,
o fornecedor. Ele nos perguntou se nós poderíamos
dos professores ficaram prontos naquela época e
e durante a noite fazia docinhos para uma confeita-
tirar do porto e tentar vender. Disse que se conse-
eu não fiz o meu, pois sabia que no final de junho
ria. Uns três anos depois que estávamos casados,
guíssemos vender, deveríamos pagar diretamente
eu viria embora. Quando chegamos lá para fazer
surgiu a oportunidade de comprarmos 50% de
o fornecedor, já que não seria viável devolver essa
a programação na igreja, a diretora falou que me
um escritório de contabilidade que minha irmã era
mercadoria de volta pra China. Para tentar ajudá-lo,
queria lá na frente, então preferi ficar no auditório.
sócia com outra pessoa. Essa outra pessoa queria
tiramos a mercadoria do porto e foi uma surpresa,
Ela insistiu e entrei na plataforma, sentei ao lado de
vender a parte dela. No início fui um pouco contra,
porque os dois concorrentes que tínhamos no mo-
uma professora que gostava do Denisson. E, casual-
mas depois percebi que essa seria uma ótima opor-
mento de aquecedor estavam fora do mercado,
mente, ele entrou na igreja naquele dia, sentou e não
tunidade para nós, e foi desta forma que começa-
assim toda a mercadoria foi vendida rapidamente.
tirou o olhar da nossa direção. Essa minha colega
mos nosso lado empresarial.
Então, nós continuamos com esse produto. Com os
ficou muito feliz e falou que ligaria para ele, já que
condicionadores de ar foi diferente, tivemos um pla-
ele estava com o olhar nela o tempo todo. Eu disse
COMO COMEÇARAM COM AS IMPORTAÇÕES?
nejamento para começar a importação, mesmo por-
a ela que não fizesse isso, mulher nenhuma corre
Nós tínhamos um cliente no escritório de contabi-
que é um produto que precisa de um pós-venda bem
atrás de homem. Eu comentei: “Ele sabe onde você
lidade que era chinês e tinha um restaurante aqui
estruturada e também já conhecíamos o mercado.
trabalha, e eu tenho certeza absoluta que quando
no Brasil. Ele ficava de 6 a 7 meses aqui, e de 2 a
o homem gosta, ele corre atrás”. Nós saímos, nos
3 meses na China. Teve uma época que a esposa
VOCÊ ERA PROFESSORA. EM ALGUM MOMENTO,
conhecemos melhor e começamos o nosso relacio-
dele recebeu uma herança em terras na China e
SENTIU NECESSIDADE DE CURSAR ALGO
namento. Um mês depois que comecei a namorar o
precisou voltar a morar lá. Então, falou que tinha
RELACIONADO AO UNIVERSO EMPRESARIAL?
Denisson, voltei a morar em Florianópolis.
interesse em fazer negócios conosco. Um tempo
Quanto eu estava com 24 anos já tinhamos a nossa
depois ele veio com a proposta de vendermos to-
empresa, tudo foi rápido e inesperado. Eu não tinha
COMO FEZ PARA CONCILIAR O
alhas de plástico. Em 1992 não tinha esse produto
necessidade de voltar para uma sala de aula, mas
RELACIONAMENTO E A DISTÂNCIA?
no Brasil. Nós nos reunimos: eu, meu marido, minha
uma coisa sempre me martelava: “Poxa vida, preci-
Eu sempre pensei que não ia dar certo. Quando
irmã e meu cunhado, para decidirmos se iríamos
so dar um exemplo para meus colaboradores, não
passaram mais ou menos uns seis meses, ele pediu
importar. Chegou um contêiner aqui no Brasil e nin-
posso exigir que eles sejam graduados se eu mesma
para eu entregar o seu currículo aqui em Florianó-
guém conseguia vender. O Denisson queria vender
não sou”. Então, aos 36 anos eu resolvi voltar para
polis. Ele tinha um excelente emprego em São Paulo,
nas Lojas Americanas, por ser uma rede grande,
sala de aula, fiz Administração de Empresas e logo
um salário bom, mas queria vir morar em Florianó-
e se a empresa comprasse, nós já teríamos uma
depois uma pós-graduação em Marketing, já que era
polis. Deixei o currículo em uma empresa em uma
rede de umas 60 lojas com o produto, mas foram
uma das áreas da empresa que eu gostava. Recen-
terça-feira e consegui agendar a entrevista para
seis meses de negociação até conseguirmos fe-
temente fiz um MBA em Negócios Empresariais.
uma quinta-feira. Então, o Denisson veio para Flo-
char essa primeira grande venda.
rianópolis um ano depois que eu havia saído de São
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WHO TO FOLLOW
WHO TO FOLLOW
COMO É SER VICE-PRESIDENTE DA KOMECO?
E A SEDE EM PALHOÇA, COMO VOCÊS PENSARAM
Esse negócio de vice-presidência até é meio estra-
NESSE ESPAÇO?
nho, porque no fundo eu e meu marido somos só-
Quando mudamos nossa sede para Palhoça, tanto
cios. Como não tem como ter dois presidentes numa
eu quanto meu marido tínhamos o conceito de que
empresa, então ele fica como presidente e eu como
aquilo que é bom pra nós é bom para o funcionário;
vice. Mas não me considero nem vice, nem presiden-
não queríamos que só a minha sala e a dele (De-
te; me considero, na verdade, uma companheira dos
nisson) fosse aconchegante, então pensamos num
meus funcionários. Procuro motivá-los sempre. Até
todo. Desde a recepção quando você entra numa
2004, mais ou menos, eu adorava fazer inventário,
empresa, ela tem que ser agradável. A área do es-
então, se você me procurasse, eu estaria em cima
critório, onde os funcionários trabalham, precisa ser
das caixas fazendo inventário. Não preciso mais fa-
confortável e arejada. O restaurante foi pensando no
zer isso, mas gostava de contar meu estoque: quan-
bem-estar do funcionário, para que ele se sinta bem
to tinha, quanto não tinha, preparar pedido. Então,
aqui dentro. Tivemos o privilégio de encontrar um
isso de ter o cargo presidente ou diretor para mim
terreno maravilhoso, tem uma vista lindíssima de
pouco importa.
uma lagoa, uma montanha à frente e uma extensa área verde, sem falar no mar que está bem próximo.
QUAIS OS SEUS DESAFIOS NO DIA A DIA
Isso também propicia que nosso escritório tenha um
DA EMPRESA? POR QUE RESOLVERAM
visual mais agradável. Pensamos nos detalhes, que
ABRIR UMA FÁBRICA EM MANAUS?
todos os lugares sejam agradáveis para circular.
A nossa empresa teve um crescimento muito rápido nos últimos anos e os desafios acompanharam esse
COMO VOCÊ ADMINISTRA A VIDA
crescimento. Quando saiu essa lei de que os impos-
PROFISSIONAL E PESSOAL?
tos estariam subindo, nós não tivemos outra opção:
Eu e o Denisson aprendemos a conviver com isso,
tivemos que abrir uma fábrica em Manaus. Ou nós
pois muitas vezes divergimos de várias situações
abriríamos em Manaus ou então estaríamos fora
dentro da empresa. No começo foi muito difícil, pois
do mercado. No começo achamos isso muito com-
as nossas ideias muitas vezes não eram as mesmas,
plicado, porque você tem uma estrutura toda feita
e eu não sabia diferenciar o que era profissional do
em Florianópolis e Itajaí e em pouco tempo tem que
pessoal. Eu levava alguns problemas para dentro de
construir uma nova estrutura em Manaus. A distân-
casa e depois voltava para o escritório. Hoje, ama-
cia foi um problema que tivemos que superar, mas a
durecemos muito e apesar de ainda discordarmos
nossa opção era: ou encerrávamos as atividades ou
em algumas coisas, procuramos resolver sempre
seríamos fabricantes. Na realidade, o que era para
da melhor forma.
nós um problema, hoje é uma solução. Antes que saísse essa lei dos impostos, nós tínhamos mais ou
VOCÊ TEVE ALGUMA REFERÊNCIA OU INSPIRAÇÃO
menos 25 concorrentes de ar-condicionado. A partir
PARA SE TORNAR UMA EMPREENDEDORA?
do momento que saiu a lei, ficamos somente com
Na realidade, comecei muito cedo, com 13 anos, com
7 concorrentes. Só ficaram as multinacionais, e hoje
minha primeira carteira assinada, que na época até
nós temos um diferencial: somos a única empresa
assinavam carteira de menores de idade. Não digo
brasileira com fábrica em Manaus, todas as outras
que é uma inspiração, mas meu pai sempre foi mui-
são multinacionais.
to empreendedor, tudo que ele montava dava certo. Ele sempre foi uma pessoa com visão empreende-
A KOMECO PRETENDE EXPANDIR
dora, e os filhos acabaram puxando um pouco ao es-
SUA LINHA DE FABRICAÇÃO?
tilo dele. Meu pai era muito positivo e sempre achava
Na área de equipamentos, composta por ar-condi-
que tudo ia dar certo e as coisas aconteciam. Nós
cionado, aquecedor a gás e aquecedor solar, duas
seguimos mais ou menos esse mesmo rumo. Minha
já temos fábrica: a de ar-condicionado e a de solar.
mãe nunca teve medo de nada, e ainda tenho ao meu
O próximo passo é a de aquecedores a gás, que já
lado o Denisson, que também é uma pessoa muito
estão em testes. A unidade Bella Casa, que tem pro-
empreendedora. Portanto, não tenho nenhuma pes-
dutos de decoração, permanecerá com produtos im-
soa que me inspirou, mas com certeza estas três
portados. Certamente até o governo brasileiro mu-
pessoas foram fundamentais para que não tivesse
dar os impostos para essa linha também. Estamos
medo de empreender.
em primeiro lugar no mercado com a nossa unidade de peixes (salmão) e ainda estamos finalizando a nossa fábrica, localizada em Tijucas.
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WHO TO FOLLOW
“HOJE NÓS TEMOS UM DIFERENCIAL: SOMOS A ÚNICA EMPRESA BRASILEIRA DO SETOR COM FÁBRICA EM MANAUS, TODAS AS OUTRAS SÃO MULTINACIONAIS.”
CULT
Já Leu? LIVROS QUE NÃO PODEM FALTAR NA SUA BIBLIOTECA
SONHO GRANDE Escrito por Cristiane Correa e publicado pela editora Primeira Pessoa, o livro Sonho Grande conta como os empresários Jorge Paulo Lemann, MarcelTelles e Beto Sicupira revolucionaram o capitalismo brasileiro e destacaram-se no mundo dos negócios. Nos últimos cinco anos, eles compraram as três marcas americanas Budweiser, Burger King e Heinz de maneira discreta, longe dos holofotes. A forma como os três empresários produziram a gestão desenvolvida, seguida por seus funcionários, baseia-se na simplicidade e na busca incessante por redução de custos. Os empresários oferecem grandes oportunidades para quem escolhe caminhar junto com eles na busca pelo sucesso, apresentando resultados excepcionais e boas soluções para seus empreendimentos. O livro mostra os bastidores da história e da vida dos três empresários, desde a fundação do banco Garantia, dos anos 70, até a compra das três multinacionais que lideram hoje.
FAÇA ACONTECER
O PODER DOS QUIETOS
Eleita uma das dez mulheres mais poderosas do mundo pela revista Forbes, Sheryl Sandberg resolveu retratar sua experiência e reflexões no livro “Faça Acontecer - Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar”. Publicado pela editora Companhia das Letras, o livro investiga os motivos da estagnação do crescimento das mulheres no mercado de trabalho, identificando a raiz do problema e apresentando soluções práticas para que elas possam usufruir de todo seu potencial. Faça Acontecer é considerado um manifesto feminista bem-humorado para ser apreciado por homens e mulheres.
Um dos livros mais vendidos de 2012 nos Estados Unidos, O Poder dos Quietos conta como a timidez pode ser fundamental para a criatividade e a inovação. Poetas e filósofos falam sobre introspectivos e extrovertidos desde o início dos tempos. As duas personalidades figuram escritas romanas e gregas, aparecem na Bíblia e são alvo de pesquisas científicas. A escritora Susan Cain se propõe a esclarecer dúvidas comuns para os introvertidos e levar os leitores a se aprofundarem no comportamento humano, além de mudar a maneira de enxergar a si mesmo. A obra é da editora Agir, publicada em maio de 2012.
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Ilustração: Ismael Martinez
COACHING
Como mudar de vida em atitudes diárias COM PESSOAS EM SEU FOCO DE ATUAÇÃO, CAROLINA LINHARES É COACH, CONSULTORA DE GESTÃO DE PESSOAS, EMPREENDEDORA E ASSOCIATIVISTA
Vamos começar com uma pergunta: o que você
para buscar destinos, elaborar roteiros e conver-
quer ser? Parece simples, mas não é!
sar com pessoas para troca de experiências sobre o local.
É necessário entender que ser o que se deseja não depende da conspiração do universo e razões
INVESTIR DINHEIRO: comece a cortar pequenas des-
4 COMPROMETA-SE COM OUTRA PESSOA: peça
alheias as suas ações. Depende sim das suas atitu-
pesas para ter capital para investimento e busque
ajuda de alguém que possa te cobrar resultados,
des em buscar o que almeja. Portanto, tenha em
oportunidades rentáveis de acordo com o seu perfil.
mas assegure-se de ser uma pessoa que você res-
mente: nada muda se você não promover mudanças diárias, ainda que pequenas à sua rotina.
peite. REALIZAR MAIS LEITURAS: separe livros e revistas desejadas e escolha um período do dia para a leitu-
Ao me referir a essas mudanças diárias, tenho in-
ra, pode ser todo dia de manhã e antes de dormir.
tenção de esclarecer que metas a médio e a curto prazo podem não surtir os efeitos esperados ou até
escolhida, preste contas diariamente. E assegure-se Entendeu como pode fazer?
mesmo não serem alcançadas se não forem aliadas a esforços diários.
IMAGINE ALGUMAS ASPIRAÇÕES: CORRER UMA MARATONA EVITAR PROCRASTINAÇÃO VIAJAR MAIS INVESTIR DINHEIRO REALIZAR MAIS LEITURAS
também de que a pessoa está acompanhando ou busque outro parceiro ou grupo.
Essas são apenas algumas sugestões, mas você pode pensar o que se adequa melhor à sua rotina.
QUER ENTENDER MELHOR?
5 PRESTE CONTA DO SEU AVANÇO À PESSOA ESCOLHIDA: já com o compromisso com a pessoa
O essencial é que faça isso diariamente.
6 ESTABELEÇA PUNIÇÕES OU RECOMPENSAS: você pode estabelecer prêmios ao alcançar suas metas durante um período ou punições, como mul-
Provavelmente, você não vai acordar amanhã e con-
tas, caso não alcance o esperado.
seguir realizar todas essas mudanças. Portanto, segue algumas dicas para iniciar este processo:
7 APROVEITE A MUDANÇA: se você não aproveitar as mudanças que conquistou é melhor arrumar
1 UMA MUDANÇA POR VEZ: faça uma mudança
outra mudança para fazer. Ou se as tarefas diárias
por mês antes de considerar fazer a segunda. En-
parecerem chatas e sofridas, então você está fazen-
tenda como etapas a serem superadas e que so-
do algo errado. Encontre uma maneira de aproveitar
AS MUDANÇAS DIÁRIAS PARA CONTRIBUIR NA
mente pode seguir adiante se você for bem-sucedi-
a mudança ou você não vai aderir a ela por muito
REALIZAÇÃO DESSAS ASPIRAÇÕES PODEM SER:
do no primeiro estágio.
tempo.
CORRER UMA MARATONA: passe a caminhar diaria-
2 COMECE MODERADAMENTE: as mudanças de-
mente, alterne corrida e caminhada, intensifique o
vem começar sutilmente, e se adaptando aos pou-
treino, faça provas menores até chegar a excelência
cos na rotina. Comece com dez minutos ou cinco, se
da maratona.
for uma mudança difícil. Se mesmo assim você não
Perceba que nenhum desses passos é impossível e
conseguir, diminua para dois minutos – aumente o
que você pode começar imediatamente!
tempo quando se sentir confortável.
Que tal amanhã?
EVITAR PROCRASTINAÇÃO: defina as suas tarefas
Esses sete passos são bem fáceis e simples e podem te proporcionar uma nova vida!
prioritárias toda manhã, então trabalhe nelas por 10 minutos antes de iniciar as demais que surgirão ao longo do dia.
3 FAÇA SEMPRE NO MESMO PERÍODO DO DIA: mesmo horário, isto é, faça sempre depois do mes-
VIAJAR MAIS: poupe dinheiro, separe parte do dia
Que tal agora?
para incorporar em seu cotidiano, deve ser feita no mo gatilho na sua rotina diária.
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Conte-me o que você pretende fazer de diferente!
NEIGHBORHOOD
OS SEGREDOS DA CIDADE SUSTENTÁVEL
PEDRA BRANCA O BAIRRO QUE OFERECE QUALIDADE DE VIDA E UMA VISTA DE ENCHER OS OLHOS
NEIGHBORHOOD
“NÓS VAMOS FAZER UM PROJETO IMOBILIÁRIO, MAS DIFERENTEMENTE DO TIPO DE ORGANIZAÇÃO QUE TEM AO REDOR DA CIDADE QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDA, VAMOS FAZER UMA CIDADE DIFERENTE.” Marcelo Gomes, diretor executivo do empreendimento
por Amanda Nascimento com fotografias de Michel Téo Sin
Como um dia ensolarado. Assim é o bairro Cidade Sustentável Pedra Branca. Um lago envolto por colinas, com casas de arquitetura encantadora. Um cenário perfeito para quem procura sossego e qualidade de vida. Lá é possível caminhar, fazer um piquenique, levar as crianças ao parquinho, ou simplesmente aproveitar o dia ao ar livre, longe do estresse e em contato com a natureza. Aos domingos, o bairro recebe visitantes vindos da capital e dos arredores que vão à Pedra Branca saborear o ambiente paradisíaco. A 15 quilômetros de Florianópolis, o Pedra Branca fica localizado no município de Palhoça, na região da Grande Florianópolis, e faz divisa com São José. Até o final dos anos 90, o empreendimento era tão somente um sítio, claro que não um sítio qualquer, mas sim com características que já anunciavam o potencial para o grande projeto. Mas dos tempos de casa de campo da família Gomes, Marcelo, neto de César Gomes e diretor executivo do empreendimento, conta com saudosismo os tempos em que a sede da empresa era palco para os encontros de família: “Meus aniversários até os 12 anos foram aqui. Isso era uma casa, um pátio aberto, tinha mesa de pingue-pongue, sinuca, forno de pizza, e agora virou nossa sala de reunião e a casa virou nosso escritório. Então esse era nosso QG. Era muito gostoso: tinha fogo de chão e virou um ambiente para nós fazermos apresentações, recebermos as pessoas, virou nossa sala de visitas. Nossas conversas com arquitetos todas acontecem nesse pátio, onde as ideias foram surgindo”, conta entusiasmado entre recordações e fome de projetos. A casa, localizada em uma das colinas, na Rua dos Pessegueiros, é de tijolinhos à vista, decoração campeira que ainda deixa um ar familiar ao escritório. Possui uma vista privilegiada, de frente para o Lago Pedra Branca, além de proporcionar aos funcionários um ambiente de trabalho com ar puro e canto dos passarinhos.
NEIGHBORHOOD
Marcelo conta como a gigantesca fazenda foi se
Unisul precisava de uma área para vir do sul do es-
transformando em bairro nobre: “O lago já existia
tado, de Tubarão para a Grande Florianópolis. Então
e eram diversas colinas. Mais ou menos em torno
nós cedemos esse espaço pra eles. Eles ganharam
do ano 2000, foi quando a cidade tinha chegado ao
o terreno e nós ganhamos a âncora. Dos 250 hecta-
entorno, e nós tomamos a iniciativa: o que nós va-
res do total da fazenda, eles acabaram ficando com
mos fazer? Ou nós vendemos ou vamos fazer um
15. Então, fomos fazendo a cidade ao redor”.
grande empreendimento imobiliário. Então veio a ideia: nós vamos fazer um projeto imobiliário, mas
O sucesso de hoje já foi desacreditado. As pessoas
diferentemente do tipo de organização que tem ao
não esperavam que o bairro vingasse com tama-
redor da cidade que está sendo construída, vamos
nha prosperidade. Aos poucos foram surgindo as
fazer uma cidade diferente”. Nessa época era im-
primeiras casas e a urbanização para deixar o bair-
possível imaginar que a propriedade particular da
ro apto para o convívio. Moradora do bairro há sete
família Gomes ganharia a proporção de hoje: um
anos, Nazaré Lopes Pinheiro conta que foi namo-
bairro em que se almeja viver.
rando o bairro aos poucos até convencer o marido, Raul Pinheiro, a investir na região: “A primeira vez
Para quem acompanhou o projeto desde o início dos
que ouvi falar sobre o empreendimento, eles esta-
anos 2000 consegue perceber tamanha transfor-
vam lançando o projeto. Somos de Tubarão e falei
mação: o bairro tinha poucos empreendimentos e
com meu esposo para conhecermos, mas ele não
moradores. A Universidade do Sul de Santa Catari-
quis. Nós compramos um apartamento em Capoei-
na teve papel fundamental para o desenvolvimento
ras (bairro da região continental de Florianópolis).
do bairro. Era o que faltava para embalar o projeto:
Passou um tempo, consegui convencê-lo a conhe-
“Veio essa ideia de agregar valor, de inovar e trazer
cer a Pedra Branca. Nós trazíamos os meninos
profissionais bons para trabalhar conosco, e todos
para brincar na pracinha, então ele foi percebendo
eles no começo diziam: ‘Vocês precisam de uma
que era um lugar gostoso. Acabamos nos mudan-
âncora, sem ela o sonho de vocês não vai ser rea-
do em dezembro de 2005”.
lidade.’ Foi a verdadeira negociação ganha-ganha. A
Marcelo Gomes, diretor executivo do empreendimento
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NEIGHBORHOOD
NOVA REALIDADE Atualmente o bairro já conta com serviço de banco, farmácia, padaria, restaurantes, imobiliária, cabeleireiro, além de lojas atendendo seguimentos de conveniência, papelaria e livraria, vestuário, informática, entre outros. Esse é o primeiro desenho do que aguarda os moradores, estudantes e visitantes do Pedra Branca. O local está estreando um setor dedicado ao comércio e convívio público: o Passeio Pedra Branca. “Vamos ter quarenta operações de comércio, com shopping a céu aberto, justamente pra quem está morando na região poder conviver por aqui”, revela o diretor executivo Marcelo Gomes. O avanço comercial do bairro irá sustentar o ideal pensado pelos empreendedores de proporcionar ao morador Pedra Branca um total aproveitamento do empreendimento para lazer, convívio familiar e trabalho. Marcelo Gomes fala entusiasmado sobre os setores do projeto que já foram inaugurados e os que estão saindo do forno: “Em 2011 lançamos o Pátio das Flores, que são residências também, com térreo comercial. À direita do Pátio das Flores fica uma esquina comercial, com um prédio que mescla salas comerciais e apartamentos residenciais. E no fundo tem o Office Green, lançado em 2012, com 200 salas comerciais. Foi um sucesso de venda e foi o primeiro empreendimento de Santa Catarina a ter o certificado americano chamado Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), do Conselho Americano de Construções Verdes. 2013 “será um ano histórico para a Pedra Branca, nós vamos entregar: Pátio da Pedra, Pátio das Flores, Office Green. Esses prédios são interligados por uma praça central, o já citado Passeio Pedra Branca, responsável por criar um elo entre os empreendimentos arquitetônicos.
NEIGHBORHOOD
“MORAR AQUI É ÓTIMO, POIS O BAIRRO É UMA EXTENSÃO DA NOSSA CASA. PODEMOS USAR A QUADRA DE ESPORTES, CAMINHAR NO LAGO OU FAZER UM PIQUENIQUE”.
O morador da Pedra Branca que habite casa ou apartamento, pode aproveitar da estrutura do bairro, desfrutando da qualidade de vida oferecida: “Morar aqui é ótimo, pois o bairro é uma extensão da nossa casa. Podemos usar a quadra de esportes, caminhar no lago ou fazer um piquenique”, ressalta a moradora Nazaré Lopes. O bairro Cidade Sustentável Pedra Branca vai além de um empreendimento imobiliário: a ideia é proporcionar um novo estilo de vida, em que o convívio é prioridade e que se possa ter tudo em um só lugar. Um ambiente de encontro com o vizinho,
Nazaré Lopes, moradora
amigos, negócios e família. Os planos não param por aqui: dentro de 15, 20 anos, o bairro deve contar com cerca de 30 mil moradores, além do público que circulará a estudo, trabalho ou passeio, aquecendo a economia da região.
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NEIGHBORHOOD
NOVO URBANISMO
SHOWROOM SUSTENTÁVEL
O conceito de “urbanismo sustentável” é quase
formato de cidade é inviável, pois a quantidade
uma evolução do que foi pensado de urbanismo
de automóveis circulando congestionaram as
Para quem pretende investir ou se tornar
na década de 50, quando foi projetada Brasília,
autopistas, dificultando os acessos. As cidades
um morador do bairro Pedra Branca, o
por exemplo. Era uma época com arquitetura
desenvolvidas por multipolaridades proporcio-
showroom reforça o convite. Nele é pos-
mais modernista e o pensamento era em fun-
nam ao morador a possibilidade de se locomover
sível visualizar todo o empreendimento e
ção do automóvel. Por isso, eram divididas em
pouco, criando-se diversos centros comerciais
se apaixonar pelo projeto. As maquetes
diversos setores isolados: hoteleiro, governo,
sem a necessidade de tirar o carro da garagem,
representam com fidelidade o que já foi
comércio, residencial. Criavam-se grandes zonas,
proporcionando um ambiente sustentável.
construído, o que vai ser entregue ainda este ano, e ainda o que está sendo plane-
conectadas por autopistas. Hoje em dia, esse
jado. O conceito de sustentabilidade também pode ser conferido, já que a iluminação do showroom é feita com lâmpadas de LED, a estrutura é de aço reciclado, que utiliza um sistema para recolher água da chuva pra usar nos sanitários. O vidro é especial para entrar menos calor no ambiente, além de uma marquise coberta por um painel fotovoltaico que gera energia. Vale a pena conferir.
Av. Pedra Branca, em frente à Unisul Pedra Branca - Palhoça - SC +55 (48) 3086 9700
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TRENDS
A Atmosfera do Produto A MINI ACOMPANHA O JEITO DO CARRO, CHEIA DE DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA por Cristina Souza com fotografias de Michel Téo Sin
O MINI é conhecido por suas características mar-
detalhe que chama muito atenção na loja é o teto
harmoniosa. É agradável de escutar”, responde. De
cantes. Compacto, retrô, cheio de estilo, antigo e ao
todo quadriculado. “Essa é uma tendência não só na
fato, as batidas harmônicas da bateria com os sutis
mesmo tempo moderno e seguro. É um carro único
nossa arquitetura, mas também nos carros. Alguns
toques do eletrônico em um volume agradável que-
e cheio de personalidade, assim como as pessoas
modelos têm esse padrão da bandeira de corrida
bram qualquer seriedade, sendo impossível não se
que o escolhem. Pertencente ao grupo BMW desde
no seu teto ou nas capas de espelho”, completa. É
sentir realmente à vontade.
2000, o MINI vem ao encontro de um público mais
mesmo impossível não reparar nesta particulari-
despojado, que escolhe o automóvel não somente
dade: ela se faz presente no teto de alguns carros,
A decoração da concessionária muda de acordo com
por sua tecnologia e conforto, mas pela sua histó-
nos detalhes dos acessórios e em painéis da parede.
a campanha da marca, mas sempre mantendo as
ria e o que ela representa. Já que carrega todo esse
Com esse aspecto de pistas de corrida, trazem os
características principais. “A nova ação da MINI tem
conceito, é de se esperar que a sua concessionária
conceitos de velocidade e de adrenalina agregando
como conceito principal o ‘Not normal’, e isso reflete
corresponda a essas particularidades. A Top Car
estilo para quem pilota uma máquina dessas.
no nosso showroom. Mudamos os principais painéis,
soube traduzir o universo da marca por meio de um
a frente da loja e a disposição do carro principal, mas
conjunto de detalhes que transformam o ambiente,
Entre carros, mesas pretas e poltronas coloridas,
sem perder a essência; afinal, essas características
fazendo dele um espaço que reflete a essência MINI.
outro personagem se destaca: uma vaca vermelha,
também fazem parte da marca”, ressalta o gerente.
com detalhes quadriculados, notas de música e um
Outro ponto que chama muito a atenção de quem
O preto é a cor que predomina na decoração, o que
enorme fone de ouvido. O objeto, pertencente ao
visita o espaço é justamente a porta de saída, onde
cria um ambiente elegante e com estilo. Quando
movimento Cow Parade, não passa despercebido
são entregues os carros para os clientes. Nela, há
combinado com cores marcantes – como vermelho
entre os visitantes da concessionária, e reforça ou-
um enorme painel com o desenho de uma estrada
e laranja –, ele deixa o ambiente descontraído e des-
tro conceito muito presente no ambiente: a música.
bastante rudimentar. “Deixamos o carro já voltado
colado. “Queríamos algo mais irreverente, diferente
“O som é a principal característica de um lugar des-
para a saída na hora da entrega técnica. Fazemos
das outras lojas da marca como a Land Rover ou
contraído, é algo importante e que prezamos muito.
toda a demonstração, ensinando tudo dentro dele. O
a BMW. A marca MINI, não só aqui, mas no mundo
Uma música bacana rolando deixa as pessoas mais
bacana é que o cliente olha pelo para-brisa e aquela
inteiro, é composta por cores mais sóbrias, que que-
à vontade”, conta Marcelo. O que toca na playlist da
estrada à sua frente já remete a uma sensação de
ríamos incluir na decoração”, explica Marcelo Hof-
Top Car? “O principal som é o deep house, uma músi-
estar livre, um momento bastante único”.
fmann, gerente comercial da concessionária. Outro
ca eletrônica com poucas batidas por minuto e mais
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TRENDS
TRENDS
“INVESTIR NESSA IDENTIDADE VISUAL REFLETE MUITO NA HORA DE ESCOLHER UM CARRO, MOSTRA QUE ALÉM DE TUDO ELE TAMBÉM POSSUI PERSONALIDADE.”
Esse tipo de conceito de loja acaba sendo um di-
identidade visual reflete muito na hora de escolher
ferencial para o cliente, que além de aproveitar os
um carro. Mostra que além de tudo ele também
produtos, consegue sentir o ambiente e se apro-
possui personalidade”, destaca.
Nereu Correa de Souza Neto, cliente
ximar da marca, assim como o engenheiro Nereu Correa de Souza Neto, que visitou a concessionária
Não é somente a decoração e o som ambiente, a
para curtir o espaço e tomar um café com o geren-
postura dos funcionários também compõe o lugar:
te. “Hoje eu estava com um pouco de tempo livre
por ser um espaço mais cool, é permitido que os co-
e vim conversar com o Marcelo para conhecer as
laboradores trabalhem com roupas menos formais
novidades. Eu me sinto bem-vindo aqui. É um lugar
e mais próximas da proposta da MINI. “Já vi clientes
descontraído, que me dá um conceito de liberdade,
entrarem aqui e, por conta da atmosfera, se senti-
o que é muito meu estilo. Tanto que optei por um
rem mais descontraídos, diferentemente de quando
carro conversível”, conta Nereu. Para ele, essa de-
vão num local mais formal. Até o fato de eu me ves-
coração despojada, a combinação de cores e todos
tir com um estilo mais casual, já muda a atitude do
os detalhes enchem os olhos de qualquer cliente.
cliente. É como se sentisse mais próximo; acho ba-
“Sinto-me totalmente à vontade, é diferente de en-
cana transmitirmos essa liberdade, que é a cara da
trar numa loja sem identidade. Poderia não ter ne-
MINI”, completa Marcelo, muito à vontade com sua
nhum carro aqui dentro, que ainda assim eu saberia
calça jeans, camiseta gola V e tênis, tão despojado
que se trata de um ambiente da MINI. Investir nessa
quanto o ambiente.
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TRENDS
“PODERIA NÃO TER NENHUM CARRO AQUI DENTRO, QUE AINDA ASSIM EU SABERIA QUE SE TRATA DE UMA LOJA DA MINI.” Nereu Correa de Souza Neto, cliente
ALÉM DOS CARROS A MINI não se limita apenas aos seus carros: os amantes da marca podem se expressar também em seus acessórios. Camisetas, casacos, bonés e até canecas fazem parte do “MINI Lifestyle”, conceito usado para denominar a linha de produtos que vai além das máquinas de quatro rodas. As roupas agradam a mais de um estilo: existe a coleção Rockstar, com uma pegada da elegância britânica, o estilo indomável de John Cooper Works e a linha MINI Originals, com peças mais cleans. Outra novidade que faz muito sucesso é a bicicleta, que é totalmente dobrável e regulável, atendendo a todos os públicos e feita para caber dentro do porta-malas de qualquer carro da marca. A ideia deu certo: o MINI de duas rodas é hoje um dos acessórios mais vendidos.
ESPECIAL CAPA
Paraíso DA
ARQUITETURA
CIDADES COMO DUBAI E ABU DHABI IMPRESSIONAM POR SEUS PRÉDIOS LUXUOSOS E MODERNOS
A cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é conhecida por seus extremos: nela encontra-se o prédio mais alto do mundo, os hotéis mais luxuosos do planeta, as construções mais excêntricas e as paisagens mais exuberantes. Ao mesmo tempo em que mantém um ar cosmopolita e moderno, preserva a cultura e tradição herdadas dos mulçumanos. Entre as buzinas dos carros e a badalação da cidade, é possível ouvir o som que vem das mesquitas nos momentos de reza e as conversas dos árabes nas famosas feiras ao ar livre. Contemporânea e rica em cultura, não é à toa que tem sido um dos destinos mais procurados para turismo, pois consegue atender ao público que procura requinte, mas que também gosta de ter contato com costumes diferenciados. No ponto de vista arquitetônico, Dubai e a as cidades da região recebem um destaque ainda maior. Nelas estão concentrados 30% dos guindastes de construção do mundo. Com alto poder de investimento, a região não desperdiça quando o assunto é realizar projetos arrojados. Um dos destinos mais visitados, a cidade de Abu Dhabi, localizada a aproximadamente uma hora de Dubai, é conhecida como um paraíso para os arquitetos. Nela encontram-se os prédios que impressionam por seus traços, cores, luxo e tecnologia. Construções como Burj Khalifa, Etihad Towers, Capital Gate e Aldar Headquarters são referências citadas por renomados arquitetos do mundo inteiro.
ESPECIAL CAPA
Detentor do título de arranha-céu mais alto do mundo, o Burj-Khalifa impressiona não somente por seus 828 metros
Burj Khalifa
de altura distribuídos em 160 andares, mas por sua deslumbrante arquitetura. A torre, conhecida inicialmente por Burj Dubai e rebatizada como Burj Khalifa no dia 4 de janeiro de 2012, data de inauguração, levou cinco anos para ser construída, com um investimento em torno de 4,1 bilhões de dólares, segundo seus construtores. O destaque da construção foi tão grande que o famoso estilista George Armani escolheu o Burj Khalifa para estrear no mundo hoteleiro. Assim, o Armani Hotel Dubai ocupa 35 andares do empreendimento, com suítes que reforçam o glamour e o alto padrão de design do estilista. Além do Hotel, outro destaque do prédio é o deck de observações batizado como “At the Top”. Aberto ao público, o mirante é localizado no 124º andar,
MQ Naufal / Shutterstock.com
a 422 metros de altura.
ESPECIAL CAPA
Quando pensava que não era mais possível inovar nos arranha-céus, os árabes surpreenderam novamente ao construir o primeiro prédio circular do mundo. Localizado em
Aldar Headquarters
Abu Dhabi, o Aldar Headquarters possui 23 andares distribuídos em 110 metros de altura, com um design totalmente circular. O edifício foi desenvolvido pelo escritório MZ & Partners, para abrigar uma empresa de engenharia da cidade. O projeto diferenciado rendeu ao escritório o prêmio na categoria “Melhor Design Futurista”, da Building Exchange (BEX) Conference, sendo reconhecido como uma das mais notáveis obras da arquitetura moderna do mundo. Cada andar do prédio possui entre 1.700 e 2.700 metros quadrados,
MQ Naufal / Shutterstock.com
além de grandes áreas de lazer.
ESPECIAL
CITIES
CONTRASTE O ANTIGO & O NOVO
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CITIES
CIDADES EUROPEIAS CONSEGUEM TRABALHAR A INOVAÇÃO SEM PERDER A IDENTIDADE por Cristina Souza – com ilustrações de Ismael Martinez
CITIES
“QUANDO SE PENSA EM ARQUITETURA, TEM QUE PENSAR NO POTENCIAL DA CIDADE.” Sílvio do Prado Hickel, arquiteto e urbanista
Algumas cidades ao redor do mundo são desta-
Mas como trabalhar essa ideia entre antigo e novo?
elas são adaptadas para também receber o novo.
ques não somente por sua cultura, gastronomia
Para o professor, arquiteto e urbanista Sílvio do
A intenção é realmente esse contraste, como se
ou costumes diferenciados – elas atraem turistas
Prado Hickel, mesmo as cidades que são conheci-
as esculturas quisessem dizer: eu sou novo, ali
do mundo inteiro por ter sua arquitetura em evi-
das por essa arquitetura mais antiga podem inves-
está o antigo que está sendo preservado e faz
dência. Antigas, contemporâneas ou modernas,
tir na inovação sem perder seu charme. “Essas ci-
parte da nossa história, mas nós não paramos
transmitem pelos seus prédios, monumentos e
dades icônicas incorporam novos prédios com uma
no tempo”, destaca. Uma cidade que ilustra esse
ruas, sensações únicas para quem escolhe visitá
nova leitura e novo significado da paisagem. Por
contraste evidenciado por Hickel é Bilbao, na Es-
-las. Cidades famosas como a francesa Paris ou a
exemplo, Paris foi feito há dois quilômetros do Arco
panha. Localizada no norte do país, é conhecida
inglesa Londres trabalham muito bem o contras-
do Triunfo, que é da época de Napoleão, o Arco de
por seus museus, pela bela catedral de Santiago
te entre seus prédios históricos com elementos
France, uma releitura do novo arco, feito de vidro,
de Bilbao, além dos teatros, palácios, centros cul-
modernos, sem perder suas características. Já
totalmente distinto e moderno. O que é novo tem
turais e suas praias. Apesar de ter uma presença
para quem prefere alta tecnologia e muito luxo,
que ser feito para mostrar essa inovação e evolu-
muito forte de elementos que rementem ao anti-
cidades como Dubai, nos Emirados Árabes, ou a
ção, mas sem desmerecer o antigo”, pontua.
go – como museus e palácios –, a cidade passou
canadense Toronto são referências por sua arqui-
por uma releitura arquitetônica que a deixou ainda
tetura moderna, com prédios muito trabalhados
O antigo, lembra o professor, não quer dizer velho.
em vidros e formas arrojadas, além de elementos
“As cidades mais antigas da Europa, por exemplo,
de alto padrão presentes em todos os detalhes.
são muito preservadas, ao contrário do Brasil
Em 1997, a cidade espanhola ganhou vida e mais
em que tudo vai ao chão. Além da preservação,
projeção com a obra do renomado arquiteto
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mais atraente para o turismo.
CITIES
Projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry, o Museu Guggenheim é hoje um dos locais mais visitados da Espanha.
canadense Frank Gehry, responsável pela criação do Museo Guggenheim. Quando se fala em museu, a primeira impressão é de uma construção antiga e clássica. Mas aí é que entra o grande contraste: Gehry inovou ao criar um museu com formas totalmente modernas, todo trabalhado em curvas acentuadas e formas de titânio. Os arquitetos Santiago Calatrava e Norman Foster também fizeram com que o centro da cidade com ares do século XIV recebesse características mais modernas. Agora, fazendo companhia para as construções clássicas, é possível visualizar uma variedade de prédios com linhas vanguardistas, muitos vidros e ousadia, emprestando à cidade um ar mais atual e jovem, fazendo assim com que ela passasse a ser bem quista, tanto para turistas que buscam as referências clássicas e românticas quanto para o público mais jovem, ávido por novidades.
CITIES
Ainda na Espanha, Valência também não passa despercebida quando o assunto é inovação. Terceira maior cidade do país, é berço de grandes elementos arquitetônicos, muitos deles criados pelo arquiteto Santiago Calatrava. Por ser uma das cidades mais antigas do país, a presença de prédios e monumentos históricos é bastante acentuada, em contraste com sua parte moderna. O antigo e decadente Centro de Artes e Ciências da cidade foi todo revitalizado por Calatrava e Félix Candela, recebendo prédios espetaculares e ousados. Destaque também para o Palácio das Artes da Rainha Sofia, que recebe concertos e obras teatrais clássicas dentro de sua arquitetura totalmente irreverente. Suas formas e a maneira como foi projetado com lagos em volta lembram um enorme e moderno barco, bem diferente do formato de outras óperas ao redor do mundo.
CITIES
Como exemplo de ousadia na arquitetura no Brasil,
se tornar problema, e não solução: “Em uma ci-
temos a capital Brasília, que traz uma série de pré-
dade como Florianópolis, para ter uma linguagem
dios, principalmente os públicos, com uma arqui-
arquitetônica que seja conhecida, primeiro temos
tetura fugindo do padrão. O renomado arquiteto
que estudar e conhecer cada elemento. Sua mor-
brasileiro Oscar Niemayer foi o responsável por
fologia urbana, como ela está hoje, como cresceu,
trazer novos olhares para muitas dessas obras.
tipo de ruas e vielas, para depois estudar onde
Porém, para o arquiteto Sílvio, antes de pensar
empregar a mudança e como fazer da melhor
em inovar no ambiente de uma cidade, é preciso
forma. Não adianta termos prédios lindos, sem ter
conhecê-la primeiro. “Acho que o caminho para
praças nem espaço para o público ter o conforto
inovar na arquitetura sem perder a identidade é
necessário para apreciar essas obras”, destaca. O
mesclar os estilos. Quando se pensa em arquite-
professor também acredita que a arquitetura traz
tura, tem que pensar no potencial da cidade. Não
uma grande visibilidade para a cidade, mas que ela
adianta nada nós importarmos soluções dos Es-
sozinha não vai fazer com que o lugar seja mais ou
tados Unidos ou da Europa e não pensarmos na
menos agradável. “Podemos ter uma arquitetura
nossa situação”, opina.
moderníssima, com materiais de última geração e prédios de encher os olhos, mas se for uma cidade
Em Florianópolis, por exemplo, ele lembra que tem
ruim de se transitar, ruim de visitar os espaços,
muitas áreas protegidas e muito mar em volta,
não vai atrair os turistas. Esse é o grande segredo:
portanto um modelo adotado em outro país pode
saber unir a praticidade e a beleza”, destaca.
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Construído no antigo leito do rio Turia, o Centro de Artes e Ciências foi projetado para ser um símbolo memorável e atrair mais turistas.
“VALÊNCIA TAMBÉM NÃO PASSA DESPERCEBIDA QUANDO O ASSUNTO É INOVAÇÃO. TERCEIRA MAIOR CIDADE DO PAÍS, É BERÇO DE GRANDES ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS, MUITOS DELES CRIADOS PELO ARQUITETO SANTIAGO CALATRAVA.”
ENTREVISTA
Fonte de Inovação MARIA AUGUSTA OROFINO ACREDITA QUE O MODO DE PENSAR E AGIR DAS PESSOAS É O QUE DETERMINA A BUSCA PELA INOVAÇÃO E CRESCIMENTO com fotografias de Michel Téo Sin
ENTREVISTA
Especialista em Inovação, Maria Augusta Orofino possui mais de vinte anos de experiência na área de consultoria organizacional. Mestre em Gestão de Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em Administração Pública e Marketing, Guta, como é conhecida, possui uma visão muito ampla sobre o que é inovação e como fazer para inserí-la em diversos ramos do mercado. Atualmente realiza trabalhos nessa área para a Inova SC, empresa responsável pelo programa de inovação do estado, além de ser diretora da Prospect Bussines Inovation, que faz consultoria de empreendedorismo, desenvolvimento de modelos de negócios, design thinking e inovação. Para Guta, a inovação deve ser incitada desde cedo, sendo um processo que acontece primeiro nas pessoas e passa a refletir nas empresas. A especialista acredita também que as formas de produção adotadas pelos grandes centros empresariais estão ultrapassadas, é preciso acompanhar o modo como os processos caminham, e não parar no tempo. Determinada, Guta possui opinião forte e personalidade marcante, que emprega na construção de seu trabalho que hoje é referência no país. Maria Augusta recebeu a equipe da Giacomelli Report na sede da Inova SC para a entrevista que você confere abaixo. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU A ÁREA DE INOVAÇÃO? Na verdade eu não escolhi, foi ela que me escolheu. Eu trabalhava com organização de evento, numa empresa chamada Prospect, e há cinco anos eu vi que aquilo que era um diferencial, já estava ultrapassado. Eu fui então estudar novamente, fiz um mestrado em Engenharia de Gestão do Conhecimento. Por conta dos estudos de temas, acabei me deparando em como inovar na mudança de modelos de negócio. Como sempre tive muito contato empresarial e trabalhei 20 anos como consultora, acabei me tornando uma especialista no Brasil. QUAIS AS MAIORES DÚVIDAS E OS MAIORES ERROS QUE AS EMPRESAS TÊM QUANDO O ASSUNTO É INOVAÇÃO? Para que você possa hoje ampliar mercado e ter um lucro maior, é preciso passar pela inovação. Quando as empresas estão numa fase que atingiram o topo de crescimento, elas precisam investir nessa área. As empresas chegam a mim para que eu realize um treinamento ou consultoria. O treinamento ensina as pessoas a inovar na empresa, e a consultoria, processos de monitoramento e supervisão. A inovação que trabalhamos não é tecnológica, é na forma de mudar as pessoas, o marketing e a gestão do seu negócio.
ENTREVISTA
E QUAL A MAIOR DIFICULDADE DAS EMPRESAS DE
mento e criação, geralmente empresas mais volta-
ACEITAR QUE PRECISAM BUSCAR A INOVAÇÃO?
das a uma questão onde o intelecto do trabalhador
É sair da área de conforto e aceitar que possuem
é mais importante. Para elas não interessa quando
um problema. É preciso entrar no inesperado, no
o trabalhador vai fazer o trabalho, pois elas enten-
desconhecido, porque a inovação é imprevisível,
dem que todos são empreendedores responsáveis
pois como ela pressupõe uma aceitação por par-
por aquele negócio, e o que interessa é a entrega
te das pessoas, só faz sentido se fizer sentido
do trabalho, não interessando se ele fez em cinco
para elas.
minutos ou se ele virou a noite para resolver aquilo. Essas empresas devem ter a pauta não nas horas
ANTES DE BUSCAR UM PROFISSIONAL PARA
trabalhadas, mas na entrega do produto. Essa é
AUXILIAR NO PROCESSO, AS EMPRESAS
uma quebra de paradigma muito grande. Algumas
COMEÇAM A ERRAR MUITO. ESSE ERRO É BOM?
empresas ainda não conseguem se adaptar a isso,
Em termos de aprendizado é bom. Nós sempre
infelizmente.
vemos retratado os casos de sucesso. Na verdade o processo de crescer recorre em erros calcu-
ENTÃO O CAMINHO É SER MAIS FLEXÍVEL?
lados. A falha não é intencional, mas quando ela
Quando você trabalha com criatividade não pode
acontece passa a ser um aprendizado para que
determinar a hora que isso vem. Eu por exemplo,
aquele grupo de pessoas saiba que não é mais
não tenho hora para trabalhar. Trabalho com aqui-
aquele caminho. Se nós tivermos ajuda de um pro-
lo que eu gosto, me divirto, me distraio, mas quan-
fissional, a chance do erro se repetir diminui. Tam-
do tenho que entregar eu entrego, não importa a
bém aprendemos com os erros, mas levamos
hora. Conseguir esse equilíbrio é aquilo que todo
mais tempo. Se estamos em um grupo coeso, eli-
mundo deveria almejar. Quando se muda o foco,
minamos etapas. Costumamos interpretar a falha
tudo fica mais flexível. O ambiente tem que ser
como um pecado. No entanto, o empresário que
de confiança, e não de medo. O modelo de gestão
não falha, não tentou. Nossa educação escolar
que a maioria ainda adota é de 1910, muito antigo,
não trabalha o erro como etapa de aprendizado.
como vou querer inovar se ainda sigo esse modelo? E tem empresas que utilizam essa linha de pro-
NO BRASIL, O QUE É DESTAQUE DE INOVAÇÃO?
dução e querem que os trabalhadores criem. Não
O Brasil é muito grande. Nós temos um Brasil em
vai sair, não tem como.
São Paulo que é muito inovador, ali acontecem os grandes processos de inovação. No norte, encontra-
QUAL A MELHOR MANEIRA ENTÃO
mos a inovação em outros aspectos, como no pró-
DE FAZER ESSA MUDANÇA?
prio manejo das florestas. Nosso país está desper-
A mudança deve acontecer nas pessoas. Se a gente
tando para esta necessidade, já temos muitos casos
não mudá-las, não vamos ter nada. Cada vez mais
bem-sucedidos. O Brasil tem uma visão empreen-
as empresas têm o reflexo das pessoas que estão
dedora, que facilita muito. Essa visão que a gente
trabalhando nelas. É a soma do produto final com
pode inventar e trazer o novo é muito do brasileiro,
as pessoas que estão nesse processo, isso em qual-
nós somos muito criativos. Mas a criatividade preci-
quer setor.
sa ser transformada em modelos de negócios, pois não é só inventar, é preciso saber como empregar
EM QUE SETOR O BRASIL PRECISA
e lucrar com isso.
DE MUDANÇAS URGENTES? Na educação. Ela passa por uma crise de identidade
EM RELAÇÃO AOS TRABALHADORES, O
seríssima, porque as crianças já estão no século XXI
QUE MUDOU NA FORMA DE PRODUÇÃO?
e o ensino ainda está em 1800. Nós temos um siste-
Compreender o valor e a contribuição que as pesso-
ma que é universalizado por caixinha, quando temos
as tem para dar é um desafio das empresas. Em-
que ter uma visão interdisciplinar, de tudo temos
presas que estão muito hierarquizadas, que ainda
que entender um pouco, e hoje eles ficam ensinando
têm um posicionamento de censura, que trabalham
tudo em compartimentos, sem sintonia. Isso preci-
ainda em linha de produção estão em um contra-
sa mudar urgentemente. Afinal, esse processo de
ponto. Agora existe um grupo enorme de empresas
inovação, começa desde cedo, desde o nascimento,
que estão surgindo, investindo na área de conheci-
passando por toda a maneira de educar a criança.
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ENTREVISTA
“A INOVAÇÃO QUE TRABALHAMOS NÃO É TECNOLÓGICA, É NA FORMA DE MUDAR AS PESSOAS.” “HOJE SE VÊ QUE A FALHA NÃO É PECADO, O EMPRESÁRIO QUE NÃO FALHA, ELE NÃO TENTOU.”
ENTREVISTA
VOCÊ É RESPONSÁVEL PELA INOVAÇÃO DO
produto de Estado, e não de governo.
GOVERNO DE SANTA CATARINA. QUAIS AS NOVIDADES QUE O ESTADO ESTÁ PREPARANDO?
E O QUE ESSE STATUS SIGNIFICA?
O nosso governo está buscando um plano extrema-
Significa que independentemente de quem estiver
mente arrojado e inédito no Brasil: implantar onze
no comando, as pessoas estarão motivadas a con-
pólos de inovação em diferentes cidades. Pretende-
tinuar esse trabalho permanentemente. Isso trará
mos implementar esses núcleos de inteligência aos
melhorias nas nossas indústrias, trazer produtos
moldes do Sapiens Parque, para promover a gera-
inovadores e com isso gerar empregos e renda.
ção de novos talentos em parcerias com as univer-
Esse modelo já está sendo implantado e vem sendo
sidades. Estaremos em sintonia com as indústrias,
referência no Brasil.
para saber o que elas precisam em termos de inovação e conhecimento. É o que chamamos de trípli-
COMO SERÃO ESSES CENTROS DE INOVAÇÃO?
ce aliança: governo, academia e sociedade.
São edifícios que ficarão instalados nessas cidades para criar o ambiente do empreendedor.
São cidades como Florianópolis, Itajaí, Joinville,
Todas as cidades terão uma referência única, te-
São Bento do Sul, Blumenau, Chapecó, Joaçaba,
remos um espaço para buscar informações, ca-
Jaraguá do Sul, Criciúma, Tubarão e Lages. Esse
dastrar empresas, realizar treinamentos, áreas
tem sido o movimento de uma rede catarinense de
de co-working e espaços para as incubadoras e
inovação para promover a integração das pessoas
empresas já graduadas.
que farão a diferença. Transformar a inovação em
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ESPECIAL
INOVAÇÃO AS DIRETRIZES PARA MANTER SUA EMPRESA COMPETITIVA por Cristina Souza
50
ESPECIAL
“O MAIOR ERRO É O INOVAR POR INOVAR, PORQUE ESTÁ NA MODA, PORQUE OS CONSULTORES DIZEM, PORQUE AS LIVRARIAS DE AEROPORTO NÃO PARAM DE VENDER BEST-SELLERS A RESPEITO.”
Com as mudanças cada vez mais frequentes em basicamente todos os setores do mercado profissional, uma palavra tem sido muito citada: a tal da inovação. Cada vez mais as manchetes apontam a palavra inovação ligada a nomes de grandes empresas, independentemente do setor: inova-se na propaganda, inova-se no ramo da telefonia, computadores surgem cada vez mais inovadores, empresas apresentam suas inovadoras sedes, presidentes de instituições apresentam discursos, é claro, inovadores. Mas o que será que essa palavra, tão em alta ultimamente, realmente representa? Tornar novo. Criar um novo caminho, aprimorar um conceito. Uma recente definição feita por Ron John-
Lígia Fascioni
son, vice-presidente de varejo da Apple, diz que inovar é “a fantástica intersecção entre a imaginação de alguém e a realidade”. Apesar de estar na moda,
percepção visual que ouvi, pela primeira vez numa
a inovação é interpretada muitas vezes de maneira
sala de aula, a palavra mágica “design”. Foi amor
errada pelas empresas. Na ânsia de não querer ficar
à primeira vista e depois desse primeiro contato
para trás, elas acabam lançando conceitos que, ape-
resolvi que teria como missão compartilhar tudo o
sar de modernos, não atendem ao seu público-alvo.
que eu aprendesse com meus colegas engenheiros
Então, não adianta pensar em inovação somente
para que eles pudessem ter a real dimensão do po-
como algo que envolva tecnologia de ponta – inova-
der dessa ferramenta”, conta Lígia.
ção pode ser algo até mesmo muito simples, minimalista, mas que se encaixa nessa categoria devido
Porém, além de se arriscar em novos caminhos e
ao sucesso de seu resultado final.
não ter medo de errar, existe outro fator que é preciso ser despertado nas empresas: a inovação deve
Para encarar a inovação, também é preciso estar
fluir, deve ser algo compartilhado. Para a psicóloga
disposto a correr riscos. Ideias novas nem sempre
e empresária Fernanda Bornhausen Sá, o maior pe-
significam que elas levarão ao caminho do sucesso
cado entre as empresas é deixar a responsabilidade
e é importante estar preparado para a possibilidade
de inovar somente para um setor. “Para que se te-
de fracassar. “Se as pessoas não puderem errar,
nha uma mentalidade inovadora, é necessário que
não arriscarão. Se os erros, em vez de encarados
os dirigentes da empresa estejam convencidos da
como oportunidades de aprendizado forem encara-
importância da mudança de modelo mental e que
dos como derrota, aí será necessário contar com
disseminem isso entre seus colaboradores. Todos
a sorte de acertar logo de cara, e a probabilidade
os colaboradores de uma empresa podem ter um
disso acontecer é muito baixa. Parece óbvio, mas
papel muito importante na inovação. Acima de tudo
boa parte das empresas erra justamente nisso”,
é preciso acreditar que a inovação está ao alcance
acredita Lígia Fascioni, especializada em Marketing
de toda e qualquer empresa”, ressalta Fernanda.
e doutora em Engenharia de Produção e Sistemas, com foco em Gestão Integrada do Design.
Fernanda iniciou precocemente na área de Psicologia: aos 17 anos, ingressou na Universidade Fe-
Se tem algo que Lígia pode falar com propriedade é
deral de Santa Catarina (UFSC). Assim como Lígia,
sobre correr riscos e experimentar mudanças. Sua
Fernanda também não teve medo de ousar, e usa
primeira formação foi em Engenharia Elétrica, mas
os conhecimentos adquiridos como psicóloga para
atualmente direciona sua carreira para a Comunica-
ajudar empresas a buscarem soluções dentro da
ção. “Fiz uma mudança na minha carreira profissio-
comunicação. “É uma formação que me ajuda muito
nal bem ao estilo século XXI, quando impera a mul-
como empreendedora, principalmente na área de
tidisciplinaridade e a oferta de serviços que antes
Comunicação e Marketing. Hoje em dia o sucesso
não existiam, com nomes, às vezes, bem estranhos.
de uma estratégia de marketing é o entendimento
Sou engenheira eletricista e trabalhei com robótica
das pessoas e, acima de tudo, a forma de conver-
por 12 anos, feliz da vida, até o dia em que resolvi
sar com elas. Vivemos em um tempo em que inovar
fazer uma pós-graduação em Marketing e me apai-
por meio do marketing é fundamental. Me desafio
xonei pelo assunto. Comecei a fazer cursos na área
em tudo que faço, então a mistura de psicologia,
e acabei me matriculando em outra pós, dessa vez
marketing, comunicação e inovação é perfeita para
em Comunicação e Propaganda. Foi numa aula de
mim”, pontua.
51
ESPECIAL
MÉTODOS DE INOVAÇÃO Depois de dar o primeiro passo e decidir trabalhar
muito certo, mas também pode dar muito errado.
com a inovação, é hora de pensar em como iniciar
Não há como saber”, opina Fascioni.
esse processo. Quais tipos de inovação podem alavancar uma empresa? Deve-se começar do zero?
Mas errar também é caminho. Quanto mais as pes-
Essas e outras questões permeiam as mentes da-
soas erram, mais próximas do acerto elas ficam; é
queles que decidem causar uma mudança de im-
preciso ter justamente um olhar inovador para po-
pacto no seu segmento, independentemente qual
der transformar as experiências ruins em alimento
for. Ter dúvidas não é algo ruim, pois são elas que
para as ideias certeiras. Porém, isso não pode se
servem como alavanca para buscar as melhorias
tornar uma regra: alguns erros já podem ser evita-
e respostas necessárias.
dos, deixando o caminho para o sucesso mais próximo. “Na minha opinião, o maior erro é o inovar por
Quanto ao seu grau de impacto, a inovação possui
inovar, porque está na moda, porque os consultores
dois métodos: pode ser incremental, melhorando
dizem, porque as livrarias de aeroporto não param
algum conceito já existente, ou radical, quando
de vender best-sellers a respeito. Inovar é um meio,
não apenas hábitos de consumo mudam, mas toda
não um fim, e essa é a mensagem mais importante
a base de competidores no mercado é afetada.
de todas! O fim é o cliente. Se a inovação não me-
“Considero que a inovação incremental é o básico
lhora a vida do cliente de alguma maneira, então
para a sobrevivência de qualquer empresa (e pro-
não vale”, conta Lígia.
fissional também), pois melhora pouco a pouco o que já se tem, sempre com o objetivo de melhorar
Lígia ainda diz que antes da empresa sair inovan-
a experiência do cliente. Costumo utilizar cliente
do sem norteamentos, precisa se certificar de que
no sentido amplo, aquele que remunera de acordo
está fazendo o básico com excelência. “Sem a lição
com o valor que percebe; isso inclui também fun-
de casa feita, não é possível partir para a próxima
cionários, parceiros e fornecedores. Mas a inova-
aula. De que adianta ter um site maravilhoso, um
ção radical é o sonho de consumo das empresas,
novo conceito de vendas e entregas, se o produto
é o oceano azul, é ser vista como referência, é ser
em si é ruim ou não funciona? De que adianta o
amada, admirada, invejada, e, por que não, copiada
produto ser inovador e ter mil funções embutidas
e imitada. É a que traz mais lucros também. Po-
se o serviço de atendimento ao cliente é péssimo?
rém – e sempre há um porém –, a inovação radical
Infelizmente, esse tipo de exemplo é o que mais se
é, por natureza, sempre a mais arriscada. Pode dar
vê no mercado”, critica.
VANTAGENS DE INOVAR DENTRO DA EMPRESA
ESCRITÓRIOS OUSADOS E INOVAD0RES Algumas empresas usam a tática de inovar pri-
Engana-se que esse tipo de ousadia nos escritórios
Inovar garante a sobrevivência do seu
meiro seu ambiente para deixar o local de traba-
possa ser feita somente em empresas que traba-
negócio em um mercado muito competitivo.
lho mais atraente, e como consequência, aguçar
lham com assuntos relacionados à criatividade e à
mais a criatividade de seus colaboradores para
comunicação. O escritório do banco Credit Suisse
criar. Dedicado ao design de escritórios empre-
em Zurique também apareceu na lista pontuada
sariais, o site norte americano Office Snapshot
pelo site, destacando não somente seu espaço ar-
fez um balanço dos escritórios mais populares
rojado para lazer dos funcionários, mas também
de 2012 no mundo. As empresas que mais se
a forma como foram trabalhados as cores, ilumi-
destacaram foram Pixar, Mojang, Apple, Google,
nação direta, plantas e o formato confortável das
Lego, Credit Suisse Zurique, entre outras. Entre os
baias, que emprestam um ar moderno, mas sem
pontos destacados nos escritórios estão os locais
perder a seriedade que esse ambiente precisa.
para descanso e entretenimento. Para ser inovadora, a empresa não precisa ser A empresa de maior destaque foi a Pixar, localiza-
moderna e pomposa. Se ela passar a mensagem
da em Emeryville, Califórnia. Quem projetou foi o
que deseja por meio de sua decoração e detalhes e
escritório de arquitetura Bohlin Cywinski Jackson,
oferecer um ambiente que deixe seus funcionários
contratado por Steve Jobs quando era CEO da em-
à vontade, já está sendo inovadora. A regra tam-
presa. A sede conta com campos de futebol, teatro,
bém vale para a arquitetura: inovar não é só pensar
piscina, quadras, salões de jogos, além de um de-
em algo moderno, de última linha, sem praticidade.
sign bastante arrojado, com personagens da Pixar
Sabe inovar justamente aquele que pensa no resul-
espalhados por todos os cantos.
tado final, que possui uma visão ampla capaz de surpreender sem perder a identidade.
52
Deixa seu produto com mais conceito, relevância e significado. Gera resultados que garantem longevidade para a sua empresa. Melhora a integração e comunicação do universo coorporativo com os clientes.
ESPECIAL
“É PRECISO ACREDITAR QUE A INOVAÇÃO ESTÁ AO ALCANCE DE TODA E QUALQUER EMPRESA”. Fernanda Bornhausen Sá
Lígia Fascioni é engenheira
Fernanda Bornhausen Sá
eletricista, mestre em
é psicóloga e empresária
engenharia elétrica na área
especializada em
de automação e controle
administração e orientação
industrial, especialista em
profissional. Ela possui mais
marketing e doutora em
de 20 anos de experiência
engenharia de produção
na área de comunicação
e sistemas, com foco
e publicidade, sendo sócia
em gestão integrada do
dirigente das agências
design (UFSC, 2003).
Prime Brasil e Prime São
Atualmente mora em
Paulo, Santa Catarina e Rio
Berlim, na Alemanha, onde
Grande do Sul. Atualmente
estuda o idioma para um
Fernanda é diretora da
futuro pós-doutorado.
Clear Educação e Inovação.
53
GIACOMELLI
GIACOMELLI
DEDICAÇÃO QUE RESULTA EM SUCESSO A GIACOMELLI IMÓVEIS ESTABELECE UMA RELAÇÃO DE COMPROMETIMENTO E CREDIBILIDADE COM SEUS CLIENTES
por Amanda Nascimento e Cristina Nascimento
Consolidada como uma das principais imobiliárias
O diretor-geral da imobiliária recorda que a traje-
Com comprometimento, a empresa se destacou
da região da Grande Florianópolis, poucos sabem
tória para chegar ao sucesso foi árdua: “Eu vendi
no ramo de locações de alto padrão, conquistando
como iniciou a história da Giacomelli. Para resga-
a parte de contabilidade, a Gicon, que é uma em-
áreas privilegiadas que serviram para nascimento
tar essa memória de mais de 25 anos de merca-
presa que ainda existe, tem em torno de 50 cola-
do slogan “Aluga melhor”, que representa a qua-
do, conversamos com o diretor-geral e fundador
boradores. Vendi a construtora também e fiquei
lidade dos imóveis e a dedicação que depositamos
da empresa, Antonio Giacomelli. A família de
somente com a administradora de imóveis. Não
em cada etapa do atendimento ao cliente. Excelen-
italianos migrou da cidade de Trento, em 1875,
foi fácil, mas conseguimos vencer. Passamos por
te localização e ambientes em ótimas condições
junto com os familiares de Santa Paulina, para a
muitas dificuldades para chegar onde chegamos”.
fazem parte da preferência dos locatários, mas o
cidade de Nova Trento, onde os pais de Antonio
Já à frente da Giacomelli Imóveis, um dos momen-
principal diferencial é o atendimento, garante An-
se casaram e posteriormente se mudaram para
tos que destaca como de maior dificuldade foi na
tonio Giacomelli: “A pessoa chega à Giacomelli para
a capital. Filho de ferreiro, ele preferiu trilhar seu
época do governo de José Sarney, em que o país
alugar, o corretor a acompanha até o imóvel. É a
próprio caminho, cursando Contabilidade e abrin-
passou por uma forte crise inflacionária: “Na épo-
única imobiliária que faz isso. Esse corretor abre
do um escritório no ano de 1973, quando tirou
ca da inflação alta, começou uma hiperinflação
o imóvel, mostra para o futuro locatário. Caso o
o CRECI junto ao Conselho Regional de Corretor
e os aluguéis não acompanhavam. Por exemplo,
cliente não encontre o imóvel, o corretor consulta
de Imóvel e começou a ter a atividade paralela
você alugava um imóvel por 10 mil, no dia seguinte
outros imóveis que se encaixem no perfil do clien-
à contabilidade, aluguel de imóveis. Nessa época,
já tinha desvalorizado, e o dinheiro valia 2 mil, isso
te, e, com o carro da empresa, vão a outro imóvel.
também tinha uma construtora de pequeno por-
foi muito difícil. Depois também teve uma grande
A empresa investe bastante nesse serviço. Temos
te. Somente em 1985 que o rumo dos negócios
dificuldade na época do Collor, pois com o confisco
uma equipe de corretores de plantão, mantemos a
mudou e surgiu a imobiliária Giacomelli. Antonio
das poupanças todo mundo estava sem dinheiro.
frota de carro toda atualizada, para oferecer con-
Giacomelli nunca deixou de se aperfeiçoar: em
Conseguimos vencer as dificuldades, e as glórias
forto ao locatário desde o momento que ele chega
2003, agregou mais uma graduação ao seu cur-
são aquelas do dia a dia. Cada imóvel é uma con-
à Giacomelli. A gente procura sempre fazer o me-
rículo formando-se em Direito.
quista, e assim prosperamos”, declara satisfeito.
lhor para o nosso cliente”.
55
CAPA GIACOMELLI
GOOGLE GOING A Giacomelli foi um dos casos de sucesso apresentados durante o evento anual Going Google, que destaca cases de empresas que implementaram a solução Google Apps for Business e aperfeiçoaram seu serviço com sucesso.
VEIA FAMILIAR E INOVAÇÃO
REPOSICIONAMENTO DE MARCA
Outro motivo de orgulho para Antonio Giacomelli
Recentemente a empresa optou por trabalhar
é poder contar com os filhos, Marco Antonio Gia-
a identidade visual e se dedicar na integração de
comelli e Karin Giacomelli Fonseca, e com a nora
seus canais de conteúdo: Giacomelli Report, site
Michele Giacomelli. Marco está à frente da gestão
reformulado, redes sociais, blog e programa de TV.
administrativa e comercial, enquanto Karin está na
Marco Giacomelli revela o que o motivou a inves-
diretoria do setor financeiro com o auxílio de Miche-
tir na imagem da empresa: “Estamos na fase final
le. Antenada com as tendências e buscando atender
de implementação do sistema integrado de gestão
seu público com conteúdo relevante, a empresa
tecnológica baseado em cloud computing, com
destaca a comunicação como ponto estratégico:
apoio de aplicativos para tablets e smartphones.
“É importante investir nessa construção do relacio-
Nosso arquivo físico está sendo todo digitalizado
namento com o nosso público. Nós já atuamos nas
dentro desse sistema. Em breve teremos tudo isso
redes sociais há alguns anos. Fomos, certamente,
disponível a nossos clientes, on-line e em tempo
uma das primeiras empresas na cidade a investir
real. Esse reposicionamento da empresa represen-
nessa forma diferenciada. A comunicação com o
ta um novo momento. Um momento de reforçar o
nosso público chega para melhorar e prover um
nosso comprometimento com a sustentabilidade e
conteúdo que seja interessante e, principalmente,
com a nossa cultura de fazer diferente. Tudo isso
pertinente”, afirma Marco Giacomelli.
para promover agilidade na comunicação e no desenvolvimento das funções de nossos colaborado-
A inovação é feita também na parte interna da imo-
res, tendo por consequência um atendimento cada
biliária. A ideia é otimizar os serviços oferecidos
vez melhor”.
para uma maior satisfação do público final: “Estamos investindo grande parte dos nossos esforços
Marco afirma que as alterações da identidade
na tecnologia da empresa, para oferecer mais faci-
visual foram feitas sem perder características
lidades. Com o lançamento do novo site, iniciamos
importantes, como a utilização das cores verde e
o desenvolvimento de uma ferramenta na qual o
branco: “Nós quisemos dar mais força para a nos-
cliente poderá acessar seus documentos e dados
sa marca, deixá-la mais corporativa. Contratamos
financeiros, solicitar reparos, acompanhar os ren-
um designer suíço para liderar essa reestilização.
dimentos etc.”. A empresa também proporcionará
Era importante manter a forma, as cores e princi-
ao cliente a possibilidade de resolver imprevistos,
palmente o nosso famoso G. Mas queríamos mais
consultar imóveis disponíveis para locação, entre
força, mais solidez”. O “G” de “Giacomelli”, agora
outros serviços via aplicativos para smartphones.
aparece em letra maiúscula, dando mais peso à
Inovar vai além de trazer o novo, é cultivar relacio-
assinatura institucional.
namentos, assim como a Giacomelli prioriza.
Marco Giacomelli apresenta o case da imobiliária na sede do Google.
56
IMAGEM
Ilustração: Ismael Martinez
&
O DRESS CODE
A MODA
MÔNICA ZAHER É CONSULTORA DE IMAGEM CORPORATIVA E PESSOAL FORMADA POR ILANA BERENHOLC E FAAP
A imagem corporativa foi, por muitos anos, sinôni-
por sua vez, é informada pelo cabelo, pela make
mo de sisudez. Apesar das inúmeras permissões
-up, pela postura, pela linguagem, pela forma física
dos mais diferentes tipos e locais de trabalho, o per-
e pela vestimenta. Simples de observar e gravar,
fil feminino sempre se colocou diante do mercado
esses aspectos são preponderantes, se levarmos
como representação de uma mulher austera.
em conta que não se tem a segunda chance de causar a primeira boa impressão.
Hoje sabemos, entre tantos outros detalhes, que não somente a roupa, mas a postura e os complemen-
Detalhes como cor de cabelo, tom de pele, estatu-
tos são o que agregam peso, valor e respeitabilidade
ra, formato de corpo e de rosto devem ser levados
aos diversos cargos ocupados pelo sexo feminino.
em conta na hora de se montar um guarda-roupa, após, logicamente, a definição do estilo pessoal de
A imagem pessoal é transmitida em 30 segundos,
cada um. É aí que entram as informações mais va-
nos quais se registram - via de regra - caracterís-
liosas: lifestyle, tipo e local de trabalho, atividades
ticas como a ocupação, a escolaridade, a persona-
desenvolvidas e adequação. O item bom-senso, en-
lidade, o humor, o estado civil, o sucesso, a classe
tretanto, é o que deve permear qualquer escolha.
social e a competência, por meio da aparência. Esta,
A atenção do público deve ser ao serviço prestado e não à roupa de quem representa a empresa. Elegante, sempre, chamativa, jamais! Importante lembrar que estar na moda não significa estar bem-vestido. E qual a melhor opção em caso de guarda-roupa para o trabalho? Em primeiro lugar, algumas regras não mudam com o tempo. Excesso de maquiagem, excesso de acessórios, unhas em cores berrantes, sandálias de tiras e saltos altíssimos, transparências, fendas, decotes pronunciados e tecidos que delineiam o corpo estão sempre fora de cogitação, assim como as roupas altamente es-
Os clássicos calça e camisa / saia e blusa - em versão atualizada com acessórios modernos, calçados confortáveis, cabelo e maquiagem discretos – são sempre a melhor opção para o ambiente de trabalho, seja ele formal ou informal.
portivas. Ainda que o ambiente de trabalho seja informal, não há como transportar as opções de final de semana para o atendimento ao público. No entanto, discrição não significa caretice. É possível ousar nos modelos e produções sem sair do clássico. Respeitando seu próprio estilo e retirando os
MODELO
Jéssica Hinckel
excessos que você normalmente usaria em situa-
COLABORAÇÃO
ções de lazer, não há como errar.
Espaço de Moda Carolina Faggion PRODUÇÃO E PESQUISA
Em qualquer situação, menos é sempre mais.
Mônica Zaher Consultoria de Imagem
57
DEGUSTE
Saboreando
MOMENTOS O BISTRÔ ISADORA DUNCAN É UMA BOA OPÇÃO PARA QUEM PROCURA BOA GASTRONOMIA E VISUAL PARADISÍACO
por Cristina Souza com fotografias de Michel Téo Sin
O fim de tarde ameno parecia fazer parte do cená-
tem uma história própria, fizeram parte da infância
rio do Bistrô Isadora Duncan. A Barra da Lagoa não
de um deles, são lembranças de clientes que se sen-
estava ensolarada e nem com vento sul comum
tem tão à vontade a ponto de deixarem sua contri-
de Florianópolis. O clima remetia a uma sensação
buição no local.
nostálgica, igual ao tom do lugar. A entrada do restaurante já indicava que não era um lugar qualquer,
Foi esse olhar, inclusive, que fez com que Amauri
rodeado de verde por todos os cantos. Se não fosse
e Greg desistissem do já popular restaurante que
a placa de madeira e o retrato da bailarina, o Bis-
mantinham na Lagoa da Conceição para começar
trô passaria como sendo uma das belas casas que
do zero esse novo projeto. “A gente já tinha um
entornam a Lagoa. O que não deixa de ser verdade
restaurante na Lagoa, mas quando conhecemos a
no final das contas. Construído pelos proprietários,
Barra, ficamos conquistados por ser um lugar ba-
o Bistrô Isadora Duncan é mais casa que restauran-
cana, bonito, com um ótimo visual. Quem desenhou
te. Aconchegante com suas doze mesas espalhadas
a casa toda foi o Greg, que apesar de não ser for-
entre o salão e a varanda, e sua decoração peculiar
mado, construiu todo esse projeto”, conta Dornelles.
feita de garimpos das viagens que os sócios Greg
Anexa ao restaurante, também se encontra a casa
e Amauri Dornelles fazem pelo menos uma vez ao
dos sócios no andar de cima e na cobertura um pro-
ano pelo mundo. Tudo ali é único – as bolsas no esti-
jeto promissor no Brasil: uma suíte superexclusiva,
lo retrô penduradas em cima do balcão pertenciam
de apenas um quarto e com uma vista de encantar
à mãe de Greg; o Ganesh, cultuado deus hindu, e o
os olhos de quem a visita. “Tivemos a ideia da suí-
Buda, que descansam em cima da bodega de vinhos,
te para que os casais possam vir e ficar à vontade,
são um dos vários mimos deixados pelos clientes;
tomar um vinho, apreciar uma boa comida e depois
a enorme porta de madeira que divide o salão e o
descansar”, explica o proprietário.
banheiro veio de Bali. Cada elemento da decoração
58
DEGUSTE
Por falar em boa comida, os pratos servidos no
de maneira leve para aproveitar e ter qualidade de
Bistrô são tão especiais quanto a sua ambientação.
vida. O contato com os clientes é muito à vontade,
Preparados todos por Amauri, o cardápio oferece
nos colocamos no lugar deles: os deixamos como se
variedades de peixes, frutos do mar, carnes e aves.
estivessem em casa. Escolhemos fazer dessa ma-
Alguns, como o camarão com laranja, são tão famo-
neira, até por ser um ambiente mais intimista. Por
sos que estão presentes no menu há mais de uma
conta disso, construímos muitas amizades e temos
década. “Eu não sou formado em gastronomia, co-
muito retorno positivo”, alegra-se Amauri.
“A IDEIA É VIR, FICAR À VONTADE, TOMAR UM VINHO, APRECIAR UMA BOA COMIDA E DEPOIS DESCANSAR.”
zinho por prazer. Minha experiência vem da vida, de casa, tudo aprendi observando. Existe aquele ditado:
Assim como a decoração, a trilha sonora do ambien-
se você escolhe fazer o que gosta na vida, não preci-
te é marcante. “A nossa seleção musical também
sa trabalhar um dia sequer. Eu sempre gostei muito
é bastante especial, com muita música boa. Sem-
de cozinhar e ficar em casa, e aqui faço exatamente
pre ouvimos Bossa Nova, Buddah Bar, Dani Carlos,
isso”, conta Amauri, que apesar da culinária de alta
e sons assim”, explica Dornelles. A música agrada
qualidade, não gosta de ser chamado de chef.
tanto aos clientes que o Bistrô também disponibiliza o CD com a trilha sonora para quem quiser adquirir,
Os ingredientes que compõem os pratos também
e a procura, segundo o proprietário, é grande.
são garimpados em diversos lugares, desde o quintal de casa, como a banana que faz jus à sobremesa
Essa maneira leve e simples é refletida em cada
mais pedida e os temperos que dão o toque final,
canto do Bistrô. Impossível não se sentir à vontade
até frigoríficos especiais. “Fazemos as compras
sentado nas grandes poltronas de estilo vintage ou
maiores na quarta-feira, para deixar tudo pronto
tomando um bom vinho de frente para o mar. Não é
para o final de semana. Trazemos um pouco de
à toa que a bailarina norte-americana Isadora Dun-
cada lugar, é uma via sacra. Vamos sempre atrás
can foi a escolhida para dar nome a este local. “Ela
dos melhores ingredientes, o que não significa que
foi uma mulher inovadora, que fazia seus próprios
precisa ser sempre nos lugares mais caros”, expli-
ideais, que gostava de expor suas ideias, uma pes-
ca. Essa maneira de conduzir as coisas, tão casei-
soa forte. A gente queria homenagear uma pessoa
ra e simples, faz do Bistrô Isadora Duncan um dos
e a escolhemos por sua personalidade, que reflete
lugares mais procurados e exclusivos da cidade.
o nosso restaurante”, conta Amauri.
“Estamos aqui há dezoito anos, sempre trabalhando
60
Amauri Dornelles, sócio-proprietário
DEGUSTE
HOTEL DE UM QUARTO SÓ Oferecendo muita privacidade e exclusividade, os hotéis de um quarto acabaram virando moda ao redor do mundo. Luxuosos e em locais inusitados, eles ganham os turistas que procuram tranquilidade e muito conforto. O Bistrô Isadora Duncan foi o primeiro do Brasil a aderir essa tendência, mas com alguns diferenciais que ganham o público. Além da bela vista para a Lagoa e natureza ao redor, ele se difere por oferecer a privacidade desejada. “O bom da nossa suíte é que ela fica em cima do Bistrô, com tudo perto. Além da boa hospedagem, as pessoas também recebem refeições de qualidade. Nós que preparamos todo o café da manhã e deixamos na entrada, sem precisar perturbar os hóspedes”, destaca Dornelles.
“RECEBEMOS PESSOAS DE MUITOS LUGARES DO BRASIL; ALGUMAS VÊM DE SÃO PAULO, RIO GRANDE DO SUL E OUTROS ESTADOS SÓ PARA PASSAR A NOITE AQUI.”
Desde que foi instalada, a suíte não fica um só final de semana sem reserva. “Recebemos pessoas de muitos lugares do Brasil; algumas vêm de São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados só para passar a noite aqui”, conta. Não é para menos: a suíte possui um ar rústico presente em cada detalhe dos móveis. A cama, gigantesca e clássica, possui lençol de mil fios que ficam cobertos por pétalas de rosas quando a suíte é reservada. O toque final fica por conta da enorme banheira de hidromassagem na varanda, aquecida a gás. Visualizando todo esse conjunto, é totalmente justificável esse deslocamento e a grande procura, afinal o ambiente é mesmo apaixonante.
Amauri Dornelles, sócio-proprietário
61
MY PLACE
SELEÇÃO ESPECIAL CARVALHO FRANCÊS: UM CONVITE PARA APRECIAR BONS VINHOS
por Amanda Nascimento com fotografias de Michel Téo Sin
MY PLACE
“PROPORCIONAMOS ESTILO E EXPERIÊNCIA PARA O CONSUMIDOR.” Queivin Nicoloso, sommelier
MY PLACE
Intimista. Essa é a característica marcante do Car-
só ficam nos cuidados em manter a qualidade
como descreve Queivin: “Tentamos caracterizar
valho Francês, localizado no principal acesso às
dos vinhos, como a climatização com tempera-
o ambiente como vinícolas. A equipe viajou para
praias do norte de Florianópolis, na Rodovia SC-
tura entre 16 e 18 graus e a iluminação indireta,
conhecer diversas adegas. Os arquitetos também
401. A fachada indica o aconchego do lugar, com
para armazenar os vinhos em condições ideais.
foram bem felizes em seus projetos ao utilizarem
barricas, tijolinhos e madeira de demolição, que
Inaugurada em julho de 2012, a loja prima por
barricas reproduzindo o amadurecimento dos vi-
funciona como um cartão de boas-vindas para as
vinhos selecionadíssimos, trabalhando com um
nhos e pedra natural, que dá um charme para o
preciosidades que o seu paladar vai encontrar. Logo
número limitado de rótulos, no intuito de manter
local; as madeiras são todas de demolição”. Os
na recepção encontra-se um ambiente amplo, com
o controle de qualidade: “O Carvalho Francês é
vinhos estão todos na horizontal, separados por
diversos acessórios do interesse dos entusiastas
uma importadora que tem uma filosofia diferen-
nichos, que determinam de que vinícola a bebida
do vinho. São taças, decanters, saca-rolhas, entre
te na forma de oferecer os seus produtos, prin-
procede. É um salão grande, onde você se sen-
outros itens que compõem esse primeiro espaço
cipalmente os vinhos, que importamos mediante
te em um verdadeiro cultivo de uvas. Algumas
visitado pelos clientes. A decoração indica o que re-
degustação. Primeiro conhecemos a vinícola e o
prateleiras são de caixotes de madeira, além de
servam os dois andares abaixo. A sensação é estar
conceito dela. Após a degustação, escolhemos e
ter uma enorme mesa rústica e as instalações de
prestes a descobrir os segredos de sabores únicos
importamos. Pegamos somente aquilo que está
uma cozinha, onde acontecem as degustações.
e raros em meio à atmosfera do cenário, compos-
favorável na ocasião, porque o vinho depende de
“Proporcionamos uma experiência apresentando
to por caixas de papelão que decoram asparedes
fatores climáticos, então não é um produto que é
a nossa adega, contando as histórias e o método
pretas que são utilizadas como lousa, caixotes de
igual de um ano parao outro, tem uma variação”,
de produção. O espaço gourmet está disponível
madeira, dois telões emoldurados por vinhos, um
garante Nicoloso. Esse cuidado com a escolha dos
para os clientes prepararem os seus pratos e nós
preview do que aguarda os visitantes nos andares
produtos é indispensável para que o ambiente se
fazemos a harmonização com os produtos que te-
que seguem. Para conhecer mais, siga com o som-
torne único e apaixonante, além, é claro, do visual
mos aqui no Carvalho. As degustações semanais
melier Queivin Nicoloso, que terá o prazer de apre-
minuciosamente projetado.
são acompanhadas com pães, queijos e frios, nas
sentar os segredos da loja.
quais poderão ser feitas em grupos de amigos”, O Carvalho Francês contratou uma equipe de
Descendo os degraus, os resquícios de moderno
cena e arquitetos que pensaram em cada detalhe,
65
convida o sommelier.
MY PLACE MY PLACE
Existe uma parte ainda mais especial no Carvalho
nas 14 mil garrafas”.
Francês: o segundo subsolo, onde estão disponíveis as safras mais raras, como comenta Nicoloso:
Além dessa raridade, quem visita o Carvalho Fran-
“Nesse ambiente nós reservamos para os vinhos
cês pode conferir vinhos da Espanha, de Portugal,
que têm uma produção mais de guarda, de 35 anos
da Argentina e do Chile. Em breve, outros rótulos
de idade. É um espaço que desperta curiosidade do
devem entrar para a lista seleta: “Estamos indo
cliente em saber o sabor que tem dentro de cada
para a Califórnia, e futuramente trabalharemos
garrafa, abrir aqui mesmo e apreciar, como se fos-
com a França e a Itália. Temos um limite de rótu-
se um momento raro, um vinho que não se encon-
los na vinícola, não trabalhamos com toda linha, e
tra em qualquer lugar”. É nesse setor que fica um
com isso, conseguimos manter a qualidade e exclu-
dos favoritos do sommelier. Queivin destaca um
sividade”, adianta o Sommelier. Para quem quiser
Aresti – Family Collection, safra 2008: “É um ícone
conhecer um lugar acolhedor, vivenciar momentos
da vinícola, ele é uma samblage. Uma mistura de
especiais e saborear vinhos escolhidos a dedo. O
quatro uvas (merlot, cabernet, carménère, shiraz).
carvalho Francês está de portas abertas, garantin-
Esse vinho tem uma produção muito pequena: ape-
do a satisfação de paladares apurados.
66
Carvalho Francês Rod. SC-401, 7.563 – Sto. Antônio de Lisboa Florianópolis – SC www.carvalhofrances.com.br
MY PLACE
“É UM ESPAÇO QUE DESPERTA CURIOSIDADE DO CLIENTE EM SABER O SABOR DO QUE TEM DENTRO DE CADA GARRAFA.” Queivin Nicoloso, sommelier
SOMMELIER DA CASA Queivin Nicoloso fala com intimidade sobre vinhos. Esse conhecimento não vem só dos cursos e dos anos de profissão: já veio do berço. Natural de Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul, seu avô era um produtor de vinhos coloniais: “Ele tinha uma plantação de uvas, comprava mais uma quantidade e produzia. Desde pequeno eu cresci vendo aquilo, admirando toda essa arte que é a produção da bebida. Quando cresci, vim para Florianópolis, acabei indo trabalhar na área gastronômica e o vinho sempre me fascinou”. A partir de 2008, Queivin se dedicou em fazer o curso de sommelier e optou por apreciar vinhos e estudar os diferentes tipos: “Quanto mais nós aprendemos, mais temos certeza deque tem ainda mais a descobrir. Hoje se produz vinho praticamente em todo o mundo e sempre há um novo método de produção, uma uva nova”, fala entusiasmado sobre o ofício que não poderia ser mais prazeroso.
COBIÇA
Poltronas &Cadeiras PARA UM ESTILO CLÁSSICO
UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DO SEU ESCRITÓRIO. AFINAL, É NELA QUE VOCÊ PASSA SEUS DIAS
CADEIRA CLÁSSICA Encontrada em diversas cores, pode compor diferentes estilos de escritório.
POLTRONA EGG Para um ambiente ousado e intimista, a poltrona do designer alemão Arne Jacobsen é perfeita.
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COBIÇA
POLTRONA TULIPA Design de Eero Saarinen com visual clean e muito confortável.
POLTRONA BARCELONA Um dos ícones do design alemão, criada por Ludwig Mies van der Rohe e Lilly Reich.
POLTRONA EAMES Para quem prefere as clássicas e estilosas.
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INSPIRE-SE
DENTRO DE
CONTEXTOS
Foto: Lio Simas/Divulgação
AMBIENTES PENSADOS PARA DIFERENTES ESTILOS DE VIDA
INSPIRE-SE
Sensações, aromas e sabores são algumas das inspirações que compõem os ambientes da Mostra Casa Cor Santa Catarina 2013, que foi realizada em junho, em Florianópolis. Selecionamos cinco ambientes que encantaram e surpreenderam o público. Com a atmosfera das metrópoles, o Estar Urbano; ousado e vibrante, Studio Deseo para os amantes das artes, o Living; com os ares de cyber cultura, Estúdio Vlogger e para os amantes de gastronomia, a Sala do Marido Gourmet. Confira e apaixone-se.
ESTAR URBANO Os arquitetos Moacir Schmitt Jr e Salvio Moraes Jr assinam o projeto do ambiente Galeria Deca & Estar Urbano. O Estar Urbano traz a proposta de um ambiente corporativo que foge dos padrões já conhecidos. Inspirados no conceito urbano, os arquitetos trouxeram para o projeto os tons terrosos, superfícies foscas e com brilho, formas puras, desconstrução, geometrias, arte, arquitetura, cores, misturas e estilos. Para compor o ambiente, obras de arte que mesclam estilos, técnicas e épocas. Um dos destaques é a obra intitulada “Transformação” em acrílica sobre tela, da artista Fabiana Langaro Loos. O piso foi revestido com mármore de origem italiana em cor de chocolate, com veios brancos e dourados. As tapeçarias também são um atrativo à parte: Salvio e Moacir assinam o desenho da tapeçaria de 35 metros quadrados, produzida exclusivamente para o ambiente.
CASAdesign Interiores (47) 9948-8671 www.casadesigninteriores.com.br
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STUDIO DESEO O designer de interiores Aristide Pinheiro e as arquitetas Flávia de Carvalho, Tábata Gesser e Vanessa Schmidt assinam o projeto Studio Deseo. O Studio Deseo foi criado para um cliente fictício idealizado pela equipe Blanc Concept Design. O ambiente reflete o perfil do colecionador de arte, DJ nas horas vagas, apaixonado por música e um ótimo anfitrião. Vibrante e ousado, o espaço transmite paixão, energia e excitação. Além de impressionar visualmente com obras de arte, o Studio Deseo foi estruturado com peças desenvolvidas pelos criadores do ambiente, como a bancada gourmet que aparece com uma base desconstrutivista. O projeto foi desenvolvido para proporcionar ao público uma experiência com o ambiente e que possa ter percepções diferentes seja pela música, arquitetura, aromas ou cor.
Blanc Concept Design (47) 3360-2700 blanc@blanc1.com.br
Foto: Lio Simas/Divulgação
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Foto: Cicero Viegas/Divulgação
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Foto: Sidney Kaur/Divulgação
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LIVING
SALA DO MARIDO GOURMET
Os designers de interiores Maurício Christen e Claudio Schramm
Ambiente assinado pela arquiteta Juliana Pippi.
apresentam o projeto de arte e design Living. Receber os amigos e saborear um bom prato é o convite que a Moderno e aconchegante, o Living foi dividido em três espaços:
Sala do Marido Gourmet apresenta. O projeto é uma homena-
hall de entrada, living e lavabo. A ideia que norteia o projeto é
gem da arquiteta para os homens que apreciam gastronomia
de uma decoração voltada a colecionadores e amantes da arte
e não dispensam uma cozinha bem equipada e receptiva. O am-
e design, refletindo no ambiente esse sentimento. A iluminação
biente é um grande living, com cozinha integrada, trazendo o
é pontual e o contraste de cores fica por conta da base neutra,
significado mais social que a cozinha ganhou nos últimos anos,
com branco, tons terrosos e as cores vibrantes dos móveis e
quando passou a ser o centro das residências. Com cores fecha-
peças de decoração. O Living também conta com o trabalho do
das e intensas, Juliana Pippi utilizou tons que lembram o concre-
catarinense Jader Almeida, que assina duas importantes peças:
to ao preto, passando pelo marrom e pelo acobreado. O azul
a mesa Dinn e a poltrona Ipanema. Para finalizar, um grande jar-
é utilizado para quebrar os tons sóbrios, trazendo alegria para
dim vertical filtrado pelas cortinas Unilux Diamond, da coleção
o ambiente. Madeiras de diversos tons, couros naturais e aço
Soft, deixa o ambiente ainda mais receptivo.
também fazem parte da composição.
Maurício Christen Interiores
Juliana Pippi
(47) 3323-6958
(48) 3225-3974
mauricio@mauriciochristen.com.br
www.julianapippi.com
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Foto: Lio Simas/Divulgação
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ESTÚDIO DO VLOGGER O Estúdio Vlogger é assinado pela Schneider | Martins Arquitetura. Inspirado nos “videobloggers” e projetado para ser um espaço informal, confortável e muito moderno, o Estúdio Vlogger expressa o conceito de “conectividade”. Os arquitetos Felipe Schneider, Marcelo Martins e Mariana Germani desenvolveram o espaço pensando em um personagem internauta, eclético e antenado. A intenção é proporcionar um ambiente despojado e irreverente, destinado a uma pessoa que tem como passatempo gravar vídeos em casa, tecendo opiniões sobre variados assuntos e postá-los na internet. O cosmo virtual fica por conta de um jogo de telas de LED, que transmitem os vloggers mais acessados do Brasil. As cores mesclam base neutra em tons de cinza: CMYK (Cyan - Magenta - Yellow - Black) nos estofados e o RGB (Red - Green - Blue) das telas de LED. Schneider | Martins Arquitetura (48) 3222-4766 www.smarq.com.br
HOBBY
&
Paixão Aventura EMPRESÁRIO DO MERCADO PUBLICITÁRIO CATARINENSE, O GAÚCHO JOSÉ NETTO CONTA À GIACOMELLI REPORT SOBRE O QUE FAZ PARA SAIR DA ROTINA: MOTO TRIP
Em solo catarinense há 26 anos, José Netto trouxe de seu estado não somente sua dedicação ao trabalho como também o amor por motocicletas. Essa paixão vem dos tempos que ainda era um garoto e nem tinha idade para sair por aí pilotando. Sem dinheiro para realizar o desejo de ter uma moto, foi aos poucos chegando mais perto desse sonho. Primeiro comprou uma bota, depois um capacete. Aos 16 anos, Zé Netto, como gosta de ser chamado, comprou a sua primeira motocicleta, uma Yamaha RX 150 cilindradas. Na época já se arriscava com os amigos em pequenos passeios e corridas, o que para eles já proporcionava a típica sensação de aventura trazida por duas rodas.
HOBBY
José Netto em moto trip ao Lago Titicaca.
No hall da OneWG.
Com a chegada de novas responsabilidades da
gostaria de ir com eles. Faltando uns 20 dias eu
vida profissional, as motos foram ficando de lado:
comprei uma Suzuki 650 cilindradas”.
“Depois de um tempo eu tive uma Honda ML 150
Murilo Naspolini, Marcelo Dellagiostina, Paulo Mueller e José Netto em momento descontraído em Florianópolis.
cilindradas e, mais para frente, uma CB 400. Mas
Antes de partir para a primeira grande aventura
aos 25 anos eu casei, vendi a moto, fui trabalhar no
depois de tantos anos afastado das duas rodas,
Zero Hora em Porto Alegre e nunca mais pilotei”.
Zé Netto preferiu fazer um teste em solo nacional: “Estávamos entre 6 amigos que propuseram
Zé trabalhou nos jornais Zero Hora e Diário Cata-
outra viagem antes de ir ao Atacama, para ver se
rinense durante 21 anos. Logo após esse período,
eu ainda sabia andar de moto. Fomos para a Serra
tornou-se sócio do empresário Wilfredo Gomes,
da Graciosa, uma subida no Paraná, na cidade de
com quem dividiu até 2012 a diretoria da agência de
Curitiba, toda de paralelepípedo, o que dificulta a
publicidade OneWG, atuando hoje como presidente.
subida. Feita a prova, partimos para o Atacama”.
Após tanto tempo focado no mundo dos negócios, Murilo Naspolini, José Netto e Paulo. Travessia do Lago Titicaca para Praia de Copacabana, na Bolívia.
Em viagem no deserto do Atacama.
Zé Netto redescobriu sua antiga paixão por acaso.
Na rota, o grupo saiu de Florianópolis, subiu pela
Em um encontro entre amigos percebeu que eles
BR-282 e seguiu até a divisa de Santa Catarina com
estavam combinando uma viagem de moto para o
a Argentina. Passou por dentro do continente e
Deserto do Atacama e logo manifestou interesse:
voltou pelo litoral do Pacífico, entrando novamen-
“O Paulo Müller, meu amigo há 25 anos, ia passar
te na Argentina até retornar ao Brasil. Essa foi a
uma temporada nos Estados Unidos e reuniu al-
primeira sequência de lugares paradisíacos que Zé
guns amigos em uma pizzaria para se despedir.
Netto explorou sobre duas rodas. A viagem foi re-
Nessa ocasião eles estavam conversando sobre
alizada em 2010, com duração de 17 dias e 8 mil
a viagem para o Atacama, que aconteceria em
quilômetros rodados. Outros destinos já percorri-
60 dias, e logo perguntei se eu poderia acompa-
dos foram: Buenos Aires, Punta Del Leste, Machu
nhar a viagem. Paulo me questionou se eu andava
Pichu e Toscana.
de moto. Expliquei que atualmente não, mas que
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HOBBY
A CIDADE PERDIDA DOS INCAS Em 2011, foi a vez de contornar as curvas de Machu Picchu, no Peru, em uma viagem que durou 26 dias. Motivados a compartilhar as paisagens e histórias, Netto e os amigos resolveram criar o blog Paralelo 27 (clicrbs.com.br/paralelo27), no qual compartilham destinos de tirar o fôlego. “Rodamos 10 mil e 200 quilômetros, fomos em 4 amigos, mas terminamos em 3, porque um amigo nosso sofreu um acidente. Saímos de Florianópolis e fomos para Curitiba, Mato Grosso, Acre, Assis Brasil (AC), que é a última cidade brasileira que faz divisa com o Peru, atravessamos o Peru, Bolívia e descemos pelo Pacífico até a Argentina. Em quilometragem foi a maior viagem que fizemos. Se olharmos a geografia do Machu Picchu, podemos ver um índio deitado: o sítio arqueológico parece um cocar, e a montanha seria o nariz do índio. Fica a 2.400 metros do nível do mar e é um passeio turístico no qual subimos a pé, mas nem todo mundo consegue fazer por causa da altitude. O esforço foi recompensado, porque lá em cima tem a vista de todo Machu Picchu”.
HOBBY
DESAFIOS
Passagem por Les Calanques, na França, com Murilo Naspolini, Nilo Oliveira e José Netto.
ACIDENTE
Como já é de se imaginar, nem tudo são flores.
a rota para o Machu Picchu, o grupo encontrou di-
“Outro momento de dificuldade foi quando um com-
E quando se sai pelo mundo fazendo moto trip,
ficuldades para conseguir gasolina no interior da
panheiro nosso sofreu um acidente de moto, na divi-
espera-se que um problema ou outro poderá
Argentina, como relata Zé Netto: “Tem uma pas-
sa do Peru com a Bolívia. Ele sofreu uma queda, teve
acontecer. No entanto, Zé Netto se considera com
sagem interessante: estávamos na reserva e não
uma luxação no braço e estragou a moto dele. Tive-
sorte, já que as dificuldades são poucas se com-
encontrávamos combustível em nenhum posto.
mos muita sorte, pois vinha um táxi e estávamos a
paradas ao prazer que as viagens proporcionam:
Começamos a ficar apavorados e resolvemos pa-
dois quilômetros do hospital. Chegamos lá, pagamos
“Na primeira viagem para o Atacama, não tivemos
rar um carro e comprar combustível do motorista.
dois reais para fazer a radiografia e o médico disse
nenhum problema, nem pneu furado. Somente
Ele nos informou que mais para frente havia uma
que era uma luxação. Deixamos a moto dele em um
quedas, que chamamos no motociclismo de que-
marina, cujo dono vendia gasolina”. O problema
posto policial no Peru, atravessamos de moto até La
das bobas. Como as motos são pesadas, se tem
ainda não estava resolvido, Zé Netto conta que o
Paz, ele foi embora, e nós seguimos viagem”.
um buraco, a moto inclina um pouco e a tendência
responsável não estava no local. “Descobri que ele
é cair, pois elas pesam 200 quilos e não consegui-
morava ali perto e fui à casa dele sozinho. Expliquei
mos segurar”.
que estávamos viajando, que tínhamos um blog de
DESTINOS
aventura e que precisávamos de ajuda”. Deu cer-
Em novembro de 2012, Zé Netto realizou a viagem
Na viagem para o Peru, o problema foi mais grave:
to. Por fim, recebemos a gasolina e ganhamos um
que é a sua preferida até o momento. Mais uma rota
faltou combustível. Além de furar o pneu durante
amigo. Abastecemos a moto e fomos embora.
com os amigos Murilo Naspolini e Nilo Oliveira que pode ser conferida no Paralelo 27. Foi uma viagem de mais de 2 mil quilômetros, passando por Toscana, na Itália, e por Cote D´Azur e Provence, na França. Zé não conhecia a Itália, o que tornou a trajetória ainda mais especial: “Saímos de Florianópolis, pegamos um avião, fomos até Roma e depois para Firenze, onde alugamos as motos e partimos para Toscana, ficamos viajando 10 dias. Passamos também por Provence e Côte D´Azur. Eu não conhecia a Itália, país onde tem cidades muito interessantes, como Cassis, um lugar cheio de fendas, que eles transformaram em píer”. Zé Netto indica o filme “Sob o sol de Toscana” para apreciar os encantos dessa região da Itália.
PRÓXIMA PARADA Viajar de moto é um momento só seu”. E o desejo por novos horizontes não para por aqui: Zé Netto também se prepara para ir ao Aconcágua, que tem 6.960,81 metros de altitude e é o ponto mais alto do o Hemisfério Sul, localizado nos Andes argentinos. Aguarde e inspire-se nas aventuras desse empresário que resolveu sair pelo mundo sobre duas rodas.
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