Autonomia

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AUTONOMIA HETERONOMIA IMMANUEL KANT


Atividades de pesquisa Para melhor entendimento do tema: Liberdade e Determinismo , a sala realizará atividade de Pesquisa:  Pesquisa em grupo (4 pessoas)  Buscar duas reportagens em que a liberdade da s pessoas aparece respeitada e duas em que essa liberdade é reprimida ou ignorada.  Recortem as matérias e colem numa folha avulsa.  Caso alguém selecione reportagens de TV, escrever um pequeno resumo sobre elas. 



Autonomia e heteronomia 

Segundo o Dicionário básico de Filosofia, a palavra autonomia significa liberdade política, autodeterminação e capacidade de governar a si mesmo. De acordo com a filosofia kantiana, autonomia “é o caráter da vontade pura que só se determina em virtude de sua própria lei, que é conformar-se ao dever ditado pela razão prática e não por interesse externo”. A heteronomia, ao contrário, significa que a lei a que se obedece é de origem externa.


Autonomia e heteronomia 

“Em Kant, por oposição à autonomia da vontade, a heteronomia compreende todos os princípios da moralidade aos quais a vontade deve submeter-se: educação, constituição civil” etc. Dessa forma, a autonomia da vontade se manifesta quando seguimos leis que nós mesmos estabelecemos com base na razão e independente de outras motivações além da própria razão.


Autonomia e heteronomia 

A heteronomia está atrelada às normas que foram estabelecidas de acordo com as concepções de consciência e bemestar. Nesse sentido, com base na filosofia kantiana, os homens, por serem racionais e viverem em sociedade e segundo normas de convivência, pautam as suas ações pela autonomia da vontade e/ou por heteronomia.


Um critério para nossas escolhas 

Em geral, trazemos para questões éticas os grandes debates, tais como o aborto, a pena de morte e a utilização de animais para testes científicos.

Esses e outros temas de grande magnitude certamente devem ser tocados pelos debates éticos.


Um critério para nossas escolhas 

Contudo, as ações corriqueiras do nosso cotidiano são reveladoras das nossas crenças e dos nossos critérios de escolha e, portanto, devem ter parte na reflexão ética.


Um critério para nossas escolhas 

A forma de tratar os colegas, os professores, os pais e as pessoas desconhecidas que cruzam o nosso caminho revela os nossos valores e os nossos critérios de ação.

Por exemplo: Quando nos deparamos com alguma dificuldade, quais são os nossos critérios para decidir o que fazer? Consideramos critérios individuais ou de solidariedade? Critérios racionais ou emocionais?


Um critério para nossas escolhas 

Para o filósofo Immanuel Kant, as nossas ações devem ter como critério o dever moral.

É o dever moral, fundado na razão, que nos eleva à condição de seres morais, ou seja, que nos permite abrandar o nosso egoísmo, a nossa ambição e a busca desenfreada pelos prazeres.


Um critério para nossas escolhas 

Kant traz as reflexões éticas para a prática, para as ações que demandam escolhas.

O poder de tomar decisões no âmbito da vida humana, Kant chama de “arbítrio”.


Um critério para nossas escolhas 

“Imaginemos que um homem cometa um crime, um assassinato. De fato, ele pode tentar se eximir da culpa pelo que fez alegando que foi levado a isso por forças maiores, e que por isso ele ‘não teve escolha’. Pode afirmar, por exemplo, que foi criado num ambiente violento e desumano, ou que foi tomado por uma ira incontrolável naquele momento determinado, ou ainda que ouviu vozes de instâncias sobrenaturais ordenando o ato...

É bem possível que essas alegações, se confirmadas, sirvam eventualmente como atenuantes de sua responsabilidade.

Mas ele jamais escapará da acusação de que, por ser ele um ser humano e tomar decisões a partir de um arbítrio humano, poderia ter tomado a decisão de resistir a todas as forças, por maiores que fossem, que o ‘conduziram’ ao crime.”


Texto 2 – PÁGINA 37 Fundamentação da metafísica dos costumes

Na natureza, tudo funciona de acordo com certas leis. Somente um ser racional tem a faculdade de agir de acordo com a representação das leis, isto é, de acordo com princípios, ou seja, usando sua vontade.


Texto 2 – PÁGINA 37 Fundamentação da metafísica dos costumes

Uma vez que a dedução de ações a partir de princípios demanda razão, a vontade nada mais é do que a razão prática [...] a vontade é a faculdade de escolher aquilo que somente a razão, independente de inclinações, reconhece como algo necessário na prática, ou seja, como algo bom.


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

Porém, se a razão por si só não é suficiente para determinar a vontade, esta estará, por sua vez, sujeita a condições subjetivas (impulsos individuais), que nem sempre coincidem com as condições objetivas; em resumo, se a vontade não estiver totalmente de acordo com a razão (o que, em realidade, acontece entre os homens), então as ações, objetivamente reconhecidas como necessárias, são subjetivamente contingentes, e a determinação da vontade de acordo com leis objetivas é uma obrigação [...].


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

A representação de um princípio objetivo, no sentido de ser obrigatório para uma vontade, é chamada comando (da razão), e a fórmula do comando é chamada

imperativo.

Todos os imperativos são expressos pelo verbo deve (ou deverá)

[...].


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

Assim, todos os imperativos são ordens hipotéticas ou categóricas.

 A forma hipotética representa a necessidade prática de uma ação possível como meio para chegar-se a algo que é desejado (ou, pelo menos, algo que pode vir a ser desejado).


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

O

imperativo categórico seria aquele representado por uma ação necessária em si, sem referência a outros fins, ou seja, como objetivamente necessária.


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

[.] todos os imperativos são fórmulas para determinar uma ação que seja necessária de acordo com o princípio da boa vontade, sob certos aspectos.


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

Se, portanto, a ação é boa apenas como meio para se chegar a algo, então o imperativo é hipotético;

se for concebida como boa em si mesmo e, consequentemente, como necessária e dentro do princípio de uma vontade ajustada à razão, então ela é categórica. [.]


Texto 2 Fundamentação da metafísica dos costumes

O imperativo categórico que declara uma ação como objetivamente necessária em si mesmo, sem referência a qualquer outro propósito, isto é, sem qualquer outro fim, é válido como um princípio apodítico (prático).



Immanuel Kant é um filósofo que nos ajuda a pensar as questões éticas e a problematizar regras morais. Esse filósofo distinguiu diferentes possibilidades para analisarmos as relações entre vontade, razão e ação. Kant chamou de imperativos os mandamentos da razão que se relacionam com uma vontade. E definiu dois imperativos centrais: imperativo hipotético e imperativo categórico. O imperativo hipotético representa a necessidade de uma ação como meio de alcançar qualquer objetivo que se queira. O imperativo categórico é a ação necessária por si mesma, universal, e, como tal, válida para todos os homens. Essa distinção é interessante para questionarmos nossas ações e nossos princípios morais, sobretudo tomando-se por base esta pergunta: O que considero válido para mim é válido para todos os homens?

Fonte: KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes. Tradução Edson Bini. Bauru: Edipro, 2003.


EXERCÍCIOS – PÁGINA 38


EXERCÍCIOS – PÁGINA 38


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