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SAÚDE
from Revista InForme - C301X - 2022/1 - FACHA - Faculdades Integradas Hélio Alonso, Rio de Janeiro/RJ.
Preocupados com saúde e sustentabilidade, flexitarianos reduzem consumo de carne e exploram novas lógicas e mercados no Brasil
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O aumento de flexitarianos está ligado a busca de uma alimentação mais saudável.
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022
Em 2020, o mundo produziu 337,2 milhões de toneladas de carne de frangos, porcos, bovinos e ovinos. Fora do prato, isso se traduziu também em perigo para a biodiversidade (86% das espécies ameaçadas sofrem com a pressão por terras agrícolas) e 15% das emissões anuais de gases de efeito estufa (se fossem um país, os bovinos seriam o terceiro maior emissor), além dos constantes questionamentos éticos e sanitários. Paralelamente, prevê-se um aumento na demanda global por proteínas nos próximos anos – e a impossibilidade da Terra sustentá-la nos termos atuais. De olho na crise climática e nas doenças relacionadas à má nutrição (que incluem desnutrição e obesidade), especialistas apontam com urgência para as dietas flexitarianas como saída, com uma alimentação à base de plantas e quantias menores de alimentos de origem animal. Atraídos principalmente pelo fator de saúde, os flexitarianos são cada vez mais numerosos, inclusive no Brasil. Em uma pesquisa de 2020 com 2 mil pessoas de todas as regiões e das classes A, B e C, 50% afirmaram ter reduzido o consumo de carne no ano anterior, um aumento de 21% em relação à outra pesquisa de 2018. Ambas foram encomendadas pelo Good Food Institute Brasil (GFI), que promove as chamadas proteínas alternativas: alimentos à base de plantas que imitam produtos animais (plant-based, no jargão), carne cultivada à base de células e fermentação (insetos, outra proteína alternativa, não estão no horizonte do GFI). Entusiastas das novidades biotecnológicas vêem um futuro com produção sustentável e eficiente, menor risco de doenças e proteínas para 10 bilhões de humanos em 2050. A solução passa por reduzir muito o consumo de carne tradicional e desenvolver proteínas alternativas a ponto de torná-las o padrão, iguais em sabor, textura e preço – por uma fração dos recursos naturais e sem sofrimento animal.
Rótulos alimentares e a influência no processo de compra
Cabe ao consumidor se informar a fim de escolher o que de fato lhe faz bem. Comer deve ser, também, um ato de resistência
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022
Quem determina o que chega aos nossos pratos diariamente? Será que nossas escolhas refletem exclusivamente preferências individuais, ou são sorrateiramente balizadas por interesses da indústria de alimentos? Diante de uma crescente conscientização dos consumidores sobre os riscos da dieta baseada em ultra processados e, por outro lado, dos benefícios de saúde e sabor atrelados ao cultivo sustentável e produções artesanais, é no mínimo curioso que tenha surgido na Europa uma proposta de rotulagem de alimentos que beneficiaria os industrializados. Pela proposta, ficam prejudicados os produtos que, além de pilares da dieta de alguns países, são elaborados seguindo processos centenários e, portanto, com menor grau de processamento. Idealizado na França, o Nutri-Score (apelidado de “semáforo dos alimentos”) é um selo de rotulagem nutricional com uma escala de cores que vai do verde ao vermelho, atrelada a notas de “A” a “E”, a ser adicionado à parte anterior da embalagem de todos os produtos. O critério para a nota considera o “conteúdo benéfico” como fibras, legumes, verduras, frutas em comparação aos elementos “danosos”, como açúcar, sal e gorduras. E quem calcula tudo isso é um algoritmo. Tal cálculo, porém, deixa de lado características como o grau de manipulação (em outras palavras, se é ou não ultra processado), a presença de elementos nutricionais como vitaminas e sais minerais e o tamanho de uma porção padrão.
— A Coca-Cola Zero tem nota B, enquanto o azeite de oliva, pilar da dieta mediterrânea e fonte de gorduras de boa qualidade, nota C —
Justamente por isso, alguns resultados chamam a atenção: a Coca-Cola Zero tem nota B, enquanto o azeite de oliva, pilar fundamental da dieta mediterrânea e fonte principal de gorduras de boa qualidade, nota C. Têm igualmente nota C um saco de batatinhas fritas – facilmente devorado por inteiro – e um vidro de geleia de frutas sem açúcar – será que muita gente come geleia às colheradas até terminar o pote? Os defensores de tal método, contudo, argumentam que o Nutri-Score não deve ser utilizado para se fazer comparações abstratas, mas fundamentar uma escolha entre produtos de uma categoria específica. Quando alguém quiser comprar algo para beber, então, terá diante de si: água (nota A), refrigerantes sem açúcar (nota B) e bebidas açucaradas sem fruta (nota E). Grandes multinacionais produtoras de alimentos industrializados e parte da comunidade científica são a favor do sistema, que já foi adotado na França, na Bélgica, na Alemanha, em Luxemburgo, nos Países Baixos, na Espanha e na Suíça. A Itália tem sido um foco de resistência no continente. Ali, poucos assuntos são mais sérios que comida. Orgulhosos de uma gastronomia admirada no mundo todo, os
A verificação do rótulo antes de adquirir um produto é fundamental.
italianos também defendem – com o respaldo de grande parte da comunidade científica – que a dieta mediterrânea, patrimônio cultural da humanidade pela Unesco desde 2010, é uma das chaves para uma vida saudável e longeva. De acordo com o Nutri-Score, porém, alguns dos produtos gastronômicos italianos mais representativos, celebrados e consumidos inclusive no Brasil, como o azeite de oliva, o Parmigiano Reggiano e o Prosciutto di Parma deveriam ser evitados. Os principais críticos (que na Itália vão de partidos de todo o espectro político a produtores e cientistas) defendem que, por não trazer dados sobre quantidades diárias recomendadas e, logo, não levar em consideração uma dieta global, o selo não seria capaz de educar o consumidor a fazer escolhas conscientes. Modelos que destacam porções-padrão e quantidades sugeridas, porém, têm sido substituídos em todo o mundo por rotulagens mais simples e diretas, como na América Latina. Chile, Peru e Uruguai adotaram um selo octogonal preto com escrita branca indicando “alto nível de açúcares”, “alto nível de gorduras saturadas”, “alto nível de sódio” e “alto nível de calorias”.
Rotulagem neutra? Rotulagem política
Na mesma linha, no Brasil, a Anvisa aprovou, em outubro de 2020, uma nova regra determinando que na parte frontal das embalagens haja uma lupa identificando o alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. A proposta de adicionar selos (pretos, triangulares) com alertas semelhantes aos dos outros países foi, porém, rejeitada. Para além de debates de cunho nutricional, sistemas de rotulagem não são neutros e influenciam sensivelmente as escolhas do consumidor – e a venda de determinados produtos – porque enfatizam certas informações. Quais? Depende do resultado de um processo político que sofre forte influência dos por sua manutenção.
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Cardápios criativos e alimentação natural
A banqueteira Neka Menna Barreto é conhecida por sua criatividade e por um cardápio pautado por ingredientes naturais. Conheça suas lições para uma alimentação mais saudável
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05/2022
Neka Menna Barreto cresceu em uma família tradicional gaúcha. Na segunda-feira, o cardápio era costela; na terça, carne de cordeiro; na quarta, carne de vaca; na quinta, peixe; na sexta, frango; no sábado, churrasco; e no domingo – enfim — macarrão. “Mudava o cardápio, mas sempre tinha um animal, assado, refogado, no almoço e jantar”, lembra Neka, 58 anos, que esperava pela hora da salada. “Eu não tinha vontade de comer. Meu desejo era por alimentos mais coloridos. O mundo vegetal sempre me chamou mais atenção.” Anos depois, na faculdade de nutrição, ainda no Rio Grande do Sul, suas colegas não acreditavam que era possível viver sem carne. Ela retrucava: mas como é que uma civilização inteira na Índia viveu sem? “Me achavam um extraterrestre.” Em São Paulo, para onde se mudou no fim da década 1980, ela se tornou uma banqueteira requisitada, conhecida por sua criatividade e por um cardápio pautado por ingredientes naturais (mas carne entra, se for o gosto do freguês), e que serve de brunches a eventos corporativos para milhares de pessoas. Termos tão em voga na alimentação como plant based e farm to table fazem parte do seu vocabulário alimentar muito antes de se tornarem tendências. “Sou quase 100% plant based. Na minha casa é só verduras, legumes, cereais e grãos”, diz. “Mas acabo abrindo algumas portas e janelas, porque prefiro ser amiga de quem come bife. Não quero exclusão social por conta de alimentação.” Neka sabe de cor sua longa lista de produtores, o nome das cooperativas, dos sítios, das cidades, dos agricultores, o que cada um produz, de soja ao tofu. Também viaja, da Índia ao cerrado brasileiro, para descobrir novos ingredientes. E gosta de montar seus cardápios como se fossem paisagens, pelas cores, com a ajuda de desenhos. A seguir, ela fala desse universo particular, mas hoje tão universal:
Plant based
“Trabalho em São Paulo há 32 anos. Quando comecei, a minha salada de grãos era totalmente desprezada nas festas, mas eu continuava oferecendo. Hoje, ela é a primeira a ser consumida. Por conta da pandemia, resolvi fazer as Nekitas, que são [pacotes semanais] de marmitas orgânicas, 95% plant based, biodinâmicas. Faço também Nekitas com carne, a pedido de muitos clientes. A cada semana, o número de Nekitas vegetarianas sobe um pouqui-
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Criatividade toma conta da alimentação natural.
nho. Quando começamos, há dois meses, entregávamos 14 delas e 50 convencionais [com carne]. Na semana passada, os pedidos das Nekitas orgânicas já foram 40, e as normais se estabilizaram. Fico muito feliz, acho que existe um desejo de comer melhor.”
Paisagens
“Primeiro, vou às compras e vejo o que os meus pequenos produtores têm. ‘Vou fazer umas bolinhas de batata doce roxa e botar o amor perfeito por cima, vai ficar amarelo e roxo.’ E começo a montar, como se fosse uma aquarela. Tu precisa gostar de fazer isso, tu precisa ter inspiração. Não é uma coisa que posso terceirizar. Fico na cozinha por 12, 14 horas quando faço as Nekitas. Para quem não faz, é bom botar na mão de alguém que goste de fazer, porque vai comer com mais biodiversidade. Quanto mais paisagens tu comeres, quanto mais diversidade tu tiveres no teu prato, mais força.”
Produtores
“Os agricultores são os verdadeiros artistas. Imagina um cara que acorda às quatro e meia da manhã, no frio, para colher as verduras. Imagina que tu sabe de onde veio cada verdura que tem no teu prato. É muito lindo isso. Trabalho com 40 famílias que produzem orgânicos em São Paulo e alguns produtores de gêneros não perecíveis em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. É um trabalho hercúleo, tu faz a programação, mas tem geada e o brócolis não rola. E daí tem que mudar o cardápio, e tudo bem, faz parte. Escrevo o novo cardápio que vai na sacola: ‘Olha, o brócolis não apareceu e o tomate também não rolou’.”
Menos carne
“Em 1968, na época em que os Beatles eram vegetarianos, isso era mais surpreendente. Desde que moro em São Paulo, nunca se falou tanto em comer menos carne, até na minha cozinha. A carne faz muito parte da alimentação de pessoas com quem trabalho. Mas elas enxergam que existe um propriedade no vegetal. Mais de 80% do antibióticos que são fabricados no mundo são para os animais de criadouro. Então, tu imagina o que que a gente come junto com a carne. O que é um bife? Um pedaço de corpo. Que animal é esse? O que comeu? Como viveu? De onde ele veio?”
Paladar
“Paladar é uma coisa a ser conquistada, tu incentiva ele, te relaciona com outros sabores, dá mais amplitude para ele. Cada lugar que visitei, conheci uma especiaria e fui incluindo no meu alfabeto. É como aprender uma língua, quanto mais se conhece, mais ela vai ficando ampla. Acho que a gente vai mais longe conhecendo outros idiomas.”
“Paladar é uma coisa a ser conquistada, tu incentiva ele, te relaciona com outros sabores, dá mais amplitude para ele”
Conselhos
“Acho importante a gente gostar daquilo que come. Tu não pode comer só porque faz bem, tem que comer porque tem uma relação com aquele alimento. Mas não te mima tanto, quando tu não gosta, pensa que isso pode te fazer bem. A gente é o que comeu ontem. Quando tu acorda, aperta teu intestino e vê se dói. Se tu jantar muito tarde, coma muito leve, porque é muito importante, além de dormir, tu sonhares. E quando tu está com estômago muito cheio, seu sono é interrompido por tanta digestão. Então, durma com certa vontade de comer, é bom acordar zerado, com vontade de tomar um café da manhã. Todos os dias coma uma coisa crua, seja qual for a tua alimentação. Crie vínculos com a tua refeição: quando tu comer sozinho, arrume a mesa, coloque uma velinha, deixa o celular de lado, faça jejum dele.”
Futuro
“Os nossos bisnetos vão dizer: ‘Nossa, é verdade que vocês comiam 7 quilos de veneno por ano?’. Sou uma pessoa otimista, acho que a vida vai melhorar nesse sentido. Como defende a [organização sem fins lucrativos] Comida do Amanhã, o que comemos muda o mundo.
Agrotóxicos: proteja-se de fertilizantes e pesticidas utilizados nos alimentos
A tendência no mundo é produzir cada vez mais alimentos menos dependentes de agrotóxicos, mas o Brasil segue na contramão. Gama aponta caminhos para tentar se proteger dessa realidade
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05
Enquanto as maiores economias do mundo se empenham em reduzir o uso de fertilizantes e pesticidas químicos em prol da saúde da população e do ambiente, nosso país vai na direção oposta. Em 2017, o Brasil consumia 20% do agrotóxico comercializado no mundo, de acordo com o Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, organizado por Larissa Bombardi, da Faculdade de Geografia da Universidade de São Paulo, a partir de dados oficiais. De lá para cá, esse mercado se expandiu. Nos últimos três anos, foram liberados 1500 agrotóxicos por aqui, uma média de 500 liberações por ano, quase cinco vezes mais do que nos anos anteriores, constatou a avaliação técnica realizada pela engenheira química Sonia Corina Hess, professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Os 552 agrotóxicos registrados entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 incluíram 129 ingredientes ativos, dos quais 52 (40,3%) foram banidos ou não têm registro na União Europeia. “O Brasil ‘abriu a porteira’ para agrotóxicos perigosos”, afirma o engenheiro agrônomo Luiz Cláudio Meirelles, do Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Saúde da Fiocruz. Muitos dos aprovados são à base de glifosato, um dos herbicidas mais empregados nas lavouras nacionais, que foi classificado em 2019 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como provável carcinógeno para humanos. “O país está trabalhando na contramão da saúde pública”, diz o engenheiro.
Um projeto de lei que tramitava no Congresso Nacional desde 2002 visando flexibilizar as normas de adoção de agrotóxicos foi aprovado pela Câmara em regime de urgência na noite de 9 de fevereiro e aguarda votação no Senado. O PL nº 6299/2002 retira atribuições de órgãos regulatórios como Anvisa, do Ministério da Saúde, e Ibama, do Ministério do Meio Ambiente, concentrando o poder de decisão sobre a adoção dos agrotóxicos no Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento, e enfraquece estados e municípios nas ações de vigilância e comunicação dos resultados desse monitoramento. Defendido por deputados da bancada ruralista e representantes do agronegócio, foi batizado de Pacote do Veneno e condenado por instituições de pesquisa, sociedades científicas, órgãos técnicos das áreas de saúde e ambiente e iniciativas da sociedade civil, como a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos, que recolheu mais de 1.700.000 assinaturas. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) decidiram atualizar o Dossiê Contra o Pacote do Veneno e em Defesa da Vida, lançado originariamente em 2018, para oferecer subsídios contrários à aprovação da PL. O Grupo de Trabalho Agrotóxicos e Saúde da Fiocruz divulgou um comunicado sobre o impacto nocivo do pacote na saúde pública e os “graves retrocessos que irá impor à sociedade”. Diz o texto: “O PL não permitirá a aprovação de produtos mais modernos e de menor toxicidade. Ao contrário, o Brasil será muito mais permissivo
Verduras contaminadas por agrotóxicos em plantação
para o registro de agentes mais tóxicos e obsoletos, tornando-se mercado preferencial.
Quem sai perdendo “Os mais vulneráveis são os pequenos agricultores, com baixa escolaridade e renda, pouco suporte técnico e treinamento para manipular substâncias perigosas e falta de equipamentos de proteção individual”, esclarece o pesquisador Rafael Buralli, mestre e doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Moradores vizinhos às grandes plantações também estão mais expostos, sobretudo porque no Brasil ainda se adota a pulverização aérea. Mas não só. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) concluiu que toda a população está suscetível à exposições múltiplas a agrotóxicos por meio do consumo de alimentos e água contaminada. “Os mais vulneráveis são os pequenos agricultores, com baixa escolaridade e renda, pouco suporte técnico e treinamento para manipular substâncias perigosas e falta de equipamentos de proteção individual”, esclarece o pesquisador Rafael Buralli, mestre e doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Moradores vizinhos às grandes plantações também estão mais expostos, sobretudo porque no Brasil ainda se adota a pulverização aérea. Mas não só. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) concluiu que toda a população está suscetível à exposições múltiplas a agrotóxicos por meio do consumo de alimentos e água contaminada. Fora isso, 19 dos pesticidas monitorados estão proibidos na União Europeia. O levantamento é traçado a partir dos resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Siságua do Ministério da Saúde. Segundo Buralli, as doses de resíduos de agrotóxicos permitidas na água da torneira são bem mais altas no Brasil do que na União Europeia. Além disso, nossas normas consideram apenas um ingrediente ativo, não o efeito da interação entre diferentes compostos, como preveem os europeus.
Dieta funcional: alimentação saudável e a deturpação do marketing
Entenda o que são os alimentos funcionais e por que algumas pessoas os priorizam na dieta
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Retrato tirado no momento da refeição
Giovanna Fant e Julia Marini Fonte: gamarevista.uol.com.br Em: 27/05
Se a sua timeline inclui atletas amadores, influenciadores fitness ou aquele amigo que não deixa passar uma dieta da moda, provavelmente a hashtag #comidafuncional já apareceu no seu feed. Embora o conceito não seja exatamente novo — remonta lá aos anos 1980 —, o apreço de muita gente por uma rotina mais saudável durante a quarentena ajudou a popularizar esse léxico entre os adeptos de dietas e afins. Já em julho do ano passado, uma pesquisa do Instituto Qualibest em parceria com a empresa de consultoria Galunion indicava que a tendência a manter uma alimentação baseada em “comida saudável e dietas funcionais”, mesmo depois da pandemia, era a mais alta entre os entrevistados: 74% deles acreditam que o hábito veio para ficar. O estudo vai ao encontro de outro, realizado pelo conglomerado Archer Daniels Midland, que identificou o apelo a “nutrir o corpo e a mente” com alimentos naturalmente providos de ingredientes funcionais e bons para a saúde como a principal onda mundial de alimentação para 2021. No Brasil, a mania já tinha chegado pouco antes: produtos funcionais e com benefícios à saúde física, cardiovascular e gastrointestinal estavam entre os mais valorizados pelos consumidores segundo o relatório Brasil Food. Trends 2020.