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As Estratégias do Marketing de moda em 2021

Relacionamento direto com o consumidor, cocriação com comunidade locais e pop-ups foram algumas das estratégias de sucesso deste ano.

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Fonte: www.vogue.

Moda e Comunicação

Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: vogue.globo.com Em, 19/05/2022

Após um inesperado ano de 2020, que obrigou a indústria da moda a repensar suas estratégias de marketing, este ano, as marcas enfrentaram novos desafios. Entre eles, a segmentação digital menos eficiente vinculada às novas medidas de privacidade do Google e da Apple, e preços crescentes de publicidade digital no Facebook, Snapchat, Pinterest e outras plataformas sociais.

“A Meta é tipo o outdoor de rodovias da Internet que ainda é o mais usado pelas marcas”, diz Lore Oxford, chefe global de insights culturais da We Are Social. No entanto, o que ficou claro é que a era dominada por Meta, que impulsionou milhares de novas marcas, está se transformando. Os profissionais de marketing devem pensar mais amplamente sobre onde gastar seus orçamentos digitais e, a partir segundo grandes momentos publicitários deste ano, alguns estão começando a confiar menos na segmentação digital de consumidores e estão ficando ainda mais criativos em um mundo pós-cookie. Ao mesmo tempo, novas oportunidades surgiram à medida que as restrições à pandemia diminuíram em muitos países e os gastos dos clientes se recuperaram. Dados da WARC, uma empresa de inteligência de marketing, que pesquisou mais de 1.350 profissionais de marketing globais em 2021, mostram que os gastos na indústria de marketing global tiveram um aumento meteórico de 23,8% (US$ 771 bilhões) este ano e deve chegar a US$ 1 trilhão até 2025. As plataformas digitais devem liderar esse crescimento, com 66% dos profissionais de publicidade planejando aumentar os gastos com o TikTok no próximo ano, enquanto o YouTube (61%), Instagram (60%) e Google (57%) também deverão se beneficiar de gastos maiores em 2022.

Criando relacionamentos com o consumidor No Summit do Vogue Business e Google, em novembro passado, o chefe da indústria de moda e luxo do Google, Corey Moran, recomendou que as marcas pensassem em canais de publicidade que constroem relacionamentos diretos com o consumidor e um envolvimento mais profundo com o público. Este ano, os principais varejistas de roupas, incluindo Nike, Levi’s e Uniqlo, priorizaram as lojas locais e o envolvimento da comunidade. A Bottega Veneta investiu em iniciativas locais apoiadas por comunidades vizinhas, incluindo um espaço pop-up no bairro de Shoreditch, em Londres, onde encomendou a artistas a criação de peças inspiradas na estética da marca. Além disso, uma instalação lúdica em um labirinto em Seul, ofereceu aos locais a oportunidade de um encontro interativo único com a grife. Canais de marketing tradicionais, de lojas físicas de varejo a publicidade fora de casa, também ganharam nova relevância ao centralizar recursos digitais como realidade aumentada e realidade virtual. As novas pop-ups globais da Burberry - abertas ao mesmo tempo em que a nova bolsa Olympia chegou às prateleiras-, foram inauguradas na Harrods e em outras lojas com uma experiência de realidade aumentada dando vida à estátua grega de Elpis em uma dimensão digital no estilo Pokémon Go. Em outro lugar, a Balenciaga usou outdoors 3D para apresentar sua parceria com o videogame online Fortnite, com personagens gigantes pairando sobre as calçadas de Londres, Nova York, Tóquio e Seul. O próximo passo é oferecer experiências mais personalizadas - embora isso exija um verdadeiro entendimento do cliente. “As marcas costumam confundir informação com intimidade”, avisa Marcus Collins, chefe de estratégia da agência de publicidade global Wieden + Kennedy. Além da pegada online de uma pessoa, a grife deve “entender suas escolhas culturais, a linguagem que usa e o que é significativo para ela, o que determinará como ela aparecerá no mundo”. As marcas de luxo postaram menos no Instagram durante a pandemia até agora, de acordo com o Vogue Business Index, que mediu a atividade de feed público do Instagram (excluindo IG Stories, Reels, IGTV e IG Ads) de outubro de 2020 a março de 2021. As marcas postaram uma média de 12% menos, em comparação com o mesmo período do ano anterior - ao olhar para o mesmo período de tempo para o Facebook, havia em média 4% menos postagens. Algumas marcas optaram por sair totalmente do Instagram. Para reduzir sua dependência da publicidade em massa, a Bottega Veneta apagou todo o conteúdo de plataformas, incluindo Instagram, Facebook, Twitter e Weibo. Em novembro passado, a marca de beleza Lush saiu de quatro grandes plataformas sociais (Facebook, Instagram, TikTok e Snapchat) como parte de sua Política Global de Mídia Anti-Social. A fadiga de alimentar o feed é um problema: 75% dos entrevistados pela Outdoor Advertising Association of America e The Harris Poll disseram que estavam prestando menos atenção aos anúncios online devido ao esgotamento do

Novas maneiras de avaliação da moda digital

Fonte: www.google.

Fonte: www.uol.

Escalando para chegar no topo do marketing de moda

dispositivo digital neste ano. Até 45% dos jovens admitem que suas postagens nas redes sociais não são um retrato preciso de sua verdadeira identidade, enquanto 4 em cada 10 dos entrevistados afirmam que se sentem constantemente julgados, descobriu a agência jovem Zak, que conversou com mil pessoas com idade entre 16 e 24 anos. “Em vez de ter estratégias de plataforma, as marcas precisam pensar sobre com quem querem se envolver e como vão chegar ‘à essa festa’, onde as pessoas se conectam com base em seus interesses, paixões e valores”, diz Oxford, do We Are Social. Co-criação de comunidade e marca À medida que as marcas buscam atuar como formadoras de opinião, as colaborações criativas estão se tornando ainda mais fortes. A coleção de inverno 2021 da Gucci, por exemplo, apresentou uma referência surpresa à Balenciaga. Em setembro, a casa italiana fez parceria com 13 jovens designers em uma nova plataforma, a Gucci Vault, enquanto Fendi e Versace colaboraram em uma coleção pré-primavera de 2022. A evolução da creative economy Alguns criadores estão evoluindo para se tornarem B2C e, em vez de estarem vinculados a uma marca por meio de uma postagem patrocinada ou colocação de produto, eles têm a oportunidade de vender diretamente a seus clientes, diz David Tiltman, vice-presidente de conteúdo da WARC. “Para marcas que trabalham com criadores, há um foco maior do que nunca no ROI”, observa Lindsey Gamble, estrategista de marketing. “Elas estão se afastando das métricas de vaidade e estão olhando para os números que impulsionam os resultados financeiros, como conversões e cliques.” E embora os influenciadores tenham sido convencionalmente usados para promover a última tendência, alguns estão sendo encarregados pelas marcas de divulgar informações e incutir confiança na sociedade. (O birô de tendências WGSN cunhou esses indivíduos como “genuinfluencers”.) “Em uma nova era de expectativa do consumidor por valores compartilhados, as marcas de luxo não vendem mais apenas produtos: elas são vistas como plataformas com voz e ponto de vista, tendência que continuará em 2022”, acredita Gamble.

Fonte: www.prada.

Bolsa Prada

Shein: os motivos do sucesso da marca de moda chinesa que bombou na pandemia

A popularidade dos produtos da empresa disparou nos últimos dois anos, e suas vendas já chegam a dezenas de bilhões de reais por ano. Entenda o que está por trás desse sucesso todo.

O império da Shein Fonte: www.google.com.br

Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: g1.globo.com Em, 19/05/2022

É uma cena comum no YouTube, no TikTok e no Instagram: uma adolescente despeja um monte de roupas da Shein em sua cama e experimenta cada peça para exibi-la aos seus seguidores. A popularidade da marca chinesa de fast fashion explodiu durante a pandemia. Mas, se você tiver mais de 30 anos, provavelmente nunca ouviu falar dela. De olho em compradores preocupados com as tendências (e custos), a gigante opera exclusivamente pela internet e adiciona surpreendentes 6 mil novos itens a seu catálogo diariamente. Mas também é alvo de críticas sobre seu impacto ambiental, falta de transparência e acusações de que copia pequenos designers, o que a Shein nega. Explicamos a seguir os motivos por trás do enorme sucesso da empresa.

1. É uma marca barata, R$ 58 é o preço médio de seus produtos

Os pouco conhecidos fundadores da Sheinside começaram sua sociedade em 2008, liderados pelo empresário Chris Xu, que trabalhava com marketing digital e vendia vestidos de noiva pela internet. Com um nome abreviado, Shein (pronuncia-se She-in), a empresa assumiu sua forma atual cinco anos depois. Embora seja sediada na China, a empresa visa principalmente clientes nos Estados Unidos, Europa e Austrália com seus tops, biquínis e vestidos a preços baixos - R$ 58 em média. Hoje, é um dos maiores nomes do fast fashion, enviando produtos para 220 países. A crise da Covid-19 deu à empresa um impulso nas vendas, diz Richard Lim, presidente da consultoria independente Retail Economics.

foto: shein

Variedade de produtos Shein

“Os lockdowns significavam que muitos consumidores passavam mais tempo navegando online, e isso ajudou a ampliar sua presença e a alcançar um público mais amplo com mais rapidez.” Embora a empresa não divulgue informações financeiras, o provedor de dados CB Insights estima que as vendas da Shein chegaram a 63,5 bilhões de yuans (R$ 54,4 bilhões) em 2020. Mas os preços dos produtos da Shein também levantaram questões sobre sua pegada ambiental, como muitos de suas rivais. É um grande desafio, com a indústria da moda sendo responsável por até 8% das emissões globais de carbono, de acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas. Roberta Lee, uma estilista de moda sustentável, destaca que Shein e outras marcas de fast fashion costumam usar tecidos de poliéster, que dependem “da extração de petróleo e carvão” para serem fabricados e não se biodegradam como os materiais naturais. A marca chinesa insiste que seu método de produção de roupas em pequenos lotes é mais eficiente. Um porta-voz disse que seu modelo de negócios “equilibra os desejos e necessidades dos consumidores e o processo de estoque”. A empresa também diz que deseja usar mais tecidos reciclados e que emprega uma tecnologia de impressão de elementos gráficos e estampas que é menos poluente do que a tradicional.

2. Muita variedade - 600 mil produtos à venda

A qualquer momento, a Shein tem até 600 mil produtos à venda. Ela conta com milhares de fornecedores terceirizados, bem como cerca de 200 fabricantes contratadas, perto de sua sede em Guangzhou. No que o autor e especialista em tecnologia chinesa Matthew Brennan definiu como “varejo em tempo real”, empresas menores ao longo de sua cadeia de suprimentos são alimentadas com informações de tendências ou do desempenho de certos produtos. Com base nesses dados, eles produzem um lote de 50 a 100 itens de um estilo. Se for bem? A Shein pede mais. Se não for, é descontinuado. A Shein pode criar um novo item em cerca de 25 dias. Para muitos varejistas, pode levar meses. A companhia acelerou o modelo “testar e repetir”, que ficou famoso com empresas como a H&M e a dona da Zara, Inditex. Apenas 6% catálogo estoque de Shein permanece à venda por mais de 90 dias, segundo apurou a BBC. A empresa envia pedidos para seus clientes diretamente, principalmente a partir de um depósito de 1,5 milhão de m² nos arredores de Guangzhou. Mas suas entregas costumam levar pelo menos uma semana para chegar em mercados como Estados Unidos e Reino Unido, em comparação com concorrentes que oferecem entrega no dia seguinte à compra.

3. É muito popular nas redes sociais - 250 milhões de seguidores

Usando um exército de influenciadores, de estudantes “embaixadores” a estrelas de reality shows, a Shein acumulou mais de 250 milhões de seguidores em seus canais de mídia social. A presença online de Shein tem impulsionado seu sucesso “à medida que aumenta o conhecimento da marca e o envolvimento” com os consumidores, diz Emily Salter, analista de varejo da GlobalData. Direcionar publicidade e patrocinar influenciadores no Instagram e TikTok ajudou a torná-la relevante entre os compradores mais jovens. A empresa também realiza shows ao vivo em suas plataformas para promover seus produtos. “Isso é menos usado por marcas ocidentais, mas tem um enorme potencial para impulsionar as vendas, como evidenciado na China”, diz Salter. No entanto, o uso de dados de clientes gerou preocupações no Reino Unido. A Shein foi recentemente acuda no Reino Unido de incentivar clientes a for necer dados pessoais em troca de descontos e outras recompensas. O presidente do Comitê de Relações Exteriores britânico, Tom Tugendhat, disse: “Milhões de pessoas estão cedendo seus dados pessoais em troca de roupas baratas. Quando o preço é muito bom, você tem que se perguntar quem está realmente pagando e como”.

fonte: res.cloudinary.com

4. Uma equipe de criação enorme - 200 designers

Criar uma gama colossal de produtos e estilos com rapidez exige que a Shein empregue 200 designers, entre os mais de 7 mil funcionários. Mas a marca foi acusada de violação de direitos autorais e enfrenta processos judiciais de empresas como a fabricante dasbotas Dr. Martens, embora negue qualquer irregularidade. Um executivo sênior da Shein disse à BBC que ela também tem uma equipe que analisa novos projetos de seus fornecedores antes de chegarem ao site, para tentar filtrar quaisquer problemas de violação de direitos, e afirmou que a empresa leva esse assunto a sério. Embora a marca tenha pago mais de US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) para designers independentes até agora, ainda é alvo de acusações de plágio de empresas menores. Algumas afirmam que a Shein supostamente copiou suas criações e vendeu itens semelhantes a um custo menor. A Shein realizou recentemente uma competição para jovens designers com um prêmio de US$ 100 mil (R$ 550 mil) em uma tentativa de melhorar sua imagem. Além disso, uma investigação recente da BBC News revelou que anúncios de emprego para trabalhadores nas fábricas e armazéns da Shein em sites de recrutamento chineses diziam que pessoas de certas origens étnicas, incluindo uigures, não devem se inscrever. A Shein disse que não financia ou aprova os anúncios e que está comprometida em “manter altos padrões de trabalho”. Um porta-voz de Shein afirmou à BBC que ela tem “uma política de tolerância zero para trabalho forçado e infantil e discriminação”.

Anitta e coleção nova da Shein

Como a pandemia fomentou a Transformação Digital na Moda

Setor, composto em sua maioria por microempresários, precisou evoluir rapidamente sua presença online para não viver uma derrocada. Gestão ainda é feita sem profissionais especializados

fonte: zanotti.com.br

Inovação digital no mundo da moda

Fernando Casemiro e Giovanna Pezzuto Fonte: vogue.globo.com Em, 19/05/2022

O anúncio de uma pandemia escancarou diversas lacunas no mercado mundial. Uma delas foi a da falta de presença digital das empresas de vestuário – que são, em sua maioria, compostas por pequenos e médios empresários. Para não terem que fechar as portas e amargar um prejuízo incalculável ao setor, diversos gestores buscaram se atualizar e entrar no ambiente online. A transformação digital na indústria da Moda tardou, mas chegou trazendo grandes lições ao empresariado. O pequeno varejo, como um todo, sempre esteve muito distante da internet, principalmente o de roupas. Quase 90% dos pequenos empreendimentos não possuíam presença digital, segundo dados recentes levantados pelo IEMI – Inteligência de Mercado. O fechamento das lojas apenas antecipou a necessidade destes varejistas em atualizar-se. De acordo com o Sebrae, o varejo brasileiro é dominado pelos pequenos estabelecimentos: empresas de pequeno porte somam um total de 13 milhões, que empregam 21,5 milhões de pessoas e um total de salário de mais de R$ 611 bilhões anuais. Em função do menor capital, esses negócios estão muito vulneráveis neste momento. A orientação do Sebrae foi de não haver demissões e investirem nas redes sociais para tentar manter, pelo menos, o mínimo de vendas enquanto a situação econômica não melhora. “As PMEs não possuem um colchão robusto financeiro, porque muitas estão com problemas de gestão financeira grave. Esse é um empreendedor muito focado em curto prazo e sem a alfabetização digital. Para ele, vendendo o que vendia na loja física era suficiente, mas o isolamento social mostrou que apenas isso não era mais suficiente”, conta Verônica Couto, Analista de Competitividade do Sebrae, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Canais de venda

A quarentena intermitente e a in

certeza de abertura de comércio atrapalharam esses pequenos lojistas, mas os motivou a correr atrás de inovações. Hoje, o empreendedor que não possuía contato com digital passou a ter e estar presente nas redes sociais ou ainda criou site próprio. Há ainda os que se inseriram em marketplace (inclusive os próprios do setor de moda) ou pelo Instagram fazendo venda direta. Investir na rede de Mark Zuckeberg vem sendo a orientação do Sebrae, por ser mais simples, envolver menos negociações e contratos e recursos financeiros para esse lojista se inserir no mundo online. Isso porque ele mesmo pode gerir suas redes e alocar pessoas da força de venda para fazer uma gestão de aproximação da carteira de clientes usando Whatsapp ou Instagram. “A maior parte do segmento de moda já está inserido nas redes sociais e utilizando venda direta, eles são MEI, pessoas que fazem compras em atacado e fazem venda direta. Já era algo importante e se tornou mais ainda e se tornará cada vez mais fundamental para existência do negócio. Isso expande as capacidades do empreendedor. Temos relatos de empreendedores que começaram a exportar agora na pandemia porque ganhou visibilidade por meio do Instagram”, conta a analista. O portal Sebrae obteve mais atendimento em maio do que o ano anterior inteiro, assim como recordes nas inscrições de cursos online. “Foi um momento em que as PMEs pararam e repensaram como estavam lidando com o negócio. Eles precisaram viver isso para reorganizar os investimentos. A gestão financeira e de pessoas é onde vimos mais necessidade, não só na categoria de moda, mas em todas as outras. É um empresariado muito assoberbado. Ele faz tudo, cuida de tudo e não tem tempo de cuidar de detalhes importantes”, afirma. O interesse dos empreendedores em buscar a transformação digital fez com que o setor evoluísse 50 anos em cinco dias, segundo Verônica. Dentre as ações que o Sebrae vem fazendo para auxiliar o PME estão uma aproximação com as plataformas Privalia e e Dafiti, que cederam espaço para que o microempreendedor venda seus produtos e ganhe mais visibilidade. Além disso, são levadas pautas ao governo como a liberação de crédito. “Não tivemos sensibilização por parte dos bancos, que não deram esse acesso, infelizmente”, afirma.

Transformação Digital

A indústria da Moda até 2019 era uma. Em 2020 surgiu uma nova a partir do comportamento do empresariado, que precisou mudar toda sua visão do negócio. Ele agia como uma aposta e não como um investimento. “O digital não era algo relevante e esse gestor sequer tirava um tempo para se profissionalizar nisso, porque o varejo físico dava garantias. Somado a isso surge que esse empreendedor faz tudo: a compra, a gestão de pessoas, a administração, a logística, às vezes é quem vende, então ele não tempo. Não era falta de querer, mas postergou até que uma situação como esta obriga a agir senão as contas não são pagas”, pontua Verônica. O maior desafio, no entanto, é fazer a gestão em digital e ter conhecimento das ferramentas corretas, porque geralmente é o dono ou alguém da equipe que cuida da presença na internet, poucos terceirizam com um profissional porque envolve um custo que ele não está preparado. Muitos não possuem conhecimento nenhum no online, a alfabetização é importante e é um dos pontos que o Sebrae atua. Caso a intenção seja vender exclusivamente na web e existir uma estratégia forte, a contratação de uma pessoa especializada é recomendada. Para a maioria, um impulsionamento de R$ 20,00 traz o resultado desejado. “Para o PME vender nas redes sociais basta ele pagar um pouco que já ganha uma visibilidade boa para ele. Ele pode vender 50% a menos que na loja, que já estará movimentando o caixa. Porém esse impulsionamento precisa ser feito com cautela, depois que o orgânico tiver construído, um perfil com informação relevante”, avalia a analista do Sebrae. As mudanças no setor estão apenas no início e impactarão diversos nichos dentro da Moda, porém com os investimentos no digital, esse impacto deverá ser menor. “O atendimento continua sendo importante, mas ele hoje precisa que seja excelente nos canais online para que o cliente continue voltando a comprar. Minha dica é que os empreendedores não caiam na pandemia do medo e sim na da oportunidade, porque tudo isso passará e o que foi feito até aqui fará a diferença”, conclui Verônica.

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