giovanna martins f o t o g r a f i a
[...] nunca sei onde está nada, não posso, porque nada descansa porque tudo escorrega na esteira curva de outro peso em movimento. fernando carrera
chamo fotografias as imagens que produzo quando me utilizo de aparatos e ferramentas dessa mídia, mas não me considero fotógrafa no sentido usual que é dado a esta palavra. na etimologia do termo fotografia, encontra-se, talvez, o sentido mais próximo daquilo que busco. do grego fós (luz) e grafis (desenhar, escrever), ela é a técnica de criação de imagens que se utiliza de exposição luminosa fixada em superfície sensível; é aquela que desenha com a luz e o contraste. assim, a fotografia é um dos recursos – cheio de infinitas possibilidades – que utilizo para compor narrativas, para ressiginificar o real, para transcrevê-lo, para redesenhá-lo. penso que, assim como outras mídias utilizadas nas produções poéticas, o real que qualquer fotografia dá a ver é composto do eu daquele que olha o mundo por trás do aparato, de suas decisões antes mesmo do momento do clic e na hora da edição; e do eu daquele que, ao olhar a imagem com suas próprias memórias, desejos, conhecimentos e experiências, instaura nela todo um campo de magia e aproximação. as séries que apresento neste portfólio tiveram início no ano de 2012, depois de um longo período afastada da mídia fotográfica. hoje, ela se faz cada vez mais presente na minha produção simbólica. os equipamentos que tenho utilizado para tal são câmeras nikon (uma digital e outra analógica), um aparelho celular, e alguns programas de edição para reforçar elementos ou introduzir ruídos desejados; a técnica, aqui, sendo suficiente para tornar visível, como numa espécie de fascinação, uma experimentação sensível do mundo.
condensações
a traição do real
faixas crepusculares
zonas invisíveis
natura mutantis
linhas de fluxo, corpos da trama
nebulosas
o labirinto do contínuo
giovanna martins [belo horizonte, mg,
1956]:
mestrado
[2006]
e
doutorado [2019] em artes visuais pela escola de belas artes da universidade federal de minas gerais, e bacharelado em artes plásticas pela escola guignard [uemg/2001]. é professora adjunta do departamento de artes plásticas da ufmg. e
atua
como
pesquisadora.
artista, sua
docente produção
imagética e textual tem girado em torno das relações de afeto e do homem com a
natureza.
diagrama
é
grupo
coordenadora de
pesquisa
do e
membro do ut pictura poesis – núcleo de estudos da pintura da escola guignard, uemg.