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REVISTA O GIROLANDO
MENSAGEM DA DIRETORIA
Odilon de Rezende Barbosa Filho PRESIDENTE
Eugênio Deliberato Filho VICE-PRESIDENTE
Marcos Amaral Teixeira 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO
Márcio Luís Mendonça Alvim 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO
José Antônio da Silva Clemente 1º. DIRETOR-FINANCEIRO
Luiz Fernando Reis 2º. DIRETOR-FINANCEIRO
Domício José Gregório A. Silva DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS
José Renato Chiari DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO
Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Aurora Trefzger Cinato Real DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS
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Os acontecimentos do último ano despertaram em todos nós a necessidade de encontrar formas de continuarmos sendo produtivos, mas dentro de um novo modelo de vida. À medida que a pandemia foi avançando tivemos que adiar projetos e sonhos, e falando mais especificamente sobre a nossa entidade, tomamos a dolorosa, mas sensata decisão de adiarmos mais uma vez a Megaleite. Estamos nos desafiando para promover um evento virtual inovador, como foi a Megaleite na TV no ano passado. Por outro lado, estamos mais conectados, trabalhando para ajudar o produtor a vencer os desafios que certas questões econômicas e/ou políticas nos impõem. A Diretoria da Girolando tem atuado fortemente junto aos governos federal e estaduais para que haja uma condição mais justa de trabalho para o pecuarista. Destacamos aqui duas ações relevantes. Uma delas diz respeito ao aumento das importações de leite em pó. Em conjunto com 14 entidades, divulgamos uma nota alertando para a necessidade de se tomar medida emergencial contra o surto predatório das importações de lácteos. Durante reunião da Câmara Setorial ocorrida em fevereiro, que teve participação do nosso diretor Domício Arruda, foi apresentada à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o pleito de suspensão imediata das importações de lácteos da Argentina e do Uruguai, até que os setores produtivos do Brasil e dos países vizinhos estabeleçam tratativas de convivência mútua. A maioria dos integrantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados entendeu como imperativo estabelecer medida emergencial para frear as importações via Mercosul, que desde setembro de 2020 prejudicam a cadeia produtiva brasileira. A ação contra as importações foi liderada pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), entidade parceira da Girolando. Também atuamos firmemente para garantir a prorrogação dos Convênios Confaz. A Girolando enviou ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, documento solicitando empenho do Estado na prorrogação, por no mínimo mais 12 meses, dos Convênios Confaz 100/97 e 52/91. O Convênio 100/97 tinha prazo de vigência até dezembro de 2020, mas o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, em março de 2021, a prorrogação dos dois convênios até 31 de dezembro de 2025. Uma vitória importante. A prorrogação solicitada evitará que haja impacto de grandes proporções no setor, em decorrência do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O Convênio 100 trata da isenção de ICMS sobre o transporte de insumos agrícolas dentro dos Estados e dá desconto quando a movimentação é interestadual. Já o Convênio 52 reduz a cobrança do ICMS para máquinas e equipamentos agrícolas. Em um ano de tantas incertezas, como está sendo 2021, é inadmissível que o setor leiteiro seja afetado por questões tributárias e de mercado internacional. O produtor já tem muito com o quê se preocupar, como a queda no consumo do leite por conta do grande desemprego gerado pela pandemia, o aumento dos custos de produção, e a queda no preço do leite pago ao produtor, dentre outras questões. Não podemos cruzar os braços e aceitar essas imposições, senão corremos o risco de um efeito em cadeia, em todo o setor, o que afetaria também a nós, selecionadores de Girolando. Por isso, seguimos trabalhando pela pecuária leiteira, assim como você, criador, segue firme investindo na seleção da melhor genética da raça! Mas queremos encerrar com uma boa notícia. Nossa raça cresceu significativamente nas vendas de sêmen, mostrando que é a preferida de grande parte das fazendas brasileiras. É a confirmação do nosso lema pelo mercado: “Touro Girolando: Eu uso, eu confio, eu recomendo”!
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REVISTA O GIROLANDO
EDITORIAL
por Larissa Vieira Editora
Cada vez mais tecnologias vêm sendo disponibilizadas para o pecuarista, otimizando a rotina de seleção animal e de produção de leite. Avanços podem ser verificados desde o pasto, com o lançamento de novas espécies forrageiras e a consolidação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, na parte nutricional, sanitária e até no melhoramento genético, impulsionado tanto por ferramentas tradicionais quanto pela genômica. A raça Girolando é um exemplo de como a tecnologia tem dado um novo formato para a pecuária leiteira nacional. Basta ver os ganhos em produtividade. O aumento na produção individual de leite por vaca, entre 2000 e 2019, foi de 53%. Imagine o impacto desse percentual na rentabilidade do negócio quando se fala de um rebanho inteiro. Isso sem falar em outros avanços em características de grande impacto econômico, tais como: longevidade, intervalo entre partos e idade ao primeiro parto. E mais tecnologias estão em fase de desenvolvimento, como trazemos em destaque na capa desta nova edição da revista Girolando. O projeto Sistema de Avaliação Linear Girolando (SALG) entrou na reta final e até o próximo ano deve publicar seus primeiros resultados. Ele será uma ferramenta primordial na geração de avaliações genéticas para características de conformação da raça. Esses esforços para melhoramento
genético do Girolando vêm ganhando o aval do mercado. A cada ano, o número de doses de sêmen comercializadas cresce em percentual bem acima de outras raças. No último ano, as vendas ficaram 23% acima de 2019. Em entrevista exclusiva à revista Girolando, o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Márcio Nery, afirma que o produtor rural acordou para a necessidade de fazer melhoramento genético e ainda analisa porque o Girolando vem assumindo a dianteira no mercado de genética nacional, as vantagens de IATF em rebanhos leiteiros e fala sobre a expectativa para 2021. Outros destaques desta edição são os cuidados na saúde animal. Trazemos informações sobre a acidose e os impactos na produção de leite, a febre do leite, a coccidiose e como utilizar as informações de Controle de Células Somáticas (CCS) na seleção do rebanho. Você ainda verá as novidades da ExpoZebu 2021, que está com inscrições abertas para a raça Girolando, os cuidados na produção de forragem, os lançamentos do setor e muito mais. Que todos possam aproveitar as inúmeras informações e tecnologias disponíveis para vencer os desafios da pecuária leiteira, especialmente em um ano que vai exigir cuidado redobrado e muita resiliência para ajustar o negócio às mudanças do mercado, em decorrência da pandemia.
EXPEDIENTE Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 artes@mundorural.org • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Consuelo Mansur Pereira Farah, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Julho e Setembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www. girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta revistagirolando
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REVISTA O GIROLANDO
Índice MENSAGEM DA DIRETORIA 04 EDITORIAL 06 GIRO LÁCTEO 10 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12 PLANILHA AJUDA CALCULAR ÁREAS DE PASTEJO ROTACIONADO 22 SILAGEM: CUIDADOS NA COLHEITA E PROCESSAMENTO 20 COCCIDIOSE: ATÉ ONDE ESTAMOS VENDO O PROBLEMA? 30 FEBRE DO LEITE: SAIBA COMO COMBATER 34 CONTROLE LEITEIRO AJUDA NA MELHORIA DA SAÚDE DAS VACAS 40 RUMO AOS 2 MILHÕES DE REGISTROS 46 GIROLANDO COM PRESENÇA CONFIRMADA NA 86ª EXPOZEBU 48 CUSTO DE PRODUÇÃO REDUZ MARGEM DE LUCRO 50 ASSISTÊNCIA TÉCNICA E GERENCIAL MAIS PERTO DO PRODUTOR 52 MAIS CRÉDITO PARA A PECUÁRIA LEITEIRA 54 CONSELHO 55 SUCESSÃO DE HOJE É DIFERENTE DAS GERAÇÕES ANTERIORES? 56 GIROLANDO KIDS 58 NOVOS ASSOCIADOS 60 FALE CONOSCO 61
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Acidose e os impactos na produção de leite
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Mercado de genética aquecido em 2021?
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Da seleção empírica à seleção orientada 10
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REVISTA O GIROLANDO
GIRO LÁCTEO
Clarifide Girolando O uso do Clarifide Girolando nos rebanhos, produto voltado para a seleção genômica da raça, passa a ser este ano ainda mais acessível para os criadores de todo o país. Algumas mudanças nos produtos e nos preços praticados foram adotadas e já estão em vigor. Para as fêmeas, a partir de agora, o resultado do Clarifide Girolando trará automaticamente os dados de beta-caseína A2, mas a um preço bem mais acessível para o produtor (R$ 210, 00 para animais cadastrados na Girolando e R$240,00 para não cadastrados). A Zoetis é a empresa responsável pelo Clarifide Girolando em fêmeas. Clarifide machos Na parte de machos, a partir de março, nos relatórios dos candidatos à Pré-Seleção foi incluída a informação sobre o sinal da gPTA (positivo ou negativo) para produção de leite, visando fornecer uma orientação a mais aos criadores em relação aos seus próprios processos de seleção. Outra novidade é a possibilidade de acessar a avaliação genômica completa dos animais de forma direta, sem que estes exemplares tenham feito o teste de candidato à Pré-Seleção de Touros, porém é preciso que eles possuam CGD/RGD, que agora pode ser feito a partir do primeiro mês do animal. De acordo com a CRV, empresa responsável pelo Clarifide Girolando em machos, o valor desta avaliação genômica completa será de R$1.900,00. Caso o criador preferir fazer o teste para saber a classificação dos seus animais, ele também poderá ter acesso à avaliação genômica completa dos que forem classificados como APTOS e
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por Miriam Borges
que possuírem CGD/RGD, pelo valor de R$1.620,00 à R$1.700,00 (complementar ao valor final de R$1.900,00).
Encontro na Emater-MG A nova presidente da Emater-MG, Luísa Barreto, participou em fevereiro de uma reunião com lideranças do agronegócio de Uberaba/MG. A Girolando foi representada no encontro pelo superintendente Técnico, Leandro Paiva. Durante a reunião, ele apresentou os resultados da entidade em 2020, dentre eles o aumento significativo no número de registros genealógicos. Ressaltou ainda a importância do Pró-Fêmeas e do Pró-Genética realizado em parceria com a Emater-MG e a expectativa da Associação de realizar o registro genealógico de 2 milhões em 2021, que será um grande marco para a Girolando. Leite orgânico A Embrapa aprovou projeto que viabiliza o “Observatório do Leite Orgânico”. O objetivo é realizar o mapeamento e a caracterização dos sistemas de produção de leite orgânico no País,
catalisando informações sobre esse modelo de produção, que ganha cada vez mais adeptos no setor produtivo. O Observatório irá reunir, em uma única plataforma, dados e informações sistematizadas sobre a cadeia agroalimentar do leite orgânico. A expectativa é realizar uma ampla caracterização e monitoramento territorial das fazendas de leite orgânico, com dados sobre o tamanho do rebanho, produtividade, ambiente, avaliação da eficiência dos sistemas, fornecedores de insumos como grãos, sementes orgânicas e medicamentos. Crédito O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a contratação, até 30 de junho deste ano, com recursos obrigatórios, de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) para beneficiamento ou industrialização de leite. O limite de crédito é de até R$ 65 milhões, com taxa de juros de 6% ao ano e prazo de reembolso de até 240 dias. Também foi ampliado de um ano para dois anos o prazo de reembolso para contratação de crédito de custeio pecuário para retenção de matizes bovinas de leite. Segundo o CMN, as medidas foram adotadas para evitar a descapitalização desse segmento e garantir o abastecimento do mercado.
É ÚNICO Maior eficiência na produção de leite1
Características físicas ideais3
Aumento da produção de propionato vs. similar2
Prevenção da coccidiose4 e controle da severidade do timpanismo, cetose e acidose5.
Referências Bibliográficas: 1. FDA FOI NADA 095-735 Monensin Sodium. 2005. 2. Elanco Study Report. In vitro ruminal volatile fatty acids (VFA) concentrations of Rumensin and generic monensin. 2017. Data on file. 3. Rumensin Guidance Document. Data on file. 4. Lean et al. Monensin in Cattle: A Review of 40 years of Rumensin use. Data on File. 5. McGuffey et al. 2002. Ionophores for Dairy Cattle: Current Status and Future Outlook. Journal of Dairy Science 84(E Suppl):E194:E203. RumensinTM, ElancoTM e o logo da barra diagonal são marcas da Elanco ou suas afiliadas. PM-BR-19-0319.
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LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES
Lançamento Lançamento da UCBVET
da UCBVET
ções técnicas observáveis para diminuir a carga microbiana do leite. Novo CEO da Ideagri
congelamento lento, conhecido como DirectTransfer (DT), que apresenta dados muito positivos a campo, com resultados consistentes e comprovados em grandes fazendas. Com a técnica já foi possível realizar mais de 20 mil transferências com resultados acima dos observados no mercado, que serão inclusive divulgados nos modelos comerciais da empresa. Automação da ordenha
Uma novidade na linha de produtos da UCBVET Saúde Animal é o Bovicálcio Oral®. Fonte suplementar de cálcio, magnésio, energia e probióticos, ele é indicado para prevenção e tratamento da hipocalcemia e cetose, além de melhorar a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes.
Uma novidade na linha de produtos da UCBVET Saúde Animal é o Bovicálcio Oral®. Fonte suplementar de cálcio, magnésio, energia e probióticos, ele é inCursos on-line para prevenção e tratamento da dicado hipocalcemia e cetose, alémAnimal de –melhorar O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Sindirações – definiu agenda de cursos acontecerão ao e longo de 2021. Serão ao a adigestão dosquealimentos absorção dos vivo e on-line, com turmas a partir de 10 participantes. A programação dos nutrientes. Cursos on-line O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações – definiu a agenda de cursos que acontecerão ao longo de 2021. Serão ao vivo e on-line, com turmas a partir de 10 participantes. A programação dos cursos tem como público-alvo gestores, supervisores e colaboradores de fazendas efetivamente envolvidos na produção e no controle de qualidade. Mais detalhes sobre a inscrição para os cursos estão disponíveis no site do Sindirações (https://sindiracoes. org.br/) ou pelo e-mail qualidade@sindiracoes.org.br . Cartilha sobre boas práticas da ordenha A qualidade do leite é um dos principais desafios do setor de laticínios e é fator crucial para a qualidade de queijos artesanais produzidos com leite cru. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveu a cartilha “Boas Práticas da Ordenha”, que traz instruções e cuidados para produzir leite de boa qualidade. A cartilha disponibilizada para download gratuito no site da entidade (http://www.epamig.br/) traz orienta-
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A Ideagri, AGTech especializada em sistemas de gestão para empresas rurais focadas em pecuária, tem um novo CEO: Marcelo Ferreira, 34 anos, engenheiro, que chega para acelerar o programa de expansão da empresa, iniciado no primeiro semestre de 2020 com o aporte de capital do fundo 10b. Ele substitui Heloise Duarte, fundadora e acionista da Ideagri, que assume a parte operacional. Na lista de lançamentos da Ideagri em 2021, está um software voltado para as necessidades diárias de gestão do pequeno produtor de leite, já testado em um programa-piloto em 2020. O lançamento acontece no primeiro trimestre de 2021. Segundo ele, a equipe de tecnologia da Ideagri já dobrou de tamanho para fazer frente às inovações previstas e continuará crescendo. As áreas de marketing e customer service também foram expandidas. Produção de embriões in vitro A central de inseminação Alta passa a integrar o mercado de embriões ao adquirir um portfólio de tecnologias, que levará aos pecuaristas soluções reprodutivas avançadas para os rebanhos e consultoria técnica especializada. Transferência de embriões, fertilização in vitro, sêmen sexado e a criopreservação são ferramentas que passam a estar disponíveis para os criadores que procuram alcançar objetivos específicos de produção e reprodução. E o principal destaque é a tecnologia de criopreservação dos embriões em etilenoglicol pelo processo exclusivo de
Criado para permitir fluxo livre das vacas (Free Cow Traffic), o sistema de automação da ordenha permite que as vacas descansem por maior tempo, colabora para um baixo índice de estresse animal e melhora o ambiente de ordenha. De acordo com o gerente comercial da Lely, no Brasil, João Vicente Pedreira, a automação tem representado um ponto de virada para os pecuaristas. Quando a vaca entra no robô, é feita uma leitura automática da coleira do animal. Com base nas informações coletadas, o software de gestão e manejo Lely direciona a ordenha de forma customizada. Na prática, isso significa que a alimentação da vaca é adequada ao seu histórico físico, sanitário e produtivo. São combinados até cinco tipos de ração e distribuídos pelo sistema autônomo, incluindo um alimento líquido. MF Rural lança “Negócios Infinitos” Ao completar 16 anos de atividades, o MF Rural, maior portal do agronegócio do Brasil, lançou a campanha “Negócios Infinitos”, com o objetivo de mostrar a importância da plataforma de marketplace, que facilita a vida de quem é ligado ao setor rural. “Através dela, é possível realizar todo tipo de compra e venda dentro
do nosso ambiente virtual. Aqui, o produtor encontra os melhores anúncios e também empresas do setor agropecuário”, diz o CEO do grupo MF Rural, Roberto Fabrizzi Lucas. Nesse sentido surgiu a campanha “Negócios Infinitos”, com o objetivo de mostrar que na plataforma de marketplace do MF Rural o empresário rural está sempre fazendo negócios, quer seja comprando ou vendendo. A campanha se baseou no origami, uma arte milenar que consiste na criação de objetos e formas a partir de um pedaço de papel quadrado, sem cortá-lo. Dessa maneira, foram criados personagens ligados ao setor rural, com histórias reais dos clientes do MF Rural. Números do MF Rural
positiva, estimula agricultor brasileiro a investir em fertilizantes. A Mosaic Fertilizantes, produtora global de fosfatados e potássio combinados, espera um novo crescimento do mercado brasileiro de fertilizantes em 2021, podendo alcançar pela primeira vez na história à marca de 40 milhões de toneladas de produtos vendidos. Em 2020, Mosaic Fertilizantes registrou um crescimento de 30% nas linhas de nutrição de alto desempenho. O portifólio de companhia inclui a Linha Performa, lançada recentemente, de altíssima tecnologia, que confere Macro e Micronutrientes em uma única solução, contribuindo assim para um melhor rendimento operacional e melhor distribuição de nutrientes. A linha contempla 5 produtos: Performa NEO, Performa Plus, Performa Ultra, Performa Full e Performa HF. Secagem
O portal tem 3 milhões de acessos/mês. Apenas em 2020, a plataforma de marketplace do grupo MF Rural gerou R$3,1 bilhões em volume de negócios. Além dessa plataforma, estão disponíveis outros serviços, como é o caso do MF Leilões. Com grande inovação tecnológica, os leilões rurais são transmitidos de forma on-line. Assim, pela internet, o comprador pode dar lances no conforto de sua casa ou escritório. Uma novidade lançada recentemente pelo MF Rural é a plataforma de pagamentos on-line MF Pago. Ela garante mais segurança tanto para quem vende quanto para quem compra, com uma série de vantagens. “O sucesso do projeto do grupo MF Rural é tanto que será transformado em franquia. Isso porque existem empresas de outros países, como Argentina, Paraguai e Bolívia, interessadas em implantar esse modelo de plataforma de marketplace, com o objetivo de facilitar a vida do homem do campo e as empresas nesses países”, informa Roberto Lucas. Alta nos fertilizantes Boa relação de troca, incentivada pelo preço das commodities e relação cambial
A dupla Ciprolac Vaca Seca e Sellat é uma das terapias de secagem da Ourofino Saúde Animal. O Ciprolac Vaca seca é um antimicrobiano da classe das quinolonas, com amplo espectro de ação, boa permeabilidade no tecido mamário e consegue atingir infecções agudas e crônicas causadas por diferentes patógenos, e sua ação permanece por 59 dias. Embora a taxa de cura na secagem seja dependente do tipo de agente, da idade da vaca, e da saúde da glândula durante a lactação (CCS), podemos observar alta taxa de cura, em torno de 91%. O Sellat é o selante interno, que juntamente com o Ciprolac VS diminuiem em 27% a chance de novas infecções durante o período seco (em comparação com protocolo estabelecido no mercado), como também proporcionam menor riso de mastite clínica nos primeiros 60 dias de lactação. Mais cura,
mais prevenção e melhor produtividade com segurança e assertividade. Contra mastite
A mastite ainda é uma das enfermidades que causa os maiores prejuízos na atividade leiteira. Para auxiliar o produtor no manejo adequado e evitar desperdício, a Casa Glória Suprimentos Inteligentes traz para o Brasil o R-CCS. Já utilizado em mercados como os Estados Unidos da América, Nova Zelândia, Holanda e Reino Unido, o produto é um separador de leite contaminado com mastite, sangue ou hemorragias, e garante que o leite sadio não tenha contato com o contaminado, pois com o RCC-S o leite não passa pelo coletor. Dessa forma, todos os tetos do animal podem ser ordenhados simultaneamente, separando os infectados para o equipamento R-CCS e aproveitando o leite dos tetos saudáveis. o R-CCS realiza a ordenha embaixo da vaca. Por ser um galão pequeno, tem uma instalação rápida e não atrapalha a ordenha nem a movimentação dos ordenhadores. Sem resíduos
Em sistemas de produção de leite, o uso de antimicrobianos requer especial atenção, a fim de evitar resíduos no produto final. Pensando nesse fator tão relevante,
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LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES a Zoetis traz ao mercado Excenel® RTU EZ, antimicrobiano de amplo espectro, usado para o tratamento de inúmeras doenças que comprometem a saúde dos animais e, consequentemente, a produtividade do rebanho. Com formulação pronta para uso, facilidade de aplicação e atendendo aos mais elevados padrões de controle de resíduos, Excenel® RTU EZ é recomendado para pneumonia, problemas de cascos, diarreia e metrite em bovinos. Com o uso de Excenel® RTU EZ, não há necessidade de descarte do leite, o que representa uma economia muito grande em relação a outros antimicrobianos que requerem isso. Tratamento mastite
detectar múltiplos resíduos de produtos químicos por meio de uma única análise. O procedimento é voltado a identificar a presença e a quantidade de herbicidas usados para controlar plantas daninhas em cultivo de capim-elefante. Conhecida por produzir grande quantidade de biomassa, a gramínea é usada na geração de energia e muito empregada na alimentação de gado leiteiro. Por isso, é importante saber se os animais estão consumindo alimento seguro. O método multiresíduo é capaz de detectar resíduos dos sete herbicidas estudados (metsulfurom-metilico,atrazina, clorimurom-etilico, halossulfurom-metilico, metsulfurom-metilico, nicossulfurom e S-metolacloro). De olho nessa aplicação, o método deve ser empregado em um projeto em parceria com a Embrapa Gado de Leite. Reforço na ABS
expostos a altas temperaturas e umidade não são tão silenciosas quanto parecem. E foi literalmente escutando as vacas que uma pesquisa liderada pela Embrapa Rondônia utilizou a bioacústica, ou seja, os sons emitidos pelos animais, para medir a frequência respiratória (FR). A metodologia foi validada para rebanho Girolando. A equipe de cientistas validou um método inédito de avaliação desse parâmetro de conforto térmico, que utiliza gravadores digitais fixados ao cabresto dos animais, para mensurar de maneira prática, precisa e não invasiva o comportamento dos bovinos em pastejo. Essa é a primeira vez que a metodologia é validada para medir a frequência respiratória. Segundo a pesquisadora da Embrapa Rondônia Ana Karina Salman, é uma ferramenta valiosa para os pesquisadores que estudam o efeito do estresse térmico em bovinos em situação de pastejo. Novas embalagens
O tratamento para as mastites deve ser fundamentado no tipo de microrganismo que está acometendo o animal e, para isso ocorrer, é necessário a realização de testes de cultura na fazenda. A sugestão da J.A Saúde Animal para o tratamento das mastites clínicas ambientais é o uso do intramamário Mastite Clínica VL, solução inovadora à base de Amoxicilina, Clavulanato de Potássio e Prednisolona, que alia alta eficácia antimicrobiana com ação anti-inflamatória local, garantindo maior conforto para o animal doente. Adicionalmente, é indicado a administração de um antimicrobiano sistêmico, já que em mastites agudas e superagudas, geralmente a permeabilidade local está comprometida. Nesses casos é necessário o uso de medicamentos sistêmicos de alta concentração e ação imediata, sendo o Gentopen, associação de Penicilina Potássica e Gentamicina, uma das melhores opções do mercado. Resíduos em pastagem Cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) aprimoraram um método capaz de 16
A ABS apresentou Diego Santos como novo Gerente Técnico e Ferramentas Genéticas Leite. Graduado em Medicina Veterinária e com formação em Gestão Rural, o profissional traz experiência de quatro anos como Coordenador do Serviço de Controle Leiteiro e Diretor Executivo da Associação Mineira de Gado Holandês (ACGHMG). Além disso, o novo colaborador tem quase três anos de experiência em uma companhia voltada para saúde animal, onde trabalhava com foco total na área de melhoramento genético leite, atuando nacionalmente com o Clarifide Holandês, Jersey e Girolando. Bioacústica As perdas de produtividade de animais
A Cruzília anuncia ao mercado seu novo conceito e posicionamento de marca. Fundada em 1948, a empresa – cuja história foi iniciada em uma banca no Mercado Municipal de São Paulo – passa agora por um processo de rebranding que iniciou identificando junto ao mercado os principais atributos de seu portfólio. A partir de agora, as gôndolas começam a receber as novas embalagens, fruto de um trabalho artístico que contam com elementos como a tipografia handmade (que sugere o cuidado, respeito, dedicação e carinho na fabricação feita à mão), ilustrações que reforçam a brasilidade da marca e a exclusividade premium que mostra que o consumidor está adquirindo um produto único e especial. Como reforço, a aplicação de selos nos rótulos, que enaltecem a excelência ímpar presente em seu interior.
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ENTREVISTA
por Larissa Vieira
Mercado de genética aquecido em 2021? Se o ritmo dos últimos anos for mantido, a resposta é sim. As vendas de sêmen das raças leiteiras ultrapassaram os 5 milhões de doses em 2020. A expectativa é de que 2021 confirme essa procura firme por genética. É o que prevê o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Márcio Nery. Em entrevista à revista Girolando, ele fala do excepcional desempenho da raça em 2020, avalia os principais fatores que levaram ao crescimento do mercado de genética e destaca como os dados da Asbia podem ajudar a fomentar a IA no País. Por outro lado, o Brasil ainda precisa avançar bastante no número de vacas leiteiras inseminadas. Girolando
Márcio Nery
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Os dados da Asbia apontam um crescimento nas vendas gerais de sêmen em 2020. Esse desempenho também foi verificado na pecuária leiteira? O mercado do leite mostrou grande aquecimento em 2020, crescendo 13%. Foram 5,2 milhões de doses de sêmen vendidas no País. Para o ritmo do leite, que vinha crescendo de 1% a 2% em anos anteriores, é um desempenho excelente. Esse cenário vem mudando desde 2018 e agora voltamos a um patamar de crescimento igual ao de anos como 2016. Acredito que vamos continuar crescendo. No geral, somando leite e corte, tivemos quase 24 milhões de doses de sêmen vendidas, sendo que 91% desse total é referente ao mercado interno, 2% para exportação e 7% vem da prestação de serviço. Os resultados marcam definitivamente a inseminação artificial como uma das ferramentas fundamentais para o futuro da pecuária no Brasil e colocam o País em um patamar muito importante no cenário mundial. Em 5 anos, passamos de menos de 13 milhões de doses para 21,5 milhões vendidas ao cliente final, que é o mercado interno. O número de vacas inseminadas passou de 11% para quase 20%. Quais fatores levaram a esse desempenho? É um acordar do produtor de leite para a necessidade de fazer melhoramento ge-
nético e utilizar a inseminação artificial como uma das ferramentas para fazer esse avanço genético. Existem alguns pontos que contribuíram para esse cenário. O primeiro deles está ligado ao custo/benefício da IA, que nunca passa de 1 a 2% do total de custo de produção mesmo se o produtor utilizar os sêmens mais caros, como o sexado. Por outro lado, ele começou a entender que de todos os insumos colocados na fazenda esse é o único que vai permanecer por toda a vida naquele rebanho. Os demais têm ação temporária. Outro ponto é que o produtor mais moderno começou a fazer contas mais refinadas. Ele tinha a genética como algo que atuava na ponta do aumento de produção, conseguindo elevar a relação leite/hectares ou leite/vaca/dia. Depois passou a perceber que a genética atua na ponta de redução de custo. Ao usar sêmen de animais selecionados para características importantes que impactam o negócio, o produtor está investindo em fertilidade do rebanho, redução de doenças, como CCS alta, metrite, cetose, qualidade do leite ou eficiência alimentar. E tudo isso contribui para a redução de custo. E um terceiro ponto, que ainda vai ser descoberto pelo produtor, é a sustentabilidade. O melhoramento genético atua de frente para entregar mais sustentabilidade, produzindo mais com menos recursos, com vacas mais eficientes. Com tudo isso, o produtor começou a perceber que não
pode mais ficar sem fazer melhoramento genético. Girolando Márcio Nery
Girolando Márcio Nery
Girolando
Márcio Nery
Dentro desse cenário como está a raça Girolando? O Girolando vem tendo um crescimento fantástico. Saiu de 611 mil doses de sêmen em 2019 para mais de 752 mil em 2020. A raça não parou de crescer, mesmo nos anos em que houve queda na inseminação artificial no País. O que significa isso? Confiança na raça. O produtor de leite usa touros CCG 3/4 ou Girolando [5/8] com bastante tranquilidade; para ele aquela genética é suficiente. Não tem segregação e produz o animal que ele quer. O touro Girolando deu ao produtor a tranquilidade no manejo que ele precisava. Muito interessante também é que o sêmen sexado saiu de 47,6 mil doses para quase 73,9 mil no último ano. Isso significa que o usuário de touro Girolando quer fazer melhoramento genético, mas com velocidade, para chegar mais rapidamente a um rebanho de qualidade.
Girolando
Para 2021, a Asbia espera novo aumento nas vendas de sêmen? A nossa expectativa é repetir esse crescimento de 2020, ficando entre 12 e 15%. O mercado de leite está um pouco instável ainda por conta de questões como a cobrança do ICMS no estado de São Paulo e pode ser cobrado em Minas Gerais. Ainda tem o fato de as importações de leite terem aumentado no final do ano passado, mesmo com o valor atual do dólar, impactando nosso preço interno do litro do leite, além do preço da soja e do milho. Também a pandemia vem afetando o consumo de leite não só pela queda na renda do brasileiro, mas também pela suspensão das aulas, deixando de ofertar o leite na merenda escolar para crianças de todo o País. Por tudo isso, este é um cenário que dificulta prever como o mercado da genética leiteira vai se comportar. Muitos produtores que estavam mal na atividade acabaram deixando a pecuária leiteira e a captação caiu, mas diversas entidades, como a Girolando, têm se mobilizado junto aos governos federal e estaduais para garantir melhores condições de trabalho ao produtor. Mesmo com todas essas questões, será um ano bom para o segmento. Pode até ser que 2021 não seja excepcional para o leite, mas trabalhamos com a expectativa de crescimento acima de 12%. Apesar do crescimento das vendas de sêmen, o número de vacas leiteiras inseminadas ainda é baixo no Brasil?
Márcio Nery
Girolando
Márcio Nery
Realmente a situação do leite não é a desejada. No geral, em torno de 11% das vacas leiteiras são inseminadas, sendo que esse percentual é maior nos estados do Sul, ficando entre 17,2% e 25%. É o inverso de países que são grandes produtores, onde é comum inseminar mais de 80%, ou nos vizinhos, como Argentina e Uruguai, que inseminam mais de 60%. Nós temos um caminho longo a percorrer e precisamos superar alguns desafios, mostrando ao produtor as vantagens da IA e capacitando-o para isso, especialmente as pequenas propriedades de leite que veem a tecnologia como algo difícil de aplicar. Mas vale destacar que nas estatísticas do Censo Brasileiro são incluídos alguns milhões de vacas de subsistência, que dão apenas 3 ou 4 litros de leite, ou seja, não são de rebanhos voltados para a produção de leite. Se colocassem nessas estatísticas somente os animais de fazendas especializadas em leite esse índice de vacas inseminadas certamente seria maior que 11%. A difusão de tecnologias como a IATF em rebanhos leiteiros precisa estar entre as ações para elevar o número de vacas inseminadas? Com certeza. A IATF é mais comum no corte, respondendo por 90% do total realizado no País, mas é muito crescente no leite. Das fazendas leiteiras que usam inseminação, mais de 35% já usam IATF. Esse é um caminho sem volta, pois com o aumento dos rebanhos, a detecção de cio fica muito mais difícil, tornando-se um gargalo para a fazenda. Por isso, fazer IATF não é apenas uma opção, é uma necessidade nas propriedades que buscam maior eficiência e rentabilidade. Como os dados do relatório da Asbia podem ajudar no desenvolvimento de estratégias para aumentar o uso da IA? A municipalização dos dados foi um passo importante para tornar as ações dos associados da Asbia mais precisas. Pelos dados do novo relatório, a IA está presente em todo o território nacional, sendo verificada em 4.286 municípios, o que representa 77% de todos os municípios brasileiros. Com a análise dos dados segmentada por município é possível verificar as localidades onde há pouco uso da inseminação, mesmo tendo a atividade pecuária, e tomar medidas para fomentar a tecnologia, tais como: cursos de IA, palestras, dias de campo, parcerias público-privadas, dentre outras iniciativas. 19 17
VOCÊ SABE POR QUE USAR
bST A CADA 14 DIAS?
A pecuária no Brasil atualmente se encontra em um momento muito favorável. Não apenas pelos valores pagos por litro de leite, que se encontram 50% acima dos valores do ano anterior, mas também pelo valor da arroba, situação que também favorece a pecuária de leite. Apesar da estimativa dos custos de produção se manter alta, a tendência de preços elevados para os próximos meses assegura uma boa remuneração aos produtores ao longo dos próximos meses. Diante desse cenário, produtores de leite planejam aumentar sua produção diária a níveis cada vez maiores. No entanto, esse aumento de produção desejado deve acontecer sobre sólidas bases nutricionais e de manejo. A adoção de ferramentas que aumentem a produção de leite a qualquer custo pode trazer consequências indesejadas a médio e longo prazo, como diminuição de escore de condição corporal e redução dos índices reprodutivos das vacas. Uma dessas estratégias adotadas por algumas fazendas é o uso de Somatotropina Recombinante Bovina (bST) em intervalos menores que os 14 dias recomendados em bula. Algumas fazendas, pensando exclusivamente no aumento de produção de leite e não pensando nas consequências a médio e longo prazo, têm adotado intervalos de 12, 11 ou 10 dias entre aplicações. Essa redução do intervalo recomendado nas bulas dos bST disponíveis no mercado, de 14 para 10 dias, pode causar alterações no comportamento reprodutivo dos animais e redução de alguns índices reprodutivos essenciais para a produtividade a médio e longo prazo.
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Ao longo dos anos, diversos pesquisadores pelo mundo demonstraram que o intervalo de 14 dias entre aplicações de bST não afeta negativamente a reprodução dos animais e proporciona respostas lucrativas no aumento da produção de leite. No entanto, outros trabalhos que testaram intervalos menores entre aplicações mostraram que essa redução de intervalo pode causar alterações no comportamento reprodutivo das vacas. Rivera et al. (1993) testaram o uso de bST com intervalo de 10 dias entre aplicações e apresentaram alguns resultados que confirmam o que foi relatado acima. Eles verificaram que esses animais tratados com bST em intervalos de 10 dias apresentaram as seguintes alterações numéricas: • Redução da taxa de detecção de cio (33,3% vs. 44,8%); • Diminuição da duração do cio (5,6 vs. 7,6 horas); • Menor número de montas aceitas durante o período de cio (6,7 vs. 7,8 montas); • Maior perda gestacional entre 33 e 66 dias de gestação (16,9 vs. 11,4%). Outros trabalhos de pesquisa também já demonstraram que o uso de bST em intervalos menores que 14 dias aumenta a produção de determinadas substâncias, como o IGF-1, que influenciam diretamente na reprodução das vacas. Thatcher et al. (2006) relataram que elevados níveis de IGF-1 circulantes em vacas de leite podem influenciar negativamente a taxa de prenhez, e o uso de bST está diretamente ligado ao aumento dos níveis circulantes de IGF-1 nos animais. Dessa forma, a redução do intervalo entre aplicações de bST pode levar ao aumento dos níveis dessa substância nos animais e influenciar negativamente resultados reprodutivos. Após todas essas informações, conclui-se que o intervalo de 14 dias entre as aplicações de bST na rotina das fazendas leiteiras é o ideal a ser adotado. Isso leva ao aumento da produção de leite de maneira uniforme por 14 dias, ao incremento de lucratividade e não afeta negativamente a reprodução. Ao contrário disso, menores intervalos entre aplicações, por exemplo 10 dias, podem levar à redução dos índices reprodutivos da fazenda, com implicações sobre a produção de leite a médio e longo prazo.
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CARLOS LOPES
PASTAGEM
Planilha ajuda calcular áreas de pastejo rotacionado Com o pastejo rotacionado, é possível garantir alimentação volumosa para o rebanho o ano todo
Trabalho desenvolvido pela Emater-MG conta com ajuda de imagens de satélite e reduz tempo de elaboração de projetos 22
DIVULGAÇÃO Prática de monitorar a altura da pastagem ajuda na produção do rebanho
Uma planilha para cálculos e um software com imagens tiradas por satélites. Foi com essas duas ferramentas que um técnico da Emater-MG, do município de Laranjal, na Zona da Mata, aprimorou seu trabalho e agilizou o atendimento aos pecuaristas interessados em implantar o pastejo rotacionado na propriedade. No sistema de pastejo rotacionado, o pasto é dividido em pequenas áreas cercadas e é promovida uma rotatividade por esses piquetes na hora do gado se alimentar. Geralmente, os animais ficam um dia em cada piquete e só retornam à mesma área quando o capim estiver no ponto ideal de ser consumido, sem comprometer a rebrota. Com o pastejo rotacionado, é pos-
sível garantir alimentação volumosa para o rebanho o ano todo, desde que também haja adubação adequada e irrigação nos períodos de seca. “Antes, para fazer um projeto de pastejo rotacionado, era preciso ir até a propriedade, medir a área de pastagem disponível, ver quantas cabeças de gado o produtor tinha, fazer vários cálculos na calculadora”, lembra o técnico da Emater-MG de Laranjal, Elson Gomes de Castro. Ele conta que a mudança veio quando criou uma planilha de cálculos, incluindo critérios como área para formação dos piquetes, número de animais, tempo de permanência em cada piquete, tempo de descanso de cada área, altura do capim no momento da entrada e saída dos animais, variedade de capim plantada e outros. “Primeiramente identificamos a necessidade do produtor de acordo com a sua área disponível e quantos animais pretende alimentar. Diante disso, ainda no escritório, pedimos para o produtor localizar sua área disponível no programa Google Earth PRO e qual forrageira deseja implantar no projeto. Jogamos todos os dados na planilha que irá calcular automaticamente o número de piquetes, quantidade ideal de animais por piquete e a área de cada piquete”, explica o técnico. A próxima etapa é fazer o desenho dos piquetes nas imagens do Google Earth PRO e imprimir este mapa para o produtor fazer as divisões dos piquetes na propriedade. “Geralmente eu levava um dia fazendo este trabalho,
quando precisava ir até a propriedade. Agora levo cerca de 40 minutos no escritório para entregar tudo pronto para o produtor”, afirma Elson de Castro. Ele explica, ainda, que toda vez que o gado sai de uma área, é preciso fazer a adubação da capineira. As recomendações para fertilização do solo são repassadas ao cliente de acordo com cálculos realizados em planilhas de interpretação de análise de solo já utilizadas pelos técnicos da Emater-MG. Elson de Castro já utilizou o sistema de cálculo que criou para a implantação de dez projetos de pastejo rotacionado em Laranjal e outros dez no município vizinho de Barão do Monte Alto. Além disso, a planilha de cálculos de piquetes de pastejo rotacionado também está sendo usada por colegas de Emater de várias regiões do estado. “Este projeto vai ao encontro da proposta da Emater de usar cada vez mais a tecnologia da informação. Estamos otimizando o trabalho do técnico, diminuindo custo para a empresa e, com isso, sobrando mais tempo para desenvolver outras ações. O produtor também fica satisfeito, porque recebe um serviço de qualidade”, afirma Elson de Castro. O trabalho desenvolvido em Laranjal para cálculo de piquetes de pastejo rotacionado foi campeão regional do Prêmio MelhorAção 2020. O concurso é uma iniciativa da Emater-MG para eleger internamente os melhores trabalhos implementados por seus profissionais e que possam ser replicados em outros municípios.
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Manejo de altura das pastagens Manejar adequadamente os pastos é tarefa básica para o pecuarista que deseja garantir resultados produtivos satisfatórios, equilibrando a estabilidade de boas forrageiras e o bom desempenho animal. Mas resultados de pesquisa da Embrapa comprovam que o manejo correto das pastagens promove outro resultado importante: a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE). No entanto, de acordo com a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Cristina Genro, apesar de o uso da altura das forrageiras como ferramenta de manejo ser uma atividade simples e muito eficaz, ainda é pouco usada pelos produtores. Em resumo, quando os pastos são manejados segundo recomendações técnicas, os animais emitem menos metano e o solo acumula mais carbono. Com isso, quando é feito o balanço do que foi emitido de carbono com o que foi fixado pelas plantas, a pecuária é considerada de baixa emissão do elemento ou apresenta resultado neutro, ou seja, reabsorve todo o carbono que ela mesma emite. Como trabalhar com a altura? A altura é uma característica da estrutura do pasto que tem relação direta com a massa de forragem, ou seja, a quantidade de pasto disponível em uma área. Quando se escolhe trabalhar com esse critério de manejo, é importante realizar medidas em toda a área de pastejo, porque o pasto é heterogêneo, ou seja, há locais onde existem pontos altos, médios e baixos. Isso se dá pelo fato de o crescimento das plantas ser influenciado por fatores do meio, como temperatura, umidade, fertilidade, pastejo etc. Conforme a pesquisadora da Embrapa Márcia Silveira, é fundamental o monitoramento da altura da pastagem rotineiramente, ou seja, é um olho no gado e outro no pasto. No caso de pastagens naturais sugere-se medir a altura dos pastos uma vez ao mês, no outono e inverno, e a cada 15 dias na primavera e no verão. No caso de pastagens nativas melhoradas por fertilização e sobressemeadas com espécies cultivadas de inverno, a recomendação é que a medição seja feita pelo menos quinzenalmente durante todo o ano. Para que a altura do pasto esteja dentro do recomendado, é preciso controlar a quantidade de animais por hectare. Se a lotação for muito alta, os bovinos perdem desempenho e emitem mais metano por área, assim como o pasto diminui sua capacidade de contribuir para fixação do carbono no solo. “Então, se nós trabalharmos fazendo um ajuste de carga para manter a altura ideal de manejo de cada planta forrageira, estaremos contribuindo para a redução de problemas com a degradação de pastagens e baixo desempenho animal, ao mesmo tempo que atribuímos um serviço ecossistêmico à produção de animais a pasto”, completa Silveira. Cada pasto tem uma altura de manejo recomendada, inclusive dependendo da sua forma de uso, ou seja, em pastejo rotativo ou contínuo. As medições de altura do pasto podem ser realizadas, com o uso de ferramentas simples como uma régua ou um bastão medidor de altura de pasto. 24
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NUTRIÇÃO
Silagem: cuidados na colheita e processamento Silagem tem bom valor nutricional
A colheita no momento ideal é muito importante, pois é quando a planta acumula maior quantidade de matéria seca e de melhor qualidade nutricional Estamos num período em que não falta alimento para o gado no pasto, mas é neste momento de fartura que se deve pensar na estação seca, quando não haverá comida em abundância e a alimentação do animal se torna mais cara. Um dos mo26
delos mais tradicionais de armazenar alimentação para gado é a confecção de silagem, que consiste em uma forragem cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação. Quando bem feita, a silagem tem valor nutricional semelhante ao
material original; por isso, a importância na hora da colheita e processamento. Segundo o engenheiro agrônomo da Unidade de São Sebastião do Paraíso, Divisão Minas Gerais do Grupo Matsuda, Marco Aurélio de Oli-
veira Pádua, o período correto para a colheita vai variar conforme a planta que está sendo ensilada. “Para milho, por exemplo, esse período pode ser de janeiro a abril, dependendo da época em que foi realizado o plantio”, explica. “A colheita no momento ideal é muito importante, pois é quando a planta acumula maior quantidade de matéria seca e de melhor qualidade nutricional. Caso o corte não seja realizado nesse momento, a planta começa a perder qualidade e, consequentemente, se for ensilada irá proporcionar silagem de baixa qualidade”, destaca Pádua. Para se obter silagem de alto valor proteico é necessário estar atento a alguns pontos básicos que se relacionam com a atividade, tanto na fase de produção, que vai da análise de solo até o ponto de corte, quanto na fase de ensilagem, que vai do corte até a vedação do silo. Pádua explica que o ponto de corte das plantas é fundamental para que se obtenha silagem de qualidade, pois indica o momento em que a planta deve ser colhida no campo. O ponto de corte varia con-
forme a planta que está sendo utilizada, e para as principais forragens utilizadas existe uma recomendação especial. Outro ponto-chave para alcançar sucesso na silagem é a vedação. Segundo Marco Aurélio, a vedação rápida e completa é importante para se obter silagem de boa qualidade e problemas com a entrada de ar e água são os principais responsáveis pela perda de qualidade durante essa etapa. “A má vedação do silo geralmente pode provocar fissuras na lona, resultando em deterioração acentuada da massa superficial do silo, uma vez que a presença de ar, aliada à entrada de água, favorece o crescimento de microrganismos envolvidos com o processo de deterioração. Para o fechamento do silo deve-se utilizar, de preferência, lonas dupla face e com espessuras de 200 a 400 micras e fazer a proteção delas com material que permita aderência à massa ensilada, como sacos de areia, pneus ou terra: técnicas necessárias para evitar os problemas citados”, adverte. O milho e o sorgo são as cultu-
ras mais adaptadas ao processo de ensilagem, resultando em silagens de boa qualidade, porém existem outras opções de forragens para produção de silagem, como o capim elefante, que é muito utilizado em regiões de pecuária leiteira devido a sua produtividade, e os capins tropicais, que apresentam menor custo (geralmente 50% do custo da silagem fresca de milho ou de sorgo). Para Marco Aurélio, “o produtor deve fazer um bom planejamento de como fazer boa silagem, definindo qual forragem utilizar (milho, sorgo, cana-de-açúcar, capim-elefante, forrageiras tropicais); calcular o quanto de silagem ele precisa produzir com base no número de animais, o período de utilização da silagem e definir o tamanho da área de plantio; e organizar antecipadamente equipamentos e materiais utilizados na confecção do silo (ensiladeiras, carretas, limpeza do silo etc.). Tudo isso fará com que o produtor não tenha problemas no período de ensilagem e, com isso, consiga produzir silagem de qualidade”, finaliza Pádua.
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NUTRIÇÃO
Lisia Bertonha Correa
Nutricionista da área de bovinos leiteiros na Agroceres Multimix
Acidose e os impactos na produção de leite Equilíbrio nutricional evita distúrbios.
As vacas leiteiras, principalmente de alta produção, em sistemas de manejo intensivos, são continuamente desafiadas a produzir mais para trazer retornos financeiros. Do ponto de vista nutricional e alimentar, isso não é possível sem 28
pensar em duas situações: aumento da densidade nutricional e/ou aumento da ingestão de alimentos (matéria seca). A alimentação à base de concentrados e o alto uso de grãos estão sendo utilizados para se obter o máximo de produ-
ção em menor tempo possível. Todas as ferramentas utilizadas para aumento da produção, como, por exemplo, conforto e aumento no número de ordenhas, entre outras, em geral, resultam em aumento no consumo de matéria
seca, uma vez que a vaca “come porque ela produz leite”. Portanto, manter um equilíbrio nutricional nesses animais pode ajudar a prevenir alguns distúrbios metabólicos, como: cetose, balanço energético negativo, acidose. O pH do conteúdo ruminal é levemente ácido (6,0 a 6,7), ideal para um equilíbrio entre os microrganismos e para que ocorram os processos de digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes. Embora o pH ruminal varie consideravelmente em um dia, as vacas possuem um sistema altamente desenvolvido para manter o pH ruminal dentro de uma faixa fisiológica. Entretanto, se a produção de ácido da fermentação for maior do que o sistema, pode tamponar, e o pH ruminal pode cair drasticamente. Com a pressão do mercado por mais leite, os produtores aumentam excessivamente a quantidade de concentrado, podendo resultar em acidose. Na pecuária intensiva de leite, esse é um problema praticamente inevitável, principalmente pelo fato de que a alimentação é feita em grupo e por haver grande variabilidade individual entre os animais. A acidose ruminal é uma doença metabólica grave, porém comum em vacas leiteiras e, geralmente, está associada à ingestão de grandes quantidades de alimentos ricos em carboidratos e de fácil fermentação no rúmen, produzindo grandes quantidades de ácidos, que promovem redução do pH ruminal, levando à predominância das bactérias produtoras de ácido lático que baixam ainda mais o pH (Ogilvie, 2000). A acidose ruminal pode se manifestar de diversas formas: conforme a composição, tamanho da partícula e a quantidade ingerida de grãos pelo animal e sua prévia adaptação alimentar, ocorrendo principalmente nas formas aguda e subaguda (também conhecida como Sara – Subacute Ruminal Acidosis). Na acidose aguda a depressão do pH é mais grave (pH<5,0), associada ao acúmulo de ácido lático no rúmen, com sinais clínicos mais evidentes, que aparecem logo nas primeiras horas após
a ingestão de carboidratos. Entre os sintomas estão: perda de apetite, diarreia e desidratação severas; infecção fúngica, apatia, anorexia, depressão, incoordenação e sequelas neurológicas, sendo necessária a intervenção clínica ou cirúrgica, dependendo da gravidade, pois o animal pode entrar em óbito (Kleen et al 2013). Já a acidose subaguda (Sara) é caracterizada por episódios mais brandos, com quedas repetidas do pH ruminal, aparentemente devido ao acúmulo total de ácidos graxos voláteis e não ao ácido lático (Krause e Oetzel, 2006), sendo suficiente para causar grandes prejuízos na produção de leite. A definição é baseada em um período de tempo em que o pH fica abaixo de um certo limite. Alguns autores consideram o tempo de 5,24 horas com pH abaixo de 5,8 (Zebeli et al. 2008); outros consideram o período de 3 horas com pH abaixo de 5,6 (Plaizier et al. 2008). Por ter aparecimento silencioso, muitas vezes, os produtores apenas percebem sua ocorrência devido às perdas financeiras geradas pelas consequências da doença, que incluem: queda na produção, depressão na gordura do leite, abcessos hepáticos, lesões no tecido epitelial do rúmen e nos dígitos, laminites, alteração no sistema imune, afetando a sanidade e a reprodução, entre outros. A redução no consumo de matéria seca, os movimentos rumais diminuídos e diarreia, também estão entre os sinais da acidose. Como as manifestações da Sara no rebanho são mais sutis, os animais podem apresentar, repetidamente, esses quadros clínicos. O aparecimento de animais com acidose aguda no rebanho é indicativo de que a doença pode estar acometendo outros animais, porém na forma subaguda, com sinais menos intensos. Em geral, a acidose ocorre quando a quantidade de ácidos graxos voláteis não absorvidos pelas papilas do rúmen se sobrepõe ao tamponamento ruminal. Isso pode acontecer devido a alguns fatores: • Grande consumo de carboidratos altamente fermentáveis, com consequente produção ex-
cessiva de ácidos. Principalmente quando a vaca não está adaptada a uma dieta rica em amido, pode ocorrer desequilíbrio entre as populações de bactérias celulolíticas e amilolíticas, alterando a microbiota ruminal e aumentando a população de Streptococcus bovis que fermenta os açúcares e causa aumento do ácido lático, diminuindo ainda mais o pH do rúmen, matando grande parte das bactérias responsáveis pela digestão das fibras (Bevans et al., 2005). Um exemplo disso ocorre quando as vacas passam da dieta de vaca seca (rica em volumoso) para a dieta de pós-parto (rica em concentrado), sem prévia adaptação. Alimentação de diferentes categorias simultaneamente gera competição, o que induz a consumo excessivo. Também podem ocorrer erros no cálculo ou manejo das rações, ocasionando maior consumo de concentrado; • Falta de fibra longa. Partículas com mais de 8mm estimulam a mastigação e, consequentemente, a produção de saliva. Esta, por ter alta quantidade de bicarbonato de sódio e pH em torno de 8,2, tem potente efeito tampão no rúmen. Quando o consumo de concentrado é alto, torna-se importante a presença de feno, por exemplo. É comum, em certas épocas do ano, o aumento no uso de casquinha de soja e/ou polpa cítrica, para substituir exclusivamente pastagens ruins, ou mesmo silagem escassa, ocasionando a falta de fibra longa. Alguns vagões, com suas facas internas, também podem picar demais os volumosos; • Fibra longa com tamanho inadequado. Não só os níveis de fibra na dieta são importantes, mas também sua forma física, ou seja, partículas muito grandes são selecionadas pelos animais, que acabam consumindo maior quantidade de concentrado. A prevalência de Sara foi demonstrada em diversas regiões do mundo, por meio de vários estudos, tanto em níveis de rebanho leiteiro quanto em número de vacas. Em rebanhos, variou de 25 a 33% (O’Grady et al., 2008; Morgante et al., 2007) e, com relação ao número de vacas, variou de 29
JORGE BORBA
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Uma das medidas preventivas é evitar mudanças abruptas nas dietas
13,8% a 27,4% (Kleen et al., 2009; Tajik et al., 2009). Infelizmente é uma das doenças mais difíceis de diagnosticar, pois os sinais clínicos nao são típicos da acidose, podendo estar associados a outras enfermidades. O diagnóstico de Sara normalmente é realizado em nível de rebanho e, embora possa acometer até 50% dos animais de uma mesma propriedade, seus sinais clínicos inespecíficos e muitas vezes tardios, dificultam o seu reconhecimento (Kleen et al., 2013). Os sinais clínicos dependem tanto da gravidade do caso no animal quanto do tempo de início do desequilíbrio até o exame. Associar alguns fatores de risco que podem contribuir com o surgimento da acidose, auxiliam no diagnóstico, como por exemplo: vacas em período pós-parto e vacas primíparas (ambas as categorias pelo aumento repentino no consumo de concentrado em suas transições); animais em estresse calórico (aumentam a frequência respiratória, eliminando CO2 que é compensado pela secreção de bicarbonato pelos rins, resultan30
do em menor bicarbonato usado via saliva para tamponar o rúmen. Além disso, vacas em estresse térmico ruminam menos, portanto há menor produção de saliva e menor tamponamento ruminal, além de “babarem” mais nessa época). Os métodos mais indicados para o diagnóstico da acidose aguda são: análise do conteúdo ruminal, atividade dos protozoários, hemograma e avaliação do pH, caso haja necessidade, já que os sinais clínicos são mais evidentes. No caso da acidose subaguda, deve ser feita a investigação da dieta e do manejo alimentar (histórico de alto consumo de carboidratos ou alteração súbita de dieta), análise do conteúdo ruminal, prevalência de casos estabelecidos nos animais, associando indigestão tóxica com problemas de casco ou abscesso hepáticos (Vechiato, 2009). A redução do consumo é o primeiro sinal em um rebanho; entretanto, pode ser difícil detectar uma vaca acometida em uma situação de alimentação em grupo. Portanto, a observação na hora da alimentação é importante e deve estar as-
sociada à redução da ruminação e queda em produção. Outra opção para um possível diagnóstico seria associar alguns sinais clínicos da acidose à inversão na relação de gordura e proteína (o excesso de carboidratos e queda no pH ruminal promovem biohidrogenação incompleta de ácidos graxos insaturados, resultando na passagem de subprodutos intermediários para o intestino, os quais causam redução na síntese de gordura pela glândula mamária). Como foi citado anteriormente, a mensuração do pH ruminal pode ajudar no diagnóstico da acidose, porém não é simples de ser realizada no dia a dia a campo. Desse modo Zschiesche et al. (2020) avaliaram a associação entre a relação gordura/proteína do leite e os parâmetros de pH ruminal (pH médio diário, tempo diário com pH <5,8 e faixa de pH) em uma meta análise, incluindo 47 estudos com 189 tipos de tratamento. Além disso, foi testado, através de modelos estatísticos, até que ponto a predição poderia ser melhorada pela inclusão de indicadores adicionais
(produção de leite, tempo de ruminação, teor de amido na dieta e fibra fisicamente efetiva). Associações significativas entre leite, relação gordura/proteína do leite e parâmetros de pH ruminal foram encontradas. A inclusão de mais indicadores na fazenda melhorou a previsão do pH ruminal médio diário até R2 = 0,46 e tempo com pH <5,8 até R2 = 0,58. Parte considerável da variabilidade foi explicada pela diversidade de condições presentes nas fazendas experimentais. Pelo fato de ser uma doença nutricional e acometer grande parte dos rebanhos, o tratamento torna-se difícil, portanto, o ponto-chave é a sua prevenção. Os animais devem ser monitorados com frequência para facilitar o seu reconhecimento precoce e limitar as perdas. Algumas medidas preventivas que podem ser tomadas: - Evitar mudanças abruptas nas dietas; - Adaptação dos animais que receberão dietas ricas em concentrados; - Substituição parcial dos car-
boidratos altamente fermentáveis por ingredientes alternativos como, por exemplo: polpa cítrica e casca de soja; - Bom manejo alimentar (balanceamento das dietas em termos de quantidade e degradabilidade de carboidratos, quantidades dos ingredientes nas batidas das rações ou dietas, qualidade da mistura em torno de 3 a 5 minutos - mistura excessiva pode reduzir tamanho de partículas da dieta); - Fornecimento de fibra longa em quantidade e tamanho adequado para que não haja seleção; - Monitorar MS (matéria seca) dos volumosos, pois pode alterar a relação volumoso: concentrado e ajustar as dietas regularmente; - Não fornecer concentrado separado dos volumosos; - Fornecer a dieta mais de uma vez ao dia para estimular refeições menores e evitar flutuações do pH ruminal; - Não atrasar os fornecimentos da dieta, para evitar que as vacas se alimentem excessivamente, para compensar o período em jejum;
- Proporcionar espaçamento de cocho adequado (pelo menos 60cm por vaca) para evitar competição e consumo de grandes refeições; - Fazer uso de tamponantes; - Uso de aditivos, como: leveduras e ionóforos. Um possível protocolo de tratamento seria corrigir a acidose sistêmica e ruminal, por meio da administração oral de óxido de magnésio, bicarbonato de sódio ou hidróxido de magnésio (Ogilvie, 2000), e restabelecer a motilidade ruminal através de fornecimento de fibra longa. A acidose ruminal é uma das doenças nutricionais mais importantes nos rebanhos leiteiros, com impacto negativo no mercado de laticínios, diminuindo a produção de leite, a eficiência produtiva, a lucratividade e aumentando a taxa de descarte, principalmente por predispor os animais a doenças secundárias. Essas ocorrências podem ser reduzidas nas fazendas, desde que haja boas práticas de manejo e monitoramento constante dos animais.
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Bruno Marinho Mendonça Guimarães Maria Cecília Rabelo ThallysonThalles Teodoro de Oliveira
SAÚDE ANIMAL
JORGE BORBA
Equipe Sanidade - Grupo Rehagro
Coccidiose: até onde estamos vendo o problema? Bezerros são mais suscetíveis à eimeriose clínica
A coccidiose, também conhecida como eimeriose, consiste em uma doença de distribuição mundial muito comum em rebanhos leiteiros, sendo causada por protozoários da ordem Coccidia. Não é raro que em fazendas brasileiras a coccidiose apresente uma prevalência próxima a 100% nas bezerras. Dentre os sinais da doença, o principal é a diarreia, mas nem sempre ela está presente. Em muitos casos os animais desenvolvem a coccidiose e permanecem em estado subclínico, representando uma fonte de infecção para o rebanho. Cuidar do ambiente, ajustar as dietas e monitorar os animais são etapas fundamentais para o controle e a prevenção da doença. O que é a coccidiose? Conforme mencionado, outra denominação conhecida da coccidiose é eimeriose. Essa denominação é bastante representativa quando conhecemos o agente etiológico da doença, pertencente ao gênero Eimeria. Das mais de doze espécies de Eimeria relatadas até hoje, as que atingem os bovinos com mais virulência são a Eimeria bovise a Eimeria zuernii. O ciclo da coccidiose se desenvolve 32
praticamente no nível intestinal, com a infecção dos bovinos ocorrendo por meio da ingestão de oocistos esporulados presentes na água ou em alimentos contaminados. Já no intestino do hospedeiro, os protozoários invadem as células e se multiplicam no interior delas, causando o rompimento dessas estruturas. Com as células rompidas, os oocistos não esporulados ganham a luz intestinal e são liberados no ambiente através das fezes. Ao serem submetidos a certas condições ambientais de temperatura e umidade, os oocistos se tornam esporulados e infectantes. Devido à alta resistência, é possível que esses oocistos permaneçam infectantes no ambiente por longos períodos até serem ingeridos, dando início a um novo ciclo. Inimigo oculto Relatos científicos demonstram que bezerros com idade entre 3 semanas e 6 meses são mais suscetíveis à eimeriose clínica, o que pode ser considerado um motivo a mais para se preocupar com a colostragem e proteção imunológica dos animais jovens. No entanto, também há documentação de altas taxas de infecção em animais com idade por volta de um ano, mostrando que a epidemiologia
é variável. Não é comum acontecerem manifestações clínicas de eimeriose em animais adultos, mas podem ocorrer em condições de alta carga parasitária, depressão imunológica ou desequilíbrio do organismo do hospedeiro. O sinal clássico da eimeriose é a diarreia, onde em casos severos se apresenta profusa e com traços de sangue nas fezes. Entretanto, não devemos considerar esse sinal como regra para a eimeriose, pois doenças como salmonelose também podem provocar diarreia sanguinolenta. Como consequência da diarreia, o animal pode desenvolver desidratação, apatia, anemia e, em alguns quadros, sintomatologia nervosa. Embora a diarreia seja o principal sinal, alguns animais desenvolvem a forma subclínica da doença, comum em situações onde a pressão de infecção é baixa e/ou o animal possui imunidade devido contaminações anteriores. Dessa forma, os animais subclínicos atuam como reservatório e fonte de liberação de oocistos no rebanho, representando um perigo que nem sempre é identificado. As perdas ocasionadas pela eimeriose não são restritas somente aos casos clínicos. Estudos compreendendo a situ-
afetados depende da extensão das lesões, que é dependente da carga infecciosa de oocistos e da patogenicidade da espécie de Eimeria. Na maioria das vezes, a principal causa de morte dos animais com coccidiose é a gravidade provocada pela desidratação severa e queda no consumo de alimentos. Fatores de riscos associados ao parasita A quantidade de oocistos ingeridos, associada à patogenicidade da espécie de Diarreia com sangue Diarreia com sangue Fonte: Equipe Sanidade – Grupo Rehagro Fonte:Thallyson ThallysondedeOliveira, Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro Eimeria, são os principais fatores relacionados ao parasita que determinam o Diarreia com Diarreia comsangue sangue nível de destruição de células intestinais Fonte: Thallyson de Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro Fonte: Thallyson de Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro e a gravidade dos casos de coccidiose, indo desde casos subclínicos, passando por leves casos clínicos e até mesmo levando o animal ao óbito. Em concordância com o que já foi dito, as espécies de Eimeria com maior patogenicidade
para os bovinos são E. bovise E. zuenii. Fatores de riscos associados ao hospedeiro Animais jovens são mais suscetíveis à coccidiose justamente por ainda não terem desenvolvido imunidade para combater a Eimeria. Dessa forma, animais mais velhos que já desenvolveram a doença e que se encontram em estado subclínico são potenciais fatores de risco para contaminação dos animais jovens, ao continuarem liberando oocistos no ambiente. Considerando essa informação, sabe-se que a ausência de separação de animais em lotes por faixa etária contribui de forma substancial para a propagação do parasita no rebanho. Promover situações que ocasionam aumento do nível de estresse e consequente redução da funcionalidade imunológica dos animais é outro fator
Diarreia com traços de sangue Fonte: Bruno Guimarães, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro
Diarreia com traços de sangue
Fonte: Brunoda Guimarães, Equipe Sanidade – GrupoboviRehagro ação atual eimeriose na espécie Diarreia com traços de sangue naFonte: relatam que a apresentação subclínica Bruno Guimarães, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro da doença é a mais fazenEmbora a diarreia seja ofrequente principal nas sinal, alguns animais das e queDiarreia também prejudica a fisiologia com traços de sangue Embora a diarreia seja o principal sinal, animais desenvolvem a forma subclínica da doença, comum em situações a Fonte: Bruno Guimarães, Sanidadealimentar – Grupo Rehagro intestinal, reduz aEquipe conversão e algunsonde Embora a diarreia seja o principal sinal, alguns animais pressão de infecção baixa e/oudados odoença, animal possui imunidade devido oa desenvolvimento animais. Isto sesituações esenvolvem formaésubclínica comum em onde a desenvolvem deve a forma subclínica da da doença, comum em que situações onde a ao fato de que, mesma forma contaminações anteriores. Dessa forma, os animais subclínicos atuam como ressão de infecção é baixa e/ou o animal possui imunidade devido nos casos clínicos, casos subclínicos pressão de infecção é baixa e/ou nos o animal possui imunidade devido reservatório e fonte de liberação deforma, oocistos no rebanho, representando ontaminações anteriores. Dessa osintestinais animais subclínicos atuamum como também ocorrem lesões que Embora a anteriores. diarreiaDessa sejaforma, o osprincipal sinal, alguns ontaminações animais subclínicos atuam comoanimais perigo que nem sempre é identificado. a de digestão a rebanho, absorçãorepresentando um eservatório ecomprometem fonte de liberação oocistoseno eservatório e dos fontenutrientes de liberaçãode de oocistos no comum rebanho, representando um onde a olvem a forma subclínica daforma doença, em situações permanente. erigo que que nem nemsempre sempre éidentificado. identificado. O nível com que o animal terá o seu perigo é o de infecção é baixa e/ou o animal possui imunidade devido Ambiente acúmulo deumidade umidade e matéria orgânica, condições favoráveis o desenvolvimento Eimeriose desenvolvimento e a sua vida produtivaAmbiente Ambiente com acúmulo de matéria orgânica, condições favoráveis para opara desenvolvimento da Eimeriose comcom acúmulo de umidade e ematéria orgânica, condições favoráveis para o desenvolvimento dada Eimeriose Fonte: Thallyson de Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro Fonte: Thallyson de Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro inações anteriores. Dessa forma, os animais subclínicos atuam como Fonte: Thallyson de Oliveira, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro
tório e fonte de liberação de oocistos no rebanho, representando um
que nem sempre é identificado. Dados de de campo campo Dados Dados de campo Observar oo comportamento animais não não representa o melhor Observar comportamentodosdos animais representa o melhor Observar o comportamento dos animais não representa o melhor método para identificação dos quadros de eimeriose, pois dessa forma é método para identificação dos quadros de eimeriose, pois dessa forma é método paraidentificar identificação dososquadros de eimeriose, pois dessa forma é possível somente casos clínicos, e não os subclínicos.Sendo possível identificar somente os casos clínicos, e não os subclínicos.Sendo possível somente ospara casos clínicos,dae coccidiose não os subclínicos.Sendo assim,identificar o padrão ouro indicado diagnóstico em bovinos é assim, o padrão ouro indicado para diagnóstico da coccidiose em bovinos é assim, o padrão ouro indicado da coccidiose bovinos o exame de OOPG – oocistospara por diagnóstico grama de fezes. Esse exame,em além de é o exame de OOPG – oocistos por grama de fezes. Esse exame, além de o exame de OOPG – oocistos por grama de fezes. Esse exame, além de
Distribuição da carga parasitária de Eimeria por lotes
100% 90% 100%
Distribuição da carga parasitária de Eimeria por lotes 6,67% por lotes 7,69% Distribuição da carga parasitária de Eimeria
100% 80% 90% 90% 70% 80% 80% 60% 70% 100,00% 70% 50% 60% 60% 40% 50% 100,00% 30% 50% 100,00% 40%
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15,79% 15,79% 57,89%
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possível identificar somente os casos clínicos, e não os subclínicos.Sendo assim, o padrão ouro indicado para diagnóstico da coccidiose em bovinos é REVISTA O GIROLANDO
o exame de OOPG – oocistos por grama de fezes. Esse exame, além de
Distribuição da carga parasitária de Eimeria por lotes 100% 90%
26,32%
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Lote 4
Lote 5
15,79%
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20% 10% 0%
Bezerreiro
Lote 1
Lote 2
Carga baixa
Lote 3
Carga média
Carga alta n = 92 animais Fonte: Equipe Sanidade, Grupo Rehagro
de risco para a coccidiose. Um bom exemplo disso é o manejo de lotes com elevada densidade animal que aumenta a disputa por espaço, comida, água, etc.
Dados de campo Observar o comportamento dos animais não representa o melhor método para identificação dos quadros de eimeriose, pois dessa forma é possível identidentificar a cargaFatores parasitária Eimeria nos animais, ao dederiscos associados aotambém am- contribui ficar somente os casos clínicos, e não os biente subclínicos.Sendo assim, o padrão ouro irecionar os tratamentos somente para os lotes necessitados, gerando As características do ambiente estão indicado para diagnóstico da coccidiose conomia nos custos sanitários das fazendas e reduzindo as chances de diretamente relacionadas com a manu- em bovinos é o exame de OOPG – ooormação de resistência protozoário. tenção epelo o aumento da prevalência de cistos por grama de fezes. Esse exame, Eimeria no rebanho. como além de Os dados apresentados a seguir Condições são da equipe de consultoria emidentificar a carga parasitária de piquetes úmidos e com pouca incidênEimeria nos animais, também contribui anidade do Grupo Rehagro e demonstram resultados de exames de OOPG cia de raios solares são favoráveis para ao direcionar os tratamentos somente om o perfil uma da carga parasitária de Eimeriado da recria de uma fazenda longa sobrevivência oocisto. para os lotes necessitados, gerando ecoAlém disso, locais e instalações de difícil nomia nos custos sanitários das fazeneiteira. higienização ou de higienização precádas e reduzindo as chances de formação Com o monitoramento da eimeriose através dos exames de OOPG o ria podem abrigar o agente e representar de resistência pelo protozoário. esejável é que no mínimo 80% dos animais de cada lote apresentem Os dados apresentados a seguir são importantes fontes de infecção. Lotes com elevada densidade animal tendem da equipe ontagem abaixo de 200 oocistos/grama de fezes, representando carga de consultoria em sanidade a aumentar o desafio ambiental por fado Grupo Rehagro e demonstram resulaixa do agente. O cenário indesejável é quando 20% ou mais dos animais vorecerem acúmulo de matéria orgânica tados de exames de OOPG com o perfil e cada lote tenham contagem para Eimeria (> 800 oocistos/grama e elevação da alta umidade. Realizar vazio da cargadeparasitária de Eimeria da recria sanitário, retirar todaonde a matéria de uma fazenda leiteira. ezes). É justamente nessas situações mais de orgânica 20% do lote apresenta das instalações após a saída dos animais Com arga alta de eimeriose que o tratamento é recomendado, devendo ser feitoo monitoramento da eimeriose e utilizar desinfetantes adequados para através dos exames de OOPG o desejám todos os animais do grupo. a limpeza são medidas importantes que vel é que no mínimo 80% dos animais de devem ser adotadas. cada lote apresentem contagem abaixo de 200 oocistos/grama de fezes, representando carga baixa do agente. O cenário indesejável é quando 20% ou mais dos animais de cada lote tenham contagem alta para Eimeria (> 800 oocistos/ grama de fezes). É justamente nessas situações onde mais de 20% do lote apresenta carga alta de eimeriose que o tratamento é recomendado, devendo ser feito em todos os animais do grupo.
Visualização de Eimeria no exame de OOPG Fonte: ThallysonThalles, Equipe Sanidade – Grupo Rehagro
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Controle, prevenção e tratamento Recapitulando pontos já citados e fazendo uma síntese dos processos, algumas das ações que devem ser adotadas para controle e prevenção da eimeriose
no rebanho são: Instalações secas e limpas; Ambientes com boa higiene e drenagem, sem acúmulo de matéria orgânica e umidade; Bebedouros e comedouros limpos e sem contaminação fecal; Divisão de lotes de recria por faixa etária e sem superlotação; Manejo adequado dos animais sem promover estresse. Outra forma de controle e prevenção do protozoário é por meio do uso de ionóforos, aditivos adicionados às dietas que possuem dupla função, atuando como coccidiostáticos e moduladores ruminais. Lasalocida (1mg/kg de peso vivo), salinomicina (1mg/kg de peso vivo) e monensina (0,6 – 1mg/kg de peso vivo ou 16,5 – 33,0 g/ton alimento) são algumas das bases de ionóforos possíveis de ser utilizadas na dieta como profilaxia para a coccidiose, sendo esta última a base de ionóforos mais utilizada atualmente. Torna-se importante adotar uma rotina de checagem frequente das dietas para averiguar se as doses de ionóforos empregadas para cada lote estão em conformidade com a dose recomendada, pois assim como qualquer outra substância, subdosagens não promovem o efeito desejado e superdosagens podem provocar intoxicações nos animais. Como tratamento da eimeriose o recomendado é utilizar medicamentos à base de toltrazuril na dose única de 15mg/kg de peso vivo, por via oral, sendo uma boa ferramenta para tratamentos individuais ou de grupos de animais. Caso seja possível, torna-se interessante e viável utilizar os resultados de OOPG dos lotes para balizar os tratamentos, entender o comportamento da doença no rebanho e avaliar a eficiência das dietas e dos manejos de controle e prevenção. De forma geral, devemos enxergar a coccidiose como uma doença presente em quase todas as fazendas, de alta prevalência e que na maioria das vezes atua silenciosamente, o que não a impede de ocasionar prejuízos permanentes. Uma boa higiene do ambiente de permanência dos animais representa um dos principais métodos de controle do agente infeccioso. Esforços devem ser aplicados de modo que seja possível a realização de monitoramentos frequentes do rebanho por meio de exames de OOPG para determinação da carga parasitária dos animais e direcionamento dos tratamentos.
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REVISTA O GIROLANDO
Equipe técnica da UCBVET
GUSTAVO GONÇALVES
SAÚDE ANIMAL
Febre do leite: saiba como combater Período pós-parto precisa ser monitorado
A doença pode ocasionar perdas econômicas significativas, além de outras complicações na saúde do animal A hipocalcemia, também conhecida como febre do leite, é uma doença metabólica que acomete vacas leiteiras durante o período de transição (3 semanas pré-parto e 3 semanas pós-parto). Nessa fase ocorrem tanto mudanças nutricionais quanto hormonais, visto que os nutrientes do organismo são redistribuídos por meio de mecanismos que visam manter o equilíbrio corporal. Com isso, um manejo adequado dos animais nesse período é crucial para evitar um declínio considerável na produção. Com a ocorrência da hipocalcemia surgem perdas econômicas significativas na produção leiteira, visto que além das consequências causadas pela hipocalcemia, como a diminuição da produção, ela permite o surgimento de outras complicações, como: metrite, retenção de placenta, atonia ruminal e prolapso uterino, podendo levar o animal ao óbito. As vacas acometidas pela hipocalcemia apresentam desajuste no meca36
nismo de controle das concentrações de cálcio nos tecidos, devido à alta demanda desse mineral na produção de colostro, no momento da parição e na composição do leite. A manifestação da doença pode acontecer de duas maneiras: de forma clínica e de forma subclínica, sendo a primeira quando há apresentação dos sinais clínicos, e na segunda, estes são ausentes, dificultando o diagnóstico e o tratamento. Rebanhos de alta produção de leite são mais suscetíveis à hipocalcemia, pois quanto maior a produção de leite maior será a mobilização de cálcio dos tecidos para o colostro e para o leite. Além disso, a cada lactação a fêmea aumenta em 9 vezes a chance de desenvolver hipocalcemia e vacas mais velhas tendem a ter maior incidência de hipocalcemia por diminuírem a capacidade de absorver cálcio pelo intestino. O tratamento da hipocalcemia é baseado nas manifestações clínicas da doença. No que diz respeito a manifes-
tações subclínicas da hipocalcemia, recomenda-se administrar por via oral o formiato de cálcio, que é uma fonte de cálcio de rápida absorção intestinal em vacas no período de transição, proporcionando aumento de cálcio na corrente sanguínea e prevenindo a hipocalcemia. O formiato de cálcio também é usado como tratamento, uma vez que ele pode apresentar rápida melhora no quadro clínico do animal. Além disso, é muito importante que vacas no periparto recebam fontes de energia para acelerar sua recuperação. A administração de probióticos em vacas leiteiras, principalmente na fase de transição, mostrou-se essencial, pois nesse período os animais precisam receber alimentação que atenda suas exigências nutricionais. Para melhorar a digestibilidade e absorção dos alimentos, o uso de probióticos é indispensável, uma vez que eles garantem que a microbiota do rúmen se mantenha estável e permitem que os alimentos ingeridos sejam mais aproveitados.
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REVISTA O GIROLANDO
Larissa Vieira
DIVULGAÇÃO
MATÉRIA DE CAPA
Da seleção empírica à seleção orientada Técnicos da Girolando receberam treinamento para aplicar o SALG
O Sistema de Avaliação Linear está em fase final de desenvolvimento e será utilizado como a principal ferramenta de seleção da raça Girolando para as características de conformação, vindo somar com o PMGG Dentro do processo de evolução da raça Girolando mais uma ferramenta estará em breve, à disposição dos criadores, para auxiliar na seleção do rebanho para as características de conformação e possibilitar a classificação linear dos animais com base em um “Tipo Ideal Girolando”. O Sistema de Avaliação Linear Girolando (SALG) já vem sendo desenvolvido há alguns anos e a expectativa é de que os pri38
meiros resultados sejam publicados em 2022, nos Sumários de Touros e de Vacas. O projeto está na quinta fase, que consiste na coleta de dados e que será permanente para garantir a continuidade da ferramenta. Na próxima fase ocorrerá a avaliação e a análise dos primeiros dados pela Embrapa Gado de Leite, que deverá ter início no final de 2021. “Estão sendo avaliadas vacas
de todas as composições raciais e em todas as fazendas ativas, que estão inscritas na Associação, mas sendo priorizadas aquelas fazendas que são participantes do Serviço de Controle Leiteiro Oficial e as fazendas colaboradas do PMGG, por possuírem maior número de informações fenotípicas já cadastradas na Associação e que poderão contribuir muito no processo de análise. Com a nova metodologia adotada, a
DIVULGAÇÃO
Técnicos da Girolando receberam treinamento sobre o SALG
coleta dos dados está sendo muito dinâmica e produtiva, o que proporcionou um aumento significativo de vacas avaliadas em cada visita”, explica Leandro Paiva, superintendente Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. As primeiras fases de implantação do SALG consistiram na definição e validação das características avaliadas e na estruturação do banco de dados para receber as informações dessa nova metodologia. Ficou definido que as características avaliadas seriam as mesmas 22 que são analisadas pelos jurados nos julgamentos da raça. “Entende-se que a vaca que deve ser selecionada no campo é a mesma vaca da pista de julgamento, ou seja, uma vaca produtiva e de muita funcionalidade”, ressalta Paiva. Entre os profissionais que ao longo destes anos vêm contribuindo para o projeto estão técnicos da Girolando e de outras associações; jurados; alguns criadores que já participaram do Conselho Deliberativo Técnico; pesquisadores da Embrapa Gado de Leite; e integrantes do Fundo de Investimento do PMGG e da Diretoria Executiva da Girolando. Para que o SALG possa ser colocado em prática em breve, a Girolando fez o treinamento e capacitação da equipe de técnicos responsáveis pela coleta de dados no campo. Atualmente, existem dez técnicos habilitados para esse procedimento: Leandro Paiva, Gustavo Gonçalves, Edivaldo Júnior, José Wagner, Frederico Martins, Raphael Stacanelli, Diogo Balderramas, Samuel Bastos, Nilton Barcelos Jr. e Wewerton Bibiano.
As características avaliadas pelo SALG e os parâmetros que são levados em consideração foram publicados no Sumário de Touros Girolando 2020. Com essas informações o criador poderá ter ideia do que está sendo feito e utilizá-las como parâmetro para ajudar na seleção do seu rebanho. Como é um trabalho que exige muito conhecimento técnico e profundo conhecimento da metodologia de avaliação, somente os técnicos da Associação que estão habilitados podem executar o SALG oficialmente e orientar os criadores no uso dessas informações para a seleção dos seus rebanhos. Paiva acredita que a principal contribuição do SALG será a de disponibilizar avaliações genéticas para características de conformação, auxiliando os criadores na seleção dos seus rebanhos, melhorando a funcionalidade e produtividade dos animais. “As características ligadas ao sistema mamário (úbere) são as de maior peso na avaliação e as que mais despertam interesse entre os criadores. Existe uma tabela de peso para cada uma das 22 características avaliadas. O peso está diretamente ligado à importância de seleção da respectiva característica, ou seja, quanto maior o peso, mais importância aquela característica tem para a seleção da raça”, destaca. Na visão do pesquisador da Embrapa Gado de Leite e coordenador Geral do PMGG, Marcos Vinicius G. Barbosa da Silva, haverá importante impacto no desempenho da raça. “Quando a Classificação Linear for usada no âmbito do PMGG, espera-se que seja possível melhorar a produção de leite,
aumentar o número de lactações das vacas nos rebanhos, bem como reduzir a taxa de substituição do rebanho. Assim, será possível que os criadores conheçam melhor a genética dos seus animais, executem os acasalamentos de forma dirigida para determinadas características e aumentem a longevidade das vacas no rebanho”, assegura o pesquisador. De modo geral, em sua maioria as características lineares são importantes para vacas leiteiras. Algumas delas podem influenciar o manejo dos animais e a produção de leite. Por exemplo, algumas instalações construídas para a vaca de médio porte podem causar problemas quando usadas por vacas de grande porte. Outras características, como as ligadas ao úbere, estão relacionadas ao manejo durante a ordenha e podem predispor a doenças, especialmente mastite, enquanto algumas características corporais podem estar relacionadas à facilidade de parto. Diante de todos esses fatores, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite acredita que ainda é um pouco cedo para dizer quais características, na raça Girolando, serão impactadas com a aplicação do SALG. “Isso dependerá do número de informações disponíveis, da herdabilidade, do número de filhas mensuradas por touro, entre outros pontos relevantes. No entanto, o importante é dizer que o PMGG está empenhado na coleta de dados confiáveis para as análises e que, em curto prazo, essas avaliações estarão disponíveis para uso dos criadores”, explica. Já há algum tempo que a Girolando e a Embrapa se preocupam com as avaliações de características lineares e com a sua inclusão no Sumário de Touros, de modo a oferecer aos criadores maiores e melhores subsídios para a escolha e uso desses touros. Segundo o superintendente Técnico Leandro Paiva, com a entrada da nova Diretoria da Girolando, em 2020, novas ações para a coleta de dados foram tomadas, possibilitando que um maior número de animais sejam mensurados. Para agilizar o processo de coleta, houve alteração na tomada de algumas características. “Estamos desenvolvendo uma metodologia para conversão de algumas características do processo de mensuração antigo para o novo, de modo a aproveitar os dados coletados até 2019 e incluí-los nas próximas ava39
REVISTA O GIROLANDO
Protótipo do Tipo Ideal Girolando que complementa o projeto SALG
liações, tornando a predição dos valores genéticos dos touros mais precisa. Com isso feito, começaremos as análises, incluindo as avaliações genômicas. Esperamos que em futuro próximo, as PTAs genômicas para essas características sejam incluídas no Sumário de Touros”, ressalta Paiva. Histórico do SALG A coleta de dados do Sistema de Avaliação Linear Girolando começou a ser feita entre os anos de 2006 e 2007, com a implantação do PMGG, que consistiu na unificação das informações do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando, do Serviço de Controle Leiteiro e do Teste de Progênie. Porém, no início de implantação do SALG foram feitas várias modificações na metodologia de avaliação e mensuração dos animais, visando o aprimoramento para posterior publicação dos dados. Em 2011 foram publicados alguns dados no sumário de touros da raça. “Após esse primeiro período observou-se que a metodologia utilizada para a 40
coleta de dados do SALG era ineficiente e que seria também necessário desenvolver uma base de dados mais consistente. Com isso, em 2014 iniciou-se um estudo para o desenvolvimento de uma nova metodologia que atendesse o propósito final do SALG. Assim, foi formada uma comissão composta por técnicos, jurados e criadores, responsável por desenvolver o que hoje está sendo aplicado em campo”, conta o superintendente Técnico. O estudo realizado contou com a análise de várias informações que já haviam sido coletadas e com a experiência obtida por outras associações de raças coirmãs, como por exemplo, a raça Holandesa. Houve uma contribuição significativa das associações coirmãs nesse processo. Com isso, foi possível desenvolver uma metodologia moderna, de fácil aplicabilidade e que permite aumentar a quantidade de dados coletados. Além disso, todo o banco de dados da Associação foi modernizado para que as informações passem a ser processadas em menor espaço de tempo e de forma mais or-
ganizada, atendendo os critérios estabelecidos pela Embrapa Gado de Leite para a análise dos dados e posterior divulgação das avaliações genéticas das características de conformação. Vale ressaltar que o SALG possui basicamente dois objetivos: ser utilizado como a principal ferramenta de seleção da raça Girolando para as características de conformação e possibilitar a classificação linear dos animais da raça com base em um “Tipo Ideal Girolando”. No entanto, o tipo ideal e a classificação linear fazem parte de outra etapa do projeto. “Podemos dizer que o chamado ‘Tipo Ideal’ será uma constante consequência do SALG. Na medida em que a raça evolui por meio dos dados coletados e das avaliações genéticas publicadas, as necessidades de seleção também passam pelo mesmo processo”, diz Paiva. A expectativa é de que ao final de 2021 já tenhamos dados coletados de cerca de 10.000 novas vacas, além de cerca de 2.000 vacas com informações já existentes, que terão condições de ser aproveitadas.
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Larissa Vieira
LEANDRO PAIVA
CONTROLE LEITEIRO
Controle Leiteiro ajuda na melhoria da saúde das vacas Dados do Controle Leiteiro ajudam na definição da linha de ordenha
Saiba como utilizar os resultados das análises das amostras de leite coletadas durante o Serviço de Controle Leiteiro Oficial para promover mudanças no manejo da ordenha e na seleção dos animais e, assim, eliminar casos de CCS no rebanho A produção de seu rebanho anda caindo? Uma das causas pode ser o aumento nos valores da Contagem de Células Somáticas (CCS), ligada à saúde da glândula mamária de vacas leiteiras. Um problema que pode ser detectado, por exemplo, pela análise de leite feita a partir de amostras coletadas durante o Controle Leiteiro Oficial. Como a CCS alta pode ocasionar perdas de mais de 30% na produção, o produtor deve utilizar o resultado da análise para promover mudanças no manejo da ordenha caso os valores estejam acima de 200.000 células/ml de leite. É o que tem orientado o médico42
-veterinário e controlador oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Marcello Leite, nas propriedades que atende pelo País. Segundo ele, a coleta, seja por amostragem ou de todo o rebanho, é importante para obter parâmetros ou dados referentes à qualidade do leite produzido e precisa fazer parte das atividades de todas as fazendas. “Infelizmente, a mudança no manejo gera resistência por parte de alguns pecuaristas ou colaboradores das fazendas. O produtor quer manter a vaca que produz 35kg de leite por dia, mas que tem alta CCS, negando-se a colocá-la no último lote da ordenha. Porém, o que ele não en-
tende é que essa vaca poderá contaminar outros animais, provocando o aumento de CCS no rebanho, que é um fator predisponente a uma mastite clínica. Isso vai gerar aumento de custo com antibioticoterapia e descarte de leite, prejudicando a eficiência econômica da atividade leiteira. Além de poder diminuir em até 33% a produção de leite por animal, podendo levar até mesmo à morte do animal acometido”, alerta o controlador. Desde o ano passado, a coleta de amostras para análise de CCS e de gordura e proteína passou a ser obrigatória para os rebanhos participantes do Serviço de Controle Leiteiro
DIVULGAÇÃO
linhas de ordenha. Em alguns casos, indico certos protocolos de secagem, como por exemplo, a secagem abrupta, e estipulo tratamentos específicos com base na cultura do leite analisado”, esclarece Marcello Leite.
Oficial, que hoje totalizam mais de 350 propriedades. Uma decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que deve impactar positivamente na seleção e qualidade dos plantéis. “Com esses dados podemos mensurar a sanidade do rebanho e até o equilíbrio da dieta fornecida. Em relação à CCS, é um dado importante, principalmente para identificarmos os animais com maior contagem e, assim, podermos realizar uma linha de ordenha adequada. Também ajuda a identificar as fêmeas que apresentam mastite subclínica. E, dependendo da pressão de seleção genética do rebanho, há a opção de fazer o descarte das vacas com CCS alta”, orienta. Com os resultados das análises do leite em mãos, o produtor tem a possibilidade de proceder a uma melhor gestão do rebanho, manejando separadamente os animais que deram alta
contagem de células somáticas. Isso evitará e/ou diminuirá a incidência de bactérias agressoras, causadoras de mastite clínica ou subclínica no plantel. Proprietários cujos rebanhos apresentam CCS acima do recomendado devem ficar atentos, também, à qualidade da ambiência proporcionada às lactantes, que pode influenciar negativamente na sanidade do úbere e, consequentemente, na contagem de células somáticas. Ambientes com alta umidade, contaminação, precariedade na limpeza e na higienização da ordenha em geral levam a maiores casos de CCS elevada. “Nas fazendas que atendo, oriento os pecuaristas sobre como utilizar as informações geradas pelo Serviço de Controle Leiteiro para identificar animais problemas, realizar programas de descarte e reposição, e implementar
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Médico-veterinário e controlador Marcello Leite
Gordura e proteína A coleta de amostras de leite durante o Controle Leiteiro favorece também a seleção da raça Girolando referente às outras duas características analisadas, que são gordura e proteína. Thayná Arruda, médica-veterinária da TecVet, empresa onde atua juntamente com Marcello Leite, esclarece que esses dados são fundamentais para o avanço do melhoramento genético da raça. “Apesar da baixa herdabilidade da composição de proteína no leite, é importante para o programa de melhoramento genético identificar as vacas com maior teor de proteína e poder propagar e intensificar essa genética nos rebanhos brasileiros. Estudos mais recentes mostram que dependendo da proteína contida no leite, pessoas tolerantes ou menos intolerantes podem consumir o produto sem prejuízos à saúde. Ou seja, é a possibilidade de um mercado novo,
Acesse o Relatório de Lactações Encerradas Basta apontar a câmara do seu celular para o QR code abaixo para visualizar o documento completo do período agosto/dezembro 2020. Se preferir, acesse pelo site da Girolando (www.girolando.com.br). Coleta de amostras durante o Controle Leiteiro para análise de CCS, Gordura e Proteína.
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AUMENTE A PRODUÇÃO DE LEITE DO SEU REBANHO! 3/4
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ROBBER
THISTAN
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CLECIO DUARTE
REVISTA O GIROLANDO
Alexandre, Maria Helena e Tatiana Cristina comandam o condomínio Fazenda Olhos D´água
com boa demanda e com valor agregado”, avalia Thayná. Já a gordura, segundo ela, está ligada à nutrição animal, essencialmente à quantidade e qualidade de fibras efetivas. Outros fatores que influenciam no teor de gordura são a genética e o padrão racial. A raça Girolando já comprovou ter maior teor de gordura que outras raças leiteiras. Experiências bem sucedidas em Minas e Sergipe Participante do Serviço de Controle Leiteiro Oficial da Girolando há seis anos, a Fazenda Olhos D’água, em Pompéu/MG, utiliza a ferramenta para auxiliar na seleção do rebanho, hoje composto por 360 cabeças. “Usamos as informações para definir a separação de lotes para dietas específicas e para selecionar o rebanho, levando em consideração também os resultados das análises das coletas de leite. Fazemos uma seleção pesada nos animais, com descarte das vacas com CCS muito alta”, conta o criador Alexandre Freitas que, com a mãe Maria Helena e a irmã Tatiana Cristina, comandam o Condomínio Fazenda Olhos D’água. Uma das medidas tomadas contra a 46
CCS acima do recomendado foi fazer linha de ordenha onde as vacas de pior qualidade são ordenhadas por último, para evitar o contágio dos animais sadios. “Já fazíamos essa coleta de dados referente à qualidade do leite, antes mesmo de ser obrigatória, para evitar a transmissão de mastite subclínica e, também, com o objetivo de melhorar o resultado financeiro junto ao lacticínio”, explica Freitas. A família cria Girolando há 30 anos e a opção pela raça foi pela facilidade de adaptação em diversos sistemas de manejo. Com a evolução genética, a propriedade conseguiu formar um rebanho com animais com produções muito interessantes. A produção média durante o ano de 2020 foi de 24kg/ animal/dia, em sistema de piquetes rotacionados no verão e pista de trato no inverno. Segundo o criador, para acelerar essa evolução do rebanho, são utilizadas todas as ferramentas disponíveis no mercado, sempre com orientações de técnicos e especialistas visando otimizar resultados, tanto na produção de leite quanto na formação de um rebanho consistente e eficiente. “Produzimos genética para produzir leite,
sempre com a meta de gerar um produto de boa qualidade para os consumidores finais”, diz Alexandre Freitas, que é presidente do Núcleo de Criadores Girolando das Gerais. Girolando em expansão em Sergipe- Com o rio Jacaré contornando boa parte da área da Fazenda Cotovelo, que leva este nome justamente porque, vista de cima, a volta que o rio faz na propriedade lembra o formato de um cotovelo fechado, a região é palco da seleção de Girolando há muitos anos. O criador sergipano Lafayette Sobral sabe bem como a ciência tem beneficiado o agronegócio brasileiro e, por isso, não abre mão de investir em melhoramento genético. Agrônomo e pesquisador da área de fertilidade de solo da Embrapa, ele utiliza as informações de cada vaca controlada para definir os acasalamentos. Desde 2004, ele é criador de Girolando. A Fazenda Cotovelo está localizada no município de Estância/SE e tem atualmente cerca de 50 vacas em lactação, com média de produção de 20 kg/leite/dia. A ordenha merece cuidado redobrado dentro do sistema de
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Criador Lafayette Sobral seleciona a raça desde 2004
produção da propriedade. “A higienização de todos os equipamentos e dos animais é bem criteriosa para evitar a contaminação do leite. Também tomamos medidas para garantir o conforto térmico das vacas que, antes de irem para a ordenha, ficam em uma sala de espera com banho e ventilador para baixar a temperatura e, assim, conseguirem produzir melhor quando forem ordenhadas”, explica Sobral. Essas medidas têm ajudado a produzir diariamente 1000 litros de leite de qualidade, que são entregues ao laticínio local. De acordo com o criador, o controle leiteiro e as análises das composições qualitativas do leite são parte importante dentro do sistema de produção da Fazenda Cotovelo. “Para mim, esta é uma ferramenta fundamental para o melhoramento genético da raça. Selecionar sem o controle leiteiro é como soltar uma pessoa com os olhos vendados para procurar um objeto dentro de uma casa, ou seja, pode até achar, mas demora”, compara o titular da Fazenda Cotovelo. Segundo ele, os dados do Serviço de Controle Leiteiro vão direto para uma planilha que é consultada regularmente, orientando na gestão do rebanho. Entre as diversas características que o criador leva em conta na seleção, estão a produção e o padrão racial. Em breve, pretende utilizar, também, os dados de proteína e gordura. “No futuro, e não vai demorar, o leite será pago por gordura e proteína, e nós criadores de Girolando precisamos estar preparados para atender
este mercado”, acredita Sobral. A Fazenda Cotovelo está localizada perto da costa de Sergipe, onde a umidade é muito alta entre os meses de maio, junho e julho. Dentro dessa condição climática, a composição racial CCG 1/2 tem apresentado maior adaptabilidade, correspondendo a 60% do rebanho da propriedade. Sobral ainda seleciona Girolando (5/8) e CCG 3/4, este para atender produtores de regiões mais secas do Nordeste. O cuidado com a pastagem é redobrado. No inverno, o manejo é em regime rotacionado, em pastagem adubada de capim-mombaça. No verão, como não tem sistema de irrigação no pasto, os animais recebem silagem de milho e cevada para completar a alimentação. A produção diária de algumas vacas chega até a 40kg/leite, sendo a média geral acima de 20kg/leite. Um dos pioneiros da raça em Sergipe, Sobral diz que os rebanhos de Girolando têm crescido em sua região. Para atender esse mercado aquecido, ele investe em biotecnologias de reprodução, como a FIV, e está produzindo embriões de doadoras que adquiriu de tradicionais criatórios de Gir Leiteiro. “Quando comecei, tinha um gado misturado. Com a orientação do técnico Ranilson, que na época era o técnico da Girolando que atendia a região e hoje esse serviço é realizado por seu filho, Breno Cavalcanti, fui aprimorando meu rebanho e hoje tenho um gado muito bom. Inclusive tivemos reconhecimento nas pistas, conquistando premiações importantes em várias exposições nordestinas”, finaliza Lafayette Sobral. 47
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Larissa Vieira
CARLOS LOPES
GIROLANDO E VOCÊ
Rumo aos 2 milhões de registros O registro é um passo importante para formação de rebanho superior
Raça Girolando completa 25 anos, aproxima-se de marca recorde de registros e aprimora seu regulamento do Serviço de Registro Genealógico 48
Fonte: Superintendência do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando (SRGRG), janeiro de 2021.
Quase meio século depois de iniciado um ideal por criadores mineiros que não mediram esforços pelo reconhecimento oficial da Girolando como uma raça leiteira nacional, 2021 deve entrar para a história com a conquista de mais um recorde. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando trabalha para superar neste ano a marca dos 2 milhões de controles/registros genealógicos de animais. A entidade é a maior em número de bovinos leiteiros registrados no Brasil. Já são 31 anos atuando como delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para execução do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando (SRGRG) em todo o País. No primeiro ano, em 1989, a entidade efetuou 7.804 de controles/registros genealógicos. Os números foram crescendo ano a ano, à medida que a raça foi mostrando bons resultados em campo. “O registro é o primeiro passo para a formação de um rebanho geneticamente superior, que, aliado às ferramentas de seleção do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando, vem permitindo aos criadores formar rebanhos altamente produtivos e longevos, com as vacas produzindo satisfatoriamente por
longos anos”, assegura o presidente da entidade, Odilon de Rezende Barbosa Filho. O relatório final de controles/ registros efetuados em 2020 aponta que no ano passado foram efetuados 90.541 contra 81.412 controles/registros de 2019. Este é o melhor desempenho dos últimos cinco anos. Somando os registros efetuados desde 1989, o banco de dados conta com 1.943.188 controles/registros. A expectativa é ultrapassar a marca dos 2 milhões de registros ainda no primeiro semestre de 2021, número que será comemorado quando a raça chega aos seus 25 anos. No dia 1° de fevereiro de 1996 foi publicada Portaria do Mapa reconhecendo oficialmente a Girolando como raça leiteira. Segundo dados do Controle Leiteiro Oficial, houve um aumento de 53% na produção individual de leite por vaca, desde 2000, com a produção saltando de 3.695kg, em até 305 dias, para 5.671kg, em 2019. Para acompanhar os avanços da raça, o Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Raça Girolando realiza revisões constantes no SRGRG. Dentre as últimas alterações propostas pelo Conselho e homologadas pelo Mapa, estão: •Para que um animal receba o
controle ou registro genealógico definitivo será exigido apenas que ele já tenha o padrão racial definido, sem exigência de idade mínima e sem necessitar estar apto à reprodução. Cabe ao técnico inspetor fazer esta avaliação. •Para cadastrar a genealogia de animais Gir ou Holandês, será exigida a apresentação de ao menos a cópia do certificado de nascimento. Antes era exigido apresentar o certificado de registro definitivo. Porém, as pendências de falta do registro definitivo e de transferência de propriedade/autorização de uso permanecerão, mas não impedirão que o animal seja cadastrado na base de dados, ficando seus descendentes apenas impedidos de serem inspecionados. •As regras para aproveitamento de genealogia de animais com mais de 12 meses ficaram mais flexíveis. O objetivo é facilitar a conclusão do processo de aproveitamento de genealogia, sem perder a credibilidade e segurança das informações. Como são regras muito específicas, melhor não detalhar. •A exigência de DNA para todos os animais com nascimento comunicado com atraso superior a 90 dias deixou de existir, passando para 12 meses a obrigatoriedade, com exceção dos animais oriundos de FIV, TE ou TN. A escolha dos animais que serão submetidos ao DNA será feita de forma aleatória e de acordo com as regras já existentes, respeitando-se, também, as indicações feitas pelo SRGRG. •A marca PS na paleta direita do animal, por ocasião do registro definitivo na categoria Puro Sintético, foi abolida, passando a ser opcional do criador. •Será possível emitir certificados de controle/registro digitais. Porém, para isso, será necessário adequar o sistema para que esta função esteja disponível. •No padrão racial, para que um animal seja desclassificado por ter despigmentação, será permitido, mas somente se houver presença de lesão. •Está regulamentada a realização de reuniões virtuais do CDT. Antes eram permitidas apenas reuniões presenciais. 49
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Larissa Vieira
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EXPOSIÇÕES E EVENTOS
Girolando com presença confirmada na 86ª ExpoZebu Raça Girolando terá jugamento na ExpoZebu 2021
Outros eventos confirmados são a Exposição Agropecuária de Oliveira e a Leite Show 2021 A raça Girolando participará mais uma vez da Exposição Internacional de Gado Zebu (ExpoZebu). A 86ª edição do evento, que está agendada para 1° a 9 de maio, em Uberaba/ 50
MG, sediará a Etapa Uberaba da Exposição Interestadual de Girolando Circuito Megaleite 2020/2021. As inscrições de animais para julgamento ou torneio leiteiro vão até o
dia 23 de abril, pelo Portal Web Girolando. Para viabilizar a participação dos expositores da raça, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando vai subsidiar parte do valor
da inscrição, sendo fixado o valor do subsídio em R$150,00. Serão disponibilizadas 120 vagas para julgamento e 10 para torneio leiteiro. Somente serão aceitas inscrições de animais com Genealogia Conhecida (Livro Fechado), sendo até 48 animais por expositor, e no máximo 12 animais por composição racial. No caso dos machos, será permitida a participação apenas de exemplares Girolando (5/8 e PS) e da composição CCG 3/4. Já as fêmeas podem participar Girolando, CCG 1/4, CCG 1/2 e CCG 3/4. No Torneio Leiteiro cada expositor poderá inscrever até três vacas. Caso até o dia 15 de março não haja o número mínimo de 6 animais inscritos, o Torneio Leiteiro não será realizado. A Girolando informa que, no momento da inscrição, o expositor deve escolher, em ordem de preferência, três jurados efetivos que se encontram na listagem disponibilizada, com os seguintes pesos: 1ª opção - 10 pontos; 2ª opção - 06 pontos; e 3ª opção - 04 pontos. Os três jurados mais bem pontuados participarão do sorteio que será promovido pela ABCZ, para a escolha do jurado efetivo que irá realizar os julgamentos de Girolando. Disputas- A entrada dos animais no Parque Fernando Costa está agendada para o período de 26 a 29 de abril, das 8h às 18h.
As competições da raça Girolando na pista de julgamento começarão no dia 6 de maio, das 14h às 18h. No dia 7 de maio, o horário do julgamento será das 07h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. O Torneio Leiteiro ocorrerá de 2 a 5 de maio, seguindo as regras a serem definidas junto à ABCZ. A premiação dos Grandes Campeões ocorrerá no sábado, 8 de maio. Já a saída dos animais será no dia 10 de maio, a partir das 6h. A 86ª ExpoZebu seguirá todos os protocolos sanitários exigidos pela Prefeitura de Uberaba. O evento é promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Eventos confirmados- A XXXIII Exposição Agropecuária de Oliveira está marcada para 27 a 29 de maio, no município de Oliveira/MG, e tem a promoção do Sindicato Rural de Oliveira. A Leite Show 2021 também já confirmou sua data de realização, que será de 27 a 30 de outubro, em Guaratinguetá/SP. A Fazenda Riacho prepara mais uma edição de seu tradicional pregão anual. O 11° Leilão Anual Fazenda Riacho ofertará 120 animais de genética comprovada e com produção garantida, sendo novilhas prenhes CCG 3/4, de FIV, e Livro Fechado. O evento será virtual e está agendado para o dia 29 de maio, a partir das 14h.
O evento leva o selo de “Leilão Apoiado”, que é concedido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e garante a venda apenas de animais registrados pela entidade. Como chancelar seu leilão na Girolando São duas categorias: Leilões Apoiados- poderão ofertar animais registrados Livro Fechado e também de Genealogia Desconhecida (GD), conhecidos também como “LA – Livro Aberto”. Nesse caso, não haverá a obrigatoriedade de vistoria dos exemplares antes do evento. Leilões Homologados- poderão contar com a participação de um técnico da entidade que fará os comentários sobre os animais ofertados. O selo garante que todos os exemplares Girolando ofertados no leilão têm Genealogia conhecida – Livro Fechado, assim como os lotes de aspirações, prenhezes e embriões. Os leilões com os selos da Associação serão divulgados com antecedência no site, redes sociais e revista Girolando. Os interessados em usar os selos Leilão Homologado e Leilão Apoiado em seus eventos podem procurar o setor de Projetos da Girolando, pelo e-mail projetos@girolando.com.br ou pelo telefone 31 - 9 9363-1031.
Comunicado Oficial - Cancelamento da Megaleite 2021 A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando informa o cancelamento da edição deste ano da Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite), que ocorreria de 16 a 19 de junho de 2021, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte/MG. Essa difícil decisão foi tomada levando em consideração o cenário atual do COVID-19. Como os casos da doença continuam crescendo no país, a Diretoria da Girolando entende que, por segurança e em respeito a toda população, este momento requer o máximo de cuidado e é preciso unir esforços para coibir o avanço da pandemia, evitando aglomerações. Porém, a associação não deixará de prestigiar, apoiar e de participar de outros eventos que for convidada, observando os rigorosos protocolos de segurança pública exigidos pelas autoridades locais. Para que o público possa continuar tendo acesso às informações relevantes da pecuária leiteira e da raça, que sempre foram divulgadas durante a Megaleite, já estamos preparando um evento virtual, com um formato inovador e com temas que permitirão a participação de todos, inclusive do público internacional. Agradecemos aos associados e parceiros pelo apoio e confiança de sempre, e esperamos que, no próximo ano, possamos realizar a Megaleite 2022 para mostrar ao mundo toda a força do Agronegócio Brasileiro do Leite e da raça Girolando. Diretoria Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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MERCADO
Custo de produção reduz margem de lucro Custo de produção pesou no bolso do produtor de leite
No acumulado de doze meses o ICPLeite/Embrapa registrou inflação de 29,13%. A alimentação do rebanho foi aquilo que mais contribuiu para a inflação verificada. O produtor de leite está com a rentabilidade bastante pressionada, conforme análise de pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite. O principal motivo da redução das margens são os custos de produção, que iniciaram o ano com aumento de 29% em relação a fevereiro de 2020. “Houve um grande aumento recente”, diz o analista Lorildo Stock, “de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, a elevação dos custos pagos pelo produtor foi de quase 16%”, completa. O item que mais tem pesado nos custos é o concentrado. “O preço da soja e do milho, principais componentes da alimentação concentrada para o gado, que 52
segue elevado no mercado internacional, também está em alta internamente devido aos baixos estoques e a desvalorização cambial”, diz o pesquisador Glauco Carvalho. Segundo a analista Manuela Lana, o custo da alimentação disparou no último semestre, “mas no princípio o pecuarista manteve boa rentabilidade, pois as margens estavam mais folgadas devido ao preço valorizado do leite até outubro de 2020, o que já não ocorre”. Outro fator que contribui para estreitar a lucratividade é o preço do leite em queda. O também analista da Embrapa Gado de Leite, Denis Rocha, diz que passamos pelo período de plena safra, que associada às importações mais elevadas
do final do ano e o enfraquecimento da demanda, justificam a diminuição do valor. “O preço nominal líquido do leite, que em outubro de 2020 atingiu R$ 2,16, regrediu para pouco menos de R$2,00 em fevereiro” explica Rocha. Produtos lácteos que tiveram grande elevação no ano passado, como a muçarela, tiveram forte recuo. O quilo da muçarela, que no atacado chegou a custar R$ 29,69/quilo em meados setembro, já está sendo vendido abaixo dos R$20,00/quilo. O mesmo acontece com o leite UHT. Vendido a R$3,67, em setembro, o leite de caixinha caiu para R$2,80 no final de fevereiro. Os produtos lácteos tiveram grande
CHARLOTTE MAY
Consumo de leite no Brasil sofre influência da crise econômica
valorização a partir de abril do ano passado, que se sustentou até meados de outubro, recuando no final do ano. Carvalho afirma que o volume de vendas de lácteos em 2020 se manteve elevado devido ao auxílio emergencial, pago pelo Governo Federal e pelos novos hábitos de consumo da população em isolamento. Mas, segundo ele, o novo auxílio em debate no Congresso, não deve provocar o mesmo efeito. “Os valores são menores e o montante de recursos despejados na economia deve ser entre 10% e 15% do que foi liberado em 2020”, compara. No mercado internacional, os preços seguem em elevação e a desvalorização do Real deixa o produto importado me-
nos competitivo, o que já tem contribuído para reduzir as importações. Nos últimos meses de 2020, o volume importado ficou na casa dos 180 milhões de litros por mês, recuando para 108 milhões no último mês de fevereiro. As perspectivas para os próximos meses ainda estão um pouco incertas, segundo pesquisadores e analistas. A volta de medidas que restringem a circulação de pessoas impacta a velocidade de retomada da atividade econômica, o que tem reduzido as estimativas de aumento do PIB para este ano. “É difícil de fazer qualquer previsão neste contexto de pandemia, em questão de dias ou semanas, pode surgir um fato novo e mudar tudo”,
adverte Carvalho. Embora a entressafra, que começa a partir de abril possa ampliar um pouco as margens de lucro, com a valorização dos preços do leite, não há expectativa de o setor viver um momento tão positivo quanto o ano que passou no curto prazo. Neste início de março, já estamos observando alguma recuperação nos preços do leite UHT e do leite em pó. O mercado de queijo muçarela continua mais fraco, até pelo retorno de restrições de circulação que afetam o setor de foodservice. De todo modo, a perspectiva é de valorização dos lácteos nos próximos meses, sustentado pela entressafra, menor importação e incremento dos preços internacionais. Custos de produção apresentaram alta de 3,74% em fevereiro A inflação do custo de produção de leite em fevereiro foi de 3,74%, de acordo com o Índice de Custos de Produção de Leite – ICPLeite/Embrapa1, calculado pela Embrapa Gado de Leite. Os grupos cujas variações superaram a do indicador, foram Qualidade do leite, que apresentou alta de 7,80%, Produção e compra de volumosos, variando 6,80% (todos os insumos que compõem este grupo sofreram reajustes, sobretudo os adubos e combustível) e Alimentação concentrada, que apresentou aumento de 4,59%. Já as variações que ficaram abaixo da variação do ICPLeite/Embrapa foram as dos grupos Energia e combustível, Sanidade e Sal mineral, que apresentaram as respectivas variações: 2,12%, 0,58% e 0,09%. Os grupos Mão de obra e Reprodução não sofreram alterações. No primeiro bimestre de 2021, o ICPLeite/Embrapa registra elevação de 6,10%. O grupo Qualidade do leite acumulou a maior variação, 10,97%. O maior impacto, no entanto, foi gerado pelos grupos que possuem os maiores pesos relativos na ponderação do indicador: Alimentação concentrada, que variou 6,60%, Produção e compra de volumosos, com alta de 8,15% e Mão de obra que acumulou variação de 5,45%. No acumulado de doze meses o ICPLeite/Embrapa registrou inflação de 29,13%. A alimentação do rebanho foi aquilo que mais contribuiu para a inflação verificada. Dentre os grupos que compõem o indicador, três apresentaram variações superiores a duas casas decimais: Alimentação concentrada, com alta de 58,55%, Produção e compra de volumosos, que subiu 20,41% e Qualidade do leite, acumulando 19,97%. 53
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MERCADO
Assistência técnica e gerencial mais perto do produtor Programa vai oferecer inclusive estudo de viabilidade de cada matéria-prima dentro da dieta formulada.
Programa Embaré Assist acaba de ser lançado com o objetivo de acompanhar e capacitar o produtor na busca pelo diagnóstico dos principais desafios do negócio, implementando soluções para a maximização da sua eficiência econômica Os produtores de leite enfrentam desafios diários, como: balanceamento da dieta do gado, disponibilidade de volumoso, qualidade do leite, sistema de produção, gestão da produção e mão de obra. Para apoiar seus cerca de 1.600 fornecedores de leite e 13 cooperativas parceiras, a Embaré, sexta maior empresa de laticínios do Brasil e Parceira Premium da Girolando, acaba de lançar um programa de assistência técnica e gerencial denominado Embaré Assist. Segundo o gerente de Captação e 54
Fomento da Embaré, Yago Sartori, o programa mudará a realidade daqueles que acreditam na atividade leiteira, no seu potencial e nos recursos que cada propriedade oferece. “As incertezas de mercado têm trazido dificuldades para toda a cadeia produtiva, especialmente ao produtor, que tem desafios em se planejar. O programa de assistência técnica e gerencial é mais uma oportunidade de crescimento sustentável, com rentabilidade, para o produtor. Todo fornecedor de leite da Embaré que busca aumentar os lucros de sua
atividade, por meio do aumento da eficiência produtiva e adoção de estratégias econômicas adequadas a cada fazenda, deve participar do programa”, ressalta Yago. O supervisor de Fomento da Embaré, Alexandre Cardoso, explica que o programa é extremamente flexível às necessidades e ineficiências de cada fazenda, e oferece um conceito de produção mais resiliente às variações do preço do leite e dos insumos utilizados. Com o apoio de grandes empresas que têm expertises em diversas áreas,
Gerente de Captação e Fomento da Embaré Yago Sartori
o Embaré Assist oferece orientações técnicas e acompanhamento, além de soluções importantes para o planejamento de área e estudo de melhor cultura, pesagem de leite e arraçoamento, estudo de viabilidade de cada matéria-prima dentro da dieta formulada e implementação de sistema mais flexível e eficiente. Além disso, oferece treinamento para otimizar o processo da qualidade do leite; vistoria, regulagem e orientação de manutenção da ordenha e outros equipamentos; identificação e implementação de ações corretivas; e implementação de plano de ações e capacitação de mão de obra.
“No que diz respeito ao sistema de produção, o Embaré Assist oferece estratégias de melhoria do conforto animal e análise e identificação de alternativas mais rentáveis para a fazenda. No âmbito da gestão da produção, oferece soluções como a adoção de análise de indicadores zootécnicos e avaliação de desempenho da mão de obra; análise do custo de produção e definição de melhorias a serem implementadas; definição dos objetivos da propriedade e verificação constante dos objetivos”, salienta Alexandre Cardoso. Desde 2020 a empresa conta com um aplicativo denominado “Embaré
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Fomento”, direcionado ao gerenciamento da produção no campo. Gratuito e exclusivo para os parceiros da empresa, o aplicativo oferece ao produtor a comodidade de ter as informações da sua folha de leite, na palma da mão, com agilidade e transparência. Conforme explica o gerente Yago Sartori, os fornecedores de leite podem tomar decisões rápidas logo que uma informação chega ao celular. Um exemplo é alguma alteração no resultado da qualidade do leite. “Ao receber o boletim e ocorrer qualquer desvio na qualidade do seu leite, ele poderá investigar as causas imediatamente, evitando prejuízos maiores”, afirma Yago. A Embaré segue investindo em tecnologia direcionada a produtores de leite e cooperativas rurais, avançando no projeto de ampliar a participação no mercado nacional de lácteos, por meio do desenvolvimento dos seus parceiros e, consequentemente, o aumento de sua captação de leite. Além do Embaré Assist e do aplicativo Embaré Fomento, a empresa oferece outros cinco projetos de apoio aos produtores rurais. São eles: “Educampo”, projeto de assistência técnica; “Mais Genética”, de incentivo à transferência de embriões; “Recria”, de assistência à recria de bezerras; “Insumos”, de compras coletivas de diversos insumos utilizados na pecuária leiteira; e “Fazenda Modelo”, de incentivo às boas práticas agropecuárias.
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MERCADO
Mais crédito para a pecuária leiteira Além da concessão de recursos, nas cooperativas financeiras do Sicoob os associados encontram atendimento consultivo e humanizado 56
Você sabia que o leite que você está tomando tem grandes chances de ser de rebanho Girolando? É que a raça, genuinamente brasileira, é responsável por 80% da produção de leite do País. No dia 1º de fevereiro deste ano, a raça completou 25 anos. O reconhecimento oficial pelo Ministério da Agricultura aconteceu em 1996. E é justamente em Minas Gerais que se concentra a maior produção de leite do Brasil. O Estado também é o que mais produz café, o que acaba sendo uma combinação de bebida perfeita para muitos brasileiros. Minas Gerais responde por 11% do Valor Bruto da Produção (VBP) do Agronegócio do Brasil, com crescimento de 27% em 2020 em comparação com o ano anterior, chegando a R$96,1 bilhões, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). E foi em 2020 que a cadeia do agronegócio do Estado registrou um marco: foi o ano do maior volume exportado da história e a segunda maior receita. Minas Gerais exportou no ano passado US$8,7 bilhões em produtos do agronegócio, um incremento de 10,4%. Em volume, a alta foi de 23,2%, com a destinação de 12,7 milhões de toneladas
para o mercado mundial. E o Sicoob Central Crediminas se sente parte desse resultado. Afinal, suas cooperativas de crédito espalhadas pelo Estado são parceiras dos produtores rurais. “Como nosso foco é gerar resultados para os associados, as cooperativas conseguem praticar taxas mais competitivas e com atendimento mais próximo aos cooperados”, observa o diretor Executivo do Sicoob Central Crediminas, Elson Rocha Justino. O diretor destaca ainda que, “por sua origem muito voltada ao agronegócio, as cooperativas filiadas ao Sicoob Central Crediminas têm vocação para atender aos produtores rurais nas suas diferentes necessidades financeiras. Além disso, o Sicoob é responsável por cerca de 20% do mercado de crédito rural em Minas Gerais, sendo um importante financiador dos projetos dos produtores”, aponta. Ele explica que os associados ao Sicoob, além de poderem contratar crédito com taxas controladas junto ao BNDES, ofertadas de forma padronizada pelas instituições financeiras, têm ainda a possibilidade de contratação de crédito com recursos livres, que utiliza funding do Banco Cooperativo Sicoob. Dessa for-
ma, é possível atender às demandas de cooperados que não se enquadrem nas condições estabelecidas para as linhas de recursos a taxas controladas, garantindo aos tomadores a oferta de crédito para custeio, investimento, comercialização e industrialização, tudo com condições e prazos altamente competitivos. No fechamento de 2020, a carteira de crédito do Sicoob Central Crediminas somou mais de R$4 bilhões, demonstrando a força e importância do Sicoob para os produtores rurais mineiros. Além disso, no que se refere especificamente à bovinocultura leiteira, o valor financiado no último ano foi de mais de R$154 milhões, distribuídos em 2.628 contratos de crédito rural junto aos produtores. Em todo o País, a expectativa do Sicoob é liberar até R$16 bilhões em crédito rural no Plano Safra 2020/2021, valor 33% maior do que os recursos concedidos no ano-safra anterior, o que demonstra as boas perspectivas para o setor em 2021. O otimismo é condizente com as expectativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que estima crescimento de 3% no PIB do agronegócio brasileiro e de 4,2% no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2021.
Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022 PRESIDENTE: Odilon de Rezende Barbosa Filho VICE-PRESIDENTE: Eugênio Deliberato Filho 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Marcos Amaral Teixeira 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Márcio Luís Mendonça Alvim 1º. DIRETOR-FINANCEIRO: José Antônio da Silva Clemente 2º. DIRETOR-FINANCEIRO: Luiz Fernando Reis DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS: Domício José Gregório A. Silva
DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO: José Renato Chiari DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS: Aurora Trefzger Cinato Real CONSELHO FISCAL: Afonso Celso de Resende Alexandre Honorato José Luiz Zago CONSELHO CONSULTIVO: Everardo Leonel Hostalácio Alexandre Lopes Lacerda Paulo Cruz Martins Junqueira
Marcelo Renck Real Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Marcos José de Paiva Gustavo Frederico Burger Aguiar João Eduardo Benini Reis SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO: Adaulto Augusto Nascimento Feitosa Paulo Victor Sousa Machado Leonardo Xavier Gonçalves Nelson Ariza Olavo de Resende Barros Junior
Conselho de Representantes Estaduais: AL AL AL AM AM BA BA BA BA CE DF ES ES GO GO GO MG MG MG MG MG
Alexandre Gondim da R. Oiticica André Gama Ramalho Marcos Ramos Costa Ildo Lúcio Gardingo Muni Lourenço Silva Júnior Cláudio Micucci Vaz Almeida Fernando Luiz Andrade Rocha Francisco Peltier Queiroz Filho Valdemir Acácio Osório Diego Teixeira Brito Léo Machado Ferreira Rodrigo José Gonçalves Monteiro Marcos Corteletti Ildo Ferreira (in memoriam) Adauto Luís Caumo Rogério Omar Correa Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva Wander Campos Marcos Rodrigo Bernardo Silva Alex Lima Alves Luiz Cláudio Bastos de Moura
MG José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz MG Paulo Roberto Andrade Cunha MG Evandro do Carmo Guimaraes MG João Machado Prata Junior MG Rodrigo Lauar Lignani MG Arildo Benetti Ferreira MG Rubens Balieiro de Souza MG Maria Cristina Alves Garcia MG Maria Helena Freitas dos Santos MG Marcelo Pinto Pelegrini Cancela MG José Coelho da Rocha MG Roberto de Azevedo Rezende MG Sérgio Reis Peixoto MG João Dario Ribeiro MS Fábio Taveira Sandim MS Gustavo Henrique Panucci da Silva MS Thiago Barros Xavier MS Thiago Nogueira Lemos MT Aylon David Neves PA Adelino Junqueira Franco Neto PB Antônio Dimas Cabral
PE Cristiano Nobrega Malta PI José Gomes do Amaral Neto PR Ronald Rabbers PR Bernardo Garcia de Araújo Jorge RJ Cipriano Bairral RJ Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de M. Vicente RJ André Luís Gonçalves de Souza RJ José Gabriel Souza Machado RN Ricardo José Roriz da Rocha RN Alexandre Carlos Mendes RN Manoel Montenegro Neto RO Darcy Afonso da Silva Neto RO Gilberto Assis Miranda RO Otayr Costa Filho RS Álvaro José Bombonatto RS José Adalmir Ribeiro do Amaral RS Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol SE Lafayette Franco Sobral SE João Bosco Machado SP Rubens Aparecido Câmara Júnior SP Raul de Oliveira Andrade Neto
SP SP SP SP SP SP SP SP TO
Paulo Gabriel Reis Nader Eduardo Lopes de Freitas Pedro Luiz Dias Fructuoso Roberto de Lima Filho Roberta Bertin Barros Alexandre Pereira da Costa Paulo Massanori Yamamoto Fernando Antônio de Macedo Napoleão Machado Prata
CDT Membros Natos Fernando Augusto, Leandro Paiva Membros Efetivos Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves, José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello Mamedes, Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos, Tiago Ferreira
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REVISTA O O GIROLANDO GIROLANDO REVISTA
Cilotér Borges Iribarrem - Consultor de empresas familiares e Sócio Fundador da Safras & Cifras
SUCESSÃO
Sucessão de hoje é diferente das gerações anteriores? As empresas familiares sempre existiram. Antes do império romano, da revolução industrial e da empresa multinacional já havia a empresa familiar. Pessoas e negócios sempre andaram juntos e, para continuar, precisarão se manter juntos. Nos últimos tempos a crença de que o único propósito de uma empresa é o benefício econômico foi superada por um formato que a considera como sociedade de pessoas. Nas empresas rurais, nós temos o envolvimento da Família com o Negócio e o Patrimônio, onde os familiares de diferentes gerações fazem parte desse contexto como sócios. Mas afinal, por que o processo de sucessão atual é tão diferente das gerações anteriores? • Maior longevidade dos fundadores, levando a participação ativa de até 3 gerações na empresa - avós, filhos e netos, gerações com modos de vida completamente diferentes; • Menor número de filhos. Dependendo de como é conduzida a relação Família, Negócio e Patrimônio, poderá ocorrer que nenhum filho se interesse pelo negócio; • Maior formação dos filhos;
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• Relações menos autoritárias entre pais e filhos; • Regras das relações matrimoniais, que poderão interferir diretamente na propriedade e no negócio familiar; • Necessidade de manter e aumentar a escala do negócio, que é fundamental para reduzir os custos de produção, e isso só é possível se a propriedade não for fracionada, o que poderá ocorrer num processo sucessório mal planejado. Qual é o grande desafio? Unir pessoas e agregar valor aos negócios. Isto é possível? Sim, através de um Planejamento Sucessório organizado, em vida dos pais e com a participação efetiva dos membros e das gerações que lhes sucederão. E quando esse Planejamento Sucessório não é feito, quais as consequências? O que ocorreu com muitas empresas rurais familiares, que foram fundadas pelas avós, desfrutadas pelos filhos e vendidas pelos netos. O Planejamento Sucessório é fundamental para o fortalecimento e crescimento das empresas, para a harmonia das famílias e perpetuação do patrimônio junto às futuras gerações. Importância do Planejamento Sucessório
Quais são os resultados positivos alcançados após a implementação do Planejamento Sucessório bem organizado? • Permite uma relação harmoniosa da família; • Permite a continuidade do negócio familiar por mais de uma geração; • Permite o crescimento econômico e financeiro da empresa; • Estabelece uma relação comercial entre pais, filhos e netos; • Permite preparar a Sucessão do Patrimônio em vida dos pais, com custos e atritos muito menores; • Permite que o Patrimônio continue junto no futuro, não fracionando o mesmo e dando ganhos de escala; • Permite que os filhos que não estão participando do trabalho no negócio continuem na sociedade, recebendo dividendos pelos percentuais a que têm direito, não enfraquecendo a unidade de produção. Como Fundadores e Sucessores são diferentes, querer equipará-los não é uma boa solução, principalmente no momento em que vivemos, onde numa mesma propriedade é possível ter 3 gerações trabalhando juntas. Só isso já explica porque o processo
JUAN PABLO SERRANO ARENAS
Sucessão atual tem novos desafios
de sucessão de hoje é diferente dos anteriores, e por isso o Planejamento Sucessório passa a ser fundamental para a harmonia dos familiares e o crescimento sustentável das empresas rurais. Se o Planejamento Sucessório é tão importante, porque alguns empresários rurais tem receio de começar o processo? • Medo de criar conflitos com os membros da família no processo de sucessão; • Não preparou ninguém para lhe su-
ceder; • Não conhece formas técnicas e legais de organizar, que proteja a continuidade da empresa no núcleo familiar, sem fracionamento e trabalhando com regras em sociedade familiar; • Não imaginava que ao envelhecer sua capacidade de trabalho poderia diminuir; • Medo de perder o poder, o que não acontece num Planejamento Sucessório
organizado. Estamos vivendo novos tempos, muito do que deu certo no passado poderá não continuar mais funcionando. O maior ou menor resultado econômico entre as empresas está no gerenciamento delas, e nele se inclui o Planejamento Sucessório, a Governança, a Gestão Econômica e Financeira, entre outras práticas importantes e necessárias para o fortalecimento e crescimento das empresas. A terra é um fator de produção importantíssimo para a viabilidade da atividade agropecuária, mas não é a garantia de renda. Existem produtores rurais que têm terra e não obtém resultados econômicos satisfatórios, e outros que não têm terra, pagam arrendamento pelo uso desta e mesmo assim obtém resultados econômicos positivos. As áreas continuarão produzindo, mas nem todos os empresários continuarão na atividade, o que já vem acontecendo. A adaptação às mudanças é necessária principalmente quando temos envolvidos juntos a família, o negócio e o patrimônio. Para que ocorra o bom relacionamento familiar bem como o progresso da empresa e do negócio, o Planejamento Sucessório deve ser bem organizado.
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REVISTA O GIROLANDO
GIROLANDO KIDS
Explique para seus amiguinhos Você talvez tenha muitos amigos que sempre moraram na cidade e nunca viram uma vaca de perto. E tem muita coisa bacana acontecendo na fazenda que eles precisam saber. Então, bora lá bater um papo com nossa amiga Girolando, uma vaquinha muito esperta que vai te contar novidades toda edição da revista: Leite é bom demais Amiguinhos, vocês gostam de leite com quê? Fiquei sabendo que as crianças que tomam leite ficam fortes e com muita energia para brincar, correr e estudar. É que o leite deixa seus ossos bem fortes porque tem muito cálcio, um mineral que age diretamente na formação do osso. Deixa a gente forte O leite é cheio de vitaminas e outras coisas que deixam seu cérebro e coração funcionarem bem e seu corpo mais forte, mandando pra bem longe várias doenças. Não exagera no açúcar E o legal é que você nem precisa colocar açúcar no leite porque ele tem um açúcar natural que chama lactose. Mas se você gosta de tomar com achocolatado é só não exagerar porque, em grandes quantidades, o achocolatado pode prejudicar que o cálcio seja absorvido pelo seu corpo.
Arthur Barros Lima e o pai Fulvio - Fazenda Santo Antão - Feira Nova - SE
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Elisa e Felipe Franco - Fazenda Medina - Cachoeira do Goiás - GO
Gustavo Paiva - Chácara Jardim - Ibiá - MG - do associado Edson Ferreira Rocha
Melissa Aguiar Rodrigues - Sítio Bom Jesus da Piedade - Divino de São Lourenço-ES
Lorena Castilho Coelho - Fazenda São Benedito da Mata do Pará - Itaberaí - GO
Rafaela Amorim Felipe - Fazenda Morro Feio - Hidrolândia - GO
Angela Maria Souza Santos - USA Agropecuária - Luziânia - GO
Agora o papai Fúlvio Lima com o filho Pedro
Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br 59 61
REVISTA O GIROLANDO
NOVOS ASSOCIADOS ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020 e JANEIRO de 2021
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Nº CRIADOR 10163 AGNALDO PEREIRA DE CASTRO
MUNÍCIPIO GOIÂNIA - GO
Nº 10105
CRIADOR
MUNÍCIPIO
JOSÉ ANTONIO VENÂNCIO RODRIGUES
SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
10177
AGROPECUÁRIA A.2D EIRELI
ITAPEMIRIM - ES
10171
JOSÉ DIOGO LOPES FERNANDES
FERNANDES TOURINHO - MG
10110
AGROPECUÁRIA CAMPOS LIMA LTDA
DELFIM MOREIRA - MG
10103
JÚLIO CEZAR COVIZZI
LIMEIRA DO OESTE - MG
10145
AGROPECUÁRIA DA SERRA - EIRELI
GRAVATÁ - PE
10126
KAIK PEREIRA SANTOS SILVA
GUARULHOS - SP
10188
AGROPECUÁRIA ESTÂNCIA TAMBURIL LTDA
GOIÂNIA - GO
10150
LUCAS PIERRE SANTOS OLIVEIRA
ITORORÓ - BA
10178
ALEXANDRE HENRIQUE DE ANDRADE
OLIVEIRA - MG
10132
LÚCIO FLÁVIO SILVA MENDES
PATROCÍNIO - MG
10128
ANTÔNIO CLÁUDIO SANTOS GANDRA
CAPELINHA - MG
10162
LUIZ AUGUSTO CASTRO DE OLIVEIRA
SALVADOR - BA
10173
ANTONIO VIEIRA BRITO
CAMPO NOVO DE RONDÔNIA - RO
10170
MARCELO CAETANO FERRARIN
GUARAPUAVA - PR
10187
ARNALDO MARCELO ALVES
SÃO TIAGO - MG
10148
MARCIANO MACHADO DE ANDRADE JÚNIOR
ARACAJU - SE
10106
BASA - VIA LÁCTEA AGROPECUÁRIA S.A.
UBERABA - MG
10101
MARCOS AUGUSTO PEREIRA LIMA FILHO
EUNÁPOLIS - BA
10127
CHEYENNE AGROPECUÁRIA LTDA
SÃO PAULO - SP
10113
MARCOS GUIMARÃES SILVEIRA
BRASÍLIA - DF
10111
CLAÚDIO GERALDO DOS SANTOS
LAVRAS -MG
10100
MARCOS OLAVO ALVES SANTOS
ANÁPOLIS - GO
10152
CONDOMÍNIO PAULO EMATNÉ E FILHOS
AIURUOCA - MG
10130
MARIO EDUARDO BAHIA SABACK DE OLIVEIRA
NANUQUE - MG
10180
DANILO CÂNDIDO PEREIRA
CATALÃO - GO
10179
MARK EMPREENDIMENTOS LTDA
BELO HORIZONTE - MG
10151
DÊNIO MUNIA BENFATTI
SÃO PAULO - SP
10129
MARLON TENÓRIO CHÁVEZ
BRASÍLIA - DF
10124
DEVERSON FERNANDES COSTA
TAQUARAÇU DE MINAS - MG
10135
MICHEL VASCONCELOS FERRAZ
SÃO JOÃO NEPOMUCENO - MG
10116
EDILENE ALVES QUEIROZ GENEROSO
SÃO JOÃO EVANGELISTA - MG
10099
MILTON VICENTE LOPES BARRETO
TARUMIRIM - MG
10122
EDIMAR VIEIRA CUNHA
IRAÍ DE MINAS - MG
10125
MÍRIAN MOREIRA SANTANA
SETE LAGOAS - MG
10102
EDMUNDO DE SÁ FRANÇA BRAGA
GOIÂNIA - GO
10174
MIRIAN NARCICA MOREIRA
IPIXUNA DO PARÁ- PA
10141
EVERARDO JOSÉ FERREIRA
CONTAGEM - MG
10107
MOACIR REZENDE JÚNIOR
SETE LAGOAS - MG
10181
EMERSON LEITE SILVA
BELO HORIZONTE - MG
10160
NILVAN CARDOSO TORRES
SÃO CARLOS - SP
10155
FABIANO CANTARELI ALVES
IPAMERI - GO
10104
PAULO AFONSO PRAXEDES CHAVES
GOIÂNIA - GO
10108
FABIANO LINO RIBEIRO
MIRACEMA DO TOCANTINS - TO
10118
PAULO ROGERIO GUNYICS PARANAGUÁ
CORRENTE - PI
10143
FABRICIO CAMILO FONSECA
DIVINÓPOLIS - MG
10183
PEDRO HENRIQUE ALBERNAZ PIO
RIACHINHO - MG
10158
FRANCISNEY SANTOS MARTINS DA COSTA
CORUMBIARA - RO
10137
PEDRO DANIEL PINTO
JARAGUÁ - GO
10140
FREDERICO BARBOSA DE MELLO
VALENÇA -RJ
10159
PRIMO LUIZ SANTOS BAPTISTA
ATILIO VIVACQUA - ES
10121
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI
CORRENTE - PI
10186
RAFAEL BASTOS TEIXEIRA
VIÇOSA - MG
10123
GERALDO CÂNDIDO MACHADO
SETE LAGOAS - MG
10119
REGIANE SANTOS MARTINS
CAMPO GRANDE - MS
10157
GOTÁVIO VIEIRA DOS SANTOS JÚNIOR
BELO VALE - MG
10165
RENATO MAIA LEMOS ROSA
PASSOS - MG
10182
GISELY MARIA REVELES DA CONCEIÇÃO FURLAN
FORMOSA - GO
10169
RICARDO VILELA PERRONI
CARNEIRINHO - MG
10146
HÉLIO TEMPONI GARCIA JÚNIOR
SANTA MARIA DO SUAÇUI - MG
10147
ROBSON COUTINHO PIRES
GUARULHOS - SP
10120
HERMÓGENES ALMEIDA DE SANTANA JÚNIOR
CORRENTE - PI
10172
RONILSON SILVA
LUZ - MG
10136
IDÉZIO BRAGA ROLIM JÚNIOR
GUARAMIRANGA - CE
10109
ROSSINI FERREIRA MATOS SENA
BRASÍLIA - DF
10117
INSTITUTO BATISTA CORRENTINO - IBC
CORRENTE - PI
10153
SERGIO DONIZETTI CARNIELLI
SANTA RITA DO PASSA QUATRO - SP
10156
ISSAM ABDO ABOU FARD
NOVO REPARTIMENTO -PA
10142
TALMO ANDRADE DUARTE
ÁGUA BOA - MG
10134
JOÃO CARLOS RIBETTI CONTE
MIRANTE DA SERRA - RO
10138
VINICIUS MARETTO
CONCEIÇÃO DO CASTELO ES
10131
JOCELINO FERNANDES PEREIRA
ARIQUEMES - RO
REVISTA O GIROLANDO
FALE CONOSCO
Depto. Financeiro / ADM / MKT Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br SUP. TÉCNICA TÉCNICOS PMGG EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG
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Leandro de Carvalho Paiva Edivaldo Ferreira Júnior Gustavo Sousa Gonçalves
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Raphael Henrique Machado Stacanelli Frederico Eduardo Martins de Paiva José Wagner Borges Júnior
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Emilio Afonso da Silva Filho Gabriel Khoury da Costa Ahed Farias Abu El Haj Cléssio José Gomes Moreira Diogo Balderramas Hulpan Pereira Érico Maisano Ribeiro Wewerton Bibiano Resende Rodrigues Rubens Assis Freitas Euclides Prata dos Santos Neto Fernando Boaventura Oliveira José Renes da Silva Juscelino Alves Ferreira Limírio Cézar Bizinotto André Nogueira Junqueira Pétros Camara Medeiros Antônio Carlos Alves Brum Dagmar Aparecido Rezende Ferreira Maurício Bueno Venâncio Silva Ariana de Miranda Barros Thiago Cavalcanti de Almeida Gilmar Sartori Júnior Kléber Nunes Ribeiro Marcello de Aguiar R. Cembranell Breno de Morais Cavalcanti Nilton Cézar Barcelos Júnior Samuel Silva Bastos Geraldo Gomes Pereira da Silva Neto
Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Eng. Agrônomo Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário
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61 63
325 mg
SOMATOTROPINA
VOCÊ SABIA QUE PRODUÇÃO Leiteira E REPRODUÇÃO PODEM MELHORAR JUNTAS? A administração subcutânea de 325 mg de bST a cada 14 dias Promoveu aumento na produção de leite. Promoveu melhora na persistência da lactação. MAIS leite. MAIS lucro.
Efeito dos tratamentos com na resposta em fertilidade e manutenção da prenhez em vacas leiteiras Parâmetro
Tratamento
Controle 325 mg bST dose única 500 500
Prenhez no Prenhez nodia dia31 31(%) (%)
35,6 b b 35,6
37,5 ab ab 37,5
43,1 43,1 aa
Prenhez no Prenhez nodia dia66 66(%) (%)
29,9 b b 29,9
29,2 b b 29,2
38,0 38,0 aa
27,3 27,3bb
25,0 25,0bb
34,0 aa 34,0
Parição (%) Parição (%)
493 493
325 mg bST duas doses
Número devacas vacasavaliadas avaliadas Número de
490 490
Mais luc
A aplicação de 2 doses de 325 mg de bST: Você não pre Promoveu aumento nas taxas de prenhez. Promoveu aumento nas taxas de parição. MAIS prenhez, MAIS partos, MAIS leite.
Letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatística. Adaptado de Ribeiro et al, Low Doses of Bovine Somatotropin Enhance Conceptus Development and Fertility in Lactating Dairy Cows. BIOLOGY OF REPRODUCTION (2014) 90(1):10, 1–12
NA MEDIDA ADEQUADA PARA TODOS OS REBANHOS
Mais de 3 ao longo d 64
Vantagens contínuas Mais leite por lactaç por três lactações po
325 mg INDICAÇÃO E MODO DE USAR é
indicado para aumentar a fertilidade em vacas leiteiras em lactação durante o período próximo a implementação de programas reprodutivos, resultando em aumento da taxa de concepção e redução da mortalidade embrionária. Aplicar
nas inseminações (cio natural) e IATFs. Repetir 14 dias depois.
2 mL eCG 1 mL de CIPIOTEC 2 mL de ESTRON
2 mL RIC-BE
D8 (8:00)
*Aplicar o POSILAC (2a. Dose) 14 dias após IA
rebanho para
325 mg
IATF
D10 (8:00)
Aumente sua produção de leite de 15 a 25% com Lactotropin®
2 mL RIC-BE 1 mL TEC-Relin aumentar sua produção. 5 mL PROGECIO
(D25) 14 dias depois
a de Alt
Praticidade! Vacasodução Pr
325 mg
Pronta para uso!
325 mg
2 mL de ESTRON Características
1 mL de CIPIOTEC Diferenciais
Liberação lenta do princípio ativo.
• Resposta ao longo de TODOS os 14 dias do ciclo de aplicação. Produção ADICIONAL de +1,6 kg/dia de leite em relação ao bST concorrente.
2 mL de ESTRON
IATF
PRIMER (1º uso)
Lactotropin®
D0 (8:00) ® Lactotropin
Prolonga a vida das célulasD7 secretoras.
• Maior D9 persistência; sustenta D11 a produção de leite.
Seguro.
• Não coloca em risco animais e humanos.
(8:00)
(8:00)
(8:00)
(D25) 14 dias depois
*Aplicar o POSILAC (2a. Dose) 14 dias após IA
APRESENTAÇÃO: Seringa plástica contendo 325 mg de Sometribove (corresponde a 1 dose) Permite o máximo uso dos recursos.
• Maior lucratividade, mais leite com o mesmo número de vacas e sem aumentar os custos fixos.
Fórmula / Indicação / Modo de usar
Agener, mais uma vez levando a todos os tipos de rebanhos e sistemas de produção de leite a possibilidade de aumentar a lucratividade
LOCAL DE APLICAÇÃO
Praticidade!
Pronta para uso! Produzido em nossa Fábrica Union Agener Augusta, Georgia - EUA
Injete diretamente em uma das depressões adjacentes à inserção de cauda. Falta de praticidade Difícil manejo
Praticidade! Seringa preenchida pronta para aplicação.
Uma vida de vanta gens 38,630 kg
www.agener.com.br - SAC: 0800 701 1799 ção de leite acumulada, kg
mulada animais
325 mg
PRIMER (1º ou 2º uso) D0 (8:00)
O mesmo rebanho.
nais ões.
SOMATOTROPINA
26,375.5 kg Consulte sempre um Médico Veterinário
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GIROLANDO
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