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INTRODUÇÃO A cidade de Marília dispõe vários pontos, espalhados por todo o município, que abordam a cultura e esporte para a população (alguns privados e outros públicos).
A
quantidade
de
indivíduos
que
frequentam
tais
lugares
é
consideravelmente relevante. No entanto, não existe um lugar na cidade que comporte todas essas atividades que estão espalhadas em vários locais e poderiam se concentrarem um só espaço, ou seja, a cidade não possuiu um Centro Cultural e Esportivo, ou até mesmo multidisciplinar. Além disso, é importante ressaltar que alguns desses lugares não apresentam um planejamento de arquitetura adequada para o lugar e o seu uso, e como solução muitos espaços acabam improvisando em residências e barracões as acomodações que deveriam ter projeto específico para seu uso. Promover a criatividade é essencial, pois com ela é possível inventar ou produzir algo novo, além disso, é capaz de fazer o ser humano refletir e considerar formas diferentes para um mesmo problema. Oficinas que realizam esse estímulo contribuem para o autoconhecimento e a receptividade para com os outros. Passar por experiências novas todos os dias promove descobertas, e uma descoberta tem como objetivo impulsionar a fronteira do conhecimento e fomentar o desejo de sempre querer mais e buscar saber mais. A humanidade sempre teve essa busca do saber e ao longo do tempo as descobertas fizeram grandes contribuições para o desenvolvimento da sociedade, por isso é primordial ter esse estímulo. Preservar o bem comum da sociedade é de extrema importância, uma vez que ele agrega na história da cidade, tornando-se, desse modo, uma herança para a população.
Possuindo
esse
resguardo,
garante
a
integridade
do
centro
multidisciplinar e permite que os cidadãos possam sempre utilizar o espaço por tempo indeterminado. Havendo uma sociedade consciente do seu papel de preservar aquilo que é importante não só para o indivíduo, mas para todos, fará com o futuro da cidade seja diferente. “A função do centro cultural é procurar reativar as diferença, diversificar o pensamento e mostrar que há outras formas de se olhar para o mundo além dos discursos oficializados pela escola, pela instituição e pela mídia” (CENNI, 1991, p. 199 apud RAMOS, 2007).
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1. JUSTIFICATIVA
Tendo em vista que a cidade abriga inúmeras classes sociais, desde comunidades carentes à classe alta, acredita-se que possuir um espaço que proporcione a união dos habitantes, por intermédio da cultura e do esporte aos diversos grupos sociais é de suma importância, além disso, a cidade ainda possui um histórico de abandono na área cultural e esportiva, tal fato é comprovado na construção do Ginásio de Esportes Neusa Galetti e na reforma do Teatro Municipal Waldir Silveira Mello. E como este trabalho considera que sempre houve pouco incentivo de programas sociais nestas áreas, a população acaba não dando o devido valor que a cultura e o esporte merecem. Nesse contexto é essencial para o desenvolvimento e crescimento da cidade, assim como a formação do cidadão diante do seu papel na sociedade, possuir um centro que tenha a estrutura adequada, acolhendo desse modo a todos. A proposta de um projeto que acomode grande parte das práticas culturais e esportivas é essencial para a cidade, além de direcionar todos para um só espaço, é importante também que o espaço seja totalmente compatível com o local e o seu uso. A iniciativa ocasionará uma melhora no atendimento para a população que já usufrui ou usufruirá o sistema, além de, transformar a cidade um local de atrativo turístico e intensificar, ao mesmo tempo, o comércio da cidade. Tal idealização colocaria a cidade de Marília em um nível equivalente a de cidades vizinhas e de até grandes centros.
2. CENTRO CULTURAL
2.1. CONCEITO E HISTÓRIA O significado de “centro” na geometria é entendido como o ponto de encontro das diagonais de uma figura, e na prática arquitetônica para definir lugares, o conceito de “centro” nada mais é do que um local que tem a finalidade de reunir pessoas, um espaço que tem a capacidade de convergir elementos que possuem o mesmo interesse.
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Segunda a tese de mestrado (RAMOS, 2007) a definição de Ação Cultura é compreendida como uma metodologia de manifestação que por meio da eficácia da arte, com sua peculiaridade libertadora e questionadora, contribuem para fortalecimento de laços sociais, criatividade, além de criar circunstâncias de formação e práticas culturais. A cultura é o fator especifico para o desenvolvimento de uma comunidade mais justa e igualitária. Segundo o site Conceito.de, um Centro Cultural e Esportivo é aquele local promove atividades, que estimulam o desenvolvimento dos habitantes e da cidade nos quais se encontram como por exemplo: workshops ou cursos, peças de teatro, prática esportiva, galeria de artes, entre outros. Além disso, o espaço incentiva a união e integração da população, por meio da disseminação da cultura e do esporte para todos os grupos sociais. Desse modo, podemos fazer uma analogia e considerar que assim como a água é o maior solvente universal, por dissolver diversas substâncias, pode-se dizer que o espaço cultural e esportivo é aquele que consegue unir inúmeros públicos heterogêneos por meio do que é oferecido pelo espaço, ou seja, por intermédio da cultura e do esporte. “Não existe um modelo para centro cultural, mas sim uma ampla base que permite diferenciá-lo de qualquer outro edifício (um supermercado, um shopping, uma academia, etc) possibilitando a discussão e a prática de criar novos produtos culturais. Porém, pode-se ressaltar que, qualquer hall de banco ou shopping é chamado de centro cultural ou corredor cultural e, qualquer ante-sala é considerada uma galeria. Mas, quem entra num centro cultural deve viver experiências significativas e rever a si próprio e suas relações com os demais.” (NEVES, 2012)
A organização e a disposição da estrutura do centro dependem de seu propósito para a comunidade (fora a sua finalidade principal de interação social), mas normalmente ele possui: biblioteca, laboratórios de inclusão digital, auditórios e outros espaços que são capazes de comportar concertos, peças de teatros, workshops, quadras, entre outros. Contudo, é importante ressaltar que o espaço não deve possibilitar somente lazer para a população, mas também ser um local de criação, de exploração e de resguardo. Ao buscar a origem dos centros culturais é perceptível que ao longo da história sempre houve uma preocupação de possuir um local para propagar ou discutir algo que poderia vir a ser útil para a sociedade. Tal fato pode ser notado, por exemplo, na Grécia Antiga onde os filósofos se reuniam nas ágoras para debater assuntos que condizem sobre a cidade e a população, era um local que realizava a democracia direta. Com o passar do tempo, esse espaço passou a ser lugar
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destinado ao lazer e a convivência da população, sendo então, um local onde há a integração social e troca de cultura, além de ser uma área de contemplação e de descanso. Analisando essa situação, onde a cidade possui a necessidade de ter um espaço de encontro para a dissipação do saber para a comunidade, o centro tem o propósito de ser esse lugar de reunião. Os centros culturais conquistaram o seu espaço de forma gradativa, mas foi a partir da segunda metade do século XX que começaram a serem reconhecidos com sua devida importância. Vários países foram pioneiros na criação e na motivação de centros culturais, como por exemplo, França e Inglaterra, onde serviram como modelo para outros países. A França é um país que sempre esteve um passo a frente do seu tempo, isso fica claro durante vários movimentos, principalmente época do iluminismo (século XVIII) onde é considerada o berço de tal movimento que revolucionou mudanças políticas, econômicas e sociais (baseadas no lema da Revolução Francesa: igualdade, liberdade e fraternidade). Essa nova corrente de pensamento contradiz todo o movimento anterior que era predominante na época, o absolutismo (visão teocêntrica), com o domínio do iluminismo a visão se torna mais racional e por isso o século XVIII é conhecido como “Século das Luzes. Evidentemente não seria diferente dois séculos depois. Para muitos, quando o assunto é centro cultural a França é pioneira e referência para todo o mundo, devido a construção do Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou.
2.1.1. Primeiros centros culturais no Brasil
Entre os anos 60 a 80, a cultura começou a ganhar o seu espaço no Brasil. Tal época é marcada pela revolução cultural brasileira, pelos questionamentos da forma do modo de fazer cultura e assim promoveram grandes transformações disposição da produção e da sociedade. No entanto, somente na década de 80 que concretizou por meio da criação do Centro Cultural do Jabaquara e do Centro Cultural São Paulo, ambos na cidade de São Paulo, dados encontrados na dissertação de mestrado de Luciene B. Ramos (2007). Os anos de 60 a 80 foram marcados pela tensão da guerra fria e pela a ditadura no Brasil, o contexto da época era revoluções, lutas, repressões, censura e violência, mas ao mesmo tempo teve a participação de artistas e intelectuais
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idealizadores. Durante a década de 50 foi disseminado projetos culturais e utopias, e com o início da ditadura no Brasil, em 1964, revoluções ganharam mais força e deixaram um legado para a história, com o passar dos anos a censura estava mais rigorosa e a idealização dos símbolos da década de 60 foi enfraquecida, fato que levou a mais manifestações de forma desordenada. Simultaneamente nos anos 70, contradizendo o contexto inserido no Brasil, há o aparecimento e a fortificação de inúmeras ONGs, e também foi o período em que a cultura teve a sua exaltação. Devido a todas essas circunstâncias, somente na década de 80, a cultura conseguiu alcançar um patamar que marcaria as próximas gerações.
3. CENTRO ESPORTIVO
3.1. CONCEITO E HISTÓRIA
Segundo a definição do dicionário Michaelis de língua portuguesa: o esporte tem a sistematização de promover exercícios físicos que visam o lazer e o condicionamento do corpo e da saúde, além de ser um conjunto de atividades que exigem a capacidade de obedecer às regras específicas, nas quais são praticadas individualmente ou em equipe. Desse modo, o conceito de Centro Esportivo tem o propósito de realizar atividades físicas, com o objetivo de disciplinar o indivíduo como cidadão perante a sociedade, assim como a cultura. Já a definição de centro esportivo pode ser entendida como um local que é capaz acolher práticas esportivas. “O movimento está presente em nossas vidas como uma necessidade vital do ser humano, tanto em crianças e adolescentes como adultos ou idosos. Desta forma, a atividade física faz parte do nosso dia a dia, pois qualquer movimento do corpo que provoque gastos de energia, como levantar, sentar, andar e carregar coisas é uma atividade física” (NASCIMENTO, 2014). “Os esportes coletivos e individuais auxiliam a formação de conceitos básicos de cidadania para as pessoas, como os aspectos afetivos, sociais, cognitivos, culturais e biológicos que muito contribuem para questionamento de situações e problemas do dia a dia”(NASCIMENTO, 2014).
A prática esportiva não está presente apenas na sociedade atual, a Grécia sempre teve a preocupação na questão cultural, ela também sempre apresentou importância no ramo esportivo, situação explicada pela a criação dos Jogos Olímpicos, no qual foram criados como forma homenagear os Deuses do Olímpio. Segundo o Comitê Olímpico, os Jogos Olímpicos datam de 776 a.C. realizados nas
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planíciesa oeste do Peloponeso, localizando exatamente na cidade de Olímpia e tinham o objetivo de destacar as qualidades físicas e a evolução das performances dos atletas, bem como promover e incentivar o bom relacionamento entre as cidades do país. Nessas circunstâncias, pode-se afirmar que graças às influências que a Grécia obteve sobre o mundo hoje possuímos grandes centros ou complexos que têm iniciativas esportivas. O Brasil possui vários espaços que acomodam centros de treinamentos dos mais variados esportes e muitos deles acabaram revelando grandes nomes.
4. LEITURA DE PROJETO
4.1. CENTRENATIONAL D’ART ET CULTURE GEORGES POMPIDOU A construção do Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou aconteceu na década de setenta, período marcado pelo pós guerra e a crise da arquitetura moderna1, em 31 de janeiro de 1977 oficialmente inaugurado e é uma das obras mais visitadas na França, recebendo cerca de seis milhões de visitantes por ano, segundo o site Archdaily (Fracalossi, 2012). O projeto de Renzo Piano e Richard Rogers não tiveram uma impressão positiva para a população, o que hoje é considerado um ícone e um parâmetro a ser seguido, para a época foi comparado a uma refinaria de petróleo. O conceito utilizado no edifício tecnológico, referindo-se a uma arquitetura industrial, é composto por uma grande estrutura onde possui diversos módulos transparentes, além disso, todas as tubulações são aparentes e coloridas, onde cada core simboliza um determinado uso (Figura 04), segundo o site Casaaocubo. O Centro abriga o Museu Nacional de Arte Moderna, a Bibliothèque Publique d’Information (BPI) e um centro para música e investigações acústicas conhecido como IRCAM, além de conter áreas destinadas à recepção, lojas, livrarias e restaurantes. Por fim, o espaço externo é formado por uma praça que é frequentemente utilizada para eventos urbanos.
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Caracterizado principalmente pela rejeição aos estilos históricos do passado
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Figura 01 – Fluxo de acesso
http://farm5.static.flickr.com/4027/4683609168_5494ec2e3f_b.jpg Figura 02 – Plantas do projeto
https://proyectos4etsa.files.wordpress.com/2014/01/img005.jpg
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Figura 03 – Corte do projeto
https://goo.gl/TwB2gy Figura 04 – Tubulações exposta na fachada
http://casaaocubo.com.br/centre-pompidou/
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É interessante, o modo como o arquiteto tratou a organização das tubulações expostas nas fachadas, como pode ser observado na Figura 04. Além de cada sistema ser representado por uma cor, facilitando desse modo a compreensão e a sistematização, tal solução contribuiu como elemento característico da fachada. Figura 05 – Imagem interna da biblioteca
http://casaaocubo.com.br/centre-pompidou/
A biblioteca do Centre Pompidou, segundo o site Casaaocubo, foi a primeira biblioteca pública de Paris, além de ser ampla e possuir uma vasto acervo2, desfruta de uma bela vista. Segundo o site corporativo da BPI, descreve o local como: “(...) para quem procura informação ou formação, seja por motivação pessoal, profissional, acadêmica ou universitária”. Figura 05 – Fachada principal
https://goo.gl/j5GAEL
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Com quase 400 mil documentos e mais de 360 mil volumes, segundo o site corporativo da BIP.
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Figura 06 – Situação do centro na cidade
https://goo.gl/iN1z6R
Como pode ser visto nas imagens, a obra é totalmente arrojada e ousada, essas características fazem que se destaque em comparação as construções que se encontram em sua volta, perceptível na Figura 06.
CONCLUSÃO:
Estudando o projeto é possível observar que foi adaptado de acordo com a topografia do terreno, aproveitando o desnível para a criação de um estacionamento no subsolo. O prédio atende a ABNT NBR 9050, onde a parte interna da construção é equipada com elevadores, junto com as escadas, para o deslocamento dos pavimentos. A distribuição dos setores foi bem planejada, de tal forma que permite a integração e o fácil acesso entre os setores da construção, ressaltando a organização das tubulações aparentes do edifício por cores, complementando assim o projeto, deixando-o com um perfil tecnológico e industrial.
4.2. CENTRO CULTURAL DO JABAQUARA
O Centro Cultural do Jabaquara (CCJ) está localizado no caminho para Santo Amaro, onde se encontrava Casa-Sede do Sítio da Ressaca, o projeto tem o propósito de ressaltar o restauro do monumento, em conjunto com a construção de uma nova edificação. Segundo os dados encontrados no site da Prefeitura de São
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Paulo, o edifício foi fundado em 1980 e conta com atividades culturais integradas, que abrigava uma casa de cultura, um teatro e duas bibliotecas, além de uma vasta área verde. O projeto arquitetônico realizado pelo arquiteto Shieh Shueh Yau, em parceria com o arquiteto Gustavo Neves da Rocha Filho, foi inovador para época, contendo um edifício de concreto armado e vidros, possuindo três pavimentos, cujos mesmo permitiam acesso em qualquer um dos pisos. A proposta adotada e acolhida por todos que serviu como referência para o Centro Cultural São Paulo. Figura 07 – Implantação com os níveis de topográficos
https://goo.gl/aapVH6
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Figura 08 – Plantas do projeto do CCJ
https://goo.gl/FeX417 Figura 09 – Plantas do CCJ
https://goo.gl/FeX417
O planejamento do projeto levou em consideração os níveis topográficos, incorporando assim o terreno ao traçado proposto, isso fica evidente ao analisar a Figura 08. Observando a planta do CCJ, o edifício não é acessível para pessoas com deficiência, pois não contém o uso de rampas ou de elevadores na parte interna da construção, no entanto, a elaboração do projeto foi tão bem resolvida que o terraço acabou servindo como um mirante, onde é possível se contemplar com a paisagem que o CCJ está inserido.
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Figura 10 – Perspectiva do projeto
https://goo.gl/pnwmJo Figura 11 – Imagem panorâmica
https://goo.gl/xk54hA
CONCLUSÃO:
Analisando o projeto é possível notar que foi modelado de acordo com a topografia do terreno, permitindo três opções de acesso. No entanto o prédio não atende a norma NBR 9050, uma vez que, na parte interna da construção, só encontra escadas para o deslocamento dos pavimentos. A contemplação das vastas áreas verdes se contrapõe com a arquitetura modernista do edifício, gerando assim um equilíbrio para o espaço.
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4.3. CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
O Centro Cultural São Paulo (CCSP) foi inaugurado em 1982 e é um dos primeiros centros interdisciplinares do Brasil, a sua construção foi fundamentada em concepções libertadoras e arrojadas, tal ideia foi desenvolvida pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Benedito Castro Telles. O foco do projeto sempre foi realizar um prédio convidativo, por esse motivo não existe somente uma entrada, é o que afirma o arquiteto Luiz. Para conseguir alcançar o objetivo, buscou-se modelos e parâmetros de centros culturais multidisciplinares, além de realizar pesquisas sobre as circunstâncias de aproximar a cultura e a população. O CCSP acomoda um conjunto de bibliotecas, atividades culturais (como por exemplo: cinema, dança, literatura, música e teatro), atividades educativas, ateliês abertos, cursos e oficinas, palestras e debates, além de possuir áreas verdes que completam o projeto e a paisagem. Figura 12 – Planta do CCSP
https://goo.gl/nmKzkS Figura 13 – Planta do CCSP
https://goo.gl/nmKzkS
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Figura 14 – Corte transversal CCSP
https://goo.gl/dYTBRk Figura 15 – Situação do CCSP
https://goo.gl/uKUZ5Q
Como é possível observar na Figura 14, que mostra a vista aérea do CCSP, nota-se que o Centro se encontra em um local de movimento, cercado de edifícios altos e alguns baixos e possui pouca vegetação em seu entorno, logo, é perceptível que houve uma preocupação no projeto do CCSP em conter vegetações contornando o perímetro da construção, além de ter o telhado verde e uma praça central que garante a iluminação e a ventilação para o espaço de circulação do local, como pode ser visto na Figura 17.
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Figura 16 – Espaço interno do CCSP
https://goo.gl/gMgp5m Figura 17 – Espaço de circulação do CCSP
https://goo.gl/6fUBxF
CONCLUSÃO:
Analisando o projeto é possível notar que foi modelado de acordo com a topografia do terreno, permitindo três opções de acesso. A parte interna da construção é equipada com rampas, para o deslocamento dos pavimentos. A contemplação das áreas verdes se contrapõe com a arquitetura do edifício e das construções que estão em sua volta.
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4.4. SESC LIMEIRA
Em março de 2017 o Serviço Social do Comércio (Sesc) lançou um concurso para a criação de mais uma nova unidade, tal projeto irá ser executado na cidade de Limeira. Segundo o site Archdaily, o local se encontra na Via Luiz Varga, s/ n°, no bairro Anhanguera, a unidade poderá ter uma área construída coberta estimada 19.000 m² e uma área descoberta estimada em 3.100 m² e 3.000 m² de paisagismo. Os trabalhos foram avaliados pela comissão julgadora seguindo os seguintes critérios: Partido Arquitetônico e Caráter Institucional, Termo de Referência e Orientações para Elaboração dos Projetos. O grande ganhador foi Grupo SP + JPG.ARQ + Pedro mendes da Rocha (Arquitetos: Alvaro Puntoni, João Sodré, José Paulo Gouvêa e Pedro Mendes da Rocha). Segundo o site Archdaily (SOUZA, 2017), o projeto conta com diversos espaços que são compreendidos em: central de atendimento, clínica odontológica, salas de ensaio, camarins do teatro, pátio lúdico multiuso, área de convivência, cafeteria, galpão de uso múltiplo, salas para oficinas culturais, biblioteca, midiateca, área infantil interna, salas de tecnologia e internet, áreas esportivas (vestiários, piscinas e ginásio poliesportivo), além de conter uma praça logo na entrada. No entanto, o projeto ainda estar em andamento, com previsão para a entrega do prédio é para 2021, de acordo com site da Prefeitura de Limeira. Figura 18 – Diagrama de circulação
https://goo.gl/2eu6QG
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Figura 19 – Diagrama da disposição do projeto
https://goo.gl/2eu6QG Figura 20 – Implantação do projeto do Sesc Liemira
https://goo.gl/Eobkft
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Figura 21 – Plantas do projeto do Sesc Limeira
https://goo.gl/3Et2dV
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Figura 22 – Cortes do projeto Sesc Limeira
https://goo.gl/3Et2dV
É possível analisar nas imagens seguintes (Figura 23 e Figura 24) que a configuração adotada no projeto é a arquitetura pós-moderna. Os usos do concreto aparente e de vidros tornam o projeto imponente e se destacando das construções próximas. Figura 23 – Vista aérea
https://goo.gl/6PV1sA Figura 24 – Vista Frontal
https://goo.gl/iwug5n
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CONCLUSÃO:
Observando o projeto é possível notar que foi adaptado de acordo com a topografia do terreno. O prédio atende a ABNT NBR 9050, onde a parte interna da construção é equipada com elevadores, junto com as escadas, para o deslocamento dos pavimentos. A contemplação das áreas verdes se contrapõe com a arquitetura modernista do edifício, gerando assim um equilíbrio para o espaço e uma integração ambiental. A distribuição dos setores foi bem planejada, de tal forma que permite a integração e o fácil acesso entre os setores da construção.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1. CÓDIGO DE OBRAS DO MUNÍCIPIO DE MARÍLIA
O projeto atenderá todas as normas que são exigidas pelo o Código de obras do munícipio de Marília (Lei Complementar nº 42, de 28 de setembro de 1992 Atualizada até a Lei Complementar nº 802, de 01 de novembro de 2017) para a construção do Centro Cultural e Esportivo. Em particular o artigo 102, seção XVIII, onde cita dos locais de reunião e salas de espetáculos; o artigo 107, seção I, onde cita das escolas e congêneres. Estas leis se encontram no anexo do trabalho.
5.2. LEI DE ZONEAMENTO URBANO DE MARÍLIA
A proposta será formulada de acordo com o Plano Diretor do Município de Marília (Lei Complementar nº 480, de 09 de outubro de 2006 - Atualizada até a Lei Complementar nº 589, de 30 de dezembro de 2009), seguindo os parâmetros exigidos título III que aborda dos parâmetros para o uso, ocupação e parcelamento do solo.
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5.3. ABNT NBR 9050: 2015 O trabalho atenderá todas as exigências que constam na “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos” conforme a Norma Técnica Brasileira ABNT NBR 9050.
6. HISTÓRIA DA CIDADE DE MARÍLIA
A cidade de Marília se encontra no oeste do estado de São Paulo, limitada pelos os rios: Feio e Peixe, e era ocupada por grande parte do território pelos índios Coroados. Com o cultivo do café em alta, trouxe consequente a ferrovia, transportando os pioneiros e ocasionando a criação de novas cidades, está região foi uma das últimas a ser descoberta, a apropriação das terras foi iniciada com a abertura de fazendas de café. As terras onde a cidade se localizava estava dentro da fazenda Cincinatina, propriedade do médico Cincinato Braga. Mais tarde essa mesma fazenda foi administrada pelos os pioneiros Antônio Pereira da Silva e seu filho José Pereira da Silva e fundaram o patrimônio Alto Cafezal. Em 1926 Bento de Abreu Sampaio Vidal (deputado e fazendo da região de Araraquara) compra as terras da fazenda e realiza um projeto de loteamento do seu novo patrimônio, segundo os dados que constam no site da Prefeitura de Marília3. Com o avanço da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, e conforme as novas estradas eram inauguradas, o nome das cidades era dado por ordem alfabética, tendo conhecimento disso a próxima cidade teria que iniciar com a letra “M”. Foram proposta vários nomes, mas nenhum contentou Bento de Abreu, mas em uma de suas viagens para a Europa, leu o livro de Tomás Antônio Gonzaga “Marília de Dirceu”, obtendo a ideia de propor o nome de Marília para a próxima cidade que receberia a ferrovia. O município é constituído pelos distritos: Amadeu Amaral, Avencas, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e Rosália. Segundo os dados encontrados no site da prefeitura de Marília, a cidade possui uma área total de 1.194 km²; sendo 42 km² de
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A HISTÓRIA DE MARÍLIA – PARTE 1. Disponível em <http://www.marilia.sp.gov.br/prefeitura/ahistoria-de-marilia-parte-1/>>. Acesso em: 10 mar. 2018.
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área urbana e 1.152 km² de área rural. Tem uma altitude de 650 m e sua topografia descreve uma região montanhosa. Figura 25 – Localização da cidade de Marília
https://goo.gl/wCy5bk
7. A RELAÇÃO DA CULTURA E DO ESPORTE NA CIDADE DE MARÍLIA
A cidade de Marília revelou grandes nomes que são reconhecidos no Brasil inteiro, em ambas as áreas (cultural e esportiva), entre as diversas pessoas que foram reveladas na cidade, pode-se ressaltar: Jorge Antônio Putinatti, Márcio Antônio Rossini, Tetsuo Okamoto, Thiago Braz, Lucas Lima, Daniel Tavares Martins, William Nava, Braz Alécio, Artur Lopes Garcia (conhecido popularmente como Tuta), nomes encontrados no site Wikipédia e segundo moradores da cidade. Mas tal popularização só foi possível devido à saída, dos mesmos, de sua cidade natal. A escolha de ir morar em uma cidade que incentiva, valoriza e reconheça o talento e dom que o indivíduo possui é justificada pela falta de valorização e incentivo do poder público, desse modo, é possível afirmar que a relação que a cidade de Marília possui é um pouco contraditória, pois apesar das pessoas talentosas serem mariliense, a própria cidade não encorajou e não apostou no sucesso deles. Além desse descaso, Marília ainda possui um histórico de abando de obras na área cultural e esportiva, como por exemplo, Ginásio de Esportes Neusa Galetti, Teatro Municipal Waldir Silveira Mello e Espaço Cultural e de Lazer Ezequiel Bambini. Um fato relevante que deve ser considerado é que tanto o Ginásio de Esportes Neusa Galetti como o Teatro Municipal Waldir Silveira Mello tiveram o
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início de suas construções no governo do presidente Dr. Theobaldo de Oliveira Lyrio (1977 - 1982).
7.1. RELATO DA ENTREVISTA COM O ARQUITETO JOSÉ LUIZ LYRO
A entrevista foi realizada no dia 28 de março de 2019, com o arquiteto José Luiz Lyro, formado pela Universidade de Brasília (UNB) e ex-secretário de planejamento urbano da cidade de Marília, durante o mandato do prefeito Theobaldo Lyro, no ano de 1977 - 1982. O objetivo da entrevista foi levantar dados a respeito de suas obras que foram de grande importância para a cidade de Marília, no âmbito cultural e esportivo, além de saber a sua opinião a respeito da cultura e do esporte na cidade. José Luiz Lyro realizou diversos projetos na cidade, mas o que mais destacou foi a construção do teatro. Na entrevista foi relatado que no final da década de 70 houve grandes investimentos para projetos de domínio cultural e esportivo, Lyro fala que “Marília sempre foi nascente das coisas”, isso pode ser observado com a construção do Teatro Municipal “foi uma conquista porque nenhuma cidade da região tinha um teatro, Bauru construiu 20 anos depois o teatro”. Ao perguntar sobre as paralisações e o seu sentimento ao ver o Teatro de portas fechadas por anos, obra de sua autoria que foi tão elogiada, o arquiteto relatou que tal paralisação prejudicou muito a população e o seu sentimento foi de derrota. Esse sentimento de decepção e de derrota, o arquiteto já havia passado no final do mandato do prefeito Theobaldo, ao ver que a sua última obra, como secretário de planeamento urbano, não teria uma conclusão tão cedo. A obra inacabada refere-se ao Ginásio de Esporte Neusa Galeti, onde tal construção paralisada ficou conhecida pela a população como “Coliseu”. O projeto para aquela área era algo extremamente ambicioso “era algo semelhante aos parques olímpicos de hoje”. Ao perguntar, a sua opinião se seria bom para cidade e a população a cidade possuir um espaço que comportasse grande parte das atividades de práticas culturais esportivas, José Lyro disse: “Veja, Bauru não tem ginásio de esportes, os
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jogos de Bauru veem para cá4, aí talvez, vamos dizer, poderia a cidade poderia ter um time de basquete, um time de vôlei... Ia crescer muito... O nome da cidade seria projetado, como o de Bauru que chegou a ser campeão brasileiro de basquete, poderia ser Marilia, se eles não têm lugar e conseguiram ser campeões com a gente com lugar não conseguiu ganhar”. Por fim, ao questionar, qual era o seu ponto de vista se a cidade possui uma falta de incentivo ou uma falta de interesse para investir nestas áreas, ele mencionou: “É difícil, eu acho que não tem interesse... pessoas que gerenciam isso têm outros interesses, então ninguém investe... essa parte está em descrédito ninguém acredita”.
7.2. GINÁSIO DE ESPORTES NEUSA GALETTI
O Ginásio de Esportes Neusa Galetti teve a sua construção iniciada nos anos 70, no governo de Dr. Theobaldo de Oliveira Lyrio o projeto era de autoria do José Luiz Lyrio, irmão do prefeito da época. No entanto a edificação até hoje não foi entregue oficialmente, mas a partir de 2011 a prefeitura da cidade obteve um decreto que autorizou o seu uso. A estrutura ficou exposta as intempéries por mais de 20 anos, além disso, o local foi utilizado até mesmo como lixão da cidade durante o período de paralisação, além de ser conhecido pela população como “Coliseu”. A obra foi retomada em 2007, o novo projeto foi realizado pelo arquiteto da cidade Valdemir Pimentel e pertence a Secretaria Municipal da Educação. O ginásio é de servidão da Secretaria da Educação, pois a verba que foi utilizada para o seu término era destinada à Educação, de acordo com o site Marília Transparente (MATRA - Organização Não Governamental sem fins lucrativos e políticopartidários). Hoje o ginásio tem capacidade 7 mil espectadores, se encontra em uma área de mais de 20 mil metros quadrados de área, onde 12 mil deles são de construção, dados encontrados no Jornal da Cidade de Bauru - JCNET. Além disso, o espaço conta com uma estrutura capaz de receber grandes eventos, sejam eles esportivos ou até mesmo show ou apresentações escolares.
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O Ginásio Panela de Pressão, de Bauru, não atende aos pré-requisitos da Liga Nacional de Basquete (LNB), por este motivo a partida foi realizada na cidade de Marília. Segundo o site da LNB, disponível em: <http://lnb.com.br/noticias/valeu-marilia/>. Acessado em 16 de maio de 2018.
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Figura 26 – Obra do ginásio Abandonada
http://fotosmariliatem.blogspot.com.br/2017/02/ Figura 27 – Obra do ginásio sendo retomada
https://goo.gl/SfYXqJ
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Figura 28 – Perspectiva do Ginásio
Arquivo pessoal Figura 29 – Perspectiva posterior do Ginásio
Arquivo pessoal
7.3. TEATRO MUNICIPAL WALDIR SILVEIRA MELLO
Na década de 70, a cidade de Marília, passa por várias transformações no âmbito cultural e de entretenimento, surgindo assim várias instituições e grupos desses ramos, como por exemplo: Yara Clube, Associação Luso-Brasileira, União dos Treze, grupos teatrais, entre outros – todas essas tinham como objetivo promover o lazer para a população. Nesse sentido, pode-se afirmar que toda essa remodelação cultural que ocorreu na cidade, fomentou a criação do teatro em Marília.
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Foi no governo do prefeito Dr. Theobalto, no ano de 1978, que o tão esperado Teatro Municipal foi construído, tal obra, segundo os dados do livro “Marília, Sua Terra, Sua Gente” (Paulo Corrêa de Lara, 1991), o projeto de autoria, também, do arquiteto José Luiz Lyrio, era considerado para a época invejável e talvez um dos mais completo e confortável teatro do Brasil. O teatro permaneceu ali por vários anos, onde teve a honra de celebrar grandes espetáculos que não só entretiveram o público, mas também serviu como um gatilho para despertar o fascínio nesse campo da arte. Em 2009 o Teatro Municipal de Marília foi fechado, por conter problemas na estrutura da cobertura, uma reforma que duraria por volta de dois meses se transformou em anos (mais precisamente em sete anos, sendo reinaugurado em maio de 2106), tal paralisação é explicada devido ao destelhamento do edifício e a ausência de providências para o cuidado da parte interna do prédio, segundo site da Prefeitura de Marília e o site MATRA - Organização Não Governamental sem fins lucrativos e político-partidários. Figura 30 – Antiga fachada do Teatro Municipal
http://www.indoviajar.com.br/fotos/sp/marilia
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Figura 31 – Teatro fechado para reforma
https://goo.gl/gUihXM Figura 32 – Nova fachada do Teatro Municipal
Arquivo pessoal
7.4. ESPAÇO CULTURAL E DE LAZER EZEQUIEL BAMBINI
Antes mesmo da obra se transformar em Espaço Cultura, o local era utilizado como depósito das locomotivas e com a privatização da Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA) as linhas remanescentes da antiga Companhia Paulista, foi desativada e sendo retirada, somente em 07 de setembro de 1991 o Espaço Cultural e de Lazer Ezequiel Bambini foi inaugurado, as informações foram encontrados no trabalho de graduação de Aretha de Freitas Carvalho (2008).
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O projeto foi projeto pelo arquiteto da cidade Laerte Otavio Rojo Rosseto, ao planejar tal obra o arquiteto se preocupou em oferecer um local que acomodasse a população jovem e de periferia. O edifício hoje consta uma arquibancada que acomoda 800 pessoas, este espaço é dedicado a exposições, palestras e afins; o local que antes funcionava como galpão da Banda Marcial de Marília, está sendo utilizado como um espaço dedicado a práticas esportivas, onde é ensinado lutas marciais; e por fim o galpão de exposições hoje está divido em quatro salas. Mas, infelizmente o Espaço Cultural e de Lazer Ezequiel Bambini não recebe os cuidados necessários para que o prédio permaneça em boas condições, fato pode ser notado de acordo com a visita no local, Figura 33. Figura 33 – Fachada do Espaço Cultural e de Lazer Ezequiel Bambini
Arquivo pessoal
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Figura 34 – Espaço interno com arquibancada
Arquivo pessoal Figura 35 – Espaço interno do galpão dividido em quatro salas
Arquivo pessoal
8. PROBLEMATIZAÇÃO
Tendo em vista que a cidade de Marília dispõe vários espaços que abrigam práticas culturais e esportivas, no entanto, grande parte da população deixa de frequentar tais locais por falta de divulgação e instruções para as mesmas. Além
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disso, muitas vezes o local é distante de suas residências e também não são todos que são acessíveis economicamente. As circunstâncias a respeito da relação da cultura e do esporte com a população é algo realmente preocupante, não só na cidade de Marília, mas também a nível nacional. O fato foi comprovado por uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disponível no próprio site do Ipea, onde foi apresentado as Percepções a respeito da oferta da cultura e dos obstáculos ao seu acesso, a pesquisa entrevistou 2770 brasileiros em todos os estados do País, possuindo uma margem máxima de erro por região é de 5% e o grau de confiança é de 95%, segundo o site do Ipea. Tabela 01: Percepções a respeito dos obstáculos ao acesso de oferta cultural
https://goo.gl/3ds3uf Tabela 02: Frequência de práticas culturais (por região)
https://goo.gl/3ds3uf
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Tabela 03: Frequência de práticas culturais (por idade)
https://goo.gl/3ds3uf
Tomando como partido os resultados encontrados nas tabelas, na pesquisa realizada pelo Ipea, é possível notar que a maior barreira para a população é a econômica. Nesse contexto, as pessoas acabam optando por algo mais barato, como por exemplo, ficar em casa vendo TV/ DVD ou ouvir rádio/ música. Além disso, foi constatado que a frequência das práticas desenvolvidas pela população são as mesmas, independente da idade, podendo, então afirmar que existe uma falta de incentivo nas escolas e dos pais, mas principalmente do Poder Público, uma vez que, se realmente tal incentivo fosse oferecido, de maneira justa e com mais divulgação, as pessoas de todas as idades teriam outra concepção a respeito do seu papel na sociedade e consequentemente reconheceriam a Cultura e o Esporte com o merecimento que ambas as áreas possuem.
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Em contrapartida para este problema encontrado na cidade de Marília, é necessário possuir um projeto que comporte a carência que a população possui, onde haja sempre um incentivo e investimento, seja por meio da educação, tanto quanto político ou até mesmo em casa. Nestas áreas culturais e esportivas deve haver estímulo de várias maneiras, além de investir fortemente na publicidade.
9. OBJETIVOS
9.1. OBJETIVOS GERAIS
O trabalho apresentado tem como propósito de expor a importância da criação de um Centro Cultural e Esportivo para a cidade de Marília. Propor um projeto arquitetônico para a realização conjunta destas atividades.
9.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar:
O quanto é importante para a população possuir um Centro multidisciplinar;
Como tal ausência de um espaço que comporte práticas culturais e esportivas pode afetar a população;
Quais os conteúdos que a população gostaria de ter neste espaço;
Propor um projeto que supri as necessidades dos habitantes da cidade de Marília.
10. VIABILIDADE TÉCNICA
10.1. ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO
Visando encontrar o melhor local que comporte o projeto que está sendo abordado no trabalho em questão, é necessário, obter uma localização que seja compatível com o espaço oferecido e a finalidade do programa. Para isso, foram realizados diversos estudos de terreno, a fim de garantir a melhor escolha. Os terrenos estudo e analisados foram os seguintes:
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10.1.1. Terreno A
Localizado na Av. Nelsom Spielman, esquina com a Rua Cincinato Braga, Rua José Bonifácio e Av. das Indústrias (Lote, Quadra). Terreno localizado na Zona Central da cidade, em frente da linha férrea, próximo da principal área comercial de Marília, região de muito tráfego (havendo dificuldade de encontrar vagas para estacionar veículos), o terreno possui uma área superior a 9.500m² e encontra-se na Zona Especial dos Corredores 2 (ZEC 2). Apesar do Terreno A, apresentar alguns pontos positivos, tais como: estar na Zona Central da cidade; possuir quatro vias de acesso e consequentemente apresenta quatro fachadas, destacando, desse modo, o projeto e sendo visível por qualquer ângulo. Segundo a Lei de Zoneamento e Uso do Solo, devido a condição do terreno estar localizado na ZEC 2 é permitido (como é possível analisar nas tabelas 09 e 10 que estão em anexo) edificações de caráter de uso institucional, como este projeto possui uma peculiaridade educacional, a proposta poderia ser efetivada neste local, no entanto, a região encontra-se próximo da linha férrea e o fato desta área da linha férrea ser de uma empresa privada, pode ocorrer a possibilidade da reativação da linha, o que compromete parte do projeto. Figura 36: Situação do terreno A
https://goo.gl/xBHMQ4
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10.1.2. Terreno B
Localizado na Av. Vicente Ferreira, esquina com a Rua Alvarenga Peixoto e Rua Tomás Gonzaga (Lote, Quadra). Localizado na Zona Leste da cidade (região de Marília que vem crescendo gradativamente, ocorrendo simultaneamente grandes investimentos), próximo de hospital e clinicas/ consultórios médicos, região de muito tráfego (havendo dificuldade de encontrar vagas para estacionar veículos), o terreno possui área superior a 6.500m² e encontra-se na Zona Especial dos Corredores 1 (ZEC 1). Apesar de possuir uma ótima localização, encontrando-se na Zona Leste da cidade (principal zona que apresenta grandes investimentos); e situar-se em um local que apresenta um grande fluxo de veículos e de pessoas, fato que favorece a visibilidade e na percepção do projeto. No entanto, segundo a Lei de Zoneamento e Uso do Solo, devido a circunstância do terreno estar localizado na ZEC 1 não é permitido e nem tolerado (como é possível analisar nas tabelas 09 e 11 que estão em anexo) edificações que possuem o caráter deste projeto. Figura 37: Situação do terreno B
https://goo.gl/6zvM3e
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10.1.3. Terreno C
Localizado na Av. Carlos Artêncio (Lote 33, Quadra S/N). Localizado na Zona Leste da cidade (região de Marília que vem crescendo gradativamente, ocorrendo simultaneamente grandes investimentos), marginal da Rodovia Transbrasiliana, em frente da rodoviária, próximo restaurante, supermercados e hotéis, região com tráfego intermediário (não havendo grandes dificuldades de encontrar vagas para estacionar veículos), o terreno possui 12.252,99m² e encontra-se na Zona Especial dos Corredores 4 (ZEC 4), onde é permito edificações de todos os usos (como é possível analisar nas tabelas 09 e 12 que estão em anexo). Figura 38: Situação do terreno C
https://goo.gl/7vYv3T
Após os diversos estudos, a respeito sobre a escolha do terreno, no qual teria maior eficácia sobre o projeto, foi concluído que para o projeto seria melhor compreendido no terreno C, localizado na Av. Carlos Artêncio, no Bairro Fragata C – Anexo.
10.2. LEVANTAMENTO DO TERRENO ESCOLHIDO
O local encontra-se em uma área excepcional, onde o espaço proporciona que o projeto seja totalmente visível. Além disso, ele possui fácil acesso para qualquer pessoa (residindo em Marília ou não, uma vez que o terreno se encontra
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em frente a rodoviária da cidade e margeia a Rodovia Transbrasiliana), outro fato que teve grande influência na escolha do terreno foi a circunstância dele dispor uma área relativamente grande, o fato de ter em sua proximidade estabelecimentos comerciais, como por exemplo, restaurante, supermercados, padarias, hotéis, entre outros, também contribuiu para a escolha. O terreno, Lote 33, Quadra S/, totaliza uma área de 12.252,99m², possui um desnível de X metros e se encontra na ZEC 4. Segundo a Lei de Zoneamento e Uso do Solo, “Art. 7º - Nas Zonas Especiais dos Corredores serão permitidos usos residenciais, comércios, serviços e institucionais, podendo, a critério da SPU, ser exigido projeto acústico, objetivando compatibilizar os diversos usos permitidos com a área residencial próxima, principalmente em casos de bares, restaurantes, choperias ou lanchonetes com música ao vivo.”. “Art. 9º - Os usos nas diferentes zonas são os definidos na Tabela I desta 5
Lei.” . A respeito do estudo do impacto de vizinhança, previsto no Plano Diretor do Município de Marília, “Art. 68. São considerados como empreendimentos geradores de impacto em função da área construída: I - Edificações não residenciais com área acima de 2.000,00m² (dois mil metros quadrados)”. Figura 39: Topografia do terreno
Arquivo pessoal
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Tabelas da Lei de Zoneamento e Uso do Solo consta em anexo.
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Figura 40: Perspectiva do terreno
Arquivo pessoal Figura 41: Perspectiva do terreno (vista de frente para a Rodoviária)
Arquivo pessoal
11. PROGRAMA DE NECESSIDADES
11.1. ADMINISTRAÇÃO
Hall de circulação;
Secretaria;
Coordenação;
Depósito;
Sala para professores com copa.
11.2. SERVIÇO
Depósito de material de limpeza e Lavanderia;
Estacionamento;
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11.3. VIVÊNCIA
Cantina;
Espaço bistrô
Conjuntos sanitários;
Pátio descoberto.
11.4. ATIVIDADES CULTURAIS
Hall de exposição;
Teatro;
Sala de dança;
Sala multiuso para cursos e oficinas;
Sala de arte;
Sala de informática;
Sala de estudo.
11.5. ATIVIDADES ESPORTIVAS
Quadra poliesportiva;
Piscina semiolímpica;
Vestiários masculino e feminino;
Depósito de materiais;
Academia.
12. PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Para realizar o estudo do pré-dimensionamento foi considerado, como referência, na maioria dos ambientes, o catálogo técnico “Catálogo de Ambientes – Especificações da Edificações Escolar” da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), uma vez que, a fundação oferece um material de apoio para a viabilização de obras escolares que assegurando assim uma estrutura adequada.
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No entanto para a quadra e o teatro o estudo foi realizado por meio da capacidade de pessoas previstas, o cálculo foi baseado na média de 180 pessoas. Tabela 04: Dimensionamento setor administrativo
ADMINISTAÇÃO
ÁREA (m²)
Hall de circulação
33,23
Secretaria
43,35
Coordenação
14,40
Depósito
12,24
Sala professores com copa
32,39
Arquivo pessoal Tabela 05: Dimensionamento setor administrativo
SERVIÇO
ÁREA (m²)
Depósito de material de limpeza e Lavanderia
9,72
Estacionamento
749,06
Arquivo pessoal Tabela 06: Dimensionamento setor administrativo
VIVÊNCIA
ÁREA (m²)
Cantina
16,25
Espaço bistrô
94,70
Conjunto sanitário
51,18
Pátio descoberto
83,71
Arquivo pessoal
Tabela 07: Dimensionamento setor administrativo
ATIVIDADES CULTURAIS
ÁREA (m²)
Hall de exposição
119,00
Teatro
665,74
Sala de dança
138,90
Sala multiuso
116,32
Sala de arte
54,34
Sala de informática
54,34
Sala de estudo
69,32
Arquivo pessoal
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Tabela 08: Dimensionamento setor administrativo
ATIVIDADES ESPORTIVAS
ÁREA (m²)
Quadra poliesportiva
1243,33
Piscina
925,89
Conjunto vestiário
68,44
Depósito de materiais
12,75
Academia
74,39
Arquivo pessoal
13. ORGANOGRAMA
Pensando nos setores que o projeto apresenta, no programa de necessidade, o organograma deste projeto apresenta a seguinte hierarquia: Figura 42: Organograma
Arquivo pessoal
14. FLUXOGRAMA
Considerando o programa de necessidade, a topografia e o fluxo de pessoas e de veículos, o fluxograma proposto para o projeto é de uma circulação harmônica, onde todos os ambientes se comunicam, gereando fluidez.
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Figura 43: Setorização do fluxograma no terreno
Arquivo pessoal Figura 44: Fluxograma
Arquivo pessoal
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15. PARTIDO ARQUITETÔNICO
Levando em consideração alguns parâmetros, como por exemplo: a localização do terreno; sua topografia; a finalidade do projeto; o programa de necessidades, considera-se que, é preciso trabalhar com um partido arquitetônico que seja atemporal, ou seja, uma arquitetura onde o tempo não intervém no projeto. Para tanto é necessário utilizar algumas técnicas construtivas, materiais e estilos para só então atender esse objetivo. A fim de atender as exigências do partido arquitetônico, foi pensado em seguir um conceito modernista, utilizando o concreto queimado, elemento moderno e versátil; vidro, que é considerado um componente que proporciona amplitude e beleza para o projeto; estrutura metálica na cobertura, promovendo a leveza, resistência e diversidade; além de trabalhar com a integração dos ambientes.
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento deste trabalho foi realizado por meio de pesquisas, estudos, entrevista e vistas técnicas ficou evidente que a cidade Marília não tem o reconhecimento que a Cultura e o Esporte merecem, vale ressaltar também, que a cidade só não alcançou ainda o nível de outras cidades nestas modalidades, por existir essa falta de incentivo e de divulgação, dificultando desse modo, a promoção da Cultura e do Esporte na cidade de Marília. Nesse contexto, a execução do Centro Multidisciplinar, na cidade de Marília, é de externa importância. Desse modo, o objetivo deste projeto é propor esse Centro Multidisciplinar que englobe a Cultura e o Esporte, a fim de abrigar a carência da população e resgatar o reconhecimento dessas áreas, pois ao realizar isso, em ambas as áreas, a cidade irá crescer e se desenvolver, assim como a formação do cidadão diante do seu papel na sociedade, promovendo o incentivo da prática da Cultura e do Esporte na cidade.
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ANEXO Tabela 09: Uso, definições e exemplo - Lei de Zoneamento e Uso do Solo
Arquivo pessoal
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Tabela 10: ZEC2 - Lei de Zoneamento e Uso do Solo
Arquivo pessoal Tabela 11: ZEC1 - Lei de Zoneamento e Uso do Solo
Arquivo pessoal Tabela 12: ZEC4 - Lei de Zoneamento e Uso do Solo
Arquivo pessoal