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Brasil entra na lista de países que bloqueiam a internet

OBrasil entrou numa lista de países que bloquearam a internet em 2022, compilada pelo grupo de defesa da liberdade de expressão com sede em Nova York Access Now.

Segundo o levantamento anual da entidade, o mundo todo registrou 187 casos de bloqueio da internet no ano passado, em 35 países diferentes.

A Índia foi a campeã de bloqueios provocados pelas autoridades, com 84 casos, seguida da Ucrânia, com 22 episódios e do Irã, com 18.

O Brasil aparece com apenas um registro, de março de 2022, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio temporário do aplicativo Telegram.

O aplicativo não tinha sequer representação legal no Brasil e simplesmente não atendeu a deci- sões judiciais para tirar do ar peris de disseminadores de informações falsas, forçando o STF a agir.

“As plataformas têm a responsabilidade de garantir que seus serviços não perpetuem danos aos direitos humanos, e fazer os investimentos e as escolhas de projeto necessárias para poder responder em tempo real à medida que surgem ameaças”, diz o relatório do Access Now.

E continua: “O fracasso em fazê-lo incentivou cada vez mais governos a tomarem medidas extremas em resposta à desinformação, discurso de ódio e incitação à violência online e, da mesma forma, fornecia uma desculpa fácil para governos que buscam interromper o acesso à informação”.

O caso brasileiro foi justi icado por se tratar de uma reação da suprema corte a crimes de desinformação que poderiam ameaçar a democracia, o que é muito dife- rente de bloqueios ocorridos em outras partes do mundo.

Na índia, por exemplo, mais de 60% dos bloqueios foram determinados na região da Caxemira, que é disputada entre o país e o vizinho Paquistão.

A intenção do governo nacionalista indiano era impedir a comunicação de grupos que se opõe ao primeiro-ministro Narendra Modi.

Na Ucrânia, os bloqueios foram impostos pelos invasores russos, que tentavam impedir a comunicação das tropas ucranianas.

E no Irã, a maior parte dos bloqueios teve a intenção de reprimir enormes protestos depois do assassinato de uma jovem pela polícia de costumes do país simplesmente porque ela não estava usando “corretamente” o hijab — o véu que todas as mulheres são obrigadas a usar em público.

Américo Martinsda CNN

Ex-ministro anuncia encontro de Bolsonaro e Trump nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) embarcou para Washington, capital dos Estados Unidos, nesta sexta-feira, e encontrará com o ex-presidente americano, Donald Trump, neste sábado. A informação foi publicada pelo ex-ministro do Turismo Gilson Machado nas redes sociais. Em Orlando, na Flórida, desde o inal do ano passado, este será o primeiro encontro entre os antigos chefes de Estado.

“Decolando agora para Washington ao lado do Pr Bolsonaro, hoje sem dúvida o maior líder conservador do planeta. Temos tido reconhecimento por pessoas não apenas do Brasil, mas também de vários outros países por onde temos passado. Vamos participar do maior encontro conservador do mundo, o CEPAC. Teremos palestra dele as 14:00 amanhã, depois teremos encontro com o Trump e assistiremos a palestra do ex-presidente dos EUA às 16:00”, escreveu o ex-ministro.

Os ex-presidentes do Brasil e dos Estados Unidos se reunirão junto a lideranças da direita mundial. Anteriormente, a presença de Trump já havia sido con irmada no site da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC, da sigla em inglês). O ex-presidente americano dará uma palestra no evento. A participação de Bolsonaro foi publicada pelo jornal Washington Examiner. De acordo com a publicação, o brasileiro concordou em falar para a plateia.

Alinhamento

Ao longo de todo o seu mandato, Bolsonaro e sua base sempre replicaram as atitudes de Trump. Assim como o norte-americano, o brasileiro já chegou ao poder semeando dúvidas sobre o sistema das urnas eletrônicas. Um ano após a posse, o então presidente a irmou “ter provas” de que teria sido eleito no primeiro turno das eleições de 2018, mas nunca apresentou nenhuma comprovação.

Com o passar dos anos, Bolsonaro e Trump alastraram o movimento por suas bases de apoio. Às vésperas da eleição nos EUA, Trump convocou seus apoiadores a iscalizar os locais de votação, movimento depois copiado pelos bolsonaristas:

— Estou pedindo aos meus apoiadores que compareçam aos locais de votação, observem com muita atenção. Se for uma eleição justa, estou 100% a favor. Mas se vejo dezenas de milhares de cédulas sendo manipuladas, não posso concordar — disse Trump em debate contra Biden em frase que foi repetida quase que na íntegra por Bolsonaro ao longo de todo o período eleitoral.

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