Segurança & Negócios #9

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CONFIRA EM REALIDADE AUMENTADA: Gocil eleva expertise no setor de shopping center p. 04 Refugiados: quando o futuro pede por mudanças p. 14

gocil.com.br Edição 09 • Agosto/2018

s&n REVISTA SEGURANÇA E NEGÓCIOS

⬑ O empresário que já fatura R$ 830 milhões vendendo qualidade de vida p. 22


Sumário mundo gocil 04 09 10 12

Operações Em uma imagem Aconteceu #somosGOCIL

business + corporate 14 16 18 22 30

Motivação Negócios Economia Capa Gestão

o que há de novo 32 34 38 40

Sustentabilidade Tendência Tecnologia Inovação

sua vida, sua história 42 44 47 49 52

Por aí Deguste Estilo Pais&Filhos Pets

Tecnologia e inovação como bola da vez A EDIÇÃO DA nossa revista que chega hoje em suas mãos traz uma novidade editorial. Reestruturamos nossas seções para que a sua experiência de leitura seja ainda melhor. A partir de agora, dividiremos nosso conteúdo em 4 grandes editorias: "O que há de novo", "Business + Corporate", "Sua vida, sua história" e "Mundo Gocil". Cada uma delas conta com um leque de subeditorias que reúnem os principais highlights do momento. Inovação é a palavra que ronda esta edição, seguida de tecnologia. São conceitos que, apesar de diferentes, caminham muito bem lado a lado. Queremos mostrar a você como algumas empresas têm unido as duas pontas e lançado diferenciais competitivos no mercado, transformando-se em peças fundamentais de uma engrenagem capaz de reinventar o Brasil. É o caso da Vitacon, construtora brasileira que investe em apartamentos compactos, inteligentes, que prometem reformular a cidade e acompanhar o dia a dia do cliente (Capa, pág. 22). Alexandre Lafer Frankel, presidente da companhia, percebeu que o brasileiro quer, mais do que ter coisas, viver experiências inesquecíveis. E usou essa sua descoberta para criar um negócio que fatura R$ 800 milhões. Para confirmar o poder da tecnologia, em Tendência (pág. 34) direcionamos nosso olhar para novos meios de pagamento digitais que surgiram ou ganharam força nos últimos meses, contribuindo para que o sistema de compras pela internet seja cada vez mais ágil e intuitivo. Buscamos, fora do Brasil, referências de países que já têm mudado o mundo com suas ideias inovadoras e trouxemos alternativas que são modelos globais em Sustentabilidade (pág. 32). Ainda sobre o mercado internacional, abordamos o protagonismo chinês no desenvolvimento de soluções tecnológicas que fomentam o campo de startups e colocam o gigante asiático em um novo patamar quando o assunto é inovação. Confira em Economia (pág. 18). Boa leitura! Daniella Barbosa Diretora de Marketing e Relações Institucionais da Gocil  daniella.barbosa@gocil.com.br

Quem faz

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Gestão de marketing: Daniella Barbosa Jornalista responsável: Patricia B. Teixeira (MTB: 51202/SP) Redação: Trixe Comunicação Estratégica Revisão: Lygia Roncel Projeto Gráfico e Design: Leonardo Vaz Fotos da capa, editorial e artigo: Paulo Pampolin Colaboraram nesta edição: Alexia Raine, Ana Carolina, Anita Grobel, Camilla Martins, Marina Batista, Michely Luisi, Patricia B. Teixeira e Victor Melo


Pulverizar para expandir TENHO OBSERVADO, NOS últimos anos, um crescimento na Gocil que me deixa muito satisfeito. Temos nos destacado não apenas como líderes em segurança, área que deu origem à empresa, mas também em multisserviços, uma integração que nos permite fazer a gestão única de toda a operação no cliente. Essa operação acontece de uma ponta à outra. Nossos homens e mulheres trabalham incansavelmente na inteligência do projeto, no desenho dos procedimentos operacionais, na implantação estratégica e na execução. Seja em segurança, seja em limpeza, fazemos o melhor para os clientes. Esse modelo com foco na satisfação de quem nos contrata tem mostrado resultados concretos: a Gocil é recomendada por mais de 98% deles. É por isso que nos sentimos fortes para, cada vez mais, apostar na pulverização de clientes. Um segmento que tem sido promissor em nosso negócio é o de shopping center, e já temos mais de 30 operações ativas em quatro frentes: segurança, multisserviços, segurança eletrônica e INTEGRAS. Temos olhado para esse mercado com um foco estratégico, investindo tempo e dinheiro para capacitar pessoas. Foram mais de R$ 4 milhões e 7 mil horas, em um ano, destinados ao treinamento do time que atua em shoppings. Estamos preparados, nos quatro cantos do país, para atender com o mais alto nível de excelência operacional, oferecendo serviços integrados e valores competitivos. Reunimos as melhores soluções, estratégias e equipe em prol do Brasil.

Washington Umberto Cinel Presidente da Gocil Segurança e Serviços


SEGURANÇA

Por dentro do potencial da Gocil no segmento de shopping center

Os serviços da Gocil para shoppings:

Segurança patrimonial

Portaria

Recepção

A maior empresa nacional de segurança e multisserviços é responsável pela gestão de mais de 30 centros de compras em 11 estados brasileiros

Controle de acesso

OS SHOPPING CENTERS são a preferência número um das pessoas para fazer suas compras, refeições ou mesmo para o lazer. Se o aumento do tráfego de consumidores é bom para o empreendimento, por outro lado exige que ele esteja preparado para garantir uma experiência positiva, especialmente nos quesitos segurança e multisserviços. Com expertise de 33 anos no setor, a Gocil conta com mais de 30 operações em centros de compras de 11 estados brasileiros, que somam 17 milhões de pessoas impactadas pelos seus serviços. Entre seus clientes estão os shoppings Morumbi, Light, Eldorado, Anália Franco, Santa Úrsula, Ribeirão Shopping, BarraShopping, Canoas Shopping, TOP Center e Bauru Shopping. “A Gocil está cada vez mais inserida no mercado de shopping center com um olhar estratégico. Por isso, em cada um dos empreendimentos atendidos nós adotamos um planejamento personalizado, sempre preocupados com a experiência dos clientes, lojistas e funcionários”, afirma o CEO da Gocil, Welder Peçanha.

Gestão diferenciada por modelo operacional e por cliente

Por trás de todo o núcleo comercial e de lazer dos shopping centers, há uma equipe responsável pela segurança dos milhares de pessoas que circulam por lá diariamente. A atuação da Gocil acontece em todas as etapas da operação, desde a elaboração de projetos específicos visando lojas prioritárias como joalherias, lotéricas e caixas eletrônicos até a escolha dos profissionais, que recebem treinamento exclusivo para identificar ações suspeitas de todas as naturezas, como assaltos, suicídios e brigas. Em Recife, a empresa é responsável pelo monitoramento externo (portarias, docas e estacionamento) do Patteo Olinda Shopping. Para Rivanaldo Sales, gerente de Operações, a área de segurança apresenta uma posição estratégica desde a inauguração do centro de compras, em abril deste ano. “Com a contratação da equipe de segurança da Gocil, conseguimos diminuir significativamente o número de ocorrências e, principalmente, dos famosos ‘rolezinhos’. A presença velada do vigilante na portaria, posicionado e paramentado, transfere ao cliente uma maior sensação de tranquilidade, além de impor seriedade e autoridade, algo de que nós precisávamos” conta.

TECNOLOGIA

 Marina Batista •  Paulo Pampolin

Controle e combate a incêndio

Câmeras e monitoramento de vídeo (CFTV e vídeo analítico)

Alarmes Controle de acesso Monitoramento inteligente

MULTISSERVIÇOS

mundo Gocil ⁄ OPERAÇÕES

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Limpeza predial Governança e rouparia Coleta de resíduos

Copa

Jardinagem

INTEGRAS


A Gocil em shopping centers: descubra uma experiência em realidade aumentada ↘ 1. Baixe o aplicativo Gocil App na App Store (Apple) ou Play Store (Android) em seu smartphone 2. Abra o aplicativo e aponte seu aparelho para a foto ao lado 3. Descubra o vídeo exclusivo em realidade aumentada!

Disponível para iOS e Android

mundo Gocil ⁄ OPERAÇÕES

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mundo Gocil ⁄ OPERAÇÕES

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Fatos & números

 Mais de 40 shoppings

são atendidos pela Gocil atualmente

 Mais de 17 milhões de pessoas

são impactadas pelos serviços da Gocil em shopping centers mensalmente

 30% de crescimento da Gocil no ramo de limpeza profissional, entre julho de 2017 e julho de 2018

 80% de expansão

é a projeção para o crescimento da Gocil em limpeza profissional até o final deste ano

O COO da Gazit Brasil, Sergio Koffes Jr., enfatiza que os shoppings atendidos pela empresa tratam a segurança como um pilar muito importante na experiência dos clientes, funcionários e lojistas. Ele também acrescenta que a combinação entre equipamentos e um time bem treinado é imbatível. “Se antes o vigilante era um profissional que ficava apenas parado no corredor observando, hoje ele deve também ter domínio sobre o empreendimento em que trabalha, lidando com o público, tirando dúvidas e prestando esclarecimento. As equipes de segurança da Gocil mostram que estão preparadas para agir em diferentes situações, e não apenas zelar pela segurança, e têm um padrão de qualidade superior ao do mercado”, comenta. Dentro dos serviços de segurança, a Gocil também dispõe de soluções customizadas de portaria, recepção, controle de acesso e bombeiro civil. Para Sérgio Ehrlich, diretor de Operações da Gocil, o mercado tem exigido cada vez mais uma gestão de serviços moderna e eficiente. “A empresa possui ferramentas eficazes. Além da mão de obra especializada, é inevitável que a tecnologia possibilite maior eficiência e excelência nas atividades realizadas.”

O impacto da tecnologia

Pensando na prevenção, a Gocil desenvolveu uma solução inteligente com o objetivo de antecipar situações de risco e auxiliar o gestor de segurança na estratégia e tomada efetiva de decisão. Desde 2014, a empresa oferece para o setor uma solução que integra os vigilantes com localizador pessoal, software analítico e aplicativos, agregando inteligência na informação. “Por meio da solução, é possível ser alertado em tempo real sobre pessoas com atitudes suspeitas nos estacionamentos, aglomerações nas áreas internas e externas, fluxo de entrada maior que o normal nas portas, pessoas no sentido contrário nas escadas rolantes ou correndo, aproximação de pessoas em áreas de risco ou de acesso restrito e tudo o mais que possa representar risco”, ressalta Ehrlich. Segundo ele, com a análise dos dados coletados, pode-se optar por apenas acompanhar a situação ou comandar intervenções das equipes de campo de forma pontual e munidas de informações precisas.

Uma empresa, muitos braços

Já entendendo a necessidade dos shopping centers de contratar serviços completos, a Gocil implementou há 20 anos a área de multisserviços, que contempla limpeza profissional, jardinagem, copa e mão de obra especializada.

Limpeza profissional

No Shopping Praça da Moça, localizado na cidade de Diadema (SP), o trabalho da Gocil é realizado por cerca de 50 colaboradores, divididos em três turnos, responsáveis por toda a operação. A qualidade e a produtividade dos serviços prestados são mensuradas por meio de relatórios com imagens fotográficas, além de avaliações mensais sobre a qualidade e o rendimento da equipe. “A Gocil está no Shopping Praça da Moça há apenas sete meses, porém, nesse tempo, demonstrou atenção e profissionalismo nas solicitações e atendimento às necessidades diárias do colaborador, bem como suporte ao shopping em demandas específicas”, conta Jonilson Alves, líder de limpeza.


mundo Gocil ⁄ OPERAÇÕES

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"A Gocil está cada vez mais inserida no mercado de shopping center com um olhar estratégico. Por isso, em cada um dos empreendimentos atendidos nós adotamos um planejamento personalizado, sempre preocupados com a experiência dos clientes, lojistas e funcionários" Welder Peçanha, CEO da Gocil ↗


mundo Gocil ⁄ OPERAÇÕES

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Um 360º na operação da Gocil em shopping centers Aponte a câmera do seu smartphone para o QR Code abaixo e assista ao vídeo com detalhes da atuação da Gocil em shoppings

Tecnologia de QR Code

Com a intenção de desenvolver ferramentas mais eficazes na gestão de seus serviços, a Gocil utiliza a tecnologia QR Code, criada para que o cliente possa receber informações em tempo real sobre o trabalho prestado na área de limpeza. Trata-se de um check-list de atividades, preenchido, via sistema, pelas auxiliares de serviços gerais do setor. “O aplicativo pode ser instalado em qualquer área, independentemente do segmento. A ferramenta é montada de acordo com a necessidade de cada cliente e seu ramo de atividade. A averiguação da qualidade dos serviços normalmente é feita pelas auxiliares de serviços gerais e pelo seu supervisor”, explica Maura Souza, gerente de Operações e Serviços na Gocil.

Jardinagem

Por ser uma empresa sustentável, a Gocil também incluiu em seus serviços de apoio ao setor de shopping center a manutenção em jardinagem, uma atividade voltada para o cuidado e a preservação da natureza. Os jardineiros da empresa são treinados e capacitados para prestá-la. Entre suas principais funções estão a conservação de áreas verdes e vasos ornamentais, o controle de pragas, o tratamento do solo e fitossanitário, além da poda de grama.

↖ Nas imagens, a operação de limpeza da Gocil no Shopping Praça da Moça, em Diadema (SP). Os colaboradores são treinados especificamente para esse tipo de cliente e usam equipamentos de alta tecnologia (como o vaporizador a jato de ozônio, utilizado na limpeza de banheiros) e produtos ecologicamente corretos, aprovados pelo Green Seal


"Juntos, lado a lado, foco no mesmo horizonte, com objetivo compartilhado, trazendo os melhores resultados." – Paulo Pampolin, fotógrafo mundo Gocil ⁄ EM UMA IMAGEM

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mundo Gocil ⁄ ACONTECEU

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Eventos & acontecimentos  Camilla Martins •  Paulo Pampolin

2º Encontro de Fellows CBEX ↖ A Gocil recebeu em sua Matriz, em São Paulo (SP), diversos profissionais para debater o tema “Fusões e aquisições – comprando e vendendo negócios em saúde”.

3º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping Com o apoio da Gocil, entre os dias 5 e 8 de abril, no Wish Resort Golf Convention, em Foz do Iguaçu (PR), foi promovida uma conferência com lojistas do Brasil inteiro, na qual foram debatidas abertamente as questões que permeiam o varejo em shoppings.

17º Fórum Empresarial Lide O maior evento empresarial do Brasil teve o apoio da Gocil. Realizado em São Paulo (SP), em abril, ele reuniu diversos líderes e discutiu temas econômicos e políticos.

SingularityU Brasil Summit Também em abril, entre os dias 23 e 24, aconteceu pela primeira vez no Brasil, no espaço Citibank Hall, em São Paulo (SP), uma reunião sobre a fomentação do setor de tecnologia. A Gocil foi uma das apoiadoras da iniciativa.

Seminário de Segurança 2018 da Abrasce No dia 24 de abril, ocorreu um encontro que debateu e expôs os principais temas que afligem os shopping centers, promovido pela Abrasce. Nele, Sergio Ehrlich, diretor de Operações da Gocil, ministrou uma palestra/debate sobre segurança estratégica nesse segmento.


Educo Brasil 2018

11 mundo Gocil ⁄ ACONTECEU

No final do mês de abril, entre os dias 26 e 27, o Hotel Holiday Inn Anhembi, em São Paulo (SP), com o patrocínio da Gocil, sediou o Educo Brasil – Congresso de Gestão Estratégica nas Escolas Privadas.

15º Congresso Infra de São Paulo Nos dias 9 e 10 de maio, alguns de nossos representantes compareceram a um dos mais relevantes eventos para o mercado de facilities e properties management.

Inovação em Pauta com Renato Martinelli, consultor e especialista ⬏

Saúde Business Fórum 2018

Em maio, houve uma palestra sobre inovação para colaboradores da Matriz da Gocil.

A 16ª edição do congresso aconteceu entre os dias 31/05 e 03/06, no Hotel Transamérica de Comandatuba, na Bahia. A Gocil foi uma das patrocinadoras do evento e apresentou suas soluções integradas em segurança e multisserviços para a área de saúde.

IV Simpósio Internacional de Gerenciamento da Resposta em Catástrofe Com o patrocínio da Gocil e o objetivo de promover uma discussão sobre resposta a desastres, gerenciamento de crise e ajuda humanitária, a conferência foi realizada em maio, em São Paulo (SP).

Inovação em Pauta com Edney Souza ⬏ O consultor de inovação explicou, para mais de 100 colaboradores no auditório da Gocil, a metodologia Lean Canvas e o que é inovação.

Bem-vindos à Gocil! Nos últimos três meses, conquistamos novos clientes e ampliamos as nossas operações. São eles: Shopping Morumbi Town, Shopping Botucatu, Raia Drogasil, Hospital 9 de Julho, Fleury, Unimed Tatuapé, IBCC, Femme e Drogaria São Paulo.


mundo Gocil ⁄ #somosGOCIL

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Family Day: Gocil de portas abertas Alinhada aos seus princípios e à estratégia de humanização da marca, a Gocil promoveu dois encontros com os familiares dos colaboradores que atuam na Matriz da empresa. Assim, como mostra a campanha institucional deste ano – intitulada #somosGOCIL –, a organização vem se aproximando cada vez mais de seus públicos estratégicos. A ação, realizada ainda como um projeto-piloto, aconteceu em dois sábados do mês de junho.  Camilla Martins •  Paulo Pampolin


“Somos honrados por cada colaborador”

mundo Gocil ⁄ #somosGOCIL

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Estiveram presentes cerca de 200 pessoas na soma das duas datas. O CEO, Welder Peçanha, recebeu todas elas no hotel Tryp, onde foi feita a abertura do evento e as atividades programadas. “Os colaboradores presentes no Family Day compõem a Gocil. Aqui estão as pessoas que fazem acontecer”, Welder afirmou em seu discurso.

O evento Nas duas datas, o evento aconteceu no período da manhã com uma programação variada para todas as idades. Para as crianças, havia uma equipe de recreadores infantis. Já para quem quisesse relaxar, estavam à disposição três massagistas, e desenhistas também fizeram caricaturas dos convidados para presenteá-los com uma lembrança. Além disso, as famílias levaram uma foto impressa tirada na ocasião.

⬑ Elisângela Alves, assistente Operacional “Achei legal a iniciativa, pois nem todas as empresas dão esse espaço de apresentar a companhia para os familiares e mostrar como ela realmente funciona. Até o percurso que fazemos para chegar ao trabalho nossa família só conhece pelo que contamos a ela. Minha filha sempre me perguntava como era o meu trabalho e o que eu fazia; hoje ela já sabe um pouco mais. Ela adorou o evento e se divertiu muito, nem queria ir embora.”

Visita à Gocil Separadas por grupos, as famílias conheceram toda a Matriz em uma visita guiada. Nela, todos puderam entender a disposição física do prédio e os setores que compõem a empresa. Em especial, os colaboradores guiaram seus familiares a suas mesas de trabalho. Todos também percorreram o andar da diretoria e a sala de crise do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), um lugar de segurança máxima, cuja entrada normalmente é restrita.

Portas abertas O Family Day foi um evento organizado pelo setor de Comunicação Interna da Gocil. “Esta é a primeira vez que abrimos as nossas portas aos familiares de nossos colaboradores. Foi importante, para nós do RH, enxergar a integração de todos”, conta Luana de Souza, gerente de Recursos Humanos.

→ Rafaela Ferreira, analista de Contratos e Custos “Foi muito legal trazer a 'casa' para o trabalho. Quando chegamos ao evento, não éramos mais assistentes, analistas, diretores ou CEOs. Éramos apenas uma ’família’, e é esse contato humano que deve ser preservado. É ele que precisamos disseminar no dia a dia. Minha filha (Gabrielle, de 8 anos) e meu sobrinho (Henrique, de 5) se encantaram com os pequenos detalhes.”

⬑ Marcos Galindo, supervisor de Logística, na foto com seus filhos, Flávio (29 anos) e Marcos (7) “O Family Day foi muito importante para integrar a família e o trabalho, juntar a imaginação das crianças ao ambiente corporativo. Foi um dia inesquecível, cuidadosamente preparado e com atrações divertidas que aproximaram os colaboradores e seus familiares.”


business + corporate ⁄ MOTIVAÇÃO

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Recalculando rotas e reconstruindo sonhos Segurança, saúde e direitos: quando a busca pelo básico leva para longe de casa  Ana Carolina •  Paulo Pampolin O PAÍS EM que nascemos, o idioma, a cultura e as tradições dizem muito sobre nós. Além de essenciais para a construção da nossa identidade, tais elementos agregam sensação de pertencimento e segurança. Os últimos anos trouxeram à tona, no entanto, um cenário em que a ruptura com laços e raízes se tornou a única e urgente forma de garantir condições básicas de vida e, em muitos casos, sobrevivência. A crise dos refugiados, como ficou conhecido o movimento, escancarou as consequências de divergências políticas, culturais e, também, religiosas na qualidade de vida da população de diversos países.

Problemas vizinhos

A situação na Síria exige cooperação entre todas as nações, mas temos exemplos da tragédia causada pela má gestão do poder ainda mais perto de nós. A vizinha Venezuela tornou-se recentemente um dos países que precisaram ser abandonados por seus cidadãos. Estima-se que, em 2017, mais de 22 mil deles pediram refúgio ao Brasil, sem contabilizar os que ainda não estão em situações regularizadas. Com uma economia ligada predominantemente à exportação de gasolina, a Venezuela viveu uma fase em que foi capaz de, por meio de programas sociais, se fortalecer e destinar verba à redução da desigualdade e da pobreza, mas, quando o preço do barril despencou, em

meados de 2014, afundou-se em uma crise sem precedentes.

Indignação, malas prontas e superação

O venezuelano José Luis Molina, 49 anos, não sabia que, depois de cursar a segunda melhor faculdade de engenharia do seu país, viria a enfrentar períodos conturbados em busca da consolidação de sua carreira. Para ele, a crise econômica da Venezuela é complexa. “É uma mistura entre a desvalorização da moeda, a inflação e a alta corrupção em moeda estrangeira, e a criação de milícias e redes de tráfico de drogas por parte de representantes muito influentes do governo”, descreveu o engenheiro mecânico, estabelecido agora no Brasil. Quando o número de indústrias caiu de 12.700 para 4.000, a empresa onde Molina trabalhava viu-se sufocada e obrigada a encerrar as atividades na Venezuela. Apesar de o profissional rapidamente ter conseguido uma oportunidade na filial brasileira da companhia, a decisão de recomeçar a vida, junto com a esposa e os filhos, em outro país e adaptar-se a uma nova cultura, idioma e tradições teve de ser tomada com urgência. “Somos muito agradecidos ao Brasil, à sua cultura, à aceitação de sua gente, que faz com que nos sintamos integrados. Sua cultura enriquece o conhecimento e a formação de nossos filhos.” Hoje, Molina e sua família são gratos não somente ao Brasil, mas também à empresa, que acompanhou com cuidado todo o processo de transição. Por mais difícil que seja se adaptar em meio a tantas mudanças, a saída que José Luis Molina, sua família e muitos outros que agora reconstroem a vida por aqui encontraram é ver o lado positivo de toda a situação. “Estou confiante de que a experiência adquirida na Venezuela é uma lição para orientar decisões oportunas e mais acertadas. Levo isso à empresa e a todos os brasileiros com quem tenho a oportunidade de conversar sobre minha situação, esclarecendo como funcionam os sistemas de governo autoritários, populistas e ditadores”, explicou o engenheiro.

De guerra civil a conflito internacional

22 milhões

é o número de refugiados no mundo todo

1 em cada 116 pessoas

foi forçada a abandonar seu local de origem motivada por problemas de diferentes tipos

Mais de 12 milhões

53

de pessoas já deixaram a Síria desde o início da guerra civil

refugiados reconhecidos que 53% dos chegaram ao Brasil em 2017 são sírios Fonte: Comitê Nacional para os Refugiados (Conare)


S.M., refugiada da República Democrática do Congo, por Paulo Pampolin, fotógrafo ↘ "A foto foi feita em 2013, quando a refugiada recebeu apoio da Fundação Cáritas no Brasil. S.M. vivia com a família em Brazavile até ter sua família dizimada pela guerra civil que assola o país. Os conflitos já deixaram cerca de 6 milhões de mortos e desaparecidos. Essa é a maior e mais sangrenta guerra desde a Segunda Guerra Mundial. No segundo ano de medicina, S.M. voltava da faculdade, quando foi recebida por sua tia no meio do caminho dizendo que ela não poderia ir para casa, pois sua família tinha sido sequestrada pelo exército de apoio do então ditador. O alvo provavelmente era seu pai, pelo fato de ser um deputado de oposição. Homens do exército levaram sua mãe, seu pai e seu irmão naquela manhã. Ela nunca mais os viu. Com o auxílio de sua tia, passou por um campo de refugiados, até receber assistência e vir embora para o Brasil. No Aeroporto de Guarulhos, sem falar português nem ter para onde ir, conheceu um africano que falava sua língua. Ele a convidou a ficar em sua casa, no centro de São Paulo, onde morava com mais 4 africanos de várias nacionalidades. Ela aceitou. Uma semana depois, algo terrível aconteceu no apartamento e ela quis ir embora dali. Ela não conta o que houve. Com o apoio da Fundação Cáritas, conseguiu um outro lugar para morar."

business + corporate ⁄ MOTIVAÇÃO

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business + corporate ⁄ NEGÓCIOS

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Deixando o passado para trás Os combustíveis fósseis foram importantes por muito tempo. Para seguir avançando, no entanto, é hora de abraçar o novo  Ana Carolina •  Shutterstock

MAIO DE 2018 será, provavelmente, lembrado por muito tempo como o mês em que a greve dos caminhoneiros levou quase um país todo à paralisação. Além de evidenciarem pautas políticas inadiáveis e levarem muitos de nós a refletir a respeito da importância de cada setor para a qualidade de vida da população, os protestos levantaram uma outra importante questão: em pleno século XXI, por que ainda somos tão dependentes de rodovias e combustíveis fósseis? Não fosse a dependência praticamente exclusiva que as cidades e capitais têm do diesel, da gasolina (e dos caminhões), os hospitais e centros de abastecimento teriam sido capazes de suprir as necessidades básicas daqueles que não podiam ficar no meio de embates políticos nem mesmo por um curto período de tempo. Apesar de a greve ter trazido à tona problemas de diferentes esferas, não é de hoje que fontes de combustível alternativas são buscadas, testadas e debatidas no Brasil. Afinal, o potencial poluente das utilizadas atualmente é motivo de alerta no mundo todo, assim como a probabilidade de que elas se esgotem.


Quando um jogador é substituído por vários outros

Ao falarmos de futuro, percebemos que já não é mais momento para mantermos nossa cidade, estado e país vinculados a uma só fonte de energia. É hora de pôr em jogo outros atletas e abrir mão daquele que julgávamos ser o único capaz de levar o time nas costas. Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Itália, China e Japão estão entre as principais nações a investir em energia renovável e contam atualmente com uma capacidade significativa de driblar a necessidade exclusiva de combustíveis fósseis. Pesquisadores afirmam que daqui para a frente a aposta consistirá em combinar diferentes fontes renováveis, tais como o vento, o sol, a água, a energia nuclear e geotérmica.

Sol: estrela abundante e promissora

Embora já conhecidos pelos brasileiros, os painéis solares passam agora por um processo de otimização. A busca dos pesquisadores é pelo barateio da confecção das placas e por uma maior abrangência no que diz respeito à capacidade de produção energética. Entre os motivos elementares para que a torcida pela energia solar cresça exponencialmente estão o baixo custo e a mínima necessidade de manutenção. Já pensou quanto economizaremos se, no futuro, formos capazes de ligar o motor elétrico de nosso carro depois de ter estacionado em um local equipado com painéis fotovoltaicos? E isso sem precisar emitir gases no meio ambiente!

Naturalmente potentes e limpas Dados da Global Wind Statistics de 2017 mostram que o Brasil já ocupa a 8ª posição no ranking mundial de países que utilizam o vento como fonte de energia. O Nordeste é a região mais beneficiada, devido aos fortes e intensos ventos que a caracterizam.

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巨人, 独角兽 和权力 *


* Gigantes, unicórnios e poder

business + corporate ⁄ ECONOMIA

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Elementos fantásticos que compõem o real e atual cenário econômico internacional  Ana Carolina •  Paulo Pampolin

“APARENTEMENTE, A CHINA não tem a intenção de alterar as injustas práticas relacionadas à aquisição de propriedade intelectual e tecnológica americana”, declarou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas últimas semanas. Investimentos significativos em armamentos e inteligência artificial podem, no entanto, estar por trás das medidas norte-americanas para conter o avanço do gigante asiático. Conflitos e impasses políticos à parte, o protagonismo chinês é realidade, e quem está atento aos movimentos do cenário internacional reconhece isso. E não é à toa. O país assumiu a posição de superpotência e reverteu o lugar que mantinha desde a catástrofe provocada pelo desejo de transformá-lo em potência industrial em curto espaço de tempo, fomentado por Mao Tse-tung. Há cerca de três anos, depois que seu atual presidente, Xi Jinping, inaugurou o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (Asian Infraestructure Investiment Bank – AIIB), a China articulou uma movimentação até então predominantemente exercida pelos Estados Unidos e atraiu a atenção das demais nações para a sua relevância e poder.

Campo peculiar, campo fértil

Quem nunca associou quase que instantaneamente China e restrições na comunicação que atire a primeira pedra. Apesar de comumente relacionado a rígidas medidas de controle da informação, o país surpreende quando o assunto é o desenvolvimento de soluções tecnológicas. Com a criação de aplicativos como o WeChat e o Alipay, ele se tornou o primeiro do mundo rumo à extinção do dinheiro físico, por exemplo. Parece irônico que, na mesma nação em que o acesso da população à internet é controlado e a existência de cartões de crédito e débito é desconsiderada, a compra por meio de celulares já representa mais da metade dos pagamentos.


business + corporate ⁄ ECONOMIA

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O que são "unicórnios mundiais"? O termo é usado para startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Entre elas estão a Meicai, plataforma de e-commerce que conecta agricultores a restaurantes; o Caocao, serviço de oferta de carros para viagens curtas, turismo e aluguel; e o Qutoutiao, aplicativo de notícias e entretenimento.

Corrida intensa e sem descanso

É grande a quantidade de startups no mundo todo procurando inovar, simplificar e tornar a rotina das pessoas mais produtiva. Justamente por esse motivo, a competição é acirrada, e qualquer pausa para recuperar o fôlego pode ser perigosa. A China, no entanto, ainda se mantém com folga à frente das adversárias. “O governo atual investe intensamente no setor e influencia diretamente a criação e expansão das startups. Ou seja, capacita os profissionais de engenharia e tecnologia, auxiliando-os em sua formação e oferecendo bolsas de estudo, tanto dentro quanto fora do país”, explicou Luiz Felipe Zamataro, especialista em relações internacionais. Com a desburocratização, os incentivos fiscais e a política de aporte às startups, o pêndulo que sempre tendeu para o Vale do Silício começa a balançar em direção a Pequim. Zamataro atribui o bom momento do país asiático ao controle político interno. “O presidente, reeleito recentemente sem nenhum tipo de oposição, foi capaz de manter o poder total. Economicamente, o país cresceu praticamente 7% no último ano e continuará crescendo, no posto de segunda ou primeira economia do mundo.” A Pitchbox, companhia de softwares e análise de dados financeiros, revelou que, entre os 15 principais unicórnios mundiais, 5 são chineses.


O mesmo governo que, por meio de investimentos massivos, tem fomentado o mercado das startups e inovações demonstrou também o desejo de preservar o meio ambiente ao anunciar a intenção de pôr fim ao consumo de gasolina e diesel em um futuro não muito distante. Como parte das medidas para a redução da poluição e da emissão de carbono atreladas ao aquecimento global, os líderes chineses citaram a adoção de carros elétricos como uma das grandes tendências mundiais. A postura, por sua vez, viabilizou surpresas no Salão de Pequim 2018, no qual eles foram apresentados em formatos esportivos e também nos mais simples. O sonho de tornar-se a próxima Tesla (empresa fundada em 2003 com o propósito de provar ao mundo que os carros elétricos são melhores, mais práticos e divertidos do que aqueles tradicionais automóveis movidos a combustíveis fósseis) tem aquecido ainda mais o mercado e colocado startups como Nio, Singulato, Byton e Hybrid Kinetic Group para trabalhar. É difícil prever o que o futuro reserva para o mundo e, principalmente, as inovações que essas empresas apresentarão nos próximos anos. Resta-nos então aguardar por criações cada vez mais conscientes e alinhadas a um propósito global de melhoria da qualidade de vida.

21 business + corporate ⁄ ECONOMIA

Green China


business + corporate ⁄ CAPA

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Alexandre, um visionário da construção que já fatura

R$ 830 milhões/ano

Vitacon em nove anos de

Não bastou entrar no setor de construção. Ele fez a diferença no meio da concorrência e segue tendências internacionais de estilo de vida urbana  Patrícia B. Teixeira •  Paulo Pampolin

ELE TEM 37 anos, cresceu no meio das construções. A construção faz parte do seu DNA. Ele passou a infância em estandes de vendas e percorrendo canteiros de obras. Estudou engenharia e, no início de carreira, ficava quatro horas no trânsito entre o Morumbi, São Caetano e a Avenida Paulista. Quando se formou, tomou algumas decisões: abandonou o carro, adotou uma vida mais saudável e passou a questionar formas de se deslocar pela cidade e de contribuir com as pessoas e seus diferentes estilos de vida. Iniciou então pesquisas sobre como viver bem, alternativas de transporte e mobilidade. Tem uma meta ousada: diminuir o déficit habitacional do Brasil. O nome desse visionário é Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon Incorporadora e Construtora, que já entregou 7 mil apartamentos em nove anos de empresa. Com estilo jovem e inovador, a Vitacon já fatura R$ 830 milhões ao ano. Alexandre esteve com a Revista Segurança e Negócios e contou detalhes sobre empreendimentos e tendências do setor da construção.


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VN Melo Alves ↘ O VN Melo Alves, lançamento da Vitacon, oferece studios e lofts de 27 a 131 m² e está localizado no Jardins, o mais charmoso bairro de São Paulo. Fica a 300 m da estação Oscar Freire do metrô e tem serviço de bike e carros compartilhados, além de espaço para coworking e lavanderia coletiva. Os apartamentos são entregues com tomadas USB, carregador para carros elétricos e infraestrutura para dados e voz, além de fechadura biométrica.


Como nasceu a ideia dos apartamentos com- "As pessoas estão pactos, enquanto outras construtoras buscam descobrindo novos caminhos. inovar com soluções em espaços maiores? A Eu acredito que a ideia de empresa se inspirou em outra construtora no espaços compactos e itens exterior? de compartilhamento faz As pessoas buscam conveniência e comodidade. Hoje, uma mesa de jantar com 12 lugares é parte dessa descoberta, e usada uma ou duas vezes no ano. Isso não é mais que, inclusive, no futuro, relevante do que perder menos tempo no trân- as pessoas não comprarão sito e chegar em casa mais cedo, ter uma acade- mais apartamento" mia profissional no térreo do prédio ou itens de compartilhamento daquilo que não se usa frequentemente. Temos um conceito, na Vitacon, de compartilhar desde ferramentas até uma unidade especialmente criada para o morador receber visitas. As pessoas não buscam mais metro quadrado. Elas buscam tempo quadrado. Nosso modelo é único na proposta, mas a inspiração de morar em um espaço compacto segue a tendência mundial, vista e vivida em Nova York, Paris, Londres e Tóquio. Você acredita que o brasileiro está pronto e aberto para um espaço compacto e um mundo sem carro? Como você vê o futuro disso? O Brasil está de olho nas tendências. Já está claro que, conforme nos mostram as pesquisas de comportamento, a nova geração não quer ter as coisas, mas viver experiências. Por exemplo, as montadoras têm de se reinventar e pensar em modelos de compartilhamento, já que estamos assistindo a uma geração não tão apaixonada por carros. Os prédios precisam estar próximos de transporte público, das vias de acesso às universidades, à diversão. As pessoas estão descobrindo novos caminhos. Eu acredito que a ideia de espaços compactos e itens de compartilhamento faz parte dessa descoberta, e que, inclusive, no futuro, as pessoas não comprarão mais apartamento. Como serão os prédios do futuro em termos de tecnologia? Serão prédios conectados que facilitam o acesso do morador e ajudam nos serviços oferecidos. Por exemplo, instalamos uma fechadura que indica o horário em que o morador saiu de casa, para programarmos a limpeza automaticamente. Estamos sempre buscando a praticidade e a simplicidade no dia a dia. A tecnologia tem tudo a ver com o mercado de construção, e estamos nos preparando para reunir numa única plataforma bricks and bytes. Queremos construir um prédio com a chamada tecnologia embarcada. Para isso, preparamos uma unidade em que basta que o morador dê um comando para que a TV seja ligada, o café seja feito na Nespresso, o ambiente seja preparado na temperatura mais confortável para ele, a luz seja acesa conforme a situação. O espelho do banheiro é uma tela de LED touch com um computador que pode sugerir uma roupa para o dia, informar a temperatura, os filmes em cartaz no cinema etc.

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VN Quatá ↘ O VN Quatá, da Vitacon, oferece studios de 19 a 52 m² e é o primeiro Life Edited do Brasil (conceito de microapartamentos, assinado pelo designer canadense Graham Hill, que já entrega apartamentos minimalistas em Las Vegas, São Francisco e Nova York). A Vitacon garante soluções criativas para o aproveitamento do espaço e serviços compartilhados para facilitar a vida dos moradores. O prédio conta ainda com terraço panorâmico e serviços pay-per-use.


Você fechou uma parceria com a IBM e a Intel. Qual será o resultado disso para o usuário? Estamos promovendo uma parceria muito interessante e, com ela, criamos uma API (Interface de Programação de Aplicação, em português) aberta, o que vai permitir que sejam feitos testes (já está em operação) e instalados sensores que meçam o consumo de energia, água, gás, movimento, proximidade, temperatura, luminosidade e umidade; sistemas de notificação sem fio via Bluetooth e wi-fi; dispositivos para interligar a rede central do prédio à da casa do morador; câmeras de vigilância inteligentes, entre outros. Já estamos testando essa aplicação de tecnologia numa unidade da Vila Olímpia, no dia a dia de pessoas convivendo em um ambiente real e sentindo o impacto de ter tudo conectado e integrado, desde a chegada ao edifício até a entrada no apartamento. Como o paulistano pode facilitar sua vida com a automação? Você já vende esse conceito nos seus apartamentos? Como seria? Vamos concluir um prédio na região da Avenida Paulista que já vai contar com alguns itens assim. A tecnologia já é parceira. Hoje, por exemplo, temos uma plataforma que ajuda os moradores que queiram alugar sua unidade – VN Stay – e outra para decorar o apartamento assim que ele é entregue – VN Decor. Qual país você acha que é modelo de moradia? Por qual motivo? Vivemos um período de transição, não vejo modelo de moradia em muitos lugares, mas reconheço o trabalho que vem sendo feito para diminuir o déficit habitacional pelo mundo. Por exemplo, no Japão, eu experimentei dormir naquelas cápsulas e, para mim, foi muito válido. Na Europa, há as soluções de apartamentos-dormitórios. Como incorporadores e construtores, precisamos buscar a melhor solução para as diferentes necessidades. Como viver em 10 m²? Quem é esse público? Quais os diferenciais desse empreendimento? Todo mundo me pergunta isso. Nossa proposta, que nos orgulha, é acompanhar as pessoas nas suas diferentes fases, de acordo com suas necessidades. Quando ofereço uma unidade de 10 m2, estou propondo uma vida perto de faculdades e perto de hospitais. Quando essa pessoa que mora nos 10 m2 termina de estudar, tenho uma unidade para o início de sua trajetória profissional. "Nossa proposta, Se resolve se casar, também tenho um apartamen- que nos orgulha, to na medida exata para ela, e, assim, a Vitacon vai é acompanhar as pessoas acompanhar todas as fases do cliente. Não me or- nas suas diferentes fases, gulho dos 10 m2, mas do acesso às facilidades e ao de acordo com que é mais adequado ao momento de cada um. Os suas necessidades. diferenciais desse prédio são os mesmos de outros Quando ofereço uma prédios Vitacon: itens de compartilhamento, como unidade de 10 m2, carro, moto, bike, ferramentas, academia conceitual, ambientes wi-fi, espaço de coworking, concierge estou propondo uma vida e toda uma estrutura para atender o morador em perto de faculdades e perto de hospitais" sua experiência de viver Vitacon.

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A Vitacon investe em apartamentos tecnológicos, áreas e serviços compartilhados, além de design sofisticado. Acima, uma área gourmet. Abaixo, uma lavanderia e um lobby do VN Gomes de Carvalho


Como vive Alexandre ↓ “Busco viver e praticar aquilo em que acredito. Não uso mais carro, tenho por hábito ir de bicicleta para o trabalho. Como o escritório fica na Vila Olímpia e eu moro em Pinheiros, sigo pela ciclovia da Faria Lima. Muitas vezes ela está congestionada; as pessoas estão mesmo mudando seus hábitos. Meu deslocamento de casa para o escritório leva de 10 a 15 minutos. Como estamos iniciando os trabalhos em automação residencial, por enquanto só possuo a fechadura biométrica”

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Lições da Copa para o mundo executivo: e se você se envolver numa crise? Casos polêmicos do campeonato trazem aprendizados sobre a exposição na vida digital  Paulo Pampolin (retrato Patrícia) e Shutterstock

Patrícia B. Teixeira é gestora de crise da We Plan Before – WPB Consulting, colunista da CBN Ribeirão Preto, psicanalista e professora de pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

PODEMOS AFIRMAR QUE esta Copa do Mundo foi um grande aprendizado para o ambiente corporativo. Afinal, é preciso encarar qualquer vexame como uma oportunidade de amadurecimento e entender o que podemos tirar de lição de cada um. Houve uma onda de brasileiros ensinando palavrões a russas que não sabiam o que estavam falando e alguns casos de assédio; as provocações do zagueiro croata Domagoj Vida contra os russos e de jogadores suíços contra os sérvios; e, para finalizar, frases racistas do youtuber Júlio Cocielo e os “mimimis” do craque Neymar. Neste Mundial, teve-se de tudo um pouco para aprender. A verdade é que nesta Copa a imagem de muitas pessoas foi abalada, o que mostra claramente que não há duas vidas, on-line e off-line. Somos uma só pessoa, seja ela física, digital, por meio de vídeo ou fotos. Os atos passam a ser observados e registrados, querendo ou não. A vida fica exposta ao mundo. No caso dos brasileiros que assediaram estrangeiras, a opinião pública cobrou rapidamente respostas e medidas das empresas nas quais eles trabalhavam. Por exemplo, Felipe Wilson, um dos rapazes que aparece em um vídeo assediando uma jovem, foi demitido da Latam, que teve de se posicionar e avisar que tal comportamento não faz parte dos valores da marca. O tenente Eduardo Nunes, de Lages (SC), também responderá a processo disciplinar.


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Lições para pensar

O que aconteceu com Felipe, Eduardo e os demais poderia ter acontecido com qualquer um, em qualquer lugar, num grande evento ou não. A questão é que devemos nos conscientizar de que a vida on-line tem muita força e consequências. Perceba que, no caso deles, a história repercutiu no WhatsApp, e não numa rede social do próprio autor. Como cuidar da sua imagem e reputação no mundo on-line? Em primeiro lugar, preserve sua reputação. Entenda o que pode causar danos à sua imagem e os riscos envolvidos. É importante refletir sobre atitudes, comportamentos e comentários. Lembre-se de que nem sempre um vídeo parte do seu próprio celular, e de que você pode ser flagrado e exposto por uma pessoa que esteja passando. Então, nada é mais eficaz do que rever seus atos e pensar antes de agir. Além disso, considere que até mesmo os textos em redes sociais e as conversas por mensagem estão sujeitos a um print da tela. O que colocar nas redes, então, para que a imagem não seja abalada? Basta responder mentalmente à seguinte questão: você colocaria num outdoor o que pretende postar? Se a resposta for não, não siga em frente. Imagine que será exposto numa grande avenida, na qual passam milhões de pessoas. Lembre sempre: se você se envolver numa crise, a opinião pública pode esquecer, mas a internet deixa tudo registrado. Analisar os riscos, pensar antes de agir e se prevenir são medidas fundamentais na era da reputação na velocidade na informação.


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Os países mais sustentáveis do mundo e suas ideias inovadoras Conheça exemplos positivos de países que utilizam a tecnologia para criar alternativas sustentáveis que são referência global  Marina Batista •  Shutterstock COM FREQUÊNCIA SE fala sobre sustentabilidade e sobre a importância de medidas e atitudes responsáveis para termos melhor qualidade de vida. Porém, muito além desse discurso e dos estudos teóricos que envolvem o tema, uma série de medidas tomadas por diferentes países tem contribuído significativamente para impactos ambientais, econômicos e sociais. Os resultados desses esforços podem ser conferidos no ranking dos países com índices ambientais mais elevados, o Environmental Performance Index (EPI), realizado por uma equipe de especialistas das universidades americanas Yale e Columbia. A mais recente edição do levantamento classificou 180 países com base em 24 indicadores distribuídos por dez categorias, que vão desde a saúde ambiental até a vitalidade do ecossistema. Segundo Wagner Cunha Carvalho, membro do Green Building Council Brasil, professor e palestrante de sustentabilidade, pode-se dizer que um país sustentável é aquele que possui a capacidade de equilibrar suas necessidades presentes, como recursos naturais, sem comprometer as gerações futuras. Para Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós, consultoria de sustentabilidade e diversidade, uma sociedade ou país sustentável é aquele que está dentro dos conceitos básicos de ecoeficiência, modelo de gestão que tem como foco a redução de recursos naturais e materiais. “As sociedades sustentáveis implantam políticas públicas que englobam aspectos sociais e ambientais. Ou seja, uma sociedade ou país sustentável é aquele que realiza uma gestão eficiente de seus resíduos, recursos hídricos, energéticos e da mobilidade urbana.”

Os 10 países mais “verdes” segundo o último ranking do Environmental Performance Index (EPI)

1º Suíça 87,42 pontos 2º França 83,95 pontos 3º Dinamarca 81,60 pontos 4º Malta 80,90 pontos 5º Suécia 80,51 pontos 6º Reino Unido 79,89 pontos 7º Luxemburgo 79,12 pontos 8º Áustria 78,97 pontos 9º Irlanda 78,77 pontos 10º Finlândia 78,64 pontos

Sistema inteligente de transporte público é a bola da vez na Finlândia → Quando o assunto é sustentabilidade, a capital finlandesa, Helsinki, é um dos principais nomes que devem vir à nossa cabeça. Com o objetivo de investir em opções mais sustentáveis para otimizar a mobilidade urbana, a cidade anunciou um plano que busca fazer com que seus habitantes não tenham motivos para utilizar carros em 2025. O projeto visa integrar vários modais ao seu sistema de transporte público. Para tanto, por meio de um aplicativo, a população poderá chamar instantaneamente uma bicicleta compartilhada, carro, táxi, ou encontrar, ainda, a estação de trem ou ponto de ônibus mais próximos. A tarifa para usar o serviço, totalmente integrado, será cobrada por meio de uma plataforma “universal”, que disponibilizará duas opções, uma na qual os cidadãos pagam por ele em função dos quilômetros percorridos e a outra em que podem “comprar” quilômetros mensais.


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Holanda e a primeira ponte construída com impressora 3D ↙ De tempos em tempos, os holandeses têm investido em diferentes tecnologias para o desenvolvimento de propostas inteligentes e sustentáveis. A novidade da vez é a criação da primeira ponte de concreto do mundo, da startup MX3D, construída com objetos funcionais e materiais sustentáveis, utilizando-se uma impressora 3D. O trabalho de impressão do projeto, que conta com cerca de 800 camadas, foi realizado por meio de um programa inteligente que opera máquinas capazes de imprimir formas metálicas muito complexas. Até o momento, o braço robótico havia sido usado apenas para reproduzir estruturas metálicas de pequena escala; a ponte será o primeiro empreendimento "em escala real". No início, a estrutura será reservada apenas para a circulação de ciclistas.


Conheça como surgiu o setor e como as empresas atualmente estão aplicando os novos métodos de compra e pagamento em seus negócios  Michely Luisi •  Divulgação NÃO É DE hoje que muitas empresas aderiram ao formato do comércio eletrônico ou e-commerce para alavancar as vendas de seus negócios. O sistema, que permite a compra de um produto que está a quilômetros de distância sem que o cliente tenha de sair de casa, utilizando apenas um dispositivo eletrônico, foi adotado por milhões de pessoas ao redor de todo o mundo. Mas, se você pensa que esse segmento esteve sempre em alta, está muito enganado. No início dos anos 2000, o comércio eletrônico estava ameaçado pela falta de confiança das pessoas em realizar compras via internet, e o setor sofreu uma grande crise. Porém, nos anos seguintes, muitos e-commerces se recuperaram, aprimoraram seus sistemas e acabaram gerando mais de U$ 700 bilhões em transações. Com o passar do tempo, as micro e pequenas empresas, que não tinham como arcar com o custo de um espaço físico, migraram aos poucos para o novo modelo, e o segmento foi se expandindo à medida que as pessoas come-

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çaram a compreender o conceito desse tipo de venda, que se difere do comércio tradicional, principalmente por suas transações serem feitas no ambiente virtual. Logo veio a acelerada mudança no comportamento do consumidor, e o e-commerce brasileiro foi ganhando espaço no país. Dados do Ebit estimam que a movimentação no comércio eletrônico em 2017 foi de R$ 48,8 bilhões – um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Fábio Palamedi, professor doutor na Universidade Metodista de São Paulo e especialista em produtos digitais e comércio eletrônico, conta que a compra de produtos e serviços on-line foi se tornando mais popular. Os consumidores passaram a enxergar o serviço com maior confiança, porém aumentou seu nível de exigência. Por conta disso, os empreendedores desse setor começaram a perceber uma movimen-

tação e entenderam que era hora de oferecer novas soluções, tecnologias e, principalmente, experiências aos seus clientes e aos demais usuários. A demanda por novidades se intensificou, assim como a procura por suas variações. As questões agora não eram relacionadas só à inovação, mas também à busca da fidelização desses clientes e de algo que foi reparado na etapa final do ciclo de compra, o pagamento. Nada de check-outs lentos, plataformas de pagamento que exigiam muitos cliques ou cadastros extensos para preencher. Ao questionar o porquê da jornada de compra muitas vezes não ser finalizada, chegaram a novas formas de pagamento que facilitavam a vida de quem opta pelo comércio on-line.

Meios de pagamento

Mesmo que um e-commerce seja pequeno ou médio, ele precisa garantir que todas as operações financeiras trabalhem em conjunto e organizadamente, sem que nenhuma interfira na outra. Para isso, é necessário contar com um sistema integrado que possa fazer as confirmações financeiras com cartões, a geração eficiente de boletos, a constatação de pagamentos, entre outras funções. Você sabia que as opções de pagamento citadas acima já não são as únicas no Brasil? Algumas empresas estão pondo em prática novos modelos para suas carteiras digitais e inovando no fator “experiência do usuário” na hora da compra. Palamedi ainda diz: “Os novos modelos de pagamento estão muito mais sofisticados, e as chances de fraude são muito remotas, o que, invariavelmente, os torna mais seguros. Mas vale lembrar que nenhum sistema é 100% seguro, principalmente porque a parte mais explorada pelos fraudadores é a humana. Além disso, é preciso dar tempo para esses sistemas amadurecerem e aprenderem com os problemas que surgirem ao longo do tempo. Não foi diferente com o e-commerce tradicional. A principal vantagem dessas novas tecnologias é o aprendizado da indústria no combate à fraude e uma visão muito mais sólida de protocolos de segurança”.


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Pulseiras inteligentes Algumas companhias como a Stone (empresa que fornece máquinas para pagamentos com cartões) desenvolveram pulseiras com a tecnologia NFC. A novidade permite que motoristas paguem o pedágio, por exemplo, sem que haja nenhum contato físico.

Biometria e reconhecimento facial A empresa de cartões Mastercard traz uma nova forma de utilizar a leitura biométrica. Por meio de um sistema que mescla reconhecimento facial e biometria, o Mastercard Identity Check já opera em 14 países e funciona em smartphones, tablets e desktops conectados à rede. Como esse tipo de “senha”, a empresa busca tornar todas as transações mais rápidas e seguras.

Pagamento feito por selfie No começo deste ano, o banco digital Neon lançou uma função que permite aos usuários Visa validarem suas compras on-line via reconhecimento facial. A tecnologia é fácil de ser usada: basta o cliente tirar uma foto, e a imagem servirá como uma “senha facial”. Ao fazer uma compra, o consumidor tira uma selfie e o sistema faz a autenticação do pagamento.


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Apple Pay

Google Pay

Utilizando a tecnologia NFC, o Apple Pay, recentemente lançado aqui no Brasil, está disponível para clientes do Banco Itaú ou para quem possui um cartão norte-americano e funciona em todos os smartphones a partir do iPhone 6S e também no Apple Watch.

Além da inteligência de pagamentos feita pela plataforma Adyen, o Google lançou o Google Wallet. O legal dessa opção é que você pode realizar pagamentos em lojas físicas e virtuais.

Samsung Pay: dispensa leitor com NFC O sistema da Samsung opera da mesma maneira que os demais; a diferença é que a companhia inovou em tecnologia e tornou dispensável o uso de NFC: o pagamento pode ser feito por leitores ou em máquinas de cartão sem essa tecnologia. No Brasil, ele já é aceito pelas empresas Visa e Mastercard.


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A fra gil idad e da

segurança na era digital Novos canais são desafios para lidar com a privacidade de empresas e colaboradores  Victor Melo •  Eduardo Almeida (retrato) e Shutterstock (demais imagens)

⬑ Segundo Isabela Pimentel, especialista em comunicação, é preciso se prevenir para os impactos que o uso da internet causa na imagem das empresas


ADMINISTRAR AS PRÓPRIAS informações se torna uma questão especialmente delicada quando se trata de internet. Por mais que acompanhe de perto tudo o que é postado, o usuário muitas vezes gera dados que se disseminam pela rede sem que ele tenha a menor ciência disso. O caso de maior impacto dos últimos tempos é o da Cambridge Analytica, empresa que usou dados de milhões de usuários do Facebook para favorecer campanhas eleitorais nos Estados Unidos. Mas esse é somente um dos vários riscos que a tecnologia oferece nos dias de hoje, principalmente no âmbito organizacional.

Segundo Isabela Pimentel, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “as empresas acabam não tendo mais muros e precisam de uma política muito forte de segurança da informação”. Ela diz que é necessário conscientizar os funcionários sobre o que postam, pois há conteúdos que prejudicam contratos, projetos ou mesmo dados estratégicos. Isabela exemplifica citando os negócios de capital aberto: dependendo de qual for a Você informação divulgada sobre eles, ela pode alsabia? terar a situação do mercado. Mas é necessário se atentar também ao impacto à imagem e à Desde 2012 é crime reputação da empresa que tais vazamentos federal obter podem causar. Por isso, as organizações preciconteúdos e sam mapear ameaças à segurança da informadados privados sem permissão. ção e elaborar planos preventivos. Conhecida como “Um dos maiores riscos, especialmente Lei Carolina com a velocidade com que as informações se Dieckmann, a medida foi propagam nesses canais, é a difusão de boatos aprovada após e notícias falsas”, alerta Isabela. Há situações o vazamento que podem ser enquadradas como crimes cide fotos bernéticos e sofrer ações penais, como a criada atriz na internet. ção de perfis falsos e a publicação de posts com críticas a colaboradores.

Novas aplicações, novos perigos

Outros riscos decorrentes do desenvolvimento tecnológico são os bugs e o uso malicioso da inteligência artificial, que podem gerar transtornos ou, no mínimo, constrangimentos. Exemplo disso é um caso recente que envolveu a Alexa, a assistente virtual da Amazon criada para facilitar o controle por voz feito por seus usuários. Em maio, nos Estados Unidos, ela gravou automaticamente a conversa de um casal e a enviou a um dos contatos da sua lista. Eles estavam apenas discutindo sobre pisos de madeira, mas a aparente falha poderia ter causado grandes danos se ocorresse em outros contextos. O aplicativo SimSimi, que aprende as palavras usadas pelos usuários e gera respostas automáticas, chegou a ser banido do Brasil. Isso porque assassinatos, sequestros e ameaças estariam entre os assuntos que ele aprendeu com os brasileiros e passou a reproduzir em suas conversas. Por outro lado, as mesmas tecnologias também já estão sendo utilizadas justamente para combater esses tipos de situação. Recentemente, o Facebook comprou a Bloomsbury AI, uma empresa de inteligência artificial, com o objetivo de elaborar formas de intervir na disseminação de notícias falsas. Na Índia, o WhatsApp decidiu testar recursos que diferenciam quando uma mensagem foi realmente escrita pelo remetente de quando foi simplesmente copiada. Isso ocorreu após o aplicativo ser usado para divulgar uma suposta denúncia de tráfico de crianças no país. O caso gerou uma onda de linchamentos, levando inclusive à morte de alguns suspeitos.

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Vale do Silício brasileiro e o mercado de tecnologia no país Conheça as cidades brasileiras que fomentam iniciativas de tecnologia e inovação entre startups e empresas  Michely Luisi •  Shutterstock

VOCÊ JÁ DEVE ter ouvido falar sobre o tal Vale do Silício, não é mesmo? Ele está localizado na região da Califórnia, nos Estados Unidos, e é conhecido por ser um dos lugares que mais respiram tecnologia e informação. Afinal, gigantes do setor, como Apple, Facebook, Microsoft e Yahoo, nasceram ali. Nos últimos anos, esse ilustre polo de empresas tecnológicas ganhou muitos admiradores, atraiu curiosos e, principalmente, entusiastas que desejam conhecê-lo. Diversas startups mundiais e grandes companhias vão para o Vale em busca de conhecimento, crescimento e, sobretudo, contato intenso com os excelentes profissionais de tecnologia e investidores que circulam na região. Vão ainda, é claro, para aprimorar seus talentos e conseguir propostas promissoras para seus negócios. Entretanto, você sabia que aqui no Brasil também existem polos tecnológicos como o Vale do Silício, com diversas startups nacionais? Com um boa infraestrutura, incubadoras e empresas empenhadas em promover e estimular cada vez mais o setor da tecnologia aliado à inovação no país, esses polos estão espalhados pelo território brasileiro e contam com grandes parceiros da iniciativa privada e pública. Segundo Juliano Barbosa Alves, professor da Universidade Metodista de São Paulo com 15 anos de experiência nacional e internacional na produção de projetos interativos, simuladores e jogos de computador, “o Brasil está apostando e investindo cada vez mais em tecnologia, em especial naquelas que são desenvolvidas aqui no país. Isso se deve a uma onda de crescimento e aportes no setor tecnológico, como as incubadoras que se iniciaram nos anos 2000 dentro das universidades, e atualmente vem sendo estimulado pelas aceleradoras de empresas”.


Belo Horizonte Foi considerada uma das cidades mais inovadoras do país, de acordo com 12 indicadores do ranking Connected Smart Cities, além de ser reconhecida pela criação do programa Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed) – de aceleração para startups e empreendedores com interesse em desenvolver seus negócios. O Seed seleciona dezenas de empresas e fornece investimento e apoio técnico. Algumas startups que nasceram na capital estão entre as mais inovadoras: Opinion Box, que oferece soluções de pesquisa para o mercado on-line; Solides Tecnologia, que desenvolveu um software para realizar a identificação de perfil comportamental; e BeerOrCoffee, plataforma de conexão entre pessoas e negócios.

Ouro Preto A 120 km de BH, Ouro Preto também merece destaque. Uma das suas crias é a Stilingue, uma empresa com foco em trazer soluções de monitoramento e oferecer uma ferramenta totalmente personalizada para cada cliente. O sistema emprega 100% de inteligência artificial. Empresas e grandes agências de comunicação de todo o Brasil, como O Boticário, Rock in Rio, DM9DDB, ALMAPBBDO, Mutato, Edelman, entre outras, fazem parte da clientela da startup.

Blumenau Blumenau abriga cerca de 500 companhias, com foco especialmente no desenvolvimento de softwares. A quantidade representativa de empresas que atendem esse tipo de segmento gerou até mesmo um reconhecimento à região, apelidada carinhosamente de “Vale do Software”. Por lá, sistemas são criados para melhorar a gestão empresarial para quem lida com ERPs, CRMs, frente de caixa e automação comercial.

Florianópolis A cidade é repleta de instituições e incubadoras de base tecnológica. Modelos de negócio como a CELTA, da Fundação Certi, e o MIDI Tecnológico, gerido pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), investem em estrutura e programas de incentivo a estudos no segmento.

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Recife A cidade não é apenas um polo tecnológico, mas respira tecnologia. O chamado Porto Digital, nome dado ao parque que abriga hoje cerca de 300 empresas, 7 mil funcionários e fica instalado no centro histórico, é fruto de uma parceria entre o governo, universidades e a iniciativa privada. No ano passado, a Accenture (empresa global de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing) inaugurou no Porto um Innovation Center, que foi considerado o maior centro de inovação da empresa na América Latina e a principal base para o desenvolvimento de soluções para os clientes. Além disso, o local recebe incentivos de companhias como Microsoft, LG, HP, Samsung, Motorola e IBM, que ajudam nos estudos e desenvolvimento dos profissionais voltados para os mais variados tipos de negócio, como: sistemas de gestão empresarial, mobilidade urbana, games, animação e aplicações para dispositivos móveis, inteligência artificial, segurança de dados, entre outros.


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Destinos medievais pelo mundo que você precisa conhecer

A diversidade religiosa em Toledo (Espanha) ⬎ Um aspecto marcante dessa cidade é ter sido o local onde ocorreu a Inquisição espanhola. Mas Toledo é mais do que isso. Nela convivem cristãos, judeus e muçulmanos. A cidade possui diversos palácios, monastérios, mesquitas, catedrais, entre vários ícones históricos.

Com séculos de existência, algumas construções resguardam momentos importantes do passado de diferentes povos  Victor Melo •  Paulo Pampolin (Siena) e Shutterstock (demais imagens)

APRENDER A HISTÓRIA é sempre uma forma de se inspirar e entender o mundo ao nosso redor. É possível fazê-lo descobrindo lugares que resistiram a séculos das mais variadas transformações de uma sociedade. Fortalezas, muralhas, ruínas ou “simples” vilas medievais às vezes remetem a períodos com muita vida e dinâmica social. Conheça abaixo algumas dessas construções e o que elas têm a oferecer:

Você sabia? Há na Bahia uma construção de 1551. É o Castelo Garcia D’Ávila, conhecido como Casa da Torre. Ele era usado para vigiar o território contra a invasão de inimigos. Hoje, é um patrimônio tombado pelo Iphan.

As vilas de Siena (Itália) ⬎ Siena é uma cidade com muita coisa para contar, repleta de monumentos preservados e vilas medievais, entre elas Montalcino, conhecida por suas vinícolas, Montepulciano, por suas muralhas, Monteriggioni, pelas fortalezas militares, e Pienza, por cujo centro se espalham construções renascentistas.


Algumas das características marcantes da Idade Média são: a predominância da produção rural, a concentração do poder na nobreza e na religião e um constante preparo para as guerras e invasões.

Vikings em York (Inglaterra) ⬎ Situada no norte da Inglaterra, York tem diversas muralhas e exemplares da arquitetura gótica. A cidade teve influência dos vikings, responsáveis pelo nome da região. Eles começaram a viver no local por volta do século IX, e ainda é possível encontrar por lá monumentos e ruínas daquele período.

Quem visita esses lugares logo percebe isso: paredes maciças, torres de vigilância, entre vários outros elementos que refletem a preocupação com a defesa local.

Defesa em Najac (França) ⬎ No sul da França, a região possui vários pontos medievais. Um deles é o Castelo Najac, construído no século XIII como estratégia de defesa contra os inimigos. Seus corredores são estreitos, os tetos são baixos e ele fica no topo da vila. Assim, dificulta a entrada e mantém uma visão privilegiada do que acontece lá embaixo.

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O brunch no Mosteiro de São Bento (São Paulo, SP) ↗ O acarajé do Pelourinho (Salvador, BA) ↖ O acarajé é uma comida típica da Bahia. Por lá, em todos os cantos é possível ver alguém vendendo esse alimento. Uma curiosidade é que esse costume deriva das quitandeiras que andavam pelas ruas de Salvador oferecendo seus produtos durante o Brasil Império. Isso permanece até hoje, e o Pelourinho é um dos principais pontos onde se pode apreciar o bolinho.

Sempre no último domingo do mês, o lugar, situado no centro de São Paulo, abre as portas para que os visitantes realizem uma refeição após a Tradicional Missa dos Monges. Trata-se do brunch, termo em inglês que surgiu da junção das palavras breakfast e lunch – ou seja, café da manhã e almoço.  mosteiro.org.br/brunch


O sanduíche de mortadela do Mercadão (São Paulo, SP) ↓ Os doces da Confeitaria Colombo (Rio de Janeiro, RJ) ↖

O Mercado Municipal de São Paulo dispõe de uma imensa variedade de ingredientes culinários. Mas um dos fatores que mais atraem os turistas são os imensos lanches de mortadela vendidos no lugar. O Bar do Mané e o Mortadela Brasil são dois pontos onde eles podem ser comprados.

Localizado no Rio de Janeiro, o espaço é uma lembrança ainda viva da belle époque brasileira. Foi construído em 1894 e visitado por várias personalidades renomadas, desde Machado de Assis até a rainha Elizabeth II. O escritor Olavo Bilac, por exemplo, era um frequentador tão assíduo que a confeitaria o homenageou dando seu nome a um dos restaurantes da rede.  confeitariacolombo.com.br

MUITOS FATORES PODEM fazer com que um lugar seja único e inesquecível: sua arquitetura, seus costumes, as experiências proporcionadas... e, é claro, sua comida. Especialmente no Brasil, que possui vasta diversidade cultural, a gastronomia sofreu influências de povos de todas as origens. É possível encontrar contribuições de imigrantes italianos, espanhóis, árabes, além de grupos tupis-guaranis, tupinambás e africanos, entre vários outros. Essa mistura faz com que alguns locais virem referência justamente em razão de sua culinária. Mas há regiões que se destacam ainda mais, tanto pelo ambiente diferenciado quanto pela história que guardam ou transmitem. Separamos algumas dicas de pontos turísticos que se tornaram conhecidos por causa disso.

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Os vinhos da Casa Valduga (Bento Gonçalves, RS) → Durante todo o ano, as vinícolas de Bento Gonçalves ficam abertas para visitação. A cidade é o principal roteiro para quem quer degustar as variedades de vinhos na região do Vale dos Vinhedos. Os espaços são bastante tradicionais, administrados por famílias que vivem no local desde o século XIX. Um deles é a Casa Valduga, o primeiro complexo enoturístico do Brasil.  casavalduga.com.br

Os bolos da Casa dos Frios (Recife, PE) ← O estabelecimento é uma referência no que diz respeito à comida pernambucana. Fundado em 1957, a princípio funcionava como uma pequena quitanda de bolos tradicionais, administrada por dona Fernanda. O negócio cresceu, e atualmente é ganhador de vários prêmios de gastronomia. O bolo de rolo e o bolo Souza Leão estão entre os destaques do lugar.  facebook.com/casadosfriosrecife

Os mariscos do Salvador Dalí (Salvador, BA) → O diferencial do restaurante é o fato de se localizar literalmente dentro do mar. No cardápio, há pratos típicos das culinárias francesa, mediterrânea e tailandesa. Algumas opções são o poutine de carne e o filé a bordelaise. Além disso, são servidas comidas características do litoral, como camarão e bacalhau.  restsalvadordali.com.br


O veganismo atrai cada vez mais o interesse de consumidores e empresas especializadas  Victor Melo •  Paulo Pampolin O TERMO “VEGANISMO” foi criado em 1944 por um pacifista chamado Donald Watson. Ele foi também fundador da Vegan Society, organização que desde o início do século XX debatia sobre questões relacionadas ao consumo de produtos de origem animal. A ideia aparece associada a movimentos que prezam pelo direito à vida e à liberdade dos outros seres vivos, questionando as implicações éticas por trás do consumo. Isso levou não apenas ao crescimento do número de consumidores com um novo perfil, como também de um mercado interessado em atender a essa demanda.

A escolha pelos produtos

Ariel Martins, professora de inglês, decidiu se tornar vegana há seis anos, depois de assistir a um vídeo na internet. Isso a fez ir atrás de receitas nessa linha, por meio de links alternativos e grupos nas redes sociais. Ela conta que não é tão fácil encontrar o que procura, principalmente devido às “pegadinhas”. Exemplifica citando o caso de produtos que, embora estam-

pem que não levam leite em sua composição, contêm lactose – um tipo de açúcar derivado do leite. “Toda vez que eu vou ao supermercado é um dilema, porque eu tenho que olhar cada um dos ingredientes”, afirma. Segundo Ariel, as dificuldades em relação ao consumo variam, pois dependem muito das exigências de cada um. Se o consumidor estiver em busca de produtos de marcas que não cometam, para fabricá-lo, nenhum tipo de violência contra os animais, precisará pesquisar muito mais a respeito e terá menos opções. Apesar disso, a professora não desiste da causa. “Comprar produtos veganos incentiva mais empresas a investirem nesse mercado”, justifica. E, de fato, as marcas que apostam na área têm obtido retorno. Em 2016, a Folha de S. Paulo divulgou que os empresários que trabalham com produtos veganos estimam um aumento em torno de 40% ao ano em seu faturamento.

IDEIA 1: alimentação ↙ Receita de espaguete de abobrinha italiana • • • •

1 abobrinha italiana média 4 tomates-cereja 2 colheres de sopa de azeite 2 dentes de alho picados

• 1 colher de sopa de salsinha picada • 1 colher de sopa de cebolinha picada • Sal a gosto

Modo de preparo: Corte a abobrinha no cortador de espaguete, próprio para legumes. Coloque a abobrinha em água fervente por um minuto, escorra e reserve. Em uma panela, aqueça o azeite e o alho. Quando estiver dourado, coloque os tomates cortados ao meio, salsinha, cebolinha, o sal e, por fim, a abobrinha. Misture tudo, e está pronto. Rende uma porção.

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Consumo sem maus-tratos

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IDEIA 2: maquiagem ↗ Receita de blush vegano • 2 colheres de sopa de amido de milho • 1 colher de sopa de farinha de beterraba Misture os ingredientes. Você pode acrescentar ou diminuir a quantidade da farinha de beterraba até chegar à tonalidade de sua preferência.

Vegano e vegetariano: entenda a diferença • Vegetarianismo: prática de não consumir alimentos de origem animal, com vertentes que divergem em relação ao consumo de ovos e leite. • Veganismo: prática de não consumir nenhum produto de origem animal, incluindo roupas, cosméticos, entre outros.

Mercado vegano e cruelty free

Todo um mercado de produtos especializados se prolifera em torno do veganismo. Exemplos disso são a Mr. Veggy (alimentos), a Vegano Shoes (calçados e acessórios), a Lola Cosmetics (cosméticos), entre várias outras que já nascem com esse foco. Segundo pesquisa do Ibope Inteligência divulgada neste ano, 55% das pessoas afirmam que consumiriam mais produtos veganos se essa informação fosse indicada nas embalagens. Além disso, 60% o fariam se eles tivessem o mesmo preço dos não veganos. Isso indica que há um interesse não apenas segmentado, mas também que uma parcela cada vez maior da população quer tornar o próprio consumo mais consciente. Assim como nos adeptos da causa, no mundo dos negócios existem diferenças bastante significativas. Isso porque uma empresa de produtos naturais pode ser bastante útil para um consumidor vegano, mas isso não quer dizer que esse seja o foco de seus produtos. O cruelty free, por exemplo, é um conceito criado para se referir a produtos que não são testados em animais. Aderem a ele empresas, principalmente na indústria química ou farmacêutica, que em seus processos internos se preocupam em desenvolver novas soluções. A Granado, a Ikove, a Quintal Cosméticos e a Bioart são algumas das marcas que produzem pensando justamente nessa questão.


Escolas quebram paradigmas do processo ensino-aprendizagem e ousam na organização do ambiente e na utilização de novas didáticas  Marina Batista •  Shutterstock (abertura) e divulgação (demais imagens) NÃO É DE hoje que o ambiente escolar vive um turbilhão de mudanças provocadas por diferentes fatores, entre eles a evolução tecnológica e a alta conectividade das gerações atuais. É preciso considerar que o perfil dos alunos agora é outro, e que eles têm acompanhado de perto o mercado e tendências. Por essa razão, educadores e especialistas em educação concordam que é tempo de inovar, porém o desafio de rever antigos métodos de ensino, com o objetivo de transformar a cultura e a forma de aprendizado, aumenta a cada dia.

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Sala de aula também é lugar de inovação

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⬑ Aulas práticas realizadas nos modernos laboratórios FabLabs Drummond

⬐ Laboratório equipado com o que há de mais avançado em tecnologia

Currículos flexíveis para as novas gerações

Diante da necessidade de preparar o aluno para um mundo em constante mudança e cada vez mais complexo, o Colégio Drummond, de São Paulo, passou a fundir elementos da sala de aula tradicional com recursos tecnológicos por meio do programa Connected World, que estimula a criatividade, a liderança e a autoconfiança, assim como auxilia na construção da identidade na prática educacional dos alunos. “As aulas e as atividades realizadas desenvolvem competências e habilidades que ajudam os alunos no mundo acadêmico e no mercado de trabalho em um momento de mutações das profissões. As práticas educacionais acontecem em laboratórios, os FabLabs Drummond, estruturas equiparadas ao que há de mais avançado em tecnologia”, explica o especialista em sistemas de informação e engenharia de projetos e um dos responsáveis pela área, Wesley Oliveira. Ele também enxerga a necessidade dos docentes de assumir novas posturas, tornando-se mais proativos e inovadores. “Essa inovação requer professores atentos às mudanças e dispostos a pôr em prática os melhores projetos, fazendo com que o processo de ensino seja algo dinâmico e desafiador e usufruindo dos benefícios e do potencial das novas tecnologias com o intuito de melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem”, explica.


Na zona norte da cidade de São Paulo, uma creche disponibiliza uma rotina um tanto quanto diferente às crianças enquanto seus familiares trabalham. O CEI (Centro de Educação Infantil) Lar de Crianças Ananda Marga oferece aulas de ioga, meditação e massagem para os alunos com idade entre um e quatro anos. As “aulas” se iniciam ao som de mantras e com colchões dispostos um ao lado do outro. A professora fecha as cortinas, com o objetivo de deixar o ambiente mais aconchegante. A atividade inclui a prática de ioga, com movimentos leves, realizados a partir da narração de uma história. No berçário, os bebês relaxam enquanto recebem uma técnica de massagem chamada shantala. Já as crianças com três anos são ensinadas a fazer automassagem e a massagear os colegas. “A educação infantil no Brasil vem passando por uma transformação. A partir do momento em que os estudos apontam para a importância da primeira infância, um novo olhar é lançado. Não existem mais aquelas atividades dirigidas com foco somente na leitura e na escrita. Hoje a criança é precursora do próprio desenvolvimento, construindo seus conhecimentos e aprendizagem”, afirma a coordenadora pedagógica, Maria do Carmo Queiroz. A linha pedagógica adotada segue o neo-humanismo, que trabalha o desenvolvimento integral da criança com base em valores como respeito, compaixão e cooperação. Além de haver práticas de relaxamento, a alimentação no CEI Ananda Marga é exclusivamente vegetariana, com pratos recheados de frutas, verduras e soja. Tudo é elaborado sob a orientação de um nutricionista e outro profissional da Prefeitura Municipal de São Paulo.

⬑ Crianças fazem aula de ioga no CEI Ananda Marga

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Um novo jeito de ensinar: conheça a seguir alguns exemplos de linhas pedagógicas inovadoras • Democrática: uma escola democrática é aquela que se baseia em uma pedagogia libertária, na qual os alunos têm a liberdade de escolha sobre a maneira como aprenderão os conteúdos necessários à sua formação. Nesse método, as salas de aula são substituídas por espaços de trabalho em grupo e a avaliação não é realizada por meio de provas, mas com trabalhos desenvolvidos conforme a preferência do estudante. • Reggio Emilia: esse método propõe que cada criança seja protagonista da sua história. O Reggio Emilia, surgido na Itália e conhecido como “a pedagogia da escuta”, reconhece as atividades de criação, exploração, pesquisa e investigação como fortes aliadas na tarefa de educar. • Waldorf: tem como proposta o desenvolvimento físico, individual, social e emocional. Nesse sentido, os estudantes são agrupados por idades, e não necessariamente por séries, não havendo o conceito de “repetir de ano”. Além disso, o método estimula o conhecimento de outros conteúdos, além dos acadêmicos, como tricô, música e artes plásticas.

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Meditação e ioga na educação infantil


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Exótico para quem? O amor pelos animais supera as diferenças A aquisição de bichos considerados não tradicionais é uma possibilidade para as pessoas que buscam um pet inesquecível  Camilla Martins •  Arquivo pessoal COM OLHOS ENIGMÁTICOS, uma estética diferente e comportamentos não tradicionais, os animais exóticos têm encantado cada vez mais as pessoas. Para estabelecer algum tipo de relação com bichos como esses, é necessário compreendê-los. Assim como ocorre com peixes, gatos ou cachorros, desde que o animal escolhido se enquadre no perfil do tutor e sejam seguidos os conceitos de posse responsável e legal, o convívio pode ser muito prazeroso. Segundo a veterinária da Bichos & Mimos, Joyce Magalhães, as famílias interessadas em animais exóticos normalmente procuram por aves, roedores, primatas ou répteis. Todos eles devem ser adquiridos em lojas especializadas, de criadores licenciados pelo Ibama ou por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Amor e bem-estar do pet

A relação básica entre os bichos exóticos e os humanos se resume em: existe amor quando há responsabilidade para permitir que os animais se sintam bem no ambiente, de acordo com suas necessidades. Segundo a veterinária, cada espécie demanda um cuidado diferente. “Quem opta por esse tipo de pet deve se conscientizar e se adaptar às necessidades da espécie escolhida, já que é comum as pessoas olharem aves ou serpentes, por exemplo, e pensarem que elas têm as mesmas exigências de um cão.”

O respeito nos cuidados com uma ave ⬏ Mariana Neder e sua família se renderam à tradição libanesa de ter um gavião-asa-de-telha em casa. Málika, que significa rainha em árabe, tem apenas dois meses, mas já ensinou a todos que é possível haver afeto na relação. “Fomos alertados de que ela precisa de carinho como qualquer outro animal doméstico. Nós lhe fazemos carícias, chegamos perto, e ela fica muito tranquila com a nossa presença.” Além disso, a publicitária afirma que a grande diferença nesse contato é o respeito. “Estamos aprendendo que, para ela, respeitar é algo prazeroso.”


A cobra e o leopardo Enrico Caltabiano é veterinário com especialidade em cuidados para animais exóticos. Desde criança, teve vários bichos. Hoje, possui três geckos leopardos (Maracujina, Sr. e Sra. Pitaya) e uma cobra-do-milho (Diana), que ganhou de clientes. Todos moram em terrários e carecem de cuidados específicos. A cobra, por exemplo, se alimenta de camundongos congelados e é bem quieta. Já os geckos comem insetos e são mais sociáveis. Para Enrico, é fácil e simples tratar deles. “Não são necessários muitos cuidados. Apesar de os répteis não serem a primeira escolha das pessoas que buscam por animais exóticos, muito por causa da aparência, a higiene e a alimentação deles não são um problema. Afinal, não precisam ser diárias.”

Legislação No site do Ibama está disponível uma lista com todos os animais que podem ser criados em casa, de forma legal. De acordo com o órgão, toda compra deve ter nota fiscal, acompanhada de comprovante de origem. Já a espécie precisa conter um chip ou uma anilha que identifique sua procedência. Quem faz esse tipo de comércio sem permissão pode responder por tráfico de animais, cuja pena tem média de cinco anos de prisão.

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