CAROL QUINTANILHA | Espero Tua (Re)Volta
18 a 27 de junho de 2019
Esquerda, direita, em cima, embaixo “O filme é uma mentira em 25 quadros por segundo, e porque é tudo mentira, é também verdade. A verdade é uma mentira. Todo filme nos diz isso.”, fala o empresário P.J. Lurz no filme A terceira geração, de Rainer Fassbinder. Numa época em que a liberdade da arte é cada vez mais cerceada, parece que também a distinção entre arte e realidade tem sido colocada em questão e que caiu no esquecimento a compreensão de que a verdade da arte não é a mesma verdade da linguagem cotidiana, entendida como a correspondência entre uma afirmação e um fato. A arte nunca teve a tarefa de retratar a realidade de maneira fiel e absoluta. E também não pode ser classificada a partir das categorias políticas de esquerda e direita. Não existem, por exemplo, filmes de esquerda. O que ocorre é que os filmes são reivindicados pela esquerda ou pela direita, ao mesmo tempo em que essas os reduzem a uma tese simplista. Ao invés da classificação em direita e esquerda, sugiro as categorias de "em cima" e "embaixo". "Os que estão em cima sempre se apropriaram de seus direitos e nunca abdicaram de sua hegemonia, até a chegada de outros poderosos para ocuparem seu lugar; já nós nunca conseguimos mais do que ceder e nos submetermos, e mais uma vez persistimos em face da tirania que ressuscita e que não havíamos percebido aproximar-se". Em sua trilogia A estética da resistência, Peter Weiss descreve como arte e cultura estão inscritas na milenar história da opressão e das lutas pela liberdade. Assim, como resistência estética contra domínio e opressão, a arte não pode absolutamente ser reduzida a beleza, bondade e misericórdia. Os 17 filmes selecionados por Marcus Mello têm um ponto em comum: eles falam da crença numa sociedade mais justa, das tentativas de diferentes gerações de concretizar essa utopia através de ações coletivas e de seu fracasso. Eles nos fazem recordar, dessa maneira, o sonho de liberté, égalité, fraternité. Enquanto existirem pessoas, existirá arte e enquanto existir arte, esse sonho existirá. Ele ainda é uma mentira e, no entanto, é uma verdade.
Marina Ludemann Diretora do Goethe-Institut Porto Alegre
"Indignez-vous !"* Em um mundo cada vez mais conectado e, no entanto, a cada dia mais indiferente, é necessário abrir espaços de encontro e de reflexão em que o tempo e a troca tomem outro valor além de um simples «like». Certas datas ainda reverberam com uma sonoridade totalmente particular. Em 1968, de Paris à Cidade do México, de Chicago a Roma, dezenas de milhares de estudantes se manifestam, se levantam. Os anos 60 coincidem com a afirmação de uma juventude como categoria sociocultural e política à parte, de valores próprios. Maio de 68 compreende-se apenas dentro de um mundo em rápida mutação. A aceleração do êxodo rural e da urbanização, a massificação da educação nacional e das universidades, a eclosão da cultura de entretenimento, do espetáculo e das mídias de massa, representam mudanças intensas e sem precedentes nas décadas anteriores. Passaram-se 50 anos e o que permanece desse espírito de 1968 nos dias atuais em um mundo que nos anunciam como globalizado? Qual é a nossa capacidade de indignação e de mobilização? Por que estudar continua não sendo um direito garantido? Como podemos falar juntos sem falar de uma só voz? Venha assistir a esta mostra promovida pelo Goethe-Institut e pela Aliança Francesa de 18 a 27 de junho na Cinemateca Capitólio Petrobras! Veja filmes e documentários inéditos no Brasil e converse com os diretores! Redescubra a poesia de Jean Vigo – censurado na França dos anos 30 por ser julgado como anti-francês – ou de outras grandes obras de Rainer Werner Fassbinder e Margarethe von Trotta. À bientôt!
Patrice Pauc Diretor da Aliança Francesa de Porto Alegre *"Indignez-vous!" de Stéphane Hessel, ed. Indigène (2010)
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UMA JUVENTUDE ALEMÃ
Mostra Insurreição. Substantivo feminino. 1. ato ou efeito de insurgir(se), de sublevar(-se) contra a ordem estabelecida. 2. Oposição forte e veemente; rebeldia. Os 50 anos das revoltas estudantis de Maio de 1968, celebrados em 2018, e a passagem do 30º aniversário da queda do Muro de Berlim, a ser comemorado em novembro deste ano, são dois acontecimentos que, por sua proximidade e repercussão, estimulam uma reflexão profunda sobre a história contemporânea. Entre a crença nas utopias e na capacidade da ação coletiva como forma de construção de uma sociedade mais justa e igualitária, representada por Maio de 68, e a derrocada dos países da Cortina de Ferro, simbolizada pela destruição do muro que dividiu Berlim durante quase três décadas, se misturam os sonhos e as desilusões de várias gerações. E é justamente nesse contexto que, contra o surgimento de um discurso cada vez mais conservador e a ideia de impossibilidade de construção de uma sociedade utópica, vemos ressurgir com força movimentos de insurreição protagonizados por estudantes, mulheres e representantes de diferentes grupos excluídos de um estado de bem estar social. A fim de promover um amplo debate em torno do tema, o Goethe-Institut e a Aliança Francesa de Porto Alegre reuniram esforços para realizar o evento Insurreição, que inclui uma mostra de filmes e mesas de discussão sobre as relações entre os movimentos sociais protagonizados por estudantes nas décadas de 1960 e 1970, em particular na Alemanha e na França, e as atuais formas de insurreição popular, com uma atenção especial aos acontecimentos recentes ocorridos no Brasil após as gigantescas manifestações populares de
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A TERCEIRA GERAÇÃO
OS ANOS DE CHUMBO © FIRST HAND FILMS | GOETHE-INSTITUT
A curadoria elegeu como ponto de partida o filme Uma Juventude Alemã, de JeanGabriel Périot, uma coprodução entre Alemanha e França que estreou na seção Panorama do Festival de Cinema de Berlim em 2015 e permanece inédita no Brasil. Neste documentário, o diretor resgata, através de um riquíssimo material de arquivo, as origens estudantis do grupo Baader-Meinhof e suas relações com o movimento dos estudantes franceses que tomaram as ruas em maio de 1968, refletindo sobre os seus distintos desdobramentos históricos e sua repercussão internacional. Através de uma seleção de filmes clássicos e outros de produção recente, a mostra Insurreição busca relacionar esses movimentos de revolta iniciados na Europa no final da década de 60 e ver como eles ainda reverberam nos dias de hoje, em particular com as ocupações de escolas por estudantes secundaristas no Brasil, reconhecido como um dos mais relevantes e inspiradores gestos de desobediência civil no cenário político atual. Junte-se a isso outras manifestações recentes, como as ocupações urbanas protagonizadas pelo MTST, ou de grupos feministas radicais, como o ucraniano Femen, e teremos um atestado revelador de que os tempos atuais estão longe de poderem ser classificados como conformistas, existindo uma chama persistente de insatisfação e revolta na sociedade civil.
A SEGURANÇA INTERNA © ZERO ONE FIM
junho de 2013, que iriam culminar na destituição da presidente Dilma Rousseff em 2016.
AS CONSEQUÊNCIAS DO CRIME
Na tentativa de dar conta de questões tão complexas, além da exibição do documentário Uma Juventude Alemã, a mostra Insurreição apresenta várias outras produções inéditas, entre as quais se destaca a pré-estreia no Rio Grande do Sul de Espero Tua (Re)Volta, de Eliza Capai, documentário brasileiro sobre o movimento de ocupação das escolas premiado no último Festival de Cinema de Berlim. A controversa atuação do grupo terrorista Baader-Meinhof e suas repercussões na história recente da Alemanha está representada por um bloco de cinco filmes que trazem a visão de diretores alemães de diferentes gerações sobre as ações do grupo, também conhecido como Fração do Exército Vermelho: A Terceira Geração (1979), de Rainer Werner Fassbinder, Os Anos de Chumbo (1981), de Margarethe von Trotta, A Segurança Interna (2000), de Christian Petzold, e As Consequências do Crime (2015), de Julia Albrecht e Dagmar Gallenmüller, além de Alemanha no Outono (1978), produção coletiva que envolveu dez diretores (Rainer Werner Fassbinder, Alf Brustellin, Hans Peter Cloos, Alexander Kluge, Maximiliane Mainka, Edgar Reitz, Katja Rupé, Volker Schlöndorff, Peter Schubert e Bernhard Sinkel) na sua realização e é considerado um dos clássicos do cinema político alemão. Já a resistência dos movimentos em prol dos direitos homossexuais, que em junho de 2019 comemoram os 50 anos do célebre episódio do levante dos frequentadores do bar Stonewall contra a repressão policial dirigida à comunidade gay em Nova York (o marco inicial do ativismo LGBT), está
ERA O HOTEL CAMBRIDGE
VITRINE FILMES
representada pela exibição de 120 Batimentos por Minuto, emocionante
OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
ESQUINA FILMES
drama de ficção que resgata a história dos ativistas do Act Up na França, à época da eclosão da epidemia da Aids. Também da França vem a obra-prima Zero de Conduta (1933), de Jean Vigo, que mostra o ocupação de uma escola por alunos revoltados com a tirania de seus professores, e os documentários Morrer aos 30 Anos, de Romain Goupil (sobre Maio de 68 e suas consequências), e A Assembleia, de Mariana Otero (sobre o movimento de organização social Nuit Debout, que eclodiu na França em 2016). Ao lado do inédito Espero Tua (Re)Volta, os recentes movimentos de resistência e desobediência civil no Brasil estão representados por uma seleção de títulos que retratam desde as revoltas dos estudantes secundaristas em 2016 (Secundas, de Cacá Nazário, Escolas em Luta, de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli, e Rasga Coração, de Jorge Furtado) e a mobilização dos trabalhadores sem teto (O Teto Sobre Nós, de Bruno Carboni, e Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé), até as manifestações de junho de 2013 (Operações de Garantia da Lei e da Ordem, de Julia Murat e Miguel Antunes Ramos). Uma programação urgente e necessária, para mostrar que, embora os tempos sejam sombrios, a luta continua.
Marcus Mello Curador
GRADE DE HORÁRIOS 18 a 27 de junho de 2019 Cinemateca Capitólio Petrobras
18 de junho (terça-feira) 16:00 O Teto Sobre Nós + Era o Hotel Cambridge 18:00 Zero de Conduta 19:00 Secundas + Espero Tua (Re)Volta, sessão seguida de debate com os
19 de junho (quarta-feira) 16:00 As Consequências do Crime 18:00 Os Anos de Chumbo
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diretores Cacá Nazário e Eliza Capai e a ativista Marcela Jesus
20:00 Morrer aos 30 Anos
20 de junho (quinta-feira) 16:00 Operações de Garantia da Lei e da Ordem 18:00 120 Batimentos por Minuto 20:30 Uma Juventude Alemã
21 de junho (sexta-feira) 16:00 A Segurança Interna 18:00 A Assembleia 20:00 Secundas + Escolas em Luta
22 de junho (sábado) 16:00 Morrer aos 30 Anos 18:00 Os Anos de Chumbo
23 de junho (domingo) 16:00 – Uma Juventude Alemã 18:00 – O Teto Sobre Nós + Era o Hotel Cambridge 20:00 – Alemanha no Outono
VITRINE FILMES
20:00 A Terceira Geração
19:00 Rasga Coração
FABIO REBELO
24 de junho (segunda-feira) sessão seguida de debate com o cineasta Jorge Furtado e a professora e cientista política Céli Pinto, no Auditório do Goethe-Institut
25 de junho (terça-feira) 16:00 Morrer aos 30 Anos 20:00 Secundas + Escolas em Luta
26 de junho (quarta-feira) 16:00 Os Anos de Chumbo 18:00 A Assembleia 20:00 Secundas + Zero de Conduta
27 de junho (quinta-feira) 16:00 As Consequências do Crime 18:00 Operações de Garantia da Lei e da Ordem 19:30 Uma Juventude Alemã, sessão seguida de debate com a cineasta Liliana Sulzbach e a cientista política Silvana Krause
Locais Cinemateca Capitólio Petrobras Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Porto Alegre Entre os dias 18 e 27 de junho de 2019 Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) Auditório do Goethe-Institut Rua 24 de Outubro, 112 – Independência – Porto Alegre Dia 24 de junho de 2019, às 19 horas Exibição e debate do filme Rasga Coração, de Jorge Furtado Entrada franca Classificação indicativa junto às informações dos filmes
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18:00 A Segurança Interna
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filmes
Uma Juventude Alemã (Une Jeunesse Allemande) Direção: Jean-Gabriel Périot França/Suíça/Alemanha, 2015, documentário, 93 minutos. 12 anos. No final da década de 1960, a geração do pós-guerra alemão, desiludida pelo capitalismo anticomunista, se revoltava. O protesto contra o Estado levou à fundação da Fração do Exército Vermelho (RAF). O documentário de JeanGabriel Périot descreve, sem comentários, a transformação gradual e a crescente politização da era RAF, das suas origens estudantis até chegar à resistência armada, comparando o movimento dos estudantes alemães e seus desdobramentos com o movimento de Maio de 1968 na França. Exibição em HD.
Espero Tua (Re)Volta Direção: Eliza Capai Brasil, 2019, documentário, 90 minutos. 12 anos. Quando a crise se aprofundou no Brasil, os estudantes saíram às ruas e ocuparam escolas protestando por um ensino público de qualidade e uma cidade mais inclusiva. O documentário de Eliza Capai acompanha as lutas estudantis desde as marchas de 2013 até a vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Inspirada pela linguagem do próprio movimento,
Alemanha no Outono (Deutschland im Herbst) Direção: Rainer Werner Fassbinder, Alf Brustellin, Hans Peter Cloos, Alexander Kluge, Maximiliane Mainka, Edgar Reitz, Katja Rupé, Volker Schlöndorff, Peter Schubert e Bernhard Sinkel Alemanha, 1978, 123 minutos. 16 anos.
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Filme formado por diferentes episódios, assinados por um grupo de diretores que inclui alguns dos nomes mais importantes do cinema alemão do pósguerra, como Alexander Kluge, Rainer Wener Fassbinder, Edgar Reitz, Volker Schlöndorff e Hans Peter Cloos. O filme cobre o período de dois meses no ano de 1977, quando um empresário foi raptado e posteriormente morto pela Fração do Exército Vermelho, grupo terrorista de esquerda cujas ações convulsionaram a opinião pública alemã na década de 1970. Após essa operação frustrada, três líderes do movimento, Andreas Baader, Gudrun Ersslin e Jean-Carl Rasper, teriam cometido suicídio na prisão de Stammheim. O filme inclui raras imagens do funeral de Baader, Ersslin e Rasper, e a participação de intelectuais como os escritores Heinrich Böll e Max Frisch e dos cineastas Margarethe von Trotta, Rainer Werner Fassbinder e Volker
o filme é conduzido pela locução de três estudantes, representantes de eixos centrais da luta, que disputam a narrativa, explicitando conflitos do movimento e evidenciando sua complexidade. Ainda inédito nos cinemas, o filme de Eliza Capai ganha sua primeira exibição em Porto Alegre. Prêmio da Anistia Internacional no último Festival de Berlim. Exibição em DCP.
ELIZA CAPAI | Espero Tua (Re)Volta
Schlöndorff. Exibição em HD.
A Terceira Geração (Die Dritte Generation)
Com Margit Carstensen, Hanna Schygulla, Eddie Constantine, Bulle Ogier, Udo Kier e Hark Bohm Alemanha, 1979, 111 minutos.
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Direção: Rainer Werner Fassbinder.
12 anos. Uma comédia de humor negro sobre as atrapalhadas ações de um grupo de terroristas clandestinos. Polêmica visão de Fassbinder em relação à atuação da Fração do Exército Vermelho na Alemanha, o filme provocou reações extremas na época de seu lançamento, incluindo o espancamento de um projecionista em Hamburgo e a invasão de um grupo de jovens a um cinema em Frankfurt, que tentaram destruir a sua cópia com ácido. Condenado a um longo período de invisibilidade, e ofuscado pelo sucesso de outras produções do prolífico diretor Fassbinder, este filme debochado e anárquico somente seria redescoberto em meados dos anos 2000, quando reestreou nos cinemas
A Segurança Interna (Die Innere Sicherheit) Direção: Christian Petzold Com Julia Hummer, Barbara Auer, Richy Müller, Bilge Bingül e Bernd Tauber Alemanha, 2000, 106 minutos. 12 anos. Um casal de ex-terroristas alemães vive na clandestinidade em Portugal, na companhia de sua rebelde filha adolescente. Com roteiro co-assinado por Harun Farocki, foi o filme que revelou o cineasta Christian Petzold, um dos grandes nomes do cinema alemão contemporâneo, atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros com Em Trânsito. Vencedor do troféu de melhor filme do ano no Deutscher Filmpreis, a principal premiação do cinema alemão. Exibição em HD.
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alemães e pode ter suas virtudes finalmente reconhecidas. Exibição em HD.
Os Anos de Chumbo (Die Bleierne Zeit) Direção: Margarethe von Trotta. Com Jutta Lampe, Barbara Sukowa, Rüdiger Vogler e Luc Bondy Alemanha, 1981, 106 minutos. 16 anos Filhas de um rígido pastor protestante, as irmãs Juliane (Jutta Lampe) e Marianne (Barbara Sukowa) se afastam da severidade
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religiosa de seu ambiente familiar para militarem na luta pelos direitos das mulheres. Enquanto Juliane se torna uma jornalista engajada, sua irmã passa a integrar uma organização terrorista. Quando Marianne é presa, Juliane decide ajudar a irmã, apesar das diferenças de opinião que ambas têm em relação aos limites de seu comprometimento político. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza, onde conquistou também o prêmio de melhor atriz para Jutta Lampe e Barbara Sukowa, este impactante drama de Margarethe von Trotta foi incluído pelo diretor sueco Ingmar Bergman na lista de seus filmes
As Consequências do Crime (Die Folgen der Tat) Direção: Julia Albrecht, Dagmar Gallenmüller Alemanha, 2015, documentário, 80 minutos. 12 anos.
Após 37 anos do assassinato de Jürgen Ponto, diretor do Dresdner Bank, por um grupo terrorista, a diretora Julia Albrecht investiga o envolvimento de sua irmã Susanne Albrecht neste crime, que provocou traumas profundos tanto entre os familiares de Ponto quanto na sua própria família. Um documentário corajoso e altamente pessoal, que investiga os efeitos de fatos históricos recentes na vida de indivíduos comuns. Exibição em HD.
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favoritos. Exibição em HD.
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Era o Hotel Cambridge Direção: Eliane Caffé. Com Carmen Silva, Isam Ahmad Issa, Suely Franco, José Dumont e Gabriel Tonin Brasil, 2016, 93 minutos. 16 anos. No centro de São Paulo, o prédio do antigo Hotel Cambridge é ocupado por trabalhadores sem moradia. Através de uma hábil combinação entre documentário e ficção, a diretora Eliane Caffé produz um contundente retrato sobre os movimentos de ocupação dos trabalhadores sem-teto, o MTST, no Brasil, descrevendo sua organização e seus embates contra o Estado. Exibição em DCP.
Escolas em Luta Direção: Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli Brasil, 2017, documentário, 77 minutos. 12 anos. Em São Paulo, alunos secundaristas reagem ao decreto oficial que determina o fechamento de 94 escolas da rede pública e a realocaçao ̃ dos alunos. A resposta estudantil surpreende. Em poucos dias, por meio de redes sociais e aplicativos, eles organizam uma reaçao ̃ em uma verdadeira Primavera Secundarista – algo completamente ined ́ ito no país –, ocupando 241 escolas e saindo as̀ ruas para protestar. O estado decreta guerra aos estudantes. Exibição em DCP.
Operações de Garantia da Lei e da Ordem Direção: Julia Murat e Miguel Antunes Ramos Brasil, 2017, documentário, 83 minutos. 14 anos. As manifestações que ocorreram no Brasil entre junho de 2013 e julho de 2014 estão no centro do documentário de Julia Murat e Miguel Antunes Ramos, que trabalha exclusivamente com material de arquivo. A abordagem tradicionalista dos grandes meios de comunicação e a cobertura alternativa das mídias independentes são comparadas e exploradas, evidenciando as suas diferenças e a posição do observador e do observado em cada uma delas. Ao propor um olhar sobre reportagens de televisão, materiais gravados por jornalistas e cineastas que acompanharam as manifestações e mídias alternativas (como a cobertura do coletivo Mídia Ninja), a dupla de diretores busca encontrar as relações internas às imagens, apresentando ESQUINA FILMES
esses documentos produzidos no calor da hora sem hierarquização entre as diferentes fontes. Um filme de arquivo tenso e urgente, no qual a edição provoca novas relações entre imagem e discurso. Exibição em DCP.
TIAGO TAMBELLI
Zero de Conduta (Zéro de Conduite) Direção: Jean Vigo Com Jean Dasté, Robert le Flon, Louis Lefebvre, Delphin e Gilbert Prouchon França, 1933, 47 minutos. 14 anos. Um grupo de estudantes ocupa sua escola para protestar contra a tirania de seus professores. Clássico de Jean Vigo realizado na década de 30, este média-metragem é considerado uma autêntica celebração da revolta e da insubordinação, e durante anos esteve proibido na França. Um filme maldito, de um diretor maldito, que somente teria seu talento reconhecido após a sua morte. Exibição em HD.
Morrer aos 30 Anos (Mourir à 30 Ans) Direção: Romain Goupil França, 1982, documentário, 95 minutos. 12 anos. Após o suicídio de seu amigo Michel Récanati, o cineasta Romain Goupil se interroga a respeito de seu passando militante na extrema esquerda da CAL (Comités d'Action Lycéens). Ele insere em meio a imagens de assembleias gerais e manifestações em torno de 1968, documentos íntimos e depoimentos de antigos companheiros que partilharam desse momento. Através de um documentário de tom comovedoramente pessoal, Goupil traça o retrato de uma geração. Vencedor da Caméra d’Or no Festival de Cannes em 1982. Exibição em HD.
A Assembleia (L’Assemblée) Direção: Mariana Otero França, 2017, documentário, 99 minutos. 12 anos. Em 31 de março de 2016, na Praça da República em Paris, nasce o movimento Nuit Debout. Durante mais de três meses, pessoas de todos os horizontes experimentaram a invenção de uma nova forma de democracia. Como falar juntos sem falar de uma só voz? Eis a pergunta colocada pelo movimento, ao qual a diretora Mariana Otero procura dar voz, neste documentário inédito nos cinemas brasileiros. Exibição em HD.
120 Batimentos por Minuto (120 Battements par Minute) Direção: Robin Campillo Com Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois, Adèle Haenel e Antoine Reinartz França, 2017, 143 minutos. 16 anos. A organização dos movimentos LGBT na França no começo da década de 80, a fim de garantir aos portadores do vírus da Aids tratamento de saúde digno e recursos para as pesquisas na área médica. Grande Prêmio do Júri e vencedor
CÉLINE NIESZAWER
da Queer Palm no Festival de Cannes de 2017. Exibição em DCP.
FABIO REBELO
Rasga Coração Direção: Jorge Furtado. Com Marco Ricca, Drica Moraes, Chay Suede, George Sauma, João Pedro Zappa e Luisa Arraes Brasil, 2018, 113 minutos. 16 anos. Após 40 anos de militância, Manguary Pistolão (Marco Ricca) vê o filho (Chay Suede) acusá-lo de ser um conservador, revivendo o mesmo conflito que teve com seu pai (Nelson Diniz) na juventude. Elogiada adaptação de Jorge Furtado para o texto de Oduvaldo Vianna Filho, um clássico da dramaturgia brasileira. Sessão única no Auditório do Goethe-Institut, seguida de debate com o diretor
BIEL GOMES
Jorge Furtado e a professora e cientista política Céli Pinto. Exibição em HD.
O Teto Sobre Nós Direção: Bruno Carboni Com Cosme Rodrigues, Francisco Gick e Silvana Rodrigues Brasil, 2015, 22 minutos. 12 anos. Ocupantes de um prédio abandonado recebem a notícia de que podem ser despejados a qualquer momento. Enquanto Anna tenta lidar com a notícia, ela se depara com um misterioso homem deitado em sua cama. Prêmio de melhor direção no Festival de Gramado em 2015. Exibição em DCP.
DISTRIBUIÇÃO
Secundas Direção: Cacá Nazário Brasil, 2017, documentário, 20 minutos. 12 anos. “Uma fagulha pode incendiar uma pradaria”. O conhecido provérbio chinês ilustra a dimensão tomada pelo movimento de ocupação das escolas brasileiras pelos estudantes secundaristas, que se alastrou pelo Brasil em 2016. O empolgante documentário de Cacá Nazário acompanha as repercussões e desdobramentos da ação política desses jovens estudantes nas escolas de Porto Alegre. Prêmio de melhor curta-metragem gaúcho no Festival de Gramado em 2017. Exibição em DCP.
Debatedores Eliza Capai
Céli Pinto
Diretora do filme Espero Tua (Re)Volta
Cientista política, professora da UFRGS
Marcela Jesus
Liliana Sulzbach
Ativista estudantil, protagonista do filme Espero Tua (Re)Volta
Cacá Nazário Diretor do filme Secundas
Jorge Furtado Diretor do filme Rasga Coração
Cineasta, diretora dos filmes A Invenção da Infância e O Cárcere e a Rua
Silvana Krause Cientista política, professora da UFRGS
MOSTRA Cinemateca Capitólio Petrobras (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico – Porto Alegre) Entre os dias 18 e 27 de junho de 2019 Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Auditório do Goethe-Institut (Rua 24 de Outubro, 112 – Independência – Porto Alegre) Dia 24 de junho de 2019, às 19 horas Exibição e debate do filme Rasga Coração, de Jorge Furtado (entrada franca)
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