Memórias de Cabo Delgado Colonial - Ano 1971

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MEMO RIAS DE CABO DELGADO COLONIAL

LEMBRANDO OS ÚLTIMOS ANOS DA ADMINISTRAÇÃO PORTUGUESA NO CONCELHO DO IBO (1969-1974 - Continuação)

Ano de 1971

Por Carlos Lopes Bento

ForEver PEMBA 2012


MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL LEMBRANDO OS ÚLTIMOS ANOS DA ADMINISTRAÇÃO PORTUGUESA NO CONCELHO DO IBO (1969-1974) Carlos Lopes Bento1 (Continuação) Ano de 1971

Iniciarei as notícias vindas a público nas comemorações de 1971, com a tradicional saudação do presidente da edilidade dirigida às gentes e forças vivas do concelho do Ibo.

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- Doutorado em História dos Factos Socias pelo ISCSP, da UTLisboa. Antigo presidente da CM do Ibo. Antropólogo. Tesoureiro da SG de Lisboa.

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Neste ano, notícia, com grande relevância, foi a entrevista que o jornalista Jaime Ferraz Gabão fez ao venerável geronta e filho do Ibo, Rodrigo José Carrilho, um acérrimo defensor da preservação das “coisas do Ibo” através do seu registo escrito2. No seu testemunho lembra tanto os tempos gloriosos da Ilha do Ibo como os problemas que contribuíram para a sua decadência, acreditando que o seu futuro passaria pelo desenvolvimento da actividade turística.

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- Lembro as importantes informações que me forneceu, durante o trabalho de campo realizado na ilha do Ibo, que muito contribuíram para a escolha da temática que serviu de base à minha tese de doutoramento- As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado- defendida em 1994.

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Entrevista concedida ao Diário de Lourenço Marques pelo então presidente da Comissão Municipal do Ibo, administrador Carlos Lopes Bento

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Ao reler o texto da entrevista que o jornalista Jaime Ferraz Gabão, amavelmente, publicou no Diário de Lourenço Marques, no dia 24 de Junho de 1971, vieramme à memória, não só os redobrados esforços desenvolvidos pelos vários departamentos da administração pública- locais, distritais e provinciais- no sentido de promover, socialmente, as populações mais desfavorecidas do concelho do Ibo, como também a verdadeira e indesmentível vontade e cooperação, por parte daquelas, para atingir tais objectivos. Valeu a pena esta conjugação de esforços, entre governantes e governados, sendo de realçar os seus resultados muito positivos. Uma experiência coroada de êxito, de grande utilidade, que poderá ser aplicada sempre que os recursos materiais sejam escassos e haja necessidade de resolver problemas básicos das populações. Entre os melhoramentos realizados, neste ano de 1971, são de realçar: Na ilha do Ibo Bairro rururbano -Continuação da transformação dos caminhos corálicos pedonais, arruamentos, em terra, de piso regular, numa extensão de 8000 metros; -Continuação da eletrificação de parte desses arruamentos;

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em


-Construção de 100 habitações, com materiais definitivos(pedra, matope, cal e ou cimento) e melhoria de 200, tendo muitos moradores recorrido a um Fundo de Maneio(de 200 000$00) existente, que permitia a concessão de pequenos empréstimos, sem juros e reembolsados no prazo de dois anos, aliás, por todos, escrupulosamente cumprido. Ilha de Querimba Entre os melhoramentos realizados nesta histórica Ilha, saqueada e destruída pelos Sakalava, nos princípios do século XIX, realçam-se: -Reparação da abandonada igreja de S. Luis Gonzaga, depois aproveitada para escola;

Fig. III- Edificio antes

Fig IV- Edificio depois de reparado

-Construção de um edifício destinado a posto sanitário e respectiva residência para do seu responsável; -Consolidação das ruinas da secular igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Fig V. Ruinas da Igreja de N.S. do Rosário. CB. 1971

Para o ano de 1972 estava prevista, entre outras, a construção das seguintes obras: - O Palácio do Ibo para a CM do Ibo e a biblioteca municipal; -Uma Pousada para alojar visitantes em busca das belezas das gentes e paisagens naturais do concelho do Ibo; -dois postos escolares e respectivas residências para professores, nas ilha de Querimba e Matemo; - Um Centro Social e oficinas para ourives, que também serviria de escola de aprendizagem desta secular arte.

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Sobre o trabalho realizado no concelho, o filho do Ibo, Ant贸nio Baptista Carrilho escreveu:

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O Diário de Lourenco Marques, de 24.6.1971, alertava para os problemas resultantes da falta da assistência médica permanente, no Concelho3:

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- Com a vinda, semalmente, do dr. Jorge Calejo e do dentista Falcão Machado, sempre acompanhados do enfermeiro Grispos, ia-

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Mais uma entrevista do jornalista Jaime Ferraz Rodrigues Gabão a figuras típicas do Ibo, este ano de 1971, feita ao comerciante Wong Jan.

se resolvendo os principais problemas de saúde do concelho. Nos casos de urgência, os doentes eram evacuados, de avião, para Porto Amélia.

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A filha de Wong Jan, a que se refere a entrevista, viajava no avi達o que vitimou o presidente Samora Machel.

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As empresas que saudaram a População do Ibo e suas Autoridades, nas comerações de 1971:

(Continua)

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O trabalho continuarå em breve com os anos de 1972 e 1973. ŠForEver PEMBA 2012

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