MEMO RIAS DE CABO DELGADO COLONIAL LEMBRANDO OS ÚLTIMOS ANOS DA ADMINISTRAÇÃO PORTUGUESA NO CONCELHO DO IBO (1969-1974)
Ano de 1973
ForEver PEMBA 2012
Por Carlos Lopes Bento
MEMÓRIAS DE CABO DELGADO COLONIAL LEMBRANDO OS ÚLTIMOS ANOS DA ADMINISTRAÇÃO PORTUGUESA NO CONCELHO DO IBO (1969-1974) Carlos Lopes Bento1 (Continuação) Ano de 1973 Terminarei estas breves e sucintas Memórias de Cabo Delgado Colonial- Últimos Anos da Administração Portuguesa no Concelho do Ibo(1969-1974), por não dispor de dados do ano de 1974, com a informação que tenho disponível, relativamente, ao ano de 1973. Comecerei com a habitual mensagem do presidente da C.Municipal do Ibo e também administrador do concelho do mesmo nome, Amílcar de Morais Pires, seguindo-se toda a informação publicada pelo Notícias de Lourenço Marques, em 23 de Junho de 1973(p.13) na pessoa do seu Delegado em Cabo Delgado, o ilustre Jornalista Luís Fernandes.
1 - Antropólogo, Doutorado em Ciências Sociais- História dos Factos Socias pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, da U.T.Lisboa. Antigo presidente da C.M. do Ibo. Tesoureiro da Sociedade de Geografia de Lisboa.
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Sobre o passado, o presente e o futuro do Ibo e as aspiraçþes das suas gentes, fez o jornalista LuĂs Fernandes, a seguinte resenha:
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Entre os múltiplos anseios dos habitantes e das principais atividades da ilha do Ibo, salientava-se a ligação telefónica, directa, com uma linha bifilar, com Porto Amélia. A linha unifilar existente(foto) estava fora do tempo, e criava muitos problemas a toda a gente.
Linha unifilar, entre denso mangal. Foto de CB. 1970 Em 1973, para além da Pousada, conclui-se a construção do “Palácio”, que teve como base antigas ruinas de uma habitação(fotos a seguir), edifício destinado ao funcionamento dos serviços autarquia e à instalação do Museu Municipal.
Diferentes fases da recuperação de habitações em ruinas. Fotos de Carlos Bento. 1971, 1972 e 1973 De realçar o rico conteúdo cultural do Programa Festivo donde constavam os saborosos petiscos da típica cozinha tradicional mwani, com raízes nas cozinhas asiática, africana e europeia, que, uma vez degustados, jamais serão esquecidos.
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De recordar, a abundância de produtos de qualidade oferecidos pelas límpidas águas do Índico(Tabela abaixo) que permitem às afamadas cozinheiras Wamwani, a confeção de inesquecíveis aperitivos e de apetitosos pratos de peixe: Garoupa(Epinephelus spp) Peixe Papagaio (Callyodon guttatus) Pargo (Lutianus argentimaculatus) Peixe agulha (Hemiramphus far) Pescada bicuda (Sphyraena japonica) Xereu (Caranx sp.) Salmonete (Upeneus spp.) Peixe Serra (Scomberomorus commerson) Douradinha Mero Robalo
Enguia Ostras Makasa Inhamata Lula Caranguejo Lagosta Camarão Amêijoa Mexilhão
Por fim, foram postas em relevo as excepcionais paisagens naturais e humanas/culturais das Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado, que, como poderosos factores de atração turística, logo que criadas as infraestruturas necessárias para o efeito, poderiam fazer delas desenvolvidos e importantes destinos turísticos, contribuindo, decididamente, para a riqueza da região e de suas gentes.
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A informação divulgada, nesta breve abordagem, relativa aos anos de 1970 a 1973, mostra, não só uma administração pública- provincial, distrital e local- dinâmica e interativa, como também uma população cooperante com as autoridades locais, desejosas, no seu conjunto, de ultrapassar a decadência da ilha do Ibo e das demais do concelho. Com escassos meios 2 financeiros fizeram obra digna de registo .
Os caminhos corálicos do bairro rururbano da ilha do Ibo
População ajuda a construir de novos arruamentos. Foto de CB. 1970
2 - Sobre uma experiência de desenvolvimento comunitário levado a cabo pela população do bairro rururbano da ilha do Ibo, consultar Separata do Boletim da S.G.L, série 115, nºs 1-12, Jan.-Dez., de 1997, pp 157.
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Novo arruamento, electrificado. Foto de C.B. 1971
Termino, deixando, para recordação de todos aqueles que nasceram, viveram, visitaram e amam a histórica ilha do Ibo, três imagens do centro da Vila.
O centro da Vila do Ibo, com as suas duas amendoeiras
Os célebres três bancos, guardiães de tantos segredos!!!, protegidos pelas sombras das duas amendoeiras.
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As duas amendoeiras e as suas protectoras sombras. Fotos de C.B. 1971
Um abraço de amizade e de reconhecimento ao Jaime Gabão por estar sempre disponível para publicar as minhas Notas sobre as ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado. Também um agradecimento para todos leitores que tiverem paciência para as ler. Monte de Caparica- Almada, 15 de Março de 2012 Carlos Bento
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FIM
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