Revista Vera Cruz Viva Bem | edição 4 | maio 2017

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VERA CRUZ V

I

V

A

B

E

M

FUNDAÇÃO

ROBERTO ROCHA BRITO

REVISTA OFICIAL

SAÚDE

O atual cenário de captação e transplantes de órgãos no Brasil

ESPECIAL

O IDOSO DO SÉCULO XXI

Busca por qualidade de vida e conquistas do ponto de vista físico, social e afetivo

GASTRONOMIA PREMIADOS QUEIJOS ARTESANAIS PRODUZIDOS EM FAZENDA NO INTERIOR PAULISTA

EDIÇÃO 04 TRIMESTRAL MAIO 2017




sumário

MAIO 2017 Edição 04 | Trimestral

10 Novo Centro de

Oncologia Vera Cruz

06 08

EDITORIAL

por Dr. Paulo Sérgio l. Correa Silva

NOTÍCIAS FRRB Gestão em Saúde Curso PALS Palestra aborda infecção no trato urinário na mulher

NOTÍCIAS HVC

Apresentação das novas médicas HVC Reunião de Nutrição Parenteral Orientação aos pacientes com Estomias Comissão de ética médica recebe capacitação pelo CREMESP Dia Mundial do Rim

18

22 SAÚDE

TRANSPLANTES E CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS SAIBA O PANORAMA ATUAL E AS ETAPAS DO PROCESSO

24 SAÚDE

ALERGIA AO LEITE OU INTOLERÂNCIA À LACTOSE VAMOS ENTENDER ESSA HISTÓRIA?

QUALIDADE

A certificação ONA

Fotos: Arquivo FRRB / Reprodução

Homenagem ao Dr. Roberto Rocha Brito

10

04 | VERA CRUZ VIVA BEM


FUNDAÇÃO

ROBERTO ROCHA BRITO

CONSELHO CURADOR FRRB (2016 / 2018) Presidente – Gustavo Sérgio Carvalho; Secretário – Aloísio A. C. Leite Carvalhaes; Irmo Huberto Morelli; Marcos Miguel Morandi; José Fernando Gobbo; Marisa de Souza e Silva Morelli Girondo e Zulmiro José Furlan DIRETORIA EXECUTIVA FRRB (2016/2018)

30 O IDOSO DO SÉCULO XXI

BUSCA POR QUALIDADE DE VIDA E CONQUISTAS DO PONTO DE VISTA FÍSICO, SOCIAL E AFETIVO

38 FEBRE AMARELA

MITOS E VERDADES por Dr. Rogerio de Jesus Pedro médico infectologista no Hospital Vera Cruz

40

VIAGEM AO CÍRCULO POLAR ÁRTICO

por Dr. José Cláudio Teixeira Seabra médico de Cirurgia Torácica no Hospital Vera Cruz

GASTRONOMIA

FAZENDA ATALAIA. PREMIADOS QUEIJOS ARTESANAIS PRODUZIDOS NO INTERIOR PAULISTA

Foto: PP Nogueira

44

FORA DE PLANTÃO

50 DR. VERA CRUZ EXPLICA

O QUE É A DOENÇA DE ALZHEIMER?

Antonio Frederico Novais de Magalhães Presidente Silvio Gioppato Vice-Presidente Lourdes Josefina Ramirez Cogo Diretora Secretária Thiago Jair Vedovello Diretor Tesoureiro Celso Henrique de Oliveira Diretor Suplente

A Revista Vera Cruz Viva Bem é uma publicação trimestral da Fundação Roberto Rocha Brito em parceria com a Gracioli Editora CONSELHO EDITORIAL FRRB Divaldo Ferreira Queiroz Marisa de S. e S. Morelli Girondo Editor: Dr. Paulo Sérgio Lima Correa Silva Coordenação Editorial: Eliane Clude Pinheiro eliane.pinheiro@hospitalveracruz.com.br Matérias especiais: Cristiane Gracioli cris@gracioli.com.br Jornalista responsável: Raíssa Zogbi MTB/SP 82.459 Publicidade: Eduardo Gracioli eduardo@gracioli.com.br – 19.3201.5715 Projeto Gráfico: Editora Gracioli Tiragem impressa: 2 mil exemplares Tiragem virtual: 30 mil e-mails bancos GRACIOLI e FRRB FUNDAÇÃO ROBERTO ROCHA BRITO Av. Andrade Neves, 402 - Botafogo Campinas-SP - CEP: 13013-160 Fone.: (19) 3734-3196 / 3734-3349 frrb@hospitalveracruz.com.br


Editorial

A Dra. Fernanda faz uma importante revisão nos exames para idosos

Foto: Arquivo FRRB/Reprodução

Continuaremos nossa jornada respeitando o passado, em sintonia com os nossos novos parceiros, trabalhando para um futuro com crescimento, onde a meritocracia e o aperfeiçoamento técnico-científico farão um novo tempo de sucesso.

06 | VERA CRUZ VIVA BEM

EM SINTONIA

COM O FUTURO

N

esta 4ª edição da Re-

um grupo de médicos notáveis

vista Vera Cruz Viva

criou um plano de saúde “de mé-

Bem, contamos com

dico para médico” que, durante 50

a crescente colabora-

anos, praticou uma medicina de

ção do Corpo Clínico do Hospital:

excelência em Campinas, referência

viaje com o Dr. Claudio para ver a

no relacionamento ético médico-

Aurora Boreal na gelada Lapônia, a

-paciente, levando ao sucesso uma

Dra. Fernanda faz uma importante

geração de profissionais que aqui

revisão nos exames para idosos,

trabalharam.

o Dr. Frederico conta os segredos

Continuaremos nossa jornada res-

da doença da moda: a intolerância

peitando o passado, em sintonia

à lactose. E o Dr. Rogério de Jesus

com os nossos novos parceiros,

Pedro esclarece os mitos e verda-

trabalhando para um futuro com

des sobre a febre amarela.

crescimento, onde a meritocracia e

Apresentamos as novas gerentes

o aperfeiçoamento técnico-científico

do HVC, a inauguração do novo

farão um novo tempo de sucesso.

espaço destinado aos pacientes

Exemplo disso é a construção do

portadores de neoplasias, o Centro

Centro de Treinamento da Funda-

de Oncologia, uma importante ma-

ção, no ano em que comemora 30

téria sobre a captação de órgãos

anos de existência. Mas isso é tema

para transplante no Vera Cruz, e a

para a próxima edição...

reportagem mais gostosa da revista: o queijo! Esta edição marca o final de uma era de ouro deste Hospital, onde

Dr. Paulo Sérgio Lima C. Silva Editor



FRRB

Gestão em Saúde Curso é oferecido a médicos e profissionais do Hospital Vera Cruz

P

or iniciativa do Dr. André Deeke Sasse, ide-

alizador e palestrante do curso, a Fundação organizou o 1º Curso de Princípios de Economia e Avaliações de Tecnologia em Saúde.

Distribuído em 4 módulos, o curso foi direcionado aos profissionais da área de saúde, com o objetivo de proporcionar aos participantes o conhecimento mínimo necessário para

poderem avaliar criticamente a literatura médico-científica com conceitos de fármaco-economia.

Como explicou o Dr. André Sasse, o intuito não é formar profissionais especializados no assunto, mas sim, treiná-los

a ter um olhar crítico sobre produtos, procedimentos e processos, facilitando o entendimento da relação

custo-efetividade em cada uma das ações realizadas dentro do Hospital Vera Cruz.

Dessa forma, os profissionais participantes do curso, ao

pensarem em incluir uma nova tecnologia nos procedi-

mentos padrões já existentes na Instituição, terão noções mínimas de como criticar um artigo, conceitos básicos de economia e seu impacto orçamentário.

Esse curso vem de encontro à modernização do hospital e à atualização científica do Corpo Clínico, onde é essencial

que todos entendam o valor real de cada nova possível intervenção, colocando sempre o paciente em primeiro

lugar e, assim, poder incorporar racionalmente novas tecnologias, proporcionando saúde a custos acessíveis, e principalmente, manter a qualidade alinhada a resultados de excelência.

Um homem à frente de seu tempo.

ao Dr. Roberto Rocha Brito No dia 09/04/2017, o saudoso Dr. Roberto Rocha Brito completaria 100 anos de vida. Nossa homenagem ao Patrono desta Fundação, recordando a grande pessoa, médico e comandante que a todos inspirou e motivou com seus ensinamentos.

08 | VERA CRUZ VIVA BEM

Palestra aborda o tema sobre Infecção no Trato Urinário na Mulher

N

o dia 16/02/2017, a

nária na grávida e infecção renal, a

do HVC promoveu um

que existe de mais novo no diagnós-

equipe de Ginecologia evento voltado para dis-

cussão e atualização sobre infecção

do trato urinário na mulher. O programa contou com três professores com

grande experiência no assunto que abordaram temas como infecção

urinária de repetição, infecção uri-

chamada pielonefrite. Foi discutido o tico, tratamento e prevenção dessa

patologia que é tão frequente nas mulheres. Um espaço de atualização

e conhecimento, para que médicos

e profissionais da saúde do Hospital Vera Cruz e também da região pudessem se reciclar.

Fotos: Aquivo FRRB

HOMENAGEM


O Curso PALS

(Suporte Avançado de Vida em Pediatria) Fundação Roberto Rocha Brito passa a oferecer o curso para médicos e enfermeiros.

Hospital Vera Cruz, sempre na busca do melhor atendimento aos seus pacientes, mantém a Fundação Roberto Rocha Brito (FRRB) com o objetivo de viabilizar e organizar a educação continuada do Corpo Clínico, dessa forma realiza cursos, palestras e reuniões científicas, que ajudam a elevar o nível de conhecimento tão necessário e essencial na medicina. Uma das principais atuações da Fundação vem da parceria com a American Heart Association, entidade Americana sem fins lucrativos, responsável pela publicação científica das Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), que é a base dos protocolos de salvamento utilizados por profissionais

de saúde, empresas e hospitais em todo o mundo. O método dos treinamentos é baseado em simulação realística que, aplicado corretamente, melhora significativamente os índices de ressuscitação em decorrência das emergências cardiovasculares, como infartos e AVC. Em continuidade ao sucesso desse programa, que teve início em 2006, a fundação oferecerá o curso de Suporte Avançado de Vida em Pediatria, voltado aos médicos pediatras e enfermeiros que atuam no pronto-socorro e UTI. Com a implantação desse novo curso a FRRB passa a contemplar os principais cursos em parceria com a AHA. Esse e outros cursos poderão ser acessados no calendário de eventos da fundação através do site www.frrb.com.br.

No mês de agosto a Fundação terá duas novas datas para o curso PALS, 04 e 05 e 05 e 06 de agosto - inscreva-se pelo site www.frrb.com.br

PÓS-GRADUAÇÃO

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Notícias HVC

ONCOLOGIA VERA CRUZ NOVA UNIDADE AMPLIA E DIVERSIFICA OS ATENDIMENTOS ESPECIALIZADOS NO HOSPITAL

10 | VERA CRUZ VIVA BEM

O

s clientes do Hospital Vera Cruz contam com um novo espaço dedicado ao atendimento especializado para o tratamento do câncer. O novo endereço da instituição, inaugurado em abril, surge como referência regional no tratamento do paciente com câncer, e tem como desafio tornar-se referência nacional. “Por estar integrado aos serviços hospitalares da instituição, a Oncologia Vera Cruz complementa a oferta e reforça o posicionamento do Hospital Vera Cruz como polo de saúde e atendimento completo para nossos clientes e pacientes”, destaca Dr. Gustavo Carvalho, diretor-presidente do Hospital

Vera Cruz. Para tanto, a equipe altamente qualificada está sob a responsabilidade do médico oncologista Dr. André Deeke Sasse, que possui doutorado pela Clínica Médica na Unicamp, e conta ainda com os médicos oncologistas Dr. David Pinheiro, Dra. Vivian Castro Antunes de Vasconcelos e Dr. Vinicius Correa da Conceição. O lançamento marca o início do amplo projeto de investimentos da instituição dirigidos aos tratamentos de especialidades, e revela parte das ações estratégicas previstas no processo de ampliação de atendimentos do hospital, que hoje representa um dos mais importantes centros de saúde de Campinas e região metropolitana.


Dr. Gustavo Carvalho, diretor-presidente do Hospital Vera Cruz

Equipe de médicos da Oncologia Vera Cruz: Dr. David Pinheiro Cunha, Dr. André Deeke Sasse (responsável técnico), Dra. Vivian Castro Antunes de Vasconcelos e Dr. Vinicius Correa da Conceição.

“Vale destacar que a Oncologia Vera Cruz passa a oferecer aos seus pacientes uma estrutura completamente nova e preparada para as demandas do tratamento do câncer”, comenta o Dr. André Deeke Sasse, médico oncologista responsável técnico pela Oncologia Vera Cruz.

Fotos: Aquivo FRRB

A Unidade oferece estrutura ampla e confortável com capacidade para realizar aproximadamente trezentos atendimentos ao mês, foi preparada de acordo com as regras da vigilância sanitária e cumpre todas as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde para o tratamento quimioterápico. A Oncologia Vera Cruz nasce como referência regional no tratamento do paciente com câncer e tem como desafio se tornar referência nacional.

Cristina Oliveira, Rachel Bojikian, Elaine Carvalho, Beatriz Lima, Dr. Michal Sokolowski, Karla Trota, Elen Toffano, Jacqueline Trancozo, Claudia Tola e Michel Ramos.

ONCOLOGIA VERA CRUZ: Av. Dr. Jesuíno Marcondes Machado, 329 - Nova Campinas – Campinas/ SP. Telefone (19) 3751-3960. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 7h à 19h.

VERA CRUZ VIVA BEM | 11


Notícias HVC

Coquetel de lançamento Oncologia Vera Cruz Evento apresenta a nova estrutura de atendimento

P

ara apresentar oficialmente o espaço e as novas instalações preparadas especial-

mente para o tratamento do câncer, a Oncologia Vera Cruz

realizou, no último dia 10 de abril, um coquetel de lançamento para médicos, gerentes e coordenadores do hospital, além de toda a equipe que assumiu o trabalho a partir de 8 de maio. Na oportunidade, os presentes puderam conferir a estrutura e participar da solenidade de apresentação comandada pelo Dr. Gustavo Sérgio Carvalho, diretor-presidente do Hospital Vera Cruz e por Dr. André Deeke Sasse, responsável técnico da lharam os objetivos a serem conquistados com a inauguração do novo espaço de atendimento.

12 | VERA CRUZ VIVA BEM

Fotos: Aquivo FRRB

Oncologia Vera Cruz, que deta-


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Notícias HVC

APRESENTAÇÃO DAS NOVAS MÉDICAS

Dra. Eliana Lopes de Oliveira

NOVA GESTORA DO CENTRO CLÍNICO

Desafio – Implantar sistema de gestão dentro do Centro Clínico mantendo a qualidade e excelência, características do Hospital Vera Cruz. Objetivo – O nosso objetivo é melhorar cada vez mais a excelência e qualidade nos serviços prestados, com foco em gestão e melhoria de processos, atendendo a demanda dos convênios e da Vera Cruz Associação de Saúde. O que significa trabalhar no Hospital Vera Cruz - Sou médica e ter a oportunidade de trabalhar no Vera Cruz, que tem a qualidade no DNA da empresa, é um orgulho pois vem de encontro aos princípios e valores que tenho de formação. É um Hospital diferenciado em qualidade, que foi construído ao longo de anos, e isso não se encontra nos dias de hoje.

14 | VERA CRUZ VIVA BEM

Cruz - Viva Bem conversou com as novas gestoras sobre os desafios, os objetivos e o que significa, nesse momento, trabalhar no HVC. Sejam bem-vindas e sucesso nesse novo caminho.

Dra. Luciane Gottardo Nunes

GESTORA DO SETOR DE AUTORIZAÇÃO E AUDIT. DA VERA CRUZ ASSOCIAÇÃO DE SAÚDE

Este momento é especial para o Hospital Vera Cruz e para a Vera Cruz Associação de Saúde tendo em vista as novas parcerias construídas. Após dezoito anos de formada e nove anos na área de auditoria médica e gestão em saúde, ter a oportunidade de trabalhar em uma instituição de renome como a nossa é uma honra e um grande passo profissional. Assumir a gerência médica, de um plano de saúde com as características que o nosso plano possui, é um desafio enorme. É preciso atender às expectativas dos beneficiários e conciliar a autorização às suas solicitações e o respeito ao que a regulamentação determina, ao mesmo tempo em que é primordial fortalecer o relacionamento com a nossa rede de profissionais credenciados que trazem o nome e a qualidade na assistência médica, reconhecida por todos, mantendo o equilíbrio econômico-financeiro para que a prestação de serviços possa ser sustentável. Aproveito para agradecer o acolhimento que recebi e me colocar à disposição desta instituição para ajudar a construir o futuro.

Dra. Rita de Cássia Rodrigues PRONTO-SOCORRO

Desafio – Dar continuidade ao excelente trabalho iniciado na gestão do Dr. Michal Sokolowski, aprimorando processos multiprofissionais que envolvem o atendimento de urgência e emergência. Objetivo – Atender o paciente em até 1 hora da sua chegada ao serviço - e estender o tempo de permanência no setor ao mínimo possível com máxima resolutividade, através de condições de trabalho adequadas e agilidade dos processos envolvidos no atendimento, diagnóstico e tratamento. Proporcionar crescimento técnico-científico de todas as equipes, promovendo treinamento e atualização sobre as patologias mais frequentes - e também sobre eventuais epidemias e problemas de saúde pública que possam se apresentar em nossa região. Valorizar os bons profissionais e estimular não só o aprimoramento técnico, mas também o desenvolvimento das qualidades humanas envolvidas na prática médica e nas relações de trabalho. Trabalhar em harmonia com as demais equipes do hospital através de protocolos institucionais multidisciplinares, com foco na gestão de resultados assistenciais e na segurança do paciente. Trabalhar no Vera Cruz – Uma grande responsabilidade, um grande desafio, uma grande oportunidade de crescimento profissional e pessoal. Espero fazer jus à confiança depositada em mim, e contribuir para o crescimento da instituição em Campinas e região.

Fotos: Aquivo FRRB

O

Hospital Vera Cruz iniciou o ano com a contratação de três novas médicas que assumiram a gestão do Centro Clínico, Pronto Atendimento e Auditoria do Plano de Saúde. A revista Vera


Capacitação

CREMESP

o dia 09 de março, atendendo às normativas do CREMESP, foi realizada a Capacitação dos Membros da Comissão de Ética Médica do Hospital Vera Cruz. O evento foi organizado pelo Dr. Michal Bogdan Sokolowski, Delegado do CREMESP e pela Dra. Denise Barbosa, Conselheira responsável pelas Delegacias do interior de São Paulo. A apresentação trouxe orientações sobre a competência e a condução dos trabalhos da Comissão de Ética, especialmente na sua importância para a Instituição, que além de representar o Conselho Regional de Medicina

no Hospital, sendo o elo entre o Hospital, médicos e pacientes, tem papel fundamental na educação, orientação e estímulo ao cumprimento do Código de Ética Médica. Dado o interesse e preocupação com os médicos que atuam no hospital, participaram também o Diretor Clínico e Técnico, além do vice-Diretor Clínico e membros das Comissões de Revisão de Prontuários e Óbitos. O Hospital Vera Cruz continua trabalhando para que os médicos atuem dentro dos preceitos éticos, mantendo sua tradição de atender bem os pacientes.

Programa de Orientação

aos Pacientes com Estomias

O

Núcleo de assistência em estomaterapia do Hospital Vera Cruz (NAE), em parceria com a ConvaTec, implementou o programa de alta “ConVocê Me+”. Este programa contribui para a reabilitação do paciente com estomia, auxiliando na escolha do equipamento coletor que mais se adapta às suas necessidades, proporcionando conforto e segurança, mostrando que é possível ter uma vida normal em decorrência dessa condição. Aos pacientes do programa, é fornecido um kit, uma cartilha de orientação, o acompanhamento ambulatorial e a atenção domiciliar. O programa busca entender as necessida-

HOSPITAL VERA CRUZ E FRRB PARTICIPAM DE REUNIÃO COM OS

PRINCIPAIS ESPECIALISTAS DO BRASIL EM NUTRIÇÃO PARENTERAL encontro aconteceu na sede da BAXTER, São Paulo, através do Dr. Thiago des e ajudar o paciente nesse momento tão importante em sua vida. Em março foi realizado em parceria com a Fundação Roberto Rocha Brito, o 1º encontro dos pacientes com estomias do Hospital Vera Cruz, que teve o objetivo de integrar, trocar experiências e esclarecer todas as dúvidas entre os pacientes. O próximo encontro está previsto para o mês de outubro e todos os pacientes interessados poderão participar.

Vedovello (Terapia Intensiva / Nutrologia), como único representante do interior do Estado de São Paulo. O tema foi a discussão sobre a atual situação da Nutrição Parenteral no País e novas perspectivas e avanços!

Fotos: Aquivo FRRB

N

Integrantes da Comissão de Ética Médica do HVC

VERA CRUZ VIVA BEM | 15


Notícias HVC

II Jornada de Prevenção e Tratamento da Doença Renal Crônica.

N

a diretoria do Hospital Vera Cruz e importantes gestores de saúde como o secretário de Saúde de Campinas, Dr. Cármino Antonio de Souza, Dr. Arly de Lara Romeo, presidente da Real Beneficência Portuguesa e SANASA. Durante o evento houve homenagem ao Dr. Nyder Rodrigues Otero que chefiou o Departamento de Clínica Médica, e um dos primeiros médicos a ser

Para a Previna, ser uma referência em imunização não é um sonho, é um compromisso. Abraçamos os conceitos da inovação, da tecnologia e do acolhimento para fazer da vacinação uma experiência tranquila, segura e confiável. Não importa a idade: a Previna está sempre de braços abertos para receber pessoas de todas as faixas etárias. Afinal, bem-estar e saúde são importantes em todas as fases da vida!

NOUA-CRIATIVA

Dia Mundial do RIM

o dia de 9 de março em comemoração ao Dia Mundial do Rim - o Hospital Vera Cruz e a Fundação Roberto Rocha Brito realizaram a II Jornada de Prevenção e Tratamento da Doença Renal Crônica, com o apoio de diversos setores da sociedade civil, sob a idealização da Clínica Humanitas, Instituto do Rim e Hipertensão de Campinas. O evento contou com a presença de ilustres nomes da área de Nefrologia como da Diretora Clínica da Real Beneficência Portuguesa, Dra. Rita de Cassia Ferreira, e membros da comunidade nefrológica de Campinas e Região Metropolitana, também esteve presente


cia da água no surgimento da vida no planeta. Dr. Schor mostrou como é deficitária a distribuição de água no planeta e, principalmente no Brasil, com a questão da seca do nordeste que é gravíssima. Para o médico, “mudanças dependem das forças políticas para desmantelar o que considerou a indústria da seca”. A brilhante palestra reforçou a importância da água para os rins no manejo da água corporal, da hidratação adequada para combater as doenças como obesidade, cálculos renais, diabetes, hipertensão, doença renal crônica e, finalmente falou sobre a nefasta ingestão dos refrigerantes como fonte dessas mesmas doenças.

Foto: Aquivo FRRB

membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia da região de Campinas. Também foi homenageado, o Dr. José Marcelo Morelli com o título de Cidadão Campineiro pelos serviços prestados à comunidade em 20 anos de atuação. A Dra. Marina Pontello Cristelli do Hospital do Rim e Hipertensão abrilhantou o evento com sua apresentação, discorrendo sobre a importância

do transplante renal na vida de quase 600 pessoas da região metropolitana de Campinas, que foram realizados no Hospital do Rim - Fundação Osvaldo Ramos. O Secretário de Saúde, Dr. Cármino de Souza, ponderou sobre a necessidade de hospitais especializados e temáticos para a região, com grande potencial educativo pelas parcerias com as universidades, poder público e empreendedores privados, fato que pode modificar o IDH da região na próxima década. Sem dúvida o evento foi uma grande oportunidade de troca de conhecimento com a palestra do Dr. Nestor Schor, médico nefrologista, referência mundial na área, que fez uma explanação sobre a importân-


Qualidade

Da esquerda para a direita: Karin Poeck Repoles, Claudia Matias, Regiane de Camargo Braga e Damaris Ferreira Braga

O processo de Acreditação no Hospital Vera Cruz está em constante aperfeiçoamento e evolução, mas o que significa isso? Saiba mais na enquete que a Revista Vera CruzViva Bem realizou com alguns funcionários do Hospital. 18 | VERA CRUZ VIVA BEM

N

a década de 1990 surgiram as primeiras iniciativas de acreditação e em 1999 foi fundada a Organização Nacional de Acreditação - ONA. A acreditação é um processo voluntário, com avaliação externa e periódica baseada em padrões e requisitos definidos em manual específico. O serviço de saúde pode ser avaliado em 3 níveis: Nível 1 - Acreditado (Foco em Segurança) Nível 2 - Acreditado Pleno (Gestão Integrada) Nível 3 – Acreditado com Excelência (Excelência em Gestão)

O processo para Acreditação do Hospital Vera Cruz começou em 2014, com a escolha do IBES,

Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde, instituição acreditadora que realiza as avaliações. Naquele mesmo ano conquistamos a Acreditação Nível 1 e no fim de 2016 fomos Acreditados Nível 2. O processo de Acreditação promove aprendizado contínuo com foco em segurança e qualidade, fortalece a interação entre processos e as equipes na busca de soluções integradas e olhar sistêmico, gerando o fortalecimento da nossa marca e maior visibilidade do Hospital no mercado. Um hospital Acreditado agrega valor aos seus clientes, valorizando os seus profissionais. Essa iniciativa reafirma a missão do hospital e evidencia o engajamento de todos, sinalizando que estamos no caminho certo, cada um no seu papel, como parte fundamental dessa grande equipe Vera Cruz.

Foto: Aquivo FRRB

A CERTIFICAÇÃO ONA



ENQUETE “A ONA contribui no Departamento de Nutrição para uma melhor gestão de processos, nas práticas de segurança ao cliente, contribuindo para uma cultura voltada à qualidade e segurança dos pacientes. As melhorias notadas no Departamento de Nutrição e Dietética foram muitas, dentre elas, a implantação da triagem nutricional em todos os pacientes internados, criação do protocolo de jejum, protocolo de diária e dieta prescrita / infundida”. Cláudia Vasconcelos Pierozzi é nutricionista e coordenadora do setor de Nutrição e Dietética

“Com a Acreditação, o processo de trabalho ficou mais integrado. Foram implantados os bundles nas UTIs, pacote de medidas para prevenção das infecções, garantindo melhores resultados. Conseguimos trabalhar melhor com indicadores e gerenciar nossos dados. Hoje entendemos que os processos de qualidade e segurança do paciente contribuem para a excelência do serviço”. Maísa Rejane da Silva Camargo é enfermeira do setor de CCIH (Comissão de Controle da Infecção Hospitalar)

“A principal melhoria trazida pela certificação da ONA foi a padronização dos processos. Os manuais antigos eram extensos e de difícil compreensão, as informações basicamente ficavam “arquivadas” na cabeça de cada colaborador. Essa implantação também foi facilitada pelo uso do Interact, evoluindo os documentos para POP’s (Procedimento Operacional Padrão) e, DC’s (Documeto Complementar), facilitando a consulta e localização”. Michel Ramos é analista administrativo no setor Central de Internação

20 | VERA CRUZ VIVA BEM

“Sem dúvida nenhuma, a Acreditação contribui para o desenvolvimento e aprimoramento do profissional farmacêutico, pois nos estimula a buscar capacitação para desenvolver ações efetivas de qualidade, promovendo o uso seguro e racional dos medicamentos. A mudança de cultura e a integração entre as equipes e os departamentos, em prol da segurança dos pacientes, são as melhorias mais evidentes na acreditação”. Elenildo Nascimento Lobo é farmacêutico e coordenador do setor de Farmácia

Fotos: Aquivo FRRB

O QUE SIGNIFICA


Acompanho a evolução da tecnologia neste Hospital há 30 anos, com expansão dos atendimentos de urgência e emergência adulto e pediátrico, e também nas 4 UTIs (adulto, pediátrico, neonatal e cardiológica), dando ao paciente toda infraestrutura para o seu atendimento, promovendo qualidade e humanização nos serviços prestados. A ONA veio contemplar esses esforços efetuados pelo Hospital”. Silvia Regina de Godoy é técnica de enfermagem na Pediatria do Pronto-Socorro

“O processo de Acreditação da ONA exerce um papel fundamental na segurança da assistência de enfermagem subsidiando elementos que norteiam de forma qualitativa os nossos atendimentos. Hoje, já implantamos diversos processos de trabalho que afirmam e auxiliam nessa assistência direta e segura de nossos clientes”.

“A ONA influencia diretamente nos processos do CAD (Central Ativa de Documentos), de maneira muito positiva, apontando diretrizes, ideias e processos de melhorias a serem implantadas, visando melhorar e deixar nossos processos mais seguros para o hospital e para o paciente”.

Marcelo Venâncio é enfermeiro do setor de Ala de internação

Geniffer Araújo é analista administrativa no Setor de controle e arquivo de prontuários médicos.

A CERTIFICAÇÃO ONA “A ONA influenciou muito na administração dos meus controles de higienização, hoje consigo me organizar melhor nos treinamentos mensais, pois tenho todos os controles em planilhas arquivadas no computador. Assim fica muito mais fácil controlar todas as avaliações que acontecem no meu setor, higiene/hotelaria. Com essas avaliações, nosso setor tem crescido, sendo apontados os pontos positivos e negativos, facilitando a atuação de melhorias. A ONA veio para melhorar nossa instituição e aprimorar nossos conhecimentos”. Vilma Candido é encarregada do setor de Higiene/Hotelaria

“Entendo que a ONA tem por objetivo promover o desenvolvimento e a implementação de um processo contínuo, avaliação e certificação da qualidade dos serviços que são prestados aos nossos clientes. Com certeza influencia positivamente no meu trabalho, através da organização, planejamento, ajudando a ver o processo como um todo, além de ser gratificante trabalhar em uma instituição como o Hospital Vera Cruz, que se preocupa e investe para ter certificação plena em todos os níveis”. Adilson Wagner C. de Oliveira Júnior é enfermeiro no setor de Ambulatório de procedimentos

VERA CRUZ VIVA BEM | 21


Saúde

TRANSPLANTES E CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

O panorama atual e as etapas do processo

22 | VERA CRUZ VIVA BEM

sar na morte como transformação, como doação, como vida”, reforça o médico. O Dr. Sardinha ainda destaca que o caminho ideal passa pela humanização, que cuida do paciente, e também pelo cuidado com a família que tem seu ente internado: “é preciso perceber o ser humano”, afirma. A captação de órgãos envolve identificação e manutenção do potencial doador, protocolo de morte encefálica, abordagem de familiares quanto à opção de doação, sempre realizada com esclarecimento e entendimento pleno de todos os envolvidos, associados ao respeito, à segurança e à perfeição técnica, culminando com a captação propriamente dita que exige profissionais, ambiente e estruturas hospitalares capacitados. Depois de captados, os órgãos são direcionados pelo Sistema Nacional de Transplantes e, através do complexo transporte, chegam aos hospitais destinatários onde os pacientes receptores são imediatamente preparados em caráter de urgência, para o recebimento dos órgãos doados. E, para se obter o melhor resultado após a realização

Em nossa sociedade a morte é algo que nos é tirado. Porém, diante do inevitável, podemos pensar na morte como transformação, como doação, como vida. Dr. Luiz Antonio da C. Sardinha do transplante são necessários centros de excelência. No Brasil temos profissionais treinados e centros preparados, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Contudo, fica evidente a existência do déficit e da má distribuição regional de especialistas.

Fotos: Divulgação / Reprodução

A

quantidade de pessoas à espera de um novo órgão é grande, mesmo com o aumento do número de transplantes realizados. Ao todo, segundo dados do site brasil.gov.br/saúde, mais de 45 mil pacientes estão cadastrados na lista SUS à espera de uma doação. O rim é o órgão mais demandado, em seguida as córneas e o fígado ocupam a terceira posição. Diante de números que assustam é possível perceber a importância de conscientizar tanto as equipes de saúde quanto a população, de forma que todos compreendam todas as etapas do procedimento e também se discuta o valor da vida. Segundo o neurologista Dr. Luiz Antonio da Costa Sardinha, “o cenário atual no Brasil revela média entre 35% a 40% de recusa dos familiares, e apenas em torno de 25% de doadores de orgãos”. Segundo o especialista, “é fundamental a quebra de paradigmas” e a potencialização de informações corretas sobre todo o procedimento. “Em nossa sociedade a morte é algo que nos é tirado. Porém, diante do inevitável, podemos pen-


O Dr. Luiz Antonio da Costa Sardinha, coordenador da Organização de Procura de órgãos do H. C. da Unicamp

Equipe CIHDOTT do HVC: Dr. Thiago Vedovello - médico coordenador, Dr. Wagner Avelar, Enf. Coordenadora Lia Romero, Enf. Thayse Fonseca, Enf. Swamy Marconi, Enf. Luiza Rojic, Enf. Carolina Akemi

O PROCESSO DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS SE BASEIA NAS SEGUINTES ETAPAS:

35% a 40% 1 2 3 é a média no Brasil de recusa por parte dos familiares, e apenas em torno de 25% são doadores de órgãos.

Há grande lacuna em educação continuada, pois as políticas públicas optam por campanhas pontuais que não apresentam resultados estatísticos favoráveis. Em números absolutos, o Brasil atinge o 2º lugar no mundo em transplantes renais e hepáticos, porém, ao avaliarmos o número de transplantes realizados por habitante a situação torna-se bastante desfavorável. O tema não é atual no Brasil mas, pela falta de estímulos e orientação educacional, não foi absorvido culturalmente e, consequentemente, os resultados ficam aquém da sua potencialidade.

Diagnóstico de morte encefálica Autorização da família Entrevista familiar

O

4 5 6

Retirada de órgãos Transporte Recuperação Foto: Marcelo Reis Perillo Doar Órgãos

Hospital Vera Cruz foi presenteado na manhã de terça-feira (11 de abril) com a brilhante apresentação do Dr. Luiz Antonio da Costa Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do H.C. da Uni-

camp e conselheiro do CRM de São Paulo, sobre o tema Panorama Atual de Transplantes e Captação de Órgãos no Brasil. O encontro contou com a participação honrosa e a colaboração de especialistas do corpo clínico do Hospital Vera Cruz, entre eles Dr. José Claudio Seabra, Dr. Sandro Faria, Dr. Gustavo Calado e Dra. Anaísa Portes, além de membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTT .

VERA CRUZ VIVA BEM | 23


Saúde

ALERGIA AO LEITE OU INTOLERÂNCIA À LACTOSE? Vamos entender essa história por Dr. Antonio Frederico N. de Magalhães Departamento de Gastroenterologia e Endoscopia do HVC

ALERGIA AO LEITE DE VACA

A

lergia ao leite de vaca é

mente minutos após a ingestão da

disponíveis na rede pública de

a causa mais frequente

proteína do leite de vaca e são de-

saúde. Mesmo quando a alimen-

de alergia alimentar na

sencadeados por mecanismo não

tação é exclusivamente com leite

infância, com prevalên-

IgE duas horas após a ingestão. O

materno a criança pode manifestar

cia de 2% a 3% nos recém-nas-

diagnóstico é baseado na história

esses sintomas, já que as proteí-

cidos, sendo menor (0,5%) nos

clínica e na melhora dos sintomas

nas do leite de vaca ingeridos pela

bebês alimentados exclusivamente

com a suspensão do leite de vaca

mãe são naturalmente transferidas

com leite materno. O principal

e, confirmado, quando a reintrodu-

para o leite materno. A mãe deve,

alérgeno no leite de vaca é uma

ção de pequena quantidade de

então, evitar qualquer produto

proteína (caseína, lactalbumina e

leite ocasiona recidiva dos sinto-

lácteo. Leite de cabra e de outros

lactoglobulina) que desencadeia

mas (teste de provocação oral).

mamíferos também devem ser

a reação alérgica por mecanismos

Esse teste deve ser realizado pelo

evitados, porque suas proteínas

que envolvem IgE (os sintomas

pediatra em ambiente hospitalar.

são semelhantes às do leite de

predominantes são urticária e

Testes sanguíneos e cutâneos

vaca. Leite de soja também não

angioedema), e por mecanismos

podem auxiliar no diagnóstico ex-

é indicado. Mesmo quando a

que não envolvem essa imuno-

clusivamente nos casos de alergia

criança passa a utilizar refeições

globulina. Mais frequentemente

mediada por IgE.

pastosas e sólidas, os produtos

envolvem a pele (urticária) e o tubo

O tratamento consiste na substitui-

lácteos devem continuar excluídos

digestivo (vômitos, diarreia e sangue

ção do leite por fórmulas infantis

da dieta. Essa alergia diminui com

nas fezes). Os sintomas alérgicos

hidrolisadas ou por fórmulas de

a idade, em geral, desaparecendo

mediados por IgE aparecem geral-

aminoácidos (mais caras), porém,

após os cinco anos.

24 | VERA CRUZ VIVA BEM


SINTOMAS DA ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE

SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Urticária e vermelhidão na pele;

Dor no estômago e na barriga;

Coceira intensa;

Inchaço abdominal;

Dificuldade para respirar;

Excesso de gases intestinais;

Inchaço no rosto ou língua

Sensação de estufamento;

Vômitos e diarreia

Diarreia e vômitos CARACTERÍSTICAS DOS SINTOMAS

Surgem imediatamente, mesmo

Podem demorar mais de 30 mi-

quando ingerida pouca quan-

nutos para aparecer, sendo mais

tidade do alimento e os testes

graves quanto maior for a quanti-

feitos na pele são positivos.

dade de alimento ingerido, e os testes de alergia feitos na pele não apresentam alteração.

é uma reação de hipersensibilidade desencadeada por mecanismo imunológico à proteína do leite de vaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

são os sintomas desencadeados pela lactose (o açúcar do leite) em indivíduos que tenham deficiência de lactase. Portanto, não existe “alergia” à lactose”; existe “intolerância” à lactose.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE É ocasionada pela má

ser decomposta pelas

absorção do açúcar do

bactérias do intestino

leite, a lactose, um dis-

grosso.

sacarídeo formado pela

A lactase está presente

ligação da glicose com

em grande quantidade

galactose. Para que a

nos recém-nascidos e

lactose seja absorvida

diminui progressivamen-

pelo organismo é ne-

te com a idade. É uma

cessária a quebra desta

condição normal dos ma-

ligação, que é realizada

míferos a diminuição da

pela lactase, uma en-

absorção da lactose após

zima presente no topo

o desmame; é a denomi-

das microvilosidades das

nada deficiência primária

células intestinais. Com

de lactase.

a quebra, glicose e ga-

Há aproximadamente

lactose são facilmente

9.000 anos, quando as

absorvidas. Na ausência

populações da Europa e

dessa enzima, a lactose

do Mediterrâneo inicia-

não absorvida passa a

ram o período pastoril,

Fotos: Divulgação / Reprodução

ALERGIA AO LEITE

VERA CRUZ VIVA BEM | 25


Saúde

mutações genéticas permitiram a manutenção da atividade normal da lactase em adultos que, por seleção natural, passaram a tolerar a ingestão de leite rico em cálcio, vitamina D e proteínas. Já nas regiões com tradição agrícola e caçadora, a má absorção de lactose tem maior prevalência. Pesquisas realizadas em várias regiões do mundo mostram que nos negros e nos amarelos a má absorção de lactose tem prevalência de 70% a 100% e nos

4% a 8%

das crianças têm alguma alergia alimentar no Brasil. Entre os adultos são 2%.

má absorção da lactose foi de 50% nos caucasoides, 85% nos negros e 100% nos amarelos. No Nordeste o estudo envolveu indivíduos recrutados em hospital universitário, todos classificados como mestiços, onde a prevalência da má absorção de lactose foi 76%.

caucasoides (brancos) de 10% a 30%. As porcentagens se referem a resultados demonstrados por testes de tolerância à lactose e por outros exames indicativos da deficiência de lactase. Quando ingerem leite em pequena quantidade, a maioria dos indivíduos com deficiência de lactase não apresenta sintomas, ao contrário dos pacientes com distúrbios funcionais do aparelho digestivo, que manifestam frequentes sintomas. A prevalência da má absorção de lactose no Brasil foi investigada na UNICAMP pela Dra. Adriana Sevá Pereira, em sua tese de doutorado baseada em pesquisas na região Sudeste (1981) e em teses por

A deficiência de lactase pode ainda ser secundária nas seguintes situações: Ocasionada por lesões na mucosa intestinal provocadas por vírus, bactérias e parasitas. Como a lactase é uma enzima ligada

frouxamente nas microvilosidades do intestino, ela pode ser facilmente removida por qualquer agente agressor, refazendo sua plena

atividade em torno de um mês, após tratada e eliminada a agressão. E é por este motivo que recomenda-se evitar ingestão de leite

durante um mês, após uma intoxicação alimentar ou gastroenterite. Lesões da mucosa intestinal por radioterapia, doença celíaca e doença de Crohn.

Medicamentos que podem inibir a atividade dessa enzima: tetraciclina, antimicóticos, metotrexate e colchicina.

ela orientadas em populações do Nordeste (1989) e do Sul do País (1990). Os trabalhos demonstraram que na população adulta saudável do Sul e do Sudeste a

26 | VERA CRUZ VIVA BEM

Há ainda a deficiência congênita de lactase, que ocasiona diarreia intensa em recém-nascidos logo após a primeira mamada, mas esta felizmente é rara.


DIAGNÓSTICO O diagnóstico de intolerância à lactose é rea-

acético) e gases (hidrogênio, dióxido de carbo-

lizado na prática clínica, quando os sintomas

no, nitrogênio e metano), responsáveis pelo me-

(meteorismo, cólicas e diarreia) melhoram com

teorismo, cólicas e diarreia. Importante ressaltar

a eliminação da ingestão dos alimentos ricos

que esses sintomas não dependem apenas do

em lactose. O diagnóstico é confirmado, quan-

grau da deficiência de lactase ou da quantidade

do ocorre recidiva com a reintrodução desses

de lactose ingerida, mas também da “sensibilida-

mesmos alimentos, após período assintomático

de” individual. Nos pacientes com distúrbios fun-

de algumas semanas.

cionais do aparelho digestivo, como a Síndrome

Os sintomas são ocasionados pela decomposi-

do Intestino Irritável, os sintomas se manifestam

ção da lactose não absorvida pelas bactérias do

mesmo com ingestão de pequena quantidade

cólon, o que origina ácidos orgânicos (lático e

de alimento contendo lactose.


Saúde

Cerca de 25% a 40% da população mundial têm intolerância à lactose. Pesquisas realizadas em várias regiões do mundo mostram que nos negros e nos amarelos a má absorção de lactose tem prevalência de 70% a 100% e nos caucasoides (brancos) de 10% a 30%.

Foto: Divulgação

TESTES Os testes mais utilizados para

consiste na determinação do H2

diagnóstico são o teste de tolerân-

expirado por cromatografia gaso-

cia à lactose e o teste do hidrogê-

sa, antes da ingestão de 50g de

nio expirado.

lactose e após cada 10 minutos,

O teste de tolerância à lactose con-

durante duas horas. Aumento

siste na dosagem da glicemia an-

maior ou igual a 20ppm indica má

tes e após 30, 60 e 90 minutos da

absorção de lactose. Os 50g de

ingestão de 50g de lactose a 50%.

lactose utilizados nesses testes

Quando o aumento da glicemia é

correspondem à ingestão de 4

menor do que 20% em relação à

copos de leite.

glicemia de jejum, o diagnóstico é

Vários estudos demonstraram

má absorção de lactase. Nestes

correlação entre esses testes e a

casos, pacientes com intolerância

dosagem da lactase em biópsias

à lactose costumam apresentar có-

intestinais, mas tanto os testes

licas, aumento de gases e diarreia

como a dosagem através de bióp-

algumas horas após a ingestão da

sia podem apresentar resultados

solução de lactose.

falso/positivos e falso/negativos.

O teste do hidrogênio expirado

Em minha prática clínica, conside-

28 | VERA CRUZ VIVA BEM

Quando ingerem leite em pequena quantidade, a maioria dos indivíduos com deficiência de lactase não apresenta sintomas, ao contrário dos pacientes com distúrbios funcionais do aparelho digestivo, que manifestam frequentes sintomas. Dr. Antonio Frederico N. Magalhães Médico Gastroenterologista do Hospital Vera Cruz


Alimentos com Lactose Grupo1 – Maior teor de lactose (5% a 50%): • Leite de vaca, leite em pó, leite condensado, creme de leite, sorvetes à base de leite e queijo ricota.

Grupo 2 – Teor intermediário de lactose (2% a 3%): • Iogurte desnatado ou integral e coalhada caseira.

Grupo 3 – Menor teor de lactose (0,01% a 2%): • Queijo minas, muçarela, pra-

to, parmesão, catupiri, Yakult®.

ro que a observação dos sintomas com ou sem ingestão de lactose é o melhor teste diagnóstico. O único tratamento específico

para os pacientes com intolerân-

cia à lactose consiste em evitar

25% a 40%

os alimentos ricos em lactose.

da população mundial têm intolerância.

nhecer a porcentagem de lactose

É cada vez mais comum encon-

Para orientação é importante co-

contida nos diversos alimentos.

trar no mercado leite, coalhada,

- Leite materno: 7%.

lactose. Há ainda medicamentos

- Leite de vaca e de outros mamí-

contendo a enzima lactase, em

iogurtes e outros produtos sem produzidos por vários laboratórios

feros (incluindo o de cabra): 5%.

comprimidos, líquidos ou pó, facil-

- Coalhada, iogurte, queijo ricota

A ingestão desses produtos, junto

mente encontrados nas farmácias.

sorvetes feitos com leite: 3% a 4%.

com alimentos ricos em lactose

- Manteiga e queijos tipo catupiry, brie,

açúcar do leite, podendo promover

gouda, muçarela, prato, provolone e

a melhora dos sintomas em alguns

parmesão: não contêm lactose.

pacientes.

promovem a digestão parcial deste

Dr. Antonio Frederico Novais de Magalhães é médico gastroenterologista no HVC


CAPA

O Idoso do

Século XXI

Busca por qualidade de vida e conquistas do ponto de vista físico, social e afetivo

P

or definição, idoso é

facilmente participar das políticas

atividades físicas e intelectuais,

todo indivíduo acima

públicas existentes para essa faixa

controle adequado das patologias

de 60 anos em países

etária, como centros de lazer, de-

crônicas, como diabetes, hiper-

em desenvolvimento e

senvolvimento cultural, atividades

tensão, dislipidemias, assim como

acima de 65 anos em países do

físicas orientadas, e dos poucos

seu diagnóstico precoce. Abster-se

primeiro mundo.

serviços de saúde direcionados à

de vícios como tabagismo, uso de

Assim, precisamos avaliar as par-

promoção, prevenção e tratamento

drogas ilícitas e consumir bebidas

ticularidades das pessoas na faixa

médico e multidisciplinar. Buscam

alcoólicas com moderação.

etária dos 60, 70, 80 anos ou mais.

invariavelmente qualidade de vida,

É muito importante ter vida social

Os mais velhos, acima de 75 anos

e permanecem ativos do ponto

ativa, participar de atividades

pouco se beneficiaram das políti-

vista físico, social e afetivo.

de lazer, bom convívio familiar,

cas de promoção de saúde para 3ª idade, pois não haviam medidas efetivas no âmbito social, legislativo e saúde preventiva. Os recém-chegados à 3ª idade

Foto: Reprodução

por Dr. Carlos Eduardo Sampaio

Investir na saúde e no social

estar inserido em clubes, grupos sociais-religiosos, familiares etc. Essas boas práticas devem ser objetivo principal e permanente em

Seguramente a saúde é uma

todos os períodos da vida, sobre-

vislumbram um universo mais

conquista advinda de cuidados

tudo na Terceira Idade. Importante

favorável: mantêm-se ativos no

básicos constantes, que devem

destacar o papel do estado na

mercado de trabalho por mais

ser iniciados precocemente, ainda

promoção de políticas públicas de

tempo, muitos têm acesso a me-

na infância, e desenrolarem-se por

saneamento, educação, emprego

didas de promoção de saúde e

todas as fases da vida: alimenta-

digno, segurança, saúde, e previ-

bem-estar social e podem mais

ção adequada, prática rotineira de

dência decente.

30 | VERA CRUZ VIVA BEM


VERA CRUZ VIVA BEM | 31


CAPA OS PRINCIPAIS INIMIGOS Várias são as situações que trazem risco ao idoso - Falta de serviços geriátricos e de uma política pública condizente com as muitas necessidades desta população; - Dificuldades de acesso à saúde, saneamento e cultura; - Abandono familiar; Isolamento social, desnutrição, osteosarcopenia, quedas. - Fragilidades impostas por doenças crônico-degenerativas, quer pelos riscos e agravos inerentes às mesmas, quer pela falta de tratamento adequado como, por exemplo, Alzheimer, mal de Parkinson, fases finais de cardiopatias ou pneumopatias, tão comuns nessa faixa etária;


Os pacientes idosos, frágeis pelas

que atingiram sua fase de termi-

mais diversas moléstias, portado-

nalidade. Quando não se pode

res de patologias incapacitantes

mais curar, muito ainda há por ser

e terminais, fazem parte de uma

feito do ponto de vista do controle

triste realidade em todos os paí-

de sintomas, como dor, dispneia,

ses, porém, assume uma drama-

vômitos, depressão ou ansiedade.

ticidade nos países pobres, com

Os cuidados paliativos, surgem

políticas de saúde e sociais pouco

como uma grande ferramenta ca-

efetivas. A dependência pode

paz de trazer dignidade, atenção,

advir de uma série de patologias,

conforto e amor, dignificando a

como o câncer, doenças dege-

existência do paciente e seus

nerativas, e patologias crônicas

familiares.

Foto: Reprodução

A importância da família e dos cuidados paliativos


CAPA O melhor momento de procurar um especialista A promoção da saúde deve ser feita em todas as fases da vida. A partir dos 50 anos, devemos estar muito atentos em relação à prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e controle de doenças globais que vão impactar negativamente no seu envelhecimento. Depois dos 60 anos, a atuação do geriatra é determinante, devido às particularidades do processo de envelhecimento e do comportamento das mais variadas doenças, fazendo o diagnóstico e conduzindo o tratamento, sempre pautado pelas mudanças fisiológicas inerentes a essa população.

24 milhões 77% estão preocupados em cuidar da saúde (QualiBest)

21% dos consumidores ativos de produtos no País (Data Popular)

de pessoas formam atualmente a população de idosos - acima de 61 anos - no Brasil. Em 2030 serão 48 milhões segundo o IBGE. 86,3% possuem renda fixa (IBGE)

46% têm atividades de lazer com mais frequência do que quando eram mais jovens (SPC)

HOSPITAL AMIGO DO IDOSO

O Vera Cruz é o primeiro hospital da RMC a obter o selo inicial do Programa São Paulo Amigo do Idoso, que propõe ações voltadas à proteção, educação, saúde e participação da população idosa do estado. O objetivo é estimular os municípios, entidades públicas e a sociedade civil a implantarem ações para o bem-estar da população idosa, que a cada dia é maior, bem como benefícios a seus familiares.

34 | VERA CRUZ VIVA BEM

Movimentam cerca de R$ 400 bilhões anualmente (Data Popular)

Os atuais pertencentes à Melhor Idade buscam aproveitar o melhor da vida, se dedicando a novas atividades, retornando para as escolas, investindo em lazer e até mesmo, abdicando da aposentadoria e retornando ao mercado de trabalho.


Foto: Divulgação

Saúde financeira por FOKUS

81,2 anos

será a expectativa de vida dos brasileiros em 2050 de acordo com a ONU. Atualmente é de 74,9 anos

Recomendações para viver mais e melhor Envelhecer bem, não é somente tomar remédios e vitaminas. Necessita de práticas saudáveis com especial atenção à alimentação, que deve ser adequada em quantidade e qualidade, práticas regulares de atividades físicas durante toda a vida, abstenção de vícios como cigarro e uso de bebidas alcoólicas com moderação. Deve ter atividades intelectuais diárias, como hábito da leitura, consultas médicas regulares, realizar diagnósticos precoces com bom controle de suas doenças crônicas, das doenças cognitivas e afetivo-comportamentais. É importante ter acesso ao lazer e descanso, estímulo e desenvolvimento da espiritualização, inserção social, convívio e proteção familiar e aceitar o envelhe-

Profissionais da saúde: pessoa física ou jurídica?

O

sistema tributário brasileiro é complexo e a forma de incidência de impostos para a área da saúde não é diferente. Por isso, é importante que os prestadores de serviços dessa área conheçam todas as formas de tributação incidentes sobre suas atividades. Seja como profissional autônomo ou por meio de registro de pessoa jurídica, é fundamental o entendimento do processo tributário para que o profissional se mantenha alinhado com suas obrigações e deveres fiscais, de forma a garantir que não haja erros, para mais ou para menos, na apuração da tributação. Como autônomo, o prestador de serviço médico tem sua receita tributada pelo Imposto de Renda e seu trabalho sofre incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Já por intermédio da pessoa jurídica, incidem sobre a receita outros tipos de impostos. Logo, deverá ser avaliada, caso a caso, qual a melhor forma de estrutura societária a ser assumida, assim como qual o melhor regime contábil (lucro presumido, real ou simples) a ser adotado, uma vez que tais fatores podem resultar na existência de benefícios fiscais e redução no pagamento de impostos, garantidos por lei, à área da saúde. Portanto, para a tomada da melhor decisão, devem ser analisadas as atividades médicas desenvolvidas pelo profissional, e avaliados todos os ângulos dos direitos e benefícios tributários possíveis. Dessa forma, a atuação de uma assessoria tributária especializada, pode garantir a segurança na busca e na escolha do melhor enquadramento fiscal para as atividades da área da saúde.

cimento como uma fase natural da vida.

A FOKUS propõe soluções financeiras e tributárias eficientes para profissionais e empreendedores na área da saúde com a máxima segurança e credibilidade.

Dr. Carlos Eduardo Sampaio é médico Geriatra e Gerontólogo no HVC.

R. Emílio Ribas, 1058, Cambuí - Campinas/SP Telefone: (19) 3252 6066 (19) 98127.3797 contato@fokusconsultoria.com - www.fokusconsultoria.com

VERA CRUZ VIVA BEM | 35


CAPA

EXAMES DE ROTINA NA CONSULTA DO IDOSO

O que solicitar? por Dra. Maria Fernanda Bottino Roma médica Geriatra no HVC

A

Foto: Divulgação

promoção da saúde deve ser entendida como ações de prevenção, controle e reabilitação de doenças e condições de saúde resultando em redução de morbidade e mortalidade com qualidade de vida. A idade isoladamente não deve ser parâmetro para definir intervenções, pois o processo de envelhecimento é heterogêneo (carga genética, hábitos e vícios, controle de multimorbidades). CONSULTA DE “CHECK-UP” Nos últimos anos vimos o crescimento de unidades de check-up nos grandes centros, sempre baseadas na execução de inúmeros exames complementares. Mas será que essa é a essência de uma consulta de check-up? Será que realizando exames complementares garantimos a promoção da saúde e o envelhecimento bem-sucedido? A resposta é NÃO. A consulta de promoção da saúde deve ir muito além da execução de exames. Ela deve ser baseada em história clínica detalhada, exame físico cuidadoso para direcionamento de solicitação de exames complementares. A função do exame complementar é confirmar ou afastar nossas hipóteses diagnósticas. Não se deve partir de um resultado de exame para então buscar o diagnóstico. Parte fundamental, se não a mais importante, em uma consulta de check-up, é o aconselhamento: orientações que possam ter impacto positivo na saúde do paciente.

36 | VERA CRUZ VIVA BEM

Prevenção Primária

São medidas que evitam o aparecimento das doenças:

Orientação de dieta saudável, combate à obesidade; prática de atividade física; cessação de tabagismo e etilismo; e vacinação. DIETA: CADA VEZ MAIS FORTES AS EVIDÊNCIAS A FAVOR DE UMA DIETA EQUILIBRADA. Trabalhos mostram que a dieta do mediterrâneo, caracterizada pela riqueza do consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes, leite e derivados (iogurte, queijos), vinho, azeite de oliva, tem impacto positivo na saúde e é um importante fator de proteção contra doença neurodegenerativa como o Alzheimer. ATIVIDADE FÍSICA: FUNDAMENTAL NA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL. Sempre soubemos dos benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares, controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade, fundamental no tratamento de transtornos de humor como depressão e ansiedade. Pesquisas recentes mostram também efeito positivo em melhora cognitiva, proteção em algumas neoplasias e importante fator para ganho de força muscular e melhora de marcha, equilíbrio e prevenção de quedas. RECOMENDAÇÃO: Aeróbia (caminhada, natação, corrida, dança, hidroginástica): 30 minutos por dia (contínuo ou em séries de 10 min), 5 vezes na semana, intensidade moderada. Resistida (musculação, pilates): 2 a 3 vezes na semana em dias não consecutivos. Flexibilidade: 10 minutos ao dia. Equilíbrio. O ideal é a combinação de todos os tipos de atividades físicas. A VACINAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA A SAÚDE DO IDOSO. A CADERNETA DEVE ESTAR EM DIA.

VACINA

INCIDÊNCIA

RECOMENDAÇÃO

TÉTANO

60% dos casos são acima de 60 anos

GRIPE

reduz incidência, internação hospitalar por pneumonia e morte

vacinação anual

PNEUMOCOCO

Forte evidência de que a vacinação reduz risco de doença grave

2 doses / intervalo 5 anos

ZOSTER

reduz incidência de zoster e nevralgia pós-herpética

1 dose acima de 60 anos

a cada 10 anos


Prevenção Secundária São medidas para diagnóstico precoce de doenças assintomáticas (rastreio de câncer, de alterações visuais e auditivas, osteoporose, hipertensão arterial, aneurisma de aorta abdominal entre outros)

1. Rastreamento de neoplasias

CÂNCER DE MAMA: Realização de mamografia anual ou a cada 2 anos. Devemos realizar entre 50 e 75 anos. Vários grupos não explicitam quando parar. A recomendação atual é manter o rastreamento até expectativa de vida menor que 5 anos. Estudo recente publicado em outubro de 2016 apontou que talvez o rastreamento resulte no aumento do número de diagnóstico de tumores pequenos e de crescimento lento (overdiagnosis) sem apresentar impacto na mortalidade. Esse estudo percebeu que tumores agressivos aparecem inter-rastreio. A recomendação ainda permanece de rastreio, porém precisamos de novos trabalhos para comprovar o seu real benefício. CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: A coleta do papanicolau deve ser realizada a cada 3 anos até os 65 anos.

Se aos 65 anos a mulher realizou o seguimento e todos os exames vieram normais nos últimos 10 anos, devemos então interromper a realização do exame. CÂNCER DO INTESTINO: Os trabalhos mostram que o impacto do rastreamento em mortalidade é muito grande. Realizar endoscopia dos 50 até os 75 anos, entre 75 e 85 anos devemos individualizar cada caso pela expectativa de vida. Não se deve fazer exame nas pessoas acima de 85 anos. exames possíveis: - pesquisa de sangue nas fezes => 3 amostras todos os anos => reduziu em 32% a mortalidade OU - retossigmoidoscopia a cada 5 anos => reduziu a mortalidade em 27% OU - colonoscopia a cada 10 anos => reduziu a mortalidade em 68%. CÂNCER DE PRÓSTATA: O indicado é orientar a realização do rastreamento com toque retal e exame de sangue (PSA), porém, trabalhos evidenciaram que o rastreamento do câncer de próstata não é efetivo. Percebemos que diagnosticamos câncer

de próstata de crescimento muito lento que provavelmente não se manifestariam durante a vida do paciente. Os trabalhos mostraram que este rastreamento não tem impacto em mortalidade e tem um efeito muito negativo na vida do paciente, pois esse passa a sofrer com o diagnóstico e, muitas vezes, é submetido a procedimentos invasivos desnecessariamente com risco de complicações. CÂNCER DE PULMÃO: Alguns trabalhos mostraram que, a realização de tomografia de tórax de alta resolução e de baixa dosagem em pacientes com história de grande carga de tabagismo, tem impacto na mortalidade. Nos EUA esse exame é recomendado anualmente para esses pacientes entre os 55 e 85 anos. No Brasil ainda não existe essa recomendação pois, não temos esse exame disponível para toda a população, além de haver muitos falsos positivos, já que no nosso País temos sequelas de tuberculose e exposição à poluição.

Outros cânceres como ovário, tireoide, pâncreas – não devemos fazer exame de rotina para rastreamento.

2. Rastreamento de outras patologias ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL: a recomendação é realizar 1 exame de US de abdome em homens tabagistas com idade entre 65 e 75 anos. Outros grupos (mulheres, homens não tabagistas) não devem fazer exames.

OSTEOPOROSE: deve-se realizar o exame de densitometria óssea em mulheres acima dos 65 anos a cada 2 anos. Em homens ainda não temos evidência de quando realizar. As evidências atuais reforçam a importância do seguimento clínico adequado, da realização de exames complementares selecionados e direcionados pela avaliação clínica do médico. Não temos dúvida que o componente mais importante em uma consulta de rotina deve ser a recomendação de hábitos saudáveis e mudança de estilo de vida.

VERA CRUZ VIVA BEM | 37


Saúde

Mitos e Verdades

FEBRE AMARELA por Dr. Rogério de Jesus Pedro

Quem já teve febre amarela está imune.

Apenas as pessoas que viajam para áreas de risco devem ser vacinadas.

Do ponto de vista didático a distribuição geográfica da FA é a seguinte: Áreas Enzoóticas onde ocorre continuamente o ciclo de transmissão; Áreas Indemes onde a transmissão não ocorre, e áreas de transição ou Epizoóticas onde pode

Verdade. A doença, nas formas

ocorrer, eventualmente, a transmissão.

formas graves, assim como a vaci-

e Epizoóticas devem ser vacinados bem como

leves, e nos que sobreviveram às na, dá imunidade para a vida toda.

Todos os que moram nas regiões Enzoóticas aqueles que adentram essas regiões nas suas atividades de trabalho ou lazer. Em Campinas e região na área rural está ocorrendo uma epi-

Dr. Rogerio de Jesus Pedro é médico infectologista no Hospital Vera Cruz

zootia, então os moradores dessas áreas, e os que para lá se dirigem, precisam ser vacinados. Também devem ser vacinados, viajantes internacionais que se dirigem a essas regiões, obedecendo critérios estabelecidos pela OMS.

38 | VERA CRUZ VIVA BEM


Se o mosquito picar uma pessoa infectada com febre amarela ele transmite para outras pessoas.

Eu me protejo contra a febre amarela com uso de repelente.

tal a vigilância epidemiológica

as áreas expostas também são úteis.

Verdade. Portanto, é fundamendos casos, para que impeçamos

a transmissão urbana de febre amarela, que não ocorre em nosso País desde 1940.

Verdade. É útil se utilizado de acor-

do com as normas do fabricante, em geral aplicados nas regiões expostas a cada 2h. Vestimentas que cubram Como nem todos podem ser vacinados (gestantes e imunossuprimidos por exemplo), esses procedimentos também protegem.

Febre amarela

pode matar.

Verdade. A Saúde Pública notifica os casos graves, e estes têm alta

mortalidade, de 30 a 40%. A maioria dos casos de febre amarela não são graves e, portanto, não são notificados. Na prática o problema é ainda maior.

Ele não tem culpa!

A Vacina protege para sempre.

O macaco transmite a febre amarela para os humanos.

Verdade. A OMS diz

da febre amarela: macaco doente - mosquitos

to, quem tomou 1 vez a

que a vacina protege

É Mito. Os macacos participam do ciclo silvestre

para a vida toda. Portan-

do gênero Haemagogus ou Sabethes que vivem

vacina deve estar imuni-

na copa das árvores - macaco sadio. Quando adoecem ou morrem indicam que a doença está ocorrendo naquele ambiente. Portanto, são sentinelas que nos ajudam a perceber a doença. A FA é doença transmitida pelo vetor mosquito ao picar os humanos transmitindo o vírus. Isso ocorre quando os humanos adentram as áreas de risco.

zado com 95% de proteção. O Brasil até recentemente, recomendava outra dose após 10 anos para considerar o indivíduo imune. A partir de 05/04/2017 admite que 1 dose só é suficiente.

VERA CRUZ VIVA BEM | 39


Fora de Plantão Viagem ao

Círculo Polar Ártico por Dr. José Cláudio T. Seabra

D

médico da Cirurgia Torácica no HVC

A Catedral de Pedra com teto de vidro e uma grande cúpula de cobre.

efinimos essa via-

1917. Sua capital é Helsinki com

municipal. Veja a semelhança com

gem com a intenção

600.000 moradores. Achei muito

lojas e restaurantes, nos aquece-

de conhecer a região

frio, chegamos com -2°C.

mos com uma deliciosa sopa de

gelada do círculo po-

Parte da Finlândia compõe uma

salmão. Saindo do porto fomos em

lar ártico para tentar ver a aurora

grande região chamada Lapônia

um passeio de ferry – boat para a

boreal, fenômeno natural que

que abrange o território de outros 3

Fortaleza Suomenlinna, que fica

ocorre nos polos da Terra, que se

países: Rússia , Suécia e Noruega,

num conjunto de 6 ilhas que guar-

caracteriza por luzes coloridas no

com parte do seu território acima

da a entrada da cidade. Foi cons-

céu, causadas pela interação de

do Círculo Polar Ártico onde as

truída pelos suecos em defesa da

partículas solares (vento solar), jun-

temperaturas chegam aos 15°C

cidade na guerra contra a Rússia.

to à camada magnética da Terra.

no verão e a 45°C negativos no

Nos meses de inverno a Aurora Bo-

inverno.

real tem maior incidência e beleza.

Inicialmente conhecemos Helsinki,

O nome vem da deusa romana do

chamada, “Cidade Branca do Nor-

central da Finlândia, fomos para

amanhecer, “Aurora” e, é também

te” em referência às construções

a cidade de Rovaniemi, capital

chamada nessa região de Luzes

neoclássicas claras feitas pelos

da Lapônia Finlandesa. Visitamos

do Norte (Northern Lights).

russos, como a sua Catedral. Pos-

o museu Arktikum. Prédio bonito,

Partimos com destino à Finlândia,

sui também várias construções fu-

moderno, voltado em direção ao

país de 5.500.00 habitantes que foi

turistas como a Catedral de Pedra

norte e que reúne excelente acervo

parte da Suécia do século 12 ao

com teto de vidro e uma grande

sobre a região e o Ártico: fauna,

19 e de 1809 a 1917, um território

cúpula de cobre.

flora, fenômenos naturais e sobre

autônomo da Rússia que teve

O mercado junto ao porto lembra

a etnia Sami, povo indígena natural

sua independência declarada em

a construção do nosso mercado

da Lapônia, que se espalha por to-

40 | VERA CRUZ VIVA BEM

SUBINDO RUMO AO NORTE

De avião, com destino à região


O museu Arktikum

A cidade de Rovaniemi

O “gelado” passeio no navio quebra gelo

O mercado junto ao Porto

região. Esse povo foi perseguido e

PASSEIO EM

apesar da roupa especial e do

NAVIO QUEBRA GELO

capacete. Passeamos sobre o Rio

Seguimos em viagem de ônibus,

Kemijoki, que margeia a cidade e

hoje em sua maioria fazendeiros e

em direção sul, até a cidade por-

estava completamente congela-

os únicos autorizados à criação e

tuária de Kemi, debaixo de muita

do. Percorremos cerca de 40 km

comércio de renas e seus produ-

neve. Embarcamos em um navio

para visitarmos uma criação dos

tos. Rovaniemi foi quase totalmen-

quebra-gelo de nome SAMPO, que

cães husky que puxam trenós e

te destruída por bombardeios na-

na mitologia finlandesa significa:

participam de eventos de corrida

zistas na segunda guerra mundial.

máquina ou engenho mágico,

de até 1.200 km. Pescamos nesse

Achamos aqui a temperatura “um

que traz prosperidade e/ou sorte.

rio, depois de abrir orifícios em

pouco melhor”: média de -12°C.

Navegamos no Golfo de Bótnia e

sua camada congelada com uma

A decoração da cidade, desde o

com roupas isolantes flutuamos no

perfuratriz que parece um enorme

aeroporto é voltada para o Natal,

canal aberto no gelo pelo navio.

saca rolhas. Nessa noite, às 23

desalojado de suas terras, sendo

fica onde passa a linha do círculo polar ártico, e nesse local, distante 3 km do centro da cidade está a linda vila de Santa Claus, nosso Papai Noel.

horas, fomos fazer um piquenique MOTO DE NEVE

na floresta em um parque afastado

E CRIAÇÃO DE HUSKY

da cidade com direito a “churrasco

De volta a Rovaniemi, esse foi

finlandês” para tentar ver a Aurora

o dia que sentimos o maior frio,

Boreal....e nada.

Fotos:Arquivo pessoal

dos os países que compõem essa

VERA CRUZ VIVA BEM | 41


Fora de Plantão

CASA DO PAPAI NOEL

Polar: Saariselka onde passamos

e SAARISELKA

a noite mais fria da viagem -31° C,

Seguimos viagem na direção norte

mas com o céu limpo, o que nos

e a poucos quilômetros da cidade,

permitiu ver a Aurora Boreal pela

passamos pela linha do Círculo

primeira vez. Fizemos um passeio

Polar Ártico, onde se encontra a

em trenó puxado por renas e

Aldeia do Papai Noel. O mesmo,

pernoitamos em chalés imitando

em pessoa nos recebe. Tem sua

iglus feitos de aço e vidro, para

fábrica de presentes e responde

que você deitado em sua cama,

as cartas enviadas por crianças

possa ver o céu e com sorte, a

do mundo todo. Vimos as cartas

Aurora Boreal.

mais longas enviadas, que estão em exposição junto ao correio local. Chegamos à principal cidade finlandesa acima do Círculo

42 | VERA CRUZ VIVA BEM

ÚLTIMA PARADA

KIRKENES - NORUEGA

Seguindo mais ao norte, atraves-

A famosa e bela Aurora Boreal

samos a fronteira com a Noruega e na divisa com a Rússia chegamos a Kirkenes , cidade com 4.000 habitantes conhecida como a capital do mar de Barents. É a cidade mais ao norte da Noruega, situada no último dos fiordes, braços de mar que adentram o continente por


entre as montanhas. Conhecemos o Snowhotel, um hotel feito de gelo, todo decorado por artistas que esculpem em neve, com 20 quartos e que todo ano é construído no inverno e derrete no início do verão. Participamos também de um safari, em trenós sobre o fiorde

congelado, onde presenciamos a pesca do caranguejo real, que pode chegar a até 2 metros, com as patas estendidas, e 15 quilos. Após a pesca, o almoço delicioso. Na última noite da viagem, junto ao porto, conseguimos mais uma vez presenciar a Aurora Boreal, que

Pernoite em chalé que imita iglu

dançava e se modificava a cada instante, por duas horas. Assim completamos mais esse incrível passeio com muita aprendizagem, neve e frio.

“Aquele que retorna de uma viagem, não é o mesmo que partiu”.

Fotos:Arquivo pessoal

Passeio sobre o Rio Kemijoki

Piquenique na floresta com o “churrasco finlandês”


Especial

Queijos artesanais da

FAZENDA ATALAIA

44 | VERA CRUZ VIVA BEM


Descubra o sabor premiado do interior paulista

C

onheça a história de sucesso do casal Paulo Rezende e Rosana e sua produção premiada de queijos artesanais na centenária Fazenda Atalaia, em Amparo, no interior paulista, antiga produtora de café e atualmente um dos endereços mais importantes do queijo artesanal

do país. Quem conta os detalhes é o próprio Paulo que, gentilmente, atendeu ao pedido da revista Vera Cruz Viva Bem e revelou sua bem sucedida trajetória de produtor de queijo. Texto: Paulo Rezende e Fotos: PP Nogueira

VERA CRUZ VIVA BEM | 45


Especial

A história

A Fazenda Atalaia foi fundada pelo Coronel Pedro Penteado em 1872 acompanhando o desenvolvimento da cafeicultura paulista. Situada em Amparo/SP, toda sua estrutura de terreiros, tulha, colônia e sede foram erguidos para atenderem às necessidades desta cultura. Meu avô, o Sr. Caram José Matta, imigrante libanês, desembarcou no Brasil em 1908, já casado com Zakie João Matta, adquiriu a propriedade em 1939. Meus avós criaram quatro filhos e minha mãe, Clarice Matta, foi a única a deixar a cidade. Professora da rede estadual, lecionou em algumas cidades do interior do Estado até se casar na cidade de Santo André, onde nasci e passei o começo da minha infância. Depois nos mudamos para São Paulo onde fiquei até ir para a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) onde fiz agronomia. A Atalaia sempre foi o endereço das férias e sempre sonhei em morar na fazenda e viver dela. O tempo se encarregou de diversas coincidências e com a partilha da propriedade temos a fazenda com 42 alqueires de terras incluídas as benfeitorias da época do café com seus muros de pedras e paredes de taipas intactos, e agora com mais de 140 anos.

O encontro com Rosana: café ou queijo?

Me formei em 1987 e, após uma passagem rápida pela Secretaria do Meio Ambiente, fui trabalhar em Unaí, noroeste mineiro, onde 46 | VERA CRUZ VIVA BEM

O casal Paulo José e Rosana de Rezende com alguns dos queijos artesanais produzidos na Fazenda Atalaia.

conheci a Rosana, mineira, trabalhadeira e com uma habilidade culinária ímpar. Seis anos de trabalho por lá e cinco de namoro, foram suficientes para decidirmos nos casar, largar dos empregos e tentar realizar o sonho de viver e criar família na Atalaia. Em 1995 estávamos morando no meu sonho, que rapidamente passou a ser nosso, me dediquei à cafeicultura, agora com tecnologia moderna e usando as mesma áreas abertas pelos escravos e posteriormente por colonos europeus há mais de um século. O terreiro e a Tulha eram exatamente os mesmos. Por, praticamente, dez anos formamos uma bela plantação de café, que enfeitava as montanhas da Atalaia e exalava um aroma único durante a colheita. Paralelamente a essa atividade, produzíamos um pouco de leite. O fato é que, mais uma vez, a cafeicultura nos levou a dificuldades financeiras, que nos obrigou a mudar o foco. Com dois filhos, minha mulher passou a produzir queijos

Todas as minhas férias passei na Atalaia, e sempre sonhei em um dia morar na fazenda e viver dela. O tempo se encarregou de diversas coincidências que acabaram deixando, após a partilha da propriedade, 42 alqueires de terras para minha mãe Paulo José, administrador da Fazenda Atalaia. frescos na cozinha de casa. A Rosana vendia na cidade oferecendo às pessoas conhecidas. Com o café em baixa chega a vez do leite e do queijo e uma produção que atendia supermercados de Amparo com Queijos Frescal, Padrão, Ricota e derivados como manteiga e iogurtes.


A origem do queijo tulha Com o tempo passamos a estudar e entender a produção de queijos maturados. Como não havia uma estrutura de câmaras frias para maturação, e o desejo era produzir artesanalmente, passamos a usar as Tulhas de café para deixar o queijo maturando. Fizemos algumas prateleiras de madeira e aceitamos o risco que seria entender o resultado do produto no nosso terroir.

Tulha, o primeiro queijo artesanal brasileiro a ganhar medalha de ouro em um concurso internacional, no World Cheese Awards, em 2016. Com maturação média de um ano e meio de armazenamento na tulha, daí o nome. o queijo da Fazenda Atalaia foi avaliado por 266 jurados, e concorreu com mais de três mil queijos de 31 regiões do mundo.

Por mais de dez anos estudamos e testamos fermentos, texturas e maturação, muitas coisas não deram certo, algumas boas lições aprendemos e passamos a apresentar alguns produtos maturados com identidade e nome próprio para os apreciadores de quei-

jos. Começamos esta etapa em maio de 2015. Para nossa sorte, um dos primeiros cardápios a oferecer nosso Queijo Tulha foi o D.O.M., do renomado chef Alex Atala, e a partir daí foi se dispersando por belos restaurantes e empórios de queijos artesanais do Brasil.


O queijo Tulha é a maior atração da Fazenda Atalaia, mas entre os maturados, vale experimentar o Mantiqueira, Figueira, Figueira Extra, Terreiro, Mogiana e Provolone. E o mix se estende com a produção de Frescal, Ricota, Muçarela, Nozinho, Manteiga, Creme de Leite e Iogurte.

Queijos artesanais, receita bem apurada e prêmios Depois do Tulha, nosso primeiro batizado, criamos o Figueira, Terreiro, Mantiqueira, Porão e Mogiana. Todos queijos com identidade própria e nomes ligados aos valores da nossa vida na fazenda desde a infância. Com características bastante distintas, nosso produto final se baseia em três pontos; leite do nosso rebanho, método próprio de produção e ambiente de maturação - as tulhas com suas belas paredes de taipa, pés direitos de 5 metros, porões e telhas de barro. A este conjunto único, somadas ao carinho da equipe de produção que entende o caminho das descobertas e ajustes que teremos pela frente. Em dois anos de produção dos maturados no mercado de queijos artesanais, em setembro de 2016 participamos do II Prêmio Queijo Brasil, e a Atalaia foi o laticínio mais premiado, com três medalhas de ouro e algumas pratas e bronzes. Em novembro do mesmo ano, o Tulha participou do 29º World Cheese Awards, em San Sebastian na Espanha, maior concurso de queijos do mundo e conquistou a medalha de ouro e se tornou o primeiro queijo brasileiro a conquistar um

Para nossa sorte, um dos primeiros cardápios a oferecer nosso Queijo Tulha foi o D.O.M., do renomado chef Alex Atala, e a partir daí foi se dispersando por belos restaurantes e empórios de queijos artesanais do Brasil.

ouro em concursos internacionais. Recebemos visitas de todo o Brasil para entender como é possível produzirmos um queijo sem plástico, sem geladeira e maturado num ambiente que nos parece um desafio. Lembro que em nossas origens existem receitas de um tempo sem geladeira ou energia, o qual os queijos faziam parte da alimentação.

Fazenda Atalaia - Rodovia SP 352 - Km 137,3 - Amparo T.: 19 3807.5545



O QUE É A DOENÇA DE ALZHEIMER? O primeiro relato sobre esse tipo de demência foi feito por Alois Alzheimer no começo do século XX ao descrever detalhes sobre alterações cognitivas e comportamentais de seus pacientes. A doença de Alzheimer é a mais comum das moléstias que resultam em demência, porém, não é a única. Demência vascular, processos neoplásicos, hidrocefalia, deficiência de vitamina B12, neurossífilis e mal de Parkinson são alguns outros exemplos, mas menos frequentes.

OS SINTOMAS: A origem da doença de Alzheimer é pouco conhecida, porém novas informações vêm sendo descobertas após múltiplas pesquisas. Atualmente é possível mapear as regiões do cérebro com alterações, mas os fatores desencadeantes da doença ainda são motivos para estudos. A evolução da doença pode dar-se ao longo de vários anos e cada paciente apresenta suas particularidades. Os sintomas são detectados, na maioria dos casos, pelos familiares, que se queixam que o paciente se esquece de fatos recentes, repete frequentemente as mesmas palavras ou frases, apresenta desorientação no tempo, em datas e lugares. Também é possível notar limitações na realização das tarefas que antes eram corriqueiras (alteração funcional progressiva). A princípio, essas alterações são consideradas leves e sutis, mas progridem com o passar do tempo, mesmo quando a atenção do paciente é estimulada. Alterações na fala, no reconhecimento de objetos, nas habilidades motoras e o esquecimento de fatos antigos já consolidados na memória remetem à fase mais avançada da doença.

A GRAVIDADE: A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa de caráter progressivo, afeta principalmente a memória, a orientação temporal e espacial, a capacidade para abstração, a realização de cálculos, podendo também alterar a parte afetiva e comportamental, gerando depressão, agitação psicomotora e até mesmo a agressividade. Todo o ambiente familiar é impactado e passa a sofrer as consequências da perda da autonomia e independência do paciente.

O TRATAMENTO: Por se tratar de um processo altamente incapacitante, o diagnóstico e o tratamento amplo devem ser feitos precocemente. O diagnóstico é pautado principalmente pela história clínica, e apoiado por testes neuropsicológicos. Assistência precoce com fisioterapia, terapia ocupacional e avaliações médicas frequentes são recomendadas. Já o acompanhamento nutricional, de fonoaudiologia e o auxílio de outros profissionais são recomendados à medida que limitações aparecem. Quanto à medicação, os estudos mostram a atuação de várias drogas, no sentido de colaborar com apoio multidisciplinar (medidas não medicamentosas) na manutenção da funcionalidade do paciente; no controle dos sintomas afetivos e das alterações comportamentais, auxiliando na diminuição da agitação psicomotora, como insônia e agressividade; na diminuição da evolução da doença. ou seja, desde os primeiros sintomas, é importante procurar o médico para que este possa determinar as formas de diagnóstico e eventual tratamento.

A ORIENTAÇÃO DO HOSPITAL VERA CRUZ SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER: Estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com a doença de Alzheimer no mundo e o envelhecimento populacional atual é acompanhado da progressão do número de casos. Pessoas com idade entre 60 a 65 anos representam 0,7% da população com a doença, evoluindo para 38,6% aos 90 anos. É importante ressaltar que, diante de um acompanhamento médico multidisciplinar, é possível proporcionar longo tempo de vida ao paciente, com qualidade e funcionalidade razoáveis, caso a caso.



O VERA CRUZ levanta mais essa bandeira

O futuro se escreve pelas escolhas do presente. O Hospital Vera Cruz celebra a chegada de uma nova unidade sob a bandeira Oncologia. O novo espaço marca um novo tempo dedicado às especialidades e nasce como referência regional para a assistência integral ao paciente, desde a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer.

Acredite sempre, porque nós acreditamos o tempo todo.

Avenida Dr. Jesuíno Marcondes Machado 329 - Nova Campinas - Campinas-SP Tel (19) 3751 3960 | www.hospitalveracruz.com.br

Dr. André Deeke Sasse - CRM 91384 - Diretor Técnico

Bons ventos, novos tempos.


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