Revista Vera Cruz - edicao 03 - janeiro 2017

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VERA CRUZ V

I

V

A

B

E

M

FUNDAÇÃO

ROBERTO ROCHA BRITO

REVISTA OFICIAL

Pós-Graduação em

Gestão Hospitalar

Hospital Vera Cruz oferece curso pioneiro na RMC

Turismo

SERRA DA ESTRELA

TIREÓIDE

Aldeias históricas e as belezas milenares do centro de Portugal

Os mitos e verdades sobre essa importante glândula do corpo

EDIÇÃO 03 | TRIMESTRAL | JANEIRO 2017




sumário

JANEIRO 2017 Edição 03 | Trimestral

09 Nova Diretoria e Conselho Curador da Fundação Roberto Rocha Brito

06

EDITORIAL

18

ENTREVISTA

por Dr. Paulo Sérgio l. Correa Silva, Editor

Dr. Pedro Augusto Penteado, clínico e cardiologista - assume a Direção Clínica do Hospital Vera Cruz

08

PALAVRA DO PRESIDENTE

20

SAÚDE

por Dr. Antônio Frederico N. Magalhães, Presidente da FRRB

Tireóide por Dr. João Paulo Iazigi esclarece as dúvidas sobre essa importante glândula

26 ARTIGO

ASPIRINA A CADA 3 DIAS: PROTEGE O CORAÇÃO SEM AGREDIR O ESTÔMAGO

28 ARTIGO

CHECANDO O CHECK-UP

30 GESTÃO

COMO DEFINIR ESTRATÉGIAS? UMA QUESTÃO DE INOVAÇÃO

32 SAÚDE

FORTALECIMENTO MUSCULAR NO IDOSO O ESTILO DE VIDA DEVE SER O FOCO PRINCIPAL DE TODOS

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FUNDAÇÃO

ROBERTO ROCHA BRITO

36 NOTÍCIAS HVC - Pós-Graduação em Gestão Hospitalar - HVC recebe Selo Hospital Amigo do Isodo

40

PAINEL RETRATA A HISTÓRIA DO HVC

- Protocolo de Acidente Vascular Cerebral no HVC - 5ª edição do Torneio de Tênis de Duplas

ESPECIAL TURISMO

CONHEÇA SERRA DA ESTRELA E ALDEIAS HISTÓRICAS. AS BELEZAS MILENARES DO CENTRO DE PORTUGAL

CONSELHO CURADOR FRRB (2016 / 2018) Presidente – Gustavo Sérgio Carvalho; Secretário – Aloísio A. C. Leite Carvalhaes; Irmo Huberto Morelli; Marcos Miguel Morandi; José Fernando Gobbo; Marisa de Souza e Silva Morelli Girondo e Zulmiro José Furlan

DIRETORIA EXECUTIVA FRRB (2016/2018) Antonio Frederico Novaes de Magalhães Presidente Silvio Gioppato Vice-Presidente Lourdes Josefina Ramirez Cogo Diretora Secretária Thiago Jair Vedovello Diretor Tesoureiro Celso Henrique de Oliveira Diretor Suplente

A Revista Vera Cruz Viva Bem é uma publicação trimestral da Fundação Roberto Rocha Brito em parceria com a Gracioli Editora CONSELHO EDITORIAL FRRB Divaldo Ferreira Queiroz e Marisa de S. e S. Morelli Girondo

46 FORA DE PLANTÃO

Rússia, Xingu e Itália - médicos e suas viagens

Editor: Dr. Paulo Sérgio Lima Correa Silva Coordenação Editorial: Eliane Clude Pinheiro eliane.pinheiro@hospitalveracruz.com.br Matérias especiais: Cristiane Gracioli cris@gracioli.com.br Jornalista responsável: Gabriel Santana MTB/SP 66.349 Publicidade: Eduardo Gracioli eduardo@gracioli.com.br – 19.3201.5715 Projeto Gráfico: Editora Gracioli Diagramação e artes: Ricardo José Pontin Tiragem impressa: 2 mil exemplares Tiragem virtual: 30 mil e-mails bancos GRACIOLI e FRRB FUNDAÇÃO ROBERTO ROCHA BRITO Av. Andrade Neves, 402 - Botafogo Campinas-SP - CEP: 13013-160 Fone.: (19) 3734-3196 / 3734-3122 frrb@hospitalveracruz.com.br


Editorial

SOB NOVA

DIREÇÃO

A

nova Diretoria da FRRB tomou posse com a presidência do Dr. Antonio Frederico N. de Magalhães e sua larga experiência em gestão, já que foi diretor da Faculdade de Medicina da

Unicamp, presidente da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia e médico atuante no Hospital Vera Cruz desde 1970. Tem a missão de comandar uma diretoria jovem, mantendo Foto: Arquivo FRRB

os programas existentes e aprimorando o desenvolvimento científico do Corpo Clínico, o crescimento do programa de residência médica e a criação de um programa de filantropia com o apoio dos médicos e da direção do Hospital. Também mudou o Conselho Curador, agora presidido pelo Presidente do Hospital, Dr. Gustavo Sérgio Carvalho e composto por ex-presidentes e pessoas com estreita ligação

Mudamos de ano, mudamos também com a chegada dos novos parceiros no comando do Hospital, que estarão juntos com o crescimento e fortalecimento das ações desta Fundação.

com as atividades da Fundação. A nossa revista também ganhou a qualidade pessoal do Dr. Divaldo Queiroz, expert no mundo dos vinhos, das viagens e da ciência, que vai colaborar juntamente com a Dra. Marisa Morelli Girondo no Conselho Editorial. Mudamos de ano, mudamos também com a chegada dos novos parceiros no comando do Hospital, que estarão juntos com o crescimento e fortalecimento das ações desta Fundação. Com tantas mudanças, vamos fazer a nossa parte ajudando o país a melhorar, aquele país que trabalha e que produz, olhando para o futuro com otimismo e esperança no ano que se inicia. Feliz Ano Novo! Dr. Paulo Sérgio Lima Correa Silva Editor

06 | VERA CRUZ VIVA BEM



PALAVRA DO PRESIDENTE

dos programas de es-

ta

tágios e residência do

honra

que aceitei a responsa-

bilidade de presidir a

Foto: Arquivo FRRB

F

oi com mui-

HVC, também considerado prioritário pelo Conselho Curador.

diretoria da Fundação

O Dr. Celso Henrique

Roberto Rocha Brito do Hospital Vera

da Revista Vera Cruz Viva Bem, con-

de Oliveira, Diretor Suplente, assumiu

Cruz, que em 2017 está celebrando

tando com a colaboração da expe-

a coordenação das atividades de

seu 30º aniversário.

riente funcionária da Fundação, Eliane

ensino do futuro Centro de Treina-

Nomeados pelo Conselho Curador da

Pinheiro, como coordenadora editorial.

mento “Dr. Irmo Huberto Morelli”, que

Fundação, os membros da atual Dire-

O Dr. Silvio Gioppato, vice-presidente

funcionará no prédio anteriormente

toria Executiva estão unanimamente

da Fundação, está à frente da co-

utilizado pela fisioterapia. Aprovada

empenhados em manter as atividades

ordenação do PEC - Programa de

pela direção do Hospital, a reforma

desenvolvidas pelas diretorias anterio-

Educação Continuada, com a respon-

está sob a responsabilidade dos

res como principal foco desta gestão,

sabilidade de ampliar suas atividades,

doutores Michal Sokolowski e Paulo

e entusiasticamente comprometidos

estimulando o ensino e a pesquisa

Sérgio Lima. O Centro de Treinamen-

em fortalecer o estímulo ao aprimora-

científica.

to abrigará os cursos credenciados

mento científico e cultural de todo o

A Dra. Lourdes Cogo, secretária da

pela American Heart Association, ofe-

Corpo Clínico de nosso hospital, bem

diretoria, além da coordenação do

recidos com sucesso pela Fundação.

como as atividades de filantropia —

Projeto Nascer, assumiu também o

Sugestões do corpo clínico do Hos-

uma importante meta da Fundação.

Programa de Filantropia, uma das

pital serão sempre muito bem-vindas

Para alcançar esses objetivos, desig-

prioridades da diretoria do HVC. Para

para que a Fundação cumpra seus

namos coordenadores para cada um

viabilizar esta importante iniciativa

objetivos, contando com a enrique-

dos segmentos de atuação a serem

estão sendo firmados convênios com

cedora colaboração de todos.

trabalhados.

a FEAC – Federação das Entidades

O Dr. Paulo Sérgio Lima, que há anos

Assistenciais de Campinas - e com a

vem participando com empenho e

Faculdade de Enfermagem da PUCC.

Dr. Antonio Frederico N. Magalhães

competência da administração da

O Dr. Thiago Vedovello, tesoureiro da

Presidente da Fundação Roberto

Fundação, foi designado editor chefe

diretoria, foi designado coordenador

Rocha Brito

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FRRB

Os novos membros da Diretoria Executiva da Fundação Roberto Rocha Brito (2016/2018): Dr. Silvio Gioppato, Dr. Celso Henrique de Oliveira, o presidente da Fundação Roberto Rocha Brito Dr. Antonio Frederico Novaes de Magalhães, Dra. Lourdes Josefina Ramirez Cogo e o Dr. Thiago Jair Vedovello

NOVA DIRETORIA E CONSELHO CURADOR

A

Fundação Roberto Rocha Brito é administrada por um Conselho Curador e por uma Diretoria Executiva. Ao Conselho compete deliberar sobre as atividades; estabelecer

diretrizes para as normas de procedimentos internos;

CONSELHO CURADOR (2016/2018) Sr. Gustavo Sérgio Carvalho – Presidente Sr. Aloísio Antonio Costa Leite Carvalhaes – Secretário Sr. Irmo Huberto Morelli Sr. Marcos Miguel Morandi

eleger e destituir os membros da Diretoria Executiva;

Sr. José Fernando Gobbo

designar funções, fiscalizar a gestão e aprovar as contas,

Sra. Marisa de Souza e Silva Morelli Girondo

o orçamento e o balanço anual da entidade. À Diretoria

Sr. Zulmiro José Furlan

Executiva cabe executar as deliberações do Conselho nos, preparar os balanços e elaborar o orçamento da Fundação, também definir diretrizes para os programas e projetos, os critérios para os investimentos e analisar o resultado das atividades da Fundação de acordo com seu planejamento estratégico.

DIRETORIA EXECUTIVA (2016/2018) Sr. Antonio Frederico Novaes de Magalhães – Presidente Sr. Silvio Gioppato – Vice-Presidente Sra. Lourdes Josefina Ramirez Cogo – Diretora Secretária Sr. Thiago Jair Vedovello – Diretor Tesoureiro Sr. Celso Henrique de Oliveira – Diretor Suplente

Foto: Arquivo FRRB

Curador, elaborar as normas de procedimentos inter-

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FRRB

SIMPÓSIO DE FERIDAS Evento contou com mais de 250 participantes

O

Simpósio de Prevenção e Tratamento de Feridas do Hospital Vera Cruz de Campinas foi um su-

cesso! Além do tratamento, o simpósio deste ano contemplou a prevenção de feridas e o cuidado com os estomas. Foram abordados e discutidos os te-

Os organizadores do Simpósio, Dr. Cássio Mauricio Iannuzzi e a Enfermeira Maria Cristina G. Oliveira com Dr. Vitório Verri, Diretor Científico ao centro.

tante área da saúde. O ano de 2016,

do atualização nos temas abordados

retorno que conseguiram através da

foi um ano de desafios, mas apesar

aos médicos e enfermeiros da rede

sua participação e ansiosas pelo agen-

da turbulência política e econômica

pública da cidade.

damento do evento do próximo ano.

em nosso país, decidimos inovar e

Tivemos uma mesa histórica, com

Mais uma vez, a Fundação Roberto

crescer, através de parcerias com as

a participação do antigo, do atual e

Rocha Brito cumpriu com a sua mis-

empresas patrocinadoras e com as So-

do futuro presidente da Sociedade

são de estimular o progresso na área

ciedades Médicas e de Enfermagem

Brasileira de Queimaduras, além da

médica e aprimorar o desenvolvimento

que nos deram o seu apoio institucio-

moderação do Coordenador do Ca-

técnico-científico por meio de ações

nal. Foram dois dias, com excelente

pítulo de Queimaduras da Sociedade

de educação continuada. E o Hospital

nível científico ancorado por colegas

Brasileira de Cirurgia Plástica.

Vera Cruz, mostrou a sua posição de

médicos e enfermeiros de reputação

Além disso, diversos professores uni-

vanguarda, como polo de excelência

nacional e internacional.

versitários nos deram a oportunidade

na prestação de serviços de saúde e

Mais uma vez, contamos com o apoio

de atualizar os nossos conhecimen-

como formador de opinião na Região

da Diretoria do Hospital Vera Cruz,

tos nas suas respectivas áreas de

Metropolitana de Campinas.

através dos seus vários departamen-

atuação. Muitos deles, se dedicam a

Em nome do Hospital Vera Cruz e da

tos e também a presença do Dr. Vitório

pesquisa, prevenção e tratamento de

sua Fundação, agradecemos a todos

Verri que nos honrou com a sua parti-

feridas complexas.

os presentes, as empresas patroci-

cipação durante o evento.

Ao final do evento e nas semanas

nadoras e as entidades apoiadoras

Mantivemos a nossa parceria com a

seguintes, colhemos o retorno dos

por participarem ativamente de mais

Rádio CBN Campinas e investimos em

participantes, incluindo as empresas

este evento. Comissão organizadora:

uma nova parceria com a Prefeitura

patrocinadoras, entusiasmadas com

Dr. Cássio M. I. Amâncio e Enfª. Maria

Municipal de Campinas, proporcionan-

a repercussão do Simpósio e com o

Cristina Gomes de Oliveira.

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Fotos: Arquivo FRRB

mas de maior relevância nesta impor-


“Oxigenoterapia Hiperbárica” Evento no HVC, mostra as aplicações e benefícios da terapia por pressão negativa. Sendo o único hospital da região com a Câmara Monoplace

Organização do evento, com a Dra. Mariza D’Agostinho, palestrante convidada ao centro.

A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) consiste em tratamento

todo o mundo, tendo regulamentado protocolos nos EUA,

de câmaras monoplace ou multiplace, sendo os pacientes

centenas de câmaras instaladas em seus hospitais.

médico adjuvante as demais terapias, realizada através submetidos a 2 ou + atmosferas absolutas associado a O2

a 100%. As indicações mais comuns são de lesões de pele

das mais diversas etiologias como pé diabético, úlceras de

decúbito, como também tratamento de feridas cirúrgicas complicadas, osteomielites, traumas ortopédicos, dentre outras. O tempo de tratamento varia de acordo com a patologia

e a responsividade à terapia individualizada do paciente, não havendo número mínimo e máximo de sessões. O tempo de sessão é de 120 minutos. Os mecanismos de ação da

OHB são múltiplos, porém os principais relacionam-se a

oxigenação tecidual adequada e combate aos microorganismos infectantes pelas altas concentrações de O . 2

Atualmente, a Oxigenoterapia Hiperbárica é aplicada em

Europa, Japão, China e Rússia, países que contam com Vale lembrar que a indicação da terapia só pode ser realiza-

da por médicos credenciados junto a Sociedade Brasileira

de Medicina Hiperbárica. O Hospital Vera Cruz dispõe em suas instalações da Câmara Monoplace e o serviço é coordenado pelo Dr. Thiago Jair Vedovello.

Em recente evento foram abordados temas de relevância nas diretrizes de tratamento, indicações e cuidados do

paciente em oxigenoterapia hiperbárica, tivemos a honra

de ter como palestrante a Drª Mariza D’Agostinho Dias, precursora no Brasil da medicina intensiva e da oxigenoterapia

hiperbárica. A FRRB agradece as empresas apoiadoras,

os profissionais envolvidos e a todos os presentes pela participação no evento.

I Simpósio Multidisciplinar de Prevenção de Quedas

Com a implantação da Acreditação

relevantes como: “A importância de

cos nas instituições de saúde tornou-

médica e dos medicamentos de riscos;

-se premissa básica e norteadora

dos processos assistenciais, onde

o objetivo principal é a segurança e

a prevenção de danos ao paciente.

Para isso as instituições de saúde seguem protocolos, normas e critérios

de avaliação definidos nos manuais de acreditação. Com o intuito de dis-

seminar essa experiência, em outubro de 2016, ocorreu o evento aberto aos

profissionais de saúde de Campinas e região, onde foram abordados temas

se implantar protocolos”, “Abordagem “Transferência e tecnologias para prevenção de quedas”.

O Hospital Vera Cruz possui um

“Grupo de Queda”, criado em 2014,

o objetivo do grupo, coordenado pela enfermeira Francisleine F. dos

Santos - Coordenadora das Alas de Internação, é implantar e gerenciar o

protocolo de queda institucional. São

realizadas auditorias mensais para avaliar a adesão, incidência de queda e do dano e taxa de prevenção, além

de promover treinamentos específicos. Para 2017 o HVC e a Fundação Roberto Rocha Brito continuam incentivando

as equipes a promoverem eventos para disseminar conhecimento, nos

quais o principal objetivo é o aperfeiçoamento técnico científico em benefício da comunidade.

Fotos: Arquivo FRRB

Hospitalar nos anos 90, gerenciar ris-

VERA CRUZ VIVA BEM | 11


FRRB NOVIDADES DO PROGRAMA

DE EDUCACÃO CONTINUADA (PEC)

C

riado em 1997, o Programa de Educação Continuada, conhecido

inspiração o desejo do Corpo Clínico do Hospital Vera Cruz (HVC) em criar um espaço que lhe permitisse atualizar e reciclar seus conhecimentos com o objetivo de manter o grau de excelência da instituição no atendimento aos seus pacientes. Desse anseio nasceu o Café da Manhã Científico, que teve a sua reunião inaugural no dia 13 de outubro de 1997. Apesar do objetivo primário ter sido oferecer ao Corpo Clínico um espaço de troca de conhecimento visando a atualização de todos, essa iniciativa funcionou, talvez inconscientemente, para enfrentar as ameaças concorrenciais da época. E assim, o HVC e seu Corpo Clínico permanecem como referência médica para a maioria da população da Região Metropolitana de Campinas. Os tempos mudaram, novos concor-

Participantes em um dos Cafés da Manhã Científico. MÉDICOS INTEGRANTES DO PEC Dr. Silvio Gioppato - Hemodina-

dação Roberto Rocha Brito, através

– Cirurgia Geral; Dra. Miriam

e facilitando tais iniciativas. Enquanto

micista; Dr. João José Fagundes

do PEC, incentivando, fortalecendo

Trevisan - Patologista; Dra. Be-

não reativamos o nosso próprio Centro

atriz Mangabeira Albernaz de Queiroz - Otorrinolaringologis-

ta; Dra. Cibele Maria Orsolini - Ortopedista; Dr. José Alberto

de Ética em Pesquisa (CEP) a Fundação realizou parceria com o CEP da Universidade São Francisco (USF),

Barbosa Lima – Ginecologia e

para facilitar os trâmites burocráticos

de Oliveira - Alergologista; Dra.

científicos a serem aqui conduzidos.

Obstetrícia; Dr. Celso Henrique

na aprovação de futuros estudos

Juliana Rebech Zuiani - Neuro-

Vamos trabalhar para atrair estudos

logista; Dr. Bruno Gonçalves de

Araújo – Clínica Médica; Dra. Georgia Albuquerque – Medicina do Trabalho; Dr. André Deeke

e registros multicêntricos para nossa instituição. É importante que os departamentos se organizem e passem

Sasse – Oncologista; Dr. José

a compilar e publicar seus resultados

gia Torácica; Dr. José Pedrazzoli

o interesse das entidades científicas.

Claudio Teixeira Seabra – Cirur-

e experiências, atraindo desta forma,

Júnior – Gastroenterologista e

A proposta do PEC é reunir não só as

Dr. Marcos Marins – Radiologista.

rentes entraram no jogo e poderosas

uma ferramenta de grande importân-

redes hospitalares começam a sair

cia, mas apenas isso não basta. É ne-

de seus redutos em busca de novos

cessário recuperar as iniciativas cien-

mercados, e novamente é preciso sair

tíficas estimulando a participação do

da zona de conforto, sermos proati-

nosso Corpo Clínico nos congressos,

vos e inteligentes na busca de novas

apresentando trabalhos, produzindo

soluções.

publicações científicas que carreguem

Acredito que as reuniões internas,

a nossa marca, em revistas nacionais

como há 20 anos, continuam sendo

e internacionais. Para isso, é muito

12 | VERA CRUZ VIVA BEM

importante o envolvimento da Fun-

melhores cabeças, mas as pessoas proativas do nosso Corpo Clínico, com o objetivo de ajudar a Fundação Roberto Rocha Brito a estimular a atualização e produção científica do HVC mantendo a vanguarda da assistência médica na RMC. Dr. Silvio Gioppato

Diretor Vice-Presidente da FRRB e coordenador do PEC

Foto: Arquivo FRRB

como PEC, teve como


Curso capacita enfermeiros para inserção de Catéter Central de Inserção Periférica-PICC dação Roberto Rocha Brito, em parceria com a empresa Politec Saúde e BARD, realizou o primeiro curso de capacitação de enfermei-

Enfermeiros durante curso de capacitação para inserção de PICC.

ros para inserção de Catéter Central de Inserção Periférica,

um menor risco de complicações. Neste curso, o enfermei-

conhecida como PICC. Trata-se de um dispositivo vascular

ro é capacitado a realizar a inserção deste dispositivo de

que vem sendo amplamente utilizado nos pacientes que

acordo com competências técnicas e legais, de acordo

necessitam de terapia prolongada, (maior que 7 dias), é

com novas tecnologias disponíveis e conhecimento cien-

indicado para os casos de infusão de drogas irritantes,

tífico, que seguem as boas práticas de procedimentos,

vesicantes, pacientes em uso de medicação durante a

manutenção e segurança dos pacientes. A Fundação irá

internação e também para término de terapia em domicílio

oferecer mais dois cursos no primeiro semestre de 2017,

(home care) e ambulatorial. O PICC pode ser mantido em

03 e 04 de fevereiro e 10 e 11 de março, as inscrições são

uso por um período prolongado e proporciona ao paciente

através do site www.frrb.com.br.

PÓS-GRADUAÇÃO

FORMANDO PESSOAS QUE CUIDAM DE PESSOAS CURSOS NAS ÁREAS DE Administração Hospitalar | Auditoria em Sistemas de Saúde Cuidados Paliativos | Educação | Enfermagem | Farmácia Fisioterapia | Gerontologia | Gestão em Saúde Imagem e Tecnologia | Medicina | Nutrição | Oncologia Psicopatologia | Saúde Pública

MBAS NA ÁREA DA SAÚDE Gestão em Planos de Saúde Gestão em Promoção de Saúde e Qualidade de Vida

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Foto: Arquivo FRRB

N

os dias 16 e 17 de dezembro de 2016 a Fun-


FRRB

Mariana CONCURSO CARTÃO DE NATAL

Larissa

J

á em sua 15º edição o Concurso de Cartão de Natal foi um sucesso! Em 2016 participaram 120 crianças entre 5 a 12 anos, filhos e netos dos funcionários do Hospital Vera Cruz. Confira os ganhadores. Larissa Arnold Marques - 5 anos Filha de Samuel Marques - Setor Posto de Coleta

Arthur

Ana Clara Anny

Mariana Lopes de Lima - 6 anos Filha de Marta Silva L. de Lima - Setor Alas de Internação Arthur Bueno Romão - 7 anos Filho de Rodrigo Regis Romão - Setor Pronto-Socorro Ana Clara Forrieli da Silva - 8 anos Filha de Andressa Forriel - Setor Recepção Anny Caroline M. Alves - 9 anos Filha de Cléia Cristina Alves - Setor Autorização

Rayssa Lorayne M. de Moraes - 11 anos Filha de Viviane Miranda – Setor Medirest

Luis Fernando

Danilo Sakaue G. da Silva - 12 anos Filho de Juliana Maria Sakaue - Setor Cardiologia

Rayssa

18 | VERA CRUZ VIVA BEM

Fotos: Berenice Lisboa

Luis Fernando P. da Silva - 10 anos Filho de Renata Ap. Pereira – Setor OPM

Danilo


Caminhada ECOLÓGICA do Corpo Clínico do HVC marca o início da Primavera e incentiva a prática de atividades físicas

C

omo já é tradição há 14 anos, a Fundação organizou em setembro de 2016, no início da primavera, a Caminhada Ecológica do Corpo

Clínico. O trajeto foi de 3 km e realizado no trecho próximo a antiga estação de trem em Joaquim Egídio, espaço arborizado e propício à pratica ticipantes se reuniram no Restaurante Estação Marupiara para o tradicional café da manhã. Confira as fotos!

Fotos: Divulgação

de atividades físicas. Após o percurso os par-


FRRB

Clarissa Adriane

Cássio

Enedina

PROSPERIDADE

2017: O que você

PAZ

TRANSFORMAÇÃO

OTIMISMO

“Que o Ano Novo traga

“Depois do turbulento 2016 , mi-

“Manter o otimis-

“Sou grata a Deus

a certeza de um novo

nha expectativa com o próximo

mo e a esperan-

por mais um ano

começo com muita paz

ano é muito boa.

ça em relação ao

que se passou

e esperança, renovan-

Sinto ar de transformação. O de-

futuro do nosso

e aqui continuo

do também os desejos

sejo e a necessidade de fazer,

país!

firme e forte.

de acertar.

cada vez mais, o meu melhor e

O que eu

Desejo para esse

No próximo ano os

o que está ao meu alcance.

pretendo fazer?

ano 2017 muita

sonhos sirvam de

Em 2017 vou continuar investin-

Continuar tra-

paz e prosperida-

inspiração para as re-

do na minha vida pessoal e pro-

balhando muito,

de, onde vou ser

alizações e que todos

fissional. Resolver pendências,

com serenidade,

presenteada com

os dias do ano sejam

me exercitar, me alimentar de

ética e princípios

a chegada do meu

iluminados. E o Menino

forma saudável, viajar muito ...

cristãos!”

primeiro bisneto.”

Jesus traga muita luz,

Cuidar da minha vida espiritual e

saúde e prosperidade

estar com as pessoas que amo.

para todos.”

Acredito realmente que este

Dr. Cássio Maurício Iannuzzi Amâncio Cirurgião Plástico no HVC

Enedina Alexandre Cruz Alves Setor Higiene

Adriane Todescan Coordenadora da Secretaria

16 | VERA CRUZ VIVA BEM

será um Ano Novo !!!!” Clarissa Affine Matheus Psicóloga


Georgia

Morandi

espera dele?

DEDICAÇÃO

FORÇA

“Para 2017 a minha promessa é dedicar

“A minha es-

“Eu espero que

“Estar ao lado de quem apre-

-me ainda mais à minha família, principal-

perança é que

2017 traga esperança e atitudes

cia minha presença, oferecer

mente ao meu segundo filho que está a

em 2017 o Bem

caminho. Trabalhar focada nos objetivos,

vença o Mal e

dignas diante

porém com serenidade, conseguir me

que eu man-

das adversi-

organizar para continuar os trabalhos

tenha minha

dades, e que

voluntários ao longo do ano e continuar

força e foco

venha carregado

exercitando a paciência e a mansuetude

para atingir

de muita paz,

frente as situações do dia a dia. Para

minha meta de

tolerância e com

conseguir tudo isso voltarei a prática dos

vida: Formar

o perdão da

exercícios físicos diários, pois estando

os dois filhos

bem comigo, com certeza, conseguirei

natureza!!!”

médicos.”

estar bem com todos.” Vanessa – Enfª Coordenadora do Setor de Auditória

Dra. Georgia Albuquerque Médica

PERDÃO

Eva

Dr. Marcos Miguel Morandi Médico

ESPERANÇA

o meu tempo para quem faz o meu tempo valer a pena e cuidar de quem cuida de mim. “Existem apenas dois modos de se viver a vida: Um é como se nada fosse milagre, o outro é como se tudo fosse um milagre”, Albert Einstein - Eu quero acreditar no último e ter a esperança de dias melhores.” Eva Kilburd Ghirotto Arquiteta

Fotos: Berenice Lisboa e Silvia Matos

Vanessa

VERA CRUZ VIVA BEM | 17


Foto: Silvia Matos

Entrevista

Dr. Pedro Augusto Penteado Conforti CLÍNICO E CARDIOLOGISTA - ASSUME A DIREÇÃO CLÍNICA DO HOSPITAL VERA CRUZ 18 | VERA CRUZ VIVA BEM


D

epois de uma acirrada

nossas demandas; queremos incen-

votação da qual participam todos os médicos do Corpo Clínico do HVC, o

Dr. Pedro Conforti e Dr. Walter Luis Ferreira Lima foram eleitos para os cargos de Diretor Clínico e Vice-Diretor Clínico do HVC. Confira abaixo a entrevista com o Dr. Pedro: Em breves palavras, conte-nos sua

seguiremos adiante focados no que já foi feito, prestigiando o esforço dos médicos mais antigos e incentivando o crescimento dos médicos mais jovens, possibilitando seu crescimento profissional.

trajetória profissional.

Faço parte do Corpo Clínico do Hospi-

convidado pelo Dr. Nyder Rodriguez Otero, então Diretor Clínico, a iniciar a Residência em Clínica Médica. Logo passei a fazer parte da equipe com Dr. Nyder e Dr. Vitório Verri. Fiz parte da evolução do hospital e de suas diferentes fases, desde a ampliação do chamado Bloco C com instalações mais modernas, com 66 leitos, até 2002 com a inauguração da nova Ala D, com a grande expansão física do hospital, elevando o número de leitos para 160. Vivenciei os sucessos do nosso hospital, desde a inauguração da Tomografia Computadorizada (1986), a Maternidade e Assistência Neonatal com a integração da UTI Neonatal, e o Centro Obstétrico, a instalação da Ressonância Nuclear Magnética e finalmente o Serviço de Hemodinâmica. Durante estes 46 anos somente vimos crescer o hospital trasformando-se em referência e excelência na região. Fui presidente da Comissão de Ética Médica, Diretor Científico e mais recentemente Chefe do Departamento de Clínica Médica, fazendo parte do Conselho Técnico.

Fundação Roberto Rocha Brito, aperfeiçoando o profissional, divulgando novas tecnologias e conhecimento científico; queremos coordenar as atividades médicas, zelando por condições adequadas de trabalho; enfim, a nossa meta principal é representar e valorizar o Médico, sendo seu interlocutor com eficiência e responsabilidade. Como o senhor vê as mudanças

tal Vera Cruz desde os anos 70, quando recém-formado na Unicamp, fui

tivar a Educação Médica, através da

e contribuições no hospital com a Sou muito grato por tudo que a instituição me proporcionou e a ela devo todo

vinda dos novos investidores?

Concretizada a venda do Hospital

meu progresso e reconhecimento.

e de seu Plano de Saúde, e viven-

Quais as razões que determinam seu

tenho dúvidas quanto ao futuro e a

desejo em assumir a direção clínica

ciando uma nova Governança, não valorização de nossa instituição. Os

do hospital?

novos gestores nos dão a confiança e

incentivada por colegas médicos e

saúde, processo difícil de gerir numa

A candidatura à Direção Clínica foi amigos da instituição, que confiaram em mim mais este desafio, todos comprometidos com a ética e o trabalho. Estamos cientes do trabalho das Diretorias anteriores, seguiremos adiante focados no que já foi feito, prestigiando o esforço dos médicos mais antigos e incentivando o crescimento dos médicos mais jovens, possibilitando seu

a certeza de investimento na área de época de incertezas e de grave situação econômico-financeira que passa nosso país. Na sua opinião, quais são as principais qualidades e características para um médico trabalhar no HVC?

Uma nova geração de médicos vem ocupando espaço e integrando a famí-

crescimento profissional.

lia HVC. Temos o dever e compromisso

E os planos para o atual mandato?

vos desafios e possibilitando seu cres-

Que legado o senhor gostaria de

de ajudá-los preparando-os para nocimento profissional aliado aos valores

deixar?

da instituição. Acredito que os novos

gar por mais 3 anos, queremos refor-

futuro, pelo fato de atuarem no nosso

Na gestão que se inicia e irá se prolonçar o elo de confiança com médicos; queremos estreitar as relações entre o Corpo Clínico, a Diretoria Clínica e a Diretoria Administrativa, dando voz às

médicos, representantes do nosso hospital já estão qualificados, havendo apenas orientação profissional necessária para o comprometimento com a ética e o trabalho responsável.

VERA CRUZ VIVA BEM | 19


Saúde

TIREÓIDE Dr. João Paulo Iazigi -

mestre em endocrinologia esclarece as dúvidas sobre essa importante glândula de nosso corpo por Cristiane Gracioli

20 | VERA CRUZ VIVA BEM


H

oje em dia, a maioria das pessoas ainda tem muitas dúvidas e conceitos errados

sobre a tireóide. Por isso, alguns esclarecimentos tornam-se importantes e fundamentais para que a população tenha uma pequena noção do que seja a tireóide, qual a

o estresse crônico do

dia a dia pode funcionar como um gatilho desencadeador de patologias

autoimunes da tireóide e, dentro do possível, tem que ser amenizado.

sua importância para o bom funcioalterações que ela pode apresentar.

Dr. João Paulo Iazigi médico no HVC

O que é, onde está localizada e

Quais são as disfunções da tirói-

rúrgica da tireóide. A diminuição

qual a função da glândula tireóide?

de e como afetam a vida?

ou falta dos hormônios causam

Dr. Paulo - Tireóide é uma glân-

As disfunções tireoidianas são re-

a diminuição do metabolismo

dula localizada na parte anterior

lacionadas a menor produção de

corporal e os seguintes sinais e

do pescoço, logo abaixo de uma

hormônios (Hipotireoidismo) ou a

sintomas podem surgir: cansaço,

saliência anatômica popularmente

produção exagerada dos hormô-

sonolência, apatia, desânimo,

conhecida como “pomo-de-adão”.

nios (Hipertireoidismo).

pele seca, cabelos quebradiços,

Todas as pessoas nascem e vivem

O hipotireoidismo é a forma mais

sensação de frio, irregularidades

com essa glândula. Ela tem como

comum de alteração na tireóide,

menstruais, etc. Bom lembrar que

função principal, a produção de

podendo surgir tanto em mulhe-

a maioria das pessoas obesas não

dois hormônios: a triiodotironina

res quanto em homens, porém,

tem problema na tireóide, assim

(T3) e a tiroxina (T4), que são li-

é mais prevalente em mulheres

como existem pessoas com hipo-

berados na corrente sanguínea e

na faixa etária de 30 a 50 anos. A

tireoidismo que não engordam.

levados a vários órgãos do corpo

causa mais comum é a Tireoidite

O hipertireoidismo, pode acometer

humano. A função mais importante

de Hashimoto, situação em que

qualquer pessoa, é mais comum

é a regulação do metabolismo,

ocorre a destruição das célu-

nas mulheres entre 20 e 40 anos.

essencial em todas as fases da

las da glândula por anticorpos

A produção exagerada dos hormô-

vida: crescimento, fertilidade,

produzidos pelo próprio sistema

nios tireoidianos, pode provocar

reprodução, funcionamento intes-

imunológico. Outras causas estão

aceleração do metabolismo com

tinal, batimentos cardíacos, sono,

relacionadas ao tratamento com

sérios problemas na saúde. Os

raciocínio, memória, entre outros.

iodoradiotivo ou por retirada ci-

sinais e sintomas mais comuns

Fotos: Divulgação

namento do corpo humano e quais

VERA CRUZ VIVA BEM | 21


Saúde

SAIBA MAIS SOBRE A TIREÓIDE HIPOTIREOIDISMO

HIPERTIREOIDISMO

contínua do hormônio tireoidiano que faz o paciente ter uma vida normal. Em relação ao hipertireoidismo, o tratamento pode até levar a remissão em 2 a 3 anos, a ponto de interromper o uso de medicamentos. Em alguns casos, após iodoterapia ou após cirurgia, pode acontecer de ser transformado em hipotireoidismo e ter que fazer a reposição hormonal. Os nódulos malignos devem ser retirados cirurgicamente, geralmente com ótima evolução e os benignos monitorados periodicamente. O estresse, ou problemas emo-

são: irritação, insônia, taquicardia,

ser útil para detectar possíveis

cionais, contribuem para o mal

transpiração, intolerância ao ca-

alterações anatômicas, como os

funcionamento da glândula? O

lor, tremores em mãos, cansaço,

nódulos. A pessoa deve olhar no

que fazer?

diarreia, perda de peso, etc. A

espelho elevando um pouco o pes-

Diretamente não. As disfunções ti-

causa mais comum é a Moléstia

coço. identificar o pomo de adão e

reoidianas geralmente acontecem

de Graves, os pacientes podem

logo abaixo a tireóide, e beber um

nas pessoas com uma predisposi-

apresentar aumento volumoso da

gole de água. Se verificar qualquer

ção genética. Pode haver um fator

tireóide e protusão dos olhos.

alteração visual de volume ou sali-

desencadeante que faça com que

Outro tipo de disfunção tireoidiana

ência na tireóide, é um alerta para

o sistema imunológico produza os

são as alterações anatômicas,

procurar seu endocrinologista

anticorpos que afetam a tireóide:

como os cistos e nódulos. De

para uma melhor avaliação.

um quadro infeccioso, uma ci-

5-10% da população adulta apre-

rurgia, um trauma ou mesmo um

senta nódulo na tireóide, mas 95%

Problemas da tireóide têm cura?

forte estresse. O estresse crônico

destes nódulos são benignos.

No caso do hipotireoidismo, existe

do dia a dia pode funcionar como

o controle da disfunção, mas não

um gatilho que vai desencadear

É possível fazer o autoexame?

a cura. O tratamento é simples,

patologias autoimunes da tireóide

O autoexame da tireóide pode

feito através da reposição diária e

e deve ser amenizado.

22 | VERA CRUZ VIVA BEM


Existem alimentos que colaboram para o bom funcionamento

As disfunções tireoidia-

da glândula?

nas mais comuns, são

Alimentar-se de forma equilibrada,

relacionadas a menor

com quantidades normais de to-

produção de hormô-

dos os nutrientes é importante para

nios (Hipotireoidismo)

a manutenção de peso ideal e da

ou a produção exage-

saúde plena. Isso se aplica para

rada dos hormônios

as pessoas com algum distúrbio na

(Hipertireoidismo).

tireóide. A dieta ou o tipo de dieta, não costuma interferir diretamente

Dr. João Paulo Iazigi

na função tireoidiana. Algumas evidências mostraram que alimentos ricos em selênio,

30 minutos após a ingestão do

diagnóstico e tratamento, sentem

como Castanha-do-Pará, podem

comprimido.

os sintomas, por isso, a importân-

diminuir os níveis de anticorpos circulantes, porém sem signifi-

Os pacientes diagnosticados

cado clínico. O iodo, importante

com problemas na tireóide le-

para a produção dos hormônios

Existe prevenção para os proble-

vam uma vida normal?

tireoidianos, é encontrado em

mas na tireóide?

Sim, desde que os pacientes

Não existe nenhum tipo de medica-

concentrações suficientes no sal

façam o uso correto dos medica-

mento ou vacina para prevenção

de cozinha e não é necessário a

mentos e mantenham os níveis

de disfunções da tireóide. A avalia-

sua suplementação.

hormonais dentro dos valores de

ção laboratorial deve ser feita nas

normalidade. Para isso, é muito

pessoas que apresentem sintomas

Quais alimentos devem ser evi-

importante o acompanhamento

sugestivos ou tem parentes de

tados na alimentação?

periódico com o médico para

primeiro grau com algum tipo de

Apenas em situações especiais,

possíveis ajustes de dose até o

problema na tireóide.

como antes da realização de

controle ideal. Mesmo após o início

O teste do pezinho, que é realizado

alguns exames ou tratamentos

do tratamento, os sintomas levam

no recém-nascido ainda no berçá-

específicos, é orientada uma dieta.

algumas semanas para desapare-

rio, é uma maneira de se detectar

No tratamento do hipotireoidismo,

cerem. A qualidade de vida pode

precocemente distúrbios tireoidia-

para a melhor absorção da levo-

ser afetada no período em que sur-

nos e assim prevenir problemas

tiroxina, qualquer alimento deve

gem as disfunções e neste caso

maiores no desenvolvimento da

ser evitado de ser consumido até

os pacientes que ainda estão sem

criança.

Fotos: Divulgação / Reprodução

cia do diagnóstico precoce.

VERA CRUZ VIVA BEM | 23


Saúde

Mitos e Verdades

DA TIREÓIDE Dr. João Paulo Iazigi explica

Agitação e fadiga são sintomas de que a tireóide pode não estar funcionando bem. VERDADE. Agitação pode ser um sintoma sugestivo de hipertireoidismo e cansaço pode ser em decorrência tanto do hipotireoidismo, quanto do hipertireoidismo. Mas, normalmente estes sintomas vem acompanhados de vários outros.

Voz rouca pode anunciar problemas com a tireóide VERDADE. A rouquidão pode ser um sintoma sugestivo do hipotireoidismo, mas pode surgir também como consequência de uma alteração anatômica na tireóide, como o aumento volumoso da glândula (bócio) ou mesmo devido a um nódulo. Na dúvida, procure seu endocrinologista.

Os problemas com tireóide só surgem após os 50 anos.

MITO. As disfunções tireoidianas são mais comuns em mulheres entre 30 a 50 anos, porém podem atingir ambos os sexos e em qualquer fase da vida, desde os recém-nascidos até populações mais idosas.

22 | VERA CRUZ VIVA BEM 24


MITO. Podem engravidar sim, pois estas disfunções

não impedem a mulher de gerar um filho. Mas para que não seja uma gravidez de risco, a paciente deve fazer um controle mais rigoroso com seu obstetra e seu endocrinologista antes e durante a gestação. No caso do hipotireoidismo é comum a necessidade do aumento de dose logo no início da gravidez e no caso do hipertireoidismo, existem medicamentos que são mais seguros para serem utilizados neste período. O importante é realizar um acompanhamento de perto para que não haja nenhum problema para a mãe nem para o feto, visto que se a mãe não fizer um

Quem tem hipotireoidismo pode ter depressão VERDADE. Cerca de 50% dos pacientes com hipotireoidismo têm sintomas depressivos e cerca de 30% dos pacientes com depressão apresentam hipotireoidismo. Isto acontece porque os hormônios tireoidianos atuam diretamente em sistemas ligados ao humor, memória, raciocínio, libido e sono. Portanto, pacientes com hipotireoidismo devem ser avaliados quanto a alteração de humor e, por outro lado,

controle hormonal adequado durante a gravidez, a

pacientes com depressão devem ter a função

criança após o nascimento pode vir a apresentar

tireoidiana avaliada. Mas chamo a atenção que

problema sérios de desenvolvimento.

muitas vezes são solicitados exames que não

Apenas o exame de sangue detecta o problema.

são necessários nem para o diagnóstico nem para o acompanhamento, como é o caso por exemplo do T3. Além disso, apesar de não ser recomendado, o T3 em fórmulas manipuladas ainda tem sido utilizado como coadjuvante no tratamento para emagrecer. Cuidado, pois

VERDADE. A simples dosagem sanguínea dos hor-

este hormônio em doses excessivas pode le-

mônios (TSH e T4 livre) e eventualmente dos anticor-

var ao emagrecimento, porém, acompanhado

pos, é o suficiente para o diagnóstico dos distúrbios

de efeitos indesejáveis, como diminuição de

funcionais da tireóide (hipo e hipertireoidismo). Se for

massa muscular, diminuição de massa óssea,

apenas para a triagem em pacientes assintomáticos,

hipertensão arterial e arritmia cardíaca.

apenas a dosagem do TSH está indicada. Não existe indicação de uso rotineiro da dosagem do T3 sérico no diagnóstico e seguimento do paciente com hipotireoidismo. Pode ser útil, em apenas alguns casos de hipertireoidismo. Porém, no caso de avaliação do nódulo tireoidiano, se faz necessário a realização de exames complementares, como ultra-som e, às vezes, de uma punção aspirativa.

Por fim, apesar de tantos mitos e controvérsias que existem sobre a tireóide, na maioria dos casos o diagnóstico e tratamento das disfunções desta glândula são simples de serem realizados e, desde que sigam as orientações adequadas de seus médicos, os pacientes podem levar uma vida completamente normal.

Fotos: Divulgação

Mulheres com doenças de tireóide não podem engravidar

João Paulo Iazigi Mestre em Endocrinologia pela Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, Chefe do Ambulatório de Diabetes tipo 2 do Hospital Mário Gatti e médico no HVC

VERA CRUZ VIVA BEM | 25


CHECANDO O CHECK-UP

E

m vários países, incluindo o

que consistia em consulta médica, exames

Brasil, grandes empresas incen-

de rotina e recomendações individualizadas

tivam e financiam exames anuais

sobre hábitos saudáveis de vida. Publicado

de check-up para seus funcio-

no BMJ, em 21 de junho de 2014, o estudo

nários, no sentido de prevenir doenças e

envolveu todos os habitantes da região

preservar a saúde de seu mais valioso ativo:

oeste de Copenhagen, na faixa dos 30 aos

as pessoas. No âmbito social, indivíduos

60 anos de idade, randomizados em dois

mais atentos aos cuidados com a saúde

segmentos: o grupo intervenção, subme-

tomam também essa iniciativa, agendando

tido a check-up anual durante o período

consultas e exames de rotina, e em muitos

de 5 anos e o grupo controle, apenas sob

casos, mesmo quando assintomáticos, só

observação, durante o mesmo período.

ficam tranquilos quando se submetem à

Avaliação realizada após 10 anos não en-

realização de check-up completo. Uma

controu diferenças significativas entre um

prática que, quando abusiva, compromete

grupo e outro, considerando-se incidência

a saúde financeira das operadoras de saú-

de doença cardíaca isquêmica, acidente

de, sem a contrapartida de poder carimbar

vascular cerebral e mortalidade. A partir

um passaporte de saúde preventiva para os

destes dados, o governo da Dinamarca sus-

usuários, já que isso é impossível. Tanto,

pendeu o programa de check-up que até

que conceituados centro internacionais de

então vinha sendo concedido à população.

medicina têm procurado analisar os resul-

Os serviços médicos que oferecem check-

tados deste procedimento.

-up devem priorizar os exames clínicos

O Centro Nórdico Cochrane publicou em

(anamnese e físico completo), solicitando

2.012 um estudo que analisou 14 pesquisas

exames complementares caso a caso, para

de longo prazo (média de 9 anos), totalizan-

avaliação das condições atuais da saúde

do 182.880 pessoas da Europa e dos Esta-

do paciente, diagnostico precoce e preven-

dos Unidos, incluindo 11.940 mortes. Deste

ção de doenças. Em minha opinião, este é

total, um grupo havia realizado check-up e

o procedimento adequando a ser adotado

o outro não, sendo que não houve diferença

para indivíduos saudáveis e assintomáticos,

no número de mortes entre os dois grupos,

evitando, sempre que possível, exames so-

incluindo morte por doença cardíaca e

fisticados ou invasivos que, como sabemos,

câncer. A surpreendente conclusão

podem desnecessariamente evoluir para

foi reforçada pelo resultado de

overdiagnosis.

um estudo populacional randomizado, que teve por objetivo avaliar eficácia do check-up para cidadão da Dinamarca,

26 | VERA CRUZ VIVA BEM

Dr. Antonio Frederico N. Magalhães

Departamento de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do HVC



Artigo

ASPIRINA A CADA 3 DIAS:

PROTEGE O CORAÇÃO SEM AGREDIR O ESTÔMAGO

O

ácido acetilsali-

matórios, a Aspirina é uma das

mucosa gástrica, quando adminis-

cílico, patenteado

principais causas de hemorragia

trado de 3 em 3 dias, na dose de

pela Bayer em 1897

digestiva alta, especialmente nos

81mg/dia (The Journal of Clinical

com o nome de As-

idosos e nas pessoas com histórico

Pharmacology 2016;56:862).

pirina, é o primeiro medicamento

de úlcera péptica, devido à inibi-

Destacado como Editor´s Choice

produzido quimicamente no mun-

ção da prostaglandina, principal

(escolha do editor) no The Journal

do em forma de comprimidos.

defesa da mucosa gástrica (BMJ

of Clinical Pharmacology, prestigia-

Há mais de 50 anos vem sendo

2000;321:1183).

da revista de farmacologia clínica.

utilizado em doses diárias baixas

Coordenado pelo Dr. Gilberto De

O trabalho certamente irá nortear o

para a prevenção de doenças car-

Nucci, professor titular de Farma-

tratamento preventivo das doenças

diovasculares, devido a seu efeito

cologia da USP e da UNICAMP, foi

cardiovasculares, se os resultados

antiagregante plaquetário, que

realizado trabalho pioneiro no De-

forem confirmados por outros pes-

reduz em 20% o risco de enfarto do

partamento de Gastroenterologia e

quisadores, através de estudos

miocárdio (Lancet 2009;373:1848).

Endoscopia Digestiva do Hospital

multicêntricos. Vamos aguardar.

Constatou-se também que o uso

Vera Cruz, demonstrando que o

diário do medicamento diminui o

ácido acetilsalicílico promoveu

risco de câncer do cólon, esôfago

inibição completa da agregação

e estômago (Lancet 2011;377-31).

plaquetária, sem alterar a con-

Assim como todos ao antiinfla-

centração da prostaglandina da

Foto: Reprodução

Dr. Antonio Frederico N. Magalhães Departamento de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do HVC

24 | VERA CRUZ VIVA BEM 28



Artigo

Como definir Estratégias? Uma questão de inovação

E

stratégia é algo muito discu-

para inovar dentro desse mapa.

Ao mesmo tempo que é um

anualmente são publicados livros e

tido no mundo corporativo. tema bem abordado, temos

muitas ferramentas para determinar

as estratégias a se tomar em uma empresa. Por muito tempo o objetivo maior de uma empresa foi sobreviver,

atualmente o conceito de existência de uma empresa transcende isso, a

sua solidificação no mercado, essa Fotos: Aquivo FRRB

fase é chamada de maturidade, após a maturidade uma empresa só tinha

um caminho possível, o declínio. Para se obter um futuro diferente, torna-se

fundamental a estratégia, mas não

qualquer estratégia, ela deve ser guiada pela Missão, Visão e Valores

ela deve ser guiada pela Missão, Visão e Valores da empresa, buscando como objetivo a inovação.

da empresa, buscando como objetivo a inovação.

Sendo assim, estratégia é algo fundamental para que a empresa tenha vida

e hoje entende-se mais um quinto P, talvez como o mais importante.

define um pouco do nosso público,

lidade e classe social, certa vez ouvi um médico dizendo que seria difícil

modificar o preço, pois isso é definido

pelo convênio, temos dois exemplos

na medicina, um que são as clínicas

populares, um produto em franco crescimento no país e outro exemplo é a verticalização de negócios, este

último podemos ver em convênios que oferecem planos variados para diferentes classes sociais, podendo elevar

o conceito do plano para uma classe

ou rebaixá-lo para outra dependendo de como é feito o marketing.

longa, mais do que isso, ela deve estar

O segundo P é praça, para alguns

voltada para o conceito de inovação.

para seu negócio, mas isso é só uma

alinhada com a cultura da empresa e Então, como posso inovar em algo

que não conheço? Isso é impossível, o

primeiro passo para inovar é conhecer a empresa.

Muitas ferramentas são usadas para

praça envolve escolher um local bom parte do conceito, por exemplo, uma

rede de hospitais, ou um hospital cen-

tral com outros satélites nas proximidades são formas de ampliar uma praça.

conhecer uma empresa, sinceramente

O terceiro P envolve produto, embora

vas), não por ser a “Ferramenta da

vendido de formas diferentes, não

prefiro o BMC (Business Model Can-

Moda” e nem por ser a mais difícil de achar alguém que a desenvolva de forma completa, mas porque ela me

permite ver em um único local todo

o mapa de uma empresa e com isso pode nos ajudar a criar mecanismos

30 | VERA CRUZ VIVA BEM

marketing, antes os chamados 4 P’s

pois ele envolve o conceito de qua-

de procura por esse produto até a

não qualquer estratégia,

usar dentro do BMC, que são os Ps do

ciclo de vida, ele começa na introdu-

sando por uma fase de crescimento

mental a estratégia, mas

ater em uma ferramenta que posso

O primeiro P envolve preço, este P

ção deste produto no mercado, pas-

diferente, torna-se funda-

livros sobre isso, portanto, vou me

empresa deve sempre se reconstruir.

Sabemos que todo produto tem um

Para se obter um futuro

Seria muito difícil explicar o BMC aqui,

saúde seja um produto, ele pode ser

apenas como tratamento e prevenção, saúde pode ser vendida no campo

do conhecimento, existem outras

aplicações em saúde dentro de ino-

vações. Quando se fala em produto é importante definir o que o cliente


soas não precisam comprar furadeiras

para colocarem quadros na parede, o cliente apenas quer o furo, mas quem

viabiliza a existência de um furo é a furadeira, você possui furadeira em casa? Quantas vezes você a usou?

tendo em vista que o produto real é o furo, tem crescido o mercado de alu-

guel de furadeiras. No Brasil, nota-se,

por exemplo, o aluguel de malas, uma

maneira de ter uma mala de qualidade para quem vai usar até três vezes por

ano. O produto saúde é um pouco mais complexo, pois se trata de um bem intangível.

O quarto P são os processos, aqui

está geralmente o maior gerador de

custos em uma empresa, normalmen-

te processos mal definidos levam à retrabalho, baixa qualidade ou à burocracia em uma empresa, tudo

isso eleva demais o custo e muitas

vezes faz uma empresa ter prejuízos

substanciais, na área de saúde os processos podem ser administrati-

vos ou assistenciais, neste último os

processos podem ser bem trabalhado com protocolos (algoritmos) médicos muito bem definidos.

Por fim, o quinto P, embora tenha

surgido por último, têm se tornado

o protagonista na estratégia de uma empresa. Seguindo o conceito ad-

ministrativo de que toda empresa vende algo, em um hospital ou clínica vendemos saúde, porém este produto

(serviço), como dissemos, é um bem

intangível, quando compramos uma

caneta, por exemplo, podemos testar se a escrita fica bonita, se é confortá-

vel e até se é duradoura, mas frente à um serviço nossa percepção de qualidade muda.

A qualidade em um serviço é perce-

bida pela rapidez de seus processos

e pela cortesia das pessoas, sendo esta última percepção a principal res-

ponsável pelo retorno de um cliente,

por isso, empresas que vende serviços investem muito em consultoria para alinhamento de processos e na qualificação de seus colaboradores.

Dr. Luciano Tarelho é Médico no Hospital Vera Cruz com especialização em Administração de Empresas

Para a Previna, ser uma referência em imunização não é um sonho, é um compromisso. Abraçamos os conceitos da inovação, da tecnologia e do acolhimento para fazer da vacinação uma experiência tranquila, segura e confiável. Não importa a idade: a Previna está sempre de braços abertos para receber pessoas de todas as faixas etárias. Afinal, bem-estar e saúde são importantes em todas as fases da vida!

NOUA-CRIATIVA

exatamente quer, por exemplo, as pes-


Artigo

E

Fortalecimento muscular

Dr. Fábio Rainha Lopes é médico Geriatra no Hospital Vera Cruz

O olhar para essa síndrome deve iniciar desde os pacientes mais jovens até os idosos, e para isso, a mudança do estilo de vida deve ser o foco principal para todos.

Fotos: Aquivo FRRB

no idoso

nvelhecer é um desafio.

nal) são as mais efetivas e importantes

Envelhecer com qualidade

para o tratamento dessa síndrome.

é ainda mais difícil. Nesse

O exercício físico, em qualquer faixa

processo, existem modi-

etária, terá como foco a melhora da

ficações corporais importantes e de

potência, força e resistência muscular.

impacto na qualidade de vida.

O estudo LIFE mostrou diminuição da

Quando exercemos atividades funcio-

incapacidade em idosos submetidos

nais básicas como caminhar, tomar

a programa de treinamento físico que

banho, vestir, alimentar e cuidarmos

incluiu exercícios resistidos, aeróbicos

da higiene, temos como pré-requisito

e de flexibilidade (Pahor et al, 2014).

a necessidade de massa muscular.

Do ponto de vista nutricional, estudos

Entre as alterações do envelhecimento

recentes mostram que a falta de prote-

natural (senescência), a diminuição da

ína em quantidade adequada na dieta

massa muscular é da maior importân-

e a falta de resposta anabólica à sua

cia clínica. Denominada sarcopenia,

ingesta, são mecanismos envolvidos

acomete cerca de 50 milhões de pes-

no baixo índice de massa muscular

soas no mundo e afetará mais de 200

(Paddon-Jones e Rasmussen, 2009).

milhões nos próximos 40 anos.

A ingesta moderada de aminoácidos

A sarcopenia é uma síndrome progres-

essenciais estimula a síntese proteica

siva e generalizada de perda de fun-

em pessoas idosas. Recomenda-se

ção muscular com risco de desfechos

ingerir 1,5 g/Kg de peso por dia para

adversos como incapacidade física,

prevenir e tratar essa síndrome (Borst,

baixa qualidade de vida e óbito, e não

2004, Morley et al,2010), distribuído de

deve ser encarada como consequên-

maneira igualitária entre as três prin-

cia da idade avançada.

cipais refeições para produzir máxima

Vários fatores podem estar envolvidos

síntese proteica e melhor resposta

tanto no início quanto na progressão

anabólica. Os melhores resultados

dessa condição: falta de atividade fí-

para os pacientes ocorrem na associa-

sica, baixa ingesta calórica e proteica,

ção entre atividade física e suplemen-

modificações hormonais (resistência

tação nutricional. Essa combinação,

à insulina, GH, IGF-1, testosterona,

além de aumentar a massa muscular

DHEA, vitamina D e paratormônio),

também diminui o tecido gorduroso.

disfunção mitocondrial, apoptose,

Do ponto de vista farmacológico,

doença neurodegenerativa e influência

nenhum medicamento foi especifica-

genética.

mente desenvolvido. Existem estudos

O olhar para essa síndrome deve ini-

em andamento, mas é pouco provável

ciar desde os pacientes mais jovens

que um único medicamento consiga

até os idosos, e para isso, a mudança

prevenir ou tratar isoladamente, mas

do estilo de vida deve ser o foco prin-

o futuro certamente incluirá medica-

cipal para todos.

mentos que, em combinação com o

As intervenções não farmacológicas (exercícios físicos e ingesta nutricio-

32 | VERA CRUZ VIVA BEM

exercício e a nutrição, apresentarão melhores respostas.



Fotos: Aquivo FRRB

Entrevista

VACINAÇÃO

CONTRA A Conversamos com o Dr. Luis Alberto Verri, diretor da Clínica Previna Vacinas, sobre a vacina da dengue e sobre a vacinação em adolescentes e adultos. Confira!

DENGUE

Com a chegada do verão, todos

mosquito Aedes transmite dengue.

estão preocupados com a dengue.

Quando o mosquito pica alguém com

Como funciona a vacina contra a

a doença, ele fica infectado e passa

doença?

ser transmissor. Então é lógico pensar

Dr. Luis Verri: Esta é uma vacina re-

que quanto mais pessoas vacinadas e

cém lançada, mas comprovadamente

protegidas, menos casos de dengue

eficaz, indicada para indivíduos entre 9

teremos. Assim, quando as pessoas

e 45 anos de idade. A vacina protege

da família se vacinam, colaboram para

contra os 4 tipos de vírus da dengue.

proteger também as crianças peque-

A eficácia geral é de cerca de 66% e

nas ainda não vacinadas.

a proteção chega a 93% quando falamos das versões graves da dengue,

E para os adolescentes?

aquelas que levam à hospitalização.

Além da dengue, destaco a importância da vacinação contra Meningite dos

34 | VERA CRUZ VIVA BEM

Como agir no caso de crianças

tipos ACWY e do tipo B, dentre outras.

menores de 9 anos, que estão fora

Os adolescentes são portadores da

da faixa etária recomendada para a

bactéria meningococo e fazem parte

vacina da dengue?

do grupo do risco, justamente porque

Nesse caso, além do uso de repe-

nesta fase da vida eles normalmente

lentes, mosquiteiros, prevenção de

compartilham copos, beijam, frequen-

foco, etc., recomendamos vacinar

tam lugares aglomerados, etc. Na

os adultos da família. Veja, nem todo

Inglaterra, por exemplo, a vacinação


prioriza os adolescentes, enquanto no

adultos, como a caxumba. Recen-

Brasil priorizamos os bebês. Também

temente, aliás, tivemos surtos de

vale lembrar da importância da vacina

caxumba em Campinas, com casos

contra o HPV, vírus que causa câncer

justamente entre adultos jovens. A co-

de colo de útero, reto, orofaringe e

queluche, vale lembrar, é transmitida

pênis. Esta vacina está disponível

às crianças pelos adultos. Por isso,

para meninas e meninos. Há também

ao vacinar adultos, também prote-

Qual sua mensagem para nossos

a Tríplice bacteriana acelular (difteria,

gemos os bebês. E para os maiores

leitores?

tétano e coqueluche). Como pode ver,

de 50 anos, existem vacinas muito

Acho importante lembrar as pessoas

vacina não é coisa só para criança.

importantes, como a vacina contra

sobre a importância da vacinação

herpes zoster e a Pneumo 13. Para

como uma das principais ferramentas

E quais são então as vacinas reco-

quem vai viajar, recomenda-se checar

para prevenção de doenças. No final

mendadas aos adultos?

quais as vacinas obrigatórias ou reco-

do século XX o CDC, órgão máximo de

Em geral os adultos lembram de

mendadas para cada destino. Existe

saúde dos Estados Unidos, publicou

vacinar os filhos, mas esquecem da

também o calendário de vacinas para

uma lista das 10 maiores conquistas

importância da vacinação na fase

profissionais. Aos médicos, dentistas e

no campo da saúde pública, e em

adulta. Algumas doenças antigamente

profissionais de saúde, por exemplo,

primeiro lugar estavam as vacinas!

tidas como típicas de crianças, estão

recomenda-se vacinas contra hepatite

Comprovadamente, prevenir é sempre

voltando a ocorrer, desta vez entre

B, gripe, entre outras.

o melhor caminho.

Também vale lembrar da importância da vacina contra o HPV,


Notícias HVC

Pós-Graduação em

Gestão Hospitalar

Hospital Vera Cruz realiza parceria com Faculdade São Camilo para curso pioneiro na RMC

P

Curso de pós-graduação da mais alta qualidade

ela primeira vez na Região Metropolitana de

já não é o bastante. Temos que ir além. Temos que ofere-

instituições da Saúde se juntam para desenvolver

cidade, para nossa região, para o país. Foi nessa busca de

Campinas (RMC) duas das mais conceituadas

competências e habilidades de profissionais que,

concluído o curso, estarão mais capacitados para gerir

organizações hospitalares, além de contribuir para o bem-estar social.

cer algo ainda maior para nossa comunidade, para nossa transcender nossos próprios limites que surgiu a ideia de mais uma iniciativa pioneira que, desta vez, contemplava não

só os nossos colaboradores, mas todos os profissionais do setor da Saúde da região. Novos hospitais e clínicas estão chegando, o mercado não estará recessivo por muito

O Hospital Vera Cruz e sua vocação de ser o pioneiro

mais tempo. A Região Metropolitana de Campinas estará

instituição desde os seus primórdios. Quem conhece nossa

uma parceria com o Centro Universitário São Camilo de São

Na verdade, o pioneirismo sempre esteve no DNA de nossa história sabe – e quem quiser saber mais, basta acessar nosso website – que, numa linha do tempo, os principais feitos

do Hospital Vera Cruz (HVC) estão todos lá devidamente

registrados. Mas, graças à contínua evolução tecnológica e aos imensos avanços da medicina em todo o mundo,

fica cada vez mais difícil para exercer esta nossa vocação,

que, por exigência própria, entendemos também como uma

obrigação. Fazer o nosso trabalho da melhor forma possível

Prêmio DCAP 2016

sempre crescendo e, assertiva e oportunamente, o HVC arma Paulo para oferecer a todos a oportunidade de capacitações profissionais específicas através de cursos de pós-graduação da mais alta qualidade.

Demais temas serão abordados nos próximos cursos que estão sendo preparados para 2017 e para 2018. O HVC é mesmo assim: pioneiro. Agora trazendo toda a reconhecida

experiência dos camilianos para a nossa região. É o nosso hospital adentrando a área acadêmica em benefício de todos.

O

Desempenho Científico e Aperfeiçoamento

Profissional (DCAP), foi criado para incentivar

o envolvimento e participação nos eventos científicos da Fundação, bem como o interesse

no aperfeiçoamento profissional dos médicos do Corpo Clí-

nico do Hospital Vera Cruz. O prêmio existe desde 2.004, a

premiação é realizada sempre no fim de cada ano, no jantar

de confraternização do Hospital. A Fundação agradece pela participação e parabeniza os 25 médicos que obtiveram as maiores pontuações, confira no site da Fundação

5 primeiros colocados em 2016: 1º Dr. José Higino Steck – Cirurgião cabeça e pescoço; 2º Dr. Daniel Lahan Martins

– Radiologista; 3º Dr. Ronaldo Padovani - Intensivista; 4º Dr. André Deeke Sasse - Oncologista; 5º Dr. Thiago José Penachim - Radiologista.

36 | VERA CRUZ VIVA BEM

Fotos: Aquivo FRRB

a lista e pontuação dos premiados. Parabéns! A seguir os


Painel conta história do Hospital Vera Cruz A Fundação Roberto Rocha Brito e o Hospital Vera Cruz desenvolveram um painel que conta um pouco da trajetória de 73 anos do Vera Cruz. Inaugurado em setembro de 2016, a arte do painel retrata através de imagens com legendas, toda expansão do hospital, assim como, a passagem de seus fundadores e presidentes deste 1943. Ele está instalado na varanda do casarão ao lado da capela (sede da Fundação Roberto Rocha Brito) um lugar de livre acesso, para quem quiser visitá-lo e conhecer

HVC recebe Selo de Hospital Amigo do Idoso!

de perto essa história de grande sucesso.

O ano começou com mais uma grande

nários foram treinados e sensibilizados

notícia para o Hospital Vera Cruz (HVC)

sobre as peculiaridades do atendimento

e para a população que frequenta o

à população idosa, por meio de palestras

hospital. O HVC foi o primeiro hospital

e dinâmicas, onde até mesmo as dificul-

da Região Metropolitana de Campinas

dades que os idosos mais dependentes

a receber o Selo de Hospital Amigo do

enfrentam nos obstáculos do dia-a-dia

Idoso pela Secretaria de Saúde do Esta-

foram simuladas e sentidas por todos!

do de São Paulo. Fomos contemplados

Uma pesquisa para identificar pontos

com o Selo de Nível Inicial.

de melhoria em nosso atendimento foi

O Programa São Paulo Amigo do Idoso

realizada, onde funcionários, cuidadores

foi criado em 2013, sendo esta a maior

e os próprios pacientes idosos responde-

iniciativa no Brasil voltada para os ido-

ram. Foi feito também um levantamento

sos. Um braço deste grande projeto

de ações que visam melhorar a acessi-

foi a criação do Selo Hospital Amigo

bilidade nas dependências do hospital.

do Idoso, que visa identificar as ações

O processo até a obtenção do nível

que possam, além de incorporar maior

intermediário é contínuo e depende de

resolutividade ao atendimento, priorizar

mais ações que serão realizadas ainda

os aspectos de segurança e conforto

em 2017.

necessários ao bom atendimento desta

Esta certificação reafirma o HVC como

faixa etária.

um hospital de referência também em

E quais ações o HVC fez para conquistar

ações de humanização. E com esse re-

o selo? Nesta fase inicial foi criado um

conhecimento, mostra o seu compromis-

comitê gestor formado por gestores de

so em evoluir ainda mais no atendimento

diversos setores do hospital. Os funcio-

seguro e integral à população idosa.

Fotos: Aquivo FRRB

Painel pode ser conferido na sede da Fundação

VERA CRUZ VIVA BEM | 37


Notícias HVC

Protocolo de Acidente Vascular Cerebral no HVC

O

Acidente Vascular Cere-

bral (AVC), ou popularmente conhecido como “Derrame Cerebral”, é

hoje a principal causa de morte e incapacidade no Brasil (como dificul-

dade de falar, de andar, pessoas que ficam acamadas e com grande limita-

ções para suas atividades). Estima-se que cerca de 16 milhões de pessoas anualmente são acometidas no mun-

do, com 6 milhões de óbitos. Nos Estados Unidos, a cada ano, cerca de 690.000 adultos sofrem um AVC. No

Brasil ocorrem cerca de 69 mil óbitos anualmente. Podemos assim ter uma

boa idéia da importância do combate a essa doença, seja na prevenção ou

no tratamento adequado no ambiente

hospitalar e na posterior reabilitação desse pacientes.

E como o Hospital Vera Cruz tem se

grafia Computadorizada de Crânio.

Alinhamos o excelente nível técnico

sangramentos e direcionar a terapia

intensivistas, radiologistas, enferma-

passo, a avaliação do neurologista é

somado a inovação tecnológica.

tes que chegaram dentro do tempo

ciente com suspeita de AVC é neces-

específico quando indicado.

um imediato reconhecimento da

ágil todas essas etapas e tornar nos-

tificado pela equipe de enfermagem,

o hospital irá usar o auxílio de um

para isso e dessa forma, direciona o

ção médica, onde o sigilo sobre as

médico, e para a realização de Tomo-

segurança. Assim que o paciente

preparado para enfrentar o AVC?

Este exame serve para descartar

de nossos médicos emergencistas,

no caso do AVC isquêmico. Após esse

gem e da nossa equipe de neurologia,

fundamental nos casos dos pacien-

Para um atendimento eficaz ao pa-

apropriado para receber o tratamento

sário rapidez e agilidade. É importante

E com o intuito de tornar ainda mais

possibilidade desse evento, já iden-

sa assistência mais segura e eficaz,

que recebeu treinamento específico

aplicativo específico de comunica-

paciente para o rápido atendimento

informações do paciente estão em

com suspeita de AVC der entrada no Hospital, os dados clínicos do

paciente serão inseridos e todo esse processo será acompanhado por

todos envolvidos no atendimento, o Por que ocorre?

setor de tomografia já irá se preparar

ência no fluxo sanguíneo em uma

me como prioridade, o neurologista já

O AVC ocorre devido uma insuficideterminada área do cérebro e pode

ter diferentes causas: aneurismas, hipertensão arterial, cardiopatia e tromboembolia.

para receber o cliente e fazer seu exairá saber que tem um paciente dentro do protocolo e poderá ver as imagens

da tomografia em alta resolução pelo seu próprio celular! Isso mostra a

preocupação do Hospital Vera Cruz

É definido como um déficit neurológico geralmente focal (dificuldade em falar, em movimentar algum dos membros, rebaixa-

mento do nível de consciência),

de instalação súbita ou com rápida evolução.

38 | VERA CRUZ VIVA BEM

em entregar cada vez mais a melhor

assistência de saúde à população, com segurança, agilidade e precisão, e fazer a diferença

para cada paciente e família que nos procuram e que

confiam em nosso trabalho e dedicação.

Foto: Divulgação

O que é?


confraternização e bom-humor durante o torneio

Torneio de Tênis

DE DUPLAS

Médicos do HVC participam da 5ª edição do evento esportivo

E

Campeões da cateria A

ntusiasmo e disposição não faltaram para os 20 médicos que disputaram o torneio de tênis do Hospital Vera Cruz. O torneio que já virou tradição no final de cada ano foi realizado no dia 12 de

novembro, no Gramado Tênis, acompanhado de churrasco e de confraternização entre os competidores e convidados.

Vice-Campeões da cateria A

CONFIRA OS VENCEDORES CATEGORIA A:

Campeões: Dr. Celso Luis Piovesana e Dr. Antonio Roberto Frascarelli

Vice-Campeões: Dr. Sergio Watanabe Matsumoto e Dr. Marcos Moraes

Campeões da cateria B

CATEGORIA B:

Campeões: Dr. Luis Alberto Verri e Ronaldo Zulian

Fotos: Divulgação

Vice-Campeões: Dra. Ana Paula P. Moreira e Dr. Hamilton José Borges

Vice-Campeões da cateria B VERA CRUZ VIVA BEM | 39


TURISMO

As belezas milenares do centro de Portugal

Serra da Estrela e Aldeias Históricas

A

Texto e fotos Cristiane Gracioli

imponente Serra da Estrela é um convite para

uma viagem repleta de ricas paisagens naturais,

gastronomia ímpar e a possibilidade de conhecer parte da história milenar de Portugal através de suas vilas medievais preservadas encravadas

por entre suas curvas sinuosas. Mais que uma montanha, a Serra da Estrela

é uma região. O Parque Natural da Serra da Estrela divide-se entre seis

concelhos e estende-se por 100 mil hectares de paisagens. Para conhecer toda a extensão do parque em detalhe o CISE - Centro de Interpretação da

Serra da Estrela, localizado em Seia

oferece uma estrutura interessante. Mas anote o que é imperdível, e organize seu roteiro.

VALE A PENA:

Subir a Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, é fundamental tanto pelo prazer de desfrutar das paisagens da

lindíssima e sinuosa estrada, quanto por alcançar o ponto mais alto de Por-

tugal. Em Torre se encontram as pistas

de esqui e o visual é imbatível. Você pode subir a Serra da Estrela pelas cidades de Seia ou Covilhã, ambas

localizadas ao pé da serra. Na cidade de Seia é interessante visitar o Museu

do Pão que, além de proporcionar

cultura também funciona como restaurante e oferece toda a gastronomia típica do lugar, com direito a experi-

mentar (e levar para casa) o famoso Queijo da Serra. Ou vá até Celorico da Beira aprender como se faz o autêntico

Queijo da Serra, os enchidos e o mel, iguarias únicas da região.

AS ALDEIAS HISTÓRICAS

Ainda pouco conhecidas pelos turistas

brasileiros, mas importantíssimas na história portuguesa, as 12 aldeias localizadas na fronteira com a Espanha e na região da Serra surpreendem,

sobretudo, pelo estado de conserva-

ção. Belmonte é a vila onde nasceu

Pedro Alvares Cabral, e o castelo de

sua família é aberto para visitação.

40 | VERA CRUZ VIVA BEM

Em Sortelha, lindíssima por sinal, é

possível mergulhar em uma cidade inteiramente medieval e completamente

murada, construída em pedra e que abriga nos dias de hoje uma popula-

ção mínima. Talvez não seja possível passar pelas doze aldeias, mas existe

uma programação feita para otimizar o tempo e atender as expectativas. A

dica é entrar em contato com o site oficial das Aldeias Históricas e organizar as visitas.

www.aldeiashistoricasdeportugal.com


O Parque Natural da Serra da Estrela

Com localizações estratégicas junto da fronteira espanhola, as aldeias históricas de Portugal são fruto do trabalho de diversas gerações de reis que, preocupados com a defesa do território, se encarregaram de povoar e fortificar aquela região. São elas: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Piódão (foto), Linhares da Beira, Marialva, Monsanto,

Casa em granito com traço medieval

SORTELHA

(190km de Coimbra)

Uma das mais belas e antigas vilas

portuguesas, ainda mantem suas

características urbana e arquitetônica inalteradas até os dias atuais, sendo

considerada uma das mais bem con-

servadas. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado construído em pedra é

cercado por muralha e conta com um castelo do séc. XIII. Uma viagem ao

túnel do tempo medieval com direito a pelourinho manuelino e igreja renas-

centista. A calmaria e o silêncio provocam nossa mente e nos convidam a

imaginar a vida que ali aconteceu há milhares de anos.

Trancoso e Sortelha.

VERA CRUZ VIVA BEM | 41


TURISMO

BELMONTE

A terra onde Pedro Alvares Cabral nasceu é pequena, preservada e o castelo de sua família é aberto para visitação. A cidade abriga inúmeros museus, entre eles o do Descobrimento. ONDE FICA: A Serra da Estrela situa-se em sua maior parte no Distrito da Guarda com 85% da área (74 529,3 ha), tem uma pequena área no Distrito de Castelo Branco com 15% (13 762,4 ha). Outros seis municípios estão situados na Serra, sendo eles Guarda Manteigas, Seia, Celorico da Beira e Covilhã.

TORRE

Com altitude de 1993 metros, Torre é o ponto mais alto de Portugal. O caminho é feito por estradas sinuosas

e desníveis montanhosos impressionantes de onde

se aprecia vales glaciares, e se pode chegar até as

pequenas cidades localizadas sobre suas rochas. Se visitar a cidade no inverno poderá desfrutar de um

complexo de pistas para a pratica de sky e esportes

de neve. Pelo caminho entre Covilhã e Torre é possível apreciar o Monumento da Nossa Sra. da Boa Estrela

encravado em uma das inúmeras paredes de pedra. Para os esportistas há uma trilha até o monumento esculpido que encanta pela grandiosidade.

Museu do Pão

O museu privado recolhe, preserva e exibe os objetos e o património do pão português nas suas vertentes: etnográfica, política, social, histórica, religiosa e artística. O interessante é que o espaço é também um dos mais importantes restaurantes portugueses e proporciona uma parada confortável para desfrutar da gastronomia e beleza locais. Localizado em Seia, na Quinta Fonte do Marrão. Consulte o site para os horários de funcionamento. www.museudopao.pt

42 | VERA CRUZ VIVA BEM

PORQUE IR: Além da neve, da fauna e flora extraordinárias, o viajante é também atraído pela paisagem única no pais, pela riqueza humana, cultural, histórica e gastronomica da região. CURIOSIDADE: A Serra é também rica do ponto de vista hidrológico, pois deste maciço escorrem numerosas linhas de água que beneficiam as três maiores bacias hidrográficas do país: Douro, Mondego e Tejo, portanto os habitantes de Lisboa, Porto e Coimbra usufruem e dependem da água proveniente da Serra da Estrela. Quantos dias ficar: 4 dias são indicados para se conhecer uma boa parte da Serra e suas cidades. Mais sobre a Serra: Centro de Interpretação da Serra da estrela - www.cise.pt


apresenta

o coração da casa

E

A cozinha do século XXI

la se tornou o espaço nobre da casa, grande ou

projetos antigos de cozinhas para repaginá-las de forma a

pequena é o local para receber amigos e estar com

atender os novos usos. É nítido o resgate de valores fami-

a família. Ao idealizar um projeto para a cozinha,

liares, e cuidar da funcionalidade da casa é proporcionar um

todo cuidado é pouco e a lista de detalhes merece

ambiente particular, único e um ato de amor e carinho para

atenção, afinal é o ambiente que une e acolhe, por isso aposte

toda a família. Aqui na Fiagia trabalhamos com projetos de

na conexão de cores, no uso de matérias sustentáveis e ga-

arquitetura individualizados e com fornecedores capazes de

ranta no projeto que os usuários possam realmente interagir

atender as necessidades individuais de forma a proporcionar

nesse magnífico local. O que vemos hoje é a vida que pulsa ao

ao cliente uma cozinha inovadora, sustentável e funcional.

redor do forno e do fogão e conecta a família e os amigos em

Em breves reuniões são anotados os desejos para o novo

conversas gostosas e experiências deliciosas. O aroma da boa

projeto e podemos entregar um layout capaz de devolver

gastronomia improvisada é bem-vindo e a reunião acontece

esse ambiente para a família. Dessa forma cada projeto se

ali. Como especialista nesse mercado destaco a importância

torna único e particularmente inédito, razão para diferenciar a

do projeto bem programado, da execução realizada por espe-

venda de projetos interativos da venda tradicional de moveis

cialistas, além da utilização de corretos materiais de hidráulica,

planejados, que se torna algo sem vida e apenas preencher

a ventilação natural e escoamento de esgoto. Meu convite é

o espaço na parede e colocar

que você tenha um espaço confortável e funcional para co-

pratos e copos. Minha propos-

zinhar e aproveitar melhor sua casa. Acredito na arquitetura

ta é para que você participe

acessível e em projetos capazes de atender com qualidade e

das mudanças e se envolva

personalidade todo tipo de cliente e tornar qualquer ambiente

com o coração da sua casa:

melhor e maior. É possível multiplicar espaços mínimos e rever

a cozinha.

F.:(19) 3294.2503 /

(19) 97414.1040

RUA MARIA MONTEIRO, 1.576 - CAMBUÍ - CAMPINAS

fiagiamegastore.com.br

Roberta Giansante Fialho Diretora Comercial


Fora de Plantão Preferida e desejada

Itália

por Dr. Roberto Zuiani médico Neurocirugião no HVC

Viajar sempre é uma boa opção para dar uma pausa na rotina de consultório, hospital e centro cirúrgico e dessa vez a motivação foi visitar nossa filha que estava na sempre preferida e desejada Itália, na região das Marcas - Le Marche -, região central do País e é

delícias da cozinha local, são marcas

de coisas belas, saímos da Itália para

menos turística que a Toscana, o Lázio

inesquecíveis.

conhecer a República de San Marino,

ou o Vêneto, mas nem por isso menos

Ainda hospedados em Bologna, tive-

a mais antiga do mundo e a terceira

atraente. Vizinha da Umbria e Emilia

mos oportunidade de viajar em trem

menor em extensão, depois do Vati-

Romagna que incluímos no roteiro.

regional, não tão velozes, mas eficien-

cano e de Mônaco.

tes, dando uma esticada até Ferrara CHEGAMOS A BOLOGNA, capital da

e conhecer a mais antiga Osteria do

Emilia Romagna de trem, a 250 km/h

mundo, a Al Brindisi de 1.435 e, noutro

para logo desacelerar e passear pela

dia, ir a Modena do aceto balsâmico,

Universidades e do Caciotta de Urbi-

cidade que tem alguns apelidos como

de Pavarotti e do Museu Enzo Ferrari.

no, o queijo preferido de Michelangelo

La Dotta, La Grassa e La Rossa – a

De carro, saímos de Bologna para per-

Buonarotti, pudemos chegar às belas

erudita, a gorda e a vermelha – que

correr o roteiro programado e também

paisagens da Península de Sirolo, em

fazem referência à presença da mais

escolher cidades que interessassem

que o Monte Conero, verde e branco,

antiga universidade do mundo oci-

pelo caminho para conhecê-las. Uma

encontra o azul do Mar Adriático.

dental, de 1088; à culinária rica e “de

delas foi Imola. A pista, a curva, as

Por ali, além de comer frutos do mar

sustância” e à cor avermelhada dos

homenagens na grade e o monumen-

excepcionalmente preparados é possí-

tijolos, predominante nas construções

to ao Senna emocionam e, num local

vel apreciar o vinho Verdichio de Jesi,

e que mais tarde serviu de referência

de exuberante beleza, com as cores

produzido em vinícolas cujos vinhedos

à cor da Ferrari e da Ducatti. Visitar

do outono que pintavam as árvores

recebem a brisa do Adriático e confe-

os principais pontos turísticos tradi-

do parque no autódromo, é como

rem uma nota salgada muito particular.

cionais, conhecer a segunda mais

se assistíssemos a um filme de final

Logo se chega também a Loreto,

antiga Osteria do mundo, Osteria del

conhecido e trágico. Outra, San Leo,

cidade da Basilica da Madonna Nera

Sole de 1465, provar a mortadela e a

pequena cidade ou borgo, não sem

em que estão partes da casa em

receita original da lasagna bologne-

razão considerada um dos mais belos

que Maria teria recebido o anúncio

sa, feita com massa verde, e outras

da Itália por Umberto Eco. Ainda atrás

da gravidez. No Marche, há muitos

44 | VERA CRUZ VIVA BEM

JÁ NO MARCHE, tendo base em

Urbino, terra de Raffaello Sanzio, de


vilarejos (paesini) encantadores e que escondem relíquias arquitetônicas e arqueológicas como as Grotte di Frasassi, com cavernas que chegam a 240m de altura e só descobertas na década de 70. A região, como outras, adota o horário da sesta e, passeando pelas ruas vazias com comércio fechado, somos levados a refletir sobre a nossa cultura de ritmo acelerado e sem pausa. CHEGANDO À UMBRIA, um pouco

mais turística, encontramos Perúgia tomada pela tentação do aroma que exalava das guloseimas vendidas nas barracas da Eurochocolate, feira que se espalhava pelas ruas da cidade. Nessa região a culinária também se destaca e nos convida ao antipasto, primo piatto e um secondo di carne o pesce. E, geralmente não dá pra abrir mão da sobremesa. Tudo, é claro, acompanhado de um bom vinho. Ainda na Umbria, pudemos visitar Cascia, terra de Santa Rita, e Norcia, terra

Dr. Roberto em vários momentos pela viagem na Itália com sua esposa e filha. Belas paisagens, cidades históricas e gastronomia típica com massas e vinhos.

como as trufas negras e os inigualáveis embutidos. Uma esticada até o lago Trasimeno e, da cidade de Castiglione del Lago, o por do sol (tramonto) dá a certeza de que a viagem valeu a pena. JÁ ESTÁVAMOS EM ORVIETO quando a região central da Itália voltou a

ser atingida por terremotos, cujos epicentros fizeram desabar monumentos belíssimos, inclusive a igreja de San Benedetto, visitada dois dias antes, e, da cidade que fica no topo de um morro/vulcão, sentimos o tremor de um dos abalos que balançou e fez soar o sino da maravilhosa Catedral de Orvieto.

Catedral que, dentre tantas relíquias,

o prazer do Orvieto clássico, vinho

preserva os afrescos que inspiraram

branco, geralmente um blend com

Michelangelo para a Capela Sistina.

predominância da trebbiano. O tinto

Susto e tristeza à parte, impossível não

da região, Sagrantino de Montefalco,

lembrar da beleza das vinícolas e vi-

acompanha muito bem os pratos típi-

nhedos com as cores do outono. Nem

cos, mas é muito bom até sem acom-

se diga que são produtoras daquele

panhamento. São vinhos que valem

que faz parte das viagens – muitas

a pena serem provados por lá e, se

vezes como protagonista, o vinho.

possível, trazidos na mala.

Desde Bologna do Lambrusco tinto

E, por falar em mala, a mais pesada

seco que não se encontra por aqui, tin-

não era a minha, mesmo com as

tos excelentes da Sangiovese romag-

garrafas compradas, nem a da minha

nolo e brancos de Albana com a qual

esposa ou da minha filha, mas a me-

também se faz um Passito imperdível.

mória com as recordações e as marcas

Do Marche, fica o sabor dos verdichio

de mais essa pausa de consultório,

de Jesi e de Matélica. Na Umbria,

hospital e centro cirúrgico.

Fotos: Arquivo pessoal

de San Benedetto e de tantas iguarias,

VERA CRUZ VIVA BEM | 45


Fora de Plantão

Aventuras na

Rússia

por Dra. Sonia Biasiolo médica Cirurgiã Vascular no HVC

PARTI PARA a Saint Petesburgo com

com o terreno, colocado em pé por 3.000

duas primas, e após 22h de viagem, fomos

homens). No Palácio de Verão vimos os

recepcionadas por uma guia que nos deu

Impressionistas, uma exposição fantástica

orientação do que poderíamos fazer sozi-

com informações e iluminação primorosas!

nhas nos 5 dias que teríamos antes do tour

Grande parte dessas obras foram trazidas

oficial. Depois de um merecido descanso

como espólio da Segunda Guerra Mundial

e um café da manhã formidável partimos

e estão sob pendência judicial, existem

para nossa aventura.

placas nos quadros informando que foram

No Museu Fabergé conhecemos a casa, e

trazidos do Museu da Alemanha Oriental e

todo o acervo do famoso criador dos Ovos

pertenciam ao acervo particular de famílias.

da família imperial russa. Passamos horas

Além dos Impressionistas tem uma parte

entre o luxo e a história, onde descobri

de joias da família Real, incluindo vários

que na Primeira Guerra Mundial, durante o

ovos Fabergé e uma coleção de obras do

cerco da cidade, o Imperador ofereceu, por

Renascentismo europeu.

gratidão, um ovo de prata com dedicatória

do Norte. Uma cidade nova de 300 anos, construída á partir da época de Napoleão

por ter transformado sua fábrica de joias

NO TERCEIRO DIA visitamos o Museu e

nos mesmos moldes da cidade de Paris

em utensílios para a guerra, em troca que

casa de Dostóievski e como o dia estava

reformada por ele. Ficamos extasiadas ao

ele e sua família pudessem sair do país

bonito flanamos um pouco pelas ruas,

ver obras nunca vistas nos outros museus

quando começou a revolução bolchevique

vendo vitrines e visitando igrejas.

da Europa e algumas somente em livros.

em 1917.

Após o almoço fizemos um formidável

Dali fomos ao Museu Nacional onde visi-

NO QUARTO DIA fomos visitar o Palácio

passeio de barco pelos rios e canais da

tamos a galeria de arte com uma coleção

Yussupof, residência da família real, com

Veneza do Norte, como a cidade é cha-

magnífica de obras do período que cor-

uma galeria de obras de arte, um salão de

mada e pudemos ver prédios, jardins e

respondia ao Impressionismo. Na volta,

jantar decorado com toda a louça, e um

construções da cidade com uma coleção

apesar do frio, passeamos pela lateral de

salão de baile, hoje teatro com capacidade

infindável de pontes das mais variadas

um dos canais do rio Neva, na praça da

de trezentas pessoas.

formas, todas levadiças para que os navios

Cathedral do Sangue Derramado e pela

Após um city tour, fomos ao Hermitage , no

possam entrar até o porto e descarregar a

bela Avenida Nevsk que atravessa a cidade

palácio de inverno, de frente ao Rio, pintado

mercadoria. No verão elas se abrem para

desde o Mosteiro Alexander Nevsk até o

em cor verde! Começamos a subida pela

que todos possam ver a cidade iluminada e

Almirantado onde começa as praças do

escadaria Jordan que foi incendiada e des-

os navios passarem, enquanto orquestras

conjunto do Hermitage.

truída algumas vezes mas mantém toda sua

se apresentam em várias destas pontes!

imponência, tivemos uma aula da história NO NOSSO SEGUNDO DIA de aventura fo-

da cidade construída por Pedro o Grande

mos até o Hermitage, uma praça com a Co-

num local escolhido por ser um porto de

luna de Alexandre (um monólito sem ligação

mar e de rio sendo uma saída para o mar

46 | VERA CRUZ VIVA BEM

NO DIA SEGUINTE fomos visitar o palácio Petershoff, onde Pedro o Grande tinha uma cabana de caça que ele usava para rece-


Dentre as boas surpresas, as imponentes e belas construções russas nome de Falcão Peregrino, uma viagem de

jardim construído nos moldes dos jardins

4 horas onde tivemos oportunidade de ver

de Versalhes.

paisagens agrícolas do interior do país e chegando na capital ao escurecer.

NO ÚLTIMO DIA visitamos a Igreja de S. Isaac construída por Pedro o Grande em

NO DIA SEGUINTE partimos cedo sob chu-

agradecimento a vitória de Waterloo sobre

va e frio para o city tour, uma agradável sur-

Napoleão, que levou anos para ser constru-

presa, a cidade é muito bonita! Passamos

ída e logo após a inauguração os afrescos

na Praça Vermelha, na igreja de S. Patrício e

das paredes e do teto começaram a cair

no Kremlim, não vimos a grandiosidade que

devido à grande variação de temperatura;

víamos em fotos e filmagens dos infindáveis

as pinturas foram trocadas por mosaicos, e

desfiles de Primeiro de Maio!

as colunas e grandes vasos por lápis lazuli

Visitamos um parque, um mosteiro de Mon-

e malaquita.

jas e a vila olímpica dos Jogos de Moscou. Nossa tarde foi ocupada pela visita ao Mu-

DEPOIS FOMOS À ILHA onde está a forta-

seu da Guerra, onde entre salas com cenas

leza de S. Pedro e S. Paulo no meio ao rio

do cerco de Moscou e eventos da II Guerra

Neva e a igreja do mesmo nome, onde exis-

Mundial tem um imenso salão escuro onde

tem túmulos dos imperadores e da família

pendem do teto milhões de correntes com

imperial de Alexandre II executado durante

cristais que simbolizam lágrimas sobre

a revolução bolchevique. À tarde partimos

uma Pieta, homenagem aos 27 milhões

para Moscou num trem rápido que tem o

de mortos pela Rússia.

Dra. Sonia em frente ao belo e suntuoso Palácio Petershoff NO DIA SEGUINTE visitamos as mais belas estações do metrô de Moscou, verdadeiras galerias com murais e esculturas em mármore e bronze, vitrais e mosaicos comemorativos aos feitos do povo e de seus heróis. Depois uma visita na parte interna do Kremlin, com uma colossal coleção de canhões que faziam sua defesa, visitamos igrejas todas muito próximas e extremamente decoradas com imagens e afrescos uma vez que os ortodoxos não tem imagens e esculturas. Com uma caminhada pela antiga Rua Arbat e almoço num restaurante típico partimos de Moscou. À noite, o frio e a chuva pareciam trazer a saudade que já começava a nos abater pelo fim de tão formidável passeio.

Fotos: Arquivo pessoal

ber convidados e dar festas no verão num

VERA CRUZ VIVA BEM | 47


Fora de Plantão

A equipe de voluntários do Hospital Vera Cruz

DESCOBRINDO A

Missão Xingu A viagem começa com um despertar

a recepção é algo transformador.

ou no que fosse preciso, mas princi-

para o desconhecido, onde a princí-

Percebemos que existe um trabalho

palmente porque somos mobilizados

pio temos apenas o objetivo comum

antigo e sólido que vem crescendo

por várias histórias, acontecimentos

de ajudarmos uns aos outros, fazer

na região, todos com muita vontade

e situações inéditas que nos tornam

a diferença na vida de alguém, de-

de colaborar. Funcionários das es-

mais atentos para as condições de

sempenhar um valor social com um

colas fazem faixas, painéis, arrumam

vida do outro, e isso nos faz crescer

sentimento cívico.

as salas, nos agradam com frutas,

em todos os aspectos.

A viagem entre Cuiabá e S. José do

sucos, bolos, enfim, um reconheci-

Com o passar do tempo as pessoas

Xingu é linda, pois o avião voa baixo

mento que enche de alegria, mas

vão se envolvendo progressiva-

e podemos visualizar belas paisa-

também de responsabilidade por

mente, e surgem muitos pontos em

gens durante todo percurso: a Cha-

estar participando desta missão.

comum no grupo, que a princípio

pada dos Guimarães, florestas com

O entrosamento aumenta a cada

parece heterogêneo. As “coincidên-

rios de diferentes cores e formatos,

dia e, ao fazermos este exercício

cias” vão revelando as afinidades,

as aldeias indígenas cercadas pela

de conhecer a realidade que nos

e assim são construídos laços de

densa mata, lagos, pastos e fumaça,

rodeia, a solidariedade é fortalecida

amizade muito especiais.

muita fumaça. Imediatamente come-

cada vez mais.

As experiências: dormir na rede no

çamos a ter noção de que algo muito

O trabalho é árduo; não só atenden-

meio da floresta, sem luz, com redes

grave está de fato acontecendo com

do pacientes, dando aulas, conce-

caindo, índios passando próximos

nossas florestas.

dendo entrevistas para as rádios

a nós, morcegos, sapos, baratas,

Chegamos em S. José do Xingu e

locais, fornecendo ajuda na logística

mordidas nos dedos do dentista, a

48 | VERA CRUZ VIVA BEM

Foto: Arquivo pessoal

por Dra. Luciane Faleiros - médica Dermatologista no HVC


viagem de avião sem GPS, piloto sem

(sob vários aspectos) para a aldeia

de especialistas que os auxiliem na

óculos, avião voando com cinto para

onde atendemos a população indí-

conscientização da necessidade

fora, a língua do “i”, a dança do ca-

gena. Nesta hora percebi o quanto

de manter e preservar sua cultura

ramelo, as abelhas “onguinorantes”,

os costumes dali eram diferentes dos

(mitologia, hábitos, sabedoria e

o banho de rio monitorando os olhos

nossos. Por exemplo, o poder quase

costumes). Esta e outras questões

dos jacarés, o shampoo espanta

absoluto do cacique e do pajé. São

ainda aguardam atitudes sérias por

mutuca, as histórias de pescador

eles que autorizam o atendimento

parte dos detentores do poder em

que “por falta de ceviche... dá-lhe

e mesmo os tratamentos. Outras

nosso País.

calabresa!...” São tantas histórias

estranhezas: pessoas andando ar-

Enfim, uma experiência inesquecível

que dariam um livro!

madas o tempo todo, a sonoridade

e muito instrutiva. Com novas vivên-

Mesmo assim, o clima é leve e tran-

da língua, o machismo que permeia

cias, com novas visões de mundo,

quilo, e ficamos muito felizes com

todas as relações. Isso sem falar nos

compreendemos outras realidades

os resultados; também recebemos

cortes de cabelo, pinturas corporais

que não fazem parte do nosso meio

muitos sorrisos, muitas palavras

e hábitos alimentares.

social, mas que são igualmente

de gratidão e reconhecimento por

Ficou claro para mim que existe

importantes. Também é inevitável

estarmos lá fazendo o que é tão ha-

uma idealização dos índios, devido

passar a enxergar a natureza de

bitual para nós em um ambiente tão

à mídia e ao imaginário de diversos

um modo diferente, ficamos todos

diferente. Isso é muito gratificante.

autores como Rousseau e José

mais sensíveis para perceber sua

Após a experiência de atender na

de Alencar. Também percebi que,

grandeza e – paradoxalmente – sua

cidade, fizemos um voo emocionante

além de voluntários, eles precisam

fragilidade.

Fotos: Arquivo pessoal

Ao lado, a Dra. Luciane com uma menina indígena, em atendimento na aldeia: “uma experiência inesquecível e muito instrutiva”.

VERA CRUZ VIVA BEM | 49



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