VERA CRUZ V
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FUNDAÇÃO
ROBERTO ROCHA BRITO
REVISTA OFICIAL
FORA DE
PLANTÃO O hobby de quatro médicos do HVC
PELOS RIOS DA EUROPA Muito charme, cultura e requinte entre castelos e cidades medievais
EDIÇÃO 02 | TRIMESTRAL | SETEMBRO 2016
AGORA FICOU MAIS FÁCIL INVESTIR: DÓLAR A R$ 2,95. GRANDE OPORTUNIDADE EM ORLANDO, EUA. Dolarização segura do patrimônio.
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sumário
SETEMBRO 2016 Edição 02 | Trimestral
24 O encanto exclusivo dos
cruzeiros fluviais pela Europa
06
EDITORIAL
10
NEWS
por DR. MARCOS MIGUEL MORANDI PRESIDENTE DA FRRB
Importante título municipal recebido por Dr. Irmo Huberto Morelli e FRRB e HVC iniciam plataforma de treinamento em EAD
08
ENTREVISTA
16 FRRB
LANÇAMENTO DA REVISTA VERA CRUZ VIVA BEM PROJETO NASCER E PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
DR. NYDER RODRÍGUEZ: UMA VIDA A SERVIÇO DA MEDICINA E DO HOSPITAL VERA CRUZ
22 NUTRIÇÃO
ESTUDOS COMPROVAM: O CAFÉ É UM EFICIENTE HEPATOPROTETOR
23 GESTÃO
ORGANIZANDO UMA EMPRESA
44 CRÔNICAS 12 GESTÃO
PRONTO-SOCORRO: O PLANTÃO QUE NÃO ACABA NUNCA
04 | VERA CRUZ VIVA BEM
UMA VISÃO BEM DESCONTRAÍDA SOBRE OS CARECAS E UM POEMA SOBRE O VÍRUS DA DENGUE
FUNDAÇÃO
28
NO TOPO DO MUNDO O ALPINISTA RODRIGO RANIERI NUMA CONVERSA IMPERDÍVEL SOBRE DESAFIOS E SUPERAÇÃO
45 HOMENAGEM Dr. Antonio Frederico Novaes de Magalhães, recebeu a “Comenda Luiz de Paula Castro”
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NOTÍCIAS HVC
Hospital Vera Cruz Promove o Programa Ortogeriatria: O que é isso?
ROBERTO ROCHA BRITO
A Revista Vera Cruz Viva Bem é uma publicação trimestral da Fundação Roberto Rocha Brito em parceria com a Gracioli Editora CONSELHO CURADOR FRRB (2014 / 2016) Dr. Irmo Huberto Morelli; Dr. Nyder Rodriguez Otero; Dr. Carlos Frazatto Junior; Dr. Aloisio Antonio Costa Leite Carvalhaes; Dr. José Fernando Gobbo; Dra. Maria Ap. Brenelli Vitali; Sr. Zulmiro José Furlan DIRETORIA EXECUTIVA FRRB (2014/2016) Dr. Marcos Miguel Morandi Presidente
Dr. Paulo Sérgio Lima Correa Silva Vice-Presidente Dr. Cássio Maurício Iannuzzi Amâncio Diretor Secretário Dra. Fernanda Mouro Fernandes Diretor Tesoureiro Dr. Gabriel José Redondano de Oliveira Diretor Suplente
32 FORA DE PLANTÃO
ADRENALINA, COMPETITIVIDADE, CONTEMPLAÇÃO E AVENTURA: DESCUBRA COMO QUATRO MÉDICOS DO HVC SE DIVERTEM
48 ARTIGO 43
Com o aumento da expectativa de vida, a prevenção se torna fundamental ao longo dos anos
MÉDICOS GOURMET ARROZ DE BRAGA por Dra. Maria Aparecida Brenelli Vitali
49 ARTIGO
Por que as pessoas apresentam mais infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC) durante o inverno?
CONSELHO EDITORIAL FRRB Dr. Antonio Frederico Novaes de Magalhães; Dr. Paulo Sergio Lima Correa Silva, Drª. Marisa de Souza e Silva Morelli Girondo Tiragem impressa: 2 mil exemplares Tiragem virtual: 30 mil e-mails bancos GRACIOLI e FRRB Conteúdo FRRB: Eliane Clude Pinheiro eliane.pinheiro@hospitalveracruz.com.br Matérias especiais: Cristiane Gracioli cris@gracioli.com.br Jornalista responsável: Gabriel Santana MTB/SP 66.349 Publicidade: Eduardo Gracioli eduardo@gracioli.com.br – 19.3201.5715 Projeto Gráfico: Editora Gracioli Diagramação e artes: Ricardo José Pontin
Editorial
DESPEDIDA
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stamos chegando ao final do nosso mandato na diretoria desta Fundação conscientes de ter cumprido o nosso papel. Mantivemos todos os projetos existentes, aumentamos alguns e criamos outros, como a plataforma de ensino à distância e o programa professores do coração. Para administrar tanto trabalho, aumentamos o número de colaboradores, hoje contamos com 4 ótimas funcionárias, que fazem a Fundação funcionar de forma segura; precisamos reformar a secretaria criando um novo ambiente, trocamos todos os computadores para melhores configurações, reformamos a sala dos médicos trocando tapetes, quadros, iluminação e pintura, criamos uma nova sala de reuniões, reformulamos a varanda com sofás, mesas, ventiladores, e um painel fechando a área isolando-a da fachada do Hospital, propiciando um descanso médico agradável e seguro. A entrada da Fundação ficou muito bonita com a instalação de um vitral com o seu logotipo, e teremos, ainda, uma surpresa com a preservação da memória do Hospital, que ficará pronta nos próximos dias e é muito bom poder agradecer o passado e a história de um Hospital que foi feito de “médicos para médicos”! Os anfiteatros foram pintados, trocados a iluminação, os computadores os autofalantes e os microfones, utilizados diariamente para reuniões científicas e administrativas. Hoje a Fundação organiza e gerencia todas as atividades científicas do Corpo Clínico, cada vez mais interessado na atualização constante dos seus Departamentos, promovendo reu-
06 | VERA CRUZ VIVA BEM
Implantamos a plataforma de educação à distância (EAD), a primeira em hospitais de Campinas, que divulgará nossos cursos aos médicos e pessoas que tiverem interesse
niões científicas periódicas, fazendo uma medicina de alto nível no Hospital Vera Cruz, comprovados pelos selos da ONA e do CQH. Implantamos a plataforma de educação à distância (EAD), a primeira em hospitais de Campinas, que divulgará nossos cursos aos médicos e pessoas que tiverem interesse através do site; os primeiros cursos disponíveis serão o “Protocolo de Sepse” e o “Curso de Orientação para Cuidadores Familiares”.
Numa época de crise pela qual passamos todos, soubemos administrar as finanças para conservar o patrimônio e investir em novos conhecimentos com financiamento de pós-graduação, cursos de especialização e congressos para os nossos profissionais médicos e enfermeiros. Para divulgarmos tudo o que a Fundação faz, usamos diariamente o mural, a página que criamos no facebook, o nosso site que foi reestruturado, e o jornal “plantão médico” transformado na revista “Vera Cruz – Viva Bem”, Hoje na sua segunda edição, contamos com a participação dos médicos em matérias interessantes e prestamos homenagem aos grandes nomes do nosso Hospital. Obrigado a todos que depositaram confiança nesta Diretoria que, orgulhosamente, fiz parte.
Dr. Marcos Miguel Morandi
Presidente da Fundação Roberto Rocha Brito
Entrevista
Uma vida a serviço da medicina e do Hospital Vera Cruz Dr. Nyder Rodríguez Otero - clínico e cardiologista - membro do Conselho Curador da Fundação Roberto Rocha Brito nos conta o início e os desafios de sua carreira Cristiane Gracioli Quando e como a sua história profissional encontrou o Hospital Vera Cruz? Em 1956 fui convidado para ser Clínico do Instituto Penido Burnier, já muito conhecido no ramo da Oftalmologia, e com uma qualidade de trabalho de primeira linha, com reuniões do corpo clínico semanalmente. Comecei a trabalhar dia 1º de maio de 1956, no feriado, e examinei os 25 pacientes que seriam submetidos a cirugias oftalmológicas no dia seguinte. Fui trabalhar também na Santa Casa de Campinas em junho
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de 1956, na enfermaria do famoso clínico Dr.Roldão de Toledo, com 36 leitos de clínica médica, aprendi muito mas infelizmente meses depois ele faleceu. Foi uma dureza, sozinho e começando. Aí a sorte me ajudou, um dos maiores médicos que Campinas teve, Dr. Monteiro Salles anátomo-patologista e clínico, passou a ir todas as tardes de sábados na Santa Casa de Misericórdia e discutíamos os problemas dos pacientes, foi uma verdadeira pós-graduação. Em maio de 1958 fui convidado por Dr. Roberto Rocha Brito, para cuidar de seus
pacientes no pré e no pós operatório, no Hospital Vera Cruz. Esta foi a maior honra de minha vida profissional, poder participar da convivência de trabalho com um Corpo Clínico de primeira linha. Durante muitos anos frequentei o Serviço de Metabolismo e Nutrição da Escola Paulista de Medicina agora a Nefrologia, chefiada por meu particular amigo Prof. Oswaldo Ramos, participando semanalmente em suas Reuniões Clínicas, onde me permitiam apresentar casos de nossa Clínica. Foi a maneira de me manter atualizado.
Qual sua maior conquista profissional? Com o consultório médico, pude exercer medicina com participação de vários colegas vivenciando uma grande experiência clínica, que contribuiu significativamente para ajudar no tratamento e restabelecimento dos pacientes. Por muitos anos fiz parte do Corpo Clínico do HVC atuando também como Vice Presidente da Diretoria o que me permitiu colaborar com nosso crescimento. Outra grande conquista foi a permissão oficial da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) para iniciarmos a Residência de Clínica Médica e Cardiologia. Durante muitos anos passamos a ter um melhor atendimento dos pacientes nas 24 horas, e tivemos a oportunidade de iniciar a ampliação do Corpo Clínico com Cardiologia Geral, Pediátrica, Geriátrica e UTI Geral e Cardiológica. Na ocasião passamos a admitir dois Residentes ao ano e aos poucos fomos incorporando alguns. Em relação ao Hospital, iniciamos em 1992 a implantação do Programa de Qualidade que objetiva uma melhora no setor administrativo e médico. Com tantos anos de experiência, o que o senhor destacaria como o maior ganho da medicina nestes últimos anos? Vários setores se destacaram, o de Imagem com o Ultrasom, a Tomografia e a Ressonância Magnética e também no setor Laboratorial, nas Vacinas, o mapeamento genético e na Terapêutica, por exemplo: as más formações fetais eram diagnosticadas somente em 20% dos casos, agora são 90%; o teste de transluscência nucal para detectar a Síndrome de Down e outras alterações cromossômicas; várias doenças em estágio inicial tem sido diagnosticadas em pessoas adultas aumentando a chance de cura, como no câncer de próstata e da mama. Temos também
Esse objetivo é muito importante para manter e aprimorar a qualidade dos serviços prestados no Vera Cruz. Hoje a Fundação atua de uma maneira muito intensa com variada programação. que lembrar a introdução de modernas aparelhagens na área laboratorial, facilitando e permitindo mais ainda a melhor prevenção de doenças. No tratamento vários medicamentos têm surgido. Como já dizia Heráclito: “Tudo muda, menos a mudança”, e felizmente o setor médico está insistentemente mudando e melhorando a vida dos pacientes.
Nyder Rodríguez Otero, 86 Anos Casado com: Wanda Ávila R. Otero, Artista Plástica.
Filhos: Roberto (In Memoriam), Rubens, Christina,
Ângela, Eduardo e André. Médico: Formado em 1955 na Escola Paulista de Medicina (EPM)
Especialidade: Clínica Médica e Cardiologia.
O senhor é um dos idealizadores e fundadores da FRRB, qual a importância da fundação para o HVC? A Fundação foi introduzida com a finalidade de acrescentar uma melhora significativa de conhecimento e aperfeiçoamento, para os médicos do Corpo Clínico, enfermagem e funcionários, através de estágios e cursos de especialização no próprio Hospital, no Brasil e no exterior. Esse objetivo é muito importante para manter e aprimorar a qualidade dos serviços prestados no Vera Cruz. Hoje a Fundação atua de uma maneira intensa com variada programação.
Atuação Profissional:
Como membro do Conselho Curador do HVC, como o senhor analisa a medicina atualmente? Realmente e evolução da Medicina nestes últimos 20 anos foi extremamente ampliada, graças a introdução de vários procedimentos e diagnósticos mais precisos. Mas temos que ressaltar a necessidade de sempre melhorar o relacionamento médico paciente, que ultimamente sofreu decaimento apreciável, muitos exames e remédios e pouca atenção à história clínica do paciente.
Me sinto feliz quando: estou com minha esposa, filhos e netos.
De 1956 até 2010, 60 anos No HVC: De 1958 até 2016 O maior presente de minha vida é: minha família. Minha profissão me deu: o hábito de aprender e o prazer de trabalhar. A maior conquista é: chegar na minha idade uma pessoa realizada.
A Medicina é: fascinante, pois quanto mais se exerce, mais se aprende, ela não envelhece pois está sempre se renovando. Um sonho realizado: ser médico Um sonho para realizar: Ver a Medicina sempre evoluindo.
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News
CIDADÃO CAMPINEIRO
Presidente do Conselho Curador da Fundação Roberto Rocha Brito, Dr. Irmo Huberto Morelli, recebe importante título
A
Câmara Municipal de Campinas entregou na noite de 23 de junho, o Título de Cidadão Campineiro ao Dr. Irmo Huberto Morelli – Presidente do Conselho Administrativo do Hospital Vera Cruz, presidente da Vera Cruz Associação de Saúde e presidente do Conselho Curador da Fundação Roberto Rocha Brito – pelos relevantes serviços prestados ao município desde 1957. Durante a cerimônia, bastante emocionado, Dr. Irmo Morelli fez um relato das principais atividades realizadas e da sua participação na história da medicina em Campinas. O evento contou com a participação de mais de 100 pessoas para confraternizar e parabenizar o homenageado, entre elas parentes e amigos.
Homenagem
A
Doutores Marcos Morandi e Paulo Lima com o Dr. Irmo
Fundação Roberto Rocha Brito, através de seus diretores, parabenizou o Dr. Irmo Morelli ao entregar um fotobook com o registro dos melhores momentos da homenagem recebida. Uma recordação de mais uma conquista em sua vida.
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Dr. Irmo recebe o título de cidadão campineiro. Abaixo, com seus familiares
FRRB e HVC iniciam plataforma de treinamento em EAD De forma pioneira nos hospitais da região, a Fundação Roberto Rocha Brito e o Hospital Vera Cruz inauguram uma plataforma de ensino a distância. O foco desta modalidade de aprendizagem é oferecer cursos, aulas, treinamentos e atividades para a capacitação do corpo clínico médico, enfermagem e de outros profissionais do hospital. Para a realização deste grande projeto, foi buscado parceria com uma empresa com experiência no mercado, que participou do processo de implementação e presta serviços para grandes hospitais de São Paulo. Como trabalhos iniciais, serão realizados os treinamentos de médicos e enfermeiros para o protocolo de sepse. Para o público em geral será disponibilizado vídeo aulas do programa de orientação de cuidadores de pacientes dependentes. Esse projeto coloca o Hospital em uma posição de vanguarda para o aprimoramento profissional e disseminador de informações para a comunidade.
Gestão
Dr. Michal Bogdan Sokolowski é médico cirugião vascular e angiologista, coordenador do Pronto Antendimento do Hospital Vera Cruz
PRONTO-SOCORRO
O
O PLANTÃO QUE NÃO ACABA NUNCA
Departamento de Emergência do Hospital Vera Cruz é formado por um grande time composto por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais administrativos que, juntos e bem alinhados, são responsáveis por 10 mil atendimentos a cada mês. A estrutura hospitalar é completa, capaz de receber qualquer caso grave e, alí mesmo, realizar exames, encontrar o diagnóstico e encaminhar para internação se necessário. Porém, e de forma geral no país, os prontos-socorros passam por uma superlotação.
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Conversamos com o Dr. Michal Bogdan Sokolowski, médico cirurgião vascular e angiologista, que há 10 anos coordena e atende no PS do HVC e confirma serem grandes os desafios do setor, e a superlotação um dos principais problemas. “Chegamos em um momento onde é preciso conscientizar a população sobre o que é urgência e emergência em um hospital, porque apenas esses casos devem ser atendidos em prontos-socorros, e ainda retirar a ideia de que o PS é lugar de consulta ambulatorial”, reforça o Dr. Michal. Segundo o chefe do
PS do HVC, os prejuízos desse comportamento prejudicam os pacientes que chegam em estado grave e com real risco de morte, e também são os responsáveis por filas e demora no atendimento. O sistema de triagem* do Hospital Vera Cruz permite que seja identificado logo na entrada às condições de risco de cada paciente, de forma a realmente priorizar os casos de urgência e emergência. Acompanhe. O senhor é o chefe do PS do HVC, qual a exata função do PS? Um Pronto-Socorro, ou Pronto
Atendimento como chamamos, foi feito para atender casos de urgências e emergências, ou seja, necessidade clínica que coloca em risco a vida dos pacientes. É o local de entrada para problemas extremos de dor causados por doenças já existentes ou por situações inusitadas. As características que definem a situação de urgências e emergências, que parecem à mesma, na realidade são bastante diferentes, tais como: hemorragias, paradas respiratórias e cardíacas, AVC (derrame), infarto, traumas graves, dentre outras, são consideradas emergências. A urgência se manifesta pela dor aguda, como uma cólica de rim, e o paciente precisa de alívio imediato e algumas vezes de intervenção cirúrgica. O que não pode acontecer é se pensar em Pronto-Socorro como um lugar para dar uma “passadinha para ver se está tudo bem”, trocar uma receita, pedir exames de rotina ou doenças crônicas para simples controle. Nesses casos o procedimento é marcar uma consulta, e seguirem a recomendação do médico de consultório, deixando para o pronto-socorro as doenças de maior gravidade, e que podem trazer problemas para a saúde. Os planos de saúde dispõem de médicos credenciados para o atendimento em consultório. Mas o que acontece com frequência são atendimentos para doenças simples como resfriado, micoses, queda de cabelo, doenças que não colocam a saúde das pessoas em risco, demonstrando um desvio
NÚMEROS DO PRONTO ATENDIMENTO
124
médicos especialistas formam a equipe do PS
Indicador: PERFIL NOSOLÓGICO Pacientes atendidos no PS - 2016.
40%
das internações do Hospital são provenientes do pronto atendimento
APOIO DE
18 enfermeiros; 62 técnicos de enfermagem; 4 analistas administrativas; e 2 auxiliares de escritório
O PS também conta com o atendimento de fisioterapeutas que ficam de plantão nos setores de internação do HVC e realizam o atendimento ao PS sempre que são chamados pela equipe
12 mil é preciso conscientizar a população sobre o que é urgência e emergência em um hospital, porque apenas esses casos devem ser atendidos em Prontos-Socorros Dr. Michal Bogdan Sokolowski completo das atividades reais no PS, que é estar disponível para os casos mais complexos. Esse comportamento acontece todos os dias por todo o país, em minha
atendimentos por mês em média são feitos no pronto atendimento do HVC
opinião fruto de desinformação. Inúmeras pessoas procuram o Pronto Socorro, porque é mais rápido, recebendo atendimento, realizando exames e saindo com os resultados e com sua receita. O Pronto Socorro atende todos os casos que chegam? Mesmo os mais simples? Especialmente no Pronto-Socorro do Hospital Vera Cruz todos os pacientes que chegam até aqui são atendidos e encaminhados aos tratamentos conforme suas necessidades, e os números confirmam o comportamento equivocado de procura de atendimento rápido
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Gestão de enfermeiros de alto padrão e fisioterapeutas. Atendemos atualmente em média 10 mil pacientes por mês, mas chegamos a 17 mil atendimentos por mês no período de epidemia de Dengue. E para que tudo funcione, contamos com uma equipe administrativa e de suporte capaz de nos estruturar com equipamentos, remédios e capacitação.
Equipe do Pronto Atendimento do Hospital Vera Cruz
através do PS. Em épocas mais graves como a que tivemos de surto de dengue alcançamos 17 mil atendimentos mensais, sendo que o número médio é de 12 mil/mês. Qual a estrutura de equipamento e efetivo para o atendimento? Inicialmente, vale lembrar que o HVC atende 24 horas por dia e 365 dias por ano. Não paramos nunca. Seguimos normas rígidas com o objetivo de melhorar constantemente o atendimento em busca de erro zero. Nossa característica é a de resolver o problema do paciente, e para isso contamos com uma equipe de médicos especializados e equipamentos modernos e atuais. Na chegada do paciente ao PS o atendimento é iniciado pela triagem, que é realizada por profissionais de enfermagem baseando-se na escala de Manchester.* Contamos com um setor de retaguarda de semi internação para o PS com 10 leitos, e a presença de médico exclusivo de emergência para conduzir
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casos com as características de gravidade identificadas. Em atendimento a Resolução 2048 do Ministério da Saúde, contamos com uma equipe composta por no mínimo um cirurgião, um clínico ou cardiologista, um pediatra, um ortopedista e um ginecologista, total de 8 médicos durante o período diurno e 7 no noturno. Aliás, nossa equipe tem números superlativos como: 62 médicos para atendimento adulto, 20 pediatras, 20 ginecologistas, 18 ortopedistas em sistema de escala de plantão, aliados a uma equipe
O PS trabalha com residentes? Por que? Não trabalhamos com residentes nesse setor. Todos os profissionais médicos que atendem no Pronto Socorro do HVC possuem especialização e devem ter experiência médica comprovada em urgências e emergências. Nosso grupo conta com professores, mestres, doutores e coordenadores de unidade coronariana ou de terapia intensiva. A equipe de enfermeiros também nos diferencia, pois mantemos um programa de trainee do próprio hospital, de onde selecionamos profissionais para compor a equipe do hospital. Como é o trabalho no PS? É um trabalho estressante e ao
O QUE É ESCALA DE MANCHESTER? PRAZO DE
CRITÉRIO ATENDIMENTO Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul
Atendimento Imediato Pode levar até 10’ Pode levar até 30 Pode levar até 2h Pode levar até 4h
SITUAÇÃO
RISCO IMINENTE DE MORTE URGÊNCIA POTENCIALMENTE URGENTE NÃO URGENTE ORDEM DE CHEGADA
O Sistema de Triagem de Manchester é uma metodologia científica que confere classificação de risco para os pacientes que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento. O Hospital Vera Cruz se baliza por essa escala.
mesmo tempo gratificante, pois lidamos com múltiplas patologias e inúmeros pacientes com diferentes expectativas. Pacientes que procuram atendimento para alívio de um desconforto, dor ou em busca de uma solução para um problema de início súbito. É um trabalho que desafia os profissionais no dia após dia e deve ser executado por quem gosta dessa “rotina sem rotina”, vamos dizer. Pela estrutura que contamos, conseguimos prestar todo o atendimento e estamos aptos para atender qualquer caso que chegue através de uma equipe multidisciplinar bem formada. Não se trata de um trabalho apenas dos médicos, reforço, e sim de uma equipe. Temos como característica resolver o problema e amenizar a espera. São inúmeras patologias, que nos fazem raciocinar constantemente e trazer o melhor do nosso conhecimento a cada paciente atendido. Como todos os hospitais, podemos ter dificuldades em internações, mas sempre encaramos os pacientes como nossa prioridade, desta forma tentamos de todas as maneiras prestar a melhor assistência aos que nos procuram. O senhor trabalha há 30 anos em PS, o que mudou? Algumas coisas chamam atenção, entre elas a característica do próprio paciente, que há alguns anos procurava o pronto socorro porque estava passando mal e hoje surge também em busca de atendimento rápido ou até preventivo muitas vezes. Sabemos que a vida está mais agitada e o stress - um grande vilão - causa graves problemas
de saúde e traz muitas pessoas ao nosso PS. Temos ainda o aumento de pessoas com mais idade para o atendimento, afinal vivemos em tempos de longevidade com medicamentos mais eficientes, exames capazes de investigar o corpo inteiro. Com o advento da internet o paciente chega aqui com informações pesquisadas na rede e a nossa explicação leva um pouco mais tempo nos consultórios. Outro ponto que merece destaque é a própria situação do país, que se reflete nos prontos-socorros, seja para buscar um atendimento rápido para voltar ao trabalho ou para justificar a ausência. O imediatismo atendido pela rapidez de uma consulta sem hora marcada feita no pronto socorro é comum ou a busca por um atestado porque não se sentiu bem naquele dia, infelizmente, o impacto e os prejuízos passam pelo aumento no tempo de espera, custos de planos de saúde e até a falta de medicamentos nos postos de saúde. Tudo isso, na minha visão, é fruto da desinformação, além da falta de estrutura e organização dos serviços ambulatoriais. Qual o papel da FRRB para o Pronto Socorro? É fundamental, pois a Fundação Roberto Rocha Britto atua na manutenção da atualização dos profissionais do Hospital Vera Cruz, faz de forma organizada, com cursos de atualização, treinamentos em atendimento a urgências e emergências. Permite o aprimoramento constante dos profissionais médicos e de toda a assistência ao paciente.
Saiba mais: URGÊNCIA
é uma situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de evitar complicações e sofrimento. São exemplos de urgência: dores abdominais agudas e cólicas renais.
EMERGÊNCIA
é todo caso em que há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato. Alguns exemplos de emergências são a parada cardiorrespiratória, hemorragias volumosas e infartos que podem levar a danos irreversíveis e até a óbito.
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FRRB
PROJETO NASCER O Projeto Nascer é um programa gratuito voltado para gestantes e pais conveniados e não conveniados ao Hospital Vera Cruz, tem o objetivo de orientar os futuros pais sobre os mais variados temas que envolvem o nascimento de seus filhos. Trata-se de uma iniciativa pioneira do Hospital Vera Cruz, organizada pela Fundação Roberto Rocha Brito, que já atendeu, desde seu início em Maio de 1998 mais de 6000 gestantes. A idéia surgiu da parceria dos departamentos de Pediatria, Ginecologia e Neonatologia do Hospital Vera Cruz, que vivenciando as dúvidas e ansiedades constantes das gestantes em relação à maternidade em si, idealizaram o projeto que completou em maio 18 anos. Um fator motivador foi também a possibilidade de um Hospital privado poder oferecer à comunidade um trabalho de importância social a que todas as gestantes pudessem ter acesso. O curso é ministrado em quatro módulos, iniciando na primeira quarta-feira do mês no horário das 19 às 22h. Inscrições com antecedência no: www.frrb.com.br.
MÓDULO 1
Apresentação Virtual do Hospital Vera Cruz / Orientações do profissional Fisioterapeuta / Orientações sobre vacinas com médico pediatra. MÓDULO 2 - Pré natal e Parto com o médico Obstetra e Orientação nutricional.
MÓDULO 3 - Alojamento conjunto e orientação geral sobre amamentação com médico neonatologista
MÓDULO 4 - Cuidados com o bebê no primeiro ano de vida / Prevenção de acidentes na infância com médicos pediatras. Também está disponível para acesso online no site da FRRB o livro do Projeto Nascer que é distribuído gratuitamente para as participantes.
HOMENAGEM Aproveitamos esse espaço para prestar homenagem ao médico e idealizador do Projeto Nascer, Dr. Geraldo Roberto Cogo, que faleceu no último dia 02 de setembro. O Dr. Geraldo era médico pediatra do Hospital Vera Cruz desde 1978, onde, desde então, esteve à frente do Departamento de Pediatria, atendendo no pronto atendimento de segunda a sexta-feira. Na Fundação Roberto Rocha Brito foi um grande incentivador das atividades voltadas para o aperfeiçoamento técnico-científico, onde contribuiu para implantação de várias atividades. O médico era coordenador administrativo junto à American Heart
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Association do Centro de Treinamento da Fundação, onde são ministrados os cursos BLS – Suporte Básico de Vida e ACLS – Suporte Avançado de Vida Cardiovascular. No Projeto Nascer realizava mensalmente palestra de orientação sobre prevenção de acidentes na infância para os futuros pais. Com toda certeza deixa um legado de sabedoria que continuará permeando as atividades e os ideais dessa instituição. Ao Dr. Geraldo fica a saudade, respeito e agradecimento dos amigos da Fundação Roberto Rocha Brito e do Hospital Vera Cruz!
NASCE A
REVISTA DA FRRB
U
m desejo antigo se tornou realidade com o lançamento da 1ª edição da Revista Vera Cruz - Viva Bem, publicação oficial da Fundação Roberto Rocha Brito destinada aos seus membros, colaboradores, parceiros e amigos. O evento aconteceu no último 16 de junho e contou com a presença de convidados ilustres, entre eles os diretores do HVC e FRRB, funcionários, médicos e patrocinadores da revista. Na ocasião, os convidados acompanharam palestra com consultora de moda e estilo pessoal Ana Vaz, que empolgou os presentes e destacou a importância de se apresentar bem, uma vez que a imagem tem influência de forma positiva ou negativa na vida pessoal e profissional do individuo. Outro momento importante foram as palavras de agradecimento do Presidente da Fundação, Dr. Marcos Miguel Morandi, que fez um breve resumo sobre a comunicação na FRRB, com lembranças ao histórico Jornal Plantão Médico e a evolução da comunicação até o lançamento da revista. A publicação foi possível pela parceria com a Editora Gracioli, empresa especializada em publicações desde 1994 e idealizadora do projeto que, ao lado dos patrocinadores da revista, tornaram possível a execução do projeto. A edição tem a missão de fortalecer ainda mais a instituição e levar mais informação ao setor. A cerimônia encerrou-se com o convite para o coquetel onde todos puderam apreciar a 1ª edição, e se confraternizar.
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FRRB
“A revista Vera Cruz - Viva Bem nos surpreendeu pela qualidade e quantidade de informações. O Projeto Missão Xingu reforça a importância da divulgação nessa revista, principalmente o de prestar assistência á saúde para a população do Parque Indígena do Xingu. Achei interessante a viagem por 3 continentes efetuada por trens, percorrendo 18 mil km. Sem dúvida a revista se constitui como um grande veículo de comunicação entre o corpo clínico, seus associados, parceiros e familiares.” Dr. Nelson Camargo - é médico gastroenterologista no HVC.
“Achei muito boa ideia, tenho tido retornos de boa aceitação por parte dos usuários da Associação de Saúde. Sugiro sempre matérias extras como viagens, gastronomia, hobbies, etc.” Dr. José Alberto Barbosa Lima - é médico Ginecologista e Obstetra no HVC.
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O QUE VOCÊ ACHOU DA
REVISTA VERA CRUZ VIVA BEM?
“Edição primorosa, com conteúdo eclético, adequada ao público alvo. Matérias de interesse para os diversos profissionais do hospital e informações relevantes das suas atividades fora do ambiente de trabalho. Reportagens de lazer, saúde e de interesse geral. Destaque nesta edição para as seções Entrevista, Ações Sociais e Turismo. Uma importante iniciativa da FRRB. Vida longa à VERA CRUZ VIVA BEM.” Dra. Maria Aparecida Brenelli Vitali - é médica neonatologista no HVC.
“A Revista Vera Cruz está muito abrangente e enfocando temas de interesse não só de quem trabalha no Vera Cruz , mas também das pessoas que usam seus serviços. Nossos usuários. Multicolorida e de excelente impressão. Estimula a saúde pessoal falando de exercícios, dos benefícios de uma dieta equilibrada e dos vinhos, da boa leitura de um bom livro, Ressalta os avanços em cada área ou Departamento, as ideias de seus dirigentes, com suas histórias e dados. Os problemas que cada área enfrenta mas ameniza com uma sugestão de turismo e laser. Principalmente mostra que o sucesso de uma empresa se deve á somatória dos esforços de todos, principalmente quando a amizade é a canalizadora dos nossos corações. Sugestões de assuntos que o bom uso do celular possa facilitar , dos desafios para conter os exames em exagero, dicas para o equilíbrio emocional, assuntos do pronto-socorro, atividades da nossa orquestra sinfônica e outros programas que acontecerão. Além de continuar com os temas que fizeram essa ótima primeira edição.” Dr. Ronaldo Zulian - é médico Urologista e Diretor Clínico no HVC.
“O mais completo projeto editorial com informações sobre qualidade de vida, temas científicos, turismo, cases do hospital, noticias da Fundação Roberto Rocha Brito enfim uma revista moderna e diversificada. Como sugestão poderíamos incluir um espaço na revista para destacar a experiência do nosso paciente e seus familiares, em formato de depoimentos entre outros, onde compartilhariam as suas perspectivas e experiências em diferentes contextos de saúde.” Maria Cristina Gomes de Oliveira - é enfermeira e Gerente do Setor de Fluxo de Paciente no HVC.
“A Fundação Roberto Rocha Brito está de parabéns pelo lançamento da primeira edição da revista “Vera Cruz - Viva Bem”, abordando sobre as ações e projetos implantados, dicas de saúde entre outros assuntos atuais e relevantes na área da saúde, estreitando ainda mais a comunicação entre os colaboradores e demais parceiros, com leitura fácil e agradável, além de ser visualmente perfeita. Seria interessante um quadro sobre prevenção de doenças e fatores de risco, a cada matéria abordando uma doença específica e, depois de instalada a doença, o tratamento adequado dos doentes.” Silvana Cristina S. Batista - é Coordenadora do Deptº de Análise de Processos no HVC.
“Achei ótima a revista, muito informativa. Contribuirá para a divulgação das ações realizadas pelo HVC e pela FRRB. Excelente ideia e iniciativa. Parabéns aos idealizadores do projeto! Uma sugestão seria manter uma coluna fixa que aborde as questões de alimentação e estilo de vida saudável e como aplicar esses conceitos no ambiente profissional.” Aline Ap. S. Monzani - é Enfermeira e Gerente de Contas Hospitalares no HVC.
“A primeira sensação ao pegar em mãos a revista Vera Cruz - Viva Bem foi um orgulho muito grande. Revista com um visual atual, leitura leve e agradável, informações relevantes sobre as atividades do hospital, da Fundação Roberto Rocha Brito e sobre atividades culturais prazerosas. É uma grande felicidade trabalhar em uma empresa com profissionais tão dedicados, que concretizam com excelente nível técnico projetos como este. Minha única sugestão é que venham por aí muito mais edições da revista.” Dr. Bruno G. de C. Araújo - é Gerente Médico no HVC.
FRRB
Programação
Científica
A Fundação Roberto Rocha Brito tem atuado junto ao corpo
clínico e enfermagem do Hospital Vera Cruz com o objetivo de promover atividades científicas, que proporcionem atua-
lização constante dos mais variados temas que fazem parte da rotina das instituições de saúde. Confira a programação
22 OUTUBRO - SIMPÓSIO DE IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLO DE QUEDA
para o 2º semestre e garanta sua vaga.
28 OUTUBRO - CURSO DE DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO - MÓDULO I
01 e 02 OUTUBRO - ACLS - SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAR
05 NOVEMBRO - BLS PROVIDER / SBV SUPORTE BÁSICO DE VIDA
07 E 08 OUTUBRO - PRIMEIROS SOCORROS COM RCP E DEA
18 e 19 NOVEMBRO - ACLS - SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAR
Inscrições: www.frrb.com.br
15 OUTUBRO - BLS PROVIDER / SBV -SUPORTE BÁSICO DE VIDA 18 OUTUBRO - CAFÉ DA MANHÃ CIENTÍFICO
08 NOVEMBRO - CAFÉ DA MANHÃ CIENTÍFICO 26 NOVEMBRO - I ENCONTRO MULTIDISCIPLINAR SOBRE OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
As inscrições são realizadas através do site da Fundação Roberto Rocha Brito www.frrb.com.br
Simpósio de Boas Práticas em Bloco Cirúrgico
Comemorando o 4º ano do Programa de Cirurgia Segura, o mês de agosto foi abrilhantado pelo II Simpósio de Boas Práticas em Bloco Cirúrgico do Hospital Vera Cruz.
Os temas foram relacionados com o dia a dia de um hospital, onde foi possível dividir e aprender rotinas de diversas áreas, como gerenciamento de leito, engenharia clínica,
negociação, atendimento de emergência, sustentabilidade,
entre outros. Os gerentes, coordenador médico, convidados
clínicas e outros serviços especializados de toda região de
do evento que compunham diversos setores da área da
reciclagem de SMS, onde os colaboradores do projeto pu-
e enfermeiros do hospital palestraram para os participantes
Campinas.O eventou contou com a exposição do projeto de
saúde, representando hospitais privados, públicos, além de
deram mostrar um pouco do trabalho realizado com o SMS.
20 | VERA CRUZ VIVA BEM
Nutrição
Estudos comprovam
O café é um eficiente hepatoprotetor
I
n the search of the magic bullet… “Em busca de um remédio milagroso…” Este é o título do editorial do pesquisador alemão Gressner, referente ao trabalho publicado por Kalthorff e colaboradores sobre a extraordinária ação hepatoprotetora do café (Gastroenterology 2010; 139: 1699). Em 1990 pesquisadores japoneses já demonstraram que a cafeína inibe a carcinogênese hepática, provocada por agentes químicos em animais de experimentação. Em 2005 foram publicados dois estudos, referendados pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, demonstrando que pacientes com lesão hepática de diferentes etiologias apresentavam risco menor de elevação das enzimas hepáticas, quando consumiam café regularmente. Duas ou mais doses de café por dia foram relacionadas com menor índice de fibrose em pacientes com hepatite C (Hepatology 2010; 5:201). Foi demonstrado que a ingestão regular de café está associada com diminuição dos índices gerais de mortalidade (N England J Med 2012;366:1891). Estudo prospectivo, coordenado por pesquisadores de Harvard e de Madrid, envolvendo 41.736 homens (profissionais da saúde) e 86.214 mulheres (enfermeiras), acompanhados durante dezoito e vinte quatro anos respectivamente, mostrou que o consumo regular de
22 | VERA CRUZ VIVA BEM
Desde que a sua ingestão não provoque qualquer tipo de desconforto, o cafezinho está liberado café diminuiu a mortalidade por doença cardiovascular (Ann Intern Med 2008;148: 904). Metanálise envolvendo 457.922 indivíduos mostrou que o café diminui incidência de diabetes (Arch Intern Med 2009;169: 2053). O efeito benéfico do café está relacionado ao café filtrado e não ao expresso ou a outras bebidas cafeínadas (N Eng J Med 2012;366: 1891, J epatol 2012;57:1090). Além da cafeína, algumas das 1000 substâncias identificadas no café estão também envolvidas nos seus efeitos benéficos. Os antioxidantes polifenois e os diperternos são, respectivamente, eficazes na síndrome metabólica e na prevenção do hepatocarcinoma (Hepatology 2010;51:201, J Nutrition 2012;142:690). Estas evidências científicas, demonstram o efeito benéfico do café
especialmente na doença gordurosa do fígado que já afeta 40% da população americana, foram comentadas no artigo publicado no periódico de maior prestígio na gastroenterologia, com o título “Is it time to write a prescription for coffee?”, (Gastroenterology 2013; 144:670). É aconselhável incentivar o consumo de café para os pacientes com esteatose hepática, além das recomendações de dieta e exercícios para perder peso. Desde que a sua ingestão não provoque qualquer tipo de desconforto, o cafezinho está liberado, pois além do prazer da degustação, agora sabemos que ele está também protegendo o fígado de quem o consome. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o café da lista de possíveis causadores do câncer de bexiga. O produto permaneceu nesta lista por 25 anos. Nos últimos anos, diversos estudos não encontraram relação direta entre câncer e o consumo de café, tendo encontrado, inclusive, alguns benefícios em relação a alguns tipos da doença.
Dr. Antonio Frederico Magalhães, é
Médico do Deptº de Gastroendoscopia do Hospital Vera Cruz
Gestão
Organizando uma empresa
Uma analogia com um time de futebol
M
oramos em um país um pouco diferente, talvez pela cultura latina. A não preocupação com recursos durante a evolução fez com que planejamento não esteja em nossos hábitos. Mas o que é planejar? Para entender isso vamos trabalhar uma linguagem metafórica, um time de futebol, por ser nosso esporte popular fica mais fácil entender assim, obviamente, algumas pessoas menos informadas pensarão: o que isso tem haver com uma empresa? Mas, alguns times já fazem o que vou passar, pensam como empresas, dentre eles os maiores exemplos envolvem o Real Madrid e o Barcelona. Vamos lá, então imagine-se técnico de um time, você possui 2 auxiliares, toda equipe de fisiologia do esporte, os jogadores, departamento médico, etc. Sendo assim, você está na liderança. Você sabe que possui um time mais fraco que os demais, por isso, terá que definir uma estratégia, quantas vitórias vai precisar fora de casa, quantas vitórias precisará dentro de casa, quais jogadores serão acionados na estratégia defensiva, quais serão acionados para o ataque, uma estratégia para quando o time estiver perdendo, definir batedor de pênaltis, batedor de faltas, etc.! Lembre-se que seu time é inferior aos outros, então um ataque direto pode levar à uma derrota grande, portanto nesse momento você define que seu time será voltado para
O Harvard Business Institute sugere em um dos seus estudos que 70% dos erros estratégicos de uma empresa estão ligados à comunicação o contra-ataque, isso é estratégia (OBJETIVO), mais do que isso, você define que o propósito do seu time é ficar entre os três primeiros colocados (MISSÃO), durante seus três anos de contrato você quer o time entre os três primeiros colocados (VISÃO), assim com o retorno financeiro você poderá conseguir novos jogadores (KEY POINT), por ter um elenco pequeno, você opta por instruir seus jogadores a não fazerem faltas e não discutirem com o árbitro, pois a ausência de um jogador na equipe é preocupante na estratégia (VALORES). Perceba então que o primeiro passo para trabalhar na organização de uma empresa está acima, imagine que o técnico não transmita isso à equipe, então o fisiologista começa a trabalhar as fibras tipo II dos atletas, como são fibras anaeróbicas a resistência será melhor, porém ele faz isso com seu principal jogador de contra-ataque, como resultado o jogador ficará lento e toda sua estratégia terá ido por água abaixo, pois sua principal força
se tornará em fraqueza (ANÁLISE SWOT). O Harvard Business Institute sugere em um dos seus estudos que 70% dos erros estratégicos de uma empresa estão ligados à comunicação, com isso, as empresas mais eficientes trabalham muito bem estas estratégias utilizando-se de ferramentas como BMC (Business Model Canvas), OKR (Objectives an Key Points) e outras. Com estratégias de Coaching e Programação Neurolinguística conseguem adesão de todos os colaboradores da empresa, com isso todos remam na mesma direção. Para testar se a sua empresa tem os primeiros passos de estratégia bem executados, procure perguntar a alguns colaboradores a missão, visão e valores da empresa, perceba se suas estratégias envolvem mais do que planejamento financeiro, como por exemplo, como criar barreiras de entrada à concorrência? Como criar passivos rentáveis? etc. Lembre-se, toda empresa vende algo, como trabalhamos na área da saúde nós vendemos um bem intangível, a saúde, como posso criar a percepção de saúde em toda minha cadeia de valores? Vou tentar abordar um tema por vez. Este artigo foi apenas um resumo muito abreviado do que é planejamento estratégico e de como organizar uma empresa. Luciano Tarelho - é Médico no Hospital Vera Cruz com especialização em Adm. de Empresas.
VERA CRUZ VIVA BEM | 23
Turismo
Pelos rios europeus
Luxo flutuante Cristiane Gracioli
Os Cruzeiros Fluviais, tão populares na Europa, são o novo objeto do desejo dos brasileiros atrás de turismo com requinte, comodidade e pontos de vista exclusivos 24 | VERA CRUZ VIVA BEM
O
s rios sempre foram caminhos para o desenvolvimento e prosperidade das civilizações ao longo da história, e a Europa soube como utilizar suas “estradas” de água. Claro que cada época aproveitou de uma forma diferente e conforme seu conhecimento, e hoje os rios se mantém uma potente ferramenta para o transporte comercial e uma importante fonte de turismo. E as cidades seculares que se
desenvolveram em suas margens formam uma lista encantadora de opções para o turismo e um convite ao passeio sobre as águas doces e calmas de rios históricos como o Rio Arno, Danúbio, Elba, Loire, Reno, Ródano, Tejo, Douro, Volga e uma nova descoberta para os brasileiros. Portanto se você acha a malha férrea europeia invejável, está na hora de conhecer as rotas fluviais, na verdade um convite tentador ao turista mais viajado e experiente, que não abre mão
do conforto e de roteiros detalhadamente elaborados. O ponto alto mesmo é a forma agradável e prática de conhecer o mundo tendo o rio como “estrada” e navios elegantes como hotéis de luxo sem o incômodo da troca de hotéis, do transporte das malas e os traslados. A vida à bordo é uma programação constante de prazeres gastronômicos diante de paisagens com a rara oportunidade de vislumbrá-las de “dentro” d’água.
TODOS A BORDO? Uma característica da viagem de rio é o tamanho das embarcações, menores se comparadas às utilizadas em oceanos, porém repletas de mimos e encantos. Tudo porque com um navio menor, a navegação que acontece em águas mais rasas e por vezes passa por eclusas e sob pontes históricas necessitam de agilidade e limites. Novamente a característica particular desse tipo de viagem se apresenta e se destaca como ponto positivo,
porque revela sua capacidade de transitar pela programação oferecida que acontece tanto em terra quanto sobre as águas. Uma vez embarcados não falta atividade tão pouco estrutura para os passageiros. Quartos com vistas panorâmicas, jogos em áreas de lounge e momentos de contemplação no Sky Deck são um convite para aproveitar a beleza das paisagens durante a navegação. Palestras a bordo familiarizem os passageiros sobre as cidades do roteiro.
VERA CRUZ VIVA BEM | 25
Turismo
NAVEGANDO PELO VALE DO DOURO
Fotos: Divulgação/ Bob Fitzgerald / Avalon - Einhard
11 dias de história e gastronomia
A jornada começa em Lisboa e segue com embarque na Cidade do Porto para cruzeiro que percorre o rio Douro com suas escarpas íngremes, pequenas aldeias e muitos vinhedos. A região é belíssima e cheia de história, terra natal de reis portugueses com paisagens únicas do Vale do Douro considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A visita às quintas oferece degustações programadas e ao cruzar a fronteira com a Espanha a viagem segue para Salamanca, famosa por sua universidade e pela música e atrações locais. No retorno a Portugal, visita à aldeia fortificada de Castelo Rodrigo e histórica cidade de
Vinícolas e paisagens belíssimas a bordo de luxuosos navios Guimarães. A viagem é com sistema all inclusive, traz guias em português durante os passeios. www.uniworld.com
NOVAS EXPERIÊNCIAS Rotas de bicicleta no Reno, Sena e Douro
A partir de 2017, cem novas opções de viagens de luxo com aventura de bicicleta e caminhadas para os mais renomados destinos. São viagens combinadas com bike pelos rios Reno, Sena e o Douro em Portugal, fornecendo aos viajantes com interesse em história e cultura a oportunidade
de ciclismo entre encantadores e charmosos destinos.Outra novidade é que as empresas iniciaram o “Danubio Celebration River Cruise Bike Tour” a bordo do novo AmaViola, que proporcionará aos passageiros a chance de passeio de bicicleta no Vale do Wachau, juntando-se aos ciclistas locais na Donauradweg - mundialmente famosa rota de ciclismo - e desfrutando de iguarias regionais na Alemanha. Tours personalizados e bicicletas elétricas, com uma variedade de ciclismo, caminhadas e percursos pedestres. Tel: (11) 3285 4437 | info@velle.tur.br.
NOS PAÍSES EUROPEUS OS RIOS SÃO IMPORTANTES PARA A
VOLGA: Seus 3.600 km de extensão estão presente inteiramente na Rússia. Quarenta por cento da população russa vive perto do Volga e seus afluentes, que irrigam as fazendas, lagos de peixes e fortalece o comércio.
26 | VERA CRUZ VIVA BEM
DOURO: Nasce em Sória na Espanha a 2.080 metros de altitude e atravessa o norte de Portugal. Sua foz se localiza nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, e com 897 km de comprimento é o terceiro rio mais extenso da península Ibérica e corre por uma das mais lindas regiões vinhateiras com categoria de paisagem cultural.
LOIRE: O maior rio da França atravessa o país de leste a oeste e irriga Vale do Loire, uma área conhecida por seus vinhos, queijos, frutas e legumes. Os visitantes vêm a esta área para conhecer os castelos com séculos de história localizados ao longo de suas margens de clima temperado. Ele fornece o ambiente ideal para que a região se tornasse a terceira maior produtora de vinhos da França.
ELBA: Nasce na república Checa a 1.386m de altitude e, no sentido noroeste, desagua no Mar do Norte, em Cuxhaven na Alemanha. O Elba foi a divisa entre os dois estados alemães na época de separação, e suas muitas barragens ajudam no controle de inundações e seus principais afluentes são o Vltava, Saale, Havel, Mulde, Schwarze Elster e Ohře.
NATAL DE CARTÃO POSTAL Cruzeiros para aproveitar a magia do final de ano
Pense no navio navegando pelo rio e passa por pequenas aldeias onde se vê um castelo ali, outro aqui, igrejinhas, florestas, desfiladeiros, paisagens cobertas de neve e dignas de cartão postal. É tempo de gorro, casaco, cachecol e viva o fim de ano pelo Reno ou Danúbio com as comemorações de Natal, que tornam as praças repletas de barracas decoradas que seduzem multidões com as guloseimas, objetos e comida típica. Tais mercados de
Natal surgiram no século 17 com artesãos e cozinheiras que levavam seus trabalhos à praça. Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria e República Tcheca são destinos célebres e um cruzeiro
de rio permite visitar vários em uma semana. São 7 dias, partida em 21/12, de Basel. A partir de U$ 1.332,00 (por pessoa) com hospedagem, pensão completa e passeios. www.velle.tur.br.
ECONOMIA E O DESENVOLVIMENTO. CONHEÇA OS PRINCIPAIS: TEJO: O mais extenso da península ibérica nasce na Espanha e após um percurso de cerca de 1.007 km desagua no Atlântico formando um estuário em Lisboa. Nas suas margens espanholas encontram-se Toledo e Aranjuez, e nas portuguesas Abrantes, Santarém, Alcochete, Montijo, Almada e Lisboa, entre outras. Do estuário do Tejo partiram as caravelas dos descobrimentos.
RÓDANO: Por desaguar no Mediterrâneo, esse rio é de extrema importância histórica, desde o tempo dos gregos e romanos. Com uma extensão de 821 km, ele nasce na Suíça e termina na França. Foi a principal rota de comércio entre o Mediterrâneo e a antiga Gália e ajudou a propagar a cultura grega para as pessoas que viviam em suas margens.
RENO: O nome é de origem celta que significa fluir. O rio nasce na Suíça e “flui” 1.230 km até o Mar do Norte, localizado na Holanda. Ao longo do caminho passa pela Suíça, Liechtenstein, Áustria, Alemanha, França e Holanda. Seu trecho navegável é de 883 km, entre a cidade de Basiléia (Suíça) e o delta no Mar do Norte.
DANÚBIO: Suas águas correm pela Alemanha, Hungria, Sérvia, Croácia, Áustria, Eslováquia, Romênia e Bulgária. São mais de 2.800 km de extensão o que o torna o mais longo da Europa e o segundo maior rio do continente. Por cruzar a Europa sempre serviu de rota entre todas as regiões: norte, leste, oeste e sul.
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Entrevista
No teto
DO MUNDO Cristiane Gracioli
O alpinista brasileiro Rodrigo Ranieri se tornou o Ăşnico brasileiro a ter sido guia nas sete maiores montanhas dos sete continentes, e conversou com a Vera Cruz - Viva Bem sobre os ensinamentos do alpinismo. ImperdĂvel!
Foto: Arquivo pessoal
Rodrigo no cume do Monte McKinley em 2014
Porque o alpinismo? Como o esporte entrou na sua vida?
Eu sempre gostei da natureza, do mar, das montanhas. Mas foi na escalada que eu me senti num esporte que demandava da parte física, técnica e mental. A minha primeira escalada no Pico das Agulhas Negras foi como uma descoberta de um mundo novo, um mundo vertical que eu adorei.
Rodrigo e outros alpinistas no cume do Monte Elbrus, na Rússia
Qual o maior cuidado com o corpo para praticar o esporte?
O cuidado com o corpo é o mesmo que todos devem ter. Quando a gente usa demais a gente acaba se lesionando, tanto com treinamento muito intenso ou com atividades físicas muito intensas (como são as escaladas). Por isso é preciso se cuidar. Tenho algumas dores nas costas por carregar muito peso.
continentes Monte Everest (três
Conforme o tempo vai passando os meus projetos deixam de ser fisicamente difíceis pra serem inusitados e tecnicamente complicados
Hoje treino para ter saúde e para aguentar a sobrecarga de peso e
escaladas em lugares longínquos
exercício que faço quando subo
com barreiras linguísticas e cul-
uma montanha muito alta com falta
turais que são mais complicadas
de oxigênio e frio extremo.
ainda. É emocionante, é vibrante, ao mesmo tempo é uma sensa-
Ao alcançar o cume, é possível explicar o que você sente?
ção de ser abençoado. Difícil explicar...
É impossível explicar e colocar em palavras o que sentimos ao chegar ao cume. É preciso escalar uma montanha e chegar ao cume pra
Foto: Divulgação
sentir todo o prazer, toda a emoção de uma superação, de uma
Você já atingiu o cume das montanhas mais perigosas e
difíceis do planeta? O que falta alcançar?
Sim, agora em agosto concluí o
conquista depois de um grande
Projeto Sete Cumes e me tornei o
esforço. Uma escalada é sempre
único brasileiro a ter sido guia nas
algo complexo, principalmente as
sete maiores montanhas dos sete
vezes no cume), localizado entre o Nepal e o Tibet na Ásia e conhecida como a maior montanha do mundo e de extrema dificuldade (8.848m); Aconcágua na Argentina (seis vezes no cume), que além de ter guiado diversas expedições pela sua rota normal, também escalei em pleno inverno e pela desafiadora Face Sul (6.962m); o Denali no Alasca, também conhecido como McKinley (6.194m), o Kilimanjaro (duas vezes), cercado pelas belezas naturais da Tanzânia (5.895m); o intenso Maciço Vinson na Antártica (4.892m); o selvagem e remoto Carstensz, na Oceania, que coloca a expedição em contato com tribos preservadas (4.884m); e por fim, Monte Elbrus (5.642m), na Rússia (guiei uma expedição de 6 pessoas e chegamos ao cume no dia 12 de agosto de 2016). Sempre temos muitos projetos. Conforme o tempo vai passando os meus projetos VERA CRUZ VIVA BEM | 29
Entrevista Rodrigo no Everest (esquerda), no Kilimanjaro (direita) e no Aconcágua Invernal
hora certa, na hora que a natureza
para serem inusitados e tecnica-
está mais tranquila. São milhares de
mente complicados (felizmente
aprendizados sobre ansiedade, pro-
ou infelizmente o tempo passa pra
jetos, controle de estresse, controle
todos nós (risos), e conforme vou
emocional, superação de desafios,
envelhecendo estou adaptando
gerenciamento de riscos, etc... São
Foto: Vitor Negrete
deixam de ser fisicamente difíceis
meus projetos). Ainda tenho muita “lenha pra queimar”, mas já estou pensando em mudar o estilo dos projetos, como vôo livre por
Estar em contato com a natureza, conhecer lugares novos, compartilhar experiências com outras pessoas já que o montanhismo
Qual a maior experiência para
Temos que respeitar os desafios, respeitar a natureza e saber se proteger e se nos expor na hora certa, na hora que a natureza está mais tranquila
permite isso nas expedições em equipes. Fazemos grandes amigos. Viver uma expedição é algo incrível, de aprendizado único. Agora quero compartilhar esses aprendizados com as outras pessoas através de livros, palestras e outras formas de aprendizado. Tenho dois livros publicados: “No Teto do Mundo” (sobre a história das expedições) e “Imagens do Teto do Mundo” (uma coletânea das imagens dos principais picos
30 | VERA CRUZ VIVA BEM
compartilhar?
Aplico tudo na minha vida. Um dos grandes ensinamentos das montanhas é que a felicidade está nas coisas simples, que não precisamos de muito pra ser feliz. As vezes a gente se esquece das coisas boas da vida, como um abraço, uma cama
e montanhas conquistadas por mim no decorrer da carreira de
limpinha, estar junto das pessoas que amamos, abrir uma torneira e
alpinista).
sair água (é uma coisa incrível, por-
O que as montanhas ensinam?
nevada onde só tem gelo, conseguir
pequenos. Um vento mais forte,
muito pequenos mesmo. São tantos
Tudo. Ensinam que somos muito uma avalanche, uma noite mais fria, uma nevasca, pode nos “tirar do mapa”. Temos que respeitar os desafios, respeitar a natureza e saber se proteger e nos expor na
que quando você está na montanha água é um esforço grande). Somos ensinamentos que trago e aplico em todos os dias da minha vida como: planejar, treinar, superar desafios, atingir metas, gerenciar riscos, entre outros).
Fotos: Arquivo pessoal
esporte?
crevendo um livro sobre isso. E o que você aplica na sua vida?
exemplo. O que alimenta sua paixão pelo
tantos aprendizados que estou es-
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Fora de Plantão Dirigir carro, moto, correr maratona, pescar. Descubra o hobby de quatro médicos do HVC
VIAJAR
FAZ BEM
por Dr. Aloisio Carvalhaes, médico Gastroenterologista no HVC
Sempre fui fascinado por carros, tenho fotos com dois anos de idade já tentando “guiar” os carros do meu pai. E gosto de todos, desde as “carroças”, citadas pelo ex-presidente Collor até os mais modernos onde o motorista tem pouca atuação, pois as máquinas atuais corrigem toda as nossas “barbeiragens”, ou seja, gosto de viajar de carro e dirigindo. Os motivos dessa vez foram vários a começar por passar o meu aniversário em um hotel bacana junto com a minha esposa Lela, reencontrar um casal de amigos catarinenses conhecidos ano passado em expedição Mitsubishi na Argentina e visitar a Igreja Ucraniana no sul do Paraná (cidade Antonio Olinto) visitada fugazmente há 20 anos durante competição de jeeps 4/4. Com Google Maps, guia 4 Rodas, sites de procura de hotéis e conversas com amigos começamos a preparar o roteiro da viagem dois meses antes. Os 12 dias foram divididos em etapas: 1ª ETAPA - Campinas (SP) - São Francisco do Sul (SC) 677 km Escolhi pegar a BR 116 no município de Juquiá para aproveitar a beleza das estradas que vão desde Sorocaba, Votorantin até Juquiá. A descida da Serra nesse trecho, conhecida minha dos tempos que estudava em Curitiba já vale um passeio. Na primavera toda
32 | VERA CRUZ VIVA BEM
florida é ainda mais encantadora. De Juquiá a São Francisco do Sul sigo pela BR 116, agora com pista dupla, perigosa devido ao grande tráfego de caminhões. Escolhemos o Hotel Villa Real para passar uma noite. Visitamos o histórico posto de gasolina Texaco da década de 40, mercado municipal e o museu do mar (imperdíveis). Vale a pena ver o grandioso hospital da cidade, hoje interditado e desmoronando, segundo moradores por culpa do descaso das autoridades governamentais. A vista é muito bonita. 2ª ETAPA - São Francisco do Sul Bombinhas (SC) 150 Km Bombinhas é famosa e badalada porém foi o “mico” da viagem. Chegamos num domingo à tarde e com chuva. Estava tudo fechado, foi difícil achar lugar para comer. Até o hotel que ficamos, estava com restaurante fechado. Não pudemos avaliar nada. Resolvemos, logo após o desjejum, continuar a viagem e passar no Alambique Pedro Alemão, para comprar algumas garrafas de pinga (muito boa) na saída da cidade. 3º ETAPA - Bombinhas - Nova Veneza (SC) 290 km Foi a grande surpresa (boa) da viagem. Cidade de colonização italiana com ótimos restaurantes, povo extre-
A famosa e desafiadora Serra do Rio do Rastro
mamente simpático e acolhedor. Vale tirar fotos em uma gôndola (legítima) na praça principal. Visitar a casa de pedra nono Luigi Bratti, e também conhecer a Barragem do Vale. 4º ETAPA - Nova Veneza - Lauro Miller-Eco Resort Rio do Rastro (Bom Jardim da Serra) 92 Km De N.V. até Lauro Miller são 67 km e aí começa o outro motivo da viagem, subir a Serra do Rio do Rastro. No trecho mais interessante, que é iluminado a noite, são 248 curvas em 12 Km. O Eco Resort é um roteiro de charme, fica no topo da serra ao lado de parque eólico (que produz energia para a região). Ficamos 3 dias, mas poderíamos ficar mais. As temperaturas foram até 2 graus negativos com sensação de menos 5 graus devido ao vento (lembrando que é na plataforma do parque eólico) e chegam a ser insuportáveis no relento, compensados no aconchego do chalé e do restaurante. O resort serve de “pião” para passeios como os cânions do funil, ronda e laranjeiras e conhecer cidades próximas (São Joaquim 66 km , Urubici 84km e Urupema 130 km (campeão esse ano de temperaturas negativas no Brasil). Mas cá entre nós o bom mesmo é curtir
o resort com ótimos pratos e vinhos no cardápio, ir ao mirante logo em frente para dar comidas aos quatis e raposas que enfeitam o local. Um passeio rápido é visitar o parque eólico e o cânion da ronda. 5ª ETAPA - Eco Resort - São Joaquim - Lages (SC) 134 km Em São Joaquim, dar uma volta ao centro (tem mais fama que atrações) e visitar a vinícola Fancione (necessário agendar). Em Lages, que é uma grande cidade, fiquei surpreso com tanto movimento. Ficamos no Hotel Le Canard (rede semelhante ao Ibis). Visitar a igreja matriz e o prédio da prefeitura.
6ª ETAPA - Lages - Treze Tílias (SC). 200 km
A cidade deTreze Tílias, de coloniza-
ção austríaca, é muito bonita e lembra Campos do Jordão. Ficamos numa pousada graças aos nossos amigos
que nos arrumaram um quarto. Os hotéis estavam lotados devido ao fim de semana comemorativo ao “Dia dos Namorados”.
Valeu pelo encontro e jantar em restaurante austríaco cujo dono também de-
tem a cervejaria artesanal “BierBaum”, que em 2015 ganhou o prêmio de
melhor cervejaria artesanal do Brasil e em 2016, da América do Sul.
8º ETAPA - Antonio Olinto - Ponta Grossa (PR). 160 KM Em Ponta Grossa dormimos num hotel também do tipo Ibis (Rede 10). Muito bom para passar a noite sem ter que entrar numa cidade grande. Lá também fomos comer hambúrgueres na rede Madeiro (deliciosos). 9º ETAPA - Ponta Grossa - Campinas (SP). 523 km Viajar é muito bom, mas chegar em casa é um alívio depois de 2.697 KM.
Foto: Arquivo pessoal
Dr. Aloísio em frente a igreja ucraniana com sua Land Rover (em 1996) e com sua Mitsubishi (em 2016)
7º ETAPA - Treze Tílias - Antonio Olinto (PR) 266 km. Antonio Olinto é um município no estado do Paraná próximo a Santa Catarina, colonizados por ucranianos e poloneses. Há 20 anos durante uma competição de 4x4 (Raid Transparaná) meu Land Rover foi fotografado ao lado de uma Igreja (Igreja Ucraniana de Nossa Senhora dos Cocais), de 1913, totalmente construída em madeira. Resolvi passar lá para repetir a foto, agora com uma caminhonete Mitsubishi. Estava tudo igual, menos as árvores que cresceram.
VERA CRUZ VIVA BEM | 33
Fora de Plantão
Dr. Sílvio mostra o Tucunaré pescado por ele. Entre um rio e outro o barco tem de ser carregado
Acampamento Selvagem
NA AMAZÔNIA DR. SÍLVIO POLLINI, médico Cardiologista no HVC
Acampar no coração da floresta será responsável pela estrutura do amazônica é uma aventura ines- acampamento, como barracas, quecível, especialmente quando utensílios para cozinhar, bebidas associada a pesca esportiva, um e alimentos básicos. A época certa hobby que me acompanha desde corresponde ao verão brasileiro, os tempos da adolescência. Para entre dezembro e março, quando desfrutar de locais belíssimos e to- as águas do Rio Negro baixam talmente inexplorados, temos que e deslumbram quilômetros de abrir mão de confortos triviais de praias de areias muito brancas, nossa rotina. A aventura começa banhadas por rios de água cristacom a escolha do local e a época lina e livre de poluição ou contato certa, pois detalhes simples como humano. O ponto de saída foi a o nível das águas dos rios do local pequena cidade de Barcelos, lofazem a diferença no resultado da calizada cerca de 500 km em linha viagem. Nos últimos 2 anos, eu reta de Manaus, mas apenas acese meu cunhado Claudio acampamos em belíssi- As barracas na areia: dormindo no meio da selva mas praias as margens do Rio Araçá, afluente do alto Rio Negro. Muito importante a escolha de um guia local experiente, que
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sada por via aérea em viagem de cerca de 1h 30, ou por via fluvial, em grandes barcos de transporte regional, que duram cerca de 24h, se as condições climáticas permitirem. Após chegar em Barcelos, navegamos cerca de 10 hs. Em uma pequena lancha, chamada de voadeira, capaz de navegar em águas rasas, permitindo o acesso a regiões totalmente inexploradas e livre de pressões comerciais. Além do guia, tínhamos a companhia de uma cozinheira e 2 auxiliares, responsáveis pela montagem do acampamento. Passávamos o dia pescando nos rios e lagos da região, em contato direto com a natureza e observando uma infindável
Foto: Arquivo pessoal
por
Dr. Sílvio e Claudio seu cunhado. E o merecido jantar depois de um dia de pescaria
quantidade de pássaros e outros animais como antas, capivaras, ariranhas e pacas. As temíveis cobras são representadas na região por grandes sucuris, que são avistadas com alguma sorte. Jacarés são vistos por toda a parte e grandes felinos, como as onças, são frequentes na região, porém extremamente ariscas e raramente
visualizadas, exceto suas pegadas deixadas nas praias. Seguir as orientações e recomendações do guia é condição primordial para
se evitar acidentes. A semana transcorre rápido, com banhos de rio e total isolamento. A falta do conforto que estamos acostumados é compensada pelas paisagens e natureza intacta, e ao retornarmos para nossos lares trazemos fotos lindas e “causos”, que serão contados a exaustão para nossos familiares e amigos.
Fora de Plantão
Dr. Wilson e outros apaixonados por motos e por aventura
PAIXÃO POR MOTOS
Foto: Arquivo pessoal
por
DR. WILSON MELLO, médico Ortopedista no HVC
Para dizer a verdade não sei quando tudo começou. Desde menino tenho fascinação por máquinas de duas rodas. Em Presidente Prudente, onde nasci, havia uma oficina de motos na esquina da minha casa, e eu sempre passava pelo local para observar o mecânico consertando as velhas “Javas” 250 cc. Quando consegui ganhar meu primeiro dinheiro, comprei uma moto em sociedade com um amigo: era minha por uma semana e dele por duas, uma vez que ele era proprietário de 2/3 da Yamaha 350 cc, 2 tempos, conhecida como viúva negra. Era pequena, mas tinha um motor muito forte, o que levava a vários acidentes com consequências dramáticas, daí o apelido. Ficamos quase um ano com ela! Minha próxima moto foi só depois de formado em Medicina. Comprei uma Honda 500 Four, espetacular para a época. Esta moto me levou a uma casa para pedir um capacete emprestado, me aproximou da minha esposa Fernanda, começamos a namorar e a passear sobre duas rodas. E a Fernanda continua sendo minha parceira de viagens até hoje!
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Por que moto? Não sei responder esta pergunta. Sempre me dizem que é um hobby muito perigoso, e eu concordo; é perigoso! Quando se fala de moto logo vem à mente frases conhecidas: liberdade, vento no rosto (hoje muito limitado pelo capacete), natureza, cheiro da viagem, cansaço. Tudo verdade. Mas por que moto? Bem, eu vejo da seguinte forma. É uma mudança de diretório, como na informática, você muda sua atenção, muda o tipo de roupa e, mais interessante, o tipo de amigos. Pessoas que andam de moto têm características muito semelhantes, mesmo que trabalhem em diferentes áreas, ou tenham diferentes objetivos Dr. Wilson em uma de suas aventuras off road
de vida. São pessoas que mudam de diretório, gostam de adrenalina, mas gostam de controle. É um exercício de autocontrole. Você pode fazer coisas muito perigosas, mas pode se controlar e extrair apenas o prazer sem se arriscar (demais!). Hoje ando de moto de estrada, uso uma BMW 1200 GS. Uma moto boa para viajar, não cansa, não quebra e é segura. Quando casamos e moramos nos Estados Unidos, compramos uma moto e atravessamos o país em três semanas, percorrendo 9 mil quilômetros. Temos um grupo de amigos que também gosta de viajar de moto, e sempre vamos com outros dois ou três casais. É ótimo! Tenho outro gru-
Pausa para descanço em paisagens paradisíacas
po, o qual alguns se confundem com os estradeiros. Fazemos trilha de moto. É um grupo que está junto há 35 anos, os filhos dos meus amigos andam juntos. Uso um modelo específico para isso, uma KTM 350cc. Fazer trilha é algo muito especial, porque você vai a lugares onde nunca iria de outra forma, o nível de adrenalina é alto e o risco é mais baixo. Fazer trilha exige condicionamento
físico com foco em resistência. Meu treino físico é organizado por um treinador pessoal há muitos anos. Veja que ganho secundário consegui: motivação para fazer atividade física. Fazer trilha exige concentração, porque o piloto tem que lidar com muitas variáveis, estando em pé na moto e usando os dois pés (freio e câmbio) e as duas mãos (embreagem, acelerador e freio), decidir por
caminhos e evitar quedas! Se não prestar atenção olhando onde quer ir e olhar para o buraco onde não quer cair, é lá que terminará com a moto! Exige foco, atenção, empenho, como em nossa vida profissional como médicos ortopedistas. Vejam, fazer trilha é treinar qualidades e habilidades que usamos na nossa vida profissional a cada momento: cirurgia, treinamento, atividade acadêmica, consultório e definição de nossos objetivos profissionais, preparo físico, atenção, estudo da situação, decidir o caminho! Por que moto? Não sei a resposta correta, mas, com certeza, continuo andando de moto. É MUITO BOM!
Fora de Plantão
ENFIM, O
GREEN NUMBER Dr. André comemorando sua conquista, o green number
Aceitei o convite para participar desta
papo de “qual é o seu
Bem, que fala sobre esportes radicais
você fará?”. Nesta prova,
de aventura como maratonista mas,
humildade e a conversa é
falar dos 10.000 km de treinos, das 93
terminar, o que é algo raro
prova, das dores, das bolhas, das fisio-
lembrança dessa corrida é a de ser
vações alimentares, etílicas (nem tan-
últimos, fora os primeiros colocados,
esposa, merecidamente, ganhou uma
última hora do tempo-limite, entre 11
sucesso 10 vezes a Comrades, a
Wall of Honour, que fica no percurso).
Durban) se enche de alegria e apoio
Sul, de 89 km.
Comrades, tenho me perguntado: o que
tos. Há muito incentivo para os atletas
panhará em todas as maratonas,
sido a grandiosa sensação de herói da
seu fechamento pontualmente com 12
do retorno a esta competição? Sim, mas
(muitos corredores ficam a poucos
Seria então, o clima de camaradagem
aplaudidos!). Apesar de todas estas
e alegre que paira no ambiente da
o que mais teria me tocado e o que
-africanos espalhados por quase todo o
década? A amizade gerada pela prova
estrangeiros? Ou então, a inacreditável
amigos e familiares ficará eternamente
Manuel, Zé Aparecido, Elzo, Sofia,
gáveis e sinceras entre nós corredores,
por falar em década, em 2014 comple-
Márcia, Andressa, Valéria, Guiliano
ções com as big Five (cinco grandes
o meu Green Number (F10762), foi
Manetoni e De Carvalho Garcia.
edição da revista Vera Cruz – Viva
tempo?” ou “em quanto
e contar sobre a trajetória de 10 anos
existe um clima de mais
como foco do meu relato resolvi não
sobre o sonho de somente
horas correndo em todas as edições da
entre os corredores. Aliás, outra boa
terapias, das unhas perdidas e das pri-
uma das únicas disputas em que os
to!) e principalmente familiares (minha
é claro, são os mais celebrados. Na
placa em sua homenagem no chamado
e 12 horas, o estádio da chegada (em
famosa ultramaratona da África do
Em minha reflexão desses 10 anos de
aos corredores que finalizam exaus-
Este número sempre me acom-
mais me marcou nesta jornada? Teria
passarem a linha de chegada antes de
ele é reconhecido não só pela cor
chegada que, aliás, foi um dos motivos
horas de competição, sem exceções
é bem mais do que isso.
metros da chegada, triste, mas muito
entre os corredores, o espírito positivo
lembranças maravilhosas me pergunto,
prova, ajudado pelo apoio dos sul-
ficará de frutos por muito mais de uma
percurso, exaltando calorosamente os
e a união e dedicação do meu grupo de
Rodrigo, Reginal Neto, Branca,
oportunidade de se ter conversas ami-
como a maior lembrança deste feito. E
Pedro, Celso, Maria Izabel, Ester,
sobre nossas ansiedades e preocupa-
tei a minha 10º maratona e conquistei
e Nara, além dos patrocinadores
subidas do itinerário), sem o cansativo
comovente.
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O GREEN NUMBER
É um número verde, permanente, número de peito diferenciado, é a honraria concedida a quem consegue a proeza de concluir com
diferenciada mas também pela grandeza de sua conquista. Este Green Number tem muitos donos e aqui fica o meu agradecimento a todas as pessoas envolvidas nesta conquista : Sílvia, Décio meu treinador, Paulinho, Zé Luiz, Dezem, Adriano, cabelo, Mané Miranda,
Foto:Arquivo pessoal
Dr. ANDRÉ ARRUDA, médico Ginecologista e Obstetra no HVC por
Dr. André recebendo sua condecoração e os ultramaratonistas na Comrades
PARA ENTENDER
A Comrades Marathon é uma ultrama56 milhas, administrado anualmente na
é limitado a 23 mil corredores e par-
maratona reconhecida oficialmente
do Sul entre as cidades de Durban e
Com o aumento da participação desde
Durante o evento um atleta deve tam-
ga corrida de ultramaratona do mundo.
média para ambos os sexos, e a idade
cada ano entre o “up” run (87 km) a
substancialmente. Os corredores com
a partir de Pietermaritzburg. O campo
eles são capazes de completar uma
província de KwaZulu-Natal da África
ticipantes vêm de mais de 60 países.
Pietermaritzburg. É a maior e mais anti-
os anos 1980, os tempos de chegada
A direção dos suplentes de corrida a
média dos finalizadores aumentaram
partir de Durban e o “baixo” run (89 km)
idade superior a 20 qualificam quando
(42,2 km) em menos de cinco horas. bém atingir cinco pontos de corte em
horários especificados para completar a corrida. O espírito dos Comrades
Marathon é dito ser encarnado por atri-
butos de camaradagem, abnegação, dedicação, perseverança e ubuntu.
Para a Previna, ser uma referência em imunização não é um sonho, é um compromisso. Abraçamos os conceitos da inovação, da tecnologia e do acolhimento para fazer da vacinação uma experiência tranquila, segura e confiável. Não importa a idade: a Previna está sempre de braços abertos para receber pessoas de todas as faixas etárias. Afinal, bem-estar e saúde são importantes em todas as fases da vida!
NOUA-CRIATIVA
ratona de aproximadamente 89 km ou
Convidado
Chef Theo
Sob a perspectiva da criatividade Com DNA português, sotaque francês e carisma brasileiro o Chef Theo é um dos grandes nomes inventivos da gastronomia de Campinas.
C
onsagrado pelo público e pela crítica, o premiado Chef Theo Medeiros é homem de gosto simples e sabor refinado, profissional atento ao mercado, ao seu cliente e aos rumos da gastronomia no Brasil e no mundo. Seu restaurante no bairro Cambuí, em Campinas, é um dos mais aplaudidos e uma escolha segura quando se quer provar da gastronomia francesa. Nascido em São Miguel, nos Açores, o portuguêsinho de apenas um ano seguiu com seus pais o 4O | VERA CRUZ VIVA BEM
Cristiane Gracioli
caminho percorrido por muitos imigrantes lusitanos que buscavam na França um lugar para prosperar. Determinado, o garoto que sonhava em conhecer o mundo elegeu a gastronomia como profissão e bilhete de viagem. Por isso, logo na adolescência
matriculou-se na Escola Técnica de Hotelaria de Avon, cidade próxima a Fontaine-le-Port, o vilarejo onde foi criado nas imediações da Floresta de Fontainebleau, a 60km de Paris. Ali começou sua trajetória profissional que o trouxe ao Brasil, especialmente à exigente Campinas, onde constrói O famoso Ossobusua história sob as persco King Size com corte exclusivo pectivas de sua cozinha assinado pelo chef criativa, e tempera tudo com o sabor francês sempre aliado à simpatia brasileira. O Chef recebeu a Revista Vera Cruz - Viva Bem para um bate-papo, acompanhe.
Qual seu primeiro contato com a profissão? Quando achou que seria chef? Sempre gostei de cozinhar, não sei explicar como isso aconteceu, mas quando vi já estava na escola de gastronomia. Na minha família eu era o que mais ficava na cozinha e pensava sempre em uma profissão que pudesse me fazer viajar e conhecer o mundo. Como e por que você decidiu vir para o Brasil? Quando estava na escola de gastronomia vi um anuncio em uma revista especializada com uma oferta de contratação para trabalhar no Le Troquet aqui em Campinas. Nesse momento eu participava de um projeto aprendiz na escola de gastronomia na França, aliás projeto semelhante ao que o Senac faz por aqui. Já havia obtido a primeira colocação em prática e resolvi telefonar para saber como seria a possível contratação. Fiz a primeira entrevista e
O ambiente aconchegante do restaurante na rua Sampaio Feraz, no Cambuí
Na minha família eu era o que mais ficava na cozinha e pensava sempre em uma profissão que pudesse me fazer viajar e conhecer o mundo.
Qual característica da sua gastronomia? Minha cozinha é francesa, claro, aprendi a técnica francesa, mas hoje misturo outras influências internacionais como o risoto, típico da cozinha italiana, mas como acompanhamento e não prato principal, por exemplo.
gio peixes, carnes e massas com características francesas. No Chef Theo a ostra, steak tartare e a sopa de cebola gratinada não podem faltar, mas o Brasil tem um jeito particular que deve ser compreendido e atendido. Considero o espírito brasileiro o ingrediente que deve estar sempre presente. É o que me norteou como chef estrangeiro em busca do sucesso por aqui. Claude Troisgros, chef francês que eu admiro e gosto do estilo e da cozinha, é um deles que, na minha opinião, compreende esse espírito. Ele sabe traduzir a França para o Brasil e vice versa.
O que a culinária do Brasil trouxe para você? Gosto da liberdade brasileira, da criatividade e então procuro criar um cardápio que agrade as duas culturas. Privile-
Em sua opinião, qual é a situação da gastronomia brasileira nos dias de hoje, e como ela está comparada com as de outros países? A gastronomia está cada
depois participei e passei em dois testes. Contratado, vim para o Brasil aos 19 anos, cheio de energia, juventude e vontade de aprender e empreender. Cumpri o contrato, voltei à França mas depois de um ano vim definitivamente para o Brasil.
Fotos: Cristiane Gracioli / Divulgação.
Português ou Francês, de onde vem o Chef Theo? Nasci na Ilha de São Miguel, nos Açores, Portugal. Quando tinha um ano meu pai nos levou para França, onde fomos imigrantes como tantos outros em busca de uma vida melhor. Lá vivi, estudei, e fiz meu primeiro curso em escola de gastronomia. Portanto, tenho as duas culturas em mim, francesa e portuguesa. Alias, tenho três, porque me sinto brasileiro também.
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Convidado vez melhor, atualmente mais bem compreendida.
Existe o Chef Theo empresário? A cozinha e o escritório andam juntos na sua vida? Existe e precisa existir a figura do empresário em mim. Antigamente minha rotina era mais pesada, eu abria e fechava o restaurante, e comprava todos os ingredientes. Hoje tenho uma ótima equipe composta por 25 colaboradores e pelo chef Gilberto Pereira, equipe que me permite ter tempo para criar e trazer novidades para o cardápio. As compras faço questão de fazer. Temos mais de 400 itens na cozinha, são muitos detalhes e tenho orgulho do padrão que oferecemos tanto em ingredientes como em serviço. Há uma disciplina rigorosa que nos orienta e permite que o Chef Theo mantenha seu sabor característico.
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Ostras frescas não faltam no cardápio
EM TEMPO O que não pode faltar em um prato: bom humor é importante para preparar a comida.
O sabor mais puro: de produtos
frescos.
Seu restaurante é um dos mais queridos da cidade, frequentado por campineiros ilustres. A que você atribui o sucesso, e como atende tanta exigência? Acredito que o sucesso está na mistura de sabor, qualidade, ambiente e respeito máximo ao cliente e aos seus desejos. Temos um clima leve e ao mesmo tempo elegante, que permite a frequência de público de todas as idades. Gosto de uma mistura de casa com restaurante, um bistrô precisa refletir intimidade, por isso fiz uma biblioteca com livros e revistas. Mas o clima charmoso vem dos meus clientes, que são sensacionais! (risos). Você mudaria algo em sua vida se pudesse voltar atrás? A experiência que tenho hoje me mostra todos os erros e acertos da minha vida, porém não teria chegado até aqui se algo fosse diferente, por isso não mudaria.
O ingrediente secreto: eu não tenho segredos com meus pratos, e até conto minhas receitas com tranquilidade. Tenho meu jeito de fazer e a personalidade na cozinha é individual, por isso fico tranquilo em dividir. O que é viver bem? Ter tempo para desfrutar a vida.
O maior prazer? Viajar pelo mun-
do e aproveitar os dias de tranquilidade em Gonçalves, MG.
Chef preferido: Claude Troisgros.
É um talento impressionante, um chef francês que adora o Brasil, sente-se inserido aqui e eu me identifico com isso. Também ganho minha vida aqui e me sinto parte da sociedade brasileira.
Gonçalves: Frequento Gonçalves
há muitos anos. Há três anos resolvi ter um endereço lá. Uma casa pequena, mas com uma cozinha que me inspira e o lugar perfeito para relaxar, estar com amigos e criar.
Gonçalves, MG: O refúgio escolhido pelo chef Theo Medeiros
Fotos: Cristiane Gracioli / Divulgação.
Você acha que os programas de TV ajudam a entender o universo da gastronomia? Sim, são inspiradores e explicam o quanto ser chef é tarefa difícil. Gosto muito do fato da gastronomia estar em evidência porque desta forma, ou seja, com mais informação, compreende-se nossa cozinha. No Brasil os hábitos sempre foram de oferecer porções generosas, ao contrário da França que traz porções menores porque não se abre mão da entrada, prato principal e sobremesa. O trio é equilibrado e compõe com harmonia o prazer de uma refeição, por exemplo.
Receita enviada pela Dra. Maria Aparecida Brenelli Vitali, médica neonatologista do HVC.
D
Envie sua receita ou experiência gastronômica:
frrb@hospitalveracruz.com.br
Arroz De Braga (para 14 pessoas)
iz a lenda que essa
Dicas: É um prato ade-
receita em Portugal era feita como uma
quado para receber amigos. Deixe previamente preparadas as carnes e o molho. Enquanto são servidos os aperitivos o prato pode ser preparado na presença de todos. Fica bem harmonizado com sangria.
forma de aproveitar sobras das carnes da semana. Por esse motivo leva frango, porco, verduras e linguiça portuguesa. É receita de uma grande amiga e originalmente feita em caçarola. Mas num grupo de casais amigos, somos em 3 mulheres que gostam muito de cozinhar. E nossa experiência de viver em Valência, a paixão por paella e arrozes, nos levou a fazer algumas modificações na maneira de preparar essa receita. E é um prato que fazemos muitas vezes, a várias mãos, nos reunindo em volta de um queimador, tomando um bom vinho ou sangria.
Ingredientes:
Modo de fazer:
1 Kg de sobrecoxa de frango desossada e sem pele; 2 gomos de linguiça calabresa; 2 gomos de linguiça portuguesa; 1 kg de costelinha de porco cortada; 1 kg de pernil suíno (ou lombo); 200 g de bacon fatiado; 1 kg de arroz tipo bomba ou parbolizado; 1 pimentão verde, 1 pimentão amarelo e 1 vermelho; folhas de repolho verde e roxo (o suficiente para cobrir a superfície da panela); 1 lata de ervilha; 1 lata de pomarola; 2 cubos de caldo de carne; 1 tomate; 2 cabeças de alho; 3 cebolas grandes; cheiro verde, 6 a 8 folhas de louro, talos de salsão, limão, pimenta vermelha, vinho tinto, azeite e sal o quanto basta.
De véspera corte as carnes em cubos pequenos. Bata no liquidificador 1 cabeça de alho, 1 cebola, cheiro verde, louro, pimenta vermelha, sal e vinho tinto. Deixar as carnes frescas marinando (separadas) nesse tempero. No dia fritar, separadamente, as carnes em azeite e depois reserva-las. Jogar fora o excesso do azeite da fritura e nas panelas utilizadas colocar água e ferver para retirar o grude das carnes. Juntar todas as águas numa única panela e fazer o molho do cozimento do arroz (aproximadamente 4 litros). Nessa panela colocar 1 cebola cortada grosseiramente, a lata de pomarola, os cubos de caldo de carne, 1 amarrado de cheiro verde, 1 tomate, salsão, louro. Ferver bem até cozinhar. Na paellera colocar azeite e fritar o bacon; depois colocar 1 cebola em fatias muito finas ou processadas, os dentes de alho grosseiramente amassados e por último os pimentões em fatias. Separar um pouco de pimentão para decorar. Arrumar as carnes, alternando o tipo, na panela. Colocar caldo coado na quantidade suficiente para cobrir todas as carnes e ferver. Experimentar e acertar o sal. Colocar então o arroz, semeando-o por toda a panela. Cobrir toda a superfície com folhas rasgadas de repolho. Ao ir secando, regar aos poucos com o molho coado e fervente até o arroz ficar no ponto (ao dente). Quando estiver pronto enfeitar com tiras de pimentão reservadas e abafar (toalha/ jornal) por 15-20 minutos.
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Crônicas
CARECAS Já dizia as velhas marchinhas de carnavais: é dos carecas que elas gostam mais! Se tiver dinheiro então. Hoje existem muitos jovens carecas e não há mais bullying nem com o “quatro zóio”, que eram os óculos. Minha calvície começou aos vinte e cinco anos com as famosas entradas. Procurava disfarçar com escova, ora virando o cabelo para um lado ora para o outro. Minha mãe sugeriu uma planta de babosa, vá lá no quintal pegue uma folha e esfregue na cabeça antes do banho. Aquela planta horrível com folhas grossas com espinhos na ponta! Sim, mas se for por uma boa causa! Peguei uma faca e cortei uma folha. Sorvia uma baba marrom. Ah, é por isso que se chama babosa! Será que adiantaria alguma coisa já que meus tios eram carecas? Tomei vários banhos esfregando aquela joça na cabeça. Não adiantou nada. Meu amigo que depois virou Nóia também estava ficando calvo e como seu pai era mais endinheirado do que o meu resolveu fazer um tratamento em São Paulo numa clinica capilar. Ia três vezes por semana e usava só produtos da clinica tipo; xampu e óleos além de um massageador vibrador que passava na cabeça todos os dias. Eu via aquilo e achava que chacoalhava o cérebro também, por que o encéfalo é um queijo minas preso numa caixa de madeira. Enfim virou careca e talvez por isso ficasse Nóia. Passados anos surgiram remédios que se diziam milagrosos como o minoxidil e a finasterida. Também foram como a babosa, e ainda gastei dinheiro à toa. Mais avante no nosso cronograma calvico apareceu o implante capilar. Que beleza um cirurgião feito um sushi man arrancava uma faixa de cabelo da nuca e depois como um jardineiro ficava preparando as mudinhas. Lá vinha ele com um bisturi uma agulha de crochet e as mudinhas. Vai querer mil ou duas mil mudas? É um real cada! Duas mil. Pronto era bisturizada e crochetada e ai,ai,ai. Fique quieto que está acabando
exclamava! Depois fazia um curativo para ficar uns dias como você tivesse feito uma neurocirurgia! No dia que retirou o curativo me esperava cabeludo, que decepção as mudinhas caíram todas. Ai o sushi man. Disse: caíram, mas, vão pegar não é brotar! Passado uns meses brotou e eu fiquei com aquele cabelo de boneca! Depois de Bruce Willis e nos tempos passados do Kojak apareceram como carecas charmosos, e a calvície deixou de ser demérito. Também não é doença; só os japoneses falam por que na população deles existem poucos calvos.Quando entrávamos na faculdade tínhamos orgulho de ficarmos carecas e todos na rua nos identificavam como Vencedores. Perto de 20 por cento da população é careca, na Holanda a incidência é de 41 por cento; isto se deve a cerveja produzida lá? Hoje a juventude careca é um charme! Tomar banho é aquela batucada na cabeça, o cafuné arrepia mais fácil, o travesseiro refresca. Sem contar menos gastos com xampu. Os cabeludos defendem a categoria, dizem que podem mudar a cor do cabelo; fazer tranças etc. Mas, contudo, porém, todavia, entretanto, estudos andam revelando que os carecas são mais evoluídos. Têm menos câncer de próstata. Um modelo evolutivo desde que, se corte as sobrancelhas, os pelos da orelha e nariz. Falei do Kojak e Bruce Willis, mas, tem mais gente: Kelly Slater, Guardiola, Zidane, Vin Diesel, entre outros. Carecas se conformem e não neguem a raça. Somos a evolução dos primatas carecas! Não se esqueçam do protetor solar. Dr. Silvio Carrara – Médico do Corpo Clínico do HVC
Descubra quem é nosso autor desconhecido. Sugestões: frrb@ hospitalveracruz.com.br
AO VÍRUS DA DENGUE
Henrique Luna (Pseudônimo) Sois o ato desacato. Ao leito,... deito sem jeito. Suor,... frio calor, calafrio... Gemo de pranto, no canto,... de manto. Seco. Sem eco. Boteco? Luz! Seco de luz. Capuz. Água sem dó,...! e um suspiro, a só. Junto sombras, delongas em ondas,... bem longas. Luz do dia! reluz bem... quero mais, sofria... Pranto vira fome Agora não só de nome, Come...! Dengoso, poroso sofrido, vi o poço. Mas tenho certeza, com clareza Adeus tristeza... Beleza!
Se você também escreve envie-nos seu texto para publicação na Revista. frrb@hospitalveracruz.com.br 44 | VERA CRUZ VIVA BEM
Homenagem
COMENDA
Com muito orgulho compartilhamos
fe da revista. A cerimônia de entrega
com o Corpo Clínico do Hospital Vera
da comenda será realizada no dia 31
Cruz e todos os leitores da Revista Vera
de outubro de 2016, durante o jantar
Cruz-Viva Bem, que o Dr. Antonio Fre-
da FBG na XV Semana Brasileira do
derico Novaes de Magalhães, médico
Aparelho Digestivo.
Gastroenterologista e Endoscopista do Hospital Vera Cruz desde 1970,
Parabéns!
recebeu da Federação Brasileira de Gastroenterologia a homenagem que lhe confere a “Comenda Luiz de Paula Castro”, honraria maior da Federação pelos serviços prestados à Gastroenterologia Nacional. Seu nome figura como expoente da FBG, da qual já foi Presidente e atualmente é o Editor Che-
TODA OPERAÇÃO PRECISA DE UM ESPECIALISTA, INCLUSIVE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS.
Mais cedo ou mais tarde você vai sentir a necessidade de fazer um investimento no mercado imobiliário, seja para retorno financeiro ou para aproveitar os seus momentos de lazer.
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Por isso é bom ter alguém de confiança, credenciado há mais de 10 anos proporcionando as melhores opções do mercado imobiliário. Tanto no Brasil quanto no exterior, como Miami, Orlando e Lisboa.
Notícias HVC
CUIDADO HOSPITALAR Hospital Vera Cruz Promove o Programa Ortogeriatria: O que é isso?
121 mil
fraturas de fêmur em idosos ocorrem no Brasil. Em 2020 estima-se 140 mil casos 46 | VERA CRUZ VIVA BEM
Q
uando ocorrem substanciais mudanças de cenário, desperta-se a necessidade de reestruturação de antigos modelos. Não é diferente com a assistência à saúde. A população brasileira está envelhecendo. No ano 2000, segundo o IBGE 8,6% dos brasileiros tinha mais que 60 anos de idade, no ano 2020 estima-se que esta proporção estará ao redor de 14%. Os espetaculares avanços da medicina e dos cuidados à saúde trouxeram a possibilidade da longevidade e do legítimo desejo de uma melhor qualidade de vida, mas ao mesmo tempo deflagra um desafio à sociedade e aos sistemas de saúde. Há um número cada vez maior de idosos com doenças ortopédicas demandando um crescente uso de recursos e
de leitos hospitalares. Na busca por soluções mais efetivas a ortopedia e a geriatria tem se aproximado com ações sinérgicas. Damos o nome de ortogeriatria a esta assistência compartilhada ao idoso com afecções musculoesqueléticas. O termo ortogeriatria foi inicialmente utilizado para designar o cuidado hospitalar destinado ao idoso que é admitido na emergência com o diagnóstico de uma fratura de fêmur na região do quadril. Estes pacientes demandam ações estratégicas e estruturais do sistema de saúde. Não foi sem motivo, que ao repensar o melhor modo de cuidar destes doentes, tenha se construído o modelo multidisciplinar de assistência integral e integrado. A fratura da extremidade proximal do fêmur no idoso é um fator determinante negativo
na sua saúde e qualidade de vida, de grande impacto aos familiares e de elevado custo à sociedade. Dados epidemiológicos apontam que hoje no Brasil ocorrem por ano 121.000 novas fraturas de fêmur em idosos, em 2020 espera-se que tenhamos que atender 140.000 pacientes com este evento. Ela não deve ser entendida como um simples evento traumático, mas corretamente interpretada como uma complexa doença de etiologia multifatorial, com identificáveis fatores que predispõem às quedas, a fragilidade óssea adquirida por insuficiência do metabolismo ósseo e a presença de comorbidades, que podem agravar o prognóstico e interferir no tratamento. Uma atuação eficiente e apta a enfrentar este cenário requer uma visão sistêmica, interdependente, com a implementação de ações coordenadas e coerentes. Um Programa Institucional envolvendo diversas áreas que atuam dentro e fora do hospital. Enfermagem do Pronto Socorro; Ortopedia; Internista e Geriatria; Anestesia; Enfermagem das Alas de Internação; Intensivista; Enfermagem da UTI; Enfermagem do Centro Cirúrgico e da Central de Esterilização de Materiais; Fisioterapia; Grupo de Cuidados Domiciliares. O Programa é fundamentado na evidência de que uma sequência de procedimentos rápidos, coordenados e efetivos, melhora a qualidade do atendimento, diminui o período de internação e a morbimortalidade.
OS OBJETIVOS DO PROGRAMA
• A pronta admissão do paciente; • Uma confortável e cuidadosa acomodação no leito de internação com a supervisão da enfermagem; • Uma rápida e completa avaliação dos aspectos clínicos anestésicos e cirúrgicos; • Cuidados precoces para estabilização das doenças concomitantes e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico; • Avaliação e padronização da conduta anestésica guardando as características próprias de cada paciente; • Avaliação do tipo de fratura e indicação da cirurgia que permita a estabilidade com menor morbidade possível; • Cuidados pós-operatórios com acompanhamento conjunto clínico e ortopédico; • Alta hospitalar com orientação aos familiares e cuidadores; • Aconselhamento e medidas para a prevenção de novas fraturas. O “Programa de Assistência ao Idoso com Fratura da Extremidade Proximal do Fêmur do HVC” iniciou-se em outubro de 2013. Os resultados obtidos são similares quando comparados aos centros de referência mundiais, que adotam este modelo de assistência. Durante os anos de 2014 e 2015, foram admitidos no nosso hospital 116 pacientes com esta condição clínica, em 95% dos
Dr. Ricardo Morelli*
ao repensar o melhor modo de cuidar desses pacientes, tenha se construído o modelo multidisciplinar de assistência integral e integrado. casos foram cumpridos todos os requisitos ideais de atendimento intra-hospitalares que haviam sido propostos. São pacientes de faixa etária elevada (42% deles com mais de 85 anos), e com uma prevalência alta de uma ou mais doenças crônicas concomitantes. Mesmo com todos os cuidados, após seis meses decorridos da fratura 16% faleceram e metade destes idosos encontrava-se parcial ou totalmente dependentes de cuidados para as atividades cotidianas. Com estes desfechos podemos constatar a gravidade do problema e o impacto na qualidade de vida destes frágeis idosos e enfatizar que este complexo problema exige uma abordagem sistêmica.
*Dr. Ricardo de Souza e Silva Morelli Médico Ortopedista e Coordenador Médico do Centro Cirúrgico HVC VERA CRUZ VIVA BEM | 47
Saúde
Envelhecer de forma saudável
Dra. Maria Fernanda Bottino Roma é médica Geriatra no Hospital Vera Cruz
Com o aumento da expectativa de vida, a prevenção se torna fundamental ao longo dos anos
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A
maioria das pessoas associa o envelhecimento à doença, a incapacidades e a perda de autonomia. Sem dúvida nenhuma o aumento da expectativa de vida aumenta o risco de surgirem doenças, mas não se pode admitir que envelhecer signifique obrigatoriamente ficar doente, eles não são sinônimos. O processo de envelhecimento faz parte de um contínuo da vida que se inicia no nascimento e termina com a morte. Cada passo, cada hábito, traz consequência futura e é capaz de modular o processo e alterar o resultado final. Hoje falamos em envelhecimento saudável, em envelhecimento ativo, ou seja, envelhecer com boa condição física e mental, com inclusão social, com autonomia e funcionalidade preservadas. O processo de envelhecimento é heterogêneo. Encontramos em nosso dia a dia senhores de 90 anos ativos, praticantes de atividade física, com papel social ativo na comunidade, mas também nos deparamos com senhores de 75 anos acamados, com sondas, não contactuantes, totalmente dependentes. E o que os fez tão diferentes? Carga genética? Sim, em parte. Carga de doenças crônicas? Sim, um importante modulador; não a presença ou a ausência de doenças, mas sim se elas foram adequadamente controladas durante o processo.
Sem dúvida alguma são os hábitos de vida os grandes moduladores desse processo. A alimentação saudável, a prática de atividade física, o abandono de tabagismo, evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica, a manutenção de uma vida ativa na comunidade são catalizadores de um processo bem sucedido. Ganha importância central a preocupação com a promoção da saúde, a atenção a medidas preventivas. Destacamos como medidas fundamentais a prevenção de quedas. Sabemos que o evento “queda” tem impacto negativo em qualidade de vida, aumento de morbimortalidade, aumento de dependência funcional, aumento dos gastos em saúde. Nesse contexto é fundamental uma abordagem multiprofissional no cuidado do idoso: o trabalho em equipe para evitar o uso de medicações inadequadas, melhorar suporte nutricional, minimizar a perda de massa muscular, otimizar o fortalecimento muscular e o equilíbrio. Faz parte das medidas preventivas, o diagnóstico precoce de doenças como osteoporose e algumas neoplasias. Com o avanço da medicina acrescentamos SIM anos à vida. Porém não podemos perder o nosso maior objetivo que é o de acrescentar vida aos anos para que assim possamos viver a velhice ativa e alcançar o envelhecimento bem-sucedido.
Saúde
Hábitos saudáveis é a melhor prevenção
Dra. Luisa Carolina Borges Keiralla é médica Cardiologista no Hospital Vera Cruz
Por que as pessoas apresentam mais infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC) durante o inverno?
A
s doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no mundo. O IAM e o AVC ocorrem mais comumente devido a coágulos ou trombos que se formam dentro das artérias e interrompem o fluxo de sangue para uma determinada região do músculo cardíaco ou do cérebro, respectivamente. Isto acontece mais comumente em artérias comprometidas com placas de gorduras e inflamação, chamada aterosclerose. Durante os meses de frio, a incidência destas doenças aumenta principalmente nas primeiras horas do dia por diversos fatores como: baixa temperatura corporal, aumento da pressão arterial, alterações hormonais, presença de algumas infecções, mudança nos hábitos alimentares e nas práticas de atividade física, poluição do ar e outros. A baixa temperatura corporal provoca a contração das artérias causando diminuição do fluxo de sangue, o que aumenta a pressão arterial e a formação desses coágulos. Este aumento da pressão sanguínea também pode resultar em ruptura das artérias e sangramento no cérebro, uma das causas do AVC hemorrágico. A maior incidência de infecções respiratórias, aumentam a inflamação nas placas de gordura e o risco de coágulos. No frio, a concentração de poluentes no ar é maior, podendo alterar o funcionamento do sistema de coagulação do sangue e predispor a formação dos trombos. Em relação às mudanças dos hábitos do dia a dia, no período do inverno, as pessoas ingerem alimentos mais calóricos, o que
pode levar ao ganho de peso e aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e glicose. Além disso, os indivíduos diminuem a prática de exercícios físicos, comprometendo a saúde do coração. Por isso a importância de manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação com restrição de sal, gordura animal e açúcar, realização de atividades físicas regulares, interrupção do tabagismo, bem como o controle de doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e dislipidemia (alteração dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides) que são fatores de risco para doenças cardiovasculares (IAM E AVC). A apneia do sono também está relacionada ao aumento deste risco e deve ser tratada. Vale lembrar que antes de iniciar a prática de exercícios físicos (supervisionados ou não) é recomendável a avaliação clínica com cardiologista. Pessoas que possuem parentes em primeiro grau com histórico de IAM ou AVC necessitam de avaliações médicas regulares contribuindo desta forma com o diagnóstico precoce de doenças encobertas. Se estiver diante de alguém com início súbito de dor no peito de forte intensidade ou quadro de confusão mental, alteração na fala ou na movimentação de membros, procure imediatamente um serviço médico de urgência. Atualmente existem cursos tanto para profissionais da área da saúde como para a população em geral (curso de primeiros socorros) que ensinam a reconhecer essas emergências e treinam os passos corretos do atendimento inicial. Aprenda, coloque em prática e viva melhor.
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