Lookbook 2016 3

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LOOK

BOOK #03

JORNAL MUNICÍPIO DIA A DIA BRUSQUE | QUINTA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2016

Mundo local, apelo global A pluralidade do mundo, aliada à tradição e à cultura, dá o tom da nova originalidade

MODO DE USAR Coleções que exploram a originalidade cultural estão cada vez mais autênticas página 3

RADAR Movimento da glocalização do mundo fortalece identidades locais páginas 4 e 5

BEM-ESTAR Spray para pintar as unhas sem precisar ir ao salão é lançado no Brasil página 12


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Município Dia a Dia

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

EDITORIAL

/graziela.morelli @gramorelli

GRAZIELA MORELLI colaboradora do jornal Município Dia a Dia desde 2001 e professora dos cursos de Design da Univali. A formação em Moda e o doutorado em Ciências da Linguagem ampliaram ainda mais a paixão pela área, que mostrou a ela um novo olhar sobre o mundo: mais complexo, belo, e em constante transformação.

/rodrigothomzen @rodrigozen @rodrigothomzen

RODRIGO ZEN coordenador e professor do curso de Design de Moda da Unifebe. Pesquisador de moda e mestrando em Design pela UFSC. Entusiasta pela moda desde que se conhece por gente, e feliz por fazer dessa paixão profissão.

Jornal Município Dia a Dia

MODA FEITA DE GENTE Chegamos à terceira edição do caderno LOOKBOOK, o suplemento de moda com um olhar diferente, porque entendemos que moda não é feita só de roupas e acessórios, mas de gente. Para esta edição, refletimos sobre o conceito “glocal”, neologismo que anda no vocabulário desde a gastronomia até a cosmética, e que passa principalmente pela vontade de fazer diferente e ainda exaltar aquilo que tem de melhor em cada cultura, transformando-as em produtos de consumo global. Tudo começa com nosso Moodboard, falando sobre a vontade de con-

sumir as coisas que falam da gente, da nossa terra e da nossa memória afetiva, desde objetos de decoração até delícias levadas à mesa. Nosso Radar então aponta para o conceito de glocal e apura nosso olhar e percepção para este fenômeno. Depois de falar sobre o glocal, o Modo de Usar traz um pouco dessa identidade na moda e como ela reflete em algumas marcas de moda que conquistam o mundo com suas maneiras únicas de mostrar de onde vieram, com uma originalidade particular e criativa.

A Conexão faz com que possamos perceber o quanto nossa vida é glocal, seja através de objetos, ou através de comportamentos e consumo, tanto que alguns objetos do cotidiano são a manifestação do glocal em nossas vidas. Bateu a curiosidade? Pra fechar e deixar tudo numa boa, a seção Bem Estar mostra as novidades da beleza e da cosmética para aproveitar já porque “vem chegando o verão...” Ins(PIRE)-se com a gente! Graziela e Rodrigo

Rua Felipe Schmidt, 31 - sl. 01 Centro - Brusque - SC Fone: (47) 3351-1980 www.municipiomais.com.br

Diretor

Claudio José Schlindwein

Editor-executivo

Andrei Paloschi editor@municipiomais.com.br

Diagramação

Djoni Paul Richter

Comercial

comercial@municipiomais.com.br

Tiragem

5.800 exemplares

Páginas 12


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MODO DE USAR DOLCE & GABBANA A dupla de estilistas italianos explora em suas coleções sua origem siciliano retratando os ícones - que vão de pessoas a objetos e lugares - que marcam a cultura local. Na coleção de verão, as referências aos monumentos e às cidades italianas, a explosão de cores que faz lembrar o clima festivo da Itália no verão e as expressões clássicas da família italiana colocam a coleção da marca num reflexo perfeito dessa ideia.

Campanha Dolce & Gabbana

Produtos L’Afrikana feitos por refugiados

HERANÇA CULTURAL Coleções que exploram a identidade cultural de seus locais de origem manifestam-se cada vez mais ricas e autênticas

L’AFRIKANA A L’Afrikana é uma marca social de moda feminina que utiliza elementos e tecidos africanos. Os produtos são criados por refugiados africanos com o objetivo de empoderá-los e desenvolvê-los socioeconomicamente por meio da moda, cultura e arte. Renatha Flores, que é de Florianópolis, e atualmente reside em Nairóbi, é uma das fundadoras da marca, junto com três congoleses que criaram um Centro Comunitário no Quênia com uma escola gratuita de costura para refugiados de guerra oriundos do Congo, Burundi e Ruanda. A arte dos tecidos africanos é um reflexo da cultura e identidade que eles carregam. As roupas vendidas no Brasil são fruto do aprendizado e do trabalho que lhes gera uma renda sustentável e digna, que movimenta a economia local e sustenta as atividades da escola de costura.

Por Graziela Morelli

Cada vez mais estamos nos voltando a experiências. O consumo está deixando de ser um ato simplesmente de aquisição e posse para se tornar algo mais. Buscamos identificação e prazer nas relações - seja com um objeto ou com um evento. E estamos deixando de lado aquele objeto massificado, que pode ser encontrado em qualquer parte do mundo, expressar nossas diversidades, nossos estilos, nossas origens. Marcas e estilistas têm percebido isso muito bem e procurado, nas suas coleções e estratégias, enfati-

zar sua identidade, ou seja, mostrar o que compõe sua história, suas origens, seu modo de fazer e suas crenças. Sim, pensamos a marca como uma pessoa e nos relacionamos com elas e com as experiências que elas nos proporcionam, mesmo que, em algum momento, o produto nem esteja presente. Esta era é da exploração do genius loci, um termo latino, que se refere ao “espírito do lugar”, em que identificamos as raízes e o que faz daquele lugar um espaço único. O tempo é de emoção, experiências e autenticidade.

RONALDO FRAGA

Coleção Verão 2017 de Ronaldo Fraga

Um dos melhores exemplares e maiores entusiastas da cultura brasileira é Ronaldo Fraga. O estilista mineiro sabe como ninguém explorar e evidenciar a cultura e a história brasileira de uma forma poética e, em se tratando de moda, de uma forma atemporal. Dessa forma, suas roupas tornam-se quase esculturas que podem ser admiradas e usadas por muito tempo. Com um estilo muito próprio, suas peças já foram inspiradas em Nara Leão, já homenageou o rio São Francisco, o futebol, Carlos Drummond de Andrade, Zuzu Angel, Pina Bausch, Cândido Portinari, Noel Rosa, Tom Zé, entre muitos outros artistas e expressões da nossa cultura.


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RADAR GLOCAL: VOCÊ CONHECE ESSE A globalização, termo tão em voga a partir dos anos 1990, é um movimento sem volta. Mas, a globalização do que se entende como mundo começou lá atrás, desde os grandes impérios da Antiguidade que conquistavam territórios, passando pelas rotas comerciais e grandes navegações do século XV, transformando o mundo e a cultura

Bolsa Osklen

Por Rodrigo Zen

Vamos voltar para os últimos 25 anos: as distâncias encurtaram e o mundo se transformou numa grande aldeia global, fruto da era da informação que conectou quase tudo a quase todos. A um clique, podemos saber mais sobre um país, uma região, uma cultura, e absorver esse novo conhecimento em nossas vidas, transformando hábitos e pensamentos. Mas, a globalização também tem seus pontos negativos, já que se pode entender como

uma balizadora da (des)cultura, criando uma identidade sem forma e originalidade, quase asséptica. Para enfrentar essa homogeneização do mundo, surge o conceito de “glocal”, um neologismo (nova palavra) da fusão dos termos global e local. O termo vem da antropologia cultural e denomina a mistura de culturas e movimentos globais modernos com as culturas e movimentos locais

Campanha Osklen


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quinta-feira, 15 de setembro de 2016 tradicionais. Por vezes, o glocal também se manifesta como um encontro de culturas locais distintas em uma nova que reflete a realidade de uma delas.

CONCEITO?

Um exemplo claro - e louco - disso tudo são sandálias Havaianas, as legítimas. Elas são, sem dúvidas, o artigo de moda mais democrático em nosso país e o objeto de desejo de qualquer turista estrangeiro que passa por aqui. Só que você já percebeu as texturas, tanto das tiras quanto do solado? Nas tiras, a textura lembra os trançados da palha de arroz e no solado, os grãos de arroz. E vem a pergunta: por que arroz numa sandália que se chama Havaianas?

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A viagem é longa e passa pelas plantações de arroz do Japão, uma escala em uma certa ilha no Pacífico, chegando às praias brasileiras, e se espalhando pelo mundo como um produto genuinamente brasileiro. Conseguiu acompanhar? Tem coisa mais glocal que um par de Havaianas? O primeiro autor a explicitar a ideia de glocal no ocidente é o sociólogo Roland Robertson. De acordo com o autor, a palavra globalização continua sendo multidimensional, já a interação entre glocal e local traz uma característica de valorização das particularidades de cada lugar, dentro de um contexto maior de internacionalização. Na moda, a exaltação do local para uma demanda global certamente traz um diferencial. A marca Osklen, por exemplo, se inspira no Brasil para criar uma moda que passa longe do ufanismo exacerbado e do folclore, criando coleções que dialogam com o local e o global. A utilização de matérias-primas genuinamente brasileiras, como o couro do pirarucu e a palha, além de estampas que enaltecem a flora e a fauna, e temas que retratam a cultura do país, são elementos constantes do processo de design dos produtos da marca, que desfilam na semana de moda de Nova Iorque e em editoriais de revistas internacionais.

Couro Pirarucu

Havaianas 50 anos

A glocalização não é um movimento contrário à globalização, é um movimento proveniente dela. Um influencia o outro e juntos somam para a cultura mundial e para uma nova originalidade criadora.


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CARTOLA

Texto

Por Rodrigo Zen

TÍTULO #HASHTAG Textos notas

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TÍTULOS Reduzir a velocidade e a necessidade de acumular estão entre as atitudes mais cool dos últimos tempos Por xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Textos

Legenda

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CARTOLA

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Por Rodrigo Zen

TÍTULO #HASHTAG Textos notas

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TÍTULOS Reduzir a velocidade e a necessidade de acumular estão entre as atitudes mais cool dos últimos tempos Por xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Textos

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MOODBOARD

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Em tempo globais, a vontade de ver, consumir, usar, comer algo que tem a nossa cara e a cara da nossa terra, que desperta nossas memórias e parece ter sido feito para nós, volta a ganhar corpo. As experiências associadas a lembrança, e a ideia de autenticidade chamam a atenção e sinalizam uma nova direção de consumo.

Por Graziela Morelli

ALMOFADAS ARTESANAIS Atelier Luciana Andrade “Desde o início ficou claro que a marca do Atelier deveria seguir esse conceito, ou seja não ser uma loja que vende produtos, mas uma marca que dissemina um estilo de vida harmônico, que reconhece os benefícios da modernidade, mas não se esquece do prazer de curtir os momen-tos com amigos e família no aconchego do lar,r, tomando um café ou chá com biscoitos “ da avó”. ”. Aqueles “bolinhos de chuva”, sabe? Esses moomentos são inesquecíveis e fazem parte de nossa infância, fazem parte de nós. Pequenas coisas que preenchem nossa alma”. O depoimento da Luciana já ajuda a entender um pouco da proposta do Atelier, que produz almofadas para decoração da casa, mas que são um verdadeiro luxo. Luxo? Sim, as almofadas são confeccionadas a muitas mãos, mãos de artesãs que fabricam a lã, que bordam, que crochetam, que tecem no tear manual e que geram peças únicas. Entre seus diferenciais estão ainda o uso do couro de porco no “verso” da peça e o abotoamento feito com botões forrados também em couro. Luciana, que já trabalhou com moda, traduz a sua essência e mistura em suas criações as referências da sua história de vida - tradições italianas e o gosto pelo artesanal trazido pela mãe - com o estilo do lugar onde mora - a Barra da Lagoa em Florianópolis.

NOVAS CABEÇAS

Mercato Centrale de Firenze

JEITO TRADICIONAL DE FAZER Mercados tradicionais e pães com fermentação natural

O Eataly que reúne produtos autênticos italianos e já possui filiais em várias cidades do mundo

Manoel Vitor Handmade Manoel Vitor é aluno do último período do curso de Design da Univali, mas já começou a traçar seu caminho e descobriu um talento para desenvolver um produto muito diferenciado. Seu interesse pelas artes surgiu cedo, experimentou diversas técnicas com diferentes materiais e, com o passar do tempo, o foco foi direcionado para o trabalho manual e artesanal explorando novos processos, aprendendo tanto Crânio de Búfalo a fazer reformas e restauros de em branco fosco móveis como algumas possicom chifres e bilidades de customizações. dentes folheados a ouro envelhecido Suas peças exclusivas são produzidas a partir de cabeças de boi, vaca, búfalo e outros animais. Reutilizando resíduos descartados pela pecuária, seu trabalho visa a diminuição do impacto causado pelo lixo e também a valorização do que muitas das vezes é considerado como lixo e sem utilidade. O trabalho se inicia com o descarne e limpeza das peças recolhidas, em seguida elas sofrem o tratamento adequado para receberem a customização final. Utilizando processos manuais e materiais nobres para as customizações das obras, Manoel Vitor busca aplicar sua identidade em seus trabalhos, mostrando o contraste entre materiais, cores e texturas, reconhecendo o real valor e dando uma nova vida as peças.

Pão Rústico fermentação natural em Balneário Camboriú

Crânio de Bode em preto fosco com chifres e dentes folheados a prata envelhecida

Na era da industrialização, tudo o que era feito artesanalmente foi substituído por formas ultraprocessadas, com sabores artificiais e conservantes para durarem meses na nossa geladeira. E agora o jeito antigo e original de fazer volta a ter valor. A busca por uma boa alimentação, balanceada e o gostinho de viver saboreando as boas coisas da vida traz de volta as antigas mercearias, as padarias rústicas com fermentação natural e os mercados públicos que ganham ares renovados, mas que mantém seu jeito rústico. O autêntico, o produto de procedência local e aquele feito com matéria-prima artesanal e natural aparece revalorizado. Em Florença, o Mercato Centrale ganhou novos ares, com vinhos, cervejas, carnes, pães e pastas especiais que fazem qualquer turista ou florentino não querer sair de lá. O Farmer’s Market em Los Angeles mescla lojas de artesanatos com pequenos restaurantes e bancas de feira enfatizando o clima “farmer” americano. E as padarias que retomam a maneira tradicional de fazer pão, relembram as antigas receitas e investem em matérias-primas de qualidade, sem conservantes artificiais ou fórmulas prontas, andam invadindo as cidades brasileiras e do resto do mundo. O Padeiro - Artisan Bakery em Balneário Camboriú, que não tem ponto de venda próprio, entrega semanalmente na casa dos clientes um pacote com os produtos da semana além de promover cafés da manhã aos domingos no Passeio San Miguel em Balneário Camboriú. E a Pão Rústico, também em BC, trouxe as tradicionais receitas francesas e portuguesas, escolheu farinha francesa como matéria-prima principal, e produz pães como se estivesse na Europa. Recebe seus clientes num ambiente autêntico com pães, cucas e bolos em sabores escolhidos diariamente. Tudo com fermentação natural.


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BARBA, CABELO E BIGODE

As barbearias recriam o estilo dos barbershops americanos dos anos 40

Barbearias old school

A linha de produtos para barba da Cavalera

Fazer a barba ou aparar o bigode em barbeiro ficou fora de cena por muito tempo. Aquele compromisso de ir a barbearia semanalmente, exercício realizado por muito tempo ao longo da história, foi substituído por diversos produtos e aparelhos que facilitaram a atividade e que passou a ser resolvida facilmente em casa, antes de sair para o trabalho. Nos últimos tempos, no entanto, com o retorno das longas barbas e dos cuidados masculinos, elas reapareceram resgatando o universo vintage. Os frequentadores só aumentam e fizeram com que a ida ao barbeiro se tornasse um momento de lazer. Oli Rodrigues Junior, frequentador da Barber Shop em Brusque, disse que se sente como se estivesse num ambiente da Brusque de 30 anos atrás. “Sou tratado não como um cliente, mas como um amigo. A Barber Shop não parece uma barbearia, mas sim um ponto de encontro”. A Barbearia Cavalera, que já possui três filiais em São Paulo, tornou-se um ícone dessa ideia com ambientes que recriaram os famosos barber shops californianos dos anos 40 quando os homens entendiam que barba, cabelo e bigode mereciam um verdadeiro ritual. A ideia cresceu e surgiu uma linha de produtos da marca para fazer a barba, cujo garoto propaganda é Bruno Gagliasso. Mas as barbearias não ficaram em São Paulo. Muitas cidades já perceberam esse mercado e as barbearias seguindo esse estilo old school estão conquistando os barbudos em todo o país.


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CONEXÃO

LOCAL X

GLOBAL

A diversidade imprimindo a identidade de cada um Por Graziela Morelli Encontrar diferenças em meio a um mundo tão global e, ao mesmo tempo, poder ter contato com as mais diversas culturas, experimentar as mais incríveis gastronomias nos conecta ao mundo e nos mostra mais ainda quem nós somos. O mágico encontro entre a unicidade dos lugares e a unicidade das pessoas, permite definir uma trama de histórias coletivas e individuais em que é difícil delinear os limites com precisão.

Por outro lado, experiências comuns e universais nos fazem diferentes de qualquer outro. Através da web nos tornamos globais, mas estamos voltando a buscar com muita intensidade a identidade de cada um e de cada lugar. Assim, nesta edição queremos pensar o que podemos definir como genuinamente brasileiro e o que conseguimos identificar em outra cultura, mas que, ao mesmo tempo, pode ser reconhecido mundialmente?

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DESIGN NÓRDICO Já ouviu falar no design nórdico? Ele é assim conhecido porque engloba os países do norte da Europa como Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia e seu resultado é minimalista e essencial. Linhas retas, formas simples, cores neutras, espaços claros e amplos: o estilo escandinavo (também pode ser chamado assim!) mistura sofisticação e funcionalidade, sendo referência imediata quando o assunto é design. Uma de suas principais características é a busca de uma arquitetura unitária em que elementos e materiais são somados para criar espaços puros e simples, visando a economia de energia e outros recursos. O tempo gelado, as poucas cores e os longos períodos de baixa luminosidade levam a esse design limpo, claro e funcional, em que a beleza está na linha do necessário e não do excesso. A relação de proximidade com a natureza faz com que a cultura escandinava seja mais condizente com a realidade contemporânea - que busca essa simplificação e proximidade com suas origens sem abrir mão do design, da beleza, do conforto e da funcionalidade.


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COPO AMERICANO

A PASTA ITALIANA A culinária italiana é famosa em todo o mundo e é difícil encontrar alguém que resista às incríveis massas e pizzas ou entre os queijos e vinhos, tão característicos do país. Mesmo que, pelo mundo afora, as receitas italianas já tenham ganhado muitas interpretações, os italianos consideram que o mais importante em um prato está na origem dos seus ingredientes. Por isso, eles são exigentes e críticos e possuem o hábito de sempre verificar a proveniência dos artigos para garantir que o produto é de qualidade. Um dos

lemas da cozinha italiana é aproveitar o que é produzido nas regiões próximas garantindo que o produto é fresco. Queijos e vinhos são uma parte muito importante da cozinha do país, desempenhando diferentes papeis tanto regional quanto nacionalmente, em que o valor da tradição é enfatizado inclusive por leis de regulamentação de origem. Já massas, como todos os tipos de macarrão, lasanha e nhoque (nomes que ganharam traduções no Brasil), não requerem muitos ingredientes para deixá-las ainda mais especiais: tomate, manjericão, azeite e mussarela de búfala são suficientes!

Copo americano? No Brasil? Sim, assim é chamado o copo genuinamente brasileiro e que está presente nos bares e botecos mais tradicionais do país. Ele foi criado pelo empresário Nadir Figueiredo na década de 40 e ganhou esse nome porque inspirou-se em peças de vidro vendidas nos Estados Unidos, mas a ideia era atender aos costumes brasileiros. Ainda em produção e muito usado pelos brasileiros, ele se tornou um símbolo do design brasileiro, exposto em 2009 no MoMA de Nova York e comercializado por lá. É considerado ainda uma referência para o órgão de saúde pública quando se fala em soro caseiro, medida de receita dos mais variados gourmets e orgulho para a história da indústria nacional. O copo, que de americano só tem o nome, é do Brasil.

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BEM ESTAR

Vem chegando o verão... Um calor no coração... E é hora de saber quais as tendências de beleza que vão começar a aparecer por aí. Novidades da beleza, desde a maior feira do setor em São Paulo, até uma marca australiana que está fazendo a cabeça, mãos e rosto dos consumidores brasileiros.

Por Rodrigo Zen

DIY DA BELEZA

BEACH HAIR

A maior feira de beleza do Brasil foi realizada em São Paulo nesta semana e trouxe algumas novidades, muitas delas pra quem quer economizar e ficar mais bonita em casa, sem precisar ir ao salão.

Bastou Kim Kardashian (guilty pleasure!) aparecer no VMA 2016 com os cabelos molhados a la pós-mergulho no mar para uma nova tendência começar a ganhar repercussão global: o beach hair.

Uma das novidades é o spray para pintarr as unhas. Nem precisa ser uma manicure para usar, já que é só direcionar o spray e depois lavar com água e sabão, que elimina só a tinta da pele. E o mais incrível é que pode passar por cima do esmalte, sem precisar tirar. Pra ter já!

A nova tendência para os cabelos não inclui só um cabelo despojado e amassado, mas o efeito molhado, que dá o refresh na tendência. E não vai achando que é só sair com o cabelo molhado de casa, não. Porque há uma linha tênue entre o beach hair perfeito e sair de casa parecendo um cachorro molhado...

Na maquiagem, destaque para os pincéis de contorno facial e batons na cor branco e preto, para combinar com outras cores, criando tonalidades exclusivas para os lábios.

Beach Hair: Kim Kardashian no VMA 2016

AESOP Marca australiana de cosméticos, com linhas de produtos para rosto, cabelos e pele, a Aesop utiliza apenas ingredientes à base de plantas da mais alta qualidade e ingredientes não botânicos como antioxidantes. Seus produtos são uma combinação de ideias visionárias, com rigor intelectual e uma pitada de fantasia. Os produtos, em charmosas embalagens de vidro âmbar, tem consumidores exigentes e em busca de uma exclusividade além das prateleiras de farmácia. E suas lojas são um show a parte, sempre em sintonia com o local onde estão instaladas. A nova loja no Brasil abriu no início deste mês na Vila Madalena, em São Paulo, com projeto dos irmãos Humberto e Fernando Campana, mesclando características do design tipicamente brasileiro com símbolos e valores da marca australiana. Mais glocal, impossível!

Linha de produtos Aesop

Nova loja Aesop na Vila Madalena


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