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¦ Editorial ¦ Ano XI • nº 61

Caros Amigos e Leitores

Julho | Agosto 2013

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Gerente de Marketing Marcos Ricardo da Silva Colaborador Antonio Painé Barrientos Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 9945-8565 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari

Obrigado por receber-nos em suas empresas, por abrir estas paginas e prestar atenção ao que pretendemos transmitir nesta nova edição de Grãos Brasil, da Semente ao Consumo. Sabemos que da porteira para dentro nós, os técnicos, temos muito para fazer, trabalhando em conjunto com os máximos responsáveis, definindo investimentos, desde novos armazéns a ajustes tecnológicos das instalações já existentes. Muito também deve ser feito pelas autoridades a nível nacional, sobre tudo no referente à infraestrutura, porque de outra forma não se poderá diminuir o custo Brasil. Tanto nos Estados Unidos da America como na Argentina, por mencionar dois grandes produtores de grãos, vimos a produção no chão, a intempérie. Isto é uma mostra clara das falhas na infraestrutura, o que atenta contra a rentabilidade do setor, isto não pode converter-se em uma constante e deve fazer reflexionar aos que podem reverter esta lamentável realidade. São milhares os armazéns e, mas ainda os interessados em se aperfeiçoar na especialidade de pós-colheita de grãos e sementes. Por isso não cruzaremos os braços e seguimos no firme trabalho de difundir a melhor tecnologia. Em Rosario (Sta. Fe - Argentina) um dos principais centros agroindústriais do mundo realizamos o Granos SAC 2013, nos dias 18 e 19 de Setembro (Patio de la Madera), pelo decimo sexto ano consecutivo coordenamos um encontro que já é tradicional, todos os interessados estão convidados. Em Maringá (Paraná) realizaremos em Novembro um encontro a nível nacional, para tratar dos temas que desafiam as empresas que mexem grãos e sementes na pós-colheita. Reuniremos prestigiosos profissionais da área privada e publica, empresas provedores de produtos e serviços, junto com o gerentes dos armazéns das principais firmas de Brasil. Temas como manejo de pragas, aeração, secagem, segurança e higiene, qualidade, novas tecnologias, entre outros serão tratados nos dois dias do evento. Também as empresas estão convidadas a participar da exposição. Este novo Grãos 2013, é uma oportunidade para intercambiar experiências, mostrar os resultados das tecnologias usadas, apresentar os últimos desenvolvimentos e juntos plantar alternativas para enfrentar os desafios dos próximos anos. O evento se concretara como nos últimos nas cômodas instalações do Bristol Metrópole Hotel, os interessados já podem fazer suas reservas.

Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale

Nesta edição tratamos entre outros os seguentes temas: Comércio, Certificação de Unidades Armazenadoras, Secagem de Sementes, Tecnologia, etc...

Produção Arte-final, Diagramação e Capa Marcos Ricardo da Silva

Com afeto.

Ligue e Assine:

(44) 3031-5467 02 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

Obrigado a os destacados profissionais que compartilham seus conhecimentos.

Que Deus abençoes suas famílias e trabalhos.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil



¦ Indice ¦ 06

Uma Idéia feita Realidade

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Construções ambientalmente corretas nas unidades armazenadoras. Avaliando a bolsa de chicago: O que é mais seguro: canoa ou navio?

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Mercado Brasileiro de Grãos

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Multi-Wing do Brasil

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Dois terços dos silos do País não são certificados

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Avanços na secagem de sementes. Emprego de ar desumidificado por resfriamento Armco Staco fornece sete silos para novas instalações do Terminal Portuário Seara, no Porto de Paranaguá O Armazenista pensando no Cliente

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Secador com exaustor centrífugo

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O Armazenamento em Silo Bolsa

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Setores

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Editorial

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Não só de pão...

04 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

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Cool Seed News

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Utilíssimas


GRテグS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 05


¦Entrevista¦ O uso do frio na conservação de grãos e sementes sempre foi visto como uma tecnologia de ponto e para muitos dístante por décadas. Na atualidade está muito difundida em Latino América, trata-se de uma poderosa ferramenta que revolucionou a pós-colheita. Tudo isto em grande parte foi resultado de visão e iniciativa de um homem, o Eng. Francisco Ayala Barreto.

Uma Idéia feita Realidade

Nascido no Paraguai, na região norte no ano de 1.961, caçula entre nove irmãos, sua mãe senhora afável neta de Italiano imigrante da região de Genova e seu pai um sisudo descendente de espanhóis, então administrador de uma grande fazenda de gado, ensinaram aos seus filhos os princípios cristãos, morais e éticos, tão importantes na vida adulta. A família migrou para a fronteira com o Brasil (atual estado do Mato Grosso do Sul) A família migrou para a fronteira com o Brasil (atual Mato Grosso do Sul) em 1967, para a cidade de Pedro Juan Caballero, ignorada pela ditadura do então presidente Alfredo Stroessner, reduto de oposição ao ditador. Não havia estrada asfaltada, luz elétrica, nem os serviços mínimos de água potável ou esgoto. As noticias chegavam por meio do serviço aéreo militar com os aviões Douglas DC 3, da segunda guerra mundial, que pousavam na pista de terra ou pelo rádio. Eram tempos difíceis para um jovem que sempre sonhou em estudar e a oportunidade chegou por meio do convenio Brasil e Paraguai e Francisco foi estudar Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria - RS (Brasil), onde graduou-se em 1986 e nesse mesmo ano incorporou-se a Usina Hidrelétrica de Itaipu, onde trabalhou até o ano de 1999, chegando ao cargo de Representante na Comissão Mista de Operação - CMO e Gerente de Divisão na Superintendência de Operação. A disciplina adquirida nesta importante experiencia profissional foi muito importante para o seu futuro. Profissional de espírito inquieto encontrou-se com o desafio de desenvolver um equipamento de refrigeração de se06 |Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

Foto 1: Francisco Ayala - Diretor de Cool seed mentes para a empresa Agro Santa Rosa da cidade de Hernandárias (Paraguai), a pedido do seu presidente o Engo. Agr. Breno Batista Bianchi. A empresa vinha enfrentando dificuldades, na armazenagem de sementes, com as altas temperaturas e umidades típicas da região do lago a uma altitude média de 220 m.s.n.m. e após doze meses de muito trabalho, foi resfriado um silo de 100tn com sementes de soja a 15°C. Ninguém imaginava que estava sendo dado um grande salto na conservação de grãos e sementes na pós colheita de toda a América do Sul e o mundo. Os primeiros equipamentos foram construídos de forma rudimentar sob o ponto de vista estético, mas robustos sob o ponto de vista de engenharia e no ano de 2001, foi fundada a empresa Cool seed Ind. e Com. Ltda. iniciando-se assim uma interessante história de sucesso de empreendedorismo. Atualmente a empresa está instalada em uma área de 36.000 m² no município de Santa Tereza do Oeste - PR, com grandes projetos de expansão para os próximos anos, especialmente em virtude aos novos equipamentos para secagem, recentemente desenvolvido e patenteado pela empresa. Dentre os investimentos de curto prazo está a construção da Unidade 3, com uma área coberta de 4.200 m². A obra deve iniciar em breve. A Cool seed está presente em países da América Latina (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Equador, Colômbia,


Acesse: www.graosbrasil.com.br tecnologias, geralmente saem na frente dos seus concorrentes ou são referências de consumo e isto acaba funcionando como a força motora para atingirmos os níveis de desenvolvimento que experimentamos em todas as áreas da ciência. Aqui não foi diferente. Encontrar essas empresas foi difícil, convencê-las foi mais difícil, o caminho foi árduo, difícil, exigiu determinação e convicção de que estávamos no rumo certo. As empresas sementeiras foram as primeiras a adotarem a tecnologia, provavelmente por sentirem mais de perto a pressão dos seus clientes e pela necessidade de melhorar a qualidade final das sementes.

Figura 1: Vista aérea das instalações da fábrica de Cool seed em Sta Tereza do Oeste - Paraná. Venezuela, Cuba e México) por meio de seus Representantes Comerciais e conta com uma sólida estrutura de vendas no Brasil, onde possui equipamentos em operação em todos os estados produtores de grãos e sementes. Grãos Brasil: Sem duvidas no inicio a Cool Seed teve que vencer muitos preconceitos sobre a tecnologia de refrigeração, comente-nos a respeito. Sr. Francisco: antes de tudo gostaria de agradecer a toda a equipe que nos acompanhou desde os primeiros dias do projeto e certamente sem esta colaboração seria impossível alcançar o objetivo tão importante e desafiador. No começo o nosso foco principal foi o resfriamento de sementes, pois estávamos dominando apenas o resfriamento de pequenos volumes. As empresas tradicionais estavam localizadas em grandes altitudes o que dificultou a entrada da tecnologia, já que as mesmas afirmavam que possuíam frio natural, razão pela qual, em tese, não seria necessário o uso de frio artificial. Outro grande obstáculo (entre os inúmeros não citados para não me estender muito) foi superar a má imagem que os equipamentos europeus comercializados na década de 80 deixaram, pois estas simplesmente não funcionaram a contento na América do Sul. Tivemos que reformar várias delas ou simplesmente retirá-las do mercado em negociações cômodas para nossos clientes. Grãos Brasil: Que tipo de empresas foram as que primeiro optaram por esta tecnologia e por quê? Sr. Francisco: é muito gratificante olhar para trás e observar as empresas e profissionais que acreditaram em nós e na tecnologia. Sem eles não estaríamos aqui para contar esta história. Em toda sociedade existem empresas ou pessoas que gostam de novidades, que arriscam na adoção de novas tecnologias, outras que observam o sucesso destes e depois a adotam e outras que morrem sem experimentar o novo (estas geralmente são a minoria e acabam quebrando ou sendo engolidas). As empresas ou pessoas que adotam novas

Grãos Brasil: Quais são as diferenças fundamentais entre a primeira máquina de refrigeração e as versões atuais? Sr. Francisco: dos desenhos a mão aos poderosos programas de desenho em computador, dos cortes a tesoura ao puncionado com máquinas robotizadas, do tratamento químico de superfícies metálicas com poderosos produtos químicos desenvolvidos para evitar a oxidação das partes metálicas, existem sem dúvidas grandes diferenças entre a primeira maquina e as atuais, tanto no relativo ao projeto, construção e uso de novos materiais. Os fabricantes de sistemas de refrigeração e automação apresentaram, também, importante evolução nos últimos dez anos e isto contribuiu para a

Figura 1: Posicionamento da Cool Seed no mercado, países onde é comercializado, esquema de distribuição e atenção ao cliente. GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 07


¦Entrevista¦ melhoria dos equipamentos. O mesmo ocorreu com o setor de tintas industriais que apresentou um fabuloso salto tecnológico. Assim, a pesar de os parâmetros de cálculos terem mudado muito pouco ao longo destes anos, experimentamos grandes mudanças com novos desenhos, novos componentes e materiais. Grãos Brasil: O sucesso da refrigeração como uma prática de conservação deve ter levado a Cool Seed a outros desenvolvimentos, podem comentar-nos brevemente? Sr. Francisco: o outro importante salto, talvez tão arrojado quanto o que representou o primeiro equipamento foi o desenvolvimento do sistema de Resfriamento Dinâmico de Sementes, amplamente conhecido no setor sementeiro e que acabou se propagando, também, por vários países da América do Sul. Desde a fundação da empresa já havíamos protocolado Pedido de Patente junto ao INPI sobre um equipamento para geração de ar morno e seco para fins de secagem de sementes ou produtos nobres, e este projeto somente se tornou realidade a partir de 2004, ano em que iniciamos os testes do novo equipamento que denominamos Unidade de Tratamento de Ar ou simplesmente UTA. Conhecido no mundo como Bomba de Calor, mas cujo desenho e conceito é insuficiente para a finalidade de secagem, exigiu uma profunda revisão e exaustivos testes. Nos últimos anos desenvolvemos dois novos tipos de secadores o Secador de Fluxo Axial - SAX e o Secador de Bandejas - SBJ, o primeiro para secagem de sementes de soja, trigo e feijão, o outro para secagem de produtos de baixa fluidez como frutos de café, sendo uma alternativa ao terreiro. Este último pode, também, ser utilizado para resfriamento, por bateladas, de produtos como rações e outros. Grãos Brasil: Sempre caracterizo a Cool Seed o trabalho conjunto com investigadores, universidades, profissionais de pri-

meiro nível, comenta-nos como isto influenciou no desenvolvimento da empresa? Sr. Francisco: desde meus tempos de estudante universitário, já tive uma queda pela pesquisa e fui aluno bolsista do CNPq, ajudando meus professores nos trabalhos de pesquisa. Sempre me perguntei o motivo pelo distanciamento entre as Universidades e as companhias de eletricidade (tanto de geração como transmissão). Quando fundamos a Cool seed, sendo um dos sócios pesquisador e consultor internacional da pós colheita, começamos a procurar ajuda junto às universidades e centros de pesquisa para a formação de uma sólida base de dados que impulsionasse a promoção da nova tecnologia. Esta política segue até hoje (inclusive acabamos de assinar um novo convênio com uma importante Universidade neste primeiro semestre de 2013) e creio que foi um passo fundamental, pois ao estabelecer acordos e convênios com entidades e profissionais da área científica, conseguimos formar uma base científica importante e moldar a cultura da empresa cujas ações são dirigidas de forma responsável, tanto na sua relação com os clientes e fornecedores, apresentando os resultados da aplicação da tecnologia dentro dos rigores da ciência.

Foto2: Equipe de gerentes da Cool seed na sala de reunião 08 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013


Acesse: www.graosbrasil.com.br Grãos Brasil: Estar presente em todos os países que produzem grãos na região obriga a adaptar-se a diversas situações, climáticas, econômicas e políticas. Qual é o desafio que vivem atualmente a respeito? Sr. Francisco: sem dúvidas que a diversidade climática é um desafio e exige constante cuidado. O nosso maior desafio neste momento é viabilizar a Unidade de Tratamento de Ar em regiões frias, pois não é tarefa fácil desumidificar um ar frio, pelas limitações técnicas do processo de condensação de vapor de água por serpentinas frias. Mas estamos no bom caminho e já estão disponíveis alternativas de soluções viáveis técnica e economicamente. No que tange ao resfriamento, além da diversidade de clima temos um desafio maior, permanente, que é a "diversidade das instalações e preparo dos profissionais" que irão operar nossos equipamentos. Aqui não existe uma fórmula mágica. Cada caso deve ser tratado isoladamente. Grãos Brasil: A presença e consolidação da Cool Seed são notáveis, contudo os que desejam possuir a tecnologia de refrigeração são muito mais do que os que já a possuem, como pensam afrontar este desafio? Sr. Francisco: nestes doze anos de atividade a produção Brasileira dobrou e o setor de grãos continua apresentando

dificuldades para a implantação da tecnologia de resfriamento. Motivos? Dos mais diversos dentre eles: 1) a estrutura de vendas necessária em um país continental como o Brasil, 2) a cultura do setor acostumado a conviver com perdas e custos operacionais altos, 3) a preferência de empresas ou profissionais pelo controle químico de pragas ao invés de investir em ativo imobilizado, sendo o primeiro uma despesa operacional e o segundo investimento em ativo imobilizado. É sabida a dificuldade que todo gerente enfrenta para convencer a Direção ou Conselho de Administração das empresas para aprovação de compras de ativos e a facilidade para justificar elevadas despesas operacionais na armazenagem de grãos. Talvez por estes dois últimos motivos a aceitação do resfriamento artificial de grãos tem sido mais fácil nas empresas de médio porte (produtores ou cerealistas) em detrimento das grandes cooperativas e empresas corporativas ou multinacionais. Para finalizar esta entrevista gostaria de agradecer a toda a equipe que nos acompanha desde os primeiros dias de desenvolvimento e aos demais profissionais que contribuíram direta ou indiretamente para este sucesso. Sem a ajuda deles, das empresas e pessoas que confiaram em nosso trabalho, não estaríamos aqui contanto esta história de sucesso da engenharia latino-americana.

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¦¦Transportadores¦ Desenho ¦

Construções ambientalmente corretas nas unidades armazenadoras. É necessário usar profundidade de poços para elevadores de grãos? Trago aqui para discussão um tema que julgo extremamente importante ao setor de Pós-Colheita e que não observo o setor projetista se preocupar com tal situação. Os elevadores de grãos em unidades receptoras e armazenadoras são importantes equipamentos no setor de pós-colheita de grãos, pois são os equipamentos que fazem o transporte vertical desses grãos. Praticamente, numa unidade todo o grão passa por algum elevador, pois é justamente o equipamento que transporta o grão de um equipamento a outro, seja para levá-los aos secadores, ou quando depois de secos, levá-los aos silos armazenadores. Explico o porquê disso, pois em todas as unidades por mim atendidas observo que há problemas de infiltrações de água, dificuldades de manutenção dos equipamentos e a partir da vigência da NR 33 - Espaços Confinados, temos mais um grave problema a ser resolvido: - justamente o atendimento dessa Norma regulamentadora do MTE - Ministério do Trabalho e do Emprego. O atendimento da NR 33 poderia ser mais simples, se não tivéssemos poços de elevadores a cuidar e revisar.

Foto 1: Poço de Elevador com piso gradeado para evitar entrada conforme NR 33, Espaços Confinados. 10 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

César Augusto Pires Moutinho Eng. Agrônomo e de Segurança do Trabalho Consultor em Pós-colheita Inspetor Chefe CREA-RS em Alegrete Ex-Conselheiro da Câmara de Agronomia. Seria muito mais simples se tais unidades armazenadoras tivessem somente os elevadores de grãos ao nível do solo. Basta que para isso projetássemos essas unidades, corrigindo o problema de escavação e impermeabilizações, com estruturas adequadas e instaladas ao nível do solo. Obviamente que precisaríamos atentar ao fato de que essas obras deveriam ter construções projetadas para proporcionar o devido gradiente de inclinação para carga/descarga dos grãos. Assim teríamos movimentação de solo acima do nível do mesmo. Muito mais fácil de construir acima do nível do solo do que escavar um solo e depois ter de impermeabilizá-lo para evitar infiltrações indesejadas e que certamente aparecerão com o tempo de uso da unidade. Vantagens na construção de transportadores verticais de grãos acima do nível do solo: - Diminuição do custo da obra; - Diminuição dos custos com impermeabilizações; - Fácil manutenção de equipamentos; - Eliminação de espaços confinados; - Mais segurança operacional. Existem atualmente soluções diversas a esse problema. Desde moegas aéreas, até moegas móveis para recebimento dos grãos numa unidade, o que por si só justificaria a adoção dessa modalidade para evitarmos escavações, buracos muito grandes e profundos, que resolvem parcialmente o problema de nível para carga desses elevadores de grãos. Já vi unidades onde a necessidade de profundidade no poço do elevador era desnecessária. Mesmo assim foi


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Foto 2: Construções em solo aterrado com a finalidade de evitar perfurações para posicionar o pé do elevador.

construído o elevador com poço, gerando um local insalubre, úmido e de difícil acesso. Chego a concluir que nunca ninguém observou esse item, como um item passível de correção, razão porque raramente se vê obras em que tais equipamentos sejam utilizados ao nível do solo, evitando assim os problemas acima elencados. Vivemos num país em transformação e que necessita economizar para poder desenvolver-se. Está aí uma forma de eco-

nomia na construção dessas unidades armazenadoras, tão importante na economia brasileira alicerçada no agronegócio. Acredito também que a desinformação do produtor rural, aliado ao fato de possuirmos poucos profissionais ligados ao setor de pós-colheita leva a tais incongruências tanto nos projetos, quanto nas execuções dos mesmos. Até então, somente os engenheiros civis eram os responsáveis técnicos por tais obras. Hoje os profissionais da Agronomia e da Engenharia Agrícola, profissões mais ligadas ao setor e com profissionais conhecedores das necessidades da atividade, além de identificados com o meio, poderão corrigir tais distorções que deverão ser consideradas em novos projetos, já que dificilmente serão corrigidas nas unidades já instaladas. Deixo aqui uma colaboração aos colegas projetistas para que revejam seus conceitos de construção, visando atender às Normas Regulamentadoras do MTE e conforto operacional aos colaboradores dessas unidades armazenadoras. Se pensarmos em poços de elevadores, desgaste de equipamentos em meio aquoso, ambiente insalubre e dificuldade de construção, custos aumentados pela necessidade de mais corpos de elevadores em função da altura necessária, por si só seriam motivos suficientes para tentarmos mudar esse paradigma de que há a necessidade de cavar poços de elevadores para construir unidades armazenadoras. Repensar para mudar e mudar para economizar são ações modernas e necessárias ao Brasil em desenvolvimento.

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¦ Comércio ¦

Avaliando a bolsa de chicago: O que é mais seguro: canoa ou navio? Por: Leonardo Mussury |Economista, Professor da UNIGRAN, Diretor Comercial da BOCCHI ALIMENTOS O objetivo desse artigo é mostrar que as oscilações que ocorrem com o mercado de grãos na Bolsa de Chicago é fruto da visão do mercado sobre a economia brasileira e os efeitos decorrentes no resto do mundo. Se observarmos com maior atenção, veremos que o cambio 01 de julho para um dólar de U$$ 2, 40 em agosto. a partir do momento que a economia americana começa a A pergunta é: O que o Brasil vem fazendo para combater apresentar melhores resultados no seu nível de produção, em- essa forte desvalorização de nossa moeda? A principio a liprego e renda, nossa moeda (Real) começa a sentir uma maior ção mais simples de casa, aumenta a oferta de dólares no desvalorização em relação ao Dólar, por conta do Banco Cen- mercado para reduzir a pressão de compra; e porque o Dólar tral Americano sinalizar uma redução no aporte de liquidez não cai? Essa pergunta poderia ter inúmeras respostas como que vinha executando desde 2009 por conta da crise que aba- até mesmo o efeito psicológico do investidor que acha que lou varias economias e não diferentemente a nossa num pro- comprando dólar hoje a U$$ 2,40 poderá vender amanha a cedimento conhecido como compra de títulos públicos . U$$ 2,50. Mas o que realmente vem ocorrendo é a falta de Numa linguagem mais popular o governo comprava títu- credibilidade que o resto do mundo tem sobre o Brasil hoje los dos bancos ( papel ) e colocava moeda no mercado. Esse em dia diante de tanta fragilidade. Vejamos: O governo não processo tem como principal objetivo, ampliar o volume de fez nenhuma economia nos últimos anos no custeio de nossa transações no mercado que se encontra numa paralisia que pesada maquina publica ; Não promoveu nenhum projeto ou nem as famílias e as empresas são capazes de combater e lei que puna a corrupção e a sonegação fiscal principalmencom esse aporte de moeda que o governo injeta na economia te dos agentes públicos envolvidos em inúmeras maracutaias cria-se uma rede de consumo, emprego, renda e um circulo e mais recentemente as obras da Copa do Mundo e seus Mavirtuoso surge no mercado . Em linguagem econômica, esse ravilhosos e caros Estádios de futebol que nos deixarão um procedimento Keynesiano é conhecido como o "Efeito multiplicador de gastos do governo". A leitura que o mercado faz quando o Banco Central Americano ( FED ) sugere a retirada gradual desse estímulo, leva os investidores a imaginarem a seguinte situação: - Se o governo retira ou coloca menos moeda no mercado , menos dólar estará circulando na economia e por conta disso , sua cotação passa a subir. É como imaginar o que ocorre quando se perde uma safra de abacaxi. Menos abacaxi, maior o preço, simples relação de oferta e demanda de mercado. Menos dólar maior a cotação. Somada a essa causa, o Brasil vem tendo ao longo dos meses Déficit em sua balança comercial onde temos importado mais do que exportado. Isso significa que tem mais dólar saindo para honrar as importações do que Dólar entrando das nossas exporO problema não é o ímpeto dos ventos e o tamanho das ondas, mais tações, tornando a pressão sobre o cambio indiscutivelmente forte para a fragilidade da embarcação. sairmos de um dólar de U$$ 2,23 em 12 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013


Acesso: www.graosbrasil.com.br legado que nossos netos não nos deixará esquecer; Não promoveu a Reforma Fiscal, Previdenciária, Agrária , Infraestrutura logística e tantas outras necessárias para que possamos ser de fato o pais do futuro com alto grau de competitividade no mercado internacional. Isso Mostra ao investidor que nossas preocupações são outras e que compromissos com um pais melhor para todos , nunca foi prioridade. Assim, por conta de um clima seco com previsões de Geada nos Estados Unidos e que requer cautela quanto ao tamanho da safra , por uma economia não merecedora de crédito pelo que vem fazendo , por um sistema leniente que estimula o consumo e não a produção e pelo alto risco de se investir aqui se compararmos a economias mais saudáveis como Cingapura, Taiwan, China , Indonésia , nossos dólares vão embora, puxando as cotacões de grãos atrelados a duvida climática. Esse movimento deve perdurar ate a entrada da safra nova, quando poderemos de fato quantificar o nível de produção mundial e sabermos se nossos estoques mundiais serão ou não repostos. Daí, temos a soja decolando e o milho e trigo acompanhando esse movimento que devera se sustentar com o auxilio do Cambio em níveis de preços bastante interessantes para o produtor Rural. Fica então mais uma pergunta: É o ano do produtor Rural? Não esqueçamos que o Dólar alto tem suas vantagens para os produtos exportáveis como Laranja, Milho, Soja, Café, Minério, Açúcar e outros, mas encarece os

produtos que necessitamos importar e pagar em dólar como Petróleo, Trigo, Maquina fertilizantes etc.. Redundando num custo maior de produção e um custo inflacionário que acabará afetando o nível de renda de todos. Termino esse artigo utilizando um pensamento que muito retrata a situação atual. O problema não é o ímpeto dos ventos e o tamanho das ondas, mais a fragilidade da embarcação.

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¦Mercado¦

Mercado Brasileiro de Grãos Por: Osvaldo J. Pedreiro |

Novo Horizonte Assesoria e Consultoria

SOJA: Mais um bom volume semanal embarcado, com 1.069 Milhões de Toneladas, com isto o País registra novo Recorde para o Mês de Agosto (ainda faltando uma semana para o fechamento do Mês) com volume de 4.155 Milhões de Toneladas (Antigo recorde para o mês de Agosto foi registrado em 2011 com total de 3.691 Milhões de Toneladas). No acumulado do Ano atingimos 97,26% da meta da CONAB para o Ano de 2013, sendo bastante provável passarmos a meta na próxima semana e encaminharmos aos 40MMT até o final de Setembro/13; número este que irá expor o mercado interno a uma dificuldade ainda maior de originar Soja, tendo que elevar ainda mais as exportações, fatalmente provocará uma escassez do produto para as indústrias brasileiras, que terão de buscar o produto nos países vizinhos que ainda possuem um pouco de estoque para ser comercializado, e isso poderá provocar um aumento nos preços do produto e daí, sim, uma boa oportunidade que os produtores que ainda tiverem um saldo a comercializar, obter uma margem extra de lucro em sua produção. MILHO: Excelente volume semanal exportado de Milho com o total de 910 Mil Toneladas, atingindo 2.274 Milhões de Toneladas para Agosto e muito próximo do Recorde para o Mês de Agosto, registrado em 2012 quando exportados 2.274Milhões de Toneladas. Importante notar que o preço médio para as exportações deste mês mantêm-se acima de U$230,00/tonelada com um dólar acima de R$2,3, o que remete a um preço por saca de R$31,75. Importante destacarmos que os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entram no período de maior demanda pelo Grão Safrinha do resto do país, e com as exportações ainda aquecidas e tendem a continuar fortes sim até o final do ano, mesmo com uma

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Osvaldo J. Pedreiro Novo Horizonte Assessoria osvaldo.pedreiro@uol.com.br

excelente Safra nos EUA, os preços vão recuperar no mercado interno Brasileiro e mais uma vez quem não planeja suas estratégias de comercialização vai "Tomar Choque".


¦Tecnologia¦

Multi-Wing do Brasil Perfil 3C, desenhado específicamente para dar solucões quando requeridas de alta temperatura 400º/2H. Como resposta destas necesidades em ventilações industriais para fumo e sistemas de controle de calor, apresentamos o nosso perfil 3C. Se trata de uma hélice apresentada especialmente para ventilacão de espaços públicos como garages, pavilhões, centros comerciais, instalacões de transporte público subterrâneo ou túneis, ou onde for necessário a extração de fumos quando se porduz uma situação de emergência. O perfil 3C é capaz de operar continuamente e sem variar a sua eficiência em temperaturas entre -60°C e +245°C e a 4050 rpm em temperaturas de 20º C. Além disso, em temperaturas de 400º C trabalha mantendo o rendimento normal de funcionamento durante pelo menos 2 horas. Fabricado em aluminio, com núcleo reforçado e montada com núcleos de alta resistência e de aços inoxidáveis, e é capaz de atingir velocidades de até 8.000 rpm mantendo intactas as características mecânicas.

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¦Certificação¦

Dois terços dos silos do País não são certificados Por: Adriana Lampert | Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul De acordo com a Conab, o número de empresas nessa situação representa cerca de 1 milhão de toneladas da capacidade estática credenciada no governo A partir do ano que vem, o Ministério da Agricultura, Pe- nheiro agrícola Ricardo Pires Thomé, coordenador geral de cuária e Abastecimento (Mapa) deve, finalmente, passar a Infraestrutura Rural e Logística da Produção do Ministério impedir que empresas que prestem serviços de armazenagem da Agricultura. O técnico frisa que sem a certificação "é imde produtos agropecuários para terceiros funcionem sem possível" fazer um rastreamento para saber onde o produto é comprovante oficial de qualidade de pelo menos 15% de seus mantido e sob que condições. CNPJs ou de sua capacidade estática. Isso porque o Mapa Thomé diz ainda que, apesar de a certificação "ser um alterou novamente o escalonamento para implementar o Sis- anseio" e ter sido discutida com o setor, há um pequeno grutema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras po que costuma procurar o Ministério e a Conab para tentar (Sncua), agora para 31 de janeiro de 2014. Esta é a quarta vez suspender a exigência. "O que este grupo não entende é que a que o governo federal prorroga o prazo para a primeira etapa certificação não serve para atrapalhar, mas para ajudar o seda certificação exigida pelo Decreto 3.855/2011, que regula- tor", lamenta. Para o superintendente de Armazenagem da menta a Lei de Armazenagem (9.973/2000). Conab, Rafael Borges Bueno, "não é só processo burocrático, Conforme o secretário de Desenvolvimento Agropecuário mas ganho de qualidade para o depositário tanto em negócie Cooperativismo do Mapa, Caio Rocha, a medida foi tomada os quanto em competição de mercados". Ele diz que a para "dar condições" às empresas de armazéns gerais de se certificação é um diferencial que permite barganhar os preadequarem aos critérios e obterem a certificação em ambien- ços dos produtos no exterior. te natural. Com isso, unidades que, por não possuir o certifi"O consumidor também ganha, pois é garantia de alimencado, estavam impossibilitadas para o exercício de qualquer to íntegro na mesa", diz Bueno. Ele ressalta que operação com a Companhia Nacional de Abastecimento multinacionais foram as primeiras a se certificarem apesar (Conab) voltaram à condição de "desimpedidas". de a exigência ser apenas para o sistema nacional. "O inteDe acordo com a Conab, o número de empresas nessa resse partiu da visão de que a iniciativa gera ganhos em relasituação representa cerca de 1 milhão de toneladas da capacidade estática credenciada no governo. O Mapa tem registro de aproximadamente 4,5 mil CNPJs de armazéns gerais. Desse total, cerca de 1.210 empresas já possuem o certificado de qualidade. Isso representa 33% da capacidade estática do País. Também significa que a maioria dos produtos agropecuários estocados está em locais onde não há certeza do cumprimento dos critérios de qualidade. "Não quer dizer que estes produtos (armazenados por dois terços da capacidade estática do País) estejam largados de qualquer jeito, mas têm riscos, como, por exemplo, de contaminação de toxina carcinogênica (que provoca câncer e é produzida por fungos que atacam grãos Rocha diz que as empresas ganharam tempo para se adequarem à legislação armazenados)", pondera o enge16 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013


Acesse: www.graosbrasil.com.br ção às concorrentes, abrindo espaço no mercado internacional", reforça o superintendente. O técnico do Mapa garante que a flexibilização não ocorreu devido à supersafra deste ano. "A capacidade estática dos armazéns que existem no País tem atendido a contento a produção nacional. A safra, mesmo que volumosa, não é colhida ao mesmo tempo, no mesmo período - há a de verão e a de inverno. A soja, que é o carrochefe (com produção de 82 milhões de toneladas em 2013), não esquenta em armazém, entra e vai embora, deixando o local livre para estocar milho." Mapa da certificação Onde estão os centros de treinamento de auditores fiscais para trabalhar a certificação no Brasil - 1 na Universidade Federal de Cuiabá (MT). - 1 no Centro Nacional de Treinamento em Armazenagem em Viçosa (MG). - 1 na Universidade Federal de Pelotas, em Pelotas (RS). Número de profissionais capacitados pelos centros de treinamento oficiais - Mais de 610 auditores fiscais. Número de empresas de certificação em armazenagem no Brasil - 16 OCPs (Organismos de Certificação de Produtos). Quantas estão acreditadas no Inmetro - 16 OCPs. Armazenagem oficial avança no processo Entre as unidades armazenadoras de produtos do governo, a maioria dos armazéns da Conab em todo o País, e da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), no Estado, estão certificadas. No Rio Grande do Sul, 38% da capacidade estática (600 mil toneladas) das filiais coletoras da Cesa foi padronizada. Ao todo, isso representa, em capacidade, 212,5 mil toneladas. Segundo o presidente da Cesa, Márcio Pilger, as unidades armazenadoras de Camaquã (60,5 mil toneladas), São Luiz Gonzaga (83,5 mil toneladas) e Cachoeira do Sul (68,5 mil toneladas) foram priorizadas por serem as maiores do total de 18 filiais. "Estamos de acordo com a Lei de Armazenagem, que solicita que a certificação ocorra em percentuais de acordo com a capacidade total da empresa." A meta, afirma Pilger, é terminar a implementação em todas as unidades no próximo semestre. As unidades armazenadoras de Cambé e Ponta Grossa, no Paraná, e de Brasília, no Distrito Federal, foram as pioneiras da Conab a finalizar o processo para conquistar a certificação. Em Cambé, 95% dos itens exigidos já estavam prontos, afirma o gerente da unidade, Agnelo de Souza. "Nossa estrutura foi erguida com um bom padrão no receptivo de produtos a granel para estocagem, diferentemente de unidades convencionais que guardam grãos ensacados, que não têm uma série de itens exigidos para a certificação", explica o técnico. Setor definiu padrão de qualidade No País, há uma estrutura montada para que a padronização de qualidade da capacidade estática destinada ao estoque público e de terceiros ocorra em todo sistema de armaze-

nagem. Os critérios partiram da comissão organizadora do comitê nacional sobre o assunto, que inclui desde representantes da indústria de equipamentos para armazenagem até cooperativas de produtores agrícolas. As condições mínimas, descritas em 15 itens, passam por questões básicas e que quase todos têm, como acesso permanente à unidade, energia elétrica e cadastro na Conab, até requisitos como termometria e aeração. "Na maioria dos casos, nem precisa grandes adequações, basta pedir a certificação. Claro que há o custo do pagamento pela auditoria, mas varia de acordo com a capacidade estática e o deslocamento do auditor", informa o superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Bueno. No Brasil, há 16 entidades aptas a realizar a auditoria e certificação, sendo que quatro estão no Rio Grande do Sul. Ricardo Thomé admite existir um "grande número" de empresas certificadas - muitas, a exemplos das tradings, nem sequer seriam obrigadas a isso. "Estes empresários acreditaram no valor da certificação e investiram", sustenta. Empresários alegam que impacto financeiro é alto Um dos motivos alegados por empresários que ainda não buscaram a certificação é que ela exige corpo técnico e dinheiro para adequações. O volume de recursos aumenta conforme a data de fundação da unidade se afasta. "O maior problema é com empreendimentos mais antigos", confirma o coordenador operacional da Integrada Cooperativa Agroindustrial, de Londrina (PR), Edson Munhoz. "Temos armazéns com mais de 30 e 40 anos". Os fabricados no final da década de 1980, diz ele, já são mais modernos e possuem muitas das estruturas exigidas para a certificação. A empresa, que estoca soja, milho e trigo para terceiros, deve finalizar 2013 com 70% de sua capacidade estática (900 mil toneladas) certificada. Mesmo com prazo estendido, Munhoz garante que o processo não deve esfriar. "O restante das unidades será certificado no ano que vem, até porque a cooperativa preza pela qualidade do produto e vem trabalhando em melhorias na estrutura", afirma o coordenador operacional da Cooperativa do Paraná. Ele diz que a empresa não chegou a encontrar dificuldades para se adequar às normas. "Tivemos que normatizar tudo o que é feito na GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 17


¦Certificação¦

unidade e criar processos de trabalho. Um facilitador foi a cooperativa ter programas, como o de manejo integrado de pragas, que contempla aspectos de higiene e limpeza nos silos antigos. Agora, para uma empresa sem nenhum programa de qualidade será mais difícil de se certificar", opina Munhoz. O gerente da unidade armazenadora da Conab em Cambé (PR), Agnelo de Souza, acredita que muitas empresas que alegam "não ter condições" para se adequarem devem possuir armazéns muito antigos, que exigem investimentos caros em diversos sistemas, como de para-raios, de hidrantes e de condições de armazenamento, como a instalação de sistemas de aeração e termometria. Ainda há o valor das auditorias. No caso da Conab, o custo em média para cada unidade certificada foi de R$ 3 mil, enquanto o valor desembolsado pela Cesa para obter o certificado foi de R$ 3,5 mil por unidade. Adesão ao sistema para buscar a adequação ainda é excessão entre as empresas Como cada vez mais o comprador exige do produtor, que exige da cooperativa, a preocupação em manter a qualidade de estocagem dos grãos deve ser um caminho sem volta, o que torna a certificação importante. A opinião é de empresários do setor, que não estão medindo esforços para se adequar, na contramão da maioria. O gerente operacional da Agroindústria Puro Grão, com unidades em Pelotas, Arroio Grande e Bagé (RS), Rubens Kern, calcula um investimento em torno de R$ 200 mil para certificar as duas unidades de Pelotas, que estão sendo adaptadas para isso. "Nosso objetivo é implementar o certificado nas quatro unidades da empresa até meados de 2014", projeta Kern. A Puro Grão tem capacidade para armazenar 2,5 milhões de sacas (70% em graneleiros e 30% em silos). Entre as providências para adequação às exigências do Mapa, estão em andamento melhorias na limpeza, aperfeiçoamento de pessoal, implementação de programas de proteção individual, manutenção preventiva, instalação de placas de sinalização e avisos na entrada dos estabelecimentos. "São deta18 | www.graosbrasil.com.br | Julho / Agosto 2013

lhes pequenos, fáceis de fazer, aos quais as indústrias estão se adaptando. No caso da Puro Grão, estamos investindo desde 2012 nas adaptações e agora em junho intensificamos o processo", conta o gerente. Em Bagé, a Cerealista Coradini Ltda. já trabalha tranquila. "Estamos certificados mesmo antes de vencer o primeiro prazo do governo, em 2011", informa o sócio-diretor, Valmor Coradini Junior. O proprietário da empresa, que guarda soja e arroz, em uma capacidade estática de 35 mil toneladas garante que o processo "não é complexo. Exige o mínimo básico para que os armazéns tenham boa qualidade. No nosso caso, gastamos R$ 25 mil, pois só faltava colocar placas sinalizadoras." O empresário opina que o prazo do Mapa não deveria ser novamente prorrogado. O superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Bueno, sinaliza que o governo já ofereceu todas as alternativas para cumprir a exigência. O prazo foi flexibilizado para quem reclamou tempo, e o Plano Safra deste ano incluiu financiamento para linha de armazenamento, com R$ 25 bilhões em recursos para serem distribuídos ao longo de cinco anos para serem aplicados em projetos de melhoria na estocagem, expansão de capacidade ou implementação de unidade armazenadora. "Talvez também falte buscar conhecimento sobre a certificação. Muitas unidades têm os requisitos, mas o armazenador, por falta de conhecimento da norma, acha que não se enquadra na legislação e deixa de buscar esta afirmação importante."


¦Secagem¦

Avanços na secagem de sementes Emprego de ar desumidificado por resfriamento A indústria sementeira tem o papel de fornecer sementes de alta qualidade ao agricultor, para assegurar a transferência de todos os avanços tecnológicos desenvolvidos ao longo das décadas por profissionais das áreas de fitomelhoramento, biotecnologia vegetal e proteção de cultivos veiculados pelas sementes. Para garantir o alto desempenho, foi desenvolvida uma série de técnicas compreendendo desde a escolha da área, adequado preparo do solo e manejo da cultura até o beneficiamento e armazenamento de sementes. O teor de água é fator mais importante para definir a qualidade de sementes no armazenamento, pelo fato de interferir em sua atividade biológica, atividade dos microrganismos e suscetibilidade à danificação mecânica. Assim, a secagem de sementes constitui-se em ferramenta fundamental na produção de sementes de alta qualidade e visa manter o teor de água adequado para as operações de beneficiamento, transporte e armazenamento, reduzindo ao mínimo os impactos que a qualidade das sementes possa sofrer durante essas etapas. Por que as sementes devem sofrer secagem artificial? Durante a formação das sementes ocorre uma série de transformações morfofisiológicas e funcionais, finalizando ao atingirem o máximo acúmulo de matéria seca e se desligarem fisiologicamente da planta-mãe. Esse estádio geralmente coincide com a máxima qualidade fisiológica, pois as sementes frequentemente exibem germinação e vigor máximos. Todavia, contrasta com a presença de elevada incidência de plantas verdes, com alto conteúdo de água, inviabilizando a colheita mecanizada, sendo necessário armazenar as sementes no campo até que seja possível realizar a colheita mecânica. No campo, o teor de água das sementes vai decrescer rapidamente até começar a oscilar em função da umidade relativa do ar, o que pode levar de duas a três semanas, período em que permanecem expostas a chuvas, orvalho e variações da umidade relativa do ar. A qualidade das sementes pode ser comprometida porque, sendo higroscópicas, as sementes absorvem e perdem água de acordo com as condições psicrométricas do ar ambiente e as sucessivas expansões e contrações dos tecidos das sementes favorecem o desencadeamento do processo de deterioração e o ataque de microrganismos. Assim, é necessário realizar a colheita tão logo as sementes apresentem teor de água que permita a colheita mecânica, com mínimo de dano à qualidade da semente - 18% (soja), 24% (arroz irrigado) e 30% (milho em espiga) - sendo que atrasos de um a dois dias na colheita podem resultar em reduções de germinação e vigor. O teor de água relacionado à colheita de sementes com alta

Suemar Alexandre Avelar suemaralexandre@yahoo.com.br

Francisco Amaral Villela francisco.villela@ufpel.edu.br

Silmar Teichert Peske cts.mestradop@ufpel.edu qualidade é, todavia, inapropriado para o armazenamento seguro, sendo recomendado que se situe abaixo de 12-13% (dependendo da espécie). A operação de secagem permite a redução do teor da água de sementes até níveis adequados, permitindo a manutenção da qualidade das sementes. Como as sementes podem ser secadas? Existem diversos sistemas e tecnologias de secagem disponíveis no mercado, que recebem diferentes classificações. No que se refere ao uso de equipamentos, pode ser natural ou artificial. A secagem artificial pode ser classificada ainda, quanto à periodicidade de exposição da massa de sementes ao ar de secagem, em contínuo ou intermitente, e, quanto à movimentação

Foto 1. Primeiro secador comercializado com emprego de ar desumidificado GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 19


¦Secagem¦

Figura 1. Propriedades psicrométricas do ar - Ponto de estado A - condições psicrométricas do ar ambiente (UR 60%); Ponto de estado B - condições psicrométricas do ar após o aquecimento (UR 35%)

das sementes, em estacionário ou de fluxo contínuo. A secagem natural, como o nome sugere, utiliza as energias solar e eólica para a remoção da umidade das sementes. Embora seja de baixo custo, limitada pelas condições climáticas, necessita de intensivo uso de mão-de-obra, sendo mais utilizado para secagem de pequenas quantidades de sementes. Em se tratando de grandes culturas, como milho, soja e arroz, por exemplo, a dependência das condições ambientais e o grande volume a ser seco em curto espaço de tempo inviabilizam a utilização de secagem natural, sendo necessária a adoção de um método artificial de secagem. A secagem artificial pode ser estacionária, que consiste em forçar mecanicamente um fluxo de ar através da massa de sementes que permanece estática, em silos de fundo falso perfurado ou de tubo central com distribuição radial do fluxo de ar. Por outro lado, pode ser intermitente, na qual a semente permanece em exposição ao ar aquecido na câmara de secagem em intervalos regulares de tempo, intercalados por períodos sem exposição, nos quais ficam na câmara de equalização, ocorrendo homogeneização da umidade e da temperatura da massa. A secagem contínua, por empregar altas temperaturas e a massa de produto passar uma única vez na câmara de secagem, saindo seca na base do secador, pode acarretar prejuízos à qualidade das sementes, não sendo recomendada sua utilização para sementes. De que forma ocorre a secagem? O teor de água é a medida da quantidade de água presente na semente em relação à quantidade total. A água presente na semente na forma de vapor gera pressão em todas as direções, principalmente em sua superfície. A umidade relativa do ar expressa a relação entre a quantidade de água pre20 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

sente no ar e a quantidade máxima que este pode conter numa determinada temperatura. A água contida no ar também se encontra sob a forma de vapor e, portanto, exerce uma pressão de vapor. A secagem é um processo baseado em gradientes de pressão de vapor entre a superfície da semente e o ar circundante, que proporcionam trocas de vapor de água entre o ar de secagem e as sementes. Se a pressão de vapor de água do ar for maior do que a da superfície da semente, ocorre umedecimento e, se for menor, as sementes perdem água, ou seja, ocorre a secagem. Esse processo envolve ainda o movimento da água do interior da semente para a superfície, para que possa ser removida pelo ar de secagem. O transporte de água do interior para a superfície da semente é causado por um derramamento hidrodinâmico pela ação de pressão total interna ou processo de difusão resultante de gradientes internos de temperatura e de teor de água. Como promover gradientes de vapor de água semente-ar? Na secagem natural, o gradiente dependerá das condições atmosféricas. A secagem vai ocorrer se houver aumento na temperatura do ar acompanhado da redução da umidade relativa proporcionada devido à maior capacidade do ar em reter água em temperaturas mais elevadas. A necessidade de que o processo ocorra naturalmente e a alta umidade relativa do ar média observada em algumas regiões e épocas do ano limitam a utilização desse tipo de secagem a algumas regiões e a determinados cultivos. Na secagem artificial, o gradiente de novamente até 30ºC, atingirá a umidade relativa de 29 % (Figura 2 - C) e menor quantidade de água que na condição inicial (Figura 2). Se o ar for aquecido, por exemplo, até 18ºC, a umidade relativa do ar chegará a 60%, sendo condições favoráveis para a secagem de sementes em silo secador. Caso pretenda-se reduzir a umidade relativa do ar, para aumentar o potencial de absorção de água, o ar pode ser aquecido, por exemplo, até 40 ou 50ºC, baixando a umidade relativa do ar para níveis inferiores a


Acesse: www.graosbrasil.com.br Acesse: www.graosbrasil.com.br 20%, condições psicrométricas adequadamente favoráveis para a secagem de sementes em secador intermitente. O que há de novo? Os avanços em secagem de sementes nas últimas décadas envolveram apenas modificações nos secadores, porém pouco foi feito para aumentar a "capacitação" do ar para a secagem. Foram utilizados os mesmos conceitos de aquecimento do ar e redução da umidade relativa, sem se preocupar, contudo, com a razão de mistura. No entanto, a Unidade de Tratamento de Ar (UTA) é uma tecnologia disponível na indústria brasileira de pós-colheita de sementes e grãos. A secagem pode ser realizada em secador estacionário ou em secador intermitente. Na secagem intermitente. a UTA vem acompanhada por um secador de fluxo contra-concorrente com reaproveitamento de ar, de modo que o ar de secagem, após passar pela massa de sementes, retorna para a UTA, proporcionando maior eficiência energética, com menor consumo de energia, principalmente em condições de alta umidade relativa do ar ambiente. A opção de trabalhar com ou sem reaproveitamento do ar de secagem torna possível ao operador do sistema a escolha da condição operacional mais apropriada. O equipamento apresenta baixo consumo de energia (eletricidade), sendo o custo variável entre R$ 0,18 a R$ 0,30 por saco de semente. Existe ainda a possibilidade de operação com o equipamento utilizando capacidade reduzida, desligando parte dos compressores, sendo ainda possível obter ar de secagem desumidificado e frio. Assim, caso seja acoplado a um secador estacionário com fluxo radial ou axial, pode-se alcançar uma taxa de remoção de água de até 0,7 pontos percentuais por hora, dependendo da espécie e da umidade inicial das sementes. Além do baixo custo de energia despendido na secagem, o equipamento apresenta a vantagem de proporcionar adequado controle de temperatura, maior limpeza das instalações de secagem e possibilitar a automação da operação. A secagem de sementes é uma operação fundamental para obtenção de sementes de alta qualidade. Pode ser realizada de forma rudimentar distribuindo as sementes em terreiros e utilizando ar natural ou utilizando modernos secadores que realizam a operação de forma mais eficiente, possibilitando viabilizar

Figura 2. Propriedades psicrométricas do ar durante a secagem utilizando unidade de tratamento de ar (Ponto de estado A - condições psicrométricas do ar ambiente; Ponto de estado B - condições psicro

a colheita de sementes de grandes culturas com teor de água adequado. O tradicional aquecimento do ar não é a única forma disponível para a redução da umidade relativa e para preparar o ar para a secagem artificial, pois pode ser desumidificado, reduzindo a quantidade de água contida, tornando assim bastante eficiente o processo. Ademais, menores são os potenciais danos à qualidade da semente decorrentes do emprego de altas temperaturas do ar de secagem, utilizado em secador intermitente com ar aquecido. A evolução dos dispositivos para condicionamento de ar permitiu a entrada das unidades de tratamentos de ar, como opção à secagem tradicional que utiliza gás ou lenha, como fonte de aquecimento. Além disso, o baixo custo energético torna o sistema uma alternativa viável para adoção em unidades de beneficiamento de sementes.

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¦Terminal portuário¦

Armco Staco fornece sete silos para novas instalações do Terminal Portuário Seara, no Porto de Paranaguá

O novo Terminal Intermodal de Armazenagem da empresa Terminal Portuário Seara, do Grupo Seara, está equipado com sete silos metálicos produzidos pela Armco Staco, projeto que amplia a capacidade de estocagem de grãos no Porto de Paranaguá, no Paraná. A planta, inaugurada em abril de 2013, já está operando com capacidade máxima: 80 mil toneladas de soja para exportação, distribuídas em sete silos com 27 metros de diâmetro e 30 metros de altura cada. Entre os diferenciais deste projeto, estão a localização privilegiada das instalações, a 5 km do Porto de Paranaguá, e a logística de movimentação dos grãos entre os trens e caminhões e os silos. É que o sistema instalado permite o descarregamento do produto mesmo quando chove – o que normalmente impedia as operações no porto – ou quando os outros terminais estão lotados.

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O engenheiro Carlos Beutler, Gerente da Armco Staco, explica que a empresa levou 10 meses entre a fabricação e a montagem dos equipamentos. O projeto conta com um sistema de correias transportadoras inferiores e superiores que somam mais de 1 km de extensão. São dois pontos de alimentação com duas linhas de 1.000 t/h de capacidade cada, divididos em dois sistemas paralelos de 500 t/h e elevadores com 50 m de altura. “Ao chegar no terminal, o produto é descarregado nas correias inferiores, que transportam os grãos até os elevadores, de onde vão para as correias superiores. Esta rede aérea distribui a


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soja de forma automatizada, enchendo cada silo antes de passar ao próximo”, detalha Beutler. O engenheiro acredita que o fato de a planta estar instalada junto ao pátio ferroviário da ALL facilita toda a operação: “O trem ou caminhão chega no destino e é desviado diretamente para os silos. Em seguida, já está liberado para fazer outra viagem”. Para a expedição dos produtos armazenados nos silos são utilizadas correias inferiores em duas linhas de 600 t/h cada, totalizando 1.200 t/h, que alimentam tulhas elevadas para carregamento e envio ao porto por via ferroviária. Dos silos, a soja é transportada para o porto de acordo com a

programação de embarque do corredor de exportação de Paranaguá. No porto, existem seis linhas de embarque de carregamento dos navios com capacidade de 1.500 t/h cada. “Esta obra foi realizada em parceria entre o Terminal Portuário Seara e a ALL, que cedeu uma parte da área sob sua concessão. É um projeto de grande importância, pois traz mais uma opção de descarga e escoamento no Porto de Paranaguá, o que vai melhorar o escoamento e armazenagem de grãos. Uma futura instalação de mais dois silos do mesmo modelo no local já está confirmada”, afirma o engenheiro Adair Luiz Sulzbacher, gerente de projetos do Terminal Portuário Seara.

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¦Agronegócio¦

O Armazenista pensando no Cliente Por: Eng. Domingo Yanucci| Consulgran - Grãos Brasil |

graosbr@gmail.com

Sabemos que satisfazer ao cliente sempre tem sido um elemento fundamental para o sucesso de uma empresa dedicada ao armazenamento de grãos. O cliente busca segurança, atenção, orientação comercial e técnica entre outros temas importantes. Incluímos dentro do termo cliente os produtores que entregam suas safras em armazéns, aos sócios de uma cooperativa, em fim, a todos aqueles destinatários dos serviços que fornece um armazém. Teremos clara a necessidade de proporcionar ao cliente produtos e serviços sempre excelentes, o problema fundamental é como fazer. Ao falar de qualidade podemos diferençar dois aspectos: - A QUALIDADE DO PRODUTO. - A QUALIDADE DO SERVIÇO. Cada objetivo implica colocar em funcionamento distintas estratégias. Só os armazéns com o compromisso de escutar e servir podem lograr constantemente clientes satisfeitos. E só assim obter utilidades sólidas e crescentes ano a ano. Qualidade do produto e qualidade do serviço Devemos ter minimamente claras as 2 dimensões da qualidade. A QUALIDADE DO PRODUTO É "O QUE RECEBE", A QUALIDADE DO SERVIÇO SE REFERE AO "MODO DE RECEBER O MESMO". Hoje a qualidade do serviço é uma das principais causas que fazem com que o cliente mude para um competidor (outro armazém). O armazém deve contar com pessoas que simpatizem com a gente, com uma forte vocação de serviço, conhecimento real do que o cliente necessita e, logicamente, com apoio para realizar sua tarefa. De uma olhada no seguinte gráfico:

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Acesse: www.graosbrasil.com.br Qual e a localização de sua empresa? Se você não se encontra no quadrante amarelo (superior direito), sua situação é de debilidade frente aos competidores; você é um alvo e devera apelar a sua capacidade e habilidade para estar a frente de seus competidores. Existem 7 requesitos básicos para crescer em EFICIÊNÇA E QUALIDADE: 1) Gere uma visão orientada para a conservação do cliente. 2) Escute o seu cliente. 3) Aprenda com os que o antecederam no sucesso. 4) Forme uma equipe capaz de satisfazer ao cliente. 5) Elimine as barreiras (limitantes) que evitam conquistar ao cliente. 6) Medir, Medir e Medir. 7) Atos, não palavras. 1) Gere uma visão orientada para a conservação do cliente. Desde o presidente ao recepcionista, todos devem comprometer-se, não só a dar beneficio ao armazém, mas também com cumprir uma missão em favor de seus clientes. Uma VISÃO é o motor fundamental que dinamiza as pessoas que servem aos clientes. Sem ela os funcionários tem pouca inspiração para render ao máximo e carecem das ideias unificadoras que ajudam aos integrantes da empresa unir

esforços com o fim de alcançar metas comuns. Podemos definir VISÃO como: a imagem viva de um futuro ambicioso e desejável que se relaciona com o cliente e que é melhor que a situação atual. O líder para capturar uma VISÃO pode perguntar: - Que classe de empresa desejamos ser? - Que imagem oferecerá a empresa a nossos clientes? - Que desejamos que se fale sobre nós como resultado de nosso trabalho? - Quais são os valores mais importantes para nós? - De que modo a visão representa os interesses de nossos clientes e os valores que são importantes para nós? E recomendável que a VISÃO seja simples e se repita com frequência, por suposto que deve tratar-se de algo superador, más possível. A mesma deve servir como fonte de inspiração e harmonização das distintas áreas da empresa armazenadora. Já não são comuns os funcionários que passam toda sua vida laboral na mesma empresa, a fidelidade entre funcionários e empregadores é notoriamente menor, por esta razão se faz necessário dispor de uma visão. As metas financeiras não assinalam a guia que os funcionários necessitam atualmente. Por outro lado, uma imagem compartilhada do que a empresa deveria fazer, promove à ação independente, a sensatez, o sentimento de poder e a disposição de enfrentar riscos para fazer o que é necessário.

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¦Agronegócio¦

Fazer da visão uma realidade não é coisa simples, o líder deverá comunicar constantemente, indicando as metas ambiciosas, porém alcançáveis e sobre tudo mostrar coerência entre o que se fala e o que se faz 2) Escute a seu cliente. Sempre se recomenda escutar as reclamações, já que sempre tem algo de verdade. As críticas podem deixar algo mais produtivo que um elogio. Mesmo que o cliente reclame, ainda tem possibilidade de manter o mesmo e de dar satisfação. Pensar que o cliente sempre encontra motivos de queixa e que normalmente o produtor agropecuário se acostumou a reclamação pode levar-nos a não prestar a devida atenção aos clientes. Você viu alguma vez que seu cliente se mudou para o seu concorrente, sem antes reclamar? Isto significa que não deu a ele a oportunidade de melhorar seu serviço ou produto. Como ficariam as coisas se o cliente reclama e se resolve eficientemente o problema? Seguramente, se converterá em um cliente mais fiel. Por esta razão devemos escutar ao cliente e gerar os mecanismos para que expresse seus sentimentos sobre o que se deve melhorar. Os armazéns com sucesso são os que estão atentos aos requerimentos dos clientes. O produtor de grãos se da conta facilmente se estão satisfazendo suas expectativas. A mesma organização pode promover distintos serviços a distintos clientes, muitas vezes vemos que se trata de forma diferencial o que mais entrega. Por isto devemos ter claro a quem se deseja ter de cliente e a partir dai conhecê-lo e satisfazêlo, com todos os elementos que tenha a seu alcance. Podemos definir varias classes de clientes, por exemplo: os finais e os intermediários, os externos, os internos, etc. Em qualquer caso devemos perguntar-nos em que medida estamos satisfazendo as expectativas, como se estão comportando os competidores e que se pode fazer para melhorar o resultado. De forma racional ou intuitiva o cliente considera uma serie de variáveis, entre elas as mais importantes: - Confiabilidade: a pesagem, amostragem, analise, etc. São de forma correta? - Seguridade: Meu grão esta em boas mãos? Posso dispor 26 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

dele sem problemas? - Tangíveis: Dispõem dos melhores equipamentos? Podem dar segurança a seu trabalho? - Empatia: O cliente é tratado com respeito, simpatia, consideração? - Respostas: Se da uma rápida e adequada resposta as inquietudes do cliente? No caso que a cultura das pessoas as leva a não reclamar, se deve investir em mecanismos que permitam evidenciar quais são as queixas, não tem que conformar-se com um serviço ou produto aceitável, é necessário dar um passo mais e buscar a excelência, de maneira de alcançar e manter uma posição de privilégio. Claro está que uma vez conhecidas as inquietudes dos clientes, devemos saber se estamos em condições de satisfazêlas e nunca prometer mais do que se pode. A vantagem competitiva verdadeira se alcança quando o cliente vê a sua empresa como um sócio ou parceiro. Isto implica em um compromisso duradouro, de mutua confiança, onde essa interação por o bem de todos. As pesquisas não são suficientes para conhecer as reclamações, deve-se ter um canal de conversação frente a frente e honesta, comunicando a seu cliente a sincera vocação de melhorar e solicitando a ele que expresse suas reclamações. Claro que isto não deve ficar só nas mãos do gerente do armazém e é necessário que se repasse a todos os setores da organização. 3) Aprenda com que os que te antecederão no sucesso. Muitas vezes os que trabalham em um armazém acreditam que são os donos da verdade e que ninguém pode supera-los. Mais sempre se pode fazer as coisas melhor e os que tem sucesso, seguramente o lograrão em vários aspetos. Pode parecer paradoxo para tornar-se líder ou número um, se requer humildade. Isto é o que permite ao individuo e as organizações sempre estar com o espírito pré-disposto a fazer as coisas melhor. Sabemos do útil que é conhecer outras realidades e jeitos de fazer as coisas. Para otimizar a aprendizagem de outras empresas, recomendamos: 1- Defina os problemas que deseja solucionar. 2- Identifique as empresas que estão a sua frente na resolução destes problemas.


Acesse: www.graosbrasil.com.br 3- Realize uma visita à empresa, concentrando-se nos temas de seu interesse. Sabemos que quatro olhos veem mais que dois, por isto é bom que a visita seja realizada pelos responsáveis das distintas áreas, de maneira de obter um enfoque variado. 4- Ao regressar é conveniente realizar uma reunião de avaliação e colocar por escrito as considerações fundamentais. No caso que corresponda, expor ao resto da organização os pontos marcantes. Uma vez solucionados os problemas podem planejar novos desafios. Para que este sistema funcione é necessário agir sem egoísmo. Claro está que se deve selecionar ao potencial visitado com critério. Da mesma forma no caso que seu armazém seja visitado deverá tratar a todos como você gostaria ser tratado. Buscar a mudança para o bem de todos tira a gente conformista de seus esquemas tradicionais os leva ao aprimoramento permanente. 4) Forme um time capaz de satisfazer ao cliente. A grande parte dos funcionários deseja servir bem a os clientes. A administração deve demonstrar a os funcionários é servir a os clientes, e que elos, os funcionários, são chave de todo o

sistema. Não só é necessário o treinamento sobre as formas de agir do funcionário com respeito ao cliente, também se deve ter claro que o objetivo e O CLIENTE SATISFEITO. Alguns funcionários aprendem o livreto do trato eficiente e o programam sem um real convencimento. O armazém deve ajudar a seus funcionários a deixar aos clientes satisfeitos. O gerente pode considerar os seguintes 9 pontos com o objeto de alcançar QUALIDADE: 1) Definir o objetivo de deixar satisfeito ao cliente. 2) Comunicar e explicar isto a todos. 3) Medir diariamente a satisfação do cliente e fazer saber a os integrantes da firma. 4) Incorporar pessoal que simpatize com outras pessoas. A tarefa de selecionar pessoal é difícil e fundamental. As características que normalmente se esperam são: Honestidade; Diligencia; Laboriosidade; Bonomía; Integridade; Capacitação. OS ESFORÇOS PARA CONTRATAR PESSOAL DÃO EXCELENTES RESULTADOS 5) Explique aos funcionários que espera deles QUALIDA-

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¦Agronegócio¦ objetivo. O respeito ao funcionário, qualquer seja sua hierarquia é fundamental. "Antes de pedir a alguém que faça algo, temos que ajuda-la a ser algo". 9) Pense em você mesmo como em um cliente. A tarefa de inspirar e motivar ao pessoal é sumamente importante. Deve comprometer a mente da gente: Comprometa o talento da gente não só na execução das tarefas regulares em beneficio do cliente, também no aprimoramento constante da empresa. Seleção do Pessoal: Gere um perfil da pessoa que você busca. Analise o comportamento anterior. Considere trabalhos anteriores, quanto mais se remonte ao passado, mais sinceros serão os antigos empregadores. Sem duvidas ao não centrar a atenção nas atitudes, não definir perfis claros e não segui-los remete a cometer importantes erros em a seleção. ¿Quantas vezes se gera uma incorporação por uma recomendação, sem a avaliação direta profunda? Os funcionários problema Deve tratar a os funcionários problema como a clientes problema, trabalhando a relação para conseguir um resultado satisfatório. DE, entusiasmo, honestidade e que se espera trabalhar em um ambiente consagrado a excelência. Explique o que pode esperar e o que se espera de ela: - o que devem prever - bom ou ruim - em sua jornada diária. - De que jeito se avaliara seu rendimento. - Como reconhecera e recompensará seu bom trabalho. A recompensa não está só em o dinheiro, também pode planejar: Compensações; Reconhecimentos; Promoções. As recompensas são as mensagens mais enérgicas que se formula ao pessoal e as promoções são muito contundentes. 6) Forme seus funcionários desde o momento que é registrado. Que necessita saber seu funcionário? Faça 5 perguntas: 1- A pessoa sabe o que supostamente deve fazer, sua missão fundamental na organização? 2- A pessoa sabe que seu trabalho significa realizar esta missão fundamental? 3- A pessoa possui as qualidades necessárias para fazer suas tarefas? 4- A pessoa a cargo tem os recursos suficientes para realizar a tarefa? 5- A pessoa poderia realizar a tarefa sem sua vida dependa disto? Se 1, 2 e 3 é negativa---> PROBLEMA DE TREINAMENTO Se a 4 é negativa--------> PROBLEMA DE RECURSOS Se a 5 é afirmativa------> PROBLEMA MOTIVACIONAL 7) Conforme um ambiente onde o pessoal se senta cômodo e que apoie a entusiasta busca da satisfação do cliente. Deve aprender o que é importante para o funcionário e dar-lhe. 8) Trate o pessoal como um grupo de clientes. Considere que todos trabalham juntos em função de um determinado 28 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

Quis os custos da rotação de pessoal? - Perda de tempo administrativo. - Pagamento durante o tempo de formação. - Custo das necessidades não atendidas do cliente. - Custo de busca na substituição - Custo dos erros por falta de experiência. - Desorganização do lugar de trabalho durante a substituição. - Perda de conhecimento da atividade que teve a pessoa substituída. 5) Elimine as barreiras (limitantes) que evitam conquistar o cliente. Muito geralmente os sistemas implementados nas empresas se convertem em obstáculos que evitam servir ao cliente. Sabemos que de um iceberg só se vê uma pequena parte. Faz pouco se descobriu o ICEBERG DA IGNORÂNCIA. A alta direção parece conhecer só uma pequena porcentagem dos problemas significativos da empresa. Quando as coisas se concebem para comodidade de um departamento interno, mais que do cliente se dana o benefício do mesmo. É comum que se privilegie ao departamento administrativo ao operativo. Solicite ajuda e depois aprimore os processos: SOLICITE aos funcionários, aos fornecedores, etc., que expliquem quais são os obstáculos que, segundo eles, evitam que a organização na que você trabalha sirva bem a seus clientes. Solicite sugestões sobre como elimina-las. SOLICITE dicas a cada pessoa. BUSQUE especificamente sugestões que abordem os principais problemas que segundo demonstra a pesquisa afrontam os clientes.


Acesse: www.graosbrasil.com.br SUPERVISIONE quantas sugestões vem de cada pessoa. APLIQUE IMEDIATAMENTE não só as sugestões que parecem melhorar o trabalho mais também as que parecem neutras. RECONHECER as pessoas que formulam sugestões. Se você não recebe sugestões significa que a comunicação entre você e sua equipe esta pobre, pelo bem de seus clientes vale a pena que a restaure. O processo para a melhora implica 6 passos: 1) Coletar informação, especialmente dos clientes finais 2) Converter em medidas as informações acerca do cliente. 3) Analisar o processo atual. 4) Conceber o processo aprimorado: reduzir o número de transferências - combinar passos (que dois ou mais se transformem em um) - dar passos paralelos em lugar de seriados (execução simultânea de tarefas diferentes) Agregue valor (reduzir os gastos desnecessários) - corrigir as medidas existentes ou agregar outras - usar tecnologia - comprometer cedo as pessoas fundamentais. 5) Elabore normas (Ex. rendimento a obter-se nas etapas limitantes) - A norma deve ser mensurável segundo qualidade, quantidade e oportunidade. - Uma norma deve ser razoável e alcançável. - Deve estar desenhada de maneira que de um benéfico ao cliente.

- Deve ser controlável. 6) Revise o jeito que se organiza e recompensa as pessoas comprometidas no processo. Considere novos modos de avaliar o pessoal, considerando por exemplo: a qualidade do produto - a participação do time - as horas de treinamento dos funcionários - a eliminação do gasto inútil. O pessoal da primeira linha é o responsável na hora de obter um cliente satisfeito. Se tiverem um problema, resolva. Se não pode resolvê-lo, que o apresente ao um nível mais elevado. 6) Medir, Medir e Medir: Se deve medir todo o que nos fale da classe de trabalho que se esta fazendo. Analise seu próprio desempenho comparando ele não só com seu passado e os desejos de seus clientes, mais também com o desempenho das pessoas que realizam trabalhos similares de forma eficiente. Qual o seu desempenho com seus clientes e como se mede? Ante esta pergunta alguns respondem, por exemplo, que bem, já que seu volume de recepção de grãos é maior. Sem duvidas este tipo de elemento de julgamento sempre está ATRASADO. No momento que você se da conta da existência de um problema pelas estadísticas é possível que seu competidor já tenha uma vantagem muito considerável. Portanto se requer fazer: PROGRAMAS DE MEDIÇÃO

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¦Agronegócio¦ regular satisfatório excelente 1........2.............3........4........5..............6........7 Os desejos dos clientes determinam NORMAS. Sempre devemos concentrar-nos no que é mais importante para o cliente. Quando se definam normas deve-se ter em conta os "substitutos" da qualidade. Em algumas ocasiões os clientes não conhecem suficientemente sobre os produtos e serviços por isto se guiam por outros aspetos secundários, por exemplo, rapidez no trato, descrição detalhada das operações, atenção pessoal, etc. Está fornecendo o que você sabe que o cliente necessita? Entre os métodos mais confiáveis para conhecer os comentários dos clientes temos: - Cartões de comentário. - Pesquisas por correio. - Entrevistas pessoais, cara a cara, por telefone ou em um grupo de focalização. - Compradores encobertos. 7) Fatos, não palavras. Os gerentes devem ser "eternos alunos", organizar times de capacitação e aperfeiçoamento concentrados no cliente, que dirigem mediante o exemplo. Estes programas tem uma série de benefícios: basicamente saber onde está parado e para onde caminhar. Permita que seus clientes falem o que você deve medir. Os dois passos fundamentais são: definir quem são seus clientes e depois aprender a escuta-los. Como escutar a os clientes - Grupos de focalização (Reúna um pequeno número de clientes e pergunte a eles sobre seus problemas e expectativas). - Invista em reclamações (Faça o possível para induzir a reclamar e depois enumere os temas que provocam as reclamações) - Formule perguntas de final aberto - Visite seus clientes. - Organize encontros sobre as reações dos clientes frente às ofertas dos competidores. Na medida do possível se deve quantificar, por ex. na recepção:

Quando não da para refletir em números deverá pedir impressões subjetivas em uma escala: Ex. 30 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

"O mercado das palavras está decaindo, agora o mundo acredita só na conduta". Os que devem trabalhar por meio do esforço de terceiros, muitas vezes ficam paralisados, podem ser muito inteligentes, mais uma pessoa inteligente não é tão eficaz como 5 ou 10 pessoas que trabalham com um fim comum. Sete comportamentos distinguem as pessoas decisivas nas organizações com sucesso: - Pessoalmente dão prioridade ao cliente. - Promovem a visão de sua empresa. - Comportam-se como alunos eternos. - Acreditam e investem na sua equipe (as treinam, educam, preparam para fazer mais do que podem fazer hoje). - Conseguem que os times funcionem. - Mantém o curso (tenaz). - Vivem o propósito de sua organização. Transformar se em uma empresa centrada no cliente significa:


Acesse: www.graosbrasil.com.br São muitas as mudanças para ser feitas todas de uma vez. O primeiro passo é dar-se conta da importância, pode ser que a diferença seja a vida o a marte da empresa. Em geral as pessoas não mudam de forma fácil, rapidamente ou naturalmente, elas necessitam de TEMPO e APOIO.

O mais importante na pós-colheita de grãos é o GERENTE do armazém.

Fonte: Livro de actualização Nº 4: Acopio, la empresa eficiente. Capitulo 1.

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¦ Tecnologia ¦

Secador com exaustor centrífugo Trocar ou readequar para reduzir o custo operacional? Os primeiros secadores fabricados e comercializados no Brasil tinham ventiladores ou exaustores centrífugos como equipamento de movimentação do ar. Esses ventiladores centrífugos apresentam alta pressão e baixa vazão de ar como principais características quando comparados aos ventiladores axiais, atualmente utilizados nos secadores de grãos. Na década 90 os fabricantes de secadores de grãos substituíram os ventiladores centrífugos pelos ventiladores axiais, pois os mesmos apresentam baixa pressão e alta vazão de ar. No entanto, apesar dos novos secadores fabricados e comercializados já saírem das fábricas com os ventiladores axiais, há inúmeros secadores antigos ainda em operação nas Unidades Armazenadoras que apresentam ventiladores centrífugos como movimentadores de ar.

Figura 1. Secador com ventilador centrífugo (A) e secador com ventilador axial (B).

Para melhor compreender a importância dos ventiladores no processo de secagem, pode-se afirmar que duas variáveis, dentre outras, são mais importantes para o sucesso no rendimento de secagem dos secadores de grãos: temperatura do ar de secagem e vazão de ar. Indiretamente, quando se aumenta a temperatura do ar durante o processo de 32| Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

Eng. Agr. Adriano Divino Lima Afonso Prof. Adjunto/UNIOESTE/Cascavel adriano.afonso@unioeste.br secagem está se disponibilizando maior quantidade de calor para evaporação de água do grão (calor latente de vaporização) e para aquecimento do mesmo (calor sensível). Além disso, o ar é um importante fator de rendimento do processo de secagem, pois é o responsável pela retirada da água evaporada do grão. Assim, quanto mais elevada à temperatura do ar de secagem, maior será a disponibilidade de calor e, conseqüentemente, maior a quantidade de água é evaporada do grão. Para que essa maior quantidade de água evaporada seja retirada do interior do secador há necessidade de maior vazão de ar. Dessa forma, os ventiladores axiais por fornecerem maior vazão de ar substituíram os ventiladores centrífugos nos secadores de grãos. As maiores vazões de ar nos secadores com ventiladores axiais fazem com que o rendimento de secagem nesses secadores seja superiores aos secadores com ventiladores centrífugos, ou seja, seca-se maior quantidade de produto para o mesmo tempo de secagem. Por outro lado, além do aumento na vazão de ar no processo de secagem, a substituição dos ventiladores centrífugos por ventiladores axiais resultou na redução da potência instalada nos secadores de grãos. Essa redução foi considerável, em alguns secadores reduziu a potência em mais de 50%, significando uma considerável redução no custo de instalação do sistema e no custo operacional do secador de grãos. Por exemplo, um secador de grãos de capacidade nominal de 60 t/h com ventilador centrífugo requeria uma potência da ordem de 100 cv. Atualmente, esse secador é fabricado com ventilador axial e requer uma potência na ordem de 30 cv caso seja de duplo reaproveitamento do ar e de 45 cv se for de simples reaproveitamento do ar. Além da redução da potência instalada, os secadores axiais são mais modernos e energeticamente mais eficientes, com rendimento


Acesse: www.graosbrasil.com.br energético da ordem de 65 a 70%, enquanto os secadores com ventiladores centrífugos apresentam rendimento de cerca de 50%. Secadores modernos apresentam consumo específico de energia na ordem de 900 kcal/kg de água evaporada enquanto que os secadores antigos que apresentam ventiladores centrífugos têm consumo de cerca de 1.200 kcal/ kg de água evaporada. Isso significa que o consumo de combustível ou de lenha usualmente utilizada nos secadores com ventiladores axiais é inferior ao consumo nos secadores com ventiladores centrífugos, com conseqüente redução no custo operacional de secagem. Para exemplificar o maior custo operacional de secador com ventilador centrífugo em relação ao axial, considere um secador de 60 t/h operando durante 20 horas por dia, durante 2 meses por ano, a um custo da energia elétrica de R$0,45/kW.h. Para essa capacidade nominal de secagem, as potências instaladas são de 100 cv e 45 cv, respectivamente, para os secadores com ventilador centrífugo e axial. Assim, o custo anual de energia elétrica do secador com ventilador centrífugo será de R$ 39.744,00/ano (100 cv x 0,736 kW/cv x 20 h/d x 60 d/ano x R$0,45/kW.h) e do secador com ventilador axial será de R$ 17.884,00 (45 cv x 0,736 kW/cv x 20 h/d x 60 d/ano x R$0,45/kW.h). Essa diferença corresponde a uma economia anual de custo de energia elétrica na ordem de R$ 21.860,00. Considere que os consumos específicos de energia são, respectivamente, de 1.200 e 900 kcal/kg de água evaporada para os secadores com ventilador centrífugo e axial, que a quantidade de água retirada nos secadores é de 2.790 kg/h (60.000 kg/h x (18% - 14%) / (100 -

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¦ Tecnologia ¦ 14%)), que o poder calorífico inferior da lenha de eucalipto da lenha utilizada na fornalha é da ordem de 3.000 kcal/ kgLenha e, que o preço da lenha é de R$ 70,00/t. Dessa forma, o custo operacional anual com consumo de lenha para o secador com ventilador centrífugo é de R$ 90.720,00/ano ((2.790 kg/h x 1.200 kcal/kg / 3.000 kcal/kgLenha) x 20 h/d x 60 d/ano x R$ 0,07/kgLenha) e para o secador com ventilador axial é de R$ 70.308,00/ano ((2.790 kg/h x 900 kcal/kg / 3.000 kcal/kgLenha) x 20 h/d x 60 d/ano x R$ 0,07/kgLenha). A economia anual é da ordem de R$ 20.412,00 quando o sistema de secagem é operado com secador moderno com ventilador axial. Considerando os custos com energia elétrica e lenha, a economia anual total é de cerca de R$ 42.272,00. Observe que essa economia será maior ou menor dependendo principalmente do período de tempo de utilização do equipamento de secagem. Além da economia com os custos operacionais, o secador com ventilador axial dará maior rendimento de secagem quando operado com produto agrícola com diferentes condições de teor de umidade. Isso significa que, a Unidade Armazenadora poderá receber maior quantidade diária de produto devido ao ganho de rendimento no processo de secagem. Resumidamente, pode-se dizer que as vantagens dos secadores com ventiladores axiais em relação aos com centrífugos são o aumento da vazão de ar, maior rendimento de secagem, redução na potência instalada, maior eficiência energética e menor custo operacional. Para as empresas que desejam melhorar o sistema de secagem e que têm secadores com ventiladores centrífugos, à pergunta que se faz é a seguinte: há solução para melhorar os secadores com ventiladores centrífugos? Há duas soluções para melhorar o sistema. A primeira solução e a que parece ser a mais óbvia e simples é a substituição total do sistema de secagem por um novo secador com ventilador axial e eficiente energeticamente. Nesse caso recomenda-se que a Unidade Armazenadora faça uma análise econômica de custo para verificar se o retorno do investimento em um novo equipamento de secagem é compensatório. Na maioria das vezes essa análise irá mostrar que é economicamente viável a compra de um novo sistema de secagem e o tempo de retorno do investimento é de médio prazo, dependendo principalmente do tempo de utilização do sistema de secagem e da capacidade do mesmo. A segunda solução para melhorar os secadores com ventiladores centrífugos está na substituição de seus ventiladores por axiais. A substituição ou adaptação requer não somente alteração estrutural no secador para a simples retirada dos ventiladores centrífugos e a colocação dos ventiladores axiais, mas requer também alterações na fornalha e nas aberturas de entrada de ar do secador, pois a vazão de ar interna no secador será aumentada com os ventiladores axiais e novos cálculos de dimensões da fornalha e das aberturas são necessários para permitir a entrada de ar no secador sem que ocorra estrangulamento ou perda de pressão no mesmo. Assim, a substituição requer conhecimentos técnicos dos responsáveis a fim de possibilitar que o seca34 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

dor com os novos ventiladores axiais tenha os ganhos de rendimento operacional e energético que se espere com a alteração. Há diversas empresas especializadas na substituição dos ventiladores centrífugos por axiais. As Unidades Armazenadoras que têm interesse em fazer a substituição dos ventiladores devem procurar empresas que realmente façam de forma correta as devidas alterações a fim de que não tenham seus objetivos frustrados. Como na substituição integral do sistema de secagem, as Unidades Armazenadoras devem realizar análise econômica para verificar se são compensatórias tais adaptações e, até mesmo comparar essa análise com a análise econômica de aquisição de um novo sistema de secagem. Pode ser que a análise econômica mostre que é melhor substituir todo o sistema de secagem ao invés de fazer as devidas adaptações no secador existente. Algumas Unidades Armazenadoras já realizaram tais substituições dos ventiladores em seus secadores antigos e algumas fizeram e outras não as devidas adaptações no sistema de secagem como alteração na fornalha e nas aberturas de entrada de ar no secador. Os resultados obtidos com as substituições e adaptações ou não no sistema de secagem são os mais variados. Na prática observa-se que alguns resultados foram positivos e outros não mostraram ganhos de rendimento e eficiência energética no consumo de combustível. No entanto, em todas as substituições e alterações ou não do sistema de secagem ocorreram ganhos na redução do custo operacional devido ao menor consumo de energia elétrica, pois os ventiladores axiais requerem motores de menor potência. Para melhor resultados nas substituições e adaptações procure empresas que possuem em seu quadro funcional o Engenheiro Agrícola; profissional habilitado para analisar e solucionar problemas em secadores de grãos.


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¦Silo bolsa¦

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¦Utilíssimas ¦ Curso de Secagem e Aeração de Grãos As operações de secagem e aeração de grãos em unidades armazenadoras são de extrema importância no "preparo" e na manutenção da qualidade do produto durante a armazenagem. A secagem é uma operação crítica que requer um cuidado especial para que se evite a secagem excessiva, desuniforme ou incompleta. Além disso, danos físicos (quebras e trincas) e fisiológicos (morte da semente) ocorrem em função da temperatura excessiva e dos estresses térmicos e hídricos; gastos excessivos de combustíveis; problemas com o meio ambiente; incêndios; cheiro de fumaça no produto; além de outros. A aeração é outra operação que se não for bem conduzida pode causar perda por aquecimento e fermentação e perda excessiva de teor de umidade, e é altamente dependente das condições climáticas locais. A automação não resolve todos os problemas de aeração. A seca-aeração, de modo geral, tem sido aplicada de modo equivocado, sem possibilitar usufruir as vantagens da referida operação. Os custos destas duas operações pesam significativamente no custo final do produto e, dependendo do manejo, comprometer também a qualidade e perda de produto. Este curso tem por objetivo otimizar as referidas operações buscando-se economia e qualidade dos produtos, e atualização com as novas tecnologias e conceitos no setor.

Cycloar é Troféu Prata no Prêmio Gerdau Melhores da Terra A Cycloar – Exaustão e Aeração de Silos e Armazéns levou o Troféu Prata da divisão Agricultura de Escala na categoria Destaque. Os vencedores do Prêmio Gerdau Melhores da Terra foram anunciados no dia 24.08 na 36ª Expointer, em Esteio/RS. O Cycloar, fabricado pela Provent do Brasil Metalúrgica Ltda (de Curitiba/PR), é um equipamento de exaustão e aeração que auxilia na conservação de grãos armazenados em silos e armazéns, reduzindo a condensação do vapor d’água e contribuindo para a manutenção da temperatura adequada no interior do silo. Assim, proporciona um ambiente mais favorável à conservação dos grãos, evitando a deterioração por pragas e fungos. Além disso, reduz a necessidade da aeração forçada do silo, o que reflete em significativa economia de energia elétrica. A empresa marcou presença no evento pelo diretor Julio Espel, que é representante da empresa para o Rio Grande do Sul. Prestigiaram ainda o anúncio oficial o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, e o diretor-Presidente (CEO) da Gerdau e coordenador-geral do Prêmio, André B. Gerdau Johannpeter.

Conteúdo Programático - Movimentação de ar - Higroscopia - Psicrometria -Princípios básicos da aeração e termometria - Noções de projetos de sistemas de aeração de grãos - Princípios de secagem de gãos - Secagem em baixas temperaturas - Custos de secagem e armazenamento de grãos - Secagem em altas temperaturas- - Seca-aeração - Efeitos a secagem na qualidade dos grãos - Sistemas para aquecimento de ar na secagem de grãos - Manejo dos sistemas de aeração de grãos - Operação de secadores - Segurança do trabalho em unidades Armazenadoras Requisitos Esse curso não exige nenhum pré-requisito Público Alvo: Profissionais que atuam na área Vagas: 40 Inscrição O valor total do curso a vista é R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais) para pessoa física. A prazo o valor é de R$ 700,00. Para as empresas (pessoa jurídica) que mandarem 2 participantes, terão 7% de desconto no valor a prazo (R$700,00). No caso de 3 participantes terá 10% de desconto no valor a prazo e para as que mandarem 4 participantes terão 12% de desconto. Nesse valor está incluso todo o material didático, a emissão de certificados e o deslocamento interno (do hotel ao local do curso). A hospedagem e alimentação correm por conta do participante. 40 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2013

Revista Granos & Postcosecha Latino Americana Já esta circulando a nova edição da Revista Granos & Postcosecha Latino Americana - De La Semilla Al Consumo. No seu 18º ano de existência ela vem rechegada com o mais atual conteúdo sobre a Pós-Colheita de Grãos e Sementes na América Latina. Interessados em assinar enviar email para:

consulgran@gmail.com




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