Grão Brasil 104

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Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.

Innovations for a better world.


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EDITORIAL

Caros Amigos e Leitores Ano XVIII • nº 104

SETEMBRO / OUTUBRO 2020

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Diretor Executivo Domingo Yanucci

Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci

Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 / 3304 6522 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

Com muita alegria chegamos novamente a você, com uma nova safra recorde confirmada, que significa um grande desafio para todo nosso sistema de armazenagem e logística em geral. Certificamos que é apropriado compartilhar algumas bases de nossa Especialização: • A pós-colheita é o negócio do centavo, 0,5 ou 1 % dos grãos trabalhados significa muito dinheiro. • O mais importante em um armazém é o chefe do armazém e sua equipe. • Deve dar-se aos funcionários capacitação e melhorar a tecnologia em uso. • As práticas mais importante é a amostragem, monitoramento e controle e, no possível, em tempo real. • A principal causa de perda de qualidade e peso seco são os fungos e os insetos, devemos cuidar da umidade, temperatura e da matéria estranha. • A principal variável da pós-colheita é o tempo. • Os inseticidas devem usar-se racionalmente, respeitando os resíduos máximos. • Sempre é recomendável a pré-limpeza antes da armazenagem. • A maioria da aeração não responde as necessidades dos armazenistas, os silos também carecem de sensores de ar servido. • É importante ter uma boa combustão nos secadores e usar os sistemas de secagem combinado (in bim cooling) • Segurança e higiene sempre como prioridade, a vida dos funcionários não pode estar em risco. Hoje temos a tecnologia e experiência para otimizar os armazéns e levar-los para a Pós-Colheita de Precisão. Nestá edição trataremos de vários assuntos de grande importância gerados por profissionais de reconhecida trajetória. Agradecemos as empresas e instituições que apoiam a difusão da melhor tecnologia. Isto nos permitirá trabalhar cada dia melhor, reduzir as perdas, ganhar em eficiência e segurança em definitiva oferecer um melhor grão ao mundo. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos.

Um forte abraço.

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Domingo Yanucci

Diretor Executivo

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SUMÁRIO

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04 PIRETRÓIDES DA TERCEIRA GERAÇÃO - Eng. Domingo Yanucci 08 BELAGRÍCOLA DESPONTA COMO PROVEDORA DE SOLUÇÕES PARA O AGROBUSINESS 11 KWS SEMENTES ESCOLHE A TOMRA FOOD NA HORA DE AUTOMATIZAR AS LINHAS DE PRODUÇÃO - TOMRA 14 GRÃOS E RAÇÕES CONTAMINADOS POR MICOTOXINAS - Flavio A. Lazzari, PhD 18 NORMAS PARA AS UNIDADES DE ARMAZENAMENTO E/OU BENEFICIAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS - Prof Dr. Valdecir A. Dalpasquale 23 PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO DE TRILHAGEM DE VAGENS VERDES DE SOJA - SMA 25 CÂMARAS DE GÁS EFICAZES E SEGURAS - Guadalupe Galo 29 A ANÁLISE DA QUALIDADE DA SEMENTE EM UM NOVO CENÁRIO TECNOLÓGICO - Mailén Ariela Martinez e outros 35 PRODUTORES DE MS PODEM ACESSAR R$ 623,5 MI PELO FCO 2020 36 Não só de pão... 36 Utilíssimas 38 CoolSeed News Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

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CONTROLE DE PRAGAS

PIRETRÓIDES DA TERCEIRA GERAÇÃO

Devido aos grandes prejuízos que as pragas dos grãos armazenados têm provocado, é imprescindível estar alerta, implementando as tarefas físicas de controle e utilizando de forma racional os meios químicos.

Eng. Domingo Yanucci Consulgran / Granos / Grãos Brasil diretoria@graosbrasil.com.br

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Sabemos que trabalha-se pouco no desenvolvimento de novos produtos devido ao elevado custo, sendo uma razão a mais para cuidar da efetividade dos princípios ativos disponíveis. Há 50-60 anos era comum a utilização dos organoclorados para tratar os grãos armazenados (Lindano – Clordano – DDT, entre outros). Estes grupos químicos eram muito estáveis e se acumulavam no organismo dos consumidores dos grãos, gerando problemas de saúde, e por essa razão foram proibidos. Apareceram então os organofosforados (Mercaptotión – Fenitrotión, por exemplo), que se mostraram eficientes. Mais tarde apareceram os organofosforados de segunda geração, que estão em uso até a atualidade, como o Clorpirifós Metil 48 (Proibido no Brasil, para tratamento de grãos armazenados) e o Pirimifós Metil 50. Estes organofosforados se mostraram nada efetivos contra o Rhyzopertha dominica F. (besourinho dos grãos), o que motivou a necessidade de estudar-se moléculas do grupo dos piretroides sintéticos, sendo a Deltametrina 2,5 a pioneira. Posteriormente aparecem outros, como a BIFENTRINA, chamados de terceira geração.


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Nome Técnico: Bifentrina Registro no Ministério: 1610 Ingrediente Ativo: Bifentrina Concentração: 100 g/L Marca Comercial: Triller® EC Sabemos que só podemos usar na pós-colheita os praguicidas devidamente autorizados para esta finalidade. As autoridades correspondentes devem fazer o registro para tratamento de grãos armazenados. Em outros paises, por exemplo na Argentina, este grupo de inseticidas recebem o nome genérico de Gorgulhisidas. Um dos grandes benefícios deste princípio ativo, além de sua efetividade em baixa dose, trata-se de um produto de categoria 4 na classe toxicológica, Produto pouco tóxico. Outras características: Ambiental: II - Produto muito perigoso ao meio ambiente Inflamabilidade: Não inflamável Corrosividade: Não corrosivo Formulação: Concentrado Emulsionável (EC) Modo de Ação: Contato, Ingestão.

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CONTROLE DE PRAGAS

Os praguicidas para controle de pragas de grãos armazenados podem atuar por contato, ingestão ou inalação. Os fumigantes, praguicidas usados no expurgo, como a fosfina (PH3), atuam só por inalação. Os inseticidas líquidos ou de pós-colheita como o Triller® EC, atuam por contato e ingestão. Ou seja, quando o praguicida toca o inseto ou quando o inseto toca uma superfície tratada com o inseticida, e também no caso em que a praga se alimente do grão tratado. O inseticida é registrado para o tratamento dos grãos armazenados (arroz – cevada – milho – trigo e feijão), na dosagem recomendada de 4 ml/t, para o controle de todo o espectro de insetos registrados (carunchos, gorgulhos, besourinhos, etc.). DOSAGEM Uns dos princípios de Paracelso (cientista da saúde do seculo XIV) é que a dosagem faz o veneno, também sabemos que nenhum praguicida é melhor que sua aplicação. Por isso, como se trata de um pequeno volume de inseticida para tratar o volume de 1 tonelada de grãos, é fundamental uma adequada dosagem e uma boa aplicação, sobretudo a incorporação homogênea na massa de grãos. Para a dosagem recomendada de 4 ml de Triller® EC por tonelada, é esperado um período prolongado de proteção. Entretanto, para que essa condição seja atendida, é necessário que o grão esteja seco, limpo, frio, livre de infestações e receber um tratamento uniforme, etc. Em condições práticas, onde não se tem todas as condições ideais, a dosagem recomendada poderá reduzir drasticamente o período de proteção esperado.

INSTRUÇÕES DE USO – MODO DE APLICAÇÃO Tão importante quanto a dosagem é a forma de aplicação, por isso veremos em continuação alguns detalhes do assunto, atendendo as últimas tecnologias desenvolvidas a nível mundial. Tratamento sobre grão: O Triller® EC deve ser aplicado sobre os grãos de arroz, cevada, feijão, milho e trigo, no momento do carregamento do arRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020

mazém, na correia transportadora, e homogeneizá-los, de forma que todo grão receba o inseticida. O grão deve estar seco. Recomenda-se utilizar para a pulverização, três ou cinco bicos, sobre a correia transportadora, no túnel ou na passarela. Em correia transportadora, recomenda-se também instalar tombadores para que os grãos sejam misturados quando estiverem passando sob a barra de pulverização. Durante este processo, devem ser verificadas a vazão dos bicos e a da correia transportadora. Recomenda-se diluir a dosagem de Triller® EC em 1,0 a 2,0 litros de calda por tonelada, a ser pulverizada sobre os grãos. Novos dosificadores: Nos últimos anos surgiu no mercado um dosificador que permite, de forma automática, injetar o inseticida em uma veia de água. O operador só deve informar as toneladas por hora que passam e a dosagem (cc/t) que deseja aplicar. Nesta modalidade não é necessário preparar a calda de emulsão. Portanto, não se gera a hidrolise (degradação) do praguicida no tanque de aplicação, evitando ainda a sobra de um dia para outro. Máquinas totalmente automatizadas com softwares modernos estão disponíveis no mercado, permitindo otimizar os tratamentos.

Devido à modalidade de tratamento preventivo para controle de pragas de grãos armazenados, por ocasião do carregamento dos silos, não há intervalo de reentrada. MANEJO DA RESISTÊNCIA A resistência de pragas a agrotóxicos ou qualquer outro agente de controle pode tornar-se um


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problema econômico, ou seja, fracassos no controle da praga podem ser observados devido à resistência. O inseticida e acaricida Triller® EC pertence ao grupo 3A (moduladores de canais de sódio - Piretroides) e o uso repetido deste inseticida ou de outro produto do mesmo grupo pode aumentar o risco de desenvolvimento de populações resistentes em algumas culturas. Para manter a eficácia e longevidade do Triller® EC como uma ferramenta útil de manejo de pragas agrícolas, é necessário seguir as seguintes estratégias que podem prevenir, retardar ou reverter a evolução da resistência:

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Adotar as práticas de manejo a inseticidas, tais como: • Rotacionar produtos com mecanismo de ação distinto do Grupo 3A. Sempre rotacionar com produtos de mecanismo de ação efetivos para a praga alvo. • Usar Triller® EC ou outro produto dos mesmos grupos químicos somente dentro de um “intervalo de aplicação” (janelas) de cerca de 30 dias. • Aplicações sucessivas de Triller® EC podem ser feitas desde que o período residual total do “intervalo de aplicações” não exceda o período de uma geração da praga-alvo. • Seguir as recomendações de bula quanto ao número máximo de aplicações permitidas. • Respeitar o intervalo de aplicação para a reutilização do Triller® EC ou outros produtos do Grupo 3A, quando for necessário; • Sempre que possível, realizar as aplicações direcionadas às fases mais suscetíveis das pragas a serem controladas; • Adotar outras táticas de controle, previstas no Manejo Integrado de Pragas (MIP) como luta física, especialmente o frio. • Utilizar as recomendações e da modalidade de aplicação de acordo com a bula do produto; • Sempre consultar um Engenheiro Agrônomo para o direcionamento das principais estratégias regionais para o manejo de resistência e para a orientação técnica na aplicação de inseticidas; • Informações sobre possíveis casos de resistência em insetos e ácaros devem ser encaminhados para o IRAC-BR (www.irac-br.org.br), ou para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (www.agricultura.gov.br). www.graosbrasil.com.br


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TECNOLOGIA

BELAGRÍCOLA DESPONTA COMO PROVEDORA DE SOLUÇÕES PARA O AGROBUSINESS Com foco em inovação e parceria, oferece soluções completas para o produtor rural, do desenvolvimento da semente até a comercialização da safra, em que se destaca tecnologia avançada de limpeza e armazenagem de grãos.

Fundada em 1985 por João Colofatti, no pequeno município de Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná, em 35 anos a Belagrícola vem fazendo jus ao nome da cidade em que nasceu: evoluiu de uma revenda de produtos agrícolas para se tornar um dos dez maiores distribuidores de insumos e comercializadores de soja, milho e trigo do Brasil. Atualmente, além do Paraná está presente também em São Paulo e Santa Catarina, com filiais que atendem mais de 200 municípios. Da semente à comercialização da colheita, a empresa é uma das maiores provedoras nacionais de soluções para o produtor rural. Com um amplo portfólio de produtos e serviços baseado em tecnologia de vanguarda, oferece insumos e assessoria técnica utilizando plataformas integradas de negócios e serviços, que incluem preparo de solo e plantio, monitoramento da lavoura, fornecimento e aplicação de insumos de alta tecnologia, colheita, armazenagem e comercialização de safra. Claiton José Silveira de Souza, gerente executivo Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020

de infraestrutura e operações da empresa, explica que a limpeza e armazenagem de grãos é um dos fatores de sucesso da operação da Belagrícola porque, com a intensificação da cultura de inverno do milho safrinha nos últimos anos, alterou-se o comportamento da soja na safra de verão, começando a vir excesso de impureza também na colheita, já que todo o ciclo do cultivo ao longo do ano ficou mais curto no geral. “O excesso de impurezas prejudica o rendimento e a eficiência de limpeza, o que além de perdas, provocava risco de incêndio nos secadores e aumento do custo com energia e mão de obra. Por isso, investir na manutenção da qualidade dos grãos com um sistema avançado de limpeza e armazenagem passou a ser um diferencial fundamental”, destaca. A principal missão da armazenagem é manter a identidade do grão, preservando sua qualidade pelo teor de umidade, temperatura e limpeza. E no Brasil a ênfase até alguns anos atrás era dar foco somente na biotecnologia de produção, sem muita


TECNOLOGIA atenção à armazenagem. “Ajudamos a mudar essa mentalidade e hoje estamos conquistando excelentes resultados em termos de originação, mantendo a integridade do grão até chegar na ponta”, orgulha-se Claiton. “Podemos dizer que se considerarmos todos os processos de organização do fluxo, com mudança de cultura, treinamento das equipes de trabalho e qualificação crescente dos produtores, somos reconhecidos pela marca da inovação em todo o ambiente produtivo, desde o atendimento ao produtor até a exportação do grão”, afirma Rebeca Lins, diretora administrativa. “Por isso estamos também cada vez mais interessados em buscar parceiros mais fortes, que assegurem um resultado em longo prazo”. Soluções Bühler A opção pela tecnologia Bühler, segundo Claiton, ocorreu porque “começamos a analisar a relação custo-benefício e chegamos à conclusão de que o resultado em médio e longo prazo é seguramente melhor”. As primeiras duas máquinas TAS – de limpeza por peneiramento e aspiração – foram adquiridas em 2016 e hoje a Belagrícola já conta com um total de 20 unidades, abrangendo os modelos 204 e 206 com capacidade de 180 e 270 toneladas/hora, respectivamente. Isso corresponde hoje a mais de 50% do parque industrial para lim-

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peza e armazenagem de grãos da empresa. “Pretendemos adquirir mais máquinas gradativamente”, informa o gerente, como forma de continuidade do planejamento estratégico de investimento em melhoria de maquinário. “Quando fizemos o teste de rendimento e eficiência, alcançamos uma redução de custo da ordem de 25% somente entre mão de obra e energia, além da redução de danos causados nas paredes dos silos, pois o produto armazenado com excesso de impureza levava à condensação da umidade e consequente oxidação das paredes internas. Com isso economizamos cerca de 40% do custo de manutenção e ainda a perda de água e matéria seca se estabilizou em torno de 1%”, avalia Claiton. TAS – Qualidade de limpeza final do produto, fácil operação e baixa manutenção Com tecnologia alemã fabricada no Brasil desde 2010, as máquinas de limpeza universal da linha TAS são as mais compactas e eficientes do mercado, podendo alcançar menos de 1% de impurezas. Sua grande durabilidade e baixo custo de manutenção deve-se a molduras de aço robustas e graças ao sistema de limpeza com esferas de borracha e peneiras perfuradas a laser. A confiabilidade no processo é garantida por equipamentos de segurança, como o monitor de oscilação da caixa de peneiras, que assegura proteção contra falhas do

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TECNOLOGIA tem uma defasagem em sistemas de armazenagem, pois armazena em torno de 75% da produção nacional. Há muito espaço para avançar”. Para o presidente da Bühler na América do Sul, Damien Chapelier, trata-se de um inspirador caso de sucesso. A história de êxito da Belagrícola tem a ver com o DNA da empresa, com gestão sempre baseada na inovação, paixão e parceria. E na área de comercialização de grãos não poderia ser diferente. “No mercado altamente competitivo do agronegócio, a alta performance e tecnologia na pré-limpeza de grãos é fundamental para buscar uma diferenciação real do produto final. Como uma empresa high-tech sempre alinhada com as práticas mais modernas de produtos e serviços, enxergamos a Belagrícola como forte parceira, que está contribuindo de forma decisiva para elevar o padrão de qualidade das commodities brasileiras”. Belagrícola em números

sistema. O custo da base civil para instalação é reduzido, já que o peso e a área útil do equipamento são menores do que outros similares. Sua estrutura totalmente blindada permite uma operação livre de pó, oferecendo um ambiente de produção limpo e seguro. Segundo Artur Lima, gerente de vendas da Bühler para a área de armazenagem de grãos, a Belagrícola é um cliente que dá orgulho, pois consolidada como um grande player nacional, tem expertise e vigor para aproveitar novas oportunidades mercadológicas. E assim o interesse na parceria de fornecimento de maquinário Bühler se amplia. “Conseguimos desenvolver um trabalho a quatro mãos, numa verdadeira aliança estratégica, em que nossos equipamentos são testados de acordo com a necessidade do cliente e assim vamos crescendo juntos. O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de grãos do mundo, ainda

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• R$ 6 bilhões de faturamento anual nos dois segmentos de atuação: insumos e grãos • 1.250 funcionários • 30.000 produtores rurais parceiros aproximadamente • 50 filiais • 37 unidades de recepção de grãos, padronização, segregação e armazenagem • 1,5 milhão de toneladas de soja, milho e trigo em capacidade de estocagem • 9º lugar entre as empresas do setor agropecuário e 197º lugar entre as 1.000 maiores empresas do Brasil, segundo ranking Valor Econômico • 50º lugar entre as 400 maiores empresas do agro e 215º lugar entre as 1.000 maiores empresas do Brasil, segundo o ranking Exame Maiores e Melhores • Certificada pelos guias Great Place to Work e Valor Carreira como uma das melhores empresas para se trabalhar do Brasil • Desde 2017 seu desempenho começou a chamar atenção internacional e acabou atraindo aporte financeiro do grupo chinês Dakang Farming, que investiu na compra de mais de 50% do capital da Belagrícola.


INFORME EMPRESARIAL

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KWS SEMENTES ESCOLHE A TOMRA FOOD NA HORA DE AUTOMATIZAR AS LINHAS DE PRODUÇÃO

Localizada em Patos de Minas, Minas Gerais, a empresa KWS Sementes continua o forte investimento em unidades de beneficiamento de sementes e, na hora de aumentar a qualidade do produto, não hesitou e escolheu a TOMRA Food para automatizar as linhas de produção. Com o DNA na produção de sementes, a empresa tem inovado constantemente e, no ano passado, inaugurou uma extensão da atual planta, que foi a primeira com um modelo horizontal no processo de classificação. De origem alemã e a quarta maior empresa de sementes do mundo, a KWS Brasil tem como principal foco no mercado a semente de milho, no entanto atua também nas culturas de soja e sorgo. A empresa estabeleceu-se no Brasil em 2012, em Minas Gerais, e tem consolidado a posição no mercado de produção de sementes, onde se apresenta com um diferencial em melhoramento genético que permite cobrir todos os principais ambientes do Brasil e através do amplo banco genético consegue um portfólio completo para atender todas as regiões do país. O Brasil se tornou, em 2019, o maior exportador

de milho do mundo, superando inclusive os Estados Unidos, com embarques de 44,9 milhões de toneladas, um crescimento de 88% em relação ao ano anterior. É uma das culturas mais importantes do país e, com esse aumento exponencial das exportações, a qualidade do produto vem se tornando cada vez mais importante, o que faz com que as plantas locais procurem novas tecnologias para se manterem em linha com as exigências dos mercados internacionais. Neste momento, a KWS tem uma produção de 2 milhões de sacos de sementes de milho, sorgo e soja por ano no Brasil. A nova planta inaugurada em 2019 conta com equipamentos de última geração em modelo horizontal de processamento de sementes, o que reduz significativamente o dano mecânico destas durante o processo de classificação. Para garantir e atestar uma maior qualidade na classificação das sementes de milho, a organização escolheu a TOMRA Food para liderar o processo. Para Edson Rosa, Gerente de Produção da KWS, não existem quaisquer dúvidas: “Os equipamentos TOMRA foram instalados em uma unidade nova, www.graosbrasil.com.br


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INFORME EMPRESARIAL

Sr. Edson Rosa | GerenteProducao - kWS que não possuía outro equipamento, otimizando e automatizando nossos processos. A escolha pela empresa faz parte de um processo de melhoria contínua das nossas máquinas e apresenta boa performance, auxiliando na qualidade de nossos materiais de milho, reduzindo perdas e auxiliando no aumento de produção”. ZEA: um aumento comprovado de qualidade Depois de uma análise cuidadosa aos processos atuais da KWS, os engenheiros da TOMRA concluíram que a ZEA seria o equipamento ideal para aumentar a qualidade no processo de classificação de sementes de milho. A ZEA é posicionada após o despalhador, onde as espigas são espalhadas, alinhadas e transportadas pelo sistema vibratório integrado até a esteira de aceleração que alimenta o classificador. A esteira de aceleração lança as espigas para a área de escaneamento, onde os sensores classificam as espigas por inteiro. Em poucos milissegundos, um sinal é enviado ao sistema de posicionamento das pás seletoras, centralizadas sobre a calha de saída, onde as mesmas orientam os produtos para diferentes esteiras, permitindo que as espigas sem palhas e em boas condições sigam na linha de produção e as espigas ainda com palha retornem para o despalhador ou a qualquer outro processo definido pelo cliente. A máquina ZEA ainda possiblita que materiais estranhos, imperfeições e refugos sejam ejetados para uma terceira esteira, dependendo da configuração da máquina para projetos específicos. João Medeiros, Gerente Comercial da TOMRA Food Brasil, que acompanhou todo o processo ajuda a explicar a decisão: “é a ferramenta ideal em termos de eficiência, qualidade e redução de custos para processadores cuja capacidade de separação de espigas com palha e imperfeições sejam fundamentais. É uma máquina com excelente relação custo-benefício e feita para durar, que é sempre o que os clientes procuram”. Com um aumento comprovado de qualidade, Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020

na ótica de Edson Rosa, a escolha pela ZEA garantiu “a redução de perdas durante o processo, o que garante maior quantidade e qualidade do produto”. O Gerente de Produção da KWS vai um pouco mais longe e explica o processo: “Temos uma planta para beneficiamento de nossos materiais. A máquina da TOMRA está instalada em nosso recebimento de milho em espigas. Dessa forma, o material é recebido em espigas com palhas, que após a despalha passam por uma ‘ear sorter’ para separação de espigas não despalhadas e eventual retorno às despalhadeiras para repetir o processo”. Para Edson Rosa a opção pela TOMRA Food tornou-se bastante proveitosa. Sem esconder a satisfação, o responsável explica: “possuímos hoje um rendimento maior, quando comparado ao nosso processo antigo, reduzindo desgastes físicos e melhorando qualidade de vida de nossos colaboradores, que são a nossa principal prioridade. O equipamento ZEA possui ótima qualidade, integrando-se à nossa planta de uma forma muito natural, no combate às perdas de processo, trazendo maior qualidade do produto. A automatização é o caminho que buscamos para aliar-se ao nosso padrão de qualidade e a TOMRA devido ao seu histórico tornou-se uma escolha natural para liderar esse processo”. Por seu lado, João Medeiros reforça que a máquina ZEA “por apresentar sensores ópticos de cor e infravermelho próximo (NIR), instalados na parte superior e inferior do equipamento, permite uma visualização desimpedida por todos os lados do produto, onde a superfície de cada item é fa-


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cilmente digitalizada e analisada, gerando uma classificação de alta qualidade como se verificou na KWS Brasil”. Estes detalhes técnicos vêm permitindo à empresa alcançar bons resultados e “é sempre isso que procuramos fazer, acrescentar valor em vários momentos”, concluiu. Manutenção e serviço únicos no mercado Na hora de avaliar todo o processo, João Medeiros não tem dúvidas. “A satisfação do cliente será sempre a nossa prioridade e confiamos na nossa tecnologia e equipamentos para fazer a diferença no mercado brasileiro”. O Gerente Comercial da TOMRA Food Brasil explica que não há uma “receita genérica”, existe sim um acompanhamento personalizado durante todo o processo, de forma “a conhecer numa primeira instância as necessidades do cliente e desenhar depois a melhor solução dentro da vasta tecnologia e equipamentos que a TOMRA possui”. No caso da KWS em concreto, João Medeiros reforça “que a ZEA foi a decisão mais acertada e os resultados estão à vista, nosso objetivo é sempre crescer com o cliente”. Para isso, torna-se importante o serviço pós-venda e a manutenção da TOMRA que são únicos no mercado e que faz a diferença nos nossos clientes. Edson Rosa corrobora esta ideia e refere: “temos realizado manutenções preventivas entressafras nos equipamentos para que os impactos na produção sejam minimizados. A TOMRA nos disponibilizou colaboradores próximos à nossa planta, o que garante um atendimento mais rápido e seguro caso aconteça algum imprevisto durante o processo”.

Inauguração Segunda Torre - KWS

Sobre a TOMRA Food A TOMRA Food projeta e fabrica máquinas de classificação baseadas em sensores e soluções pós-colheita integradas para a indústria alimentícia, utilizando a mais avançada tecnologia de classificação, descascamento e análise do mundo. Mais de 8.000 unidades estão instaladas em produtores de alimentos, empacotadores e processadores ao redor do mundo, nos segmentos de frutas, nozes, vegetais, produtos de batata, grãos e sementes, frutas secas, carne e frutos do mar. A missão da empresa é permitir que seus clientes melhorem os retornos financeiros, obtenham eficiências operacionais e garantam o fornecimento seguro de alimentos por meio de tecnologias inteligentes. Para isso, a TOMRA Food opera centros de excelência, escritórios regionais e locais de fabricação nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Ásia, África e Australásia. A TOMRA Food é membro do Grupo TOMRA, fundado em 1972, que começou com o projeto, fabricação e venda de máquinas de venda reversa (RVMs) para coleta automatizada de embalagens de bebidas usadas. Hoje, a TOMRA fornece soluções lideradas por tecnologias que permitem a economia circular com sistemas avançados de coleta e classificação que otimizam a recuperação de recursos e minimizam o desperdício nas indústrias de alimentos, reciclagem e mineração. A TOMRA tem cerca de 100.000 instalações em mais de 80 mercados em todo o mundo, com uma receita total de aproximadamente 9.3 bilhões de NOK em 2019. O Grupo emprega em torno de 4.500 pessoas globalmente e é listado publicamente na Bolsa de Valores de Oslo (OSE: TOM). Para mais informações sobre a TOMRA, acesse: www.tomra.com. www.graosbrasil.com.br


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MICOTOXINAS

GRÃOS E RAÇÕES CONTAMINADOS POR MICOTOXINAS

A contaminação pelas micotoxinas é um problema de grande importância econômica para a indústria de alimentos humano e animal em todo o mundo.

Flavio A. Lazzari, PhD Eng. Agrônomo/Fitopatologista flaviolazzari@gmail.com

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Os fungos produtores de micotoxinas (espécies pertencentes aos gêneros do Aspergillus, Penicillium e Fusarium) estão sempre presentes no meio ambiente, no momento da colheita, nas estruturas de manuseio de grãos, impurezas de grãos e rações. Além de causarem redução no rendimento e na qualidade dos grãos em geral ainda no campo, também podem comprometer a saúde das pessoas e dos animais a elas expostas desde a colheita até o consumo. O produto contaminado (grãos, ingredientes para rações, a própria ração), pode conter uma mistura de diferentes micotoxinas (Aflatoxinas, Fumonisinas, Ocratoxina, Zearalenona, Vomitoxina e Toxina T-2) cada uma delas com características químicas e físicas diferentes tais como estabilidade ao calor, solubilidade em solventes e afinidade para absorção. Uma vez que um lote de grãos, ingredientes para rações e a própria ração estejam contaminados não existe muito que se possa fazer. A destruição das micotoxinas encontra barreiras técnicas e operacionais.


MICOTOXINAS Embora a prevenção seja a primeira medida a ser tomada, as condições ambientais de umidade e temperatura tornam a contaminação inevitável. A procura por variedades mais resistentes tem aumentado e também o uso de medidas físicas, químicas ou biológicas que possam reduzir a concentração de forma econômica. Quando o nível de Aflatoxinas for muito elevado, porém, não se recomenda a diluição pelo risco que a mesma apresenta. Alguns poucos grãos de milho com altas concentrações de Aflatoxinas são difíceis de serem detectados. Por exemplo, bastam 13 - 18 grãos de milho contaminados com Aflatoxinas B1 para elevar a contaminação a um nível superior a 20 ppb, em uma porção de 60 quilos. Um só grão de amendoim contaminado com 1 ppm de Aflatoxina B1 é suficiente para contaminar 45 kg de creme de amendoim com uma concentração superior a 25 ppb. Não temos nenhum método que seja igualmente efetivo na descontaminação ou remoção das principais micotoxinas. O uso de máquinas com ar e peneiras, reparação por densidade, diluição da porção contaminada, torração, extrusão, tratamentos químicos e o uso de agentes sequestrantes têm sido utilizados,

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mas com resultados inconsistentes. Existe necessidade de um ou de vários métodos de descontaminação de produtos contaminados por micotoxinas que seja confiável, com custo competitivo para que seja comercialmente aplicável. Mas, enquanto esses métodos para lidar com grandes volumes de grãos não estão ainda disponíveis, precisamos de alguma forma reduzir nossa vulnerabilidade. Técnicas para Descontaminação de Grãos. Abordaremos, rapidamente, algumas técnicas que podem ser usadas na remoção de grãos inteiros danificados por fungos, pedaços de grãos, fragmentos, impurezas e pó grãos. - Separação Física e Moagem A separação por máquinas de ar e peneiras (pré-limpeza), densimétrica é primeiro passo para remover da massa de grãos a porção supostamente contaminada com micotoxinas. Analises precisam acompanhar esse processo da porção A separação manual é usada na separação de castanhas de diversos tipos e amendoim. Cuidado com castanhas diversas e amendoim descolori-

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MICOTOXINAS

dos, enrugados, chochos, quebrados, descascados, mofados (ardidos), mesmo que levemente, pois, os mesmos podem estar altamente contaminados. É melhor rejeitá-los do que correr o risco de uma intoxicação. Na moagem a seco do milho, o germe é separado do resto do grão. O germe normalmente apresenta altos níveis de Aflatoxina B1, pois, o Aspergillus tem preferência a infectar primeiro o germe. Grits usualmente apresentam baixos teores de AFB1 porque o amido não é tão bom substrato para o crescimento de fungos como é o germe. Em geral grits, farinha e ração de milho com baixo teor de óleo apresentam de 7,0 - 10,0% da AFB1 presente no resto do produto. O germe do milho contaminado com AFB1 pode ser utilizado para a extração de óleo, pois o processo de refino neutraliza a toxina não deixando resíduo no óleo. Grits, fubá, farinhas e canjicas, oriundos de lotes de milho contaminados, devem ser analisados antes de ser utilizados para qualquer fim. - Extrusão e Calor Não mostrou eficiência na redução dos níveis de micotoxinas conforme esperado. As moléculas das micotoxinas presentes na massa estrudada com aditivos químicos (amônia), pressão e calor, apresentam alguma redução nos níveis de toxinas. Mas, deram origem a outras substancias igualmente toxicas aos animais domésticas. A redução dos níveis de micotoxinas via extrusão é uma técnica que continua sendo trabalhada. Torradores comerciais reduzem os níveis de Aflatoxinas em milho de 40,0 - 80,0%. Pré-tratamento com amônia seguida de torração é mais eficaz. Extrusão tem sido experimentalmente usada em amendoim e sementes de algodão com bons resultados. - Radiação e Tratamento Químico Muito cara no momento e afeta o valor nutritivo da ração. Existe alguma resistência por parte da população em consumir produto irradiado ou ionizado. Para o futuro esta técnica de descontaminação apresenta grandes possibilidades não só para o tratamento de produtos e sub-produtos agrícolas mas para a esterilização de carnes e leite e de seus derivados.

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A molécula das Aflatoxinas é mais susceptível ao ataque químico do que outros meios de ataque. Vários produtos químicos têm sido usados: ozônio, peróxido de hidrogênio, hipoclorito de sódio, formaldeído, hidróxido de cálcio e amônia. O uso de amônia líquida ou de gás, com ou sem pressão tem recebido a maior atenção para a detoxificação de sementes de algodão, farelo de amendoim e milho. - Desativação Biológica Certos fungos, bactérias e levedos possuem a habilidade de consumir ou reduzir AFB1. Apresenta problemas operacionais para uso em larga escala. Tem funcionado bem em nível de laboratório. - Sequestrantes Alumino-Silicatos de Sódio e Cálcio Hidratados (HSCAS) são materiais quimicamente complexos, exibindo uma variedade de propriedades funcionais. Estes materiais possuem grande área de contato superficial, alta porosidade e atividade bem variada de trocas catiônicas. Possuem ainda pontos ativos que podem interagir e imobilizar certas moléculas através de forças eletrostáticas ou através da formação de fortes ligações covalentes. Os alumino-silicatos estão sendo usados como aditivos em rações suspeitas de estarem contaminadas com Aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. Os HSCAS são adicionados à ração em concentrações varian-


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do de 0,1% a 0,5% por tonelada métrica de produto. O mecanismo de ação dos HSCAS parece envolver o sequestro das Aflatoxinas no trato intestinal do animal. A forte absorção química e a alta seletividade dos HSCAS pelas Aflatoxinas ocasiona uma redução da disponibilidade e toxicidade das mesmas. O uso de absorventes químicos, tais como os HSCAS, bentonita, carvão ativado e outros para imobilizar as Aflatoxinas têm demonstrado resultados promissores em aves (frangos, perus), ovinos, suínos e bovinos. Estudos estão sendo realizados para definir mais claramente a especificidade e os mecanismos de ação destes produtos a fim de construir absorventes químicos que sejam mais seletivos a certas toxinas ou grupos de toxinas. Os sequestrantes de micotoxinas oferecem uma alternativa de tratar grandes volumes de rações diversas. Mas, tem custo alto, e podem sequestrar, vitaminas, aminoácidos e são de difícil homogeneização nas rações. Até o momento, todos os métodos acima têm funcionado parcialmente, e com pequenos volumes de grãos, i. é., nenhum deles tem-se mostrado economicamente viável em grandes volumes.

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gas. • A melhor alternativa é prevenir através de melhorar o sistema de compra de grãos, principalmente milho. • Conhecer mais sobre a estrutura, as condições de recebimento, secagem e as práticas de armazenamento do milho do fornecedor. Também dos protocolos de controle de insetos (fumigações, aplicações de inseticidas líquidos, dosagens, etc.). Muito dos efeitos que se atribuem as micotoxinas podem ser causados por resíduos de inseticidas, ou uma combinação de ambos. • Remover, antes do embarque, a porção de maior risco da presença de micotoxinas e de resíduos de inseticidas, que são as impurezas. Ver matéria na Revista Grãos Brasil número 100. • Segregar no recebimento conforme a qualidade do grão. • Diluir, na origem, ainda é a melhor pratica em termos de custo/benefício. • Na suspeita de que a ração esteja causando sintomas de micotoxicose em animas domésticos, suspender o fornecimento e, fazer análise para orientar o processo de tomada de decisão. • Qualquer aditivo (sequestrante, probiotico, antifúngico, etc.) que se adicione as rações, com o objetivo de reduzir os impactos da micotoxinas em animais domésticos representa custo extra. Também, existe uma grande dificuldade técnica cientifica em se avaliar, medir, comprovar os efeitos benéficos da adição desses produtos.

Conclusões • Qualidade se controla na origem, antes dos embarques, e não em cima da balança ou da moega no momento do recebimento de carwww.graosbrasil.com.br


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NORMAS PARA AS UNIDADES DE ARMAZENAMENTO E/OU BENEFICIAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

Valdecir A. Dalpasquale, Ph.D. Eficiência Energética Engenharia Ltda dalpasquale@secarmazena.com.br +55 44 99131-2131 www.secarmazena.com.br

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Desde a colheita, os produtos agrícolas dependem de diferentes atividades de transporte. A maioria deles passa da máquina colhedora para o caminhão, ou uma carreta acionada por trator. Ao chegar no local de armazenagem, esses produtos são descarregados por gravidade em uma moega, ou alimentam uma rosca-sem-fim que os transportará para máquinas de limpeza, com a função de remover pelo menos a maioria dos elementos estranhos e eles. Daí, parte significativa desses produtos é conduzida para máquinas de secagem, carregadas por elevadores de canecas, algumas vezes em conjunto como correias-sem-fim. Nesses casos, os produtos agrícolas passam pelos sistemas de secagem por gravidade e são deles removidos por roscas-sem-fim, para outros elevadores de canecas, que descarregam diretamente em sistemas de armazenagem, mas, na maioria das vezes, passam dos elevadores de canecas para correias-sem-fim, que transportam esses produtos secos para armazéns graneleiros, ou para silos. Na expedição de armazéns graneleiros, os produtos agrícolas descem por gravidade para correias-sem-fim, que levam esse


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material ao pé de elevadores de canecas, que irão os cooperados. Entretanto, há uma boa propriedadespejar diretamente em caminhões, por gravida- de agrícola no Paraná que dispõe de um sistema de, ou em silos de expedição, que, por sua vez, irão de secagem e armazenagem para em torno de carregar caminhões por gravidade e, muitas vezes, 75.000 sacos e que pretende aumentar isso. Ela vagões ferroviários. aparece na figura 1 Se o material foi estocado em silos, a descarga Mas, não precisa ser desse tamanho para pengeralmente inicia com a alimentação de roscas- sar em se beneficiar desses sistemas na sua pro-sem-fim, por gravidade, e delas para correias-sem- priedade. A partir de 10.000 sacos de soja e outros -fim que, a partir desse ponto o material segue ca- 20.000 sacos de milho já é possível e viável dispor minho semelhante ao que acontece em armazéns dessas estruturas em sua propriedade. Vamos aqui granadeiros. Sistemas de armazenagem maiores discutir as estruturas para sistemas de secagem e que usam grandes silos podem ter um túnel abai- armazenagem na fazenda, pois eles podem e dexo deles, onde um sistema de correia-sem-fim, ou vem ser diferentes daqueles de unidades comerredler, levam o produto para o pé de um elevador cializadoras de soja, milho e trigo, principalmente. de canecas de alta capacidade e, daí, para a expe- Vamos usar o projeto de uma unidade para 40.000 dição. sacos de milho e 25.000 sacos de soja, em fase final Vale a pena ressaltar que é importante saber o de projeto, pois assim se pode usar os dados ecotipo de transportador a ser usado em cada caso; nômicos recém levantados. Um esquema dessa mas, mais importante ainda é saber como os usar, unidade é mostrado na figura 2. de forma a não interferir de maneira significativa Essa unidade é composta por quatro silos de na qualidade do produto sendo movimentado, as- 10,9m de diâmetro, sete anéis, perfazendo altura sim como esse deslocamento seja econômico. do pé-direito deles em torno de 6,5m, para se eviO uso de estruturas e equipamentos deve obe- tar necessidade de ventiladores de potência excesdecer normas de segurança, para preservar o bem- siva para fazer a secagem da soja com ar natural, -estar dos operadores. Isso existe desde o século passado, nos países desenvolvidos, mas só a partir de segunda década do século XXI é que o Corpo de Bombeiros brasileiro começou a editar normas para as estruturas de armazenagem de produtos agrícolas. Até então, grandes armazéns granadeiros foram construídos com algumas deficiências de segurança. Quem nunca ouviu dizer sobre bombas para retirar a água do pé de elevadores de canecas? Ou perguntar como al- Figura 1: Sistema econômico de secagem/armazenagem para soja e milho, no Noroeste do Paraná. guém desce até “lá em baixo”, ao examinar a instalação de unidades de armazenagem de grãos maiores? Algumas cooperativas agrícolas viram nisso uma forma de valorizar o serviço pós-colheita prestado por elas. Se algumas poucas propriedades agrícolas maiores dispunham de sistemas de secagem e armazenagem nelas, a forma divulgada por essas normas não teve obedecido diversos critérios de engenharia agrícola, o que dificultou ainda mais a popularização dessas estruturas nas fazendas. E isso agradou as cooperativas agrícolas, porque a armazenagem desses produtos continuou sendo Figura 2: Sistema de secagem e armazenagem na fazenda (CASP, SP). sua principal atividade perante Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020


DESENHO assim como completar a secagem do milho dessa mesma forma, uma vez que o milho será colhido com umidade em torno de 30%, secado em altas temperaturas até ao redor de 18% - 20% de umidade e daí até 14%, somente com ar ambiente. Não conhece essa forma econômica de secagem? Procure um bom engenheiro agrícola. A figura 2 foi a proposta de uma das empresas participantes. Foram quatro delas, ao todo, todas reconhecidas no mercado brasileiro. Os comentários feitos para o conteúdo dessa figura valem para todas elas. Assim, o nível do solo está na base dos silos. As estruturas que parecem sustentar os silos são, na verdade, um túnel embaixo de cada silo, todos eles normatizados pelo Corpo de Bombeiros. Sobre esses túneis e para cada silo é construída estrutura de alvenaria para toda a área do silo, chamada popularmente de “bolachão”, onde canaletas são deixadas para a passagem de ar. Essa forma de montagem dos silos torna-os excessivamente caros para a maioria dos sistemas a serem implantados em fazendas. Na figura 3 aparece imagem de um túnel e da base onde é montado um silo. Repare que em cada túnel há ainda um transportador, comumente uma correia-sem-fim, o que encarece ainda mais esse tipo de sistema de descarga de silos. Quanto ao bolachão, os dutos retangulares, transversais àquele de entrada do ar, favorecem

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Figura 3: Túnel e base de silo totalmente de alvenaria (AGROBASE, PR).

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a perda de carga dos ventiladores, o que significa que parte considerável da potência dos motores deixa de ser usada para movimentar ar. Em outras palavras, usa-se mais potência para movimentar a mesma quantidade de ar, porque boa parte dela é gasta no forma de pressão estática criada pelo dimensionamento incorreto dos dutos de ar. Buscou-se opção mais econômica para a base dos silos. Depois de algumas discussões com algumas empresas do ramo, chegou-se à opção apresentada na figura 4. De início, houve receio de saber se não se estaria fugindo das normas para as estruturas de silos, mas logo se concluiu que um sistema de descarga por entre os suportes metálicos do fundo falso dos silos e dentro de uma canaleta de concreto permite a descarga deles sem maiores dificuldades. Esse sistema de descarga é travado na parte externa do silo e pode ser facilmente removido para eventual manutenção. A descarga é feita inicialmente pelo centro do silo. Quando o cone invertido da massa armazenada não consegue mais abastecer o sistema de descarga, abre-se a segunda das três janelas existentes sobre o transportador, para que ele possa ser abastecido somente por gravidade. Quando isso não pode mais ser feito pela terceira janela, inicia-se o uso da rosca varredoura. A empresa que ofereceu as estruturas da figura 4 apresentou custos em torno de 30% mais vantajosos que aqueles da figura 3. De volta à figura 2, a estrutura indicada à esquerda parecendo algo que suspende a moega de recepção, na verdade é onde está instalado o elevador. Isso é mostrado na figura 5. Suas dimensões, apesar de não serem aqui mencionadas, estão proporcionalmente corretas de acordo com as normas. Nelas serão instaladas as escadas, também com seus devidos tamanhos, tudo de acordo com as normas do Corpo de Bombeiros. Um sistema de secagem e armazenagem na fazenda exige investimentos mais significativos que outrora, quando se pensava somente em manter o sistema funcionando. Bastava que houvesse um responsável com experiência na construção civil. Atualmente, além de alguém com essas características é necessário conhecimentos básicos de engenharia agrícola e treinamento junto ao Corpo de Bombeiros, para se decidir o técnico-econômico recomendável. Lamentavelmente, critérios de engenharia agrícola não foram totalmente obedeci-

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dos na elaboração das Normas para as Unidades de Armazenagem e/ou Beneficiamento de Produtos Agrícolas, mostradas na NPT 027. A grandeza do setor cooperativo agrícola brasileiro poderia ser maior com o reconhecimento de que os grandes produtores armazenariam a maioria da sua produção nas suas propriedades, mas se beneficiariam da comercialização de lotes ainda maiores que os cooperativas podem fazer. O tempo irá mostrar isso!

Figura 4: Base econômica para os silos (PAGÉ, SC).

Figura 5: Estrutura para a instalação do elevador de canecas.


NOTA EMPRESARIAL

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PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO DE TRILHAGEM DE VAGENS VERDES DE SOJA A existência de vagens verdes oriundas da colheita já é uma realidade pertinente em nossas unidades de recepção de grãos, quer seja em cooperativas, cerealistas e unidades agrícolas próprias e representa uma realidade que veio para ser perene.

Diante disso tem-se evoluído muito nos últimos anos nos métodos de operação de trilhagem tendo como referência os seguintes parâmetros: 1. Logística existente 2. Destinação dos produtos retirados do processo Isto posto, vale a pena ressaltar que a logística é fator primordial para uma análise de viabilidade de investimento na implantação de uma estrutura de trilhagem de vagens verdes de soja. 1. Logística: A princípio, o uso de sistema de trilhagem automatizado ou seja uma trilhadeira instalada “em linha” com uma ou mais máquinas de pré-limpeza, possibilita uma operação com uso mínimo de mão-de-obra representando retorno significativo do investimento feito, mas isso ainda requer atenção redobrada quanto ao fluxo visto que, em fun-

ção das cargas de produtos recebidos, percentuais de vagens distintos, umidades distintas, tipos de vagens diferentes, ocorre uma variação enorme no fluxo de vagens na linha, isso pode ocasionar dificuldades no processamento de debulha, portanto é necessário especial atenção quanto ao fluxo criando-se, se possível, até fluxos alternativos em casos extremos de um aumento repentino e substancial do fluxo. Isso é de suma importância nos processos de trilhagem de vagens verdes de soja porque pode impactar significativamente na vida útil dos elementos de trilhagem. Quanto a logística, um outro sistema comumente usado é o uso das denominadas “centrais de trilhagem” ou seja, se “embegam” as vagens verdes na saída das maquinas de pré-limpeza, isso poderá ser em várias maquinas de várias moegas na mesma unidade ou até de maquinas de várias www.graosbrasil.com.br


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NOTA EMPRESARIAL

unidades de recepção em outros endereços próximos e as transporta em bags até um local especialmente separado onde se faz a trilhagem das vagens verdes, a alimentação da trilhadeira poderá ser feita por elevador especifico, rosca tubular ou redler. Esse processo requer especial atenção quanto ao tempo de processo ou seja o que recomendamos é que a trilhagem seja feita no mesmo dia em que se recebeu a vagem, estudos que foram feitos verificou-se especial deterioração do grão de soja dentro das vagens verdes em especial nas primeiras 72 horas após o recebimento tendo perda e qualidade do grão proporcional ao tempo que se leva para processa-la. Geralmente após a trilhagem os produtos, oriundos da trilhagem (soja/ palha) são “embegados” e destinados ao processo de secagem (soja) e venda para rações (palha). 2. Destinação dos produtos retirados do processo: Como falamos, outro fator determinante para a viabilidade do processo é a destinação dos produ-

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tos ou subprodutos derivados do processo de trilhagem, ou seja, a soja verde retirada e o que denominamos “palha” ou a vagem verde aberta. A soja verde trilhada poderá ser reaproveitada normalmente no processo de secagem, apenas existe a necessidade de especial atenção quando a secagem desses grãos e a palha poderá ser destinada a fabricação de rações visto que já se constatou que essa palha (vagem verde aberta) possui auto teor nutritivo. A palha poderá ser utilizada para fabricação de mix para ração de gado, usada como adubo. Apenas em função da finalidade pode-se pensar em seca-la pós trilhagem. Como podemos observar, a presença das vagens verdes na colheita já é uma realidade e seu processamento representa aumento no faturamento das unidades de recebimento visto que hoje, mais do que nunca, se procura eficiência e rentabilidade. Por isso desenvolvemos um processo de trilhagem que possibilita a abertura eficiente da vagem sem qualquer dano mecânico ao grão de soja, isso possibilita o reaproveitamento da soja verde retirada da vagem mantendo-a integra.

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FUMIGAÇÃO

CÂMARAS DE GÁS EFICAZES E SEGURAS

Guadalupe Galo Diretor Técnico da EXTUNISA El Salvador

guadalupe.galo@programalimentos.com

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Começamos enfatizando que trabalhar com Fosfeto de Alumínio é reservado para especialistas. O efeito negativo do manuseio inadequado desse gás pode ter altos custos econômicos e até letais. Trabalho com Fosfeto de Alumínio há 25 anos e no início, como muitas vezes acontece em todo o aprendizado, tive que repetir alguns tratamentos porque algo falhou. Hoje, compartilharei algumas recomendações para fazer câmaras de gás fora do silo; mas reitero que qualquer pessoa que use esse gás deve ter instrução e experiência porque, embora haja informação suficiente, é um método de fumigação que exige experiência. Além de outros aspectos que devem ser considerados em relação à condição do produto que entrará na fumigação, existem três que são essenciais porque afetam a eficácia e o manuseio seguro: 1- Dosagem, 2- Tempo de Exposição e 3- Hermeticidade. Para 1 e 2 a chave está no cálculo, mas para o 3, outros conhecimentos e conhecimentos do fumigador são necessários. Dose: É importante que a câmera seja exatamente o tamanho necessário de acordo com o volume a ser tratado, e use a dosagem correta. Não deve haver toldos remanescentes a menos que já estejam cortados, mas se assim for, as dobras devem ser protegidas, garantindo que estejam devidamente seladas. Se o produto for tratado incalculáveis, dentro de um quarto da fumigação medindo 22,5m3,mas o volume do produtoé de 10 m3, a


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FUMIGAÇÃO

dose terá que ser calculada combase nos 22,5m3 medidos pela sala de fumigação, uma vez que o objetivo é saturar todo o espaço de forma homogênea, com a mesma dose indicada para o produto. O importante neste momento é que todo o produto fumigrado atinja a dose indicada, sem o espaço vazio competindo. Claro, a câmara intoada pode ser feita dentro da sala de pulverização, e se não houver tal espaço pode ser feito em um local seguro de instalação. Mas o que significa lugar seguro? Vou te contar uma experiência muito ruim (devemos sempre manter as experiências boas e ruins, porque todas elas se somam para aumentar o conheci- Figura 1: Teste de estanqueidade aplicando fumaça. mento). Agora, depois de fumigate 22.000m3 simultaneamente, o que aconteceu grave, discutimos mais tarde. conosco na época parece mínimo, mas pode nos Tempo de exposição: custar o seguro mais caro do mercado, e provavelOs fabricantes de phosphide de alumínio recomente o fechamento da empresa. Sabemos a reação que os comprimidos de alu- mendam pelo menos 72 horas para que o tratamínio fosfeto fazem ao entrar em contato com a mento seja eficaz, mas há uma tabela que consiágua, que faz parte do aprendizado inicial; No en- dera outros aspectos para os tempos de definição. tanto, com essa experiência, também entende- Influencia as espécies-alvo; o nível de infestação; mos que a teoria funciona para aprender, mas não temperatura ambiente fora da câmara, e outros. é tudo, e essa experiência é indispensável. Sugiro Sugiro também prestar atenção especial ao mateque aqueles que se aventuram no manuseio de rial de embalagem do produto, pois há alguns de gás, sejam acompanhados por especialistas, pois é maior calibre e revestimento duplo que fazem resistência ao gás, apesar de sua excelente capacidaimportante "ver" o que não é visto a olho nu. Há 25 anos (agora temos 26 anos trabalhando de de transcendência. Além disso, para definir a hora, a liberação do com gás) fizemos uma pequena câmara, só tínhamos cerca de 120m3, e aplicamos 720 comprimidos. gás deve ser considerada como um sino gaussiano. A câmera foi construída em piso limpo e liso, e em No início, não afetará a praga porque haverá espaum lugar onde não ficou no caminho da empilha- ço com oxigênio sem gás suficiente; à medida que deira foi perfeito! Nós tentamos e estava devida- as horas passam, o gás satura o espaço, atinge seu mente selado, poderíamos recuar silenciosamente, maior ponto de eficácia e então começa a dimialém disso, era verão, não havia perigo de vazamen- nuir. Esse tempo inicial é apenas liberado e embotos. Estava marcado com fita adesiva e era fim de ra tenha a capacidade de afetar o inseto, pode não semana, os funcionários não trabalhavam, só que ser suficiente para matá-lo. Portanto, minha recochegaríamos no dia seguinte ao monitoramento mendação é não tomar como parte do tempo de contagem nas primeiras 2 horas. Se a câmera for normal que fazemos às câmaras de gás. Mas à noite algo aconteceu que não considera- mantida por 72 horas e gaseada às 16:00, o tempo mos. A aproximadamente 40 metros da câmera, mínimo para remoção do toldo deve ser às 18:00 havia banheiro e banheiros para funcionários; du- do terceiro dia, ou seja, 74 horas. Este é o critério rante a noite, a água chegou com tanta pressão particular da nossa empresa, tomada com base na que desbloqueou o tubo de abastecimento que experiência, mas não é obrigatório fazê-lo. leva água potável para o tanque do vaso sanitário. Hermeticidade: A água inundou o chão daquele setor e, em seguiTudo poderia ter sido feito muito bem, mas, se da, o porão, que para completar, não tinha caixas de drenagem. No setor onde ficava a câmara, a a estanqueidade falhar, a câmera não será eficaz. água subia cerca de 10 cm do chão até a stoba. O Para explorar a bondade do Alumínio Fosfeto, é resultado deste incidente, que não foi um acidente crucial que ele permaneça concentrado durante o Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020


FUMIGAÇÃO tempo de exposição. Vamos fazer um símile com exercícios dinâmicos de estresse. Você começa a pressionar seus músculos e você não vê nenhum movimento, mas depois de alguns minutos, seus músculos começam a tremer, e é aí que eles recebem a pressão para desenvolvê-los. É assim que o gás funciona, a liberação começa, e sobe para preencher o espaço cúbico, mas será até que seja completamente liberado que ele exercerá a maior pressão para penetrar com força todo o produto na câmara. Se houvesse fuga, essa pressão não seria alcançada. Assim, no EXTUNISA, testamos nossas câmaras aplicando fumaça antes de colocar o gás. A Fig. 1 mostra uma câmara de gás para treinamento, então fizemos com toldo transparente também, você pode notar como ele se enche de fumaça e então registrar a degradação dos comprimidos em diferentes momentos. Observei que algumas empresas usam toldos de lona plastificada e isso é bom porque evita que o gás escape, mas eles também são tão duros e pesados, que o manuseio é difícil, e quando são maiores do que o volume do produto a ser fumiga-

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do, as sobras complicam a vedação. Notei também que eles usam sacos ou rolos de areia nas bordas, substituindo as colas. Não discutirei esse método, mas não confio nele, não o usamos, e explicarei por quê. Além disso, pela regulamentação, como gás cuja letalidade é iminente, medidas de segurança devem ser reforçadas para evitar vazamento intencional ou não de gás (Proteção Vegetal ou Defesa Alimentar). Se o gás tiver a capacidade de transcender a embalagem, então ele também terá que passar pelos toldos plásticos, mas usar o calibre necessário evita vazamentos. O plásticos 600, preto ou transparente é suficientes para hermetizar adequadamente. Manusear o toldo plástico é fácil e as telas podem ser unidas com mais segurança. Os bastões entre tela e tela podem ser feitos com fita Tirro, desde que seja larga e de boa qualidade, mas deve ser dobrada deixando uma fita dentro e outra alguns centímetros fora da primeira pasta, de modo que, apesar do peso do toldo, a articulação não cede. Para grudar no chão, nossa recomendação é usar a fita adesiva prateada de melhor qualidade.


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A condição do solo pode fazer com que a fita não adere, e nesses casos o uso de silicone como adjuvante funciona muito bem. O piso deve estar limpo e seco; as juntas de expansão que permanecem sob as paletes que estarão na câmara, devem ser seladas com silicone, caso contrário o gás escapará; lembre-se que a junta de expansão é feita de material flexível e a terra é milímetros da proteção da junta. Também deve ser duplamente selado um mais para dentro e o outro alguns centímetros depois. Continuando o incidente que experimentamos em 1995, o selo duplo que fizemos em nossas câmaras salvou um armazém que certamente custaria cerca de US $ 2,5 milhões, e também salvou nossa empresa porque depois de causar um incêndio, eu não acho que as marcas vão continuar no mercado. Quando a água chegou à câmara, a fita não decolou, nem a proteção do segundo selo foi necessária. A chave era um selo seguro com o melhor material, custo mais alto? Sim, mas tenho certeza. Para extrair a água, a parede inferior teve que ser quebrada no nível do chão do porão e através desse buraco foi drenado. A câmara de gás foi deixada intacta. Um trabalho, que é devidamente executado, pode parecer um custo mais alto, mas não é, sempre em tudo, eficiência deve ser buscada, mas fazendo a coisa certa O que teria acontecido se em vez de selar corretamente, tivéssemos colocado sacos ou salsichas de areia? Como dizemos popularmente, seríamos história. É por isso que eu não

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recomendo esse método a menos que todas as chances de falha tenham sido cobertas. Acredito que sacos e rolos podem ser usados, mas não se deve pensar apenas sobre o peso que você coloca no toldo; se as condições são seguras mas para frente, pois isso é semelhante ao uso de tubos de PVC para colocar iscas em roedores; em uma plantação tudo bem, mas nunca em uma indústria e menos anda em espaços públicos onde as crianças podem acessar e manipular estas iscas. É baratíssimo usar esses tubos, e pode pensar que esta fazendo um bom negócio, mas eles não são seguros, nem eficientes, por isso eles não estão contidos nas regras do Programa MIP. As câmaras de gás devem ser rotuladas com informações confidenciais: Produto tratado, dose, data de produção, data de término e um número de telefone não deve faltar para relatar emergências, certificando-se de que ele estará realmente disponível 24 horas por dia, 7º. Apesar de todas as medidas de segurança, incidentes e acidentes podem ocorrer, e o gás não pode ser contido se não for hermetizing-lo. Uma câmera quebrada é de alto risco. Em nenhuma circunstância uma câmara de gás deve ser aberta antes do tempo indicado, mas se for inevitável, a pessoa que manuseia o resíduo deve ser devidamente protegida e saber como lidar com isso. Durante o treinamento, sugiro o uso de toldo de plástico transparente para que você possa observar o que está acontecendo dentro da câmera.


TECNOLOGIA

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A ANÁLISE DA QUALIDADE DA SEMENTE EM UM NOVO CENÁRIO TECNOLÓGICO

A avaliação da qualidade das sementes é essencial para conhecer o potencial fisiológico de um lote e ter sementes de qualidade em cada campanha agrícola. A qualidade determina o sucesso na implementação do cultivo e potencial produtivo no campo.

Martinez, Mailén Ariela1-2-3 Gomes Junior, Francisco Guilhien4 Arango Perearnau Gallo, Carina1. 1 Tecnologia de Sementes, INTA EEE Oliveros, Oliveros, Santa Fé, Argentina. 2 Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET). 3 Departamento de Fisiologia Vegetal, Fac. Cs. Agrarias, UNR, Zavalla, Santa Fé, Argentina. 4Departamento de Produção Vegetal, USP/ ESALQ, Piracicaba, SP, Brasil. martinez.mailen@inta.gob.ar

Entre os atributos que fazem a qualidade de muita coisa estão: pureza física e botânica, Viabilidade, Germinação, Vigor, Saúde, Umidade, aparência, uniformidade, entre outros. Para avaliar esses atributos, a análise de sementes deve ser realizada em laboratórios credenciados para resultados precisos e confiáveis. Os avanços tecnológicos realizados nas últimas décadas em computação, robótica, eletrônica, óptica, processamento digital, bem como inteligência artificial, abriram um mundo de possibilidades de inovações na agricultura e, Análise da Qualidade das Sementes, não é exceção. Na área de Qualidade de Sementes, as tecnologias automatizadas e não destrutivas estão em constante mudança e inovadoras, buscando melhorar os métodos tradicionais de análise, principalmente obtendo resultados de forma mais rápida, econômica e precisa. No entanto, existem também tecnologias que trazem novas abordagens e paradigmas proporcionando uma visão multidimensional e integrada da qualidade. Como isso, ao contrário de outras áreas da agricultura, a Análise da Qualidade das Sementes permanece tradicional, respondendo a metodologias padronizadas e endossadas por associações internacionais, como ISTA e AOSA. Atualmente, os comitês técnico e científico de ambas as associações estudam o potencial de aplicação de novas tecnologias em análises de qualidade. O grande desafio das tecnologias emergentes é fazer jus a protocolos, pawww.graosbrasil.com.br


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drões, níveis de precisão e reprodutibilidade dentro e entre laboratórios, a fim de serem incorporados à rotina de análise de sementes. As novas tecnologias incluem técnicas como Análise Automatizada de Imagens para Avaliação de Germinação e Vigor, Imagem Multi e Hiperespectral, Fluorescência de Clorofila, Respiração Individual, Espectrofotometria, Raios-X 2D e 3D, Ressonância Magnética Nuclear, Termografia, entre outros. Muitas das técnicas acima incluem análise digital e processamento de imagens de sementes e mudas para estimar objetivamente parâmetros derivados da imagem como: tamanho, parámetros textura, forma, cor, dimensões e defeitos. Esses parâmetros se correlacionam com os resultados obtidos por métodos tradicionais como Germinação, Viabilidade, Vigor e Testes de Saúde.

com um scanner ou câmera CCD e armazenadas no computador para análise posterior com software específico. Os sistemas de análise informatizada de imagens fornecem informações sobre o comprimento das mudas, geralmente expressas em centímetros, uniformidade de crescimento e desenvolvimento (expressas em valores 0 a 1000) e índice vigor (0 a 1000), diretamente proporcional ao vigor. Portanto, na interpretação dos resultados, amostras com menor comprimento médio de mudas e menor taxa de crescimento, uniformidade e valores de vigor são de menor vigor, e amostras com maior comprimento médio de mudas e valores mais elevados de crescimento, uniformidade e taxa de vigor têm maior vigor. Simplicidade para a execução e interpretação dos resultados, baixo custo e uso de equipamentos não sofisticados são as principais vantagens da análise informatizada do comprimento das mudas, podendo ser utilizada para avaliar o vigor das sementes de praticamente todas as espécies cultivadas, desde que um software específico esteja disponível para espécies de interesse. Um exemplo desse método é representado pelo sistema Vigor-S para avaliação de mudas de soja (Fig. 2). A análise é realizada a partir de imagens de mudas de três dias de idade, digitalizadas por um scanner, e as partes de mudas são identificadas e marcadas por software específico. Após o processamento da imagem, os dados são obtidos sobre o comprimento do hipocóclismo , a raiz primária e a muda completa, a razão hipocotílico/raiz e os dados de vigor, crescimento e uniformidade do desenvolvimento de mudas.

Análise e processamento de imagem digital para avaliação de germinação e rigor As imagens digitais consistem em um conjunto de pontos definidos por valores numéricos, onde cada ponto corresponde a um pixel. Em geral, uma imagem digital consiste em milhares de pixels, e cada pixel recebe um tom de cor específico. Essa informação de cor individual, pixel por pixel, é essencial para identificar mudanças difíceis de perceber pela visão humana, que é um procedimento eficiente para fornecer precisão e velocidade à avaliação da qualidade do lote de sementes. O processamento de imagens digitais pode ser muito útil para monitorar o processo de germinação, usando algoritmos para identificar mudanças na cor, tamanho e forma das sementes durante a imbibição à saliência da raiz e até mesmo durante a Comissão V computacional avaliação do crescimento das mudas. Por exemplo, Visão Computacional (VC) é uma área de Intealterações quantitativas na densidade dos componentes vermelho-verde-azul (RGB) podem ser usa- ligência Artificial que permite que os computadas como marcadores para identificar alterações dores sejam capazes de simular a visão humana, na cor dos tegumentos das sementes associados incluindo aprendizado, realização de inferências e à perda de germinação. Portanto, essa avaliação ação baseada em entradas visuais para alcançar pode ser utilizada como método não destrutivo na objetivos específicos. Esta tecnologia utiliza câmeclassificação de sementes com diferentes níveis ras para aquisição de imagens e utiliza a computade viabilidade. Para informações quantitativas de componentes RGB também podem ser usadas para identificar quando ocorre a emissão primária de raízes, tais alterações são observáveis por variações na distribuição desses componentes RGB (Fig.1). Na avaliação do vigor, o processamento de imagens tem sido muito útil na extração de informações sobre as características morfológicas das mudas. 1: Avaliação da taxa de crescimento da raiz de sementes de rabanete (Raphanus sativus As imagens de mudas, geral- Figura L.) utilizando a distribuição de componentes vermelho-verde-azul (RGB) ao longo do eixo A-C. mente após três ou quatro dias O ponto B marca a localização do limite de sementes onde ocorre a saliência raiz (Dell'Aquila, de germinação, são capturadas 2009) https://openagriculturejournal.com/VOLUME/3/PAGE/37/ Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020


TECNOLOGIA ção para processamento digital, análise e reconhecimento de dados de imagem multidimensional para obter informações de objetos em estudo. Na Qualidade das Sementes, os sistemas VC estão sendo úteis na classificação e identificação de sementes, dependendo das características da imagem, com o tamanho, forma, cor e textura. A cor refere-se à intensidade do pixel, o tamanho reflete o número de pixels, a forma descreve os limites do objeto e a textura denota variação na intensidade dos pixels. Este sistema é capaz de detectar simultaneamente diferentes características da imagem para selecionar as mais adequadas em aplicações específicas. O VC é uma das tecnologias de aplicação mais aplicadas para testes automatizados de Germinação, Vigor, Pureza Física e Botânica, bem como para detectar a presença de danos e infecções e medir características morfológicas como perímetro, comprimento e largura. Atualmente, os sistemas VC já são comercializados para determinar a pureza comercial e identificar variedades. Na Germinação e vigor, mudanças nos parâmetros derivados da imagem, como dimensões e forma de sementes, têm sido investigadas durante a imbibição que se correlaciona com mudanças no nível biológico que ocorrem durante a germinação.

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Eles permitem gerar curvas de germinação ao longo do tempo e determinar a taxa de alongamento da radícula com base em algoritmos. Seu potencial para identificar sementes de diferentes espécies e variedades dentro da mesma espécie também foi estudado (Choudhary et al., 2008; Guevara-Hernandez e Gomez-Gil, 2011; Xin Yi et al. , 2016). Além disso, esses sistemas também têm sido utilizados para a identificação de sementes de plantas de plantas. As análises de pureza são um requisito para a comercialização de sementes, tais análises são realizadas em laboratórios credenciados e exigem técnicos altamente qualificados. Na Argentina, pesquisadores do Laboratório de Sementes EEE Oliveros do Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA) e do Instituto de Física do Rosário, Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET) desenvolveram um Sistema Automático de Identificação de Sementes de Sementes de Sementes por Visão de Máquina e conseguiram identificar 236 espécies baseadas em propriedades morfológicas, cor e textura (Granitto et al., 2005) (Fig. 3). O sistema de visão da máquina requer um grande volume de imagens para validar um aplicativo e sistemas capazes de processar esse volume de in-

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formações. No entanto, provou ser muito eficiente em termos de velocidade e precisão na aquisição, processamento e análise de imagens. É uma área que está avançando drasticamente graças à velocidade das atualizações de hardware e software, otimização de algoritmos e ferramentas de processamento que são essenciais para melhorar o desempenho dos sistemas de VC.

informações sejam obtidas em comprimentos de onda discretos. Imagens multiespectrais mostraram-se úteis na análise da pureza, sendo capazes de distinguir entre espécies e variedades com base nas características espectrais e visuais das sementes. Também está sob investigação seu potencial nos Testes de Germinação e Vigor, com base em características morfológicas e bioquímicas da semente, conseguindo determinar a taxa de germinação e fornecendo informações sobre o comprimento do radícula, que está diretamente relacionado ao vigor (Fig. 5).

Imagen multi e hiperespectral Imagens espectrais reproduzem a figura de um objeto com base no comprimento de onda que está refletindo ou emitindo, fornecendo informações espaciais e espectrais simultaneamente. Para fazer isso, o objeto de interesse é exposto sequencialmente a uma fonte de luz de diferentes comprimentos de onda, através de uma câmera o sinal é capturado e um conjunto de imagens é gerado onde cada uma delas representa um certo comprimento de onda. Nas sementes, o conjunto de imagens obtido pode fornecer informações sobre suas propriedades químicas e estruturais, teor de água e características morfológicas. Após a aquisição das imagens e requer técnicas de processamento digital e espectral, métodos matemáticos, análise multivariada Figura 2: Análise automatizada das mudas de soja (três dias de germinação a 25oC) pelo sispara selecionar os comprimen- tema vigor-S. Download gratuito de software no https://drive.google.com/open?id=0B8rVh_vetos de onda ideais para interpre- epVzdXM0MlJ1M0I0ZEk tação e obtenção de resultados. Há imagens multiespectrais e hiper espectrais. Em imagens multiespectrais, as imagens são tiradas em bandas selecionadas de comprimentos de onda, geralmente entre 3 e 20 anos, e as bandas não precisam ser contíguas (Fig. 4.b). Em contraste, imagens hiper espectrais combinam visão computacional e espectroscopia para capturar imagens em uma faixa espectral completa com um intervalo específico e contíguo entre cada comprimento de onda (Fig. 4.c). Este último obtém o espectro contínuo do objeto de análise, tendo que selecionar os comprimentos de onda que fornecem informações sobre um determinado aspecto da qualidade. Figura 3: Identificação automática de sementes deantoium spinosum X. O Identificador automático de sementes de sementes de sementes de identificação utiliza algoritmos para compaEnquanto isso, uma imagem rar as características morfológicas, cor e textura do objeto a serem identificados com o banco multiespectral permite que as de dados de imagem gerado anteriormente (Granitto et. al., 2005). Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020


TECNOLOGIA Por outro lado, imagens multiespectrais também têm sido utilizadas na análise de saúde. A combinação de imagens capturadas em comprimentos de onda dentro do espectro visível (380-780 nm) e NIR (780-2500 nm) conseguiu separar sementes infectadas de sementes não infectadas em diferentes espécies (Olesen et al.,2011; Jaillais et al., 2015; Vresak et al., 2016). Alguns estudos também foram realizados para identificar diferentes espécies de fungos em sementes de espinafre (Olesen et al., 2011) e cevada (Boelt et al., 2018) (Fig. 6). As imagens espectrais estão provando ter grande potencial e versatilidade como uma ferramenta tecnológica rápida e não destrutiva na análise da qualidade das sementes, no entanto, os equipamentos ainda são caros e pessoal qualificado é necessário para análise de resultados. Fluorescência da clorofila Clorofila é um pigmento fotossintético que muitas vezes está presente em algumas espécies de sementes durante o desenvolvimento. No processo de maturação, a clorofila é progressivamente degradada, o tenor da clorofila diminui e a semente também altera sua coloração. No entanto, condições ambientais adversas podem afetar o processo de degradação natural, causando a presença de clorofila residual, que influencia negativamente atributos de qualidade fisiológica e comercial, como sementes de soja. O nível de clorofila pode ser avaliado usando métodos de extração química destrutiva, mas é uma metodologia complexa de uso na rotina de análise, pois pessoal altamente qualificado e equipamentos caros são necessários. A técnica de Fluorescência de Clorofila (FC) utiliza tecnologia laser, detectores de clorofila e filtros de interferência a 656 e 730 nm. Quando o feixe de luz é influenciado na semente, a ex-

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Figura 4: Comparação entre diferentes tipos de imagens, dependendo do número de bandas espectrais capturadas. a RGB (Vermelho-Verde-Azul), (b) multiespectral e (c) hiperespectral.

Figura 5: Imagem multiespectral usada em uma análise de Germinação e Vigor. https://videometer.com/Applications/Seed-imaging/Germination-and-vigor

Figura 6: Imagem de sementes de cevada infectadas com Fusarium avenacetum, Fusarium graminearum, Mycosparella sp., Dothidomycetessp., Alternaria infectoria e sua imagem transformada correspondente CDA (Análise Discriminatória Canônica) (Boel, et al., 2018). www.graosbrasil.com.br


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citação das moléculas de clorofila é gerada, que então durante o retorno de um estado animado para um estado fundamental reflete luz conhecida como FC. Com base na relação entre o teor de clorofila das sementes e a intensidade do FC, o equipamento foi desenvolvido para quantificar o FC de forma rápida e não destrutiva. Esta técnica permite medir e classificar sementes usando histogramas de intensidade ou imagens fc bidimensionais. A distribuição do sinal FC tem sido estudada em inúmeras espécies como Brassica oleracea (Dell'Aquila et al. , 2002), Capsicum annuum, Solanum lycopersicum (Jalink et al., 1999), Hordeum vulgare (Konstantinova et al. , 2002), Glycine max permite obter informações consistentes do estado (Cícero et al. , 2009), Daucus carota (Groot et al. , de sementes de forma mais abrangente e propor2006) e Oryza sativa L. (Hay et al., 2015). Esta téc- ciona a possibilidade de corroborar os resultados nica também é utilizada para a análise de varia- com testes tradicionais. O uso de imagens e novas ções de sinal FC durante a dinâmica de imbibição tecnologias ajuda a melhorar os procedimentos e e germinação (Fig. 7). A fluorescência de clorofila é a expandir a diversidade de opções para analistas, uma tecnologia rápida e não destrutiva que teria pesquisadores e tecnólogos de sementes. potencial para uso na produção de sementes, classificação, limpeza e análise de qualidade. Como dissemos no início, as sementes representam um sistema biológico complexo, o potencial que é avaliado por componentes de qualidade que incluem aspectos fisiológicos, bioquímicos, moleculares e morfológicos. A aplicação das novas tecnologias não destruti- Figura 7: . Imagem de fluorescência de sementes de pimenta clorofila em imbibição e germivas, mencionadas neste artigo, nação ao longo do tempo (h). https://www.phenovation.com/seed-videos/

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Conab oferece apoio para armazenagem de café Diante das dificuldades enfrentadas por produtores e compradores de café para se obter espaço em armazéns, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) disponibiliza serviços que podem ajudar essa cadeia produtiva. A pressão de demanda por estocagem gerada pela combinação de colheita acelerada de uma safra volumosa - a segunda maior da história - com a relativa lentidão das exportações e também do consumo interno, devido à pandemia, tem provocado problemas no escoamento. Um dos apoios oferecidos pela Conab são as informações do Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm). A ferramenta, disponível no site da Conab, informa quais empresas possuem armazéns disponíveis em todo o País. O cadastro é atualizado constantemente e oferece detalhamento por região. O sistema também mostra a situação cadastral da empresa junto à Conab, o que dá mais segurança na hora da contratação do serviço de armazenagem. Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020

Outra opção aos cafeicultores neste momento é a contratação dos serviços das próprias Unidades Armazenadoras (UAs) da Companhia. As UAs e seus respectivos volumes disponíveis para armazenagem em Minas Gerais são: Campos Altos e Perdões têm espaço para receber 9,5 mil toneladas cada uma; São Sebastião do Paraíso, 10 mil t; Uberlândia comporta mais 18 mil t e Varginha, 7,4 mil t. Em São Paulo, onde os armazéns são frequentemente ocupados também por outros produtos, a dificuldade para encontrar espaço é maior. Nesse estado, a Conab dispõe ainda de capacidade para armazenamento de 4,2 mil toneladas na unidade de Bernardino de Campos, embora a de Garça esteja lotada. Comparando a colheita prevista e o espaço disponível para armazenagem em importantes áreas cafeeiras, a equipe da Conab aponta que, em São Paulo, nas microrregiões de Franca, Amparo e Marília, e em algumas localidades de Minas Gerais, deve-se ter atenção. Conforme dados da Conab, produtores já venderam cerca de 60% da atual safra. Os preços estão cerca de 30% acima dos patamares do mesmo período de 2019, puxados pelo dólar valorizado. Mas o escoamento também tem sido afetado pela concorrência nos portos com outros produtos, que tiveram os embarques alavancados pelo dólar remunerador. O volume de café arábica verde exportado de janeiro a agosto foi 5,2% menor que no mesmo período de 2019, o que representa 1,14 milhão de sacas a menos no período.


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Mudanças decorrentes da pandemia e os impactos no futuro da indústria do trigo serão debatidos em Congresso Inscrições para a edição online e gratuita do Congresso Internacional da Indústria do Trigo já estão abertas Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento e o crescimento de toda a cadeia da triticultura do Brasil e de outros países, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo, promove no dia 25 de novembro, das 9h às 12h30, a 27ª edição do Congresso Internacional da Indústria do Trigo, que neste ano, por conta da pandemia, será online e gratuita. Neste ano o evento terá como tema central “Mudanças Recentes e o Futuro”, que abordará assuntos atuais e relevantes para o agronegócio, como análise de mercado, gestão de negócios e tendências de consumo, além de discutir sobre a crise gerada pela Covid-19 e as perspectivas do setor para a retomada da economia. “Nosso objetivo é promover o debate de temas importantes para o setor do trigo, focado nos aprendizados que tivemos ao longo deste ano, frente aos desafios impostos pela pandemia e as mudanças dos hábitos de consumo”, explica o presidenteexecutivo da Abitrigo, Rubens Barbosa. Esta edição será promovida em três idiomas e poderá ser acompanhada por pessoas de diferentes lugares do mundo. A programação terá uma palestra inaugural sobre o panorama econômico e tributário e dois painéis com os temas “Dinâmica do mercado do trigo” e “A gestão da indústria do trigo”. Dentre o público esperado estão executivos e empresários dos principais setores envolvidos na produção, moagem e derivados do grão. “Tradicionalmente nosso Congresso é conhecido por reunir importantes players do trigo para analisar as propensões e expectativas para o mercado mundial e nesta edição não será diferente. Iremos oferecer um evento de conteúdo atual e de qualidade”, finaliza Barbosa. As inscrições para a 27ª edição do Congresso Internacional da Indústria do Trigo podem ser feitas pelo site: www.congressoabitrigo.com.br. Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2020

Balanço da safra de arroz é destaque na Expointer com presidente Guilherme Bastos As questões que provocaram a elevação de preços do arroz no mercado nacional tiveram efeito, por exemplo, no primeiro semestre, dos preços alavancados pelas exportações; no segundo, da paridade de importação, além do baixo volume de exportação do Mercosul e dos baixos estoques das indústrias domésticas. Essas são algumas das análises e números que o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos, mostra nesta quarta-feira (30), durante a realização da Expointer Digital 2020. A feira agropecuária, realizada no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, na cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul, é destaque nacional e internacional, e considerada a maior feira do agronegócio a céu aberto da América Latina. Mas, devido à pandemia, o evento que normalmente movimenta milhares de pessoas pelos pavilhões, este ano acontece em plataforma virtual. A apresentação do presidente Guilherme Bastos na feira chega em momento oportuno, quando o país discute as questões de preço do produto. Na ocasião, Bastos fala da boa rentabilidade e do possível aumento de área para a próxima safra, nas possibilidades de reversão dos preços de forma mais intensa nos próximos meses com a entrada da nova safra, e na reversão da atual balança comercial até o final da comercialização da Safra 2019/20. Além disso, a Conab também se prepara para fazer o levantamento da próxima safra de grãos (2020/21), tendo o arroz como um dos assuntos que mais chamaram a atenção do público consumidor. https://www.conab.gov.br/images/arquivos/outros/ V6_2020.09.30_-_Expointer_arroz.pdf GRANOS 136 JÁ CHEGOU! Uma nova edição da Granos, prima irmão da Grãos Brasil já esta disponiveis para toda América. Emtre outras materias se presenta: VISÃO GERAL DO MERCADO EXTERNO DE SORGO - ANÁLISE DA QUALIDADE DE SEMENTES EM UM NOVO CENÁRIO TECNOLÓGICO - MELHORIA DO PERFIL NUTRICIONAL DO PÃO ATRAVÉS DA FARINHA DE LUPINO - ABSORÇÃO DE FOSFINA NA MERCADORIA - CÂMARAS DE GÁS EFICAZ E SEGURA - IMPACTO DO POMBO DOMÉSTICO NA INDÚSTRIA ALIMENTAR e outras seçoes fixas. Os interesados podem solicitar a revista digital a consulgran@ gmail.com




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