Revista Grãos Brasil

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Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.

Innovations for a better world.


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EDITORIAL

Caros Amigos e Leitores Ano XVIII • nº 107

MARÇO / ABRIL 2021

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Diretor Executivo Domingo Yanucci

Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci Giselle Pedreiro Eng. Matheus A. dos Santos Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 / 3304 6522 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com diretoria@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

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Com muita alegria chegamos a vocês com esta nova edição da Grãos Brasil, da semente ao consumo. Sem dúvidas muitas empresas de primeiro nível já compreenderam que capacitar e atualizar seus funcionários é a base de um manejo de pós-colheita com sucesso. Isso é necessário mais não o suficiente, também é preciso investir em tecnologia. Lamentavelmente nossa especialidade sempre está atrasada, se comparamos com os avanços da tecnologia de produção ou industrialização. Entre tanto nesta última década destacadas empresas do Brasil deram a possibilidade de aceder a tecnologia de ponta, inteligência digital, que permite automatizar e fazer mais eficiente muitos das operações que se concretizam nos armazéns. Queremos parabenizar as empresas armazenistas conscientes de que é possível um futuro melhor, estão trabalhando com os cursos a distância, capacitações on-line e buscando saber qual é a tecnologia que dá os melhores resultados. Cerealistas, cooperativas e fábricas de rações entre outros, que desejam operar maiores volumes, que estão investindo em armazenagem, equipes de manipulação e limpeza, assim como em sistemas de secagem de última geração. Muitas empresas hoje compreendem que na hora de investir não devem só mirar o preço, também devem ver as prestações, de pouco serve comprar em silo com deficiente termometria, com pobre aeração ou não dispor de um equipo de frio em regiões onde é impossível baixar a temperatura usando o ar ambiente. Nesta edição presentamos informações de grande utilidade, o Dr. Shlomo Navarro de Israel compartilha experiência sobre tecnologia de controle de pragas com o uso do calor, o amigo Osvaldo Pedreiro nos fala sobre a comercialização e o que podemos esperar do valor dos grãos, nossos novos parceiros NBRtec, Comag e Ecozone apresentam informação sobre tecnología de pós-colheita de precisão. Todos os grãos são importantes, o café é um símbolo do Brasil, por isso não pode estar ausente em nossas páginas, Cool seed apresenta tecnologia de acondicionamento e conservação de este valioso grão. A pós-colheita é o negócio do centavo, um 1% que na produção não tem praticamente importância, na pós colheita pode significar a falência ou o sucesso. Imagina o que significa 1% em uma cooperativa que trabalha 1 milhão de toneladas, algo assim com 15 milhões de reais, quantas coisas podem ser feitas com isso, eu posso assegurar que não tem nenhuma empresa no Brasil que não possa ganhar um 1% sobre o manejo de seu grão. Estamos trabalhando em um Curso a distância que vamos apresentar este ano para o Brasil; em abril deste ano vocês poderão participar em forma gratuita do nosso work shop Pós-colheita de precisão. Agradecemos as instituições, empresas e profissionais que fazem possível a Grãos Brasil e sua prima-irmã a Granos, duas ferramentas que levam informação aos armazenistas do continente. Nos despedimos desejando que Deus abençoe suas famílias e trabalhos. Com afeto.

Domingo Yanucci

Diretor Executivo

Consulgran - Granos - Grãos Brasil 0055 48 9 9162-6522


SUMÁRIO

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04 Desinfecção térmica na indústria alimentícia – Eng. Shlomo Navarro e Hagit Navarro 16 Expurgo Completo: Desde o Silo até a Expedição da Fábrica – Eng. Jose Luiz Volpato 20 Armazenamento refrigerado do café: Estudo de caso: café especial da região do alto paranaíba – Pedro Henrique Assis Sousa e outros 25 5 soluções Hard para as estruturas metálicas no agronegócio – HARD 28 Demanda Chinesa sempre determinará a Tendencia do Mercado – Osvaldo J. Pedreiro 30 Conectividade na Pós-colheita - Secagem de Grãos 4.0 - NBRTec 34 Desafios das Unidades - Recebimento de Grãos – Eng. Adair Luiz Sulzbacher 38 Limpeza em Unidades Armazenadoras – COMAG 39 Cool Seed News 40 Utilíssimas Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

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TECNOLOGIA

Desinfecção térmica na indústria alimentícia

Eng. Shlomo Navarro Green Storage Ltd snavarro@013.net

Hagit Navarro Green Storage Ltd

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Com a eliminação do brometo de metila, há um interesse renovado em usar seu calor para controlar insetos de produtos armazenados. A técnica de esterilização através do calor em moinhos de farinha e instalações de processamento de alimentos, utiliza altas temperaturas que variam de 50°C a 60°C para eliminar os insetos, induzindo a desidratação e/ou coagulação de proteínas ou destruição enzimática. O tempo necessário para eliminar os insetos varia de algumas horas podendo ser necessário até 24 horas para uma grande instalação. A chave para eliminar com eficácia os insetos alvo é alcançar temperaturas ideal por um período de tempo suficiente para atingir temperaturas letais em áreas tais como, interiores de máquinas, cavidades, coletores de poeira e tubos onde insetos de produtos armazenados podem ser encontrados. Foi adotado um sistema de dutos especialmente projetados que utiliza um sistema de fluxo contínuo para desinfestação térmica de máquinas a serem tratadas em instalações alimentares. A desinfecção térmica de palletes de madeira é uma tecnologia aceita em muitos países; É necessário alcançar a uma tempera 56°C no interior dos pallets por um período de 30 minutos para obter-se bons resultados. A desinfecção térmica nas variedades de tamaras Medjool é implementada com sucesso como uma alternativa ao brometo de metila em Israel. Todos os empacotadores israelenses adotaram o método para esta variedade. Para estudar a implementação do método para outras modalidades, foram realizados testes em: Deglet-Noor em ramã e Zahidi a granel (em caixas Dolev, capacidade de 200 kg) e Halawy em caixas de fábrica. Testes comerciais e desinfestação em escala de laboratório não causaram alterações na cor nas ramas de


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TECNOLOGIA

tamaras do Deglet Noor. Em testes em escala comercial com cultura de tamaras halawy armazenada em caixas de fábrica (capacidade de 12 kg), a taxa de fluxo de ar e a taxa de aumento de temperatura, adequada para desinfecção térmica, foram alcançadas Introdução O problema da infestação por insetos na indústria alimentícia é duplo: os insetos podem causar sérios danos ao produto, tornando-o inadequado para o consumo humano, mas também o contaminam, tornando-o sem valor comercial. Além disso, alguns dos insetos de produtos armazenados que geralmente infestam alimentos, particularmente mariposas da família Phycitidae e besouros, podem começar a se contaminar desde o campo. No caso das nozes, a fonte inicial de infestação é muitas vezes fruto maduro na árvore, e a infestação continua em áreas de embalagem e durante o armazenamento. Como resultado, é uma prática aceita para as indústrias de castanhas, bem como para as nozes, para dedetizar o fruto colhido imediatamente após sua chegada aos empacotadores, para quebrar a cadeia de infestação de insetos. A aplicação em nozes utilizando brometo de metila (MM) em câmaras de fumigação tem sido aceita prática. Entre as muitas vantagens do brometo de metila, está o fato de que o inseticida não só mata insetos rapidamente permitindo tempos curtos de rotação, mas tem o efeito adicional de fazer adultos e larvas abandonarem as frutas antes de morrerem (Donahaye etal., 1991; Navarro et al.1989). Este efeito de descontaminação é cruscial para para reduzir os níveis de infestação de insetos mortos deixados em frutas. A fosfina (PH3), outro fumigante amplamente utilizado que permanece aceitável sob o direito internacional, não tem a rápida destruição produzida pelo (BM) nem o efeito de descontaminação muito significativo. O brometo de metila é hoje considerado um produto químico que esgota o ozônio e, sob o Protocolo de Montreal do PNUMA (2009), seu uso foi eliminado em 2005 para países não-artigo 5º e em 2015 para países que operam nos termos do artigo 5º. Embora existam isenções para fins de quarentena e pré-embarque, bem como a possibilidade de solicitar isenções quando não houver alternativa, o requerente tem a responsabilidade de demonstrar que todos os esforços estão sendo feitos para investigar tratamentos alternativos (PNUMA, 2009). Este artigo relata o potencial emergente e os métodos promissores de aplicação do tratamento térmico para uso na indústria alimentícia. O artigo também resume o trabalho laboratorial e testes de campo realizados em uma instalação de deflação térmica em escala comercial usando uma instalação de energia solar assistida eletricamente especificamente para este fim. Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

Sensibilidade dos insetos do produto armazenado a altas temperaturas. Existem informações na literatura sobre a sensibilidade dos insetos de produtos armazenados a altas temperaturas (Evans 1987, Campos 1992, Gonen 1977a, b; Howe 1965). Publicações mais recentes relatam o uso de tratamentos térmicos para o manejo de insetos de produtos armazenados associados a instalações de processamento de alimentos como alternativa aos tratamentos químicos (Campos, 1992, Dosland e col., 2006). O tratamento térmico das estruturas envolve, elevar a temperatura ambiente das instalações de processamento de alimentos entre 50°C e 60°C e manter essas temperaturas por pelo menos 24 horas (Mahroof e col., 2003a; Roesli e col., 2003). Mahroof e col. (2003b) relataram larvas jovens (0 a 1 dia de idade) do besouro de farinha , o Tribolium castaneum, como o estágio mais tolerante ao calor em comparação com ovos, larvas antigas (22 dias de idade), pupas e adultos de 50°C a 60°C. No Tribolium confusum, no entanto, verificou-se que larvas velhas (22 a 23 dias de idade) eram mais tolerantes ao calor do que ovos, larvas jovens (2 a 3 dias de idade), pupas e adultos aos 46 dias de idade, aos 60oC (Boina e Subnyaramam, 2004). De acordo com Fields (1992), a exposição por 1 hora as temperaturas de 50°C ou mais elevada é suficiente para eliminar insetos em produtos armazenados. Para a maioria dos tratamentos térmicos padrões, as temperaturas alvo estão na faixa de 50°C a 60°C (Imholte e Imholte-Tauscher, 1999). Durante um tratamento de campo real, a distribuição do calor é desigual e devido a diferenças no calor específico dos materiais, na composição e espessura de sua massa onde os insetos estão alojados, os sacos podem permanecer abaixo das temperaturas-alvo para que os insetos não sejam expostos por um período suficiente de tempo para morte completa (Roesli e col., 2003). Dois aspectos adicionais merecem atenção; a) A mortalidade por insetos difere quando exposta a um aumento gradual da temperatura do que a um aumento repentino da temperatura; b) A umidade relativa diminui com o aumento da temperatura. Na maioria dos estudos realizados em insetos quando expostos a altas temperaturas, a resposta dos insetos à umidade ao seu redor não foi adequadamente desenvolvida. Em um estudo conduzido por Mahroofe col., (2003a) em um moinho piloto de farinha na Kansas State University, Manhattan, KS, a umidade relativa diminuiu com o aumento da temperatura e foi de cerca de 21% na maioria dos lugares a 50oC ou mais elevada. Apesar do aquecimento não uniforme em diferentes locais, a mortalidade das fases de vida de T. castaneum foi 100% na maioria dos locais, exceto em áreas onde as temperaturas foram <50oC. Estágios antigos e pupas pareciam ser relativamente tole-


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TECNOLOGIA

rantes ao calor em comparação com outros estágios da vida, especialmente no moinho de farinha onde temperaturas letais foram atingidas (Mahroof e col., 2003a). Em relação às nozes, o trabalho laboratorial de Lindgren e Vincent (1953) apresentou que para atingir 90% demortalidade de niidulids adultos, foi necessária uma exposição a uma temperatura de 49°C em um período de tempo de 4 a 20 minutos, dependendo da umidade relativa. Al-Azawi erepolho, (1984) demonstraram que, em condições laboratoriais, os adultos do besouro-nozes, Carpophilus hemipterus, são relativamente tolerantes ao calor em uma exposição por 25 a 60 minutos são necessárias para alcançar uma mortalidade completa a 50°C. Para uma mortalidade completa de todas as etapas da mariposa tropical do armazém Cadra cautella que infesta as tamaras armazenadas, foram necessários 33 minutos de exposição a 60°C (Al-Azawi e col., 1983). No entanto, para as tamaras, a faixa de temperatura tecnologicamente viável está entre 45°C e 55°C, pois temperaturas mais baixas só produzem mortalidade após períodos prolongados, enquanto temperaturas de 60ºC ou mais superior exercem um efeito de secagem indesejável na fruta, ou mesmo alteração bioquímica. Desinfecção térmica de recipientes vazios de armazenamento de grãos. Os depósitos de armazenamento de grãos precisam de limpeza, inspeção para detectar insetos e tratamento com inseticidas registrados. Resíduos de inseticidas controlam insetos que podem ter sido deixados em rachaduras ou fendas difíceis de limpar. No entanto, depósitos equipados com sistemas de aeração, muitas vezes com dutos abertos invertidos ou dutos perfurados, requerem dedetização ou remoção dos dutos de aeração para limpeza completa, pois criam esconderijos ideais para insetos.

Em silos vazios, uma alternativa para frente a aplicação de inseticidas é a desinfecção térmica, na qual a temperatura sobe rapidamente para um mínimo de 50°C e é mantida lá por 2/4h. Tilley et al. (2007a) avaliou a eficácia do tratamento térmico em silos de armazenamento de grãos de aço vazios de 145m3 capacidade, para cinco sistemas comerciais de tratamento térmico elétrico e propano, medindo a temperatura do ar e a mortalidade associada de Tribolium castaneum, Sitophilus oryzae e Rhyzopertha dominica expostos a diferentes intervalos de tempo. O piso foi monitorado para determinar a temperatura do ar e a mortalidade associada das três espécies de insetos, utilizando insetos adultos vivos. Um aquecedor de propano de alto desempenho resultou em mortalidade de 100% em um período de 2h para todas as três espécies de insetos em todos os locais de teste. Um sistema de aquecedor de dutos elétricos também resultou em 100% de mortalidade em todos os locais de teste após 40h, quando foi auxiliado por um complicado sistema de distribuição de calor interior. Os outros três sistemas produziram menos de 100% de mortalidade. Tilley e col. (2007a) concluiu que os sistemas de tratamento térmico de melhor desempenho testados, forneceram um método eficaz para o tratamento de depósitos vazios como parte de um programa integrado de manejo de pragas. A temperatura ambiente e o poder nominal do aquecedor foram os fatores mais importantes para determinar o sucesso de um tratamento térmico. No entanto, a coordenação com os altos tempos de temperatura ambiente melhorou a eficácia dos tratamentos térmicos. Tratamentos térmicos eficazes foram obtidos quando a potência nominal do aquecedor foi adequada. Tratamentos térmicos eficazes também foram possíveis em alguns casos com classificações marginais de potência do aquecedor, mas esses sistemas exigiram esforço adicional para recirculação do ar de escape ou distribuir calor para maximizar a potência disponível limitada. Esta tecnologia está atualmente disponível e utilizada em vários países. Desinfestação de grãos CsiRO desenvolveu os sistemas de cama fluidizada e coluna descendente (condução) (Dermott e Evans 1978). Estes dois sistemas não foram aceitos industrialmente. Outra opção estudada foi um sistema de cama a jato, que é uma forma modificada de cama fluidizada a ar entrando em alta velocidade através de um furo localizado no fundo do leito de grãos. O grão se fluidifica acima da entrada de ar e se move através de um tubo de sucção até que finalmente entra em uma câmara de resfriamento adjacente. Os requisitos energéticos de um leito de bico são menores do que os de secadores/ desinfetantes de cama fluidizados (Bakker-Arkema

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TECNOLOGIA e repolho. 1977). Os leitos operam com pressões de ar mais baixas do que os leitos fluidizados e podem ser usados para grãos maiores, como o milho, que de outra forma seria difícil de fluir. A introdução de um tubo de puxar no leito convencional melhora significativamente seu desempenho (Mathur e Gishler 1955). Qaisrani e Beckett (2003a) descreveram ensaios de desinfestação de calor de cevada usando um jato de fluxo contínuo semi comercial com tubo de extração. Foram analisadas populações de idades mistas de Rhyzopertha dominica e Tribolium castaneum. A incorporação de um tubo de disparo ajudou a alcançar uma temperatura comparativamente uniforme de grãos (2± ou C) e minimizou a perda de calor. O grão desinfetado durante o teste apresentou teor de umidade de 10,2%. As relações temperatura/tempo obtidas em testes laboratoriais (Beckett e col.1998) foram utilizadas como guia para ensaios de campo na fazenda. Durante esses testes, atingiram temperaturas-alvo de grãos de 57, 58, 62 e 63°C. Após o aquecimento inicial, a temperatura do grão foi mantida em cada temperatura por 5, 3, 1 e 1 minutos, respectivamente. Esses tratamentos provavelmente garantiram a completa desinfestação da R. dominica e, de fato, nenhum inseto vivo foi encontrado após o tratamento térmico. O custo operacional do tratamento foi de cerca

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de R$ 7,15/tonelada. O tratamento térmico afetou a germinação, pois o grão não foi ativamente resfriado depois. O resfriamento não foi considerado necessário, pois o grão estava sendo usado como ração de gado. Em outro estudo, Qaisrani e Beckett (2003b) descreveram um secador de fluxo cruzado, o grão fluindo por gravidade de um recipiente de retenção para a área de secagem consistindo de uma ou mais colunas de grãos filtrados; o ar quente é forçado perpendicularmente da câmara de ar através do grão nas colunas. Um processo semelhante ocorre na seção de resfriamento onde o ar ambiente é usado. A largura das colunas de grãos nos secadores de fluxo transversal está entre 0,25 e 0,45 m e o comprimento das colunas de grãos na seção de secagem está entre 3 e 30 m. Foram realizados dois testes em lotes de 25 toneladas de cevada, utilizando uma temperatura do ar de entrada de 82°C e 72°C para secagem. No terceiro teste, 25 toneladas de trigo com teor de umidade de 14% a 10,5% foram secas usando uma temperatura de ar de entrada de 82°C. O objetivo foi explorar a possibilidade de utilizar esse tipo de secadora para desinfestação térmica do grão. A temperatura média final do grão e a distribuição da temperatura no lote de grãos foram medidas durante os testes e comparadas com as temperaturas dos grãos necessárias

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para matar pragas de grãos armazenadas. Foi demonstrado que as condições eram favoráveis para desinfetar o grão com calor em uma secadora transversal. Não há dados práticos disponíveis sobre a implementação dessa tecnologia para desinfestação de grãos. Moinhos de farinha Roesli e col., (2003) relatou capturas utilizando armadilhas de insetos de produtos armazenados antes e depois. O uso de altas temperaturas ou tratamento térmico está ganhando popularidade como uma alternativa viável ao brometo de metila (Bursiek, 1999). O calor tem sido usado para o controle de insetos em moinhos de farinha desde o início da década de 1900 (Dean, 1911, 1913), mas tem sido amplamente substituído por fumigantes econômicos para armazéns como brometo de metila (Menon e col.,2000). Durante o tratamento térmico, a temperatura dentro de uma usina aumenta para 50-60°C. No entanto, é importante que todas as partes da instalação atinjam a temperatura-alvo de pelo menos 50°C para desinfestação efetiva (Dowdy and Fields, 2002; Wright e col., 2002). A duração a desinfestação por calor, a partir do momento em que os aquecedores são ligados até que são desligados, é de geralmente de 24 a 36h (Imholte e Imholte, 1999; Norstein, 1996; Dowdy, 2000). Garantir uma distribuição uniforme de calor dentro de uma instalação e atingir temperaturas de nível do chão de aproximadamente 50°C é fundamental para completar a eliminação. Esse aspecto tem sido destacado a muitos anos. Mantendo o ar funcionando, é possível elevar a temperatura da superfície do chão o suficiente para matar todas as espécies de insetos de produto armazenado. Uma maneira de circular ar quente dentro da instalação é utilzar ventiladores colocados em locais estratégicos da instalação tratada. A decisão sobre o melhor local deve ser baseada no registro de temperaturas em vários locais. Estudos a campo mostraram como ventiladores e outros tipos de equipamentos podem ser utilizados para ajudar a igualar as temperaturas em toda a insta-

lação em tratamento (Roesli e col.). 2003; Mahroof e col., 2003a). Áreas dentro de uma instalação que não atingem temperaturas letais podem limitar a eficácia do tratamento (Adler e Rassmann, 2000). Akdogan e col, (2004) desenvolveu uma nova técnica para analisar dados de tratamento térmico em instalações de grãos. Este método baseou-se no cálculo da porcentagem de superfícies do piso de cada moinho que não atingiu a temperatura-alvo de 50oC durante todo o tratamento térmico. Esta abordagem quantifica não apenas as áreas sub-aquecidas de instalações tratadas com calor alações a qualquer momento durante o processo de aquecimento, mas também os atrasos de tempo para atingir 50oC. A identificação de áreas superaquecidas foi obtida com diagramas de contorno para cada instalação. Em akdogan e col., (2004), o sistema de aquecimento elétrico resultou em atrasos de tempo consideravelmente menores do que o aquecimento a gás para atingir a temperatura-alvo de 50oC. O aquecimento a gás produziu menos áreas de superfície subaquecente em toda a instalação testada. O chão do estúdio, que repousa diretamente na terra, resultou em maior perda de calor. Akdogan e col., (2004) concluíram que a redistribuição do calor das áreas mais quentes para as mais frias deve ser um alvo, independentemente do sistema de aquecimento escolhido. De acordo com Hulasare e Lindsay (2006), existem várias razões para o sucesso limitado na aplicação da desinfecção térmica em moinhos de farinha. O calor só é eficaz para matar insetos se eles podem ser expostos a 50oC por 60 minutos. Se os insetos escaparem para um lugar mais frio, eles podem sobreviver. Como o ar quente é mais leve, o solo é muitas vezes o lugar mais difícil de aquecer. Ventiladores auxiliares são necessários para melhorar a distribuição de calor. O teto está exposto a temperaturas muito altas que podem danificar o material. Os equipamentos colocados perto dos radiadores a vapor também serão submetidos a temperaturas mais altas e podem ser danificados. Correntes de convecção induzidas fazem com que o ar frio se infiltre em rachaduras ou fendas nas aberturas das portas no chão ou, proporcionando uma fuga para insetos. As temperaturas podem não ser uniformes em toda a estrutura. Ajustar e equilibrar o sistema de aquecimento é muito difícil se uma área super aquecer. Fábricas de rações Segundo Roesli e col., (2003a), o ecossistema fabril é propício para a sobrevivência, crescimento e reprodução de insetos de produtos armazenados, devido às condições climáticas mais quentes ao longo do ano em áreas de produção, áreas de produção abertas,armazenamento, uso de diversos ingredientes de origem cereal e não-cereal

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TECNOLOGIA (Mills, 1992). Existem relatos de Insetos associados a fábricas nos Estados Unidos (Loschiavo e Okumura, 1979; Pellitteri e Boush, 1983), Canadá (Mills and White, 1993) e Japão (Kiritani e col., 1963). Essas pesquisas listaram a taxa de insetos encontrados nas fábricas, mas não relataram problemas e métodos de manejo dos insetos. Faltam dados quantitativos sobre o impacto da intervenção química e não química nas populações de insetos associadas às fábricas de raçoes. As recomendações típicas para o manejo de pragas em fábricas incluem dedetização, sprays residuais para o tratamento geral de superfícies ou rachaduras, sprays espaciais, saneamento básico, rotatividade de estoque e inspeção visual (Pedersen, 1994). Construção de fábrica, projeto de equipamentos e mudanças frequentes entre lotes de diferentes valores durante a formulação e granulação dificultam programas eficazes de controle de pragas ou saneamento (Usinas, 1992; Imholte e Imholte, 1999). A dedetização com fosfina pode não ser uma opção viável para as fábricas de alimentos, pois períodos de exposição mais longos são necessários para controlar todas as etapas de vida dos insetos, insetos praga economicamente importantes são resistentes à fosfina e equipamentos eletrônicos sensíveis podem ser corroídos (van S. Graver e Annis, 1994; Subramanyam e Ha-

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gstrum, 1995). Nos Estados Unidos e em outros lugares, o brometo de metila, um fumigante popular para uso em moinhos de farinha, já foi eliminado ou está sendo eliminado devido ao seu potencial de saturação atmosférica do ozônio. Portanto, há um interesse renovado em avaliar alternativas seguras e eficazes ao brometo de metila para desinfetar a farinha e as fábricas de raçoes. Mahroof e col. (2003a) relataram o padrão de tratamento térmico objetivando elevar a temperatura de uma instalação de processamento de alimentos para uma temperatura de 50-60oC e manter essas temperaturas elevadas por 24-36h para eliminar insetos dos produtos armazenados. Os moinhos experimentais de raçoes e farinha da Universidade Estadual do Kansas, Manhattan, KS, foram submetidos a tratamento térmico com aquecedores de gás e vapor, respectivamente, para caracterizar os perfis de temperatura e umidade relativa e determinar a eficácia contra os estágios de desenvolvimento do besouro de farinha, o Castaneum de Tribolium. Foi determinada a suscetibilidade de ovos, estágios jovens, estágios antigos, pupas e adultos de T. castaneum em 10 lugares dentro de cada moinho. O número de horas necessárias para atingir a temperatura-alvo de 50oC, o número de horas acima de 50oC e as temperaturas

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máximas variaram entre moinhos e entre os locais do moinho. A umidade relativa do ar diminuiu proporcionalmente com um aumento da temperatura e foi ≤21% na maioria dos locais a 50oC ou mais. Dois modelos separados de regressão não linear de três parâmetros descreveram melhor os perfis de temperatura e umidade relativa observados em cada planta. Embora o aquecimento não fosse uniforme em locais amostrais, a mortalidade das fases de vida de T. o castaneum foi 100% na maioria dos locais, exceto em áreas onde as temperaturas foram <50oC. Estágios larvais mais antigos e pupas pareciam ser relativamente tolerantes em comparação com outros estágios da vida, especialmente no moinho de farinha onde temperaturas letais foram atingidas. Foram discutidas possíveis razões para o aquecimento não uniforme observado nos locais das plantas e a sobrevivência de determinadas etapas do desenvolvimento de T. castaneum. Máquinas para fábricas de farinha e outras indústrias alimentícias, máquinas de processamento de alimentos Hulasare e Lindsay (2006) compararam métodos de tratamento térmico em estruturas. Como resultado, houveram problemas quanto a duração do tempo de aquecimento, danos às estruturas e equipamentos de processo, sobrevivência de insetos e custo. Além disso, houveram falhas no sistema de distribuição de calor. Um método alternativo de desinfestação do calor que superou esses problemas utiliza equipamentos temporários e um processo patenteado que foi disponibilizado para a indústria alimentícia. O processo fornece um sistema de aquecimento temporário para edifícios maiores através de uma linha de aquecedores de ar de fogo direto. Estes aquecedores usam ventiladores estáticos de alta pressão, que permitem o uso de dutos longos para transportar ar quente dentro de instalações tratadas. O processo básico é muito diferente do aquecimento convencional. Eles aquecem o ar externo e o introduzem no prédio usando ar pressuri-

zado através de dutos. O sistema foi projetado para alcançar 3 a 5 mudanças de a/hora. Este sistema de desinfestação de fluxo contínuo oferece várias vantagens. Os dutos podem levar diretamente a uma seção isolada de máquinas de moinho de farinha. Portanto, as seções individuais da fábrica de farinha podem ser desinfestadas sem parar o resto do trabalho na fábrica de farinha ou na planta alimentícia. O calor pode ser desviado diretamente para o chão. Usando ar quente pressurizado, a distribuição uniforme da temperatura do ar pode ser alcançada no edifício. Este efeito reduz a infiltração de ar frio. O ar quente encontra insetos tentando escapar através de rachaduras ou fendas. Neste sistema, o tempo de aquecimento é de 4 a 8 horas. Palletes de madeira Reichmuth (2002) relatou o tratamento de produtos de madeira também em quarentena. Geralmente, os produtos de madeira que requerem tratamento de brometo de metila podem ser classificados em duas categorias: aqueles itens separados de edifícios e estruturas, e aqueles que fazem parte integrante de uma estrutura. Os produtos de madeira incluem matérias-primas como troncos, madeira serrada e produtos de madeira, como paletes, itens feitos de bambu, embalagem e outros itens de quarentena. Segundo o PNUMA (2006), o aumento do uso de brometo de metila em 2005 representou um aumento de 31% em relação à produção média relatada de QPS de 1999 a 2004. O uso de brometo de metila para QPS aumentou recentemente em vários países como resultado do ISPM 15 'Guidelines for Regulating Wood Packaging Material in International Trade' (IPPC, 2002) que entrou em vigor em vários países durante o período 2004-2006 (DAFF, 2007). Este padrão fitossanitário internacional abrange materiais de embalagem de madeira, como palletes, estoeding e caixas, feitos de madeira crua que podem fornecer um caminho para a propagação ou introdução de pragas florestais prejudiciais. A norma reconhece tanto o tratamento térmico quanto a dedetização com brometo de metila como medidas eficazes de controle. Alternativas para materiais de embalagem de madeira. A única alternativa ao tratamento de brometo de metila aceito no ISPM15 neste momento é o tratamento térmico, incluindo a secagem do forno. Uma temperatura de pelo menos 56oC, temperatura central, deve ser mantida por pelo menos 30 minutos (IPPC, 2006). Há um uso substancial do tratamento térmico em muitos países para cumprir com ISPM 15 em vez de dedetização de brometo de metila, embora o tratamento de brometo de metila ainda seja am-

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TECNOLOGIA plamente utilizado, com um alto consumo total de brometo de metila. Indústria de nozes No processo de secagem de frutos secos e nozes, as temperaturas são geralmente mantidas moderadas (35 a 55oC) para evitar danos aos produtos. As temperaturas usadas para secar as tamaras de Madjoul em Israel devem ser mantidas dentro da faixa de 45 a 55oC para evitar o efeito bolha que separa a pele da polpa da fruta. No entanto, estudos que consideraram não apenas controle, mas também emigração dos besouros afiados de tamaras usando calor durante o processo de secagem não estavam na literatura até agora. A emigração que faz com que os insetos abandonem as frutas talvez seja mais importante do que matá-los, pois na verdade desinfesta o fruto, melhorando assim sua qualidade. Com esse foco em mente, considerou-se possível que o tratamento térmico pudesse ser eficaz na produção de emigração e controle dos besouros nitidulid das tamaras. Recentemente, foi comparada a eficácia do calor para causar a emigração e a mortalidade das larvas de Carpophilus spp. (Navarro et al., 2003, 2004). O laboratório mostrou que o valor médio de desinfestação obtido foi maior do que a exposição em 50oC (92,3%) e isso adiou significativamente os níveis de desinfes-

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tação em 40oC e 55oC (Navarro et al., 2004). Dados anteriores relatando níveis de desinfecção obtidos através do uso de brometo de metila indicaram que o maior desinfestamento não excedeu 90% (Donahaye et al., 1991, 1992). Navarro e col. (2004) mostrou que os maiores valores de mortalidade atingindo 100% foram obtidos a 50oC e 55oC. Aplicação comercial de desinfestação térmica A instalação de secagem consistia em uma estufa revestida com polietileno de 40m de comprimento x 10m de largura x 3m de altura, especialmente preparada para secagem comercial de tamaras de grande escala. A estufa pode acomodar até 12 fileiras de tamaras empilhadas colocadas em paralelo através da estufa e cobertas pela parte superior e laterais com revestimentos de polietileno para formar dutos de secagem. Cada linha consiste em 10 palletes, arranjados cinco palletes ao longo e dois palletes de largura. Cada pallete contém caixas empilhadas com 20 camadas de altura com cinco caixas (40 x 60 x 10cm) por camada. Cada caixa contém 3kg de tamaras, uma camada de profundidade da cultivar Medjool. Portanto, uma linha padrão de 10 palletes contém 3 toneladas de tamaras. Uma vez que a desinfestação e o controle foram eficazes em 50°C, esses achados foram examinados em uma instalação de secagem comercial. Foi

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demonstrado que entre 1 e 2 horas eram necessárias para que as tamaras chegassem à temperatura fixa de 50ºC. Nas 3 horas seguintes, as tamaras foram expostas ao ar quente (50°C), após um exame das tamaras infestadas inseridas nos dutos de secagem e infestações naturais mostrou que a emigração e o controle bem sucedidos foram alcançados. Este método produziu resultados comparáveis aos obtidos com utilização de brometo de metila e foi apropriado como estratégia de substituição para o controle da infestação. A instalação de secagem serviu para a desinfestação térmica de Medjool, para a satisfação dos processadores (Finkelman et al, 2006).

Dolev. Em testes em escala comercial, o aumento da temperatura indicou a aplicação bem sucedida do método. Testes de desinfestação em escala comercial e laboratorial não causaram alterações na cor da tamara em ramo. Em testes em escala comercial com cultivar de tamara halawi armazenado em caixas de fábrica (12 kg), a taxa de fluxo de ar e a taxa de aumento de temperatura, adequada para desinfecção térmica, só puderam ser alcançadas após a redução do número de tamaras nos dutos. Esses resultados promissores incentivaram a expansão do método de desinfecção térmica para Deglet-Noor em ramos e variedades Zahidi e Halawi em caixas de fábrica. O período de transição para o desinfestação térmica está envolvido na mudança de práticas aceitas e no investimento em novos sistemas. Se tornaria interessante que esses investimentos sejam realizados profissionalmente para reduzir o custo de desinfestação térmica, principalmente preferindo a versão que utiliza energia solar.

Integração do tratamento térmico em processos de desinfestação da tamaras A prática do manuseio convencional de tamaras, quando a desinfestação é baseada na dedetização, permite o uso de pequenas câmaras de dedetização. As tamaras brutas seguem a sequência de recebimento nas estações de embalagem, Análise de custos de tratamento térmico primeiro a dedetização e, em seguida, armazenaA Tabela 1 resume instalações, commodities, mento, classificação e secagem. A desinfecção rápida inicial baseada no brometo de metila precede temperaturas-alvo e tempos de exposição para a o armazenamento e a secagem por dois motivos aplicação de desinfecção térmica na indústria aliprincipais: evitar a contaminação de insetos nas mentícia. Como resultado, para produtos orgânicos tamaras e estações de embalagem, e o tamanho na indústria de cereais, uma solução muito promislimitado das instalações de secagem. O tempo sora é o tratamento de silos de cereais vazios. Tilley de secagem pode ser estendido para alguns dias, ecol., (2007b) realizaram uma avaliação econômica dependendo do teor inicial de umidade e da tem- para desinfetar tanques vazios de armazenamenperatura de secagem selecionada. Na tentativa de to de grãos por meio do tratamento térmico. Um integrar o tratamento térmico para desinfecção, a aquecedor de propano de alto desempenho (29 sequência convencional deve ser revertida para primeiro incorpo- Tabela 1 - Instalações, produtos, temperaturas-alvo e tempos de exposição para a aplicação da desinfestação térmica na indústria alimentícia. rar a desinfecção no processo de secagem e, em seguida, armazenamento, seja à temperatura ambiente ou frio (dependendo do teor de cultura e umidade). Um aspecto que necessitou mais pesquisa e desenvolvimento estava relacionado à aplicação do calor em outras variedades de tamaras além de Medjool. Para isso, a implementação do método foi estudada em outras variedades de tamaras, foram realizados testes em: Deglet-Noor em galhos e Zahidi em massa (dentro caixas do tipo Dolev), e Halawi em caixas de fábrica (Navarro et al., 2009). Os testes laboratoriais e de campo do Deglet-Noor em galhos foram muito bem sucedidos e encorajadores para indicar a possibilidade de implementar a desinfecção térmica desta estação cultivar em caixas do tipo Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021


TECNOLOGIA kW) teve o menor custo e nível de risco de todos os sistemas de aquecimento, e produziu mortalidade de 100% em 2h para todas as três espécies de insetos em todos os locais de teste. Um sistema de aquecedor de dutos elétricos (18 kW) também resultou em 100% de mortalidade em todos os locais de teste após 40h, mas teve custos significativamente mais elevados. As outras configurações do sistema de aquecimento no estudo apresentaram níveis de risco de mortalidade por insetos significativamente maiores e os sistemas elétricos não foram econômicos. A aplicação do inseticida piretróide de contato em duas doses apresentou baixos custos e níveis de risco, com altos resultados de mortalidade. O desinfestaçãot do cereal, embora comprovadamente eficaz, foi mantido experimentalmente sem interesse comercial. Por outro lado, quando o grão é seco nas temperaturas-alvo listadas na Tabela 1, um efeito de controle dos insetos de armazenamento é alcançado. O tratamento térmico de moinhos de farinha, moinhos de rolamento e suas máquinas recebeu, após a remoção do brometo de metila, um grande interesse prático. Atualmente, os dois métodos; O aquecimento direto da instalação e do sistema de fluxo contínuo está sendo utilizado. O tratamento

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de máquinas específicas direcionando o calor para o espaço a ser tratado tem grande valor para as plantas de processamento de alimentos; permite que a planta de alimentos continue o trabalho regular enquanto desinfesta as máquinas-alvo. O tratamento térmico de palletes de madeira (Tabela 1) é uma tecnologia comercialmente aprovada e aceita. Instalações comerciais de tratamento térmico para paletes de madeira estão disponíveis em muitos países. Este método permite o tratamento de paletes de madeira em locais onde as emissões de brometo de metila impedem as restrições ambientais. Atualmente, o uso de desinfecção térmica para a indústria de frutos secos é aparentemente limitado a tamara. Após a remoção do brometo de metila, Israel desenvolveu e adotou totalmente a tecnologia e todas as fábricas de embalagens de tamaras foram equipadas com instalações de desinfecção térmica. A maioria das instalações são baseadas no uso de energia solar. Quando apenas a energia solar é usada, o custo do tratamento é próximo de 1 kWh/tonelada, enquanto o tratamento baseado na energia do combustível, o custo pode chegar a até 10 kWh/tonelada. Na maioria das instalações, particularmente onde as tamaras de colheita estão no início da estação, o uso de energia solar é comum.

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Expurgo Completo:

Desde o Silo até a Expedição da Fábrica Tecnologia Inovadora de Expurgo Ecológico propicia Efetividade de 99,9%, Maior Segurança Operacional, total sustentabilidade, pois não deixa resíduos e além disso confirma reduzir entre 30 a 50% o tempo de parada da fabrica para expurgo . Tudo muito mais rápido e econômico pra garantir os melhores alimentos na nossa mesa.

Eng. Jose Luiz Volpato ECOZONE DO BRASIL volpato@ecozonedobrasil.com

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Sabemos que um dos grandes desafios da indústria alimentícia é manter um elevado padrão de higienização, livres de insetos ou contaminações microbiológicas sem ter que interromper tanto a produção, pois fabrica parada significa custo alto. No segmento de moinhos de trigo ou de milho ou fabrica de ração, ou qualquer unidade processadora de grãos, é comum a preocupação em manter um padrão de segurança alimentar de forma a atender os requisitos sanitários e satisfação dos clientes. Por um longo tempo esta batalha contra insetos e patógenos tem sido presente na indústria de alimentos e os desafios são crescentes, uma vez que a resistência dos insetos e também microrganismos tem se elevado, o que exige maiores dosagens de biocidas e maior tempo para execução do trabalho de expurgo e descontaminação das maquinas de produção e áreas afins, inclusive expedição. As industrias de alimentos seguem uma rígida especificação sanitária e desafios quanto a necessidade de alto padrão de controle com o mínimo, e as vezes zero, de permissividade de resíduos tóxicos. Muito ouvimos falar de fabricas ou armazenadores que tiveram operação interrompida ou multas por identificação de metais pesados ou resíduos inapropriados encontrados na massa de grãos, oriundos de um processo de expurgo inadequado e insatisfatório. Esta é uma batalha que cada vez mais tem exigido tecnologias e profissionais especializados, para evitar uma elevação nos custos de produção e através de processos mais sustentáveis, poder melhorar


TECNOLOGIA a imagem das empresas juntos aos seus clientes. Com foco nesta necessidade do mercado, a Ecozone vem desenvolvendo um trabalho aprofundado junto a clientes parceiros aplicando novas tecnologias desenvolvidas no Brasil, assim como no Mexico, Canada e USA. Sim, porque apesar de grande produtor de grãos o Brasil também tem muitas oportunidades de aprendizagem com países que precisam armazenar o grão por mais tempo e que por isso desenvolveram técnicas interessantes. No Brasil temos a felicidade de ter varias safras no ano de diferentes produtos e que passam pelos silos e sistemas de armazenagem rapidamente, já que grande parte é exportada, mas mesmo assim o MIP e sanitização é fundamental. Bom, diante disso, juntando conhecimentos e principalmente desenvolvendo tecnologias junto com cientistas locais, a Ecozone criou e patenteou um processo de altíssima eficiência, rapidez e ecológica, que se aplica não somente ao Expurgo de Silos e Armazéns, como também no Expurgo das Fabricas/Equipamentos e no setor de Expedição de Produtos Finais. Isso é possível devido a integração de equipamentos chaves no processo de expurgo instalados em uma unidade móvel e que podem mesclar diferentes gases, como PH3, CO2 e Ozonio.

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Diagnostico – Chave para o Sucesso Tudo se inicia com o diagnóstico efetuado por um grupo multidisciplinar especializado e que inspeciona toda estrutura e define de forma planejada todo processo a ser implementado, indicando o melhor tratamento a ser aplicado. Esse diagnóstico é fundamental, pois a experiência dos técnicos vai ser um grande diferencial para implantação das diversas ferramentas de sucesso, que vão desde uma vedação/hermetização apropriada do silo ou armazém, até o dimensionamento de materiais vedantes, biocidas adequados para uma profilaxia e concentrações necessárias dos gases a serem utilizados em cada setor da unidade. Aplicação da Tecnologia Com o planejamento oriundo do Diagnóstico, os engenheiros especialistas iniciam o processo

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de preparação do Silo, Fabrica e/ou Expedição e fazem a aplicação da tecnologia mais recomendada, sendo duas as mais frequentes: Expurgo com PH3 em Gás Neste caso se evita a aplicação direta das pastilhas ou comprimidos, conforme método usual do mercado. A Ecozone dispõe de uma tecnologia mais inovadora, de forma que através da hidrolise em equipamentos reatores especiais, o fosfeto de alumínio produz o gás fosfina (PH3) e este é introduzido em altas concentrações no silo ou depósito por um sistema de distribuição desenvolvido e patenteado pela Ecozone, que garante maior produtividade e benefícios relevantes. Expurgo Combinado (O3 + PH3) em Gas Podemos optar pela combinação de 2 ou mais gases biocidas. Em muitos casos esta combinação O3 + PH3 é a mais adequada, uma vez que a mistura final produz um gás mais denso e mais eficiente. Este tipo de combinação é bastante aplicada em Silos, mas é principalmente nas áreas de produção e expedição da fabrica que mais se recomenda, pois além da eliminação dos insetos com o gás combinado, o Ozônio garante uma sanitização de todos patógenos ( vírus, bactérias e fungos) de forma sustentável e ecológica

Sistema De Injeção

Equipamentos na Unidade Movel Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

Vale também ressaltar o sistema de controle integrado ao processo. Este sistema de controles, através de sensores introduzidos na massa de grãos, consegue medir online as concentrações de fosfina, ozônio ou outros gases aplicados para que se possa ajustar as quantidades de gases introduzidas e assim garantir maior produtividade com economia de tempo e gás produzido. Com isso, se produz um relatório e certificados com histórico do tratamento e assertividade do mesmo. Melhor, estes controles evitam qualquer contato do operador com os gases no local de aplicação, o que é crucial em termos de segurança operacional na indústria.

Tudo isso, aliado aos profissionais especializados no diagnostico e aplicação é uma boa oportunidade disponível em todo Brasil pra indústria contar com os seguintes benefícios • Maior produtividade e rapidez com expurgo realizado em 40 Hs para silos e 30 hs para Fabrica • Aumento de Produção devido menor parada da fabrica • Total eficiência (99,9%), mesmo para os insetos mais resistentes • Maior segurança e Sustentabilidade por não deixar nenhum resíduo sólido. • Único com Certificação e Monitoramento que pode ser inserido ao processo de qualidade junto aos clientes da indústria • Maior segurança para os operadores e meio ambiente • Melhor Imagem da empresa por usar um tratamento Ecológico com O3. Enfim, esta aí mais um grande avanço tecnológico de uma empresa brasileira e mexicana, que tem contribuído com o agrobusiness para que todos tenhamos os melhores alimentos a nossa mesa.


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Armazenamento refrigerado do café Estudo de caso: café especial da região do alto paranaíba

Pedro Henrique Assis Sousa 1 Sttela Dellyzete Veiga Franco da Rosa 2* Renato Elias Fontes 3 Marcelo Ribeiro Malta 4 Luisa Pereira Figueiredo 5 Francisco Ayala 6 1 Depto de Agricultura, Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Café. Brasília, DF. 3 Depto de Gestão Agroindustrial, Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 4 Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Epamig Sul. Lavras, MG. 5 Depto de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 6 Cool Seed Indústria e Comércio de Equipamentos Agrícolas LTDA. Sta. Tereza do Oeste, PR

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O café é um dos produtos mais consumidos no mundo e uma das principais commodities agrícolas. Em 2019, a produção mundial foi de 174,5 milhões de sacas (CONAB, 2020) e o Brasil se destaca no cenário mundial como o maior produtor e exportador. Os valores obtidos durante a comercialização do café são determinados pela sua qualidade, cuja remuneração é tanto maior quanto maior for a pontuação na análise sensorial dos grãos. O armazenamento é considerado essencial para a manutenção da qualidade de produtos agrícolas, além de suprir demandas na entressafra e, conseqüentemente, propiciar melhores preços ao produtor. Tradicionalmente no Brasil, o café é armazenado em ambientes sem controle de temperatura e de umidade relativa do ar, em sacos de Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

juta ou big bags, normalmente sem a preocupação com a manutenção da qualidade. Tem sido demonstrado por meio de pesquisas, que baixas temperaturas do ar na armazenagem, além de diminuir a incidência e o desenvolvimento de microrganismos, são eficazes na preservação das características qualitativas iniciais dos grãos (RIGUEIRA, 2009; ABREU, 2015; SOUSA, 2020). O armazenamento em ambiente refrigerado pode reduzir a deterioração dos grãos de café, permitindo a manutenção da qualidade e a oferta no período de entressafra, possibilitando maior retorno financeiro ao produtor. Assim, o objetivo nesta pesquisa foi avaliar a viabilidade técnica e econômica do amazenamento sob condições refrigeradas, de cafés especiais produzidos em lavouras da Fazenda Alto Paranaíba


TECNOLOGIA States, produtora de cafés especiais da região do Alto Paranaíba, município de Patrocínio (MG). MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado com cafés especiais da região do Alto Paranaíba, com pontuação acima de 88 pontos na avaliação sensorial, realizada de acordo com o protocolo de degustação do café, da Specialty Coffee Association-SCA (LINGLE, 2011). Cafés dos tipos Natural e Cereja Descascado (CD) foram armazenados na forma íntegra (em coco ou em pergaminho) ou beneficiada, por período de doze meses, em dois ambientes: (1) em armazém do tipo convencional, sem controle da temperatura (média de 25 °C) e umidade relativa do ar, em sacos de juta, de 60 Kg, empilhados sobre paletes, simulando a prática comumente adotada pelos produtores; (2) em ambiente refrigerado, embalados e empilhados da mesma forma e mantidos em temperatura controlada de 13 a 15 °C, em câmara de armazenamento, tecnologia da Cool Seed Indústria e Comércio de Equipamentos Agrícolas Ltda. A cada três meses, durante o período de armazenamento, foram retiradas amostras de cada tratamento, para a avaliação da qualidade da bebida (LINGLE, 2011). Paralelamente à avaliação da qualidade de bebida do café, foi realizado estudo do custo opera-

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cional, pelo mesmo período e condições, do uso da tecnologia de refrigeração do ar de armazenagem dos cafés especiais, do tipo Natural e Cereja Descascado, ambos armazenados beneficiados. Para tanto, foi levantado o custo operacional total, para 630 toneladas ou 10.500 sacas de 60 Kg de café em armazém de 675 m2, altura de 6 m e temperatura média local de 28oC. O custo total foi composto pelo custo fixo e custo variável. No custo fixo, considerou-se o custo de aquisição dos equipamentos necessários à refrigeração estática da Cool Seed (modelo GCH 10, modelo CLM 10, modelo SRF 05 e acessórios de ligação), a vida útil de dez anos e o valor residual nulo (FONTES, 2001; SOUSA, 2020). No custo variável, foram considerados os gastos necessários à operação: consumo de energia elétrica para o pré-resfriamento e climatização do ar pelo período de doze meses, bem como os custos de manutenção, assistência técnica, troca de peças, deslocamentos de técnicos, etc. Na análise econômica, os custos totais foram confrontados aos preços médios dos cafés com diferentes pontuações, de acordo com as cotações de mercado, fornecidas pela Bourbon Specialty Coffee (Poços de Caldas, MG), exportadora de cafés especiais. Assim, foram obtidos os ganhos auferidos pela venda dos cafés, ao final de seis e de doze meses de armazenamento.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Na figura 1 estão representadas as pontuações finais na análise sensorial do café Natural e CD, durante o período de armazenamento nos dois diferentes ambientes. Para os dois tipos de café, a refrigeração do ar proporcionou efeito benéfico à manutenção da qualidade, tanto para o café armazenado na forma íntegra como na forma beneficiada. No entanto, a queda na qualidade durante o armazenamento ocorreu de forma diferenciada nestes cafés. Para o café Natural armazenado na forma beneficiada (Figura 1), observa-se que sob refrigeração ocorreu uma alteração na pontuação, de 88,16 pontos para 85,50 pontos no final de 12 meses, sendo a última pontuação maior que as demais, não perdendo a qualidade, ao longo do armazenamento. Já em relação aos cafés Naturais armazenados na condição de ambiente, ou seja, sem refrigeração, a pontuação de 88,66, no início do armazenamento, caiu para 82,00 pontos no final dos 12 meses, com redução acentuada na sua qualidade. Esse resultado demonstra que o armazenamento sob refrigeração propicia a manutenção da qualidade sensorial dos cafés naturais beneficiados ao longo do armazenamento. Também foram observados efeitos benéficos da redução da temperatura, no café Natural armazenado na forma íntegra, em coco. Nesses cafés, observa-se que os grãos armazenados na condição refrigerada apresentaram uma pontuação de 88,83 pontos, no início do armazenamento e 87,50 no final dos 12 meses, apresentando uma pequena queda na pontuação. Já para os grãos desse mesmo tipo, armazenados na condição ambiente, a pontuação inicial de 88,00 pontos foi reduzida para 80,16 pontos no final de 12 meses, diminuindo acentuadamente a qualidade da bebida.

Figura 1 - Resultado da análise sensorial do café Natural e café Cereja Descascado, armazenados beneficiados e não beneficiados, em duas diferentes temperaturas.

Em relação ao café Cereja Descascado, os grãos beneficiados armazenados sob refrigeração também apresentaram pequena redução da pontuação, ao longo do armazenamento, tendo apresentado pontuação de 87,33 pontos no início, e 86,33 pontos no final dos 12 meses. Já os armazenados na condição ambiente (25 °C), apresentaram pontuação de 88,33 no início do armazenamento e 83,66 pontos, ao final do período de 12 meses de armazenamen to. Também foram observados efeitos benéficos da redução da temperatura, no café Cereja Descascado armazenado na forma íntegra (em pergaminho). Nestes cafés, armazenados sob refrigeração, a pontuação passou de 88,00 pontos, antes do armazenamento e, de 85,16 pontos, no final dos 12 meses. Já os cafés armazenados na condição ambiente apresentaram maior redução na pontuação, de 87,16 pontos, no início do armazenamento, para 83,33 pontos, ao final dos 12 meses. Verifica-se também que houve efeito significativo da redução da temperatura do ar de armazenagem, com diferença significativa entre as pontuações do café Natural beneficiado, na maioria dos períodos de avaliação. Quando os cafés foram armazenados na forma íntegra (em coco), este efeito ocorreu a partir do nono mês de armazenamento (Figura 1). Já para o Café Cereja Descascado, as diferenças quanto à temperatura de armazenamento foram observadas, no nono mês, para os cafés beneficiados, e, na última época, para os armazenados na forma íntegra (Figura 2). Análise Econômica Na análise econômica do café Natural beneficiado e armazenado sob temperatura de 15°C, observa-se queda na pontuação inicial, de 88,16,

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TECNOLOGIA para 84,16 pontos no sexto mês de armazenamento (Figura 1). Entretanto, a pontuação do café armazenado na condição ambiente, neste mesmo intervalo de tempo, cai de 88,66 para 79,33 pontos, reduzindo consideravelmente o seu valor comercial, em R$ 546,00 para saca de 60 kg (R$ 1.050,00 – R$ 504,00). Esta redução é bem maior que no caso da saca armazenada sob refrigeração, que foi de R$378,00. Considerando-se o custo operacional de R$3,55 por saca de café, para o período de seis meses, verifica-se viabilidde econômica do armazenamento sob refrigeração (Figura 2). Durante um ano de armazenamento, o café natural refrigerado sofreu pequena queda na qualidade que o café mantido em ambiente sem controle de temperatura, mantendo, praticamente, o seu valor comercial. O café sob condição ambiente teve seu valor reduzido em R$ 483,00 (R$ 1.050,00 – R$ 567,00) (Figura 2). Como a diferença entre os valores pagos em um ano é maior que o custo operacional total (CopT), no mesmo período, de R$7,09, a refrigeração é também vantajosa. A grande diferença nos ganhos se deve ao considerável declínio na qualidade do café armazenado no ambiente convencional, sem controle da temperatura.

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Figura 3 - Resultado da análise econômica do café CD armazenado em dois diferentes ambientes: (A) variação da cotação do café especial ao longo do período de armazenamento. (B) Custo operacional total (CopT) e margem de lucro (Ganhos/saca refrigerada).

da pontuação e, conseqüentemente, redução do valor pago pelas sacas, tanto do café refrigerado quanto do não refrigerado. No entanto, não é válido considerar apenas a queda de preço do café não refrigerado no sexto mês. Deve-se analisar a variação dos preços considerando a diferença inicial. Para o café refrigerado, houve uma redução de R$ 126,00 (R$ 798,00 – R$ 672,00) no valor de cada saca, no sexto mês de armazenamento, quando comparado ao período inicial. Entretanto, no ambiente convencional, houve uma redução maior, de R$ 378,00 (R$ 1.050,00 – R$ 672,00), no mesmo período, devida à redução na pontuação, de 88,33 para 83,66 pontos. Como a diferença entre as variações de preço, de R$ 252,00 (R$ 378,00 – R$ 126,00) é maior que o custo operacional total (CopT) aos seis meses, de R$ 3,55, sendo, portanto, vantajoso manter a refrigeração dos grãos (Figura 3).

Figura 2 - Resultado da análise econômica do café Natural armazenado em dois diferentes ambientes: (A) variação da cotação do café especial ao longo do período de armazenamento. (B) Custo operacional total (CopT) e margem de lucro (Ganhos/saca refrigerada).

Para o café processado por via úmida (CD) armazenado na forma beneficiada, também foram analisadas as variações das pontuações da análise sensorial, ao longo do armazenamento e suas respectivas variações nas cotações no mercado. Em relação ao CD beneficiado, houve queda www.graosbrasil.com.br


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No período de um ano, o café armazenado em ambiente refrigerado teve sua qualidade preservada, não havendo variação do preço da saca (R$ 798,00). No armazenamento sob condição ambiente, o preço pago pela saca teve redução de R$ 378,00 (R$ 1.050,00 – R$ 672,00). Como esse valor é maior que o CopT de um ano (R$ 7,09), também é vantajoso manter a refrigeração durante esse período. Este estudo foi realizado para o armazenamento dos cafés beneficiados. Para os cafés armazenados na forma íntegra, com todas as partes constituintes presentes (casca e mucilagem ou pergaminho), constatou-se viabilidade técnica, com garantia da comercialização como cafés especiais e, muito provavelmente, a vantagem econômica também será constatada. No entanto, o estudo do custo operacional do equipamento, para refrigerar os grãos com todas suas partes constituintes, também deve ser avaliado. Assim, foi demonstrado que, tanto em termos técnicos quanto econômicos, é vantajoso o uso da

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refrigeração do ar de armazenagem do café especial, Natural ou Cereja Descascado, com comportamentos semelhantes quanto à manutenção da qualidade sensorial e gerando ganhos econômicos ao produtor. Ressalta-se que as temperaturas locais onde esta pesquisa foi realizada, se mantiveram amenas (média de 25oC), durante maior parte do período de armazenamento. Em muitas regiões produtoras de café, as condições climáticas são menos favoráveis à conservação do café, o que poderá refletir em maiores quedas na qualidade, com prejuízos ao produtor, caso o café seja armazenado em ambiente sem controle de temperatura. Neste caso, a tecnologia de refrigeração deverá ser ainda mais vantajosa. Ressalta-se ainda, que no estudo econômico foi considerada a cotação de preços em época de maior oferta, sendo que a comercialização dos cafés na entressafra ou após doze meses, certamente será efetivada com melhores preços, dada a escassez do produto neste período do ano. O armazenamento seguro tem vantagens importantes para o produtor, uma vez que amplia e flexibiliza a janela de comercialização, além de garantir ano-a-ano, aos exigentes compradores externos, uma oferta mais estável de cafés de melhor qualidade. CONCLUSÕES O armazenamento, em condições de ar refrigerado, propicia a manutenção da qualidade inicial do café especial. A qualidade do café especial é mais bem preservada, quando os grãos são armazenados, na forma íntegra, sem beneficiamento. A refrigeração do ar de armazenagem é economicamente vantajosa, durante o período de seis e doze meses, para o café Natural e o CD, ambos armazenados na forma beneficiada.


TECNOLOGIA

5 soluções Hard para as estruturas metálicas no agronegócio

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Escolher corretamente os produtos de fixação e impermeabilização pode aumentar a vida útil do seu galpão e silo, assim como diminuir custos com manutenção Foto: SAGGI EASY BUSINESS

O agronegócio está em constante evolução, apostando em equipamentos cada vez mais modernos e aproveitando cada oportunidade de aumentar a produtividade e qualidade. Com investimentos cada vez mais altos em maquinários, tornou-se fundamental também pensar nos locais de proteção e armazenamento desse material. Sendo as estruturas metálicas uma opção que oferece a agilidade, versatilidade e resistência que o agronegócio precisa. Para garantir a máxima durabilidade dessa estrutura, é necessário também escolher com cuidado os acessórios que compõem esse projeto, além de garantir a estanqueidade dessa área. Pensando nisso, listamos as linhas de produtos Hard ideais para galpões metálicos e silos. Somos especialistas em coberturas e líder no segmento de fixação para construções metálicas no Brasil. Cumprimos normas de qualidade nacionais e internacionais e ofertamos produtos inovadores que facilita o dia a dia de quem confia em nossas soluções.

Fixadores com revestimentos diferenciados para uma maior durabilidade As chapas metálicas são uma opção que geralmente oferece um bom custo-benefício, mas que quando atingida por alguma patologia pode resultar no colapso de toda a estrutura. Um dos problemas mais comuns é a corrosão, que pode começar em um parafuso de baixa qualidade e se espalhar por toda a chapa metálica. Para evitar o comprometimento de toda a estrutura e escolher o melhor fixador para o seu projeto, o primeiro passo é conhecer o ambiente no qual a sua obra acontecerá e escolher o parafuso mais adequado para este meio. Em áreas rurais, os agentes químicos vindos dos fertilizantes e agrodefensivos, são os maiores vilões para a durabilidade do parafuso. Por isso, recomendamos o uso da linha Durs ou da linha Zaphir. A linha Durs tem o revestimento Ecoseal®, que garante alta resistência à corrosão e às agressões do clima e local. Além disso, o design exclusivo da cabeça do parafuso aloja perfeitamente a arruela www.graosbrasil.com.br


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TECNOLOGIA

EPDM e garante a vedação perfeita da cobertura. Ou seja, as chances de uma goteira aparecer no seu galpão e colocar em risco o seu maquinário são diminuídas drasticamente. A outra opção recomendada é a linha Zaphir, produzida com aço carbono e aço inox nobre da série 304. Este é um dos materiais mais nobres para fabricação e, justamente por isso, é também altamente resistente à corrosão, inclusive nos ambientes mais agressivos, onde o desgaste do material é maior. Galpões com 100% de impermeabilidade O Grupo Hard oferece as melhores soluções para fixação do seu galpão e silo, assim como as opções de impermeabilização com maior estanqueidade. Assim, torna-se possível garantir um armazenamento livre de umidade com produtos desenvolvidos especialmente para terem uma aplicação fácil e uma maior durabilidade. Para a vedação de telhas, calhas e rufos, temos o Selante MS 435 Telhado. Este item conta com elasticidade permanente e é extremamente resistente às ações do clima e do tempo. Por isso, este produto apresenta a maior resistência do mercado. Ou seja, essa solução contribui para que as goteiras não apareçam e causem prejuízos ou diminuam a vida útil do seu galpão. Outra solução para garantir a maior durabilidade do seu galpão é o Selante RR 500 ECO. Ele pode ser usado na cabeça dos parafusos, como uma vedação extra para esses pontos mais vulneráveis da cobertura. Por ser um produto de baixa viscosidade, o encapsulamento do fixador é garantido facilmente, até mesmo daqueles que foram instalados incorretamente. Vale salientar que o aperto excessivo ou insuficiente do parafuso ainda é um dos principais causadores de goteiras, mas, com o Selante RR 500 ECO, esse problema é eliminado. Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

Outro ponto vulnerável da cobertura e que merece atenção a fim de evitar infiltrações e corrosão são as sobreposições das telhas. Por causa de um fenômeno conhecido como capilaridade, a água da chuva pode acumular entre as chapas metálicas e causar danos sérios as telhas. A fita de vedação Tacky-Tape® é aplicada nos transpasses das telhas e age como uma barreira contra a água, protegendo a sua cobertura das goteiras. Conte com fornecedores comprometidos com a qualidade Com 35 anos de história, o Grupo Hard tem as melhores e mais completas soluções, testadas rigorosamente em nossos laboratórios. O padrão de qualidade Hard é tão rigoroso que já entregou mais de um bilhão de fixadores para coberturas metálicas com zero defeito de fabricação. Também temos diversas soluções para a impermeabilização das coberturas metálicas, o que pode aumentar consideravelmente a vida útil das telhas. Ter os produtos Hard em seus galpões e silos é a garantia de aplicações ágeis, estruturas mais duradouras e um menor custo com manutenções. Mas, principalmente, é a certeza de que seus equipamentos e colheita estão seguros, livres da umidade.

Acompanhe o nosso conteúdo! Você não precisa esperar a próxima edição da revista Grãos Brasil para consumir um conteúdo relevante e informativo. O Grupo Hard tem um blog e canal no Youtube onde compartilha dicas e informações sobre construção, indústria e agronegócio. Para ficar por dentro de todas as atualizações, basta seguir o @grupohard nas redes sociais!


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COMERCIALIZAÇÃO

Demanda Chinesa sempre determinará a Tendencia do Mercado

Voce pode até dizer: “isso eu já sabia!...” Mas na verdade o mundo cada vez mais depende do apetite chinês para saber o que e quanto plantar em termos de soja e milho, principais produtos de consumo naquela parte do mundo que por mais que você analise, dificilmente vai chegar a alguma conclusão que te permita uma definição do que eles vão fazer nesse mercado tão volátil e cheio de surpresas. Quando você pensa que eles já compraram o que precisavam, lá vem outra avalanche de compras pra bagunçar as cotações da CBOT. O relatório do USDA anunciado no final de Março indica que a área a ser plantada nos EUA é bem menor do que era esperado pelo mercado, e a consequência foi um limite de alta nas cotações da CBOT para milho e soja, aliás como sempre acontece quando há um anúncio desse porte, o mercado reage ao sabor da notícia e nos dias posteriores vai se ajustando à medida em que os analistas vão avaliando o impacto dos números apresentados. Haja visto que no dia seguinte ao relatório, o mercado recuou quase 30 pontos nas cotações de soja, e no inicio de abril já mostra sinais de novas altas já que o consumo chinês continua vivo e o resto do mundo também precisa de alimentos. Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

Oswaldro J. Pedreiro Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br


COMERCIALIZAÇÃO

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Em números globais, segue abaixo o resumo do relatório do USDA:

A redução de área a ser plantada representa praticamente um milhão de hectares a menos do que o mercado esperava tanto para milho quanto para soja, mostrando que a produção de milho será 2 milhões de toneladas a menos, e aproximadamente 4 milhões de toneladas a menos de soja para abastecer o mercado. No mercado brasileiro, o que se tem observado é o apetite um pouco mais acentuado por parte das indústrias locais, que estão pagando preços acima da paridade de exportação, no caso da soja mesmo com o mercado consumidor de farelo esteja ainda abastecido e/ou sem muita disposição para pagar preços reais uma vez que o mercado consumidor de ração animal está limitado em seus custos.

Para o milho, os preços internos está ainda muito mais interessante para os vendedores, comparado às indicações de preços para exportação, este mercado mesmo sofrendo com as consequências de lockdown em quase todos os municípios brasileiros, mesmo assim ainda oferece melhores resultados para quem precisa vender milho e sorgo no disponível imediato. As cotações do dólar tem se mostrado interessante para quem opera o mercado de commodities, realizando bons resultados nas bolsas de mercadorias e também nas ações negociadas nas bolsas de valores, refletindo que o mercado financeiro segue atento aos acontecimentos e aproveitando os momentos de maior liquidez nos ativos financeiros apesar de tantos problemas ligados e provocados por essa pandemia que aparentemente vai ainda permanecer entre nós por um longo tempo!... Este é o momento em que todos nós devemos estar sempre atentos a tudo, seguindo à risca os protocolos dos órgãos oficiais de Saúde tanto da OMS quanto do Ministério da Saúde brasileiro, não esquecendo o uso de máscaras, álcool gel e higiene pessoa com água e sabão, e principalmente estreitar o relacionamento pessoal com Deus – que e o nosso Soberano e que tem em Suas mãos o poder de nos livrar desse mal que tem ceifado tantas vidas em todas as partes do nosso planeta!... Que Deus nos proteja e oriente as autoridades governamentais no sentido de tomar as atitudes necessárias para que não nos falte o pão de cada dia, e ainda mais que não nos falte o mínimo suficiente de recursos médicos e hospitalares para cuidar dos nossos enfermos!...Amém!...

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TECNOLOGIA

Conectividade na Pós-colheita Secagem de Grãos 4.0

Na edição passada da Revista Grãos falamos sobre a evolução das tecnologias de controle e monitoramento da armazenagem de grãos, as quais culminaram no protótipo daquilo que hoje chamamos Armazenagem de Precisão.

Digo protótipo, pois é notório que o fortalecimento de parcerias, o estreitamento de relações e a aproximação de profissionais e empresas atuantes nos setores de tecnologia, administração, agronomia, engenharia e pós-colheita resultará ainda em grandes avanços nesse segmento, de modo que os resultados até aqui alcançados representam ainda o começo, uma fração de um todo ainda nos seus primeiros passos, o qual no presente ainda não conseguimos vislumbrar com total clareza. Fica muito claro que os avanços tecnológicos e a integração de diferentes linhas de conhecimento, viabilizada especialmente pela aplicação dos conceitos da Indústria 4.0, o data analytics e todo o pacote que compõe as ferramentas de inteligência artificial abrirá caminho para, além da automação de processos, novas descobertas no campo da pesquisa científica que impactarão, no futuro próximo, toda a cadeia produtiva do agro. Para que isso se torne realidade, a grande “sacada” está na captação, organização e tratamento adequado das informações que são extraíveis dos processos. Falando especificamente da pós-colheita, hoje temos condições de extrair dados de todos os equipamentos conectados à rede.Isso permite gerar tabelas, gráficos, relatórios, cruzar esses dados com informações de vários equipamentos em diferentes etapas, criar análises de performance, rendimento, economia, qualidade, etc. Onde há um sensor ou instrumento de medida captando informação, há a possibilidade de sua Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

extração para compor bases de dados em torno da operação envolvida. Basta para isso a conectividade dos equipamentos, de modo a permitir essa captação de dados. Um dos equipamentos da pós-colheita que oferece a possibilidade de conectividade atualmente, além dos sistemas de termometria e automação, é o secador de grãos. Sistemas de Automação e Controle para secadores de grãos (ver figura 01) com possibilidade de conexão à Internet e softwares de gerenciamento, possibilitando acesso e monitoramento remoto, até mesmo pelo celular, permitindo a geração de relatórios operacionais, disparos de alertas e outras funcionalidades semelhantes já não são mais uma novidade no mercado. Esse tipo de recurso já vem sendo utilizado há bom tempo por várias empresas do segmento da armazenagem de grãos através da implementação de sistemas personalizados de gerenciamento dos processos de secagem para atender demandas internas de caráter mais estratégico. No entanto, com o surgimento dos conceitos de Armazenagem de Precisão e a possibilidade de integração dos sistemas de automação de secadores a essa tecnologia, surgiram novas possibilidades e aquilo que antes se limitava na geração de gráficos e relatórios passou a se tornar uma importante ferramenta de coleta e análise de dados armazenados em nuvem (Cloud) para desenvolver em campo um arsenal de informação para o que hoje poderíamos definir como secagem de grãos 4.0.


TECNOLOGIA

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zamentos e análises de desempenho e resultado. Esse amontoado de informações, uma vez sendo tratado e organizado, trará ganhos operacionais relevantes para a operação.

Figura 1 - Painel de Comando para gerenciamento de Secador.

Seguindo os mesmos princípios da indústria 4.0, aplicamos aos sistemas de automação de secadores de grãos ferramentas de captação, registro e tratamento de dados, armazenamento em nuvem, automação e operação envolvendo conceitos da Internet das coisas. É possível que, num primeiro momento, o conceito se mostre um tanto confuso, ou até mesmo um luxo tecnológico dispensável, entretanto uma análise criteriosa das possibilidades oferecidas logo torna evidentes as vantagens que a solução oferece. Para exemplificar, vamos supor que seu secador de grãos esteja conectado, colhendo todas as informações de todos os sensores existentes no equipamento. Dentre eles: temperatura e pressão das câmaras de entrada, secagem e resfriamento, velocidade de carga e descarga, informações de temperatura e umidade de entrada e saída do produto, condições climáticas em tempo real, tempo de secagem/ciclo, níveis, consumo de material combustível, exaustores, venezianas e etc. Todas essas informações estão sendo captadas e armazenadas, operação após operação, num banco de dados que permitirá, inúmeras formas de cruFigura 2 - Gráficos

Diferencial da secagem de grãos 4.0 O diferencial da secagem de grãos 4.0 está na formação de estratégias operacionais inteligentes a partir das informações captadas pelo sistema gerenciador. O sistema é viabilizado pela gestão de dados em nuvem, que permite a geração de bancos de dados gigantescos, os quais formam a base de inteligência e autoaprendizagem dos softwares gerenciadores do secador. Assim, com base nas informações climáticas em tempo real (numa integração com estação meteorológica do sistema de Termometria) e dados de entrada do grão que será processado, o sistema de gerenciamento do secador orientará toda a operação, informado melhor temperatura, pressão e velocidade de circulação do produto, controlando esteira de alimentação da fornalha, carga e descarga de grãos de forma a obter o máximo rendimento com a maior economia para atingir o objetivo de teor de umidade final, sem ultrapassar os limites de temperatura suportados pelo grão e sem desperdícios de material combustível. Não se faz necessário um esforço muito grande para constatar que esse tipo de automação traria benefícios operacionais e financeiros relevantes ao longo de um ciclo de safra, especialmente em unidades que operam com grandes volumes e capacidade de armazenagem. Uma outra grande vantagem que o uso de soluções de automação e equipamentos conectados nos oferece, além da segurança operacional, é a possibilidade de integração e cruzamento de dados de diferentes fases do processo, no caso o pós-colheita. Falando de forma mais específica, podemos trazer as informações do processo de secagem

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TECNOLOGIA

como histórico a ser associado ao manejo durante a armazenagem. Com isso, há uma série de possibilidades que podem ser usadas como meios de comparação e até mesmo estudo e pesquisa. Podemos comparar o comportamento do grão durante a armazenagem com o seu histórico de operação de secagem, por exemplo. Imagine, também, você ter a possibilidade de analisar a quebra técnica durante a armazenagem, ou o percentual de perdas por ações de fungos, insetos e microrganismos e relacionar isso com a operação de secagem. Quais poderiam ser as conclusões obtidas a partir dessas análises de dados? Estamos falando de relações, análises, comparativos que pairam ainda no campo das descobertas e da pesquisa. Temos atualmente o “norte”, um caminho por onde devemos orientar o trabalho, na literatura técnica, nas pesquisas e estudos acadêmicos já apresentados. A partir da aplicação desses conceitos como base, e com o uso da tecnologia, teremos em cada unidade de armazenagem uma espécie de laboratório de pesquisa a campo, com capacidade de formar bancos de dados gigantescos em nuvem (Cloud), de modo que seja possível, num futuro não muito distante, relacionar e conhecer as interações, as causas e efeitos de cada processo do pós-colheita. Com isso, vamos conhecer os impactos de cada etapa do processo no resultado final, de modo a permitir a melhoria operacional, a correção de desvios e falhas e, principalmente, eliminando perdas e maximizando resultados. Além de todos os recursos de comando local, temos ainda a possibilidade de gerenciamento a distância por meio da conexão dos equipamentos à Internet onde podemos obter uma gestão centralizada de vários equipamentos em várias unidades espalhadas em diferentes regiões. Esse não é necessariamente um recurso novo. No entanto, com a aplicação de ferramentas de data analytics e a formação de base de dados em nuvem (Cloud), temos em mãos novas possibilidades de gestão, dentre elas o compartilhamento e cruzamento de dados colhidos de diferentes equipamentos. Esse recurso permite análises e comparativos operacionais mais precisos, facilitando a identificação de falhas e desvios que apresentam diferentes resultados em equipamentos iguais. Um exemplo: por que dois secadores iguais do fabricante A, modelo X, apresentam rendimentos diferentes? Há de se admitir, no entanto, que este não é um aparato tecnológico que será criado em linhas de programação dentro de um departamento de engenharia de modo a chegar pronto na unidade armazenadora. Sua evolução e aprimoramento depende diretamente da alimentação de bancos de dados com informações do processo operacioRevista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

nal a campo. Resumindo, faz-se necessário colher dados da operação, para então, depois de reunido um número considerável de informação, possibilitar esse processo de análise e tratamento, o qual tornará possível toda essa inovação. Isso significa que a aferição de precisão das estratégias e análises realizadas pelo sistema gerenciador do secador se dará de acordo com o volume de informações que forem sendo captadas durante as operações de secagem. Quanto mais informação disponível no banco de dados, maior a precisão de análises de performance e rendimento. Assim, a cada ciclo operacional realizado, o sistema de gerenciamento contará com maior grau de precisão para formar estratégias de secagem. Com isso fica evidente a guinada na forma de fazer o gerenciamento dos secadores de grãos. Se até aqui a preocupação estava em criar dispositivos que forçassem os operadores ao cumprimento de procedimentos pré-estabelecidos, proporcionando a realização de auditoria das operações de secagem. Hoje, além disso, podemos ter uma ferramenta inteligente de gestão que nos permitirá ajustar a operação de modo a extrair o máximo rendimento com o menor custo, aliado à garantia de padrões de qualidade dos grãos processados. Migramos o modelo de gestão de um formato focado na auditoria de operações para um conceito de monitoramento e auto-aprendizagem visando melhoria da performance de todo o processo, focando a garantia de padrões de qualidade do produto a ser beneficiado. Se antes o objetivo era garantir a correta aplicação dos procedimentos de operação dos secadores, hoje temos em mente medir a sua eficácia e buscar a adequação, correção e otimização, além de um acompanhamento detalhado do funcionamento do equipamento, com alertas de falhas, manutenções e uma série de recursos que poderão ser implementados de acordo com demandas


TECNOLOGIA

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específicas de cada cliente. Obviamente todo esse aparato tecnológico continuará dependendo da interação humana. A operação dos equipamentos continuará a depender do conhecimento técnico e capacitação profissional de seus operadores, entretanto a ocorrência de falhas e erros operacionais tende a ser minimizada com o uso da tecnologia. O maior benefício da tecnologia está na capacidade de aprendizado da máquina (machine learning), onde por meio das análises detalhadas temos condições de corrigir e melhorar práticas na condução da secagem de grãos. É notório que a forma de trabalho, a operação dos equipamentos em si, sofrerá mudanças. A automação está aí para se encarregar desses avanços e adequações. Assim como os tratores, que atualmente exigem um maior grau de conhecimento e habilidade em relação à sua tecnologia, comparados aos modelos de décadas passadas, da mesma forma, com a evolução tecnológica e auxílio da automação, os secadores de grãos exigirão novas capacidades, reivindicando aperfeiçoamento profissional de seus operadores. No entanto, uma vez que temos em mãos tecnologias para nos beneficiar, ampliando a rentabilidade, aprimorando a gestão do negócio, reduzindo perdas e custos operacionais, elevando a atividade da pós-colheita a um novo patamar tecnológico de modo a agregar valor ao produto, estamos diante de um caminho praticamente sem volta, assim como já vemos diariamente na lavoura.

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ARMAZENAGEM

Desafios das Unidades de Recebimento de Grãos Safra Soja 2020-21 - Conab

A safra de soja 2020/21, atingiu um volume recorde de produção de soja, com um aumento de 4,1 % na área plantada, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a produção de soja da safra 2020/21 até março tinha contabilizado 135, 1 milhões de toneladas no país.

Adair Luiz Sulzbacher Gerente de Engenharia Cooperativa Integrada adair.luiz@integrada.coop.br

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GRÃOS: DA COLHEITA A ARMAZENAGEM Os grãos da forma como são colhidos e recebidos da lavoura não podem ser armazenados, por melhores que sejam as condições de trabalho e qualidade do equipamento utilizado na colheita, o produto proveniente da área de cultivo, normalmente, apresenta teores de impureza e umidade superiores aos recomendados para comercialização, armazenagem ou processamento. Portanto, na recepção as cargas devem ser amostradas de maneira adequada, de forma a possibilitar a determinação dos teores de impureza e umidade e consequentemente dar procedência aos cálculos relativos às quantidades de impurezas a serem removidas pelas máquinas de pré-limpeza e limpeza, além da água a ser evaporada durante a secagem. O processo de pré limpeza tem inicio ainda no campo, já que, as colheitadeiras além de realizarem a colheita no campo também fazem uma pré-limpeza dos grãos. No entanto, mesmo que bem reguladas e corretamente operadas, um percentual de impureza acima do mínimo indicado para armazenagem e comercialização permanecerá na massa entregue nas unidades, e é por essa razão que se deve seguir com os procedimentos de beneficiamento, pré-limpeza, secagem e armazenagem.


ARMAZENAGEM 35 Em relação às boas práticas de colheita, recomenda-se que se observe atentamente o tipo de produto e a sua umidade adequada, de maneira a evitar perdas no campo, que podem ocorrer com as batidas do molinete, com o movimento das navalhas, ou ainda com a velocidade inadequada de avanço da máquina. Além disso, os danos mecânicos precisam ser evitados, para manterem os grãos o máximo possível intactos, evitando amassamento dos grãos muito úmidos e trincas em grãos muitos secos, que nessas condições, ocorrem com facilidade. Salienta-se a umidade recomendada para colheita, via regra é bem mais elevada do que a indicada para a armazenagem segura. Após a colheita, os grãos serão armazenados com o menor percentual possível de impurezas para facilitar a conservação, na prática, é usual armazenar com 1 % de impureza, conforme a prática comercial. Do ponto de vista técnico, para a melhor conservação dos grãos, o controle de insetos, da temperatura e do melhor desempenho da aeração, quanto menor o percentual melhor o resultado, em virtude disso, o valor de 1 % é aceitável, caso os grãos não permaneçam concentrados, de modo que esses sejam espalhados da forma mais homogênea possível, através dos espalhadores de grãos existentes nos silos. EVOLUÇÃO DAS MÁQUINAS COLHEITA Há 40 anos foi produzida a primeira colheitadeira automotriz no Brasil. O lançamento da colheitadeira SLC modelo 65-A, fabricada em Horizontina, foi feito no dia 5 de novembro de 1965. As colheitadeiras também eram conhecidas como ceifeiras ou debulhadoras, sendo que esse nome era muito utilizado em Portugal. Na atualidade as colhedeiras são fundamentais no trabalho agrícola e diversas empresas estão sempre visando expansão nessa área.

As primeiras colheitadeiras de grãos começaram a ser utilizadas nas lavouras brasileiras em meados da década de 60. Essas máquinas tinham capacidade para colher, em média, cerca de 500 sacas de 60 quilos de soja por dia e eram consideradas um grande avanço tecnológico nas lavouras. Com todos os avanços ocorridos através das décadas, hoje, as colheitadeiras dependem da topografia, região, umidades, e outros fatores, conseguindo colher mais de 5.000 sacos por dia ao operar em condições ideais.

Nesse momento, as grandes indústrias começaram a implantar mais tecnologia, às colhedoras de grande porte. Esse aperfeiçoamento das máquinas ocorreu especialmente com a evolução de tecnologias que antes não faziam parte das lavouras, como o sistema de navegação Global por satélites (mais conhecido como GPS, na Sigla em inglês) Assim, mapas georreferenciados e sensores, que permitem média a variabilidade espacial de determinada área ou talhão, passaram a ser utilizados no campo. Com a possibilidade de dividir os hectares da propriedade em microáreas para análise de produtividade e a fertilidade do solo mais detalhada, possibilitando o surgimento de estratégias como a semeadura de sementes e aplicação de fertilizantes em taxa variável, que resultam em uma otimização das operações e consequentemente na economia de recursos. A SAFRA DE SOJA 2020/21 – PARANÁ Analisando particularmente a safra 2020/21, observa-se que o clima foi uma variável bastante impactante em toda cadeia produtiva. No Paraná, assim como em vários estados, o plantio atrasou por falta de chuvas. E posteriormente a irregularidade das chuvas fez com que algumas regiões fossem fortemente afetadas pela estiagem, enquanto que outras atingidas pelo excesso de chuva no ciclo de desenvolvimento da cultura. Como consequência muitas lavouras de soja tiveram um elevado abortamento de vagens e grãos, principalmente na segunda florada, e, além www.graosbrasil.com.br


36 ARMAZENAGEM disso, em geral as vagens que ficaram retidas nas plantas não apresentaram adequado enchimento dos grãos. Sendo assim, esta safra se configurou de forma bastante diferente em relação às anteriores, devido ao grande volume de chuva no inicio da safra, a soja foi colhida com uma maior umidade, fazendo com que unidades de recebimento precisassem utilizar muito mais o processo de secagem, dos grãos, que já não acontecia tão frequentemente nas outras safras. Outro fator que chamou a atenção na safra de soja 2020/21, foi o volume intenso de vagens, ocorrido por conta do problema do abortamento das vagens e com maturação desuniforme, gerando grandes transtornos no beneficiamento da soja nas unidades de recebimento, tendo em vista a diminuição na capacidade de beneficiamento das máquinas. Por essa razão, fez-se necessário uma calagem com critérios estatísticos simples para garantir uma amostra significativa do lote, e assim conseguir obter uma amostra representativa de cada carga de soja. Durante essa safra se tornou ainda mais evidente que muitas estruturas não acompanharam a evolução das colheitadeiras, isto é, com a velo-

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cidade de colheita atual, os produtores capitalizados e com máquinas novas geraram grandes volumes de colheita diariamente, ressaltando gargalos no recebimento da soja. Outro grande desafio é a capacidade estática de armazenagem. No Brasil estima-se que essa foi equivalente a 170,1 milhões de toneladas em 2020, de acordo com a Cogo – Inteligência em Agronegócio. Segundo orientação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ideal é que a capacidade estática de um país seja 1,2 vez maior do que a produção de grãos, com uma produção de prevista safra 2020/21 de acordo com Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima que o país produzirá 268,3 milhões de toneladas, evidenciando um grande déficit nas capacidade estática de armazenagem. Portanto, é perceptível que unidades de recebimento precisam de investimentos em inovação, e equipamentos com capacidade para acompanhar o volume de recebimento da colheita. A indústria 4.0, com automação de processos, se apresenta como alternativa viável para ganhar velocidade, e confiabilidade na operação, representando uma grande possibilidade de melhoria nos processos envolvidos.


INFORME EMPRESARIAL 37

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38 ARMAZENAGEM

Limpeza em Unidades Armazenadoras

A limpeza de silos e armazéns torna-se cada vez mais necessária para garantir a qualidade dos produtos armazenados, essa limpeza garante a eliminação de fungos, insetos e roedores e possibilita uma verificação periódica na estrutura fisica de silos e armazéns.

A limpeza também é importante na troca de cultivares dentro do mesmo armazém ou silo, garantindo que não se misturem ou se tenha contaminação. Outra limpeza muito comum de ser feita em unidades armazenadoras e de beneficiamento é a limpeza de poços de elevadores, tuneis de armazém e moegas, que por diversos fatores acabam ocasionamento embuchamentos de grande monta e travando o processo de recebimento e beneficiamento dos grãos, acarretando grandes prejuízos e dores de cabeça para os gestores dessas unidades, como lentidão no processo de recebimento dos grãos, caminhões parados vários dias aguardando para descarregar e demora na correção e manutenção dos equipamentos defeituosos. Para esses e outros tipos de limpezas a Comag Equipamentos tem se aperfeiçoado na fabricação de Sugadores de grãos para os mais diversos tipos e capacidades de limpeza. Esses equipamentos são práticos e faceis de operar, garantem um ganho de tempo de limpeza com um mínimo de pessoas para isso, e com maior segurança para os operadores. O modelo de sugador CMG-SUG pode chegar a uma capacidade de sucção de até 4 ton/h e podendo ser equipado com descarga manual, automática ou transporte do produto sugado até outro local através de mangueiras. O modelo de aspirador transportador ATGRevista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

5000 pode chegar a uma capacidade de sucção de até 18ton/h, com descarga por transporte do produto sugado até outro local através de mangueiras. Geralmente esse produto é transportado para dentro de sacos big-bag, carretas agrícolas e/ ou para dentro do próprio silo ou moega, de forma fácil, rápida e prática. Esse modelo também é muito usado para carregar e descarregar armazéns, silos e caminhões e fazer resgate de cargas acidentadas. Com o constante aumento da capacidade dos equipamentos de recebimento e beneficiamento de grãos, o aspirador ATG tem se tornado um excelente aliado a cerealistas, cooperativas e portos na limpeza de poços de elevadores, tuneis de armazém e moegas, com sua grande capacidade de sucção comparado aos tradicionais e pequenos sugadores existentes no mercado.


COOL SEED NEWS 39

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40 UTILÍSSIMAS Cooxupé apresenta balanço de 2020 e faz distribuição de sobras para os cooperados Cooperativa cafeeira de Guaxupé- MG registrou faturamento recorde no exercício do ano passado, atingindo mais de R﹩ 5 bilhões A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé anunciou nesta quarta-feira, 31 de março, em assembleia geral ordinária, o balanço de 2020. Além de receber, durante o ano passado, premiações em espécie de programas de certificação, reconhecimento, qualidade do café e de restituição de capital, os cooperados receberão adicionalmente R﹩ 107 milhões em 2021, referentes às sobras geradas pelos resultados na ordem de R﹩ 325 milhões. Assim como a distribuição histórica, o faturamento também é recorde: R﹩ 5.030 bilhões. O balanço do ano passado ainda apresenta o maior recebimento de café, total de 8,1 milhões de sacas, das quais 6,6 mi foram entregues somente pelos cooperados. O volume de embarques também atendeu às expectativas: 5,9 milhões de sacas de café destinadas para o Brasil e para o mercado internacional, sendo 4,9 milhões de sacas exportadas para 50 países em 5 continentes. Já a SMC Specialty Coffees, empresa controlada pela Cooxupé com atuação no mercado de cafés finos e especiais, exportou 95.650 sacas para países como Alemanha, Coreia do Sul, Itália e Japão. Os investimentos em aquisições, reformas e ampliações somaram mais de R﹩ 40 milhões. A Torrefação - que produz para o mercado interno linhas de cafés torrado e moído e grãos para espresso, além de cappuccino - registrou a produção de 11.9 milhões de quilos, representando um processamento de 198.777 sacas de café. Já os cooperados acima de 75 anos foram beneficiados com a restituição de cota capital no valor de R﹩ 6 milhões, totalizando um montante de R﹩ 25 milhões desde a implantação do programa em 2019. Em 2020, a produção dos cooperados foi de 10,99 milhões de sacas de café arábica na área de atuação da Cooxupé que compreende Sul de Minas, cerrado mineiro e média mogiana do estado de São Paulo. 96% dos cafeicultores associados representam a agricultura familiar, sendo mini e pequeno produtores. Em 2021, ano de bienalidade baixa do café, a Cooxupé estima uma produção de seus cooperados de 7,49 milhões de sacas em sua área de ação, impactada pelo comportamento climático que provocou crises hídricas no solo e exposição da planta a altas temperaturas desde o último setembro. "A chegada da pandemia trouxe muitas incertezas no cenário global, mas as atividades da Cooxupé foram adaptadas e realizadas com sucesso, nos permitindo alcançar resultados históricos. O funcionamento do Porto de Santos foi fundamental para as exportações. Mas, a união e a confiança depositadas pelo nosso cooperado à Cooxupé foram conclusivas para este balanço absolutamente positivo. É o movimento cooperativista mostrando a sua força e, neste contexto, comemoramos todas as conquistas dos nossos Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

associados ao longo do ano passado, somando agora mais estes 107 milhões que serão distribuídos para eles, respeitando a sua participação com a cooperativa", destaca o presidente Carlos Augusto Rodrigues de Melo. Ao considerar o recebimento de café da Cooxupé em 2020, de acordo com a CONAB, o volume recebido pela cooperativa mineira representou 17% da produção nacional de café arábica e 24% da produção deste tipo de café do estado de Minas Gerais.

Carlos Augusto Rodrigues de Melo - Presidente da Cooxupé

Complexo Industrial e de Armazenagem Japy, um dos empreendimentos ligados à exportação da cooperativa

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