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Importância da Qualidade dos Grãos no Armazenamento - Eng. Agr. (PhD
from Grãos Brasil 114
by Grãos Brasil
Eng. Agr. (PhD) Cristiano Casini
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ccasini1@yahoo.com.ar
No ano 2025 seremos 8.000 milhões de habitantes (FAO) e atualmente o mundo globalizado está em permanente evolução com uma característica muito particular, já que os principais países emergentes representam aproximadamente a metade do PBI mundial, sendo os principais atores do crescimento do comércio internacional.
Apresentado este panorama é razoável prever que a demanda por produtos agroindustriais, de onde radica uma das principais vantagens comparativas da região, seguirá crescendo nos próximos anos.
Por o tanto o desafio é transformar-se em sistemas agro-industrializados para ser económica e socialmente sustentável. Tem que ficar atrás a Ideia de oferecer matéria prima e oferecer ao mercado produtos elaborados de grande qualidade agroindustrial e alimentícia.
Para isto se requer entrar em uma nova estratégia de produção cuja finalidade é a produção de produtos industriais, já semielaborados (grãos de qualidade diferenciada, óleos, farinhas, etc.) e elaborados (biocombustíveis, bio plásticos, bio fármacos e principalmente alimentos). Todos, constituídos em uma só cadeia agroindustrial. Isto implica integrar em um só processo industrial a produção primária dos grãos na fazenda, transformar os localmente e colocá-los no mercado internacional de acordo com a demanda. Esta integração da etapa produtiva com a de comercialização, permite a cada um dos atores em conjunto visualizar desde o início quais produtos
elaborar e quais são os requerimentos necessários durante toda a cadeia produtiva.
Bajo este último conceito podemos determinar que hoje não se admite produzir grãos sem uma planificação prévia que tenha em conta: a qualidade do produto a obter, como obtê-lo, como armazená-lo, como industrializá-lo e a demanda do mercado, para lograr a máxima rentabilidade. É o que o conceito de qualidade integral persegue, desde logo em uma base de sustentabilidade e conservação do meio ambiente.
E dizer que a qualidade tem requerimentos a dois pontas: uma, desde o início para lograr um grão de alta qualidade durante a produção primária. A outra, ao final como produto elaborado também de alta qualidade a disposição do consumidor. Se consideramos estes dos aspectos da qualidade com uma visão prospectiva, vemos que com o tempo se geraram mudanças nos futuros sistemas de armazenamento de grãos.
Importância da qualidade dos grãos no armazenamento
O princípio do armazenamento é guardar os grãos secos, sadios, sem danos mecânicos e limpos. Para isto, a consigna básica e válida para todo tipo de armazenamento, é o de manter os grãos “vivos”, com o menor dano possível. Quanto melhor é a qualidade do grãos no momento de armazenagem, menores são os custos de armazenamento.
Quando os grãos se guardam sem alterações físicas e fisiológicas, mantêm todos os sistemas próprios de autodefesa e se conservam melhor durante o armazenamento. Isto depende da genética, do cultivo e da colheita.
A genética em a qualidade dos grãos
A qualidade integral se inicia desde o mesmo melhoramento genético, edemas de lograr grãos de maior qualidade intrínseca, específica para cada produto (proteínas, óleos, biocombustíveis, etc.), a procura de mecanismos naturais de resistência ao deterioro, deve ser a base para melhorar a qualidade dos grãos e sua conservação posterior.
A genética tem uma importância fundamental, já que temos cultivares da mesma espécie que se deterioram menos que outros. Isto se deve a sua constituição física (grãos mais duros) e a sua composição química (contém feno lês, flavonoides, etc.), que os tornam mais resistentes ao deterioramento.
Em soja, é muito evidente que temos variedades que se deterioram menos que outras na etapa de
pré-colheita e colheita. Estruturalmente, o tegumento do grão de soja confere resistência ao deterioro devido a 3 fatores. O primeiro é a formação de poros no tegumento do grão. Os cultivares com grãos mais deterioáveis têm maior quantidade e tamanho de poros no tegumento dos grãos. Por estes furos penetra facilmente a umidade e os grãos são afetados pelos fungos. O segundo fator é a deposição de ceras, provenientes do endocarpo da vagem, que podem ocluir em certos casos os poros e retardar a penetração de água. Em terceiro lugar, a composição química dos tegumentos (Lignina) brinda uma característica de maior dureza física e menor permeabilidade.
Por outra parte, se considerarmos a qualidade do milho, vemos que está associada tanto com sua constituição física, que determina a textura e dureza, como com sua composição química, que define o valor nutricional e as propriedades tecnológicas. A importância relativa de estas características resultará no destino da produção. Para as indústrias que usam grãos de milho, sua qualidade e propriedades tecnológicas são uma preocupação fundamental. É conhecido que os milhos duros resistem mais ao deterioro que os dentados amarelos. A dureza e a resistência contra a ação mecânica o quebrado durante a colheita e pós colheita. Esta resistência, que determina a qualidade que pode o grão para seu uso e conservação, se relaciona em forma direta com a dureza do endosperma, que a sua vez, se deve a relação entre os endospermas córneos e farinhosos, e em menor medida, a compactação dos componentes celulares, a espessura da matriz proteica que rodea a os grânulos de amido, e a espessura do pericarpo. Tanto maior será a dureza do grão, quanto maior seja a proporção de endosperma córneo que o componha. A Maior dureza maior resistência ao dano mecânico e ao ataque de patógenos.
Em o caso do Sorgo, observamos também que os grãos mais obscuros que contém maior conteúdo de taninos são mais resistentes ao deterioro climático e inclusive certa resistência ao ataque de pássaros. Aqui é necessário considerar que nem sempre o tanino tem características favoráveis, considerando que é um componente adstringente e que influi e negativamente na capacidade de digestão das proteínas. Mas se encontrarão em esta espécie outros componentes, como outro tipo de fenóis, que se encontram nos grãos vermelhos que tem propriedades antifúngicas.
Assim podemos enumerar características similares em uma grande quantidade de grãos, mas em geral podemos falar que estas características são herdáveis. Por isto se recomenda a os Fito melhoradores que incluíam, dentro das prioridades de seus programas, a resistência ao deterioro dos grãos. Este aspecto irá alcançar cada vez mais relevância considerando uma visão prospectiva dos grãos na cadeia agroindustrial e no alimento exibido em um supermercado. Podemos falar que a maior qualidade genética do grão (resistência ao deterioro) melhor será seu comportamento a campo e sua conservação posterior em armazenagem.
O manejo do cultivo em a qualidade dos grãos
Todo o comentado requer também, de um novo sistema de produção primária, já não é simplesmente produzir "grãos" e depois vemos que sucede. Isto exige uma agricultura mais programada, mais exigente e mais precisa.
Se considerarmos só o ponto de vista produtivo, o manejo do cultivo é a base fundamental para alcançar a qualidade inicial dos grãos a nível da lavoura. Assim mesmo temos que controlar os processos de colheita e pós colheita para evitar perdas e o dano mecânico do grão, que em certos cultivos é muito elevado. Para isto, é necessário considerar que se deveria incluir a produção primária dentro de um marco de "segurança da qualidade", basicamente BPM, a qual responde a um adequado manejo do cultivo para evitar o deterioro do ambiente e o estresse do plantio, aplicando um controle integrado de plagas y más ervas para evitar a contaminação do meio ambiente e dos produtos que se logrem. É muito importante manter o cultivo com o mínimo estresse possível, já que cultivos estressados, dão grãos mais deterioráveis.
Desde logo que a ferramenta fundamental para fazer mais eficiente este sistema é a Agricultura de Precisão. Para isto é necessário o uso de uma estratégia tecnológica que nos assista para ser “precisos” oportunamente em cada etapa desde a planificação, desenvolvimento do cultivo, colheita até chegar ao armazenamento. Cabe destacar que a agricultura de precisão ocupará um rol cada vez mais importante para melhorar a eficiência do manejo de cultivos e insumos de acordo com os ambientes, logrando a diminuição da contaminação dos grãos e do ambiente.
A colheita, além da etapa de recoleção dos grãos, é considerada como a primeira etapa da padronização dos grãos. Na atualidade as máquinas disponíveis contam com um desenvolvimento tecnológico adequado para colheita de grãos limpos e sem dano
mecânico. E uma das etapas fundamentais da produção, em a qual temos que pôr maiores ênfases para evitar as perdas de qualidade e quantidade.
Os grãos devem estar livres de contaminantes biológicos (mico toxinas), o que depende de um bom manejo do cultivo, a colheita sem dano e do acondicionamento para conservar seco, limpo e frio.
O Armazenamento na Qualidade dos Grãos
Quanto menor é o deterioro dos grãos na labora, melhor será sua conservação. Com isto obteremos melhor qualidade e diminuiremos significativamente os custos de sua conservação.
Na etapa de pós-colheita, os grãos devem ser padronizados para preservar a qualidade lograda na labora. Este acondicionamento tem um objetivo básico: armazenar grãos secos, sadios, limpo, frio, livre de insetos e de contaminantes biológicos e químicos.
O lugar de armazenamento, deve procurar a maior higiene possível, ser “protetor” contra os insetos e as pragas em geral e diminuir o efeito nocivo dos fatores ambientais.
Um aspecto sumamente importante é o manejo integrado de pragas, durante o armazenamento, evitando o uso dos produtos restringidos e o sobre dosagem dos aprovados. E a base fundamental para alcançar grãos industrialmente aptos dentro da cadeia de alimentos. Os mercados internacionais são cada vez mais exigentes com o nível de resíduos químicos que admitem.
Finalmente, como base de um bom controle de qualidade, é imprescindível conhecer muito bem a qualidade de seus grãos antes de armazená-los. Isto é fundamental, para poder determinar a estratégia de armazenamento e um adequado programa de controle de qualidade.
Importância da Qualidade dos alimentos em o mercado internacional
Observamos que em os mercados emergentes temos uma melhora constante do nível de vida da população, o qual assegura que uma demanda por mais e melhores alimentos em crescimento no futuro. A urbanização demandará um maior consumo de produtos elaborados.
De acordo com um recente estudo da consultora Deloitte, denominado: “O Consumidor em 2020”, a convergência dos rubros económico, demográfico e tecnológico provocará mudanças sem precedentes no consumidor ao término da década (Foro Mundial da Alimentação 2011. Bs. As. Argentina). Teremos um crescente interesse do consumidor pela origem dos alimentos, com um ênfase maior para os produtos de alta qualidade e possivelmente de menor custo.
Influencia da qualidade inicial dos grãos e a qualidade final do alimento sobre os sistemas de armazenamento
Finalmente, devemos destacar que o objetivo final da produção de grãos deve ser um produto elaborado, com uma elevada qualidade alimentícia e altamente competitivo a nível internacional. Isto significa que se deverão produzir grãos levando em conta o objetivo de satisfazer um padrão de qualidade específico, que é demandado pela agroindústria, de acordo com os produtos que elabora e as exigências dos distintos mercados.
Analisando isto com uma visão prospetiva, nos permitirá observar a mediano e longo prazo o futuro da ciência e a economia para identificar as tecnologias emergentes que se requerem para adequar os sistemas de armazenamento às novas demandas. E aqui onde adquirirá cada vez mais relevância a influência da qualidade dos grãos e dos alimentos, sobre os sistemas de armazenamento, considerados em cada uma dos extremos da cadeia agroindustrial (princípio e fim). Por uma ponta, da produção primária, deverá entregar um grão de qualidade aos armazéns e por outra ponta, da agroindústria, exigirá a os armazéns a entregar um grão de características diferenciadas para um produto determinado que deverá ter permanentemente um padrão de qualidade determinado.
A planificação da produção já não se fará só para gerar mais matéria prima, a finalidade será produzir
maiores e melhores produtos industriais. Os alimentos devem chegar ao consumidor mais elaborados e prontos para consumir. Os controles de qualidade em todos os processos agroindustriais devem ser cada vez mais estritos em toda a cadeia. Considerando que a base de toda evolução, contempla a melhora contínua da qualidade dos grãos, partindo desde o melhoramento genético, passando por todas as etapas produtivas primárias, do armazenamento e da indústria, até chegar ao consumidor. trole de fungos, insetos, roedores e aves contaminantes. • O desenho dos armazéns deverá contemplar processos simples e menos consumidores de energia Estarão dotadas de sistemas eletrônicos e de comunicação com painéis de controle que facilitaram seu funcionamento e sua utilização, com detectores de mal funcionamento em tempo real. • Os sistemas de controle deverão contar com software que tenham a habilidade de variar o manejo das qualidades e de stocks para adaptar-se melhor aos requerimentos da indústria. • Combinar as TIC´s e os softwares, para poder manejar a distância desde qualquer dispositivo de comunicação o negócio agroindustrial, controlando em tempo real as atividades cotidianas da produção agropecuária, o armazenamento, a indústria e os mercados. • Integração total dos armazéns em as cadeias agroindustriais com perfis bem definidos de sua capacidade e garantia operativa, dentro de um esquema de “Qualidade integral”.
Na etapa do armazenamento a ciência e a tecnologia temos como principais componentes os seguintes desafios: • Aumento da capacidade de armazenamento em base a maior quantidade de silos de menor tamanho para diferenciar qualidades de grãos.
Um cerealista terá interesse em receber grãos de qualidade conhecida para poder diferenciar sua armazenagem e ter uma oferta diferenciada para a industrialização dos grãos. • As máquinas e equipamentos utilizados deverão ser mais simples, de menor mantimento, mais seguros e confortáveis para o operador e o entorno. • Os motores deverão ser aptos para biocombustíveis e com emissões menos contaminantes. • Deverão ter uma maior mecanização (robotização) para manejar os armazéns já que se prevê uma escassez de mão de obra. • Maior capacitação dos funcionários para adequar-se aos novos requerimentos tecnológicos. • Adopção de sistemas de segurança da qualidade desde as Boas Práticas de Manejo até as
HACCP, que serão obrigatórias dentro da cadeia agroindustrial alimentícia. Em este ponto se deverá trabalhar intensamente no manejo integrado de pragas para ter um eficiente conNA CADEIA AGROINDUSTRIAL, A QUALIDADE INTEGRAL E SIMPLESMENTE FAZER TUDO BEM DESDE UM PRINCÍPIO, COM A MAIOR RENTABILIDADE POSSÍVEL, INTEGRANDO TODAS AS ETAPAS DA PRODUÇÃO, MAS O REQUISITO BÁSICO E A “QUALIDADE DOS GRÃOS”