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¦ Editorial ¦ Ano XI • nº 66

Maio | Junho 2014

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Administrador Marcos Ricardo da Silva Colaborador Antonio Painé Barrientos Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 3304-6522 | 9162-6522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa Marcos Ricardo da Silva

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Grãos Brasil, é por VOCÊ Caros Amigos e Leitores É com grande alegria que chegamos a você com esta nova edição de Grãos Brasil, da Semente ao Consumo. Lembrando que além da versão em papel temos também a possibilidade de receber de forma digital a revista completa, facilitando sua leitura e chegando com menor custo a todo o mundo. Os grãos de soja, milho, etc., estão circulando em nossos armazéns, sempre expostos a sofrer danos, sempre perdendo peso seco, gerando gastos, colocando a prova a logística de indústrias, portos, transportes, etc.. Como em todas as safras na grande maioria das regiões produtivas nos encontramos com menores possibilidades das que necessitamos pra ter um trabalho eficiente. Este é o conceito básico, o da eficiência, o custo que estamos assumindo para realizar distintos trabalhos da pós-colheita. Lembrando que os gastos não só de mão-de-obra, energia elétrica, impostos, seguros, manutenção de equipamentos, combustível, aluguel, etc., temos um custo de grande importância que é a qualidade dos grãos e o peso que pretendemos conservar. O custo em grãos muitas vezes passa despercebido, até o momento que este é muito grande. Por isto a tecnologia hoje põe o acento em que o custo em grãos seja o menor possível e que os outros gastos tendam a ser cada vez menores. Nesta edição apresentamos valiosa informação sobre temas de acondicionamento, qualidade, sistemas de exaustão, logística e muitos outros. Sabemos que o grande desafio e entrar na era de pós-colheita de precisão. E que além dos investimentos cada empresa deve considerar a capacitação do seu pessoal. Esta capacitação permite que com um investimento muito baixo alcance grandes benefícios, que podem ser facilmente quantificados, no caso que a empresa realize os controles necessários. Com grande sucesso se desenvolveu o VI Simpósio Sul de Pós-colheita em Chapecó e já se esta trabalhando no evento de Maringá. Parabéns para ABRAPOS. Aproveitamos para lembrar que nos dias 17 e 18 de Setembro realizamos em Rosário (Santa Fe – Argentina) nosso décimo sétimo Granos SAC Expo Pós-colheita que é uma oportunidade muito interessante para visitar e conhecer a tecnologia dos países vizinhos. Esperamos vocês nas Jornadas de Atualização no Mato grosso e Minas gerais. Uma oportunidade a seu alcance para capacitar-se e interagir com seus colegas nos temas de interesse do setor armazenador. Os deixo em boas mãos, obrigado aos anunciantes, editores, assinantes e leitores em geral por acompanhar-nos no desafio de melhorar a pós-colheita de grãos e sementes. Sigamos avançando, que Deus abençoe vocês, seus lares e empresas.

Com afeto.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil



¦ Indice ¦ 06

Acondicionamento

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A importância da exaustão de poeiras em Agroindustrias.

16

A Soja e o Lucro da Industria

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Grandes conquistas, desafios ainda maiores

21

VI Simpósio Sul De Pós-Colheita De Grãos

22

Interferência dos Fungos e das Micotoxinas na Qualidade de Produtos Agrícolas

25

Armazenagem de Grãos

28

Certificação de Unidades Armazenadoras

31

Propriedades Físicas dos Grãos Armazenados

36

Ainda continuamos Vice na Produção Apesar de Liderar nas Exportações

Setores

02

Editorial

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Não só de pão...

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38

Cool Seed News

40

Utilíssimas


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¦Acondicionamento¦ A etapa de acondicionamento é sem duvidas uma das mais importantes da pós-colheita de grãos. Os elevados custos, a grande possibilidade de dano da mercadoria (no caso de não operar corretamente) e os frequentes gargalos (limitantes da produtividade), fazem que devamos por muita atenção nos temas de limpeza e secagem.

Acondicionamento Por: Domingo Yanucci |Consulgran - Grãos Brasil | graosbr@gmail.com Com o simples objetivo de fazer uma análise comentamos que na secagem de 3% ou mais pontos de umidade na produção que se seca no Brasil implica milhões de toneladas de lenha. A esta consideração devemos adicionar as graves perdas por sobre secagem, o que além de perda de peso, leva a maiores consumos de combustível e a perda de qualidade. Podemos ver com frequência dano no glúten de trigo ou rachaduras em milho, dando lugar a quebra. Com o objeto de fazer uma aproximação podemos falar que se perdem por ano o equivalente ao custo de um porto. Em zonas onde a secagem é habitual, o gasto com combustível nos armazéns equivale a 20% dos gastos totais. Com tecnologia de fácil acesso podemos reduzir o consumo de combustível em 30%, melhorando simultaneamente os problemas de qualidade e rendimento dos secadores. Em quanto à limpeza for feita em excesso, causa perdas econômicas diretas, já que obriga a vender mal o produto que pode ser vendido ao valor de grão. Isto é mais frequente em grãos que passam por peneira, como milho, soja e girassol. Quais são as práticas que nos ajudam a solucionar os problemas de acondicionamento? 1) Monitoramento e automatização. 2) Recuperação de calor 3) Otimização de secadores 4) Isolamento térmico 5) Sistemas combinados de secagem 6) Ajustes de manejo (amostragem - classificação – pré-limpeza - misturas - aeração) 7) Manutenção dos equipamentos 8) Escolha das peneiras 9) Otimização de elevadores de canecas e equipes de transporte em general. 10) Recuperação de umidade. 1. Monitoramento e automatização A secagem de grãos e sementes é sem duvidas uma das praticas de acondicionamento mais complexas, já que na mesma máquina se devem secar partidas que chegam com distintos níveis de umidade. Não é estranho que na moega chegue grão com 20%, depois 17% e mais tarde com 22% e permanentemente se apresentem variações. O responsável tem que estar muito atento da umidade de ingresso e de saída do secador, do rendimento da máquina (t/h) em relação a sua capacidade estática, de forma a fazer os ajustes de descarga e/ou temperatura no momento mais oportuno (práticas que definem o tempo de secagem), 06 |Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

além de atender os múltiplos problemas das épocas de safra. Esta não é uma tarefa fácil já que em a voragem da colheita são muitos os trabalhos de grande implicância econômica que se devem desenvolver. O que acontece se não são feitso os ajustes da secagem em tempo e forma? • O secador rende menos. • O grão sai com mais umidade ou sobre secagem, com problemas de conservação e despacho ou quebras técnicas incensarias (secagem desuniforme). • Maiores são os risco de incêndio e deterioro do grão. • Em geral a tendência a sobre-secagem incrementa os custos e os deterioro na secagem. Quais são as alternativas para melhorar a secagem usando menos mão de obra? Existem hoje dois sistemas de automatização em nível mundial, um utilizando o controle da umidade do grão no processo de secagem e outro baseado no seguimento das temperaturas. Este último resulta muito mais econômico e bem manejado soluciona os problemas que implica a secagem de partidas não uniformes. Na Fig. Nº 1 vemos a variação da temperatura do grão no processo de secagem.

Na Fig. Nº 2. Vemos o que acontece com a variação de temperatura dos grãos de distinta umidade inicial (fase de esquentamento).


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¦Acondicionamento¦ As consequências do apresentado é a economia do processo, a maior segurança e a diminuição notável de mão de obra. Não requer um permanente controle de ingresso e saída por parte do funcionário e por o tanto se diminui a intensidade da mão de obra, é mais seguro, preciso e eficiente que o manejo manual. Em uma operação manual se realizam 2 a 6 controles por hora, um sistema de monitoramento com 3 pontos realiza 600 leituras em uma hora. O sucesso do sistema se baseia no ajuste que o operador deva fazer para cada secagem. Podem desenvolver-se para cada tipo de secador e sistema de secagem, equipamentos adequados. Vemos em o seguinte esquema os pontos mais frequentes de controle:

Estas figuras pretendem só orientar sobre as variações de temperatura dos grãos, entretanto se geram as variações de umidade. Todo grão antes de iniciar uma evaporação de umidade importante deve alcançar um mínimo de temperatura; durante a evaporação (secagem) importante não aumenta sua temperatura e depois quando o ritmo de evaporação diminui, e o grão segue exposto a uma fonte de calor, necessariamente se incrementa novamente a temperatura dos grãos. O calor que se produz na queima do combustível tem basicamente três destinos; se perde, esquenta o grão e seca o grão. Obviamente, para determinadas condições de secagem o grãos mais úmido requer mais tempo para chegar à umidade desejada, mas a temperatura final será praticamente a mesma a que chegue o grão menos úmido. Deve-se evitar que o grão chegue na curva ascendente de temperatura, se não se tira dos módulos de calor neste ponto, sem duvidas o grão se deteriora e se retirar antes não se encontrará o suficientemente seco. Para um determinado grão, condição climática, sistema de secagem, temperatura do ar, etc., qualquer seja a umidade de ingresso, sempre se chega a um ponto de inflexão (permanecendo o grão no processo de secagem); por esta razão é possível relacionar uma determinada temperatura com uma umidade do grão. Por o tanto, os sistemas de monitoramento não pretendem tomar o lugar do operário, mas só dar ferramentas para que possa fazer uma secagem mais eficiente. Nos sistemas de secagem combinado (todo calor) sempre se tira o grão com a máxima temperatura que pode alcançar; na secagem convencional (calor-frio), não sabemos bem qual é a máxima temperatura que alcança o grão. Instalando uma termocupula no ponto de maior temperatura, também ajudamos a proteger a mercadoria de possíveis deteriores. O instrumental de monitoreamento e automatização, denominado Secagrão, permite: 1. Conhecer a temperatura nele ou os pontos desejados (selecionados previamente) (atua como qualquer termômetro) 2. Alertar sobre a geração de temperaturas superiores as desejadas (conectado a alarmes sonoro-luminoso) 3. Acionar a descarga e/ou atuar sobre a temperatura para ajustar o secagem a os níveis preestabelecidos. 08 | Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

Os sistemas ainda não muito difundidos entre nós, permitem reduzir os margens de erro na secagem pela metade, oferecendo maior agilidade, segurança e qualidade na mercadoria final. Por o tanto equipamentos de monitoramento e automatização baseados em medição de temperatura se amortizam em menos de uma safra. Secagrão: manejo do equipamento O equipamento dispõe de três sensores localizados dentro da secadora em forma vertical. As temperaturas são lidas sequencialmente em forma permanente e são indicadas em um visor digital, tanto o Nº de sensor como a temperatura determinada por ele mesmo. Ex.: 1 – 25

Temperatura lida por o sensor

Nº do sensor Na parte inferior do equipamento, (debaixo do relógio digital), se encontra outro setor numérico de manejo manual, onde um calibra a temperatura limite do grão. De acordo com a temperatura calibrada o grão sai da secadora com uma umidade “X”, que deve supõe-se é a umidade buscada pelo responsável. De acordo com a temperatura calibrada o Secagrão manterá o basculante ferrado até que o grão se esquente e fique perto


Acesse: www.graosbrasil.com.br da temperatura calibrada, quando isto suceda o equipamento enviará um sinal direto ao basculante para que este se ative e deixe cair a mercadoria. Se logo de uma mercadoria úmida entra um grão seco (5 ou 6 pontos inferior), este grão se esquentará rapidamente por o tanto o secador seguirá basculando e assim sucessivamente. Ex.: Calibrando uma temperatura de 45º C e o grão saído da secadora tem uma umidade de 16,5% e esta Umidade e a requerida, se mantém esta calibração. Sim a umidade e muito alta se sove a calibração da temperatura. Sim 16,5% e muito baixa então se diminuem a calibração da temperatura. O contador de horas e outros medidores O contador de horas é um instrumento de grande valor em todas as máquinas de um armazém (elevador de canecas - aerações - secador - etc.) no caso dos secadores, tratando-se das máquinas de maior nível de investimento por tonelada instalada e de maior gasto por tonelada processada, cobra uma maior significação. A grande diferença entre o manejo tradicional, artesanal (que se transmite de geração em geração) e o que nos mostra um caminho do aperfeiçoamento permanente e em definitiva do profissionalismo em a tarefa a realizar, é a capacidade de MEDIR. Na medida que medimos cada um dos processos e conhecemos mais a fundo os mesmos, podemos estabelecer quais são os parâmetros mais adequados para ajustar e

conhecemos que variações se presentam como resultado de aciones de outros. Lamentavelmente os secadores normalmente não vem de fabrica com um contador de horas e o mesmo é fundamental para facilitar o conhecimento das horas trabalhadas e relacionar este dado com a capacidade produtiva e o consumo, de maneira de definir os gastos e os custos. Deveríamos encher o armazém de todos controles que permitam conhecer com a maior precisão possível o comportamento das variáveis de interesse. Por exemplo: conta horas - caudalímetros de combustíveis - caudalímetros de pulverização - medidores de condições ambientais - medidores de nível - medidores de temperatura do grão - medidores de velocidade e rotação - medidores de temperaturas de rolamentos. Registros e controles manuais Uma das experiências mais interessantes a comentar é o incremento de rendimento em o processo de secagem em uma secadora em Paraná. Se trato de implementar uma folia de controle (planilha de controle), levando um registro cada 15 minutos de simples dados umidade de ingresso, saída, temperaturas, etc. A simples implementação deste registro, acompanhado de recomendações sobre o nível de umidade real de saída do grãos do secador, permitiu elevar o rendimento entre um 30 e 40 %. Controles do Secador: O responsável do secagem não só

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¦Acondicionamento¦ ¦Transportadores¦ ¦Gestão¦ deve fazer as medições periódicas (por exemplo a cada 15-20 minutos) (umidade de ingresso – umidade de saída-temperatura da secagem- temperatura do grão), mas também os dados se devem registrar em uma planilha ou caderno especifico para cada máquina.

Nota: E recomendável que o funcionário dispo-a de um medidor de umidade. O responsável do armazém deve estar em conhecimento das condições do secagem e deve realizar um controle frequente, com a finalidade de corroborar a informação do operador do secador. Registro do caso real para secagem combinado: Temperatura de ar de secagem 130º

Registro do caso real para secagem combinado: Temperatura de ar de secagem 85º Soja

Quando Realizar o ajuste na secagem ? Muito frequentemente se está secando um tipo de mercadoria, por exemplo o milho com 17% e chega uma partida com 20% e se apresenta a dúvida de qual é o momento mais adequado para regular a descarga. Para dar uma resposta correta a esta inquietude se deve conhecer: • A capacidade portante da secagem (quantas toneladas entram em os módulos). • Quantas toneladas estão sendo descarregadas por hora (de milho que ingresso com 17 %) Quando o milho de 20 % chego a transitar entre 25 e 30% da zona de calor se deve realizar o ajuste, deste jeito se logra um secagem razoável, nem se sobreseca o de 17% coisa que aconteceria se diminui-se a descarga em quanto entrar em 20% nem sai demasiado úmido coisa que aconteceria se esperarmuito tempo para diminuir o ritmo do secagem. 10 | Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

(Para 3% ou 30 % da zona de calor, para 2% ou 40%, para 4% ou 20 %.) Ex.) Capacidade portante 40 Ton. Se está secando a um ritmo aproximado de 40 t/h (milho de 17 a 14,2 %) e ingressa uma nova partida de 20%. Quando no secador ingressaram entre 7- 9t de milho com 20% é o momento de diminuir a velocidade de descarga para dar maior tempo de exposição. Portanto o ajuste deve fazer e quando a nova partida cubra 25-30% dos módulos de calor. Para poder realizar isto eficientemente a boa amostragem do que entra e sai é fundamental. 2. Uso de Gás Sem duvida o gás, seja em sua apresentação como gás natural ou GLP, é a melhor alternativa de combustível, do ponto de vista do manejo. O Brasil requer ampliar sua rede de gás natural e assegurar o aprovisionamento nos períodos de pico e buscar alternativas mais econômicas para este combustível. O GLP tem a possibilidade de chegar a todos lados, tendo as mesmas vantagem do gás natural, mas resulta mais caro que as outras alternativas (combustíveis sólido). Nos principais países que secam grãos se trabalham com gás. Que vantagem temos com o uso de Gás? • Maior eficiência. • Melhor controle e limpeza • Mais fácil mantimento e prolongação da vida útil dos equipes. • Menor uso de mão de obra. • Facilidade para a automatização. • Maior seguridade. Grande desvantagem a considerar em cada caso e o custo de instalação e operação. 3. Recuperação de calor Está bem estudada a possibilidade de poupar combustível, vinculado com a recuperação de calor. Normalmente o ar que passa na parte superior da torre de secagem (secadores contínuos) sai saturado de umidade, mas na medida que o grãos baixa e se vá secando, a entrega de umidade e mais lenta e parte do calor produzido por a queima de combustível, não se aproveita na evaporação da agua, saindo por o tanto o ar mais quente e menos úmido. Se em lugar de tomar ar ambiente a 20ºC e 90% de umidade relativa, se toma ar servido da mesma secadora a 45ºC e 50% de umidade relativa, a economia de combustível é significativa. Normalmente se fala de um poupança de 20 a 25 %. Isto pode implementar-se tanto em secadores de coluna como de cavaletes.


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¦Sistemas de Exaustão¦ Não é de hoje que a emissão de pó e particulados tem feito parte das reuniões de diretoria de diversas agroindústrias. A emissão de pós nos processos de limpeza e movimentação de grãos, tem sido assunto amplamente discutido internamente nas empresas tanto, pelo fator ambiental, como trabalhista. É comum nas pautas do plano diretor das grandes indústrias a viabilização de verba para investimentos contínuos no setor.

A importância da exaustão de poeiras em Agroindustrias. Por: José Luiz Rico|Gerente Comercial Astral Controle Ambiental | comercial@astralambiental.com.br O desempoeiramento de agroindústrias além dos aspectos de proteção do meio ambiente, pode proporcionar uma série de melhorias no processo, otimização de tarefas e ainda melhora no ambiente interno da produção, protegendo colaboradores e máquinas. A legislação brasileira vem sendo alterada e cada vez mais as exigências de nível de emissão atmosférica e de normas trabalhistas vem ficando mais rigorosas ao ponto de termos no Brasil uma das mais exigentes legislações ambientais do mundo. Sabe-se também que a fiscalização ainda é muito pontual se baseando em denuncias ou sinistros para um trabalho específico de fiscalização por segmento e região. O que de certa forma habilita pequenas empresas a planejar com antecedência os pontos que devem ser melhorados, tanto em manuseio como em captação de pós em suspensão. Inevitável é que em um momento ou outro esta necessidade se colocará em sua porta. Se a captação de pó é importante pela adequação e exigência ambiental além da melhoria do ambiente de trabalho de colaboradores, um bom sistema de aspiração e filtragem pode ajudar em diversos processos produtivos, seja por que o pó captado no recebimento do grão facilitará o processo de tarara ou maquina de limpeza, seja por que equipamentos de transporte como elevadores de canecas e correias trabalharão em depressão, seja por garantir uma perda mínima do total descarregado até o fim do processo, mas principalmente é de vital importância para evitar sinistros. Para que tenhamos uma explosão, são necessários três elementos, combustível, oxigênio e faísca. Em um ambiente com particulados suspensos em determinado volume (combustível) somado a ser um ambiente aerado (oxigênio), na mistura certa pode fazer com que qualquer centelha ou faísca acabem causando uma explosão de proporções incalculáveis. É bem comum que escutemos histórias sobre alguém que desceu em túnel para fazer uma solda ou manutenção e ocorreu uma explosão. Bem como, é comum ouvir histórias de funcionários que estiveram em ambientes confinados, desmaiaram dentro do ambiente e, em poucos minutos foram a óbito. Acontece que particulados específicos, mais comumente soja e milho na forma de pó depositado em túneis, por exemplo, ao agregarem umidade ou água, iniciam um processo de fermentação, liberando no ambiente gases tóxicos que podem levar a óbito. Devemos considerar que todo ambiente confinado deve ter 12 | Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

uma ventilação eficiente, de maneira a manter uma troca constante de ar dificultando a ocorrência destes sinistros. Cabe aqui considerar que neste caso não estamos falando de exaustão localizada para remoção de pó, mas sim de ventilação diluidora para garantir um ambiente que pode ser visitado. A ventilação de túneis e poços de elevadores, normalmente é feita através de ventiladores axiais, ligados por dutos para direcionamento do ar. Um dos melhores conceitos para um túnel que possua poço nas duas pontas é jogar ar limpo por um lado e retirar ar saturado pela outra ponta. Em poços de elevadores é comum realizar a exaustão em depressão, onde um axial instalado na grade de acesso está retirando ar do ambiente através de um tubo de mergulho que termina a mais ou menos um metro do piso do poço. Este tipo de sistema de ventilação não garante que pós e particulados acabem decantando no ambiente, mas garante uma renovação constante de ar e retirada de gases tóxicos. Muitos conceitos desta ventilação são apresentados, porém deve-se levar em conta caminhos preferenciais do ar para não haverem pontos cegos sem circulação de ar no ambiente. Ao determinar um sistema de aspiração e filtragem algumas premissas devem comandar a escolha do procedimento mais adequado ao processo produtivo existente. È bem comum que procedimentos e manuseios tenham que ser alterados para aumentar o resultado e reduzir investimentos. Ao determinar uma aspiração localizada deve-se ter em mente que o enclausuramento ou fechamento máximo da operação deve ser alcançado.

José Luiz Rico – Gerente Comercial da Astral Controle Ambiental | Especialista em exaustão com mais de 20 anos de atuação no ramo


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Quando mais fechamento houver na manipulação e movimentação, menor será a necessidade de volume de ar aspirado e por consequência menor será o equipamento de filtragem. Tombos de correias e recebimento de correias devem ter capelas ou tampas forçando o ar a não se desprender, fazendo com que uma baixa vazão de ar e ponto de aspiração consiga manter entrada constante de ar pelas aberturas e evitando que o pó disperse no ambiente. O mesmo vale para descargas de silos, redlers, triper entre outros processos de movimentação. Um dos pontos que tem tido maior investimento nas agroindústrias é a recepção e expedição de grãos, onde grandes massas de produto estão sendo recebidas ou expedidas, criando um arraste de ar em alto volume, carregado de particulados que após desprendidos dificilmente serão captados. No caso de recebimento de grãos por bicas, onde não se espera grande agilidade de descarga não são os mais complicados, mas quando falamos em tombamento de caminhões ou ainda basculamento de caminhões o buraco é mais embaixo. Ao iniciar a inclinação de descarga nestes processos temos um volume grande de grãos sendo jogado para dentro da moega em intervalo curto de tempo. Como neste momento a moega está cheia de ar e dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, ao entrar o grão, o ar é expulso na mesma violência da descarga, gerando alto nível de pó no ambiente, tornando-se em alguns casos impossível operador entrar no ambiente do tombamento até que a poeira baixe. Em uma indústria que possui várias moegas e diversidade de caminhões e descarregamentos é interessante que haja um direcionamento do fluxo, tombando em uma moega, por bicas em outra e assim por diante. Isto facilitará o processo de fechamento no entorno da operação e ajudará a otmizar os custos do investimento.

O conceito de enclausuramento e fechamento não é nenhuma novidade. Livros de mecânica de fluidos com enfoque em ventilação escritos há mais de 40 anos já colocam isto como de real importância para a eficiência dos sistemas. Empresas que fabricam equipamentos de armazenagem, em especial as empresas que fornecem para o setor portuário, há pelo menos trinta anos realizam este tipo de trabalho melhorando os resultados da aspiração e facilitando o descarregamento em dias chuvosos. A Astral Controle Ambiental de Curitiba, vem fornecendo este tipo de equipamentos a muitos anos, sendo referencia em sistemas de aspiração no Brasil, atuando não somente no setor Agricola como também em segmentos da industria como fundições, metalúrgicas, empresas do setor químico, madeireiro entre outros. Devido a variedade de recebimentos de grãos em obras já realizadas pela Astral Controle Ambiental a empresa gerou um case com diversos tipos de fechamentos, sejam fixos ou móveis, de chapa metálica ou de lona, de maneira a poder apresentar ao comprador uma variedade de soluções que certamente uma irá se adequar ao processo. Seguindo esta premissa de projeto, um carro chefe da exaustão das moegas tem sido o enclausuramento móvel de tombadores. O mesmo fica fixado nas abas laterais do tombador, movimentando-se em conjunto com o mesmo, criando um túnel de baixa metragem cúbica, mas principalmente faces abertas menores, garantindo com baixas vazões e pequenos equipamentos a não emissão de particulados para o ambiente externo, bem como uma lavagem mais rápida do ar, fazendo com que ao baixar a plataforma de tombamento não existam mais pós em suspensão. Uma porta que pode ser mecânica ou manual encerra o fundo do fechamento proporcionando excelente resultado. Devido a baixa cubagem do ambiente esta exaustão fica eficiente em potencias pequenas como 40 ou 50cv.

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¦Sistemas de Exaustão¦ Outras soluções como filtros armário embutidos sobre a grade da moega, fazendo a grade virar um grande plenum aspirante, tem ganhado espaço em entrepostos, empresas de logística, fabricas de rações entre outros, pois evita retirar o pó e particulado, retirando apenas o ar que seria desprendido na movimentação. Levando-se em conta que em empresas de rações todo pó é aproveitado e que em empresas de logística todo volume que entrou na unidade deve ser expedido, esta pode ser a melhor escolha. Fechamentos fixos e confinamento do prédio pode ser uma solução quando no recebimento de caminhões basculates e de descarga por bicas, associado a um sistema de maior vazão, mas cada caso deve ser estudado de maneira a ter a solução mais adequada ao manuseio previsto pela industria. Outro equipamento que vem ganhando bastante espaço são os filtros pontuais ou inseríveis. Este tipo de equipamento fica assentado sobre o ponto de emanação, seja ele um chute de correia, ou ainda um elevador, criando uma depressão constante e através de pulsos de ar comprimido devolve o produto dentro o corpo do elevador ou diretamente na correia. Infelizmente o mercado de ventilação industrial foi miscigenado por pequenas empresas, oriundas de técnicos ou vendedores saídos de outras empresas, que fatalmente roubarão uma fatia de mercado. Empresas sem corpo técnico ou experiência em diversas soluções que normalmente duram três ou quatro anos até falirem por falhas técnicas ou administrativas. Isto de certa maneira coloca em cheque também empresas tradicionais e de competência comprovada, pois precisam de um desgaste técnico grande no convencimento de valores e por não se permitirem ser tecnicamente equivocadas só para ganhar um pedido ou obra. Uma empresa especialista em exaustão vive somente deste segmento não podendo ter equipamentos em mau funcionamento ou que não atinjam o resultado esperado. Por isso ao participar de um processo de cotação deste tipo de sistema é importante o comprador ou engenheiro ter em mente a necessidade de visitar uma obra já realizada pelo fornecedor, ou ainda duas ou três ligações de referencia para não entrar literalmente em uma furada. Lembre-se que em foto, todo obra recém concluída tem bom aspecto, vale saber se funcionou adequadamente, se segue operando até hoje, se o regime de manutenção está de acordo, entre outras averiguações. Um bom sistema deve ser desenvolvido de maneira a gerar apenas uma manutenção preventiva anual, tendo casos onde com monitoramento adequado pode-se diminuir a periodicidade de preventivas. Equipamento que apresenta problemas ou exige manutenção constante, foi mal dimensionado. Se sua empresa é grande ou pequena em algum momento terá que discutir este tipo de sistema de controle ambiental, fazendo esta premissa necessária e de aporte ao crescimento natural da empresa. Se está em zona urbana mais precisará e mesmo em zona rural o próprio bom ambiente de trabalho exigirá que você pense nisto. A Astral Controle Ambiental de Curitiba, há 16 anos projeta, fabrica e instala sistemas de aspiração e filtragem para os mais variados segmentos da industria, tendo como compromisso o resultado efetivo, com a melhor relação entre investimento e 14 | Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

benefício. Possui um departamento técnico altamente qualificado, com expertise em ventilação industrial desenvolvendo soluções caso a caso de acordo com as necessidades e possibilidades da Indústria. Devido ao alto crescimento agroindustrial, este segmento representa hoje mais de 50% do volume de obras da Astral, podendo disponibilizar diversas obras para visitação de maneira a gerar maior segurança na negociação. Soluções assertivas e de resultado estão no portfólio da Astral atendendo as maiores empresas do Brasil em obras repetidas devido ao resultado alcançado. Resta salientar que uma analise de cada processo e emanação de particulados, deve ser estudada minuciosamente na fase de concepção de projeto no intuito de gerar um sistema realmente eficiente e que não prejudique a produtividade e resultado da Agroindústria. Solicite ao departamento Técnico-Comercial da Astral Ambiental uma visita através do e-mail comercial@astralambiental.com.br, ou entre diretamente em contato por telefone 41 3346.2200. Certamente você ira se surpreender com a capacitação e experiência da equipe.


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¦Conservação¦ É antigo o conceito de que a soja, como vai para a indústria de óleo, pode ser conservada de qualquer maneira que no final vira tudo em farelo e óleo

A Soja e o Lucro da Industria Por: Silvio Kolling|Técnico Comercial da EQUIPASA | silviokolling@equipasa.com.br Muito comum é julgar-se que a soja comercializada com teores entre 9 e 10,5% B.U. é muito melhor para a indústria, visto que já estaria com a umidade ideal para trituração e laminação, dispensando assim o custo para ressecagem até os índices adequados à extração. Pesquisas realizadas pelo Eng. Químico Alberí Ferreira Pires que já datam de mais de 20 anos, comprovaram diferenças significativas entre produtos que alcançaram os 10% de umidade em diferentes condições. Considerando uma estrutura de armazenagem que não oferece condições adequadas para conservação do grão, verificamos sempre uma aceleração da atividade metabólica, mais conhecida como respiração, que consiste numa reação química típica assim expressa: C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + 677,2Kcal. glicose oxigênio gás carbônico água calor ou seja, queima espontânea dos carboidratos e gorduras que resultam em acidificação pela ação enzimática mais intensa. Nesse caso, o primeiro a ser penalizado é o próprio armazenador, pela perda direta de umidade e peso do produto comercializado. Ao adentrar com essa matéria prima na indústria, digamos que com umidade já ideal para esmagamento, estaremos suprimindo o custo de ressecagem, porém, nos deparamos com outros problemas que são proporcionados por esse grão. Presente no óleo bruto, as indústrias via de regra, consideram 0,7% um teor de acidez aceitável para extração, sendo que a partir dessa baliza, cada ponto percentual de acidez passa a ser contabilizado como prejuízo, uma vez que representa um descarte volumétrico equivalente ao dobro desse índice.

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Esses números tornam-se relevantes no processo de refino quando soma-se a isso o consumo da soda cáustica para correção da acidez e ácido fosfórico para ajuste dos fosfolipídios. Se tomarmos como exemplo uma indústria com capacidade de esmagamento de 1.800ton/dia e que por sua vez identifica um índice de acidez no óleo na casa de 2%, há nesse caso uma perda direta de 8.500kg diários de produto refinado, custo ao qual agregam-se as despesas com os próprios insumos mencionados acima, gerando um prejuízo que pode chegar facilmente aos R$ 20.000,00/dia. O aumento da acidez na soja, provocado por armazenagem inadequada, é potencializado a partir do mês de setembro quando as condições de umidade e temperatura estimulam a germinação desses grãos, aumentando as perdas que estão demonstradas na tabela a seguir, sendo que, além dos prejuízos acima relacionados, resulta também em farelo de baixa proteína e desempenho operacional da planta, abaixo da sua capacidade nominal. Por outro lado, tomando-se como base uma estrutura de armazenagem dotada de tecnologias como Aeração, Termometria, Sistema de Exaustão Cycloar, além de práticas operacionais rigorosas, possibilita-se uma baixa atividade metabólica dos grãos proporcionando a manutenção da umidade e peso, resultando em um produto de alta qualidade e valor comercial compensador. Segundo o Eng. Alberí; quando se reduz a temperatura dos grãos armazenados entre 20 e 22Cº e a umidade para 10%B.U. através do processo de secagem, os grãos ficam inertes e por conseguinte, inibida a germinação, o que impede as modificações em sua estrutura, evitando com isso, o aumento de acidez no óleo. Grãos conservados com esses critérios, normalmente chegam à indústria a um custo mais elevado, seja pelo peso específico, seja pelo teor de umidade mais elevado, o que requer a aplicação da ressecagem para apropriação ao esmagamento, considerado como adicional no custo do processamento. Embora a indústria tenha que arcar com o custo adicional de secagem, ainda assim haverá uma gama de benefícios considerável. Conclui-se então, que uma soja que chegou por exemplo com 10% de umidade pela alta atividade respiratória propor-


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¦Consevação¦ cionada pelas condições precárias de conservação é diferente de outra que bem conservada precisou ser ressecada até 10%B.U. A medida em que a indústria tornar-se mais exigente quanto a qualidade do produto, mais uniforme será o desempenho das plantas e por conseguinte mais lucrativas. Fica evidente que quando se produz e conserva com qualidade, todos ganham, inclusive o próprio consumidor que vai receber em sua mesa, alimentos nutritivos e saudáveis. Obs.: Os dados apresentados no estudo e na tabela foram coletados em meados de 2013.

Silvio Kolling | Equipasa Equipamentos para Armazenagem

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¦Logística¦ No mês de maio de 2014, a nova diretoria da Aprosoja Brasil tomou posse e eu como presidente da entidade fiquei lisonjeado de fazer parte deste grupo de lideranças, cada um em seu estado e dispostos a fazer concessões e sacrifícios pela defesa dos interesses dos produtores de soja. Hoje, já somos 12 Aprosojas estaduais, representamos mais de 90% da área plantada e consolidamos a Aprosoja como um modelo de sucesso na representação dos sojicultores deste país.

Grandes conquistas, desafios ainda maiores O foco desta gestão será a logística, item um da pauta de reivindicação do agronegócio Por: Almir Dalpasquale|Presidente da APROSOJA Brasil E como são vários os entraves e problemas que temos enfrentado, todos os dias, é preciso priorizar. Por isso, o foco desta gestão será a logística, item um da pauta de reivindicação do agronegócio. Mas não podemos deixar de lado outros assuntos que impactam diretamente a nós produtores, como a falta de registro de novos produtos fitossanitários, além da questão ambiental e indígena. Falar de logística é ao mesmo tempo fácil e difícil. É fácil porque não faltam pontos a serem criticados: portos que trabalham no limite da capacidade operacional, uma matriz de transporte desajustada, rodovias transportando mais da metade das cargas e em situação caótica. Enquanto isso, as ferrovias e hidrovias, além de insuficientes, trabalham muito aquém da eficiência desejada. Mas ao mesmo tempo é difícil, pois uma solução definitiva depende de um compromisso não só de governo, mas de estado e isso ainda está pendente. Para atacar um problema, precisamos primeiro ter um diagnóstico preciso. Construir uma obra de infraestrutura no Brasil é um ato de heroísmo. Isto porque, embora a obra em si não seja lá um grande desafio, as licenças Almir Dalpasquale é presidente da Aprosoja Brasil e acumula a gestão da entidade com cargo de diretor tesoureiro da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul). Atualmente reside em Campo Grande (MS), onde é produtor rural, com propriedades na região norte de Mato Grosso do Sul.

ambientais e as consultas aos povos indígenas não saem nunca. E quando finalmente saem, as planilhas de custos, prazos e condições previstas nas concessões já estão desatualizadas. Um ciclo desesperador para a produção agrícola. Temos que resolver isso uma vez por todas, com seriedade, consciência ambiental e respeito aos povos indígenas, mas também tornando os prazos de liberação da obra exequíveis. Se este cenário não mudar, o Brasil nunca terá uma logística que espelhe a grandeza do seu agronegócio. Como presidente da Aprosoja Mato Grosso do Sul durante duas gestões, desde sua fundação em 2007 até 2013, vivi na pele as dificuldades de se trabalhar dependendo do governo nos ouvir e atender nossos pleitos. Porém, temos uma conjuntura favorável, um momento de aproximação com a eleição, e nunca o setor produtivo foi tão ouvido, seja pelo governo, seja pelos presidenciáveis. É claro que isto tem a ver com o fato do país não parar de crescer porque o agronegócio mantém um ritmo de quebra de recordes, e mais do que somar 24% do PIB nacional, contribui para equilibrar as contas públicas com reservas cambiais e superávit na balança comercial, do contrário o Brasil já estaria em recessão. Em especial a soja, hoje o principal produto exportado pelo Brasil, somando 1/3 das exportações e 7% do PIB do agronegócio, mas que além da importância econômica, é responsável pelo surgimento, crescimento e sustentação de 1.831 municípios brasileiros. E temos que fazer aqui nossa homenagem à Frente Parlamentar da Agropecuária, que tem desempenhado um papel fundamental na manutenção da segurança jurídica para os produtores rurais de todo país. Com grandes batalhas no Congresso Nacional garantiram a edição de um Novo Código Florestal, equilibrado e moderno, que garante a sustentabilidade da atividade agropecuária, além de terem aberto caminho para o diálogo e solução de problemas crônicos como a questão indígena e trabalhista. Por isso, temos que saber nos articular, e faço aqui meu apelo, GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 19


¦Logística¦ quando eu digo articular é fazer escolhas políticas acertadas. Já dizia o sábio historiador inglês Arnold Toynbee, “O pior castigo para quem não gosta de política, é ser governado pelos que gostam”. Cada produtor em seu estado precisa contribuir, identificar seus legítimos defensores para garantir que eles se elejam em outubro. Estes parlamentares seguirão por quatro anos no Congresso e precisam ser apoiados e subsidiados de informações e demandas. Por isso, não basta contribuir para que sejam eleitos, mas firmar compromissos, cobrar e estar junto deles nos momentos de decisões. Cheguei ao assunto eleição porque os produtores rurais precisam assumir papel de destaque, não só nos rumos da economia deste país, mas principalmente na política que definirá o nosso futuro. Como destaquei no início, hoje ainda não temos uma política de estado para a agropecuária brasileira como tem os Estados Unidos. Naquele país, foi construída uma lei agrícola isenta de governos e partidos políticos, que norteia e dá estabilidade para que todos possam construir negócios e contratos sabendo que as regras do jogo não mudarão amanhã e por tudo a perder. Nós da Aprosoja, junto as nossas entidades parceiras, firmamos aqui o compromisso de trabalhar para melhorar a qualidade da produção. E não podemos deixar de lembrar da importância da CNA e da senadora Kátia Abreu, nem do nosso ministro da agricultura, Neri Geller, que também é um líder como nós e que tem feito um belo trabalho a frente da pasta. Mas é necessário

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entender que o ministério da agricultura precisa ser fortalecido em todas suas secretárias, ter políticas públicas modernas e de futuro. E para isto é preciso construir junto com o setor privado uma agenda positiva de políticas de longo prazo, seja para política agrícola, seja para a defesa vegetal, seja para o desenvolvimento e cooperativismo. Conquistamos muito, mas os desafios são ainda maiores. Agora é arregaçar as mangas e trabalharmos juntos, com menos críticas e mais ações, com menos reuniões de discussão e mais reuniões de trabalho. Colocar de lado disputas, egos e diferenças e nos aproximarmos da base. Pois é de lá que deve sair os rumos das políticas para o setor, de quem realmente necessita. E cada produtor precisa vestir esta camisa, se aproximar das suas lideranças e contribuir. Do contrário, depois não adianta reclamar, “Quem tem boca, vaia Roma”, precisamos nos politizar e trabalhar para termos o Brasil que desejamos, não só para nós, mas para nossos filhos e netos.


¦ABRAPÓS¦ Com grande sucesso aconteceu em Chapecó (SC) um novo encontro de ABRAPOS. Centenas de responsáveis da região, numerosas empresas fornecedoras de tecnologia e palestrantes de alto nível deram marco a 3 dias de capacitação e atualização.

VI Simpósio Sul De Pós-Colheita De Grãos

Sabemos que o capital humano é o fundamental, Brasil tem terras, tem água, mas o que faz que isto funcione com sucesso é a qualidade do pessoal que produz grãos cada vez com maior eficiência, junto com o compromisso dos armazenadores e indústrias de cuidar a qualidade e realizar processos cada dia mais eficientes. Pela primeira vez este evento é realizado no Estado de Santa Catarina e a comissão organizadora definiu como tema principal Grãos sadios e a Indústria de Alimentos, onde assuntos relacionados a este foram apresentados no evento na forma de palestras e painéis. Foram abordados temas como logística da produção, qualidade e classificação de grãos, procedimentos de secagem, contaminantes nos grãos como pragas, micotoxinas,

segregação e rastreabilidade das cadeias, segurança operacional nas unidades armazenadoras, entre outros. Nossos parabéns para Luis dos Santos da COOPERALFA, Coordenador do evento, para Vildes Maria Scussel da UFSC e Ronaldo Ernesto Muller da COTRIPAl, diretores de ABRAPOS e em especial a nosso amigo Irineu Lorini que a longo de 12 anos na presidência tem realizado uma tarefa sem precedentes na nossa especialidade. A Grãos Brasil que esta comprometida com a difusão da boa tecnologia de pós-colheita participou e seguirá sempre apoiando este tipo de encontro que ABRAPOS sabe fazer muito bem, já que nada pode substituir o encontro pessoal entre os interessados do setor armazenador.

Daniel Mundim e Reinaldo Teixeira - Representantes Ipesa do Brasil

Milton Prym e Colaboradores - Consilos

Juliano Souza e Colaboradora - Bequisa

Viktor Czajkowski - Gerente Comercial Motomco

Werner Uhlmann (CYCLOAR), Marcelo Alvarez (Embrapa), Irineu Lorini (Abrapos) Ari V. Engelmann (COPASUL)

Victor Ferreira (Agrosystem), Werner Uhlmann (Cycloar), Thais e Eddi (Vetquimica) GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 21


¦Micotoxinas¦ Os grãos e oleaginosas constituem organismos biologicamente vivos e a respiração deles não é interrompida pela colheita, prosseguindo durante o armazenamento, permanecendo sujeitos a pequenas, porém contínuas transformações ocasionadas pelo processo respiratório. Sob o ponto de vista prático, três fatores podem fazer variar a intensidade de respiração: a umidade, a temperatura e a presença de oxigênio.

Interferência dos Fungos e das Micotoxinas na Qualidade de Produtos Agrícolas PARTE 1: OS FUNGOS Por: Valdecir A. Dalpasquale|Consultor em Pós-Colheita | dalpasquale@secarmazena.com.br Sandra Regina Pelegrino Schuab |Doutora em Agronomia | sandraschuab@uol.com.br Havendo desequilíbrio, isto é, dependendo da quantidade ou intensidade destes fatores, a capacidade de respiração do material torna-se mais ou menos intensa (CESA, 1974). A umidade ou o teor de umidade é muito importante na compra, no recebimento, na secagem, no armazenamento e no processamento do produto. A umidade afeta o valor econômico, a qualidade, a armazenagem e as propriedades dos produtos agrícolas para processamento (Lazzari, 1997). A umidade e a temperatura são fatores independentes, porém correlacionados, pois quando a temperatura do ar aumenta, a sua capacidade de absorção de água também aumenta. Para uma dada temperatura, a umidade relativa do ar aprisionado entre o material armazenado vai depender do teor de umidade deste produto. Com elevado teor de umidade no material, o ar em equilíbrio com ele apresenta elevada umidade relativa, favorecendo o desenvolvimento de fungos e insetos. Estes, devido a atividade biológica, elevam a temperatura, que, por sua vez, incrementa a atividade respiratória dos produtos agrícolas. Em decorrência da respiração, eleva-se a umidade relativa do ar, incentivando a ação de microrganismos, gerando mais calor. Forma-se, assim, uma reação em cadeia que eleva, rapidamente, a temperatura da massa, chegando, inclusive, ao ponto de entrar em combustão (CESA, 1974).

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Os principais fatores que favorecem o desenvolvimento de fungos durante o armazenamento de sementes, grãos e rações são: umidade, temperatura, período de armazenamento, nível de oxigênio, condições físicas do produto e as condições sanitárias deles. Os produtos e sub-produtos agrícolas podem ser classificados de acordo com o risco relativo de deterioração que apresentam. O risco de deterioração é dependente das características próprias de cada produto ou sub-produto e do tamanho de suas partículas ou tamanho do grão. O algodão, o feno, a farinha de peixe e de milho, os farelos diversos que possuem níveis maiores de gordura são classificados no nível


Acesso: www.graosbrasil.com.br ¦Tecnologia¦

de risco alto. O milho, a soja, o girassol, sementes de algodão, a canola e as rações são classificados em nível de risco médio. No nível de risco baixo estão classificados o sorgo, a cevada, o feijão, o arroz, o trigo e a aveia (Lazzari, 1997). Os teores de umidade recomendados para armazenagem de produtos agrícolas, por um ano, sem risco de deterioração,

são mostrados no quadro 1. Isto porque o ar nos espaços vazios de um produto armazenado equilibra uma quantidade de umidade nele de acordo com a umidade do produto. É por isso que existe uma umidade desejável para a armazenagem de um produto agrícola. Ela irá entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar. Assim, se as melhores condições de desenvolvimento de um fungo forem conhecidas, recomenda-se armazenar um produto agrícola com um teor de umidade que resulte em umidade relativa de equilíbrio abaixo desse ótimo para o desenvolvimento do fungo. A umidade relativa que favorece o crescimento de diferentes fungos é apresentada no quadro 2. A porcentagem de umidade, apresentada no quadro 2, refere-se a umidade de armazenagem de diferentes produtos agrícolas nas quais os fungos se desenvolvem. Nota-se que o “temido” Aspergillus flavus precisa de focos com mais de 15% de umidade, valor que não se recomenda fazer armazenagem

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¦Micotoxinas¦ de nenhum dos principais produtos agrícolas. Imagens deste fungo são mostradas nas figuras 1e 2. Os alimentos e outros materiais biológicos são conservados em melhores condições em ambiente refrigerado do que em altas temperaturas, principalmente, se eles apresentam alto teor de água. Este fato é baseado no princípio de que a maioria das reações químicas são aceleradas com o aumento da temperatura (Puzzi, 1986). Fungos de armazenamento são sensíveis às mudanças de temperatura, crescendo mais rapidamente a temperaturas ao redor de 30°C. Quando ela estiver abaixo de 15°C o seu desenvolvimento é bastante reduzido, com exceção do Penicillium spp.

umidade relativa acima de 65% ou 70% (Puzzi, 1986), como pode ser visto no quadro 2. O produto contendo impurezas e matérias estranhas, como detritos vegetais e torrões de terra, é portador de maior quantidade de microrganismos, além de que essas impurezas apresentam teores mais elevados de umidade do que o produto, o que favorece o desenvolvimento da flora fúngica (Puzzi, 1986). O principal problema da presença de fungos nos produtos armazenados é a produção de micotoxinas, à qual traz prejuízos a saúde humana e animal. Devido a isso é que se tem leis para limitar a quantidade dessas substâncias nos produtos alimentícios e nas rações. Nas sementes o seu efeito mais sério é devido a perda da viabilidade, ou seja, perda do poder germinativo.

Figura 1 - Colônia de Aspergillus flavus

A aeração e o resfriamento são usados para isto. A principal finalidade da aeração é uniformizar a temperatura da massa de grãos para evitar transferência de umidade de uma porção de grãos para outra (Lazzari, 1997). Ela deve ser feita com uma quantidade de ar abaixo de um máximo, para reduzir toda a massa a uma desejada temperatura, preferencialmente usando ar com umidade relativa em equilíbrio com a umidade do produto. O material aerado se mantém em condições estáveis por quatro a seis meses. O resfriamento é feito mais rapidamente, pois usa quantidade maior de ar do que em aeração e, por isso, reduz somente a temperatura das camadas mais externas das sementes, o que requer repetição a cada 40 – 45 dias. Material assim mantido não favorecem o desenvolvimento de nenhum tipo de fungo. Os fungos de armazenamento contaminam os produtos guardados após a colheita e necessitam, para o seu desenvolvimento, grãos com teor de umidade em equilíbrio com

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Valdecir A. Dalpasquale|Consultor em Pós-Colheita


¦Silo Bolsa¦ A armazenagem de grãos em silo bolsa é um sistema que revolucionou a logística e a armazenagem de grãos na Argentina na ultima década. Implica em uma mudança radical na forma de armazenar grãos, já que desde o principio da agricultura estes sempre se conservaram na presença de oxigeno, mas agora, com o ensilado em bolsas herméticas, é possível armazenar comercialmente o grão em uma atmosfera modificada com sucesso e em grande escala.

Armazenagem de Grãos Por: Carlos Puiggari|Diretor Ipesa Silo | soneri@ipesa.com.ar

O sistema traz importantes benefícios a toda a cadeia. Uma bolsa pode guardar a colheita de 04 colheitadeiras modernas sem inconvenientes, permite ao produtor manter o grão na fazenda e com ele gerar novos negócios aos que antes não podia aceder. Finalmente, permiti o planejamento da logística de um jeito muito mais eficiente. As empresas cerealistas hão logrado expandir sua capacidade de armazenagem e diminuir os custos fixos de suas instalações. O manejo logístico também se simplificou já que agora não estão obrigados a despachar o grão para o porto no momento da colheita por falta de capacidade de silos. No caso dos exportadores, permitiu uma política muito mais agressiva de aquisição de grãos, já que a muito baixo custo lograrão gerar depósitos de grãos em lugares onde antes não tinham presença. Em muitos casos duplicou o

volume de trabalhado. Também lograrão ter estoques estratégicos junto a suas instalações de Crushing para estabilizar o abastecimento de matéria prima. Para lograr conservar o grão por longos períodos, é fundamental ter em conta as seguintes variáveis: Bolsa: Uma bolsa de excelente qualidade é fundamental. Seu custo implica menos de 1 % do valor da mercadoria armazenada, onde qualquer economia na aquisição de uma bolsa se torna insignificante. É fundamental que

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¦Silo Bolsa¦

Almir Dalpasquale é presidente da Aprosoja Brasil e acumula a gestão da entidade com cargo de diretor tesoureiro da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul). Atualmente reside em Campo Grande (MS), onde é produtor rural, com propriedades na região norte de Mato Grosso do Sul.

seja fabricada de materiais virgens da maior qualidade e resistência. Em sua elaboração é fundamental a maquinaria utilizada. O processo de extrusão e o posterior dublado requerem de uma tecnologia de alta precisão e um estrito controle de qualidade. Tem que se ter em conta que a bolsa tem um diâmetro de 2,74 m (para bolsas de 9 pés) e a espessura no caso da bolsa reforçada, é menor de ¼ de milímetro. Ter uma maquinaria de última tecnologia e precisão permitirá evitar desvios na espessura, que derivam em pontos deficientes no perímetro da bolsa. As máquinas mais modernas permitem um controle constante, que fica registrado e garantirá um produto da maior qualidade e precisão. A isto deve somar-se um controle de laboratório sobre toda a produção. As bolsas dos principais fabricantes estão desenhadas e garantidas para conservar o grão em perfeitas condições por 2 anos sem inconvenientes, se as mesmas se colocam em um lugar preparado adequadamente e se realiza um monitoramento periódico da condição de armazenagem. Maquinas de Embolsamento A maquinaria utilizada para embolsar também deve ser de boa qualidade. Equipamentos mal desenhados podem danificar o grão e a bolsa durante o processo de embolsado. Um grão danificado se degrada mais rapidamente em casos de uma armazenagem defeituosa. É de suma importância que as embolsadoras tenham 26 | Revista Grãos Brasil |Maio / Junho 2014

uma boa capacidade de travagem. Para ele devem contar com um rodado de bom tamanho e desenho, preferentemente de tipo trator. O uso deste tipo de rodado implica que a embolsadora devera ter um freio interno, a disco ou campana. Isto permitirá lograr uma bolsa reta e parelha, sem bolsos de ar nela. Quanto menos ar no interior da bolsa, melhor será a conservação a longo prazo. Controle e monitoramento Esta variável é de suma importância e muitas vezes são esquecidas pelos produtores. Se bem as bolsas estão garantidas por 2 anos, para lograr que o grão armazenado chegue nas mesmas condições em que foi embolsado, deve-se tomar uma serie de cuidados de muito baixo o nenhum custo. A preparação do terreno soluciona e previne 95 % dos possíveis inconvenientes. O terreno deve ser firme, limpo, sem ervas daninhas e especialmente sem resídu-


Acesse: www.graosbrasil.com.br os. Deve-se escolher um lugar com bom acesso e bem drenado, longe de árvores e outras possíveis fontes de danos. O posicionamento da bolsa sobre resíduos de colheita aumenta exponencialmente o risco de ruptura em sua base, permitindo que ar e umidade penetrem no grão armazenado. A umidade determinará por quanto tempo poderá armazenar o grão. Se bem podem armazenar grãos sobre as umidades de comercialização, é indispensável que o produtor saiba a que níveis de umidade estão armazenando. Se o desejo do produtor é armazenar o grão durante um longo período, prolongando-se depois do inverno, é crítico armazenar o grão no nível de umidade de base de comercialização ou muito perto dele. Depois de embolsar se recomenda um monitoramento periódico da bolsa. Uma ruptura na mesma não é grave se reparada em curto prazo. Em resumo, o embolsado de grão tem dado a toda cadeia agrícola uma poderosíssima ferramenta de armazenagem e logística, que fez o possível que o crescimento constante de sua produção de grãos no sofrerá um gargalo inexorável. Hoje sabemos que a expansão agrícola não tem limites e que a armazenagem está resolvida pela revolução do embolsado de grãos.

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¦Certificação¦ O Governo do Brasil avançou quando, pioneiramente, resolveu aplicar o SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS no setor da pós-colheita. Primeiro, porque gera a segurança de que os produtos armazenados possuem uma qualidade mínima para serem beneficiados ou consumidos; segundo, porque dá credibilidade interessante no mercado comprador. Politicamente, a consolidação desse projeto é imprevisível. Tecnicamente, é quase irrepreensível. E é sob este aspecto que abordo o assunto em dois capítulos.

Certificação de Unidades Armazenadoras Parte I

Por: Eng. Agr. Gustavo Lorenzatto|Auditagem de Unidades Armazenadoras| glorenzatto@hotmail.com • CADASTRAMENTO • LOCALIZAÇÃO • INFRA-ESTRUTURA • ISOLAMENTO – ACESSO • AMBIENTE DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO • ESCRITÓRIO • SISTEMA DE PESAGEM • SISTEMA DE AMOSTRAGEM • DETERMINAÇÃO DE QUALIDADE DE PRODUTO • SISTEMA DE LIMPEZA • SISTEMA DE SECAGEM

A Lei 9.973 é de 2000. Os pressupostos técnicos foram definidos a partir de 2007, através da Instrução Normativa 33. Conceitualmente, a CERTIFICAÇÃO é o reconhecimento formal, concedido por organismo autorizado, de que uma entidade tem competência técnica para realizar serviços específicos (...); esse organismo é um OCP – Organismo de Certificação de Produto, acreditado pelo INMETRO. As avaliações são feitas por auditores técnicos – engenheiro agrônomo ou engenheiro agrícola – devidamente formados por instituições reconhecidamente habilitadas. A IN 33 incide de diferentes formas: de acordo com o tipo de unidade (convencional ou a granel e seus níveis – fazenda, coletora, intermediária ou terminal); a obrigatoriedade ou não de determinado item (O – obrigatório/R – recomendável); e prazo de cumprimento da exigência (O1, O2, O3 e O4). Com o objetivo de tornar mais acessível esses requisitos aos produtores e armazenadores, melhor dividi-los em dois módulos em diferentes edições da Revista Grãos Brasil. Os requisitos fundamentais para a garantia de um mínimo compromisso com a qualidade dos serviços foram definidos em quinze itens por uma comissão de especialistas. Nessa edição apontarei onze itens: 28 | Revista Grãos Brasil |Maio / Junho 2014

Primeiro, é fundamental o armazém estar devidamente cadastrado junto à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Significa dizer que aquela unidade armazenadora de grãos existe perante o Estado. A localização é um item que abrange muitos aspectos, como topografia e drenagem do terreno. Ao ser instalado deve respeitar o lençol freático, vertentes de água e mananciais, sendo necessário atentar às regras ambientais do respectivo Estado e considerar a proximidade ou não de centros urbanos, zona rural ou áreas de proteção ambiental, tudo conforme as indicações dos órgãos oficiais.


Acesse: www.graosbrasil.com.br Todo armazém deve ter acesso permanente; ou seja, que em qualquer época e/ou condição meteorológica seja possível o ingresso de veículos na unidade. Além disso, é obrigatório, para qualquer nível de unidade armazenadora, a existência de energia elétrica e algum sistema de comunicação permanente com o público externo, como sinal para aparelhos de telefonia celular, internet e outros. Esses são os itens de infra-estrutra exigidos pelas normas governamentais. Ainda, mas no item isolamento e acesso, a unidade deve estar cercada e possuir um portão de entrada. Entende-se de por itens de ambiente de atendimento ao público e escritório, a existência de estacionamento e sanitários para clientes e usuários do estabelecimento, bem como banheiros para funcionários. Ao escritório é fundamental a existência de um espaço próprio e seguro para a guarda de amostras, arquivo de documentos e materiais de expediente. Também a existência de um sistema de informática capaz de gerar relatórios sobre clientes, produtos e estoques. O requisito técnico do sistema de pesagem está relacionado ao tipo de armazém. Para o tipo convencional, onde se trabalha com sacarias, é obrigatório a existência de plataforma de pesagem móvel quando não houver a plataforma rodoviária. No tipo a granel, em todos os níveis, deve existir a plataforma rodoviária ou algum contrato de locação e uso de uma balança terceirizada.

Todos os equipamentos de pesagem da unidade devem ser anualmente aferidos pelo INMETRO. O sistema de amostragem considera a existência e o uso de caladores. No caso de armazéns do tipo convencional deve existir o calador para sacarias. Para produtos a granel é obrigatório a utilização de amostradores do tipo composto, que permitem a obtenção de sub-amostras em diferentes pontos e alturas da carga. Compreende ainda o sistema de amostragem a utilização correta de ferramentas para homogeneizar as amostras e local adequado para armazená-las.

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¦Certificação¦ Todos esses itens devem estar relacionados em um manual de procedimentos, onde se descreve os aparelhos, sua utilidade e seu correto manuseio. Cada unidade armazenadora deve desenvolver esse material considerando seu regimento interno. Se houver equívocos na orientação dos procedimentos a auditagem apontará a não conformidade do item. Para uma unidade armazenadora de grãos estar apta a garantir a qualidade da matéria-prima depositada é necessário o permanente acompanhamento do produto através de análises periódicas. Esses testes devem ser feitos na entrada e na saída dos lotes, mas também durante o período de armazenamento. Logicamente, para a execução desses procedimentos é importante e necessário uma estrutura mínima de ambiente e equipamentos adequados. Nesse sentido, o processo de certificação obriga todos os níveis de unidades a possuírem um recinto de análise, um determinador de umidade por método indireto, uma balança de precisão – com aferição do INMETRO – e um conjunto de peneiras regulamentadas pelo MAPA. No caso do arroz, ainda é exigido um engenho de prova. Os procedimentos das análises e o manuseio das ferramentas devem estar descritas no manual interno da empresa. O sistema de limpeza de um silo, considerado para a certificação da unidade, diz respeito ao equipamento utilizado para a limpeza dos lotes de grãos. A máquina, também conhecida como “de ar e peneira”, é um item obrigatório para os níveis de fazenda, coletoras e intermediárias, sendo dispensável no nível terminal. A limpeza da massa de grão usualmente acontece na entrada do produto na unidade, denominada pré-limpeza, geralmente antes da secagem – o que confere mais segurança a esse processo. No entanto, pode ser executada em qualquer outro momento do armazenamento à expedição. Para tanto, é importante respeitar as orientações do fabricante, a recomendação da furação das peneiras e o manual de procedimento técnico interno. Finalmente, quero relatar sobre o sistema de secagem, sob meu ponto de vista o coração operacional de uma unidade armazenadora, especialmente a coletora. Com a

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exceção das unidades de nível terminal, todos os demais devem possuir equipamentos e procedimentos adequados para a secagem do produto. A determinação oficial reconhece a importância desse processo, uma vez que a qualidade da massa de produto para ser armazenado e comercializado passa necessariamente pela retirada da umidade do grão até níveis adequados para guarda e conservação. Importante lembrar que, respeitando a lei vigente, deve-se considerar as peculiaridades de cada estabelecimento, sendo imprescindível que o empresário interessado em CERTIFICAR seu armazém tenha uma orientação pontual do seu Responsável Técnico (RT).


¦Armazenagem¦ Propriedades Físicas dos Grãos Armazenados Por: Domingo Yanucci |Consulgran - Grãos Brasil | graosbr@gmail.com No ecossistema de pós-colheita temos variáveis físicas, químicas e biológicas, tanto da massa de grãos (granel) como do meio. Vemos no Quadro 1. A - Porosidade Os grãos são partículas granulares, independentes e em uma massa definem um volume de ar intersticial de grande importância. Normalmente a porcentagem de ar Intergranular se denomina POROSIDADE e é da ordem do 35-40%. Esta estrutura permite mover ar através deles e por o tanto: • Eliminar o calor e a umidade excedente. • Modificar a composição da atmosfera intersticial. • Também permite a segregação e o comportamento da massa de grãos como um fluido. A porosidade é afetada por: • Tamanho, forma e característica da superfície do grão. • Quantidade e tipo de materiais estranhos e impurezas. • Compactação, (depende da umidade, tempo e peso.)

Grãos grandes, esféricos, secos, limpos e recentemente armazenados alcançarão maior porosidade. Por Ex. Soja sadia, seca e limpa. Esta propriedade é importante já que afeta o resultado da aeração e o movimento natural do ar, calor e umidade. Quanto maior seja a porosidade para uma determinada massa, mais fácil será sua conservação. PS POROSIDADE = 1 - --------PV P.S. (Peso específico): Representa o peso dos grãos e do ar de um volume (Kg/m3). P.V. (Peso volumétrico): Representa o peso do mesmo volume ocupado só por grão. Também se pode medir praticamente, utilizando um líquido que não seja absorvido pelo grão. B- Fluidez Refere-se à qualidade de movimento dos grãos. Esta caraterística resulta de grande importância no desenho dos condutos por gravidade já que afeta a velocidade a

Quadro 1 - Variáveis

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¦Armazenagem¦ que pode chegar os grãos e, portanto, a força de choque. A fluidez depende das fricções entre os grãos em movimento e está diretamente relacionada com o ângulo de repouso. Este se define como o ângulo de inclinação entre a base de apoio e o cone criado pelos grãos ao cair a velocidade zero. (Ver Fig. Nº 1). Figura 1

O “coração” do granel, abaixo do ponto de carga, normalmente é o responsável da maioria dos aquecimentos e perdas de qualidade dos grãos. É onde se acumula o material mais pesado, o que ajuda a diminuir a porosidade. Para evitar ou diminuir o fenômeno de segregação recomenda-se entre outras coisas, armazenar o grão o mais limpo possível, dar volta ao contrario no cone superior uma vez carregado e usar espalhadores na carga. (Ver Fig. Nº 3 - 4).

Quanto maior o tamanho e superfície lisa, menor umidade, forma esférica e menor quantidade de impurezas temos maior fluidez e menor angulo de repouso. Quanto maior a fluidez o grão requer um ângulo de caída menos pronunciado e significará uma menor capacidade estática nos depósitos e menor capacidade de transporte por fita.

Figura 3

C - Segregação Relaciona-se com a separação natural dos componentes do granel durante o enchimento do depósito. Submetidas a um mesmo movimento as partículas respondem de distintas maneiras de acordo com as suas dimensões, pesos específicos, etc. Os componentes mais pesados caem verticalmente, o material leve cai mais lentamente e é arrastado pelas correntes de ar para as paredes do depósito. O fenômeno de segregação traz aparelhada uma distribuição heterogênea dos componentes do granel. (Ver Fig. 2).

Figura 4

Existem no mercado vários tipos de espalhadores, motorizados, com dutos, bandejas, etc. Seu uso é recomendável em depósitos grandes e com grandes períodos de armazenagem. Os fatores que afetam o fenômeno de segregação são: • Localização das bocas de carga. • Heterogeneidade do granel. • - Forma do depósito Figura 2

Lembremos que o material mais leve, geralmente mais fino, afeta a porosidade e, portanto, a ventilação do granel. O material leve absorve mais umidade e está carregado de microrganismos por o que a zona onde se acumula se converte em uma zona de perigo, sobre todo o costado onde se incrementa a umidade. 32| Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014

D - Sorção Trata-se da retenção de um gás por um sólido. Três são os fenômenos que inclui: 1. Absorção: O gás penetra nas estruturas do grão. 2. Adsorção: O gás é retenido sobre a superfície. 3. Sorção química: O gás reage quimicamente, isto é por natureza irreversível.


Acesse: www.graosbrasil.com.br l e 2: São fenômenos físicos reversíveis. A liberação das moléculas de gás se denomina: DESORÇÃO. A sorção afeta a concentração das moléculas de gás. Este fenômeno é fundamental para a busca do equilíbrio da umidade do grão com o meio. A sorção será maior quanto maior seja a superfície do granel (grãos menores) e quanto menor for a temperatura. E - Propriedades termo físicas Estas propriedades se referem ao movimento de umidade e calor no granel. Incluímos: 1. Condutividade térmica. 2. Difusividade térmica. 3. Condutividade Úmida. 1. Condutividade térmica: (C.T.) Implica a capacidade para transferir ou propagar calor. O grão possui uma C.T. sumamente baixa na ordem de 0.0004 cal/cm/seg., e dizer que tem uma grande capacidade isolante. O calor não se propaga com toda sua intensidade, por esta mesma causa pequenas fontes de calor podem provocar importantes incrementos de temperatura em focos bem localizados. As grandes mudanças de temperatura

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¦Armazenagem¦ ao longo do ano se manifestam como variações de menor magnitude. (Ver Fig. Nº 5). (A é maior que B). As variações de temperatura do dia a dia praticamente não afetam o granel. Figura 5

2. Difusividade térmica: (D.T.) Explica a velocidade com que se transmitem as mudanças de temperatura. A D.T. é baixa, na ordem de 0.0015 cm3/seg., por este motivo os picos de temperatura exterior se mostram na massa de grãos trasladados no tempo. (Ver Fig. Nº 5). O tipo de depósito tem um papel importante em transmitir o calor. Por exemplo: nos silos subterrâneos o intercambio de calor é mais lento, nos de chapa é mais fácil. 3. Condutividade úmida. (C.U.) Trata do movimento de umidade em função dos gradientes de temperatura. O ar tende a deslassar-se da zona quente para a fria, também lembramos que o ar quente é mais leve que o frio e ademas é capaz de transportar mais água em forma de vapor. A maior diferença de temperatura mais importante é o movimento de água, em graneis pequenos se agudiza este tipo de problemas, por exemplo em barcaças. Quando o ar quente chega a uma zona fria, baixa sua temperatura, por o que diminui sua capacidade para transportar umidade e aumenta sua umidade relativa,

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os grãos da zona fria em busque-a do equilíbrio sorve umidade e se a temperatura é suficientemente baixa, se podem produzir condensações sobre os grãos ou paredes. A acumulação excessiva de umidade tende a aumentar o ritmo respiratório, fomentar o desenvolvimento de microrganismos e a brotação. Na seguinte figura vemos dos possíveis situações. (Ver Fig. Nº 6).


Acesse: www.graosbrasil.com.br No caso de “A”, a baixa temperatura esfria o ar Inter granaria em contato com o grão perto da parede do silo, o mesmo por ser pesado baixa, o ar central mais leve sobe, é empuxado e leva umidade para a parte superior. O vapor se condensa em o cope e o teto frio, provocando uma zona de dano. O caso “A” é o mais frequente em climas frios, o caso “B” se torna mais importante nas zonas de alta temperatura. Se presenta também o efeito de parede fria. (Ver Fig. Nº7). Também no caso de um foco de aquecimento por insetos se favorece o movimento de umidade. (Ver Fig. Nº 8).


¦Mercado¦ Ainda continuamos Vice na Produção Apesar de Liderar nas Exportações Por: Osvaldo J. Pedreiro |Novo Horizonte Assessoria osvaldo.pedreiro@uol.com.br Com uma estimativa de embarque de 48,5 milhões de toneladas de soja na safra 2013/14, o Brasil deve consolidar a liderança mundial nas exportações da oleaginosa, ficando à frente dos EUA que deve atingir 43,2 milhões de toneladas, de acordo com as estimativas. No último ciclo, após a quebra da safra norte-americana, o Brasil assumiu pela primeira vez a posição. Contudo, após a estiagem que castigou as lavouras brasileiras neste começo de ano, havia indefinição se o país conseguiria manter o posto. “Nos últimos dez anos, a produção nacional de soja cresceu 67%. Por outro lado, as exportações quase dobraram, tiveram aumento de 95%”. A tendência é que a participação brasileira no mercado internacional de grãos continue crescendo. De acordo com as estatísticas dos principais órgãos especializados, para os próximos anos o Brasil deverá ultrapassar 50 milhões de toneladas nas exportações e superar 60 milhões de toneladas até 2020. Nesse mesmo horizonte, a previsão do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é que os embarques norte-americanos oscilem entre 44,6 e 48,7 milhões de toneladas da oleaginosa. Esta semana foram anunciados os números gerais de produção, tanto do Brasil (CONAB) quanto pelo USDA (a nível mundial), e as indicações comprovam a expectativa de bons volumes de produção em todos os países de maior expressão produtiva, claro sempre considerando

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o padrão de clima normal para cada região. Para o Brasil, se este ano a CONAB estima uma produção de soja em cerca de 86 milhões de toneladas, o USDA prevê um volume extraordinariamente elevado para o ciclo 2014/2015 no hemisfério norte, estabelecendo a princípio algo em torno de 99 milhões de toneladas de produção de soja, enquanto que o mercado antecipa para 2014/2015 uma produção brasileira de soja ao redor de 90 a 95 milhões de toneladas. Em linhas gerais, o Brasil pode num curto prazo garantir a LIDERANÇA nas exportações, mas deverá manter o segundo lugar em produção de soja no mundo. Esperamos que, uma vez que ainda não será desta vez que alcançaremos o primeiro lugar na produção de soja a nível mundial, pelo menos que neste ano de 2014 O BRASIL OBTENHA O HEXACAMPEONATO MUNDIAL DE FUTEBOL porque, se há problemas político/institucional mexendo com os brios do povo. NO FUTEBOL CREIO QUE AINDA SEREMOS OS CAMPEÕES DO MUNDO! – VAI LÁ BRASIL!...


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XVII EXPO POSTCOSECHA INTERNACIONAL 17 Y 18 DE SEPTIEMBRE PATIO DE LA MADERA - ROSARIO SANTA FE - ARGENTINA O tradicional evento acontece 17 e 18 de setembro, em Rosario (Santa Fe - Argentina). O evento composto por palestras, troca de experiências, apresentação de novas tecnologias, mesas redondas, etc., este eventobusca: • a atualização dos responsáveis pelo manuseio de grãos e sementes na pós-colheita; • aumentar a conscientização sobre os desafios do setor, • analisar os avanços incorporados em temáticas de armazenamento e conservação; • analisar o cenário do comércio de grãos. O evento também servirá para apresentar o décimo livro de renovação com base na segurança e saúde no grão pós-colheita. As empresas que comercializam equipamentos e tecnología em geral podem participar como patrocinadores, expositores ou Apoio, dispondo de um espaço para expor suas ofertas e interagir com os participantes.

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