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¦ Editorial ¦ Ano XI • nº 67

Julho | Agosto 2014

Caros Amigos e Leitores

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É uma grande alegria para nós chegarmos até vocês, seja na versão impressa ou digital. Aqui apresentamos valiosas informações que permitirão as empresas armazenistas do Brasil e região trabalharem cada dia melhor. O elo da corrente produtiva identificada com Pós-colheita ainda é muito frágil. Podemos constatar nas ultimas safras, milhões de toneladas de grãos jogados no chão, o grão úmido em caminhões esperando a recepção por um elevado tempo, armazéns sem possibilidade de classificar e misturar corretamente, o aumento de pragas e fungos, gerando quebras técnicas e perdas de qualidade significativas. Ainda em empresas com tradição se deve ter cuidado. Não se pode deixar de lado o armazém (onde tudo é riqueza), pensando que está em boas mãos, ainda é necessário sempre estar alerta, se esta trabalhando como se deve? Tudo funciona de forma correta? São todas as atividades previsíveis? Em que podemos baixar gastos? Como é possível melhorar a eficiência dos processos? Hoje vemos nas gondolas dos supermercados macarrões com carunchos e isto é admissível em pleno século XXI? Muitos dos custos não estão em nossas mãos e dependem de importantes investimentos em infraestrutura. Hoje o escoamento da safra tem um custo entre 200 e 400% a mais que em países como EUA ou Argentina. Por outro lado o melhor investimento, a capacitação do pessoal sempre dá retorno rápido e abundante. Por isto estamos convidando vocês a participarem de uma Jornada de Atualização e Capacitação em Lucas de Rio Verde (MT), que acontece no dia 11 de setembro próximo. Também em setembro nos dias 17 e 18, realizamos em Rosario (SF – Argentina) o Granos SAC 2014 XVII Expo Pos colheita Internacional, o evento mais tradicional da região. Não deixe de participar, pois o encontro com professionais de longa trajetória e experiência, junto com o intercambio de colegas, permitirá que em poucas horas abordar os temas operativos mais importantes da pós-colheita. Obrigado amigos leitores, obrigado aos anunciantes e editorialistas, juntos estamos fazendo uma realidade melhor. Que Deus abençoe seus trabalhos e famílias.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil



¦ Indice ¦ 06

Desuniformidade de Maturação de sementes

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Grãos em má companhia

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Modernização trabalhista no agronegócio

19

Interferência dos Fungos e das Micotoxinas na Qualidade de Produtos Agrícolas - PARTE 2: AS MICOTOXINAS

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Certificação de Unidades Armazenadoras

25

Em grãos secos não há micotoxinas

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Acondicionamento

36

Finalmente um ano de recuperação agrícola?

Setores

02

Editorial

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Não só de pão...

04 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

38

Cool Seed News

40

Utilíssimas


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¦Sementes¦ No processo de formação das sementes em uma planta é possível observar-se, visualmente, que algumas sementes estão praticamente maduras, enquanto outras estão nos estádios iniciais de enchimento. Este fenômeno é bom para a preservação da espécie, pois evita que todas as sementes sejam afetadas por uma determinada adversidade, entretanto apresenta inconvenientes para a produção de sementes e grãos

Desuniformidade de Maturação de sementes Por: Silmar Peski |silmar@seednews.inf.br - Francisco Amaral Villela Essa desuniformidade de maturação ocorre entre plantas dentro de uma população, assim como entre sementes dentro de uma mesma planta, conforme vários trabalhos publicados. Soja Em trabalhos para verificar a amplitude da desuniformidade de maturação em soja, dentro de uma mesma planta, foram verificadas diferenças bastante acentuadas conforme o estádio de maturação da planta. Assim, coletando individualmente sementes de plantas no mesmo estádio de maturação, num período de duas semanas, foi constatado, na primeira colheita, que havia sementes com umidade desde 45% a 72%. Este resultado evidencia que já na primeira colheita existia pelo menos uma semente de soja que havia alcançado a maturidade fisiológica e estava aguardando para ser colhida (ver tabela no texto). A semente de soja atinge o ponto de maturidade fisiológica com umidade de 50%, estádio em que as sementes apresentam máxima massa de matéria seca, coincidentemente, máxima qualidade fisiológica. Neste mesmo trabalho, colhendo as sementes quatro dias depois, a variação da umidade era de 23 a 58%, significando que havia sementes que não tinham alcançado a maturidade fisiológica. Entretanto, na colheita realizada 10 dias após a primeira, as sementes apresentavam um intervalo menor de umidade, variando de 12,5 a 29,2% e uma média de 19,2%. Este resultado indica que havia sementes que estavam aguardando a colheita e em equilíbrio com a umidade relativa do ar ambiente, enquanto outras estavam ainda perdendo água no processo de secagem natural no campo. Este estádio tem sido o momento

Silmar Peske – Revista SeedNews - silmar@seednews.inf.br 06 |Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

recomendado para começar a colheita de sementes de soja porque há reduzida quantidade de semente deteriorada no campo, bem como semente ainda“verde”. A variação de umidade, comentada anteriormente, ocorre dentro de uma mesma planta e, sabendo que a umidade também varia entre plantas dentro de uma população, a grandeza da variação de umidade entre as sementes dentro de um lote é bastante grande, sendo possível visualizar sementes de soja com tonalidade verde por imaturidade (com umidade acima de 50%) e semente seca, com tegumento danificado na operação de colheita, indicando umidade inferior a 13% (foto ao lado). Em função do padrão de umidade no processo de maturação das sementes descrito anteriormente, pode-se considerar que a não visualização de semente com alta umidade (verdes) no meio do lote que está sendo colhido é sinal de que muitas sementes permaneceram muito tempo no campo aguardando que todas atingissem teores de água de 12 a 13%. Assim, caso tenha ocorrido chuva ou acentuada formação de orvalho, o lote de sementes provavelmente não terá elevada qualidade. Por outro lado, a existência de sementes “verdes”, num percentual de até 2 a 3%, significa que a deterioração de campo é mínima. Essas sementes “verdes” podem ser separadas na operação de pré-limpeza por serem bem maiores do que as demais sementes. Por outro lado, as sementes deterioradas, que permaneceram por período desnecessário no campo, mantêm o mesmo tamanho, sendo praticamente impossível sua separação nas operações de beneficiamento. As sementes são higroscópicas, ou seja, perdem ou ganham umidade em função da umidade relativa do ar (UR). Assim, em ambientes com temperaturas médias de 20 a 25ºC e UR ao redor de 60%, as sementes de soja entram em equilíbrio higroscópico com umidade de 11-12% (em razão do aumento da UR durante a noite), situação verificada na maioria dos locais


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¦Sementes¦ sementes para 12 a 13%. Assim procedendo, ter-se-á colheita antecipada de sementes de qualidade superior, no momento oportuno. Recomenda-se que na produção de sementes de soja de alta qualidade seja realizada a secagem artificial de 40 a 60% da produção, dependendo das condições climáticas da região de produção.

de produção de sementes de soja. Entretanto, há regiões cuja UR é bastante baixa, em certos períodos do ano, situando-se entre 20-30%. Neste caso, as sementes de soja entrarão em equilíbrio higroscópico com umidade ao redor de 8%, mesmo com a elevação da UR durante a noite. Esta tendência também apresenta inconvenientes para a produção de sementes, pois sementes excessivamente secas são altamente suscetíveis ao dano mecânico. Vale ressaltar que tegumento danificado é indicativo de semente morta em pouco tempo. Outro aspecto referente à umidade das sementes que requer especial atenção é o fato de a determinação da umidade expressar a média da umidade das sementes dentro do lote. Assim, num lote de sementes com umidade de 13% haverá sementes com umidade desde 10-11% até 18-19%. Isto significa que as sementes com umidade acima de 13% apresentarão elevada atividade metabólica, que somada à ação de microorganismos, principalmente fungos, afetará negativamente a qualidade da semente. Ainda sobre deterioração de campo em soja, vale destacar o trabalho desenvolvido por um aluno de mestrado e, posteriormente, ratificado em vários países, que consistiu em determinar as variações de umidade da semente de soja durante o dia. Para isso, foi necessária a marcação de mais de 4.000 flores, para que todas as sementes tivessem a mesma idade, e realizar a colheita, diariamente, às 8h30min e às 16h30min, ou seja duas colheitas diárias, durante três semanas. Os resultados indicaram uma flutuação de umidade de até cinco pontos percentuais por dia durante as três semanas, o que é uma enormidade. O seguimento da avaliação da qualidade fisiológica destas sementes mostrou que após a sexta flutuação, as sementes começavam a apresentar redução da qualidade fisiológica. Neste sentido, observar uma semente de soja enrugada na face oposta ao hilo (nesta região não há um tipo de célula no tegumento que atua como um colchão chamado de osteoesclerídeo) é indicativo que a semente permaneceu muito tempo no campo, e provavelmente o lote já esteja com a qualidade comprometida. Os resultados alcançados indicam que o início da colheita de sementes de soja deve ocorrer no estádio em que as sementes atingem a umidade de 19 a 18%, sendo, portanto, imperativo o emprego de secagem artificial para reduzir a umidade das 08 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

Arroz No caso de arroz, a desuniformidade de maturação pode ser observada facilmente numa panícula, que possui ao redor de 150 sementes conforme a variedade. A maturação ocorre do ápice da panícula para a base, cuja diferença de umidade entre as sementes pode alcançar 10 pontos percentuais, ou seja, se as sementes localizadas no ápice estiverem com umidade de 16%, as da base poderão estar ainda com 26%. Esta diferença de umidade é verificada apenas dentro de uma panícula. Entretanto, o arroz apresenta perfilhos, emitidos em momentos diferentes, e, portanto, essa diferença é ainda maior. Além disso, ocorrem diferenças entre plantas numa mesma população. As sementes de arroz, à semelhança de outras espécies, são higroscópicas; desta forma perdem e ganham água conforme a umidade do ar. Assim, as sementes de arroz com 14-15%, absorvendo e perdendo umidade durante alguns dias, podem apresentar fissuras que irão afetar o rendimento de grãos inteiros, podendo causar aumento na percentagem de grãos quebrados. Outro aspecto é que o arroz pode germinar na panícula. Caso ocorra chuva intensa, as sementes poderão absorver água e atingirem a umidade de 30%. Então, dependendo da temperatura e da ocorrência de dormência, as sementes poderão germinar na panícula. Por estas razões, recomenda-se a colheita de arroz quando a umidade média estiver entre 20 e 24%, dependendo da variedade. Esta recomendação técnica é indicada tanto para grão como para semente, devido à deterioração de campo. Portanto, em arroz, a secagem artificial é necessária em 100% da produção. A recomendação da colheita de arroz com alta umidade é tão importante que, em alguns países, cuja produção de sementes é realizada com cooperantes, não se faz o ajuste da umidade para 13%, ou seja, o cooperante que entregar a semente com 24% de umidade terá um mesmo valor por tonelada do que outro que entregá-la com 20% ou menos.


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¦Transportadores¦ ¦Gestão¦ ¦Sementes¦ de milho em espiga para minimizar a danificação da semente na debulha. Esta tecnologia alcançou tanto sucesso que estas empresas de sementes de milho colocam no mercado somente lotes de sementes com germinação acima de 95% . O procedimento de colher as sementes de milho em espiga com alto grau de umidade, próximo à maturidade fisiológica, também possibilitou que houvesse o aproveitamento das sementes “redondas” posicionadas nas extremidades da espiga, cujo percentual é normalmente superior a 20%. Caso as sementes permanecessem no campo e a colheita fosse realizada ao atingirem a umidade de 22 a 18%, as sementes das extremidades da espiga apresentariam problemas de qualidade, por excesso de umidade, visto que as da base acumulam água proveniente da chuva, enquanto as do ápice são expostas a grandes flutuações de umidade e ao ataque de microorganismos e insetos. A colheita de milho em espiga com alta umidade propicia que todas as sementes da espiga apresentem a mesma qualidade. Normalmente, desconta-se o excesso de umidade, que no caso seria ajustar de 24% ou 20% para 13%. Vale ressaltar que, em geral, quanto maior é a umidade de colheita das sementes, maior será a sua qualidade. Milho Em relação às sementes de milho a desuniformidade de maturação também ocorre, podendo ser visualizada pela formação da camada negra na base das sementes ou pela linha do leite no meio da semente. A camada negra indica que a semente alcançou o ponto de maturidade fisiológica, visto que cessou a translocação de fotoassimilados, enquanto a existência da linha do leite mostra que o processo de translocação ainda está transcorrendo, portanto a semente está na fase de enchimento. Em trabalho com diferentes híbridos de milho, com marcação de espigas no mesmo estádio de maturação, foi possível constatar que, mesmo com umidade média acima de 40%, havia sementes que já apresentavam a camada negra. Num dos híbridos a média da umidade das sementes atingiu 44% e não havia sementes com camada negra, entretanto, com umidade de 40% (quatro dias após), o lote de sementes já apresentava 33% das sementes com camada negra, e na umidade de 31% (oito dias após), todas as sementes tinham alcançado o ponto de maturidade fisiológica. Como pode ser observado, no campo a redução de umidade das sementes de milho em espiga é lenta, variando, conforme o material, de 0,5 a 1,0 ponto percentual por dia, dependendo das condições ambientais prevalecentes (umidade relativa do ar, intensidade do vento, ...). Por outro lado, num intervalo de colheita de 12 dias, todas as sementes alcançaram o ponto de maturidade fisiológica. As sementes de milho alcançam o ponto de maturidade fisiológica com umidade ao redor de 35%, entretanto as sementes apresentam uma desuniformidade de maturação, razão pela qual é recomendável realizar colheita com umidade entre 28 e 32% (esta amplitude é devida às variações entre materiais genéticos). Este procedimento é seguido pela grande maioria das empresas produtoras de sementes que realizam a colheita 10 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

Forrageiras e hortaliças No caso de espécies forrageiras, a ocorrência da desuniformidade também é muito acentuada; entretanto, como a quantidade de semente por planta é bem maior e é difícil fazer a separação das sementes de diferentes estádios de maturação, a colheita é realizada numa única vez, como é o caso de azevém e trevo branco. A umidade média dessas sementes é altíssima, pois se deve realizar a colheita na fase em que algumas sementes ainda estão no estado leitoso. Neste caso, uma adequada pré-limpeza é fundamental para facilitar a operação de secagem. No sul do Brasil, o azevém é colhido empregando colhedoras automotrizes, apresentando as sementes umidade média entre 28-35% e realizando a secagem artificial tão logo seja possível. Caso não se realize a colheita com alta umidade, as perdas por degrane natural são altíssimas. Por exemplo, na colheita de sementes com umidade de 13%, a produtividade da semente de azevém atinge, muitas vezes, apenas 150kg/ha, enquanto com umidade entre 28-35%, a produtividade pode alcançar 800kg/ha.


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¦Sementes¦ mecânico, a recomendação é proceder a colheita das sementes com umidade não inferior a 12-13%, o que pode ser viabilizado no começo da colheita ou ao utilizar somente a parte da manhã, momento em que a umidade das sementes está maior do que no período da tarde. A dificuldade reside na determinação do momento mais adequado para realizar a colheita mecânica para sementes de espécies forrageiras e diversas hortaliças, pois a desuniformidade de maturação é acentuada. Entretanto, para sementes de espécies forrageiras pode-se recomendar que a colheita seja realizada ao verificar que a lavoura ainda apresenta algumas sementes “verdes” (aproximadamente 10%), pois assim haverá certeza que o lote de sementes terá poucas sementes deterioradas. No caso de muitas espécies de hortaliças, a desuniformidade de maturação é tal que a colheita de sementes é realizada manualmente de forma escalonada, sendo a entrada na lavoura para realizar a colheita variável de 3 a 5 vezes, para colher as sementes que atingiram o ponto de maturidade fisiológica. Em cenoura, por exemplo, a primeira colheita é realizada para a coleta das umbelas primárias, enquanto a segunda é para as umbelas secundárias e pode ser necessária mais uma vez para a colheita de algumas umbelas secundárias e terciárias. Em hortaliças de frutos carnosos, a colheita deve ser realizada em diversas oportunidades, pelo fato de apresentarem acentuada desuniformidade nos estádios de maturação dos frutos, devido ao crescimento indeterminado e ao florescimento contínuo. Assim sendo, procede-se a coleta de frutos, deixando-os em um período de repouso pós-colheita, por tempo variável, conforme a espécie e cultivar, para completar a maturação. Posteriormente, realiza-se a extração das sementes. Colheita Em função da desuniformidade de maturação das sementes, a colheita no momento propício é essencial, tanto para evitar a deterioração de campo como para minimizar os danos mecânicos. No caso de milho, há consenso de que para a obtenção de sementes de alta qualidade fisiológica é necessário proceder a colheita das sementes em espiga ainda com umidade entre 28-32%. Para isso, inclusive, houve necessidade do desenvolvimento de secadores especiais para manusear as sementes em espiga. Para arroz a situação é similar, porque deve-se colher as sementes com umidade de 20 a 24% e realizar a secagem artificial empregando, geralmente, secadores intermitentes, que podem reduzir a umidade das sementes de 22% para 13% num período de 6 a 8 horas. No caso de soja, tem-se a acentuada deterioração de campo em algumas regiões e a elevada danificação mecânica em outras, as duas sendo importantes e cujos efeitos prejudiciais podem ser minimizados pela colheita no momento certo. Para minimizar a deterioração de campo é recomendável iniciar a colheita assim que a umidade estiver em 18-19%. Entretanto, caso se tenha absoluta certeza de que não irá chover, este procedimento pode ser alterado. Neste sentido, a confiabilidade nas previsões climáticas tem aumentado. Em relação ao dano 12 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

Secagem Conforme comentado anteriormente, a secagem para sementes de milho, arroz, azevém, algumas espécies forrageiras e hortaliças é procedimento padrão para a obtenção de sementes de alta qualidade, em quantidade. Entretanto, para outras espécies, como soja, ainda é um tabu para algumas empresas produtoras de sementes. A secagem é operação que possibilita preservar o potencial de armazenamento das sementes, minimizando a deterioração de campo e, em alguns casos, também a possibilidade de reduzir a danificação mecânica. Sementes que passaram pela secagem artificial, em geral, foram colhidas no momento adequado e, provavelmente, com alta qualidade fisiológica, possuindo assim alta probabilidade de chegarem aos agricultores ainda com sua qualidade assegurada.


Acesse: www.graosbrasil.com.br Dessecação A desuniformidade de maturação muitas vezes torna necessária a dessecação, indicada quando a umidade das sementes estiver alguns pontos percentuais abaixo do ponto de maturidade fisiológica; caso contrário irá interromper o processo de translocação, impedindo o adequado enchimento de muitas sementes e com isso levando à perda de peso. No Brasil, nas culturas da soja e do trigo, dependendo da necessidade de antecipação de colheita, é realizada a dessecação, sendo a umidade média das sementes ao redor de 40%, na soja, e de 30%, no trigo. Em sementes de milho, arroz, muitas espécies forrageiras e hortaliças, 100% da produção é submetida à secagem artificial. Entretanto, em outras espécies como soja e trigo, a necessidade de secagem pode atingir geralmente 40 a 60% da produção, principalmente em razão dos avanços alcançados na previsão do tempo. Quem seca artificialmente a semente terá qualidade e quantidade. Por outro lado, quem não seca artificialmente a semente pode ter semente de qualidade, porém a quantidade estará comprometida. Espera-se ter ficado claro que a desuniformidade de maturação pode ser minimizada procedendo a colheita no momento oportuno e, subsequentemente, executando secagem ou aeração. Trabalho baseado nas teses de: Elton Hamer, Rodrigo Soares, Elias Jacob Junior, Guilherme Fiss e Dirk Arhens

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¦Controle de Pragas¦ O controle físico, químico e biológico de pragas de grãos armazenados, os inseticidas usados, bem como os resíduos destes nos grãos e nos seus subprodutos, e a resistência de pragas aos ingredientes ativos são tratados sob enfoque da técnica de manejo integrado de pragas. Esta, preconiza a análise integral da unidade armazenadora, visando a evitar perdas quantitativas e a manter a qualidade do produto final.

Grãos em má companhia Por: Irineu Lorini |Pesquisador da EMBRAPA Trigo | irineu.lorini@embrapa.br O problema de pragas tem origem em diversos fatores, dentre os quais destacam-se a inadequada estrutura armazenadora composta, em sua maioria, por armazéns graneleiros de grande capacidade estática, com sistema deficiente ou inexistente de controle de temperatura e a ausência quase total de sistema de aeração. Assim, depois de limpos e secos, os grãos são colocados nesses armazéns, onde permanecem depositados até a retirada para consumo, sem haver o efetivo monitoramento da massa de grãos para verificar a temperatura, a umidade e a presença de insetos, situações que podem determinar perdas quantitativas e qualitativas. Além destes fatores, o que contribui para o agravamento do problema é a disponibilidade de poucos inseticidas registrados para controle das pragas de grãos armazenados, fator que dificulta a alternância de ingredientes ativos. Manejo é solução A solução para essa situação passa pela adoção do “manejo integrado de pragas”. Este, prevê que se esteja informado a respeito da situação da massa de grãos e da unidade armazenadora, da identificação de espécies e de populações de pragas ocorrentes, da associação de medidas preventivas e curativas de controle das pragas, do conhecimento dos inseticidas recomendados e sua eficiência, da existência de resistência das pragas aos inseticidas em uso, da análise econômica do custo de controle e das perdas a serem evitadas. Da mesma forma, a adoção de rigoroso sistema de monitoramento das pragas, da temperatura e da umidade da massa de grãos se faz necessário. O conhecimento da espécie e do potencial de destruição de cada praga são elementos importantes para definir o manejo a

Irineu Lorini – Pesquisador EMBRAPA Trigo 14 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

ser implantado na unidade armazenadora. Segundo este hábito, as pragas podem ser classificadas em primárias ou secundárias. As pragas primárias As pragas primárias são as que atacam grãos inteiros e sadios e, dependendo da parte do grão que atacam, podem ser denominadas pragas primárias internas ou externas. As primárias internas perfuram grãos e penetram para completar seu desenvolvimento. Alimentam-se de todo o interior do grão e possibilitam a instalação de outros agentes de deterioração dos grãos. Exemplos dessas pragas são as espécies Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e S. zeamais. As pragas primárias externas destroem a parte exterior do grão (casca) e alimentam-se posteriormente da interna sem, no entanto, se desenvolver no interior do grão. Há destruição do grão apenas para fins de alimentação. Exemplo desta praga é a traça Plodia interpunctella. As pragas secundárias Já as pragas secundárias são as que não conseguem atacar grãos inteiros, pois requerem a destruição ou quebra dos grãos para deles se alimentar. Essas pragas ocorrem na massa de grãos quando estes estão trincados, quebrados ou mesmo danificados por pragas primárias. Multiplicam-se rapidamente e causam grandes prejuízos. Como exemplo, citam-se as espécies Cryptolestes ferrugineus, Oryzaephilus surinamensis e Tribolium castaneum.


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¦Controle de Pragas¦ Há dois importantes grupos de pragas que atacam o trigo armazenado: os besouros e traças. Nos besouros encontram-se as espécies: R. dominica, S. oryzae, S. zeamais, C. ferrugineus, O. surinamensis e T. castaneum. As espécies de traças mais importantes nos grãos são: Sitotroga cerealella, P. interpunctella, Ephestia kuehniella e E. elutella. Dentre estas pragas, R. dominica, S. oryzae, S. zeamais e S. cerealella, são economicamente mais importantes, e que justificam a maior parte das medidas de controle praticadas nas unidades armazenadoras. Besourinho dos cereais Os adultos R. dominica (Col., Bostrychidae) são besouros de 2,3 mm a 2,8 mm de comprimento, coloração castanho-escura, corpo cilíndrico e cabeça globular, normalmente escondida pelo protórax. A coloração das pupas varia de branca, inicialmente, a castanha, próximo à emergência dos adultos; possuem 3,9 mm de comprimento e 1,0 mm de largura do corpo, aproximadamente. As larvas são de coloração branca, com cabeça escura, e medem cerca de 2,8 mm quando completamente desenvolvidas. Os ovos são cilíndricos, embora variáveis na forma, inicialmente brancos e posteriormente rosados e opacos, com 0,59 mm de comprimento e 0,2 mm de diâmetro. O período de incubação dos ovos, variável em função da temperatura, é de 15,5 dias a 26º C e de 4,5 dias a 36 0 C . A oviposição pode ocorrer em grupos de ovos ou em ovos isolados, em fendas ou rachaduras de grãos ou mesmo na própria massa de grãos. A duração do período larval é de, aproximadamente, 22 dias, o período pupal é de cinco dias e a longevidade dos adultos atinge 29 dias, a 30 0 C e 70 % de umidade relativa. O ciclo de vida da praga é de, aproximadamente, 60 dias. A fêmea tem fecundidade média de até 250 ovos que depende da qualidade do alimento e das condições de temperatura e de umidade da massa de grãos. Como é uma praga primária interna possui elevado potencial de destruição dos grãos de trigo, sendo capaz de destruir de 5 a 6 vezes seu próprio peso em uma semana. É a principal praga de pós-colheita de trigo no Brasil, devido à alta densidade populacional e o grande potencial de causar prejuízos aos grãos. Destrói consideravelmente os grãos, deixando-os perfurados e com grande quantidade de resíduos na forma de farinha, decorrente do hábito alimentar. Tanto adultos como larvas causam danos aos grãos armazenados e possuem grande número de hospedeiros, como trigo, cevada, triticale, arroz e aveia. O milho não é hospedeiro preferencial. Adapta-se rapidamente às mais diversas condições climáticas e sobrevive mesmo em extremos de temperatura. Gorgulhos dos cereais Os gorgulhos dos cereais, S. oryzae e S. zeamais (Col., Curculionidae) , são espécies muito semelhantes em caracteres morfológicos e podem ser distinguidas somente pelo estudo da genitália. Ambas podem ocorrer juntas na mesma massa de grãos, independentemente do tipo de grão. Os adultos são gorgulhos de 2,0 mm a 3,5 mm de comprimento, de coloração castanho-escura, com manchas mais claras nos élitros (asas superiores), visíveis logo após a emergência. Têm a cabeça 16 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

projetada à frente, na forma de rostro curvado. Nos machos, o rostro é curto e grosso, e nas fêmeas, mais longo e afilado. As larvas são de coloração amarelo-clara, com a cabeça de cor marrom-escuro, e as pupas são brancas. O período de oviposição é de 104 dias, e o número médio de ovos por fêmea é de 282. A longevidade das fêmeas é de 140 dias. O período de incubação dos ovos oscila entre 3 e 6 dias, e o ciclo de ovo até a emergência de adultos é de 34 dias. É uma praga primária interna de grande importância, pois pode apresentar infestação cruzada, ou seja, infestar grãos no campo e também no armazém. Tem elevado potencial de reprodução e muitos hospedeiros, como trigo, milho, arroz, cevada, triticale etc., e ataca a massa de grãos, nela penetrando. Tanto larvas como adultos são prejudiciais e atacam grãos inteiros. A postura é feita nos grãos; as larvas, após se desenvolverem no grão, saem deste para empupar e se transformarem em adultos. Os danos verificam-se na redução de peso e de qualidade do grão. Traça dos cereais Os adultos da traça dos cereais - S. cerealella (Lep., Gelechiidae) - são mariposas com 10 mm a 15 mm de envergadura e com 6 mm a 8 mm de comprimento. As asas anteriores são cor de palha, com franjas, e as posteriores mais claras, com franjas maiores. Os adultos vivem de 6 a 10 dias. Os ovos são colocados sobre os grãos, preferentemente naqueles quebrados e/ou fendidos. A fêmea pode ovipositar de 40 a 280 ovos, dependendo do substrato. Após a eclosão, as larvas penetram no grão, onde se alimentam e completam a fase larval, que se estende por, aproximadamente, 15 dias. As larvas podem atingir 6 mm de comprimento e são brancas com as mandíbulas escuras. A pupa varia de coloração desde branca, no início, a marrom-escuro, próximo à emergência do adulto. O período de ovo a adulto dura, em média, 30 dias. É uma praga primária que ataca grãos inteiros, porém afeta a superfície da massa de grãos. As larvas destroem o grão, o que altera o peso e a qualidade deste. Também ataca as farinhas, onde se desenvolve, causando deterioração de produto pronto para consumo.


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¦Agronegócio¦ A dinâmica das relações de trabalho impõe a necessidade de modernização das regras trabalhistas aplicadas ao campo. Mudanças são fundamentais para dar segurança jurídica ao empregador, destravar negócios, bem como assegurar empregos e gerar novas oportunidades aos trabalhadores – sem ferir direitos, numa espiral de modificações que somente trará benefícios, contribuindo para o combate à letargia econômica que aflige o País.

Modernização trabalhista no agronegócio Por: Gustavo Diniz Junqueira |Presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) O primeiro flanco desta modernização passa pela regulamentação da PEC relativa ao trabalho escravo. O segundo desafio refere-se à regulamentação da terceirização e envolve dois pontos: uma análise do STF sobre um caso que trata da questão, bem como, em outra e mais importante ofensiva, um projeto de lei (PL) que regulamenta a terceirização da mão de obra no campo em atividades-fim. No que diz respeito à PEC, a definição clara, objetiva e cristalina do que será escrito – em lei – como sendo trabalho escravo ou análogo à escravidão é imprescindível para a segurança jurídica do agronegócio e outros setores. O Senado aprovou a PEC que determina, entre outras questões, a expropriação de propriedades rurais flagradas com trabalho escravo. A PEC prevê uma emenda de um novo PL que vai determinar a regulamentação da definição exata do que será compreendido como trabalho escravo. Esta regulamentação não poderá dar margem a interpretações, abrindo brechas para subjetividade. A definição terá que ser a mais transparente possível. Desacordos administrativos com a legislação trabalhista não podem ser confundidos com trabalho escravo. É o que vem acontecendo em casos relacionados à NR 31. O legislador precisa entender as especificidades do trabalho no campo e não impor restrições urbanas/industriais a uma realidade diferente. Para que se dê início a qualquer tipo de expropriação, é importante, ainda, que a sentença penal condenatória tenha sido transitada em julgado. Num país democrático, qualquer cidadão tem garantido o seu direito de defesa.

Gustavo Diniz Junqueira – Sociedade Rural Brasileira 18 | www.graosbrasil.com.br | Maio / Junho 2014

A regulamentação sólida reduzirá o perigo de que fiscais do trabalho determinem expropriações de modo arbitrário e de que irregularidades trabalhistas simples sejam enquadradas como trabalho escravo. Terceirização No Brasil, não existe lei que regule trabalho terceirizado. Esse vácuo regulatório vem judicializando a terceirização no País, deixando empresas e trabalhadores à mercê da interpretação do Poder Judiciário. Em administração de empresas, a terceirização é uma das práticas mais interessantes que existe. Tanto que se popularizou em diversas áreas. Bem regulada, a terceirização não significa precarização do trabalho. Muito pelo contrário. Entre seus benefícios socioeconômicos, diminui a informalidade, reduz custos, estimula o empreendedorismo, foca na especialização e incentiva a competitividade num mundo cada vez mais integrado em rede por cadeias de valor globais. No agronegócio, uma decisão do TST que obriga as indústrias de suco de laranja a contratar de forma direta todos os trabalhadores que lhes prestam serviço no plantio, cultivo e colheita nos pomares – inclusive os que atuam nas propriedades de fornecedores independentes – trouxe à tona a questão. A decisão prejudica, principalmente, o pequeno e o médio produtores, retirando autonomia em relação às suas próprias propriedades. Eles se tornam arrendatários de suas terras, perdendo o direito sobre sua produção. O TST precisa rever sua posição e considerar em sua análise o impacto social negativo que a sentença atual provoca. Uma decisão correta tem que preservar direitos individuais, livre iniciativa, dando previsibilidade, segurança jurídica e condições de sobrevivência à atividade. O artigo 170 da Constituição Federal assinala que a ordem econômica é baseada na livre iniciativa. As empresas têm liberdade para gerir seus negócios da forma como acharem conveniente, desde que isso não vá contra a dignidade da pessoa humana, nem contra os direitos previstos na Carta Magna. É o que defendemos e cobraremos.



¦Qualidade¦ Micotoxina é uma substância produzida por fungo (mico = fungo). Ela não deve ser confundida com microtoxina, o que seria apenas uma toxina pequena. Há pelo menos 17 delas, muito semelhantes entre si e tóxicas para o homem e os animais.

Interferência dos Fungos e das Micotoxinas na Qualidade de Produtos Agrícolas PARTE 2: AS MICOTOXINAS Por: Valdecir A. Dalpasquale|Consultor em Pós-Colheita | dalpasquale@secarmazena.com.br Sandra Regina Pelegrino Schuab |Doutora em Agronomia | sandraschuab@uol.com.br

Para questões de saúde, as micotoxinas são produzidas, principalmente, por dois fungos denominados Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que se desenvolvem sobre muitos produtos agrícolas e alimentos quando as condições de umidade do produto, umidade relativa do ar e temperatura ambiente são favoráveis. As toxinas produzidas pelo primeiro grupo são as aflatoxinas. A ocorrência delas é maior no amendoim, porque este é o produto preferido pelo fungo e muitas vezes há demora de secagem e chuvas no período após a colheita. Entretanto, sua maior incidência se dá quando o amendoim é batido, ensacado e armazenado com umidade elevada e quando reumedece depois de estar seco. Além do amendoim, a aflatoxina pode ser encontrada em muitos outros produtos, tais como, milho e outros cereais, sementes oleaginosas, nozes, além de diversos produtos curados. Esses dois fungos são mostrados nas figuras 1 e 2.

Figura 1: Colônia de Aspergillus flavus, no milho. 20 | www.graosbrasil.com.br | Maio / Junho 2014

Figura 2: Colônia de Aspergillus parasiticus, no milho

Podem ser encontradas várias aflatoxinas nos produtos alimentares, sendo as mais importantes e mais vulgarmente conhecidas as B1, B2, G1 e G2. A aflatoxina B1 é de todas as aflatoxinas conhecidas a mais importante em termos de ocorrência e toxicidade, pois 15g/kg de alimento bastam para originar a formação de hepatocarcinomas em ratos. O milho e as rações, usados com alta umidade na alimentação animal, oferecem condições ideais para que os fungos se desenvolvam e produzam as micotoxinas. Elas não são visíveis e não mudam o gosto da ração. Os animais ao se alimentarem da ração contaminada se intoxicam. A armazenagem do milho e as rações com umidade acima de 13% permite o aparecimento dos fungos, que contaminam o alimento. A aflatoxina (Aspergillus flavus) causa retardo no crescimento, piora na conversão alimentar, provoca abortos, baixa a resistência às doenças, favorece hemorragias e pode levar à morte. A zearalenona (Fusarium roseum) causa falso cio, repetição do cio, aumento de natimortos e mumificados, abortos e leitoas nascem com a vulva inchada. Outras micotoxinas, como os tricotecenos são toxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium e podem causar inúmeros problemas ao homem e aos outros animais. Os mais


Acesse: www.graosbrasil.com.br comuns entre nós são: Fumonisinas Deoxinivalenol (DON), também conhecida como Vomitoxina, Toxina T-2, Nivalenol, Diacetoxiscirpenol e outros de menor ocorrência. Elas podem provocar vômitos, hemorragias, recusa do alimento, necrose da epiderme, aleucia tóxica alimentar (ATA), diminuição do ganho de peso, da produção de ovos, de leite, interferência com o sistema imunológico e até morte. Ocorrem em cereais como o milho, trigo, cevada e outros. Zearalenona é uma micotoxina produzida por Fusarium graminearum, principalmente em milho, e causa hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade, efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas (ela atua como hormônio feminino). PRÁTICAS SIMPLES Quando os animais apresentarem os sintomas, substituir imediatamente a ração. Quando o produtor suspeitar da qualidade do milho ou da ração, não os utilizar e chamar um técnico para analisar os produtos. Para se evitar a presença de aflatoxina, colher o milho com alta umidade, de preferência com mais de 25%, pois é a partir do início de abertura das espigas que o Aspergillus flavus se instala e essa abertura se intensifica abaixo dessa faixa de umidade. Secar imediatamente após a colheita até 14% de umidade, pelo menos. Todo o produto pode ser contaminado

se houver mistura com outro produto úmido ou mofado. Armazenar o milho e a ração em local seco e fresco. FATOS E FICÇÃO SOBRE AFLATOXINAS Afirmação: o cozimento e o processamento reduzem os níveis ou destroem a aflatoxina. Falso: As aflatoxinas mantém-se estáveis, não sendo

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¦Qualidade¦ afetadas por métodos de cozimento ou processamento. Por exemplo, a aflatoxina existente no amendoim torrado para a produção de manteiga de amendoim persiste no produto final. Da mesma maneira, a contaminação existente em grãos de milho, mesmo que sejam peletizados a quente para a formulação de rações, persiste no produto acabado. Isso ocorre porque no material sólido o processamento térmico reduz a aflatoxina, entretanto os líquidos residuais contém os teores de aflatoxina. Existem, no entanto, algumas exceções. As concentrações de aflatoxinas podem ser reduzidas em condições ácidas (pH menor que 3,5) ou alcalinas (pH maior que 10). Um exemplo é o tradicional método de preparação do milho para a fabricação de “tortillas”. Afirmação: O milho pipoca não está sujeito à contaminação por aflatoxinas. Falso: O milho pipoca pode estar contaminado por aflatoxinas. O fungo que produz essa substância pode infectar o milho, tanto naturalmente quanto experimentalmente. A infecção ocorre geralmente no campo e não no armazenamento, quando este milho é mantido limpo e seco. Os cientistas da Universidade de Purdue detectaram a presença de aflatoxinas na safra de milho de 1988 de alguns agricultores. Parte da produção de 1988 de Iowa também foi considerada contaminada. Obviamente, este milho foi destruído.

Afirmação: O milho verde não está sujeito à contaminação por aflatoxinas. Verdadeiro: O milho verde processado ou utilizado para consumo direto está livre do risco de contaminação por essas toxinas, pois apresenta um alto índice de umidade quando é colhido. Além disso, a espiga do milho verde encontra-se ainda muito fechada, o que dificulta a penetração do fungo. Se, no entanto, o milho verde for maturado ainda no pé, a contaminação será semelhante à do milho maturado no campo. Afirmação: O milho cozido e armazenado em épocas em que não houve seca está livre da contaminação por aflatoxinas. Falso: Mesmo nos anos em que não houve seca, os fungos produtores de aflatoxinas (Aspergillus flavus e A parasiticus) estavam certamente presentes no ambiente (solo) e poderão contaminar o milho, se ele for colhido tarde. O milho colhido nesses anos pode ser facilmente contaminado com os esporos destes fungos nesta época, se houver alta concentração de esporos no ar. Se os níveis de umidade do milho excedem 14% e a temperatura ficar acima de 20ºC durante a armazenagem, o fungo pode se multiplicar e se inicia a produção de aflatoxinas, mesmo que lentamente. A única maneira de se saber se o milho está ou não contaminado é testando-o.

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¦Certificação¦ O Brasil seria o primeiro país do mundo a ter uma padronização técnica no setor da pós-colheita se conseguisse implantar o SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS. Teríamos a garantia de qualidade mínima aos consumidores e segurança de boas práticas para o mercado comprador.

Certificação de Unidades Armazenadoras Parte II

Por: Eng. Agr. Gustavo Lorenzatto|Auditagem de Unidades Armazenadoras| glorenzatto@hotmail.com

A ideia concebida na década passada, através da Lei 9.973, amadurece a passos lentos e, repito, tecnicamente o desenvolvimento do processo é quase irrepreensível, no entanto, politicamente é imprevisível. Através da Revista Grãos Brasil estamos familiarizando os produtores e armazenadores aos requisitos técnicos do SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS. Já descrevemos na edição anterior os onze primeiros itens da lista e agora apontaremos conclusivamente outros quatro: - SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO DO PRODUTO - SISTEMA ARMAZENAGEM - SISTEMA DE SEGURANÇA - DEMAIS REQUISITOS

Eng. Agrônomo Gustavo Lorenzatto - Assessoria Pós-Colheita

Quando a unidade armazenadora passar por uma auditoria, os técnicos terão de observar obrigatoriamente a existência de uma moega coberta, protegida, suficientemente capaz de receber produtos a granel sem prejuízos ou danos consideráveis ao produto. No caso de poços de elevadores com presença de água, deverá existir um sistema de controle hidráulico que permita a movimentação de grãos em ambiente seco. Farão parte do item de movimentação do produto aqueles equipamentos de transporte do tipo elevador de caçamba, correia plana, rosca sem fim, etc. e seus respectivos acessórios. O sistema de armazenagem propriamente dito é o requisito mais abrangente de todo o processo. Inicialmente compreende a verificação das condições elétricas gerais da unidade. Embora exista um prazo maior para regularizar as instalações, convém averiguar se os instrumentos atuais são adequados ao porte do armazém e se não oferecem perigo aos trabalhadores. Também com prazo estão as adequações aos sistemas de termometria, aeração e exaustão, especialmente para unidades a granel e mais antigas. Para as unidades novas existe a obrigatoriedade desses sistemas, inclusive a necessidade mensurável quanto ao número de pontos de termometria e vazão mínima de ar dos ventiladores em relação ao tamanho do silo ou galpão. O que não pode deixar de ter em qualquer unidade armazenadora, seja convencional ou a granel (nível fazenda, coletora, intermediária ou terminal), é o comprometimento com a higienização do local, instalações, compartimentos, equipamentos e pátio. Também é imprescindível um programa para o combate de pragas e roedores, aceitando-se serviços terceirizaGRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 23


¦Certificação¦

dos. Todas essas operações devem ser orientadas pelo manual de procedimentos técnicos do regimento interno, e todas as ocorrências relevantes devem ser registradas e arquivadas. Por fim, quanto ao item sistema de armazenagem, cabe lembrar a obrigatoriedade de estrados e seu uso adequado para unidades convencionais, as quais trabalham com sacarias; local para guarda de agrotóxicos, quando houver; e a existência de medidores de condições psicométricas do ar, para todos os níveis. O sistema de segurança em unidades armazenadoras de grãos deve compreender o uso obrigatório de um sistema de ventilação para os ambientes confinados e semi-confinados, de acordo com a legislação, sobretudo a NR 33. Com o benefício do prazo deve-se observar o sistema de captação de material particulado e o sistema de combate a incêndio, esse último estando também associado a outros entraves de ordem pública. Os demais requisitos, último item da lista do SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO, são condições de obrigatoriedade entendidas como fundamentais para um pleno controle das atividades de um armazém. Primeiramente a responsabilidade técnica assumida por um profissional habilitado junto ao CREA. A partir daí, a verificação de um quadro de funcionários compatível ao tamanho da estrutura armazenadora e um adequado programa de treinamento,

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capacitação, reciclagem e aperfeiçoamento de pessoal. As ocorrências operacionais e todos acontecimentos importantes devem ser registrados, baseados no manual de procedimentos técnicos da unidade. Esses arquivos devem possuir características auditáveis. A partir dos requisitos expostos nessas duas matérias o armazenador já pode ficar mais atento àqueles pontos relevantes relacionados ao seu negócio. As mudanças, adequações e conformidades devem partir do próprio empreendedor, quando esse assume por consciência – não por obrigação – o seu verdadeiro papel dentro do setor da pós-colheita de grãos. Quando o empresário notar que o cumprimento desse programa é um alinhamento básico e preciso para o bom funcionamento de todo o seu processo produtivo, verá que, além do consumidor final e do mercador comprador, o maior beneficiado será ele mesmo e seus colaboradores.


¦Micotoxinas¦ A competição pela sobrevivência é grande no mundo animal e isto ocorre também no mundo dos microorganismos. Os fungos, por exemplo, não podem mover-se e lutam contra outros fungos e outros microorganismos com armas químicas. Nessa luta produzem muitas substâncias tóxicas contra seus inimigos. E desta luta, nós, seres humanos, obtemos benefícios e danos.

Em grãos secos não há micotoxinas Por: Lúcia Valente Soares|Pesquisadora Unicamp

Entre os benefícios estão os antibióticos que usamos para matar as bactérias que nos causam doenças. Porém muitas substâncias produzidas pelos fungos fazem mal tanto a nós como aos nossos animais de criação. Normalmente também prejudicam as próprias plantas hospedeiras. A palavra micotoxinas é formada por mico, do grego, que significa fungo, e toxinas, que nos sugere algo muito ruim. E o que fazem elas? Uma variedade de males, dependendo da toxina. Todas, no entanto, afetam as defesas do organismo animal deixando-o mais susceptível a doenças. Afetam também o crescimento dos animais jovens. Assim nossa saúde e nosso bolso podem ser afetados pela guerra dos fungos pela sobrevivência. A Organização para Agricultura (FAO) das Nações Unidas estima que, por ano, 25% da produção mundial de grãos é contaminada por micotoxinas. E em 1993, o Banco Mundial publicou o relatório “Investindo em saúde”, no qual estima que 40% da redução nos anos de vida

dos povos de países em desenvolvimento está associada a doenças relacionadas com micotoxinas. Prejuízos econômicos aparecem com a redução na produção de grãos e na sua qualidade inferior motivada pelo aparecimento de micotoxinas nos grãos ainda no campo ou durante a estocagem. Isso sem contar que, para crescerem, os fungos consomem matéria do próprio grão, reduzindo seu peso, causando murchamento, escurecimento ou mesmo apodrecimento. Prejuízos são ainda sentidos em preços aviltados quando da venda do grão. Não-aceitação do produto pode ainda ocorrer tanto no mercado interno como no externo. No mercado internacional, o controle de micotoxinas é lugar comum. A presença de micotoxinas em grãos acarreta ainda prejuízos financeiros para produtores de animais de corte. A produção animal sofre com o ganho de peso inferior ao esperado, queda na fertilidade e aumento na incidência de doenças. Sem contar com a perda de animais em casos mais graves, ou seja, quando há ingestão de níveis

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¦Micotoxinas¦ elevados de toxinas. Problema antigo As micotoxinas vêm acompanhando a humanidade desde tempos imemoriais. Até bem pouco tempo o ser humano não sabia que certas doenças que o acometiam e aos seus animais de criação eram causadas por micotoxinas. O desenvolvimento científico tornou possível esta descoberta na década de 60, quando 100.000 filhotes de perus morreram em granjas inglesas. Foi verificado que a parte da ração responsável pelas mortes era amendoim, do Brasil! Daí ao isolamento do composto responsável pelas mortes foi um passo. A toxina isolada recebeu o nome de Aflatoxina porque o fungo que a produz tem o nome científico de Aspergillus flavus. Hoje se sabe que existe uma família de aflatoxinas e que são tóxicas para uma grande variedade de animais. O grau de intoxicação sofrida por indivíduos de uma mesma espécie animal depende da idade, sexo, fatores dietéticos e mesmo linhagem. O fígado é o primeiro e mais importante alvo desta toxina, que provoca sintomas semelhantes aos da hepatite infecciosa. Além dos seus efeitos tóxicos agudos, as micotoxinas causam câncer, provocam mutações em células reprodutivas e deformidades em fetos. Sabe-se, até hoje, que existem aproximadamente 200 famílias de micotoxinas. Algumas outras toxinas merecem também atenção da parte de produtores agrícolas. Entre elas podemos citar a zearalenona, as fumonisinas, a ocratoxina A e os tricotecenos. A zearalenona atua como um hormônio. Em animais, especialmente suínos, zearalenona tem efeitos bem documentados e que incluem cio prolongado, ausên-

cia de cio, infertilidade, falsa prenhês, desenvolvimento das glândulas mamárias em machos e lactação anormal. A fumonisina B1 provoca em cavalos uma doença chamada leucoencefalomalácia que leva à morte do animal. Provoca também edema pulmonar em suínos e redução no ganho de peso, mortalidade e lesões em diversos órgãos em frangos de corte. A ocratoxina A, por sua vez, causa degeneração dos rins do animal. Na população humana da região dos Balcãs, na Europa, foi observada a mesma degeneração renal ao mesmo tempo em que a ocratoxina A foi encontrada na alimentação. Por último, os tricotecenos também foram encontrados em alimentos na Rússia e as populações afetadas apresentaram febre, angina, exaustão da medula óssea, hemorragias generalizadas, chegando a morte em alguns casos. Os mesmos sintomas foram observados em animais. Como evitar Quando lutamos contra um inimigo, o primeiro passo é conhecê-lo para poder em seguida planejar como derrotá-lo. Na nossa luta contra as micotoxinas, a pesquisa científica tem apontado alguns caminhos e continua buscando soluções. Sabe-se, por exemplo, que sua produção depende das condições climáticas e dos tipos de fungos existentes em cada região do mundo. Assim, o que é problema na Sibéria pode não ser em outras partes do mundo. Para cada país, ou ainda para cada região climática, deve-se saber quais as micotoxinas que podem causar problemas. Uma vez conhecidos estes fatos, podemos ver que a fiscalização passa a desempenhar um papel muito importante, inclusive na importação de alimentos e material para rações. Surge uma questão: como fazer para evitar micotoxinas? Muito trabalho vem sendo realizado no mundo inteiro para responder a esta questão. Para as micotoxinas produzidas no campo estão sendo pesquisadas variedades resistentes de plantas. Sabe-se também que variedades usadas fora de sua área de adaptação são mais susceptíveis ao ataque de fungos. O clima tem muita

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Acesse: www.graosbrasil.com.br importância porque a temperatura e o regime de chuvas podem dar condições ao desenvolvimento do fungo. Algumas culturas apresentam problemas em regiões mais úmidas. Outras, ainda, sofrem com temperaturas mais baixas do que aquela para a qual foram adaptadas. Devido a dependência climática, de ano para ano a situação com relação a micotoxinas pode ser bem diferente numa mesma região produtora de grãos. Ataques de insetos e animais, por outro lado, são um veículo para contaminação de grãos e precisam ser controlados. Durante a estocagem de grãos a regra mais geral a ser observada é “mantenha seus grãos secos”. Se a umidade nos grãos é mantida suficientemente baixa, os fungos não se desenvolvem. Outros recursos podem ser usados mas o custo é ainda mais elevado: baixas temperaturas, atmosfera modificada, etc. Processos para descontaminação vêm sendo pesquisados mas com pouco sucesso. Uma dificuldade adicional está na estabilidade térmica apresentada pela maioria das micotoxinas que sofrem pouca decomposição em temperaturas altas. O tratamento de rações para gado com amônia tem oferecido uma solução parcial mas, exclusivamente para o caso das aflatoxinas. Mistura de lotes contaminados com não contaminados de maneira

a atingir níveis mais baixos e melhor tolerados pelos animais é uma prática adotada em várias partes do mundo. Milho sem aflatoxina Cientistas do USDA desenvolveram um novo híbrido de milho que praticamente não desenvolve aflatoxina. Esta nada mais é do que uma micotoxina – substância produzida por fungos – que pode causar sérios dados à saúde humana e animal. A nova linha de milho, denominada Mp715, apresenta um índice muito baixo de contaminação por fungos.

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¦Acondicionamento¦ Acondicionamento Por: Domingo Yanucci |Consulgran - Grãos Brasil | graosbr@gmail.com Otimização de secadores Vários dos tópicos abordados em outros pontos tem que ver com a otimização do secador. Neste caso em particular nos referimos ao sentido e vazão de ar.

Um antigo esquema de um secador se mostra na Fig N° 4, vemos o forno, o ventilador e a torre. Os sistemas atuais concebem, em praticamente todos os casos, o trabalho do ar em extração, por o que a ordem é o que se vê na Fig N° 5, forno, torre e ventiladores. O caso típico temos em velhos secadores, desenhados originalmente com grandes ventiladores centrífugos para ar insuflado, que ao ser substituído por vários ventiladores pequenos, trabalhando em extração, lograrão uma melhor distribuição de ar e diminuir notavelmente a potencia requerida. As velhas máquinas de cavalete também alcançam um melhor rendimento, direcionando o ar da parte superior e/ou aumentando a vazão de ar com a incorporação de mais ventiladores. Estas melhoras permitem: diminuir a potência instalada e o gasto de energia elétrica por tonelada secada, diminuir o uso de combustível, fazer mais eficiente o uso do mesmo e simultaneamente melhorar a qualidade final do processo, devido a um melhor contacto ar-grão. Ao passar de sistemas de insuflado aos de extração temos uma economia na ordem de 25% da energia elétrica. O aumento da vazão nos velhos secadores de cavaletes implica uma elevação da capacidade de secagem na ordem de 25%, com economia de combustível. Outras melhoras nos desenhos, inerentes aos fabricantes que podem ser consideradas são, por exemplo, diminuição 28 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

da largura da veia em secadores de columa, mudança do sentido do fluxo do ar ou de sentido de veia de grão na columa, sistemas mistos entre columas e cavaletes, recirculação do ar dentro da torre, etc. Secadores de cascada, que não dispõem de chapa furadas, onde se têm um excelente contato entre o ar e o grão, significam benefícios interessantes, considerando rendimento e economia. Nas próximas linhas falaremos do sistema de pré-limpeza. O mesmo sempre é conveniente e em caso de materiais e secadores mais propensas a incêndio, se fazem imprescindíveis. Isolamento térmico Em países de clima mais rigoroso, o isolamento térmico e miss que um opcional, é uma exigência. Como sabemos, normalmente a secagem se da em épocas de baixas temperaturas e as limitadas capacidades instaladas para secagem obrigam a trabalhar as 24hs, por o que se seca em horas da noite com menor eficiência e controles mais difíceis. O calor produzido ao queimar o combustível pode servir para evaporar a água (objetivo real), esquentar o grão ou se perde por convenção e radiação pelas estruturas da máquina. O Isolamento térmico permite reduzir esta perda. De acordo ao tipo de secador, ubiquação do mesmo em relação aos ventos predominantes, horas de trabalho, etc., esta técnica dará maiores ou menores resultados. Em términos gerais se fala de uma economia na ordem de 10% no consumo de combustível no sul do país.


Acesse: www.graosbrasil.com.br Secadores instalados ao sul de Brasil deveriam contar sempre com esta tecnologia. O Isolamento Térmico ajuda a entrar em regime de trabalho mais rápido, favorece o rendimento ou produtividade do secador e como comentamos ao diminuir as perdas de calor, aumenta a eficiência no uso do combustível. Sistemas combinados de secagem Estes sistemas se baseiam em extrair o grão quente do secador, eliminando o processo convencional de esfriamento na torre do secador, deixar um breve período de repouso (“tempering” ou homogeneização) e depois terminar a secagem com aeração reforçada, aproveitando o calor residual sobre o granel. Permitem incrementos da capacidade do secador de 50 a 100%, reduções de gasto na ordem de 30% e melhoras notáveis na qualidade, reduzindo os potenciais danos sobre o grão. Dentro dos sistemas combinados temos a seca-aeração (“dryeration”) e o pés-resfriado em silo (“in bin cooling”). Entre um e outro sistema tem um leque imenso de variantes ou possibilidades. No primeiro caso se extrai o grão do secador com 3% de umidade sobre a base e no segundo com 0,5 a 1% sobre a base. Para isso se requer para o primeiro caso uma aeração muito mais reforçada e um menor tempo de esfriado e secagem, na ordem de 12horas, para o segundo caso podemos chegar ate 40horas de resfriamento e secagem até o termino do processo.

Alguns optarão pela aeração em sentido descendente, que é menos eficiente, mas permite diminuir os problemas de condensação e alcançar uma maior uniformidade na secagem da mercadoria. A parte de resfriamento do secador pode anular-se, ou melhor, ainda, pode levar toda a máquina a trabalhar com ar quente. Isto, somado ao fato que não se extrai toda a umidade, permite aumentar notavelmente o rendimento dos equipamentos. Devemos ter em conta que os últimos pontos de umidade são os que mais custam em términos de quantidade de combustível e tempo, ademais ao tratar de extraí-los de forma rápida aumenta notavelmente a perda de qualidade dos grãos. Vemos a seguir alguns exemplos de manejo de secagem combinado para milho e soja:

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¦Acondicionamento¦ maneira de submeter o grão a distintos manejos, o sistema de acondicionamento sem duvidas é mais eficiente. Lamentavelmente poucas instalações dispõem de suficiente capacidade de classificação no ingresso (antes da secagem), o que afeta a eficiência de todos os sistemas posteriores e diminui as possibilidades de manejar a mistura como prática melhoradora do conjunto.

Ajustes de manejo Dentro deste itens incluímos uma serie de aspetos de grande importância. Amostragem: comumente falamos que a prática mais importante da pós-colheita é a amostragem, já que nos permite conhecer como está à mercadoria e a partir daqui, dar o manejo mais correto. Não só nos referimos à mecânica da obtenção da amostra de maneira que seja representativa, mas também a precisão das determinações, por exemplo da umidade. Amostragem de grãos em movimento: Há varias décadas que se conhecem dispositivos mecânicos, mais ou menos automáticos tendentes a obter amostras de grãos em movimento (conduto por gravidade - sobre fita transportadora - etc.) Não obstante os mesmos não foram difundidos adequadamente. Como resultado não se tomam suficientes amostras do processo e se expõe ao pessoal a maiores riscos ao não dispor de equipamentos específicos de amostragem. De acordo com lugar em questão podem adotar-se variados sistemas. Classificação: Na medida que podamos receber em duas moegas distintas mercadorias com mais de 2% de diferença de umidade ou colocar em distintos silos, prévio a secagem, de

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Pré-limpeza: A pré-limpeza, eliminação da ME (Matéria Estranha) leviana com a ajuda mecânica e do ar em movimento, nos brinda muitos benéficos. Os mais destacados são: evitar secar material inservível, por o tanto diminui os gastos de secagem - diminui os riscos de incêndio, derivados da acumulação e posterior ignição de ME na torre de secagem - aumenta o rendimento do secador - facilita o controle das pragas - diminui o desenvolvimento de fungos - favorece a conservação ao diminuir o efeito de segregação na armazenagem e o entupimento das perfurações nos condutos de aeração. É conveniente que todos os armazéns dispõem de boa pré-limpeza, mas também devem ser feitas corretas regulagens, por ex. altura do disco giratório, velocidade de vento, etc. de maneira de evitar quebras desnecessárias. Sabemos que distintas safras e diferentes grãos exigem buscar as regulagens mais adequadas.


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Misturas: Esta é uma das ferramentas básicas dos armazéns de grãos. Para que a mesma seja racional e não um azar, devemos partir de adequados critérios de segregação e boas amostragens, tem que dispor de instalações adequadas e estar disposto a perder capacidade estática, em função de separar partidas. Pareceria que esta prática está associada a perda de identidade. Mas sempre que manejemos grandes volumes, será conveniente identificar os critérios de classificação, adequando as instalações disponíveis e realizar misturas que maximizem o beneficio do armazém. Como critério geral, podemos dizer que quanto menos mistura antes do acondicionamento, melhor. Depois do acondicionamento, uma mistura racional, evitará que as partidas de melhor qualidade e por o tanto maior preço no mercado se perca no volume ou que as de menor valor, diminuam a apreciação de um volume maior. Às vezes a aparente não valorização do mercado por partidas mais homogêneas ou de melhor qualidade, faz que lentamente se perda capacidade de oferta e de negociação. Quando as instalações e os sistemas de manejo fazem perder a capacidade de oferta diferencial, entramos em um círculo vicioso, do que só se sai com importantes investimentos.

tos de aeração. Hoje não é estranho ver equipamentos, 2, 3 o 4 vezes maiores (em términos de vazão, potencia, chapa furada), que os primeiros que se viram varias décadas atrás. Lamentavelmente vemos armazéns novos com tecnologia de aeração de 20 anos, com um esfriamento lento de mais e pouco confiável. Quando se instalam equipamentos de nova tecnologia em mãos de responsáveis que tem os velhos critérios de aeração, então os problemas por excesso de aeração se agravam. A mentalidade tradicional leva a aerar sempre que o clima este relativamente frio e seco. Não respeitar as tandas de aeração (fomentando uma aeração praticamente continua), com aeração ascendente e de baixa umidade relativa ambiente leva a sobre secagem e a gastos 3 a 4 vezes superiores aos necessários em energia elétrica. E importante saber o que se quer fazer com a aeração (grão - objetivo - dimensões de depósito - etc.) e conhecer as condições climáticas imperantes nas épocas de trabalho. Esta é a base para um bom dimensionamento dos equipamentos, também devem usar-se critérios atualizados de manejo. Hoje podemos ter uma aeração reforçada para manter partidas unidas antes da secagem por vários dias ou semanas, aerações reforçadas para terminar de secar e esfriar, aerações de manutenção de grão que esta no limite, aerações de resfriamento de grãos acondicionado, etc. Sempre são convenentes sistemas de monitoramento (silotermometría - termohigrómetros), levar planilhas de controle e cuidar os critérios de tanda e de equilíbrio higroscópico. Ao falar de conservação aprofundaremos este tema. Independentemente do tamanho do silo o conceito básico que se deve usar para selecionar o sistema de aeração é o de vazão específica (número de metros cúbicos de ar por minuto e tonelada m³/min. t); de acordo ao objetivo temos:

Aeração: Um antigo responsável de armazém comentava que na pós-colheita de grãos tivemos grandes revoluções, uma na passagem do saco ao granel e a outra a introdução dos sistemas de aeração. Na maior parte das regiões produtoras de grãos se dispõe de bom clima para produzir e não tão bom para armazenar. As primeiras aerações se caracterizarão por ser de baixa vazão (lento esfriamento), adequadas para trabalhar com grãos acondicionados. Os critérios psicrométricos não eram usados e a estes se somavam muitos erros que quitavam eficiência ao sistema. A colheita antecipada, o maior volume diário de ingresso de mercadoria nos armazéns,a colheita de grãos menos limpo, a necessidade de recorrer a secagem todo calor e terminar o processo no silo, a busca da secagem lenta com ar, etc., levaram a que cada vez se faça um maior investimento em equipamenGRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 31


¦Acondicionamento¦ exigências comerciais mudam, as práticas culturais e por o tanto as plantas ruins e ME na colheita mudam, as necessidades das empresas mudam, os sistemas de conservação mudam e por o tanto não podemos ter sempre o mesmo critério de manejo o a mesma chapa furada de peneira. E comum ver que no melhor dos casos se tem um jogo de peneiras de milho, outro de soja. Isto não é suficiente. Mais alá de dispor de peneiras de fácil limpeza e manutenção, rendimento real adequado as necessidades do resto dos equipamentos, para o grão em questão, também devem ter chapas que se troquem facilmente, o que da mão de um bom critério ajustado a cada necessidade evite as importantes perdas que causam as peneiras mal trabalhadas. Os armazéns devem dispor de um leque amplo de tamanhos de furos, para cada modelo. Este é um investimento praticamente insignificante e lamentavelmente esta limitante leva a que na hora de peneirar não se faça com eficiência por que o furo é muito grande ou muito pequeno, levando a resultados econômicos ruins ou exigindo outras práticas complementares, como as misturas, que também tem custo e necessidades técnicas que não sempre estão disponíveis. Normalmente falamos que o melhor investimento que se pode fazer em um armazém passa pela aeração, já que com uma pequena imobilização de fundos, reutilizando o disponível, podemos melhorar as aerações, o que leva a benefícios muito importantes em cada uma das etapas que segue o grão. Claro que no caso que seja possível o investimento a melhor alternativa, para não mais depender das condições climáticas e alcançar a melhor conservação e o uso de equipamentos de resfriamento artificial. Estes equipamentos se pagam sozinhos em 1 a 2 safras com os benefícios que brindam. Manutenção de equipamentos Este é um aspeto básico, muitas vezes passado por alto, para a eficiência dos sistemas. Na maioria dos armazéns se recorre à manutenção corretiva e não ao preventivo, reduzindo o problema a arrumar o que quebra. Isto passa com: determinadores de umidade – elevadores de canecas – equipamentos de transporte em geral - condutos - secadores - indicadores de nível - sistemas elétricos - etc. Aqueles armazéns que instrumentaram uma simples planilha de controle, revisão preventiva, considerando para cada equipamento uma metodologia de controle e/o reposição, terão logrado reduzir os gastos, evitar paradas em momentos menos oportunos, aumentar a seguridade do pessoal e em definitiva cuidar melhor o grande investimento que significa um armazém. A limpeza, o cuidado do ambiente, a ordem, o sentido profissional dos responsáveis, o controle de pragas, fazem a um conjunto de temas que afetam diretamente a eficiência dos processos. Escolha de peneiras As variedades mudam, as condições climáticas dão lugar a tamanhos diversos de grãos, o que entregam as distintas colheitadeiras muda, as técnicas de manejo e/ou secagem muda, as 32| Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

Otimização de elevadores e outros equipamentos de transporte Os equipamentos de recepção e transporte tem um rol fundamental. Podemos assimilar eles com a capacidade de bombeio de sangue que requer um esportista em plena ação. Os aumentos dos rendimentos e o incremento substancial das máquinas de colheita, tem implicado duplicar ou triplicar as entradas de grão por dia em muitos armazéns nos últimos anos. As exigências levaram em uma primeira instancia a aumentar a capacidade de armazenamento, depois se continuo com a capacidade de acondicionamento e junto com ela ou de forma mediata a esta melhora muitas empresas deverão gerar otimizações de seus sistemas de recepção e transporte interno. Algumas empresas multiplicarão seus armazéns, outras


Acesse: www.graosbrasil.com.br somaram pontos de recepção (novas moegas), outras substituirão as velhos elevadores de 80 por outros de 150 t/h e outros optaram por otimizar as existentes. Qualquer que for o meio, possibilitar o movimento de um maior volumem horário é fundamental. De não ter suficiente capacidade de recepção e transporte, podemos sofrer vários fatos indesejáveis: Se tratar-se de um cerealista, quem entrega se pode ir a outro servidor que o descarregue mais rápido. Facilita-se a mistura de mercadoria ao não descarregar a tempo uma moega. Se geram limitações no rendimento de outros equipamentos (peneiras - secadores - etc.). Se dilatam os horários de trabalho com consequências econômicas e humanas prejudiciais. Se incrementam os custos operativos. Se dificulta o despacho em tempo e forma, assim como a geração de misturas, e a listagem pode seguir. Para otimizar os elevadores de canecas existentes, ademais de trabalhar sobre velocidades de fita e desenho de caneca, só faz um par de décadas se trabalhou com sistema de canecas sem fundo (espinha de peixe) e na atualidade se trabalha com canecas de perfil plano. Os sem fim equipamentos de grande versatilidade, mas de rápido desgaste e maior potencial de dano ao grão, foram sendo substituídos por “redlers” (acarreadores de corrente) e em alguns casos por fitas transportadoras. A otimização no só passa por ter máquinas com maior rendimento, de menor

manutenção, menor risco e gasto, mas também nas conexões que se estabelecem entre elas de maneira que a mercadoria possa circular adequadamente no armazém. Temas como a capacidade corretiva, a flexibilidade e a simultaneidade, tem que ver com a forma de conexão dos equipamentos de transporte com o resto dos equipamentos do armazém.

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¦Mercado¦ Finalmente um ano de recuperação agrícola? Por: Osvaldo J. Pedreiro |Novo Horizonte Assessoria osvaldo.pedreiro@uol.com.br Depois de um ano difícil, quando tivemos coincidentemente perdas por variações climáticas em todas as partes do mundo, com uma redução considerável do volume de produção dos principais produtos agrícolas de alto consumo, a natureza houve por bem proporcionar climas super favoráveis e parece que vamos ter efetivamente uma recuperação de estoques de soja, milho, trigo e outros produtos tão importantes para a alimentação humana, seja por consumo direto, seja através da alimentação animal via rações balanceadas. Apesar de problemas políticos e econômicos pontuais, no Oriente Médio, na Europa e em outras regiões onde temos presenciado fortes emoções de guerra provocados pelo desejo de domínio de nações vizinhas que tantas mortes de humanos inocentes são anunciadas a cada dia, esperamos que a disponibilidade de alimentos venha a interferir e por que não frear o desequilíbrio mental de alguns dirigentes políticos levados por paixões exageradas em uma religião ou doença espiritual que propicia catástrofes por pouco incomensuráveis!... Que Deus tenha piedade desse povo sofrido!... AS ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO SÃO OTIMISTAS Os últimos relatórios anunciados tanto pelo USDA (Órgão oficial do governo Norte-Americano) e pela CONAB (Ministério da Agricultura do Brasil) demonstram altos números de produção principalmente de soja e de milho, que até este momento se configura em novos recordes de produção proporcionados pela situação climática favorável para todas as regiões de produção, num momento em que as áreas plantadas apresentam

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um percentual bastante elevado de condições boas e excelentes para esse recorde absoluto. Sabemos que o consumo humano tem sido crescente, e também que estamos vindo de um período de frustração de safras que diminuiu consideravelmente os estoques em todo o mundo, mas já se pode vislumbrar uma extraordinária redução nos preços em todas as praças e por que não dizer que poderemos ter não só a condição de atender à crescente demanda como também a reposição dos estoques de passagem que podem dar uma estabilidade ainda maior aos preços e proporcionar aos consumidores que refaçam seus estoques a custos mais acessíveis. O USDA anunciou neste mês de Julho a previsão de produção de soja nos EUA ao redor de 103 milhões de toneladas, e para o milho um número também animador, de 352 milhões de toneladas. Para o Brasil, o USDA estimou uma produção de soja ao redor de 91 milhões de toneladas e para milho considerando as duas safras (de verão e safrinha) estimada em 74 milhões de toneladas. Comparando com a produção das últimas safras, o Brasil considera a produção de soja na presente safra que está sendo comercializada em 87,5 milhões de toneladas, para cuja produção estima-se ainda uma disponibilidade próxima de 20% da safra recentemente colhida (o que representa algo em torno de 16 milhões de toneladas) ainda guardadas em armazéns de produtores, comerciantes e indústrias distribuídas em todo o território brasileiro. Essas projeções, se configurar os climas favoráveis até a colheita (em Setembro próximo nos EUA e em Fev/ Março 2015 no Brasil) podemos esperar as cotações da CBOT bem abaixo dos níveis atuais (entre US$10,50 e US$11,00 por bushel) para US$9,50 a partir de Setembro, com a entrada da nova safra norte americana. Não temos bola de cristal, mas para um mercado que está vindo em uma descendente desde Maio/2014 de uma cotação próxima de US$15,00 por bushel, e se as previsões climáticas se mantiverem favoráveis para o bom desenvolvimento das safras em todo o mundo, seria convenientemente saudável de se fixar vendas futuras para não sermos pegos de surpresa e amargar um “ahn, se eu tivesse feito isto ou aquilo!”...


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¦Utilíssimas ¦ Curso de Armazenamento de Grãos 08/09/2014 à 12/09/2014 Viçosa/MG

O Curso de Armazenamento de Grãos oferecido pelo CENTREINAR tem como objetivo treinar os profissionais que atuam na Área de Armazenamento a como armazenar bem os grãos de tal forma que as perdas quantitativas e qualitativas inerentes aos diversos processos de armazenagem sejam as mínimas possíveis. Conteúdo Programático • Psicrometria • Amostragem, Determinação de Umidade e Impurezas • Fatores que Influenciam a Conservação dos Grãos • Deterioração Fúngica • Tratamento Fitossanitário • Secagem de Grãos • Fundamentos e Manejo da Aeração e Termometria • Manutenção de Máquinas e Equipamentos • Racionalização do Uso de Energia em Unidades Armazenadoras • Uso do Computador na Solução de Problemas Relacionados com Armazenamento • Armazenamento Convencional e a Granel • Prevenção de Acidentes em Unidades Armazenadoras.

GRANOS SAC 2014

XVII EXPO POSTCOSECHA INTERNACIONAL 17 E 18 DE SETEMBRO PATIO DE LA MADERA - ROSARIO SANTA FE - ARGENTINA O tradicional evento acontece 17 e 18 de setembro, em Rosario (Santa Fe - Argentina). O evento composto por palestras, troca de experiências, apresentação de novas tecnologias, mesas redondas, etc., este eventobusca: • a atualização dos responsáveis pelo manuseio de grãos e sementes na pós-colheita; • aumentar a conscientização sobre os desafios do setor, • analisar os avanços incorporados em temáticas de armazenamento e conservação; • analisar o cenário do comércio de grãos. As empresas que comercializam equipamentos e tecnología em geral podem participar como patrocinadores, expositores ou Apoio, dispondo de um espaço para expor suas ofertas e interagir com os participantes.

Mais informações: www.consulgran.com revista.granos@gmail.com

Vagas : 40 Inscrição O valor total do curso a vista é R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais) para pessoa física. A prazo o valor é de R$ 700,00. Para as empresas (pessoa jurídica) que mandarem 2 participantes, terão 7% de desconto no valor a prazo (R$700,00). No caso de 3 participantes terá 10% de desconto no valor a prazo e para as que mandarem 4 participantes terão 12% de desconto. Nesse valor está incluso todo o material didático, a emissão de certificados e o deslocamento interno (do hotel ao local do curso). A hospedagem e alimentação correm por conta do participante.

Mair informações: Campus da Univ. Federal de Viçosa (31) 3891-2270 / (31) 3891-8380

www.centreinar.org.br

Revista Granos & Postcosecha Latino Americana Já está nos armazens, laboratórios, corretores de grãos, etc. a última edição da Revista Granos & Postcosecha Latino Americana - De La Semilla Al Consumo. Nesta edição notas muito interessantes sobre qualidade, controle de pragas, manutenção, tecnologia, refrigeração e informes empresariais, junto com informações sobre cursos e seminários da especialidade. Interessados em assinar enviar email para: consulgran@gmail.com

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