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¦ Editorial ¦ Ano XI • nº 69

Novembro | Dezembro 2014

Caros Amigos e Leitores

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Administrador Marcos Ricardo da Silva Colaborador Antonio Painé Barrientos Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 3304-6522 | 9162-6522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale

Mesmo após mais de 10 anos e ainda poder chegar até vocês por meio da Grãos Brasil, ainda fico emocionado por ter que dirigir a vocês, amigos e leitores, estas breves linhas apresentando cada edição. Sobre tudo quando temos datas tão especiais como são as festas de fim de ano. Iniciamos um 2015 e além do balanço do que passou vemos os grandes desafios que devemos afrontar, nesta constante linha do tempo que nos toca viver. Dias atrás li na geladeira da casa da minha mãe: “se desejas conhecer o passado olha o presente que é seu resultado – se desejas conhecer o futuro mira o presente que é sua causa”. Neste presente é quando nós devemos fazer nosso melhor esforço para aprimorar as tecnologias de armazenagem, por gerar infraestruturas básicas, por atualizar os padrões de comercialização, etc.. Nós que temos a sorte de recorrer o Brasil e visitar os diferentes cantos das regiões produtivas, vemos com clareza o quanto se tem que melhorar em temas que estão a nosso alcance. E necessário dar-se conta que é conveniente mudar os manejos tradicionais por outros mais otimizados, onde se avaliem os resultados dos processos e onde se evolua para a pós-colheita de precisão. Nas matérias que apresentamos nesta edição poderão encontrar vários temas importantes do dia a dia, como controle de pragas – manejo – fungos – entre outros, todos tratados por profissionais com muita experiência e que só buscam levar conhecimentos uteis para a comunidade e não estão detrás da venda de uma ou outra tecnologia. Agradecemos profundamente aqueles que se somam a Grãos Brasil, da Semente ao Consumo e a Gr@os News, para seguir neste apostolado de difusão de boas praticas para os armazéns do Brasil. Seguiremos andando por este belo pais onde temos tanto trabalho para fazer. Que Deus abençoe seus trabalhos e famílias. Com afeto.

Produção Arte-final, Diagramação e Capa Marcos Ricardo da Silva

Ligue e Assine:

(44) 3031-5467 02 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil



¦ Indice ¦ 06

O Clima para a Armazenagem

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Controle de Fungos

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Segregar por qualidade, uma vantagem em comum

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Armazenagem de Grãos e Agregação de Valor

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Armazenamento de milho em Supersilo Electro Plastic

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A Importância da Prevenção na Segurança e Saúde do Trabalho

29

ADHESILOS

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Qualidade de Sementes: Umidade e Temperatura

Setores

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Editorial

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Eventos

04 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

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Cool Seed News

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Utilíssimas



¦Ecosistema¦ O Clima Para a Armazenagem Por: Eng. Domingo Yanucci |Consulgran - Granos - Grãos Brasil | graosbr@gmail.com

Sobre este tema eu desejo ressaltar dois aspetos, o primeiro refere-se a que tudo o que o home faz em relação à pós-colheita esta em função do clima. Por exemplo, os americanos desenvolveram sistemas de aeração em regiões onde normalmente cai neve; “então tem sentido que se copie os desenhos dos equipes americanos, quando no Brasil esta possibilidade climática não existe nas regiões produtivas ?. Os padrões de comercialização estão em função do clima onde os mesmos foram gerados, por exemplo, conservar em clima frio um milho com 14,5 % por longo tempo e fatível, mas nas condições do Brasil é impossível. Mencionamos só dois aspetos, mas acreditamos que ficou bem claro para o leitor que não é prudente, basicamente não tem sentido trasladar tecnologia sem considerar o clima da região. Ainda dentro do mesmo Brasil, nada tem que ver o clima gaúcho com o de Mato Grosso, ou de Goiás ou de Uberlândia. Os erros cometidos ao não valorar adequadamente o clima onde se deve trabalhar leva a que se perda muito grão, tanto em qualidade como em quantidade, se gaste energia elétrica e combustível em excesso, se corra resgo nos armazéns e em definitiva se tem um custo gravoso para a eficiência do sistema de pós-colheita. Só ao passar, também, desejo mencionar que hoje empresas de primer nível no Brasil estão construindo armazéns com tecnologia de 20 anos atrás. Obviamente quem esta investindo não tem muito conhecimento sobre como evolucionaram os equipamentos de armazenagem, secagem, amostragem, monitoramento, automatização, etc. etc.. Más as empresas especializadas deveriam ocupar-se de 06 |Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

levar para a realidade do país aquilo que tem de melhor e que se paga solzinho com um bom manejo dos grãos. Voltando ao tema do clima e armazenagem, lembremos que a agricultura se iniciou naquelas regiões onde era mais fácil a conservação, regiões extremadamente secas e frias. Por isto se fala na Bíblia de 7 anos de boas colheitas armazenadas, simplesmente porque o clima o permitia. Você pode encontrar muitas classificações dos climas em função de sua capacidade produtiva, mas não vai encontrar nem uma que fale do clima em função de sua capacidade para conservar os grãos. Na Argentina o Dr. Eduardo Sierra, engenheiro agrônomo especializado em climatologia, junto com nos, desenvolvi-o uma classificação climática para armazenagem, considerando duas variáveis clássicas, a temperatura e a umidade. Vemos nos quadros seguintes. Quadro 1- Áreas Hídricas para Pós-colheita

Quadro 2- Áreas Térmicas para Pós-colheita


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¦Ecosistema¦ Quadro 3- Áreas Termo hídricas para Pós-colheita

levar para a realidade do país aquilo que tem de melhor e que se paga solzinho com um bom manejo dos grãos. Vemos quais são os parâmetros para considerar desde ótimo ate ruim ou marginal em função dos parâmetros umidade e temperatura. No quadro 3 reunimos ambos os parâmetros. De maneira que você a partir do conhecimento do clima de sua região possa determinar onde se encontra. Facilmente você pode determinar em que área ou região climática se encontra para a armazenagem. A grande maioria das regiões produtivas do Brasil são consideradas Marginais para a armazenagem. Esta informação e tremendamente importante. Afeta por exemplo à concepção dos armazéns, que devem priorizar pré-limpeza com ar (e normalmente não tem), que devem desenhar aerações para esfriar em 60 horas e com sorte alcançam o objetivo depois de 100 horas, que devem dispor de sistemas de secagem velozes e eficientes (preferentemente tudo quen-

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te- que normalmente não tem), que devem dispor de equipamentos de monitoramento e amostragem, que normalmente não se instalam, e podemos seguir com a enumeração. Por outro lado e necessário que os organismos governamentais junto com os privados redefinam sobre tudo os níveis de umidade de comercialização. Por que na medida em que não se trabalha sobre matéria seca (se comercializa por matéria úmida) muitos prejuízos tem o armazenador que perde quilos de agua que resultam difíceis de recuperar e com isto vende menos grão do que recebe. Para complicar mais este panorama o clima esta mudando. O Eng. E. Sierra comenta: ”e provável que, durante os próximos anos, o semestre de primavera-verão seja más cálido e úmido devido a que os ventos do nordeste bajarão desde o Equador ao Polo Sul, levando ar quente, para restabelecer o equilíbrio térmico do Planeta. Durante o semestre de outono-inverno deveremos esperar que os ventos do sudoeste subam desde o Polo Sul ate o equador, para fazer o mesmo”. A importância económica de produção de grãos e suficientemente elevada como para que nos pongamos em serio a desenvolver tecnologia verdadeiramente adaptada para as diferentes regiões do Brasil. O conhecimento que e a base já esta disponível, sem duvidas este novo enfoque deve levar a mudanças que permitirão reduzir drasticamente as perdas e as quebras técnicas.


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¦Transportadores¦ ¦Gestão¦ ¦Ecosistema¦ Os fungos, também chamados de mofos ou bolores são organismos que dada as suas características, importância e abundância constituem um reino a parte. O Reino Fungi.

Controle de Fungos

Por: Eng. Flávio Lazzari |Consultor | flaviolazzari@gmail.com

Os fungos são formados por filamentos denominados hifas. As hifas crescem rapidamente à temperatura ambiente e se ramificam. O conjunto de hifas ramificadas é denominado micélio. O micélio executa as funções vegetativa e reprodutiva. Os esporos realizam a função reprodutiva. Algumas espécies se propagam unicamente por meio do micélio enquanto que outras por meio dos esporos. Milhões de esporos são produzidos por cada colônia de fungos os quais garantem a propagação e a perpetuação da espécie. Em condições favoráveis de umidade e de temperatura os esporos germinam, produzindo hifas, as quais invadem sementes, grãos, rações e outros substratos. Os esporos suportam grandes variações de temperatura e umidade. Devido a estas características eles podem infectar

Flavio Lazzari - Consultor 10 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

produtos e subprodutos armazenados sob as mais diversas condições. Quando o substrato proporciona a umidade necessária os esporos germinam e o desenvolvimento do fungo ocorre. O Fusarium, pode desenvolver-se antes da colheita, durante o armazenamento e mesmo na ração já formulada e produzir toxinas. Os fungos podem ser saprófitas ou parasitas. Os saprófitas podem causar a deterioração dos mais variados produtos e subprodutos agrícolas tais como sementes, grãos, rações, fibras e alimentos embalados ou não. Os parasitas causam doenças nas culturas no campo, como a ferrugem, oídeo, giberella, septoria, carvão e outras tantas. Existem aproximadamente 100.000 diferentes espécies de fungos. Estão presentes em toda a parte e crescem em quase todos os substratos. Podem ser encontrados em todo e qualquer lugar. São exemplos o solo, água, ar, matéria orgânica em decomposição. São abundantes dentro das casas, em travesseiros, colchões, casacos, artigos de couro, arranjos de flores, pinturas, paredes, madeira e roupas. Praticamente todas as plantas e animais e seus subprodutos servem de alimento para os fungos que vivem neles consumindo e absorvendo produtos e materiais essenciais para seu desenvolvimento. O pequeno tamanho e a estrutura simples faz deles um dos mais bem sucedidos e dominantes organismos na terra. O seu crescimento é afetado pela temperatura, água, oxigênio, alimento e materiais tóxicos. Mais do que qualquer outro organismo no planeta alguns fungos podem resistir a baixos teores de umidade, baixas e altas temperaturas e altas concentrações de produtos tóxicos. Uma das razões do sucesso dos fungos é a sua reprodução através de esporos. Os esporos podem ser transportados pela


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¦Ecosistema¦ água, vento, plantas e produtos, sendo resistentes a oscilações de temperatura e podendo também permanecer dormentes no solo por anos. Certos fungos são encontrados em grandes quantidades em armazéns, moinhos, silos, moegas, elevadores, equipamentos e lugares onde se armazenam, manuseiam e processam produtos agrícolas. Principais efeitos da presença de fungos e de micotoxinas em grãos: 1. Reduzem a renda dos produtores rurais, 2. Encarecem a comercialização, 3. Reduzem a germinação de sementes, 4. Reduzem o rendimento no processamento de grãos, 5. Aumentam os riscos de contaminação do produto final (alimento ou ração), 6. Prejudicam o desempenho de animais domésticos, 7. Aumento nos custos de produção, 8. Redução na qualidade das carcaças, 9. Aumento de descartes e de custos no abatedouro, 10. Encarecimento da saúde pública, 11. Impacto nas exportações de grãos, carnes e derivados. 12. Criam condições para o estabelecimento de barreiras extra tarifarias. FUNGOS DE CAMPO, INTERMEDIÁRIOS E DE ARMAZENAMENTO Um elevado número de fungos (mofos ou bolores) são capazes de invadir e danificar sementes, grãos, fibras naturais e seus subprodutos. Estes de acordo com seus requisitos ecológicos, podem ser divididos em três grupos, Fungos de Campo, Fungos Intermediários e Fungos de Armazenamento; diferem uns dos outros em termos do tempo em que invadem as sementes ou grãos e as condições que requerem para crescer. A distinção portanto, entre fungos ou mofos de campo e de armazenamento não é baseada na classificação taxonômica, mas de acordo com as condições ambientais que favorecem o crescimento dos mesmos. Os fungos de campo requerem um teor de umidade em equilíbrio com uma umidade relativa de 90% ou mais para crescerem. Os mais comuns são: Alternaria, Cladosporium, Fusarium e Helminthosporium que invadem grãos e sementes durante o amadurecimento e o dano é causado antes da colheita. Estes fungos não se desenvolvem durante o armazenamento, exceto ocasionalmente, em milho armazenado com alto teor de umidade. A separação entre fungos de campo e de armazenamento não é absoluta, mas os de campo mantêm-se

Foto 1 - Aspergillus em sementes (Aspergillus spp) em câmara úmida, crescimento do fungo de coloração amarela-esverdeada. 12 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

claramente distintos daqueles de armazenamento pêlos seus hábitos de crescimento e danos que causam antes da colheita. O micélio do fungo de campo Alternaria (bastante comum) está presente debaixo do pericarpo (casca) de quase todas as sementes de trigo. Se a Alternaria não crescer extensivamente a ponto de descolorir ou manchar as sementes, e isso pode acontecer em anos de tempo úmido antes ou durante a colheita, nenhum dano sério será causado à semente. Em testes de laboratório, para se determinarem as condições de armazenamento de diferentes lotes de trigo, a Alternaria pode servir como um indicador de qualidade. Se houver crescimento na maioria das sementes desinfetadas, colocadas em meio de cultura apropriado, sabe-se que o trigo foi colhido recentemente e que foi armazenado com um teor de umidade seguro, apresentando boas condições para permanecer em armazenamento. Fungos intermediários requerem um teor de umidade em equilíbrio com uma umidade relativa de 85,0-90,0% para crescerem. Nesta categoria enquadram-se algumas espécies de Penicillium, Fusarium e certos lêvedos. Estes fungos invadem as sementes e grãos antes da colheita e continuam a crescer e causar dano durante o armazenamento quando os teores de umidade forem de 20,0-25.0% em base úmida. Abaixo de 20.0% de umidade estes fungos não crescem; necessitam de um teor de umidade nas sementes que esteja em equilíbrio com uma umidade relativa de 85,0-90,0% ou mais. O exemplo mais característico é o milho. Alguns fungos invadem o milho antes da colheita e, se a secagem for mal conduzida ou não for feita e o teor de umidade for alto o suficiente, o Fusarium irá desenvolver-se durante o armazenamento e produzir micotoxinas. Os grãos de milho, trigo e soja infectados por Fusarium spp apresentam coloração variando entre o branco, branco-creme, rosa claro e amarelopêssego. A cor é devida à presença do micélio do fungo e de substâncias por ele produzidas. Em meio de cultura as colônias de Fusarium apresentam massas de micélio de aparência de algodão. Existe pouco ou nenhum controle sobre as condições que favorecem o desenvolvimento dos fungos de campo, pois os mesmos invadem a cultura durante os estágios finais de amadurecimento. Quando as condições climáticas forem favoráveis, no período que antecede a colheita, observa-se a infecção e produção de toxinas fúngicas nas espigas de milho. O ataque de insetos acentua o dano causado pelos fungos e o nível de produção das micotoxinas. Os fungos de armazenamento do gênero Aspergillus (A. halophilicus, A. restrictus, A. glaucus, A. candidus A. ochraceus e A. flavus) são os iniciadores da deterioração em sementes e grãos causando danos no germe, descoloração, alterações nutricionais, perda de matéria seca e os primeiros estágios do aquecimento microbiológico. O A. restrictus é um fungo de crescimento bastante lento e pertence ao mesmo grupo de A. glaucus. Os fungos de armazenamento desenvolvem-se e causam danos, somente se as condições de armazenagem favorecerem o seu desenvolvimento. A. glaucus, A. candidus, e A. ochraceus são exclusivamente fungos de armazenamento e estão associados aos primeiros estágios da deterioração de grãos. O A. flavus é quase que inteiramente um fungo de armazenamento, mas


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¦Ecosistema¦ pode invadir sementes de milho, amendoim e algodão, ainda no campo, quando as condições ambientais forem favoráveis. Quando a invasão por A. flavus ocorrer ainda no campo o fungo pode produzir toxinas em milho, amendoim, algodão e outros produtos. Fungos de armazenamento estão sempre presentes em alto número em todo o tipo de material como ar, poeira, água, e são constituintes normais da película de grãos e sementes. Pode-se controlar o desenvolvimento dos fungos de armazenamento em sementes, grãos e rações controlando as condições que favorecem o seu desenvolvimento. Um laboratório para determinar os tipos e quantidades de fungos presentes nas sementes, grãos e rações, pagar-se-ia em pouco tempo, evitando muita dor de cabeça e prejuízos desnecessários. Condições que favorecem o desenvolvimento de fungos de armazenamento. Os principais fatores que favorecem o desenvolvimento de fungos durante o armazenamento de sementes, grãos e rações são : umidade, temperatura, período de armazenamento, nível de contaminação, impurezas e matérias estranhas, insetos, nível de oxigênio, condições físicas da semente ou grão, e condições sanitárias da semente, grão ou ração. Tabela 1 - Principais fungos toxicogênicos que infectam sementes, grãos, rações e subprodutos e as toxinas que podem ser produzidas.

Umidade Os fungos de armazenamento são adaptados para crescerem em materiais com teores de umidade em equilíbrio com umidades relativas de 65,0-70,0% a 85,0-90,0%, que correspondem a teores de umidade de 13,0-20,0% em milho, trigo, sorgo, arroz e 12,0-19,0% em amendoim, soja, girassol e algodão. Sementes e grãos, como tantos outros materiais biológicos, são variáveis. Diferentes lotes de soja, milho e trigo da mesma variedade quando submetidos a mesma umidade relativa atingem o equilíbrio em diferentes teores de umidade. Cada um dos fungos de armazenamento tem um limite inferior de umidade abaixo do qual não pode crescer. As condições de umidade relativa para o crescimento dos diversos tipos de fungos são apresentadas na Tabela 3. É importante saber que a umidade relativa (UR) é o fator que controla o desenvolvimento de fungos. O TU reflete a UR, mas freqüentemente de maneira não precisa, porque a umidade de equilíbrio (UE) é afetada por vários fatores. Um destes fatores é a temperatura da semente ou grão armazenado. Sementes e grãos armazenados a 70,0% de UR atingem diferentes teores de umidade dependendo da temperatura dos mesmos. Por exemplo, dois lotes de sementes ou de grãos podem estar armazenados a 70,0% de UR, um lote com temperatura de 25°C e o outro com 40°C. O lote com 40°C terá 2,5 pontos percentuais de umidade inferior ao lote com 25°C. Tabela 3 - Condições de umidade relativa para o crescimento de fungos de campo, fungos intermediários e fungos de armazenamento.

Condições que favorecem o desenvolvimento de fungos de armazenamento Os principais fatores que favorecem o desenvolvimento de fungos durante o armazenamento de sementes, grãos e rações são : umidade, temperatura, período de armazenamento, nível de contaminação, impurezas e matérias estranhas, insetos, nível de oxigênio, condições físicas da semente ou grão, e condições sanitárias da semente, grão ou ração. Tabela 2 - Condições de umidade na semente ou grão, temperatura e tempo (semanas, meses) favoráveis ao desenvolvimento de fungos durante o armazenamento.

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Em nossas condições tropicais e subtropicais o teor de umidade é o mais importante fator no desenvolvimento dos fungos de armazenamento. Existe pouco ou nenhum controle sob a temperatura uma vez que a mesma, quase que o ano todo se encontra em níveis favoráveis ao desenvolvimento de fungos. A refrigeração de silos e armazéns graneleiro ainda é bastante cara. O que se pode fazer é controlar a umidade e utilizar a aeração, o mais eficientemente possível. Alguns fungos necessitam muito pouca água para viver. Quando a umidade relativa do ar for de 70,0-75,0%, a maioria dos materiais irá absorver água em poucas horas ou dias permitindo o crescimento dos fungos de armazenamento. Se grãos e sementes de qualquer tipo contiverem, quando armazenadas, água suficiente para manter uma UR de 75,0% nos espaços intergranulares, os fungos irão crescer internamente e externamente nas sementes ou grãos. Para uma armazenagem segura os grãos ou sementes precisam ter um teor de umidade baixo o suficiente para que a UR do ar intergranular fique abaixo de 70,0%. Para uma armazenagem a longo prazo é recomendável uma UR intergranular de 65,0%. O ponto importante é que alguns fungos são capazes de


Acesse: www.graosbrasil.com.br Tabela 4 - Fungos encontrados em diversos produtos e subprodutos agrícolas de importância no preparo de rações e teores de umidade necessários para seu desenvolvimento.

crescer em materiais com teores de umidade relativamente baixos. Se o teor de umidade do grão, ou qualquer porção da massa de grãos, tornar-se alto o suficiente para manter uma UR intergranular de 70,0 a 75,0%, os fungos de armazenamento começarão a desenvolver-se. Quando um grande volume de grãos for armazenado existe uma lenta mas constante circulação de ar através da massa de grãos. Nas partes mais quentes da massa de grãos o ar absorve umidade. Quando este ar, em movimento encontra porções da massa de grãos mais frias, sofre resfriamento, sua umidade relativa aumenta, e os grãos ou sementes absorvem alguma umidade. Consequentemente o teor de umidade dos grãos ou sementes nas partes mais frias da massa irá aumentar. As paredes de um silo ou armazém graneleiro, mesmo que construído de concreto espesso, poderá aquecer durante o dia onde o sol bate diretamente e a camada de grãos próxima à parede irá aquecer. O ar intergranular aquece e sobe. Grãos e sementes são bons isolantes, e as porções que não estão em contacto com o ar quente permanecem frias. Quanto maior for a diferença de temperatura entre as porções de grãos quentes e frias, maior é a circulação de ar, e maior é a migração de umidade da porção quente para a porção fria. A diferença de poucos graus centígrados (2-3°C) na temperatura entre duas porções de grãos causa certa migração de umidade. Diferenças de 5-10°C causarão uma rápida transferência de umidade. Uma vez que uma porção da massa de grãos esteja úmida o suficiente, devido à transferência de umidade, os fungos crescerão. A medida que os fungos se desenvolvem liberam calor e água em quantidades suficientes para aumentar a circulação de ar, aumentar a UR e promover o crescimento de mais fungos. Os fungos podem começar a crescer em um bolsão no meio da massa de grãos; aumentar vagarosamente por algumas semanas e quando as condições forem plenamente favoráveis explodir repentina mente, e em pouco tempo transformar um bolsão de grãos numa massa fermentada e quente. Inicialmente a atividade fúngica é lenta e gradativa, uma vez alcançado certo estágio, o processo é rápido e violento. Freqüentemente os fungos produzem água a tal nível que o grão fica úmido o suficiente para germinar. Em grandes silos e armazéns graneleiros onde grãos são armazenados por períodos mais longos, a possibilidade da ocorrência de grãos brotados é bem maior do que em silos ou graneleiros menores. A Tabela 4 apresenta os níveis mínimos de umidade necessários para o desenvolvimento dos principais fungos de armazenamento e os tipos de produtos e subprodutos agrícolas em que podem ser encontrados.

Temperatura A temperatura de sementes e grãos colhidos em dias quentes tende a manter-se alta por várias semanas ou meses devido as propriedades isolantes do produto. Se as sementes e grãos forem armazenados em silos ou armazéns graneleiros sem aeração ou com aeração deficiente, ocorrerão problemas de deterioração fúngica. O produto recém colhido apresenta uma grande variação no teor de umidade de grão-para-grão, que aliado a temperaturas altas influencia a atividade microbiológica e enzimática e conseqüentemente a velocidade da deterioração. Os fungos de armazenamento são sensíveis às mudanças de temperatura, crescendo mais rapidamente a temperaturas ao redor de 30°C. Quando a temperatura estiver abaixo de 15°C o seu desenvolvimento é bastante reduzido com exceção do Penicillium spp. A Tabela 3 apresenta as temperaturas mínima, ótima e máxima aproximadas para o crescimento de algumas espécies de Aspergillus e em geral para espécies de Penicillium. A principal finalidade da aeração é uniformizar a temperatura da massa de grãos para evitar transferência de umidade de uma porção de grãos para outra. Diferenças altas de temperatura dentro da massa de grãos causam transferência de vapor d’água da porção mais quente para a mais fria que condensa e fornece as condições para o desenvolvimento dos fungos. O uso eficiente da aeração é um fator decisivo na boa conservação de sementes e grãos. Tabela 5 - Temperaturas mínima, ótima e máxima para o crescimento de alguns fungos de armazenamento em sementes, grãos e rações.

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¦Ecosistema¦ Impurezas e matérias estranhas Entende-se por impurezas e matérias estranhas partes da própria planta, vagens, espigas, pedaços de grãos ou sementes, fragmentos de caule, colmo, terra, insetos e sementes das mais variadas ervas daninhas. Estas, no momento da colheita, apresentam altos teores de umidade, a qual pode ser transferida aos grãos do produto propiciando o desenvolvimento dos fungos e a deterioração que se segue. Este tipo de material tem sido o responsável por muitos casos da completa deterioração de lotes de soja. Impurezas e matérias estranhas normalmente têm elevados teores de umidade, principalmente sementes de ervas daninhas, que formam cones ou camadas dentro dos silos ou armazéns graneleiros, fornecendo a umidade necessária para o desenvolvimento dos fungos.

Tempo em armazenamento Períodos longos de armazenamento tendem a oferecer melhores condições para o desenvolvimento de fungos que crescem em teores de umidade mais baixos. A. halophilicus e A. restrictus são dois fungos que crescem vagarosamente e precisam de um período mais longo de armazenagem para que sua presença bem como seus danos sejam observados. Quanto maior for o período de armazenamento do lote de grãos mais livre de impurezas e matérias estranhas, grãos quebrados e partidos, baixo nível de contaminação fúngica e baixo teor de umidade o mesmo precisa ter. Para armazenamento a longo prazo é necessário que o lote esteja em boas condições físicas e sanitárias. Outros fungos que não são considerados fungos de armazenamento tais como Fusarium, Helminthosporium, Colletotrichum e Cercospora, podem resistir a períodos longos de armazenamento. Grau de Contaminação Grãos e sementes vindos diretamente do campo raramente apresentam níveis considerados altos de infecção por fungos de armazenamento. A contaminação ocorre na própria unidade de beneficiamento e armazenamento. Fungos de armazenamento são muito abundantes nas moegas, elevadores de grãos, máquinas de pré-limpeza, silos e armazéns graneleiros enfim estão espalhados por toda a estrutura de recebimento e armazenamento de sementes, grãos e rações. A contaminação mais séria é a ocasionada pelas misturas de lotes de grãos recém colhidos e de alta qualidade com lotes velhos e já contaminados ou mesmo em estado avançado de deterioração fúngica. Grãos e sementes sempre terão um grande número de esporos na sua superfície. Não há nada que se possa fazer quanto a isso, mas pode-se controlar as condições que mais favorecem o seu desenvolvimento. 16 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

Insetos Os insetos favorecem o desenvolvimento de fungos de armazenamento através de sua atividade metabólica que aumenta o teor de umidade e temperatura dos grãos. É comum que infestações de insetos possibilitem o aparecimento de bolsões de calor dentro de uma massa de grãos dando aos fungos condições para seu desenvolvimento. Existe uma associação entre insetos e fungos onde um fornece condições para o desenvolvimentodo outro. A medida que aumenta a infestação de insetos aumenta também a percentagem de grãos contaminados por fungos. A fumigação controla praticamente todas as formas e tipos de insetos presentes na massa de grãos mas tem pouco ou nenhum efeito sobre os fungos de armazenamento. Nível de oxigênio Os fungos de grãos armazenados suportam baixas concentrações de oxigênio. Seu crescimento micelial e germinação de esporos só serão afetados em níveis muito baixos de oxigênio, concentração inferior a 0,2%. Nas estruturas normais de armazenamento não é possível obter-se concentrações de oxigênio de 0,2% ou menos necessária para inibir o crescimento dos fungos. Isso só é obtido em estruturas herméticas de armazenagem. Condições físicas do grão, semente ou ração O tipo de colheita, debulha, secagem, beneficiamento e movimentação pode aumentar a percentagem de grãos quebrados, partidos, trincados, fragmentos de grãos e poeira o que favorece o desenvolvimento de insetos e fungos durante o armazenamento. Grãos em más condições físicas prejudicam a aeração evitando a circulação do ar e esfriamento de bolsões de calor. A qualidade da peletização, também influi no desenvolvimento de insetos e ácaros em rações. Condições sanitárias da semente, grão ou ração Sementes, grãos e rações sadias resistem um período mais longo de armazenagem do que sementes, grãos e rações infectadas por fungos de campo e/ou de armazenamento. Sementes e grãos chochos, enrugados, descoloridos são sinais de ataques fúngicos durante o desenvolvimento e maturação do produto. Lotes de sementes e grãos com problemas sanitários apresentam problemas durante a secagem, armazenamento e processamento.


¦Armazenagem¦ A primeira mesa redonda do Congresso realizado na cidade de Mar del Plata se denomino: O Silo Bolsa na Argentina: experiências de usuários e foi conformada por Juan Camio, produtor agropecuário bonaerense, Christian Jetter, produtor de arroz correntino, e Marcelo Jezovski, responsável de armazém de uma cervejaria.

Segregar por qualidade, uma vantagem em comum Por: Carolina Julieta Piscione |Agencia de Extensión Rural Mar del Plata

Frente a 500 assistentes, três expositores concordam que uma das principais vantagens que oferece a utilização do silo bolsa é a possibilidade de segregar por qualidade. Grãos e carne - Por Juan Camio Juan Camio, de Benito Juárez, está a frente de Camio SA, uma empresa familiar que comercializa rações com a marca “Los corrales” e carne de boi e de suíno com a marca “A puro campo”. Em 2001 iniciaram os trabalhos com silo bolsa. A conservação permitiu avançar na cadeia e dar valor agregado aos grãos. No ano 2006, se iniciou um criadouro de suínos e finalmente se criou uma fabrica de rações. O silo bolsa também otimizou a colheita, gerou serviços locais, diminui os custos de comercialização e os grãos ficam na propriedade. Segregar por qualidade permitiu, desde o ano 2004, exportar trigo para Brasil com o programa de Syngenta. Camio também é criador e faz todo o ciclo, uma recria basicamente pastoril e finalização em feedlot. “A silagem em silo bolsa se adaptou perfeitamente, porque nos deu uma segurança que antes não tínhamos, nos possibilitou planificar sobre tudo no ponto mais crucial que é a recria, entre que se desteta o bezerro e vai para o curral. Com o silo bolsa a gente pode fazer um sistema que é planificável e repetível todos os anos”.

Conservação e qualidade - Por Christian Jetter “O arroz argentino tem um dos melhores padrões de qualidade do mundo. E a conservação tem um papel importante para manter estes padrões”, asseguro Christian Jetter, produtor correntino. A Argentina é um dos poucos países do mundo onde o arroz se guarda em bolsa e não em galpões. No caso particular do cultivo de arroz a utilização de silo bolsa é um exemplo de trabalho público-privado, comento Jetter “porque o aporte do INTA e da Universidade Nacional del Nordeste nos permitiu trasladar esta tecnologia ao arroz”. A partir da concentração da plantação - tecnologia de manejo implementada para obter maior rentabilidade – se encontra room com a concentração de colheita e o problema da conservação. Frente a possibilidade de armazenar o arroz com ate 16% de umidade, a eleição foi entre faze-lo em um silo bolsa ou em um silo com aeração. O custo de armazenar em silo bolsa é de 12 dólares por tn e um silo com aeração requer grande investimento. O produtor não tem duvida que esta é a solução. No perde qualidade armazenando com 6 e, de acordo com nossa experiência, pode conservar até por 4 meses. Segregar, chave em a indústria - Por Jezovski Maltería Quilmes, desde suas instalações em Tres Arroyos, produz matéria prima para todo o cone sul e para 5 grandes cervejeiras do pais. Marcelo Jezovski, responsável de armazém, GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 17


¦Armazenagem¦ comento que o grande incremento do mercado cervejeiro gerou uma expansão do plantio de cevada e isto demandou uma grande capacidade de armazenagem. A indústria tomou ao silo bolsa como uma alternativa ante a escassez de armazém. A Maltería Quilmes chegou a ensilar até 30 mil toneladas, o que corresponde a 30% da armazenagem externa da indústria. A indústria cervejeira se caracteriza por ser grande segregadora. Na atualidade, a empresa segue adiante utilizando esta tecnologia de armazenamento na segregação de materiais de pouco volume. A Maltería Quilmes trabalha hoje com 4 grandes variedades de cevada e necessita segregar seu produto, sobre tudo no que a níveis proteico se refere. Jezovski ressaltou que um dos principais pontos de atenção é a quebra técnica: “Por isto se trabalha muito na preparação do terreno, geramos ruas intermedias entre os silo bolsa para ter acesso aos dois lados, começamos fazer um perfil do solo, armando uma parábola onde vá ir a bolsa, coisa que tenha uma boa descarga frente a chuva. Além disto os terrenos estão cercados com arame para reduzir o ingresso de animais ou roedores que podem provocar danos nas bolsas”. Para finalizar, Jezovski esclareceu: “Um dos grandes cuidados que temos que ter dentro da cevada cervejeira para indústria é o poder germinativo, isto explica um pouco porque a indústria ainda se sente mais cômoda com o silo convencional”.

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¦Tecnologia¦ Em transações comerciais, como a de grãos, o cliente define a quantidade demandada, o padrão de qualidade desejado, o tempo de espera pelo produto e o local onde deseja receber o produto. Desse modo, este processo envolve quatro valores: desejo de pose, formato do produto, tempo e lugar.

Armazenagem de Grãos e Agregação de Valor Por: Dr. Luís César da Silva |Universidade Federal do Espírito Santo | silvalc@agais.com

O desejo de pose é definido segundo necessidades do cliente, que requer produtos para industrialização e, ou comercialização. O formato refere ao atendimento de padrões de classificação para industrialização e, ou comercialização. Sendo estes padrões definidos segundo os limites dos teores de impureza e de água, massa específica (peso hectolítrico), micotoxinas, teor de óleo e outros. Os valores tempo e lugar são atendidos por meio de um sistema logístico, que tem por fundamento operacional a observância de três estratégias: localização, transporte e estoque. Estratégia de localização A estratégia de localização refere à organização da cadeia produtiva, sendo necessários estudos que definam localizações de infraestruturas aplicadas ao recebimento, armazenagem, expedição e transbordo. Neste estudo, executa-se também o planejamento das rotas para minimizar custos, distâncias percorridas e tempos de movimentação de produtos deste as origens até os clientes finais. Estratégia de transporte A estratégia de transporte está associada à: (i) seleção do modal - rodoviário, ferroviário, aquaviário ou aeroviário, (ii) forma de unitização das cargas - granel, sacarias, big bags, uso containers, e (iii) constituição das frotas - o que implica na seleção do tipo e número veículos e as capacidades de carga dos mesmos.

Estratégia de estoque A estratégia de estoque refere às previsões de recebimento, decisões de estoque, decisões de compra de suprimentos e fundamentos de estocagem (Figura1).

Figura 1 - Representação dos elementos da estratégia de estoque.

Ao aplicar este conceito em armazenagem de grãos, tem se que ao prever as quantidades de grãos recebidas (Figura 2) e expedidas (permite avaliar se a unidade está projetada, estruturada e equipada para atender a movimentação de grãos. Normalmente, essa previsão é realizada em função de séries históricas de produtividade e produção da região e de questões de mercado quanto aos preços dos produtos, o que levará, por exemplo, o produtor a aumentar ou diminuir a área plantada, dar preferência ao cultivo de um determinado produto, ou ainda, reter o produto armazenado à espera de melhores cotações. GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 19




¦Tecnologia¦

Figura 2 - Previsão de quantidades mensais a receber para uma unidade com capacidade estática de 18.000 t - situação típica para região sul.

Feito a previsão de movimentação de grãos, os gestores da unidade armazenadora podem tomar decisões quanto ao estoque, compra de suprimentos e forma de estocagem. A compra de suprimentos relaciona à aquisição de lenha ou gás a ser utilizados nos secadores e de defensivos para o controle de pragas. As quantidades desses suprimentos são definidas segundo as quantidades e tipo dos produtos a serem recebidos. A compra de lenha requer antecedência. Nesse caso, se a empresa emprega métodos de controle de processo terá definido o consumo de lenha para secagem de uma tonelada de produto. Por exemplo, se for considerado que para secar uma tonelada de milho na região sul do país gasta-se 0,08 m³ de lenha, e a previsão de recebimento de milho para safra verão for de 8.000 toneladas, o consumo previsto para lenha será 640 m³. E se tomar o preço da lenha em R$ 80,00/m³ a empresa deverá desembolsar 51.200 reais. A decisão de estoque para armazenagem de grãos é influenciada fortemente por questões de mercado em que o depositário pode desejar a rápida liberação do depósito, ou em razão dos baixos preços, retardar a comercialização. No entanto, a unidade possui restrição de capacidade estática. Antevendo esse cenário a gerência da unidade deve agir antecipadamente. Para tanto a gerência deve estar atenda as previsões de recebimento e expedição, como também, dos níveis de produto armazenado, Figura 3.

Figura 3 - Representação do nível de estocagem durante um ano, em um graneleiro com três células, duas de 5.000t e uma de 8.000t. 22 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

A decisão da forma estocagem para grãos refere, primeiramente, sob qual condição o produto será armazenado: ambiente natural, refrigerado, ou em ambiente com atmosfera modificada. Atualmente, no Brasil prevalece à armazenagem de grãos em ambiente natural, em unidades armazenadoras classificadas como convencional ou a granel. Em unidades convencional as cargas são unitizadas em sacarias ou em big bags, enquanto nas a granel dispensa-se o uso de embalagens. Estruturalmente, as unidades armazenadoras apresentam como edificações com as finalidades de receber, limpar, secar, armazenar e expedir grãos. Nas unidades armazenadoras convencional o ambiente interno do armazém é em quadras e estas em lotes, onde são montadas pilhas grãos acondicionados em sacarias ou big bags. Emprega-se a armazenagem convencional quando é desejado estratificar os produtos armazenados, segundo, por exemplo: a espécie, o depositário, o padrão de qualidade. A armazenagem a granel é indicada quando da movimentação de grandes quantidades de produto, com a soja, milho e trigo no Brasil. E as unidades apresentam configuradas empregando graneleiros ou baterias de silos construídos em alvenaria, concreto ou metal. Atualmente, prevalece e a escolha pelos silos, devido às facilidades construtivas e operacionais, quando comparadas às dos graneleiros.


Acesse: www.graosbrasil.com.br Fundamentos de estocagem Considerando a decisão de estocagem armazenagem a granel em ambiente natural é necessário o domínio de cinco tecnologias básicas: aeração em silo-pulmão; secagem; seca-aeração; aeração e, ou refrigeração dos grãos armazenados. a) Aeração em silo-pulmão O silo-pulmão é empregado para acondicionar o produto úmido e limpo que aguarda secagem. Durante esse período a temperatura da massa de grãos tende a aumentar em razão da alta taxa de respiração do produto, o que implica em perda de massa, e da atividade de fungos, principalmente do gênero Fusário, que ao multiplicarem, metabolizam micotoxinas contaminado o produto, consequentemente, aumenta o risco de intoxicação alimentar em animais e humanos. Portanto, para manter a temperatura da massa de grãos, próxima a ambiente, é indicada aplicação de fluxo de ar com intensidade entre 300 a 600 litros de ar/min/m³ de produto.

nadoras. Exemplo, unidades no interior do Paraná chegam a receber por dia 600 toneladas de milho com teor de água médio de 24,0%, caso fosse utilizado um secador de 40 t/h para conduzir a secagem até 13,0%, seria necessário 35,0 horas. Nesse caso, faz-se necessário pelo menos mais um secador, para que no dia seguinte a unidade possa continuar recebendo produto. Na operação dos secadores deve ser observado o emprego adequado do fluxo de ar e da temperatura do ar de secagem, pois dentre as operações do pré-processamento de produtos agrícolas é a secagem que traz maior risco a depreciação da qualidade do produto em razão dos choques mecânico e, ou térmico a que o produto é submetido.

b) Secagem As unidades armazenadoras coletoras a granel no Brasil, geralmente, possuem alta capacidade horária de secagem, o que se deve, principalmente, à falta de tradição de armazenagem em nível de fazenda. Desse modo, por ocasião das colheitas, ocorre, diariamente, grandes fluxos de caminhões carregados com grãos úmidos e sujos às unidades armaze-

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¦Tecnologia¦ c) Seca-aeração A seca-aeração é utilizada visando aumentar capacidade horária do setor de secagem, reduzir o consumo de lenha e energia elétrica na secagem, e preservar a qualidade do produto por reduzir o tempo de exposição do produto às condições do ar de secagem. Operacionalmente, a seca-aeração é realizada com a transferência do produto quente e com teor de água em até dois pontos acima do ideal para silos equipados com ventiladores capazes de aplicar fluxos de ar entre 500 a 1.000 litros de ar/min/m³ de produto. Nesses silos o produto ficará em repouso por quatro a oito horas, ao final desse período é iniciada a insuflação de ar ambiente até que o produto atinja o teor de água e a temperatura desejada. Durante o período de repouso a água dos grãos concentrada no centro migra para as camadas externas, e parte dessa água migra para o espaço intergranular na forma de vapor. Assim, quando da insuflação do ar ambiente ocorre à remoção dos excessos de calor e água do produto. Após a seca-aeração o produto é transferido ao ambiente de armazenagem, que pode ser células em um graneleiro ou silos armazenadores.

Observação, em algumas unidades opta-se por realizar a seca-aeração no ambiente de armazenagem - células dos graneleiros ou em silos armazenadores. Nesses casos, o enchimento ocorre em camadas, portanto, o operador deve ater a dois importantes pontos: primeiro – constatar se o ventilador utilizado tem a capacidade de insuflar o fluxo de ar recomendado para seca-aeração (500 a 1.000 litros de ar/min/m³); e segundo: verificar se a camada anterior foi devidamente resfriada, só então a nova camada aquecida será acrescida. d) Aeração do produto armazenado A aeração durante a armazenagem é conduzida com os seguintes objetivos - manter a qualidade do produto, remover odores e uniformizar a temperatura e teor de água da massa de grãos. Em projetos de sistema de aeração o fluxo de ar recomendado varia de 30 a 100 litros de ar/min³ de produto ao utilizar em silos, e de 100 a 200 litros de ar/min/m³ de produto para graneleiros. Para que não ocorra desestabilização das condições de ar-

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mazenagem é recomendado antes de acionar os ventiladores do sistema de aeração, verificar as condições psicrométricas do ar ambiente. Pois, caso o ar esteja com a umidade relativa baixa poderá ocorrer secagem do produto armazenado levando ao déficit de produto ao final do período de estocagem. Por outro lado, se a umidade relativa do ar for alta, ocorrerá o aumento da atividade de água no espaço intergranular, o que levará a proliferação de fungos causando aumento da temperatura da massa de grãos e aumentando o risco de contaminação por micotoxinas.

ar insuflado na deve possuir fluxo acima de 120 litros de ar/ min/m³ de produto e condições psicrométricas em equilíbrio higroscópico com a massa de grãos. Isso para que não ocorre secagem ou aumento da atividade de água do ambiente. Normalmente, são empregados sistemas para o condicionamento do ar, de tal forma que a temperatura do ar insuflado seja entorno de 15 ºC e umidade relativa de 75%. Há, no entanto, regiões no sul do Brasil em que ocorrem naturalmente as condições psicrométricas ideais para o resfriamento de grãos, dispensando o uso dos condicionadores de ar. Cabe, portanto ao operador escolher as horas do dia apropriadas para condução da operação. Ponderações Finais Este artigo teve por objetivo demonstrar como a armazenagem de grãos, promove agregação de valor, que é ter o produto disponível ao longo do tempo. E, naturalmente, conclui-se que o processo de agregação de valor implica em custos. No entanto, se os preceitos aqui elencados forem devidamente aplicados, a agregação de valor será feita de forma otimizada e acarretará reduções de custos e perdas, como também, será garantia da preservação da qualidade do produto.

e) Resfriamento do produto armazenado Ao resfriar a massa de grãos armazenada têm-se os seguintes benefícios: redução da taxa de respiração da massa de grãos, redução da proliferação de fungos e, principalmente, a de insetos. A massa de grãos para ser resfriada deve estar devidamente limpa e seca. A limpeza visa facilitar a circulação do ar resfriado, e a secagem a redução da atividade de água do espaço intergranular evitando a proliferação de fungos. O

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¦Informe Empresarial¦ Após o colheita do milho começa uma etapa da produção, senão a mais importante da safra, pois é onde todo investimento feito será recompensado com a comercialização.

Armazenamento de milho em Supersilo Electro Plastic Por: Eng.º Agr.º Ricardo Suzuki |Supervisor Técnico Comercial - Electro Plastic

Mas normalmente nestes períodos começam os problemas logísticos ou climáticos, ou seja, falta de transporte, custos elevados do frete, filas nos armazéns de recebimentos, chuva na colheita, entre outros. Em função destes fatores, muitos produtores têm buscado como alternativa para amenizar estes problemas, com a utilização do silo Bolsa Supersilo Electro Plastic. O que é o Supersilo? Trata se de uma bolsa tubular produzida com polietileno da mais alta qualidade, aditivos modernos e com a tecnologia de multicamadas no processo de fabricação que promove resistência, durabilidade e proteção aos grãos armazenados. Com o uso desta tecnologia, o produtor poderá colher sua produção com mais tranquilidade para depois do período de pico, buscar uma melhor negociação de seu frete, etc. também os armazéns estarão mais tranquilos para receber e armazenar sua produção.

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O período de armazenamento irá variar conforme a condição de umidade dos grãos colhidos, podendo chegar até um ano. Na prática recomenda se que o milho esteja com umidade em torno dos 15 % para o maior período e com maior umidade irá diminuindo o período de armazenamento e importante ter o monitoramento e acompanhamento das bolsas para evitar perdas. O Supersilo é fabricado com 9 pés de diâmetro e comprimento de 60 ou 75 metros, sendo armazenado de 200 a 250 t. respectivamente. Em dupla face preto&branco para evitar a entrada luz e reflexão do excesso de calor, preservando as qualidades do milho armazenado. Esta tecnologia não vem substituir os silos de armazenamento, mas auxiliar ou complementar o processo logístico de colheita, armazenagem e comercialização da safra do milho.


¦Segurança¦ A pressão da modernidade representada pela infinita busca da tecnologia, que já trouxe fabulosos benefícios para todos nós, passou a atingir os trabalhadores gerando, muitas vezes, consequências para sua saúde física e mental. Atualmente, o conceito de acidente de trabalho já tem sido compreendido por um maior número de pessoas que já identificam as doenças profissionais como consequência de acidentes do trabalho. Contudo, o setor de segurança e saúde no trabalho tornou-se multidisciplinar e tem como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais.

A Importância da Prevenção na Segurança e Saúde do Trabalho Por: Paulo Francisco Pereira |Tecnologo em Segurança e Saúde do Trabalho Feira de Santana

As mudanças no mundo do trabalho advindas das inovações tecnológicas e organizacionais têm incrementado significativamente a produção nas empresas, eliminando assim tarefas penosas ou pesadas. Essa relação estabelecida entre o homem e a tecnologia ocasionou novos riscos para a saúde dos trabalhadores, tanto nos aspectos físico, mental ou social. Tal processo passou a exigir dos trabalhadores uma maior qualificação e uma crescente intervenção desses nos processos produtivos, o que consequentemente tornou-os mais suscetíveis a acidentes de trabalho. Tanto as empresas, quanto o Estado não tomaram postura diante de tal fato. Somente em meados dos anos 80 surge o campo da saúde do trabalhador no Brasil objetivando mudar o complexo quadro da saúde. Apesar de tantas transformações serem tão evidentes, ainda fica difícil de serem captadas e apreendidas pelos profissionais. Atualmente, ainda deparamos com empresas desinformadas, desinteressadas ou até mesmo com dificuldades de solucionar assuntos correlatos a acidentes de trabalho. Diante desse fato, este artigo busca contribuir abordando a importância da prevenção na Segurança e Saúde do Trabalho. Das Relações de Trabalho A relação entre o trabalho e a saúde/ doença surgiu na antiguidade, mas tornou-se um foco de atenção a partir da Revolução Industrial. Afinal, no trabalho escravo ou no regime

servil, inexistia a preocupação em preservar a saúde dos que eram submetidos ao trabalho. Os trabalhadores eram equiparados a animais e ferramentas. Com a Revolução Industrial, o trabalhador passou a vender sua força de trabalho tornando-se presa da máquina e da produção rápida para acumulação de capital. As jornadas eram excessivas, em ambientes extremamente desfavoráveis à saúde, aos quais se submetiam também mulheres e crianças. Esses ambientes inadequados propiciavam a acelerada proliferação de doenças infecto - contagiosas, ao mesmo tempo em que a periculosidade das máquinas era responsável por mutilações e mortes. Através dos tempos, o Estado passou a intervir no espaço do trabalho baseando-se no estudo da causalidade das doenças. Assim, toma figura o médico do trabalho que vai refletir na propensão a isolar riscos específicos e, dessa forma, atuar sobre suas conseqüências, medicando em função de sintomas e sinais ou, quando muito, associando-os a uma doença legalmente reconhecida. A partir daí houve uma crescente difusão da Matéria de Segurança e Medicina do Trabalho. No Brasil, a legislação trabalhista compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais e outras leis complementares, como portarias, decretos e convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho. DeviGRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 27


¦Segurança¦ do ao fato de ter surgido e se mantido a sombra da legislação, muitos de nós não demos a devida importância a Segurança do trabalho. Limitamos a mera leitura da legislação sem preocuparmos com a interpretação e a cultura prevencionista. Ainda existe uma gama de instituições empresariais que só implantam os programas exigidos por lei para terem os documentos e papéis em seus arquivos com o objetivo de apresentar aos Fiscais do Trabalho, em caso de Fiscalização. Felizmente um maior número de pessoas já compreende que as doenças profissionais são aquelas decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes. O setor de segurança e saúde tornou-se multidisciplinar e busca incessantemente prevenir os riscos ocupacionais. Esta é a forma mais eficiente de promover e preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Nesse aspecto se destaca os profissionais da área, composto por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes, por sua vez, atuam na eliminação ou neutralização dos riscos, prevenindo uma doença ou impedindo o seu agravamento. Para tanto, é necessária a antecipação dos riscos que envolvem a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação. Outra etapa do processo de prevenção é a de reconhecimento dos riscos. Nesse caso, o risco já está presente e será preciso intervir no ambiente de trabalho. Reconhecer os riscos é uma tarefa que exige observação cuidadosa das condições ambientais, caracterização das atividades, entrevistas e pesquisas. A adoção das medidas de controle, também se torna necessária para a etapa da prevenção. Neste caso o Engenheiro de Segurança deverá especificar e propor equipamentos, alterações no arranjo físico, obras e serviços nas instalações, procedimentos adequados, enfim, uma série de recomendações técnicas pertinentes a projetos e serviços de engenharia. Além dessas etapas, por parte do empregador, é de fundamental importância o treinamento dos empregados para a correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual ou Coletiva. A empresa deve treinar o trabalhador com recursos próprios, ou por meio dos fabricantes de EPI’s que já fazem este trabalho gratuitamente, através de palestras ou mini cursos. Portanto, a inspeção no local de trabalho é um procedimento preventivo de essencial importância antecipando-se as intempéries pertinentes à Segurança e Saúde do Trabalho. Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Medicina e Segurança do Trabalho Preventiva. Conclusão Qualquer empresa que queira realmente melhorar a qualidade de vida dos seus colaboradores deve estar disposta a ouvir sua equipe, dar possibilidade do indivíduo expor suas súplicas, fortalecendo desta forma uma relação de trabalho confiável e saudável. Após abrir este importante canal de comunicação, a 28 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

empresa deverá fazer um levantamento criterioso dos problemas que acometem a equipe como um todo, visualizando sua real existência e verificando suas incidências. Uma vez realizado este reconhecimento da saúde geral dos trabalhadores, devem-se levantar os problemas mais comuns e fazer um estudo individualizado para descobrir de que forma estão ou não relacionados às rotinas de trabalho de cada um, sendo importante nesta fase o auxílio de profissionais preparados para esta compreensão. Uma vez realizado todo este levantamento e análise, deve-se agir tentando eliminar os fatores de risco e caso isso não tenha sido possível, deve-se proteger os colaboradores dos riscos, muitas vezes adotando uso de EPI’s mais adequados, orientações de forma de trabalho e fomentando este indivíduo de recursos de proteção direcionada, e por último, após todas estas ações deve-se investir num mecanismo de defesa e preparo para a função, adaptando todo o posto e o indivíduo. Portanto, a maneira mais eficaz de impedir o acidente é conhecer e controlar os riscos. Isso se faz com uma política de segurança e saúde dos trabalhadores que tenha por base a ação de profissionais especializados, antecipando, reconhecendo, avaliando e controlando todo o risco existente.


¦Informe Empresarial¦ Primeiro sistema exclusivamente desenhado para a reparação e fechamento dos silos bolsas permitindo guardar neles a produção de maneira hermética e mais cuidada.

ADHESILO Por: Eng. Fabián A. López |Rivamar S.A. | info@rivamarsa.com

ADHESILO foi apresentado como novidade no Primer Congresso Internacional de Silo Bolsa, dedicado exclusivamente a ensinar e melhorar as práticas de armazenagem hermético em bolsa. O sistema é composto basicamente de três produtos: • ADHESILO – Parche. Desenhado para reparações pontuais e pequenas produzidas por calado, inspeções, golpes, cortaduras, perfurações para rede de monitoramento, etc. • ADHESILO – Fita de reparações. Desenhada para reparações de dimensões medianas ou grandes de formas irregulares que geram uma perda importante de produção e putrefação imediata dos grãos. Estas roturas podem ser geradas por golpes de maquinas, roedores, granizo, investidas de animais, etc. • ADHESILO – Fita de fechamento. Estes produtos forem desenhadas para fechar o extremo inicial e final de

qualquer tipo de bolsa de maneira hermética, prática, simples e segura, brindando uma importante poupança na utilização da bolsa além de vedação e permitindo uma maior capacidade de armazenagem. O principio de funcionamento de cada um dos componentes é o mesmo e se baseia em selar firmemente a bolsa mediante um sistema de adesivo rápido e eficiente que se incrementa com o tempo e permanece intacto durante o ciclo de conservação da produção armazenada. A adesivagem se produz de maneira instantânea e não necessita nada mais que contar com uma superfície seca e limpa e um pressionado posterior da superfície sem elemento mais complicado que a utilização da mão. Uma vez colocado suporta perfeitamente as inclemências climáticas da mesma maneira que o faz a bolsa. Está composto de um caucho especial sumamente elástico, GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 29


¦Informe Empresarial¦ adesivo e completamente atóxico que foi desenhado para acompanhar os movimentos de dilatação e contração da bolsa, devido às variações de temperatura. Por suas características de desenho, os componentes do sistema ADHESILO incrementam sua aderência com o calor, o sol e o passar do tempo. Conhecendo a importância que tem, para o sano cuidado da produção no armazenamento em silo bolsas, conservar os grãos secos, evitar que se humedeçam e deteriorem, impossibilitar o ingresso de agua, pó, insetos ou qualquer sustância prejudicial foi nosso principal desafio quando trabalhamos em o desenvolvimento do produto. Características e forma de uso: ADHESILO – Parche • Características: Trata-se de um coextrudado de caucho sobre filme de polietileno, coberto com papel siliconado. • Forma de uso: Basta com identificar a rotura, limpar e secar a área sem fora necessário. Retirar o papel siliconado do parche e colocar ló de maneira tal que deixe a rotura completamente coberta. Passar um pano, o a mão, para pressionar firmemente e com elo o trabalho fica terminado e o silo perfeitamente reparado. • Vantagens: Aderência imediata, fácil aplicação, flexibilidade, rapidez e, fundamentalmente, “seguridade de vedação e durabilidade”.

30 | Revista Grãos Brasil | Maio / Junho 2014


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ADHESILO – Finta de Reparação • Características: Se trata de uma fita adesiva de caucho enrolada sobre papel siliconado que, bem colocada, assegura excelente pegado e vedação. • Forma de uso: Basta com identificar a o as roturas, limpar e secar as áreas ao redor, desenrolar a quantidade necessária de fita de reparação para afirmar lá em as proximidades dos contornos. As uniões entre fitas se fazem por simples superposição. Uma vez colocadas se pressiona e retira o papel siliconado. Posteriormente se coloca um pedaço de bolsa já utilizada que cubra a totalidade da rotura. Determinado o tamanho do polietileno a colocar, retirar o papel siliconado e pressionar firmemente ao longo de toda a fita colocada. Posteriormente e

com a intenção de deixar prolixa a reparação, cortar o polietileno sobrante. Vantagens: Repara quase qualquer tipo de rotura com aderência imediata, facilidade de uso, a toxicidade, rapidez e, fundamentalmente, “seguridade de vedação e durabilidade”.

ADHESILO – Fita de Fechamento • Características: Se trata de uma cinta adesiva de caucho enrolada sobre papel siliconado que, bem colocada, assegura excelente selado e vedação. • Forma de uso: Se limpa e seca, sem fora necessário, o extremo inicial interno da bolsa antes de iniciar o enchimento, se vá desenrolando a medida que seja necessário a fita de fechamento para ir afirmando-a e pressionando-a ate chegar ao outro extremo da boca inicial. Se vá retirando o papel siliconado e fechando a boca completa. Pressiona-se pisando a bolsa, se dobra para dentro e inicia com o embolsado. Para o extremo final se procede de maneira similar. • Vantagens: Realizam-se fechamentos de maneira mais segura, muito prática, veloz e económica assegurando um nível de vedação de excelência sejam qual fora o tamanho de bolsa e o produto a embolsar. “Solo é necessário contar com dos rolos de fita de fechamento e um pano”. Não requer energia, nenhum equipamento ou elemento adicional. A línea ADHESILO e seus derivados também tem aplicação em sistemas de canalização e cisternas de agua, como assim também de contenção de resíduos e qualquer tipo de reparação de sistemas que use plástico. Os produtos ADHESILO são fabricados por Rivamar S.A. Empresa Argentina, que se dedica ao desenvolvimento, produção e venda, tanto em o mercado nacional como de exportação, de soluciones em Adesivos, Seladores, poliuretanos e Plastisoles para indústria. Em sintonia com sua vocação empresarial a organização posse certificado seu Sistema de Gestão de Qualidade bajo os requerimentos ISO 9001/2008, ISO 14001/2004 e ISO TS 16949/2009

GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 31


¦Qualidade¦ Produzir sementes com qualidade e na quantidade demandada pelos agricultores é um dos principais desafios da indústria sementeira. Dentre as principais culturas agrícolas anuais do agronegócio brasileiro, as que demandam maior volume e, portanto, maior organização e, consequentemente, maior profissionalização do setor são: soja, milho, arroz, trigo e algodão.

Qualidade de Sementes: Umidade e Temperatura Por: Eng.º Géri Eduardo Meneghello| geriem@ufpel.edu.br

Sabe-se que uma região que apresenta condições favoráveis para a produção de grãos nem sempre reúne condições satisfatórias para a produção de sementes, gerando a necessidade de produzir sementes em uma determinada região e de transportá-las para outros locais. A produção de sementes acaba ficando concentrada em regiões que reúnem condições mais favoráveis para tal finalidade. As condições de temperatura e do regime hídrico estão entre os principais aspectos a serem observados na escolha do local para produção de sementes. Tecnicamente, é possível produzir sementes em qualquer local apto ao cultivo, mas os riscos de se obter qualidade aquém do desejado são grandes, além de haver custos altos para criar artificialmente condições que minimizem as chances de insucesso. Logo, soma-se às dificuldades que o setor enfrenta a logística de distribuição da região produtora até as regiões de consumo. Para que a semente chegue, com qualidade, até o agricultor, que é o consumidor final, é necessário planejamento e adoção de rigoroso controle de qualidade, o qual é viabilizado com pessoal devidamente qualificado e treinado, em todas as fases (produção, colheita, pós-colheita, armazenamento e distribuição). Conforme mencionado, destacam-se como fatores que afetam diretamente a qualidade das sementes, independente do local de produção, a água (tanto falta quanto o excesso) e a temperatura (principalmente alta, mas em alguns casos a temperatura baixa também é prejudicial às sementes, principalmente durante a fase de campo). O termo água e umidade, para fins deste texto, serão considerados sinônimos. Os níveis de umidade e temperatura considerados adequados 32| Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

são variados em cada fase de desenvolvimento da cultura. Por exemplo, no crescimento vegetativo a umidade adequada é diferente daquela desejada na fase pós maturação fisiológica. Da mesma forma, para cada cultura a adaptação aos níveis de umidade é totalmente diferente; talvez o exemplo mais marcante seja a cultura do arroz irrigado, que tolera solos totalmente encharcados, ao passo que em outras espécies, como a soja e o milho, a tolerância ao encharcamento do solo é de apenas poucos dias, havendo comprometimento do desenvolvimento se isso ocorrer por períodos maiores. Com relação à temperatura vale a mesma lógica, principalmente quanto à adaptação das diferentes culturas. Cereais de inverno, como o trigo, obviamente toleram temperaturas bem mais baixas que culturas que crescem predominantemente na primavera/verão, como é o caso do milho. Considerando o espaço disponível neste texto, não será possível tratar as peculiaridades, portando nos restringiremos aos aspectos macros da água e da temperatura sobre a qualidade das sementes. Há de se considerar também que uma temperatura, considerada adequada em um determinado processo, pode ser extremamente prejudicial em outro, principalmente em função do tempo de exposição. Quarenta graus durante a secagem são aceitáveis (o processo dura poucas horas), já durante o armazenamento (com duração de seis meses ou mais) são inaceitáveis do ponto de vista técnico. Passaremos agora a elucidar alguns pontos nas diversas fases do processo em que a temperatura e a umidade atuam de forma direta. Produção


Acesse: www.graosbrasil.com.br Considerou-se produção a fase de campo, ou seja, período compreendido entre a semeadura de uma lavoura destinada à produção de sementes, até a maturidade de colheita. Os fatores em questão (umidade e temperatura) agem de forma direta em todas as fases, vejamos: Inicialmente – falando especificamente da água –, no campo, no caso de déficit hídrico, não haverá um satisfatório desenvolvimento da planta e, logo, da semente. O assunto já foi abordado pela SEED News (Ed. N° 3 Maio/Junho de 2011), na ocasião, focando as condições ideais no que tange à umidade para germinação e emergência. Umidade inadequada compromete não só a emergência, mas todo o desenvolvimento da planta, uma vez que todos os processos metabólicos ficam prejudicados. O excesso hídrico, por sua vez, principalmente na fase de maturação, pode atrasar a colheita e a oscilação de umidade contribui para acelerar a degradação das sementes. Por outro lado, a temperatura também atua de forma direta sobre o metabolismo das plantas, afetando, por exemplo, a respiração, a transpiração, a síntese e a translocação de fotoassimilados. Sendo assim, torna-se importante a escolha das regiões produtoras, preferencialmente locais com temperaturas amenas, principalmente durante a noite, o que é obtido, via de regra, em regiões de maior altitude. Temperaturas elevadas na fase de enchimento de grãos favorecem o desenvolvimento de percevejos, demandando várias aplicações de defensivos para controlar estas pragas. Colheita Embora seja uma etapa relativamente rápida, considerando o processo como um todo, é de suma importância. Caracterizase por ser uma fase em que o produtor de sementes ou seu responsável técnico toma a decisão, antecipando, retardando, escolhendo a regulagem da colheitadeira, adotando determinada velocidade na colheita e tipo de equipamento a ser utilizado; ou seja, o agricultor pode escolher quando e como colher. Implicações técnicas a respeito destes quesitos foram elucidadas em matéria veiculada na edição passada da SEED News (Setembro/Outubro de 2014). Vamos nos restringir, portanto, a mencionar aspectos que o excesso ou falta de umidade podem causar às sementes, visto que as temperaturas, mesmo fora da faixa considerada adequada, nesta fase do processo, pouco afetam a qualidade das mesmas. Sabe-se que as sementes possuem máxima qualidade no momento da maturidade fisiológica, sendo este o momento teoricamente mais adequado para a colheita, porém inviável do ponto de vista prático, pois a umidade das sementes impede o processo mecânico de colheita. Logo, é necessário esperar para reduzir a umidade até atingir a “maturação de colheita”. Considerando aspectos inerentes à fisiologia de cada espécie, em razão das adaptações evolutivas para sua perpetuação, a maturação acontece de forma desuniforme (característica indesejada para os agricultores, mas fundamental para as espécies garantirem a sobrevivência). Logo, há na colheita grande variação de umidade entre as sementes, sendo necessário realizar secagem artificial para reduzir o excesso de umidade. Colher com umidade muito alta pode causar amassamento

das sementes (soja), e, com umidade muito baixa, pode haver danos por trincamento, sem considerar o fato de que a espera pela redução “natural” da umidade aumenta o tempo de permanência no campo. Via de regra, a umidade das sementes oscila em vários pontos percentuais (pp) ao longo do dia, contribuindo para acelerar o processo de degradação (em soja pode ser mais de 5pp). Secagem As sementes apresentam higroscopicidade, ou seja, ganham ou perdem água num processo dinâmico em função de variações na umidade relativa do ar - UR. Para um eficiente processo de secagem é necessário o conhecimento das propriedades físicas do ar. Via de regra, o ar é forçado a passar pela massa de sementes, cedendo calor e absorvendo água, ocasionando diminuição na temperatura e elevando a UR deste. O processo de secagem com ar aquecido envolve a retirada parcial de água da semente através da passagem de ar seco pelas mesmas. Neste processo, a umidade relativa tem sido utilizada como referência para inferir se a semente irá perder (processo de secagem), ganhar (processo de umedecimento) ou manter sua umidade, no caso de haver equilíbrio higroscópico sob determinada condição. Modificando-se a temperatura do ar, altera-se a UR; logo, é possível aumentar a capacidade de retirada de umidade das sementes. Estes conhecimentos são fundamentais para a secagem das sementes. No entanto, cuidado especial deve ser tomado com relação à temperatura; por exemplo, no método contínuo, recomenda-se usar temperaturas do ar de 40 a 60°C, de modo que a temperatura da massa de grãos fique, no máximo, em 43°C, sob risco de reduzir drasticamente a qualidade das mesmas se ultrapassarmos este limite referencial. Nesta etapa do processo fica marcadamente nítida a relação próxima que umidade e temperatura possuem, pois se usa a temperatura para alterar as propriedades físicas do ar, e com isso implementar o processo de secagem da semente. Beneficiamento Uma unidade de beneficiamento de sementes possui infraestrutura para recebimento, secagem, beneficiamento, armazenamento e tratamento de sementes. Em todas as etapas, após a secagem, considera-se que a temperatura deve ser reduzida ao máximo (em termos práticos, 15 a 20°C é um excelente parâmetro), visando reduzir a taxa respiratória e o metabolismo da semente. Portanto, nesta etapa do processo, a semente está seca e a temperatura do local é parcialmente controlada, logo, considera-se a etapa em que há menor influencia direta da umidade. O processo dura relativamente pouco e é realizado com a semente já seca e com baixo risco de haver temperaturas extremadas. Armazenamento Inicialmente, há de se considerar que as sementes ficam armazenadas desde a colheita até a época de semeadura na próxima safra. Nesta fase, está sob responsabilidade do sementeiro a conservação das mesmas, devendo ser “oferecidas” as melhores condições possíveis. Assim, o principal objetivo do GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 33


¦Qualidade¦ armazenamento é a manutenção da qualidade das sementes, reduzindo ao mínimo a deterioração. Sementes secas a 12% de umidade e armazenadas em ambiente com UR elevada tenderão a buscar naturalmente o equilíbrio higroscópico com o ar, podendo aumentar a sua umidade. No armazenamento, a temperatura também possui influência direta, pois é notório que, para aumentar a longevidade das sementes, tanto a temperatura (do ambiente e das sementes), quanto a umidade (das sementes e do ar) devem ser reduzidas. A temperatura e a umidade são os fatores mais importantes que afetam a qualidade das sementes durante o armazenamento, sendo que já na década de 1970 o renomado pesquisador J. Harrington apresentou algumas regras práticas a serem consideradas no armazenamento de sementes, que permanecem válidas até hoje: - Para cada 1% de diminuição do grau de umidade da semente, duplica-se o potencial de armazenamento (intervalo de 5 a 14%) - Para cada 5,5°C de diminuição na temperatura, duplica-se o potencial de armazenamento da semente (faixa de 0 a 40°C); - O somatório da temperatura de armazenamento (em °F) e a UR não deve ser maior que 100, desde que a temperatura não represente mais do que a metade desta soma. Umidade em excesso durante o armazenamento acelera o metabolismo da mesma, contribuindo para aumentar a velocidade do processo de deterioração, além de propiciar condições mais favoráveis para o desenvolvimento de patógenos. Por outro lado, a água é necessária para manter a semente viva. Não pode ser retirada toda a água de uma semente. A água é necessária, mas se não for na medida certa pode ser prejudicial. Tratamento São inegáveis as vantagens do tratamento de sementes. Nos últimos anos houve uma grande profissionalização do setor, representada pela adoção do tratamento de forma industrial, que reduziu substancialmente problemas de contaminação dos operadores e melhorou a distribuição de produtos utilizados, maximizando a sua eficiência. Novamente, menciona-se que este processo está localizado junto à UBS, portanto, comentários acerca da temperatura foram abordados no item referente ao Beneficiamento e Armazenamento. Todavia, o processo utiliza produtos geralmente líquidos, o que contribui para o aumento da umidade das sementes. Se um lote de sementes estiver com 13% de umidade, com o tratamento haverá absorção do líquido utilizado (calda), mesmo que superficialmente. Estando a semente com umidade próxima do limiar máximo aceitável, há sim riscos com o processo, mesmo havendo evaporação de parte da calda. Avaliação da qualidade A avaliação de qualidade das sementes deve ser feita em todas as fases do processo. Para tanto, a avaliação mais comumente realizada é, sem dúvida, o teste de germinação, que possui padronização para um grande número de espécies e há 34 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

padrões mínimos de percentagem de germinação estabelecidos na legislação para fins de comercialização. Os procedimentos para sua realização são normatizados no Brasil pelo Ministério da Agricultura, através das Regras para Análise de Sementes. Internacionalmente, há padrões estabelecidos pela ISTA International Seed Testing Association. Ambos os documentos explicitam as condições de realização dos testes, que em essência versam sobre: - o tipo de substrato a ser utilizado, sendo o mais comum o papel germiteste ou papel mata borrão; - o período de duração do teste (data das contagens). Por fim, relacionado ao tema ora discutido temos a umidade do substrato – segundo a RAS, durante todo o teste, o substrato deve ser suficientemente úmido, a fim de dar às sementes a quantidade de água necessária para a germinação. O substrato, especialmente o de papel, não deve ser tão umedecido a ponto de formar uma película de água em torno das sementes, já que este excesso restringe a aeração, prejudicando a germinação. Para a maioria das sementes deve ser adicionado um volume de água em quantidade equivalente a duas ou três vezes o peso do substrato. Com relação à temperatura, há uma variação bastante grande, como pode ser observado na tabela no texto, com espécies apresentando temperatura ótima para condução do teste, 10°C, e outras com 35°C. Por outro lado, para algumas espécies, como o milho e a soja, há a possibilidade de serem utilizadas diferentes temperaturas, constantes durante todo o período de realização do teste, e até mesmo temperaturas alternadas, simulando a alternância que ocorre na natureza dentro do dia e da noite. Esta variação de temperaturas está relacionada com o ambiente em que as espécies naturalmente se desenvolvem. Algumas espécies possuem dormência, e a realização do teste de germinação, sem a observância desta característica, pode gerar um resultado impreciso, sendo, portanto, recomendada a aplicação de métodos para superação, um dos quais é a temperatura, sendo que para algumas espécies são utilizadas temperaturas baixas e para outras temperaturas altas (ver exemplo no texto). Em contra partida, a título de exemplo, pesquisas são realizadas buscando identificar genótipos que toleram temperaturas de germinação abaixo da considerada ótima para a cultura, permitindo com isso aumentar a janela de semeadura, por exemplo, em arroz. A identificação de genótipos tolerantes ou adaptados a esta condição é feita mediante a exposição durante o período de germinação a temperaturas sub ótimas. Aqueles materiais que conseguem germinar e formar plântulas normais são considerados mais adaptados a esta realidade. Os agricultores estão se profissionalizando, exigindo cada vez mais sementes de qualidade. Atentos a isso, os produtores de sementes precisam avaliar a qualidade de suas sementes, não somente com o teste de germinação, que fornece apenas a viabilidade do lote, e que não raras vezes possui baixa correlação com o desempenho no campo, sendo necessária a realização de testes de vigor. Dentre os mais utilizados e com metodologia mais calibrada está o Teste de Frio, que expõe as sementes depois de acondicionadas no substrato a temperaturas na faixa dos 10°C por período de sete dias, e, na sequência, é conduzido o


Acesse: www.graosbrasil.com.br teste de germinação nas condições estabelecidas nas RAS para a espécie. Sementes de boa qualidade apresentam alta taxa de germinação mesmo expostas a este estresse. Outro teste bastante utilizado é o teste de envelhecimento acelerado, cujo princípio baseia-se no fato de que a taxa de deterioração das sementes é aumentada consideravelmente através de sua exposição a níveis muito adversos de temperatura e umidade, considerados os fatores ambientais preponderantes na intensidade e velocidade de deterioração. No teste de envelhecimento acelerado, as sementes são submetidas a uma situação de estresse (atmosfera com alta temperatura e umidade relativa) no período que antecede a sua germinação. Sementes de boa qualidade toleram essa situação de estresse e mantêm sua capacidade de produzir plantas normais quando germinar. O conhecimento e o manuseio das condições de temperatura e umidade estão intimamente relacionados com todo o processo de avaliação da qualidade de um lote de sementes. Considerações importantes Estes dois quesitos, Água e Temperatura, andam juntos em todas as fases de uma semente, deste o início do desenvolvimento de uma planta, passando por todo o período de produção, até a efetiva utilização da semente. Portanto, torna-se imperioso a todos os envolvidos no negócio sementes conhecer as implicações que os extremos (falta ou déficit hídrico

e temperaturas muito baixas ou muito altas) podem causar na qualidade das sementes. Por outro lado, se conhecermos os limites e as implicações que água e temperatura exercem sobre a semente, podemos nos planejar, para minimizar efeitos negativos e potencializar aspectos positivos, criando, na medida do possível, condições mais satisfatórias para manter a qualidade do mais importante dos insumos da agricultura: a Semente. Profissionais e empresas ligados ao setor de sementes, preocupados com a qualidade de seus serviços e/ou produtos devem estar atentos e em atualização constante. A qualidade final de um lote de sementes é a soma de uma série de atributos gerenciados por diversos processos. Cada etapa, se inadequadamente adotada, contribui para redução da qualidade, que atingiu seu ápice na maturidade fisiológica (Qualidade 100). Se quisermos entregar uma semente ao consumidor, por exemplo, com qualidade 90 (Empresas Top devem focar em qualidade maior que este patamar), devemos perseguir a perfeição em cada etapa. Há de se considerar que em cada uma das diversas fases do processo – campo, colheita, secagem, beneficiamento, armazenamento, tratamento, ensaque, transporte até revenda, manuseio na revenda – poderão ocorrer falhas. Independente do motivo, se em cada etapa houver acontecimentos que contribuam para a redução de dois pontos percentuais na qualidade, já estaremos nos aproximando do limiar mínimo aceitável, e isso é extremamente perigoso.


¦Evento¦ Jornada de Atualização: Manejo Pós-Colheita de Precisão A Revista Grãos Brasil, com objetivo de estar perto de seus destinatários e gerar os contatos pessoais que são insubstituíveis, realizou recentemente duas Jornadas, uma em Lucas de Rio Verde (MT) e outra em Uberlândia (MG). Foram tratados com enfoques práticos entre outros os seguintes temas: 1. Boas Práticas no Manejo de Grãos Armazenados 2. Aeração e Resfriamento Artificial 3. Controle de Pragas 4. Padronização, redução da quebra técnica 5. Silo Bolsa (Recomendações de Uso)

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Avaliação dos Participantes: 1. O que agradou? Temas debatidos, tudo, aeração e controle, controle de pragas, aeração, disponibilidade dos palestrantes, conhecimento de palestrante. 2. O que decepcionou? Nada, falta de energia (corte) 3. O que mudaria? Nada, visita a empresa 4. Temas para os proximos eventos. Clasificação de grãos e segregação, control roedores, direcionar a soja e milho, termometria, amostragem. 5. C omentarios sobre a Revista Grãos Brasil: ótimo conteudo, boa para melhorar os conhecimentos, parabéns, excelente trabalho, bom conteudo e presentação. 6. Empresas participantes: Amtec - Ipesa do Brasil - Bequisa JVC - Veterinaria Pantanal - Casemg - Coprata - Gran Milho - Esteio Armazen Gerais - Mtb-Green controle de pragas - Scalon e Cerchi Ltda - Fm Armazens - Fiagril - Dassoler Agronegócios - IFMT - G8 Armazéns Gerais - Tecnigran - CoolSeed - Multigrains - IBF Agro Pecuária - Dimicron - Superagro - Terra Way Armazéns Gerais - Condutiva Tecnologia - Grupo Bom Futuro - Bragança Agronegócios.


GRAFICA REGENTE


¦ CoolSeed News ¦

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¦Utilíssimas ¦ SOJA: INVESTIDORES FOCAM DADOS DE DEMANDA E ÁREA PLANTADA NOS EUA

EUA (USDA) disse que exportadores privados venderam 110 mil toneladas de soja para entrega a destinos não revelados no ano comercial 2015/16, que começa em 1º de setembro do ano que vem.

O mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) começa a semana com foco em dados sobre demanda por soja norte-americana. Na segunda-feira, Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulga os números de esmagamento dentro do país em novembro. Há muita expectativa também com uma delegação chinesa que chega aos Estados Unidos na terça-feira para apresentar intenções de compra de soja. Além das questões de procura, a Agência de Serviços Agropecuários (FSA) dos EUA divulga o último relatório de área plantada da temporada hoje. Na sexta-feira, a possibilidade de um corte no número de plantio norte-americano já influenciou os preços. O vencimento janeiro subiu US$ 5 (0,48%) e terminou a US$ 10,4725/bushel, alta de 1,08% na semana.

Do lado da oferta, um número que está no radar dos investidores na segunda-feira é o relatório de área plantada nos EUA da FSA. Este é o quinto e último relatório da temporada 2014/15. Investidores apostam que uma área plantada menor no documento da FSA levaria o USDA a reduzir o número de área colhida dos EUA no relatório de oferta e demanda de janeiro, que apresentará o número final de produção. Quanto ao número a ser divulgado hoje, é esperada uma leve redução de área em relação ao número de novembro, de 81,39 milhões de acres.

Para o analista Pedro Dejneka, da AGR Brasil, o mercado segue sendo direcionado por especuladores. “Fundos de investimento dominam as operações em Chicago”, salientou. Segundo ele, após a pressão da colheita nos EUA ter passado, “investidores viram uma oportunidade e escolheram focar na demanda”. Ele assinalou, todavia, que, após os ajustes efetuados pelo USDA no relatório de oferta e demanda na quarta-feira, ficou mais claro que há produto suficiente no mundo em 2014/15, mesmo com interesse externo maior por soja norte-americana. “A demanda é forte e vai continuar forte”, disse Dejneka, fazendo a ressalva de que, mesmo que a previsão de exportações dos EUA volte a ser aumentada, ainda existe muito estoque para ser consumido. Sobre o relatório da Nopa, que sai hoje às 15h (de Brasília), analistas consultados pelo The Wall Street Journal esperam aumento do esmagamento de soja nos EUA em novembro ante o mês anterior. A estimativa é de que 166,6 milhões de bushels (4,53 milhões de toneladas) tenham sido processados no mês passado, ante 158 milhões (4,3 milhões de t) em outubro. As previsões variaram de 162,5 milhões a 176 milhões de bushels (4,42 milhões a 4,79 milhões de toneladas). Dejneka acredita que os números devem ficar perto de níveis recordes, porque “as margens de esmagamento estão altíssimas”. Ele ressaltou, entretanto, que um número positivo de processamento já foi parcialmente precificado nos preços. Se o dado vier no teto das expectativas, isso também significa que há mais farelo disponível nos EUA após o aperto motivado por questões logísticas entre outubro e novembro. Além dos números referentes ao mercado interno, investidores estão atentos à chegada da delegação chinesa aos EUA na terça-feira para revelar intenções de aquisição de soja norteamericana. No início da colheita, os anúncios de compra feitos por outra delegação do país asiático ajudaram a dar sustentação ao mercado. Ainda assim, o acordo de intenções de compra é uma formalidade. Na sexta-feira, outra notícia de demanda ajudou a elevar os preços. O Departamento de Agricultura dos 40 | Revista Grãos Brasil | Novembro / Dezembro 2014

“Acredita-se que há vendedores esperando passar esses dados para entrar nas negociações focados nos fundamentos”, salientou Dejneka. Entretanto, os preços seguem presos em um intervalo restrito e podem não sair dele tão cedo, ainda que exista a perspectiva de correção com o clima sul-americano benéfico para o desenvolvimento das lavouras. “Até o fim do ano, devemos estar mais próximos dos US$ 10/bushel do que de US$ 10,50/bushel”, afirmou o analista.

Revista Granos & Postcosecha Latino Americana Já está nos armazens, laboratórios, corretores de grãos, etc. a última edição da Revista Granos & Postcosecha Latino Americana - De La Semilla Al Consumo. Nesta edição notas muito interessantes sobre qualidade, controle de pragas, manutenção, tecnologia, refrigeração e informes empresariais, junto com informações sobre cursos e seminários da especialidade. Interessados em assinar enviar email para: consulgran@gmail.com




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