¦ Editorial ¦ Ano XII • nº 73
Julho / Agosto 2015
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Grãos Brasil é por Você! Caros Amigos e Leitores Com grande alegria chegamos uma vez mais a vocês. Seja em papel ou em forma digital a Grãos Brasil, se mantem fiel a sua vocação de difundir a melhor tecnologia do setor que armazena grãos e sementes. Com mais de 30 anos de atuação na região e com 11 de publicação ininterruptas estamos aportando nosso grão para que o Brasil otimize seus processos de acondicionamento e conservação na pós-colheita. Nos últimos meses realizamos Jornadas de atualização na Bolívia, Uruguai, Paraguai e Argentina e vimos como a tecnologia desenvolvida no Brasil e dominante. O que gera uma maior responsabilidade para a indústria e os técnicos locais. Em setembro e outubro realizaremos no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, jornadas para tratar fundamentalmente de temas referentes a trigo e grãos finos em geral. Sabemos que os responsáveis de manejo de grãos, assim como as empresas do setor veem nestas jornadas uma interessante oportunidade para que os novos funcionários se capacitem e para que os experientes encontrem novos estímulos para seguir melhorando seu manejo. Temos disponível muita tecnologia de custo praticamente zero, que pode ser usada para obter rentabilidade que reinvestida no armazém, permite chegar ao que chamamos Pós-colheita de precisão. Nesta edição encontrará valiosa informação sobre controle de pragas, quebras técnicas, manejo de colza, mecanização, etc.. Leia atentamente, aplique o que acredite que seja bom, compartilhe a tecnologia com seus colegas. O caminho do aprimoramento não tem fim. Para aqueles interessados em participar de um evento que abrange toda América do Sul, temos nos dias 16 e 17 de Setembro em Rosario - Santa Fe – Argentina (principal centro mundial de produção-industrialização e exportação de grãos do mundo) o tradicional Granos SAC 2015, que se encontra em sua edição número 18. Muito obrigado aos profissionais que compartilham sua experiência e as empresas que participam com sua tecnologia e sua publicidade, porque isto faz possível que a Grãos Brasil chegue a suas mãos. Que Deus abençoe seus trabalhos e famílias. Com afeto.
Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil
¦ Indice ¦ 06
Manejo Pós-Colheita De Canola | Eng. Domingo Yanucci
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Técnica de Manejo Integrado de Pragas de Grãos Armazenados | Eng. Irineu Lorini
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Agropecuária não é a “vilã” no consumo de água | Leonardo Gottems
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Armazenamento e Conservação de Grãos | Dr. Moacir Cardoso Elias
25
Pragas de Armazenagem: Um ano difícil | Eng. Domingo Yanucci
29
Procedimentos Operacionais na Secagem com Alta Temperatura| Adair Luiz Sulzbacher e outros
Setores
02
Editorial
36
Não só de pão...
04 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
38
Cool Seed News
40
Utilíssimas
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¦Canola¦ A Canola é um grão sobre o qual não se tem muita experiência na região e apresenta algumas características particulares, que resulta conveniente conhece-las para realizar um manejo eficiente.
Manejo Pós-Colheita De Canola Por: Eng. Domingo Yanucci |Grãos Brasil - Consulgran | graosbr@gmail.com
Apresentamos primeiro as características do grão de canola, de forma comparativa com outros grãos de difusão massiva, comentamos depois os fatores que afetam a pós-colheita para, em uma segunda parte da matéria, falar dos aspectos sobressalentes do manejo (acondicionamento-conservação) desta oleaginosa. CARACTERÍSTICAS DA CANOLA No próximo quadro observamos uma comparação com o trigo e o milho.
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Sem duvidas as duas características sobressalentes deste grão são a POROSIDADE e a FLUIDEZ, as mesmas afetam direta ou indiretamente todas as práticas de manejo. POROSIDADE: O grão tão pequeno determina uma porcentagem de espaço intergranular reduzido e conformado também por interstícios de baixo calibre. Isto limita muito as possibilidades da aeração. Podemos observar que a resistência a passagem do ar é mais de 5 vezes superior a do trigo e mais de 20 vezes superior a do milho. Ao reduzir o espaço intergranular e incrementar notavelmente a superfície granular também temos um efeito adverso sobre os gases. Aumenta a sorção, dificulta a difusão, onde estamos obrigados a incrementar as doses dos agrotóxicos. FLUIDEZ: Este grão apresenta uma grande fluidez (capacidade de movimento), o que reduz a capacidade estética dos depósitos ao ter um cone superior pouco empinado. Seu pequeno tamanho e sua fluidez facilitam notavelmente os derrames, assim como a mistura de grãos. Isto implica um novo desafio, já que na canola as perdas por este motivo podem ser
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¦Canola¦ significativas e isto faz mais difícil o manejo. É necessário manter as instalações (elevador de canecas, canos, secadores, etc...) bem fechados. Os caminhões que na estrada perdem soja ou milho perderiam muita mais canola. CHAPAS FURADAS adequadamente dimensionadas para impedir a passagem de grãos maiores, permitem o passo de grãos de canola o que pode significar um problema grave em dutos de aeração, chapas de secadores, etc., onde se deve adequar às instalações considerando o tamanho dos grãos e sua forma arredondada. FATORES DO MEIO QUE AFETAM A PÓS-COLHEITA Os fatores são os mesmos que afetam a outros grãos, mais é importante considerar as características próprias de cada um deles.
Temperatura
Físicos do Médio: Umidade Condições de colheita, acondicionamento e manipulei-o
Insetos e ácaros
Biológicos do Médio: Micro-organismos (fungos-baterias-etc.) Roedores
TEMPERATURA Como nos outros grãos quanto mais frio se conserve melhor; sobre tudo se consideramos que por tratar-se de um oleaginoso tende a fomentar aquecimentos com maior rapidez que os cereais. No momento da colheita nos encontramos com temperaturas médias relativamente elevadas (verão), por o que normalmente a temperatura se converte em um fator crítico, sobre todo pela baixa eficiência dos equipamentos convencionais de aeração para resfriar rapidamente a massa de grãos. Com aeração é relativamente fácil baixar a temperatura do granel a 25ºC, usando as horas da noite. No quadro de TAS (tempo de armazenagem seguro) que veremos mais adiante podemos confirmar a importância da variável temperatura. A mesma incide diretamente no ritmo respiratório dos grãos e dos micro-organismos que o acompanham, assim como sobre o potencial reprodutor e destrutivo das povoações de insetos. As primeiras 6 semanas depois da colheita são as mais perigosas para a armaz enagem, é fundamental ter um bom monitoramento para adiantar-se aos problemas. UMIDADE É sem duvidas, se devemos tomar em forma isolada, o fator de maior importância, incide diretamente na eficiência da colheita e nas possibilidades de conservação. Lembremos que depois da madures fisiológica, a umidade do grão depende da umidade do ar com o que alcança no equilíbrio. A base de comercialização 8,5%, para condições normais de temperatura está em equilíbrio com 65% de UMIDADE RELATIVA, quer dizer que a partir deste nível começa a apresentar-se no grão 08 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
uma quantidade de agua livre, cada vez maior, que é incompatível com uma armazenagem prolongada. Podemos comprovar que os níveis de umidade total são muito inferiores que os dos cereais (em relação a mesma UR), mais a agua livre é a mesma e isto se deve sem duvidas as características das substancias que compõem a canola, já que a porcentagem de matéria grassa é do ordem de 40-45%. CONDIÇÕES DE COLHEITA, ACONDICIONAMENTO E MANIPULEI-O O nível de umidade da colheita, a quantidade e tipo de matéria estranha, a temperatura de secagem, etc., são fatores que definem as competencias que a massa de grãos vai ter em sua pós-colheita. Podem encontrar-se as mesmas pragas que no girassol, as que chamamos comumente carunchos, os piolhos, os ácaros e as traças. Não é atacada por Ryzopertha spp., os gorgulhos e outras pragas característica dos cereais e causantes do furo (infestação primaria). Normalmente não atacam na lavora, mas se encontram nas instalações e onde se manipula o grão. Além dos tratamentos de limpeza e instalação tradicionais, quando tem infestação se deve recorrer ao expurgo com fosfina. MICROORGANISMOS Os fungos são os que normalmente causam os maiores deterioro, devido a que requerem menor nível de umidade que outros microrganismos. As enzimas dos fungos ajudam na degradação da MG e ao incremento da acidez. Os fungos sempre acompanham ao grão de canola, na medida em que se apresentem as condições, principalmente de umidade e de temperatura, os mesmos se desenvolvem, potencializando o deterioro, apresentando-se uma típica sucessão ecológica. A composição química da canola e a microflora possibilitam a geração de rápidos e fortes aquecimentos, que podem causar uma auto combustão, de características similares ao girassol.
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¦Transportadores¦ ¦Gestão¦ ¦Canola¦ ROEDORES Como únicos aspectos sobressalentes podemos marcar dois fatos de importância: -As roturas das instalações geradas por os roedores (ratos) tem consequências más problemáticas quando se maneja canola, já que se facilitam os derrames. -Resulta mais problemático separar os excrementos das pragas da massa de grãos. Os princípios de luta que devemos considerar são os mesmos que se conhecem. QUADRO Nº1
Podemos observar que a 20ºC a canola de 10 % (possíveis condiciones no momento de colheita) em só 170 horas (7 dias) incrementa em forma perigosa a temperatura. A 25ºC e 10% requer 2 dias para elevar sua temperatura a 30ºC. E interessante observar que ao passar de 25ºC a 20ºC o tempo necessário para o aquecimento se duplica no trigo, e se incrementa 3,4 vezes na canola, isto nos demostra uma vez mais a facilidade com que este grão pode gerar AQUECIMENTOS ESPONTÂNEOS. QUADRO Nº 2
QUADRO Nº 3:
NOTA: O trabalho presentado é de origem francês, em suas condiciones praticas é fatível dispor de temperaturas diferenciais no alto do secador.
Podemos observar que a canola tolera temperaturas similares a outros grãos como a soja e o girassol, por o que seu secado, não implica maiores novidades. Não se recomenda secar a menos de 7%, porque o grão muito seco facilita a quebra. QUADRO Nº 4:
Podemos observar que para manter a canola com 2% de umidade encima da base necessitamos 4 vezes mais vasão que para o trigo ou cevada em condiciones similares. Os furos devem ser bem pequenos para evitar que a semente passe por eles, em muitos casos se deve recorrer a uma lona meia sombra (plástica) que evita que a semente passe ao interior do conduto. Se recomenda usar silos pequenos, arejar insuflando o antes possível (quando os condutos estão cobertos) e extrair o coração do silo, devido a acumulação de ME. Uma vasão adequada seria de 0,2m3 min/t, para assegurar que a velocidade de resfriamento seja maior que a de aquecimento. 10 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
A semente de canola é bastante tolerante a altas temperaturas de secagem, devemos ter em conta que o ar sempre tem uma temperatura maior que a que alcança os grãos. Mas temperaturas moderadas por períodos prolongados podem causar perda da capacidade germinativa. Vemos o seguinte quadro. QUADRO Nº 5:
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¦Canola¦ Vemos que com breves exposições não existem diferenças entre as distintas temperaturas a que se expõe a semente, mas com 24 ou mais horas de exposição a temperaturas mais elevadas, o dano sobre a capacidade germinativa é notável.
QUADRO Nº 7:
QUADRO Nº 6:
É conveniente a colheita do grão úmido (até 15%), para ter a melhor qualidade e evitar as perdas na lavora (por ex. por deiscência). Claro que este grãos deve ser secado o antes possível. Se a semente é armazenada a 25°C, tanto a presença de material verde (que vem com a semente da lavora) o armazenamento a umidades por encima de 8,5% constituem condições inseguras de armazenamento, já que rapidamente se desenvolvem fungos, o que gera o auto aquecimento da semente. Para armazenar canola por mais de 5 meses a umidade deve ser como máximo 7,5 %.
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Capacidade estimada com base as densidades do trigo e canola. Considerando uma densidade de 772kg por m3 para o trigo e de 669kg por m3 para a canola (ASABE D241.4).
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¦Manejo de Pragas¦ Uma das soluções para o problema de perdas ocasionadas por pragas em armazéns é o “Manejo Integrado de Pragas na Unidade Armazenadora de Grãos”.
Técnica de Manejo Integrado de Pragas de Grãos Armazenados Por: Eng. Irineu Lorini |Pesquisador Embrapa Soja
Esse processo consiste na série de medidas que devem ser adotadas pelos armazenadores para evitar danos causados por pragas. Essa técnica compreende várias etapas, tais como: Mudança de comportamento dos armazenadores É a fase inicial e mais importante de todo o processo, no qual todas as pessoas responsáveis que atuam na unidade armazenadora de grãos têm de estar envolvidas. É necessário que desde operadores das unidades, que lidam com o grão propriamente dito, até dirigentes das instituições armazenadoras desses grãos participem do processo. Nessa fase, o alvo é conscientizar sobre a importância de pragas no armazenamento e danos diretos e indiretos que estas podem causar. Conhecimento da unidade armazenadora de grãos Esta deve ser conhecida em todos os detalhes, por operadores e administradores, desde a chegada do produto à recepção até a expedição, após o período de armazenamento. Essa inspeção deve identificar e prever pontos de entrada e abrigo de pragas dentro do sistema de armazenagem. Nessa fase também deve ser levantado 14 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
Eng. Irienu Lorini| irineu.lorini@embrapa.br
Acesse: www.graosbrasil.com.br químicos: a resistência de pragas aos produtos químicos é uma realidade comum no mundo todo e cada vez mais deve ser considerada, de forma consciente, por todos os envolvidos no processo, uma vez que pode inviabilizar o uso de alguns produtos químicos disponíveis no mercado e provocar perdas de elevados investimentos de capital para a consecução dessas ações. Potencial de destruição de cada espécie-praga O verdadeiro dano e a consequente capacidade de destruição da massa de grãos por cada espécie-praga devem ser perfeitamente entendidos, pois determinam a viabilidad e de comercialização desses grãos armazenados.
o histórico do manejo de pragas na unidade armazenadora nos anos anteriores, identificando problemas passados. Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora O uso adequado dessas medidas definirá o maior sucesso da meta preconizada. O uso de equipamentos simples de limpeza, como, por exemplo, vassouras, escovas e aspiradores de pó em moegas, túneis, passarelas, secadores, fitas transportadoras, eixos sem-fim, máquinas de limpeza, elevadores, entre outros nas instalações da unidade armazenadora representa os maiores ganhos deste processo. A eliminação total de focos de infestação dentro da unidade, como resíduos de grãos, poeiras, sobras de classificação, sobras de grãos, etc., permitirá o armazenamento sadio. Após essa limpeza, o tratamento periódico de toda a estrutura armazenadora, com inseticidas protetores de longa duração, é uma necessidade para evitar reinfestação de insetos nesses armazéns. Correta identificação de pragas As pragas que atacam os diferentes tipos de grãos devem ser identificadas taxonomicamente, pois dessa identificação dependerão as medidas de controle a ser tomadas e a conseqüente potencialidade de destruição de grãos. As pragas de grãos armazenados podem ser divididas em dois grupos de maior importância econômica, que são besouros e traças. No primeiro grupo, as espécies que causam maior prejuízo são R. dominica, S. oryzae, S. zeamais e T. castaneum , e, no segundo, S. cerealella é a traça de maior importância. Conhecimento da resistência de pragas aos inseticidas
Proteção do grão com inseticidas Depois de limpos e secos, e se houver armazenamento por períodos longos, os grãos podem ser tratados preventivamente com inseticidas protetores, de origem química ou natural. Esse tratamento visa a garantir a eliminação de qualquer praga que venha a infestar o produto durante o período em que este estiver armazenado. O tratamento com inseticidas protetores de grãos deve ser realizado no momento de abastecer o armazém e pode ser feito na forma de pulverização na correia transportadora ou em outros pontos de movimentação de grãos, com emprego de inseticidas químicos líquidos ou mediante polvilha-mento com inseticida pó inerte natural, na formulação pó seco. Este último, um inseticida
¦Manejo de Pragas¦ proveniente de algas diatomáceas fossilizadas, é extraído e moído em um pó seco de fina granulometria. Agindo no inseto por contato, causa morte por dessecação, não é tóxico e mantém inalteradas as características alimentares de grãos. É importante que haja perfeita mistura do inseticida com a massa de grãos. Também pode-se usar pulverização ou polvilhamento para proteção de grãos armazenados em sacaria, na dose registrada e indicada pelo fabricante. No caso de inseticidas químicos, para proteção de grãos às pragas S. oryzae e S. zeamais, indica-se o uso de inseticidas organofosforados, uma vez que tais produtos são específicos para essas espécies-praga. Já para R. dominica, os inseticidas indicados são os do grupo dos piretróides. Tratamento curativo: sempre que houver presença de pragas na massa de grãos, devese fazer expurgo, usando produto à base de fosfina. O expurgo ou a fumigação é uma técnica empregada para eliminar qualquer infestação de pragas em grãos e sementes armazenadas através do uso de gás (LORINI et al., 2013). O único tratamento curativo disponível atualmente é o expurgo com fosfina, independente da apresentação comercial. Entretanto, é importante lembrar que já foram detectadas raças de pragas resistentes a esse fumigante (LORINI et al., 2007). Além disso, para uso de fosfina, a temperatura e a umidade relativa do ar no armazém a ser expurgado são de extrema importância, pois determinarão a eficiência do processo. O tempo mínimo de exposição das pragas à fosfina deve ser de 168 horas para temperatura superior a 10ºC. Abaixo de 10ºC não é aconselhável usar fosfina em pastilhas, pois a liberação do gás será muito lenta, afetando o expurgo. A umidade relativa do ar deve ser superior a 25%, no intervalo das 168 horas, desaconselhando-se
o procedimento com umidade inferior a 25%. Nessas condições, como ocorre com a temperatura baixa, a liberação do gás poderá ser muito lenta. Para definir o período de exposição, a temperatura e a umidade relativa do ar devem ser consideradas, prevalecendo, entre os dois, sempre o fator mais limitante (LORINI, 2012). O expurgo deve ser empregado sempre que houver infestação, seja em produto recém-colhido infestado na lavoura, seja após um período de armazenamento em que houve infestação no armazém. O expurgo pode ser realizado nos mais diferentes locais, desde que seja observada a perfeita vedação do local e as normas de segurança para os produtos químicos. Assim, pode ser realizado em lotes de sementes, silos de concreto e metálicos, armazéns graneleiros, tulhas, vagões de trem, porões de navios, câmaras de expurgo, entre outros. O gás introduzido no interior da câmara de expurgo deve ficar no ambiente em concentração letal para as pragas. Por isso, qualquer saída ou entrada de ar deve ser vedada, sempre com materiais apropriados, como a lona de expurgo. Para lotes de sementes ensacadas, para garantir vedação é essencial a colocação de pesos sobre lonas de expurgo ao redor das pilhas. Para que o expurgo seja eficiente, ou seja, para que os insetos sejam eliminados, independentemente da fase do ciclo de vida, a concentração de fosfina deve ser mantida, no mínimo, em 400 ppm por pelo menos 120 horas de exposição (LORINI et al., 2011), e a distribuição do gás no interior do silo deve ser uniforme. Monitoramento da massa de grãos Uma vez armazenados, os grãos devem ser monitorados durante todo o período em que permanecerem estocados. O
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acompanhamento da evolução de pragas que ocorrem na massa de grãos armazenados é de fundamental importância, pois permite detectar o início da infestação que poderá alterar a qualidade final do grão. Esse monitoramento tem por base um eficiente sistema de amostragem de pragas, independentemente do método empregado, e a medição de variáveis, como temperatura e umidade do grão, que influem na conservação do produto armazenado. Registra o início da infestação e direciona a tomada de decisão por parte do armazenador, a fim de garantir a qualidade do grão. Gerenciamento da unidade armazenadora: todas essas medidas devem ser tomadas através de atitudes gerenciais durante a permanência dos grãos no armazém, e não somente durante o recebimento do produto, permitindo, dessa forma, que todos os procedimentos interajam no processo e garantindo melhor qualidade de grão para comercialização e consumo.
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¦Agropecuária¦ Agropecuária não é a “vilã” no consumo de água Por: Leonardo Gottems |Agrolink
“As afirmações que apontam a agropecuária como sendo a grande vilã do consumo de água, são frutos do desconhecimento de algumas pessoas, pois ao lidar com a natureza, o produtor rural valoriza a maior forma de utilização da terra, tanto na água quanto no solo”. A afirmação é do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa), Carlos Fernandes Xavier. Assim como ele, diversos especialistas vieram a público rebater as afirmações de grupos ativistas que acusam o setor produtivo rural de ser o responsável pelo desabastecimento hídrico atual no Brasil. “Hoje, as soluções tecnológicas permitem, ao setor produtivo, inovar, melhorar, modernizar e trabalhar o campo para garantir a manutenção, conservação e perpetuação dos recursos naturais”, ressalta Xavier. Coordenadora de Meio Ambiente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Paula Mello afirma que “em momentos de crise, o mais fácil é um apontar o dedo para o outro. O difícil é buscar convergências, assumir que existe a necessidade de mudanças e abraçá-las como oportunidades de melhorias, em todos os setores. A grande questão é que a água disponível para captação precisa servir a usos múltiplos, inclusive ecológicos, e a pressão sobre esse recurso natural vem aumentando”. “É preciso produzir alimentos, bens e energia com eficiência para atender às necessidades e anseios da população, que não só cresce, mas altera seu modo de consumo, e também é preciso 18 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
ter água para abastecimento humano, que por lei é um dos usos prioritários”, disse Ana Paula ao Portal da SNA (Sociedade Nacional da Agricultura). Segundo ela, “a cidade tem grande responsabilidade, afinal 80% da população vive lá e depende da água produzida no meio rural, às custas do produtor. A realidade é que a coleta ocorre em alto percentual, mas o tratamento não é feito, de forma que o esgoto é concentrado em grande quantidade e lançado no rio. Disso decorrem também problemas de saúde pública, por causa de doenças de veiculação hídrica”. Diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogégio Romanini diz que “neste momento, o que se faz necessário é melhorar a utilização da água disponível no planeta, sem desperdícios, com reaproveitamento e com um trabalho muito intenso de descontaminação dos rios, que recebem grandes descargas de esgotos e resíduos nos principais centros urbanos do País”. Na opinião da consultora de Meio Ambiente do Senar Goiás, Jordana Sara, o setor agropecuário é visto como grande vilão por uma falta de análise críticas das informações que são apresentadas: “Quando falamos em consumo já nos deparamos com o primeiro erro, porque o nosso setor utiliza a água no processo produtivo e devolve esse recurso para o ciclo dos recursos hídricos na forma mais pura. A água que aplicamos na irrigação, por exemplo, a maior parte infiltra no solo, reabastecendo os lençóis freáticos e nascentes.”
¦Armazenagem¦ Armazenamento e Conservação de Grãos Por: Dr. Moacir Cardoso Elias |Labgrãos | UFPel
RESPIRAÇÃO FORMAS DE RESPIRAÇÃO NO ECOSSISTEMA DE ARMAZENAMENTO
Depois de colhidos, os grãos continuam a respirar, produzindo gás carbônico, água e calor. Aeróbia Em condições aeróbias, o coeficiente respiratório dos grãos de gramíneas (ou poáceas) se aproxima de CO2/O2 = 1, praticamente sendo equivalente à oxidação completa da glicose, em conseqüência do alto conteúdo de carboidratos que predomina nas cariopses. Para os grãos oleaginosos, esta relação é menor do que 1, pois as matérias graxas, que são oxidadas durante a respiração, são mais pobres em O2 e mais ricas em H2 do que os açúcares, necessitando maior quantidade de O2 para a transformação dos ácidos graxos em CO2 e água. A reação de respiração aeróbia pode ser sintetizada pela equação: C6H12O6 + 6 O2 6CO2 + 6 H2O + 667,2kcal. Anaeróbia Diferentemente da aeróbia, em condições anaeróbias o 22 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
Dr. Moacir Cardoso Elias| eliasmc@uol.com.br
Acesse: www.graosbrasil.com.br aceptor final de hidrogênio não é o oxigênio, mas um radical orgânico, resultando da respiração também o gás carbônico, o calor e uma substância orgânica como o álcool etílico, ao invés de água como em aerobiose. Nesse caso, o oxigênio utilizado provém do próprio grão, num fenômeno de intra-oxidação, característico das fermentações. Dependendo do substrato e do sistema enzimático envolvido, ao invés de etanol podem ser produzidas outras substâncias como ácidos orgânicos de baixo peso molecular, aldeídos, cetonas, bases nitrogenadas, aminas, amidas e outras. Esse processo libera menos calor do que o aeróbio e caracteriza oxidações incompletas, diferindo no Ciclo de Krebs a partir do piruvato. Por essas razões, nos processos respiratórios anaeróbios são perceptíveis odores. A reação anaeróbia pode se sintetizada com a equação: C6H12O6 2CO2 + 2C2H5OH + 22kcal. A respiração é processo fortemente relacionado com a deterioração. Enquanto vivos e em condições aeróbias, os grãos respiram, consumindo reservas, sejam essas como carboidratos, lipídeos, proteínas e/ou ácidos orgânicos. Conseqüentemente, há a liberação de água, gás carbônico e energia (esta sob a forma de calor). Grãos deteriorados apresentam maior quociente respiratório (CO 2 liberado/O 2 absorvido), ou seja, maior liberação de CO2 com menor absorção de O2, assim como maior desorganização do processo respiratório.
FATORES QUE INTERFEREM NA RESPIRAÇÃO Temperatura Quanto mais a temperatura se elevar, maior será o risco de deterioração. Pela Lei de Vant’Hoff, a cada 10oC de aumento de temperatura as reações sofrem acelerações de duas a três vezes, até os 40oC. Acima disso, a respiração pode cessar como resultado dos efeitos destruidores que o calor elevado tem sobre as enzimas. Umidade Grãos armazenados com umidade entre 11 e 13% têm discreta respiração, mas, se a umidade aumentar, a respiração se acelera. Pelo caráter hidrófobo das gorduras, os grãos oleaginosos devem ser mantidos umidades menores. Organismos associados (estado sanitário) Parte significativa do calor e do gás carbônico, produzidos na respiração de grãos úmidos, é atribuída ao metabolismo de microrganismos presentes. A exigência em umidade para o desenvolvimento é crescente para fungos, fermentos e bactérias, nesta ordem. Também o metabolismo de insetos e/ou de ácaros pode exercer importante papel no aumento da temperatura dos grãos no armazenamento. Enquanto os microrganismos tendem à produção de aquecimento generalizado em toda a massa, os insetos e os ácaros o fazem em focos, formando bolsas de calor. Apenas as pragas primárias atacam grãos íntegros, mas podem atacar também grãos danificados, enquanto pragas secundárias (insetos) e ácaros atacam somente grãos fisicamente comprometidos. Ácaros atacam preferentemente materiais pulverulentos. GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 23
¦Armazenagem¦
Composição do ar ambiente As taxas de CO2 e O2 interferem no processo respiratório dos grãos. É mais difícil ao ar circular entre os grãos armazenados a granel do que num armazém de sacarias. Por essa razão, sempre que o armazenamento for a granel, é imprescindível a instalação de um adequado sistema de aeração, complementado pelo sistema de termometria. Em circulação natural o ar não atravessa a massa de grãos de modo a resfriá-la convenientemente, só através de aeração forçada, diferentemente do que ocorre nos sistemas convencionais de armazenamento, onde natural deve ser facilitada a circulação do ar por convecção, através da instalação de portas e janelas amplas e devidamente protegidas para não facilitar a entrada de animais e nem a infestação de pragas. Alem de o grão se conservar menos, perde mais peso se o processo respiratório for intenso. CONSEQÜÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO Autoaquecimento dos grãos O aquecimento é conseqüência do processo respiratório dos grãos, associado ao dos fungos e/ou das pragas. Isto ocorre quando o grau de umidade está acima do satisfatório. Se ocorrer localizada, em determinada região da massa de grãos no silo, formam-se as “bolsas de calor”. Porque os grãos têm baixa condutibilidade térmica, o calor se acumula, aumenta a temperatura da massa de grãos e do ar intergranular, aumentando a respiração dos próprios grãos e, em seqüência, dos microrganismos, insetos e ácaros, seguidos por reações químicas não-enzimáticas, com destaque especial para as exotérmicas, como oxidação de lipídeos, podendo chegar à autocombustão, a partir de uma dinâmica metabólica intensa. Acima de 55ºC, o aquecimento é devido à oxidação por reações não bioquímicas dos grãos. 24 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
O aquecimento secundário ocorre mais em grãos oleaginosos do que em outros, em função do alto teor de óleo, que tem moléculas quimicamente instáveis, por serem ésteres e contarem com cadeias insaturadas nos ácidos orgânicos, fatores que lhes conferem grande reatividade. Quanto menores forem os grãos, mais gorduras tiverem em sua composição e mais danificados estiverem, maiores serão as probabilidades de ocorrer autocombustão. Termometria e aeração são importantes aliadas nesse caso. As regiões do silo mais suscetíveis a estas variações são aquelas próximas às paredes, ao piso e à superfície da massa de grãos, na parte superior da carga. Qualquer variação brusca deve ser encarada com bastante cautela. As medidas de manejo operacional para prevenção dos fenômenos e/ou controle de seus efeitos, incluem limpeza e secagem prévias ao armazenamento, com aeração e/ou transilagem e/ou intra-silagem, podendo haver também expurgo e outras medidas sanitárias complementares. A aeração homogeneíza a temperatura interna no silo, reduzindo os efeitos das correntes convectivas e a ocorrência de bolsas de calor. A medida da temperatura pode ser feita através de termopares ou termômetros. Dinâmica metabólica Em qualquer sistema de armazenamento, no mínimo, estarão juntos grãos, ar e microrganismos. Os grãos são organismos armazenados vivos. Em conseqüência, respiram, produzindo água, calor e gás carbônico, da mesma forma que ocorre com os organismos associados, iniciando-se uma série de reações e fenômenos seqüenciais. O aquecimento produzido pelo processo respiratório dos grãos, associado aos dos microrganismos, insetos e ácaros, provoca alterações nas dinâmicas metabólicas, que em geral começam com o metabolismo dos grãos, acumulando calor e água, o que estimula, inicialmente, desenvolvimento de microrganismos
Acesse: www.graosbrasil.com.br psicrófilos, seguidos dos mesófilos e dos termófilos. Insetos e ácaros se desenvolvem na mesma condição ambiental dos mesófilos. Todos esses processos consomem reservas e liberam calor e água, gerando fenômenos de autoaceleração, uma vez que os produtos das reações são aceleradores delas próprias. Essa seqüência é denominada dinâmica metabólica (Figura 09). A aeração remove o calor e uniformiza a temperatura do sistema. A deterioração dos grãos é inexorável e irreversível, depende da temperatura, das variações no teor de água e do ataque de pragas e microrganismos e pode ser apenas atenuada, por adequados controles nos manejos de conservação. Como têm baixa condutibilidade térmica, o calor se acumula, aumenta a temperatura, intensifica a respiração dos próprios grãos e dos organismos associados. Em geral, os metabolismos paralisam acima de 50-55ºC, pela inativação das enzimas, que são substâncias termolábeis, ainda que microrganismos termófilos possam suportar temperaturas mais elevadas, mas também acabam sendo destruídos pelo calor quando ultrapassa sua termorresistência. Mesmo tendo desaparecido todas as formas de vida, a partir dessa situação, com o grande acúmulo de energia liberada no sistema, reações químicas não enzimáticas continuam ocorrendo. Reações exotérmicas, como oxidação de lipídios, liberam calor para
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¦Armazenagem¦ o meio, o qual pode atingir uma quantidade tal que pode chegar à autocombustão, que começa com os metabolismos e continua na oxidação não biológica do grão. Se o sistema for hermético, o CO2 produzido estabiliza o processo e cessa a respiração, com a diminuição da relação oxigênio/gás carbônico. Se não for hermético, o gás é dissipado para a atmosfera. Manejo conservativo e metabolismo Os manejos conservativos de grãos no armazenamento estão estreitamente relacionados com os metabolismos dos grãos e dos organismos associados. A respiração aeróbia produz dois fatores de autoaceleração: a água e o calor. Em conseqüência disso, uma vez iniciada tende a continuar autoacelerada. Na anaeróbia, juntamente com o gás carbônico produz uma substância orgânica, sempre tóxica, como é o caso das leveduras nos processos fermentativos, caracterizando um processo de oxidação incompleta. A quantidade de calor produzido e a de gás carbônico liberado são muito menores do que nos processos aeróbios. Para uma boa conservação hermética, devem ser armazenados grãos íntegros, limpos e secos para não serem estimulados os microrganismos facultativos e anaeróbios. Um expurgo deve ser feito antes de uma transilagem e/ou
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uma intra-silagem, para que não ocorram disseminações de focos. A termometria é eficiente para detectar metabolismo aeróbio. O manejo dos sistemas onde predomina respiração anaeróbia deve ser feito com medidas preventivas. É recomendável aerar uma vez a cada 30-60 dias, preventivamente, apenas para acabar com anaerobioses, mesmo que não sejam registrados aumentos de temperatura. A perda do valor nutritivo é diretamente proporcional aos processos respiratórios. Se a temperatura aumenta é sinal que aumentou a respiração. Para diminuir a temperatura os grãos devem ser aerados.
¦Pragas¦ Muitas consultas tivemos este ano pela incidência das pragas de grãos armazenados. Insetos que normalmente não chegam a ser problema, nesta safra exigiu dos responsáveis de grãos maiores tarefas de expurgo e também assumir perdas de qualidade e peso, assim como o rechaço pela presença de pragas vivas nas entregas.
Pragas de Armazenagem: Um ano difícil. Por: Eng. Domingo Yanucci |Grãos Brasil - Consulgran | graosbr@gmail.com
Muitos se perguntarão, Que fizemos errado este ano que o que habitualmente da resultado, agora não da? Esta pergunta não tem uma só resposta, mais podemos dar alguns elementos para ajudar a resolver o questionamento. Vimos falando em nossos cursos e jornadas que as pragas mudam. Isto não só significa que vão aparecendo novas espécies, ou espécies em nichos onde não eram comuns, também significa que a mesma espécie responde distinto aos químicos que estão em uso. Este ano as condições climáticas, sobretudo as que ser referem a umidade e temperatura, favoreceram um ataque na lavora muito maior. Quer dizer que os graneies ingressaram a armazenagem, com uma grande infestação (normalmente chamada “oculta”). Sabemos que os sistemas de amostragem de qualidade que usamos no ingresso não são suficientemente sensíveis para detectar pequenas ou médias infestações, só encontramos insetos quando tem muitos ou quando se encontram por casualidade. Esta situação somada as condições de armazenagem, sobre tudo o clima quente,
permitiu um desenvolvimento importante de pragas. Por outro lado, a elevada carga de infestação nos obriga a cuidar mais os detalhes e ajustar as doses dos produtos em uso, se isto não foi assim, é lógico pensar que graneis que outras safras se armazenavam sem problemas a 6 ou 8 meses, agora aos 4 meses já manifestam problemas. Estamos acostumados a falar de espécie de insetos, por exemplo dizemos que os carunchos (Sitophilus spp.) são sensíveis aos órganofosforados, que o Ryzopertha sp. é muito afetado por piretroides, etc. mas esta é uma generalização, que se bem é certa, nos pode fazer perder de vista que dentro das espécies tem “raças”, subgrupos de famílias que tem características particulares. As infestações podem vir da lavoura, podemos afirmar que é quase impossível que um cereal venha do campo sem uma infestação, por mais que seja pequena, por outro lado também temos infestação nas mesmas instalações de armazenagem porque não se corta o ciclo das pragas totalmente, ao não elimina-las em 100% das instalações.
¦Pragas¦ Estas pragas das instalações são as que vão gerando raças mais resistentes, ano traz ano. E fácil entender que quando não matamos todas as pragas, as que permanecem são as que vão produzir a próxima geração. Destas que sobrevivem, sem eliminar-se, alguns podem manifestar uma resistência natural ao agrotóxico que está sendo usado, respondem a uma pressão de seleção, gerando dentro da mesma espécie subgrupos que podem ter 5 ou 20 vezes mais resistência natural que o normal da espécie em questão. Isto já foi estudado em muitas espécies e muitos países, mostrando que raças de tribolios, sitophilus, cryptolestes, etc., se mostravam muito mais tolerantes ou resistentes ao praguicida em uso. Os responsáveis do manejo de grãos devem saber diferenciar claramente as espécies, conhecer seu ciclo de vida e quais são os fatores que afetam seu potencial de multiplicação e dano. Também devem saber como está sendo a pressão de seleção nas instalações em questão. Lembre o cryptolestes spp. de seu armazém não tem porque ser igual que o de seu vizinho. Está claro que o objetivo do controle de pragas não é matar as pragas, este é um objetivo arcaico. Hoje necessitamos conservar a massa de grãos livre de insetos vivos, livre de insetos mortos, sem resíduos perigosos, alcançar este objetivo com baixo custo e atendendo as normas de seguridade e higiene. As pragas não manifestam resistência ou tolerância a fatores físicos, como a temperatura ou a falta de oxigeno. Em geral as medidas físicas são muito efetivas e sempre devem formar parte importante do pacote de controle integrado de pragas. Alguns estudiosos falam que 70% do sucesso de controle de pragas, passa pela limpeza e os tratamentos das instalações. Nesta etapa, onde se deve cortar o ciclo das sucessivas infestações, onde mais se fala nos programas de controle. Falta de limpeza, deixar resíduos com inoculo, praguicidas deficientemente aplicados, em quanto a mecanismo de aplicação, frequência e doses, são erros comuns em nossos armazéns. Alguns recorrem a rotação de agrotóxicos, pensando que isto vai a ser a solução, mais se descuidam sas práticas de limpeza e tratamento de instalações, amostragem e monitoramento, acondicionamento da mercadoria, ajuste de doses, entre outros temas, seguirão tendo os problemas de sempre. Um velho ditado diz: Nenhum agrotóxico é melhor que sua aplicação. Em fim, os desafios se apresentam e devemos supera-los, assim que não pensem que o que sempre foi bom vai a seguir dando resultado, é melhor adiantar-se aos problemas que seguir atrás. Ficamos a sua disposição para atender suas consultas, se já tem problemas significa que algum ajuste é necessário fazer em seu programa de controle. 28 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
¦Secagem¦ A operação de secagem de grãos e sementes é etapa fundamental no recebimento de produtos agrícolas e sua correta aplicação assegura menores perdas qualitativas durante as etapas de beneficiamento e armazenamento até a utilização final, seja na semeadura das sementes, seja no processamento industrial de grãos.
Procedimentos Operacionais na Secagem com Alta Temperatura Por: Adair Luiz Sulzbacher, Victor Goltz e Francisco Amaral Villela |alsulzbacher@uol.com.br
Basicamente, a secagem tem o objetivo de favorecer a manutenção da qualidade das sementes e dos atributos físicos e nutricionais de grãos destinados à indústria. A diminuição significativa das reações bioquímicas, promotoras da deterioração das sementes e grãos, pode ser obtida pela redução da umidade, levando ao controle do ataque fúngico e à restrição do processo respiratório. Desta forma é possível alcançar os seguintes benefícios: • Menor consumo de matéria seca, pela diminuição da respiração, preservando a quantidade colhida; • Oportunizar a antecipação da colheita; • Permitir a armazenagem por maiores períodos de tempo; • Reduzir a possibilidade de infestação por insetos. Métodos de secagem A secagem de produtos agrícolas pode ser realizada de
forma natural ou artificial, e esta com baixa ou alta temperatura. Neste trabalho será apresentada a secagem artificial utilizando alta temperatura. Secagem em alta temperatura Os secadores desta modalidade operam com temperaturas do fluxo de ar elevadas (entre 50-60°C e 100-120°C) na parte superior da câmara de secagem. Podem ser classificados segundo dois critérios. Primeiro, quanto às direções e sentidos dos fluxos do ar de secagem e da massa de produto, os secadores podem ser de: • leito fixo; • fluxos cruzados; • fluxos contracorrentes; • fluxos concorrentes; • fluxos mistos - secador tipo cascata. GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 29
¦Secagem¦ Segundo, quanto à forma de funcionamento, os secadores são classificados em contínuos e intermitentes. Nos contínuos, o produto necessita passar uma só vez pelo secador para atingir o teor de água pretendido. Enquanto nos intermitentes, o produto necessita recircular mais de uma vez pelo corpo do secador. Componentes de um secador 1- Caixa Silo : Depósito de grãos, localizado na parte superior do secador, dimensionado para compensar a redução do volume da massa de grãos durante a secagem. Tem a função de receber o produto e distribuí-lo uniformemente na torre de secagem, evitando que o ar aquecido proveniente da fornalha passe diretamente pelos dutos, prejudicando a operação de secagem e causando risco de incêndio. Além disso, serve de câmara de homogeneização (equalização) na secagem intermitente. Na caixa silo encontra-se o controle de nível para indicar o pleno carregamento do secador. Ademais, é dotada de plataforma para manutenção e porta de inspeção que permite acesso ao interior. 2- Torre de Secagem: Constituída de painéis e dutos em forma de “V” invertidos ou colunas, por onde movem-se os grãos recebendo o ar de secagem e perdendo a umidade, ou seja, onde se processa a secagem. Pode ser utilizada toda a capacidade para secagem ou 2/3 para secagem e 1/3 (inferior) para esfriamento. Na torre de secagem está instalado o sistema de termometria, que monitora as temperaturas de secagem, bem como escadas e plataformas para limpeza e manutenção. 3 - Descarga: Composta de eixos rotativos com aletas (eclusas) acionadas por motor e redutor, monitorado por inversor de freqüência, que possibilita variar a velocidade de descarga, a fim de alterar o fluxo de saída de produto. Acoplado à descarga está o funil que direciona o produto ao transportador de descarga. 4 - Camisamento: Fechamento externo do secador que
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contém os ventiladores e por onde circula o ar de secagem e de esfriamento. Possui divisórias internas que possibilitam o duplo aproveitamento do ar de secagem. 5 - Ventilador: Os ventiladores são do tipo axial normalmente, dimensionados para proporcionar um fluxo de ar com vazão e pressão adequados à realização da secagem. 6 - Fornalha: Local de geração de calor necessário ao aquecimento do ar de secagem que promove a retirada de umidade dos grãos. Pode ser substituída por queimadores a gás, a óleo, trocadores de calor, etc. Procedimentos antes do início da secagem Antes de ligar o equipamento, devem sempre ser feitas as seguintes verificações de segurança e limpeza: 1. Se os ventiladores estão desobstruídos e girando
Acesse: www.graosbrasil.com.br Umidade Relativa do Ar: 60% Portanto, produtos diferentes, com umidades diferentes ou ar ambiente com diferentes condições interferem acentuadamente na capacidade de secagem do equipamento.
livremente; 2. Se os ventiladores estão com rotores girando no sentido correto, conforme seta fixada na hélice; 3. Se o secador está limpo, sem resíduos ou produtos nos dutos; 4. Se o secador está limpo, sem produto no fundo, no camisamento ou na divisória interna; 5. Se as eclusas da descarga estão limpas, desobstruídas e girando no sentido correto; 6. Se as bandejas estão travadas (pinos de travamento); 7. Se as correntes da descarga estão limpas/lubrificadas e adequadamente tencionadas (deixar a descarga funcionando por alguns instantes); 8. Se os termômetros estão funcionando corretamente; 9. Se o controle de nível de produto está operando perfeitamente; 10. Se os registros de ar de esfriamento e reaproveitamento estão na posição correta.
Roteiro de Operação 1. Regular o fluxo, conforme orientado no item início da operação; 2. Acender o fogo durante a carga do secador, para agilizar a operação de secagem. Na fornalha, manter as portas dos cinzeiros abertas, as portas de alimentação do combustível (lenha) devem permanecer fechadas e as venezianas de mistura de ar do secador abertas; 3. Posicionar o fluxo do sistema de modo que o produto que esteja saindo do secador ainda úmido retorne ao funil de carga; 4. Ligar o elevador de carga e os demais equipamentos que antecedem o elevador no fluxo de produto úmido; 5. Quando o produto atingir aproximadamente a metade da torre, acionar a descarga por minutos, para evitar a formação de espaços vazios no corpo da torre; 6. Ao atingir a plena carga do secador, o controle de nível atuará indicando esta condição; 7. Fechar o registro da moega; 8. Desligar as máquinas que antecedem o elevador do secador, para evitar o embuchamento; 9. Ligar os ventiladores; 10. Iniciar a secagem de forma intermitente, ou seja, fazer o produto que sai do secador voltar ao funil de carga. O operador deve coletar amostras para determinar o momento que a primeira parte do produto que saiu do secador já deu uma volta completa e consequentemente já está seco. A partir deste momento, pode-se iniciar a secagem contínua.
Considerações específicas no início da secagem 1 - Secagem Contínua: Tipo de secagem em que o produto entra úmido (máximo 18% b.u.) e sai seco (13%) e frio (de 5 a 10°C acima da temperatura ambiente), pronto para a armazenagem. Os secadores foram dimensionados para os seguintes parâmetros: Produto: Soja Umidade de entrada: 18% B.U. Temperatura do Ar Ambiente: 20°C GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 31
¦Secagem¦ OBS: Iniciar a carga do secador com produto pré-limpo, pois as impurezas em excesso, além de diminuir o rendimento do secador, influenciam no fluxo interno dos grãos e podem provocar incêndios. NOTA: Na primeira carga do secador, parte do produto poderá cair da torre. O secador, entretanto, não deve ser colocado em funcionamento antes de ser feita a limpeza, pois este produto poderá sobreaquecer e até mesmo entrar em combustão, podendo provocar incêndio no secador. 2 - Secagem Intermitente: Utilizada para produtos com umidade acima de 18% ou que exijam temperaturas de secagem mais brandas, como por exemplo, as sementes. O secador deve ser carregado e o produto circulado diversas vezes pelo corpo do secador, até que a umidade chegue aos níveis desejados para armazenagem. Roteiro de Operação 1. Repetir o roteiro da secagem contínua; 2. Iniciar a secagem fazendo o produto que sai do secador retornar ao funil de carga. O operador, a partir da primeira volta completa, deve coletar amostras para saber o momento que toda a massa atinge a umidade pretendida. Ao alcançar a umidade desejada, descarregar o secador enviando o produto seco para armazenagem. Com a finalidade de reduzir o tempo de carga do secador, a descarga pode ser feita simultaneamente com o carregamento; o operador, neste caso, precisará de um controle mais rígido para não permitir que o produto não seco seja enviado para armazenagem. OBS: A operação de descarga de produto seco e carregamento de produto úmido pode ser repetida no máximo três vezes, devendo ser limpo então o secador. Antes de iniciar o descarregamento, desligar a descarga das eclusas; completar a carga do secador com produto úmido até começar a retornar; ajustar a descarga no painel com o controle de nível; colocar em funcionamento em regime contínuo, entrando produto úmido e saindo seco; monitorar a descarga e, ao começar sair produto úmido, parar o descarregamento e começar a fazer o produto circular até sair seco.
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3 - Secagem Coluna Inteira: Na secagem em coluna inteira, emprega-se toda a torre do secador com ar aquecido. Este tipo é usado para produtos com mais de 18%, que precisam dar mais de uma passagem no secador. Com este procedimento evita-se o esfriamento do produto e o gasto adicional de energia para aquecê-lo novamente, ao retornar à torre de secagem. É recomendável que na última passagem do produto pelo secador, os registros de entrada de ar frio sejam abertos para fazer o esfriamento. Pode-se também, manter os registros fechados para aumentar o rendimento do secador e resfriar o produto no silo ou armazém com uso da aeração. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO Várias podem ser as causas de incêndio em secadores.
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¦Secagem¦ Assim sendo, é importante que o operador tenha conhecimento para evitar a ocorrência. 1 - Impurezas: Uma das causas mais comuns é o excesso de impurezas dentro do secador, que, por não se deslocarem com a mesma velocidade dos grãos, vão sofrendo sobreaquecimento até que entram em combustão, causando incêndio. A solução para este problema é a limpeza periódica (a cada três dias) de toda a torre de secagem, removendo palhas e outras impurezas que tenham-se acumulado. 2 - Inadequada operação da fornalha: Se o operador fechar todas as aberturas da fornalha com intuito de diminuir o consumo de lenha, terá como resultado uma combustão incompleta e a redução da vazão de ar de secagem. Pode ocorrer também pressurização do sistema, causando arraste de fagulhas, que ao encontrar grãos mais aquecidos ou palhas já sobreaquecidas pode fazê-los entrar em combustão. NOTA: Vale ressaltar aos operadores que a secagem ocorre por meio de certo volume de ar aquecido, dimensionado para este propósito. Se o registro de mistura dimensionado com esta função for fechado, não haverá volume de ar suficiente para a secagem e consequentemente diminuirá o rendimento de secagem. Em outras palavras, o produto precisará passar mais vezes pelo corpo do secador para remover a mesma quantidade de água do que se estivesse sendo operado de forma adequada com um volume maior de ar aquecido. Desta forma, fechar as entradas de ar não resulta em economia de lenha e ainda eleva o consumo de energia elétrica, pois os equipamentos ficam ligados mais tempo que o necessário. Se forem usadas temperaturas mais altas que as recomendadas também pode haver precipitação do sobreaquecimento de impurezas; Se for usada lenha de má qualidade pode ocorrer formação de maior quantidade de fagulhas. 3 - Termômetro com Defeito : Se o termômetro não estiver marcando corretamente, o operador da fornalha pode elevar excessivamente a temperatura do ar de secagem e aquecer mais rapidamente as impurezas. Antes de entrar em operação, deve-se sempre conferir se o termômetro esta funcionando corretamente. 4 – Grãos que caem da torre durante o carregamento: Como já foi explicado, é frequente a queda de grãos da torre durante o carregamento. Se estes grãos forem retirados antes do início da operação do secador, poderão entrar em combustão. Deve-se sempre proceder a limpeza dentro do camisamento, antes da entrada do secador em operação. PROCEDIMENTO PARA APAGAR INCÊNDIO O operador deve fechar todas as entradas de ar do secador, 34| Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2015
pois sem oxigênio não há combustão. Para isto, imediatamente desligar os ventiladores, parar de alimentar o forno com lenha, fechar todos os registros de ar do secador e do forno, desligar equipamentos. Ao parar o fogo, descarregar o produto e limpar rigorosamente o secador. Caso o foco tenha atingido proporções maiores, abafar o secador conforme indicado anteriormente, porém fazendo simultaneamente a descarga do produto. IMPORTANTE! Nunca descarregar o secador que estiver com foco de fogo, sem apagá-lo. Isto evita a formação de espaços vazios na torre, porque com a chegada das impurezas, pode-se perder o controle do fogo gerando uma situação de difícil controle. Se houver necessidade, iniciar a descarga e ao mesmo tempo manter a carga com produto úmido, ou seja, descarregar produto seco e carregar com produto úmido, simultaneamente, permanecendo o secador sempre cheio. PROCEDIMENTO EM CASO DE FALTA DE ENERGIA Se o secador estiver operando, abrir todas as venezianas de todas as aberturas da fornalha (porta de lenha, porta de inspeção). Com isto, evita-se o sobreaquecimento. LIMPEZA DO SECADOR É de fundamental importância à limpeza periódica do secador. A seguir indicam-se os principais pontos a serem limpos: Torre de secagem: é necessário limpá-la periodicamente (a cada três dias), evitando que o produto e as impurezas eventualmente retidas, sofram sobreaquecimento e entrem em combustão; Descarga: deve ser limpa semanalmente ou imediatamente após a secagem, caso perceba-se a presença de pedras, madeiras ou outros objetos que eventualmente possam danificar o funcionamento das eclusas; Camisamento: a área de camisamento deve ser limpa sempre que contiver grãos ou resíduos. Também, deve-se verificar e limpar diariamente a divisória interna localizada logo abaixo dos ventiladores; Ventiladores: verificar periodicamente se os ventiladores estão limpos, sem palhas ou acúmulo de pó. A secagem natural ou artificial de grãos ou sementes, dependendo das condições ambientais, método ou modelo de secador, constitui-se em alternativa viável técnica e economicamente para possibilitar a elevação da produção e da qualidade dos produtos agrícolas. Cuidados especiais na operação de secadores artificiais devem ser levados em conta, para assegurar a obtenção de um produto de qualidade e a segurança dos operadores, mantendo a eficiência operacional da unidade, com prolongamento da vida útil dos equipamentos.
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GRAFICA
¦ CoolSeed News ¦
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¦Utilíssimas ¦ Trigo: Superfície brasileira deve cair 10,9%
Revista Granos & Postcosecha Latino Americana Já está nos armazens, laboratórios, corretores de grãos, etc. a última edição da Revista Granos & Postcosecha Latino Americana - De La Semilla Al Consumo. Nesta edição notas muito interessantes sobre qualidade, controle de pragas, manutenção, tecnologia, refrigeração e informes empresariais, junto com informações sobre cursos e seminários da especialidade. Interessados em assinar enviar email para: consulgran@gmail.com
11º Encontro MercoLab de Avicultura Valor das inscrições antecipadas até 11/09/2015 R$ 150,00. A partir desta data será de R$ 200,00. Forma de Pagamento: Depósito via Bradesco, Ag: 1987-9, CC: 12350-1 MercoLab Laboratórios Ltda. CNPJ: 04.857.370/0001-09 Só serão válidas as inscrições, as quais forem enviadas por e-mail (fran@mercolab.com.br ) ou fax (45 -32180018) da ficha de inscrição mediante o comprovante de DEPÓSITO IDENTIFICADO. Depósito precisa ser enviado o comprovante para fran@ mercolab.com.br ou fax (45) 3218 0018 Em caso de troca do nome do participante deverá ser realizada com mínimo 5 (cinco) dias que antecede o evento.
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A consultoria Trigo & Farinhas anunciou esta semana que a superfície de trigo no Brasil cairá 10,9% na safra atual, ficando em 2,4 milhões de hectares. O relatório também destacou que a área nos estados do Sul (os principais produtores) foi reduzida em 12%, enquanto houve uma subida de 10 pontos na área do Sudeste e Centro-Oeste do País. “Os números absolutos [de crescimento no Centro-Oeste] não são expressivos ainda, mas indicam uma tendência” afirma Luiz Pacheco, diretor da Trigo & Farinhas. Ele ressalta que a produtividade, acessibilidade aos maiores mercados e, portanto, a lucratividade, influenciam esse crescimento. A produtividade do trigo nos estados do Centro-Oeste do Brasil chega a 4,160 quilos por hectare, enquanto que no sul se produz com uma média de 2.795 quilos por hectare. As informações foram divulgadas pelo Blog AgroSouth News.
Jornadas Revista Granos A REVISTA GRANOS, junto com seus patrocinadores está realizando uma série de Jornadas de Atualização sobre a temática de Manejo de Grãos e levando as ideias de Pós-colheita de Precisão. Agradecemos o apoio promovido e a participação e entusiasmo dos assistentes. Em julho realizamos uma Jornada em Pergamino (Buenos Aires - Argentina), reencontrando velhos amigos, justo no dia do amigo. Também aconteceu uma Jornada em Dolores (Uruguai). Nada melhor que encontrar-nos, para trabalhar juntos por uma especialidade melhor.