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Publicação apoiada pela F.A.O. - Rede Latinoamericana de Prevenção à Perdas de Alimentos - ABRAPOS - CONAB - ANO XV - Nº 85 - Julho / Agosto - 2017

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85 Julho / Agosto 2017 É com grande prazer que colocamos em suas mãos uma nova edição da Grãos Brasil, da Semente ao Consumo. Os que nos conhecem de tantos anos sabem que nossa principal missão é levar informações úties ao setor armazenista. Aqueles que melhor competem, sabem que nos detalhes e na soma deles está a diferença. Temos que ser capazes de mudar de atitude, de ser aqueles que se preocupam quando tem um problema e que desejam solucionar, ter uma atitude que nos leve sempre a melhorar, que se preocupe não com os problemas e sim como ganhar eficiência, como baixar os gastos, como ser mais econômicos, como investir melhor, como ganhar em segurança, etc.. Este é o caminho da pós-colheita de precisão. Os últimos meses nos levaram a visitar Bolivia, Paraguai e Argentina, países vizinhos que usam a tecnologia desenvolvida no Brasil. Em todo nosso continente encontramos interessados em aprimorar o manejo pós-colheita de grãos e sementes. Nos próximos dias estaremos em El Salvador administrando um curso de atualização. Sabemos que nada é mais eficiente e econômico que melhorar a capacitação dos que diariamente tomam as decisões de manejo (recepção amostragem - classificação - secagem - limpeza - armazenagem - expurgo aeração - refrigeração - misturas - etc. etc.), muito equivocado está quem acredita que tem tudo resolvido e nada sustancial para melhorar. Esperamos vocês em nosso Granos SAC 2017, XX Expo pós-colheita que se realizará em Rosario (Sta.Fe - Argentina) nos dias 13 a 15 de setembro, além da exposição, palestras, etc., poderá participar de visitas a valiosas instalações da região. Nesta edição apresentamos informações de atualidade sobre conservação e valor aumentado. Este é um conceito bem interessante, como aumentar o valor dos grãos. O mercado demanda e nós os fornecedores das matériasprima devemos entregar produtos bem classificados, com um blending conforme o destinatário exigir, que permita que a industria e as produções posteriores ( ovos, carne , leite, etc.) obtenham o máximo de benefício. Nosso agradecimento aos profissionais que aportam suas experiências, as empresas anunciantes que fazem possível a Grãos Brasil e especialmente as leitores e assinantes que são nossos destinatários. Que Deus abençoe sua família e trabalho. Com afeto.

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02 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017



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Parâmetros técnicos e operacionais de secagem de grãos de arroz em industrial. |Newiton da Silva Timm e Maurício de Oliveira

23 A vaca foi pro brejo - Mas há como tirá-la de lá | Oswaldo J. Pedreiro 26 Equipamentos de Armazèm | Obial 28

Eng. Marco Vezzani

30 Supersilo, opção econOmica de Armazenamento | Eng. Agr. Edson L. Damaglio

Impresso Especial

Publicação apoiada pela F.A.O. - Rede Latinoamericana de Prevenção à Perdas de Alimentos - ABRAPOS - CONAB - ANO XV - Nº 85 - Julho / Agosto - 2017

Patulina | Prof. Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Besouros como Vetores de Proliferação de Fungos em Grãos 08 Armazenados e Ambientes de Aviários | Carlos Eduardo Soares 12 Inovação Tecnológica na Pós-Colheita | César Moutinho

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A safra recorde brasileira, e as perdas no ransporte rodoviário | 30 Eng. Agr. Bolsista Bruna Regina Blanger e Prof. Carlos Caneppele

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A Safrinha

NOSSOS ANUNCIANTES

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04 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017



Patulina Prof. Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz Prof. Associado Aposentado - Depto. Bioquímica - UEM (www.spssdiniz@gmail.com; www.spdiniz.com.br)

A Patulina, é um metabolito secundário, sendo também conhecida por clavicina, claviformina ou expansina, é uma toxina produzida pelos fungos Penicillium expansum, Aspergillus clavatus e Byssochlamys nívea. Penicillium expansum é talvez a espécie fúngica que se encontra com maior freqüência como produtora dessa micotoxina. . A patulina é um agente mutagênico e possuindo efeitos tóxicos sobre o trato gastrointestinal e sistemas nervoso central e imunológico, em ratos. Assim como, inibe a proliferação de células fetais de pulmão em humanos. É comumente encontrada em maçãs estragadas, e a quantidade de patulina em produtos derivados da maçã é considerada uma medida da qualidade das maçãs utilizadas na produção. Embora não seja uma toxina particularmente potente, alguns estudos mostraram que ela possui propriedades genotóxicas, de modo que algumas teorias defendem que ela possa ser carcinogênica, embora os estudos em animais sejam inconclusivos até o momento. A patulina também é um antibiótico. Vários países instituíram restrições à patulina em produtos derivados de maçãs. Essa toxina foi primeiramente isolada de Penicillium expansum por Birkinshaw et. al. em 1943. Dentre os fungos produtores podemos citar: Aspergillus clavatus, A.claviforme, A. giganteus, A. terreus, Penicillium patulum, P. roqueforti, P. expansum, P. variable, P.claviforme, P.lapidosum, P.melinii, P.rugolosum e P.equinum, e Gymmoascus spp. Alimentos mais susceptíveis de serem contaminados com Patulina Apesar de os esporos de muitos bolores capazes de produzir patulina se encontrarem presentes no fruto enquanto este se encontra ainda na árvore, estes não se desenvolverão no fruto antes da colheita. No entanto, o 06 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

desenvolvimento de bolor e a produção de patulina podem ocorrer num fruto pré-colhido, se este for afetado por uma doença ou danificado por insetos ou ainda, se os frutos que caíram da árvore forem recolhidos para, transformação. A condição do fruto no momento da colheita, a forma como o fruto é subsequentemente manuseado (especialmente durante o armazenamento), e as condições de armazenamento, serão decisivas na probabilidade de contaminação com patulina do fruto ou de outros produtos preparados a partir de fruta fresca ou armazenada. Quanto aos alimentos susceptíveis à presença desta micotoxina temos, além de sucos de frutas, especialmente a maçã, a ocorrência também no trigo, farinha, pão, farinha de milho, milho pipoca, amendoim, pecã, tortas de carne, pó de cacau, queijo, salame, lingüiça, maturados, presunto, curado, carne mofada, feijão, sorgo, soja, milho, cevada, doces refrigerados ou congelados, e plantas forrageiras e para silagem. Dentre os animais sensíveis à toxina estão bovinos, suínos, coelhos, ratos e o homem. Quanto aos sintomas registrados da ação da patulina, podem ser destacados além da ação carcinogênica; a ocorrência de edema, focos hemorágicos, hipersensibilidade e paralisia dos membros posteriores. Tendo ainda sido evidenciado em bovinos, distúrbios no sistema nervoso. Estabilidade da patulina a tratamentos físicos A patulina é relativamente estável à temperatura, em especial em pH ácido. Verificou-se que tratamentos curtos a altas temperaturas (150 °C) resultam numa redução de cerca de 20 % das concentrações de patulina. Contudo, o tratamento térmico por si só não é suficiente para garantir um produto isento de patulina. A fermentação alcoólica de sumos de fruta destrói a patulina, pelo que os produtos fermentados como a cidra e a pera não conterão patulina. No entanto, foi encontrada patulina em produtos fermentados aos quais foi acrescentado sumo de maçã depois da fermentação. Tem-se verificado que o ácido ascórbico provoca o desaparecimento da patulina do sumo de maçã, apesar de não terem sido completamente determinadas as condições ótimas para a inativação. Características Químicas Fórmula Química: C7H6O4 Peso Molecular: 154,12 g/mol Nome: 4-hidroxi-4H-furo[3,2-c]pirano-2(6H)-on. Propriedade Física: prisma compacto em éter ou clorofórmio; Ponto de Fusão: 111ºC; Solubilidade: Solúvel em água e solventes orgânicos comuns, excepcionalmente em éter, muito solúvel em etil e acetato de amila; DL50: 5 mg/ Kg. Estrutura da Patulina


Conclusão A contaminação de alimentos com patulina ainda é percebida em alimentos industrializados. Sendo relevante o aperfeiçoamento de técnicas de remoção e de degradação de patulina em alimentos contaminados; assegurando assim, a qualidade e valores nutricionais desses produtos alimentícios.

Prof. Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz Prof. Associado Aposentado - Depto. Bioquímica - UEM (Email:spssdiniz@gmail.com www.spdiniz.com.br)


Besouros como Vetores de Proliferação de Fungos em Grãos Armazenados e Ambientes de Aviários Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO, Departamentento de Ciencia e Tecnologia de Alientos, Centro de Ciencias Agrarias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopolis, SC. (www.labmico.ufsc.br)

INTRODUÇÃO A relação entre fungos e insetos de forma simbiótica já é conhecida há anos. Muitos besouros os utilizam como fonte de nutrientes na sua alimentação e até como substância antibiótica (as toxinas produzidas por eles). Contudo, quando enfatizamos a armazenagem de grãos, as perdas por diversas pragas, incluindo os insetos e fungos, causam prejuízos econômicos elevados em diversos países. Algumas espécies de besouros como o Alphitobius diaperinus são encontradas principalmente em ambiente avícola (granjas / armazéns / eco-sitemas próximos as fazenda / incluindo residências). Portanto, torna-se importante conhecer e desenvolver procedimentos para sua prevenção e controle da taxa de crescimento populacional. Inúmeras propriedades rurais que atuam na atividade avícola possuem culturas diversificadas de grãos para o aumento da renda. É durante o vazio sanitário das granjas que ocorre uma migração dos insetos principalmente para os armazéns rurais e residências próximas aos aviários. ESPÉCIE SECUNDÁRIA DE BESOUROS ASSOCIADA A GRÃOS ARMAZENADOS 08 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

O A l p h i t o b i u s d i a p e r i n u s ( C o l e o p t e ra : Tenebrionidae), vulgarmente denominado como cascudinho, é um besouro originário do Oeste da África, responsável por grandes problemas no setor avícola. É também conhecido como praga secundária em grãos armazenados, consumindo apenas os grãos já danificados. São cosmopolitas em sua distribuição e estão presentes em commodities como trigo, cevada, milho, arroz e se alimentam desses grãos quebrados e úmidos, de fungos aí presentes e também animais mortos (Arends, 1987). Utilizam moinhos, elevadores, armazéns agrícolas, contentores, caixas de grãos, galpões avícolas, residências e estábulos como esconderijos (Figura 1). O ciclo biológico de 50 a 70 dias, está sujeito às condições de umidade, temperatura e alimento disponível no ambiente. Este desenvolvimento é dividido em cinco fases reprodutivas, sendo elas a pré-ovo posição, ovo, larvas, pupa e adultos. O inseto adulto possui o corpo ovulado, tegumento marrom escuro, cabeça encaixada no protorax e seu comprimento pode variar de 5 a 6 mm. Os besouros são mais ativos em períodos noturnos, podem viver até 16 meses, as fêmeas podem produzir até 400 ovos em cada posturae as larvas precisam em média de 4 dias para incubação (ChernakiLeffer et al. 2001).



MONITORAMENTO E CONTROLE

Figura 1. Infestação de besouros (Alphitobius diaperinus) em diferentes fases: (a) larvas e (b) adultos na ração e (c) entre orifícios da madeira de aviários de frango-de-corte (Gallus gallus domesticus L.).

MICROORGANISMOS PATOGÊNICOS E DOENÇAS

Para prevenir infestações de insetos deve-se monitorar os grãos armazenados a cada semana para detectar sinais iniciais de deterioração ou infestação. Para minimizar os problemas causados pela infestação de besouros, procedimentos químicos (gás ozônio / diatomáceas / compostos de zinco / inseticidas) e/ou biológicos (espécies de entomopatógenos de extratos de plantas / insetos), estão em estudo como ferramenta de controle destes insetos em granjas, armazéns e silos, alguns deles considerados GRAS (generally recognized as safe) pela FAO.

Devido à exposição constante à microrganismos patogênicos em seu habitat, os besouros agem como um potencial vetor para a entrada de patógenos. Os fungos (Aspergillus e Penicilliumspp.), protozoários (Eimeria tenella), bactérias (Escherichia coli e Salmonella spp.) e vírus (Herpes gallid 2), e atingem principalmente as aves Figura 3. Regiões do besouro Alphitobius diaprinus adulto onde se concentram esporos e colônias fúngicas: (a) dorsal - sutura elitral e (b) ventral - abdômen (MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA).

Figura 2. Aves apresentando sintomas de doenças causada por (a) bactérias e(b) fungos presentes em ambiente de aviário (alergia, baixo desenvolvimento, micotoxicoes).

VETORES DE FUNGOS DE ARMAZENAGEM Utilizando microscopia, é possível identificar as partes anatômicas dos besouros onde as hifas e os micélios de fungos estão concentrados - o que contribui para a transferência massiva de seus esporos para o ambiente (Figura 3). Tanto os insetos vivos transmitem os esporos que ficam aderidos ao corpo e são dispersados quando se movimentam. Quando os insetos mortos os transmitem nesse caso, os fungos utilizam as carcaças dos insetos (exoesqueleto) como substrato para o desenvolvimento de suas colônias. Assim como os fungos, também os ácaros se aderem à regiões do corpo dos besouros, principalmente quando há uma infestação elevada carreando problemas aos animais (Figura 4) (Rodrigues et al., 2001). 10 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

Figure 4. Micrografias de insetos mortos com a presença de micélios, hifas e esporos de fungos nas regiões dorsal (a) toráx / (b) sutura elitral e ventral (c) patas / (d) abdômen (ESTEREOSCOPIA & MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA)

Carlos Eduardo Soares: Zootecnista, MSc em Ciência dos Alimentos (cesszootec@gmail.com) Vildes M. Scussel: Profa. PhD, PD (vildescussel2000@yahoo.co.uk)



Inovação Tecnológica na Pós-Colheita Sempre buscando me atualizar e atento às inovações tecnológicas que surgem, nunca fecho a porta para a informação, seja ela de qualidade ou não. Tudo merece atenção... Nesse intuito, fui visitar a Fábrica da HM Rubber em Pinhais-PR, para avaliar sua proposta, conhecer os produtos e suas possíveis aplicações. Saí impressionado com a qualidade da Borracha Líquida e suas aplicações nos processos e propostas de impermeabilizações. Como trabalho com o setor de Pós-Colheita de Grãos, prevejo uma infinidade de soluções à problemas existentes no setor, que podem fazer a diferença na qualidade dos grãos armazenados colocados à disposição do consumidor. Sabemos que quando se lida com água, é impossível impedirmos seu fluxo e assim, surgem as indesejadas infiltrações prediais seja nas elevações de alvenaria, telhados, poços dos elevadores de grãos, seja nas moegas, silos ou bases de silos. Tudo compromete, dessa forma a qualidade do serviço de conservação desses grãos que estão sob a custódia do armazenador. Grãos são organismos vivos que respiram produzindo gases e consumindo energia, o que resulta em perda de massa, sendo esse o principal prejuízo ao profissional armazenador desatento. Outro sério fator a ser considerado pelo setor, diz respeito ao tratamento fitossanitário dos grãos. Aqui aparecem insetos, fungos e bactérias (micotoxinas) além de outras pragas como os roedores. Tudo visando a manutenção da qualidade ofertada ao consumidor, que na verdade é quem paga pelo produto. Como visamos aumentar a renda do setor primário, evidente que numa oferta sendo de produtos com qualidade, a remuneração tende a ser maior, permitindo a sustentabilidade da produção, na medida em que há margem de lucro, razão de sobrevivência do setor. Se não há lucro, não adianta haver superprodução de safra, pois não haverá continuidade do setor, reduzindo dessa forma a oferta de alimentos. O mundo carece de alimentos, tanto em quantidade como com qualidade! O setor de Pós-Colheita de Grãos é o responsável pelo trato desse produto, disponibilizando um resultado da safra que permita ganhos ao produtor, assim como mantendo o setor rural vivo em termos de sustentabilidade, seja ela ambiental, como financeira e de crédito. Sabe-se que micotoxinas são a dor de cabeça do armazenador, pois impactam na qualidade do produto, embora o mercado ainda não questione por qualidade, não exigindo produtos de qualidade e isentos de micotoxinas ou ainda, dentro dos limites pré-estabelecidos pela ONU. 12 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

Saliento que micotoxinas podem ser cancerígenas, ou levando à quadros de outras doenças, onde os tratamentos são caros e às vezes ineficientes à saúde humana. S e a l i a r m o s u m i d a d e s i n d e s e j áve i s n o armazenamento, com o provável desenvolvimento das micotoxinas, o que é perfeitamente aceitável que ocorra se o armazenamento não for o correto, há uma certeza: baixa rentabilidade no resultado operacional do armazém, com sérios comprometimentos na qualidade do produto. Assim que urge atenção de armazenador em controlar umidade dos grãos, do ambiente e acima de tudo, cuidar via prevenção, das possíveis infiltrações nos equipamentos que utiliza para armazenar grãos, pois a alta umidade interna compromete a vida dos mesmos. De tudo que conheço, a borracha líquida chega com esse propósito de ser um aliado ao setor, sendo um produto da mais alta qualidade e com facilidade de aplicação pela rapidez com que é solucionado o problema, desde que obedecidas as normas técnicas de aplicação por pessoal qualificado e certificado pelo fabricante.

É sem dúvida alguma, um produto de inovação tecnológica, pois utiliza a NANOTECNOLOGIA para adequar a granulometria ideal na impermeabilização dos materiais suscetíveis à ação da umidade, que justamente é o caso nas impermeabilizações necessárias em Unidades Armazenadoras. Sendo borracha, tem elasticidade suficiente até 500 % do tamanho normal, para adequar-se às dilatações naturais dos materiais onde é aplicada e também retorna em 95 % à posição inicial (memória de recuperação), provando que mantém suas propriedades impermeabilizantes, independente das dilatações ou retrações dos materiais. Isso é fundamental no caso de combate à insetos indesejáveis na massa dos grãos armazenados, onde o resultado obtido é diretamente proporcional à vedação do meio aplicado, já que o único meio de obtermos resultados satisfatórios, é via uso da fosfina para extermínio desses insetos.


E com o uso da borracha líquida, conseguimos que o silo se torne herméticamente fechado contra vazamentos da fosfina e também contra a infiltração de água. Se levarmos em conta o tempo de construção das obras nas Unidades Armazenadoras, teremos novas e usadas. Nas novas, normalmente há problemas de vedação, onde há escape de gás, e nas unidades antigas certamente há problemas de infiltração de água na junção das chapas, parafusamento frouxo, etc., que também impactam na vedação predial para retenção da fosfina. Tudo isso resolvido, se aplicada a borracha líquida, certamente com os problemas do aperto das chapas resolvidos, teremos a tão esperada vedação, já que há uma penetração da borracha líquida, na aplicação sob pressão com equipamento adequado e o profissional devidamente capacitado para aplicá-lo.

qualidade apresentada dos produtos ao consumidor, em função das excelentes condições de armazenamento que conseguiremos imprimir aos grãos armazenados. Com certeza o consumidor agradecerá... Alegrete-RS, 24 de junho de 2017.

CÉSAR MOUTINHO Engenheiro Agrônomo Coach Pós-Colheita capmoutinho@gmail.com

Há de se levar em conta ainda, como resultado do "envelopamento" do silo, telhado, piso e fundações, que se for utilizada a cor branca, como benefício extra, obtém-se como conseqüência o conforto térmico dentro do armazém ou do silo, pois foi comprovada a redução em aproximadamente 30 % da temperatura interna do silo, quando usado tal material (borracha líquida branca). Esse é mais um excelente benefício para o processo da conservação dos grãos armazenados!

O produto em si não opera milagres, mas certamente hoje temos uma excelente ferramenta que vai ajudar e muito os armazenistas no melhor controle operacional, evitando fugas de fosfina, infiltrações indesejadas que certamente comprometem o resultado final, e acima de tudo, ainda ajudam na estética e promoção visual na manutenção do e m p r e e n d i m e n t o . Num futuro breve, quando a rastreabilidade for cobrada das unidades armazenadoras (afinal já estamos em tempo de Certificações dessas UA´s, embora com pouca fiscalização), só teremos benefícios pela



Parâmetros técnicos e operacionais da secagem de grão de arroz em escala industrial. Newiton da Silva Timm Bolsista de Iniciação Científica do LABGRÃOS/CNPq e graduando do curso de Engenharia Agrícola, UFPel. Email: newiton.silva.timm@hotmail.com Gustavo Heinrich Lang Eng. Agrícola, Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFPel. Igor da Silva Lindemann Eng. Agrônomo, Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFPel. Jorge Tiago Schwanz Goebel Eng. Agrícola, MSc. Doutorando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFPel. Jeferson Cunha da Rocha Eng. Agrícola, MSc. Doutorando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFPel.

sejam submetidos rapidamente à secagem, pois a demora propicia um aumento da atividade metabólica dos grãos e de organismos associados (VILLELA e PESKE, 1998; VANIER et. al., 2017). Para o correto controle operacional da secagem, torna-se imprescindível a precisa determinação da umidade dos grãos para que se alcance um armazenamento com precisão. Para tal podem ser usados métodos diretos ou indiretos. Os diretos têm uma boa exatidão nos resultados, no entanto demandam de maior tempo para conclusão, pois baseiam-se na retirada de toda a água livre contida nos grãos, o que dificulta seu uso de forma prática e rotineira, já que os sistemas de recepção de controle do processo necessitam de um sistema rápido e preferencialmente em tempo real. Já os métodos indiretos, baseados, por exemplo, nas propriedades elétricas dos grãos, são os mais usados e práticos nas áreas de produção, secagem, armazenamento e industrialização de grãos.

Maurício de Oliveira Prof. Dr. do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia "Eliseu Maciel", UFPel. O arroz (Oryza sativa L.) propicia aos seus consumidores uma ótima fonte de carboidratos, minerais, proteínas, lipídios e vitaminas. Este cereal pode ser consumido na forma integral, branco polido, parboilizado integral ou parboilizado polido. Na safra 2016/2017 a produção brasileira de arroz foi de 12,3 milhões de toneladas, em 1,97 milhões de hectares cultivadas (CONAB, 2017). A China e a Índia são os responsáveis por mais de 50% do consumo mundial de arroz, chegando a aproximadamente 30,1 e 20,3%, respectivamente. O Brasil consome algo em torno de 1,6% do total produzido no mundo (USDA, 2017). O consumo aparente médio mundial de arroz beneficiado corresponde a 70 quilos por pessoa ano. Na Ásia, a média é de 84,4 quilos por pessoa ano e na América Latina o consumo chega, em média, a 30 quilos por pessoa ano, sendo o Brasil o maior consumidor com média de 45 quilos por pessoa ano (SOSBAI, 2016).

Recomenda-se que grãos de arroz cultivados em sistemas irrigados, sejam colhidos quando encontram-se com teor de água entre 19 e 24%, e 15 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

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É necessária uma equalização entre o fluxo de recebimento dos grãos com a capacidade operacional da secagem, a fim de evitar perdas, uma vez que a demora para secagem pode acarretar na redução da qualidade, devido a maior atividade metabólica do produto e de organismos associados, conforme trabalhos desenvolvidos pelo LABGRÃOS. A secagem aumenta a estabilidade do produto, pois diminui a atividade metabólica, alterações químicas e físicas no período de armazenamento (MENEGHETTI et al., 2012). Cada produto tem um grau de umidade adequado para o armazenamento seguro (ELIAS et al., 2012), e o arroz deve ser seco até um grau de umidade de 13% ou inferior a isso (WANG et al., 2017). A secagem ocorre na presença de um gradiente de pressão de vapor de água, sendo necessário que a pressão de vapor do grão seja maior que a do ar. A evaporação da umidade presente na superfície do grão ocorre de forma simultânea, gerando uma diferença de potencial entre a periferia e o centro do grão. Essa diferença, faz com que a umidade presente no centro do grão migre para a superfície, dando continuidade ao ciclo (GUIMARÃES et. al., 2015). A secagem afeta significativamente a qualidade do arroz polido, principalmente o rendimento de grãos inteiros (JITTANIT, 2010). As indústrias de beneficiamento desejam que os grãos de arroz tenham um elevado rendimento de inteiros, além de friabilidade no descascamento. Nogueira (1991) destaca a secagem do arroz como a principal operação em toda a cadeia de processamento do cereal. Não há um método dito como ideal para a secagem de arroz, uma vez que cada técnica utilizada tem suas próprias vantagens e desvantagens. Cada método envolve diferentes tecnologias de secagem e diferentes graus de complexibilidade (IRRI, 2013). Normalmente é utilizado o ar pré-aquecido para a execução da secagem. A principal vantagem na utilização desse ar é a redução do tempo de secagem. Por outro lado, há desvantagens no aumento de custo da operação, devido a energia necessária e, os possíveis prejuízos que podem ser causados pela elevada temperatura (MILMAN et al., 2014).

A taxa ou velocidade de secagem corresponde ao quociente entre a quantidade de massa de água retirada pelo tempo decorrente. É relacionada a diversos fatores, como a umidade inicial do produto, a capacidade e quantidade do ar de secagem, método e tipo de secador (GUIMARÃES et al., 2015). Milman et al. (2014) relataram que a taxa de secagem pode ser acelerada com o aumento da temperatura do ar de secagem e/ou com o aumento da vazão de ar.Milman et al. (2014) relataram que a taxa de secagem pode ser acelerada com o aumento da temperatura do ar de secagem e/ou com o 16 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

aumento da vazão de ar. Guimarães et al. (2015) afirmam que elevadas taxas de secagem, oriundas do emprego de elevadas temperaturas do ar de secagem, têm grande influência sobre o aumento de grãos de arroz quebrados, pois no decorrer da secagem, o produto fica exposto a esforços de tração e compressão. Segundo Elias et al. (2012), existem três processos de secagem de grãos, sendo processo natural, adaptado e tecnificado, onde o último divide-se em outros três sistemas denominados estacionário, convencional e misto. No sistema convencional, conforme o fluxo de carga e descarga e o contato do ar com os grãos, os métodos são classificados em contínuos e intermitentes. No método contínuo, a carga e descarga de grãos ocorre de forma simultânea e os contatos entre ar e grãos são ininterruptos. No método de secagem intermitente as operações de carga e descarga não são simultâneas e o contato entre ar e grãos é descontínuo. Os métodos de secagem intermitentes e contínuos adaptados são os mais recomendados para a secagem de grãos de arroz, sendo o último realizado de forma lenta e sem uso da câmara de resfriamento (ar frio), havendo assim tempo hábil para que migre a umidade das camadas mais internas para as externas, sem originar fissuras nos grãos. Elias et al. (2012) indicam o uso da secagem contínua para o arroz apenas quando os grãos forem armazenados por curtos períodos e posterior beneficiamento industrial por parboilização. Os resultados apresentados a seguir exemplificam uma operação realizada em escala real, no setor de secagem de uma unidade armazenadora na região de Pelotas/RS, e mostra o acompanhamento e caracterização do comportamento e da dinâmica da secagem do arroz em casca, da safra 2016/2017, usando dois manejos de secagem utilizando secador contínuo adaptado sem câmara de arrefecimento: 1) secagem em secador contínuo adaptado, com recirculação dos grãos. 2) secagem em secador contínuo adaptado, havendo a transferências dos grãos do primeiro secador para um segundo secador, em série. O levantamento e análise dos dados foi realizado pelo Laboratório de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos (LABGRÃOS), da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas. Para o estabelecimento da prática do monitoramento do processo de secagem com precisão, devem ser feitos acompanhamentos periódicos quanto ao funcionamento e calibração dos equipamentos medidores de umidade indiretos. Para isso é importante realizar testes de comparação dos valores obtidos do determinador indireto com um método direto, preferencialmente pelo método padrão em estufa a 105ºC por 24h. Quando há uma discrepância maior que 0,3% de umidade entre os métodos, torna-se indispensável a calibragem do determinador indireto ou até mesmo a troca do equipamento.


Outra ação importante, diz respeito às diferenças de pressão estática em locais estratégicos do secador. A pressão estática tem relação ao "esforço imposto" pelos ventiladores para arrastar a massa de ar, e estes valores podem ser obtidos com um manômetro de coluna de água. Pressões estática fora do recomendado pelo fabricante podem provocar problemas de perda de desempenho e eficiência no processo de secagem, o que é transferido para o manejo e consequentemente para o produto. É importante ressaltar que quando o operador fecha as entradas de ar da fornalha e do ciclone demasiadamente, a temperatura do ar de secagem aumenta facilmente. No entanto, se o secador for operado desta forma o rendimento é altamente afetado, uma vez que não são obtidas as vazões de ar especificadas, dessa forma o secador opera "estrangulado". Por exemplo, se os valores de pressão estática nos pontos P3, P4 e P5 (Figura 1) estiverem muito acima dos recomendados, é indicativo que as entradas de ar da fornalha e do ciclone (P2 e P1) estão fechadas, além do necessário. E para a situação que os valores de pressão estática estão muito abaixo dos citados significa que pode estar ocorrendo entrada de ar por algum ponto na estrutura do secador, ou então, os ventiladores não estão funcionando apropriadamente, ou ainda, as aberturas das entradas de ar da fornalha e do ciclone (P2 e P1) estão muito abertas (SILVA, 2016).

Figura 1. Desenho ilustrativo do secador contínuo para localização dos pontos para mensuradas a pressão estática do ar. Para o correto acompanhamento da secagem e implantação de um Sistema de Secagem deve ser verificado ao menos: 1) O grau de umidade dos grãos, retirando-se amostras periódicas na descarga do secador, ao longo do processo, utilizando um determinador de umidade indireto; 2) A temperatura do ar de secagem através do sensor de temperatura do secador; 3) A temperatura dos grãos, através da coleta na descarga do 17 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

do secador, preferencialmente acondicionando as amostras em recipiente com isolamento térmico, e a inserção de um termômetro de digital ou analógico. Na Figura 2 é apresentado um exemplo de curva de secagem, temperatura da massa de grãos e temperatura do ar de secagem, de uma operação realiza com arroz em casca. O secador utilizado foi o contínuo adaptado, com câmera de secagem em coluna inteira, sem câmera de arrefecimento dos grãos e operando com recirculação da massa de grãos.

Figura 2. Exemplo de curva de secagem de grãos de arroz em casca, temperatura da massa de grãos e temperatura do ar de secagem, obtida em escala real Com o intuito de minimizar prejuízos causados pelas tensões internas nos grãos, originadas pelos gradientes térmico e hídrico, deve-se manter a temperatura massa de grãos menor que 40ºC e uma taxa de remoção de água não superior a 1,5 p.p.h-1 (pontos percentuais de remoção de água por hora), principalmente no término da secagem, onde os grãos tornam-se mais sensíveis. Na Figura 3, estão apresentadas as taxas de secagem e redução de umidade ao longo da secagem.

Figura 3. Redução de umidade e taxa de secagem de grãos de arroz em casca em escala real Observa-se que nas condições do ar de secagem tipicamente usados nos sistemas industriais, em muitas a temperatura da massa de grãos ultrapassa os 40ºC, e que esta é proporcional a temperatura do ar de secagem. Observa-se ainda


uma redução na taxa de secagem a medida que a umidade se aproxima da umidade final. Nesta etapa, torna-se mais difícil a remoção de água dos grãos, portanto, a operação deve proceder de forma mais lenta afim de evitar danos ao produto. O percentual de grãos inteiros, quebrados e trincados resultantes desta operação apresentaram valores de 62,6%, 8,6% e 1,9%, respectivamente. Além do resultado operacional, obteve-se características como impurezas (1,2%), grãos pigmentados (0,76%), grãos amarelos (0,08%) e grãos picados e manchados (0,20). Os gráficos de redução de umidade e temperatura da massa de grãos, apresentados nas Figuras 4 e 5, são provenientes de uma secagem contínua adaptada, com dois secadores em série. Neste sistema, o produto passa pela câmera de secagem do primeiro secador e é imediatamente conduzido para o segundo secador, sendo que ambos não apresentam câmara de resfriamento. Essa operação é usada para aumentar a capacidade de recepção, no entanto é necessário a complementação da secagem posteriormente. Neste caso os grãos são armazenados com secagem preliminar, devido a descarga no secador 2 ocorrer com umidade próxima a 15%. Observa-se que a temperatura da massa de grãos mostra-se maior com a redução de umidade, no entanto, não ultrapassando 40ºC.

Observa-se nas Figuras 6 e 7 que a temperatura da massa de grãos respeita o valor máximo de 40ºC e apresenta pequenas taxas de secagem no decorrer do processo. Por se tratar de grãos com menor quantidade de água, torna-se importante estas características, com intuito de garantir grãos íntegros no final do processo.

Figura 6. Curva de secagem e temperatura da massa de grãos de arroz em casca durante uma complementação da secagem em escala real

Figura 7. Redução de umidade e taxa de secagem de grãos de arroz em casca durante uma complementação da secagem em escala real Figura 4. Redução de umidade em uma secagem preliminar com dois secadores em série em escala real

Figura 5. Temperatura da massa de grãos na descarga dos secadores 1 e 2 operando em série 18| Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

As características operacionais dessa secagem resultaram, respectivamente, em 61,8%, 8,2% e 0,7% de grãos inteiros, quebrados e trincados. Apresentou 1,0% de impurezas, 0,08% de grãos pigmentados, 0,24% de grãos amarelos e 0,48% de grãos picados e manchados. De modo geral, acompanhar, compreender e controlar a temperatura da massa de grãos e a redução de umidade durante o processo de secagem é de extrema importância, pois trata-se de uma das etapas mais importante do beneficiamento do arroz. Mesmo utilizando as temperaturas recomendadas para cada tipo de secador monitorado, em determinados momentos a temperatura da massa de grãos ultrapassou a temperatura crítica de 40ºC, o que demonstra a necessidade de maiores estudos sobre as condições de secagem deste tipo de secador.


A secagem de arroz com secadores contínuos, operando com recirculação da massa, deve proceder de forma lenta. Quando utilizados dois secadores contínuos, operando em série, se garante uma grande vazão no recebimento de grãos, entretanto, necessita-se submeter o produto a complementação de secagem assim que possível. Laboratório de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos (LABGRÃOS)

Newiton da Silva Timm newiton.silva.timm@hotmail.com

Maurício de Oliveira mauricio@labgraos.com.br





MERCADO A VACA FOI PRO BREJO - Mas há como tirá-la de lá

Na edição de nº 83 comentamos sobre a ação da PF denominada CARNE FRACA, uma alusão aos escândalos descobertos em vários frigoríficos em todo o Brasil, onde se adulterava a carne vendida para consumo doméstico e aos poucos se descobriu que o buraco era mais embaixo. A PF em meio a tantas investigações culminou com a surpreendente revelação em uma DELAÇÃO PREMIADA disfarçada, apresentada pelos donos da FRIBOI, um dos frigoríficos autuados pelas irregularidades apresentadas. Não sei se podemos falar "UFFAAA, até que enfim alguém abriu a lista dos envolvidos nas falcatruas dos políticos", mas convenhamos que todos ficamos absurdamente espantados com as declarações, pois apesar de sabermos que muita coisa ainda estava encoberta, mas em sâ consciência acredito que você mesmo não esperava tamanha cara de pau dos nossos políticos! Na Bíblia encontramos um versículo que diz: "não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido" (Evangelho de S. Lucas cap.12:2). Os caminhos para se descobrir algo é o "jeitinho", e o exmo. Sr. Procurador Geral da República Rodrigo Janot permitiu por linhas aparentemente tortas, que tudo fosse gravado pelos gestores da JBS em troca de anistia mas sem deixar de exigir as indenizações a favor do Brasil para as jogadas financeiras que tenham sido executadas pela empresa em questão. Na verdade, a parte boa de tudo isso é que agora já temos absoluta convicção daquilo que desconfiávamos: NOSSOS POLÍTICOS SÃO HORRIVELMENTE DESPIDOS DE PUDOR E DECÊNCIA, capazes de agir a seu favor sem medir riscos e sem medo de serem descobertos! A parte ruim de tudo isso é que o dólar alcançou níveis extraordinários, levando consigo qualquer possibilidade de estabilização da nossa economia que já vinha há tempos fragilizada, distorcendo a lei da Oferta e Procura por produtos os mais diversos no segmento agropecuário, e com isso dificultando as negociações que aparentemente vinham começando a tomar seu ritmo normal. 23 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

AS CONSEQUÊNCIAS NO SETOR DE ABATE O escândalo gerado pelas delações dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, proprietários da JBS, companhia que possui no Brasil 36 unidades de abate de bovinos, gerou um clima de apreensão e especulação entre os pecuaristas. Muitos estão retirando seus animais das escalas e evitando a venda, com medo de calote. Na região do Vale do Araguaia (GO) a orientação é para que os produtores não vendam no prazo. Desde a semana passada a JBS assumiu postura de compra apenas com 30 dias e tem travado as negociações. O presidente da Aprova (Associação dos Produtores do Vale do Araguaia), Marcelo Marcondes, conta que o mercado está "confuso". Os pecuaristas querem desovar os animais que foram engordados com estoque caro, mas também só vendem à vista. Muitos estão entregando para frigoríficos menores que ainda pagam no ato. O problema é que essas indústrias já completaram suas escalas e não conseguem absorver toda a demanda. Nas unidades da JBS "as escalas estavam prontas, mas os produtores estão retirando seus animais", conta o presidente. Mesmo assim, o frigorífico continua pressionando os preços e mantendo o pagamento para trinta dias. CONSEQUÊNCIAS NO MERCADO DE GRÃOS EM GERAL Assim como afetou o mercado de abate de bovinos e outros, a comercialização de soja, milho e outros grãos e oleaginosas também vem sofrendo com as incertezas do mercado consumidor, pois se o abate diminui, consequentemente o consumo de rações balanceadas sentirá uma retração nas negociações, além do aumento de preços em função da subida do dólar (8% em um só dia), com as indústrias abastecidas de grãos também se retraem nas compras, antecipando a grande oferta de grãos que está por entrar no mercado nos próximos dias. Passados pouco mais de 60 dias de tudo isso, muita coisa aconteceu no mercado agrícola:


o clima nos EUA complicou para as safras de milho e trigo, e por tabela o soja também sofreu com altas temperaturas em algumas áreas em Dakota do Sul e arredores, levando as cotações do mercado a níveis bem acima do que se praticava, e com isso o mercado teve que se posicionar frente aos novos níveis de preços. Consequentemente os vendedores, diante das oscilações para cima, seguraram as ofertas buscando um melhor nível de preços para o que ainda está por negociar. Por outro lado, antevendo o volume de produtos prestes a entrar no mercado com a colheita de milho avançando a cada dia principalmente no MT, fizeram com que os fretes de longo percurso alcançassem níveis bem acima do que se previa - e agora com o reajusta dos combustíveis anunciado pelo governo -, tende a subir mais ainda dificultando as negociações; das duas uma: ou o produtor baixa o preço, ou o mercado oferece níveis mais interessantes para se negociar. Em última análise, se nada interessante acontecer, haverá grande dificuldade para os produtores conseguirem negociar sua produção que já se esperava ser um novo recorde, e o resultado será um achatamento terrível nos preços lá na origem da produção, que já sofre por falta de armazenagem para acondicionar a produção. Na sequência observem os quadros estatísticos de oferta e demanda de produtos:


MERCADO

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25 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017


Equipamentos de Armazém Uma corrente transportadora é um equipamento que forma parte de um sistema de transporte de material a granel (grão, copos ou pellets) que permite o transporte horizontal e em um ângulo com várias capacidades, num caminho prédeterminado mediante um desenho ou com pontos de carga ou descarga fixos ou seletivos. As correntes transportadoras contêm 3 partes principais que são: o tambor motriz, cabeçal livre e moega. Todas as partes são produzidas de folhas de aço galvanizado e conectadas entre si mediante parafusos. Consiste em correntes paralelas que se encontram interconectadas entre si mediante outras correntes que estão alinhadas em séries de correntes, e cada corrente unida a duas polias que lhes permitem rotar. Quando se utilizam múltiplas correntes, suas polias estão todas sincronizadas para mover-se na mesma velocidade. A velocidade é controlada por um motor elétrico, de capacidade variável. O estilo de uma corrente transportadora também varia; o caminho da corrente, o tamanho e a quantidade de correntes utilizadas são os elementos que os clientes podem selecionar para ajustar-se de maneira ideal a suas necessidades. Usualmente fabricadas de materiais resistentes tais como: aço inoxidável, ferro ou alumínio, as correntes também podem ser fabricadas por uma grande variedade de plásticos; o material usado para fabricar a corrente transportadora usualmente depende da aplicação em que se vai aplicar. As correntes transportadoras não produz danos nos grãos graças aos materiais utilizados nos pratos sobre os que apoiam o material a granel. OBIAL fornece correntes transportadoras de vários tamanhos e capacidades; desde 20 t/h a 600 t/h. As correntes de todos os transportadores OBIAL são fabricadas em aço e especialmente desenhadas para suportar condições de operação de grande exigência. Os pratos plásticos para peneira e separação de grão são fabricadas com materiais de qualidade UHWM 1000 e montados mediante parafusos. Um plástico o trilho de folha revestido está localizado sob as correntes, E dá um movimento fácil às correntes. . As engrenagens e eixos são fabricados de aço com durezaextra mediante cementação. As engrenagens fabricadas tem duas partes para uma fácil instalação mediante parafusos com buchas. Todos os rolamentos ROLLER são especialmente desenhados do tipo quadrático pela nossa empresa com caixas de ferro fundido e possuem selos de aceite em ambos os lados. Os mandris esféricos dos rolamentos são cônicos, tanto como os do eixo de 26 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

engrenagens que também se fabricam com forma cônica e são colocados conseguindo que o efeito de rachaduras seja reduzido e com isso a resistência do eixo aumenta. As ranhuras de lubrificação estendida são melhores que suas contrapartes e de operação mais eficiente. As seções dos rolamentos tem sido reforçadas com pratos pregados. As cobertas de explosão e polvo são articuladas e contam com um interruptor. No caso de compressão de polvo será expulsado da coberta e no caso de ser necessário o interruptor prenderá a corrente transportadora. Esse mecanismo pode ser ajustado em caso de qualquer relaxamento ou quebra da corrente. A capacidade de ingresso de grãos ou outras condições poderá ser fabricadas mediante ventanas de plexiglass, nos lados das folhas e o corpo sempre que haja uma regra de ajuste ambos lados do cabeçal livre, de maneira que se possa realizar a correta tensão da corrente. As correntes transportadoras OBIAL são fabricadas mediante um sistema de parafusos interconectados que permitem prover uma fácil instalação e reduzido custo de manutenção.



Zini Brasil apresenta seu Projeto ‘‘ Tempero do Bem’’ Revolucionando o Conceito de Alimentação Integral Como uma solução tão simples pode ser muito útil na alimentação saudável da época atual Premissa Alimentação integral há tempo deixou de ser uma curiosidade ou, uma refeição luxuosa, que atingia somente um consumidor mais potencializado. Atualmente com o desenvolvimento e aceitação dos critérios modernos de saúde na alimentação e os conhecimentos das vantagens em consumir fibras nas refeições, enfim foram aceitas e são utilizadas em grande parte do mundo de food service. A estratégia na realização de pratos integrais precisa ser feita desde o momento da decisão na compra. A escolha de ingredientes exige conhecimento de mercado e de qualidade. Com o tempo surgem inúmeros fabricantes de alimentos que se dedicam a fazer produtos integrais, ricos em fibras, naturais, etc., porém todos estes produtos são normalmente bem mais caros que os "refinados" (desta forma se limita muito o público que tem acesso) e com certeza constituem um universo aplicativo bem limitado.

em livre arbítrio, ou seja, onde ele mesmo adiciona no seu prato preferido, na quantidade que prefere, nos alimentos que decide, como um gesto simples de colocar açúcar no café ou colocar queijo em uma macarronada. Integralizar alimento simplesmente despejando FIBRAZIN Logicamente o produto FIBRAZIN pode ser acondicionado em dispenser ou envasado em sachês, na maneira que cada cliente prefere. O importante nesta ideia revolucionária é que a operação de integralizar o alimento passe do início ao fim de todo o processo produtivo. VANTAGENS PARA O CONSUMIDOR - Cada pessoa (minimamente esclarecida) sabe o quanto de fibra deve ingerir cotidianamente para manter sua alimentação saudável, de acordo com as prescrições da dietologia do século XXI. - Quem faz a receita é o próprio usuário. Assim pode escolher com total liberdade se prefere alimentação bem concentrada ou integral. - Traz um aumento da "autoestima", que não é presente quando se come um alimento integral já pronto, onde é impossível perceber com exatidão a quantidade de fibras que foram escolhidas. - O mais importante: é absolutamente econômico porque com certeza o produto FIBRAZIN contido no dispenser ou no sachê vai ser oferecido gratuitamente pelo dono do food service, tal como acontecia com o sal (quando ainda era permitido), com o açúcar no café ou com alguns temperos quando são colocados em frente dos pratos ou ainda como o queijo ralado nas de macarronadas.

"Tempero do Bem" na mesa se torna símbolo de restaurante comprometido A SOLUÇÃO INVENTADA PELA ZINI O ponto forte é a praticidade, uma boa ideia junto ao hábito de tornar a alimentação cotidiana integral, inserindo a fibra nas refeições já prontas, desta forma o consumidor, seja ele doméstico ou cliente do food service, passa a utilizar as fibras 28 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

O velho saleiro que foi proibido pode voltar à mesa trazendo FIBRAZIN


VANTAGENS PARA O FOOD SERVICE Permite fundamentalmente oferecer a seus consumidores pratos integrais utilizando todos os produtos em normal disponibilidade. Desta forma: - Não é necessário preparar 2 cardápios: normal e integral. - Não é necessário fazer compras separadas desde o início do processo de preparo. - Evita dupla estocagem e investimento para duas famílias de produtos normais e integrais - Grande economia, pois (normalmente) os alimentos integrais são bem mais caros que os refinados. - Permite ao seu cliente dosar e escolher o que deve ser integralizado. - Transmite a seu cliente uma certa sensação de "saúde pela alimentação" que é o diferencial da gastronomia profissional moderna. - Consegue se diferenciar de imediato dos concorrentes que ainda não tem adotada esta solução simples. - Permite entrar no mundo dos integrais, sem aumentar seus seus custos e com uma ação interativa, educativa e demonstrativa, junto ao cliente que normalmente se surpreende pela proposta.

MAS AFINAL VALE A PENA? A maior surpresa desta apresentação está em constatar que o FIBRAZIN, afinal, é um simples farelo de trigo para uso termolisado, o custo para o food service é absolutamente baixo, em face das vantagens econômicas que oferece. Vale ressaltar a praticidade do produto, onde graças à uma intuição de um jovem engenheiro formado no Brasil, conseguiu obter a "quadradura da roda", ou seja, a solução de um problema que parecia impossível. São Paulo, 06 de Julho de 2017. ZINI BRASIL Alimentos de última geração | Setor ZINI FLOURS Engº Marco Vezzani Diretor Técnico Idealizador do projeto "Tempero do Bem" zini@zini.com.br - Whatsapp:11 9 8576-1896

...Estes italianos inventam cada uma...


Supersilo, opção econômica de Armazenamento Após a colheita começa uma etapa da produção, senão a mais importante da safra, onde todo investimento feito será recompensado com a comercialização. Normalmente nestes períodos os problemas logísticos aumentam, como falta de transporte, custos elevados do frete, filas nos armazéns de recebimentos, problemas climáticos, chuva, entre outros. Em função disso, uma alternativa para amenizar estes problemas é a utilização do silo bolsa Supersilo Electro Plastic. O Supersilo é uma bolsa tubular produzida com polietileno da mais alta qualidade, aditivos modernos e com a tecnologia de multicamadas no processo de fabricação que promove resistência, durabilidade e proteção aos grãos armazenados, possibilitando deixar um ambiente hermeticamente fechado. Com o uso desta tecnologia, o produtor poderá colher sua produção com mais tranquilidade e no momento propício, buscar uma melhor negociação, seja do frete, do valor de seu produto, etc. Também os armazéns, fora do período de pico de recebimento, estarão mais tranquilos para receber e armazenar sua produção.

O período de armazenamento irá variar conforme a condição de umidade dos grãos colhidos, podendo chegar até a um ano. Nos casos de maior umidade, vai diminuindo o período de armazenamento. É imprescindível monitorar e acompanhar as bolsas durante todo o período de armazenamento, para evitar perdas. O Supersilo é fabricado com 9 pés de diâmetro e comprimento de 60 ou 75 metros, armazenando de 200 a 250 t respectivamente. Têm dupla face preta & branca, para evitar a entrada de luz e refletir do excesso de calor, preservando as qualidades do milho armazenado. Esta tecnologia vem auxiliar o processo logístico de colheita, armazenagem e comercialização da safra. Eng.º Agr.º Edson L. Damaglio Gerente Técnico Comercial Electro Plastic S.A.

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30 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

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Logística A safra recorde brasileira, e as perdas no transporte rodoviário Bruna Regina Blanger, Eng. Agrônoma - Bolsista UFMT/CONAB/CNPq Carlos Caneppele, Prof. UFMT/DSER/NTA A safra brasileira de grãos novamente bate recorde de produção em 2017, com 224 milhões de toneladas, fato que ocorre todos os anos. Os produtores superam todos os desafios na produção, adotam novas tecnologias; superam as dificuldades econômicas; mudam a forma de pensar e produzir, mas podem ver seu ''dinheiro'' espalhado pelas margens das rodovias brasileiras após cada período de safra. A expansão da produção agrícola, principalmente no Centro-Oeste e no Norte, nos últimos anos, fez o país ganhar o mercado mundial, mas também se gasta muito com o transporte das mercadorias entre as fazendas e os portos de saída para a exportação. Isso ocorre devido à alternativa para escoamento de longas distâncias sendo o modal mais caro, o rodoviário, que representa 61% da matriz do transporte nacional.

Figura 1: Descarga da colhedora de milho diretamente na carroceria do caminhão. Dessa forma, todos os anos toneladas de grãos são perdidos no caminho das propriedades até os portos. Resultado de uma infraestrutura viária ineficiente e antiga e com baixos investimentos. Podemos destacar alguns pontos de estrangulamento na logística de escoamento de grãos, que são as más condições das estradas; precariedade das estradas vicinais; deficiências no pavimento; falta de duplicação, problemas na sinalização e na geometria das vias, frota limitada e sem manutenção adequada de caminhões, grande parte disso é reflexo de uma administração pública com poucos investimentos, e essa falta de investimentos em infraestrutura não acompanhou o crescimento da produção agrícola gerando os gargalos logísticos. Pesquisas pelo IBGE mostram que o Brasil desperdiça 10% 36 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2017

da sua produção de grãos, trazendo muito prejuízo financeiro para toda a cadeia agrícola.

Figura 2: Grãos derramados nas margens das rodovias. Algumas iniciativas podem ser tomadas em relação a essa situação, como por exemplo, campanhas de conscientização e treinamentos com os caminhoneiros para adequarem os caminhões e as cargas para evitar os grãos desperdiçados pela beira da estrada; realizar as operações tapa buracos, com matériais mais resistentes e apropriados; pavimentação das estradas vicinais; borrachas de vedação usadas no assoalho dos caminhões; envelopamento dos caminhões que transportam grãos; etc. A implementação de um programa governamental de recuperação e melhoria das principais rotas de escoamento da produção agrícola está no topo da lista de propostas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para a melhoria do modal rodoviário. Além disso, por parte do governo, ações também poderiam ser tomadas através do Plano Nacional Estratégico de Pesagem (PNP) que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), o Plano Plurianual, o Plano CNT de Logística e o Programa de Aceleração do Crescimento, além disso o Governo Federal deve buscar empresas privadas para investirem no setor através do Programa de Concessão de Rodovias Federais e outra forma utilizada pelo governo para captar recursos são as Parcerias Público-Privadas (PPP). Isso tudo poderia trazer muitos benefícios como construção, instalação, manutenção e operação de postos de pesagem nas rodovias federais; projetos de duplicações; pavimentação, recuperação e construção de rodovias. Os investimentos são altos, e a aplicação é viável, pois o país é destaque no cenário mundial em produção agrícola, sendo esse um fator essencial para a economia, mas perde a competitividade devido ao gargalo na logística de transporte.


ser alterados quando forem incluídos mais dados nas análises. Em entrevista, através de questionários aplicados aos motoristas, mostram que a frota é relativamente nova e o principal problema apontado são as condições das rodovias. Outra análise foi o envelopamento de carroceria de caminhão no transporte de grãos a granel. Após o envelopamento interno da carroceria de um caminhão bitrem foi feito o acompanhamento dos pesos da saída (Sorriso- MT) até o destino (Rondonópolis-MT) e foi diagnosticada a diferença de perdas de grãos antes e depois do envelopamento, considerando uma alternativa para a redução de perdas no transporte de grãos. Além destes, outros estudos estão sendo executado com a cultura do arroz no Rio Grande do Sul, onde os envolvidos já realizaram coletas de arroz em casca nas margens das principais rodovias de escoamento da safra, e estão sendo analisando os resultados obtidos e aplicando análises estatísticas para apresentar os resultados. A coleta de informações em romaneios de carga das empresas nas rodovias que foram feitas as amostragens, com o objetivo de estipular a quantidade de cargas de arroz em casca que trafegaram pelas rodovias nos dias que foram realizadas as amostragens.

Resultado é o melhor em muitos anos. A estimativa do valor bruto da produção agropecuária (VBP) de 2017, de R$ 546,3 bilhões, é o maior dos últimos 27 anos. O montante é 5,3% superior ao de 2016, de R$ 519 bilhões. E um fato a ser destacado é o crescimento do valor do milho que, neste ano foi de 25,7% a mais que 2016 que, por sinal, foi negativo. Só para ter um parâmetro, a produção de milho em 2017 deve influenciar em até 8,4% no VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de Mato Grosso do Sul. A previsão foi divulgada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). Segundo as estatísticas, em comparação com 2016, o valor bruto da produção do milho foi de R$ 3,9 bilhões, saltando para R$ 5,4 bilhões neste ano. O VBP é a expressão monetária da soma de todos os bens e serviços produzidos no agronegócio, num dado período de tempo. Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, o ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli, a elevação do valor bruto de produção do milho neste ano, mostra a cultura ganhando contornos de boa valorização. Para ele isto demonstra que o milho continua sendo importante na produção agrícola, ganhando reconhecimento do mercado. Ele, no entanto, ressalva que é preciso ter políticas públicas que consolidem

Os trabalhos estão avançados, esperam-se que ao final dos estudos outras medidas possam ser tomadas, avanços possam acontecer e essa situação possa ser ao menos minimizada, e a redução dos desperdícios, reduzirá os custos de produção para o agronegócio que faz parte da economia brasileira.

isto, com planos de apoio à produção, que tenham regras claras e de longo prazo. "O governo precisa apoiar o produtor porque é o agronegócio que tem gerado a maior parte das riquezas no Brasil", assinala. Outras culturas - Além da safra de 234,3 milhões de toneladas estimada pela Conab, o aumento da produtividade, da ordem de 21%, é outro fator relevante no incremento do VBP da agrícola deste ano. As lavouras devem ter aumento de 11,3% em valor, totalizando R$ 376,3 bilhões. O valor bruto das principais lavouras, estimado para este ano, representa 69%. De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises do Mapa, José Garcia Gasques, a maior parte das lavouras tem apresentado desempenho melhor do que em 2016. Preços e maior produção são os principais responsáveis por isso. Atendimento à Imprensa

GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 37


39 | Revista GrĂŁos Brasil | Julho / Agosto 2017


GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 40





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