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02 EDITORIAL

Ano XVI • nº 88

Janeiro /Fevereiro 2018

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 3304-6522 | 99162-6522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale

Estimados Amigos e Leitores Em nosso primeiro encontro do ano estamos renovando nosso compromisso de difundir a melhor tecnologia de pós-colheita de grãos e sementes. Nunca se insistirá o suficiente na necessidade de continuar aprimorando os processos de manejo. Sabemos que o mercado exige cada vez mais qualidade, tanto no mercado interno como na exportação; por outro lado as empresas cerealistas, indústrias, etc., tem que diminuir seus gastos e perdas, assim como conseguir mais capacidade em suas operações. Nesta edição continua-se o desenvolvimento do tema de expurgo por recirculação; também apresentamos informações sobre conservação em atmosfera modificada. Compartilhamos nossa experiência na armazenagem, desde a ótica da PósColheita de Precisão, entre outros vários temas. A Grãos Brasil, da semente ao consumo, chega a você em sua tradicional apresentação em papel, e muito mais rápida e econômica na versão digital. Com os cursos e assistências técnicas, assim como com as jornadas de atualização apoiadas pelos anunciantes, estamos bem perto de vocês. Não hesite em fazer-nos chegar suas recomendações e também suas críticas. Sempre podemos melhorar. Com esta primeira edição do ano promovemos a assinatura para que vocês recebam diretamente em suas mãos como prioridade seus 6 exemplares anuais. Os deixo com um conteúdo que entendemos ser muito útil; agradecemos as empresas que anunciam porque apoiam um bem social, ferramenta para o aprimoramento da pós-colheita no Brasil. Desejo para vocês que Deus abençoe seus trabalhos e família. Com afeto.

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04 SUMARIO

06 Desafios globais para o sucesso da aplicação da atmosfera modificada (A.M.) e armazenamento hermético - Eng. Shlomo Navarro

14 Pesquisa da UFPel aponta para risco de contaminação por uso de herbicidas no feijão - Prof. Nathan Vanier

16 Recirculação de Fosfina em Fumigação de Grãos - Eng. Agr. Arnaldo C. de Rezende

19 13 anos de uma grande parceria no Brasil - Ingenharia Mega 22 Depois da secagem: o que fazer ? - Eng. Domingo Yanucci 24 E agora? Qual o próximo passo? - Oswaldo J. Pedreiro 26 Impermeabilização de silos diminui risco de perda de grãos - HM Rubber 27 Citrinina - Dr. Sergio P. S. de Souza Diniz 29 Transporte de grãos no Brasil e em Mato Grosso - Edmar Santos de Queiróz e Prof. Dr. Carlos Caneppele

33 Armazenamento de Grãos de Canola em Diferentes Condições de

Temperatura e Umidade dos Grãos - Ricardo Tadeu Paraginski e Luana Haeberlin

36 Não só de pão... 38 CoolSeed News 40 Utilíssimas

NOSSOS ANUNCIANTES

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018



06 TECNOLOGIA

Desafios globais para o sucesso da aplicação da atmosfera modificada (A.M.) e armazenamento hermético O grão responde de forma diferente no ecossistema de armazenamento quando está em umidade intermediária, mas perto do nível crítico onde os fungos são a microflora dominante.

Shlomo Navarro

Green Storage Ltd., Israel snavarro@013.net

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Os efeitos benéficos do tratamento de atmosfera modificada (AM) como uma alternativa segura e ambientalmente benigna, ao uso de fumigantes químicos que produzem resíduos convencionais para controle de pragas de insetos que atacam grãos armazenados, sementes oleaginosas, produtos processados e alimentos embalados foram bem documentados (Navarro, 2006). O interesse sério em usar a técnica de forma prática e rotineira não foi perseguido até a década de 70 e 80, provavelmente devido ao sucesso de fumigantes convencionais e protetores de grãos no controle de pragas armazenadas do produto. Durante este período, eles começaram a perceber que os produtos químicos, se usados de forma inadequada, deixavam resíduos censuráveis, eram perigosos de aplicar e que havia um potencial para o desenvolvimento de resistência aos insetos. A pesquisa foi iniciada durante esse período na Austrália, nos Estados Unidos e em vários outros países sobre o uso de atmosferas modificadas (Ripp

et al., 1984). A.M. e tratamentos de atmosfera controlada (A.C.) para a desinfecção de produtos armazenados secos receberam atenção científica crescente nos últimos 32 anos. Embora a CA tenha sido bem estabelecida para o controle de pragas de armazenamento, seu uso comercial permanece limitado a alguns países. As atividades científicas generalizadas sobre esse tema deram origem a várias conferências internacionais, como as Conferências Internacionais sobre Atmosferas Controladas e Fumigação em Produtos Armazenados, com o relatório da última reunião de Daolin et al. (2008) e as Conferências Internacionais de Trabalho sobre Proteção de Produtos Armazenados com o relatório da última reunião de Carvalho et al. (2010). Ao analisar os relatórios sobre AM e armazenagem hermética realizadas durante os últimos 32 anos, revela-se que mais testes de campo foram realizados em AM, AC e fumigação do que no armazenamento hermético usando armazenamento flexível. Somente nos últimos anos, o armazenamento her-


TECNOLOGIA 07 mético emergiu como um método alternativo significativo de armazenamento pós-colheita, particularmente em países do clima tropical usando vários métodos de armazenamento hermético na América do Sul usando sacos de silo (Bartosik, 2010). O uso de selantes SuperGrainbagsTM para pequenos agricultores para sementes de arroz desde 2004, conforme relatado pelo Instituto Internacional de Arroz e Pesquisa (IRRI) (Rickman e Aquino, 2011) e em África, o Purdue Enhished Cowpea Storage sealed bags (PICS) ) (Murdock et al., 1997, Murdock et al., 2003, Baributsa et al., 2010, Anon., 2012). Apesar das muitas vantagens de AM e armazenamento hermético, essas tecnologias ainda precisam de dados de campo adicionais e conhecimento prático. O presente trabalho tem como objetivo descrever os desafios globais existentes para a aplicação bem sucedida de AM e armazenamento hermético. SELEÇÃO DAS ESTRUTURAS Estruturas rígidas Requisitos estruturais: Um requisito fundamental para a aplicação bem sucedida de tratamentos gasosos para controlar insetos armazenados é uma estrutura bem fechada. Os fumigantes têm sido usados por muitos anos com requisitos limitados de vedação estrutural, e a cobertura de grãos ou armazenamento com folhas de plástico geralmente foi considerado satisfatório. A falta de aperto tem sido um problema para a aplicação de fumigantes armazenados há anos. As consequências do armazenamento mal fechado sob fumigação são agora mais consideradas tendo em vista o desenvolvimento da resistência dos insetos à fosfina em estruturas mal fechadas (Casada e Noyes, 2001). O requisito de lojas herméticas para a aplicação de AC e AM parece ser mais crítico do que para a aplicação de fumigantes (Navarro, 1999). Portanto, antes da aplicação de AM, os requisitos de vedação devem ser cuidadosamente examinados para obter um padrão aceitável para manter a composição do gás durante o período de exposição projetado. Embora existam orientações práticas para os requisitos para a vedação de silos (Banks e Annis, 1977), eles são muito raramente implementados pela indústria de grãos. Suas especificações correspondem aos tempos de decaimento da pressão necessários para manter a composição atmosférica nos silos. Esses testes foram projetados para estimar os limites permitidos para efetivamente manter a composição do gás nas lojas durante o tratamento (Navarro e Zettler, 2001). As comparações de testes de pressão variáveis são raras. Uma tabela foi preparada para fornecer diretrizes provisórias com base nas melhores estimativas disponíveis na literatura (Navarro, 1999). Portanto, por exemplo, para o armazenamento de AM, com grandes estruturas de até 500 toneladas de capacidade, um tempo de desintegração de 5 minutos de 250 a 1250 Pa foi considerado satisfatório. Para garantir a aplicação bem sucedida de AM em estruturas rígidas, a indústria de grãos deve adotar o conceito de vedação adequada das estruturas e realizar um teste de pressão adequado antes do tratamento com AM. Custo da estanqueidade: Um grande desafio na aplicação da AM é converter uma

estrutura existente suficientemente adequada para o tratamento (Burton, 1998). Embora haja conhecimento suficiente em países como a Austrália (Newman, 2006), essa experiência está faltando em muitos outros países, o que torna o custo inicial suficientemente dispendioso para criar relutância comercial na aplicação da tecnologia. Na prática, as estruturas de armazenamento projetadas especificamente para a aplicação de AMs são praticamente inexistentes, além da Austrália (Ripp et al., 1984). Newman (1990) observou uma tendência crescente na Austrália para o uso de armazenamento selado para grãos secos, acompanhada da conversão de estruturas existentes em armazenamento fechado em vez da construção de novas instalações. Em um estudo recente (Navarro et al., 2012a), o custo de vedação de 2.400 toneladas de capacidade foi de €15.700 ou €6.54/tonelada (AU$ 8.28/ Tn) de grãos. De acordo com Newman (2006) "Os custos de selagem de uma armazenagem horizontal de 21.800 toneladas em 1982 foram quase US$ 3/tonelada, pelo que o custo total de AU $ 64.400 amortizado em 10 anos é de US$ 0,30/tonelada. os custos de armazenamento de vedação variaram entre AU$ 3,50 - 4,50 por tonelada dependendo da estrutura, agora em 2006 os custos estão mais próximos de AU $ 5 por tonelada, equivalente a AU$ 0,50/tonelada em 10 anos usando o exemplo anterior". Isso exemplifica as diferenças significativas nos trabalhos de vedação realizados em um país como a Austrália com a infra-estrutura tecnológica existente e em um país que se esforça para iniciar a tecnologia AM, como Chipre. O custo de selagem para 2006 na Austrália foi de 5 dólares australianos/tonelada, o que pode não ser comparável ao custo de 2012 em Chipre em 8,28 dólares australianos/ tonelada. Embora os custos de selagem de qualquer armazenamento dependam inteiramente da complexidade da tarefa. ESTRUTURAS FLEXÍVEIS As estruturas flexíveis podem ser utilizadas para tratamentos AM/AC e para a aplicação de tecnologia de armazenamento hermético. No entanto, no momento, existem estruturas mais flexíveis para o armazenamento hermético do que para o armazenamento de AM/AC em estruturas rígidas (Navarro, 2006, Navarro et al., 2012b). Assume-se que as estruturas flexíveis são mais fáceis de vedar do que estruturas rígidas. No entanto, a perda de gás através da membrana estrutural durante os tratamentos gasosos é um fenômeno importante. As membranas plásticas permitem permeação de gás e troca de gás. Os testes de pressão não são capazes de medir o grau de perdas de permeabilidade. Uma vez que é difícil manter a estanquidade total do gás sem a introdução de O2 em grandes estruturas comerciais, devem ser estabelecidas algumas tolerâncias para permitir a preservação da qualidade dos grãos durante o armazenamento hermético. Parâmetros para testar o aperto do gás para o armazenamento hermético de grãos: Foram estabelecidos os seguintes parâmetros para o armazenamento hermético de cereais. Uma vez que esta tecnologia é relativamente a mais recente e a terminologia utilizada é menos elaborada, cria muita confusão sobre o que se entende por armazenamento hermético de grãos. Este tipo de armazenamento referiu-se a um tipo de AM que pode ser aplicado para a proteção de grãos também chamado de "armazenamento selado" ou "armazenamento www.graosbrasil.com.br


08 TECNOLOGIA hermético" ou "sacrifício de armazenamento selado". Este método aproveita as estruturas suficientemente seladas que permitem que insetos e outros organismos aeróbicos na mercadoria ou a própria mercadoria gerem AM, reduzindo oxigênio (O2) e aumentando as concentrações de dióxido de carbono (CO2) através do metabolismo respiratório (Navarro et al., Navarro, 2012). A respiração dos organismos vivos armazenados (insetos, fungos e grãos) consome oxigênio (O2), reduzindo-o de cerca de 21% no ar para 1 a 2%, enquanto a produção de dióxido de carbono (CO2) aumenta de um ambiente de 0,035 % para quase 20% ou mais de acordo com o nível de conteúdo de umidade. Este meio mata insetos e pragas e previne que os fungos aeróbicos cresçam. Níveis elevados de CO2 e O2 empobrecido geralmente manterão a qualidade do grão armazenada por longos períodos. Grãos com umidade excessiva podem ser invadidos por bactérias e leveduras formadoras de lactato. A chave para o armazenamento hermético bem sucedido é a estanqueidade e o controle de condensação. Nos tempos modernos, o tamanho do armazenamento aumentou de pequenos armazéns familiares para grandes quantidades que representam muitos produtores e uma parte da produção total de um país. A principal causa da deterioração do grão seco são insetos. Embora a principal causa da deterioração do grão úmido seja a microflora. O grão responde de forma diferente no ecossistema de armazenamento quando está em umidade intermediária, mas perto do nível crítico onde os fungos são a microflora dominante (Navarro e Donahaye, 2005). Enquanto em níveis mais altos de umidade, a microflora dominante é principalmente fermento e bactérias (Elepano e Navarro, 2008, Weinberg et al., 2008). Portanto, o armazenamento hermético pode ser usado para armazenar grãos secos ou úmidos (Navarro e Donahaye, 2005). Para a aplicação de armazenamento hermético em grãos secos, uma taxa de penetração de 0,05% O2/dia é suficiente para parar a perda de peso teórica causada por insetos ou microflora, a um nível de 0,018% durante um período de armazenamento de um ano (Navarro et al., 1994). Para o armazenamento de grãos secos, este nível é crítico, pois mesmo em períodos de armazenamento curtos de 3 a 6 meses a essa taxa de entrada, a possibilidade de uma população residual de insetos sobreviventes é eliminada em um limiar econômico. Para maiores taxas de consumo de O2, a perda de peso continua a aumentar em proporção à taxa de entrada de O2 e o dano do inseto pode ser muito significativo e não pode ser interrompido. Taxas de entrada de até 0,15% de O2/dia podem ser toleradas. No entanto, para grãos úmidos, com maiores taxas de ingestão de O2 do que 0,15% / dia, permite uma deterioração dos grãos que pode levar ao desenvolvimento de micotoxinas (Weinberg et al., 2008). Este baixo nível de entrada de O2 é difícil de obter em estruturas rígidas, mas pode ser alcançado na prática usando revestimentos flexíveis. Poderia servir de guia para as especificações de vedação das estruturas apropriadas para o método de armazenamento hermético. Estruturas flexíveis com maiores taxas de penetração de O2 do que 0,15% O2/dia podem ser usadas para proteger o grão da chuva ou aumentar Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

a umidade, desde que o grão esteja seco e sem infestação. A questão é se essas estruturas devem ser consideradas sob o termo "armazenamento hermético" ou simplesmente "armazenamento selado" sem a expectativa de que eles desenvolvam uma atmosfera biogenerada para proteger o grão e usar fumigação para controlar os insetos. Tamanho das estruturas flexíveis Gabinetes que se destinam principalmente para o armazenamento interno apertado de produtos ensacados já estão disponíveis no mercado (PICS Purdue Melhoria armazenamento Cowpea ou) (Anon, 2012 ;. Barubutsa et al, 2010 ;. Baoua et al, 2012.). As dimensões da estrutura são ditadas pela capacidade de gerenciamento da pilha. Existem recipientes unitários na gama de capacidade de 80L a 120L chamada SuperGrainbags™ (SGB) (Villers et al., 2008, Rickman e Aquino, 2011). O SGB é um plástico coextrudido de 7 camadas com uma espessura de 0,078 mm, níveis de permeabilidade de 2,14ml/(m2 24h) para oxigênio e para vapor de água de 4,28g/ m2 24h. Esses recursos SGB mantêm a qualidade dos produtos, mesmo com longos tempos de transporte e em ambientes húmidos. Usando o mesmo material, o SuperGrainbag-HC™ está disponível para uso com carregamento mecanizado, que lida com uma capacidade de 1 tonelada para sacos ou armazenamento a granel. Para o armazenamento hermético ao ar livre de grãos, estruturas maiores foram relatadas por Villers et al. (2008). A forma mais comum de armazenamento hermético é o Cocoon™. É fabricado em capacidades de até 300 toneladas. Os casulos, usados para armazenar produtos de grãos, são feitos de PVC flexível de 0,83mm de espessura, especialmente formulado, com permeabilidade ao oxigênio variando de 87 a 400ml/m2 24h e vapor de 8g/m2 24h. Eles são selados com um fecho hermético. Um novo tipo de Cocoon chamado MegaCocoon™ foi recentemente introduzido para armazenamento em grande escala de até 1050 toneladas. Os sacos de silo de capacidade de 200 toneladas para o armazenamento de grãos na fazenda são usados diretamente


TECNOLOGIA 09 sos (Bartosik 2010).

no campo e, com o equipamento de manuseio disponível, é muito simples de carregar e descarregar. Esta técnica foi originalmente utilizada para silagem; Envolve o armazenamento de grãos secos em sacos plásticos selados. Este método de armazenamento selado adotado na América do Sul é usado para armazenamento temporário de grãos secos e oleagino-

Tamanho em armazéns herméticos: A experiência mostra que o armazenamento hermético funciona melhor para grandes estruturas. Isso é óbvio a partir da relação superfície / volume da superfície inferior em grandes volumes em comparação com pequenos volumes. O fator da taxa de entrada de O2, na prática, é um objetivo difícil de alcançar. Portanto, dependendo da permeabilidade da membrana comercialmente disponível, os engenheiros devem aspirar a projetar e struturas herméticas de dimensões suficientemente grandes. Para enfatizar a importância do tamanho da estrutura no armazenamento hermético, os cálculos foram feitos assumindo um nível de permeabilidade de 200 mLO2 / (m2 24h) para estruturas de diferentes dimensões que variam de 1 a 1.000m3 (Navarro et al., 1994 ). Os cálculos mostram que um aumento de dez vezes no volume de massa causa uma diminuição de duas vezes na taxa inicial de ingestão de O2. Isso indica a importância de que os revestimentos de baixa permeabilidade sejam preferidos para o armazenamento hermético no nível da fazenda nos países em desenvolvimento. Permeação de gás através da membrana: Embora a respiração de insetos cause depleção no nível de armazenamento hermético de O2, para parar o desenvolvimento do inseto, uma taxa de penetração de O2 suficiente-


10 TECNOLOGIA mente baixa é crítica para controlar a população de insetos ou eliminar a possibilidade de uma população residual de insetos. sobreviventes Este nível de O2 residual crítico restante na estrutura de armazenamento hermético é exemplificado na Fig. 1, onde a respiração de insetos (4 insetos, cada 157 µL/ inseto/dia), a taxa de entrada de O2 e sua diferença como o volume de O2 residual restante no armazenamento hermético foi representado no mesmo gráfico. Da fig. 1 é claro que a concentração residual de O2 atingiria aproximadamente 5% em aproximadamente 13,5 semanas. Este baixo nível de entrada de O2 é realizável na prática usando revestimentos flexíveis. Poderia servir de guia para as especificações de permeabilidade de O2 de revestimentos flexíveis apropriados ao método de armazenamento hermético. Para volumes pequenos, tais como estruturas de armazenamento hermético de tamanho de saco, baixa permeabilidade de O2 é essencial e níveis mais altos de permeabilidade podem ser tolerados para grandes volumes. Para exemplificar as referidas tolerâncias, a Fig. 2 mostra claramente a importância de selecionar revestimentos de permeabilidade de O2 extremamente baixos quando se usam pequenas unidades de armazenamento de tamanho de armazenamento (saco). De acordo com a Fig. 2, estruturas de armazenamento hermético com capacidades superiores a 50m3 exigiriam revestimentos com um nível de permeabilidade de 100 mLO2/(m2 dia) para uma taxa de entrada de 0,05% O2/dia. Para capacidades acima de 100m3, os revestimentos de permeabilidade de 400 mLO2 / (m2 dia) serão adequados para uma taxa de entrada de 0,15% de O2/dia.

Fig. 1 - Respiração de insetos (4 insetos, cada 157 μl/ inseto/dia), a taxa de ingestão de O2 (0,05% / 24 h) e sua diferença como a porcentagem de O2 residual que permanece no armazenamento Hermética para demonstrar o processo de obtenção de O2 no armazenamento hermético de grãos secos

Durabilidade do forro e resistência dos insetos Os filmes de embalagem flexíveis variam em resistência à penetração de insetos. Uma desvantagem importante dos revestimentos flexíveis é que as pragas que levam à infestação de alimentos podem penetrá-las. O grau de infestação de pragas de alimentos embalados depende das espécies de pragas envolvidas, do tempo de exposição a pragas invasivas e das condições ambientais prevalecentes. Dois tipos de insectos que atacam os produtos embalados: penetradores, insectos que podem perfurar materiais de embalagem e invasores, a entrada de insectos pacotes através de orifícios existentes como as costuras e dobras e aberturas. Sitophilus spp., Rhyzopertha dominica (F.), Prostephanus truncatus (Horn), Traça-indiana-da-farinha (Hübner), besouro-do-fumo (F.), Callosobruscus maculatus (F.) e farmácia besouro (L.) são alguns dos insetos armazenadas Você Eles são capazes de penetrar flexíveis para o armazenamento hermético de grãos ou legumes. Com o aumento do uso da tecnologia de armazenamento hermético, os agricultores adotaram rapidamente a tecnologia. Os sacos herméticos oferecem oportunidades de armazenamento para agricultores e consumidores interessados em produtos orgânicos e orgânicos. No entanto, a vulnerabilidade do revestimento à penetração de insetos coloca a tecnologia em risco. Por conseguinte, um grande desafio é de explorar as possibilidades de evitar a penetração de insectos através do revestimento para remover o selo necessária para a aplicação com sucesso da tecnologia.

Fig. 2 - Requisitos oxigénio permeabilidade [ml/(m2 24 h)] dos revestimentos em conexão com diferentes capacidades de armazenamento (m3) e as taxas de permeação de oxigénio (%/24 h) para a aplicação bem sucedida do Armazenamento hermético de grãos secos.

AÇÃO LETAL DE A.M. NOS INSETOS Baixo oxigênio e anoxia Em geral, quanto menor o nível de oxigênio, maior a mortalidade. Para um controle efetivo, o nível de O2 deve ser <3% e, de preferência, <1% se for necessária uma matança rápida. Embora a supressão do desenvolvimento de insetos armazenados tenha sido observada em aproximadamente 5% de O2, o tempo de exposição necessário para matar os insetos foi muito longo. Experimentos com Tribolium castaneum (Herbst) em N2 mostraram diferenças significativas na mortalidade adulta entre 0,1 e 1,0% de O2. Experimentos semelhantes com T. confusum em N2 mostraram um nível crítico de oxigênio de 0,9% e 1,4% de O2 fo-

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12 TECNOLOGIA ram ineficazes. Os adultos geralmente são mais suscetíveis ao tratamento e foi demonstrado que S. oryzae ou R. dominica são mais tolerantes do que Tribolium spp. O nível mais baixo de tolerância à falta de O2 foi alcançado em torno do nível de concentração de 1%. Efeito da umidade relativa do ar e A.M. Abaixando H.R. aumenta a eficácia de A.Ms. Os resultados obtidos com adultos de T. confusum, T. castaneum e Oryzaephilus surinamensis (L.) mostraram que, em atmosferas contendo 99% de N2 (balanço O2), diminuindo H.R. de 68 a 9% aumentaram a mortalidade de 3 para 98,5% em uma exposição de 24 horas no besouro da farinha vermelha. Importante na mortalidade de insetos armazenados expostos a alguns A.M. Foi demonstrado que, quando as larvas, as pupas e os adultos do besouro da farinha vermelha foram expostos a concentrações variáveis de CO2 ou O2, a perda de peso foi muito maior em algumas das atmosferas do que em outras ou no ar. Uma relação linear do efeito combinado de baixo teor de O2 ou alto CO2 e H.R. foi demonstrado na produção de um ambiente letal para pupas de Ephestia cautella (Navarro, 2012). Nestes testes, a importância da secagem em relação a H.R. do ambiente H.R. como resultado da abertura de espirais sob a influência da baixa concentração de O2 (Navarro, 2006). Em contraste com essas observações, Murdock et al. (2012) atribuíram a mortalidade de C. maculatus à dependência do inseto em carboidratos por energia, os carboidratos deveriam representar sua principal fonte de água. De acordo com Murdock et al. (2012) o modo de ação do armazenamento hermé-

tico, nomeadamente a cessação da alimentação, crescimento, desenvolvimento e reprodução e a eventual morte resultante de água metabólica inadequada devido à falta de oxigênio, podem ser aplicados a uma ampla gama de pragas de insetos de produtos armazenados. Efeito da temperatura e A.M. A temperaturas de 20-30 ° C, a maioria das espécies e estádios de desenvolvimento apresentam> 95% de mortalidade a <10d em ambos 0 e 1,0% de O2. As larvas de Trogoderma granarium (12d em 0% de O2), pupas de S. oryzae (20d em 0% de O2,> 14d em 1% de O2) e adultos de Sitophilus granarius (16d em 1% de O2) são os únicos exceções até então encontradas. A influência da temperatura no tempo necessário para obter um bom controle com AMs é tão importante quanto os fumigantes convencionais. Para obter um bom controle, a temperatura do grão deve estar acima de 21°C durante a aplicação de CO2 (Navarro, 2006). Foi demonstrado que a 15,4°C o controle total da R. dominica imaturo foi obtido após quatro semanas de exposição a 60% de CO2. Foram relatadas respostas de estádios larvais, pupas e adultos dos besouros nitidulídeos Carpophilus hemipterus (L.) e Uphorus humeralis (F.) expostos a concentrações simuladas de gás queimador a três temperaturas de 26, 30 e 35°C. A comparação dos tempos de exposição mostrou que o efeito da temperatura na eficácia do tratamento foi mais pronunciado ao nível de O2 em 1%, onde, para os três estágios das duas espécies testadas, os valores de LT50 a 26 ° C foram aproximadamente metade dos de 35 ° C. No entanto, com 3% de O2 e 35°C, o LT50 foi reduzido apenas marginalmente. Ovos, larvas, pupas e adultos de T. castaneum foram expostos a três baixas concentrações de oxigênio aos 26, 30 e 35°C. Em todos os níveis de O2 (1, 2 e 3%), em atmosferas respiratórias típicas sob condições herméticas (semelhantes às atmosferas de gás de queimador), os valores de LT99 a 35°C foram significativamente menores que aqueles a 26°C . O trabalho nos quatro estágios de desenvolvimento de E. cautella mostrou a forte influência da temperatura nos valores de mortalidade quando os insetos foram expostos a concentrações de CO2 variando de 60 a 90% no ar. REFERÊNCIAS: as partes interessadas podem solicitar ao consulgran@gmail.com

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TOMBADORES

E BALANÇAS RODOVIÁRIAS


14 TECNOLOGIA

Pesquisa da UFPel aponta para risco de contaminação por uso de herbicidas no feijão Sempre que os produtores precisarem usar dessecantes ou outros agrotóxicos, é obrigatório que os produtos sejam registrados para tal finalidade.

Professor Nathan Vanier

Laboratório de Grãos Universidade Federal de Pelotas. nathanvanier@hotmail.com

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Foram apresentados em dezembro na Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) os resultados de uma pesquisa que alerta para o risco de contaminação da população por herbicidas utilizados para dessecação das folhas do feijão. Após os processos de colheita e armazenagem os pesquisadores encontraram nos grãos níveis de glifosato e paraquate muito acima dos limites máximos tolerados por organismos internacionais. O glifosato e o paraquate estão há anos no centro de uma grande polêmica internacional devido ao seu possível potencial cancerígeno. A pesquisa da UFPel realizada como dissertação de mestrado do engenheiro agrônomo Igor da Silva Lindemann e coordenada pelo professor Dr. Nathan Levien Vanier teve uma prévia publicada no periódico internacional Journal of Agricultural and Food Chemistry, uma das principais revistas para agricultura e alimentos do mundo. O estudo realizado ao longo de um ano e meio teve como alvo o feijão caupi (Vigna unguiculata) produzido em larga escala nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Apesar de ser consumido

principalmente no Sudeste e Nordeste, o feijão caupi é distribuído para todo o país, inclusive para a região sul onde seu uso costuma estar associado ao preparo de saladas. O excedente da produção é exportado para Ásia e Europa. Atualmente a espécie corresponde a 20% da produção nacional de feijão. Apesar de proibido no Brasil, alguns produtores utilizam herbicidas como o glifosato e o paraquate em grandes lavouras para dessecar (secar) as plantas de feijão - e outros grãos como soja e trigo -, visando uniformizar a maturação e permitir a alta eficiência e rendimento da colheita mecanizada. Em 2016, por exemplo, produtores de trigo foram alertados para não utilizar glifosato e paraquate, como acontecera nas duas safras anteriores, devido à presença dos referidos herbicidas nas farinhas de trigo, em níveis superiores aos limites da legislação. Sempre que os produtores precisarem usar dessecantes ou outros agrotóxicos, é obrigatório que os produtos sejam registrados para tal finalidade. Ao final da pesquisa, os cientistas do Laboratório de Grãos (Labgrãos) da UFPel encontraram níveis residuais muito elevados dos produtos nos grãos ar-


TECNOLOGIA 15 mazenados e prontos para serem distribuídos para o mercado consumidor. No caso do glifosato foram encontrados 13 miligramas por cada quilo de feijão avaliado, quando o máximo recomendado pela FAO (órgão das Nações Unidas para assuntos de alimentação e agricultura) é de 2 mg/kg e de apenas 0,10 mg/kg conforme as regras da União Europeia. Quando o herbicida usado foi o paraquate o total de resíduos foi de 0,84 mg por quilo, enquanto o máximo tolerado pela FAO é de 0,50 mg/kg e pela União Europeia de 0,02 mg/kg. “Os resultados deste trabalho inicial mostram que os resíduos desses dessecantes encontrados nos grãos estão bem acima daqueles tolerados pelas principais agências internacionais que regulam esses limites máximos toleráveis de resíduos de agrotóxicos”, ressalta o Dr. Nathan Vanier, coordenador da pesquisa. Parceria – O trabalho apontado por Vanier como o início de uma série que deverá abranger também outras espécies de feijão como o carioca, além da soja, do trigo e outras culturas, foi possibilitado através de uma parceria com a empresa Galileu Alimentos, sediada no Mato Grosso e especializada em armazenagem e cujos técnicos verificaram, nos últimos anos, diferenças de qualidade em lotes de feijão carioca e caupi. A partir disso solicitaram auxílio do Labgrãos para responder algumas questões essenciais. Uma das principais foi: “os herbicidas glifosato, carfentrazona e paraquate, quando aplicados alguns dias antes da colheita, visando uniformizar o estágio de maturação das plantas, estarão presentes nos grãos que chegarão até o consumidor?”. Respondida afirmativamente pelo estudo apresentado esta semana.

“As pesquisas nesta linha estão só começando. Muito deve ser pesquisado para solucionar os problemas comprovados nesta primeira pesquisa de nosso grupo referente aos impactos do uso de herbicidas na qualidade dos grãos, seja a qualidade tecnológica ou referente à ausência de agrotóxicos nos grãos que chegam à mesa da população nacional e estrangeira”, diz Vanier. “O estudo acabou por comprovar, ainda, a importância dos serviços de fiscalização federal para evitar que práticas não regulamentadas e extremamente perigosas para a saúde da população ocorram”, completa. Para o professor Dr. Moacir Elias, que participa da equipe do projeto, é fundamental a orientação agronômica nas cadeias produtivas da agropecuária, além da fiscalização. “Somente assim será possível conciliar quantidade, qualidade, sanidade e economicidade, integrando os conceitos de segurança alimentar e alimentos seguros”, ressalta.


16 TECNOLOGIA

Recirculação de Fosfina em Fumigação de Grãos Sempre que os produtores precisarem usar dessecantes ou outros agrotóxicos, é obrigatório que os produtos sejam registrados para tal finalidade.

Eng. Agr. Arnaldo C. de Rezende

Bytech Fitossanitária Centro Oeste Consultor Técnico Pós – Colheita - BEQUISA

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Inicialmente o método foi muito utilizado em fumigações com Brometo de Metila, posteriormente, com a proibição do uso deste fumigante, a Fosfina passou a ser utilizada em fumigações de porões de navios. Recentemente o método vem sendo utilizado com maior frequencia em silos e armazéns graneleiros em nosso país, seja para melhorar a distribuição/homogeneização do fumigante, seja para reduzir o contato deste praguicida com os colaboradores desiguinados para a operação. O conceito do processo de recirculação é: pemitir a dispersão da Fosfina na massa de grãos mediante um fluxo de ar a baixa velocidade. Embora as taxas do fluxo de ar em um sistema de recirculação sejam consideravelmente reduzidas, o ventilador utilizado é dimensionado para fornecer o volume necessário da mistura ar/fumigante. A recirculação, preferencialmente deve ser implementada em unidades de armazenamento herméticas, para impedir a fuga da mistura ar/fumigante, que se encontra sob pressão positiva do ventilador do equipamento de recirculação. Entretanto, medições da concentração de Fosfina em diferentes pontos do silo, podem permitir que o processo seja empregado ainda que não haja plena hermeticidade dos locais de fumigação. Por ocasião de sua implementação, houve a preocupação de formação de grandes concentrações de Fosfina de

forma concentrada, que poderiam produzir explosões. No entanto, testes realizados em tratamentos com Fosfina em grandes armazenamentos de grãos têm mostrado que este fumigante se dispersa mais rapidamente e uniformemente através do processo de recirculação, permitindo um tratamento mais eficaz e econômico do que outros métodos (Cook, 1980). Lembramos, entretanto, que a condição de hermeticidade da instalação é muito importante, uma vez que o ar forçado, ainda que em baixa velocidade, pode potencializar a fuga de gás pelos locais em que não estão devidamente vedados, reduzindo a eficiência do processo. CONCENTRAÇÃO DE FOSFINA X TEMPO DE EXPOSIÇÃO Aspectos relacionados à redução do Tempo de Exposição da fumigação também tem sido objeto da busca da metodologia, em que pese o fator “concentração de Fosfina x Tempo de Exposição”, fatores que no processo de fumigação são determinantes para a sua eficácia, ou seja, eliminar todos os insetos presentes, em todos os estágios de desenvolvimento. Portanto, a redução do Tempo de Exposição deve ser repensada em um processo de fumigação, seja qual for o método empregado, diante a necessidade de expor essas pragas a níveis mínimos de concentrações por um determinado tempo de exposição. Levando em conta que os grãos não são uniformes, nem regulares, não se pode antever que o processo permita reduzir esse tempo, salvo se tenha a informação precisa das concentrações de Fosfina nos diferentes pontos da massa de grãos, garantindo que a uniformização da concentração mínima exigida seja alcançada. Porém, ressalta-se que o método pode permitir a obtenção de concentrações letais de Fosfina de maneira mais rápida e


TECNOLOGIA 17 mais uniforme, possibilitando a redução do Tempo de Exposição.

NÃO EXISTE PROCESSO DE FUMIGAÇÃO EFICAZ COM FOSFINA, SE NÃO HOUVER A MEDIÇÃO DAS SUAS CONCENTRAÇÕES. INSTALAÇÕES FIXAS OU TEMPORÁRIAS Para a fumigação da massa de grãos, o método da recirculação do fumigante por meio de instalações permanentes ou temporárias, é um meio eficaz, seguro e econômico de controle de insetos, não havendo diferenças de benefícios entre elas, variando apenas na operacionalidade de cada situação.

Os sistemas de recirculação, entretanto, foram planejados para serem instalados em silos/armazéns que tenham sistema de aeração, tendo em vista facilitar a montagem dos dutos e a distribuição da Fosfina. Em locais que não haja nenhum sistema de aeração, a forma de distribuição da Fosfina pode ser adaptada, implantando um sistema de recirculação (ventilador/dutos) de forma a fechar o circuito. Nesse caso, entretanto, em razão da má distribuição do ar, a pressão estática será alta, determinando o redimensionamento do sistema a ser implantado. REQUISITOS DE FLUXO DE AR Os fumigantes podem ser recirculados mediante a inserção do ar de baixo para cima ou de cima para baixo, de acordo com a conveniência ou especificidade de cada projeto. Como regra geral, penso que o sistema por insuflação (de baixo para cima, através do sistema de aeração), seja mais eficaz em razão da melhor distribuição da Fosfina. Para o dimensionamento e a instalação de sistemas de recirculação, pode-se aproveitar os mesmos cálculos utilizados no dimensionamento do sistema de aeração, considerando alguns fatores básicos, determinantes nestes projetos, a exemplo do tipo de grão – pressão estática, suas condições de armazenamento (% de umidade do grão, % de impureza, etc), tempo de armazenamento, compacta-

ção dos grãos, além da perda de pressão do ar nos dutos e suas articulações. Os fabricantes/fornecedores dos ventiladores de recirculação, entretanto, poderão auxiliar no dimensionamento do sistema, tendo em vista permitir determinar a capacidade do ventilador, capaz de estabelecer o fluxo de ar necessário para um processo eficiente de fumigação pelo sistema de recirculação. DOSAGENS As dosagens empregadas neste sistema de fumigação são as mesmas indicadas nas Bulas dos fumigantes. Embora medições das concentrações de Fosfina realizadas de forma adequada/abrangente em toda a massa de grãos, possa permitir a orientação de leve redução na dosagem. Para a fumigação pelo processo de recirculação, poderão ainda ser utilizadas as mesmas apresentações dos fumigantes existentes em nosso mercado, como pastilhas, comprimidos ou saches, aplicados sob as lonas de fumigação, na parte superior do silo. TEMPO DE EXPOSIÇÃO Conhecidos por nós, os fatores Dosagem, Hermeticidade e Tempo de Exposição são os pilares de um excelente processo de fumigação, ou seja, as principais condições determinantes para o sucesso do processo de fumigação. Nestas condições, nenhum deles deve ser negligenciado durante a fumigação, seja qual for o método utilizado. Em razão das diferentes condições de armazenamento (presença de grãos quebrados, impurezas, compactação, teor de umidade, etc), não se deve estabelecer antecipadamente o tempo em que a Fosfina estará na concentração ideal e homogeneizada no interior da massa de grãos. Portanto, a medição da concentração de Fosfina em diferentes pontos (alturas e espaço) é fundamental e mandatória, tendo em vista garantir que a concentração mínima requerida esteja dispersa e homogeneizada por todo o silo. A massa de grãos por ser considerada um “fluído”, e como tal, apresenta características distintas de porosidade, faz com que a Fosfina tenha maior ou menor facilidade de passagem pelos espaços intergranulares. Desta forma, para evitar possível formação de “vício de caminho”, ou seja, que seja criado uma preferência de passagem da Fosfina entre os grãos, a medição da concentração de Fosfina determinará quando o sistema deve ser interrompido e novamente religado. “Desligar o sistema é mais importante que acionar o sistema.” A medida permite que a mistura de ar e fumigante seja a mais homogênea possível em todas as partes da massa de grãos, no iterior do silo. Ressaltando que cada caso será um caso, tendo em vista que as características dos grãos, de armazenamento, etc, são diferentes. Apenas as respostas das medições das concentrações de Fosfina determinarão os ciclos de acionamento do sistema de recirculação. PROCEDIMENTOS DE RECIRCULAÇÃO DE FOSFINA Durante a instalação do sistema de recirculação deverão ser observados os cálculos para definição dos ventiladores, procedimentos de checagem de vazamentos de Fosfina, tiwww.graosbrasil.com.br


18 TECNOLOGIA pos de grãos, suas caracterísiticas de limpeza, período de armazenamento, presença de quebrados, temperatura da massa de grãos, além da definição dos pontos de coleta da concentração de Fosfina nas diferentes localizações da massa de grãos, além de demais aspectos inerentes à operação e da segurança do processo. De forma individualizada, caso a caso, diante as respostas das medições da concentração de Fosfina serão definidos os momentos de acionar ou desligar o processo de recirculação, sempre baseado nos resultados das medições das concentrações de Fosfina. Acionar ou desligar o sistema, devem ser ações determinadas pelas respostas das medições das concentrações de Fosfina. AERAÇÃO Após o processo de fumigação, quando o Tempo de Exposição, na concentração mínima desejada, foi alcançado, devemos realizar a aeração do silo de forma que as concentrações alcancem níveis inferiores a 0,1 ppm de Fosfina, tendo em vista garantir a isenção de fumigante no ambiente e riscos de acidentes. No caso do grão fumigado não ser consumido imediatamente ou mesmo uma transilagem não ser executada, o processo de aeração pode ser postergado até que os grãos venham ser utilzados. PRECAUÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA A aplicação de fumigantes para grandes massas de grãos, em diferentes tipos de estruturas e unidades de armazenamento envolve quantidades consideráveis de fumigantes. Nestas condições, as medidas de segurança são de primordial importância, não apenas para proteger os operadores, mas também aqueles que trabalham nas proximidades. A Fosfina, em razão de suas características, em concentrações ao redor de 27,1 g/m³, pode gerar um “flash”, e considerando que no ambitente de fumigação existe grande concentração de pó orgânico em suspensão, eventuais riscos de ignição podem ocorrer, caso confinemos a Fosfina nestes locais, naquela concentração. Desta forma, todos os cuidados já consignados nos procedimentos tradicionais de fumigação permanecem inalterados, sobretudo em algumas adaptações que estão sendo desenvolvidas para a aplicação do fumigante, a exemplo de câmaras de reação externas de Fosfina, etc.. Inspeções para avaliar a possível fuga de Fosfina em diferentes pontos dos silos, sistemas de aeração ou mesmo do próprio sistema de recirculação devem sempre ser realizadas, uma vez que além da garantia da eficácia do processo, devemos levar em conta acima de tudo a garantia da segurança das pessoas intervenientes e que estão ao redor das instalações. É recomendado ainda que apenas os colaboradores treinados e qualificados devam participar do processo de fumigação, seja qual for o método. Esses mesmos colaboradores devem estar totalmente protegidos no momento da aplicação, usando todos os equipamentos de proteção individual estabelecidos na Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Bula do fumigante, e nunca trabalhar sozinho, além de observarem demais orientações legais e do fabricante. As áreas em que estão ocorrendo a fumigação devem ser isoladas e identificadas com Placas de Advertência, e as pessoas que trabalham na vizinhança devem ser avisadas sobre a fumigação. Ainda que amplamente conhecida e informada nas Bulas e Manuais dos fumigantes, lembramos para as precauções de segurança para a manipulação da Fosfina. As formulações comerciais são produzidas para liberar o gás de forma lenta e permitir que sua dispersão ocorra sem que haja concentração da Fosfina em níveis que possa produzir o “flash”, ou seja, bem abaixo do nível de inflamabilidade (27,1 g de Fosfina/m³). Finalizando, os fabricantes recomendam a precaução contra qualquer prática que possa causar a rápida liberação da Fosfina, formando altas e perigosas concentrações do fumigante, a exemplo de algumas condições citadas a seguir, além daquelas estabelecidas na Bula e Manual dos fumigantes: • Nunca permitir que os fumigantes entrem em contato direto com qualquer líquido, particularmente água, situação que venha causar a rápida liberação da Fosfina. • As diferentes apresentações nunca devem ser usadas, sob qualquer condição, que venha permitir que a concentração da Fosfina alcançe o nível de inflamabilidade (27,1 g de Fosfina/m³). • Nunca confinar em pequenos espaços herméticos, embalados em sacos plástico fechados, nem deve ser amontoados durante o processo de aplicação. • Da mesma forma, cuidados semelhantes devem ser adotados com o resíduo de Hidróxido de Alumínio/ Magnésio, gerado após a reação da Fosfina. • Entre outros cuidados que devem ser observados durante a leitura obrigatória da Bula e do Manual do fumigante.


INFORME EMPRESARIAL 19

13 anos de uma grande parceria no Brasil

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22 ARMAZENAGEM

Depois da secagem: o que fazer ? Os desenvolvimentos da tecnologia nos permitem ter mais informações que alimentam nossa experiência e ajudam a alcançar os objetivos de forma mais eficiente.

Eng. Domingo Yanucci

Consulgran - Grãos Brasil - Granos graosbr@gmail.com

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

A secagem é uma prática de grande importância pelos gastos que implica, os potenciais deteriorados dos grãos, os investimentos necessários e porque muito comumente é um gargalho para os cerealistas. Mas nessas linhas vamos analisar o que fazer depois da secagem ou nos casos em que a mesma não seja necessária ou conveniente. Primeiro devemos considerar se o grão ficou muito tempo com umidade antes da secagem ou se por limitantes de segregação se misturou demais as diferentes umidades (mais de 2 % de diferença). Nesses casos o grão se encontra mais predisposto a sofrer na armazenagem. Maiores perdas, tanto de qualidade como de peso, por isso é necessário prestar atenção. Conhecer a história prévia (clínica) do grão que entra no armazém é fundamental. Como comentamos em outras oportunidades, a principal variável para a armazenagem é o TEMPO, se nós sabemos quanto tempo estará o grão em nosso armazém, é muito mais fácil fazer um manejo eficiente. Se estamos trabalhando com cereais (onde os insetos podem causar muitos problemas) deveremos ter em conta as distintas formas de trabalho: 1) frio 2) expurgo 3) residuais. A experi-

ência nos diz que devemos considerar que sempre o grão chega ao armazém com infestação, seja oculta (dentro do grão) ou com infestação baixa de forma que os métodos de amostragem normais não detectam os insetos. 1. Frio: isto é sempre conveniente, por vários motivos, mas existem alternativas onde o mercado não aceita agrotóxicos sobre os grãos e então a refrigeração artificial é uma alternativa básica. 2. Expurgo: Como a infestação chega do campo, nós podemos fazer o expurgo no ingresso. Esperar para ver a praga, como normalmente se faz, só implica em maiores danos, perdas de peso e qualidade; e ainda dificulta para controlar a infestação. Não de deve pensar em usar dosagens inferiores aos normalmente recomendáveis. Ao contrário, como se trata de controlar as infestações ocultas se deve ser cuidadoso na dosagem, a forma de aplicação, o tempo de exposição e a estanquiedade do depósito. 3. Residuais: Se recomenda usar praguicidas de amplo espectro, de maneira de proteger tanto de bostríquidos (besourinhos) como de gorgulhos e outros coleópteros (tribolium, etc.). De-


ARMAZENAGEM 23 pois da secagem se deve fazer a aplicação sobre todo o grão que se armazena. Deve-se ter cuidado para que não fiquem algumas toneladas sem pulverizar, porque no caso que se desenvolvam pragas em um grão não tratado, se deverá tratar todo o depósito. Esta alternativa nos permite proteger os grãos de futuras infestações e resulta econômica. Claro que se deve considerar o TEMPO, isto afeta as doses e o tempo de carência é imprescindível, para evitar consequências não desejadas nos destinatários dos grãos. O uso de armadilhas é recomendável porque estas são muito sensíveis para detectar infestações e fáceis de usar. No caso de soja normalmente as pragas não são problemas, exceto no caso que apareça o Lasioderma serricorne. Depois de considerar os tratamentos a primeira coisa que se deve fazer é esfriar os grãos. Para isso contamos com refrigeração artificial ou aeração. Permanentemente estamos falando da refrigeração, já que é uma prática que quebra muitos paradigmas dos armazenistas e que nos brinda a possibilidade de ingressar a pós-colheita de precisão. Em geral considerando aspetos econômicos todos os armazenistas deveram tender a esta tecnologia. Com respeito a aeração nos deparamos com dois grandes problemas. Primeiro é o desenho que não se adequa ao clima do Brasil (se usam baixas vasões, portanto baixa potência e isto implica na necessidade de muitas horas de ar frio que não existem), além que exceto na região sul, as temperaturas baixas não chegam a limitar o desenvolvimento de insetos nem a reduzir notavelmente o desenvolvimento de fungos que são os que geram as maiores perdas de peso. O segundo grande problema é o manejo. Os responsáveis dão aeração sempre que vêem que o tempo é bom (para eles frio-seco) excedendo-se no número de horas, sem respeitar o conceito de TANDA (Tempo de Acionamento Necessário Da Aeração). Os erros no manejo e na aeração tem consequências graves, por um lado duplicam ou triplicam o gasto de energia elétrica e geram perdas de peso que praticamente são impossíveis de recuperar. O recomendável é dar um novo tratamento de ar, seja de refrigeração ou aeração, considerando a evolução do armazém, o tempo climático e o tempo de armazenagem faltante.

Em outras oportunidades comentamos a importância, inclusive nos atrevíamos a falar, não tem nada mais importante. Porque estas práticas nos permitem conhecer o estado dos grãos para definir o manejo mais oportuno. Durante a armazenagem não é distinto, se queremos saber como fazer o expurgo, a aeração ou resfriamento, a trasilagem, o “blending”, o escoamento, etc. É necessário ter boa informação da história clínica do armazém. Recomendamos para cada armazém uma planilha (modelo abaixo) de controle, como a que se encontra abaixo por exemplo, onde o responsável informa por escrito a situação da mercadoria. A termometria é um dado básico, não podemos conceder um armazém sem uma termometria adequada e a leitura da mesma pode ser diária e o registro pelo menos semanal. Claro que hoje se dispõe de programas que fazem a leitura e a comparação dos dados de maneira a ver como está o armazém. Não nos interessa a temperatura absoluta nos interessa saber se aumenta a temperatura, se temos aquecimento e porque temos algum problema para solucionar no armazém. Lembremos que aquecimento significa, perda de peso seco, aumento de temperatura e umidade. O que pode estar associado a multiplicação de insetos ou desenvolvimento de fungos ou ambos. Um elemento que nossa experiência indica que é muito interessante, é o controle de temperatura e umidade do ar que sai do armazém. Normalmente conhecemos como o grão esta evoluindo, como esta o ar que ingressa ao depósito, mas não sabemos como esta o ar que sai (ar servido). A informação de umidade relativa e temperatura do ar servido nos permite tirar mais conclusões sobre como esta trabalhando a aeração ou o resfriamento. Os desenvolvimentos da tecnologia nos permitem ter mais informações que alimentam nossa experiência e ajudam a alcançar os objetivos de forma mais eficiente. Pela natureza do artigo não podemos estendermos, mas sabemos que todo processo de deterioração é lento, por isso que se realizarmos os seguimentos pertinentes no armazém não teremos surpresas desagradáveis e conseguiremos entregar um grão bem melhor do que recebemos. Não duvide em consultar, pode ganhar com a experiência de outros.

A PRÁTICA MAIS IMPORTANTE DA PÓS-COLHEITA: AMOSTRAGEM – MONITORAMENTO

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24 MERCADO

E agora? Qual o próximo passo? A estimativa é de uma produtividade média de 50 sacas por hectare até o momento.

Oswaldo J. Pedreiro

Novo Horizonte – Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Na edição passada procuramos transmitir aos nossos leitores o que tínhamos na oportunidade, e buscamos retratar a situação daquele momento. Tudo o que nos permitia ser avaliado, e com muita esperança de que o cenário continuasse a se estabilizar a gente procurou retratar dentro do possível, buscando aqui e ali as informações regionais que representavam naquele momento a real situação das áreas semeadas. Continuamos a manter nossa expectativa de que teremos uma grande safra de grão nesta temporada, apenas agora reavaliando se as variações climáticas terão grandes influências e interferências nas principais regiões de alta produtividade. Com efeito, nas linhas que se seguem os leitores poderão acompanhar nossa preocupação e por que não dizer, nossa expectativa de que tudo se normalize ao longo do ciclo normal de evolução das lavouras. O presidente do Sindicato Rural de Nova Xavantina (MT), Endrigo Dalcin, conta que o desenvolvimento das lavouras de soja na região vem sofrendo com a falta de chuvas, que cessaram desde o último dia 7 de janeiro. Desta forma, a oleaginosa, que foi plantada dentro de sua janela ideal, vem perdendo potencial produtivo nos ta-

lhões mais novos. Já há relatos de produtores que estão acionando o seguro rural e de perdas irreversíveis em algumas áreas. A estimativa é de uma produtividade média de 50 sacas por hectare até o momento. Com a colheita se aproximando, a ser realizada em 15 de fevereiro, Dalcin diz que muitos aguardam para ter condições de colher a soja e plantar o milho safrinha. Houve pouca incidência de lagarta e de percevejo e a ferrugem asiática ainda não foi localizada. Enquanto isso, os produtores trabalham realizando o manejo e as aplicações preventivas. Uma das maiores preocupações, entretanto, é a logística e a armazenagem. O presidente lembra que o estado não possui armazéns suficientes e, com a concentração de oferta, o ano deve ser, novamente, desafiador. A safra nova teve uma negociação de apenas 30% neste momento, com os preços girando em torno de R$58ª saca de 60 kg. Para Dalcin, é preciso "comercializar para dar escoamento e fluxo nessa safra" e o produtor "tem que se antenar no mercado e fazer isso no momento que achar procedente". A estimativa é que, com o atraso da colheita da soja, haja uma redução de


MERCADO 25 40% na área de milho safrinha no município, já que plantar após 28 de fevereiro é "muito arriscado". Aqueles que plantarem deverão optar por uma menor tecnologia. Quem não plantar deve investir em cultivos de cobertura e na integração com a pecuária. A região Centro-Oeste voltou a ter mais chuvas no ultimo final de semana de Janeiro e novas precipitações são esperadas nas próximas horas já que instabilidades seguem sobre os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O modelo Cosmo aponta acumulados diários de até 125 milímetros em algumas áreas. "O fluxo de umidade e calor está aumentando sobre o Centro-Oeste e isso estimula a formação de nuvens mais carregadas pela Região durante os últimos dias de janeiro. A chuva volta forte para todos estados e até para o Distrito Federal, mas Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem ter a chuva mais volumosa e frequente", informa Climatempo. CLIMA NA ARGENTINA PREOCUPA O mercado continua sendo impulsionado pelas preocupações com o clima na Argentina. "Os últimos mapas mostraram que as lavouras de soja no país estão sofrendo com o tempo seco. E poucas chuvas são indicadas nas previsões climáticas nas próximas duas semanas e as temperaturas continuam elevadas", reportou o site internacional Farm Futures. No final de semana, o país até recebeu algumas chuvas, mas ainda insuficientes para recompor a umidade nos solos, ainda conforme explicam os especialistas. "Há muitos cultivos sofrendo, sem crescimento, com folhas caídas, so-

bretudo nas áreas mais altas", observa um técnico de Rufino, em Santa Fe em entrevista ao La Nación. A HISTÓRIA DO MUNDO SE REPETE Se lá nos primórdios a gente viu os egípcios buscando armazenar o excesso da produção de cereais, esse fato – com menor expressão – tem-se repetido pelo menos aqui no nosso Brasil: em algumas regiões do país os produtores se preocuparam em buscar opções de armazenar sua produção, mas nem todos pensam da mesma forma, e a maioria das regiões terá que buscar negociar a produção assim que colher, para evitar perdas ainda maiores! Não podemos nunca deixar de lado a premissa de que o mercado é soberano, e por mais que alguém tente manipular números, a lei da OFERTA e da DEMANDA será a resposta final para qualquer produto que se queira anaIisar! Assim, o mercado que se mostrava firme há cerca de 30 dias, hoje reflete preços para a soja entre 2 a 4 reais por saca dependendo da região. No caso do milho, a variação tem sido um pouco menor, mas os preços finais nos principais pontos de consumo também mostram redução entre 1 e 2 reais a saca – em parte devido aos altos custos dos fretes e em parte pela própria oferta de produtos regionais que começam a ser colhidos nas áreas onde a safra de verão alcançam seu ponto de colheita. Seguimos acompanhando a evolução, e tentando mostrar aos leitores que cada dia devemos começar tudo de novo, esquecendo os “quase” ou “se” que tiveram vez no dia de ontem que passou!


26 INFORME EMPRESARIAL

Impermeabilização de silos diminui risco de perda de grãos ... à base de borracha líquida e nanotecnologia, que controlam, de forma eficiente a umidade interna dos silos e unidades armazenadoras de grãos...

De acordo com especialistas, no ano de 2017 o setor do agronegócio teve uma participação de 21% no PIB brasileiro. Isso se fez possível por causa da sua participação nas exportações, que no mesmo ano, gerou em torno de US$96,01 bilhões, 13% a mais do que o ano anterior. A elevação de produtividade, conservação e manutenção das características fisiológicas dos grãos foi fator essencial para que tais números pudessem ser elevados durante o ano passado. Por este fato, a indústria paranaense HM Rubber desenvolveu uma linha completa de impermeabilizantes e revestimentos protetivos, à base de borracha líquida e nanotecnologia, que controlam, de forma eficiente a umidade interna dos silos e unidades armazenadoras de grãos, reduzindo consideravelmente, a corrosão e contaminação da produção, combinados com os tradicionais sistemas de termometria e aeradores contínuos. Com rápida e fácil aplicação, o produto pode garantir vida útil ao projeto de no mínimo 20 anos em superfícies expostas, possui alto poder de refletância do sol, protegendo os silos contra variação de temperatura, mantendo sempre o clima ideal para a qualidade dos grãos. Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Com os produtos é possível reduzir o calor das chapas metálicas, refletindo em até 90% os raios ultravioletas, evitando também a corrosão em 100%. “Eles são altamente flexíveis e têm grande aderência, sendo resistente à abrasão, ozônio, chuva ácida, impacto, salinidade, fungos e bactérias, entre outros”, destaca o diretor comercial da HM Rubber, o executivo Élcio Machado. Localizada na região metropolitana de Curitiba (PR), a HM Rubber está presente em todo o Brasil, atendendo não apenas o agronegócio, mas também os setores da cadeia da construção civil e infraestrutura, mantendo representantes e distribuidores certificados em todas as regiões do Brasil.


MICOTOXINAS 27

Citrinina A citrinina funcionou como um redutor ou inibidor parcial do teor de clorofila, proteína, ácidos nucleicos e carotenóides.

Dr. Sergio P. S. de Souza Diniz Prof. Aposentado UEM dnz1210@hotmail.com

Em países com um clima quente, a citrinina é um grave problema de intoxicação alimentar. Essa toxina foi isolada em Londres em 1931 pelo pesquisador Hethrington. Esta toxina afeta o sistema renal no homem, promovendo mudanças na membrana mitocondrial. Em paralelo, a citrinina possui propriedades antifúngicas, também inibe o crescimento de leveduras como Saccharomyces cerevisiae (Ammar et al., 2000). Os efeitos da citrinina nas mitocôndrias do córtex renal e do fígado foram estudados por Chagas et al. (1995), onde os autores descobriram que esta micotoxina afeta a fluidez da membrana mitocondrial. A citrinina promove a redução da amplitude "inchaço" da presença de íons Na+, e esta alteração interfere com a cadeia respiratória ao nível do complexo I, além de afetar a enzima ATP sintase, sem afetar a membrana interna mitocondrial. O efeito é proporcional à concentração de citrinina, sendo o tecido renal mais suscetível do que tecido hepático. Ribeiro et al. (1998), relataram a inibição da peroxidação lipídica das mitocôndrias, feita pela citrinina, verificando que este processo poderia ser revertido por altas oncentrações de Fe3+. Em pesquisa realizada na Bulgária por Vrabcheva et al. (2000), relataram

a ocorrência de citrinina em grãos de trigo, aveia, milho e cevada valores com valores máximos de 420 ng / g. No mesmo ano Malmstron e equipe, relataram a produção de citrinina por Penicillium citrinum e P. steckii. A produção de citrinina juntamente com um pigmento vermelho solúvel em água foi registrada no fungo filamentoso Monascus Ruber (Hajjaj et al., 1999, 2000). A via biossintética da produção de citrinina pelo fungo Monascus ruber citrinina foi estudada por Hajjaj et al. (1999). Galtier (1998) relata que a citrinina, a aflatoxina B-1, a rubratoxina, a ocratoxina A e B, se ligam reversivelmente às proteínas do plasma sangüíneo, enquanto a zearalenona se liga aos componentes das células vermelhas do sangue. Prasad (1998), investigou o efeito da citrinina e da aflatoxina B-1, em várias combinações sobre germinação, crescimento de plântulas, níveis de clorofila, carotenóides, amido, açúcar, proteína e ácidos nucleicos no milho (Zea mays cv. Suwan). Giridhar e Reddy (1997b) descobriram que o ácido ascórbico estimula a produção de citrinina por Penicillium citrinum, enquanto inibe a produção de riboflavina em 50% em concentrações mais elevadas. A hidroxilamina www.graosbrasil.com.br


28 MICOTOXINAS

e a colchicina inibiram o crescimento de P. citrinum, para a produção de micotoxinas. Os mesmos autores descobriram que o ácido indol acético (IAA), o IBA (IBA), o ácido naftilacético (NAA), estimularam a produção de citrinina, enquanto o ácido nicotínico inibiu a produção da mesma. Os reguladores do ácido indolacético (IAA), ácido indolbutírico (IBA) e 2,4-dinitrofenol (2,4-D) também estimularam o crescimento de P. citrinum, mesmo em baixas concentrações, enquanto que o ácido nicotínico teve pouco efeito sobre o crescimento micelial (Giridhar & Reddy, 1997a). Estudos de Stormer e Hoiby (1996) com ocratoxina A e citrinina mostraram que essas toxinas interferem no metabolismo do ferro (Fe) no organismo. Na natureza, essas duas toxinas podem afetar a absorção deste elemento de outros microorganismos concorrentes. A capacidade dessas toxinas interferir com a absorção de ferro pode causar nefropatia. A concentração de fosfato e o pH são fatores na produção de citrinina, como os óleos de azeitona, a soja e o milho podem ser utilizados como única fonte de carbono (Pimen-

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

tel et al., 1996). Os efeitos da citrinina na biossíntese de pigmentos, proteínas e ácidos nucleicos em sementes de milho foram relatados por Prasad e Sinha (1996). A citrinina funcionou como um redutor ou inibidor parcial do teor de clorofila, proteína, ácidos nucleicos e carotenóides. Este efeito é dependente da concentração da toxina. Há evidências de que a interação ocorre entre a citrinina e outras micotoxinas chamadas ocratoxina. Os dados obtidos por Kononenko & Burkin (2013) confirmam a ampla incidência de ocratoxina e citrinina em alimentos e especialmente em grãos de trigo, subprodutos do processamento industrial de grãos de milho, sementes de girassol e alimentos compostos. Sendo a citrinina capaz de ativar a ocratoxina Os principais fungos produtores da citrinina são: Aspergillus niveus, Penicillium citrinum, Penicillium canascens, Penicillium citreaviride, Penicillium fallatanum, Penicillium implicatum, Penicillium jenseni, Penicillium velutinem, Penicillium viridicatum, Penicillium and Monascus ruber steckii. A citrinina é um contaminante natural em trigo, centeio, milho, cevada e aveia. Era parte do problema do arroz amarelo no Japão pós-guerra. Os principais animais susceptíveis são mamíferos, como homem, porcos e cães, além de pássaros. Os principais sintomas causados pela ingestão desta toxina em mamíferos são, nefrotoxicose com polidipsia e poliúria, e um ligeiro dano no fígado; sob a forma de ação tóxica de infiltração gordurosa sobre o rim, conduzindo à glomerulonefrete, deformação e aumento dos túbulos renais. Em aves, registra-se hipertrofia renal, aumento do consumo de água, fezes aquosas. As características químicas são as seguintes: • Fórmula: C13H14O5 • Peso molecular: 250,24 g/mol. • Nome: ácido 4,6-dihidro-8-hidroxi-3, 4,5-trimetil-6-oxo-3H-2-benzopirano-7-carboxilico • Ponto de fusão: 1750C • Fluorescencia emitida: amarelo limão (em álcool) • Índice de refração: [α] 18D - 37.4º (em álcool). • Solubilidade: Insolúvel em água, solúvel em álcool e dioxana. • LD50: 33 to 67 mg / kg para ratos adultos.


LOGÍSTICA 29

Transporte de grãos no Brasil e em Mato Grosso Em 2009 o Brasil contava como uma frota de 600 mil caminhões com idade superior a 20 anos, podendo ainda considerar quase 270 mil caminhões com idade acima de 30 anos.

Edmar Santos de Queiróz Eng. Agrônomo pela UFMT edmarsqueiroz@yahoo.com.br

Prof. Dr. Carlos Caneppele caneppele@ufmt.br

Com uma rota superior a 1,7 milhões de quilômetros de estrada, o Brasil ainda está longe de resolver definitivamente seus problemas com transporte, dentro do território nacional. Segundo o Conselho Nacional de Transporte (CNT), apenas 12,3% desse total é pavimentado. Sendo essa a primeira barreira para o transporte de grãos no território nacional. Em entrevista com caminhoneiro que efetivamente transportam os grãos em todo o Brasil, elaboramos um panorama da atual situação das estradas brasileiras sob a ótica deles. De um modo geral foram apontados diversos problemas em todas as etapas do transporte. Aqui são abordadas as principais dificuldades apontadas pelos motoristas. Panorama das entradas em função dos investimentos No relatório recente o CNT apontou a falta de investimento, entre outros, como um dos fatores como queda na qualidade nas rodovias

brasileiras. Sendo a crise econômica ocorrida nos últimos anos foram poucos investimentos, tanto de construção como na recuperação das estradas. No ano de 2011 os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram um pouco mais de R$11,21 bilhões, em 2016 esse investimento já havia reduzidos para R$ 8,61 bilhões, e até junho de 2017 atingiram apenas R$ 3,01 bilhões. Isso aliado ao desgaste natural e progressivo das estradas e de esperar em uma queda na qualidade das rodovias nacionais, que por consequência gera perdas em todos os níveis e classes de transporte rodoviário. Ainda segundo o plano CNT de transporte e logística, para atendermos a demanda nacional e elevar o status, que hoje é classificado como “péssimo e ruim”, para o status de “adequado” nas rodovias, os investimentos em infraestrutura necessária seriam de aproximadamente 293,8 bilhões de reais. www.graosbrasil.com.br


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Figura 1. Representação gráfica dos valores investidos (Em bilhões de reais) por nível de satisfação (Ótimo ou Bom em %) - Disponível pela CNT 2017.

Historicamente o Brasil investe pouco mais de 70% do total de recurso destinados ao melhoramento da malha rodoviária. Entre 2004 e 2016, dos R$ 127,07 bilhões, previsto no orçamento de infraestrutura rodoviária, apenas R$ 89,4 bilhões foram efetivamente utilizados. Cerca de 30% desse investimento que deixou de ser aplicado, gera uma deficiência que também contribui para a carência de rodovias adequadas para o transporte. O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), de 2013, apontou que os pavimentos das rodovias sob orientação do poder público sofrem precocemente como desgaste, sendo em alguns casos, necessário seu total reparo em apenas sete meses após a entrega da obra. Atualmente o Brasil possui 99% de suas rodovias pavimentadas com pavimento flexível (Asfalto). E apenas 1% com pavimento rígido (Concreto). Para o pavimento flexível, podemos dizer que esse, tem uma maior flexibilidade, facilidade de manuseio, rapidez de aplicação e um custo mais baixo em relação ao pavimento de concreto. Em geral, dependendo da variação do preço dos materiais em cada região, o pavimento rígido é 30% mais caro que o flexível, tendo como sua principal vantagem, seu tempo de vida útil, que quando bem aplicado pode atingir 30 anos, mas que o dobro do asfalto. Outras vantagens são: maior resistência a pressão, melhor aderência dos pneus, maior reflexibilidade, que ajuda os motoristas no trafego noturno.

Figura 2. Inicio de processo de formação de buracos, principal causa na geração de danos ao caminhão e a perdas de grãos ao longo das BR's. Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Aspectos importantes no transporte de grãos Na grande maioria dos motoristas entrevistados apontaram a falta de investimento e o estado depreciativo das estradas como maior entrave enfrentado no dia a dia. Sendo os buracos nas vias, o mais apontado como gerador de transtorno, seguido de cabeceiras de pontes e trechos com curvas mal sinalizadas. Ainda sobre os buracos, ele foi apontado como um dos maiores geradores de perda de grãos nas rodovias, sem contar os danos materiais e estruturais gerados no caminhão e na carroceria. O tipo de pavimento flexível também foi citado, e em grande parte foi rejeitado por eles, sendo o pavimento de concreto o mais bem visto. Sobre os trechos sem pavimento o descontentamento foi ainda maior. Nesse quesito a avaliação deles para as estradas brasileiras são consideradas “péssimas”. No quesito estado de conservação dos caminhões que circulam o nosso território, principalmente os de transporte graneleiro. Os resultados apresentam que hoje o Brasil possui um a frota um tanto quanto envelhecida, onde aproximadamente 45% de toda sua frota possui mais de 20 anos de uso, que na pratica contribui para o aumento de emissão de poluentes, acidentes, congestionamento e principalmente perdas de grãos no transporte. De acordo com dados da Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as empresas detentoras de caminhões possuem 11 anos como idade média de suas frotas. Já a idade média para os caminhoneiros que trabalham de forma autônoma sobe para 23 anos. Em 2009 o Brasil contava como uma frota de 600 mil caminhões com idade superior a 20 anos, podendo ainda considerar quase 270 mil caminhões com idade acima de 30 anos. Sendo 88% dessa frota pertencente a autônomos. Ainda hoje esses profissionais que trabalham de forma autônoma, encontram dificuldades na aquisição de novos veículos, devido a falta de credito e a burocracia. Transporte de grãos no Centro Oeste Mato Grosso tem um cenário perfeito, para termos uma noção da atual situação do transporte, um estado de grande território, líder na produção de grãos, com uma demanda crescente em todas as etapas de produção. Nesse estado é possível observar uma grande variabilidade de caminhões com diferentes tipos de carroceria. Recebendo destaque os caminhões de grande porte como os bitrem e rodotrem, que são muito bem empregados no transporte a longas distancias em rodovias pré-definidas.

Figura 3. Rodotrem nove eixos, com capacidade de até 74 toneladas de carga.


LOGÍSTICA 31

Figura 4. Bitrem possuem capacidade de transporte de até 57 toneladas. É muito utilizado nas estradas do Centro Oeste

modelo do caminhão e porte do veículo, no deslocamento dos diferentes tipos de grãos, tais escolhas visam reduzir as perdas, facilitar o carregamento e descarregamento. Hoje podemos classificar as carrocerias quanto ao material utilizado em sua construção, podendo ser de madeira, aço ou alumínio. As carrocerias de madeira vêm sendo cada vez menos utilizadas, por questões ambientais e contaminações, principalmente por fungo, por ser um material poroso com facilidade no acumulo de água. O aço já foi muito bem visto como alternativa em substituição a madeira, por ser muito mais resistente e de fácil limpeza, mas apresentou um ponto negativo de grande relevância, que seria seu peso. O alumino é hoje o material mais utilizado na construção das carrocerias, por ser ainda mais resistente que o aço, ser mais leve, mais seguro e barato.

Figura 5. Caminhão do tipo LS. O mais utilizado em todo o território brasileiro.

Um ponto importante a ser observado na hora do transporte de grãos e no que dizem respeito à escolha da carroceria empregada, que leva em consideração o tipo de carga,

Figura 6. Carroceria graneleira de madeira, sendo utilizada em veículo truck


32 LOGÍSTICA Outra forma de classificação e quanto ao tipo de carroceria, que podem ser do tipo: Fechada, aberta ou especial. As carrocerias fechadas são aquelas utilizadas no transporte de cargas de alto grau de perfectibilidade. O maior exemplo dessa modalidade é o baú refrigerado. Os tipos de carrocerias abertas e especial são mais adequados e merecem mais destaque em nossos estudos, por possuírem os modelos mais empregados nos transportes de grãos. Dentro da categoria das carrocerias do tipo aberta temos o campeão que lidera a categoria no transporte de grãos, o famoso graneleiro ou grande alta, como também pode ser chamado. Que possui excelente aplicação para o transporte de cereais a granel, como soja, milho, arroz e outros. Os veículos que mais utilizam essa carroceria são os truck, LS, bitrem e rodotrem. Na categoria especial temos as carrocerias do tipo caçamba basculante que também é muito utilizada nesse serviço.

simples troca de pneus, pode se tornar em algo extremamente perigoso, diariamente centenas de pneus sofrem com algum tipo de dano gerado por buracos nas rodovias. As carrocerias apresentam idade média de 12 anos de uso, variando em função da finalidade e frequência de reparos preventivos.

Figura 8. Combinação entre estrada ruim, caminhão mal vedado, resultando em perdas de grãos nas BR's

Figura 7. Carroceria tipo caçamba basculante

Ainda em entrevista com os motoristas dos caminhões que trafegam pela região, apresentam-se os aspectos sobre o estado de conservação dos caminhões e carrocerias, de um modo geral, os relatórios apontam certa dificuldade enfrentada por eles no transporte de grãos de uma região para outra. Um dos pontos mais abordados por eles além das já citadas, situação precária das estradas, é muitas vezes a falta de recursos na hora de enfrentar situações adversas, como por exemplo danos “rasgos” e perfurações nas lonas que cobrem a carroceria, em geral, essas são feitas de PVC e são as mais indicadas para o transporte de adubos e grãos, a sua validade varia de fabricantes para fabricantes e pela forma correta de utilização. A ausência de acostamento para a

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Considerações finais É evidente que a situação do transporte de grãos no Brasil é bastante complexa, devido aos diversos fatores que influenciam no processo. Na questão da logistica de transporte ocorrem poucos investimentos para amenizar o problema, poucos investimentos na recuperação e melhorias das rodovias. As metodologias de investimentos na construção de rodovias e recuperação, já estão ultrapassadas, países de primeiro mundo são muito mais eficientes nesse quesito, conseguindo aliar durabilidade e economia. O Brasil possui uma frota de caminhões envelhecida, algo que compromete diretamente os pilares da sustentabilidade, economia e eficiência. Já foi comprovado que os investimentos em tecnologia se pagam a curto e meio prazo. Sendo assim é necessário evoluir em políticas e programas que facilitem a aquisição de novos caminhões por parte dos motoristas, principalmente os autônomos, pois são esses com o menor poder de barganha, com maiores dificuldades de se manter no mercado. Se existir investimento em todas as etapas do transporte, desde os componentes utilizados na construção do asfalto, que se tornarão mais duráveis e seguros, que por consequência pode trazer mais economia em termos de manutenção de caminhões e consumo de diesel, até a maneira mais adequada de se fazer um transporte eficiente, podemos mudar significativamente o atual cenário. Visando as perdas no transporte, ainda podemos avançar com adoção de medidas preventivas ou tecnologias mais eficientes para vedar as carrocerias a ponto de minimizar esse efeito. No momento do carregamento de grãos, um cuidado muito importante é realizar as vistorias preliminares, avaliando a questão da limpeza e conservação das carrocerias dos caminhões, para evitar misturas de materiais estranhos na massa de grãos e reduzir as perdas no transporte.


ARMAZENAGEM 33

Armazenamento de Grãos de Canola em Diferentes Condições de Temperatura e Umidade dos Grãos A cultura tem sido empregada com várias finalidades, como: • Melhoramento de solo • Inibição de pragas e moléstias na rotação de culturas • Forragem verde para alimentação animal • Produção industrial de biocombustível • Alimentação humana através do seu óleo • Subproduto da extração para ração Prof. Dr. Ricardo Tadeu Paraginski Instituto Federal Farroupilha ricardo.paraginski@iffarroupilha.edu.br

Luana Haeberlin

Instituto Federal Farroupilha luana.haeberlin@gmail.com

A canola (Brassica napus L. var. oleifera) é a terceira oleaginosa mais produzida no mundo com grande importância na produção de óleo vegetal comestível, na produção de biocombustível e na alimentação animal, sendo valorizada pelo poder nutricional do seu óleo, principalmente por possuir o menor teor de gordura saturada dentre os óleos vegetais. O nome canola é derivado da sigla “Canadian Oil Low Acid”,onde as sementes foram obtidas por modificação genética das espécies Brassica napus e Brassica rapa (campestris), e caracterizam-se por conter baixo teor de ácido erúcico e glucosinolatos. No Brasil, o cultivo da canola é relativamente novo, e nos últimos anos vêm conquistando o investimento dos produtores, sendo os produtores atraídos pelo baixo preço para produção, pelo elevado valor de mercado, além da importância desta cultura para a rotação de culturas no sistema plantio direto. As tecnologias de produção evoluíram com desenvolvimento de híbridos, manejo de semeadura, adubação e colheita, e essas garantiram o aumento de produtividade de 1.000 Kg.ha-1 para 2.000 Kg.ha-1, porém a falta de conheci-

mentos científicos voltados para a produção e etapas de pós-colheita dessa oleaginosa tem dificultado sua expansão regional. Para cultivo, a canola necessita de temperaturas amenas para sua produção, sendo principalmente cultivada em climas temperados, porém nos últimos anos vêm conquistando o investimento dos produtores. Na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul tem ganhado espaço como alternativa para a cultura do trigo devido aos modernos sistemas mercadológicos, cada vez mais dinâmicos e com os seus novos conceitos de globalização, exigem que os processos produtivos se tornem competitivos quanto à qualidade dos produtos e ao preço final de mercado, sendo o armazenamento uma prática necessária para permitir que as indústrias trabalhem o ano todo e atendam a demanda de produto para o consumo nas diferentes regiões. Os grãos de canola atualmente produzidos no Brasil, conforme Tomm et al. (2009) possuem em torno de 24 a 27% de proteína e, em média, 38% de óleo. O óleo de canola é considerado um alimento saudável, pois apresenta elewww.graosbrasil.com.br


34 ARMAZENAGEM vada quantidade de ômega-3 (reduz triglicerídios e controla arteriosclerose), vitamina E (antioxidante que reduz radicais livres), gorduras monoinsaturadas (que reduzem as gorduras de baixa densidade) e o menor teor de gordura saturada (atua no controle do colesterol de baixa densidade) de todos os óleos vegetais. A estabilidade de óleo de canola é limitada principalmente pela presença de ácido linolênico, clorofila, e seus produtos de decomposição e outros componentes tais como pequenas quantidades de ácidos graxos com mais de três duplas, e estes ácidos graxos altamente insaturados podem possivelmente ser formados durante refino e branqueamento. A presença de 7% a 11% de ácido linolênico na composição do óleo de canola coloca este óleo na mesma categoria que o óleo de soja em relação a sabor e estabilidade oxidativa (PRZYBYLSKI et al.,2005). Desta forma, considerando o potencial de produção desta cultura na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, como uma alternativa para a cultura do trigo, foi realizado um Trabalho no Laboratório de Fitotecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, buscando avaliar os efeitos de diferentes temperaturas e umidades de armazenamento de grãos de canola armazenados durante 180 dias em sistema semi-hermético. Os grãos utilizados foram colhidos mecanicamente na Agropecuária Trombeta no município de São Francisco de Assis (Figura 1), e após a limpeza manual no laboratório, os grãos foram submetidos à secagem artificial em estufa até a obtenção das umidades de 8, 10, 12 e 14%, para iniciar o armazenamento. As avaliações foram realizadas a cada 45 dias seguindo os padrões analíticos específicos para grãos.

turas de 7, 17 e 27°C. Observa-se a coloração esbranquiçada nas amostras armazenadas com 14% de umidade a 17°C, com 12% de umidade a 27°C e, principalmente, na amostra armazenada com 14% de umidade a 27°C. Esta alteração na coloração dos grãos deve-se à incidência de desenvolvimento fungico, o qual diminui a aceitação do produto no mercado devido a redução da qualidade do produto. Observa-se que nos grãos armazenados com 8 e 10% de umidade não houve alterações no que diz respeito ao aspecto visual.

Figura 1. Colheita de grãos de canola no município de São Francisco de Assis – Rio Grande do Sul.

Na Figura 2 são apresentadas as imagens dos grãos canola no início do armazenamento (A) e após 180 dias de armazenamento (B) nas umidades de 8, 10, 12 e 14%, nas temperaRevista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

Figura 2. Grãos de canola ao início do armazenamento (A) e após 180 dias de armazenamento (B) nas umidades de 8, 10, 12 e 14% e temperaturas de 7, 17 e 27ºC.


ARMAZENAGEM 35 Os resultados do teor de grãos mofados (Figura 3) mostram que para as amostras armazenadas com 8 e 10% de umidade, percebe-se que o teor de grãos mofados não ultrapassou 0,5%, nas três temperaturas avaliadas durante o período de 180 dias de armazenamento. No entanto, os grãos armazenados com 12% de umidade na temperatura 27°C, ao fim do período apresentaram incidência de grãos mofados de 4,22%. Já nos grãos armazenados com 14% de umidade obteve-se 100% da amostra mofada nas temperaturas de 27 e 17ºC aos 90 e 180 dias de armazenamento, respectivamente.

que em todas as situações estudadas ocorreu perda de massa seca no armazenamento.

Figura 4. Efeito do tempo de armazenamento na perda de massa (%) de grãos de canola armazenados a 8% (A), 10% (B), 12% (C) e 14% (D) de umidade nas temperaturas de 7, 17 e 27°C.

Figura 3. Efeitos do tempo de armazenamento na incidência de grãos mofados (%) de grãos de canola armazenados nos teores de umidade de 8% (A), 10% (B), 12% (C) e 14% (D) nas temperaturas de 7, 17 e 27°C.

O desenvolvimento fungico é resultado de práticas inadequadas de armazenamento, principalmente temperatura e umidade indequadas, podem levar ao desenvolvimento fúngico com a produção de micotoxinas que causam sérios riscos à saúde dos consumidores. O processo de deterioração dos grãos intensifica-se com a combinação de elevadas temperaturas e teores de água, os quais alteraram a coloração do produto, devido a reações químicas, enzimáticas, bioquímicas e fisiológicas, além da ação de fungos, as quais em conjunto alteram a tipificação do produto. Cabe ressaltar que atualmente não existe um regulamente técnico específico de classificação para grãos de canola, apenas são considerados teores de grãos verdes e chochos no recebimento dos grãos na safra, e quando os grãos são armazenados, avalia-se o índice de acidez do óleo extraído antes da comercialização. Os resultados de perda de matéria seca (Figura 4) indicam

Nos grãos armazenados com 8% de umidade não houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo a perda de massa seca próxima a 1,15% em 180 dias de armazenamento. Nos grãos armazenados com 10% de umidade, aos 180 dias de armazenamento, no tratamento a 27°C, a perda de massa seca foi de aproximadamente 1,95%, significativamente maior do que a perda de massa seca dos outros tratamentos de aproximadamente 0,8%. Nos grãos armazenados com maiores teores de umidade, 12 e 14%, obtiveram maiores perdas de massa seca, nos 180 dias de armazenamento, e essas foram mais expressivas conforme o aumento da temperatura. Aos 180 dias a perda total de massa seca nas amostras de grãos com 12% de umidade foram de 1,81, 4,12 e 7,83% para os tratamentos a 7, 17 e 27°C, respectivamente, e nas amostras de grãso com 14% de umidade foram de 4,41, 7,63 e 13,80% para os tratamentos a 7, 17 e 27°C, respectivamente. Estes resultados comprovam que o desenvolvimento fúngico reduz a massa específica aparente e a massa específica seca dos grãos. Os resultados da condutividade elétrica (Figura 5), indicam que para os grãos armazenados com 8% de umidade indicam que no tratamento a 7ºC, a condutividade foi maior durante todo período de armazenamento, porém não houve diferença significativa entre os restultados, tanto em relação aos tratamento, quanto em relação ao período de armazenamento.

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36 ARMAZENAGEM

Figura 5. Efeito do tempo de armazenamento na condutividade elétrica de grãos de canola armazenados com teores de umidade de 8% (A), 10% (B), 12% (C) e 14% (D) de umidade nas temperaturas de 7, 17 e 27°C.

Já os resultados apresentados pelos grãos armazenados com 10% de umidade e temperatura de 27ºC apresentou um acréscimo linear na conduvitidade elétrica, diferenciando dos tratamentos a 7 e 17ºC. Nos grãos armazenados com 12% de umidade, a partir dos 90 dias de armazenamento, os tratamentos a 17 e 27ºC obtiveram condutividade elétrica significativamente maior que do tratamento a 7ºC. Aos 180 dias

de armazenamento o tratamento 12% 27ºC obteve condutividade 356% maior que a inicial, demonstrando a deterioração dos grãos. Nos grãos armazenados com 14% de umidade, todos os tratamentos apresentaram significativo aumento da condutividade elétrica durante o armazenamento, sendo o tratamento a 27ºC aos 90 dias a condutividade elétrica apresentou média 218% maior que a inicial, acrescendo até alcancar média superior 383% aos 180 dias de armazenamento. O aumento da condutividade elétrica indica que ocorreu um processo de deterioração da membrana e da parede celular dos grãos, sendo este mais aparente quando os valores são superiores, onde com o aumento do tempo e da temperatura de armazenamento dos grãos, a velocidade das reações químicas e enzimáticas é aumentada, proporcionando uma maior desestruturação celular, o que aumenta o lixiviamento de sais, metais e moléculas ácidas, as quais, dissociadas em meio aquoso, passam a conduzir corrente elétrica. Portanto, as temperaturas de 17 e 27°C com umidade de 12 e 14% durante 180 dias de armazenamento de grãos de canola provocaram aumentos na condutividade elétrica, perda de matéria seca e aumento do teor de grãos mofados quando comparados com as umidades de 8 e 10% nas temperaturas de 17 e 27°C. Na temperatura de 7°C com umidade de 14% durante 180 dias de armazenamento de grãos de canola provocaram aumento na condutividade elétrica e perda de matéria seca, porém não ocorreu aumento do teor de grãos mofados, quando comparado as temperaturas de 17 e 27ºC.



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Revista GrĂŁos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018


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40 UTILISSIMAS EVENTOS 2018 21 e 23 de fevereiro – FEMAGRI 2018 - Guaxupé (MG) 5 a 9 de março| EXPODIRETO – Não Me Toque (RS) 20 a 23 de março | SHOWSAFRA – Lucas do Rio Verde (MT) 8 a 11 de abril | SUPERAGRO – Campo Novo do Parecis (MT) 9 a 13 de abril | TECNOSHOW COMIGO – Rio Verde (GO) 15 a 19 de maio | AGROBRASILIA – Brasília (DF)

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Curso em El Salvador Um curso sobre problemas na pós-colheita foi realizado nos dias 25 e 26 de outubro no Hotel Holiday Inn em San Salvador, El Salvador, América Central. O principal palestrante foi o engenheiro Domingo Yanucci. O curso foi organizado por Guadalupe Galo, Diretora de Treinamento do Programa Alimentos, S.A. de C.V. e contou com o apoio da Coexport. Agradecemos a Guadalupe Galo por seu convite. Conferência IGC GRAINS 2018 A conferência é um dos eventos industriais mais consolidados do mundo, um fórum de compartilhamento de conhecimento, criação de novos contatos e aprofundamento de relações comerciais; que atrai uma combinação única de profissionais de comércio de alto nível, legisladores e líderes empresariais, oferece oportunidades inigualáveis para rede e rede com colegas. O evento abrirá com uma avaliação detalhada das perspectivas globais de oferta e demanda, que inclui informações da Saudi Grain Organization (SAGO), que lida com o programa de importação de grãos grandes do Reino, bem como uma apresentação especial sobre as perspectivas da exportação russa. As discussões de especialistas sobre oportunidades de investimento, gerenciamento de riscos e fundamentos macroeconômicos subjacentes serão seguidas por uma única sessão com foco em novas tecnologias para monitoramento de culturas, agricultura Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro 2018

robótica e inovações no armazenamento de grãos. A conferência também incluirá avaliações abrangentes dos principais atores das potências mundiais da China e do Brasil. Terá lugar no dia 19 de junho no Queen Elizabeth II Center, Westminster, Londres. https://www.igc.int/en/conference/confhome.aspx

Cargill: o maior projeto portuário no Brasil O diretor dos portos da Cargill no Brasil, o Sr. Backx Van Buggenhout disse que "Como outras empresas exportadoras, a Cargill considera Barcarena como uma região estratégica para o transporte de grãos". A Baía do Capim foi escolhida como um site potencial para o porto, parece garantir uma operação segura e eficaz, com profundidade adequada e acesso viável para barcaças, bem como menos exposição a ventos e ondas que são fatores importantes para operações seguras na região. Investirá aproximadamente 700 milhões de reais (US $ 212 milhões) no projeto portuário, que teria capacidade para lidar com cerca de seis milhões de toneladas de grãos por ano. As operações começariam no porto entre 2022 e 2025, dependendo da demanda e outras decisões estratégicas. A empresa disse que espera empregar 150 pessoas na primeira fase de implementação e 300 em outras fases. "Para a Cargill, a região norte é essencial e, neste sentido, um porto na região de Barcarena completará a matriz de logística da empresa em Rota Norte", disse Buggenhout. " Em conjunto com o terminal de Santarém, teremos capacidade total para transportar 12 milhões de toneladas de grãos por ano".

Revista Granos edição 121 Já está disponível a primera edição do ano 2018 da Revista Granos. Contém matérias sobre Mensagem das 4 correntes - Desafíos Globais para o êxito da Aplicação de Atmosfera Modificada (A. M.) e Armazenagem Hermética - Gestão de Embalagens Vazias de Fitosanitarios - Panes com Masa Madre e Farinha de Milho Tratada Térmicamente – Explosão na planta de acopio de Cofco – IPESA: Estamos preparados para armazenar toda a colheita da Argentina – ROJOSOFT – SYMAGA: Novo departamento de projetos Controle de Roedores: Pensando Fora da Casa - Rendimento e Qualidade do Trigo na Região Central do País Campanha 2017/18 entre outras. Para maiores informações contate com gerencia@graosbrasil. com.br.


DO BRASIL

ZHENGCHANG DO BRASIL Tecnologia "4 em 1" - Projetos completos para Armazenagem de Grãos

Referência no mercado de armazenamento de grãos na China. Linha de produção avançada e automatizada. Silos Helicoidais e Corrugados, além de todos os equipamentos necessários. Com mais de 1.000 projetos de armazenamento de grãos entregues em todo o mundo.



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