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02 EDITORIAL

Ano XVI • nº 90

Maio / Junho 2018

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

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(44) 3031-5467 Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

Estimados Amigos e Leitores Mais uma vez chegamos a você com informação de utilidade sobre nossa especialidade. Obviamente prestamos muita atenção às problemáticas passageiras, por seu impacto e consequências imediatas, mas também é necessário trabalhar sobre a problemática a fundo. Falta-nos infraestrutura adequada, tanto em armazenagem como em acondicionamento, e também em transporte. Sem dúvida é imprescindível melhorar o nível técnico das pessoas que trabalham, e principalmente, dos que tem a responsabilidade de mexer com milhões de reais todas as safras. Nesta edição damos início a uma pauta referida a desenho de armazéns, que é um tema de grande importância, como comentamos em várias oportunidades não está se utilizando toda a experiência e tecnologia hoje disponível e continua instalando os mesmos equipamentos de sempre, só que com um pouco mais de capacidade. Outros temas que você encontrará nessa edição se refere aos fungos e micotoxinas. Dentro do manejo em um armazém a mistura de grãos (prática que dá grandes satisfações quando está bem feita), é sem dúvidas de grande transcendências. Nosso editor e amigo Oswaldo Jorge Pedreiro realiza um verdadeiro desabafo sobre a situação atual de nosso país com relação à greve dos caminhoneiros. Sobre o tema de sementes apresentamos uma matéria de um dos mais prestigiosos grupos de trabalho da Argentina, falando da primeira contagem, como ferramenta para melhorar a qualidade do plantio. Outros temas de seu interesse verão expostos. Lembramos aos que desejam receber a Grãos Brasil e a Granos, sem custo que devem registrar-se no FORO Latino-americano, simplesmente enviando seu email a gerencia@graosbrasil.com. Aproveitamos para convidar para o Granos Pós-Colheita de Precisão XXI Expo Feira Internacional, que se concretizará nos dias 26 e 27 de setembro em Rosario (Santa Fe – Argentina.)(maior centro agro industrial exportador do mundo), com ingresso livre e gratuito para todos. Agradecemos as empresas e instituições que, visando um Brasil melhor, nos ajudam na difusão de tecnologia sempre atualizada. Que Deus abençoe seus trabalhos e família. Com afeto.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Grão Brasil



04 SUMARIO

06 Mistura de Grãos - Eng. Domingo Yanucci 09 Cultivo de Trigo - Dr. Ricardo Tadeu Paraginski e outros 12 Micotoxinas úteis ao homem - Dr. Sergio P. S. de Souza Diniz 14 Desenho de Instalações - Eng. Domingo Yanucci 17 Prova de Primeira Contagem - Eng. Agr. (Ms.Sc) Carina Gallo e outros 24 Secador SRE-240 - Pinhalense 26 Armazenamento de Grãos em Silo-Bolsa - Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias e outros 30 Combustão de cavacos de madeira aplicados em secadores de grãos - Eng. Mec. Agenor Rohden 32 O Brasil na UTI dos Caminhoneiros - Desabafo Críticas e Sugestões: Oswaldo J. Pedreiro 34 Armazenagem de grãos no Brasil terá destaque no Congresso Brasileiro de Soja 36 Soja produzida no Matopiba representa 11% da produção nacional - Lebna Landgraf 37 Não só de pão... 38 CoolSeed News 40 Utilíssimas NOSSOS ANUNCIANTES

Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

gerencia@graosbrasil.com.br



06 QUALIDADE

Mistura de Grãos Para dar rentabilidade ao armazém, além de ter uma boa conservação, devemos ter capacidade de segregação (classificação em diferentes silos) de maneira que possamos aplicar a prática de mistura.

Eng. Domingo Yanucci

Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

Nunca podemos melhorar a qualidade de um grão, mas sempre está aberta a possibilidade de melhorar o conjunto e, portanto, gerar uma diferença positiva entre o que ingressa e o que sai do nosso armazém. A mistura dos grãos de diferentes qualidades é um manejo básico da pós-colheita. Todo armazenista deve conhecer as bases científicas das misturas. Como sempre falamos a prática da amostragem e monitoramento é fundamental para conhecer os parâmetros de qualidade de cada espécie e o armazenista deve respeitar, dentro do possível, a classificação em diferentes depósitos. NADA MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO, É A CAPACITAÇÃO DO RESPONSÁVEL DO ARMAZÉM. Sempre falamos que quanto menor seja a mistura no ingresso, melhor, já

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que deste modo teremos mais uniformidade nos grãos evitando ambiguidades no manejo do mesmo. Agora quando se vai despachar, a mistura pode ser nossa grande aliada. O benefício da mistura é um dos aspectos economicamente mais interessante na pós-colheita de grãos. Nas próximas linhas apresentamos alguns conceitos básicos da mistura e os resultados da subtração e adição de mercadoria no granel. Variados são os fatores que podemos considerar, umidade, danificado, odor, corpos estranhos, proteína, etc.. Determinação de Mistura: 2 tipos de grãos Neste caso deve se conhecer, a priori 3 valores a) Valor 1 = V 1 b) Valor 2 = V 2 c) Valor buscado = V B Logo se aplica o seguinte esquema: Matematicamente deve se fazer: V 1 - V B = (Y) V 2 - V B = (X) Do anterior se conclui que na mistu-


QUALIDADE 07 ra deve se considerar: (X) Partes de V 1 (Y) Partes de V 2 Com um exemplo fica mais claro: V 1 = 10% de danificado em trigo V 2 = 2% V B = 5% 10% 2% 5% (3) (5) Na mistura devemos usar: 10 % - 5 % : 5 partes do grão de 2% e 2 % - 5 % : 3 partes do grão de 10 % Podemos fazer uma comprovação para determinar se o cálculo realizado está correto. Comprovação No seguinte cálculo temos a comprovação se a mistura foi calculada adequadamente: V 1 x (X) = a V 2 x (Y) = b (X)+(Y) / a+b a+b / (X)+(Y) = V B Para o exemplo: 10% x 3 = 30 2% x 5 = 10 8 40 40/8 = 5% (V B)

proteína, nos ajudará a realizar uma boa mistura. Devemos partir de uma análise de todo o trigo ingressado, e de uma boa segregação. Este trabalho pode resultar muito efetivo, permitindo que os custos baixem em forma importante. Mistura por odor: Outra das misturas difíceis de solucionar, é a mercadoria com odor. Quando temos este problema, devemos tomar muitas providências, de maneira que ao intentar solucionar um problema não geremos maiores complicações. O odor tem a particularidade de contaminar com baixas doses, então devemos limpar as zonas onde se trabalhou com esta mercadoria. Mistura combinada: Neste caso temos dois grãos, por exemplo um com grãos danificado, mais seco e outra massa de grãos de boa qualidade com um pouco de umidade. Então podemos pensar em aproveitar ambas características de maneira a se beneficiar ao conjunto. Sempre é importante o equilíbrio. O controle é o seguimento, a frequência dos controles destas operações deve ser o máximo. Resultados de Misturas Alheatórias Em muitos casos se misturam distintas partidas sem um cálculo prévio, por ex. Por não dispor de outro depósito, isto leva que a qualidade do conjunto mude: Ex.) Se misturamos: 100 t de soja com 1% de ardido, com 20 t com 8% de ardido O que acontecerá com a mercadoria resultante assim e misturada uniformemente? 100 t x 1% = 100 20 t x 8% = 160 120 t 260 Então: 260 / 120 = 2,17 % A nova partida alcançara um 2,17 % de ardido.

Mistura por umidade: Aqui nós podemos ter um leque amplo, já que é uma das misturas mais comuns; mas devemos destacar que o grão que se armazena úmido, deve ter uma umidade segura, que não afete com o tempo o grão e que o tempo estimado de armazenagem seja adequado para a futura mistura. Mistura por danificado: Outra das misturas conhecidas e de grãos danificado, nesta como em todas, é de grande importância o seguimento e a visão controlada, de maneira que se realize de forma adequada. Devemos considerar o DESTINO dos grãos, de maneira de tirar o máximo proveito possível. Mistura por corpos estranhos: Esta é a mais difícil de realizar, porque muitas vezes não se distribuem de forma uniforme na massa de grãos. Para diminuir possíveis inconvenientes, se recomenda a carga de vários caminhões consecutivos, de maneira a diluir possíveis problemas de uniformidade. Mistura consecutiva: Em algumas situações temos mercadoria com muito dano, o que faz difícil a mistura; nestes casos se recomenda primeiro uma dupla mistura, para fazer isto devemos ter uma boa quantidade de grãos aptos, então realizamos uma primeira mistura baixando as percentagens de danificado, se armazena em um lugar onde depois poderemos realizar uma segunda mistura, de maneira a chegar a valores adequados nas demandas do mercado. Mistura por Proteína: A classificação de distintos níveis de www.graosbrasil.com.br


08 QUALIDADE Determinação de Mistura: 3 Fatores Neste caso partimos de 4 dados: V1 - V2 - V3 - VB Exemplo V 1 = 1% V 2 = 15% V 3 = 10% VB = 5% Portanto se requer para a mistura: V1 V2 V1 V3 VB VB (X) (Y) (Z) (V) Ex.)

1%

15% 5% 10% 4%

Portanto se requer: (X + Z) PARTES DE V 1........... (15 % de V1) Y PARTES DE V 2..................... (4% de V2) V PARTES DE V 3..................... (4% de V3) Comprovação: 15 x 1% = 15 4 x 10% = 40 4 x 15% = 60 23 115 Então: 115 / 23 = 5% (V B)

1%

10% 5%

5%

4%

Resultado da Subtração Em alguns casos se conhece com precisão como ingressa o grão, então pode se calcular o estado geral, mas na expedição uma parte pode sair um pouco distinta à média ponderada calculada, portanto caberia perguntarmos: como fica o grão? Ex.: Se temos 1000 t com 4% de ardido e retiramos 200 t com 2%, como fica o grão? 1000 t X 4% = 4000 -200 t X 2% = - 400 800 t 3600 3600 / 800 = 4,5% O grão fica em conjunto com 4,5% de ardido. É muito recomendável, dispor de tabelas para o grão e fator que nos interessa, com o intuito de facilitar a geração da mistura. Exemplo de mistura soja danificada Depois de realizar um cálculo de mistura para um lote em particular deve se realizar a constatação para outro ou outros lotes que podem ser encontrados com risco de estar acima das normas de comercialização. Exemplo de mistura soja danificada Se dispõe de 3 partidas A, B e C , com os seguintes percentuais: A: 100 % B: 1 % C: 0 % Para chegar ao 2 % de danificado no grão final. Ex.)

100% 1%

5%

1%

1%

98%

2%

5%

0% 1%

Devemos misturar: 1 t de A, (98+2) t de B e 1 t de C. Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018


Cultivo de Trigo

TRIGO 09

A importância da escolha do cultivar e do planejamento para armazenamento dos grãos produzidos Atualmente o produtor baseia-se somente na escolha de cultivares mais produtivas e com maior qualidade sanitária, e deixa de lado o principal parâmetro avaliado pela indústria que é a classe e a cor da farinha produzida.

Figura 1 - Sementes de trigo depositadas no solo nas áreas de cultivo na Região Noroeste do Rio Grande do Sul.

Dr. Ricardo Tadeu Paraginski Engenheiro Agrônomo Professor de Fitotecnia Instituto Federal Farroupilha

Douglas Jacoboski

Acadêmico de Agronomia Instituto Federal Farroupilha

Felipe Ferrazza

Acadêmico de Agronomia Instituto Federal Farroupilha

As áreas de cultivo de trigo estão sendo semeadas desde o início do mês de maio no estado do Rio Grande do Sul, juntamente com uma grande instabilidade de preços e potencial de produtividade, características estas observadas todos os anos. Neste contexto, à maioria das unidades de armazenamento não possuem capacidade para recebimento de novos produtos, devido aos bons índices de produtividade de milho e soja, e também de soja safrinha, que neste período de plantio do trigo está ingressando nas unidades, e devido à expectativa de aumento do preço da saca de soja principalmente, estes grãos ainda não foram comercializados. A expectativa do setor é que ocorra uma repetição da área de trigo da safra 2017, próximos aos 1.714,6 mil hectares, entretanto, como o preço do grão de milho deve se manter estável ao longo do ano, e devido ao déficit de oferta, alguns produtores podem acabar deixando de realizar a semeadura de trigo, devido ao atraso na época de colheita que pode comprometer a implantação da cultura do milho. Assim, a

tendência é que ocorre uma valorização dos grãos de trigo produzidos, sendo de fundamental importância a escolha de cultivar adequadas para atender a necessidade das indústrias moageiras, bem como planejar e organizar as unidades para receber esses grãos de trigo de maneira adequada. 1. Escolha das cultivares e manejo da cultura Atualmente existe um grande número de cultivares de trigo disponíveis no mercado de culturas anuais para escolha dos produtores no momento da semeadura, entretanto, muitas vezes por falta de informação, o produtor acaba deixando de lado fatores importantes na escolha das cultivares, como a qualidade e o comportamento de panificação. Atualmente o produtor baseia-se somente na escolha de cultivares mais produtivas e com maior qualidade sanitária, e deixa de lado o principal parâmetro avaliado pela indústria que é a classe e a cor da farinha produzida. Desta forma, a indústria precisa trabalhar e capacitar os técnicos e extensionistas www.graosbrasil.com.br


10 TRIGO para que expliquem aos produtores a necessidade de utilizar cultivares que garantam uma melhor qualidade do trigo produzido, e consequentemente um melhor valor de mercado.

Figura 2 - Grãos de trigo produzidos nas diferentes regiões do país.

Dentre as análises de qualidade realizadas na recepção do trigo, a únicas realizadas são os teores de matérias estranhas e impurezas, o teor de umidade e o peso hectolitro. Os níveis indesejados de umidade e matérias estranhas e impurezas consegue-se resolver no interior das unidades de beneficiamento de grãos, através de processos de pré-limpeza e limpeza realizadas em máquinas ar e peneiras (MAP) e da secagem dos grãos em secadores adequados para grãos de trigo. Entretanto, o peso hectolitro padrão de comercialização é 78, sendo quanto mais elevado este valor, melhor a qualidade, porém, este parâmetro não avalia os principais fatores considerados pelas empresas de panificação atualmente, que são a atividade enzimática na farinha, parâmetros alveográficos, e cor da farinha, sendo necessárias outras metodologias analíticas para avaliação desses parâmetros. A cor da farinha, parâmetro de qualidade utilizado pelas empresas, e está deve ser alva ou levemente amarelada e sem pontos negros (resíduos de farelo), sendo que a cor relacionada ao teor de carotenoides, de proteínas, de fibras e da presença impurezas na moagem, e também pode ser relacionada com o teor de cinzas que esta farinha possui. Os padrões nacionais de comercialização de trigo são determinados pela Instrução Normativa MAPA Nº 38 de 30 de novembro de 2010, e classifica o trigo nacional nas classes melhorador, pão, doméstico, básico e outros usos, conforme apresentado na Tabela 1. A classe de trigo melhorador envolve os grãos de genótipos de trigo aptos para mesclas com grãos de genótipos de trigo da classe básico, para uso na panificação, na produção de massas alimentícias, em biscoitos do tipo crackers e em pães industriais (como pão de forma e pão para hambúrguer). Na classe trigo pão estão os grãos de genótipos de trigo com aptidão para a produção do tradicional “pãozinho” (do tipo francês ou d’água) consumido no Brasil, e esse trigo também Tabela 1 - Grãos de trigo produzidos nas diferentes regiões do país.

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pode ser utilizado para a produção de massas alimentícias secas, de folhados ou em uso doméstico, dependendo de suas características de força de glúten (W). Na classe de trigo básico são enquadrados os grãos de genótipos de trigo aptos para a produção de bolos, bolachas (biscoitos doces), produtos de confeitaria, pizzas e massa do tipo caseira fresca. Assim, as empresas precisam difundir esses parâmetros aos produtores na região, buscando incentivar a cultura de escolha de cultivares de melhor qualidade, que garantam mercados consumidores que busquem adquirir os grãos produzidos, e a utilização de grãos de trigo que não atendam os padrões buscados pelas indústrias deixem de ser utilizados para ração animal, pois todos os produtores sofrem pressão para reduzir custos, aumentar a produção e melhorar a qualidade, porém muitas vezes não compreendem o porquê dessa necessidade. Nesse contexto, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha está desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão nessa área, com o objetivo de difundir informações sobre a qualidade de grãos de trigo a serem produzidos.


TRIGO 11 2. A necessidade de armazenar de maneira adequada A melhoria da gestão agroindustrial das associações e cooperativas tritícolas também deve ser perseguida, pois a recepção da matéria-prima, muitas vezes, é tratada sem a devida cautela. Um programa de Gestão da Qualidade pode eliminar as “não conformidades” da recepção dos grãos produzidos, evitando a mistura de produtos originários de diferentes agricultores e áreas de produção, para oferecer vantagens aos que se dedicam a produção das cultivares com características desejadas pela indústria. As cooperativas de recebimento de grãos, que recebem produtos de diversos produtores, não possuem um controle de qualidade interno, desta forma, atualmente estas acabam misturando as cultivares de trigo no interior das moegas, ou mesmo, alguns produtores informam que é uma cultivar de trigo da classe “melhorador” e estão entregando um trigo da classe “básico”, não tendo como se agregar valor ao produto no momento da comercialização, e o produtor não recebe o retorno pelo investimento em sementes de melhor qualidade e manejo mais tecnificados durante o manejo produtivo. Neste contexto, a organização e o planejamento das unidades que receberão esses grãos no momento da colheita são fundamentais para garantia de qualidade, onde as mesmas devem possuir silos adequados para receber e separar os grãos por qualidade, onde neste caso, a opção de silos de menor capacidade é vantajosa, quando comparado a silos maiores. Além disso, surge a possibilidade de armazenamento em silos bolsas também, desde que realizado de maneira adequado, com teor de umidade adequado e tempo apropriado, que garantam no momento de retirada do produto grãos de boa qualidade tecnológica e industrial. Assim, produtores que possuem silos em unidades produtivas possuem essa vantagem de poder investir em cultivares melhoradas e manejo adequado, e após a colheita conseguem agregar valor a esta matéria-prima, onde a comercialização de um trigo de boa qualidade na entressafra, permite uma diferenciação no preço de mercado, quando comparado ao tradicionalmente realizado pelas cooperativas. Desta forma, deve-se incentivar cada vez mais o armazenamento de grãos à nível de fazenda, principalmente com a construção de silos verticais de pequeno porte, que permitem a separação de grãos de qualidades diferentes, seja de cultivares ou mesmo de qualidade. Em trabalho realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (Figura 1) mostra-se grãos de trigo armazenados em sistema hermético durante 180 dias

com teores de umidade de 11, 13, 15 e 17%. Os resultados indicaram ser possível armazenar grãos de trigo em temperatura ambiente com as umidades de 11% e 13% durante 180 dias, sendo que neste período a umidade permaneceu constante no interior das embalagens, entretanto ocorreu um aumento nos valores de condutividade elétrica, o que indicam pequenas alterações na estrutura desses grãos, entretanto não suficiente para afetar os parâmetros de qualidade industrial dos grãos. Os padrões nacionais de comercialização de trigo são determinados pela Instrução Normativa MAPA Nº 38 de 30 de novembro de 2010, e classifica o trigo nacional nas classes melhorador, pão, doméstico, básico e outros usos, conforme apresentado na Tabela 1.

Figura 3 - Qualidade dos grãos de trigo ao final do período de seis meses armazenamento com umidade de 11, 13, 15e 17% em sistema hermético de armazenamento

Portanto, a escolha da cultivar no momento da semeadura, e a adoção de práticas de manejo adequadas são fundamentais para a garantia de produção de matéria-prima adequada para as indústrias de panificação, e consequentemente nas práticas adotadas para redução na importação de trigo, entretanto não adianta investir nesses fatores se as unidades não estiverem planejadas e preparadas para adotar padrões para separação dos grãos de diferentes cultivares, para que o produtor seja retribuído pela produção, sendo o trabalho com produtores “cooperados”, onde as cooperativas acompanham o processo produtivo, uma alternativa para garantir bons índices produtivos aos triticultores nesta safra.


12 MICOTOXINAS

Micotoxinas úteis ao homem Micotoxina é o termo usado para descrever substâncias tóxicas formadas durante o crescimento de fungos, o que está associado a mudanças na natureza física do alimento no sabor, odor e aparência.

Dr. Sergio P. S. de Souza Diniz Prof. Aposentado UEM dnz1210@hotmail.com

É de conhecimento secular que a atividade de fungos ocasiona alterações na qualidade dos alimentos. Às vezes, estas alterações são desejáveis, como, por exemplo, para desenvolver sabor característico em determinados queijos. Porém, na maioria dos casos, os fungos ocasionam alterações indesejáveis, produzindo sabores e odores desagradáveis causados por diferentes graus de deterioração. Micotoxina é o termo usado para descrever substâncias tóxicas formadas durante o crescimento de fungos, o que está associado a mudanças na natureza física do alimento no sabor, odor e aparência. Fungos principalmente do gênero Aspergillus, Penicillium e Fusarium estão largamente distribuídos na natureza e, portanto, muitas vezes, contaminam alimentos frescos e também alimentos processados. No entanto, algumas micotoxinas podem ser usadas pela indústria farmacêutica como medicamentos. Tais medicamentos irão atuar no combate de infecções bacterianas, agindo como antibióticos e também no combate a alguns tipos de cefaleias, como por exemplo, as enxaquecas. Micotoxinas benéficas ao homem Podemos considerar um grupo de 3

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principais micotoxinas que são úteis ou benéficas ao homem: Penicilina, Cefalosporinas e Ergotamina. 1. Penicilina Descoberta por Alexander Fleming em 1928, isolada a partir de colônias de Penicillium notatum. Essa descoberta foi uma verdadeira bomba contra as infecções bacterianas. Atualmente muitas outras moléculas derivadas da penicilina são usadas no tratamento dessas mesmas infecções bacterianas.

Estrutura química da penicilina

Na época, porém, a importância da descoberta de Alexander Fleming não foi reconhecida. O uso de penicilina iniciou-se a partir de 1940, quando Howard Florey e Ernst Chain isolaram o ingrediente ativo e desenvolveram uma forma pulverulenta do medicamento. 2. Cephalosporina Tendo sido descoberta pelo pesquisador italiano Giuseppe Brotzu partindo


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do isolamento do fungo Chephalospoum acremonium. Estruturalmente, a cefalosporina guarda similaridades com a penicilina. Diferindo na formação do anel da beta-lactana. Esse antibiótico é utilizado contra bactérias resistentes à penicilina e seus derivados diretos

Estrutura da cefalosporina

3. Ergotamina Essa micotoxina e derivados são obtidos a partir do fungo Claviceps purpúrea, tendo sido amplamente usada no controle de enxaquecas e outras dores de cabeça. A ergotamina é uma ergopeptina, fazendo parte da família dos alcaloides de ergo. Possui similaridades estruturais com diversos neurotransmissores, apresentando uma atividade biológica vasocontristora.

GSB2

Por quatro gerações sucessivas de manipulação química deste antibiótico, importante no combate de ambas as bactérias Gram-positivas, e Gram-negativas resistentes às penicilinas. No entanto, este fungo Chephalospoum acremonium é um agente causador de doença no trigo (Lipps, 2001). C

M

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CY

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Estrutura química da ergotamina

É utilizado medicinalmente para o tratamento de crises agudas de enxaqueca (por vezes em combinação com cafeína). O uso medicinal do fungo do ergot começou no século 16 para induzir o parto, mas as incertezas da dose desencorajaram o uso. Tem sido usado para prevenir a hemorragia pós-parto (sangramento após o parto). Foi isolado pela primeira vez do fungo do ergot por Arthur Stoll na Sandoz em 1918 e comercializado como Gynergen em 1921 (Giannini & Slaby, 1989). No entanto, este fármaco causa vasoespasmo significativo e a sua dosagem deve ser precisa porque a sobredosagem leva a um quadro clínico de intoxicação conhecido como ergotismo (Dilmé-Munoz et al., 2003).

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14 DESENHO

Desenho de Instalações Recepção - Acondicionamento e Armazenagem de Grãos

Em definitiva as perdas podem superar a 5%, só porque as instalações não respondem as tecnologias que nos permitem eficiência. Vários são os mitos que deveremos vencer para avançar com as mudanças necessárias.

Eng. Domingo Yanucci

Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

A tecnologia em geral está transformando nossas vidas dia a dia. Na pós-colheita não poderia ser de outro jeito. Nas últimas décadas se desenvolveu a tecnologia de amostragem, secagem, conservação, que nos permite ser mais competitivos. Geramos esta série de matérias, que se estenderam por 6 edições para tratar pouco a pouco cada uma das etapas desta especialidade que é a base de nosso trabalho. Quais são as vantagens de dispor armazéns adequados? • Realizar uma regular e fluida comercialização. • Diminuir as perdas quali-quantitativas. • Aumentar a produção em forma ordenada. • Concretizar estratégias de exportação favoráveis. A elaboração de um bom projeto de desenho requer de muitas áreas de conhecimentos: agronômicos – comerciais – econômicos financeiros – estruturais – elétricos- ambientais, ecológicos

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– mecânicos – legais – laborais – qualidades dos grãos e demanda do mercado – manejo pós-colheita. Portanto é bom deter-se a considerar que é uma instalação adequada e quais são os aspectos básicos na hora de desenvolver um desenho de um armazém. Alertamos sobre o que esta passando hoje no Brasil e em outros países da região, se estão levantando novos armazéns com tecnologia ultrapassada, para se dizer melhor, normalmente, de 30 anos atrás. Vocês lembram do TRIÂNGULO DE OURO. Com 3 lados, 1) INSTALAÇÕES 2) OPERÁRIOS E MANEJO 3) INFORMAÇÃO. É imprescindível ter boas instalações para poder concretizar um manejo adequado. Como realizar uma boa amostragem se não temos uma sonda extratora de caminhões, ou um pegador de amostra de grão em movimento? Como secar em forma eficiente se não temos secadoras modernas e sistemas de aeração bem dimensionados? Como conservar se não temos máquinas de limpeza e pulverização ou sistemas de resfriamen-


DESENHO 15 to? Enfim, podemos continuar com este questionamento por várias linhas.

Em definitiva as perdas podem superar a 5%, só porque as instalações não respondem as tecnologias que nos permitem eficiência. Vários são os mitos que deveremos vencer para avançar com as mudanças necessárias. Só para lembrar um exemplo para uma capacidade estática de 30000 t devemos fazer um investimento de R$ 21.000.000, teremos gastos anuais de R$ 2.100.000 (2 giros por ano) e armazenaremos grãos por um valor de R$ 42.000.000 todos os anos. Como vemos um investimento que devemos amortizar em 20 anos cada ano que passa por suas instalações, muitos milhões de reais. Só em 10 anos passaremos R$ 420.000.000, 20

vezes o investimento inicial. Por isso devemos ter claro que mais que pensar em comprar barato, devemos pensar em comprar econômico, já que pequenos investimentos em boa tecnologia se compensa em forma de muito benefício sã. Quando falamos de perdas a nível de produção 1 ou 2 % não significa nada, na pós-colheita 1 % equivale a 40 % dos gastos do armazém. Por isso, devemos ver desde os valores mais pequenos, 0,2 % em adiante.


16 DESENHO mazém faz vários giros por ano e trabalha com grãos abrasivos, deve-se ter instalações que facilitem as tarefas preventivas de manutenção).

As considerações básicas que deve reunir um desenho de armazém são as seguintes: 1. Simultaneidade (Isto implica que nos permite desenvolver vários trabalhos em forma simultânea – Em instalações bem desenhadas podemos receber um grão, secar outro grão e com outro grão carregar um caminhão.). Se o armazém não faz possível vários trabalhos com distintos grãos, sem dúvida teremos uma grande limitante. Hoje vemos armazéns que só podem secar ou que recebem, por exemplo: se o secador não rende o grão é retornado a moega. 2. Flexibilidade (Isto significa que os grãos, de acordo com sua condição possa seguir um caminho ou outro). Os grãos podem chegar com umidade e muita matéria estranha, ou só com umidade, ou secos e com necessidade de passar por limpeza, em condições, etc. Portanto para ter eficiência, cada grão, de acordo com a suas caraterísticas, deverá receber um manejo específico. Hoje temos caminhos restritos que os grãos seguem sem importar sua condição. 3. Capacidade corretiva (Os grãos podem chegar da lavoura com defeitos ou podem deteriorar-se na pós-colheita), em um armazém devemos secar, limpar, resfriar, expurgar, misturar, etc.; isto nos permite melhorar a qualidade do conjunto. Hoje temos armazéns que não permitem mover os grãos dos silos de armazenagem para a frente, por exemplo para expurgar ou misturar, a grande maioria não tem equipes de pré-limpeza. 4. Capacidade de ampliação (Este é um aspecto muito importante, já que as instalações têm uma vida útil de muitos anos e a lógica é a um incremento dos volumes, receber e armazenar). Pode ser um pouco mais custoso mas é imprescindível que se haja previsto o crescimento em cada uma das etapas. 5. Seguridade e Higiene (cada vez mais são importantes temas que afetam a qualidade de vida dos operários e dos vizinhos, assim como tudo o que se pode pôr em risco os investimentos). Sistemas de aspiração de pó, por exemplo, não podem faltar nas instalações. 6. Manutenção e baixo custo (sobretudo, quando o arRevista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

O objetivo básico de todo armazém é obter rentabilidade, por isso sempre deve-se ver os custos em cada um dos trabalhos que se concretizam, um bom conhecimento dos gastos, assim como das amortizações e juros e por outro lado os ingressos ou benefícios, permitirá que nós determinemos a rentabilidade de um armazém. Em uma próxima matéria falaremos dos índices de eficiência de um armazém. O local ideal para a instalação de um armazém para movimentação de mercadorias é muito importante. Basicamente temos que considerar: 1. Vias de transporte (rodovias – ferrovias – hidrovias) 2. Serviços (energia elétrica – combustível – mão-de-obra – comunicação – serviços vários) Claro que também cada empresa deverá definir o objetivo do armazém. Serão instalações para recepção de grão da lavoura? Será uma instalação para abastecer uma indústria? O grão se transformará em ração ou se trata de gerar combustível? Devemos pensar em terrenos amplos, se são mais ou menos isolados ou dentro de uma zona industrial, de maneira a se evitar contingências futuras. Normalmente os armazéns tem uma área de gravitação, devido que, pelos custos de transporte, os produtores estão mais perto. Considerações específicas do terreno são básicas. O clima tem um papel importante porque vai definir algumas das tecnologias a usar, por exemplo aeração, resfriamento, isolação térmica, etc., a problemática dos ventos deve ser considerada, tanto na hora da construção da instalação como em seu funcionamento normal. Muitas vezes a napa freática põe empecilhos para a construção da obra civil e nos obriga a pensar em alternativas mais custosas, mas onde a elevação da napa, não cause problemas. O nível do terreno, assim como sua inclinação também devem ser considerados. Movimentos sísmicos, que não são comuns no Brasil, podem ser importantes nos países vizinhos. Lembre-se, quando pensamos em um desenho estamos falando de algo que vai influenciar nossa eficiência por mais de uma década. Sempre devemos consultar e ver o que é que temos de melhor.


SEMENTES 17

Prova de Primeira Contagem Uma ferramenta Útil, Rápida e Econômica para Determinar o Vigor de Lotes de Sementes

Eng. Agr. (Ms.Sc) Carina Gallo Tecnologia de Sementes. INTA gallo.carina@inta.gob.ar

Tecnologia de Sementes. INTA

Um lote de sementes se considera vigoroso quando atinge o potencial para emergir rápida e uniformemente, gerando um alto número de plântulas normais em uma ampla diversidade de condições ambientais ainda quando não sejam as ideais para a espécie. Os lotes de sementes que conservam seu potencial de germinação, ainda quando são armazenadas em condições pouco adequadas, também são considerados vigorosos. Portanto, conhecendo a condição de vigor de cada lote de sementes, podemos auferir sobre seu comportamento na lavoura frente a condições ambientais adversas e com base a tal adversidade poderemos tomar decisões a respeito da definição das datas para plantio, eleição de lotes de campo e/ou manejo da conservação.

Eng. Agr. (Ms.Sc) Miriam Arango

Vigor e deterioração O Vigor do lote de sementes permite identificar problemas em lotes que tenham uma ótima germinação em condições favoráveis para a espécie. Estes "problemas" estão relacionados com a deterioração fisiológica que sofrem as

Eng. Agr. (Ph.D) Roque Craviotto

Tecnologia de Sementes. INTA

sementes. A deterioração das sementes é uma série de mudanças que ocorrem devido ao passar do tempo e que originam danos nos sistemas e funções vitais chegando, finalmente, a afetar a capacidade de germinação. A duração do processo de deterioração depende fundamentalmente da interação de fatores tais como a constituição genética do cultivar, seu conteúdo de umidade e a temperatura que deve suportar durante o desenvolvimento e armazenamento. A consequência final da deterioração é a perda total da viabilidade do lote, que pode ocorrer lenta ou muito rapidamente de acordo com as condições a que se submeteu. Antes de chegar a uma falha completa de germinação ocorre uma série de eventos menores, alguns visíveis e outros não, mas que se encadeiam um atrás do outro, gerando alterações cada vez mais graves. As consequências da deterioração de muitas sementes são vistas no campo através de diferentes indicadores, tais como: 1. germinação inicial lenta que se traduz em desuniformidade no www.graosbrasil.com.br


18 SEMENTES surgimento e no estabelecimento da cultura, causando atrasos no amadurecimento, problemas de competição entre plantas de diferentes tamanhos, atraso na colheita, etc. 2. aparecimento de plântulas anormais que não prosperam na linha de plantio e até competem com plântulas normais 3. falhas na linha de plantio. A deterioração das sementes e o vigor estão fisiologicamente ligados e são aspectos recíprocos, portanto, se a deterioração de um lote de sementes aumentar, então o vigor desse lote diminuirá. Primeiro teste de contagem Há um grande número de testes de laboratório que são usados para estimar o vigor das sementes, que variam em complexidade e também são baseadas em vários fundamentos fisiológicos. A existência de um espectro variado de testes de vigor permite que os laboratórios de sementes selecionem os testes que fornecem as informações necessárias para inferir a condição de deterioração dos lotes de sementes analisados. É importante enfatizar que cada teste de vigor fornece informações diferentes sobre uma característica particular do lote. Esta informação fornece a possibilidade de "conhecer" o lote de sementes, a fim de inferir o seu comportamento na plataforma de semeadura. Os testes mais sensíveis de vigor permitem determinar graus de deterioração através da inferência do estado das membranas celulares ou da redução das atividades respiratórias e Biosintéticas. Outras características do lote de sementes, como germinação lenta, menor taxa de crescimento de plântulas e / ou menos emergência uniforme de plântulas no campo, indicam que o lote de sementes apresenta um estado avançado de deterioração. Para detectá-lo, testes de vigor são utilizados com base no desempenho das mudas, como no caso do Teste de Primeira Contagem. No teste de germinação padrão, você pode realizar duas contagens, uma primeira contagem e uma contagem final. Na contagem final, obteve-se o número de plântulas normais que germinaram ao final do período de 8 dias de germinação estabelecido para as espécies de soja, segundo a International Seed Analysis Association (ISTA). Este número final de mudas normais estabelece o valor de Germinação do lote de sementes expresso em porcentagem. No entanto, podemos obter informações adicionais sobre a Taxa de Germinação do lote de sementes se realizarmos uma primeira contagem de plântulas no Teste de Germinação Padrão. A primeira contagem é feita 5 dias após a semeadura (ISTA, 2017) e é um parâmetro que indica a condição de vigor do lote de sementes, uma vez que requer que o lote de sementes produza mudas normais em um período menor de tempo em relação à contagem final do Teste de Germinação Padrão. Os resultados do Teste de Primeira Contagem, obtidos com vários dias de antecedência em relação ao resultado final do Teste de Germinação Padrão, têm um valor de grande importância, pois expressam a real capacidade das sementes que compõem o lote germinar em um curto período de tempo. Neste teste, a porcentagem de mudas consignadas corresponde exclusivamente às plântulas emergidas avaliadas como Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

normais, descartando-se as demais. Desta forma, é necessário cuidar das condições sob as quais o teste é realizado e a classificação das mudas, de modo a permitir a presença e identificação precisa de todas as estruturas essenciais da mesma. Assim, o Teste de Primeira Contagem baseia-se no princípio de que lotes de sementes com maior porcentagem de plântulas normais 5 dias após a semeadura são lotes mais vigorosos. Um lote de sementes que se deteriora produz mais mudas com aberrações morfológicas chamadas plântulas anormais e sementes que não germinam e produzem um valor menor de germinação. O primeiro teste de contagem fornece uma referência muito boa para comparar lotes de sementes que levam o mesmo valor de poder germinativo, mas que diferem substancialmente na velocidade com que as plântulas normais, sendo esse recurso muito útil para diferenciar lotes de sementes. Quando as sementes são hidratadas no primeiro estágio da germinação, o metabolismo é ativado e começa a "reparar" o dano presente na semente antes que comece o crescimento das estruturas seminais. Esta reparação do dano leva tempo e, portanto, as sementes germinam mais tarde do que as sementes que não têm danos para reparar. Esse atraso no início da germinação é o indicador de que a velocidade de germinação é diferente entre os lotes e, portanto, o vigor também é diferente. Como é realizado o primeiro teste de contagem? Os materiais e equipamentos necessários para realizar o Teste de Primeira Contagem são os mesmos utilizados para realizar o Teste de Germinação Padrão. Isso é feito seguindo as especificações e recomendações das Regras de Análise de Sementes da ISTA. Para as espécies de soja, são utilizadas 4 repetições de 100 sementes cada, que são semeadas em diferentes substratos de acordo com a decisão do analista que realiza o teste. As regras do ISTA sugerem que três métodos podem ser usados para semear: 1. Sementeira entre papéis: consiste em colocar as sementes em uma folha de papel de germinação umedecido e depois cobri-las com outra folha de papel que também esteja úmida. Em seguida, um rolo é formado e colocado dentro de sacos de polietileno para evitar que o substrato perca umidade durante o tempo de duração do teste. Os rolos são colocados na vertical na câmara de germinação.


SEMENTES 19 2. Semear em papel coberto com areia: neste método, as sementes são colocadas em uma folha de papel de germinação úmida e depois cobertas com uma camada de 2 cm de areia seca. O recipiente contendo o papel, sementes e areia é colocado dentro de um saco de polietileno. 3. Semear na areia: as sementes são colocadas numa camada de 2 cm de areia úmida e depois cobertas com outra camada de 2 cm de espessura da mesma areia. O recipiente é colocado dentro de um saco de polietileno. Qualquer que seja o método utilizado para semeadura, os rolos ou recipientes são colocados em ambientes de germinação com luz constante e temperatura constante de 25ºC por 5 dias (ISTA, 2017). Uma vez terminado o período de germinação estabelecido pelo ISTA para as espécies de soja, as plântulas são avaliadas. Este ponto é de suma importância, pois a correta avaliação das plântulas de soja pelo analista é fundamental para a obtenção de um resultado confiável e preciso da qualidade da amostra de sementes analisada. Avaliação de mudas O Manual de Avaliação de Mudas ISTA (2013) e as Regras ISTA (2017) estabelecem os critérios para avaliação de plântulas e sementes no final do período de germinação, seja na primeira contagem ou na contagem final. Como um primeiro passo na avaliação de mudas, é essencial que o analista possa claramente discernir quais mudas plântulas são normais e quais as anormalidades estão presentes. De acordo ISTA, plântulas normais são as plântulas que mostram o potencial para continuar a desenvolver plantas aceitáveis quando cultivadas em solo de boa qualidade e sob condições favoráveis de umidade, temperatura e luz (Figura 1). Plântulas normais são consideradas plântulas normais intactas aquelas que possuem estruturas essenciais muito bem desenvolvidas, completas, em proporção e saudáveis. No entanto, muitas mudas podem ter defeitos menores que não afetam o desenvolvimento normal e, portanto, podem ser consideradas como plântulas normais e compõem a porcentagem de germinação de um lote de sementes. Estas plântulas são chamadas de plântulas normais com ligeiros defeitos e caracterizado pelo fato de apresentar ligeiros defeitos de estruturas essenciais, mas possuem um desenvolvimento equilibrado aceitável e comparável a mudas intactas no mesmo ensaio. As plântulas intactas e aquelas com defeitos menores podem ser afetadas por fungos ou bactérias de uma fonte exter-

na e não da própria semente. No entanto, esta infecção nem sempre influencia o seu desenvolvimento normal e, portanto, são consideradas plântulas normais com infecção secundária (Figura 1). Os lotes de sementes de média e baixa qualidade costumam apresentar altas porcentagens de plântulas com defeitos graves em algumas de suas estruturas ou ausência de alguma estrutura. Essas mudas são chamadas de plântulas anormais e seus grandes defeitos afetam grandemente seu desenvolvimento normal, mesmo quando as condições ambientais são favoráveis. No campo, as plântulas anormais não prosperam no estande inicial da cultura, pois não possuem meios para se desenvolver com a mesma velocidade das plântulas normais e, finalmente, desaparecem do estande.

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Figura 1 - Mudas Normais de Soja. a) plântula normal intacta, b) plântula normal com defeitos menores e c) plântula normal com infecção secundária.

Plântulas anormais podem apresentar diferentes tipos de danos severos e irreparáveis ou apresentar um desenvolvimento fraco e / ou estruturas essenciais deformadas ou desproporcionais (Figura 2). Há, portanto, uma série de danos graves que podem ocorrer em estruturas diferentes de uma plântula anormal: Anormalidades das plântulas (Figura 3) Uma plântula anormal pode ser deformada, fraturada, vítreo, branco / amarelo, desequilibrada ou pode liberar os cotilédones do tegumento antes da raiz primária. Os sintomas de fitotoxicidade nas plântulas são considerados como anormalidades, bem como a infecção causada por patógenos transportados pela semente (infecção primária). Por outro lado, aquelas plântulas formadas pela fusão de duas plântulas em algumas de suas estruturas são classificadas como anormais.

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C

Figura 2 - Mudas Anormais de Soja. a) plântulas anormais danificadas, b) plântulas anormais deformadas e c) plântulas anormais com infecção primária. www.graosbrasil.com.br




22 SEMENTES

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Anormalidades hipocotil e / ou epicotil (Figura 5) Numa plântula anormal, o hipocotil e / ou o epicotil podem ser curtos e grossos, profundamente quebrados ou partidos, têm recortes longitudinais. Curvaturas ou alças podem estar presentes na base do hipocotil ou o hipocotil pode ter um crescimento em espiral. Em algumas plântulas anormais a torção do hipocotil e / ou do epicotil é também o decaimento causado por uma infecção primária, como podem ser observados. Mudas com fototropismo negativo são consideradas anormais durante a avaliação de plântulas tanto no Teste de Germinação Padrão quanto no Teste de Primeira Contagem.

C

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Figura 3 - . Anormalidades das plântulas. a) plântula fraturada, b) plântula com cotilédones liberados do tegumento antes da raiz primária, c) plântulas orelhudas, d) plântula com sintomas de fitotoxicidade, e) plântula deformada.

Anormalidades da raiz primária (Figura 4) Considera-se que uma plântula é anormal quando a raiz primária está ausente, atrasada em seu crescimento, podre como resultado de uma infecção primária, separada do final, espessada, vítrea, cortada, profundamente quebrada ou quebrada, comprimida ou aprisionada no tegumento. As mudas com raízes primárias que apresentam sintomas de fitotoxicidade ou geotropismo negativo também são classificadas como anormais. Nas espécies de soja, se a raiz primária estiver ausente ou apresentar alguma das anormalidades supracitadas, ela pode ser substituída em suas funções por raízes secundárias e, dessa forma, a plântula é classificada como plântula normal, desde que não apresente nenhum dano grave em outra estrutura. Em seguida falamos do número de raízes secundárias necessárias para substituir a raiz primária e as características que essas raízes secundárias devem apresentar são detalhadas: • pelo menos 3 raízes secundárias que não apresentam nenhum defeito mencionado acima. • estas raízes secundárias devem ser iguais ou maiores em comprimento do que a metade do comprimento do hipocotil. • Em plântulas que possuem um hipocotil pouco desenvolvido, tanto o hipocotil como as raízes secundárias devem ter pelo menos o mesmo comprimento que o eixo principal dos cotilédones.

A

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Figura 4 - Anormalidades da raiz primária. a) plântula com raiz primária atrofiada, b) plântula com raiz primária ausente, c) plântula com geotropismo negativo, d) plântula com raiz primária separada do final. Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

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Figura 5 - Anormalidades do hipocotil e / ou epicotil. a) plântula com hipocotil quebrado, b) plântula com fenda de hipocotil longitudinalmente, c) plântula com base de hipocotil formando um laço

Anormalidades da gema e do tecido circundante (Figura 6) Durante a avaliação das plântulas é importante observar o estado do broto terminal e do tecido circundante, pois será a partir deste broto que as futuras ramificações da planta se desenvolverão. Uma plântula é anormal quando o broto terminal está ausente, danificado, necrótico, deformado ou podre como resultado de uma infecção primária.

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C

Figura 6 - Anormalidades do broto terminal e dos tecidos circundantes. a) plântula com gema podre, b) plântula com gema apical ausente, c) plântula com gema danificada

Anormalidades dos cotilédones (Figura 7) Devido à importância dos cotilédones no crescimento das plântulas, é necessário que essas estruturas estejam em boas condições. As substâncias de reserva armazenadas nos cotilédones são a fonte de energia utilizada pela muda para o seu desenvolvimento até que as folhas primárias possam ser totalmente implantadas e otimizar o mecanismo da fotossíntese. Por esse motivo, durante a avaliação de plântulas de soja, considera-se que metade ou mais da metade do tecido cotiledonar composto de ambos os cotilédones deve estar em boas condições e livre de danos. Portanto, uma muda é anormal quando mais da metade de seu tecido cotiledonar está ausente, deformada, quebrada, separada, descolorida, necrótica, vítrea, fundida ou podre como resultado de uma infecção primária.


SEMENTES 23 No momento da avaliação das plântulas no Teste de Primeira Contagem, é necessário registrar aquelas sementes que não germinaram durante o período de 5 dias. O fracasso da germinação dessas sementes pode ser devido a várias razões, sendo as mesmas classificadas como: • Sementes mortas: estas sementes absorvem água e são geralmente flácidas ou descoloridas ou mofadas e não mostram sinais de desenvolvimento de plântulas. • Sementes frescas: elas são capazes de absorver água sob as condições de germinação estabelecidas para as espécies de soja, mas o processo de germinação é bloqueado. • Sementes duras: sementes que não são capazes de absorver água nas condições estabelecidas para a germinação. Interpretação dos resultados O resultado do Teste de Primeira Contagem é expresso como a porcentagem de plântulas normais desenvolvidas em um período de 5 dias. Este valor é um indicador da Velocidade de Germinação do lote e, portanto, é um valor de inferência do Vigor do lote. Portanto, lotes de sementes com maiores percentuais de plântulas normais no Teste de Primeira Contagem são lotes com maior Taxa de Germinação e, portanto, são os lotes mais vigorosos. Esses lotes terão maior probabilidade de ter bom desempenho no campo quando as condições ambientais não forem totalmente favoráveis. A

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Figura 7 - Anormalidades do cotilédone. a) plântulas com cotilédones deformados, b) plântulas com cotilédones podres, c) plântulas com cotilédones fundidos

É importante ressaltar que a zona de união dos cotilédones com o hipocotil deve sempre ser saudável e isenta de danos, uma vez que essa área é a passagem das substâncias de reserva dos cotilédones para o broto apical e o sistema radicular. Os cotilédones, a superfície da folha da muda deve estar em grande parte em bom estado para ser eficiente na captação de energia solar. É por esta razão que, como no caso dos cotilédones, o conceito de que metade ou mais da metade do tecido foliar composto por ambas as folhas primárias deve estar em bom estado e livre de danos é aplicado às folhas primárias. Uma muda é anormal quando mais da metade de seu tecido foliar está ausente, deformada, quebrada, separada, descolorida, necrótica ou podre como resultado de uma infecção primária. As folhas primárias que têm formato falciforme são chamadas de folhas falciformes e são uma anormalidade que deve ser considerada no momento da avaliação.

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Figura 8 - Anormalidades das folhas primárias. a) plântula com folhas primárias falcadas, b) plântula com folhas primárias danificadas www.graosbrasil.com.br


24 INFORME EMPRESARIAL

Secador SRE-240 O forno alimentador pode atingir mais de 180 graus Celsius, promovendo um choque de calor no compartimento cilíndrico, onde estão os grãos, o que contribui para sua maturação.

Um secador rotativo de feijão, que também atende aos produtores de café e cereais, é uma das principais novidades em termos de lançamentos que a Pinhalense Máquinas Agrícolas apresenta ao mercado neste ano. O equipamento foi exposto pela primeira vez em algumas das principais feiras de negócios do país, como a Agrishow e a AgroBrasília. O secador SRE-240 é o de maior capacidade dentro da linha de secadores rotativos da Pinhalense: 24 mil litros, vindo somar ao portfolio da fabricante que também conta com os modelos SRE-025 (2,5 mil litros), SRE-050 (5 mil litros), SRE-075 (7,5 mil litros), SRE-090 (9 mil litros) e SRE-150 (15 mil litros). Ou seja, máquinas de diferentes portes, que atendem dos pequenos aos grandes produtores, de acordo com suas mais variadas necessidades de tempo e volume de processamento. Diferentemente de equipamentos de outras culturas, muitas vezes resultados de adaptações, o SRE-240 foi desenvolvido especificamente para a secagem do feijão. Um dos seus fatores de destaque é o sistema de semipolimento, Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

que confere ao produto final um aspecto mais claro e brilhante, ou seja, mais atrativo para sua comercialização, conforme as características valorizadas pelo consumidor em relação ao feijão. O secador executa simultaneamente as funções de eliminar a umidade, remover bactérias que podem acompanhar os grãos e também limpá-los, afinal é comum que eles sejam colhidos com um pouco de sujeira. Desta forma, o equipamento contribui para deixar o feijão nas condições necessárias para poder ser embalado posteriormente. O forno alimentador pode atingir mais de 180 graus Celsius, promovendo um choque de calor no compartimento cilíndrico, onde estão os grãos, o que contribui para sua maturação. O movimento do feijão dentro do cilindro do gerador também ocasiona um atrito que acaba sendo responsável pela melhoria da aparência do grão, uma espécie de semibrilho. Após passar algumas horas dentro da máquina, o feijão sai com a consistência desejada para sua destinação comercial. Ou seja, trata-se de um método de secagem impor-


tante para a manutenção da qualidade do produto. Além dos produtores que realizam o processamento internamente, o secador serve também a empresas que compram os grãos de produtores e realizam a operação em larga escala, com diversos equipamentos trabalhando simultaneamente, podendo secar milhares de toneladas de feijão por mês, por exemplo. Demais características e benefícios: • Seca mais uniforme • Seca mais rápida • Carga e descarga rápida • Economia de combustível • Maior vida útil • Funciona como pré-secador • Silo alimentador TSRE-M (carga de espera) • Melhor aspecto do produto final • Sistema de semi-polimento A Pinhalense expôs o secador SRE-240 pela primeira vez durante a 25ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, entre 30 de abril e 4 de maio. A feira recebeu em torno de 160 mil pessoas e chegou à marca de R$ 2,7 bilhões em vendas. Dias depois, o equipamento foi apresentado aos cerca de 115 mil visitantes da 11ª AgroBrasília, que aconteceu de 15 a 19 de maio, nos arredores da capital federal. O secador também estará exposto na edição 2018 da Agroleite, de 14 a 18 de agosto, em Castro, interior do Paraná. A feira extrapola as fases da cadeia do leite, visto que a agricultura também é forte no Estado, bem como na Região Sul em geral.

INFORME EMPRESARIAL 25 Sobre a Pinhalense

Líder mundial em tecnologia para processamento de café, a Pinhalense Máquinas Agrícolas conta com três unidades fabris que somam mais de 60 mil m² de planta industrial, em Espírito Santo do Pinhal (SP), onde foi fundada há mais de 67 anos. Com cerca de 820 colaboradores, tem máquinas em operação em quase 100 países para clientes de todos os portes, nos segmentos de café, cacau, castanha, feijão, cereais, pimenta e noz macadâmia. Detém mais de 25 patentes em diversas etapas do processamento, da recepção à exportação, e investe permanentemente em pesquisa de novas tecnologias e qualidade, para evolução dos equipamentos e instalações em funcionamento.

Mais informações: http://www.pinhalense.com.br https://www.instagram.com/pinhalense https://www.youtube.com/user/PinhalenseMA

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26 SILO-BOLSA

Armazenamento de

Grãos em Silo-Bolsa

Uma boa alternativa emergencial se Tecnicamente bem Utilizado

Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias Universidade Federal de Pelotas. eliasmc@uol.com.br

Prof. Dr. Nathan Levien Vanier Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Maurício de Oliveira Universidade Federal de Pelotas

Engº Agrº MSc. Lázaro C. C. Cañizares Universidade Federal de Pelotas

Engº Agríc. MSc. Volnei L. Meneghetti Universidade Federal de Pelotas

Engº Agríc. Dr Ricardo S. Pohndorf Universidade Federal de Pelotas

Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

A cada dificuldade econômica enfrentada pelo Brasil, mais se destaca a participação do agronegócio, pois as crescentes produções de grãos constituem a base para esse crescente desempenho positivo, mesmo com todo o panorama de índices predominantemente negativos da economia nacional nos últimos tempos. O manejo agronômico de produção e ações específicas dos agricultores são os principais responsáveis pelas altas produtividades, com destaques para os constantes melhoramentos de genética e manejos de cultivos verificados a cada safra. As variedades mais produtivas, no entanto, apesar da boa adaptabilidade aos ecossistemas de produção empregados, geralmente são suscetíveis às condições operacionais e a fatores adversos do meio, podendo resultar em redução na qualidade do grão, com consequências no armazenamento e/ ou na industrialização e no consumo.

Os avanços experimentados na produção, entretanto, não encontram paralelo no que ocorre na pós-colheita, uma vez que todos os indicadores apontam para um descompasso entre esses dois importantes elos das cadeias produtivas. E os conceitos modernos de produção não prescindem de uma forte aliança entre quantidade e qualidade, especialmente em se tratando de grãos destinados ao consumo direto ou à indústria alimentos humanos e de animais. Produção, armazenamento, agroindustrialização e distribuição constituem os principais componentes da cadeia produtiva dos agronegócios, os quais têm efeitos decisivos nos preços dos alimentos e demais produtos de origem agropecuária. Com os grãos a situação não é diferente. Para atendimento do abastecimento do mercado interno, além do poder aquisitivo dos consumidores, é necessá-


SILO-BOLSA 27 ria a sustentação de quatro pilares: produção e logísticas de armazenagem, transportes e distribuição dos alimentos, havendo necessidade de que estejam em equilíbrio. Para exportação, o tripé é dos três primeiros, em equilíbrio. Com os reajustes e realinhamentos que o agronegócio brasileiro enfrenta, cada vez adquire maior importância o gerenciamento operacional e econômico da qualidade dos grãos. Dentre os fatores que influenciam sua qualidade, é importante destacar: as características varietais; as condições de desenvolvimento da cultura; o manejo e as condições edafoclimáticas; a época e a condição de colheita; o método e o sistema de secagem; o sistema de armazenamento; os métodos de conservação; o processo e as operações de beneficiamento industrial dos grãos. Um dos maiores desafios nacionais da atualidade é a produção de alimentos para populações sempre crescentes e mais concentradas nas áreas urbanas, distantes geograficamente e culturalmente das atividades do meio rural. Deve haver grande eficiência para atender demandas cada vez maiores. O desafio se mostra ainda maior quando são incluídas as exigências de qualidade, que necessita ser preservada nas etapas de pós-colheita. A tarefa não se esgota dentro das fronteiras, ganhando importância crescente o mercado externo, onde o agronegócio se destaca na geração de divisas para o país pelas exportações. Nesse contexto, a armazenagem aparece como o grande gargalo a ser superado. Nos parâmetros de qualidade, é importante que os grãos apresentem umidade uniforme e relativamente baixa; pequena percentagem de impurezas e/ou materiais estranhos, de grãos quebrados e de defeitos; baixa suscetibilidade à quebra; alto peso específico; boa conservabilidade; baixos índices de contaminação por microrganismos; ausência de micotoxinas e alto valor nutricional. Tudo isso precisa ser preservado na pós-colheita. O que define o tipo na hora de comercializar os grãos são os percentuais e a natureza dos defeitos que apresentam, os quais variam para cada espécie. Alguns desses defeitos dependem das condições ocorridas na etapa de produção e não se alteram durante o armazenamento. Esses são denominados defeitos não-metabólicos. Outros podem aumentar durante o armazenamento. Esses são denominados defeitos metabólicos. Os metabólicos estão associados com os riscos de desenvolvimento de substâncias prejudiciais à saúde do consumidor, principalmente as toxi-

nas produzidas por fungos, algumas delas cancerígenas e/ou produtoras de outros males não menos importantes. Por esses fatos, o armazenamento é uma etapa da cadeia produtiva de tanta importância e, lamentavelmente. No início da segunda metade do Século XX, foi implantada a indústria metal-mecânica no país. Com ela, foram ampliadas as malhas rodoviárias e as fronteiras agrícolas avançaram. Simultaneamente, com a reestruturação universal do pós-guerra, a revolução verde, a disseminação do conhecimento e outros acontecimentos no exterior, foram verificados grandes avanços tecnológicos, em todo o mundo, que acabam tendo reflexos no Brasil e na orizicultura. A partir da década de 70 do último século, novas áreas de cultivo foram incorporadas, as existentes foram expandidas e a produtividade aumentou, mas o período de colheita da cultura permaneceu praticamente o mesmo. A mecanização foi introduzida desde o preparo do solo até a colheita e o transporte, permitindo o cultivo de grandes áreas e passando a haver grande oferta de grãos em cada período de safra. Em conseqüência, a colheita também acabou tendo de ser realizada em curto espaço de tempo, aproximadamente dois meses por safra, resultando em desuniformidade de umidade nos grãos e sendo necessária a secagem forçada, também denominada artificial ou mecânica. O desenvolvimento de ciências como a microbiologia (a partir das últimas décadas do Século XIX) e a bioquímica (a partir da segunda metade do Século XX) têm proporcionado o embasamento científico para um melhor entendimento dos fenômenos e processos metabólicos vinculados à deterioração dos grãos, da mesma forma que a evolução da engenharia tem criado condições técnicas, científicas e operacionais que permitem a geração de tecnologias voltadas à conservação desses grãos. Os reflexos efetivos de todos esses fatores no Brasil se fizeram sentir mais nitidamente a partir dos anos 1960/70, quando então o armazenamento evoluiu da concepção de guarda para a de guarda e preservação. Foram criados programas de armazenagem com financiamentos em condições creditícias incentivadoras dos investimentos. As unidades de armazenamento a granel inicialmente se somaram às de sacaria ou convencionais existentes e em seguida passaram a substituí-las, aumentando em muito as construções de silos também nas www.graosbrasil.com.br


28 SILO-BOLSA propriedades, intensificando a participação de unidades em nível de produtor, que se somaram às intermediárias e terminais. Implantava-se, de fato, uma rede armazenadora de grãos com características nacionais. Quase ao final do último século, preocupações com dificuldades crescentes no contexto da armazenagem fizeram surgir um grande esforço de setores vinculados à pós-colheita para disciplinar o sistema. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tomou importantes decisões na área de armazenamento de grãos no Brasil, cujos conceitos e aspectos operacionais culminaram nos termos da Lei nº 9.973/2000, regulamentada pelo Decreto nº 3.855/2001, normatizada pela IN 33/2007, que trata do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, e consolidada pela IN 29/2011, acrescida da IN 24/2013 e da IN MAPA 22 14/06/17, que define os prazos de implantação de 31/01/2014 até 31/12/2020 para certificação escalonada de todas as unidades armazenadoras enquadráveis na legislação. O arcabouço jurídico-normativo disciplina aspectos tecnológicos, ambientais, de segurança e saúde, estabelecendo procedimentos para modernização das atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários, atendendo a anseios reivindicados pelos segmentos que se relacionam com a armazenagem. O estabelecimento de regras para construção, instalação e funcionamento de estruturas de armazenamento, juntamente com a criação de normas para licenciamento de tais estruturas ou mesmo a idealização de um sistema de certificação são procedimentos que podem contribuir para a modernização do setor de armazenamento no país. A complementação indispensável aparece na exigência da participação de pessoal especializado da área técnica, na implantação de novos padrões de instalações, equipamentos e processos, qualificação de pessoal e aumento do profissionalismo para reduções de perdas que ocorrem durante o armazenamento, para operação de forma racional, com os preceitos científicos e tecnológicos. Armazenamento é uma área relativamente nova como conhecimento e prática, mas que tem se caracterizado como gargalo na evolução da cadeia produtiva de grãos. Se realizado em boas condições técnicas, permite preservação de qualidade e regularidade de oferta de produtos para o consumidor, com reflexos diretos na estabilidade dos preços. Nestes primeiros anos do século XXI, a rede de armazenamento instalada no Brasil ainda não apresenta capacidade estática para atender a toda a produção de grãos. Também a distribuição espacial inadequada e qualidade do armazenamento deixando a desejar, ainda é possível se verificar que as estruturas de armazenamento não acompanham as maiores características da atividade agrícola do país, ou seja, a evolução tenológica e o aumento da produção. Com a tecnificação da produção e o aumento de demanda que se vislumbra, há necessidade de instalação de novas unidades de armazenamento nos locais de produção e também de melhoria das existentes, de acordo com os preceitos técnicos modernos. A qualidade dos grãos durante o armazenamento deve ser preservada ao máximo, em vista da ocorrência de alterações químicas, bioquímicas, físicas, microbiológicas e da ação de seres não microbianos a que estão sujeitos. A velocidade e a intensidade desses processos dependem da qualidade intrínRevista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

seca dos grãos, do sistema de armazenagem utilizado e dos fatores ambientais durante a estocagem. Essas alterações são refletidas em perdas quantitativas e/ou qualitativas. As quantitativas são as mais facilmente observáveis, refletem o metabolismo dos grãos e/ou organismos associados, como insetos, ácaros e microrganismos, resultando na redução do conteúdo da matéria seca dos grãos. Já as qualitativas são devidas, sobretudo, às reações químicas e enzimáticas, à presença de materiais estranhos, impurezas e ao ataque microbiano, resultando em perdas de valor nutricional e comercial, com a possibilidade da formação de substâncias tóxicas no produto armazenado, se o processo não for adequadamente conduzido. A boa conservação de grãos começa na lavoura. Ataque de pragas e contaminação por microrganismos, antes da colheita, pode reduzir a conservabilidade durante o armazenamento, mesmo que a limpeza e a secagem sejam bem feitas. A colheita deve, portanto, ser realizada no momento próprio e de forma adequada, pois o retardamento e as danificações mecânicas podem determinar que sejam colhidos grãos com qualidade já comprometida ou com pré-disposição para grandes perdas durante o armazenamento. A secagem deve ser efetuada tão logo seja realizada a colheita ou, no máximo, até o dia seguinte. Não sendo possível, é importante pré-limpar, aerar e/ou pré-secar os grãos, mantendo-os em aeração constante até a secagem, de modo a resfriá-lo para reduzir o metabolismo dos grãos, bem como de organismos associados. Havendo condições de realizar resfriamento artificial, os resultados são melhores. Os grãos não devem permanecer úmidos, sem aeração, por período superior a 12-24 horas, sob pena de ser reduzida sua conservabilidade. Para cada espécie e para cada genótipo há recomendações técnicas específicas para realizar a de secagem. Em qualquer circunstância, para armazenar em silo-bolsa é imprescindível que os grãos sejam secados até baixos valores de umidade para não reduzir sua conservabilidade no armazenamento. Nessas circunstâncias, alternativas emergenciais assumem cada vez mais importância. Se, por um lado, há normatização e implantação de armazenamento cada vez mais tecnificado, por outro lado o déficit é cada vez maior. Nessas circunstâncias, sistemas emergenciais ou complementares de armazenamento, como o que é feito em silo-bolsa, são cada vez mais utilizados por produtores, cerealistas e industriais. Não é um sistema certificável por não se enquadrar nos termos da legislação brasileira, por ser emergencial, sem recursos tecnológicos corretivos, mas é bastante útil em circunstâncias específicas. O sistema se caracteriza pela hermeticidade, com alteração gradativa da aerobiose para a anaerobiose, o que interfere nos metabolismos de todo o ecossistema que se forma dentro de cada silo-bolsa. Esse fato engloba consequências positivas e situações que exigem grandes cuidados, uma vez que a respiração é a propriedade mais característica dos grãos armazenados, pois eles não interrompem as atividades metabólicas quando separados da planta mãe, ou seja, mesmo depois de colhidos continuam respirando. Diferentemente do que ocorre na aerobiose, em condições anaeróbias o aceptor final de oxigênio não é o hidrogênio, resultando da respiração gás carbônico e o calor, juntamente


SILO-BOLSA 29

com uma molécula orgânica, ao invés de água como em aerobiose. A respiração, em ambas as suas formas, é processo fortemente relacionado com a deterioração, pois enquanto vivos os grãos respiram e consomem reservas como carboidratos, lipídeos ou proteínas. Em consequência, há liberação de energia na forma de calor, com maior liberação de CO2 e menor absorção de O2, numa desorganização do processo respiratório. Nos silos e nos armazéns, o calor liberado pode ser removido pela ação do ar ou compensado pelo resfriamento artificial, mas no silo-bolsa esta possibilidade corretiva não existe. Quanto mais a temperatura e/ou a umidade se elevam, e quanto mais impurezas acompanharem os grãos, mais eles se deterioram. Grãos amiláceos (milho, trigo, aveia, cevada) ou proteicos (feijão, lentilha) armazenados com umidade entre 11 e 13% têm discreta respiração, mas se a umidade aumentar a respiração se acelera e a deterioração se intensifica. Em grãos oleaginosos (soja, canola) a umidade exerce papel ainda mais limitante. Em arroz, os cuidados devem ser ainda maiores, pelas características intrínsecas dos grãos e pelas consequências que os defeitos metabólicos têm na tipificação e no valor comercial desses grãos. Não basta ter poucos quebrados; é necessário que durante o armazenamento não sejam intensificados os defeitos, porque esses determinam a tipificação (Portaria 06/2009 do MAPA). A deterioração dos grãos, inexorável e irreversível, depende da temperatura, da umidade e da ação de pragas e microrganismos. Por isso os manejos conservativos no armazenamento estão estreitamente relacionados com os metabolismos de grãos e dos organismos associados, que em processos aeróbios produzem dois fatores de autoaceleração: a água e o calor. Em sistema hermético, como o silo-bolsa, o CO2 produzido estabiliza o processo, reduzindo a respiração e

diminuindo a relação O2/ CO2, diferentemente do que ocorre em sistemas não herméticos, como em silos e armazéns, onde o gás é dissipado para a atmosfera. Esse comportamento é importante, mas por si só não garante a conservação. É necessário que os aspectos de qualidade sejam observados na cadeia produtiva como um todo, sendo cada vez mais aplicados os conceitos de qualidade total também nessa situação, que ultimamente tem melhorado muito no país, mas que ainda necessita aumentar o patamar de melhorias, para reduzir os desequilíbrios tecnológicos que ainda se verificam na produção agrícola e nas agroindústrias. Não é admissível perder significativamente quantidade e/ou qualidade do que já foi colhido, sendo necessários conhecimentos e cuidados no armazenamento. Há poucas pesquisas verdadeiramente científicas realizadas por instituições renomadas no Brasil sobre armazenamento hermético de grãos, e muito menos ainda sobre armazenamento em silo-bolsa. Na Argentina e em outros países há um pouco mais. Os resultados das pesquisas existentes e das observações práticas indicam que essa técnica se constitui em alternativa complementar importante, desde que utilizada como deve ser, ou seja, para armazenamento emergencial, por prazo curto, a menos que sejam adotadas previamente e com rigor as seguintes medidas: (1) pré-limpeza, secagem e limpeza até valores mais baixos do que para armazenagem em silos e/ou armazéns graneleiros, (2) controle de pragas. Depois, de os grãos serem colocados no silo-bolsa, deve haver cuidados com a vedação e a manutenção da hermeticidade, com inspeções periódicas principalmente para verificar se não há furos na estrutura (se ocorrer furação, deve ser imediatamente reparada). Embora tenha sido desenvolvido em regiões de clima frio, o armazenamento em silo-bolsa pode ser utilizado também em regiões de clima temperado, subtropical ou tropical, desde que sejam seguidas as recomendações técnicas e respeitados os preceitos científicos e operacionais que o caracterizam. Para isso, é importante que produtores, armazenistas e/ou agroindustriais recebam orientações técnicas e operacionais de profissionais especializados que tenham profundos conhecimentos científicos na área para que haja sucesso. Afinal, armazenar vai muito além de guardar; significa guardar conservando, mesmo que o armazenamento seja por tempo curto, em sistema emergencial como o silo-bolsa.


30 SECAGEM

Combustão de cavacos de madeira aplicados em secadores de grãos A madeira e seus derivados tem como característica o alto teor de voláteis (composição química imediata), que produzem chama longa, portanto é necessário que a chama tenha um tempo maior para completar a reação química da combustão, relacionado com o volume da massa de gases e a geometria da câmara de combustão.

Eng. Mec. Agenor Rohden

Diretor da Rohden Termo Engenharia Ltda. agenor.rohden@gmail.com

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Neste mundo globalizado e competitivo os custos de produção são cada vez mais decisivos na rentabilidade e sobrevivência das empresas. Nas empresas que utilizam energia térmica como insumo relevante, é importante que se otimize a conversão da biomassa em calor útil. A eficiência do processo depende basicamente da eficiência da combustão e da eficiência da troca térmica. A deficiência da troca térmica pode ser percebida facilmente em três situações: 1- Calor irradiado ao ambiente por deficiência do isolamento térmico das fornalhas. 2 - Calor irradiado nos dutos de ligação da fornalha ao secador e 3 – Perdas de calor nas paredes do secador. A eficiência da combustão pode ser facilmente percebida pela fumaça emanada dos exaustores do secador, pelo odor nos grãos e pela cor dos grãos, revelando uma combustão incompleta. Nas manhãs frias de inverno há secadores/chaminés que emitem fumaça branca que é provocada pelo vapor d’água, decorrente da conden-

sação da umidade da biomassa/grãos. O intuito aqui é analisar a combustão de lenha e/ou cavacos de madeira e a geração de HPAs. Uma combustão de qualidade tem 4 requisitos básicos: 1- Alta temperatura na câmara de combustão; 2- Teor de oxigênio adequado; 3- Tempo de residência da chama suficiente e 4Turbulência dos gases em combustão. Um bom projeto de fornalha deve contemplar os 4 requisitos citados, o que é perfeitamente possível. Como todos nós sabemos, água não queima, então a biomassa que contém alta umidade precisa evaporar a umidade antes de chegar à zona de combustão, portanto é necessário que o combustível vá chegando à zona de combustão paulatinamente com a umidade já evaporada. A madeira, para queimar, precisa de alta temperatura, que a decompõe em gases restando um percentual de carbono fixo. O primeiro gás a ser gerado na decomposição térmica da madeira é o metano, à aproximadamente 270o C, sendo necessários 700oC para


SECAGEM 31 quebrar as moléculas maiores que são os alcatrões (HPAs ou hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), para a combustão ser eficiente estes gases devem reagir com o oxigênio em temperatura superior a 700oC. O teor de oxigênio deve ser adequado, isto é, deve ser introduzido na fornalha nos locais adequados e na medida certa, quando a quantidade de ar é adequada, bem distribuída e existe mistura íntima não há necessidade de ar secundário, considerando que há excesso de ar na câmara de combustão. A madeira e seus derivados tem como característica o alto teor de voláteis (composição química imediata), que produzem chama longa, portanto é necessário que a chama tenha um tempo maior para completar a reação química da combustão, relacionado com o volume da massa de gases e a geometria da câmara de combustão. Como a maioria das fornalhas a biomassa opera com pressão negativa, mesmo que a fornalha tenha grande volume e secção transversal, não garante a homogeneização da mistura ar-combustível, a depressão provoca a formação de caminhos preferenciais para os gases da combustão dificultando a mistura adequada do oxigênio com o combustível. Para quebrar os caminhos preferenciais se faz necessário gerar turbulência nos gases em combustão, dentro da câmara, proporcionando a mistura homogênea ar-combustível. Uma combustão eficiente depende do atendimento dos 4 requisitos acima citados, porém o atendimento aos 4 requisitos depende de um bom projeto de combustão, que requer uma câmara de combustão com geometria adequada, de grelha adequada ao combustível a ser queimado, do

suprimento de oxigênio, com distribuição, pressão e volume adequados. Há fornalhas a lenha, automatizadas, com grelha inclinada profunda, alimentada por bateladas. O volume de combustível, no seu interior chega a ser de uma hora de consumo, dependendo da umidade da lenha e isto dificulta o controle da combustão em relação à demanda de calor e emissão de poluentes, se se reduz o ar primário aumenta-se o CO2 diminuindo a eficiência. Já a alimentação automática com cavacos, quando há um bom projeto de combustão, permite uma alimentação proporcional ao consumo, uma vez que o volume de combustível na fornalha é de aproximadamente 3 minutos de operação e pode facilmente ser aumentado ou diminuído, garantindo uma rápida resposta. Temos queimadores com mais de 8 anos de funcionamento, sem substituição de grelhas ou refratários

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32 COMÉRCIO

O Brasil na UTI dos Caminhoneiros - Desabafo

Oswaldo J. Pedreiro

Novo Horizonte – Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br

Eu tenho absoluta certeza de que nenhum analista de mercado, a nível mundial, conseguiu prever uma situação como essa que o brasileiro está vivendo e presenciando: em um ano/ safra que se mostrava recorde na produção dos principais produtos agrícolas, assiste agora uma inusitada e despreparada situação de caos a nível nacional, mas com amplas possibilidades de se estender além das fronteiras. A falta de pulso dos governantes, ou melhor, o abuso desenfreado dos dirigentes que estão no poder, e que se sentem no direito absurdo de imRevista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

por pesados impostos sobre os mais diversos produtos que aqui se produz com muito sacrifício, mas com muito amor pelos brasileiros responsáveis pelas áreas agrícolas e que apesar de tudo ainda consegue produzir (e muito bem, diga-se de passagem) o alimento que vai alimentar todos os brasileiros e também consegue produzir tanto, que coloca o Brasil como o maior exportador de grãos do mundo! Foi assim que, cansado de tentar o diálogo com as autoridades constituídas sem, contudo, obter apoio para as suas reivindicações, nós todos – sem


COMÉRCIO 33

exceção – pudemos presenciar o que a força da união pacífica consegue fazer para mostrar ao mundo a dramática situação que o Brasil proporciona aos seus patriotas, mas que para o mundo nunca se mostra a pura realidade dos fatos. Vejam que, em apenas 9 dias de paralização total dos caminhoneiros nos quatro cantos do país, viu-se um pequeno modelo do que a vizinha Venezuela vem suportando nos últimos anos de desmandos políticos e ambição desmedida de quem assume o poder e faz dele o seu reduto. A começar pela falta de combustíveis nos vários postos de abastecimento em todo o território nacional, culminando com milhares de carretas, caminhões baús, caminhões frigoríficos e os demais todos com produtos destinados aos mais variados centros de distribuição/consumo, assistimos até com uma certa revolta aos noticiários de bilhões de reais em perdas devido a deterioração dos produtos que sofreram com o mau acondicionamento dos produtos perecíveis, e que tem data de validade. Foi terrível observar em centenas de prateleiras nos supermercados, nas bancas de feiras livres espalhadas por este Brasil, além do que – pasmem os senhores -, alguns comerciantes mal intencionados e aproveitadores elevaram os preços do que ainda tinham em estoque, causando ainda mais sofrimento ao já sofrido povo brasileiro!... Eu sei que este não é o veículo ideal para esse desabafo, mas não poderia deixar de registrar em meio aos meus comentários sobre comercialização, a indignação que com certeza toma conta de todos nós brasileiros, diante de um governo que, mesmo com a demonstração de força dos honrados e também sofridos caminhoneiros – responsá-

veis pelo transporte de tudo que aqui se produz -, os nossos governantes simplesmente buscaram ganhar tempo para ver se haveria uma desistência dos grevistas e tudo não passaria de uma “leve marola” como um certo político brasileiro comentou tempos atrás!... De que adianta produzirmos e atingirmos novos recordes de produção, se todo esse esforço em produzir, se perde boa parte a partir do momento em que o produto sai dos armazéns das fazendas onde foi produzido, as vezes por problemas climáticos, mas a maioria das perdas provocadas pelos altos custos incidentes sobre a comercialização e o transporte até o destino final??? Aves, suínos e sabe-se lá o que mais, tivemos notícia de que milhares morreram por inanição, não que houvesse ausência de ração para alimentá-los – mas simplesmente porque os suprimentos não chegavam ao seu destino a tempo de saciar a fome desses animais que alimentariam o já e também sofrido povo brasileiro? Culpar os caminhoneiros pela greve? Claro que não! A culpa é daqueles que deveriam ter assumido o papel de representantes do povo, e que tinham POR OBRIGAÇÃO prever que essa catástrofe poderia ocorrer, mas nada fizeram para evitar! Este ano teremos eleição. Quem sabe o povo acorda desta vez, e reavalia o seu voto para que esses desmandos acabem de uma vez por todas, mesmo que para isso necessitemos de pedir socorro aos nobres e defensores da nossa constituição: os botões dourados e orgulhosos de poderem servir a pátria como patriotas e honrados! www.graosbrasil.com.br


34 ARMAZENAGEM

Armazenagem de grãos no Brasil terá

destaque no Congresso Brasileiro de Soja

A legislação brasileira determina, por exemplo, que o armazenador tolere até 8% de grãos avariados, mas há regiões brasileiras em que as amostras apresentaram até 30% de grãos avariados.

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O Brasil tem capacidade para armazenar 160 das 230 milhões de toneladas de grãos produzidos na safra 2017/2018, o que revela uma defasagem em silos e armazéns. Somente a soja responde por 117 milhões de toneladas da produção brasileira. Para debater os vários aspectos que envolvem a armazenagem de grãos, a Embrapa Soja promoverá um debate sobre o tema durante o VIII Congresso Brasileiro de Soja, a ser promovido de 11 a 14 de junho, no Centro de Convenções de Goiânia. “Este ano, a defasagem na capacidade estática de armazenagem no Brasil foi amenizada, porque o valor da soja está competitivo e o produtor está comercializando mais rapidamente a produção. Este fato está facilitando o escoamento da safra e reduzindo o período de armazenagem”, avalia o pesquisador da Embrapa Soja, Irineu Lorini. O painel sobre armazenagem contará com uma palestra sobre como o setor produtivo está utilizando a automação dos processos para otimizar a logística de armazenagem e garantir maior qualidade aos produtos. O tema será ministrado pelo representante da

cooperativa Comigo, Paulo Carneiro Junqueira. Outra palestra será sobre o uso industrial da soja, que será ministrada pelo profissional da Caramuru, Rogerio Fernandes Balieiro. Qualidade da soja Durante o painel, também será apresentado um estudo da Embrapa Soja (PR), realizado junto ao setor produtivo, em que se acompanhou a qualidade da soja nas últimas três safras. Foram coletadas e avaliadas quase mil amostras nos diferentes estados brasileiros. “Esse monitoramento revela como algumas práticas de produção podem melhorar ou piorar a qualidade do grão e da semente comercializados. Conhecendo a fundo esses aspectos, podemos ajudar o Brasil a alcançar novos patamares de qualidade”, explica Irineu Lorini, pesquisador da Embrapa Soja. O levantamento fornece subsídios importantes para a adoção de melhorias no processo produtivo e na armazenagem. Lorini explica que foram avaliados, por exemplo, os grãos avariados - soma de grãos mofados, ardidos, queimados, fermentados,


ARMAZENAGEM 35 imaturos, chochos, germinados e danificados por percevejo. A legislação brasileira determina, por exemplo, que o armazenador tolere até 8% de grãos avariados, mas há regiões brasileiras em que as amostras apresentaram até 30% de grãos avariados. “Esses casos representam prejuízo para o produtor, porque o armazenador pode descontar o percentual que estiver avariado, já que esse material tem baixa qualidade para a indústria”, avalia Lorini. “Portanto, ainda temos bastante a avançar”, explica. Outro aspecto que chamou a atenção dos pesquisadores foi o índice de dano causado por percevejos nos grãos de soja. Há regiões em que as amostras variavam de 25% a 35% de grãos danificados pela praga. “Isso indica que é preciso investir mais no Manejo Integrado de Pragas nas lavouras de soja para reduzir esse índice”, avalia Lorini. “Também destaco como elevados os danos mecânicos e alguns defeitos dos grãos. Por isso, é preciso melhorar o manejo da colheita e do processamento para se obter redução nesses danos”, recomenda. Teor de proteína - Com relação ao teor de proteínas da soja, a média nacional foi de 37% na safra 2016/17, com variação entre 32 a 41% nas microrregiões de cada estado. Quanto mais alto for o teor de proteínas nos grãos, tanto melhor será para a produção de farelos com teores de proteína mínimos exigidos pela legislação, atingindo-se até o ideal para a produção do farelo com alto teor de proteína. “Quanto maior o teor de proteínas nos grãos utilizados como matéria-prima para produzir farelos, tanto menores

serão os processos utilizados pela indústria para se adequar aos padrões”, explica o pesquisador. VIII Congresso Brasileiro de Soja – CBSoja 2018 Local: Centro de Convenções de Goiânia – Goiânia (GO) Data: 11 a 14 de junho de 2018 Informações e inscrições: www.cbsoja.com.br

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36 SOJA

Soja produzida no Matopiba representa 11% da produção nacional

A produção crescente de grãos da região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, vem colocando os holofotes nesta nova fronteira agrícola. No caso da soja, a região responde hoje por aproximadamente 11% das 115 milhões de toneladas produzidas na safra 2017/2018, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para debater os desafios de sustentabilidade para esta região, a Embrapa Soja programou um painel sobre a produção de soja em áreas de expansão agrícola, durante o VIII Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja 2018), que será realizado de 11 a 14 de junho, em Goiânia (GO). Segundo levantamento feito pelo Grupo de Inteligência Estratégica (GITE) da Embrapa, o Matopiba reúne 337 municípios e representa um total de cerca de 73 milhões de hectares. Existem na área cerca 324 mil estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas e 781 assentamentos de reforma agrária. O pesquisador Leonardo José Motta Campos, da Embrapa Soja, ressalta que esta nova fronteira agrícola vem atraindo sojicultores interessados em terras com valores mais acessíveis, quando comparados às do Centro-oeste, Sul e Sudeste do Brasil. “Além disso, a região apresenta topografia plana, solos profundos, alta luminosidade e uma estação chuvosa bem definida, características que favorecem a introdução da soja”, explica. As produtividades de soja destes estados ainda são instáveis, com índices de rendimento oscilando entre 2.000 e 4.500 kg/ha. No entanto, em média, a produtividade tem ficado abaixo da produtividade nacional, que este ano foi de aproximadamente 3.300 kg/ha. Mesmo com boas produtividades registradas na região, fatores ambientais como, a disponibilidade de água, as altas temperaturas e a radiação solar podem interferir na estabilidade e no incremento dos níveis de rendimento. Segundo o pesquisador, a restrição de água afeta o desenvolvimento da soja desde a germinação até o enchimento de grãos. “A restrição de água durante o ciclo pode ser considerada a principal limitação da produtividade, especialmente durante a fase reprodutiva (floração e enchimento de grãos)”, alerta Motta Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018

Campos. O pesquisador explica que no Matopiba as estações de seca (abril a setembro) e de chuva (outubro a março) são bem definidas, garantindo certa segurança à produção agrícola. No entanto, a instabilidade climática, com alterações na frequência e na intensidade de chuvas influencia a produtividade de grãos no Matopiba. “Em anos de ocorrência de El Niño, como na safra de 2015/2016, por exemplo, houve redução acentuada na produtividade em toda a região”, diz Campos. Outro fator importante a ser considerado no crescimento da cultura, ressalta o pesquisador, é a temperatura. No Matopiba, temperaturas superiores a 60 °C são observadas normalmente na superfície do solo. “Esta temperatura influencia uma série de fatores fisiológicos, diminuindo a produção de massa verde e, consequentemente, a produtividade”, relata o pesquisador. No Matopiba as áreas de maior altitude e com predomínio de Latossolos foram preferencialmente ocupadas, mas observa-se o aumento pronunciado do cultivo da soja em áreas com outros tipos de solos (Neossolos e Plintossolos). “Juntamente com o clima, a produção vegetal nestes solos pode ser considerada um outro grande desafio para a região, porque tendem a reter menos quantidade de água e nutrientes que os Latossolos”, conta. Para o pesquisador, é preciso maior atenção em relação a práticas que mantenham a matéria orgânica do solo e a proteção da superfície. Neste sentido, o uso do sistema plantio direto ou o Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária nas áreas de produção de grãos são opções mais adequadas. “Muito já foi conquistado, contudo, ainda temos desafios para garantir boas produtividades e estabilidade de produção nestas regiões”, avalia Campos. Lebna Landgraf Jornalista (MTb 2903-PR) Embrapa Soja Londrina/PR lebna.landgraf@embrapa.br www.embrapa.br/soja



38 COOLSEED NEWS

Revista GrĂŁos Brasil - Maio / Junho 2018


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40 UTILISSIMAS

Conferência em Montevidéu, Uruguai NUma nova jornada de Pós-colheita foi concretizada em abril. Nas instalações da Universidade da Empresa, Faculdade de Agronomia. Empresas de prestígio, cerealistas, cooperativas, sementeiras, indústrias e controladores participaram nesta oportunidade, dedicando 8 horas intensas para ver as questões que geram eficiência no manuseio de grãos. O objetivo principal foi para compartilhar a experiência com o público, identificando as perdas geradas em cada uma das etapas de recebimento até a expedição e comentamos sobre as melhorias para introduzir na amostragem, acondicionamento, triagem, refrigeração, controle de pragas etc. Aspectos como refrigeração, misturas, recuperação de umidade, monitoramento e automação da secagem, foram seguidos com grande interesse pelos participantes. A metodologia de cálculo do custo operacional dos armazéns também foi discutida, explicando os cálculos de amortizações, juros e despesas. O engenheiro Gerardo Sabio da Agronur, representante da Symaga no Uruguai, comentou os benefícios dos silos espanhóis. Na ocasião, a firma Farmchem apresentou seus novos 2 produtos aprovados para Uruguai: DEVap Premium (deltametrina 2,5% + butóxido) emulsionável e FENIDEL (terra de diatomáceas 99,75% + 0,25% de deltametrina) (pó seco). As empresas Cool Seed, Symaga, Hajnal e Granosur, apoiaram esta nova jornada de atualização. Queremos destacar o alto nível técnico dos armazenistas uruguaios, um dos mais altos da região.

CIGA México 2018 Nos dias 14 e 15 de maio, foi realizado o primeiro Congresso Internacional de Grãos Armazenados (CIGA) em Zapopan, Jalisco, México, e fomos convidados para uma dissertação sobre Boas Práticas em Pós-Colheita. Agradecemos aos Dr. Mario Ramírez, Martin Ramírez Falcón, seus colaboradores, pelo convite e a Mega Engenharia pelo apoio. Parabenizamos toda a equipe do CIGA por realizar um evento tão importante, no qual apresentaram-se profissionais de vários países, o que ajuda a melhorar a especialidade, a comunicação e a fraternidade latino-americana. Para mais informações www.ciga.mx

Visitamos Agrishow 2018 - Stand AGI - Denis, Mario, Álvaro y Domingo

AGI em Agrishow Em maio passado, foi concretizado, um dos eventos mais importantes do mundo relacionados à produção agropecuária. No setor de armazenagem encontramos a exposição da AGI, empresa de origem canadense. Agradecemos a atenção recebida pelos responsáveis que estão trazendo para o Brasil o melhor da tecnologia mundial. Revista Granos edição 123 Está disponível a terceira edição 2018 da Revista Granos. Contêm notas muito interessantes sobre a semente de soja verde - Redução de perdas na pós-colheita - Níveis de infestação - Resultados da colheita do trigo 2017/2018 Universidade da Empresa, Montevidéu, Uruguai - Programa de reciclagem de carregamentos agrícolas - Emissões de CO2 em silos - Novas nomeações em SYMAGA - Recomendações para o armazenamento de soja com caule verde - Densidade de trigo e soja - Memória de José María Borrás - Campo rosa da IPESA - Competitividade com o desenvolvimento da MAIZAR e várias outras . Para mais informações e assinaturas, entre em contato com gerencia@ graosbrasil.com.br. Você pode vêlo online em https://issuu.com/ graosbrasil/docs/granos123online

Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2018


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