Revista Grãos Brasil - Edição 95

Page 1


Linha Pós-Colheita BEQUISA. Com ela você não armazena só grãos, armazena lucros! Na hora de tratar seus grãos armazenados você já sabe com quem contar. A Linha Pós-Colheita Bequisa tem a combinação para o sucesso de qualquer armazenagem: alto controle de qualidade, ótima relação custo-benefício e eficácia contra os insetos. Armazene com a Linha Pós-Colheita Bequisa e comprove o resultado.

LINHA

ADVERTÊNCIA: Proteção à saúde Humana, Animal e ao Meio Ambiente. Esse produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita ou faça-o a quem não souber ler. Aplique somente as doses recomendadas. Mantenha afastadas das áreas de aplicação, crianças, pessoas desprotegidas e animais domésticos. Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Informe-se sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Primeiros Socorros e demais informações, vide o rótulo, bula e a receita. Evite a contaminação ambiental, preserve a natureza. Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d'água. Não reutilize as embalagens vazias. Descarte corretamente as embalagens e restos ou sobras de produtos. Periculosidade ambiental e demais informações, vide o rótulo, a bula e a embalagem. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Endereço: Av. Antonio Bernardo, 3.950 - Parque Industrial Imigrantes - São Vicente / S.P. CEP: 11349-380 - Tel: +55 13 3565-1208 - faleconosco@bequisa.com- www.bequisa.com.br


Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.

Innovations for a better world.


02 EDITORIAL

Ano XVI • nº 95

Março / Abril 2019

www.graosbrasil.com.br

Diretor Executivo Domingo Yanucci

Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

MidiaLab Propaganda 44

99145-3873 Ligue e Assine:

(44) 3031-5467 Revista Grãos Brasil - Março / Abril

Estimados Amigos e Leitores A produção não se detém, esta parte do mundo já está perto das 500 milhões de toneladas, sendo o Brasil o pais líder da região. Então não se deve pensar só em exportar grãos, mas também agregar valores em forma de proteína e produtos industrializados e por lógica tecnologia de pós-colheita. Hoje os silos Brasileiros, os sistemas de resfriamento, as mecanizações, etc., se encontram por todos os cantos do nosso continente. Esta exportação de tecnologia, em definitiva de inteligência, põem o Brasil, como uma grande locomotora que leva não só ao crescimento, mas também ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de cada uma das etapas da produção. Paralelamente sabemos que é imprescindível investir em tecnologia local, de maneira de ganhar eficiência. Um armazém de 30.000 t de capacidade estática, com um investimento inicial de R$ 18.000.000, que gasta R$ 1.500.000 por ano e que trabalha 60.000 t por ano, e dizer R$ 48.000.000 em mercadoria, por exemplo, deve ter um manejo altamente capacitado, organizado, programado, controlado e seguro. Por esta razão se estão desenvolvendo os SMC (Sistemas de Monitoramento, amostragem e Controle), de maneira que a distância possa ter um seguimento e ajudar, no caso que seja necessário a ajustar a tecnologia em uso. Hoje se multiplicam os estudos universitários, onde a pós-colheita tem seu lugar. Logicamente não podemos produzir sem saber como cuidar do produzido. Se geram novos e melhores equipamentos, pensando em otimizar os processos. E as empresas líderes trabalham na capacitação e atualização de seus funcionários. E nesse sentido trabalha a Grãos Brasil, levando às suas mãos interessantes experiências e informações de nossa especialidade. Por isso agradecemos a nossos editorialistas e as empresas que aproveitam nossas páginas para estarem presentes e difundir sua tecnologia. E sobre tudo a você assinante, destinatário dos mais diversos cantos do Brasil e dos países da região, que fazem questão de receber a revista, já seja em sua versão papel ou digital. Os deixo em boas mãos, que Deus abençoe seus trabalhos e família. Com afeto.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Grão Brasil


SUMÁRIO 03

06 Teste de Imersão em Água em Sementes de Milho para Determinar o vigor - Eng. Agr. (Ms.Sc) Carina Gallo e outros 13 Uso de ozônio como pesticida em armazéns de grãos - Eng. Martín Ramírez 16 Manejo da Pós-Colheita de Trigo - Eng. Domingo Yanucci 23 Secagem Estática de Grãos à Baixas Temperaturas - Romeu Graeff e Ronaldo Alves 25 Chuvas excessivas, enchentes, silos destruídos. Porque o preço não sobe? - Oswaldo J. Pedreiro 27 Já existe solução para o controle de fungos e micotoxinas na armazenagem! - César Augusto Pires Moutinho 30 Conferência Internacional do IGC sobre Cereais. 32 Aumentar o consumo é o principal desafio para os moinhos de trigo de São Paulo em 2019 40 Não só de pão... 38 CoolSeed News 30 Utilíssimas Críticas e Sugestões: gerencia@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

www.graosbrasil.com.br


04 SEMENTES

Teste de Imersão em Água em Sementes de Milho para Determinar o vigor

Eng. Agr. (Ms.Sc) Carina Gallo Tecnología de Sementes. INTA gallo.carina@inta.gob.ar

Eng. Agr. (Ph.D) Roque Craviotto Tecnología de Sementes. INTA

Eng. Agr. (Ms.Sc) Miriam Arango Tecnología de Sementes. INTA

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

A condição fisiológica de um lote de sementes pode ser determinada usando testes de laboratório que demonstrem a capacidade de germinar e produzir mudas que constituirão o estande inicial da cultura sem dificuldades, mesmo quando as condições ambientais não forem ótimas. Esses testes de laboratório são chamados de testes de vigor e há uma grande diversidade deles de acordo com a característica das espécies que você deseja avaliar. Alguns testes permitem inferir o vigor de um lote de sementes pela capacidade de germinar quando submetidos a condições altamente estressantes, como, por exemplo, em meio de crescimento com alto teor de umidade e baixa temperatura, como é o caso Teste de frio ou saturado. Em outro tipo de teste de Vigor, características como a velocidade de emergência da radícula em sementes plantadas em condições ambientais ótimas para as espécies são medidas. No entanto, o tipo de teste de vigor usado e independentemente de quais características são usadas, ele deve atender a certos requisitos. É essencial que os testes de vigor sejam simples em suas operações,

para que possam ser usados em diferentes laboratórios sem a necessidade de equipamentos sofisticados ou pessoal altamente treinado para realizá-los. É desejável que sejam testes rápidos devido à necessidade de obter os resultados e fornecer diagnósticos de qualidade em tempo hábil para a tomada de decisão por empresas e produtores. Além disso, os testes de vigor devem ser objetivos para facilitar a interpretação e evitar superestimação ou subestimação da qualidade de um lote. Da mesma forma, devem ser testes reprodutíveis entre laboratórios e dentro do mesmo laboratório para que os resultados obtidos por diferentes laboratórios e / ou analistas sejam comparáveis. Também é desejável que os testes atinjam a característica de serem econômicos. Finalmente, os resultados dos testes de vigor devem estar relacionados aos resultados emergenciais das plântulas no campo, a fim de corroborar sua eficiência como métodos de estimativa do comportamento dos lotes de sementes em diferentes condições de plantio. O Teste de Imersão em Água é uma alternativa para simular condições de


SEMENTES 05 estresse para as sementes, semelhante a uma inundação que causa pouca disponibilidade de oxigênio no solo. A inundação tem efeitos prejudiciais tanto na germinação de sementes quanto na produção de mudas (Kozlowski, 1999). As sementes secas, imersas em água a diferentes temperaturas, sofrem danos devido à entrada rápida de água nas células devido ao potencial diferencial de água presente nelas. Além disso, esse influxo considerável de água pode induzir a uma mudança do metabolismo aeróbico para o fermentativo (Castro et al., 2004). Desta forma, sementes que apresentam algum dano terão menor disponibilidade de energia para germinação, resultando em menor vigor (Richard et al., 1991). Quando há água em excesso nas médias sementes de crescimento diminuiu a disponibilidade de oxigénio para o embrião ocorre e este leva a uma diminuição ou atraso na germinação em várias espécies (Kozlowski e Pallardy, 1997). Este teste foi usado em numerosos trabalhos de pesquisa sobre as espécies tais como feijão (Custódio et al, 2002;. Bertolin, 2010), de soja e de ervilha (Arango et al, 2010 ;. Theodoro, 2013) com bons resultados sobre a determinação do condição de vigor. O teste de imersão em água corrente é um ensaio que atende às características gerais exigidas para qualquer teste de vigor, ser rápido, econômico, simples e de fácil execução. Além disso, este teste não usa nenhum equipamento químico, complexo ou caro. Apenas sementes são imersas em água corrente a diferentes temperaturas por curtos períodos de tempo. Os insumos e equipamentos comuns são usados e estão disponíveis em todos os laboratórios de sementes, como refrigeradores e câmaras de germinação, que são usados para outros testes dentro da rotina de análise de qualidade. Após submeter as sementes a um estresse de baixa disponibilidade de oxigênio, hipóxia, é realizado um Teste de Germinação e os lotes de sementes que conseguem produzir a maior porcentagem de plântulas normais são considerados os mais vigorosos. Como consequência das características mencionadas, o

Ensaio de Imersão é considerado como um teste com potencial para ser utilizado na avaliação do vigor dos lotes de sementes de milho na rotina do Laboratório de Análise da Qualidade de Sementes. Os objetivos do presente trabalho foram: 1) avaliar a aplicação do teste de imersão em água na determinação do vigor de lotes de sementes comerciais de milho e 2) identificar sua relação com outros ensaios laboratoriais utilizados rotineiramente para determinar o vigor das sementes de milho. Materiais e métodos O trabalho foi realizado no Laboratório de Sementes da Estação Experimental Oliveros do INTA. Vinte e quatro lotes de sementes de híbridos comerciais de milho com valores de germinação que variaram entre 29% e 99% foram utilizados com diferentes qualidades, provenientes da Rede Nacional de Milho da INTA Oliveros, campanha 2017-2018. Embora a filosofia estrita da análise de vigor indique que eles devem ser utilizados para a detecção de diferentes níveis de qualidade entre os lotes de sementes de "germinação aceitável", excluindo os de baixa qualidade, no presente estudo eles decidiu incluir o último com o único propósito de identificar os possíveis efeitos deletérios que poderiam ser causados pelo tipo de estresse empregado. Teste de Germinação: Foram utilizadas quatro repetições de 100 sementes de cada lote de híbridos comerciais. Repetições foram semeadas em caixas com areia filtrada e esterilizada como meio de crescimento, com capacidade de retenção de 60%. Os recipientes utilizados para o plantio foram caixas plásticas de 12,5 cm x 18 cm x 6,5 cm. Uma camada de areia molhada com 20 mm de espessura foi colocada dentro de cada caixa. O meio de crescimento foi distribuído uniformemente dentro de cada caixa com um pente de metal, a fim de conseguir um nivelamento e arejamento correto da areia ao longo do leito de sementes. As sementes foram espalhadas no meio de crescimento com uma placa de contagem de se-

www.graosbrasil.com.br


06 SEMENTES mentes que garantiu uma boa distribuição das sementes na areia. Após a semeadura, foram cobertos com 20 mm de areia úmida e a areia foi nivelada novamente. As caixas foram colocadas em sacos de polietileno de 100 mícrones para evitar a perda de umidade do meio de crescimento durante sua permanência na câmara de germinação com temperatura constante de 23 ± 2ºC por sete dias. Após esse período, as mudas foram avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos pelo Manual de Avaliação de Mudas do ISTA (2006). As sementes não germinadas foram contadas como mortas de acordo com as definições dadas pelo ISTA (2019). O resultado foi expresso em porcentagem de plântulas normais. Para corroborar a precisão dos resultados, foi utilizada a Tabela de Tolerância 14.3 do Manual de Tecnologia de Sementes para Bancos de Germes (Ellis et al., 1985). Foram realizados os seguintes testes de Vigor: Imersão em Água, Emergência Radicular, Primeira Contagem e Teste Frio. Teste de imersão em água: Quatro repetições de 50 sementes puras foram usadas para cada lote de híbrido em estudo. Utilizaram-se recipientes plásticos com tampa de 250 ml de capacidade, onde as sementes foram imersas em 200 ml de água da torneira de pH neutro (Figura 1). Os recipientes com as sementes no interior foram levados para câmara de germinação a 23 ± 2ºC por 48 horas. estresse câmara recipientes germinação expirado foram removidas, a água foi removida usando uma peneira e as sementes foram deixadas a arejar na cremalheira de um h ± 15 min, para drenar o excesso de água (Figura 2 ) (Arango, 2018). Após o estresse foram submetidos ao Teste de Germinação, para isso as repetições foram plantadas em caixas com areia peneirada e esterilizada como meio de crescimento, com capacidade de retenção de 60%. Os recipientes utilizados para o plantio foram caixas plásticas de 12,5 cm x 18 cm x 6,5 cm. Uma camada de areia molhada com 20 mm de espessura foi colocada dentro de cada caixa. O meio de crescimento foi distribuído uniformemente dentro de cada caixa com um pente de metal, a fim de conseguir um nivelamento e arejamento correto da areia ao longo do leito de sementes. As sementes foram espalhadas no meio de crescimento com uma placa de contagem de sementes que garantiu uma boa distribuição das sementes na areia. Após a semeadura, foram cobertos com 20 mm de areia úmida e a areia foi nivelada novamente. As caixas foram colocadas em sacos de polietileno de 100 mícrones para evitar a perda de umidade do meio de crescimento durante sua permanência na câmara de germinação com temperatura constante de 23 ± 2ºC.

Figura 1 Revista Grãos Brasil - Março / Abril

As avaliações das mudas foram realizadas sete dias após a semeadura, conforme estabelecido pelas Regras do ISTA (2019) (Figura 3). A classificação das plântulas foi feita segundo critérios do Manual de Avaliação de Mudas do ISTA (2006) em sementes normais, anormais e não germinadas como mortas. O resultado foi expresso em Porcentagem de Mudas Normais em média das 4 repetições. Para corroborar a precisão dos resultados, foi utilizada a Tabela de Tolerância 14.3 do Manual de Tecnologia de Sementes para Bancos de Germes (Ellis et al., 1985).

Figura 2

Figura 3. Bandeja com mudas de milho após o término do teste de germinação.

Teste de Emergência Radicular: 8 réplicas de 25 sementes foram usadas para cada lote de híbridos comerciais. O papel marca Wypall X80, umedecido a saturação, foi usado como meio de crescimento. Em cada rolo as sementes foram colocadas formando duas filas de 12 sementes e 13 sementes, respectivamente, a fim de dar espaço suficiente para observar a emissão das radículas com maior facilidade (Figura 4). As sementes foram colocadas em papel úmido com os embriões voltados para baixo. Após a semeadura, os rolos de papel foram colocados dentro de sacos de 100 micrômetros de polietileno para evitar a evaporação da água e na posição vertical foram levados para câmara de germinação a 20 ± 1ºC por 66 horas. Ao final do período de germinação, os rolos foram abertos e as plântulas foram contadas com radículas com comprimento maior ou igual a 2 mm (Figura 5). O resultado foi expresso em porcentagem de sementes com radículas que emergiram em média das 8 repetições (ISTA, 2019).


QUEBRA TÉCNICA 07

Além da soja, outro grão que apresenta alto valor agregado é o feijão carioca. Na Figura 4 são apresentados os resultados de um estudo realizado com o armazenamento de grãos de feijão carioca com duas umidades (13,8 e 16,7%) em quatro temperaturas (12, 20, 28 e 36°C) de armazenamento por um período de 240 dias. Nesse estudo, verificou-se uma quebra técnica de 4,5 e 3,8%, respectivamente, nos grãos armazenados com umidade de 13,8 e 16,7% na temperatura de 36°C, após 240 dias. Os fatores que levam a essa quebra técnica são os mesmos abordados anteriormente. A partir desses valores de quebra técnica, fica fácil mensurar a perda econômica que o armazenista pode contabilizar.

www.graosbrasil.com.br


08

SEMENTES

Figura 4. Teste de emergência radicular. Distribuição de sementes de milho no meio de crescimento com embriões voltados para baixo.

As sementes foram distribuídas manualmente em cada sulco, colocando 10 sementes em cada e então o sulco colapsou com o pente com dentes de metal para cobrir as sementes (Figura 6c). As placas semeadas foram recobertas e colocadas novamente na câmara fria a 8ºC por 7 dias para exposição das sementes de milho ao estresse. No final do período de estresse do teste, as caixas foram removidas da sala fria, as tampas foram removidas e as caixas foram cobertas com sacos de 100 microns de polietileno para evitar a perda de umidade. As caixas assim preparadas foram colocadas numa câmara de germinação a uma temperatura constante de 23 ± 2 ° C, durante 7 dias. As plântulas foram avaliadas sete dias após o plantio. A classificação das plântulas foi realizada de acordo com os critérios do Manual de Avaliação de Mudas do ISTA (2006) (Figura 6d). O resultado foi expresso em porcentagem de plântulas normais, em média, das repetições.

Figura 5. Mudas de milho com radícula com mais de 2 mm de comprimento.

Primeira contagem: Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes de cada lote de híbridos comerciais. Eles foram semeados em bandejas com areia preparada da mesma maneira que a descrita para o Teste de Germinação. As bandejas plantadas foram colocadas em câmara de germinação a 23 ± 2 ° C por 4 dias. Após esse período, as mudas foram avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos pelo Manual de Avaliação de Mudas do ISTA (2006). As sementes não germinadas foram contadas como mortas de acordo com as definições dadas pelo ISTA (2019). O resultado foi expresso em porcentagem de plântulas normais. Para corroborar a precisão dos resultados, foi utilizada a Tabela de Tolerância 14.3 do Manual de Tecnologia de Sementes para Bancos de Germes (Ellis et al., 1985). Teste Frio: Para este teste foram utilizadas 4 repetições de 50 sementes para cada lote. Trabalhamos com meio de crescimento de areia, previamente peneirado e esterilizado, com capacidade de retenção de 70%. Os recipientes utilizados para a semeadura foram bandejas plásticas transparentes de 21 cm x 13 cm x 4 cm. Uma camada de areia molhada, 20 mm de espessura, foi colocada dentro de cada bandeja. A areia foi distribuída uniformemente dentro de cada caixa com um pente de metal, a fim de obter um nivelamento e aeração corretos do leito de sementes (Figura 6a). As bandejas foram cobertas e colocadas em câmara fria a uma temperatura constante de 8°C por 24 horas, a fim de se obter uniformidade na temperatura da areia. Após a etapa de resfriamento do substrato, as bandejas da câmara fria foram removidas e a areia foi sulcada com um sulcador manual de 5 linhas por bandeja (Figura 6b). Revista Grãos Brasil - Março / Abril

Figura 6. Etapas do Teste a Frio: a) nivelamento e aeração da areia com pente metálico; b) uso do sulcador de metal; c) cobertura das sementes; d) avaliação de plântulas após o período de germinação.

Os resultados foram analisados pela análise de desvios. O teste de comparações múltiplas de Fisher LSD foi utilizado, com nível de significância de 0,05. O grau de associação entre os resultados dos testes foi analisado pelo teste de correlação simples de Pearson. Para os cálculos estatísticos, foi utilizado o software estatístico InfoStat (InfoStat, Grupo InfoStat / FCA, Universidade Nacional de Córdoba, 2017). Resultados e Conclusões A Tabela 1 mostra os valores de germinação obtidos pelo Teste de Germinação dos 24 lotes de híbridos de milho ordenados do menor para o maior. O teste permitiu separar os lotes em quatro grupos de diferentes potenciais de germinação, com o lote 4 mostrando a menor porcentagem de plântulas normais e diferindo significativamente do resto. Os lotes 10, 17,18 e 7 apresentaram qualidade intermediária com valores de germinação entre 83% e 85%. Os restantes 19 lotes apresentaram valores de germinação superiores ao valor de germinação aceitável (≥ 90%). Os principais defeitos observados nas plântulas anormais foram a presença de coleóptilos divididos em um comprimento superior a 1/3 com folha primária danificada e folha primária com menos da metade do comprimento


SEMENTES 09 do coleóptilo (Figura 7). Tabela 1. Valores obtidos no Teste de Germinação expressos em porcentagem de plântulas normais ordenadas do menor para o maior para os 24 lotes de híbridos comerciais de milho.

Tabela 2. Valores de plântulas normais (%) obtidos no Teste de Imersão ordenados do menor para o maior para os 24 lotes de híbridos comerciais de milho.

* Letras distintas en la columna (LSD Fisher) muestran diferencias estadísticamente significativas (p> 0.05)

* Letras diferentes na coluna (LSD Fisher) mostram diferenças estatisticamente significativas (p> 0.05)

A Tabela 2 mostra os valores de plântulas normais obtidos pelo Teste de Imersão dos 24 lotes de híbridos de milho. O teste permitiu separar os lotes em 10 grupos de diferentes condições de vigor, com lotes 2, 18, 13, 4, que apresentaram baixa qualidade fisiológica através das baixas porcentagens de plântulas normais. Por outro lado, os lotes 1, 10, 19, 22, 7, 12 e 3 apresentaram valores de germinação ≥ 92%, indicativos de excelente qualidade fisiológica, pois foram capazes de suportar as condições de estresse impostas pelo Teste de Imersão. Os principais defeitos observados nas plântulas anormais foram a presença de coleóptilos divididos em um comprimento superior a 1/3 com folhas primárias danificadas, folhas primárias com menos da metade do comprimento do coleóptilo e mesocótilo torcido (Figura 7).

Figura 7a. www.graosbrasil.com.br


10 SEMENTES Tabela 3. Porcentagens de sementes com radícula emergida superior a 2 mm de comprimento obtidas no Teste de Emergência Radicular dos 24 lotes de milho.

Figura 7b. Figura 7. Plântula anormal: a) Fenda de coleóptilo com comprimento superior a 1/3 da folha primária danificada, b) coleóptilo e mesocótilo torcido.

A Tabela 3 mostra os valores das sementes com radícula emergida maior que 2 mm de comprimento, expressas em porcentagem, obtidas pelo Teste de Emergência Ravina. O teste permitiu separar os lotes em 9 grupos de diferentes condições de vigor, com os lotes 2 e 18 mostrando a qualidade fisiológica deficiente através da menor velocidade de germinação. Por outro lado, os lotes 20, 5, 8, 10, 11, 3, 24, 12, 7, 19, 22 e 14 tiveram altos valores de velocidade de germinação, indicados por um alto percentual de sementes, ≥ 91%, com comprimento da radícula maior que 2mm. Estes lotes apresentaram maior taxa de germinação, refletindo uma condição de maior vigor. A Tabela 4 mostra os valores de germinação obtidos pelo Teste de Primeira Contagem dos 24 lotes de híbridos de milho ordenados do menor para o maior. O teste permitiu separar os lotes em sete grupos de diferentes potenciais de germinação, com os lotes 2 e 18 mostrando as menores porcentagens de plântulas normais e diferindo significativamente dos demais. Os lotes 4, 9, 16, 20, 13 e 15 apresentaram valores de vigor em 74% a 87%, e os 16 lotes restantes apresentaram valores de vigor entre 91% e 99%.

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

* Letras diferentes na coluna (LSD Fisher) mostram diferenças estatisticamente significativas (p> 0.05)


SEMENTES 11 Tabela 4. Valores de plântulas normais (%) obtidos no Teste de Primeira Contagem ordenados do menor para o maior para os 24 lotes de milho.

Os principais defeitos observados nas plântulas anormais foram a presença de coleóptilos divididos em um comprimento superior a 1/3 com folhas primárias danificadas, ausência de folhas primárias e mesocótilo torcido (Figura 7). Tabela 5. Valores de plântulas normais (%) obtidos no Teste de Frio, ordenados do menor para o maior para os 24 lotes de milho.

* Letras diferentes na coluna (LSD Fisher) mostram diferenças estatisticamente significativas (p> 0.05)

A Tabela 5 mostra os valores de germinação obtidos pelo Teste a frio dos 24 lotes de híbridos de milho ordenados do menor para o maior. O teste permitiu separar os lotes em 10 grupos de diferentes qualidades fisiológicas, com os lotes 2 e 4 mostrando as menores porcentagens de plântulas normais e diferindo significativamente dos demais. Os lotes 18, 8, 9, 23, 15, 13 e 19 apresentaram valores de vigor em um intervalo de 79% a 89%, e os 15 lotes restantes apresentaram valores de vigor entre 90% e 99%.

* Letras distintas en la columna (LSD Fisher) muestran diferencias estadísticamente significativas (p> 0.05)

A Tabela 6 mostra os coeficientes de correlação de Pearson entre os testes de vigor testados. Os testes mostraram uma alta correlação positiva entre eles. Os primeiros testes de contagem e emergência radicular mostraram os maiores valores de correlação (r = 0,92). Isso porque ambos os testes são baseados na determinação da velocidade de germinação das sementes sob condições ótimas para a espécie. Estes testes também são simples, baratos e rápidos e também são testes recomendados para avaliação da qualidade nas Regras emitidas pela International Seed Analysis Association (ISTA, 2019). www.graosbrasil.com.br


12 SEMENTES O Teste de Imersão mostrou uma boa correlação com todos os testes de vigor testados, com o maior valor de correlação com o Teste de Emergência Radicular (r = 0,85). Esse resultado é muito importante, uma vez que o Teste de Emergência Radicula é validado e recomendado internacionalmente pela ISTA para avaliar o vigor no milho. Esse alto valor de correlação entre os dois testes indicaria a possibilidade de implementação do teste de imersão para avaliar o vigor do milho na rotina do laboratório. Por outro lado, o Teste de Imersão mostrou uma correlação de r = 0,71 com o Teste de Frio. Embora este último teste ainda não tenha o status de validado pelo ISTA, é sugerido no Manual de vigor do ISTA (1995) e é o teste mais utilizado no mundo dentro da rotina laboratorial para avaliar o vigor nas espécies. Além disso, estes dois testes, avaliam a qualidade fisiológica de lotes de sementes de milho, através da resposta a condições de estresse, ao contrário dos testes de emergência de radícula e Primeira contagem, que o fazem em condições ótimas. Os testes de vigor testados permitiram separar os 24 lotes de sementes de milho em diferentes grupos de acordo com sua condição fisiológica. O teste First Count separou-os em 7 grupos, o Teste de Emergência Radical permitiu dividir os lotes em 9 grupos, enquanto os testes de Imersão e Frio formaram 10 grupos. O número de grupos nos quais é possível separar um conjunto de lotes de sementes é um indicador valioso da sensibilidade do teste para identificar diferentes graus de deterioração. Esta identificação permite separar lotes de qualidade fisiológica similar dentro da planta de processamento

e tomar decisões rapidamente sobre seu manejo e / ou seu destino como semente. Teste de imersão tem vantagens sobre o teste de frio: é mais rápido porque os resultados são obtidos após 9 dias (2 dias de imersão em água stress e 7 de germinação) enquanto a frio necessita de 15 (1 dia pré-condicionamento de areia fria, 7 estresse em câmara fria e 7 germinação); envolve uma metodologia muito simples e prática, uma vez que não requer o uso de sulcadores ou pré-condicionamento do meio de crescimento; econômico, uma vez que utiliza apenas água da torneira e câmara de germinação e não requer uma câmara fria. As condições de estresse usadas no Teste de Imersão são fáceis de serem obtidas em qualquer laboratório de análise de qualidade de sementes, uma vez que elas coincidem com a temperatura na qual o Teste de Germinação e Primeira Contagem é conduzido. Isso permitiria o uso da câmara de germinação de qualquer laboratório para realizar um teste de vigor sem alterar a rotina do mesmo em consonância com o relatado por Arango, 2018. Os resultados obtidos no trabalho permitem concluir que o Teste de Imersão em Água é uma ferramenta promissora para avaliar o Vigor em sementes de milho em laboratórios de controle de qualidade. Agradecimentos Para Ing. Agr. Facundo Ferraguti, pesquisador na área de Manejo de Cultivos da Estação Experimental Oliveros do INTA, por nos fornecer muitas sementes de híbridos comerciais de milho analisados.

Tabela 6. Coeficiente de correlação simples de Pearson (r) entre as variáveis analisadas nos testes de vigor para sementes de milho em 24 lotes de sementes de híbridos comerciais.

Revista Grãos Brasil - Março / Abril


Uso de ozônio como pesticida em armazéns de grãos

Eng. Martín Ramírez

Agro Operadora de Silos y Bodegas m_r_falcon@msn.com

O ozônio foi a solução encontrada por Martín Ramírez, proprietário da Agro-Operadora de Silos e Bodegas, para erradicar as pragas dos depósitos de grãos sem contaminar o meio ambiente ou os alimentos. Em 2009, um exportador de feijão pediu-lhe para eliminar pragas de um carregamento, mas ele exigiu zero resíduos químicos. Até então, a empresa de Ramírez só oferecia pesticidas com compostos tóxicos. Os agrotóxicos são prejudiciais à saúde e ao planeta, embora, por outro lado, as pragas acabam com 25% de alimentos no México a cada ano, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação (SAGARPA). Um ano depois, o engenheiro agrônomo projetou um sistema para produzir ozônio "in situ"; isto é, exatamente onde você deseja aplicar. Isso ocorre porque o ozônio é muito instável e rapidamente se torna oxigênio. Portanto, não pode ser armazenado ou transportado e deve ser produzido no momento, segundo o site da Agro-Operadora. A fumigação com ozônio custa 20%

TECNOLOGIA 13

menos do que com os agentes químicos tradicionais. O gás sufoca os insetos em 11 horas sem danificar a mercadoria e em 24 horas o produto livre de pragas está pronto para ser exportado. "Esse método pode impulsionar o mercado mexicano de produtos orgânicos livres de tóxicos", diz o chefe de Biotecnologia da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) Iztapalapa Campus, Octavio Lorea, na edição de 10 de abril de 2015 da revista Expansión. A tecnologia só funciona para alimentos armazenados, acrescenta o acadêmico. "No campo, mataria os microrganismos que exigem que o solo viva". Chega no Canadá Em comparação com os desinfetantes comuns, a aplicação de ozônio nos processos de saneamento de alimentos é mais benigna, de acordo com pesquisas científicas conduzidas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA. por suas siglas em inglês) desde 2001, o ozônio foi reconhecido pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos como uma substância segura.

www.graosbrasil.com.br


14 TECNOLOGIA O gás é capaz de inativar odores, vírus, bactérias, fungos e esporos nos produtos da indústria agroalimentar. Também pode ser usado em câmaras frigoríficas, armazéns, áreas verdes e até mesmo no setor residencial. Martín Ramírez levou a tecnologia para o Canadá em 2014, com sua assinatura Ozograin Internacional. Em 2015, ele obteve a patente naquele país. (Agromeat.com). Eles usam o ozônio como uma alternativa aos compostos químicos; a tecnologia nacional é exportada para o Canadá Uma substância que está presente na natureza provou ser tão eficaz quanto outros compostos químicos na eliminação de organismos prejudiciais em grãos armazenados, sem ter efeitos negativos. A Agro-operadora da Silos y Bodegas, localizada em Los Mochis, Sinaloa, criou uma nova tecnología de fumigação eficaz que usa apenas o OZONE. (Fonte: AGENCIA ID / DICYT) Os famosos GORGULHOS, as mariposas de cereais e outros insetos chamados besourinhos, vivem em um ambiente muito confortável quando estão no meio de um silo ou adega cheia de grãos. Lá eles perfuram a casca dos produtos armazenados, eles se alimentam livremente, eles têm boa temperatu-

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

ra e muito oxigênio para crescer e se reproduzir. Esses insetos, juntamente com alguns fungos e bactérias, causam anualmente perdas de quatro a 10% de todos os grãos armazenados, principalmente milho, trigo, sorgo, arroz e feijão. Até cinco anos atrás, a principal maneira de fumigar e matar pragas em armazéns e silos era o uso de substâncias químicas como o fosfeto de alumínio. No entanto, isso pode ser substituído por um sistema no qual um fluxo de OZONE é circulado através dos grãos por 48 horas. O OZÔNIO remove o inseto da zona de conforto da respiração, modificando a atmosfera interna, obtendo assim grãos totalmente livres de pragas ao longo da pós-colheita (compra, venda e armazenamento). A eficácia desta tecnologia está em conformidade com o padrão oficial mexicano. Além disso, após cumprir suas funções de fumigação, o OZONE pode ser liberado e transformado em oxigênio respirável sem deixar resíduos tóxicos. Esta inovação já tem proteção à propriedade industrial de sua invenção e em breve poderão exportar seu sistema de fumigação por ozonização para o Canadá. No México, empresas com grandes armazéns de grãos e farinha já usam essa tecnologia. Graças a essa inovação tecnológica e ao modelo de ne-


TECNOLOGIA 15 gócios com o apoio da Fundação para a Ciência EUA-México (FUMEC), a empresa mexicana que tinha 10 trabalhadores em 2008 conta hoje com 73 funcionários permanentes e pelo menos 20 funcionários temporários, para a épocas de colheita e armazenamento de grãos. A conservação de cereais, culturas industriais e leguminosas é uma atividade que exige equipamentos e tecnologia de acordo com a qualidade do produto e ao mesmo tempo que é preciso conservá-lo. Os problemas da conservação efetiva de grãos, pellets, farinhas e outros produtos da moagem ou indústria dos subprodutos ou derivados são inumeráveis. (Fonte: itdi) OZÔNIO TECNOLOGÍA INOVADORA Desenvolvemos uma tecnologia inovadora em matéria de conservação e condicionamento de cereais, oleaginosas e leguminosas. Trata-se do uso de equipamentos geradores de ozônio para secar os cereais na pós-colheita e ao mesmo tempo esterilizá-los de bactérias, fungos e insetos, qualquer que seja seu estágio de desenvolvimento. Essas atividades são realizadas em conjunto, em qualquer silo, armazém ou até mesmo no meio de transporte. OZÔNIO não deixa resíduos tóxicos para o homem, além disso, não deixa resíduos de queima de combustível como acontece nos secadores tradicionais e seus custos são bem menores. A comercialização de cereais enfrenta entre seus custos a manutenção em condições ótimas de conservação dos grãos. Caso contrário, esses produtos sofreriam descontos significativos em seu valor comercial ou seriam rejeitados pelos compradores. VANTAGENS COMERCIAIS DO USO DE OZÔNIO "Você não precisa mover a colheita, então você não precisa de frete curto." "Você não depende de equipamentos ou máquinas de terceiros, então você economiza mão-de-obra e impostos." "Não são necessários tratamentos fitossanitários, portanto, o uso de agroquímicos, mão-de-obra especializada, equipamentos especiais etc. é descartado."

"Encurta o período operativo de acondicionamento e despacho, ou acondicionamento e armazéns, diminuindo os custos comerciais (comissões, guias, cobranças, comunicações, etc.)" "Tem menor custo operacional por tonelada quanto maior o volume a ser tratado." "Reduz as perdas causadas pela secagem tradicional a zero." VANTAGENS TÉCNICAS DO USO DO OZÔNIO "Não deixa resíduos de pesticidas no cereal, nem traços ou restos de contaminação por queima de combustível, como acontece nos sistemas tradicionais." "Anula o dano que ocorre no tegumento das sementes devido a deficiências na secagem tradicional." "Anula o dano que ocorre nas sementes por cargas / descargas e transferências". "Descontamina o cereal com cheiros estranhos ou impróprios". "Anula bactérias, esporos, ovos, larvas e todos os estágios possíveis de desenvolvimento de pragas de grãos armazenados". "Não requer mão-de-obra especializada." "É transportável ou adaptável a qualquer sistema de silos ou tanques." "O OBJETIVO é gerar uma alternativa aos atuais produtos inseticidas, fungicidas, bactericidas, etc. atualmente usado, pelo OZONE. " "É um agente natural, que não deixa resíduos nos grãos, não altera sua qualidade, nem suas propriedades organolépticas ou bioquímicas". "OZONE não só age como um agente no controle de pragas e doenças, mas também atua como um elemento da fase de secagem dos cereais." "Efetivamente, a secagem é feita por circulação de ar quente forçado, gerado pela combustão de hidrocarbonetos, como gasóleo, óleo combustível, etc. Estes geram resíduos que também contaminam os cereais, e é aí que o OZONE também age". "OZONE tem um poder de dessecante de importância relevante, por isso também é um benefício no tratamento proposto." (Uso de ozônio como uma alternativa para o controle de pragas em grãos armazenados - Universidade do Kansas.).

www.graosbrasil.com.br


16 MANEJO

Manejo da Pós-Colheita de Trigo

Domingo Yanucci

CONSULGRAN - GRÃOS BRASIL - GRANOS graosbr@gmail.com

Sistemas de Armazenagem O trigo como grão nobre, se adapta uma grande variedade de depósitos, desde os silos bolsa, passando pelos silos transitórios modulares, silos metálicos chegando a silos de alvenaria. Porém cada tipo de depósito tem uma exigência a considerar. O Sistema a usar depende: - Do destino dos grãos; - Tempo de conservação desejado; - Elementos disponíveis; - Capacidade tecnológica; - Condições climáticas e edáficas. Entre os Sistemas Provisórios mais recomendados temos: A) SILO BOLSA B) SILO TRANSITÓRIO MODULAR C) SILO ALAMBRE AERAÇÃO E RESFRIAMENTO DO TRIGO O grão deve ser RESFRIADO O MAIS CEDO POSSÍVEL, para alcançar este objetivo no sul do Brasil é necessário arejar durante a noite, sendo muito mais eficiente o resfriamento artificial. Se o grãos está em condições (seco) deve se dar aeração com mais de 70% de umidade relativa, se injetamos ar mais seco, ajuda a perder umidade, gerando uma perca indesejável. Quando toda a massa de grãos esta

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

fria deve cortar-se a aeração e não voltar a acionar até que as condições meias da temperatura do ar não sejam consideravelmente menores ao granel (Ex. 5 a 7ºC menos) Pelo comentado, para trigo em condições (no sul do Brasil) podemos falar de 2 TANDAS (Tempo de Acionamento Necessário Da Aeração) para conservar 6 meses, e 3 TANDAS para conservar 9 meses. Por Ex.: Resfria a 25ºC imediatamente depois da colheita, e dá uma segunda TANDA em março Para chegar a 20ºC, se o trigo permanece armazenado em junho podemos ter um grãos com 15-18ºC, se nosso sistema de aeração é bom. Lembremos que para aproveitar o frio da região se requer uma vasão específica de 0,2 m3/ min t, que é praticamente 2 vezes a vasão em uso. Na aeração convencional nós usamos o ar ambiente que por natureza é variável (noite – dia). Normalmente de dia a temperatura é máxima e a umidade relativa, de noite é a inversa. Para decidir sobre o momento do acionamento da aeração devemos ter em conta: - Temperatura e umidade relativa do ar - Temperatura e umidade do grão - Objetivo da aeração


MANEJO 17 É necessário dispor em nossas instalações de um sistema de medição das condições climáticas, também são fundamentais os cabos para conhecer a temperatura da massa de grãos. Com aeração é melhor trabalhar preventivamente e não em forma curativa, pretendendo solucionar um aquecimento produzido. Vocês sabem que cada 5ºC a mais se duplicam as perdas. Por esta ração ainda nas regiões mais frias do Brasil, se nós com o resfriamento artificial obtermos na época da colheita 18-20ºC, nossa perda será a metade. Então sempre teremos um grão melhor conservado, mantendo suas qualidades originais se resfriarmos. Além da qualidade e as perdas, as menores temperaturas limitam o desenvolvimento de insetos e favorecem os inseticidas protetores. CONTROLE DE PRAGAS A natureza do grão, ajudada por elevadas temperaturas, permitem que as pragas ganhem importância. A maioria dos grãos na prática, podemos falar que todos, chegam ao armazém com infestação oculta (formas jovens de Sitophilus spp. Dentro do grão aparentemente sadio). Por isso não podemos enganar-nos se não vemos na recepção os insetos adultos. Muito grão deve ser amostrado e peneirado para descobrir uma pequena infestação, mas não temos nenhum método prático para detectar uma infestação oculta.

O A (infestação primária) passam parte de sua vida dentro do grão. Como destaque podemos mencionar a grande capacidade destrutiva do besourinho dos cereais (Ryzopertha dominica F.) capaz de concretizar mais de um furo no grãos. Ele em seu acionar libera partículas de amido e excrementos fora dos grãos, gerando muito pó, com um odor doce. Este inseto nos obriga ao uso de inseticida do grupo dos piretorides. Os ácaros não são insetos, são aracnídeos. (Requer elevada umidade para desenvolver-se). A diferenciação é fundamental para realizar o controle adequado. As pragas causam: • Perda de peso (por consumo e respiração) • Contaminação • Aquecimento e migração de umidade • Distribuição de fungos • Transmissão de enfermidades do home É IMPRESCINDÍVEL EVITAR QUALQUER DESENVOLVIMENTO DAS PRAGAS O CONTROLE DE PRAGAS se baseia em:

Quadro 1.

1) Limpeza e tratamento de instalações a- Eliminação da fonte de infestação (riscado, varrido, aspiração e eliminação de focos de infestação (Ex. aerações, resíduos, etc.). Em especial atenção onde tem antecedentes de infestação. b-Tratamento com inseticida das instalações: Usar um IRAE (Inseticida Residual de Amplo Espetro). No possível a cada 2 safras é conveniente trocar de princípio ativo. (1): Atacam no campo e no depósito - (2): Voam

EM ESPECIAL ATENÇÃO AOS PONTOS DE DIFÍCIL ACESSO.

www.graosbrasil.com.br


18 MANEJO Quadro 2. Praguicidas e dosagem para tratamentos de Instalação

A boa limpeza e o tratamento periódico é a base para o controle de pragas. Estes tratamentos são os mais econômicos e dão bons resultados. Em épocas de maior temperatura é recomendável reduzir o tempo entre as aplicações. Quando se trata de superfícies que só podem tratar-se 1 ou 2 vezes no ano (Ex. interior dos silos) pode-se incrementar a dosagem recomendada. Para os tratamentos exteriores se recomenda a pulverização, para os interiores deve usar-se a nebulização em frio. Este tipo de tratamento chega a lugares onde não é possível chegar de outro jeito, por isso todo armazém deve dispor de um nebulizador elétrico ou a motor. Sempre é recomendável complementar os tratamentos com um praguicida em pó; esta forma de apresentação permite chegar a pontos onde não é possível chegar de outro jeito. (Aplicar sobre o elevador de canecos em funcionamento, desligando a aspiração, permitindo que o inseticida se distribua em toda a instalação) 2) Tratamentos Residuais Todo grão que se armazene mais de 30 dias deve receber algum tipo de tratamento. Já seja com praguicida protetor ou com um fumigante. Para a pulverização sobre a veia de grão em movimento (sempre falando de grão já seco), podemos aplicar a seguinte formula:

Quadro 3.

Como nas condições práticas sempre nos encontramos com limitantes, a dosagem de 6 meses nos dará uma boa cobertura por 4. 3) Tratamentos Curativos Se baseia no uso de fumigantes, produtos que atuam como gás e não tem residual idade, por isto não brindam proteção posterior. Os curativos mais difundidos são o fosfeto de alumínio e o fosfeto de magnésio, produtos que liberam FOSFINA que é o gás letal. Em todas os expurgos deve-se cuidar a hermeticidade e o tempo de exposição), sempre respeitando as dosagens recomendados para as distintas formas de aplicação. Deve ter em conta que fumiga um volume e não só o grão que se coloca no depósito. Se armazenamos 500t em um silo de 1000t devemos usar o dosagem para 1000t. Apresentamos no seguinte Quadro as dosagens recomendadas para os tratamentos curativos. Quadro 4. Praguicidas e dosagens - Tratamentos Curativos

Fórmula de cálculo 60 t/h x 100 lt x 20 cc/t ------------------------------- = 4lt de IRAE em 100lt de emulsão 500 cc/min x 60 min/h Pode concretizar-se um bom tratamento com 500 a 1000cc de caldo de emulsão por tonelada de grão. Sempre deve usarse a emulsão preparada no dia. Nos últimos anos temos disponível no mercado sistemas de pulverização que não necessita o cálculo da fórmula. Os dosadores injetam o praguicida no volume definido pelo operador, em uma corrente de água (não se prepara emulsão, portanto nunca sobra) e este produto se pulveriza sobre a veia do grão. SEMPRE O TRATAMENTO DEVE SER DEPOIS DO ACONDICIONAMENTO DO CEREAL, POR EXEMPLO NA SAÍDA DO SECADOR. Sem dúvidas a dosagem recomendável varia de acordo com o tempo de armazenagem, tipo de depósito, etc.. Vemos no quadro seguinte os inseticidas residuais aprovados para tratamentos preventivos. Revista Grãos Brasil - Março / Abril

Temperatura maior a 15ºC – Exposições mínimas de 4 dias


MANEJO 19 A temperatura e a umidade do ar são muito importantes na liberação da fosfina:

Recomendamos observarem as dosagens inseridas na Bulas de cada fumigante. Fonte: BEQUISA

Para decidir sobre o produto e a dosagem deve-se considerar: • Tipo de pragas a controlar. • Nível de infestação • Tempo disponível para alcançar o controle. • Estado geral da mercadoria (ME-temperatura) • Condições de tratamento (sistema de aplicação-toneladas por hora) Ajustes: (*) Para deficientes condições de aplicação incrementar a dosagem uns 20 - 30%. (*) Para grãos com muita matéria estranha ou quebrado incrementar a dosagem uns 10 - 20% PIOLHOS e ÁCAROS Estas pragas geraram importantes confusões. Vemos no próximo Quadro a diferença entre ácaros e piolhos.

É impossível que na época da safra não tenha grãos no armazém, pó, derrame, etc., porém deve-se diferenciar a sociedade nova de velha, é esta última a que serve de refúgio para as pragas. Nenhum tratamento sobre o grão brinda larga proteção contra o piolho, por esta razão é necessária uma especial atenção na limpeza, eliminação de inoculo e o tratamento de superfície. A separação de polvilho por meio de ciclones ajuda a diminuir a incidência dos piolhos na mercadoria. O frio é, sem dúvidas, a ferramenta natural mais eficiente. NOTA: Nenhum tratamento dos recomendados afeta o poder ou a energia germinativa dos grãos. ROEDORES É bem conhecida a capacidade de multiplicação, destruição, contaminação, deslocamento e adaptação destas pragas. Os princípios básicos para seu controle são: 1) Máxima higiene (eliminar todos os resíduos) 2) Suprir todos os possíveis esconderijos ou guaridas 3) Diminuir ao máximo possível os acessos do roedor ao depósito 4) Cortar os matos ao derredor do depósito e pintar de branco os rodapés Entre as ferramentas que podemos utilizar temos: a) Venenos Crônicos b) Venenos Subagudos c) Armadilhas d) Fumigantes

MUITAS SÃO AS FERRAMENTAS QUE SE DISPÕEM PARA CONCRETIZAR A LUTA CONTRA OS ROEDORES, NORMALMENTE ESTAS PRAGAS SÃO TÃO SÉRIAS QUE DEVEMOS TRATAR DE COMPLEMENTAR 2 OU 3 TÉCNICAS DE LUTA, PARTINDO DA MÁXIMA HIGIENE E ORDEM E TRATANDO DE EVITAR A ENTRADA DA PRAGA AO DEPÓSITO. NESTE, COMO EM TODOS OS CASOS, É VÁLIDO O CONCEITO DE QUE: É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR.

Para gerar um deterioro evidente por Kg. de grão se requer 1000 ácaros ou 10000 piolhos. Os piolhos praticamente não causam dano ao trigo. Podemos ver piolhos em grãos em excelentes condições de conservação. Se vemos ácaros sem dúvidas teremos problemas de umidade nos grãos. O controle de piolhos se baseia em: - Limpeza e eliminação de resíduos do armazém (em especial atenção no elevador de canecos, freio, união entre chapas, aeração, etc.). - Tratamento das instalações com IRAE (cada 30 dias no verão). - Produtos em pó, aplicados em superfície, e preferencialmente com uma pequena incorporação na parte superficial do granel, também ajuda ao controle.

DEVEMOS CONTROLAR A PRAGA COM O MÍNIMO CUSTO, ATENDENDO AS REGULAMENTAÇÕES VIGENTES E CUIDANDO DA SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS. MISTURA DE TRIGO Os princípios da mistura são idênticos ao resto dos grãos, só é importante identificar os aspectos sobressalientes técnico-comerciais para definir as políticas de armazenagem e posterior mistura. Normalmente se tem em conta: umidade - peso específico - proteína - glúten - carvão - pança branca - lavado. Ex.: Mistura de 2 granéis por peso específico Devemos definir 3 valores: www.graosbrasil.com.br




22 MANEJO a) Valor 1 = 72 b) Valor 2 = 82 c) Valor buscado = 78 Depois podemos usar o seguinte esquema: 72

82

78 4

6

Matematicamente temos: 72 - 78 = (6) 82 - 78 = (4) Portanto na mistura deve-se usar: (4) PARTES DE 72 (6) PARTES DE 82 Comprovação 72 x (4) = 288 82 x (6) = 492 ------------ ------(10) 780 780 ./. (10) = V B = 78 O que acontece quando se geram misturas aleatórias? Quando se misturam partidas distintas conhecidas sem

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

um cálculo prévio a qualidade do conjunto varia: Ex.: Se misturamos: 100 t DE TRIGO COM 6 SEMENTES DE ERVA DANINHA C/100 g 20 t DE TRIGO COM 10 SEMENTES DE ERVA DANINHA C/100 g O que passará com o granel resultante? 100 t x 6 = 600 20 t x 10 = 200 --------------- ----120 800 800 ./. 120 = 6,67 c/100 g Resultado de uma Subtração Em alguns casos se conhece como ingresso uma mercadoria e ao descarregar o silo, pode sair um pouco diferente, portanto nos perguntamos: Como ficou o grão? Ex.: Se partimos de 1000 t com 30 % de Pança Branca e escoamos 200 t com 20 %, COMO FICA O GRÃO?   1000 t x 30 % = 30.000 200 t x 20 % = 4.000 ---------------------- ----------800 t 26.000 26.000 ./. 800 = 32,5 % O GRÃO FICA EM CONJUNTO COM 32,5% de Pança Branca.


TECNOLOGIA 23

Secagem Estática de Grãos à Baixas Temperaturas

Romeu Graeff

Consultor em Armazenagem graeff@agrosengenharia.com.br

Ronaldo Alves

Consultor Técnico Comercial ronaldo@agrosengenharia.com.br

Consiste na secagem lenta, gradual e ininterrupta da massa de grãos depositada em silos, através da insuflação de volume de ar adequado ao processo de secagem. Na secagem estática, com aeração forçada, se utilizada fontes energéticas para reduzir a umidade do ar, quando a mesma estiver em índices superiores ao ideal para a secagem. Isto é feito com a instalação de sistemas de desumidificares automáticos com modulação proporcional para corrigir a umidade relativa o ar de secagem. O sistema é acoplado na boca de captação de ar do ventilador de aeração, e toda vez que a umidade relativa do ar de secagem estiver acima do previamente programado no painel de controle, o sistema automaticamente dará a partida, fazendo a correção da umidade a índices ideais para secagem. Desta forma opera-se pelo princípio do equilíbrio higroscópico, fazendo com que a camada inferior não ceda mais umidade quando já estiver seca, secando a camada subseqüente até atingir a umidade desejada na parte superior, com um gradiente mínimo de diferença de umidade entre a base e o topo. Consegue-se desta forma uma secagem a baixa temperatura, obtendo alta qualidade e rendimento da massa de grãos e com um baixo custo de secagem, pois haverá um pequeno consumo de gás somente nos momentos em que a umidade do ar estiver acima das condições ideais de secagem.

VANTAGENS TÉCNICAS • Obtenção de umidade ideal para secagem de forma continua, independente de condições climáticas adversas (alta umidade do ar). • Menor custo operacional com pessoal. • Baixo custo de manutenção. • Controle total do ar de secagem. • Evita a modificação da cor do grão, agregação de cinza e agressões por super secagem. • Evita dano mecânico, rompimento da casca, película e trincamento. • Evita a perda do poder germinativo e vigor. • Reduz a níveis mínimos o custo da mão de obra. • Evita eventuais custos com multas ocorridas por poluição do meio ambiente. • Maior valor comercial do produto em função da qualidade. • Elimina a contaminação dos grãos com substâncias nocivas. • Otimização dos equipamentos existente na estrutura da unidade armazenadora. • Aumento da velocidade de recepção e conseqüente velocidade na colheita. • Menor investimento com a aquisição de secadores convencionais. • Esta modalidade pode significar uma redução no tempo de secagem, na proporção de 3 para 1, em relação ao sistema que utiliza somente ar natural.

Aplicação: Em silos metálicos planos e elevados, silos de concreto, tulhas, silos ventiláveis e graneleiros. www.graosbrasil.com.br


24 TECNOLOGIA • Além do ganho no tempo de secagem, há também um ganho significativo com a redução do consumo de energia elétrica. DESUMIDIFICADOR A GÁS: É sistema automático acoplado na boca de captação de ar do ventilador para fazer a correção da umidade relativa do ar de secagem. Os parâmetros operacionais são programados no painel de controle e comando e a operacionalidade se dá através dos valores obtidos em sensor estrategicamente posicionado nos plênuns ou nas entradas do ar de secagem. O sistema possui modulação proporcional de liberação de combustível para atingir um objetivo programado, obtendo menor custo e manutenção das características ideal no processo de secagem, visando também o menor tempo para a secagem dos grãos. Todo o princípio de secagem estática a baixas temperaturas está baseado no equilíbrio higroscópico de cada tipo de grão, conforme tabelas abaixo: PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O CARREGAMENTO DO SILO O carregamento do silo deve ser de forma parelha, sem a formação do cone superior. Para tanto, é necessário fazer o emparelhamento freqüência. Isso evita a criação de caminhos preferenciais, devido a diferença de altura na coluna de grãos, garantindo assim, uniformidade de distribuição do ar em toda a massa de grãos. O emparelhamento pode ser feito de forma manual, por paleada, ou de forma automática e contínuo através de distribuidores automatizados, além de não colocar em risco os funcionários tem um processo mais eficiente. MULTIFRACIONADOR DE CARGAS Sistema de distribuição de grãos automatizado para silos

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

e armazéns graneleiros.Tem por finalidade a distribuição dos grãos e impurezas de forma homogênea, evitando a compactação e diferenças de altura na camada de grãos e criação de caminhos preferências de passagem de ar pelo sistema de aeração. Desta forma, obtêm-se melhor uniformidade e economia de energia elétrica nos processos de secagem e conservação da massa de grãos CARACTERÍSTICAS • Aeração com máxima eficiência desde a primeira carga; • Distribuição em multi-pontos evita a separação da impurezas do grãos; • Adapta-se a qualquer tamanho de silo e graneleiro; • Evita compactação; • Minimiza a necessidade de espalhar os grãos no silo; • Diminui o desenvolvimento de pragas. BENEFÍCIOS • A uniformidade da distribuição em silos metálicos ou armazém evita a formação de focos de impurezas e a diferença de altura de grãos. • O ar percorre igualmente por toda massa de grãos sem caminhos preferenciais ou por pontos onde possui menor altura de grão. • As impurezas miúdas bem distribuídas não interferem a passagem do ar, evitando o aquecimento e umedecimento dos grãos, desenvolvendo fungo, bactérias e insetos. • Para o perfeito funcionamento do equipamento é necessário regulagens no direcionador e chapéu regulador para a distribuição igual para todos os lados. • Para o enchimento do silo subir nivelado é necessário regulagem de vazão em cada cano. Em função da área de depósito no silo o menor comprimento de cano, devera descarregar menos grãos.


MERCADO 25

CHUVAS EXCESSIVAS, ENCHENTES, SILOS DESTRUIDOS; POR QUE O PREÇO NÃO SOBE?

Oswaldo J. Pedreiro

Novo Horizonte – Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br

Eu confesso que ainda não achei a melhor resposta para essa pergunta! A guerra comercial entre os EUA e a CHINA ainda segue seu curso sem perspectivas de uma solução imediata, e isso tem contribuído para que o mercado não tome uma posição definitiva de alta ou de baixa. Há pouco mais de um ano, os chineses impuseram uma alíquota de 25% sobre a oleaginosa americana e o movimento praticamente esvaziou a demanda da nação asiática no mercado dos EUA. A medida já resulta em estoques trimestrais recordes de soja nos EUA, com 74 milhões de toneladas na posição de 1º de março estimadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no último dia 29. Em março de 2018, eram 57 milhões. OS estoques finais da safra 2018/19 são estimados em 24 milhões de toneladas. Também de acordo com o departamento, os embarques e o programa de exportações de soja dos EUA estão atrasados e com volumes bem abaixo do mesmo período do ano passado. "Os operadores do Mercado aqui em

Chicago entendem que a abundância de grãos em oferta hoje limita a capacidade de alta agressiva, levando em conta o cenário político estabilizado", explicam os analistas da ARC Mercosul. E assim, somente uma mudança efetiva nesse quadro e nessas relações seria capaz de alterar esses números e a dinâmica atual do comércio global da soja. "O acordo comercial entre EUA e China mudaria a matriz de demanda e o perfil de exportação norte-americano. O fim desta retórica política trará um sustento altista para os preços do milho, soja, trigo e algodão estadunidenses. Este novo direcional, se concretizado, será o principal fator de composição aos preços durante os próximos 2-3 anos, pelo menos", diz a ARC. Desgastado pelos últimos meses de rumores e boatos não confirmados, o mercado da soja na Bolsa de Chicago pouco reagiu às últimas notícias e manteve seus preços estáveis e sem variações agressivas como vem fazendo nos último meses. Nestas últimas semanas o mercado vem trabalhando ao níveis estaveis, com o Maio lutando para manter os US$ 9,00 por bushel. "As manchetes tiveram pouco ou newww.graosbrasil.com.br


26 MERCADO nhum impacto sobre os preços, mas nos próximos dias ainda podem vir relatórios tanto da China quanto dos EUA sobre a proximidade de um acordo. Mas eu acho que os traders de grãos terão de ver a tinta no papel da assinatura de um acordo antes de mudarem realmente suas posições”, disse Al Kluis, consultor da Kluis Advisors. O reflexo da falta de definição do mercado CBOT é que aqui no Brasil os negócios também não evoluem como seria de se esperar diante das ofertas de produtos (milho e soja

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

principalmente) ainda nas mãos dos produtores aguardando melhores oportunidades de negócio, mas quando será que isso vai acontecer (se é que vai, eis a questão)? Enquanto isso os relatórios são editados e o mercado vai absorvendo a falta de objetividade nas reuniões intermináveis entre a China e os EUA, e fica aquela impressão no ar: “AGORA VAI!...” Seguem os mais recentes relatórios publicados para sua apreciação, e bons negócios a todos!


Já existe solução para

FUNGOS 27

o controle de fungos e

micotoxinas na armazenagem!

César Augusto Pires Moutinho

Eng.Agrônomo - Coach Pós-Colheita capmoutinho@gmail.com

Todos que operam com grãos armazenados identificam como grande problema na conservação dos mesmos, o combate aos fungos de armazenamento, o que certamente resulta em perda de massa, ocasionando prejuízos ao armazenista. Considerando o tamanho de um esporo, de 1-10 µ (1µ = a milésima parte de 1 mm = 1mm ÷ 1.000), impossível não haver infecção, nas atuais condições que possuímos em nossas unidades armazenadoras. Até o momento, as soluções têm sido a aplicação de técnicas de manejo, limpeza, aeração, higienização e uso do frio para minimizar tais infecções, diminuindo assim a proliferação

das temíveis micotoxinas indesejadas e que tanto prejuízo causam e já causaram aos consumidores de grãos infectados, principalmente em milho utilizado em rações. Segundo Eng. Domingo Yanucci, em Reflexões Pós-Colheita, Revista Grãos Brasil Nº 93 - Nov-Dez/2018, diz: "... Alguns podem ficar surpresos porque pensavam que eram os insetos, outros pensavam que é a secagem excessiva, etc.; a verdade é que nunca se pode ter um granel sem fungos, pois estes sempre estão agregados ao grão, tanto por fora dele como em seu interior. Quando falamos de quebra na armazenagem, esta é para justificar a www.graosbrasil.com.br


28 FUNGOS

perda de peso que ocorre devido a respiração do granel (massa de grãos), que na realidade é muito mais dos fungos do que do próprio grão. Em condições normais, todo granel respira consumindo a matéria seca e gerando calor e umidade. Como sabemos, a umidade é o principal fator que afeta a vida dos fungos e estes se desenvolvem a partir de uma umidade relativa de equilíbrio de 65 % ou mais. ..." Assim sendo, buscando cada vez mais tecnologia e desenvolvimento de produtos, até então inexistentes no Brasil, surge um produto capaz de inibir a proliferação de fungos em grãos armazenados, à base de ácido propiônico (ácido orgânico), muito utilizado em milho destinado à fábricas de rações que compõem os mais diversos destinos. Os ácidos orgânicos inibem o crescimento dos microorganismos através de sua entrada nas células e dissociação no interior destas. Tal processo é responsável pela acidificação do citoplasma das células, resultando na inibição do transporte de nutrientes. O consumo de energia dos microorganismos aumenta na tentativa de manter o pH homeostático. Devido ao processo de sobrevivência, ocorre um estreitamento da faixa de pH, promovendo a morte ou a inibição da célula. Desta forma, o microorganismo não é capaz de se desenvolver. O grão esfria, como que entrando em dormência forçada e aumentando assim, o período armazenado com baixo risco de deterioração, ainda que com umidade acima da recomendada para o seu armazenamento. O ácido propiônico na forma livre, no entanto, apresenta alguns efeitos nocivos quando utilizado no controle de fungos em grãos, incluindo a corrosão dos equipamentos e a produção de vapores cáusticos e adstringentes. Por outro lado, no Dipropionato de Amônia (Mold Zap® - Alltech), este ácido é tamponado por um processo especial, resultando a formação de um complexo com capacidade tamponante muito maior que a do sistema convencional sal/ácido de tamponamento. O complexo tamponado dissocia-se na presença de umidade, liberando ácido propiônico e promovendo a iniRevista Grãos Brasil - Março / Abril

bição fúngica, de forma gradual e contínua. Como técnica na sua aplicação, deve-se ter o cuidado de uso com grãos frios. Também se recomenda não aerar antes da completa absorção do produto nos grãos armazenados (aproximadamente 3 dias para absorção completa), diminuindo assim o risco de corrosão nos equipamentos da unidade em caso de aeração no período. Considerando as conclusões apresentadas em artigo intitulado "Qualidade dos grãos de soja armazenados em diferentes condições" na Revista Brasileira deEngenharia Agrícola e Ambiental v.13, n.5, p.606–613, 2009, de autoria dos seguintes pesquisadores Ernandes R. de Alencar, Lêda R. D. Faroni, Adilio F. Lacerda Filho, Luiz A. Peternelli & André R. Costa, quando eles afirmam: "1. A combinação de teores de água e temperaturas mais elevados intensifica o processo de deterioração dos grãos de soja armazenados; 2. Para comercialização de soja como dentro da referência básica, é possível armazenar, durante 180 dias, grãos com teor de água de até 14,8% nas temperaturas de 20 e 30 °C. 3. Na temperatura de 40 °C somente os grãos com teor de água de até 11,0% podem ser armazenados durante 180 dias." É perfeitamente aceitável que em armazenamentos superiores a 6 meses ocorra deterioração dos grãos, uma vez que é um processo natural, ou ainda perda de massa nos mesmos, representando prejuízo direto ao armazenista, uma vez que o mercado aceita a soja com umidade média final de 14 %. Logo, o que baixar desse nível na comercialização, considera-se como prejuízo, podendo chegar aos 5 pontos percentuais...! E vejamos que é comum produtores entregarem a soja, após alguns meses armazenada, com 9-10 % de umidade, justamente pelos fatores elencados acima, o que resultaria neste prejuízo ao armazenista, como explicado. Simplesmente adicionar água para recuperar peso na carga, não adianta, pois não conseguiremos re-hidratar o grão conforme necessitamos para recuperar sua umidade. Pelo contrário, a umidade ficará superficial, aumentando a


deterioração mais rapidamente. Esse produto, o Dipropionato de Amônia (Mold Zap® - Alltech) praticamente coloca os grãos numa dormência forçada, mantendo-os em baixas temperaturas, justamente por eliminar a absorção de esporos de fungos do armazenamento, resultando numa estabilidade da massa armazenada, ou seja, o grão mantém seu peso específico, sem consumo energético se mantendo frio, condição excelente para um bom armazenamento. Ocorre que atualmente os produtores, aprendendo a “jogar” no mercado de commodities e possuindo suas próprias unidades armazenadoras, acabam por "segurar" o produto mais tempo na estocagem, e portanto, arriscando ainda mais no quesito conservação dos grãos. Surge assim, uma demanda que é justamente armazenar sem risco de perdas metabólicas, que significam perda de massa. Se há um manejo adequado e monitoramento correto, os riscos de deterioração diminuem, mas não são eliminados, talvez em função do baixo envolvimento com manejo dos grãos armazenados, de parte do produtor. Ou porque desconhece o processo, ou por falta de pessoal qualificado para acompanhar o armazenamento. Os riscos de perdas permanecem, ainda que bem manejados na pós-colheita. Nesse sentido, estamos introduzindo no mercado de grãos armazenados o Dipropionato de Amônia (MoldZap® - Alltech), até então somente utilizado em milho, viabilizando um novo mercado, visando os grãos armazenados de Soja. Estamos desenvolvendo um trabalho interessante na Soja, com excelentes resultados também em sementes, uma vez que as quantidades armazenadas neste segmento tem se ampliado ao longo do tempo, o que viabilizaria sua aplicação, pois o armazenista passará a arriscar menos seu estoque com as perdas metabólicas. Muitos estudos ainda precisam ser feitos, mas o bom de tudo isso é que uma nova fronteira se avizinha, na medida em que há possibilidade de controle de fungos e micotoxinas, usando um produto orgânico o que por si só já é aceitável, sustentável e sem riscos, tanto para aplicadores como para consumidores.


30 EVENTO

Conferência Internacional do IGC sobre Cereais, 11 e 12 de junho de 2019, Londres, Reino Unido O International Grains Council (IGC) gostaria de convidá-lo para a nossa próxima conferência, que se realizará em 11 e 12 de junho de 2019, em Londres. Uma recepção noturna marcando o 70º aniversário do International Grains Council acontecerá no dia 11 de junho e nós realmente gostaríamos que você se juntasse a nós nesta ocasião muito especial. A Conferência do IGC é um evento bem estabelecido que atrai mais de 350 delegados de mais de 50 países e representa toda a cadeia de fornecimento de grãos de produtores, exportadores, comerciantes, corretores, processadores, associações comerciais, serviços de inspeção, empresas de transporte e logística, etc. e funcionários do governo. Este ano, a conferência conta com o apoio de diversos palestrantes de alto calibre das principais empresas comerciais, como Cargill, Bunge, Olam, ADM e Cofco, além de patrocinadores de alto perfil como Bayer, Control Union, InVivo Trading e Euronext. . Um dos destaques desta conferência serão nossos seis workshops: - International Grain Trade Coalition (IGTC) - Um diálogo sobre o progresso internacional por meio da cooperação para lidar com assuntos não relacionados ao comércio no setor de grãos com as contribuições de palestrantes da Austrália, China e EUA. - Tendências mundiais de biodiesel e impacto no uso de matérias-primas: Tendo como plano de fundo a diversificação de energia, a produção mundial de biodiesel cresceu acentuadamente na década passada para se tornar um importante uso final de óleos vegetais - principalmente óleo de palma, colza / canola e óleo de soja - bem como outras matérias-primas não tradicionais. Devido a fatores econômicos e políticos, o workshop promoverá a discussão sobre as perspectivas de médio prazo para a produção global e o provável impacto sobre o uso de matérias-primas. Como um aparte, alguns governos estão buscando gradualmente eliminar veículos movidos a combustíveis fósseis tradicionais e mudar para a eletrificação no longo prazo. - Evolução recente do mercado e perspectivas para demanda de produtos de trigo e farinha: A comida continua a ser o principal impulsionador dos ganhos de demanda de trigo em todo o mundo. A popularidade dos produtos à base de trigo ainda está crescendo, com o ritmo de crescimento Revista Grãos Brasil - Março / Abril

sendo agora o mais rápido em partes da África e da Ásia. Embora o uso per capita ainda seja relativamente baixo nessas áreas, a expansão das populações, o aumento da renda e o maior interesse em alimentos não tradicionais, o consumo médio tem um potencial de aumento significativo. O que os produtores, fabricantes de alimentos, varejistas e importadores / exportadores podem fazer para promover o crescimento sustentado da demanda, tanto nos mercados estabelecidos quanto nos em desenvolvimento? ” As workshops da CropLife International abordarão a questão dos níveis máximos de resíduos e seu impacto no comércio de grãos. Preços do arroz: voláteis, opacos e com opções de cobertura inadequadas - qual a melhor forma de gerenciar o risco de preço no comércio de arroz? Embora a falta de transparência seja, em parte, um resultado inevitável de uma commodity altamente complexa, fragmentada, pouco negociada e, em grande parte, não perecível, ela ajuda a gerar instabilidade e volatilidade. Além disso, devido à falta de um mercado de futuros eficaz, os participantes não têm oportunidades efetivas de cobertura, o que, por sua vez, restringe o acesso a opções de financiamento para agricultores e dificulta a produtividade. Os palestrantes irão abordar os esforços feitos para estabelecer um mercado futuro, mas quão viável é? Existem outras opções para gerenciar o risco no arroz? Quais fatores irão moldar o futuro do setor de transporte de grãos? O workshop cobrirá as tendências recentes no setor de carga a granel global, incluindo a dinâmica dos custos de transporte nas principais rotas de grãos e oleaginosas e desenvolvimento de frotas. Além disso, os palestrantes analisarão fatores-chave, que provavelmente influenciarão o cenário global de transporte no futuro próximo, incluindo a implementação de novas regulamentações relacionadas a emissões e a introdução de tecnologias inovadoras. Junte-se a nós. Visite o site www.igc.int e registre-se: https://www.igc.int/en/conference/registration/regform. aspx Maiores informações entre em contato conosco por e-mail: conf@igc.int


RESFRIAMENTO 31

www.graosbrasil.com.br


32 ATUALIDADE

Aumentar o consumo é o principal desafio para os moinhos de trigo de São Paulo em 2019

Christian Saigh

Presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo

Revista Grãos Brasil - Março / Abril

Alta do câmbio e aumento da matéria-prima pressionaram o setor, que não repassou os custos para o mercado A moagem de trigo no estado de São Paulo em 2018 não apresentou grande crescimento em relação ao volume produzido no ano anterior, segundo números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O levantamento mostrou que o setor fechou o ano passado com o volume estimado de 1,65 mi toneladas, pouco acima de 2017 quando a moagem total foi de 1,62 mi toneladas. “Não constatamos uma evolução no volume da moagem de trigo no estado. O ano foi marcado por uma elevação significativa da matéria-prima, muita dependência do trigo importado, estoques altos, além da greve dos caminhoneiros. Neste cenário, os moinhos não conseguiram repassar toda a necessidade de aumento de custo”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), Christian Saigh. Segundo ele, os resultados financeiros do ano passado foram catastróficos e refletiram o momento da economia nacional, onde o aumento do desemprego influenciou diretamente o consumo. “O movimento nas padarias, por exemplo sofreu uma queda muito forte, que não pode ser compensanda”, destaca ele. “Nós do Sindustrigo temos trabalhado arduamente nos últimos anos em busca de melhorar o cenário produtivo e fiscal do setor moageiro de São Paulo, por meio de ações que envolvem toda a cadeia produtiva, como a Câmara Setorial, e também movimentações junto ao governo estadual buscando a equalização de alíquota de ICMS. Essas iniciativas auxiliam no desenvolvimento do setor e também na melhora do produto que é fornecido ao mercado”, ressalta o presidente.

Ao longo dos últimos anos a Câmara Setorial promoveu uma união da cadeia produtiva, visando a homogeneidade do grão produzido no estado, fator que auxiliou na melhora na rentabilidade e na qualidade do trigo entregue aos moinhos. “São Paulo é o maior mercado consumidor do Brasil e nossa indústria é dependente do trigo importado, pois não temos um volume produtivo que atenda a demanda dos moinhos. Esse é o nosso foco de trabalho, garantir um aumento da produção com a qualidade exigida pelo mercado”, enfatiza Saigh. Primeiro trimestre: O primeiro trimestre de 2019 não foi muito positivo para o setor de moagem de São Paulo, principalmente pela contínua retração do mercado em relação ao consumo. O volume baixo de comercialização, impactado pela alta do preço do trigo e do câmbio, gerou aumento de custos aos moinhos que não foram repassados em sua totalidade ao preço de venda. “O mercado não absorve mais preços acima dos que estão sendo praticados e esse cenário para a indústria é muito ruim, pois a margem está muito comprimida, em alguns momentos até negativa”, destaca Saigh. Sobre o Sindustrigo O Sindustrigo é uma instituição de mais de 70 anos e tem como objetivo principal a coordenação, a proteção e a representação legal das categorias econômicas e setores relacionados a esse importante segmento da cadeia alimentícia que é a indústria do trigo do Estado de São Paulo. Representando 10 dos principais moinhos do estado, o Sindustrigo tem trabalhado pelo engrandecimento social e econômico dessa categoria enfrentando grandes desafios, mas sobretudo, garantindo a efetividade de suas ações.



34 EDUCAÇÃO

O Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul (IFC), advém da Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul. O foco de Cursos na área Agrícola, nos tempos de escola agrotécnica, deu espaço à novas áreas e para outros níveis de ensino, após a mudança para Instituto Federal, em dezembro de 2008. Com um quadro de 197 servidores, assim distribuídos: 109 professores, que em sua maioria possuem mestrado ou doutorado e 88 Técnicos Administrativos com formação superior em diversas áreas e alguns com mestrado e doutorado, o IFC-Campus Rio do Sul oferece à população da região, cursos de nível: técnico, superior e pós-graduação, gratuitos e de qualidade, nas suas três unidades. Cursos Técnicos Técnico em Agropecuária (Integrado e Subsequente) O curso Técnico em Agropecuária forma, desde 1995, profissionais capacitados para atuarem na organização e desenvolvimento de diferentes setores na área agrícola, tendo como base os serviços agropecuários de forma sustentável. Local: Unidade Sede / Vagas: 105 anuais (Integrado) 35 Subsequente) Duração: 3 anos no curso integrado ao Ensino Médio e 3 semestres no Subsequente / Turno: Integral (Com possibilidade de internato) / Modalidades: Integrado ao Ensino Médio e Subsequente Técnico em Agroecologia (Integrado) O curso Técnico em Agroecologia visa formar profissionais cidadãos para atuarem em sistemas de produção agrícola e/ou pecuária fundamentados em técnicas e princípios agroecológicos, com vistas ao desenvolvimento socioeconômico, cultural, político e ambiental sejam local

Revista Grãos Brasil - Janeiro / Fevereiro

e/ou regional, na perspectiva de uma ética integradora do ser humano na sociedade e na natureza. Local: Unidade Sede / Vagas: 35 anuais / Duração: 3 anos / Turno: Integral (Com possibilidade de Internato) / Modalidade: Integrado ao Ensino Médio Técnico em Informática (Integrado) O Curso Técnico em Informática prepara para operar computadores, desenvolver e manter sistemas e atuar em equipe. Entre as habilidades desenvolvidas durante o curso espera-se que o profissional tenha noções sobre o segmento financeiro, comércio, manufatura e comunicações. Local: Unidade Urbana / Vagas: 35 anuais / Duração: 3 anos / Turno: Integral / Modalidade: Integrado ao Ensino Médio Técnico em Agrimensura O curso Técnico em Agrimensura prepara para realizar levantamentos e implantações topográficas e geodésicas. Executar, por meio de técnicas de mensuração e automatização, a coleta de dados para o georreferenciamento de imóveis. Interpretar fotografias aéreas ou imagens de satélites. Elaborar plantas, cartas e mapas georreferenciados. Participar do planejamento de loteamentos, desmembramentos e obras de engenharia e locação. Local: Unidade Urbana e Tecnológica / Vagas: 30 anuais / Turno: noturno (com práticas diurnas) / Duração: 4 semestres / Modalidade: subsequente Cursos Superiores: Licenciaturas Licenciatura em Física O curso de Física Licenciatura do IFC formará o físico-educador; um profissional com sólida formação


EDUCAÇÃO 35 em física com embasamento em conhecimentos para a prática pedagógica, comprometido com a ética, com a responsabilidade social, ambiental, educacional e tecnológica, com senso crítico necessário para compreender o mundo contemporâneo. Local: Unidade Urbana / Vagas: 40 anuais / Duração: 8 semestres / Turno: noturno Licenciatura em Matemática O curso tem como objetivo formar professores reflexivos com domínio do conhecimento matemático e científico para atuarem na educação básica, com ênfase na formação para o as séries finais do ensino fundamental e ensino médio, com um currículo amplo e flexível, nas mais diversas modalidades desenvolvendo atitudes que integrem os conhecimentos científicos. Local: Unidade Urbana / Vagas: 40 anuais / Duração: 8 semestres Turno: Noturno Licenciatura em Pedagogia O Licenciado em Pedagogia deverá ser um profissional com perfil de pesquisador-crítico-reflexivo, habilitado a atuar no ensino, na pesquisa, na organização e gestão de projetos educacionais e na produção e difusão do conhecimento, em diversas áreas da educação, tendo a docência como base de sua formação e identidade profissional. Local: Unidade Urbana / Vagas: 40 anuais / Duração: 8 semestres / Turno: Noturno. Cursos Superiores - Bacharelados Agronomia O Curso têm como objetivo formar Agrônomos com sólida formação técnico-científica e responsabilidade social, aptos a absorver, promover, orientar e administrar a utilização racional e sustentável dos diversos fatores que compõem os sistemas de produção, transformação e comercialização, em consonância com os preceitos de proteção ambiental, atendendo as necessidades sociais e humanas de acordo com suas mudanças no espaço e no tempo. Vagas: 80 anuais / Duração: 10 semestres / Curso Integral com aulas prioritariamente no período matutino. Ciência da Computação O curso de Bacharel em Ciência da Computação visa a

formação de recursos humanos para o desenvolvimento científico e tecnológico da computação. Os egressos desses cursos devem estar situados no estado da arte da ciência e da tecnologia da computação, de tal forma que possam continuar suas atividades na pesquisa, promovendo o desenvolvimento científico, ou aplicando os conhecimentos científicos, promovendo o desenvolvimento tecnológico. Local: Unidade Urbana / Vagas: 40 anuais / Duração: 8 semestres / Curso Integral com aulas no período matutino Engenharia Mecatrônica Engenharia Mecatrônica é um moderno curso de graduação que desenvolve competências nas áreas de mecânica, eletroeletrônica e informática industrial, de forma multidisciplinar e integrada para planejar, implementar, manter e otimizar sistemas e processos industriais. Local: Unidade Tecnológica / Vagas: 40 anuais / Duração: 10 semestres / Curso Integral com aulas no período matutino. OBS: A entrada nos cursos Superiores é 100% pelo Exame Nacional do Ensino Médio ( ENEM). Pós Graduação (Lato Sensu) Sistemas Agrícolas Regionais. Local: Unidade Urbana e Sede / Vagas: 20 / Duração: três semestres / Aulas às sextas-feiras (noturno) e aos sábados. Informações sobre o Campus Rio do Sul Sede: Estrada do Redentor, 5665 Cx. Postal 441 CEP 89163-356 Rio do Sul SC Fone/Fax: (47) 3531-3700 Unidade Urbana: Rua Abraham Lincoln, 210, Bairro Jardim América CEP 89160-202 Rio do Sul SC Fone: (47) 3525-8600 Fax: (47) 3525-8616 Unidade Tecnológica: Rua Mafalda Lingner Porto, 93, Bairro Progresso CEP 89163-644 Rio do Sul SC Fone: (47) 3520-8200 Site: www.ifc-riodosul.edu.br Diretor Geral: Ricardo Kozoroski Veiga Edemir José de Oliveira Jornalista Profissional-003496/SC Assessor de Comunicação Instituto Federal Catarinense-Campus Rio do Sul

www.graosbrasil.com.br


Não só de pão



38 COOLSEED NEWS

Revista Grรฃos Brasil - Marรงo / Abril


COOLSEED NEWS 39

www.graosbrasil.com.br


36 UTILÍSSIMAS

Cursos de Capacitação no México No mês de abril AgroOperadora realizou dois cursos no Graneiro de México, Culiacan e Los Mochis, estado de Sinaloa. Na oportunidade o Eng. Yanucci apresento temas como quebras técnicas, custos e sistemas de monitoramento, amostragem e controle. Com foco na Tecnologia de resfriamento artificial que Cool Seed está desenvolvendo em todo nosso continente.

ISF World Seed Congress 2019 A Federação Internacional de Sementes (IFS) e a Federação Francesa de Sementes estão organizando um Congresso Mundial de Sementes do ISF 2019 em Nice, França, de 3 a 5 de junho. Para mais informações, inscrições, etc. visite o site http://www. worldseedcongress.com.

Conab comemorou 29 anos no dia 12 de abril A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) completou 29 anos desde sua criação em 1990. Durante a cerimônia de celebração, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, afirmou que entre as metas para os próximos 100 dias da pasta está a reestruturação da estatal. “A nova política da Conab vai ser lançada nos próximos 100 dias, trazendo tudo o que nós queremos que a empresa desenvolva daqui para a frente”, reforçou. O evento contou com a participação do presidente da Conab, Newton Júnior, e da Diretoria-Executiva do órgão. A ministra Tereza Cristina esteve na primeira parte da cerimônia de aniversário, para entregar o prêmio InovaConab e acompanhar a entrega dos bótons comemorativos aos empregados que completaram 10, 20 e 40 anos de casa. Abertas inscrições para Reunião de Pesquisa de Soja Já estão abertas as inscrições para a 37ª edição Reunião de Pesquisa de Soja (RPS), que será promovida pela Embrapa Soja nos dias 26 e 27 de junho de 2019, no Buffet Planalto, em Londrina (PR). A comissão organizadora também está recebendo os trabalhos técnicos científicos que poderão ser submetidos em uma das nove comissões técnicas até o dia 10 de maio. Os detalhes para realização de inscrição e submissão de trabalhos estão disponíveis na página do evento na internet (www.rps2019.com.br). A Reunião de Soja tem por objetivo debater os principais avanços da pesquisa e os problemas ocorridos na safra 2018/19 para subsidiar as definições de prioridades de pesquisa para a cultura da soja. “Pretendemos traçar um panorama sobre a última safra de soja e avaliar os diferentes cenários de produção, asism como os resultados de pesquisas mais recentes e inovadores para que possamos avançar no planejamento da pesquisa e no aprimoramento da transferência de tecnologia”, explica Conte. Evento: 37ª edição Reunião de Pesquisa de Soja (RPS) - 26 e 27 de junho - Londrina (PR). Inscrições: www.rps2019.com.br .

revista granos - edição 128 A segunda edição do ano de 2019 da Revista Granos está disponível. Contem notas das últimas notícias: Teste de imersão para determinar o vigor das sementes de milho - Roedores, febre hemorrágica na Argentina - Como reter o fornecedor Desempenho e qualidade do trigo na região central do país Gerenciamento de micotoxinas em Revista Grãos Brasil - Março / Abril

materiais prêmios para alimentos para animais de estimação - O valor dos especialistas em recebimento de grãos - Avaliação de aeração e resfriamento artificial de trigo e muitos mais. Para mais informações e assinaturas, entre em contato com gerencia@graosbrasil.com.br. Você pode vê-lo online em https:// issuu.com/graosbrasil/docs/ granos127online




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.