Revista Grâos Brasil 97

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02 EDITORIAL

Ano XVI • nº 97

Julho / Agosto 2019

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Diretor Executivo Domingo Yanucci

Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale

Caros Amigos e Leitores Uma vez mais chegamos a vocês com informação sobre nossa importante especialidade. A produção de grãos está batendo recorde em muitos países da América do Sul e sem dúvida avançamos para que nosso subcontinente seja o abastecedor do mundo e muito mais, o hipermercado do mundo. Sempre insistimos na importância de gerar um valor agregado nos grãos e sem dúvida a transformação em proteína animal é um caminho mais que interessante. Quanto mais próximo da origem produtora dos grãos, a localização de indústrias de transformação terá seu melhor resultado. Claro que não é só para ração animal o grande destino dos grãos, também deve ter um bom crescimento a produção de combustíveis vegetais, diferentes qualidades de farinhas, bebidas (cerveja), óleos comestíveis, etc. O Brasil pode converter-se no primeiro produtor de soja do mundo. Outro aspecto interessante é a diversificação das espécies produzidas, diferentes tipos de feijão, arroz, café, grãos de bico, lentilhas, canola, entre outros devem crescer em volume nos próximos anos. É necessário ver a pós-colheita com olhos de processos industriais, onde sejamos capazes de medir eficiência. Hoje temos tecnologia para eliminar todos os faltantes e diminuir notavelmente as perdas, mal chamadas quebras técnicas. A tecnologia de armazenagem desenvolvida no Brasil está chegando com força nos países vizinhos, os últimos meses concretizamos jornadas em Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Estaremos junto com sua revista irmã a Granos por 22 anos consecutivos, realizando o Granos SAC 2019 Pós-colheita de Precisão XXII Expo Feira Internacional, na cidade de Rosário (SF-Argentina). Nesta edição apresentamos variados temas de interesse, como fungos, qualidade, trigo, conservação, comercialização, entre outros. Muito obrigado aos profissionais e empresas que compartilham suas valiosas experiências. Aproveitamos para agradecer a nossos assinantes (principais destinatários) e as empresas e instituições que apoiam a difusão da melhor tecnologia de pós-colheita de grãos e sementes. Os deixo em boas mãos. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos. Com afeto.

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Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Grão Brasil


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04 INDICE

05 Estratégias para Controle e Prevenção da Contaminação por Micotoxinas em Rações Destinadas à Piscicultura - Clarissa Maia de Aquino e Profa. Vildes M. Scussel 08 A Importância do Manejo na Obtenção de Grãos de Alta Qualidade: O TRIGO - Eng. Ricardo T. Paraginski e outros 12 Conservação de Trigo com Atmosferas Modificadas - Eng. Shlomo Navarro e Hagit Navarro 19 Grãos Brasil na América Latina 20 J-System - Bequisa 22 A Guerra Comercial Continua, Mas o Mercado Não Pára! - Oswaldro J. Pedreiro 26 O que acontece com o Milho no México - Juan de Diós Trujillo 28 Micotoxinas, como não se preocupar com elas. - Eng. Agrônomo Gabriel Lopes Silva 31 Controle de Pragas de Grãos Seculo XXI - Eng. Domingo Yanucci 35 Aeração: Ar Servido no Armazem - Eng. Domingo Yanucci

37 Não só de pão... 38 CoolSeed News 40 Utilíssimas Críticas e Sugestões: gerencia@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

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TECNOLOGIA 05

Estratégias para Controle e Prevenção da Contaminação por Micotoxinas em Rações Destinadas à Piscicultura

Clarissa Maia de Aquino MSc em Tecnologia de Alimentos LABMICO - UFSC - Florianopolis-SC

clarissa_jbe@hotmail.com

Profa. Vildes M. Scussel Ph.D., P.D. Ciência dos Alimentos

LABMICO - UFSC - Florianopolis-SC

vildes@cca.ufsc.br

PRODUÇÃO DE PESCADO O consumo de pescado faz parte da cultura,hábitos e costumes da população de diversos países e vem crescendo com a produção em larga escala com a piscicultura.O Brasil,com uma costa litorânea extensa, grande quantidade de água disponível, clima e geografia favoráveis à atividade pesqueira, pode se tornar um dos grandes produtores mundiais de pescado. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, coloca o país como um dos maiores produtores em 2030, com uma produção de 20 milhões de toneladas anuais. PISCICULTURA Além da pesca extrativista, o Brasil apresenta um grande potencial para a produção de pescados em cativeiro, prática que recebe o nome de piscicultura. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR, 2019), o país produziu 722.560 toneladas

de peixes de cultivo em 2018, com crescimento de 4,5% sobre as 691.700 toneladas do ano anterior. O maior custo na produção de peixes é com a alimentação, chegando a atingir 70% de todos os custos (TAVARES, 2015). A qualidade dos alimentos destinados à piscicultura é essencial para a produção de pescados de boa qualidade para o consumo humano.Independente da origem da alimentação para peixes contaminação, as toxinas bacterianas/micotoxinas, bem como outros contaminantes (organismos vivos) podem estar presentes (AQUINO et al. 2019). A segunda pode ser controlada. RAÇÕES FORMULADAS Os piscicultores dispõem de rações comerciais, formuladas especialmente para atender às necessidades nutricionais dos peixes nas diversas fases de crescimento. Seus ingredientes variam desde farinhas de proteínas www.graosbrasil.com.br


06 TECNOLOGIA da indústria de alimentos (carne/vísceras/peixes/ sangue) até farelos de diversos grãos (carboidratos) elipídeos, além de micronutrientes como vitaminas e minerais. Tabela 1 - Ingredientes utilizados em formulações de rações para pescados e sua relação com fungos produtores de micotoxinas

SEGURANÇA DE RAÇÕES Um dos principais e mais temidos metabólitos produzidos pelos fungos são as micotoxinas. Até agora são conhecidas mais de 80 espécies de fungos produtores de micotoxinas, e mais de 300 micotoxinas já foram identificadas. Os fungos que mais comumente são encontrados em rações pertencem aos gêneros Aspergillus, Penicilium e Fusarium (Figura 2), sendo as aflatoxinas, umonisinase a zearalenonamais detectadas. Figura 2 - Fungos produtores de micotoxinas: (a) Aspergillussp.; (b) Penicilium sp.; (c) Fusarium sp.(TAVARES, 2015)

Esses tipos de matérias prima (nutricionalmente falando) são substratos ideais para o crescimento de fungos e produção de seus metabólitos tóxicos - caso hajacondições favoráveis durante seu cultivo e/ou armazenamento. Na produção de rações utilizadas na alimentação desses animais, são empregados vários ingredientes, dentre os quais podemos dar destaque aos grãos, como a soja, milho, trigo, seja integrais ou triturados(farelos). Fornecem os nutrientes necessários para garantir o melhor desempenho possível na produção de animais aquáticos (Tabela 1). A contaminação dos grãos com estes fungos pode ocorrer ainda no campo (pré-colheita) ou durante o armazenamento destes grãos e farelos. Assim, rações (produto comercial) produzidas com grãos e farelos contaminados já podem conter significativas quantidades de micotoxinas na saída da fábrica (Figura 1). O desenvolvimento dos fungos e a produção de toxinas podem continuar ocorrendo durante o transporte, onde não é incomum as rações pegarem chuvas ou mesmo umidade em cargas mal arrumadas e protegidas. No entanto, o maior risco de contaminação por fungos e acúmulo de micotoxinas ocorre durante o armazenamento das rações, que invariavelmente é feito em local inadequado e sob condições adversas: goteiras no telhado, umidade nas paredes e solo, local pouco ventilado e quente, presença de animais e insetos, entre outras não conformidades. Figura 1 - Rações para peixes em diferentes fases de crescimento: (a) saudáveis e (b) deterioradas (bolor).

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MICOTOXINAS EM RAÇÃO E EFEITO NA SAÚDE DO PESCADO No Brasil, aocorrência de micotoxinas em produtos destinados à alimentação piscívora tem sido registrada em várias regiões. Os efeitos da ingestão de rações contaminadas por micotoxinas na saúde dos animais dependem do tipo e da concentração de micotoxina e da frequência do consumo do alimento contaminado (Figura 2). Hoje, sabe-se que os efeitos biológicos das micotoxinas em espécies aquáticas estão diretamente ligados à sua concentração na ração e à idade e espécie do animal. Animais mais jovens (pós-larvas e alevinos) são mais sensíveis do que juvenis e adultos.Na produção aquícola, as micotoxinas, entre outros fatores, afetarão o desempenho do crescimento, a eficiência alimentar e a resistência a doenças, com óbvias perdas econômicas para os produtores. Os sintomas observados vão desde a imunossupressão, ou seja, quando as funções imunológicas são suprimidas, deixando-os mais vulneráveis a infecções, efeitos mutagênicos e teratogênicos até, em casos graves, a morte dos organismos cultivados. Dessa forma, a contaminação dos grãos com esses microrganismos torna-se, portanto, um motivo de preocupação devido aos seus efeitos nocivos sobre a saúde desses animais, além de causarem prejuízos na cadeia produtiva. Considerando os grãos utilizados para a ração de pescado e as possíveis toxinas contaminantes citadas na Tabela 1, é importante enfatizar que as aflatoxinas, muito encontradas em grãos (principalmente milho) causam sérios danos ao fígado (órgão alvo primário)e rins (órgão alvo secundário). Inclusive outra toxina de armazenagem - a citrinina - principal toxina do arroz, afeta também os rins (órgão alvo primário). Essa toxina interfere na eliminação de toxinas do organismos pela urina. A ocratoxina A tem como órgão alvo também os rins, e podem contaminar ingredientes utilizados na produção de ração. Vejam que essas toxinas supracitadas tem, independente se órgão primário ou secundário, os rins, e se presentes concomitantemente nos ingredientes da ração vão atingir esse órgão mais


TECNOLOGIA 07 rapidamente. Já os tricotecenos (DON, NIV, HT2) que interferem com o sistema circulatório, podemcausar intensas hemorragias nas intoxicações agudas e alterações na formação dos glóbulos sanguíneos na intoxicação crônica. As fumonisinas, toxinasque contaminam o milho e por conseguinte a ração para peixes podem levar a deformações do sistema nervoso, inclusive à morte. LEGISLAÇÃO Na legislação brasileira não há padrões legais para contagem de fungos e micoxinasem ração animal, mas,observando o padrão utilizado em outros paísespara certificação de ração animal (GMP, 2008), recomendam-se contagens não superiores a 4,00 UFC/g em log10. RELATOS DE CASOS Foram relatados vários casos de detecção de micotoxinas em rações para peixes no país. Em estudo realizado na região de Londrina-PR, foi detectada presença de micotoxinas em 57% das amostras de rações de peixes. No Rio de Janeiro, das amostras de rações para tilápia avaliadas, foram detectasas micotoxinas fumonisinas e aflatoxinas em 98 e 55%, respectivamente. Em outra pesquisa feita em rações para camarões, Santos (2006) detectou contaminação por fungos produtores de micotoxinas,

principalmente Aspergillus, Penicilium e Fusarium. Em amostras de várias fazendas no estado do Piauí. Ainda nesse estado, Calvet et al. (2012) também identificaram fungos produtores de micotoxinas, porém diretamente de amostras de camarões marinhos cultivados. Esses resultados demonstram uma alta atividade de fungos que podem afetar a palatabilidade da ração e reduzir a absorção de nutrientes pelos animais, determinando uma ração de baixa qualidade e diminuindo a produção de piscívoros. Assim, podemos constatar que a presença de micotoxinas em rações utilizadas para pescados na piscicultura infelizmente é comum.Há necessidade de procedimentos de controle e prevenção da contaminação na produção desses alimentospara redução dessa contaminação. CONTROLE E PREVENÇÃO Diante disso, pequenas ações práticas devem ser tomadas para evitar problemas de contaminações com micotoxinas, tanto para produtores quanto para os fabricantes de rações. É fundamental a adoção de boas práticas de produção pelos fabricantes, incluindo o monitoramento da qualidade e da presença/ quantidade de micotoxinas nos grãos utilizados como matéria primadessas rações.

Figura 3 - Efeito das micotoxinas na saúde do pescado (BIOMIN, 2016).

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08 TECNOLOGIA

A Importância do Manejo na Obtenção de Grãos de Alta Qualidade: O TRIGO

Eng. Ricardo T. Paraginski Prof. Dr. de Fitotecnia Instituto Federal Farroupilha

ricardo.paraginski@iffarroupilha.edu.br

Felipe Leandro Felipim Ferrazza Acadêmico do Curso de Agronomia Instituto Federal Farroupilha

Douglas Tiago K. Jacoboski

Acadêmico do Curso de Agronomia Instituto Federal Farroupilha

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O Brasil ocupa cenário mundial importante no agronegócio, onde destaca-se como 1º produtor mundial de café, açúcar e laranja, 1º produtor de cana de açúcar e líder de exportação, 1º exportador mundial de carne avícola, e 2º maior produtor de soja e maior exportador desse grão. Neste contexto, os números do agronegócio impressionam: o Produto Interno Bruto (PIB) da agricultura é de 1 trilhão de reais, o que representa cerca de 20% da economia brasileira (1), o setor representa 46% das exportações Brasileiras hoje (2), entre 25 e 30 milhões de pessoas trabalham com o agronegócio, cerca de 30% do pessoal ocupado do país - direta e indiretamente (3), 90% do crescimento da produção nos últimos anos deve-se à produtividade; apenas 10% a outros fatores (4) e a tendência em longo prazo é a produtividade crescer as taxas mais modestas, algo em torno de 1,6% ao ano, enquanto hoje está em 4,04%, contra 2,26% nos Estados Unidos de América (5). Neste contexto, projeções de 2015/2016 a 2025/2026 realizadas recentemente pela SPA / MAPA

e SGI / Embrapa com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam aumentos da produção de 29,9% e aumento de somente 12,7% na área neste período. A cadeia do trigo é um exemplo de evolução é na cadeia do trigo, onde atualmente a produção está em 5.535 mil toneladas e a projeção para o final desse período é de 7.492 mil toneladas, um aumento de 1.957 Kg por hectare na produtividade. O crescimento na produção de alimentos no agronegócio está cada vez maior, e neste contexto a exigência dos consumidores / compradores por produtos de melhor qualidade também é um desafio, onde não se busca somente teores de proteínas e lipídios nos grãos, mas também constituintes que apresentam maior qualidade, como compostos fenólicos, carotenoides, µ-orizanol, fenóis, antocianinas, isoflavonas, tocoferóis, ácidos graxos polinsaturados, ou seja, a economia é dirigida pelo consumidor, e precisamos adicionar nos alimentos características que agregam valor, como propriedades organolépticas,


TECNOLOGIA 09 funcionais, tecnológicas e de conveniência. Neste contexto, precisamos nos questionar periodicamente se as cadeias produtivas estão preparadas para atender essa demanda? Se os produtores tem conhecimento de quais critérios estão sendo considerados nestes momentos? E a evolução da agricultura está indo nesse encontro?

Primeiramente, precisamos explicar alguns acontecimentos que ocorreram na evolução da agricultura, nos últimos anos, e dentre todos, podemos destacar algumas tecnologias: O Manejo Integrado de Pragas (1), Manejo Integrado de Doenças (2), Manejo de Plantas Daninhas (3), Sistema Plantio Direto (4),

Adubação Mineral de Cobertura (5), Tratamento de Sementes e Tratamento Industrial de Sementes (6), Agricultura de Precisa (7), Formação de Perfil do Solo (8), Melhoramento genético (9), Máquinas Agrícolas (10).

O Sistema Plantio Direto (SPD) foi o grande marco dos últimos dois mil anos de exploração agrícola, oferecendo agronomicamente um sistema perfeito tratando-se de biologia, química e física do solo. A adubação mineral está cada vez mais presente nas propriedades, e conforme extraímos mais dos solos para aumentar nossos índices produtivos, também precisamos adicionar mais a estes, sendo que a adubação

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10 TECNOLOGIA de base já está consolidada, e cada vez mais se investe em adubação de cobertura, principalmente via foliar. A Agricultura de Precisa (AP) é uma tecnologia que está revolucionando o manejo de lavouras, que permite que o produtor conheça sua lavoura em detalhes, seja mais eficiente em suas adubações e racionalize o uso de corretivos e fertilizantes. A biotecnologia também está aliada a evolução da agricultura, onde através de modificações genéticas consegue-se elevar o potencial de produção nestas, e também tecnologias que permitiram resistência a pragas, doenças, maior teor nutricional dos grãos produzidos e também resistência a alguns herbicidas para controle de plantas daninhas. Além destes, a evolução da tecnologia, e a chegada da internet ao campo, principalmente aos que estão envolvidos nesta cadeia, permitiu um maior controle de todos os segmentos da cadeia, e neste contexto, o consumidor também tem buscado saber cada vez mais tudo o que foi utilizado para a produção do alimento que está consumindo. Neste contexto, a qualidade dos alimentos produzidos é fundamental, pois ainda possuímos visões diferentes do que precisamos produzir, e neste material queremos destacar a importância da escolha do cultivar no manejo de grãos de trigo na obtenção de grãos seguros e de alta qualidade. A escolha do cultivar é fundamental na obtenção de grãos de trigo de qualidade e também de valor de mercado, pois toda a cadeia busca grãos com elevada força de glutén, sendo que a genética embarcada nas cultivares de trigo é a grande responsável pelo direcionamento deste produto na indústria de pães, biscoitos, massas, dentre outros. Porém, atualmente cada um dos segmentos tem uma visão do que é trigo de qualidade, onde para o TRITICULTOR, uma cultivar de alta qualidade é a que apresenta resistência de doenças e pragas, elevado potencial produtivo, e elevado peso hectolitro (PH). Já para a indústria de MOAGEM uma cultivar de alta qualidade é a que apresenta matéria-prima uniforme, alto peso específico, alto rendimento de farinha e baixos teores de cinzas, e para o CONSUMIDOR trigo de qualidade é o capaz de produzir pães de grande volume, com texturas interna e externa adequadas, boa cor e alto valor nutritivo. Todos esses fatores são avaliados através da análise de alveografia, e conforme a finalidade de cada produto, se deseja características de farinha diferentes. No caso do trigo, além da escolha do cultivar, o manejo é fundamental, onde a aplicação de nitrogênio em diferentes fases está diretamente relacionada à qualidade dos grãos produzidos, e conforme alguns trabalhos realizados, o aumento no teor de nitrogênio eleva o teor de proteína e consequentemente a força do glutén, ou valor “W”, que está diretamente relacionado ao valor de mercado, pela classificação em classe dos grãos (Tabela 1) e tipo (Tabela 2), entretanto a cada aumento na quantidade de nitrogênio o custo de produção aumenta, e o produtor precisa ser remunerado por isso. Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

Tabela 1 - Classificação de grãos de trigo em CLASSE destinado a moagem e outros fins de acordo com a IN MAPA Nº 38/2010 que estabelecer o Regulamento Técnico do Trigo, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto.

Tabela 2 - Classificação de grãos de trigo em TIPOS destinado a moagem e outros fins de acordo com a IN MAPA Nº 38/2010 que estabelecer o Regulamento Técnico do Trigo, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto.

A presença de umidade na fase final da cultura, além da maior incidência de doenças de espiga, também eleva a atividade enzimática e consequentemente altera o valor do Número de Queda e provoca redução do Peso Hectolitro (PH) dos grãos, que estão diretamente relacionados ao valor de mercado desses grãos. Ainda, a umidade elevada nas épocas de produção dos grãos trigo acarreta em maior incidência de doenças, como Giberela (Gibberella zeae) e Brusone (Pyricularia grisea), que são provocadas por fungos, e que reduzem a qualidade da farinha obtida, além também de causar riscos microbiológicos de consumo, principalmente no que se refere à micotoxina Desoxinivalenol (DON). Neste cenário, até o ano de 2018 os limites de micotoxinas e no caso do DON eram uns, porém a partir de 1º de janeiro de 2019, o limites passaram a ser mais rigorosos (Tabela 3) de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 138, de 8 de fevereiro de 2017 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Tabela 3 - Limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas DON válidos até 2018 e a partir de 1º de janeiro de 2019 de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 138, de 8 de fevereiro de 2017 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

As micotoxinas são substâncias tóxicas produzidas por espécies de fungos, e no caso do trigo, o principal fungo associado é o do gênero Fusarium, que pode ser causador da doença conhecida por Giberela, que pode afetar a cultura nas fases de florescimento e enchimento


TECNOLOGIA 11 de grãos, e quando não corretamente controlada pode causar riscos de intoxicação para os seres humanos e animais, principalmente devido à contaminação com Desoxinivalenol (DON), que está associada à incidência do fungo. A ingestão de DON provoca tanto toxicidade aguda quanto crônica, sendo que pode provocar alterações no metabolismo de animais e humanos, causando vômitos, diarreia, anorexia, alterações hematológicas, distúrbios neurológicos, destruição da medula óssea e hemorragias generalizadas, levando até a morte. A ocorrência de DON na fase de produção depende na maioria das vezes das condições climáticas, sendo favorecida por temperaturas amenas e alta umidade, sendo que algumas práticas de manejo ao longo de todo o ciclo da cultura devem ser adotadas para resultar em redução dos níveis. Assim, práticas precisam ser realizadas ao longo do manejo das culturas para buscar auxiliar na redução da incidência de doenças fungicas, desde práticas pré-semeadura até práticas de colheita e pós-colheita precisam ser adotadas e utilizadas, como escolha de cultivares resistente a giberela e germinação da espiga (1), utilização de densidade adequada, evitando o acamamento de plantas, ocorrência está que facilita a ocorrência de giberela (2), escolha de época de semeadura adequada, de acordo com o zoneamento agroclimático para a cultura (3), utilização de rotação de culturas, para evitar a permanência do inóculo nas áreas de cultivo (4), aplicação de fungicidas

e em condições ambientais adequadas, para auxiliar na prevenção da doença (5), colheita no momento ideal, evitando a permanência dos grãos por longos períodos após atingir a maturação fisiológica na lavoura.

Portanto, a busca por altos níveis de produtividade está crescendo a cada ano, novas cultivares estão sendo desenvolvidas e neste contexto, o manejo tem se alterado, sendo que neste processo deve-se voltar o olhar para os fatores que o mercado está buscando em cada matéria-prima, e identificar cada vez mais como as práticas na lavoura podem interferir na qualidade final da matéria-prima na indústria alimentícia, que tende a determinar as exigências do mercado nos próximos anos.

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12 CONTROLE DE PRAGAS

Conservação de Trigo com Atmosferas Modificadas

Shlomo Navarro Green Storage Ltd snavarro@013.net

Hagit Navarro Green Storage Ltd Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

Farinha de alta qualidade só pode ser obtida a partir de trigo de alta qualidade. A proteção das qualidades benéficas do trigo durante o armazenamento depende de muitos fatores. Entre os fatores prejudiciais que reduzem a qualidade do trigo estão os insetos e a microflora. Os grãos de trigo podem ser armazenados por longos períodos de tempo, desde que não haja infestação de insetos e sua atividade na água possa ser mantida baixa o suficiente para impedir o crescimento microbiano. No entanto, perdas quantitativas e qualitativas ainda ocorrem em armazéns. Perdas qualitativas, por exemplo, podem consistir em mudanças na aparência física, na mudança de cor, na perda do paladar, na degradação nutricional devido à oxidação e no aumento de ácidos graxos livres, a presença de insetos ou seus fragmentos, ou contaminação por mofo ou a presença de micotoxinas. Se

o teor de umidade for mantido baixo o suficiente, insetos e perda de qualidade continuam sendo a principal preocupação para a conservação da qualidade do trigo (Navarro e Donahaye, 2005). Embora em atmosferas modificadas ou controladas (AM / AC), a maior ênfase é colocada no controle de pragas de insetos, para a preservação da qualidade, basta manter a pressão de vapor na estrutura selada. Nos países desenvolvidos, a preferência do consumidor por trigo de qualidade, não contaminado por resíduos de inseticidas e que não é contaminado por fungos e insetos, é particularmente importante. Enquanto nos países em desenvolvimento, métodos inadequados de manuseio e armazenamento em condições climáticas quentes e úmidas promovem a rápida deterioração dos alimentos armazenados. A crescente preocupação do público com os efeitos adversos dos resíduos de pesticidas nos


CONTROLE DE PRAGAS 13 alimentos e no meio ambiente levou à substituição parcial do uso de pesticidas de contato (tipicamente organofosforados e piretróides) e fumigantes com métodos alternativos de controle. Vale a pena notar que dos 14 fumigantes listados cerca de 35 anos atrás por Bond (1984), apenas um permanece hoje em uso regular em todo o mundo, ou seja, bromo e brometo de metila, que é usado principalmente para as condições de QPS (quarentena e pré-embarque). O brometo de metila mata insetos de forma relativamente rápida, mas devido à sua contribuição para a destruição do ozônio estratosférico (UNEP, 2002), foi gradualmente eliminado em países desenvolvidos até 2005 (UNEP, 2006). Em contraste, a fosfina ainda é popular, porque é mais fácil de aplicar do que o brometo de metila. O AM / AC oferece uma alternativa segura e benigna para o meio ambiente, para o uso de fumigantes químicos que produzem resíduos convencionais para controlar pragas de insetos que atacam grãos de trigo armazenados, sementes oleaginosas, produtos processados e alimentos embalados. Essas atmosferas também evitam o crescimento de fungos e mantêm a qualidade do produto. Um importante desenvolvimento que estimulou trabalho adicional em AM foi realizado nos Estados Unidos em 1980 e 1981. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) aprovou uma isenção de tolerância para produtos de CO2, N2 e gerador de gás. "inerte" quando usado para controlar insetos. cru (Federal Register 45, pp. 75663 64, novembro 1980) e processado (Federal Register 46, pp. 32865 66, junho 1981) produtos agrícolas. O desenvolvimento desta tecnologia deveuse principalmente à preocupação pública sobre os efeitos adversos dos resíduos de pesticidas nos alimentos e no meio ambiente. Embora este método tenha sido bem estabelecido para o controle de pragas de armazenamento, seu uso comercial ainda é limitado a alguns países. Pesquisas mais recentes tentaram integrar a aplicação da atmosfera modificada na versão do século XXI de produtos crus e armazenamento e transporte de alimentos manufaturados (Navarro 2006).

A manipulação atmosférica para a proteção de produtos armazenados, tais como grãos de trigo, tem sido amplamente investigada há mais de 30 anos (Adler et al., 2000; Calderon e Barkai-Golan, 1990; Jay, 1984; Navarro, 2006). Propõe-se que o AM sirva como um termo geral, incluindo todos os casos em que a composição dos gases atmosféricos ou suas pressões parciais na sala de tratamento foram modificadas para criar condições favoráveis ao controle de insetos. Em um tratamento AM, a composição atmosférica dentro da sala tratada pode mudar durante o período de tratamento. Em um tratamento AC, a composição atmosférica dentro do recinto tratado é controlada ou mantida em um nível letal e duração para insetos. O resultado em qualquer caso é a criação de um processo seguro e ambientalmente benigno para gerenciar a preservação de alimentos (Navarro 2006). O objetivo deste trabalho é discutir os conceitos e variações de AM e AC, seu impacto sobre as pragas e a qualidade do trigo tratado, as estruturas onde seu uso pode ser considerado e sua compatibilidade em ambientes comerciais. AC sob pressão atmosférica normal Suprimento de gás de cilindros pressurizados: AC é uma composição de gás modificada, geralmente produzida artificialmente, e permanece inalterada pela adição dos gases desejados (CO2 ou nitrogênio [N2]), fornecidos a partir de cilindros pressurizados ou de outra forma. Esta introdução suplementar de gases é realizada quando sua concentração no recipiente vedado cai abaixo do nível desejado. O objetivo do tratamento com AC é obter uma composição de gases atmosféricos ricos em CO2 e pobre em O2, ou uma combinação desses dois gases dentro do compartimento de armazenamento ou da câmara de tratamento. Estas concentrações estabelecidas são mantidas durante o tempo necessário para controlar as pragas de armazenamento. Uma fonte amplamente

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14 CONTROLE DE PRAGAS utilizada para a produção de tais composições de gás atmosférico é o CO2 líquido ou N2 fornecido pelo naviotanque, quando a composição de gás AC alvo é <1% de O2 ou uma concentração elevada de CO2. Para aplicação em larga escala de N2 ou CO2, os vaporizadores são essenciais. Esses vaporizadores consistem em um receptáculo projetado adequadamente com um meio de aquecimento (eletricidade, vapor, diesel ou combustível propano), uma bobina super aquecida com camisa de água quente e tiragem forçada ou natural. Gases combustíveis: para a geração no local da AC por combustão de combustível de hidrocarboneto para produzir uma baixa atmosfera de O2 que contém algum CO2, existem instalações comerciais, chamadas de geradores de gás exotérmico ou queimadores a gás. Sua composição AC é projetada para permitir a presença de aprox. 2 a 3% de O2 com CO2 removido através de purificadores. Várias adaptações são necessárias para uso na indústria de grãos, isto é, equipamentos de sintonia para obter um nível de O2 <1%; aproveitando ao máximo o CO2 gerado; e remova o excesso de umidade da atmosfera gerada. A combustão de propano e butano produz aproximadamente 13% e 15% de CO2, respectivamente. A AC gerada é mais tóxica do que uma atmosfera de N2 deficiente em O2 devido à presença de CO2 no MA, o que causa hipercapnia, que juntamente com a hipóxia, são sinérgicos em seu efeito na mortalidade de insetos. Geradores de N2 no local: Equipamentos comerciais, também chamados de sistemas de "absorção de oscilação de pressão", usam o processo de adsorção de O2 de ar comprimido que passa por um leito de peneira molecular. Para operação contínua, é fornecido um par de absorventes que operam sequencialmente para a adsorção e regeneração de O2. O nitrogênio a 99,9% de pureza pode ser obtido através da regulação do fluxo de entrada de ar; Esse método de geração de N2 é uma nova abordagem para expandir a tecnologia de geração de CA. O equipamento está agora sendo fabricado e está qualificado para fornecer um fluxo de saída de 120m3 / h com uma pureza de saída de 98% N2. Efeitos da AC em insetos sob pressão atmosférica normal Efeitos de baixos níveis de oxigênio: insetos podem tolerar baixos níveis de oxigênio por períodos prolongados. O uso de N2 para substituir o O2 deve tornar o O2 menor que 2%, preferencialmente 1% para morte rápida. Este efeito é revertido abaixo de 1% de O2 em N2, onde os gorgulhos adultos de arroz, Sitophilus oryzae (L.) (Navarro, 1978), mostraram tolerância, aumentando o tempo de exposição letal ao aparentemente fechar seus espiráculos. Em particular, os adultos de S. oryzae morrem mais rapidamente com 1,0% de O2 em vez de 0,1 ou 2% de O2 nas mesmas condições. Tribolium castaneum (Hbst.) Em N2 mostrou diferenças significativas na mortalidade entre 0,1 e 1,0% de O2 (Navarro 1978). Os adultos são geralmente mais suscetíveis ao tratamento, e S. oryzae ou Rhyzopertha dominica (F.) foram mais Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

tolerantes que Tribolium spp. O nível mais baixo de tolerância por falta de O2 foi alcançado em torno do nível de concentração de 1%. Portanto, Annis (1987) concluiu que são necessários níveis de 1% de O2 para matar insetos em 20 dias (Tabela 1). Altos níveis de CO2 fazem com que os espiráculos se abram e causem a morte de insetos devido à perda de água. Mais de 10% dos espirais de CO2 permanecem permanentemente abertos. Os efeitos tóxicos são inteiramente através da traqueia, não da hemolinfa; O CO2 tem efeitos tóxicos diretos no sistema nervoso. Em alguns casos, o CO2 pode acidificar a hemolinfa e causar a falha da membrana em alguns tecidos (Nicolas e Sillans, 1989). Altos níveis de CO2, mas sub-letais, por períodos prolongados, podem ter efeitos prejudiciais no desenvolvimento, crescimento e reprodução de insetos (White et al., 1995; Nicolas e Sillans, 1989). Atmosferas contendo aproximadamente 60% de CO2 matam rapidamente insetos de produtos armazenados. A 26°C, aproximadamente 4 dias de exposição seriam suficientes para matar todos os estágios (incluindo ovos) da maioria dos insetos de produtos armazenados (Tabela 1). Altos níveis de dióxido de carbono e oxigênio: atmosferas com 60% de CO2 e 8% de O2 são muito eficazes para matar insetos internos que se alimentam de sementes, enquanto que as atmosferas com pouco O2 são mais rápidas para matar insetos. que se alimentam no exterior (Banks e Annis, 1990). Altos níveis de CO2, mesmo com 20% de O2, matam insetos rapidamente devido à toxicidade do CO2. Os níveis de


CONTROLE DE PRAGAS 15 CO2 devem ser de 40% por 17 dias, 60% por 11 dias, 80% por 8,5 dias a temperaturas acima de 20°C ou 70% diminuindo para 35% em 15 dias a 20 ° C (Annis 1987). Temperaturas mais altas aceleram a toxicidade do CO2, já que o metabolismo dos insetos é alto. Mesmo baixos níveis de CO2 (7,5-19,2%) durante períodos prolongados aumentam grandemente a mortalidade em adultos e imaturos (White et al. 1995). Efeitos da temperatura e humidade relativa na fumigação com atmosfera controlada: a mortalidade dos insectos aumenta mais rapidamente à medida que as temperaturas aumentam e o seu metabolismo acelera. Temperaturas baixas diminuem as taxas de mortalidade, enquanto a umidade relativa (UR) mais baixa acelera os efeitos tóxicos, especialmente em atmosferas com alto teor de CO2 devido à dessecação de insetos (Banks and Fields, 1995). Efeitos da AC na qualidade do produto Germinação de sementes: As sementes que estão abaixo do teor crítico de umidade não são significativamente afetadas em atmosferas com alto teor de CO2 ou baixa em O2. No entanto, aumentando o teor de umidade do grão, atmosferas ricas em dióxido de carbono poderiam reduzir a qualidade fisiológica do grão, interferindo na atividade enzimática da glutamina decarboxilase. O efeito adverso do CO2 na germinação do arroz, milho e trigo torna-se mais pronunciado em temperaturas acima de 47°C e, a partir das observações feitas até agora, esse efeito adverso pode não ser detectável em todos de 30°C. Portanto, se a preservação

da germinação é de primordial importância, o uso de atmosferas com baixo O2 de CO2 é preferido se as temperaturas esperadas estiverem significativamente acima de 30°C. A viabilidade do milho armazenado sob condições herméticas (148 dias de armazenamento) e nãoherméticos (120 dias de armazenamento) nas Filipinas não indicou mudanças significativas entre as amostras inicial e final (Navarro e Caliboso 1996; Navarro et al., 1998). Nos mesmos testes, a viabilidade do arroz armazenado sob condições herméticas não mudou significativamente. Para testar a viabilidade do trigo armazenado em condições herméticas em Israel, dois ensaios foram conduzidos com períodos de armazenamento de 1.440 e 450 dias apenas em condições herméticas. A viabilidade do trigo mudou ligeiramente de 99% para 97% após 1.440 dias, e de 97% para 91% após 450 dias, respectivamente. Em ambos os ensaios, as populações de insetos foram controladas com sucesso e as concentrações médias de CO2 variaram de 10% a 15%. Conservação da qualidade do produto - Donahaye et al. (2001) relataram a conservação da qualidade dos lotes de arroz de 13,4 para 31,9 toneladas, empilhados em caixas flexíveis e armazenados ao ar livre por 78 a 183 dias. A qualidade do arroz foi comparada com a de três baterias de controle (5,3 a 5,6 toneladas de capacidade) mantidas sob lonas impermeáveis ao ar livre por 78 a 117 dias. A porcentagem de recuperação de moagem e os níveis de amarelamento nas pilhas de gaze não apresentaram mudanças significativas. Em um estudo sobre a conservação da qualidade de grãos de cacau armazenados por atmosferas modificadas bio-geradas, as taxas de respiração de grãos de cacau fermentados foram testadas a uma umidade de equilíbrio relativa de 73% a 26 ° C em recipientes hermeticamente fechados fechado. A concentração de O2 foi reduzida para <0,3% e a concentração de CO2 aumentou para 23% em 5,5 dias. O teor de ácidos graxos livres (AGL) de 7,0%, 7,5% e 8,0% de grãos de cacau em condições herméticas de 30 ° C permaneceu abaixo ou próximo a 1,0% após 90 e 160 dias de armazenamento (Navarro et al. 2010). Tipos de estruturas nas quais AC e AM foram usados Atmosferas controladas têm sido usadas em uma ampla gama de estruturas de armazenamento de grãos. A consideração mais importante é que eles devem ser herméticos para armazenamento a longo prazo ou relativamente herméticos para fumigação com CO2 ou N2. A tensão aceitável para a fumigação de CO2 é determinada por testes de pressão negativa e, no máximo, deve manter uma pressão negativa de 500 Pa a 250 Pa em 10 minutos (Annis e van S. Graver 1990). Tentativas foram feitas para prever a estanqueidade do gás em relação às áreas de vazamento (Mann et al. 1999; Lukasiewicz et al. 1999). Diretrizes provisórias baseadas nas melhores estimativas dos testes de pressão comparativa variável são apresentadas na Tabela 2 (Navarro, 1999). Os tempos sugeridos dados na Tabela www.graosbrasil.com.br


16 CONTROLE DE PRAGAS 2 foram duplicados para armazenamento vazio como uma aproximação ao espaço aéreo intergranular. Armazenamento no solo: historicamente, o armazenamento no solo era amplamente utilizado em todo o mundo para criar um armazenamento hermético onde o CO2 era produzido e o O2 era consumido pela respiração do grão e da microflora. Seu uso foi registrado da Espanha para a Índia e China, África Oriental e América do Norte a oeste do rio Mississippi (Sigaut, 1988). Depósitos de aço com parafusos: As bandejas de aço com parafusos não são herméticas, mas podem ser vedadas para uma fumigação parcialmente bem-sucedida com CO2. Alagusundaram et al. (1995) colocaram gelo seco em refrigeradores isolados sob uma lâmina de plástico impermeável a CO2 acima do trigo a 2,5 m de profundidade em um contêiner de 5,6 m de diâmetro. Os níveis de CO2 foram de 30% a 0,55m acima do solo, onde 90% dos besouros oxidados de grãos, Cryptolestes ferrugineus (Steph.) Foram mortos; Os níveis de CO2 de 15% a 2,0 m acima do solo resultaram em 30% de mortalidade. Um silo de ferro galvanizado aparafusado (21,5 toneladas) foi selado usando uma formulação de resina polivinílica pulverizada nas juntas a partir do interior. O silo foi carregado com trigo no qual insetos infestados em gaiolas de trigo foram introduzidos e as condições foram controladas com termopares e linhas de amostragem de gás. Os níveis de oxigênio foram reduzidos para <1% pela purga com N2, e então níveis similares foram mantidos com sangramento lento de N2 por 35 dias, após o qual o silo foi esvaziado. Todos os insetos adultos estavam mortos, mas, como esperado, alguns imaturos sobreviveram. Isso ocorreu porque o período de manutenção era muito curto para garantir a destruição completa nas temperaturas de grãos observadas de <15 ° C (Williams et al., 1980). Depósitos de aço selados: Os armazens de aço galvanizado e hermético foram fabricados na Austrália nos últimos 30 anos e estão disponíveis comercialmente (Moylan Silos 2011). Os recipientes de tremonha de aço soldados podem ser modificados para fumigação com CO2 por algumas centenas de dólares. O dióxido de carbono do gelo seco deve ser recirculado através do grão e uma válvula de alívio de pressão deve ser instalada no reservatório. As escotilhas superior e inferior devem ser seladas com selos. Após 10 dias a 20 ° C, 75% do CO2 aplicado foi retido, enquanto 99% dos C. ferrugineus engaiolados foram destruídos (Mann et al. 1999). Elevadores de grãos de concreto: a fumigação de grãos com dióxido de carbono foi bem-sucedida em elevadores de concreto contendo 209 toneladas de trigo. A tremonha inferior foi selada e o grão foi purgado com CO2 por 4 horas (1 tonelada métrica de CO2) e gás adicional é adicionado conforme necessário. Todos os insetos testados em gaiolas foram mortos (White e Jayas, 2003). Uma grande instalação para a aplicação de CA com base em CO2 foi instalada para Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

tratar mais de 200.000 toneladas de arroz por ano em contêiners planos com capacidade de 5.000 toneladas em Mianyang, China. Uso comercial Ao longo dos anos, vários sistemas AM e AC foram desenvolvidos para controlar pragas de insetos e microflora associados a produtos armazenados, no entanto, seu uso comercial geral permanece um tanto limitado (Adler et al. 2000). As exceções são para produtos orgânicos, onde o uso de fumigantes não é possível devido ao desperdício; O armazenamento hermético em estruturas plásticas com aplicação AM é a opção preferida (Navarro 2006). Armazenamento hermético: quando colocados em um local bem fechado, os produtos e insetos e a microflora aeróbia existente dentro deles respiram, consomem O2 e produzem CO2. Essa tecnologia de atmosfera modificada tem sido amplamente utilizada em produtos duráveis, como grãos de trigo. Sacos de grãos hermeticamente fechados (África, Argentina, Ásia, Austrália, América do Norte e do Sul, Oriente Médio) e armazenamento de bunker selado (Austrália, EUA, Oriente Médio) foram implementados em aplicações comerciais em diversas áreas . O depósito de bunker, que tem capacidade de armazenamento de mais de 10.000 toneladas, é estabelecido em locais permanentes com uma base preparada (geralmente asfalto ou solo compactado com perfil convexo) e uma cobertura hermética. Este tipo de armazenamento tem sido amplamente utilizado na Austrália, Argentina, Israel e Chipre (Adler et al. 2000). Embora o baixo teor de umidade, o grão de alta temperatura seja compatível com este tipo de


CONTROLE DE PRAGAS 17

armazenamento, a condensação pode permanecer problemática se o grão for armazenado com cones ou cristas (Navarro et al. 1994). O armazenamento de bunker selado também tem sido comprovado como um meio eficaz de usar AC ou fumigação convencional, onde o bunker é selado e enxaguado com N2 ou CO2. Um grande desafio enfrentado pela América do Sul é minimizar as perdas de qualidade e quantidade e melhorar a segurança alimentar, tendo em vista a escassez de capacidade de armazenamento permanente. Como resultado, o sistema Silobag foi adotado para o armazenamento temporário de grãos secos e oleaginosas. Durante as safras de 2008 e 2010, mais de 33 milhões e 43 milhões de toneladas de grãos foram armazenados, respectivamente, nessas sacolas plásticas na Argentina. Matérias-primas incluem milho, soja, trigo, girassol, cevada maltada, canola, caroço de algodão, arroz, lentilhas, sorgo, feijão e até mesmo fertilizantes. A tecnologia Silobag também está sendo adotada em outros países, como Estados Unidos, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Itália, Cazaquistão, México, Paraguai, Rússia, África do Sul, Sudão, Ucrânia e Uruguai (comunicação pessoal de Bartosik 2011). O grão seco pode ser armazenado em um silo por mais de seis meses sem perder qualidade (Bartosik 2012). Atmosferas controladas: nitrogênio e CO2 têm sido utilizados como agentes de armazenamento atmosférico controlado há muitos anos. Considerouse que o dióxido de carbono é mais eficiente que o N2 devido às concentrações necessárias para o controle e o nível de estanqueidade do gás da estrutura utilizada. Uma concentração de CO2 de aproximadamente 60% pode fornecer 95% do controle da maioria das pragas

de insetos armazenadas a 27°C (Jay 1971), enquanto o uso de N2 requer que os níveis intersticiais de O2 sejam reduzidos a 1% ou menos. Esforços consideráveis têm sido feitos para melhorar a vedação de recipientes em recipientes de armazenamento (Mann et al. 1999) que por sua vez facilita a facilidade de aplicação e retenção de gás. Mann et al. (1999) mostraram que o CO2 gerado a partir de gelo seco e circulado com uma bomba de vácuo a uma concentração de 51% causou uma mortalidade de 100% de C. ferrugenius após 10 dias a 20°C. O dióxido de carbono também pode ser adicionado a produtos armazenados a granel como gás comprimido. White e Jayas (1991) demonstraram que, ao circular o CO2 liberado dos cilindros comprimidos, uma alta mortalidade de várias pragas artrópodes de produtos armazenados dentro de 14 dias poderia ser alcançada. Eles descobriram que a vedação de contêineres era crucial para manter a eficácia, especialmente quando a temperatura do produto caía abaixo de 20 ° C, e que usar técnicas de teste de pressão (Banks e Annis 1980) é um meio útil para determinar um selo de contêiner. A produção de nitrogênio também mudou consideravelmente ao longo dos anos. Os sistemas de absorção de oscilação de pressão provaram ser bem sucedidos quando um recipiente de 13.660m3 pode ser purgado a <1,0% O2 em 7 dias. A vedação adequada permite um cálculo preciso para a aplicação de gás adicional necessário para compensar a perda de gás devido à absorção e o ciclo de pressão causado pela mudança de pressão (Cassels et al. 2000); A concentração de gás pode ser mantida por tempos apropriados. Líquido N2 pode ser usado para preencher a atmosfera controlada, mas pode custar o dobro de outras fontes. Embora o tratamento de grãos de CA seja uma tecnologia antiga e comprovada, suas aplicações permanecem limitadas. Um recente desenvolvimento foi relatado por Clamp e Moore (2000), em que o N2 fornecido como um líquido a granel sob pressão foi usado para tratar bandejas de 1.800 toneladas. Como o tratamento com N2 foi encomendado em 1993, a partir de 2000, mais de 300.000 toneladas foram tratadas nas instalações de Newcastle (Clamp e Moore, 2000). O nitrogênio também pode ser gerado facilmente usando geradores de membrana molecular. Estes são capazes de remover depósitos de grãos verticais de 120 toneladas de capacidade em 3 horas (Timlick et al. 2002). Mantendo uma leve pressão positiva no vaso, as concentrações dentro de um armazenamento comercial selado poderiam ser mantidas (compensação por vazamentos) e a mortalidade de insetos era significativa após 14 dias a 17°C. Em termos de eficácia e eficiência, não há muita diferença entre o uso de CO2 em relação aos fumigantes tradicionais, como a fosfina. O nitrogênio tem sido considerado inadequado para o tratamento de produtos a granel na posição de exportação porque o tempo necessário para a mortalidade significativa das pragas em questão é muito longo. No entanto, procedimentos de manuseio eficazes podem permitir o uso de N2 www.graosbrasil.com.br


18 CONTROLE DE PRAGAS quando as temperaturas são apropriadas. Todos exigem vedação e monitoramento eficazes, e a eficiência está diretamente relacionada à temperatura. Embora seja necessário ter cuidado ao usar qualquer produto como controle atmosférico, não há nenhum motivo de preocupação ao usar AM. A aeração após o tratamento é menos preocupante, o que permite que o produto seja lançado na posição de exportação, minimizando as preocupações de segurança do trabalhador. A disponibilidade do produto não é um problema. Revestimentos flexíveis e seus equipamentos associados de carga/descarga e geradores de nitrogênio estão comercialmente disponíveis e podem ser configurados e mantidos com o produto de reposição no local. A vedação do armazenamento hermético provou ser um desafio às vezes. Grandes bunkers e sacos de grãos na Austrália muitas vezes têm o selo quebrado por pássaros que picam buracos no forro. No Canadá, os cervos frequentemente quebram os selos de grãos armazenados em sacos. Consequentemente, algumas investigações com foco na integridade do revestimento podem ser úteis nesses tipos de situações. A descoberta de selos quebrados durante os tratamentos de CA pode ser difícil de remediar, o que ressalta a necessidade de testes de pressão antes da aplicação. Desenvolvimentos Recentes Um aspecto significativo do tratamento de AM/AC é a nossa capacidade de monitorar as concentrações

de gás em estruturas à prova de gás. Semelhante à fumigação, as concentrações de O2 e/ou CO2 devem ser monitoradas para garantir uma aplicação bemsucedida. Como prática usual, linhas de amostragem de gás foram instaladas para monitoramento com instrumentos de medição de gás. Esse monitoramento é realizado pela equipe técnica no local em horários regulares pré-determinados, particularmente durante a purga de gás e durante o tempo de exposição ao tratamento de AM/AC. O método convencional de tal monitoramento é a visita de pessoal técnico em uma base regular para monitorar mudanças nas concentrações de gás. Este método requer um tempo precioso e o deslocamento do pessoal técnico, o que torna o monitoramento caro. Sensores sem fio foram desenvolvidos para monitorar as concentrações de O2 e/ou CO2, umidade relativa e temperatura para permitir que o pessoal técnico registre os dados (Centaur Analytics, 2018). Esse desenvolvimento facilita a análise dos gabinetes tratados com AM/AC sem a presença de pessoal técnico no site. Como o tempo de exposição dos tratamentos AM/AC dura muitos dias e as estruturas tratadas podem ser localizadas em locais distantes da localização do operador, esse desenvolvimento oferece uma excelente ferramenta que pode ser incorporada ao pacote de tratamento AM/AC. Esse monitoramento sem fio ajuda o operador a tomar decisões sobre a necessidade de intervenção durante o tratamento.

Tabela 1 - Intervalos provisórios recomendados para testes de pressão variável realizados em estruturas destinadas a tratamentos com gás para controle de insetos de armazenamento (Navarro, 1999).

Tabela 2 - Intervalos provisórios recomendados para testes de pressão variável realizados em estruturas destinadas a tratamentos gasosos para controle de insetos de armazenamento (Navarro, 1999).

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ATUALIDADE 19

Grãos Brasil na América Latina BOLIVIA Na última semana de junho, visitamos Santa Cruz de la Sierra e outras cidades da Sercan na Bolívia. No dia, funcionários das seguintes empresas compareceram: AGROINDUSTRIAL LOCHMANN / CAINSA / CEREALES DEL ESTE / DF & R / EMAPA / F. COLPI / FAMOSA / GRANORTE / GRAVETAL BOLIVIA S.A. / MANEX IMPORT. / MONICA S.A. / PROSAYAL / SILOS TJL / SOFIA LTDA. A exemplo de como ocorreu na apresentação em Rosario, a explanação do SMC, um compêndio de tecnologias que buscam melhorar os sistemas de amostragem, monitoramento e controle das usinas. Trata-se de aperfeiçoar o que está sendo feito ou, pelo menos, conhecer o erro que estamos cometendo introduzindo novas tecnologias de baixo custo, revisando os controles básicos de recepção, acondicionamento, armazenagem e despacho, definindo os controles básicos de um empilhamento ou industrialização. Fatores de natureza diferente afetam a pós-colheita da Bolívia, aspectos climáticos, falta de legislação atualizada, especialmente em matéria de resíduos, etc. Eles precisam importar trigo e exportar grãos como a soja. Um aspecto a destacar é o baixo preço do gás (combustível de secagem) e energia elétrica, o que reduz

significativamente o custo operacional. Agradecemos o apoio de: Serviços e Suprimentos CORMAQ - COOL SEED - AGI. A permanência na área foi usada para promover ajustes de tecnologia em empresas específicas, como no caso de PROLEGA , GRANORTE, ALICORP. Essas visitas nos permitem compartilhar com as empresas e destinatários os conceitos básicos de gestão de grãos, apresentar novas tecnologias e aprender mais sobre o problema local, a fim de gerar soluções adaptadas às suas necessidades.

Participantes Jornada 26 de Junho - Bolivia

Participantes Palestra em PROLEGA - Bolívia

Capacitação em ALICORP - Bolívia

ARGENTINA No dia 25 de julho passado, nas instalações de Agroeducacion, Rosario (SF) concretizamos uma jornada de atualização. Apresentamos variados temas de interesses para o setor. Além de apresentar o SMC, o Eng. Guillermo Romero da FUGRAN compartilhou as estratégias do controle de pragas, o Eng. Mariano Aguilar (SYMAGA) nos falou sobre as características que deve ter um silo metálico, Gabriel Silva representante de ENVIROLOGIX nos ilustrou sobre detectação de micotoxinas. Esta Jornada também teve o apoio da Cool Seed que se encontrava representada pelo Eng. Pablo Mengoni.

Participantes da Jornada de Atualização - Rosario / Argentina

Participantes capacitação GRANORTE - Bolívia www.graosbrasil.com.br


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INFORME EMPRESARIAL 21


22 COMÉRCIO

A Guerra Comercial Continua, Mas o Mercado Não Pára!

Oswaldro J. Pedreiro Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br

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A confirmação pela China de que não comprará produtos agrícolas dos Estados Unidos pressionou os futuros na Bolsa de Chicago (CBOT), mas a queda foi limitada por preocupações com a safra norte-americana. O contrato de soja com vencimento em novembro, o mais líquido, tem mostrado quedas e no encerramento desta matéria estava cotado em US$ 8,6575/bushel. Os preços, entretanto, podem passar por um movimento de correção após perdas recentes, consideradas excessivas por parte dos analistas. Sem novidades do lado da demanda, traders seguem atentos às previsões do tempo para o cinturão produtor norte-americano e aguardam a atualização de oferta que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentará na semana que vem. Segundo a analista Andrea Cordeiro, da Labhoro, o clima mais seco

nos EUA, após todos os problemas causados pelo excesso de chuva ao plantio da safra norte-americana, "tirou o peso" da notícia baixista da China, de se ausentar das compras nos EUA. "Mesmo com toda essa frustração por conta das negociações, o mercado está vivendo uma janela de influência do clima", disse. Conforme Andrea, para os próximos 10 dias estão previstos volumes máximos de 15 mm no cinturão agrícola norte-americano. Além disso, são esperadas temperaturas altas, embora não fora do normal, em áreas que precisam de chuva. "Ontem, produtor da região central de Illinois relatou estar há mais de 10 dias sem chuva e com temperaturas na faixa de 32°C." A notícia de que a China suspendeu compras de produtos agrícolas dos EUA é, sim, negativa para os preços em Chicago, ao afastar a


COMÉRCIO 23 possibilidade de novas aquisições de estatais chinesas e de que compras sem tarifas sejam autorizadas para empresas privadas na China, o que chegou a ser aventado nas últimas semanas. Conforme a analista Daniele Siqueira, da AgRural, o acirramento da guerra comercial já estava sendo embutido nos preços na CBOT, desde que a última rodada de negociações em Xangai, no começo da semana passada, não trouxe novidades significativas. Além disso, nesse meio tempo foram anunciadas novas tarifas por parte dos EUA. "Do fim de julho para cá as cotações tinham caído muito. Quando veio essa história de a China não comprar mais nos EUA, não tinha mais tanto espaço para recuar. Mas há dúvida se é para valer essa notícia." Segundo analistas, como os EUA disseram que vão manter negociações com a China, se os dois países conseguirem atingir algum consenso, as negociações de produtos agrícolas podem ser retomadas a qualquer momento. O clima nos EUA segue no radar. "Muita soja ainda não começou a formar vagens, então a lavoura não está no período mais decisivo para a produtividade. Neste momento aguenta um pouco a falta de chuva. Agora, se essa falta de chuva prosseguir na segunda quinzena de agosto, aí é mais problemático." Desde que o presidente Donald Trump elevou para 25% tarifas sobre produtos chineses no primeiro semestre, investidores já consideravam a ideia de que não haveria acordo sino-americano. Apesar da queda na demanda mundial de oleaginosa, por causa da disseminação do surto de peste suína africana, há o efeito altista do clima no cinturão agrícola dos EUA. A única certeza que se tem é que haverá quebra de safra nos EUA, mas o patamar dessa quebra ainda não dá para se dizer. Caso o clima seguir desfavorável e o temor de quebra de safra crescer, o tom positivo pode prevalecer. Chicago não teve uma queda brusca após a retaliação

chinesa à tarifa norte-americana porque o mercado já andava meio cético sobre a resolução do conflito e também por causa da incerteza que ronda a safra norte-americana. Os futuros de soja na CBOT estão no nível mais baixo desde maio e podem se recuperar nas próximas sessões, na avaliação de alguns analistas, com o temor sobre a situação da safra norte-americana. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou na segunda-feira que 54% da safra de soja do país tinha condição boa ou excelente até o último domingo (4), sem variação ante a semana anterior. O USDA disse também que 37% da safra estava formando vagens, em comparação a 63% na média dos cinco anos anteriores. "A soja se tornou bastante sobrevendida e a maturidade da safra é uma grande preocupação, com muitos relatos de que as plantas estão baixas e a situação não está sendo ajudada pelas condições secas em muitas áreas", disse Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, à Dow Jones. Traders de grãos também estão esperançosos de que o relatório de oferta e demanda do USDA mostre uma queda considerável nas áreas plantadas de milho e soja, o que poderia dar sustentação às cotações. Caso contrário, não há nada que forneça suporte para os preços, disse a AgResource. "Traders baixistas sentem-se muito mais confortáveis sabendo que uma perda de oferta devido ao clima é agora o único fundamento altista que pode alterar drasticamente os mercados", disse a consultoria, acrescentando que, com a China fora da ponta compradora, há pouca ou nenhuma possibilidade de uma grande compra que altere radicalmente as perspectivas para o mercado. A briga comercial está aumentando a tensão financeira para produtores norte-americanos depois de anos de baixos preços e das chuvas persistentes na primavera do Hemisfério Norte, que forçaram alguns fazen-

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24 COMÉRCIO deiros a adiar o plantio ou registrar pedidos de seguro sobre plantações perdidas. "Eu não sei quanto mais a economia agrícola pode suportar", disse Andy Huston, agricultor da sexta geração em Warren County, Illinois, à Dow Jones. "As incertezas são a pior coisa." Huston, que cultiva 2.200 acres de milho e soja, tem lutado para lidar com uma primavera de umidade recorde seguida por clima seco no verão. Segundo ele, este é o pior ano desde que começou a administrar a fazenda com seu irmão em 1992. Ainda assim, ele continua apoiando o presidente dos EUA, Donald Trump. Ele disse que aprecia a ajuda que o governo Trump pagou aos produtores. Huston avalia que a China está adotando a retaliação aos agricultores para reduzir o apoio a Trump. "Como eles aprenderam nos últimos dois anos, nossos grandes fazendeiros norte-americanos sabem que a China não será capaz de prejudicá-los, pois o seu presidente está com eles e fez o que nenhum outro presidente faria - e eu farei isso novamente ano, se necessário!", disse Trump no Twitter. Os prêmios pagos pela soja brasileira nos portos subiram na última semana, especialmente na segunda-feira, com o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Na terça-feira, se mantiveram firmes, mas um pouco abaixo do dia anterior. A Agrinvest contabilizava ontem no Porto de Paranaguá (PR) prêmio para setembro de US$ 1,20/bushel (comprador) e US$ 1,35/bushel (vendedor) acima dos preços da soja na CBOT. Na segunda-feira, a referência chegou ao pico de US$ 1,30/bushel (comprador) e US$ 1,35/bushel (vendedor). Na sexta-feira, a ideia era de US$ 1,20/bushel (comprador), sem vendedor. Segundo Daniele Siqueira, da AgRural, os prêmios estão subindo desde a semana passada, quando os futuros em Chicago começaram a ceder, com a falta de avanço na mais recente rodada de negociações entre EUA e China. A AgRural apontou prêmio para embarque curto em Paranaguá ontem de US$ US$ 1,20/bushel, ante US$ 1,25/bushel na segunda-feira, porém ainda acima dos US$ 1,15/bushel de sexta-feira (02). Os valores estão bem mais altos do que na semana anterior - em 29 de julho, o prêmio era de US$ 0,72/bushel. A demanda chinesa, contudo, está mais fraca neste ano do que no ano passado, seja nos EUA ou aqui, o que limita a explosão dos prêmios no País acima de US$ 2/bushel, segundo a analista. "Daqui para frente, se os chineses realmente não comprarem mais dos EUA, podemos ter (movimentações nos) últimos meses do ano melhores em relação ao que se esperava, mas não acima do ano passado", disse. Conforme Daniele, a demanda da China vem sendo prejudicada pelo avanço da peste suína africana. Além disso, a Argentina está mais presente no mercado internacional neste ano. "No ano passado eles tiveram quebra de safra, mas neste ano têm muito mais soja para vender." Para Daniely dos Santos, da Céleres, a China deve voltar a originar soja no mercado brasileiro conforme suas necessidades. "A tendência é de que a demanda chinesa, continuando o cenário de impasse entre China Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

e EUA, se volte mais uma vez para o País, favorecendo a nossa formação de preço", disse. Por enquanto, ela não vê espaço para os prêmios alcançarem os patamares de US$ 2,40/bushel do ano passado, mas pondera que, se houver prolongamento do conflito sino-americano e uma safra menor de soja dos EUA se confirmar, os prêmios ainda podem subir além dos níveis atuais. No mercado doméstico, os preços subiram ou se mantiveram, estimulando alguns negócios. O dólar fechou cotado em R$ 3,9551, praticamente estável (-0,03%), interrompendo uma sequência de seis altas seguidas. Na máxima, o dólar chegou a bater em R$ 3,98, e na mínima, a R$ 3,93. Em Campo Verde (MT), a movimentação voltou a ganhar força desde o fim da semana passada. Ontem, rodaram negócios de 4 mil a 5 mil toneladas por R$ 72/ saca para retirada imediata e pagamento no fim de setembro. Para retirada imediata e pagamento no fim de agosto, era possível fechar acordos por R$ 71/saca, porém não saíram negócios. Na segunda-feira, já haviam rodado 30 mil toneladas por R$ 71,50 a R$ 72 por saca para retirada imediata e pagamento no fim de setembro. Entre quinta e sexta-feira, rodaram 150 mil toneladas na região de Campo Verde, Primavera do Leste e Jaciara entre R$ 69 e R$ 71 por saca para os mesmos prazos. "O pessoal já tinha feito bastante, então rodou um pouco menos hoje (ontem)", disse o corretor Vitor Minella, da Meneghetti Corretora. Posto em Rondonópolis, rodaram lotes por R$ 73/ saca para entrega imediata e pagamento em setembro e R$ 74/saca para entrega em agosto e setembro e pagamento em meados de outubro. Na véspera, havia


COMÉRCIO 25 saído volume maior por R$ 73/saca para entrega imediata e pagamento em setembro. Em dólar, a referência de compra ontem era de US$ 18/saca em Campo Verde, mas na véspera haviam sido fechados contratos por US$ 18,20/saca, com retirada imediata e pagamento em setembro. "Até quarta e quinta-feira a soja era cotada a R$ 66 a R$ 67 por saca na região. De um dia para o outro aumentou muito. Os prêmios subiram com força, o dólar ajudou bastante, aí o pessoal começou a se animar para vender. E as contas começam a vencer: tem conta em setembro e outubro", disse o agente. Vendedores que não têm contas para pagar neste momento podem reter o grão até o fim do ano, segundo o corretor. Para negociação futura da safra 2019/20, compradores indicavam R$ 65 a R$ 66 por saca para entrega em Campo Verde em fevereiro, com pagamento no fim de março. Para entrega em Rondonópolis em fevereiro, com pagamento em 30 de abril, a indicação de compra era de R$ 68,50/saca. Em nenhum dos casos foram reportados negócios. Vendedores buscavam R$ 70/saca, patamares em que já foram negociados volumes anteriormente. Produtores estão atentos ao relatório do USDA de 12 de agosto na expectativa de uma alta da CBOT, uma vez que os prêmios para a próxima safra estão fracos. Em Ponta Grossa (PR), rodaram lotes para exportação por R$ 80/saca, para retirada em agosto e pagamento no começo ou em meados de setembro, e R$ 81/ saca, para retirada em agosto e setembro e pagamento no fim de setembro. Os preços subiram ante a véspera, quando já tinham rodado lotes por R$ 79 a R$ 80 por

saca, para retirada em agosto e setembro e pagamento no fim de setembro. Alguns vendedores, contudo, passaram a pedir R$ 82/saca. No Porto de Paranaguá, era possível fechar acordos por R$ 83,50 a R$ 84 por saca para entrega em agosto e setembro e pagamento no fim de setembro. Para entrega de meados de agosto em diante em fábricas de Ponta Grossa, a indicação de compra era de R$ 79/saca, com pagamento no fim de setembro. "A conta da fábrica subiu R$ 1 mas ainda não chegou no preço para levar para o porto", disse o corretor Adriano dos Santos, da SafraSul. Os relatos de esmagadores são de que a margem de processamento continua pouco atrativa. Conforme o agente, os preços em fábricas teriam que estar em R$ 81 a R$ 82 por saca para competir com exportação. No mercado de balcão, havia chance de acordos por R$ 73/saca neste inicio de Agosto. Para a negociação futura da safra 2019/20, a indicação de compradores era de R$ 77 a R$ 78 por saca para entrega em março em Ponta Grossa e pagamento em maio, acima dos R$ 76 a R$ 77 por saca indicados anteriormente, mas a pedida de venda era de R$ 80/ saca. A ponta vendedora segue à espera do relatório do dia 12 de agosto do USDA para ter uma ideia mais clara do tamanho da área nos EUA. A alta recente do dólar preocupava produtores que ainda não haviam fechado insumos para a próxima safra de soja. Resta acompanhar o desenrolar da crise EUA x CHINA e torcer para que apesar da “guerra comercial” que eles se propuseram a praticar seja favorável ao produtor brasileiro e que se consiga preços melhores para os nossos produtos, afinal é o que mais importa nesta altura do campeonato.

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26 ATUALIDADE

O que acontece com o Milho no México

Juan de Diós Trujillo

juandediostrujillo@gmail.com

Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

O México tem auto-suficiência em milho branco, não em milho amarelo. No primeiro tipo de grão há excedentes e no segundo (amarelo) há enormes carências que levaram o país a se tornar o primeiro importador mundial de milho. Dado o déficit, as importações vêm aumentando, em 2018 chegaram a um nível recorde de 17 milhões de toneladas. O problema da autoeficácia em milho refere-se especificamente ao milho amarelo Hipoteticamente, assumindo custos similares para ambas as opções e que os mercados são perfeitamente diferenciados e a economia não está aberta às importações,

o excesso de produção versus o consumo de milho branco levaria seu preço a cair abaixo do preço do milho amarelo - cuja produção insuficiente contra a demanda de pressão para o aumento do seu preço. Não é esse o caso, porque o mercado está aberto às importações e às medidas de intervenção pública. O milho amarelo é mais adequado para atividades pecuárias, o branco é um substituto imperfeito, dependendo do seu preço, como o sorgo e outras culturas forrageiras. Para um grão colhido na estação, na perspectiva de seu uso para fins pecuários, o grão de milho amarelo é da mais alta qualidade. O milho


ATUALIDADE 27

branco é preferível para consumo humano, mas não é para fins pecuários. O conceito de qualidade é relativo, não definido estritamente pelas características intrínsecas do produto, mas pela preferência que os consumidores demonstram, demandam. O mercado internacional é o milho amarelo, não branco. A capacidade de absorver excedentes de milho branco do México é regularmente restrita. Nesse sentido, se o consumo nacional de milho branco não aumentar a um ritmo adequado, haverá sérios problemas de comercialização. Seria desejável que o mercado para o milho branco se expandisse, mas isso implica em grande parte alterar os padrões de consumo, o que só acontece muito lentamente. No milho, a parte dinâmica está no mercado do milho amarelo. Como sugerido pelo aumento sustentado das importações. Mesmo nas regiões do noroeste do país, sua produção está bem abaixo dos requisito Em uma estrutura de planejamento, é aconselhável induzir o deslocamento da superfície do milho branco para o milho amarelo. Embora o nível das importações seja tão alto e a demanda por grãos amarelos já exceda a do milho branco, isso não pode ser feito se houver resistência dos produtores, se as políticas de indução forem inconsistentes e se os níveis de custo unitário não forem competitivos, que o mercado está aberto às importações. Os produtores de Sinaloa afirmam ter altos rendimentos de milho, mas operam com custos unitários comparativamente altos. O uso da tecnologia só faz sentido racional se permite reduzir, a tempo, o custo médio de cada unidade produzida. Em termos reais, os produtores têm que se colocar em uma trajetória de custos unitários decrescentes. Se não o fizerem, os produtos importados irão

gradualmente substituir a produção nacional. Não faz sentido continuar operando com um pacote tecnológico caro, que deteriora a qualidade do recurso do solo e prejudica o meio ambiente. É hora de quebrar a situação de conforto. Os produtores reclamam que o rendimento do milho amarelo é menor que o do milho branco, além de não ser estável. No entanto, as empresas de sementes só oferecerão os materiais que os produtores exigem se o tamanho do mercado para sementes de milho amarelo for grande o suficiente e atraente o suficiente para financiar a pesquisa agrícola que é necessária. A disputa entre produtores e o Ministério do Desenvolvimento Rural em relação à comercialização da próxima safra de milho foi resolvida, por enquanto, através do comprometimento de maiores transferências públicas via aumento do nível de renda objetiva. Dependendo do preço de mercado na época da colheita, as transferências poderiam representar cerca de 15% da receita dos produtores, passando de um preço de $ 3960 para $ 4150 por tonelada. Derivado da negociação, há o compromisso de buscar juntos um novo esquema de marketing que permita obter preços justos e competitivos e avançar na reconversão produtiva. Pouco convence o atual esquema de política agrícola, é muito caro e não resolve problemas de longo prazo. Após o problema atual, é hora de pensar sobre o que será o planejamento para os próximos ciclos agrícolas, seria lamentável que a dinâmica atual seja repetida.

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28 MICOTOXINAS

Micotoxinas, como não se preocupar com elas.

Eng. Agrônomo Gabriel Lopes Silva Gerente de Território EnviroLogix glopessilva@envirologix.com

Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

Você sabe o que são micotoxinas ou ouvir falar esse nome, mas não sabe bem o que é? Trazendo pela palavra, mico = fungos, então são toxinas causadas por fungos, que têm uma importância comercial muito grande. Porque dar importância comercial? Porque elas possuem uma toxicidade alta, que em seres humanos são comprovadamente cancerígenas, em aves, suínos, gado, cachorros, gatos, entre outros, causam diversos tipos de danos, o que resumidamente leva a debilitação da saúde, redução de peso e também morte. Essas toxinas são resultado do metabolismo do fungo, ou seja, em

determinadas condições de temperatura e umidade, essas substâncias são produzidas e ficam aderidas ao produto. Um ponto importante, são altamente termoestáveis, ou seja, altas temperaturas não eliminam as micotoxinas, os fungos sim, são mais fáceis, mas a toxina, uma vez produzida não é eliminada com os meios atualmente conhecidos. Já que elas não podem ser controladas, qual a melhor saída? Evitar que o problema entre. Como são substâncias produzidas pelo fungo e não o fungo propriamente dito, pode ser que um milho “mofado” e “feio” esteja com baixo nível de contaminação e um


MICOTOXINAS 27 milho “bonito” tenha alto nível de contaminação, pois a toxina não é visível ao olho humano. Quais as micotoxinas mais conhecidas? Aflatoxinas são hoje as que possuem maior atenção, mas não quer dizer que são as que mais ocorrem. Sobre grãos e pós colheita, podemos citar principalmente Aflatoxina, Fumonisina, Zearalenona, Ocratoxina, DON e H2T2. São de diferentes gêneros de fungos, sendo os principais Aspergillus, Fusarium e Penicillium. É do nome do fungo Aspergillus Flavus que veio o nome AFLAtoxina. Qual a unidade de medida delas? As micotoxinas podem ser medidas em PPM ou PPB, Partículas por Milhão ou Partículas por Bilhão, e o que significa isso? Para que você entenda uma proporção, pense agora na China, um país com aproximadamente 1 bilhão de pessoas, 1 PPB, é o mesmo que encontrar 1 chinês na China. É um desafio, principalmente por serem todos tão parecidos. Porque essa informação acima é importante? A variabilidade associada a amostragem (1,13 Kg), preparação da amostra (20g) e análise, foram respectivamente de 82,9%, 73.1% e 37,5% em milho (Aflatoxina). Os mesmos autores chegaram à conclusão que apenas cerca de 6 grãos de milho em 10.000 grãos eram responsáveis por uma contaminação de 20ppb. Ou seja, 0,0006%, então, um caminhão de 42 toneladas contaminado, pode contaminar um armazém inteiro de 70.000 toneladas. Então a amostragem dentro do processo é determinante na questão de se encontrar ou não fontes de contaminação. Por isso é importante respeitar o número mínimo necessário de pontos recomendados e dependendo do período, aumentar a quantidade de pontos. Onde elas se concentram? Estudos demonstram que geralmente estão mais presentes nas sujeiras/ restos de cultura misturados aos grãos, nos grãos

ardidos e por últimos grãos quebrados/partidos, que estão mais expostos à uma contaminação. Quais são as condições para ocorrerem? Temperaturas entre 24 – 28°C com umidade alta. De acordo com um estudo (INIA La Estanzuela, 2014), em trigo, “se pode produzir infecções sempre que exista água livre sobre as espigas, em uma temperatura de 10 a 30°C. A Aflatoxina, uma das principais, é conhecida como uma micotoxina de armazenamento e é mais comum de ocorrer em situações de armazenamento com aumento de temperatura, umidade e algumas vezes causados por ataques de insetos, que também favorecem maior exposição do grão. Existem outras micotoxinas que já podem vir do campo, como no caso da Fumonisina, produzida pelo gênero Fusarium, e que tem uma alta prevalência no Brasil. Um desequilíbrio resultando de um manejo de não rotação de culturas, vem ocasionando um uma presença maior dos fungos e consequentemente, das micotoxinas. (Soja – milho todas as safras é sucessão e não rotação). Quais são os principais danos? Aflatoxina é reconhecida como altamente cancerígena para nosso fígado; para outros animais os danos são distintos; em aves, suínos e gado de maneira geral danifica os órgãos e causa redução da imunidade animal. Fumonisina é altamente neuro-tóxica para cavalos, para aves, suínos causa redução da imunidade, hemorragias intestinais. Zearalenona causa danos hormonais em aves e suínos, resultando em abortamentos. A população está cada vez mais consciente e buscando alimentos de maior qualidade, por essa razão mais de 100 países já possuem uma regulamentação sobre micotoxinas e o Brasil é um deles. Medida tomada pela ANVISA define quantidades toleráveis


30 MICOTOXINAS de contaminação em diferentes grãos e alimentos, medida que pedirá fiscalizações mais constantes. Tudo isso traz desafios novos, mas nos deixa preparados para os mercados mais exigentes, claro, além de termos uma segurança maior na nossa alimentação, porque as micotoxinas podem seguir pelo leite e outros estudos comentam sobre seguir na carne de animais que se alimentaram com rações contaminadas. “As micotoxinas não ocorrem sempre, mas sempre podem

ocorrer”. Então para responder ao nosso tema, se elas não ocorrem sempre, mas sempre podem acontecer, um procedimento operacional onde tenha uma quantidade mínima de testes, mas com uma frequência constante vai prover um monitoramento que vai alertar e reduzir os riscos de uma alta contaminação virar seu problema. O custo mais barato é o preventivo. Se não quer se preocupar, faça seu seguro. Se quiser mais informações não hesite em nos contatar.

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CONTROLE DE PRAGAS 31

Controle de Pragas de Grãos Seculo XXI

Eng. Domingo Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

Caros amigos e leitores, muitas mudanças têm acontecido nos últimos anos. Como simples enumeração, podemos mencionar, sem ordem de importância: 1. Condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento de pragas que atacam os grãos. 2. Surgimento de novas espécies e raças tolerantes, com importância crescente. 3. Desaparecimento de ingredientes ativos tradicionais, como fenitrotion. 4. Nenhum aparência de novos ingredientes ativos. 5. Novas máquinas e sistemas de aplicação de inseticidas.

6. Maior capacidade de detecção de resíduos e menor tolerância internacional. 7. Maior cuidado dos responsáveis pelos quilos e qualidade do que é armazenado. 8. Maior sencibilidade pública e nova legislação para a aplicação de inseticidas. 9. Aumento do uso sistemas de refrigeração artificial e controle com altas temperaturas. 10. Melhores sistemas de amostragem e detecção de pragas. Alguns desses aspectos são decisivos, outros dependem da região e do grão em questão, mas no final, www.graosbrasil.com.br


32 CONTROLE DE PRAGAS

essas mudanças nos obrigam a nos adaptar e buscar as alternativas mais eficientes. Como todos sabemos, quando se trata de pesticidas para serem aplicados em alimentos, e mais ainda se eles vão para o comércio internacional, as exigências dos clientes devem ser respeitadas, a fim de posicionar adequadamente a mercadoria. Quero aproveitar esta oportunidade para destacar o conceito de que na terapêutica dos grãos “é melhor prevenir do que remediar” e que no que diz respeito a insetos e ácaros falamos sobre o CIPP (Controle Integrado de Pragas Pós-Colheita) e não de manejo de pragas. Para implementar a gestão (como no caso de roedores ou aves em pragas pós-colheita ou outras pragas de campo de insetos), devemos confiar em um limiar de dano. Em grãos armazenados é tão difícil determinar o limiar de dano, como eu sei o que acontece em uma massa de 1000 ou pior até 5000 t, tão barato os tratamentos (em geral menos de 2 R$ / t) e tão importante o potencial de danos causados por pragas, que devemos falar sobre o controle. Quais são os objetivos do CIPP (Controle Integrado de Pragas Pós colheita) ? Eliminar as pragas, em todas as etapas, com o mínimo custo, cuidando do meio ambiente, usuários e receptores e dando ao granel boas condições de conservação. Para muitos, acostumados a viver com carunchos e besourinhos e com gorgulhos que vêm do campo, isso parece uma missão impossível, mas não é, esses são passos simples (não necessariamente fáceis) que devem ser tomados em consideração. forma sequencial Um aspecto que eu quero destacar, porque é uma questão cultural é o seguinte, Muitas pessoas quando recebem o grão do campo e fazem a amostragem tradicional e não veem insetos, acreditam sinceramente que não há infestação, isso é um erro com sérias consequências . Muitos armazenam e começam a fazer tratamentos quando as pragas já são evidentes. Este é Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

outro comportamento que deve ser banido. Hoje sabemos que a amostragem convencional não é suficiente para detectar infestações médias ou pequenas, só detectam altas infestações, o que se soma ao fato de não haver um método prático para detectar infestações ocultas (aquela que vem dentro do grão) (ovo, larva, pupa) ou pré-adulto, por exemplo de Sitóphilus oryzae L. em cereais), deve nos levar a pensar que SEMPRE O GRÃO CHEGA DA LABORA AO ARMAZEM ESTA INSETOS. Portanto, será uma questão de condições e tempo (a variável mais importante da pós-colheita de grãos) para que as pragas se tornem visíveis. Este paradigma impõe uma ação para evitar a deterioração gerada por pragas. Diz-se que a diferença entre um bom e um mau agricultor é de 2 semanas, na pós-colheita acontece a mesma coisa. Se formos usar resíduos (protetores), devemos usá-los o mais rápido possível (após o condicionamento) e se formos pulverizar, devemos borrifar o mais rápido possível. Isso procura evitar que a praga atual se desenvolva.



34 CONTROLE DE PRAGAS Práticas como pré-limpeza, melhor amostragem (sistemas automáticos de amostragem) e frio são sempre recomendadas. Nos últimos anos, empresas fornecedoras de inseticidas residuais foram responsáveis pelo desenvolvimento de máquinas mais eficientes para tratamentos. Lembre-se da máxima: "Nenhum agrotoxico é melhor que sua aplicação". Os responsáveis sabem que não se trata apenas de aplicar inseticidas. Em outros países, sistemas de fumigação foram desenvolvidos com base em nitrogênio, fosfina em grande botelhones, uso de ozônio principalmente para tratamento de instalações e sistemas de controle com alta temperatura (para moinhos) também estão sendo aplicados. A verdade é que a fosfina é e será por muitos anos uma das nossas principais ferramentas de controle. É por isso que é necessário fazer uso adequado deste princípio ativo. Evitar a subdosagem, ainda é comum as pessoas dizerem que não vejo insetos, mas apenas no caso de eu aplicar algumas pílulas (em um número bem abaixo do número recomendado), contribuindo assim para favorecer o aparecimento de resistência. Além disso, esse tratamento (que nunca mata completamente formas ocultas) é repetido, aumentando os custo. Para finalizar, quero recomendar quatro questões principais: 1. Melhorar os sistemas de limpeza e desinfecção em instalações vazias. A recomendação é simples, sabemos que não é fácil. Especialistas dizem que 70% do sucesso do controle de pragas depende da limpeza. Fortalecer os tratamentos com inseticidas Recomenda-se a utilização de nebulização para tratamentos interiores e tratamentos complementares com pó. 2. Melhorar os sistemas de amostragem e monitoramento. Precisamos muito para desenvolver sistemas eficientes. Eles são conhecidos há décadas, mas não se espalharam o suficiente. Recentemente desenvolvemos o SMC, Sistema de Amostragem, Monitoramento e Controle, que permite dar transparência a uma instalação que manipula

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grãos. Ter informações importantes na palma da sua mão. 3. Otimizar o uso da luta física. As plagas não desenvolvem tolerancia a baixas o a altas temperaturas, o a falta de oxigeno. Nos últimos anos tivemos grandes resultados com o uso da tecnología de Cool seed, de refrigeração artificial. 4. Melhorar os sistemas de aplicação, tanto de residuais como de fumigantes e junto com isto as medidas de segurança e higiene dos responsaveis das aplicações. Em alguns países da América Latina, foram aprovados pesticidas que ainda não atingiram o cone sul, devemos estar atentos para ver quais novas tecnologias podem aparecer. A verdade é que, com os disponíveis, já podemos enfrentar os desafios do século XXI.


TECNOLOGIA 35

Aeração: Ar Servido no Armazem

Eng. Domingo Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

Referimo-nos aqui aos chamados chapéus ou extratores (exaustores). Independentemente da direção do ar, o armazém deve ter chapéus generosos, a fim de facilitar a passagem do ar, seja a sua entrada ou a sua saída. Dependendo do fluxo usado e das características de construção do depósito, devemos definir o tamanho e o número de chapéus a serem colocados. Temos chapéus fixos e móveis. Os chapéus devem adicionar uma superfície mínima 50% maior à boca do (s) ventilador (es). Mas esta é uma orientação simples, é mais aconselhável considerar que a velocidade de saída (e / ou entrada) do ar através dos chapéus é inferior a 400 m/min, quando a aeração está funcionando.

Por exemplo se num silo de 500 t temos um ventilador que sopra 100 m3 / min e colocamos 5 chapéus de 30 x 30 cm, para cada um deles o ar sairá a uma velocidade de 222 m/min, sendo a superfície total de abertura 5 x 0,09 m2 = 0,45 m2. Costumamos dizer que os chapéus são sempre convenientes, mas quando se trabalha insuflando e mais ainda em climas quentes, os mesmos são indispensáveis. A localização dos chapéus também é importante, especialmente em grandes armazéns. Quando são numerosos, devem permitir a circulação natural do ar, de modo que, quando os ventiladores não funcionam, há uma varredura do ar superaquecido que se acumula www.graosbrasil.com.br


36 TECNOLOGIA entre o teto e a superfície do volume. Os extratores (ventiladores axiais) são recomendados sempre que se trabalha com grãos quentes (saídos do secador) e são geralmente uma ferramenta muito útil. Essas aberturas devem sempre ser protegidas da entrada das aves e é aconselhável verificá-las periodicamente para eliminar qualquer possível vedação. Em regiões de altas temperaturas, onde o acúmulo de ar quente entre o volume e o telhado é importante, recomenda-se o uso de pequenos extratores, nos silos secadores. Eles trabalham em conjunto com a aeração e também devem trabalhar de forma independente, por exemplo, para eliminar o calor acumulado nas tardes, é de poucos minutos para evitar fenômenos de condensação que podem ser gerados especialmente nas horas de baixas temperaturas externas. Nos últimos anos a firma CYCLOAR desenvolvi-o um eficiente e nove doso sistema, adaptável a todo tipo de armazém (silo – graneleiro), os exaustores impulsionados pelo ar em movimento se encontram por todo o Brasil, estes são muito eficientes e altamente recomendados, tanto nas regiões muito quentes como em aquelas onde e mais fatível a condensação interior (Sul do Brasil). Outros elementos complementares são os badalos dos dutos de carga que impedem a passagem do ar para o restante da instalação do silo (quando se trabalha com insuflação, para cima) e, especialmente, se o

12 e 13 de NOVEMBRO DE 2019

LOCAL

PARQUE GOVERNADOR NEY BRAGA. LONDRINA PARANÁ - BRASIL

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volume tem uma temperatura inicial alta (por exemplo, secagem combinado) . Os silos de alvenaria comportam-se melhor que os silos de chapa, quando falamos de condensação. Isso ocorre porque o concreto esfria mais lentamente e sua superfície porosa impede a formação de gotículas de água. Esta não é uma questão menor, por exemplo, na Argentina, a falta de chapéus e extratores, levou a que inicialmente (anos 60) 100% das aerações sejam trabalhadas por extração, inversamente de todo o mundo, gerando problemas de natureza diversa. CONTROLE, AUTOMAÇÃO E SISTEMAS COMPLEMENTARES. Nos últimos anos, equipamentos foram desenvolvidos para automatizar a operação de equipamentos de aeração. Os avanços na tecnologia da informação e comunicação nos permitem conhecer a temperatura do volume e ativar a aeração de qualquer ponto do planeta. Além disso, estão disponíveis instrumentos eletrônicos que informam a temperatura e a umidade relativa, máxima, mínima e atual, com os quais você pode monitorar a condição ambiental e o ar inter-granário. Aquele que pretende fazer um bom gerenciamento da aeração deve saber o que são e como variam as principais variáveis climáticas, bem como a maneira de medi-las.


Revista Granos Ed. 130 A nova edição da Revista Granos já está disponível, trazendo notas interessantes como O papel das empresas de supervisão e certificação no comércio internacional de grãos - Controle de pragas no século XXI - Supressor de poeira para grãos armazenados - Conservação do trigo em atmosferas modificadas - Dureza do milho vermelho duro afetado pela secagem artificial - Milho tarde: seco ou não seco - Energia Solar - Nada é aprendido sem esforço - Roedores: sugestão antes de implementar o programa de controle e muito mais. Para mais informações e inscrições: revista.granos@gmail.com. Você pode vê-lo online em: https://issuu.com/graosbrasil/docs/granos129online.


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40 UTILÍSSIMAS

15ª edição do Dia Nacional do Campo Limpo acontecerá em 22 estados brasileiros

Atividades serão realizadas em mais de 100 unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas para celebrar os bons resultados do Sistema Campo Limpo A celebração do Dia Nacional do Campo Limpo, em 18 de agosto, já reuniu mais de um milhão de pessoas em todo o Brasil, desde sua primeira edição em 2005. Este ano, quando o evento comemora seu 15º aniversário, a cerimônia oficial acontecerá dia 16 de agosto, em Bebedouro (SP). Simultaneamente, outro evento importante para o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias e sobras pósconsumo de defensivos agrícolas) vai acontecer: a inauguração da Campo Limpo Tampas e Resinas Plásticas, em Taubaté (SP), que produzirá tampas a partir de matéria-prima reciclada proveniente do Sistema. Com o tema “Juntos, semeando o campo limpo”, o Dia Nacional do Campo Limpo reunirá os participantes do programa de logística reversa e as comunidades do entorno de unidades de recebimento de embalagens vazias para compartilhar os resultados e benefícios gerados pelo Sistema, que é referência no país e no mundo. “As inúmeras atividades representam uma oportunidade para a comunidade conhecer o trabalho do Sistema. Também contribuem para aumentar a conscientização e o envolvimento de todos em nosso programa, cada vez mais bem-sucedido em cuidar do meio ambiente e manter o campo limpo”, destaca João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), entidade gerenciadora do Sistema. Rando destaca a importância de comemorar as mais de 500 mil toneladas de embalagens vazias retiradas dos campos e destinadas de forma ambientalmente adequada, em 17 anos de operação. Mais de 100 unidades de recebimento de 22 estados brasileiros promoverão ações especiais, como o DNCL Portas Abertas, o DNCL Solenidade, (celebração com a presença de autoridades públicas); o DNCL na Escola e Universitário, que promovem ações voltadas para estudantes de ensino fundamental, médio e universitários; o DNCL Ação com Agricultor, evento responsável pela difusão de informações e soluções sustentáveis entre agricultores; e DNCL Ação Comunitária, que estimula o envolvimento da comunidade em práticas a favor do meio ambiente. A data reconhece a importância do envolvimento de todos os elos da cadeia agrícola – agricultores, canais de distribuição, fabricantes e poder público – para o sucesso do Sistema. Para mais informações, acesse inpev.org.br/dncl. Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto

Sobre o Dia Nacional do Campo Limpo O Dia Nacional do Campo Limpo foi instituído no calendário brasileiro em 18 de agosto, por meio da Lei Federal 11.657 de 16 de abril de 2008. Desde então, cerca de um milhão de pessoas, de todo o país, já participaram das comemorações. A celebração da data é realizada pelas unidades de recebimento de embalagens vazias, com apoio do inpEV, seus associados fabricantes de defensivos agrícolas, entidades representativas do setor (Abag, Aenda, Andav, Andef, Aprosoja, CNA, OCB e Sindiveg), organizações públicas (governo municipal e estadual) e privadas, além de outros apoiadores locais. Sobre o inpEV Há 17 anos, o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) atua como entidade gerenciadora do Sistema Campo Limpo nas atividades de destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas e promove ações de conscientização e educação ambiental sobre o tema, conforme previsto em legislação. É uma instituição sem fins lucrativos formada por mais de 100 empresas e nove entidades representativas da indústria do setor, distribuidores e agricultores. Sobre o Sistema Campo Limpo O Sistema Campo Limpo tem como base o princípio das responsabilidades compartilhadas entre todos os elos da cadeia produtiva (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. O Brasil é referência mundial na destinação ambientalmente correta do material, encaminhando 94% de embalagens plásticas primárias para reciclagem ou incineração. Mais informações sobre o inpEV e o Sistema Campo Limpo estão disponíveis no site www.inpev.org.br, no Facebook, Youtube e Instagram.




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