Grãos Brasil 98

Page 1


Linha Pós-Colheita BEQUISA. Com ela você não armazena só grãos, armazena lucros! Na hora de tratar seus grãos armazenados você já sabe com quem contar. A Linha Pós-Colheita Bequisa tem a combinação para o sucesso de qualquer armazenagem: alto controle de qualidade, ótima relação custo-benefício e eficácia contra os insetos. Armazene com a Linha Pós-Colheita Bequisa e comprove o resultado.

LINHA

ADVERTÊNCIA: Proteção à saúde Humana, Animal e ao Meio Ambiente. Esse produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita ou faça-o a quem não souber ler. Aplique somente as doses recomendadas. Mantenha afastadas das áreas de aplicação, crianças, pessoas desprotegidas e animais domésticos. Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Informe-se sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Primeiros Socorros e demais informações, vide o rótulo, bula e a receita. Evite a contaminação ambiental, preserve a natureza. Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d'água. Não reutilize as embalagens vazias. Descarte corretamente as embalagens e restos ou sobras de produtos. Periculosidade ambiental e demais informações, vide o rótulo, a bula e a embalagem. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Endereço: Av. Antônio Bernardo, 3.950 - Parque Industrial Imigrantes - São Vicente / S.P. CEP: 11349-380 - Tel: +55 13 3565-1208 - faleconosco@bequisa.com - www.bequisa.com.br


Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.

Innovations for a better world.


02 EDITORIAL

Ano XVII • nº 98

Setembro / Outubro 2019

www.graosbrasil.com.br

Diretor Executivo Domingo Yanucci

Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale

Caros Amigos e Leitores Com grande alegria chegamos com esta nova edição da Grãos Brasil, Da Semente ao Consumo. Cumprindo com nossa vocação de difundir o melhor da tecnologia de pós-colheita. Saõ milhares de empresas que trabalham na produção, colheita, acondicionamento, armazenagem, transporte, industrialização, controle de qualidade, comercialização e exportação de uma das principais riquesas do Brasil. Sabemos que chegamos a vocês com a revista em papel ou a versão digital, para acompanhar seu desenvolvimento e crescimento, assim como para ajudar ao setor a tomar as melhores decisões. Recentemente retornamos do evento que Grãos Brasil, concretiza junto com a Granos na Argentina. Este mês estamos na América Central em El Salvador, país que já concretizou um par de anos atrás um curso sobre manejo de grãos. Podemos dizer que o desenvolvimento não para. Este ano além do Brasil também levamos tecnología ao Mexico, Bolivia, Paraguai, Uruguai e Argentina. Como se vê na capa temos ainda muito para ganhar, baixando só um pouco as perdas de armazenagem, alcançamos grandes benefícios. Nesta edição estamos apresentando informação sobre monitoramento, conservação, comercialização, novas tecnologias, atualidade comercial do trigo, entre outros temas de interesse. Queremos agradecer a nossos destinatários, especialmente a nossos assinantes e as empresas e instituições que apoiam a capacitação do setor. Os deixo com bons conteúdos e até a próxima. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos. Com afeto.

Produção Arte-final, Diagramação e Capa

MidiaLab Propaganda 44

99145-3873 Ligue e Assine:

(48) 3034-6522 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Grão Brasil


04 Termometria em Unidades Armazenadoras: Comparativo de Sensores Digitais e Termopares - Eduardo Ferraz Monteiro e outros 07 Impacto do acordo MercosulUnião Europeia no agro será maior em regras 09 Eficiência e agilidade são os destaques do conjunto de secagem da Pinhalense - Pinhalense 10 Moageiros querem condições isonômicas para competir com importados 13 Lucre 50% ou Mais - Eng. Domingo Yanucci 15 O “porquê” da Consultoria no Agronegócio - Eng. Mecânico Nilo Graciano Jr. 18 J -System - Bequisa 20 GRANOS SAC 22 Curso Controle de Pragas de Grãos e Sementes - Eng. Domingo Yanucci 25 Demanda Cresce, mas Lucro dos Moinhos Cai 26 De Olho no Céu pra Esperar a Chuva do Plantio - Oswaldro J. Pedreiro 29 Benefícios do Resfriamento em Grãos de Milho - Angelica Demito e Prof. Dr. Valmor Ziegler 35 Brasil, um grande mercado para a Symaga - Symaga 36 Giro do Trigo Russo leva moinhos do Brasil às principais áreas produtoras 37 Plataforma de Comercialização Internacional 41 Não só de pão... 38 CoolSeed News 40 Utilíssimas Críticas e Sugestões: gerencia@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

www.graosbrasil.com.br


04 TECNOLOGIA

Termometria em Unidades Armazenadoras: Comparativo de Sensores Digitais e Termopares.

Eduardo Ferraz Monteiro Coagrisol Coop. Agroindustrial Soledade – RS Eduardo De Aguiar Marcos Antônio de Souza Vargas Murilo Gehrmann Schneider Tarcísio Cardoso Selinger Procer Automação Ltda Criciúma - SC

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

A armazenagem de grãos no Brasil necessita cada vez mais de profissionais qualificados e equipamentos que sejam confiáveis e possuam melhor rendimento e eficiência em cada área de atuação, como recebimento, classificação, secagem e armazenamento. Além disso, os custos estão aumentando cada vez mais, forçando o mercado a ser mais competitivo e evolutivo. Sendo assim, necessitamos também o uso de tecnologias aliadas a processos para que possamos melhorar resultados financeiros através de economia de energia e amenizar a perda de peso e qualidade do produto através da aeração. Os objetivos essenciais da aeração são o resfriamento dos grãos e a uniformização da temperatura visando manter os grãos a uma temperatura suficientemente baixa e uniforme para assegurar uma boa conservação, através da redução das atividades metabólicas dos

próprios grãos e dos organismos associados. (Elias, Moacir Cardoso. 2008). Para que possamos atingir os objetivos essenciais da aeração, é necessário um bom sistema de termometria para correta tomada de decisões. A necessidade de melhorias na coleta de informações surgiu devido à alteração de temperatura dos sensores termopares dentro da massa de grãos em virtude da variação térmica da temperatura do ar ambiente. Também o comprimento dos fios que ligam os sensores de temperatura dos pêndulos dos silos ao quadro de comando torna vulnerável ao ataque de roedores e outros problemas de funcionamento, comprometendo a confiabilidade das medições de temperatura dos sensores termopares dificultando a tomada de decisões podendo ocasionar perdas irreversíveis na qualidade dos grãos.


TECNOLOGIA 05 MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados sensores de temperatura com tecnologia termopar e digital. Os termopares são sensores de temperatura simples, robustos e de baixo custo, sendo amplamente utilizados nos mais variados processos de medição de temperatura. Um termopar é constituído de dois metais distintos, unidos em uma das extremidades. Os sensores termopares mais comumente utilizado na armazenagem são do tipo “T”, compostos de Cobre e Constantan, e sendo o sinal de tensão de saída destes sensores na faixa de entre 0,006258mV à 0,019030mV. (Bega, Egídio Alberto.2006). Os sensores digitais de temperatura são constituídos por materiais semicondutores, sendo o silício comumente utilizado nestes. Estes sensores são precisos, com erro máximo de ±0,5ºC, devido ao grau de pureza dos elementos sensíveis internos, e que não perdem suas características originais ao longo do tempo. Estes, diferentemente dos termopares, possui sinal de saída digital, que não é afetado por eventuais perdas de tensão ao longo do cabo, pois opera somente em lógica binária (nível lógico alto ou baixo) ( Swart, Jacobus W.2008). O experimento exibido a seguir é composto de imagens e gráficos de dois silos de unidades diferentes da Coagrisol Cooperativa Agroindustrial. O primeiro com tecnologia 100% termopar está localizado em Jacuizinho/RS, com capacidade de 3 mil toneladas. A avaliação foi realizada na data de 21/06/2016. O outro silo avaliado, com tecnologia 100% digital, está localizado na localidade de Tupinambá, Lagoa Vermelha/ RS. Ambos com soja armazenado desde abril de 2016 até dezembro de 2016. O formato de avaliação constitui de um software supervisório que capta via wireless (transmissão via rádio frequência, ou seja, sem utilização de fios) as informações coletadas de um módulo registrador de dados, instalado nos silos, conectado aos sensores de ambas as tecnologias (termopar e digital) dentro da massa de grãos no silo. O cabeamento que liga os sensores presentes na massa de grãos até o módulo registrador está sobre influência das mudanças de temperatura, ocasionando interferência térmica neste cabeamento, e consequentemente, nas medições de temperatura quando se trata de sinal termopar. As duas tecnologias foram avaliadas no mesmo dia e horário com o mesmo fator comparativo, porém em unidades e silos diferentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados encontrados estão representados nas figuras e gráficos abaixo, onde são comparadas as medições de temperatura de cada tecnologia nos horários das 06h00min (mínima influência térmica solar sobre os cabos dos sensores) e 14h00min (máxima influência térmica solar sobre os cabos dos sensores) do dia 21/06/2016. Ante a dificuldade em localizar referências bibliográficas mostrando resultados referentes à termome-

tria digital, temos a confiança no trabalho proposto devido aos resultados em mais de 50 silos com sensores digitais dentro da Coagrisol do período 2016 até julho de 2018. Em relação aos pêndulos com tecnologia termopar existem variações consideráveis, que variam conforme o horário do dia. Como base para este trabalho, a avaliação a seguir utilizamos a nomenclatura das siglas TE (temperatura externa ou temperatura ambiente), TImín (temperatura mínima interna na massa de grãos), TIméd (temperatura média interna na massa de grãos), TImáx (temperatura máxima interna na massa de grãos.

Figura 1 - Termometria com utilização de sensores termopares. Silo 01 de Jacuizinho/RS. Data: 21/06/2016 as 06h00min. TE: 3,5ºC; TImín:5,6 ºC; TIméd: 7,4ºC; TImáx: 11,9 ºC.

Figura 2 - Termometria com utilização de sensores termopares. Silo 01 de Jacuizinho/RS. TE 17,1ºC; TImín 10,1ºC; TIméd 12,1ºC; TImáx 15,8ºC.

Comparando as figuras 1 e 2, houve uma variação da temperatura externa (TE) de 3,5°C para 17,1ºC, ou seja, houve a elevação de temperatura em 13,6ºC em um período de 8h00min. A medição da temperatura na massa de grãos com sensores termopares obteve as seguintes diferenças, sendo os valores das 14h00min subtraindo-se os valores das 6h00min: TE: 13,6ºC; TImín: 4,5ºC; TIméd: 4,7ºC e TImáx: 3,9ºC. Através do Gráfico 01 é perceptível que mesmo sem a ação dos aeradores e sem variação na temperatura da massa de grãos, os sensores termopares oscilaram consideravelmente em suas medições, o que confirma que a variação de temperatura do cabo de compensação (que interliga os sensores ao equipamento) pode interferir na precisão e confiabilidade da medição dos termopares. www.graosbrasil.com.br


06 TECNOLOGIA TE em 10,9 ºC. A diferença das medições de temperatura dentro da massa de grãos utilizando sensores digitais obteve os seguintes resultados, subtraindo-se os valores das 14h00min e das 06h00min: TImín: 0,9 ºC, TIméd: -0,2 ºC e TImáx: -0,3ºC.

Gráfico 1 - Comparativo da Temperatura Externa x Temperatura Interna média na massa de grãos do silo 1 de Jacuizinho/RS entre 21/6/16 e 30/6/16 utilizando sensores termopar.

Gráfico 2 - Comparativo da Temperatura Externa x Temperatura Interna média na massa de grão do silo 1 de Tupinambá/RS entre 21/6/16 e 30/6/16 utilizando sensores digitais.

Figura 3 - Imagem software termometria – Silo 1 – Tupinambá/ RS - 21/06/2016 as 6h00. Termometria com utilização de sensores digitais. Silo 01 de Tupinambá/RS. TE 1,2ºC; TImín 3,2ºC; TIméd 7,5ºC; TImáx 12,9ºC.

Figura 4 - Imagem software termometria – Silo 1 – Tupinambá/ RS - 21/06/2016 as 14h00. Termometria com utilização de sensores digitais. Silo 01 de Tupinambá/RS. TE 12,1ºC; TImín 4,1ºC; TIméd 7,3ºC; TImáx 12,6ºC.

Comparando as figuras 3 e 4, houve uma variação da

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Através do Gráfico 2 é possível afirmar que independentemente do horário em que as medições foram realizadas, com a utilização dos sensores digitais, não existe alteração significativa nos valores aferidos, assim garantindo segurança nas informações obtidas, e desta forma, facilitando a tomada de decisões, tanto no que se refere a questões de aeração, descarga de produto, tempo de armazenagem, entre outros. Este trabalho prático mostrou no decorrer desses dois anos, a importância de ter a correta manutenção dos sensores, independentemente da tecnologia termopar ou digital. Ambos com suas importâncias e respeitando a tecnologia termopar que há quase duzentos anos está contribuindo para o crescimento e evolução da armazenagem de grãos no mundo. Pode-se dizer que a termometria digital é uma tecnologia confiável e consegue-se medir temperaturas com alterações sensíveis, evidenciando que o grão possui baixa condutibilidade térmica. A utilização de termometria digital possibilitou a diminuição do consumo de energia elétrica dos aeradores e maior eficiência na aeração, visto que é utilizado somente quando há necessidade, sem risco de ligar em um momento inoportuno devido à temperatura ser coletada erroneamente pelos sensores termopares que sabidamente possui um limitante devido à variação térmica do ar ambiente.


ATUALIDADE 07

Impacto do acordo MercosulUnião Europeia no agro será maior em regras

Para professor Marcos Jank, do Insper, acordo terá pouco impacto no tocante ao volume; País precisará enfrentar entraves para sua inserção global, mais centrada na Ásia do que na Europa.

Com o comércio de produtos do agronegócio regulado por cotas de exportação e importação, o acordo entre Mercosul e União Europeia terá menos impacto no tocante ao volume e maior no que diz respeito a regras e normas. Esta é a avaliação do professor Marcos Jank, do Insper, que proferiu palestra sobre o tema no 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, que se realizou em Campinas, de 22 a 24 de setembro. Embora reconheça a importância da parceria comercial com a Europa, o acadêmico lembra que os principais focos globais brasileiros estão centrados na Ásia. “Há 20 anos, os europeus eram os nossos grandes compradores. Hoje, 54% das exportações do agro vão para a Ásia e só 20% para a Europa, ressalta. Jank destaca ainda que, apesar dos entraves internos, como custo Brasil e lentidão na assinatura de

novos acordos comerciais, as exportações do agronegócio apresentaram crescimento orgânico, sobretudo dos produtos que tem menor dependência de ações do governo, o que demonstra o potencial do agronegócio nacional. Desde o ano 2000, as vendas externas de produtos como soja, algodão e milho saíram de US$ 20 bilhões para US$ 100 bilhões. “E isso aconteceu naturalmente, sem grande esforço nosso”, diz. No caso do trigo, que o Brasil importa, tem se verificado aumento da produtividade. Para o especialista, para que a cultura siga avançando, é necessário melhorar o nível tecnológico e a organização da cadeia produtiva, uma vez que, no geral, a agricultura brasileira é muito competitiva, e tem registrado crescimento acima de 5% ao ano para vários produtos. O especialista em agronegócio indica também pontos como o auwww.graosbrasil.com.br


08 ATUALIDADE mento no volume de investimentos, barreiras técnicas e sanitárias como entraves à entrada de produtos vindos de outros locais. “Estamos atrasados na agenda dos acordos e continuamos com obstáculos, como o custo Brasil, impostos elevados e deficiência da máquina pública”, complementa. Um exemplo é a Rússia, maior exportador de trigo do planeta, que enfrenta diversos obstáculos para que o grão chegue em maior quantidade ao Brasil. Mercosul e União Europeia Com sua exposição programada para o segundo dia do evento, o professor ressalva que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia ainda precisa ganhar fôlego e musculatura e vencer algumas resistências, como da Argentina, em especial se o vencedor das próximas eleições for Alberto Fernández, aliado da ex-presidente Cristina de Kirchner. Do lado europeu, os obstáculos referem-se à questão da Amazônia, que refletiu na imagem brasileira, como se observou nas reações de vários governos. É preciso lembrar que o tratado, para vigorar, precisa ser aprovado pelos parlamentos de todas as nações envolvidas. “Tecnicamente, o acordo, que demorou 20 anos, pode ter mais impacto em regras do que em comércio no tocante à agropecuária”, salienta Marcos Jank. Por outro lado, o tratado implica uma série de regras em diversas áreas, como investimentos, barreiras técnicas e de propriedade intelectual. “Tudo isso pode impactar as relações comerciais entre os países dos dois blocos”, observa o professor, enumerando os segmentos que mais deverão beneficiar-se do tratado: “Café, açúcar, soja e carnes são alguns dos produtos do agronegócio que deverão crescer no comércio com a Europa, que já compra esses itens do Brasil. Porém, tudo dentro de certas restrições. Nas carnes, por exemplo, o mercado não está aberto. É tudo no sistema de cotas e aprovação de plantas”. O mesmo raciocínio se aplica ao mercado do trigo, cujas importações/exportações são regidas por cotas e não por livre acesso, sendo comercializados apenas aqueles volumes previamente estabelecidos na negociação das cotas”. Recuperando o tempo perdido Marcos Jank lembra que o Brasil ficou para trás no contexto dos acordos bilaterais e regionais de comércio que se realizaram por numerosas nações. “Em consequência, temos sofrido há anos pela falta de acesso aos mercados” Apesar disso, os produtos da agricultura, que não dependem tanto do governo e nem das questões do protecionismo no exterior, foram os que tiveram melhor desempenho nas exportações, explica o professor. Um exemplo é a soja em grão, que não tem barreiras. A China tornou-se uma grande compradora, aumentando ainda mais o volume a partir da guerra comercial com os Estados Unidos. No algodão, o Brasil passou a Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

ser o segundo maior exportador mundial e será o primeiro em alguns anos. O milho, que não era muito exportado, passou a ter destaque, pois é produzido junto com a soja, no mesmo ano agrícola. Outro produto que cresce é a celulose. Açúcar e etanol também aumentaram, principalmente para países em desenvolvimento. Itens que estão caindo nas exportações são os que têm seu consumo mundial reduzido, como o tabaco. Suco de laranja também perde espaço, ante o mercado de refrigerantes e a presença crescente de outras frutas. Desafios do Brasil no mundo Para o professor, o País terá de enfrentar três grandes desafios na sua inserção global, para recuperar o tempo perdido em termos de acordos comerciais: ampliar o acesso aos mercados, pois ainda existem muitas barreiras tarifárias, sanitárias, técnicas e burocráticas; melhorar a imagem do Brasil, deteriorada hoje, principalmente na Europa, devido à questão amazônica. É preciso melhorar a comunicação e o diálogo; e modernização da legislação nacional, para ganhar competitividade.

Marcos Jank - Insper Agro Global


INFORME EMPRESARIAL 09

Eficiência e agilidade são os destaques do conjunto de secagem da Pinhalense

Líder mundial em tecnologia para processamento de grãos, a Pinhalense investe continuamente na evolução de seus equipamentos. Prova disso é o secador rotativo para feijão da linha SRE, desenvolvido especificamente para esse tipo de secagem, diferentemente de equipamentos de outras culturas, muitas vezes resultados de adaptações. Com capacidade que pode chegar a 24 mil litros, o equipamento suporta o peso específico do feijão, e realiza o processo de secagem de maneira mais uniforme e ágil. Assim, o produtor tem um ganho de tempo considerável graças a seus sistemas de ventilação e de ar quente, além da carga e descarga rápida. Outro fator de destaque do SRE é seu sistema de semipolimento, que confere ao produto final um aspecto mais claro e brilhante, ou seja, mais atrativo para sua comercialização, conforme as caracterís-

ticas valorizadas pelo consumidor em relação ao feijão. O secador da Pinhalense também proporciona economia de combustível e tem maior vida útil em comparação com máquinas similares. Além do SRE para 15 e 24 mil litros, a fabricante de Espírito Santo do Pinhal dispõe de outros equipamentos destinados especialmente ao produtor de feijão e cereais. • PRÉ-LIMPEZA Adapta-se à limpeza de qualquer grão através da simples troca de peneiras. De estrutura estável, não transmite vibração ao piso ou laje onde esteja instalada. • MESA DENSIMÉTRICA Promove a separação dos grãos, conforme suas diferentes densidades, por meio de um sistema vibratório com ventilação. De menor poluição sonora que versões anteriores, caracteriza-se pelo baixo consumo de energia. www.graosbrasil.com.br


10 MERCADO

Moageiros querem condições isonômicas para competir com importados

Abertura de mercado, transformações nos hábitos de consumo, regulamentação e mudanças no mercado global do trigo serão os principais temas do 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo.

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Os desafios da indústria moageira no atual cenário macroeconômico, os recentes acordos comerciais fechados ou em negociação, as diferentes regulamentações e a entrada de novos players no tabuleiro global de fornecimento de trigo são os temas centrais de acordo com apresentação que lançou o 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo. Divulgação teve como porta-vozes o embaixador Rubens Barbosa e João Carlos Veríssimo, presidentes Executivo e do Conselho Deliberativo da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), respectivamente. “Traremos especialistas que debaterão a evolução do mercado e o que está sendo feito nos Estados Unidos, Argentina Paraguai e Rússia. É interessante falarmos sobre qual é a visão que os principais produtores e exportadores têm sobre o Brasil e mostrarmos aos moinhos nacionais quais os benefícios des-

ses mercados”, ressalta Barbosa. Para João Carlos Veríssimo, as intensas transformações nos hábitos de consumo dos brasileiros têm modificado também os canais de distribuição, tanto de farinha quanto dos produtos acabados, como pães, massas, biscoitos e pães industrializados, o que tem impactado as margens do setor. Isto, somado às perspectivas de avanço nos acordos comerciais do Mercosul com outros blocos econômicos, impõe ao setor grandes desafios, que, se bem aproveitados pela indústria, poderão ser convertidos em oportunidades. No cenário doméstico, as mudanças têm acarretado duas alterações expressivas no mercado. “Uma delas é que as margens estão caindo constantemente nos últimos três anos, e neste ano não será diferente”, explica Veríssimo, que aponta também, como segundo fator de pressão, o descompasso


MERCADO 11 entre o rendimento médio das empresas e o aumento no preço da matéria prima. Em 2018, essa relação foi de 10% e 17%, respectivamente. Competitividade Os dirigentes da Associação apontam a competitividade da indústria nacional como um ponto a ser melhorado, para que o país possa aproveitar os benefícios obtidos com o acesso a novos mercados. De acordo com Veríssimo, o momento pede que as indústrias avaliem, internamente, o que é necessário ser feito, em questão de investimentos, para que os produtos brasileiros sejam capazes de competir, em pé de igualdade, com os importados. “A nossa qualidade é muito parecida com a deles. As características podem ser diferentes, em questão de hábitos de consumo, mas temos a mesma qualidade. Se o mercado se abrir, nós também temos a oportunidade de vender os produtos brasileiros para fora. O que vendemos de massas e biscoitos é um volume muito pequeno em relação à nossa produção, e basicamente para a América Latina. Não há grandes exportações. Por isso, essa globalização é extremamente importante para o nosso setor”, diz. O mesmo posicionamento é adotado pelo presidente executivo da Abitrigo, embaixador Rubens Barbosa, que cita o papel do governo como um ponto de apoio ao aumento de nossa competitividade frente aos

importados. “Para que o Brasil possa aproveitar as preferências tarifárias que vai ganhar com esse acordo e resguardar os interesses no mercado interno, temos de fazer o dever de casa. O custo Brasil é, hoje, o grande vilão do setor exportador. Nós temos que reduzir significativamente esse custo, o que deve ser feito, e já está em vigor, com as reformas que estão ocorrendo, e as medidas que virão em seguida como a desburocratização, que tornará as empresas mais competitivas no mercado interno e externo”, destaca.

www.graosbrasil.com.br


12 MERCADO Acordos No âmbito externo, o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que deve isentar de tarifas de importação os produtos acabados, foi indicado como um terceiro movimento a ser acompanhado de perto pelo setor moageiro, por seu impacto a longo prazo. “Quando o Brasil faz um tratado como esse, reduzindo as tarifas de importação de produtos finais, possibilita que as indústrias de farinha tenham maior concorrência internacional”, destaca Veríssimo, chamando a atenção para o desequilíbrio entre a abertura para o mercado de consumo e a forte regulação sobre os agentes produtivos nacionais. Como exemplo deste cenário, o dirigente destaca a existência de três regulamentações distintas para a compra de trigo (um padrão internacional, a do Mercosul e as legislações nacionais), que interferem no nível de aceitação do cereal vindo de diferentes países, como a Rússia. “Nosso setor fica, de um lado, aberto para o mundo, e de outro lado, taxado e regulado sem isonomia para competir, de forma igual, com nossos concorrentes”, alerta o presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo. Política Nacional do Trigo A Política Nacional do Trigo, conjunto de medidas apresentado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), também será discutida no Congresso Internacional da Indústria do Trigo, conforme detalhou o embaixador Rubens Barbosa. “Algumas medidas estão avançando, nós estamos acompanhando isso, e vamos aproveitar a visita da ministra Teresa Cristina ao Congresso para discutir o andamento da proposta. Essa foi uma medida tomada pelo setor privado, uma contribuição do governo, mas vai depender de uma ação política [para que entre em vigor]”. O presidente executivo da Abitrigo citou, ainda, a ação adotada pela Rússia para reforçar a importância do programa para diminuir a dependência brasileira do trigo importado. “A Rússia tomou uma atitude governamental para

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

aumentar a produção de trigo. Eles fizeram uma política nacional e se tornaram um dos maiores produtores e exportadores do mundo”, conclui. Nos três dias de evento, além da discussão de temas relevantes ao mercado interno, o atual cenário do trigo em importantes mercados, como Estados Unidos, Rússia, Paraguai e Argentina foi debatido por palestrantes internacionais.


TECNOLOGIA 13

LUCRE 50% OU MAIS

Eng. Domingo Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

Aqueles que não sabem do que se trata a pós-colheita e a armazenagem de grãos, poderam acreditar que o título desta matéria é falso, só um chamariz ou algo fantasioso. Mas não é assim. Pensemos na seguinte relação: 1/40/500/2500 1: Uma tonelada de capacidade estática 40: Custo em reais para trabalhar 1 tonelada de grãos 500: Investimento em reais para construir 1 tonelada de capacidade completa 2500: Valor em reais dos grãos que ingressam por ano em 1t de capacidade estática. Os R$ 40 incluem os gastos, amortização e juros. Os R$ 500 de investimento incluem todos os equipamentos de manipulação, secagem, etc., isto logicamente se refere a um investimento que se

faz só uma vez e se amortiza por 20 ou mais anos. Tomando um valor médio de grãos (R$ 1000/tonelada) com 2,5 giros no armazem, chegamos a R$ 2500 por ano que passaram por 1 tonelada de capacidade. Como é a relação se considerarmos 10 anos ? 1/400/500/25000 O custo chega a estar muito perto do investimento, mas o valor dos grãos que passaram de uma relação de 50/1, os grãos valem 50 vezes mais que o investimento. Então fica claro que o importante são os grãos. No momento de definir a instalação muitas vezes se trabalha para alcançar um orçamento menor, os provedores de silos, secadores, elevadores,etc., buscam ser competitivos e em geral se resume a ser mais barato, descuidando a economia dos processos posteriores. www.graosbrasil.com.br


14 TECNOLOGIA Não é estranho confundir BARATO com ECONÔMICO. Barato significa um menor preço da instalação, um menor investimento inicial, que a maioria das vezes vai levar a perdas de grãos e operativas, que farão o armazem ANTI-ECONÔMICO. Que significa diminuir um 1% as perdas do armazem ?. No exemplo da relação que apresentamos em 1 ano 1 % significa R$ 25, mais de 50% do custo é equivalente a mais de 100% dos gastos. Com estas simples contas vemos que o título da matéria fico curto. Em definitiva se nós logramos com o uso de boa tecnologia, diminuir as perdas, a economia do armazem se verá muito favorecida. Quanto de perdas nós temos no armazem? Avançando sobre este tema vemos como evoluem as perdas na pós-colheita desde a recepção até a escoamento, passando pela limpeza, secagem, armazenagem, etc..

valores importantes. Por isso insistimos na idéia de que diminuir as perdas é o caminho. E não só as perdas de peso seco, também as perdas de qualidade. Muitos responsáveis de armazenagem ainda confundem os conceitos de quebra técnica, com perda e faltante. Tempos atrás era comum usar o mesmo termo QUEBRA TÉCNICA para denominar o desconto do peso para quem entregava os grãos no armazem, como para as perdas do próprio armazem. QUEBRA TÉCNICA: é um desconto em peso que se faz a quem entrega os grãos no armazem, determinada nas normas de comercialização, já seja por umidade, matéria estranha, etc., com a finalidade de compensar as perdas que se vão a produzir no armazem que usa uma tecnologia tradicional e generalizada e que tem uma pequena cobertura a favor. PERDA: é toda perda de peso ou qualidade que se produz no armazem, já seja por fungos, insetos, secagem agressivo, erros de amostragem, etc.. Da relação entre quebra técnica e perda se define o faltante ou sobrante. Se a perda é menor a quebra técnica realizada é a favor, então vai sobrar grão, se a perda é maior que a quebra técnica a favor, então vai faltar grão. Também não devemos confundir perda com falta de produto. Se o faltante é de 1 % e a quebra técnica a favor foi 2 %, então a perda é a soma de 1 + 2, igual a 3 %. Reitero: é impossível trabalhar na pós-colheita sem perda. De qualquer forma é bom ter excedente, coisa que podemos alcançar com um manejo honesto, quando diminuirmos as perdas. Para terminar pode-se concluir: Não confundir barato com econômico, buscar a tecnologia que permita maior eficiência, diminuir os gastos e sobre tudo as perdas a uma mínima expressão, de maneira que nunca falte grão e que a qualidade que sai do armazem seja melhor do que a que ingressa.

ESTÁ EM NOSSAS MÃOS LUCRAR 50 OU MAIS DE 100% A MAIS.

Somando as perdas mínimas esperadas chegamos a 2% , somando as máximas chegamos a 6%, mas sabemos que não são poucos os armazens onde a perda é de 6 , 7 ou 8%. Em 1% que a nível de produção não é significativo na pós-colheita toma muita importância, por isso sempre falamos que a pós-colheita é o negócio do centavo. A soma da pequenas perdas no processo total leva a Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro


ATUALIDADE 15

O “porquê” da Consultoria no Agronegócio

Eng. Mecânico Nilo Graciano Jr. Consultor / NG AGRO nilo@ngagroconsultoria.com.br

Qual empresário não quer ver seu empreendimento crescendo e se tornando destaque em sua atividade? Certamente todos querem. Acontece que para que isso ocorra é necessário um plano de crescimento e equipe para executar este plano. Todo este preparativo e execução consome recursos da empresa, sejam eles humanos, financeiros ou tempo, o que na maioria das vezes prejudica a atividade diária com o afastamento de pessoas chave do processo. As grandes empresas que mais cresceram nos últimos anos, em sua grande maioria adotaram a Gestão por Projetos. Na definição de um plano estratégico de crescimento ou em um projeto de ampliação da área produtiva, uma boa alternativa é buscar auxílio externo

através de profissionais com experiência e que estarão dedicados todo o tempo a este determinado projeto até que esteja implantado. As vantagens de se trazer uma consultoria para implantar um projeto, são fáceis de identificar, de quantificar, e por muitas vezes são o fator de sucesso do projeto. Ao tentar fazer tudo com equipe própria, pode-se comprometer a atividade diária de seu negócio. As prioridades das equipes internas são os resultados da operação, atingir os objetivos existentes e desta forma quando surgem as dificuldades a prioridade deixa de ser o projeto, causando uma descontinuidade e perda de ritmo de implantação. Ao complementar temporariamente sua equipe com especialistas, as atividades diárias e os projetos são realizados em paralelo e com enerwww.graosbrasil.com.br


16 ATUALIDADE gia, mantendo o resultado da operação, sucesso da implantação do novo projeto e tudo isso com custos menores. A NG AGRO entende este cenário e é desta forma que propõe parcerias aos clientes no momento de implantar novos projetos, assessorar na melhoria da operação existente, definir um Planejamento Estratégico, treinar equipes e em todos os outros serviços. Ser analítico e conseguir realizar um diagnóstico preciso, identificar a forma de trabalho da empresa, avaliar seus processos e os resultados gerados, são etapas extremamente importantes no início dos trabalhos. Saber ouvir as necessidades do cliente, o respeito as características da empresa, seu DNA, também é condição para o sucesso do projeto. No processo de planejamento, o consultor apresenta os processos ou rotinas a serem mantidos, porque estes geram valor, os a serem melhorados para que passem a ser mais rentáveis e os que podem ser eliminados, pois não geram valor e ao serem eliminados tornam a operação mais enxuta. Sugerir e construir plano de ação em conjunto com a gestão da empresa e com os profissionais que entendem do processo, é muito importante para realmente transformar problemas em resultados. Atualmente as empresas tem que estar focadas em sua atividade fim, seu core business, e é com esta visão que a NG AGRO atua com profissionais capacitados,

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

com experiência no Agronegócio, que estão em constante atualização, os quais estão prontos para atuar nos projetos de melhoria, entrega-los no prazo e com qualidade, sem que o cliente perca seu maior objetivo de vista. E foi com esta abordagem, que relacionei anteriormente alguns pontos chave dos projetos de melhoria, para que após avaliados, ajude-os a conhecer e entender um pouco mais do porquê da consultoria no agronegócio.


CONTROLE DE PRAGAS 17

Soluções contemporâneas em serviços, transformadas em resultados! NG AGRO AS MELHORES SOLUÇÕES EM: Gerenciamento de Obras; Assessoria em projetos e aquisições; Avaliação de equipamentos; Treinamento em Operação e Manutenção (Recepção, Limpeza, Secagem e Armazenagem de grãos); Desenvolvimento comportamental para equipes; Melhoria contínua em operação de silos e armazéns (processo enxuto); Gestão Empresarial / Planejamento Estratégico. NG AGRO Consultoria Assessoria e Serviços de Engenharia Ltda. E-mail: comercial@ngagroconsultoria.com.br - Fone: (19) 9 9941-6565 Indaiatuba / SP

www.ngagroconsultoria.com.br

www.graosbrasil.com.br


18 CONTROLE DE PRAGAS

Revista Grãos Brasil - Julho / Agosto


ATUALIDADE 19

Participantes capacitação GRANORTE - Bolívia www.graosbrasil.com.br


20 GRANOS SAC

Granos SAC 2019 POS-COLHEITA DE PRECISÃO

No mês de setembro como e tradicional concretizamos uma nova edição de nosso encontro em Rosario (SF-Arg.). Depois de uma colheita record em toda a região e em meio de uma crisis económica e política, propia de nossos paises que tem dificultade para seguir um rumo continuado. O encontro foi muito satisfatorio, com participantes de Argentina, Uruguay, Paraguay , Brasil , Bolivia e hasta visita de Panama (Centro América). Tratando temas de grande atualidade para o setor que armazena grãos e sementes e compartilhando dos cursos de especialização, umo sobre controle de pragas e outro sobre aeração e resfriamento. Nas proximas lineas presentamos uma semblanza da cada um dos palestrantes. Eng. Marcelo HOYOS (BASF) especialista em controle de ratos presento seu tema: Mudando os paradigmas do controle. Os ratos ainda siguem ganando terreno. A atividade agroindustrial no mundo , é e será alvo das 3 especies sinantropicas. Abundante quantidade de alimento, estruturas que permitem o acceso, terrenos e estruturas para fazer ninos, são uma contante. Desde as tradiçoas armadilhas, pasando por os produtos químicos anticoagulantes ate chegar as atuaes drogas modernas , caraterizadas por su capacidad de atração, unidosicos, efetivos, económicos e seguros para o meio ambente. Hoje sabemos que a melhor ferramenta e o conhecimento do MIP (Manejo Integrado de Pragas). O Eng. Hoyos se pregunta, O problema são os ratos ou os homes ?, sem duvida os ratos são as pragas a controlar, mas o home e o principal ator de este filme. A pergunta a fazernos e como mudar o comportamento das pessoas que trabalham em um armazem, por exemplo, para alcanzar efectos positivos no programa de controle. Como guia podemos ter: 1-Diagnostico. 2-Conversa com os responsaveis Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

3-Determinação de pontos críticos de resgo. 4-Presentação e explicação do significado de controle integral. 5-Levar o programa a todos os funcionarios. Todos ajudam e colaboram. Temos as melhores ferramentas físicas e químicas, por isso e necessario integrar elasem programas que impliquem mudanças culturaes.

Eng. Mariano Aguilar (TECNOSILO) representante de SYMAGA, comento a Importancia dos silos metálicos nos sistemas de armazenamento e conservação de grãos. Sem duvidas comparando o silo métalico com outras alternativas, a tecnología silo metálico e muito recomendavel. O armazenagem em graneleiros requer muita superficie maior, o manipuleo dos grãos e más dificultoso, dificultando a automatização da carga e descarga. Em um graneleiro o amostragem e monitoreamento, a aeração, expurgo e controle de ratos e mas dificil. Comparando com os silos de manposteria (cemento) , estos últimos requerem maior investimento e uma construção mas lenta. Comparando o silo metálico com o silo bolsa, estos últimos tem um gasto muito superior e grandes perdas, por o que se voce segue trabalhando em armazenagem e conveniente o inves-


GRANOS SAC 21 timento em estruturas permanentes. Em definitiva o silo metálico cumple o criterio de “SLAM”, Sanidade, Limpeza, Aeração ou resfriamento e Monitoreamento, quatro condiçoes básicas para uma boa conservação. Os silos metálicos se podem diferenciar emtre elos por a materia prima, por o desenho e por o proceso produtivos. A capa de zinc da galvanização permite uma boa proteção do acero. A capa de zinc se sacrifica formando um oxido branco, evitando a produção do oxido vermelho que permite o deterioro do acero. A pintura dos corpo do silo,assim como das estruturas internas, escaleras, plataformas, etc. deve ser eliminada. O silo SYMAGA se fabrica com acero galvanizado Z600 e ZM310. Z600 significa que o recrobimento de zinc e de 600 g/m2 , e ZM310 e um recobrimento de zinc, magnesio e aluminio de 310 g/m2. O agregado de estos dos metaes oferece proteção adicional nos tetos. O proceso de fabricação junto com a meteria prima e o desenho e o qu eposiciona a oferta de estos silos no mercado. A fabrica e totalmente automatizada, oq eu permite uma qualidade estandarizada do produto; isto facilita e muito o montagem. Hoje os silos SYMAGA estão presentes em 140 paises, incluso no Brasil, com 35 milhones de toneladas construidas.

Eng. Gustavo MANFREDI (Agroaerea), periodista e consultor, grande conhecedor da realidade agropecuaria da Argentina, brindo um panorama do que podemos esperar em materia fiscal e produtiva. Depois de uma colheita record, 145 milhones de toneladas, o oficialismo se comprometio a não incrementar as retençoes (imposto a exportação), tambem os candidatos da opisição, lembremos que em outubro se tem eleção a presidente, falarom da importança do agronegocio, para dar impulso a economía e voltar por um caminho de crecimento. Mas lembro que o Kirchnerismo foi a causa que motivo o quebre da matriz produtiva do pais.

Eng. Armando CASALINS (Asesor de Federação de Acopiadores de cereais) presento a comparação de custo de silo bolsa versus entrega no cerealista. Eng. Gabriel LOPES SILVA (Gerente regional de ENVIROLOGIX), presento um tema de importança crecente, as MICOTOXINAS. Sustançãs producidas por o fungos, que sempre acompanham os grãos, que alem de multiples problemas na produção de carne, chegam a ser cancerigenas nos seres humanos. Podem producirse na lavora e tambem no armazenagem e resultam termoestaveis, por o que não podem ser eliminadas. O mesmo que os fungos em grande parte de seu accionar são invisiveis ao olho humano. Seguramente voce já escuto falar de Aflatoxina, Fuminisina, Zerealenona, Acrotoxina, DON. As mesmas se midem em PPM ou PPB, e como encontrar um chines na china. Como bem rescata Lopes Silva, As micotoxinas náo ocurrem sempre , mas sempre podem ocurrir. Por este motivo e recomendavel instrumentar um sistema de monitoreamento que nos permita estar alerta, conhecer onde estamos parados, de maneira que a realidade não nos pegue por sorpresa. Se deve ter em conta que um camião contaminado pode afetar a carga de todo um barco.

Eng. Sebastian BARRUTIA (INOQUA) presento o tema das armadilhas com feromonas. Ele comento que os insetos moram em um mndo de adores, usando as senhais olfativas para gerenciar uma variedade de comportamentos sociaes, cortejo, apareamento, oviposição, etc.. Todos os seres vivos propducimos feromonas (hormonas que atuam fora de nosso corpo). As mesmas, no caso dos insetos podem usarse para o monitoramento. Isto permite conhecer que pragas temos, onde, qual e o nivel de infestação, de maneira de tomar as medidas corretivas certas. www.graosbrasil.com.br


22 CONTROLE DE PRAGAS

Curso

Controle de Pragas de Grãos e Sementes

Eng. Domingo Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Este é um tópico de grande relevância em nossa região, estamos passando por uma transformação que nos permitirá acessar um novo e melhor nível sanitário, outros países da América Latina estão sofrendo com novas pragas e raças resistentes, novas ferramentas também estão sendo incorporadas , especialmente de natureza física, para controle. Como sabemos, falamos de CONTROLE e não de MANEJO de insetos, como é comum em outras áreas da terapêutica, pois devido à extensão e onipresença dessas pragas; a dificuldade de sua detecção (tanto na recepção quanto no armazenamento), bem como a magnitude dos danos, os baixos custos dos tratamentos e as demandas comerciais, devemos pensar na eliminação das pragas e o conceito de LIMITE DE DANOS não existe . Para lembrar, definimos o Controle Integrado de Pragas Pós-co-

lheita como o conjunto de medidas legais, físicas, químicas e operacionais, o que nos permite ter um volume livre de insetos vivos ou mortos, livre de resíduos perigosos e atingir esses objetivos em uma estrutura de Segurança e economia. Este século nos apresenta vários desafios, que discutimos em uma nota da edição anterior de Grãos, listamos em ordem de importância: 1. Condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento de pragas que atacam grãos. 2. Surgimento de novas espécies e raças tolerantes, com crescente importância. 3. Desaparecimento de ingredientes ativos tradicionais, como fenitrotion ou DDVP. 4. Não há aparecimento de novos ingredientes ativos. 5. Novas máquinas e sistemas de aplicação de gorgojicidas. 6. Maior capacidade de detectar


CONTROLE DE PRAGAS 23 resíduos e diminuir as tolerâncias internacionais. 7. Maior cuidado com os responsáveis por quilos e qualidade do que é armazenado. 8. Maior sensibilidade do público e nova legislação para a aplicação de inseticidas. 9. Uso crescente do saco de silo e sistemas de refrigeração artificial e controle com altas temperaturas. 10. Melhores sistemas de amostragem e detecção de pragas. Um tópico muito subdesenvolvido, embora conhecido há vários anos, é a amostragem, o monitoramento e o uso de armadilhas. Por um lado, o nível de amostragem na recepção da mercadoria deve ser de 3 a 4 vezes maior para detectar pequenas infestações, isso é muito complicado de implementar. Além disso, telas de laboratório mecânico não são comuns. Também não existem sistemas mecânicos de extração de amostras nas plantas de coleta, o que realmente nos permitiria ter uma amostra mais representativa e, finalmente, o uso de armadilhas não é generalizado. Nesta edição, vemos uma nota muito interessante sobre eles, da INOQUA. Sem dúvida, não podemos enfrentar o problema dos insetos apenas com a aplicação de inseticida, monitoramento e controle físico são essenciais dentro do controle integrado. O CIPP parte da base de saneamento, que se refere tanto a pragas de insetos quanto a inóculo de microrganismos (fungos). É comum dizer que 70% do sucesso do controle de pragas depende dessa etapa. No entanto, vemos que poucas instalações alcançam o mínimo de limpeza, equipamentos e programas estão faltando; que os tratamentos de instalação não são bem-sucedidos, faltam equipamentos e ajustes na escolha de pesticidas e doses. Um dos paradigmas terapêuticos, Prevenir é melhor que remediar, é mais eficaz do que nunca. Nesse sentido, os últimos anos foram realmente transformadores. Não porque os novos ingredientes ativos foram incorporados, mas porque a aplicação dos já conhecidos foi

aperfeiçoada, sabemos que nenhum produto é melhor que sua aplicação e hoje o mercado possui sistemas simples e modernos, para que os resíduos possam ser pulverizados no grão ou semente para conservar. Falhas de aplicação em 200 t das 5000t do silo, levara a ter que expurgar toda a massa de grãos. Isso levou muitas empresas a optar por não implementar tratamentos preventivos e avançar com os tratamentos no consultório (com o uso do DDVP hoje proibido) ou apenas com o uso de fumigantes. Já comentamos várias vezes o quão desastrosa essa prática de “bombeiro” significava para a saúde dos grãos, o que eliminava insetos adultos vivos e entregava uma mercadoria que praticamente se tornou uma “bomba-relógio” para o aparecimento de novas pragas. Em termos de tratamentos curativos (EXPURGO), a Argentina, por muitos anos um celeiro de reconhecimento mundial, desenvolveu uma tecnologia eficiente. A fosfina é de uso universal e provavelmente permanecerá assim por muito tempo. Sua eficácia, versatilidade, segurança e economia permitiram que esse princípio ativo fosse o fumigante mais amplamente utilizado. No entanto, as usinas de silos tiveram que superar algumas práticas desastrosas, como umedecer ou rachar as pastilhas, aplicar em caminhões de transporte, conduzir o gás com os ventiladores de aeração, subdosagem, entre outros. Atualmente, temos uma maior consciência do significado do uso desse tipo de fumigante, com alta toxicidade para pragas e praticamente nenhum resíduo perigoso nos grãos. Variáveis como: Formas de aplicação - Dosagem - Concentração e tempo - Sistemas de monitoramento - Equipamentos de proteção - Ventilação, são de grande importância para o uso sustentável da tecnologia. Obviamente, o CIPP não é apenas a limpeza e aplicação de pesticidas. Podemos listar outras práticas substanciais: Amostragem - Pré-limpeza - Secagem - Aeração - Refrigeração - Monitoramento - Armazenamento hermético - Atmosfera modificada. Obviamente, questões comerciais e legislativas também são

www.graosbrasil.com.br


24 CONTROLE DE PRAGAS gas - diminui a taxa de desenvolvimento de microrganismos - reduz as perdas de peso seco - permite o armazenamento com mais umidade - prolonga o TAS (Safe Storage Time). Para quem compra grãos sem agrotóxicos, é também uma alternativa valiosa. No entanto, para esta prática de todos os seus frutos, a mercadoria deve ser resfriada o mais rápido possível, idealmente no dia em que o grão ou a semente entra na planta de silos.

Eng. Guillermo ROMERO (FUGRAN), presento a estategía de CIPP, que consiste em Acondicionamento de espaço vacios, tratamentos preventivos na recepção dos grãos e com gas FOSFINA para asegurar o controle definitivo das pragas. importantes. A pré-limpeza (que não deve ser confundida com a aspiração de pó ou com a agitação de pré-secagem) é uma prática altamente recomendada, pois permite eliminar uma parte importante da infestação de adultos que acompanham os grãos. Embora o trabalho realizado pelos pré-purificadores seja tão importante, eles não são suficientemente difundidos. Uma boa pré-limpeza melhora a aeração ou o resfriamento subsequente, diminui a carga microbiana, diminui o fenômeno de segregação (causando aquecimento do coração do silo), facilita a secagem e a limpeza (agitação), diminui os riscos de explosão e desgaste, principalmente os dutos de gravidade. A aeração, muito eficaz nos países nórdicos, deixa muito a desejar, especialmente nas regiões quentes do nosso continente. Já mencionamos em várias ocasiões que, para o nosso clima, a vazão específica mais difundida é praticamente metade da necessária e para regiões mais quentes (acima do meridiano 36 para grãos e 38 para sementes) o uso do ar ambiente praticamente não resolve problemas de conservação , isto é, não pode ser usado para limitar o desenvolvimento de pragas, entre outras coisas. Nas áreas mais frias da Argentina, na colheita fina, podemos atingir uma temperatura de 20 a 22ºC, o que não limita totalmente o desenvolvimento de pragas. A refrigeração artificial é a prática que quebra quase todos os paradigmas de grãos pós-colheita. Recentemente, apresente uma nota no Grãos, falando sobre refrigeração artificial - a prática natural. Ninguém contesta que o frio é a melhor ferramenta de conservação. Entre outras coisas: limita o desenvolvimento de praRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Sr. Juan HERRERA (RYZOBACTER), palestro sobre a mistura de agrotoxicos (organofosforados e piretroides) como ferramenta chave do CIPP. Buscando efetividade e menor custo, em um mercado internacional, cada vez mas exigente em inoquidade e qualidade. A combinação de Actellic 50 (Pirimifos metil 50) e Karate Zeón (lambdacialotrina micro emcapsulada 5 %), permite controlar todo o espetro de pragas (gorgulhos – carunchos – besourinho).


ATUALIDADE 25

Demanda Cresce, mas Lucro dos Moinhos Cai

Descompassos da cadeia produtiva podem ser corrigidos pela Política Nacional do Trigo, entregue ao governo pela Abitrigo, entidade representativa da indústria moageira, que também debaterá o tema no maior congresso do setor no Brasil

Em 2019, na comparação com 2018, a demanda nacional por farinha de trigo e derivados deverá crescer 1,5%. Porém, esta expansão dificilmente terá reflexos positivos nos resultados da indústria moageira, que, devido à crise e ao desemprego ainda elevado no País, não tem repassado os aumentos de custo da produção, de 17% este ano, às padarias, indústria alimentícia e consumidor final. Somente a matéria-prima teve majoração de 8%. A entidade, com base em dados dos moinhos, calcula que a margem bruta do setor tenha caído de três a quatro pontos nos últimos três anos. “Em 2019, a tendência deverá manter-se” salienta o embaixador Rubens Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Importação e fretes Um dos fatores que está pressionando os custos da indústria moageira é o tabelamento dos fretes. Rubens Barbosa salienta que a Abitrigo acompanha as discussões do assunto. “Estamos preocupados com o adiamento do julgamento da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF), mas torcemos por um desfecho positivo”. Outra questão refere-se ao fato

de o Brasil importar mais da metade do trigo que consume, pois a produção interna está longe de atender à demanda. “Nosso maior fornecedor é a Argentina, cuja crise atual, associada à valorização do dólar, que pesa muito numa commodity como o trigo, também está influenciando os preços”, explica Rubens Barbosa, acrescentando: “A quota de 750 mil toneladas anuais sem tarifa, para países de fora do Mercosul, anunciada este ano pelo governo brasileiro, deverá contribuir para equilibrar a oferta da matéria-prima”. Congresso Todas essas questões permeiam a pauta do 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, que a Abitrigo realizou, de 22 a 24 de setembro, no hotel Royal Palm Plaza, em Campinas, sob o tema central “Novas estratégias para um novo cenário”. Os desafios da indústria moageira e de toda a cadeia de valores consubstanciam a “Política Nacional do Trigo”, que a entidade entregou ao governo e está em análise no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cuja titular, Tereza Cristina, estará presente ao evento, considerado o maior do setor no Brasil. www.graosbrasil.com.br


26 COMERCIALIZAÇÃO

DE OLHO NO CÉU PRA ESPERAR A CHUVA DO PLANTIO

Oswaldro J. Pedreiro Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

As primeiras tentativas de plantio na primeira chuva que caiu em agosto não foi uma boa experiência, porque a umidade não foi tão significativa e quem arriscou plantar terá que replantar mas só depois que chover pra valer! Parafraseando o poeta, haja fé pra rezar pedindo a São Pedro que mande a chuva necessária, porque até agora o que se vê é uma grande frustração em ver a estimativa de nova super safra se esvaziar a cada sol que nasce cada vez mais forte e aquecedor!... As notícias vindas de diversas regiões de produção de norte a sul, de leste a oeste do Brasil remetem a uma perspectiva de que vai ser um ano difícil e trabalhoso, com pouca umidade no início e talvez muita umidade no decorrer do ci-

clo de plantio de verão. O reflexo está sendo notado na evolução dos preços de milho principalmente, com os produtores retendo seus estoques até confirmar que a nova safra estará teoricamente assegurada pra aí sim trazer a mercado os seus estoques tão carinhosamente protegidos em seus próprios silos, debaixo das suas asas. Os números de exportação de milho anunciados mensalmente melo Ministério da Agricultura mostra que as saídas para o exterior estão bem próximas às projeções para 2019, sendo que até 30/9 já atingimos 30 milhões de toneladas exportadas. Veja o quadro das exportações de milho em 2018 comparado aos números até outubro/2019:


Temos que acompanhar pra saber se tudo o que foi exportado já estava compromissado lá atrás, porque a análise nua e crua dos preços atuais, não justifica a saída para exportação quando o mercado interno brasileiro teima em remunerar bem mais do que as vendas para o exterior. (Ver quadro da oferta e demanda de produtos conforme levantamento da CONAB - Tabela 5) DE OLHO NO “TRADE WAR” – EUA x CHINA O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seus estoques trimestrais em um reporte divulgado nesta segunda-feira (30). Para a soja, os estoques trimestrais na posição de 1º de setembro totalizaram mais de 24,8 milhões de toneladas (913 mi. de bushels), número 108% maior que mesma data do ano passado, que era de 11,9 milhões de toneladas. No entanto, o número foi 7% abaixo do esperado pelo mercado, que era entre 25,6 e 28,2 milhões de toneladas. Os estoques armazenados nas fazendas totalizaram mais de 7,21 mi. de toneladas (265 mi. de bushels), um aumento de 162% em relação a 2018. Fora da fazenda, os estoques foram de 17,6 mi. de toneladas (648 mi. de bushels), um acréscimo de 92% se comparado ao ano passado. De acordo com informações do mercado, os números trouxeram um fôlego positivo para os preços da soja. O novo ano comercial dos Estados Unidos, com estoques finais mais reduzidos, darão maior firmeza aos preços, sendo que as estimativas apontam para volumes abaixo de 15 milhões de toneladas em 2020. Com a divulgação dos novos números, os patamares dos preços da soja para os meses mais curtos deverá ser de US$ 9 a US$ 9,50, para os meses mais longos, os patamares devem ficar acima de US$ 9,50. Logo após a divulgação do relatório do USDA os preços da soja para novembro/2020 estavam cotados a US$ 9,05, um aumento de 22 pontos. Já o março 2020 estava sendo negociado a US$ 9,29, um aumento de 19 pontos. PLANTIO NO BRASIL DEPENDENDO DE CHUVAS As condições de chuvas no Paraná seguem irregulares e os trabalhos de plantio da safra de soja 2019/20 e isso tem deixado os produtores apreensivos, apostando na volta das precipitações necessárias ao desenvolvi-


28 COMERCIALIZAÇÃO mento das lavouras. Segundo o produtor rural José Eduardo Sismeiro, na região de Goioerê e Juranda, alguns agricultores realizaram a semeadura apostando na chuva de alguns dias atrás, que veio e garantiu a germinação de plantas bonitas e saudáveis. “Outros, que é o meu caso, estão acreditando nesta próxima chuva, prevista para quinta-feira. Então estou finalizando hoje meu plantio em Goioerê e Juranda. Caso essa precipitação se confirme mesmo, vou começar a plantar também em Manoel Ribas, onde a semea-

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

dura é um pouco mais tarde”, conta Sismeiro. O produtor destaca que existem três cenários diferentes para as lavouras de soja nas regiões Oeste e Noroeste do Paraná: plantas já emergidas, plantas que vão emergir após chuva de quinta-feira e o plantio que será feito após essa chuva. Resumindo, temos que rezar, orar, implorar para que Deus mande chuva suficiente para que os produtores possam semear o pão nosso de cada dia, e que a agricultura brasileira seja realmente a SALVAÇÃO DESTA PÁTRIA MÃE GENTIL – BRASIL!...


RESFRIAMENTO 29

Benefícios do Resfriamento em Grãos de Milho

Angelica Demito CoolSeed demito@coolseed.com.br

Prof. Dr. Valmor Ziegler UNISINOS - São Leopoldo / RS valmorziegler12@unisinos.br

O milho é um dos grãos mais produzidos no Brasil e utilizado na composição da ração animal ou para consumo humano, na forma direta de grãos “in natura”, ou a partir de seus derivados, como a farinha, o óleo e o amido. A produção anual de milho no Brasil, distribuída em duas safras, está em torno de 87,4 milhões de toneladas, sendo os principais estados produtores Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Assim como outros grãos, a colheita de milho ocorre de forma sazonal, no entanto, a sua utilização se estende por todo o ano. Dessa forma, a etapa de armazenamento se torna imprescindível para manter a demanda do grão no período de entressafra. Além disso, a manutenção da qualidade dos grãos é um dos principais objetivos da etapa de armazenamen-

to. Durante a estocagem dos grãos, dentre outros fatores, a umidade do produto e a temperatura de armazenamento são os principais responsáveis por reduções na qualidade dos grãos. Nesse contexto, serão abordados neste capítulo, os benefícios da redução da temperatura de armazenamento de grãos de milho sobre parâmetros de avaliação da qualidade. Benefícios do resfriamento em grãos de milho Um estudo realizado por Paraginski (2013) avaliou o armazenamento de grãos de milho em diferentes condições de umidade dos grãos (12% e 14%) e temperaturas (5ºC, 15ºC, 25ºC e 35ºC) de armazenamento, durante um período de 12 meses. Outro estudo realizado por Filho et al. (2007) na unidade de www.graosbrasil.com.br


30 RESFRIAMENTO armazenagem da empresa Fiagril Agro Mercantil, em Lucas do Rio Verde-MT, avaliou a influência da aeração natural e artificial (resfriamento) sobre o desenvolvimento de fungos em grãos de milho armazenados por um periodo 110 dias. Os principais resultados desses estudos são abordados a seguir. Umidade Na Figura 1 são apresentados os resultados de umidade dos grãos de milho armazenados em diferentes condições de umidade e temperatura durante 12 meses. Observa-se que houve redução da umidade dos grãos de milho quando estes foram armazenados na temperatura de 35ºC; nas demais condições de armazenamento testadas, não foram observadas variações significativas no conteúdo de umidade. O comportamento verificado nesse estudo foi atribuído ao sistema de armazenamento utilizado, que é o semi-hermético, ou seja, aquele que permite trocas de ar entre o ambiente interno e o ambiente externo de armazenamento. A temperatura de 35ºC consegue manter uma menor umidade relativa do ar, dessa forma, no momento em que as trocas de ar entre os ambientes de armazenamento começam a ocorrer, os grãos começam a perder sua umidade para o ar, por não estar em equilíbrio higroscópico com o ar. A manutenção da umidade inicial dos grãos no armazenamento é importante (exceto quanto a umidade estiver acima do ideal para o armazenamento), pois quanto maior a redução da umidade, maior é a redução do peso dos grãos (verificado na Figura 3) e também maior a perda econômica para o armazenista. De acordo com esse estudo, ao final dos 12 meses de armazenamento, a umidade dos grãos armazenados a 35ºC ficou próxima de 7%, ou seja, bem abaixo dos parâmetros de comercialização. A partir desses resultados fica evidente a importância da redução da temperatura de armazenamento dos grãos para manter os índices de umidade.

dutividade elétrica dos grãos de milho armazenados em diferentes condições durante 12 meses. Observa-se significativo aumento da condutividade elétrica dos grãos armazenados a 25ºC, e principalmente quando armazenados a 35ºC, enquanto que os grãos armazenados em temperaturas de refrigeração não apresentaram aumentos na condutividade elétrica durante o período de armazenamento. Conforme já discutido em outros capítulos, a condutividade elétrica é uma medida indireta da integridade celular dos grãos, e quanto maior a condutividade elétrica, mais danificados estão os grãos em seu interior. Conforme os resultados desse estudo, a utilização de temperaturas de refrigeração proporciona as mínimas alterações na condutividade elétrica dos grãos, o que indica que são poucas as alterações verificadas na estrutura celular desses grãos. A utilização de temperaturas de refrigeração reduz a atividade enzimática de algumas enzimas responsáveis pela degradação celular, com isso, mantendo a integridade celular e consequentemente a qualidade dos grãos, conforme pode ser verificado em outros parâmetros de qualidade dos grãos abordados neste capítulo.

Figura 2 - Condutividade elétrica (µm.cm–1.g–1) de grãos de milho armazenados por 12 meses em diferentes condições de umidade e temperatura. Fonte: Paraginski (2013).

Figura 1 - Teor de água (umidade) (%) de grãos de milho armazenados por 12 meses em diferentes condições de umidade e temperatura. Fonte: Paraginski (2013).

Condutividade elétrica Na Figura 2 são apresentados os resultados de conRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Peso de Mil Grãos Na Figura 3 são apresentados os resultados do peso de mil grãos de milho armazenados em diferentes condições de umidade e temperatura durante 12 meses. Observa-se que no início do armazenamento, os grãos com 12% de umidade apresentaram menor peso de mil grãos quando comparados aos grãos com 14% de umidade, devido ao menor teor de água daqueles grãos. Durante o armazenamento, observa-se uma redução do peso de mil grãos apenas nos grãos armazenados na temperatura de 35ºC, o que é resultado da redução da umidade, conforme abordado anteriormente, asso-


RESFRIAMENTO 31 ciada ao consumo das reservas energéticas dos grãos em resposta a suas necessidades metabólicas. A redução da temperatura de armazenamento reduz a taxa respiratória dos grãos, com isso, preservando suas reservas energéticas como as proteínas e os carboidratos.

comparada ao armazenamento em temperaturas elevadas. A redução da temperatura reduz a taxa respiratória, minimiza o crescimento de microrganismos e reduz a velocidade de reações químicas e enzimáticas, o que resulta em uma melhor conservação dos grãos ao longo do período de armazenamento, e automaticamente representa maior ganho econômico para o setor de armazenamento e industrialização desses grãos. Tabela 2 - classificação dos grãos de milho armazenados durante doze meses em sistema semi-hermético, em diferentes condições de umidade e temperatura, de acordo com o regulamento técnico do ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento – MAPA

Figura 3 - Peso de mil grãos (g) de grãos de milho armazenados por 12 meses em diferentes condições de umidade e temperatura. Fonte: paraginski (2013).

Outros estudos, cujos resultados estão apresentados na Tabela 1, demonstram que milho armazenado por 30 dias em temperaturas variando entre 25ºC e 35ºC apresenta de 6 a 27 vezes mais perda de matéria seca, respectivamente, do que grãos refrigerados a 10ºC. Tabela 1 - perda de matéria seca em 1.000 t de milho armazenado durante 30 dias

Classificação Na Tabela 2 é apresentada a classificação dos grãos de milho armazenados em diferentes condições de umidade e temperatura durante 12 meses. Observa-se que até os 6 meses de armazenamento, em todas as condições de armazenamento estudadas, os grãos apresentaram tipo 1, no entanto, com 9 meses já houve alteração de tipo e, com 12 meses, os grãos armazenados a 25ºC (14% de umidade) apresentaram classificação AP (abaixo do padrão de comercialização), e os grãos armazenados a 15ºC e a 35ºC apresentaram tipo 3. Os grãos armazenados a 35ºC apresentaram uma melhor classificação, quando comparados aos grãos armazenados a 25ºC, porque houve redução da umidade nesses grãos ao longo do armazenamento, conforme abordado na Figura 1. Quando se utilizou a temperatura de 5ºC, os grãos apresentaram tipo 2 após 12 meses de armazenamento; e, quando se armazenou a 12% de umidade na temperatura de 25ºC, os grãos apresentaram tipo 1. A partir desses resultados, verifica-se que a utilização de temperaturas de refrigeração mantém a tipificação dos grãos em melhores condições, quando

pH dos grãos Na Figura 4 são apresentados os resultados do pH dos grãos (farinha) de milho armazenados em diferentes condições de temperatura durante 12 meses. Observa-se uma redução do pH dos grãos de milho de acordo com o aumento do tempo e da temperatura de armazenamento, sendo a maior redução observada nos grãos armazenados na temperatura de 35ºC. As reduções do pH dos grãos indicam uma maior formação de compostos ácidos durante o período de armazenamento, associada a uma maior desestruturação celular dos grãos, o que facilita a lixiviação de íons de hidrogênio, os quais são detectados pela análise de pH. As temperaturas de refrigeração reduzem a velocidade das reações químicas e enzimáticas no interior dos grãos, melhorando a sua conservação.

Figura 4 - pH dos grãos (farinha) de milho armazenados por 12 meses em diferentes condições de temperatura. Fonte: paraginski (2013). www.graosbrasil.com.br


32 RESFRIAMENTO Resultados semelhantes que demonstram os benefícios do resfriamento de grãos de milho sobre o pH dos grãos também podem ser observados em estudo realizado por Rehman et al. (2002). Acidez do óleo Na Figura 5 são apresentados os resultados de acidez do óleo obtido de grãos de milho armazenados em diferentes condições de temperatura durante 12 meses. Observa-se que os grãos armazenados na temperatura 25ºC apresentaram o maior aumento na acidez do óleo, após 12 meses de armazenamento, seguidos dos grãos armazenados com 5ºC, 15ºC e 35ºC. É importante destacar que os grãos armazenados a 35ºC apresentaram pouco aumento da acidez, porque a umidade desses grãos apresentou expressiva redução ao longo do tempo de armazenamento, conforme apresentado na Figura 1, impedindo a ação das enzimas responsáveis pela formação de ácidos graxos livres, que conferem acidez ao óleo. Sabendo que a expressiva redução da umidade dos grãos verificada no armazenamento a 35ºC não é indicada, observa-se que temperaturas de refrigeração (5ºC e 15ºC) proporcionaram os menores aumentos da acidez dos lipídios ao longo do período de armazenamento, quando comparadas ao armazenamento a 25ºC. Esses resultados são importantes, porque uma acidez elevada dos lipídios encarece os processos de refino do óleo, além de reduzir o rendimento deste, que deve atender aos parâmetros da legislação para comercialização.

Coloração (valor b*) Na Figura 6 são apresentados os resultados do valor b* (variação de cor do azul ao amarelo) dos grãos de milho armazenados em diferentes condições de umidade e temperatura. Observa-se uma redução do valor b* dos grãos de acordo com o aumento do tempo e da temperatura de armazenamento, principalmente a 35ºC. A redução no b* indica a perda da coloração amarela, característica dos grãos de milho, o que contribuiu para a perda da tipificação dos grãos, conforme verificado na Tabela 1, que apresenta a classificação dos grãos.

Figura 6 - Valor b* dos grãos de milho armazenados por 12 meses em diferentes condições de temperatura. Fonte: Paraginski (2013).

A perda da coloração amarela é resultado da presença de fungos, associado a uma série de reações químicas e enzimáticas que aceleram o metabolismo dos grãos e acabam destruindo as moléculas dos carotenoides, que são os principais pigmentos responsável pela coloração amarela dos grãos de milho.

Figura 5 - Acidez (mg de naoH.100g-1 de óleo) de milho armazenado por 12 meses em diferentes condições de temperatura. Fonte: Paraginski (2013).

Resultados semelhantes que demonstram os benefícios do resfriamento de grãos de milho sobre a acidez lipídica também podem ser observado em estudo realizado por Rehman et al. (2002). Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Proteína solúvel (solubilidade proteica) Na Figura 7 são apresentados os resultados de proteína solúvel de grãos de milho armazenados em diferentes condições de temperatura durante 12 meses. Observa-se uma expressiva redução da solubilidade proteica no armazenamento a 35ºC, sendo que o armazenamento na temperatura de 15ºC apresentou as mínimas alterações na solubilidade proteica ao longo do armazenamento. A medida de solubilidade proteica é mais uma forma de verificar as alterações que ocorrem no interior dos grãos, dessa forma, menores índices de solubilidade proteica indicam uma maior complexação das proteínas no interior dos grãos, o que pode interferir no rendimento de extração de amido, como será abordado a seguir, ou ainda na digestibilidade dessas proteínas, ou seja, no grau de aproveitamento da proteína do milho quando for consumida pelos animais no momento da engorda.



34 RESFRIAMENTO de do amido de milho é a utilização de temperaturas de refrigeração. Tabela 3 - Rendimento de extração (%), valor b*, valor L* e teor residual de proteína (%) e lipídios (%) do amido isolado de grãos de milho armazenados durante doze meses nas temperaturas de 5ºc, 15ºc, 25ºc e 35ºc

Figura 7 - Proteína solúvel (%) de milho armazenado por 12 meses em diferentes condições de temperatura. Fonte: Paraginski (2013).

Parâmetros do amido Na Tabela 3 são apresentados os resultados do rendimento de extração de amido, valor b* (variação do azul ao amarelo), valor L* (luminosidade) e teor residual de proteínas e gorduras no amido isolado de grãos de milho armazenados em diferentes condições de temperatura, no início e após 12 meses. Observa-se que não houve diferença estatística no rendimento de extração de amido quando estocados nas temperaturas de 5ºC, 15ºC e 25ºC após 12 meses de armazenamento, no entanto, observa-se uma redução de aproximadamente 22% no rendimento de extração de amido quando os grãos foram armazenados por 12 meses na temperatura de 35ºC, em comparação com o início do armazenamento. O amido de milho é amplamente comercializado no Brasil e no mundo, sendo aplicado em uma ampla diversidade de alimentos e também no setor farmacêutico. Nesse contexto, uma redução no rendimento de extração de amido significa que será necessária uma maior quantidade de grãos de milho para obter a mesma quantidade de amido necessária para atender a demanda do mercado, o que encarecerá o produto final. Além da redução no rendimento de extração, o aumento no valor b* e a redução no valor L* (Tabela 3) verificados no amido isolado de grãos armazenados a 35ºC, quando comparados ao amido obtido no início do armazenamento, indicam que esse amido ficou mais amarelo e mais escuro ao longo da estocagem, provavelmente pelo maior teor de proteína residual no amido (Tabela 3), verificado nessas mesmas condições de conservação. Essas alterações indicam que o amido perdeu suas características originais, o que pode acarretar perda de valor econômico e aceitabilidade perante o consumidor. A redução no rendimento de extração e as alterações de cor no amido, verificadas nesse estudo, são resultado de reações de complexação entre proteínas e amido, dificultando a liberação do amido no momento da extração, além de arrastar uma maior quantidade de proteína junto com o amido, no momento da extração. Dessa forma, uma alternativa para minimizar essas alterações na qualidaRevista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Fungos Um estudo realizado na unidade de armazenagem da empresa Fiagril Agro Mercantil, localizada no Município de Lucas do Rio Verde-MT, avaliou a presença de fungos em grãos de milho armazenados com aeração natural e artificial (10ºC a 14ºC), durante 110 dias, e os resultados desse estudo são apresentados na Tabela 4. Observa-se que, após a descarga dos grãos (110 dias de armazenamento) no armazém com aeração artificial, houve manutenção ou redução do número de grãos infectados, enquanto no armazém com aeração ambiente houve expressivo aumento de grãos infectados, principalmente por Aspergillus glaucus. Esses resultados demonstram a importância da utilização de temperaturas de resfriamento no armazém para impedir o desenvolvimento de fungos, o que representa manutenção da qualidade dos grãos. Tabela 4 - Resultados percentuais em número de grãos de milho infectados por diferentes espécies de fungos, observados durante a armazenagem, em silos, de milho resfriado e aerado com ar na temperatura ambiente


TECNOLOGIA 35

Brasil, um grande mercado para a Symaga

A presença comercial da Symaga no Brasil, um dos países com maior produção de grãos do mundo, começou recentemente em 2016.

Desde aquele ano, três projetos de armazenamento foram realizados com algumas das principais empresas do setor agroalimentar do país. Em 2016, começa o projeto para uma empresa de cerveja de referência no Brasil. Petrópolis, o segundo maior produtor do país, também opera na Alemanha e no Paraguai. Está localizada em Petrópolis e possui 6 plantas com diferentes localizações. O projeto confiado à Symaga inclui dois silos com cone de metal SCE460 / 9T45 para a planta de Petrópolis. Essa instalação marcou um marco comercial para a Symaga que foi o início das exportações neste país. A satisfação do cliente com a qualidade do produto e serviço levou que, neste ano de 2019, a Symaga tenha sido escolhida para desenvolver a expansão do projeto para outros 28.141,4 m3

com os modelos SBH1986/14 e SCE920/11t45 que serão montados na fábrica de Uberaba. O terceiro projeto foi fornecido com sucesso em 2017 à DSM, fabricante de suplementos nutricionais para animais, que comercializa sua linha de produtos em 17 países da América Latina. A fábrica de Manrique foi o local onde foram montados 4 silos com cone de metal SC610/6T45, com capacidade total de 2328 m3. A experiência de 35 anos, a presença da Symaga em 140 países, com 35 milhões de toneladas de armazenamento construídas e a integração de silos nos maiores projetos de armazenamento, a consolida como um fabricante confiável de silos industriais. O serviço técnico adaptado para cada projeto e uma fábrica com a tecnologia mais recente fazem da Symaga o melhor parceiro para seu projeto de armazenamento. www.graosbrasil.com.br


36 TECNOLOGIA

Giro do Trigo Russo leva moinhos do Brasil às principais áreas produtoras

Jéssica Almassi Gerente de Atendimento / PR Manager Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação contato@nhassessoria.com.br

Maior exportadora mundial de trigo, Rússia estará presente no Congresso Abitrigo

Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

A Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) participou do Giro do Trigo Russo, promovido pela empresa Sodrugestvo, entre 5 e 9 de agosto. A entidade visitou as principais regiões produtoras do cereal no país, como a cidade de Voronezh, área conhecida por possuir um dos solos mais férteis do mundo (Black Land ou “Terra Negra”) e um moderno terminal portuário em Kaliningrado. Composta por representantes da Abitrigo, empresas moageiras e representantes do Ministério da Agricultura (MAPA), a missão conheceu, durante quatro dias, órgãos regulamentadores, campos de produção, terminais de exportação e moinhos, percorrendo um total de 3.200 quilômetros. A viagem proporcionou aos moageiros brasileiros uma visão bastante clara do potencial de negócios com o trigo russo, como alternativa complementar ao cereal nacional e/ou importado de outros países.

O grupo pode verificar in loco, também, o progresso da cultura de trigo na Rússia, que experimentou uma forte expansão nas últimas décadas. Por meio de políticas públicas bem estruturadas, o país saiu da condição de importador em 1991 para se tornar o maior exportador mundial, com cerca de 45 milhões de toneladas. Congresso Internacional Abitrigo Agendado para os dias 22, 23 e 24 de setembro, na cidade de Campinas/SP, o Congresso Internacional Abitrigo terá como tema central: “novas estratégias, um novo cenário”. O evento, um dos mais importantes da indústria triticultora nacional, receberá autoridades governamentais, nomes relevantes do setor e especialistas vindos de mercados estratégicos, como a Rússia, que participarão de um painel onde será discutida a visão internacional do trigo.


COMÉRCIO 37

Plataforma de Comercialização Internacional

O grupo que integra a iniciativa do setor nas operações comerciais globais de commodities agrícolas anunciou hoje a entrada de outro grande parceiro, a Glencore Agriculture Limited. "Nos interessamos pela iniciativa desde o início e estamos animados com nossa entrada como parceiro integral", afirmou David Mattiske, CEO da Glencore Agriculture Limited. -- "A plataforma digital que este grupo pretende desenvolver utilizará as tecnologias mais avançadas e tem o potencial de revolucionar nosso setor, tornando os processos de execução de contrato mais eficientes, precisos e transparentes. Esses avanços são necessários para que nosso setor continue desempenhando globalmente seu papel essencial de maneira eficiente e eficaz. Os benefícios serão sentidos por empresas de todos os portes ao longo da cadeia de valor após a negociação." A iniciativa, que agora inclui a Glencore Agriculture Limited em conjunto com a Archer Daniels Midland Company (NYSE: ADM) ("ADM"), Bunge Limited (NYSE: BG) ("Bunge"), Cargill Incorporated ("Cargill"), COFCO International Ltd ("COFCO International") e Louis Dreyfus Company ("LDC"), está analisando novas tecnologias – como inteligência artificial e blockchain – para criar soluções digitais e automatizar processos após a negociação de grãos e oleaginosas, reduzindo os custos para movimentar produtos agrícolas e alimentícios ao redor do mundo.

O grupo prepara o lançamento da nova plataforma para o segundo semestre de 2020, sujeito a aprovações regulamentares. "Este esforço está crescendo e o motivo é claro: estamos oferecendo benefícios claros e tangíveis para o setor, criados pelo próprio setor", afirmaram os participantes da iniciativa em uma declaração conjunta. "Os clientes, parceiros e outros participantes do setor apreciam o potencial que nossa plataforma oferece, bem como o fato de estarmos em parceria com eles desde o início do processo para garantir que todas necessidades do setor sejam atendidas." Desde que anunciou o projeto em outubro de 2018, o grupo promoveu workshops e mesas de debate com diversos públicos envolvidos no setor, incluindo transportadoras, fretadores, compradores, fornecedores de serviço, instituições financeiras, associações comerciais e autoridades regulatórias. Ao colaborar em questões críticas, como segurança e privacidade de dados, escolhas de tecnologia, modelo de negócios, adoção de estratégia,funcionalidades e capacidades, o grupo está garantindo que a nova plataforma atenderá às necessidades de todo o setor. Os próximos passos incluem o desenvolvimento e a execução, com foco em um projeto que incluirá remessas internacionais de soja a granel do Brasil para a China. O grupo também está finalizando a seleção de fornecedores e parceiros para soluções tecnológicas. www.graosbrasil.com.br


38 COOLSEED NEWS

Revista GrĂŁos Brasil - Setembro / Outubro


COOLSEED NEWS 39

www.graosbrasil.com.br


40 UTILÍSSIMAS

Asistentes a la jornada en Dolores

JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM DOLORES (Uruguai)

No dia 15 de agosto, nos encontramos com os amigos do Uruguai e aproveitamos para beber alguns deliciosos chimarrões. Na ocasião trabalhamos com 4 tópicos: SMC, problemas de poeira, controle de pragas (apresentado pelo Eng. G. Romero-Fugran), projeto de plantas de silos (apresentadas pelo Ariel Fernandez e Eng. Juan Martín Maté - Trafer ) e o Sr. Armando D. Faccioli apresentaram o novo representante da Cool Seed no Uruguai, o Sr. Nestor Fraga, da Ranuber. O Uruguai é um país que se destaca no problema do gerenciamento de grãos. Por um lado, eles têm um bom clima e uma boa tecnologia instalada, e o mais importante é que os técnicos têm muitas preocupações e isso torna o nível profissional muito bom. Parabéns e lembre-se de que o caminho da melhoria não tem fim. É necessário passar da pós-colheita tradicional para a aperfeiçoada e depois para a pós-colheita de precisão.

GRANOS SAC 2019 XXII EXPO FEIRA INTERNACIONAL No mês de setembro concretizamos por 22 anos consecutivos nosso encontro em Rosario (SF-Argentina). Em meio de uma crise econômica e política não é fácil seguir em frente com estes projetos, mas graças ao esforço de muitas empresas e instituições conseguimos ter um balanço positivo. Com boa e variada convocatória, palestras de alto nível, dos cursos de capacitação, reconhecimentos para a trajetória de Ruben Brandaza (FUGRAN) e Guillermo Laitano (Ryzobacter) e com a entrega da taça Granos para o encarregado de armazem Fernando Flamenco. Destacamos as palestras de profissionais brasileiros, a Dra. Angelica Dimito (Cool seed) que realizou o fechamento com o tema resfriamento e o Eng.Gabriel Lopes Silva de Envirologix que nos ilustrou no tema micotoxinas e sua detecção. Assim como o aperfeiçoamento não tem fim nosso trabalho de difusão, capacitação também não. O ano próximo nos encontraremos, Deus mediante, nos dias 16 e 17 de setembro.

Reconocimentos para atrajetoria de Ruben Brandaza (Fugran) e Guillermo Laitano (Rizobacter)

Asistentes GRANOS SAC Claudio Luna de Fugran

Ing. Maté de Trafer Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro

Nueva edição de Granos (131) Entre outros temas trata: Controle de ratos – Silos metálicos – O milho em Mexico – Qualidade do milho – Micotoxinas – Mistura de p.a. – Armadilhas de feromonas – Estratégia de controle de insetos – Cool seed News. Se deseja receber sem custo envie seu email a consulgran@gmail. com




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.