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ADVERTÊNCIA: Proteção à saúde Humana, Animal e ao Meio Ambiente. Esse produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita ou faça-o a quem não souber ler. Aplique somente as doses recomendadas. Mantenha afastadas das áreas de aplicação, crianças, pessoas desprotegidas e animais domésticos. Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Informe-se sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Primeiros Socorros e demais informações, vide o rótulo, bula e a receita. Evite a contaminação ambiental, preserve a natureza. Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d'água. Não reutilize as embalagens vazias. Descarte corretamente as embalagens e restos ou sobras de produtos. Periculosidade ambiental e demais informações, vide o rótulo, a bula e a embalagem. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Endereço: Av. Antônio Bernardo, 3.950 - Parque Industrial Imigrantes - São Vicente / S.P. CEP: 11349-380 - Tel: +55 13 3565-1208 - faleconosco@bequisa.com - www.bequisa.com.br
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EDITORIAL
Ano XVII • nº 99
Novembro / Dezembro 2019
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Diretor Executivo Domingo Yanucci
Administradora Giselle Pedreiro Bergamasco Colaborador Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa
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Caros Amigos e Leitores Já estamos com uma nova colheita e chegando ao fim de um ano de volume recorde. Mais grãos, novas regiões, novos destinos de exportação, maior transformação de grãos em carnes, azeites, combustíveis, etc.. Sem dúvidas a pós-colheita é o elo chave da corrente. As melhorias no manejo e na infraestrutura puderam dar mais eficiência a todo o sistema e voltar a economia agrícola mais competitiva. Por isso parabenizamos a CONAB pelo recente seminário, onde foi tratado da redução de perdas no transporte e armazenagem, logística e infraestrutura. Através da Grãos Brasil, da Semente ao Consumo, também realizamos o aporte da difusão da melhor tecnologia, não apenas para todo o Brasil, mas também para os países da região que se nutre das empresas Brasileiras. Recentemente concretizamos atividades na Argentina e América Central e no próximo ano (2020), DEUS mediante, estaremos em mais de 10 centros produtivos em toda a América Latina. Nesta edição apresentamos uma matéria sobre segurança no expurgo de um dos técnicos mais relevantes do mundo na especialidade, o Dr. Shlomo Navarro de Israel, nossa estimada Dra. Vildes Sucell, da UFSC nos compartilha informação sobre fungos, um dos mais importantes temas da armazenagem. Modestamente aporto uma visão sobre quebra técnica chamada VOLATIL, que tem a ver com armazenagem, tema que apresenta muitas controvérsias nos países da região. Nosso Colega Oswaldo Jorge Pedreiro nos faz chegar com sua visão de atualidade sobre o comércio de grãos. Temos o Dr. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz com uma matéria interessante sobre infecção e colonização. Muitas outras matérias encontrarão nestas páginas, lembre que esperamos por suas orientações sobre os temas que são de seu interesse. Agradecemos as empresas e instituições que apoiam a difusão de tecnologia, também aos profissionais que compartilham suas experiências e especialmente a nossos destinatários, você que recebe a Grãos Brasil, na versão impressa ou digital, que tem como responsabilidade trabalhar cada dia melhor. Aproveitamos esta última edição do ano para desejar a você, sua família e empresas, Boas festas e um excelente 2020. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos. Com afeto.
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Domingo Yanucci
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Diretor Executivo Consulgran - Grão Brasil
Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
04 EXPURGO E SEGURANÇA PESSOAL - Shlomo Navarro e Hagit Navarro 09 VOLÁTIL - Eng. Domingo Yanucci 14 CONAB DIVULGA RESULTADO DA PESQUISA SOBRE PERDAS NO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM DE GRÃOS 15 SEGURANÇA DE PAMONHAS QUANTO À FUMONISINAS PROVENIENTES DE MILHO (Zea mays L.) – MATÉRIA PRIMACONTAMINADA POR FUNGOS DA ESPÉCIE Fusarium verticillioides - Bruna Aparecida da Silva e PhD. Vildes Maria Scusse 19 AGRICULTURA COMESTÍVEL OU COMBUSTÍVEL? - Oswaldro J. Pedreiro 21 IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE EXAUSTÃO COM ILUMINAÇÃO - Eng Adriano Mallet e Carlos Otávio de Souza Matos 24 J -System - Bequisa 26 GRÃOS INFECÇÃO E COLONIZAÇÃO - Prof. Dr. Sergio P. Severo de Souza Diniz 29 BRASIL: POTÊNCIA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL 31 CENSO DE UNIDADES ARMAZENADORAS NO PARANÁ CONAB/2019 - Eng Agr. Rodrigo Grochoski CONAB/SUREG-PR 35 MICOTOXINAS, AMOSTRAGEM E MONITORAMENTO - Eng Agr. Gabriel Lopes Silva 38 CoolSeed News 40 Utilíssimas 41 Não só de pão... Críticas e Sugestões: gerencia@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES
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CONTROLE DE PRAGAS
EXPURGO E SEGURANÇA PESSOAL Perigos dos fumigantes Existem numerosos perigos de fumigantes sob vários aspectos. Eles podem matar humanos e animais ou causar queimaduras e danificar órgãos. Eles podem causar incêndios e explosões. Eles podem causar danos aos produtos devido à sua fitotoxicidade (ou seja, inibição da germinação, queimaduras), descoloração ou corrosão das instalações. Em alguns casos, eles podem exceder o nível de desperdício legal ou produzir mau gosto e mau cheiro (Walter et al, 1999). Portanto, um fumigador treinado deve estar familiarizado com os fumigantes registrados em seu país e conhecer suas limitações em relação a suas características, legislação e padrões de segurança. Depois de tomar a decisão de fumigar, um plano de fumigação deve ser feito. Vários aspectos devem ser levados em consideração nesse plano, incluindo a avaliação de riscos. Leia o rótulo (etiqueta) Antes de aplicar qualquer fumigação, os fumigadores devem reler o rótulo. Os rótulos estão sujeitos a alterações. O fumigador deve garantir que o fumigante possa ser usado no local, no produto específico e nas condições climáticas atuais para garantir uma aplicação bem-sucedida e segura. Em alguns países da Europa ou Israel, a pulverização de fosfina é permitida em locais onde não há pessoas ou animais em um raio de 30 a 200m de áreas sensíveis, como hospitais, escolas, asilos, etc. Outra consideração importante é se o local da fumigação é adequado para uma aeração segura para liberar o fumigante após o tempo de exposição. O fumigador deve examinar a presença de produtos, itens e pessoas durante a pulverização e durante o tempo de exposição. Além disso, quando a fumigação de trânRevista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
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CONTROLE DE PRAGAS sito é aplicada, o fumigador deve garantir a segurança dos trabalhadores em navios e portos. Planejamento de tempo de fumigação Quando a fumigação é planejada, é crucial saber quando o consumo ou a transferência para outro local está planejado. Consequentemente, o fumigador deve escolher qual fumigante será usado. Fosfina, atmosfera controlada (AC) ou atmosferas modificadas (AM) que requerem tempos de exposição consideravelmente longos (mais de 7 dias) em comparação com brometo de metila (BM), formato etílico (FE), óxido de propileno (OPP) e Etan di-nitrila (DNE) requerendo entre 12 e 24 h de tratamentos (Annis e Graver, 1990, Bond, 1984, Graver, 2004). Estanqueidade ao gás do local de fumigação O tipo de fumigação seria selecionado de acordo com a estrutura em que o produto é fumigado. A melhor e mais rara opção é uma câmara de fumigação rígida e estanque aos gases. A tensão do gás é determinada pela aplicação do teste de diminuição da pressão do tempo médio de vida (Navarro, 1998). É uma ferramenta útil não apenas para garantir uma fumigação bem-sucedida, mas também para determinar o grau de vazamento da estrutura de fumigação com relação à segurança das pessoas. A Tabela 1 mostra os intervalos de intervalo recomendados para várias aplicações. A queda de pressão do tempo de vida médio abaixo desses tempos, a fumigação não é recomendada. O teste de redução da pressão do tempo médio de vida é realizado aplicando uma pressão positiva ou negativa para estruturas rígidas, mas para estruturas flexíveis, como "bolsas" de fumigação, é realizado apenas aplicando pressão negativa. Para medir a pressão, o fumigador deve usar um medidor de pressão diferencial. O teste de decomposição da pressão do tempo de meia-vida não produziria níveis mensuráveis sob fumigação com lona, seja o produto a granel ou empilhado. Tabela 1 - Intervalos provisórios recomendados para o teste de pressão variável realizado em estruturas destinadas a tratamentos gasosos para controle de insetos de armazenamento.
Monitoramento de gás O fumigador deve controlar vazamentos de gás com um dispositivo de detecção de gás de segurança pesso-
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al. Os dispositivos de segurança mais comuns no mercado hoje detectam fosfina e BM em uma faixa de 0 a 20 ppm. Na maior parte do mundo, o valor limite (TLV) para a fosfina é de 0,1ppm e para o TLV BM é de 1ppm. Acima desses valores, os dispositivos alertam o usuário (Bond, 1984). Atualmente, também existem dispositivos de monitoramento on-line que transmitem um sinal se a concentração fora da estrutura fumigada exceder seus limites definidos. Em qualquer fumigação, pelo menos duas pessoas devem estar presentes, sendo que uma delas deve ser um fumigador certificado equipado com um dispositivo pessoal de detecção de gás. Antes da fumigação, após toda a vedação e antes da introdução do fumigante, o fumigador deve garantir a existência de linhas de vida em caso de emergência. Todas as estruturas de fumigação devem ser colocadas adequadamente com sinais de alerta ao nível dos olhos de todas as direções, de acordo com a legislação local. Sistema de aviso de monitoramento automático de gás O Centaur.ag recentemente apresentou um sistema automatizado muito moderno para a segurança das pessoas, que inclui 2 níveis de proteção (Foto 1). O sistema contém vários sensores de gás que lêem baixas concentrações de fosfina, CO2 ou oxigênio. A frequência de monitoramento é definida pelo usuário. O primeiro nível de proteção é a barreira "segura para entrar". O gerente da área permite que os trabalhadores entrem apenas quando a luz verde está acesa. A segunda barreira é ativada através da detecção de condições inseguras. Em seguida, o sistema inicia um alarme visual e sonoro para que as pessoas saiam da área e uma luz vermelha de aviso ao lado da porta informe as pessoas que elas não devem entrar. O sistema inicia automaticamente ventiladores de aeração para limpar o ar. Todas as ações são registradas automaticamente e os relatórios são gerados. As condições e o histórico atuais estão disponíveis em tempo real na nuvem para usuários com cada senha de computador ou smartphone. Um dos pontos mais fortes desse sistema é que ele é baseado em muitos sensores. Mesmo se um sensor falhar, o restante continuará mantendo a segurança. Quando a segurança de uma pessoa é baseada apenas em seu medidor pessoal, o risco de falha pode ser letal. Equipamento de proteção individual Todos os aplicadores de fumigantes (fumigantes e operadores) devem estar equipados com equipamento de proteção individual (EPI) de acordo com as etiquetas do fumigante. Diferentes tipos de luvas são necessários para cada fumigante. Por exemplo, como a fosfina em sua forma sólida sublima o gás ao reagir a umidade do ar (com vapores de água), a pulverização requer luvas de pano para impedir a transferência de mãos suadas durante o verão (Annis e Graver, 1990). O BM reage com o enxofre, que é um dos componentes da borracha; portanto, luvas de borracha não são recomendadas www.graosbrasil.com.br
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CONTROLE DE PRAGAS
Foto 1 - A configuração do sistema de alerta automático para monitoramento de gás
para pulverização com BM (Graver, 2004). Como o modo de ação de todos os fumigantes é por inalação, o componente mais importante do EPI é uma máscara respiratória na categoria Equipamento de proteção respiratória (EPR). Existem vários tipos de máscaras; para exposição a curto prazo e baixas concentrações (fosfina <1%, <BM 2%) geralmente de minutos a horas (Graver, 2004). A forma mais simples de máscara é um respirador descartável ou um respirador de meia face reutilizável com um cartucho de filtro, geralmente uma máscara de meia face que cobre a boca e o nariz. Ambos terão um fator de proteção atribuído de até 10. Eles podem ser combinados com óculos ou obtidos como uma máscara facial para proteger os olhos também. Em geral, a máscara facial terá um fator de proteção atribuído de até 50 (Wikipedia, 2019). Para tempos de exposição prolongados, como um procedimento de resgate durante um acidente, um aparelho de respiração remota deve ser usado. A forma mais simples é um tubo flexível de aproximadamente 25 mm de diâmetro interno conectado à máscara no rosto do usuário e que se abre com ar limpo. Isso deve ser usado para distâncias máximas de 9m, distâncias maiores do que serão muito longas para a respiração natural. Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
Para aplicações que exigem uma vida útil longa do filtro, alguns respiradores estão equipados com um adaptador de mangueira que permite que dois filtros instalados sejam montados na correia e orientados para longe da fonte de contaminação, o que reduz ainda mais a resistência ao filtro, respiração e aumenta a vida útil do filtro (Walter et al., 1999). Uma forma mais avançada de máscara é o RPE ou respirador purificador de ar (RPAP). Este dispositivo de proteção respiratória usa um ventilador para fornecer ar filtrado a uma variedade de opções diferentes de arnês e máscara. Um RPAP é operado por bateria e vem em várias configurações para garantir que o usuário esteja completamente confortável, independentemente do local de trabalho ou do ambiente (Wikipedia, 2017). O RPAP permitirá a proteção de algumas horas até um máximo de doze horas, com um fator de proteção atribuído de até 1.000. Algumas das marcas incorporam uma função de registro de dados para download que registra automaticamente as informações de uso e desempenho, o que facilita a manutenção de registros. Geralmente, eles fornecem um fluxo de ar contínuo de 160 l / min (Wikipedia, 2017). Quando existe um perigo imediato para a vida e a saúde, a forma mais alta de proteção respiratória é o
CONTROLE DE PRAGAS Aparelho de Respiração Autônoma (SCBA) e o ar fornecido pela demanda de pressão protegerá o usuário por 30 a 75 minutos com um fator de proteção designado de até 10.000. O SCBA está equipado com ar cilíndrico (Wikipedia, 2019b). Seja uma meia máscara, uma máscara completa (respiradores sem motor), um RPE ou SCBA com um motor, o mais importante é que a máscara se encaixe corretamente. O usuário deve ser barbeado. Cada vez que a máscara é colocada, uma verificação deve ser realizada para garantir que a parte de borracha da face esteja bem vedada. Isso é feito facilmente apertando a mangueira de respiro ou selando a abertura do cartucho. Se ajustado corretamente, o usuário não poderá respirar, pois a máscara entrará em colapso contra o rosto. Filtro de cartucho Atualmente, existem vários filtros de cartucho disponíveis no mercado que oferecem proteção contra poeira, aerossóis, vapores orgânicos e inorgânicos. Todos eles oferecem proteção para curtos tempos de exposição e baixas concentrações. Cada cartucho seria marcado no tóxico específico que protege e no grau de proteção (marcado1-3, onde 3 símbolos fornecem maior proteção). Cada cartucho tem um prazo de validade máximo de 6 meses após a abertura Após a fumigação, o cartucho do procedimento deve ser removido da máscara e mantido em um reci-
Figura 2 - Máscara para aplicação de Fosfina - Foto gentileza de Forsafety
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piente hermético quando não estiver em uso. A máscara deve ser lavada e deixada secar. É muito importante gerenciar uma lista do tempo usado com o filtro com todos os tipos de não PAPR para garantir a segurança do usuário (Walter et al., 1999). A Tabela 2 mostra a codificação de cores e letras das indicações de filtro para cada grupo de substâncias ou partículas. Eles também podem ser encontrados no mercado como filtros combinados que possuem mais de um código de cores e códigos de letras. Para a fosfina, o operador usaria o filtro cinza "B", para o filtro marrom "AX" MB, EF, EDN e PPO. A maioria das etiquetas recomenda o uso do ABEK P3, que é mais caro e também protege contra a alta concentração de partículas (P3). Tabela 2 - Códigos de cores e letras das indicações dos filtros para cada grupo de substancias ou partículas.
Aeração e liberação de resíduos fumigantes Quando a fumigação termina, a liberação do fumigante é um procedimento importante. Este procedimento envolve, quando possível, aeração ativa. A maioria dos silos de grãos está equipada com um sistema de aeração. Tais sistemas de aeração operam dentro de uma faixa de fluxo de ar de 3 a 12 (m3 / h) / tonelada (Annis e Graver, 1990). É importante garantir que esse fluxo de ar esteja disponível e possa ser usado para remover o fumigante. Com o fluxo de ar no sistema de pressão, durante a aeração, o sistema de exaustão deve transportar o ar diretamente para a atmosfera. Nos sistemas de sucção (fluxo de ar de cima para baixo do silo), o ar contaminado com gás é transportado para o fundo do silo; portanto, deve-se tomar cuidado para evitar a presença de trabalhadores no ponto de exaustão do ar para impedir que os trabalhadores respirem o fumigante contaminado, os sinais de alerta de que o fumigante é liberado na atmosfera devem ser colocados em locais visíveis (Annis e Graver, 1990). Para garantir a liberação completa do fumigante, um procedimento de aeração intermitente deve ser aplicado. Nesse processo, após duas horas de aeração inicial, várias horas de pausa permitirão a dessorção do gás que foi absorvido pelo produto no espaço aéreo intersticial do grão. Tal procedimento pode ser aplicado para fosfina com dois ciclos de aeração intermitente e para brometo de metila vários outros ciclos seriam necessários. Para instalações que não estão equipadas com um sistema de aeração, a solução é transformar o grão através das correntes transportadoras e elevadores. Esse processo faz com que os grãos sejam perdidos a cada etapa, fatos muito menos desejáveis que a aeração www.graosbrasil.com.br
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para liberar o fumigante. Em alguns casos, para grãos armazenados em silos sem sistemas de aeração, após a fumigação com gás fosfina, uma simples abertura da escotilha superior do silo é considerada aeração. Esse método tem suas próprias desvantagens de espalhar concentrações descontroladas de fosfina ao redor do silo, o que representa um risco para a segurança dos trabalhadores. Após a pulverização com lona, o método convencional é descobrir a pilha de grãos e liberar o fumigante para o armazém ou recinto onde o produto está armazenado. Nesse caso, o fumigador deve ser extremamente cuidadoso ao usar o ERP apropriado durante a descoberta da tela. Além disso, os trabalhadores devem ser aconselhados a não entrar nas instalações onde o fumigante é liberado. O fumigador deve verificar a concentração de gás usando o detector de gás pessoal para garantir que as concentrações estejam abaixo do limite permitido para entrar nas instalações. Ao fumigar com fosfina sólida (pílulas / comprimidos / saquetas / placas), o fumigador deve coletar e desativar a poeira restante de fosfeto. Durante a desativação, o fumigador deve ser protegido com EPI que inclui máscara, óculos (ou máscara facial), luvas e sapatos de trabalho. Os fumigantes estão entre os produtos mais tóxicos
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de todos os pesticidas. É preciso agir com cuidado e atenção enquanto estiver em qualquer tipo de operação com eles. A maioria dos fumigantes é inodora, incolor e não pode ser detectada a menos que um dispositivo de medição específico seja usado.
TECNOLOGIA
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VOLÁTIL Essa é uma das quebras técnicas menos compreendidas. Seus companheiros, de secagem (umidade), manuseio e limpeza, normalmente não se confundem. Sabemos que a QUEBRA TÉCNICA é um guarismo de convenção no nível de um estado ou definido por acordo comum entre as partes, necessário para compensar perdas que com a tecnologia normalmente em uso não pode ser evitada e, portanto, deve ser deduzido de quem entrega os grãos. Secagem: Quebra técnica de umidade quando o grão excede o padrão de comercialização. Manuseio: Quebra técnica que normalmente se soma a quebra da secagem, para compensar as perdas geradas nos movimentos. Limpeza: Peso a ser descontado quando o volume exceder as tolerâncias estabelecidas em CE (corpos estranhos). A VOLÁTIL, equivocadamente, a grande maioria a associa ao pó, que é gerado quando o grão é movido e que normalmente é removido por aspirações ou perdido no meio ambiente. Poucos sabem que a Volátil é projetado para compensar as perdas que o grão sofre quando armazenado. Sim, quando o grão está em seu armazem, ele RESPIRA, gerando perda de MS (matéria seca), consumindo O2, liberando CO2, água e calor; o que pode levar a aumentos de temperatura. Obviamente, quando queremos dizer que o volume respira, incluímos os microrganismos inseparáveis que o compõem e que na maioria das vezes eles são os principais responsáveis por essa respiração.
Eng. Domingo Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil graosbr@gmail.com Victoria Yanucci Consulgran - Granos - Grãos Brasil
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TECNOLOGIA MILHO
Podemos ver isso facilmente nas curvas TAS (Tempo de Armazenagem Seguro): SOJA CEVADA
Uma soja com 14% de umidade e 200C em 40 dias perde 0,5% do seu peso seco. Se carregarmos 1000 t em um silo em 40 dias, teremos 990 t, se as condições de umidade e temperatura forem estáveis. TRIGO Para aqueles que não estão familiarizados com as curvas TAS, podemos dizer que elas existem para três propósitos: 1) Perda de PG e EG. 2) Perda de 0,5% do MS e 3) Perda de qualidade (aparência de fungos). Obviamente, em termos de tempo, para o mesmo grão e condição, PG e EG são perdidos primeiro e, finalmente, temos a presença de danos. Esse TAS se manifesta a partir do momento da colheita, por exemplo, se tivermos um TAS de 180 dias e entregarmos a mercadoria a 90, o destinatário deve considerar que ele já consumiu 50% de seu TAS e só resta 90, por atingir a perda de 0,5%. O mesmo pode ser dito se o grão mudar, por exemplo, seu nível de umidade, se for mantido com umidade e 50% do seu TAS for preservado, quando passar para uma nova condição, devemos considerar que temos apenas 50% do novo armazenamento indicado em tabelas ou gráficos. Outro aspecto que devemos considerar é que a perda não é necessariamente proporcional dia a dia, pelo contrário, no início é menor que a média diária e, no fiRevista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
TECNOLOGIA nal, muito maior, ou seja, que a maior parte da perda ocorre na segunda parte do TAS. A perda gerada pela RESPIRACÃO é aquela que o VOLÁTIL pretende cobrir. Quando a massa de grãos esta seca (dentro dos limites da comercialização), ela também respira, sempre respira, sempre perde peso, é claro com menos intensidade. Na pós-colheita, trabalhamos com fatores como umidade e temperatura, limpeza, manuseio menos agressivo (evitar trincas, misturas impróprias), a fim de minimizar as perdas e que a quebra técnica VOLÁTIL cumpra seu objetivo.
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Na Argentina, a legislação permite uma redução de 0,3% em trigo e milho e 0,5% em soja, sorgo e girassol. Bibliografias antigas nos dizem que um grão muito bem preservado, limpo, frio (20°C ou menos) e seco perde 0,003% do peso seco por dia, o que, após 100 dias, dá 0,3%, valor muito semelhante ao VOLÁTIL de Argentina Marilson Gonçalves Campos nos diz:”Para prevenir-se de possíveis faltas de mercadoria ao final do processo de armazenagem, que normalmente incluem mais de um depositante,algumas unidades armazenadoras do Brasil adotaram, a título de retenção devido à quebra técnica, a aplicação de descontos de até 0,1 % da massa armazenada cada 10 dias de armazenamento ou fração, ou seja, o equivalente a até 0,3% ao mês, independentemente do tipo, das caracteristicas físicas e do grau de infestação do produto, bem como das condições climáticas locais”. Se o VOLÁTIL for aplicado e o grão for manuseado bem e sair rapidamente de nosso armazem, haverá uma margem a favor. Quando o armazenamento é prolongado, deve ser, necessariamente, cobrado o serviço para cobrir as maiores perdas e, é claro, as maiores despesas. Em termos gerais, para cada 1% a mais de perda de umidade é dobrada e a cada 5°C mais a perda é dobrada (dentro de um determinado intervalo). Como vendemos os grãos em base úmida, qualquer perda de umidade se torna um castigo econômico (1%
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TECNOLOGIA
de umidade significa 10 kg de água, que vale como grão em 1 t). Portanto, se não recebermos um bônus, não é conveniente ir muito além da base de comercialização de cada grão. Por outro lado, se abaixamos a temperatura, temos 2 grandes benefícios diretos: 1) Diminuir a perda de peso 2) Podemos armazenar com mais umidade. Vemos nas curvas isotérmicas a seguir como a umidade do grão está relacionada à Umidade Relativa (UR) do ar intergranário em diferentes temperaturas.
Sempre soubemos que nada melhor que o frio, a temperatura mais baixa, nos ajuda a limitar as principais variáveis biológicas que causam deterioração (fungos - insetos). A questão das quebras técnicas é muito complexa, especialmente em países sem tradição no comércio e no gerenciamento de grãos. Alguns países da nossa região não possuem legislação, outros consideram apenas as perdas de umidade e limpeza, ignorando o MANUSEIO e a VOLÁTIL. Tabela 1 - Quadros de temperatura de fungos – insetos
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Os Estados Unidos da América incluem a VOLÁTIL na MANIPULAÇÃO. O que consideramos errado, dada a importância do VOLÁTIL. Considere os muitos meses em que o grão permanece armazenado, às vezes sem as melhores condições, até o momento de sua industrialização ou consumo. Obviamente, embora a legislação não considere a quebra técnica da volatil e a pessoa responsável pelo manuseio do grão não o conheça, a VOLÁTIL é uma realidade inevitável. Por isso, é necessário trabalhar para que seja conhecida, compreendida e implementada. Também podemos dizer que os países que possuem as quebras técnicas a décadas devem realizar trabalhos básicos para mostrar justificativas técnicas sólidas e, acima de tudo, realistas e atualizadas para cada grão e região considerada. Com uma aeração bem projetada e gerenciada em latitudes mais altas de 35 e com resfriamento no resto das regiões produtivas de nosso continente, podemos reduzir as perdas respiratórias para muito menos da metade. Com o desejo de orientação, JOUIN apresentou a Tabela 2. No entanto, esses números estão abaixo do que geralmente é medido em condições práticas. Quando a perda de peso (MS) atinge 1%, a ação dos fungos (grãos danificados) já pode ser visualizada. Mas
TECNOLOGIA é importante saber que essa perda se deve principalmente à degradação dos componentes mais nobres do grão, atingindo perdas nutricionais muitas vezes superiores a 10-20%. Tabela 2 - Fatores de Jouin
Como mencionamos nos parágrafos anteriores, a primeira coisa que é afetada em um grão é seu PG e EG, e quando o grão morre como semente, ocorrem uma série de modificações (por exemplo, a permeabilidade das membranas muda), facilitando o desenvolvimento
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de microorganismos, aumentando seu potencial de deterioração. Em uma pesquisa realizada em Santa Fe (Argentina), há muitos anos, os responsáveis pelas plantas de silos relataram a origem de suas perdas:
Podemos afirmar que, em todos os casos, é necessário considerar a aplicação da Quebra Técnica VOLÁTIL e procurar a tecnologia disponível, especialmente a de resfriamento, para proporcionar as melhores condições de armazenamento.
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ARMAZENAGEM
CONAB DIVULGA RESULTADO DA PESQUISA SOBRE PERDAS NO TRANSPORTE E ARMAZENAGEM DE GRÃOS O Brasil perde no transporte de grãos das rodovias até os portos de embarque para exportação, especialmente de arroz, trigo e milho, percentuais de 0,13%, 0,17% e 0,10%, respectivamente, segundo pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os índices, que incluem também a perda em armazenagem, serão divulgados nesta terça-feira (5), durante o I Seminário sobre Eficiência e Redução de Perdas no Armazenamento e Transporte de Grãos no Brasil, em Curitiba/PR. As perdas desses grãos, segundo o estudo, são causadas basicamente por três fatores que se correlacionam, sendo eles “as más condições das rodovias, a precariedade da frota de caminhões e a imprudência de motoristas”, conclui. O estudo apurou também que o arroz, cuja maior produção nacional tem origem nos estados do Rio
Newton Araújo Silva Júnior - Presidente da Conab
Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins, tem uma variação de 1,5 a 4% de perdas na armazenagem em silos. Os pesquisadores destacaram, no entanto, a boa conservação sanitária dos grãos tanto nos segmentos de armazenagem quanto na industrialização e comercialização. Já para o trigo, a apuração chegou a um índice médio mensal obtido de quebra técnica nos grãos, calculado por meio de amostragens, de 0,43% para silos de alvenaria e de 0,11% para os metálicos. Os estudos serão divulgados durante o seminário e a apresentação dos artigos técnicos referentes a cada uma das pesquisas estará disponível no portal da Conab após o término do evento.
Casiane Salete Tiboli – Embrapa Trigo, Prof. Dr. Flavio Lazzari, Prof. Dr. Elias Moacir Cardoso e Prof. Dr. Carlos Caneppele Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
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SEGURANÇA DE PAMONHAS QUANTO À FUMONISINAS PROVENIENTES DE MILHO (Zea mays L.) – MATÉRIA PRIMACONTAMINADA POR FUNGOS DA ESPÉCIE Fusarium verticillioides MILHO: CARACTERÍSTICAS E PRODUÇÃO O cultivo do milho (Zea mays L.) no Brasil vem desde antes do seu descobrimento. Os índios tupi-guaranis tinham o cereal como o principal ingrediente de sua dieta. Com a chegada dos portugueses, o seu consumo cresceu e novos alimentos derivados de milho foram tornando-se parte dos hábitos alimentares dos brasileiros. A semente do milho é composta pelo pericarpo (camada de fibra envolvendo a semente), gérmen (rico em proteína e óleo) e endosperma (carboidrato) (Figura 1). A ponta do grão é a parte remanescente do tecido (pedicelo), que conecta o grão ao sabugo. Sua composição média em base seca é 72, 9,5, 9 e 4% de amido, proteínas, fibra e óleo, respectivamente (Magalhães; 2002). Os grãos ocupam a base da alimentação em todas as regiões brasileiras, em que se destacam o milho, a soja e o arroz. Os efeitos da pós-colheita e as condições de armazenagem são fatores relevantes a serem considerados para análise da qualidade dos grãos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção brasileira de grãos (safra de 2018/2019), está estimada em 237,3 milhões de toneladas. Se confirmado, o número será 4,2%
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Bruna Aparecida da Silva Doutoranda Ciência dos Alim. bs131094@gmail.com
PhD. Vildes Maria Scusse Profa. Ciência dos Alimentos vildescussel_2000@yahoo.co.uk
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maior que a colheita da temporada anterior (2017/2018), sendo a segunda maior colheita de grãos do Brasil. Em geral, o mercado de milho verde brasileiro é formado pela indústria, que o vende como milho em conserva ou milho verde enlatado, e as centrais de abastecimento dos grandes centros urbanos (Ceasa, Ceagesp, etc.), distribuem o MILHO VERDE em espiga para consumo "in natura" e/ou elaboração de pratos típicos, como CANJICA e PAMONHA.
prato típico e comercializada tanto in natura - a vácuo quanto congelada em diferentes tipos de embalagem (Figura 2) (Uru; Akutsu, 2007).
Figura 3 - Fluxograma do processamento de pamonha (Leme, 2007/ ANVISA - adaptado)
Figura 1 - Anatomia do grão de milho (Zea mays L.) (Britannica, 1996 - adaptado)
Os grãos ocupam a base da alimentação em todas as regiões brasileiras, em que se destacam o milho, a soja e o arroz. Os efeitos da pós-colheita e as condições de armazenagem são fatores relevantes a serem considerados para análise da qualidade dos grãos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção brasileira de grãos (safra de 2018/2019), está estimada em 237,3 milhões de toneladas. Se confirmado, o número será 4,2% maior que a colheita da temporada anterior (2017/2018), sendo a segunda maior colheita de grãos do Brasil. Em geral, o mercado de milho verde brasileiro é formado pela indústria, que o vende como milho em conserva ou milho verde enlatado, e as centrais de abastecimento dos grandes centros urbanos (Ceasa, Ceagesp, etc.), distribuem o MILHO VERDE em espiga para consumo "in natura" e/ou elaboração de pratos típicos, como CANJICA e PAMONHA. PAMONHA: HISTÓRIA E FABRICAÇÃO A pamonha é um dos derivados do milho originalmente pertencente a cultura indígena, posteriormente aderida por africanos e portugueses, que a partir da receita indígena, chegaram ao que conhecemos hoje. Está presente em diversas regiões brasileiras como
FUNGOS & MICOTOXINAS Os fungos filamentosos produzem uma grande quantidade de metabólitos secundários, como antibióticos, fitotoxinas, pigmentos, além de micotoxinas, que são compostos tóxicos. Quando produzidos em associação com alimentos e ração animal/forragens, os metabólitos tóxicos podem ser ingeridos, provocando as micotoxicoses. As micotoxinas possuem alta estabilidade química, o que permite a sua permanência no alimento mesmo após a retirada dos fungos pelos processos usuais de industrialização e embalagem. O termo conhecido como micotoxina tem sua origem de uma palavra grega “mykes” (fungo) e de uma palavra do latim “toxicum” (toxina). Essa expressão greco-latina “mykestoxicum” tem como significado toxina fúngica, ou micotoxina (Lazzari, 1997). Micotoxina é um grupo de compostos, altamente tóxicos, produzidos por certas leveduras ou fungos (organismos aeróbios) que se desenvolvem em lugares que apresentam baixa presença de água, o qual é inapropriado para o crescimento bacteriano. A contaminação pode ocorrer devido as condições ambientais, métodos de produção ou processamento e armazenamento, e também vai depender do tipo de alimento, visto que alguns grãos são substratos mais aptos que outros para o desenvolvimento e crescimento de determinados fungos. Os fungos além de se desenvolverem no campo se desenvolvem também durante o transporte ou no período de armazenamento dos alimentos, quando possuem condições favoráveis ao seu crescimento. Os grãos de milho têm a sua qualidade alterada di-
Figura 2 - Pamonha: (a) in natura - a vácuo, (b) congelada em seu invólucro, (c) sob cozimento - em banho maria e (d) pronta para consumo (Silva, 2016)
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reta ou indiretamente quando estes são infectados por fungos (campo e/ou armazenagem), que produzem micotoxinas, gerando danos em razão da sua atividade tóxica sobre o organismo. Geralmente, a deterioração dos grãos começa no campo, onde o produto é mantido na planta até a secagem, prática esta muito utilizada pelos agricultores, visto que requer pouco investimento. Porém, esta prática pode causar elevadas infestações pós colheita - de fungos e de pragas de grãos armazenados. Em geral, as micotoxinas são classificadas baseando-se na espécie fúngica produtora, estrutura química e/ou modo de ação. Porém, é valido ressaltar que uma única espécie de fungo pode produzir uma ou mais micotoxinas, e uma micotoxina pode ser produzida por diferentes espécies fúngicas. MICOTOXICOSES As doenças causadas por micotoxinas são denominadas micotoxicoses, as quais se caracterizam por síndromes difusas, com predomínio de lesões em determinados órgãos, como rins, fígado, tecido epitelial e sistema nervoso central, dependendo da micotoxina. Pode acontecer simultaneamente a ocorrência de duas ou mais micotoxinas, potencializando os seus efeitos tóxicos sobre o organismo em questão. Os sinais e sintomas vão desde lesões de pele, sintomas de hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, hematoxicidade ou genitoxicidade, podendo chegar à morte. Podem apresentar efeitos mutagênicos, teratogênicos, carcinogênicos ou imunossupressores. As principais micotoxinas encontradas nas forragens e grãos, estão geralmente associadas com um grupo de espécies de fungos, tal como, Fusarium, Aspergillus, Penicillium e Claviceps.
Figura 4 - Característica estrutural (3D) básica do grupo das fumonisinas. https://www.dreamstime.com/fumonisins-groupmycotoxins-derived-fusarium)
A atividade carcinogênica e a termo estabilidade são fatores que caracterizam as FBs como um grande fator de risco para a saúde humana e animal. Dentre os efeitos causados observa-se constantemente doenças fatais (Tabela 1), tanto em homens como em animais. Tabela 1 - Doenças causadas em seres vivos pela ingestão de fumonisinas
FUMONISINAS As fumonisinas (FBs) são produzidas por várias espécies de fungos de campo do gênero Fusarium principalmente por F. verticillioides. Das FBs identificadas, as FB1, FB2 e FB3 são as mais isoladas em alimentos naturalmente contaminados, sendo que a FB1 é quase sempre a mais abundante, representando cerca de 70% da concentração total das FBs detectadas (Figura 4) (Sydenham et al., 1991; Thiel et al., 1991). A FB1 é um diéster de propano-1,2,3-ácido tricarboxílico e 2-amino-12,16-dimetilpoliidroxieicosanos, com o grupo hidroxila no C14 e C15 esterificados com o grupo carboxila terminal do ácido tricarboxílico (Bezuidenhout et al., 1988). Este amino-poliálcool é um composto tricarboxilado (TCA) altamente polar, insolúvel em solventes apolares, com ponto de fusão (PF) aproximado de 105ºC (Scussel, 2018). As espécies do gênero Fusarium são as principais invasoras de grãos de milho no campo, ocasionando doenças na planta e no grão, como podridão da semente. Porém, essa espécie também pode ser encontrada no armazenamento, caso as condições de temperatura e umidade sejam adequadas. O Brasil, devido à predominância de regiões de clima tropical e subtropical, tem apresentado grande incidência de FBs nos alimentos, com altos níveis de contaminação em alguns casos. www.graosbrasil.com.br
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Os métodos para determinação de FBs em alimentos utilizados atualmente incluem cromatografia de camada delgada, cromatografia gasosa e cromatografia líquida de alta eficiência (High Performance Liquid Cromatography - HPLC). A escolha da metodologia é baseada em fatores como tempo disponível para análise, preço de equipamentos, sensibilidade e resolução necessários. A técnica para detecção de FBs oficialmente aceita pela Association of Official Analytical Chemistry (AOAC) é a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC) . FATORES QUE INTERFEREM NO CRESCIMENTO FÚNGICO As perdas na qualidade decorrem do manuseio incorreto durante a colheita, recebimento, secagem, presença de fungos e insetos, e armazenamento de matéria-prima. Associado a isto, as condições climáticas adversas durante a colheita, constituem os fatores que afetam a qualidade do milho. As condições essenciais que desencadeiam a produção de micotoxinas são: o armazenamento inadequado de grão e o ataque de insetos nas imediações da colheita. A germinação dos conídios de Fusarium verticillioides é influenciada pela aw, temperatura e pH (Marínet al.,1998). O milho, cereal de importância relevante na produção animal no Brasil, poderá propiciar crescimento fúngico a partir de 0,717 de aw (14 % de umidade) (Brasil, 1989).A temperatura também é fundamental ao crescimento fúngico, sendo que faixas térmicas ótimas correspondem à atividade máxima de cinética enzimática, capaz de propiciar multiplicação celular rápida (Furlong, 2000). A temperatura ótima para o crescimento de F. verticillioides entre 22,5 e 27,5°C, com máxima entre 32 e 37°C e mínima entre 2,5 e 5,0°C (Bacon; Nelson, 1994). Contudo, suas toxinas são produzidas a temperaturas baixas, isto significa que o Fusarium produz as micotoxinas sob o efeito de choque térmico, com alternância das temperaturas, principalmente a diurna e a noturna. A podridão rosada da espiga é causada por F. verticillioides e/ou por F. subglutinans. O crescimento fúngico e a produção de FBs cessam quando os grãos são secos para teores abaixo de 19% de umidade, mas as FBs se mantêm intactas, e o fungo pode crescer e produzir FBs novamente se certas condições de armazenamento não forem mantidas. Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
LEGISLAÇÃO PARA FUMONISINAS As legislações têm sido adquiridas em diversos países com o intuito de proteger os consumidores contra os efeitos tóxicos das micotoxinas em alimentos in natura, processados ou até mesmo destinados para rações. Até o ano de 2003, cerca de 100 países já dispunham de legislação para regulamentar os limites de micotoxinas em alimentos, rações e commodities, os países cobertos por essas legislações englobam aproximadamente 90% da população mundial. Atualmente, tem sido observada uma tendência na harmonização das legislações em todos os continentes, bem com uma tendência à redução dos limites máximos permitidos. A legislação sobre micotoxinas deveria estar sempre inserida nas agendas de discussão do agronegócio, em diferentes países. No Brasil, a RESOLUÇÃO - RDC N° 7, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2011 dispõe sobre limites para micotoxinas em alimentos. Nesta legislação os limites máximos tolerados (LMT), referem-se aos resultados obtidos por metodologias que atendam aos critérios de desempenho estabelecidos pelo Codex Alimentarius, regulamento aplicado as empresas que importem, produzam, distribuam e comercializem categorias de bebidas, alimentos e matérias primas. Segundo a ANVISA (2011) os níveis de micotoxinas deverão ser tão baixos quanto razoavelmente possível, devendo ser aplicadas as melhores práticas e tecnologias na produção, manipulação, armazenamento, processamento e embalagem, de forma a evitar que um alimento contaminado seja comercializado ou consumido. O LMT para FBs no milho são: amido de milho e outros produtos à base de milho 1500 µg/kg; farinha de milho, creme de milho, fubá, flocos, canjica, canjiquinha 1000 µg/kg, como mostra tabela abaixo. Tabela 2 - Limite máximo tolerado de ingestão de fumonisinas totais (FB1 + FB2) em alimentos de milho estabelecido pela legislação Brasileira
COMÉRCIO
AGRICULTURA COMESTÍVEL OU COMBUSTÍVEL? Estamos chegando ao ponto que já era esperado no cone Sul: o que vale mais, produzir alimentos ou combustível ? Neste ano/safra, onde tivemos problemas de clima nos EUA com redução drástica na produção de soja, estamos nos defrontando com os mesmos problemas na América do Sul, com algumas regiões com boas chuvas, e em outras com estresse hídrico que provocou replantios e ainda corre riscos. Com a guerra comercial entre EUA/CHINA o Brasil teve uma excelente oportunidade de ocupar espaço na exportação de grãos, tanto milho quanto soja bateram recordes de embarques até o presente momento, o que provocou excessivas altas nos preços internos aqui no Brasil pois as indústrias de extração e de fabricação de ração animal tiveram que pagar preços quase abusivos para não perder mercado. A peste suína também contribuiu, pois com a redução de plantel na China levou o mercado de exportação de carne bovina a níveis extraordinários, atingindo aqui no Brasil a marca de R$230,00 por arroba. Por outro lado, a expansão de indústrias de extração de óleo voltado para a produção de etanol também fomentou os preços internos de milho (principalmente) e soja e porque não dizer sorgo? As notícias de que nos próximos 2 anos teremos aproximadamente 12 usinas de etanol entrando em atividade principalmente
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Oswaldro J. Pedreiro Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria contato@nhassessoria.com.br
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COMÉRCIO
no Mato Grosso (maior produtor nacional de milho), o que vai levar o mercado a disputar os volumes de produção de milho entre a produção alimentar e o combustível automotivo. No dias atuais temos acompanhado a evolução nos preços de milho e soja atingirem níveis jamais esperados em função da produção recorde no Brasil, e como consequência tivemos notícias de muitos contratos firmados serem cancelados devido a essa alta inesperada. Já é costume no Brasil essa prática de cancelamento quando uma ou outra parte se sente lesada com a variação brusca de mercado, infelizmente na contramão do que seria salutar para o mercado (cada parte cumprindo com a sua obrigação assumida contratualmente). Enfim, nós que somos meros coadjuvantes desse mercado, nada podemos fazer para impedir essas atitudes, apenas lamentar os prejuízos que virão como consequência dos cancelamentos, agora ressaltando que os maiores prejudicados em toda essa situação serão os intermediários das negociações que deixarão de rece-
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ber suas comissões pela inadimplência!... A economia internacional também tem se ajustado em níveis acima do esperado, com a cotação do Dólar em relação ao Real ultrapassando R$4,26 e com perspectivas de seguir em frente e para o alto até não se sabe onde, o que irá provocar novos níveis de preço para os produtos. Abaixo apresentamos o último relatório de safras publicado pela CONAB. É fato conhecido que nos EUA já existe uma reserva técnica de milho por exemplo para aplicação na produção de etanol, e aqui no Brasil há que se pensar nessa reserva também, para evitar uma desenfreada inflação no preço dos produtos alimentícios. Que Deus ilumine nossos governantes a adotarem as medidas necessárias para evitar uma inflação e gerar conflitos indesejados entre o já sofrido povo brasileiro. Desejamos a todos um FELIZ NATAL e que o ANO DE 2020 venha repleto de vitórias, com o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos!...
INFORME EMPRESARIAL
IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE EXAUSTÃO COM ILUMINAÇÃO Pós Colheita em Evolução Tecnológica: A armazenagem e conservação de grãos é uma tarefa que requer muitas habilidades. É preciso muito conhecimento, bons equipamentos e muitos registros. Com este tripé equilibrado é possível entregar a produção estocada com no máximo a mesma característica de quando ela foi recebida. Na prática sabe-se que ocorre a quebra técnica. Esta tem uma variação ampla, dependendo de muitos fatores, como tipo de produto, qualidade deste, manejo na unidade, tempo de estocagem, entre outros. Para desafiar o setor a cada ano a produção de grãos no Brasil vem batendo recordes e o crescimento físico das estruturas de armazenagem não acompanham o mesmo ritmo. Soma-se a isto a maior rapidez no momento da colheita, com máquinas mais modernas e eficientes e o encurtamento de período de corte na lavoura, com o uso de técnicas de dessecação. Toda esta evolução faz chegar as unidades armazenadoras volumes cada vez maiores, em menor tempo e com diferentes qualidades, com muitos grãos ainda imaturos. Além do mais ninguém quer mais enfrentar longas filas de espera para descarregar. Ou seja, a dor de cabeça não é pouca.
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Eng Adriano Mallet Dir. Técnico da Agrocult sac@cycloar.com.br
Carlos Otávio de Souza Matos Técnico Agrícola
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Para trazer soluções ao segmento muitas tecnologias foram desenvolvidas, como balanças maiores e mais eficientes, automatizadas, caladores pneumáticos para amostragem, sistemas de classificação mais modernos, tombadores, maquinas de limpeza e movimentações com fluxos (t/h) maiores. Tudo isto para dar rapidez ao recebimento. Já nos silos e armazéns observa-se um aumento no tamanho dos silos, equipamentos de distribuição de grãos que diminuem o efeito da separação de grãos e impureza dentro do silo, sistema de resfriamento, sistemas de termometria digital e automação da aeração computadorizados e sistema de exaustão. Este representado pelo Cycloar. Sistema de Exaustão Cycloar Lux: Sobre os itens mencionados acima o “Sistema de Exaustão Cycloar”, fundamental para termos uma qualidade e prevenir problemas. Esta aeração natural ou intensificada proporciona equalização do ar entre a massa de grãos e a cobertura do telhado, diminuindo o calor proveniente da radiação solar e eliminando o “bolsão de ar quente” (massa de ar quente e saturada), bem como a condensação sob o telhado, nas chapas laterais dos silos e paredes dos armazéns e o consequente gotejamento sobre os grãos. Este sistema proporciona outros benefícios relevantes como uniformidade na massa de grãos, aeração permanente e contínua (extrai calor do ambiente, pó, gases, umidade do ar), evita o apodrecimento (deterioração, mofo, germinação), inibe a proliferação de pragas e, aliado a tudo isso, preserva a estrutura física do ambiente, pois evitando a condensação, elimina itens como o surgimento de pontos de corrosão na estrutura metálica da cobertura do armazém.
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Eliminando a Condensação: Com aplicação do Sistema de Exaustão, este fica permanentemente realizando uma remoção do ar interno com calor e umidade promovendo uma equalização de temperaturas e trocas de ar prevenindo riscos de condensação sobre a massa e nas chapas laterais dos Silos. O gotejamento em silos e armazéns, ou seja, a condensação, é um fenômeno físico e grande inimigo da armazenagem. A taxa de umidade varia conforme a temperatura significando que, quando o ar quente aumenta sua capacidade de absorver umidade, diminui quando o ar esfria. A radiação solar provoca o aquecimento da cobertura (telhado) e, pela condução térmica, aquece o ar interno, baixando a umidade relativa do ar. Esse ar com a temperatura elevada absorve a umidade contida nos grãos armazenados pelo efeito da evaporação. Em contra partida, quando este ar úmido entra em contato com o telhado resfriado, pela variação de temperatura externa, cai a temperatura do mesmo elevando a umidade relativa interna, podendo com isso ultrapassar o ponto de saturação, condensar e gotejar sobre o produto armazenado, gerando o mofo, a deterioração e até a germinação dos grãos na camada superior da massa. Em alguns casos acontece o gotejamento e no dia seguinte, com a irradiação da chapa decorrente do sol, seca a camada superior, mas como os grãos são um isolante térmico, as camadas úmidas mais profundas, acabam apresentando mofo e demais conseqüências já mencionadas. Ou seja, uma camada incrustada e invisível para quem observa a massa numa visão superior, por cima grãos de forma bonita (sadios), mas a baixo, grãos podres. Esta camada deteriorada cria uma grande barreira para a passagem do
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fluxo de ar quando se realiza a aeração. Dependendo da espessura e dos graus de deterioração desta faixa, chegamos a uma perda de eficiência de até 60% (medido “in loco”), reduzindo a vazão de ar que atravessa a massa de grãos, comprometendo a aeração e aumentando as perdas técnicas (qualitativas e quantitativas). Dentro deste novo conceito e descrição acima, consideramos o “Sistema de Exaustão” como fundamental para toda a conservação. A não utilização gerará perda em todos os investimentos anteriores. Exaustão com Iluminação: Pesquisas desenvolvidas e exemplos práticos comprovam e proporcionam evidencias que a iluminação em um ambiente armazenador traz vantagens e benefícios. Entre estes, se destaca a influencia da luminosidade nas infestações de pragas em produtos armazenados. Nos ambientes armazenadores atuais possuímos um estado de penumbra de 24 horas (Dia/Noite), condição que permite a proliferação de traças num ciclo intenso. Com a inclusão da iluminação natural percebe a redução significativa e consequentemente uma qualidade sobre a massa de grãos. Assim, além do ambiente desconfortável aos insetos os trabalhadores que operam no controle de pragas conseguem produzir melhores resultados pela melhoria das condições na hora de realizar procedimentos de expurgo, pulverização ou termonebulização. Também os fungos se proliferam em ambientes com umidade, calor e preferencialmente nos escuros. Com a luz e exaustão, geramos um ambiente seco com baixa temperatura, devido a remoção da umidade e do calor através da exaustão e iluminação gerada pelo mesmo que é permitida através de uma tampa difusa prismática. Consequentemente esta luz natural (Claridade) também trouxe para o interior outros ganhos como: Redução dos riscos de acidentes, operação e manutenção com segurança, facilidade de limpeza, verificação da cubagem dos silos e armazéns entre outros. Podemos incluir uma questão muito relevante decorrente da combinação “Exaustão + Iluminação”, é a qualificação
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do ambiente armazenador dentro das “Normativas de Segurança do Trabalho”. A Iluminação ainda proporciona inúmeros benefícios alem dos mencionados. Sobre a massa de grãos é possível circular sem o uso de lâmpada acessória, gerando para o trabalhador mais segurança e eficácia nas suas atividades de inspeção da massa de grãos, coleta de amostras, preparação para expurgos. No momento da descarga do silo quando do acionamento da rosca varredora é imprescindível uma iluminação eficiente, evitando acidentes,alguns fatais. Chegam a ser impactantes os depoimentos comparativos do antes e do depois da instalação. E tudo isto está dentro da lógica da Segurança do Trabalho, atendendo as NRs (Normas Regulamentadoras) que tratam do assunto, como a NR-6 que dispõe sobre EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) e NHO-11 (Norma de Higiene Ocupacional) normatizando a iluminância. Até mesmo o Corpo de Bombeiros tem visto como imprescindível o sistema como ferramenta para ajudar a minimizar eventuais riscos de incêndios nestes espaços. A tecnologia com iluminação está sendo tão bem recebida que seu uso está se expandindo para UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes), TSI (Tratamento de Sementes Industrial), Fábrica de Rações, entre outros tantos. A taxa de retorno do investimento, o payback, é extremamente curto, chegando em menos de um ano, ou seja, uma safra. Este e outros fatores já apontados levaram o Cycloar a ganhar o Prêmio Gerdau na categoria Destaque, recebido durante a Expointer. Isto só vem a confirmar o sucesso desta tecnologia. Esta é acompanhada de uma equipe de consultores com vasta experiência e conhecimento na área, que ministram cursos, palestras, desenvolvem programas computacionais para compreensão dos fenômenos ocorridos na armazenagem, levando este conhecimento também a universidades, através da participação em semanas acadêmicas e projetos de pesquisa, tanto a nível de graduação, como mestrado e doutorado, o que acaba também validando o sistema. www.graosbrasil.com.br
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GRÃOS INFECÇÃO E COLONIZAÇÃO O processo de infecção por fungos começa ainda no campo, principalmente durante a fase de maturação fisiológica do grão, e passa para as etapas seguintes: colheita, secagem, armazenamento, transporte e processamento. Os grãos infectados por fungos são chamados de grãos ardidos. Os fungos produzem micotoxinas e os grãos contaminados ficam desvalorizados, pois sofrem alteração da cor, degradação de proteínas, de carboidratos e de açúcares. A tolerância máxima de grãos ardidos por exemplo no milho é de 3%. A ocorrência sistemática do fungo nas folhas, colmo, raiz e grãos são conhecidos de longa data (Foley, 1962; Bacon & Hinton, 1996). A germinação, o vigor ou o crescimento das plântulas não é necessariamente reduzido em virtude da alta freqüência e extensa colonização (Bacon & Williamson, 1992). Há evidências de que alguns isolados, por exemplo, de F. moniliforme produzem sintomas e outros não, segundo Bacon & Williamson, 1992. Danos físicos nos grãos, causados por insetos, chuvas de granizo ou outros agentes, torna-se uma importante rota de colonização de grãos e desenvolvimento da podridão da espiga. Foi demonstrado por Lew et al. (1991) existir uma alta relação entre a ocorrência de O. nubilasis, podridão de espiga e a concentração de fumonisina. Anteriormente, Windels et al. (1976) haviam comprovado que besouros podem ser vetores de F. moniliforme, Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
Prof. Dr. Sergio P. Severo de Souza Diniz Professor Associado Aposentado - UEM dnz1210@hotmail.com
carregando o fungo de restos culturais para a espiga. O Fusarium é um fungo cosmopolita, que é amplamente habitante do solo e é mais encontrado em condições favoráveis nas regiões temperadas e tropicais. Muitas espécies são agentes patogênicos de plantas cultivadas, especialmente aqueles que são importantes no setor agrícola (LESLIE; SUMMEREL, 2006). O gênero Fusarium tem uma ampla distribuição geográfica, e sua dispersão é fator de desenvolvimento no meio ambiente. Nas plantas produtivas, o Fusarium pode infectar, se desenvolver sistematicamente e colonizar os grãos. Este fungo é transmitido de semente para plântula, mas a progressão, a partir de tecido da coroa da plântula para tecidos do colmo da planta em crescimento, é pouco freqüente (Munkvold et al., 1997). Efeitos tóxicos dos fungos nos alimentos Os fungos que podem ocasionar alterações no sabor e qualidade de alimentos. Em alguns casos essas alterações são desejáveis, como na fabricação de queijos. Todavia, em muitos outros, podem causar transformações indesejáveis, produzindo sabores e odores desagradáveis, causados por diferentes graus de deterioração ou ainda trazer riscos à saúde humana e animal devido à produção de micotoxinas (Diniz, 2015). Vários alimentos, seja devido à forma de armazenamento, sejam por meio de instrumentos utilizados em seu manejo, estão passíveis de sofrerem contaminações, incluindoas fúngicas. Essa contaminação ocorre pela incorporação do contaminante ao produto, podendo ser incorporado ao alimento durante seu manejo oferecendo risco de gerar danos à saúde do consumidor. Os alimentos, de um modo geral, podem sofrer contaminação fúngica durante a colheita, processamento e armazenamento até o momento do consumo humano ou animal. Portanto, faz-se necessário um rígido controle qualitativo na produção de alimentos para que os riscos de contaminação por micotoxinas possam ser diminuídos de modo a evitar intoxicações (Diniz, 2015). A contaminação em humanos ocorre de forma direta (o homem come o grão contaminado) ou em cadeia alimentar, como o milho é o principal componente da dieta animal, participando com mais de 60% do volume utilizado na alimentação animal de bovinos, aves e suínos, os fungos passam do cereal para os animais e dos animais para os humanos, através da carne ou leite. RESISTÊNCIA Pode ser definida como uma alteração herdável e estável em um fungo como resposta à aplicação de um fungicida, ou outra substância, resultando na redução da sensibilidade ao produto (European, 1988). O termo é usado para linhagens de fungos anteriormente sensíveis, que por meio de mecanismos de variabilidade, como a mutação, reduziram significativamente a sensibilidade ao fungicida. Erroneamente, o termo tolerância tem sido usado como sinônimo de resis-
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tência. Ao considerarmos que tolerância tem um significado ambíguo, nem sempre envolvendo alterações genéticas, esse termo não deve ser usado para o caso de resistência a fungicidas (European, 1988). O oposto à resistência surge o termo sensibilidade, portanto, todas as linhagens resistentes apresentam, por definição uma redução na sensibilidade. Porém, o termo insensibilidade, não é sinônimo para resistência. Uma vez que, o termo sugere a completa falta de sensibilidade e assim, dificilmente poderia ser usado. O termo se adapta melhor para descrever fungos para os quais um determinado fungicida nunca teve nenhum efeito, isto é, aqueles cujo produto não é recomendado para o controle, por exemplo, Alternaria spp são originalmente insensíveis ao benomyl. A adaptabilidade de uma linhagem é a habilidade do fungo de se desenvolver, reproduzir e sobreviver, comparada a outras linhagens nas mesmas condições. Portanto, é um conceito comparativo. A resistência pode ser cruzada ou múltipla. No caso da resistência cruzada ela pode ser positiva ou negativa. A resistência cruzada positiva refere-se a resistências a dois ou mais fungicidas, conferidas pelo mesmo fator genético. A resistência cruzada negativa é aquela em que a resistência a um fungicida, ao mesmo tempo, aumenta a sensibilidade a um segundo fungicida. A resistência cruzada deve sempre ser estabelecida
Não só de Pão...
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com base na freqüente associação da reação a dois ou mais fungicida, quando ambos possuem estruturas químicas relacionadas ou mesmo modo de ação. No caso da resistência múltipla, ocorre que fatores genéticos governam as resistências a dois ou mais fungicidas (Brent et al., 1998).
CONCLUSÃO O papel que a colonização e infecção produzida pelos fungos na planta vão bem além da apenas contaminação do grão. A partir desta, o processo se expande para toda a cadeia alimentar. Por muitas vezes, acarretando danos irreversíveis tanto à saúde animal quanto humana. Torna-se relevante o entendimento de todo esse processo desde à lavoura, passando pela colheita, transporte, e armazenamento. Seguramente, a alimentação saudável passa por essa via de responsabilidades.
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Brasil: potência agrícola sustentável Este foi o tema de painel no Brasil Investment Forum com Ministra Tereza Cristina Dias e Rodrigo Iafelice dos Santos, CEO da Solinftec
Para destacar a importância do tema da Sustentabilidade no Agronegócio, o Brasil Investment Forum convidou para o painel “Brasil: potência agrícola sustentável”, a Ministra Tereza Cristina Dias, da pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Rodrigo Iafelice dos Santos, CEO da Solinftec, empresa líder global em agricultura digital, que desenvolve soluções que permitem que o agricultor tenha aumento de eficiência e produtividade com menos insumos, o que traz benefícios e diminuição do impacto ambiental da operação. “A tecnologia entrega transparência ao produtor. Como exemplo, apenas 37% do tempo em que uma máquina agrícola permanece ligada é usado de forma produtiva. Ter essa informação em tempo real permite melhor desempenho com redução de insumos”, afirma Rodrigo Iafelice dos Santos, que também destacou a importância da conectividade no campo, onde 62% dos clientes da Solinftec operam com rede de dados fornecida pela empresa. A Ministra Tereza Cristina Dias destacou o empenho do país na redução das emissões de carbono e a importância da sustentabilidade não só no cenario nacional mas como diferencial competitivo nas exportações do agronegócio. “As questões de sustentabilidade afetam a aceitação dos produtos no mercado internacional. E a tecnologia é uma aliada para que o agronegócio seja cada vez mais inovador e inclusivo”, afirmou. O painel, que aconteceu nesta quinta, 10/10, abordou aspectos como o cenário internacional para o
agronegócio, a produção agrícola sustentável brasileira, o papel do Brasil na segurança alimentar mundial e as oportunidades de investimentos em setores do agronegócio. Teve moderação de Marcos Jank, Professor Senior de Global Agribusiness do Insper, e tambem contou com a participação de Sergio Ricardo Segovia Barbosa, Presidente da Apex-Brasil; Werner Baumann, CEO Global da Bayer e Luke Chandler, Chefe Economista Global da John Deere.
Ministra Tereza Cristina Dias e Rodrigo Iafelice dos Santos, CEO da Solinftec www.graosbrasil.com.br
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TECNOLOGIA
Sobre o Brasil Investment Forum A edição 2019 do Brasil Investment Forum aconteceu no WTC, nos dias 10 e 11/10, em uma iniciativa dos Ministérios da Economia e das Relações Exteriores, Apex e BID-Banco Interamericano de Desenvolvimento, com o objetivo de destacar as oportunidades de investimento em setores estratégicos da economia brasileira, entre eles o agronegócio. O Fórum, aberto pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno, contou com a presença de representantes de alto nível do governo brasileiro, setor privado, acadêmicos, mídia e formadores de opinião. Sobre a Solinftec Solinftec, líder global em agricultura digital, desenvolve soluções que fornecem insights em tempo real, que permitem a tomada de decisões no momento adequado aos agricultores, com aumento da eficiência em todas as operações agrícolas e redução do impacto ambiental. As soluções da Solinftec estão disponíveis em mais de 10 países e combinam a melhor tecnologia disponível em IOT (Internet das Coisas), telecomunicações (satélite, celular, mesh ou rede própria de baixa frequência), processamento de dados (nuvem) e dados (algoritmos lineares e inteligência artificial).
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Em 2017, a empresa atraiu recursos do Texas Pacific Group (TPG), um dos maiores fundos de private equity dos Estados Unidos, investidor em empresas líderes e disruptivas, como Uber e Airbnb. Este marco permitiu consolidar sua estratégia de internacionalização e continuar aprimorando suas soluções. Para mais informações sobre Solinftec visite: www. solinftec.com Solinftec em números + de 30 mil equipamentos agrícolas monitorados online + de 100 mil usuários interagindo diariamente + de 08 milhões de hectares na América Latina, incluindo Brasil, e EUA + Cada vez mais clientes usam a ALICE, primeira assistente virtual no mundo do agro, que está tornando as fazendas cada vez mais autônomas
ARMAZENAGEM
CENSO DE UNIDADES ARMAZENADORAS NO PARANÁ CONAB/2019
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Eng Agr. Rodrigo Grochoski CONAB/SUREG-PR
rodrigo.grochoski@conab.gov.br
Conforme artigo 34 do Decreto nº 3855/2001, “fica a Companhia Nacional de Abastecimento responsável pela administração e controle, na forma que vier a ser regulamentada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, dos registros relativos (…) ao Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras de Produtos Agrícolas”. O objetivo do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras de Produtos Agrícolas é identificar e cadastrar as unidades no país, registrando suas informações cadastrais, características técnico-operacionais e capacidades estáticas de armazenagem. Os dados são públicos e podem ser consultados no site da CONAB, no Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (SICARM) ou no Portal de Informações Agropecuárias da CONAB. Neste contexto, ao longo de 2018/2019 a CONAB realizou o censo de Unidades Armazenadoras no Paraná, com o cadastramento de novos armazéns e a atualização/validação das informações de armazéns já cadastrados. São cadastrados os armazéns convencionais, os silos/baterias de silos e os armazéns graneleiros utilizados para armazenagem de grãos, e ficam de fora do cadastro armazéns utilizados para guarda de insumos, silos-pulmão, silos-bolsa e armazéns utilizados somente para transbordo. www.graosbrasil.com.br
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ARMAZENAGEM
A planilha abaixo apresenta os dados atuais de armazenagem do Estado do Paraná, com um total de 2.502 armazéns cadastrados e uma capacidade estática total de 29.886.668 toneladas, sendo 94,36% desta capacidade para armazenagem a granel.
neladas/armazém) e são responsáveis por 40% da capacidade do Estado. Os armazéns convencionais correspondem a 6% da capacidade estadual, e são em média menores (3.460 toneladas/armazém). Historicamente verifica-se uma redução significativa na armazenagem convencional, em função do aumento na produção de produtos armazenados a granel, com um menor custo.
Tabela 1 - Fonte: CONAB, 2019
De acordo com dados da CONAB, o Mato Grosso é o Estado com maior capacidade estática do Brasil, com 22% do total, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul, cada um com aproximadamente 18% da capacidade estática de armazenagem nacional. Verifica-se que estes 3 Estados em conjunto detém aproximadamente 58% da capacidade estática de armazenagem do país e estes mesmos 58% da produção de grãos nacional, de acordo com o último levantamento de safras 18/19 da Conab.
Grafico 2 - Fonte: CONAB, 2019
2. Conforme Gráfico 3, 7% da capacidade estática de armazenagem no Paraná é de pessoa física (CPF), com uma capacidade média de 4.190 t/armazém, enquanto 93% da capacidade é de pessoa jurídica (CNPJ), com uma capacidade média de 14.049 t/armazém.
Grafico 3 - Fonte: CONAB, 2019 Grafico 1 - Fonte: CONAB, 2019
A seguir são apresentados alguns dados, gráficos e mapas temáticos que demonstram o perfil atual da armazenagem de grãos no Paraná e o déficit em relação à produção de grãos: 1. Conforme Gráfico 2, 54% da capacidade estática de armazenagem é de silos e baterias de silos, com uma capacidade média por armazém de 11.020 toneladas. Os armazéns graneleiros são em média maiores (22.023 to-
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3. Conforme Gráfico 4, 49% da capacidade estática de armazenagem no Paraná é de Cooperativas, com uma capacidade média de 17.425 t/armazém, 48% da capacidade é proveniente de armazéns de outras entidades privadas (empresas), com uma capacidade média de 8.797 t/armazém, e 3% de entidades Oficiais. As Entidades Oficiais com armazéns no Estado são a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), a CODAPAR (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) e a APPA (Administração dos Portos de
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Paranaguá e Antonina), com capacidade média 27.061 t/armazém, maior em relação à capacidade média geral dos armazéns do Estado que é de 11.945 t/armazém. Historicamente verifica-se uma redução significativa na participação das empresas oficiais no setor armazenador nacional e um aumento na participação das Cooperativas agrícolas.
Grafico 4 - Fonte: CONAB, 2019
4. De acordo com a Instrução Normativa MAPA nº 29/2011, as Unidades Armazenadoras são subdivididas em: fazenda, coletora, intermediária ou terminal. Em resumo: as Unidades em nível de fazenda estão localizadas em propriedade rural e possuem estrutura para atender o próprio produtor; as Unidades coletoras recebem produtos diretamente das lavouras, e são dotadas de equipamentos para processamento de limpeza, secagem e armazenagem; as Unidades intermediárias são localizadas em locais estratégicos para a recepção e o escoamento dos produtos provenientes das unidades armazenadoras coletoras; As unidades terminais são de alta rotatividade e estão localizadas predominantemente nos portos. Conforme Gráfico 5, de acordo com os levantamentos da CONAB 47% da capacidade estática localiza-se na zona rural e é composta predominantemente por unidades armazenadoras coletoras ou em nível fazenda, com capacidade média de 10.270 t/armazém. As Unidades Armazenadoras intermediárias, predominantemente localizadas em zona urbana, correspondem a 44% da capacidade estática da armazenagem no Estado, com capacidade média de 12.365 t/armazém. Os armazéns terminais, localizados predominantemente nas áreas portuárias, correspondem a 9% da capacidade e são em média maiores, 37.038 t/ armazém. Atualmente incentiva-se a ampliação e construção de novos armazéns, principalmente em nível fazenda, por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns – PCA.
Grafico 6 - Fonte: CONAB, 2019
6. A Instrução Normativa MAPA nº 29/2011 consolidou as normas e procedimentos a serem adotados na implantação do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, determinando os requisitos técnicos obrigatórios ou recomendados para a Certificação de Unidades Armazenadoras em Ambiente Natural. Atualmente no Paraná, 20,74% dos armazéns estão certificados conforme esta Instrução Normativa, correspondendo a 35,99% da capacidade estática de armazenagem do Estado.
Grafico 7 - Fonte: CONAB, 2019
Grafico 5 - Fonte: CONAB, 2019
5. Conforme Gráfico 6, somente 7% das Unidades Armazenadoras no Paraná possuem acesso ferroviário, o que demonstra como este modal de transporte, de menor custo em relação ao rodoviário, é pouco utilizado no Estado para o escoamento de grãos www.graosbrasil.com.br
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ARMAZENAGEM
7. Os mapas temáticos abaixo demonstram a distribuição da capacidade estática de armazenagem por município e por mesorregião do Paraná. Verifica-se que os municípios que possuem maior capacidade estática de armazenagem no Estado são: Ponta Grossa, Paranaguá, Guarapuava, Maringá e Cascavel. Ponta Grossa destaca-se pela localização estratégica de escoamento, Paranaguá possui uma alta capacidade de armazenagem em função dos armazéns de retaguarda na região portuária, e Guarapuava, Maringá e Cascavel destacam-se por estarem em regiões com grande produção de grãos. Em relação às mesorregiões, destacam-se a Oeste Paranaense e a Norte Central Paranaense, regiões com maior produção de grãos do Estado.
8. Uma análise interessante a ser realizada é uma comparação entre a produção de grãos e a capacidade estática de armazenagem. Conforme tabela abaixo, considerando os dados do último levantamento de safras da CONAB da Safra 18/19, a Capacidade Estática de armazenagem do Paraná corresponde a 81% da produção de grãos no Estado. Nacionalmente este índice é consideravelmente menor: de acordo com os dados da CONAB, a capacidade estática de armazenagem do Brasil corresponde a apenas 70% da produção de grãos nacional. O percentual ideal depende de diversos aspectos de conjuntura agropecuária, logística, estoque de passagem, importação/exportação, entre outros. Entretanto, de modo geral na literatura recomenda-se que, para estar preparado para uma situação de insegurança alimentar, a capacidade estática de armazenagem de um país corresponda a 120% da sua produção anual de grãos.
Tabela 2 - Fonte: CONAB, 2019
9. O mapa temático abaixo apresenta uma comparação entre a capacidade estática de armazenagem e a produção agrícola por mesorregião paranaense. Verifica-se que as mesorregiões paranaenses mais preocupantes, com menores índices, são: “Sudeste” (31,2%), “Norte Pioneiro” (41,9%) e “Noroeste” (58,8%). Por outro lado, as mesorregiões Centro Oriental e Metropolitana de Curitiba possuem índices, respectivamente, de 129,9% e 254,3%. Entretanto, estes índices são elevados devido aos armazéns de retaguarda na região do Porto de Paranaguá e devido à concentração de armazéns de escoamento localizados na região de Ponta Grossa, região importante do ponto de vista logístico.
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MICOTOXINAS, AMOSTRAGEM E MONITORAMENTO Vamos falar sobre micotoxinas e o ponto mais importante para uma boa detecção. Relembrando, micotoxinas são substâncias produzidas por fungos, que causam perda de qualidade em grãos, por consequência prejuízos econômicos diretos. Mais importante ainda, causam sérios danos à nossa saúde, como o câncer. Na saúde dos animais que se alimentam de grãos contaminados, aborto, danos nos órgãos internos, vômitos e redução da conversão alimentar, ou seja, danos econômicos. As micotoxinas estão com importância cada vez maior, gerando contratos com limites máximos, com a consequente rejeição de cargas com contaminações detectadas. A melhor forma de lidar com micotoxinas em grãos é evitar que o problema entre para o silo, porque elas são altamente estáveis a temperatura, e não tem hoje um controle eficiente para eliminar as mesmas. Os fungos sim, podem ser controlados, as micotoxinas uma vez produzidas ali permanecem. Qual um cuidado muito importante: Não se recomenda fazer mescla de grãos com micotoxinas, com grãos saudáveis, porque? Provavelmente você não conheça o resultado real da contaminação daquela sua massa de grãos. Mas porque isso acontece? Porque a distribuição da contaminação é EXTREMAMENTE heterogênea, o que quer dizer isso? Em um estudo Johanson el al, 2000, demonstrou 82,9% de variabilidade em função da amostragem. Que 1 grão de milho, por exemplo, pode ter diferentes concentrações do fungo. 1 ppb, 2 ppb..5..10..20..50..100..400 ppb.* ppb = partícula por bilhão, imagine 1 chinês na china que tem 1 bilhão de habitantes, essa é a proporção. Um estudo de Dickens e Whitaker (1989) demonstrou que 1 grão de milho (0,34 g), que teve uma contaminação detectada de 400 ppb, gerou em 1 kg de milho uma contaminação de 136 ppb, 6 vezes maiores que a legislação permitida hoje que é de 20 ppb. Ou seja, é arriscado misturar grãos. Com relação à distribuição desuniforme, segue um modelo da distribuição típica de micotoxinas em um silo, estudo realizado por Johnson et al – Cereal Science Today 14(2), 1969.
Eng Agr. Gabriel Lopes Silva Gerente de Território EnviroLogix Argentina glopessilva@envirologix.com
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36 MICOTOXINAS Amostraram um silo em 8 alturas diferentes, distantes em 66 cm e realizaram 12 amostras em cada uma dessas alturas, em 4 eixos.
Com base nessa questão de distribuição, foi realizado um trabalho por nossa equipe em uma importante empresa exportadora, no ano de 2017 sobre o processo de amostragem. Uma amostra de 60 Kgs de grãos não contaminados, foi misturada com outra de 10 kgs contaminada. Essa mistura foi realizada com uma betoneira, em 10 minutos. Depois desse processo, foram retirados 15 quilos, que foram homogeneizados e retiradas as amostras de grãos inteiros. O restante do milho 45 quilos, foram passados pelo moinho, para que os grãos fossem quebrados, para melhorar a homogeneidade da amostra. (1 grão contaminado que está partido tem mais chance de ser amostrado quando está quebrado).
Foram realizados 6 tipos de amostragens, com 10 amostras de cada tipo. 6 tipos de amostras: • Grãos inteiros: 200 gramas, 10 amostras moídas no moinho e 10 no liquidificador. • Grãos inteiros: 1 Kg moído no moinho. • Grãos quebrados: 200 gramas, 10 amostras moídas no moinho e 10 no liquidificador. • Grãos quebrados: 1 Kg, moído no moinho. • Grãos quebrados: 5 Kg, moído no moinho. Podemos observar a variação de resultados: Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
Conclusões: Quanto menor a amostra, maior a variabilidade e menor a precisão de resultados. A menos variabilidade ocorreu com os grãos triturados, em amostras de 1 Kg moídas no moinho. Realizamos uma amostra em laboratório por HPLC e o resultado foi 36ppb. Essa é a condição ideal, recomendada para empresas que trabalham com nutrição animal. Para armazéns, as amostras de 1Kg com grãos inteiros apresentaram um resultado aceitável, o que traz mas segurança com mais agilidade operacional. Diferença de tempo para moer 1 Kg: Moinho 80 segundos, Liquidificador 6 minutos. O ganho operacional já paga o investimento no moinho. Moinho empresa Raiar, modelo RA-47.
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40 UTILÍSSIMAS Curso em El Salvador
CAPACITAÇÃO em Bahía Blanca (Argentina)
Asistentes Curso em El Salvador
Nos dias 16 e 17 de outubro, o segundo curso de atualização foi realizado em El Salvador, sob o título: TECNOLOGIA E EFICIÊNCIA PÓS-COLHEITA DE GRÃOS - OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI. Com assistentes de vários países da América Central e a organização do Dra. Guadalupe Galo, do Extunisa / Food Program. Agradeço aos colegas pela participação entusiasmada e pela atenção recebida. Vamos continuar trabalhando juntos por uma especialidade melhor, fortalecendo os laços técnicos, comerciais e de amizade.
Asistentes Jornada Bahía Blanca - 2019
Projeção para o dólar em 2020 aumenta, diz Banco Central Asistentes Jornada Bahía Blanca - 2019
Organizado pela Sociedade de Acopiadores de Cereais da Zona Bahía Blanca, em conjunto com a Cooperativa Agropecuária de Acopiadores Federados Ltda e a Associação de Cooperativas Argentinas, foi realizado um dia de atualização sobre Controle Integrado de Pragas e SMC (Sistema de Amostragem, Monitoramento e Controle). 24 de setembro. Agradecemos o convite que nos permitiu entrar em contato com os colecionadores do sul de Buenos Aires. Fugran e Envirologix também participaram.
O mercado financeiro manteve a estimativa para a taxa de câmbio ao final deste ano em R$ 4,10, contra R$ 4 há um mês, segundo o relatório Focus, do Banco Central. Já para 2020, a previsão oscilou em alta, passando de R$ 4 para R$ 4,01. Para 2021, a projeção foi mantida em R$ 4 pela segunda vez, contra R$ 3,95 quatro semanas atrás, enquanto para 2022, a estimativa para a cotação do dólar em relação ao real oscilou em baixa, passando de R$ 4,01 para R$ 4. Por Agência Safras Revista Grãos Brasil - Novembro / Dezembro
Nova edição de Granos - Ed. 132 Caros leitores, a nova edição da Revista Granos já está disponível na internet. Nesta edição, com informações muito interessantes sobre a quebra técnica volátil - O óleo de neem como repelente de pragas de armazenamento - Fumigação e segurança pessoal - Uso de fitas e aço inoxidável - Rojosoft: uma solução para cada empresa e várias outras notas. Você pode visualizá-la online em https://issuu.com/graosbrasil/ docs/granos132online ou se inscrever em consulgran@ gmail.com. Com Granos está bem informado!