HABITABIS

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HABITABIS HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E O

CÂNHAMO NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO


CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ

GRASIELLE DE OLIVEIRA CURYLOFO BATISTA

HABITABIS

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

E O CÂNHAMO NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

Trabalho final de graduação apresentado como requisito para aprovação do curso superior de Arquitetura e Urbanismo ao Centro Universitário Estacio

Orientadora Prof.ª Alexandra Marinelli

“PENSO QUE NÃO HÁ NADA MAIS ARTÍSTICO DO QUE AMAR VERDADEIRAMENTE AS PESSOAS” RIBEIRÃO PRETO 2021

Vincent Van Gogh


Ficha Catalográfica Elaborada por Maria Antonieta Ribeiro Marcolino. CRB 8/10165 B333h

Batista, Grasielle de Oliveira Curylofo.

HABITABIS Habitação de Interesse Social e o Cânhamo na cidade de Ribeirão Preto / Lucimara Cristina de Oliveira Ferro. Ribeirão Preto, 2021. 236 f.. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio De Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profa. Catherine D’Andrea e da Profa. Alexandra Marinelli 1. Habitação Popular. 2. Cânhamo. 3. Sustentabilidade. 4. Déficit Habitacional CDD: 720.07


AGRADECIMENTOS Estranho como iniciar a apresentação de um projeto tão importante como este presente, se inicie através dos agradecimentos. Difícil agradecer pelo tão sonhado final sem lembrar de todos os passos dados e de todos que me acompanharam durante cada um deles, mais difícil seria não ter tempo para agradecer de forma tão simples, contudo do fundo do ser que me habita. Em primeiro lugar, agradeço as forças que me fazem levantar pela manhã e enfrentar dia após dia, força essa que me faz questionar todos os momentos o porquê continuar e o porquê de estar ali, perseverando por algo tão importante como o tão sonhado ensino superior. Agradeço a vida por me permitir esse momento antes de ver minha querida avó Thereza longe, todos os familiares sabem que, eu, por ser a neta mais próxima e manter o convívio diário, deveria levar orgulho para ela, ser a primeira a ter o ensino superior e mostrar que se temos sonhos, conseguimos alcançar. Por ser criada pela avó e por minha mãe, Érika, eu deveria e ainda devo enquanto respirar, tentar ao menos retribuir todo esforço e dedicação que ambas fizeram para que eu chegasse onde cheguei e conquistar tudo que conquistei e sigo conquistando. Meu desejo como irmã mais velha é que meu irmão, Sávio, faça tudo de bom que fiz e sigo fazendo, pois foi ele que não me fez desistir, contando os dias que ele enfrentou no colégio e por toda sua luta desde nascimento, me servindo como instrumento de inspiração e garra. Não somente de parentescos ligados diretamente este trabalho pode ser concluído, pois, se não fosse o Maurício, meu ombro direito, meu porto seguro e que me acalentou em todas as etapas de medo, crise e desespero, nada disso teria sido concluído, saiba que eu amo você não só como pessoa que me acompanha, mas como o ser humano maravilhoso que você é e que transmite ser. Escrever os agradecimentos de um trabalho final de graduação, um trabalho que precisou de 05 anos para poder ser realizado e conquistar o tão sonhado diploma é um processo um tanto quanto sentimental, ainda mais nas condições atuais em que me encontro. Ao final do ano de conclusão da faculdade, conhecer e poder estagiar lado a lado de amigos como Leonardo e Dara são coisas que carregarei comigo para o resto da vida, a primeira visita, a primeira vez fazendo uma placa de obra, coisas tão simples, mas que serviram como alavancas positivas para minha futura profissão. Finalizo já com o olhar marejado ao meu melhor amigo Gabriel, que hoje se encontra morando em outra cidade e seguindo seus sonhos, agradeço ao meu amigo Jayme, por me ensinar pouco do que aprendi em relação aos softwares e em como tentar ao menos manter a calma nos momentos mais complicados, por fim, agradeço aos meus cachorros, Pitoco, Charlotte, Danone, Simba, Dory e Life. Eu amo todos vocês e onde eu estiver, quero ter sempre um pedacinho de vocês comigo, obrigada por tudo.


RESUMO

ABSTRACT

O trabalho a seguir tem como objetivo apresentar o uso do Cânhamo como material construtivo a ser aplicado em um conjunto de habitação de interesse popular, localizado em uma área considerada como assentamento irregular no município de Ribeirão Preto. A utilização do novo material construtivo aplicado em prol da população, através de pesquisas realizadas, deixa evidente a diminuição do déficit habitacional e um aumento da economia do município através da mão de obra, economia que deve ser levada em consideração após os efeitos da pandemia do COVID-19.

The following work aims to present the use of hemp as a constructive material to be applied in a housing complex of popular interest, located in an area considered as an irregular settlement in the municipality of Ribeirão Preto. The use of new constructive material applied in favor of of the population, through surveys carried out, makes evident the a reduction in the housing deficit and an increase in the municipality’s economy through labor, an economy that must be taken into account after the effects of the COVID-19 pandemic.

Palavras-chave: Habitação popular; Cânhamo; Sustentabilidade; Déficit habitacional

Keywords: Popular housing deficit

housing;

Hemp;

Sustainability;


1 INTRODUÇÃO [PLANO DE TRABALHO] 14

2 QUESTÕES HABITACIONAIS 2.1 [A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL] 18 2.2 [FAVELIZAÇÃO E O DÉFICIT HABITACIONAL] 25 2.3 [A ORIGEM DA HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL] 30

4 LEITURAS PROJETUAIS

3.1 [A BUSCA PELA SUSTENTABILIDADE NA OBRA] 38 3.2 [ESTRUTURAS SUSTENTÁVEIS] 39 3.3 [MATERIAIS SUSTENTÁVEIS] 44

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 21] 187

[CORTE BB UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01] 102

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 10] 144

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 21] 188

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 01] 104

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 11] 147

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 22] 191

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 01] 106

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 11] 148

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 22] 192

[LEGISLAÇÃO DA ÁREA ESCOLHIDA] 88

[PLANTA BAIXA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02] 107

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 12] 151

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 23] 195

[GUILLEMIN] 63

[CÁLCULOS REALIZADOS E JUSTIFICATIVA] 89

[CORTE AA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02] 108

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 12] 152

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 23] 196

[SOBRADOS NOVO JARDIM] 68

[CONCEITO] 90

[CORTE BB UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02] 109

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 13] 155

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 24] 199

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 02] 111

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 13] 156

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 24] 200

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 02] 112

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 14] 159

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 25] 203

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 03] 115

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 14] 160

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 25] 204

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 03] 116

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 15] 163

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 26] 207

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 04] 119

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 15] 164

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 26] 208

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 04] 120

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 16] 167

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 27] 211

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 05] 123

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 16] 168

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 27] 212

[JUSTIFICATIVA DO PROJETO EM SI] 94

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 05] 124

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 17] 171

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 28] 215

[VIAS E LEITO CARROÇÁVEL] 94

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 06] 127

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 17] 172

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 28] 216

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 06] 128

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 18] 175

[SISTEMA ESTRUTURAL] 218

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 07] 131

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 18] 176

[MATERIALIDADE] 219

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 07] 132

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 19] 179

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 08] 135

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 19] 180

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 08] 136

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 20] 183

[PARTIDO] 90

5

[PROGRAMA DE NECESSIDADES] 90

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

[VOLUMETRIA] 91

[SOBRE A ÁREA DE INTERVANÇÃO] 74

6.1 MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO

[FIGURA FUNDO] 77

SUSTENTABILIDADE

DIRETRIZES PROJETUAIS

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 10] 143

[FLAT HOUSE] 53

[USO DO SOLO] 76

3

6

[CORTE AA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01] 101

[EQUIPAMENTOS] 78 [HIERARQUIA FÍSICA] 79 [HIERARQUIA FUNCIONAL] 80 [MOBILIDADE] 81 [TOPOGRAFIA E CONDIÇÕES NATURAIS ] 82

[ASPECTOS FÍSICOS DO TERRENO E ENTORNO] 92 [SOBRE O CONCEITO E ORGANIZAÇÃO] 93

[FACHADAS DIFERENCIADAS] 94

7 O PROJETO

[ANÁLISE SENSORIAL-CHEIROS] 83

[IMPLANTAÇÃO] 98-99

[ANÁLISE SENSORIAL-RUÍDOS] 84

[PLANTA BAIXA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01] 100

[ELEVAÇÃO ESQUERDA E DIREITA FACHADA 09] 139 [PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 09] 140

[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 20] 184

[REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS] 234


1 [ INTRODUÇÃO ]


PLANO DE TRABALHO O trabalho a seguir aborda como TEMA principal a habitação de interesse social e a utilização dos tijolos a base de Cânhamo no processo construtivo. A JUSTIFICATIVA se apresenta através do déficit habitacional no Brasil que se aproxima de 7.223 milhões, de acordo com o Ministério das Cidades (apud MEDEIROS, 2007) O cenário atual do país vem carecendo ainda mais de atenção, principalmente a população menos favorecida, que até no ano de 2018 cerca de 13,5 milhões de pessoas no Brasil viviam com até R$145 por mês. (EXAME, 2019). O pobre, trabalhador eventual e destituído, é o usuário dessas políticas pelas quais é visto como “indivíduo necessitado”, e muitas vezes como pessoa acomodada, passiva em relação à sua própria condição, dependente de ajuda, enfim, não cidadão. Sua figura continua desenhada em negativo. (YASBEK, 2005, p.298) De acordo com Bonduki (1998), o problema da habitação está intimamente ligado a economia popular, com base nessa informação é possível dizer que a desigualdade social é um dos principais fatores que afetam as condições de moradia para todos, principalmente no Brasil. Notando-se a degradação que os métodos construtivos convencionais deixavam após cada obra, vários profissionais foram em busca de materiais que pudessem ser utilizados em uma construção, fosse barato mas o principal benefício deveria ser: Sustentável. O uso do cânhamo como método construtivo tem

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como impacto não só ecológico, mas econômico no Brasil, o Hemp Business Journal estimou que a receita total gerada por produtos de hemp nos EUA em 2016 alcançou pelo menos 688 milhões de dólares (SMOKE BUDDIES, 2017). Os produtos derivados do Hemp além de beneficiarem a área da saúde, alimentícia e estética ainda consegue atender de forma sustentável a área de construção civil, no qual fornece um material natural não tóxico, nenhuma emissão de gases venenosos, não utiliza solventes, resistente ao mofo, resistente a pragas, respirável, excelente controle de umidade, durável, sustentável, resistente ao fogo, ótimo isolante, forte, leve e com carbono negativo (HEMPMEDS, 2018). Após o levantamento de informações e análise do tema em questão o OBJETIVO GERAL do trabalho consiste em projetar um conjunto de habitação social no município de Ribeirão Preto utilizando como parte da materialidade o Cânhamo afim de alavancar a economia da cidade e diminuir o

CRIAR IMAGEM

déficit habitacional. De forma mais direta os OBJETIVOS ESPECÍFICOS são constituídos por: • Apresentar novas formas construtivas • Desenvolver um projeto de habitação econômico, resistente e que atenda às necessidades populacionais • Fomentar o desenvolvimento da economia do município com a implantação de um novo método construtivo

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2 [ QUESTÕES HABITACIONAIS ]


Residir em um país onde a desigualdade social fica em evidência é carregar consigo uma herança de injustiça social que exclui parte significativa de sua população do acesso a condições mínimas de dignidade e cidadania. (RICARDO BARROS, 2000) Segundo Paloma Guitarrara (2021) a pobreza no Brasil tem origem estrutural, derivada de um processo de colonização pautado pela sociedade escravagista, a escassez de recursos e sua má distribuição são questões antigas e que conforme os anos acaba se agravando cada vez mais, apesar de no ano atual existir programas sociais que atendam a população menos favorecida Paloma Guitarrara (2021) afirma que após a crise de 2014, tem cada vez mais ampliado o número de indivíduos vivendo abaixo da linha de pobreza, que corresponde a R$ 154 ao mês. Quando falamos sobre a desigualdade social abrangemos outros pontos importantes como o preconceito para com a população em questão, ausência de serviços essenciais como saneamento básico, educação e outros determinantes que afetam a forma de morar de cada indivíduo. As pessoas que são marginalizadas sofrem os maus efeitos da existência dessas bolhas sociais e econômicas, sem lhes ser concedidas oportunidades de vida, de estudo e de crescimento profissional da mesma maneira que às outras pessoas. Nesse sentido quem é de uma família pobre tem menos probabilidade de ter uma excelente educação e instrução; assim, com

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é carente dos serviços essenciais como hospitais e escolas, coleta de lixo e saneamento básico.

baixo nível de escolaridade, terão destinados a si certos empregos sem grande prestígio social e com uma remuneração modesta, mantendo seu status social

2.1 [ A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL]

intacto. (MERELES, 2019).

Ricardo Barros (2000) afirma que o Brasil não é um país pobre, mas um país com muitos pobres, essa definição de pobre é determinada através de um indicador denominado como linha de pobreza e é considerado extremamente pobre o indivíduo que vive com menos de US$ 1,90 ao dia ou R$ 10,80. (GUITARRARA, 2021). De acordo com Paloma Guitarrara (2021) podemos definir a pobreza sendo ela absoluta ou relativa, onde a pobreza absoluta é definida pela escassez de recursos e calculada a partir de parâmetros objetivos, como a linha de pobreza e a pobreza relativa, em contrapartida, está relacionada ao comparativo entre indivíduos, famílias ou grupos (o que inclui países), diretamente atrelada à forma como se dá a distribuição de renda na sociedade. (GUITARRARA, 2021).

Figura [2] Sheraton Grand Hotel e Resort.Fonte: CNN Brasil. Disponível em:< https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/12/16/fotografo-sul-africanoretrata-em-imagens-do-alto-a-desigualdade-brasileira> Acessado em 30 de 30 de março de 2021 - Modificado pela autora

Na década de 1880 o Brasil começa a receber uma grande quantidade de estrangeiros que tinham como objetivo trabalhar nas indústrias e viver uma vida melhor fora de seu país de origem. De acordo com Bonduki (1998) o crescimento da cidade deveu-se não só à sua à sua consolidação como grande mercado distribuidor, mas também ao influxo da massa de imigrantes. Conforme a urbanização dos centros e o valor agregado as moradias na região devido os privilégios de localidade, algumas pessoas precisavam recorrer as áreas periféricas da cidade onde além de sua distância em relação ao centro comercial

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Figura [3] Moradores do Complexo da Maré. Fonte: Agência Brasil. Disponível em:<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-04/moradores-damare-pedem-moradia-digna-e-condicoes-de-trabalho> Acessado em 30 de março de 2021


A desigualdade social teve um grande impacto nos órgãos governamentais que a partir do ano de 1970 teve uma redução no índice de pobreza de 68,3% para 24,7%, contudo essa redução foi ainda maior a partir do ano de 2003 e entre os motivos estão os programas de inclusão social e transferência de renda que tiveram início no final da década de 1990 e foram unificados a partir de 2003 com a criação do Bolsa Família, o índice que era de 24,6% no ano de 2003 caiu para 8,8% 10 anos mais tarde. (GUITARRARA, 2021). No início do ano de 2003 iniciou-se o governo do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva que terminou seu mandato no ano de 2011, passando o cargo para a ex-presidente Dilma Rousseff. Durante os 13 anos tendo o PT como partido político entre 2003 e 2014, o Brasil viveu uma fase de avanço econômico e social, com cerca de 25 milhões de pessoas deixando a pobreza e um aumento significativo da renda dos mais pobres. (REDE BRASIL ATUAL, 2020).

No ano de 2015 o país enfrenta a pior crise econômica desde os anos de 1990, o PIB chegou a diminuir cerca de 3,1%, segundo Rogério J. Barbosa (2020) nos últimos 12 meses, pelo menos 825 mil pessoas perderam seus postos de trabalho. Ruth Costas (2015) cita os 5 principais fatores que influenciaram para o retrocesso do país, o primeiro deles foi a Lava Jato e o preço do petróleo, onde a operação Lava Jato teve um impacto -2,5% no PIB devido a paralisação nas atividades da Petrobras, o segundo fator foi a crise política onde perdeu-se uma grande quantidade de investimentos, logo em seguida foi realizado o aperto monetário e ajuste fiscal que demorou para acontecer e abrangeu dados além do que era esperado, a questão é que a recessão levou a uma queda da arrecadação – e com isso o déficit fiscal em vez de cair, cresceu. (COSTAS, 2015).

Com a formulação de benefícios voltados a população menos favorecida, de acordo com Rogério J. Barbosa (2020) entre 2001 e 2011, a renda média das famílias cresceu mais de 30%, a desigualdade medida pelo coeficiente de Gini caiu mais de 10%, e as taxas de extrema pobreza e de pobreza recuaram, respectivamente 4 e 12 pontos percentuais. Em 2014 a economia geral começa a entrar em defasagem e afeta sobretudo a população mais pobre, chegando a diminuir em 40%, cerca de 1,4% ao ano, se os ganhos tivessem sido distribuídos igualmente entre a população, este ano teríamos

a necessidade de reajustar sua estrutura, o que muitas vezes representa um aumento das demissões. Além disso, o enxugamento dos gastos públicos também teve um efeito significativo na demanda, já que o governo é o segundo maior ‘consumidor’ da economia, depois das famílias, respondendo por 22% dos gastos totais. (COSTAS, 2015)

13 milhões de brasileiros a menos vivendo em pobreza (renda de R$ 499 ao mês) e 9 milhões a menos na pobreza extrema (renda de até R$ 178 por mês). (REDE BRASIL ATUAL, 2020).

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Entre os fatores externos mais relevantes para a economia brasileira estariam a queda nos preços nas commodities e a desaceleração chinesa. Como resultado desses dois fenômenos, o valor negociado das exportações brasileiras caiu e, mesmo com o real desvalorizado, as exportações para a China tiveram baixa de quase 20% no primeiro semestre na comparação com 2014. (COSTAS, 2015).

No ano de 2016 os primeiros indícios da crise econômica no país são apontados através do índice de desemprego da população, afetando em sua maior parte as regiões mais desenvolvidas, como a região Sudeste. O cenário só não foi pior porque o aumento da extrema pobreza nas duas áreas de forte concentração de pobres – Nordeste e Norte – não seguiu o mesmo ritmo, o que mostra a importância da ampliação do escopo e escala dos programas sociais desde 2003. Não fosse a criação do Programa Bolsa Família e a ampliação da cobertura do Benefício de Prestação Continuada e da Aposentadoria Rural, o quadro seria certamente diferente. Na realidade, o efeito protetor dessas políticas pode rapidamente se exaurir pela falta de correção do valor real dos benefícios assistenciais, pelo descredenciamento de beneficiários e pelas

Sem aquela demanda que vinha sendo inflada artificialmente, a indústria e outros setores estão sentindo

mudanças nos critérios de acesso a esses programas, como indicado na presente proposta de Reforma da Previdência. (TEORIA E DEBATE, 2018) Em 2020 o Brasil sofre um grande impacto econômico devido a pandemia do COVID-19 aumentando o índice de pobreza e extrema pobreza que foi para 33,7% e 12,5%.

O total de pessoas pobres chegou a 209 milhões no fim do ano passado, 22 milhões a mais do que em 2019.

O último fator apontado por Ruth Costas (2015) responsável pela crise no país foi o cenário externo, visto que o Brasil é um dos grandes exportadores de produtos como a soja, minério de ferro e petróleo.

Figura [4] Pessoas em pobreza e extrema pobreza no Brasil 1992 a 2016. Fonte: Teoria e Debate. Disponível em: <https://teoriaedebate.org.br/2018/03/07/ com-o-aumento-da-extrema-pobreza-brasil-retrocede-dez-anos-em-dois/> Acessado em 30 de março de 2021

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Desse total, 78 milhões de pessoas estavam em situação de extrema pobreza, 8 milhões a mais do que no ano anterior. Os números são os piores registrados nos


últimos 12 e 20 anos, respectivamente, e também estão associados a uma piora dos índices de desigualdade na região e nas taxas de ocupação e participação no mercado de trabalho, sobretudo das mulheres. (NASCIMENTO, 2021) Com a crise na área da saúde afetando diretamente a economia brasileira foi preciso a criação de um auxílio emergencial com o propósito de auxiliar as pessoas menos favorecidas e amparar as necessidades dessas famílias. O valor de R$600 e R$1.200 para mães solteiras teve impacto direto no índice de pobreza e extrema pobreza, Paloma Guitarrara (2021) afirma que a queda foi de quase 2 milhões de pessoas: de 8,8 milhões vivendo na extrema pobreza em maio de 2020, o valor foi para 6,9 milhões no mês seguinte. De acordo com a Caixa Econômica tem direito ao auxílio emergencial o cidadão maior de 18 anos, ou mãe com menos de 18, esteja desempregado ou exerça atividades como microempreendedor individual (MEI), contribua individualmente com a Previdência Social, seja um trabalhador informal e pertença a uma família cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$522,50) ou ainda possua uma renda familiar total de até 3 salários mínimos. Apesar de parte da população ser beneficiada com a ação social do governo, uma porcentagem dos habitantes nomeada como invisíveis acaba ficando sem nenhum auxílio, são assim chamados por não estarem cadastrados nas nas bases do governo federal nos programas de transferência, como o Cadastro Único. (GUITARRARA, 2021). De acordo com Fiocruz (2020) uma das maiores preocupações do CNS (Conselho Nacional de Saúde) é a

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desigualdade nas condições de saneamento e moradia frente à pandemia. A população menos favorecida, no cenário atual não consegue e não pode ficar sem sua forma de sustento, para esses cidadãos ficar em casa e manter o distanciamento físico torna-se algo quase impossível, tanto por conta de seus salários quanto pela forma de morar, através de um panorama geral quem não tem acesso a condições dignas de moradia e vida e aos mínimos direitos fundamentais ou está sem trabalho e renda nunca esteve tão vulnerável. (FIOCRUZ, 2020). Os moradores que possuem uma renda na linha da pobreza e/ou abaixo dela, que residem consequentemente nas áreas afastadas e consideradas insalubres para viver, para garantir o mínimo de isolamento domiciliar, estão com famílias inteiras — e, em alguns casos, com muita gente — restritas a um mesmo espaço, inclusive sem saber que alguma já pode estar infectada. (FIOCRUZ, 2020). A distância destes cidadãos e a forma de viver entram em grande conflito perante as orientações da OMS

acordo com a Fiocruz (2020) não vão “sofrer apenas com o vírus”, mas também com a fome, a ausência de higiene e a escassez de água. A população em situação de rua aparece com um dos grupos sociais mais vulneráveis diante da pandemia de Covid-19, o que evidencia um cenário de desigualdade e injustiça social. A atenção especial a essa população é necessária por diversos aspectos. Pelas condições sociais, por ela estar nas ruas, pela ausência de higiene e água potável, pela ausência de segurança alimentar. (FIOCRUZ, 2020) De acordo com a Catraca Livre (2020), na cidade de São Paulo já são 22 pessoas em situação de rua mortas pela covid-19.

(Organização Mundial da Saúde), pois Dificultam o acesso a saneamento básico, água encanada e esgoto domiciliar, em regiões de difícil acesso ou nas periferias, são fatores que dificultam o controle da epidemia. A isso se soma o fato de que a população negra geralmente é a mais afetada pela desigualdade, com menos condições socioeconômicas de enfrentamento a esse tipo de situação. (FIOCRUZ, 2020) Não somente a população que reside nas áreas periféricas é afetada, mas também indivíduos em situação de rua, que de

Figura [5] Moradores de rua alojados em baixo de um pontilhão na cidade de São Paulo. Fonte: Catraca Livre. Disponível em: <https://catracalivre.com.br/ cidadania/sp-tem-22-moradores-de-rua-mortos-por-covid-19-diz-prefeitura/> Acessado em 30 de março de 2021

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No Brasil, como em muitos outros países subdesenvolvidos, a situação da população de rua é ainda mais grave. Com a deficiência de vagas em abrigos e as condições precárias de muitos destes, não é possível acolher grande parcela dessas pessoas. Além disso, a falta de dados e estudos sobre o assunto compromete a busca de soluções mais efetivas. Na capital paulista, primeiro epicentro da pandemia no Brasil, no ano passado havia 24 mil moradores de rua, número que já era questionado por uma margem considerável de subnotificação. (IDOR, 2021)


Os moradores de rua, que estão em situação de vulnerabilidade, em abril de 2020 podem ser atendidos pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), organização humanitária de âmbito internacional, a ação uniu esforços em uma igreja franciscana em São Paulo, transformando o espaço em um abrigo e centro de atendimento médico que durante a crise sanitária alimenta, examina e testa mais de 700 pessoas por dia. (IDOR, 2021) As equipes do MSF têm visitado albergues e locais onde há distribuição de comida, para conseguir atender tantos os que usam os abrigos públicos, quanto aqueles que dormem exclusivamente nas ruas. Os profissionais de saúde oferecem orientações e buscam identificar gente que tenha sintomas da doença. Os casos mais graves são encaminhados aos serviços de saúde. (AGÊNCIA BRASIL, 2020).

Figura [6] Médicos Sem Fronteiras atuando contra o coronavírus em São Paulo. Fonte: Folha de São Paulo. Disponível em: <https://fotografia.folha.uol.com.br/ galerias/1667616761814014-medicos-sem-fronteira> Acessado em 30 de março de 2021

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2.2 [ FAVELIZAÇÃO E O DÉFICIT HABITACIONAL] No início do século XIX, devido o processo acelerado da urbanização, falta de planejamento e uma má gestão política, surgem as primeiras favelas no Brasil. O termo utilizado para designação de moradias insalubres e condições precárias surgiu após a Guerra de Canudos que ocorreu de 1896 a 1897 e estava relacionada ao Arraial de Belo Monte, existente no Morro da Favela. O resultado da ação de “favelizar” corresponde ao aumento do número de moradias precárias (barracos) em uma determinada região, formando um conjunto habitacional conhecido como “favela”. Ela surge em áreas de ocupação irregular (públicas ou privadas) e formam núcleos populacionais densamente povoados. (TODA MATÉRIA, 2020)

subsistência no espaço urbano e acabam tendo de habitar os territórios que rodeiam a cidade, posto que fiquem mais próximos aos locais de trabalho. Isto ocorre por que aqueles meios de subsistência (principalmente alimentação e moradia) são muito mais caros nos centros urbanos do que em suas periferias. (TODA MATÉRIA, 2020) As áreas favelizadas são tratadas pela grande maioria da população como zonas de risco, onde segundo Rodolfo A. Pena (2021) é vista por gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento habitacional. Cerca de 44% da população latino-americana vive em favelas ou subúrbios com infraestrutura precária, 33% da população dos países em desenvolvimento vive em favelas, 11% da população de São Paulo vivem em favelas, enquanto 22% da população do Rio de Janeiro habitam tais moradias e a cidade com maior número de pessoas que vivem em favelas no Brasil é o Rio de Janeiro com 1.393.314 habitantes. (TODA MATÉRIA, 2020)

Construções improvisadas, ausência de saneamento básico e distância de centros de apoio, os barracos instalados em áreas de risco evidenciam o descaso governamental frente a essa população que em grande maioria vive com menos de um salário mínimo por mês. A favelização apesar de aparentar ligação direta com o excesso populacional é originada da Macrocefalia Urbana, onde de acordo com a Toda Matéria (2020) não são capazes de absorver a população e fornecer-lhe abrigo e renda.

Para que um conjunto de habitação seja considerado favela não necessariamente apenas a falta de regularização a denomina como tal, Ricardo Ojima (2007, p. 346) informa que

Os habitantes de uma região (geralmente pequenas e médias cidades) não encontram meios de

Para ser considerada habitação em favela, o domicílio deve se enquadrar em pelo menos uma das

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seguintes privações: 1) durabilidade da habitação; 2) densidade domiciliar máxima de três pessoas por cômodo; 3) acesso suficiente a água potável; 4)

esgoto ou de água encanada, não haviam problemas sociais ou criminais (LEITE.L, 2009). Para que esse molde internacional fosse implantado

acesso a instalações sanitárias; e 5) posse legal da terra ou alguma forma de proteção legal. (OJIMA, 2007). A cidade do Rio de Janeiro, na qual possui uma das 7 maravilhas do mundo é berço da maior favela do Brasil, nomeada como Favela da Rocinha que abriga cerca de 25.742 domicílios, mas o Rio de Janeiro teve seu primeiro aglomerado de residências em 1888, um dos motivos que deu origem a este tipo de moradia, de acordo com Lucas de Souza Leite (2009, p. 02) Pereira Passos, prefeito da cidade do Rio de Janeiro durante os anos (1902 – 1906), promoveu grandes reformas urbanísticas na cidade, seu objetivo era transformar o Rio de Janeiro numa capital aos moldes de Paris, para uma posterior recepção de evento internacional. Para que grandes avenidas fossem traçadas, Pereira Passos utilizou-se da política do “bota-abaixo” gerando uma onda de demolições dos cortiços localizados no centro da cidade, fato este que impulsionou o crescimento das favelas. (LEITE. L, 2009)

O arquiteto francês Alfred Agache (1875 – 1959), um dos responsáveis pela consolidação do urbanismo no mundo, propôs um projeto urbanístico para a cidade do Rio de Janeiro onde considerava as favelas um problema “sob o ponto de vista da ordem, social, da segurança, da higiene, sem falar da estética. (LEITE.L, 2009) A população que residia nas favelas era removida de suas residências, assim, no ano de 1937 no Código de Obras da Cidade do Rio de Janeiro, as favelas eram tidas como “aberrações urbanas”, e através deste Código ficou homologado a política de eliminação de favelas e proibição de construções de outros

barracos. (LEITE.L, 2009) Getúlio Vargas, com a intenção de diminuir a problemática desses moradores criou na década de 40 os parques-proletários que semelhante a um albergue, abrigava os cidadãos que residiam nos morros, afim de implantar melhorias na infraestrutura das casas, apesar de Getúlio Vargas aparentemente ter o objetivo de diminuir essa problemática, os moradores que eram retirados dos morros não eram mais autorizados a voltar para suas casas.

Com tamanho almejo em transformar o Rio de Janeiro

em uma cidade semelhante a Paris, a partir dos anos 20 o preconceito mediante as favelas era tão grande, visto que eram apenas um problema sanitário, onde não existiam redes de

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moradores.

Figura [7] Parque Proletário da Gávea. Fonte: Cronologia do Urbanismo. Disponível em: <http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao. php?idVerbete=1596> Acessado em 30 de março de 2021

Com as favelas e o preconceito girando entorno delas, em 1948 foi realizado o primeiro Censo destinado a este tipo de habitação, onde ditado em documentos oficiais afirmava que: “Os pretos e pardos prevaleciam nas favelas por serem hereditariamente atrasados, desprovidos de ambição e mal ajustados às exigências sociais modernas” (LEITE.L, 2009). As décadas de 60 e 70 foram responsáveis não só pela criação da Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana do Grande Rio, mas também pelo início do narcotráfico, onde estima-se um movimento financeiro aproximado de R$ 3 bilhões por ano, só na cidade do Rio de Janeiro. (LEITE.L, 2009) No início da década de 90 foram criados projetos sociais como Favela-bairro e obras advindas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com objetivo de diminuir as problemáticas relacionadas a favelização e seus

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Figura [8] Complexo do Alemão, Rio de Janeiro/RJ. Fonte: PAC Urbanização de Favelas. Disponível em: <https://antigo.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosSNH/ ArquivosPDF/PAC_Urbanizacao_de_Favelas_Web.pdf> Acessado em 30 de março de 2021


De acordo com o El País (2019) só na cidade do Rio de Janeiro existem 1.018 favelas que concentram 22% da população e somente na comunidade da Rocinha a densidade populacional é de 48.258 habitantes por quilômetro quadrado. A distância das áreas comerciais, ausência de serviços básicos como escolas e alto índice de desemprego fazem com que as crianças transitem por entre as ruas e por sua vez trabalhem em pequenos comércios da região. Apesar da grade massa populacional, na Rocinha convivem 70.557 pessoas que são atendidas por dois centros de saúde de atenção básica e dois centros com algumas especialidades. Isso significa que, para doenças graves, a população precisa buscar atendimento fora da favela. (EL PAÍS, 2019). O Rio de Janeiro nos anos 2000 possuía aproximadamente 19% de moradores nas áreas favelizadas e em 2019 a cidade era responsável por corresponde a grande parte do índice de desempregados do país.

uma das cidades mais bonitas do país. De acordo com a Isto é (2017) os anos de 2010 e 2013 foram marcos na área de turismo onde os estrangeiros interessados em conhecer os pontos turísticos dos morros cariocas chegou a 1,1 mil pessoas ao mês.

morador e entorno, fazendo o uso de materiais inadequados ou excedendo o limite de moradores.

Com mais de 18.000 habitantes com menos de 14 anos, a favela da Rocinha conta com 16 creches, sete centros de educação pré-escolar e três escolas primárias. Para frequentar escolas de ensino médio é preciso sair da favela, onde outros bairros também oferecem cursos superiores. (EL PAÍS, 2019) A favela da Rocinha mesmo com baixa qualidade em sua infraestrutura busca, quebrando o preconceito, aumentando seu desenvolvimento social e econômico, através de visitas guiadas, levar o conhecimento da comunidade e da cidade do Rio de Janeiro para turistas que visitam o Brasil e optam por

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Com vielas que se conectam criando verdadeiros labirintos como passagem e grandes prédios em seu entorno, a maior parte da população tem acesso à eletricidade sem pagar, criando uma decoração única que se estende por todas vielas (EL PAÍS, 2019). O grande processo de favelização e o alto índice de desemprego em 2019 faz com que o Brasil alcance a marca de 5,876 milhões em seu registro de déficit habitacional, segundo a pesquisa, essas quase 6 milhões de moradias representam 8% dos domicílios do país. O alto valor do aluguel urbano responde por mais de metade do déficit habitacional total – um total de 3.035.739 de moradias. (G1, 2021). Segundo Inca (2020) o déficit habitacional diz respeito a um índice que representa as famílias que residem em condições precárias de moradia ou até que não possuem nenhum tipo de moradia. Para que seja considerada uma residência em déficit habitacional a mesma precisa apresentar um risco para o

Figura [9] Turistas poloneses em visita guiada no morro do Rio de Janeiro. Fonte: Isto É. Disponível em: <https://istoe.com.br/turismo-questionavel/> Acessado em 30 de março de 2021

Figura [10] Fiação exposta dentro da comunidade. Fonte: El País. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/05/album/1549387456_663322. html#foto_gal_1> Acessado em 30 de março de 2021

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eram aquisições particulares ou seja, eram alugadas.

2.3 [ A ORIGEM DA HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL] Para compreender o termo de habitação popular é necessário retroceder aproximadamente 141 anos, mais precisamente na década de 80, quando a cidade de São Paulo inicia um processo de urbanização advindo principalmente da indústria cafeeira. O processo de crescimento urbano da cidade de São Paulo recebeu boa parte da mão de obra de estrangeiros, isso por volta de 1886. Os indivíduos que saiam de seus países ingressavam no Brasil com o objetivo de obter trabalho e uma vida com condições melhores do que de suas origens, o excesso de estrangeiros na cidade acarretou entre 1886 e 1900 uma grande massa populacional que, de acordo com Bonduki (1998) ocasionou a primeira crise habitacional. Com a expansão da cidade e o crescimento do centro urbano os lotes que eram criados em sua maioria, eram voltados a chácaras e criação de bairros novos. Tais ocupações localizadas próximo as indústrias e região central da cidade não atendia a quantidade equivalente da população, principalmente devido ao custo em relação ao valor pago aos operários. A população menos favorecida precisava optar entre residir em residências melhores e passar necessidade principalmente a fome ou habitar um local completamente insalubre, mas com um valor bem abaixo dos demais e conseguir pagar todas as despesas domésticas. Era previsto que em sua maioria os operários optavam por não passar fome e começaram a morar em locais com a qualidade de vida extremamente reduzida, além do mais as residências que eram ocupadas mesmo com condições quase que desumanas não

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A ocupação desses terrenos baratos, abaixo do nível de arruamento, revela a urgência e o descuido com que se executavam as construções numa época de grande demanda por novas moradias de aluguel. Esse descuido era ainda maior quando se tratava de habitações para trabalhadores pobres, nas quais toda redução de custo era buscada com avidez. (BONDUKI, 1998, p. 30) As condições precárias nas quais os moradores residiam era afetada principalmente pela ausência da rede de esgotos. Em mais de um ponto a drenagem é mesmo impossível por se achar o encanamento do resto em nível superior. Em outros sítios, a carga adicional de água, no tempo de chuva, faz refluir à rede de esgotos materiais aí contidos ou retardados, o que demonstra as condições desfavoráveis em que essa rede funciona. Em consequência, a umidade copiosa do terreno, não raro, forma nesses terrenos deprimidos pequenas lagoas que as águas pluviais alimentam e que só desaparece pela ação do calor solar [...]. No fundo de quase todos os quintais dessa zona, o solo ainda que um tanto poroso e absorvente a princípio, perdeu já essas qualidades. A água da chuva aí acumulada desaparece mais por evaporação do que por infiltração. As construções, já muito condensadas [e] retalhando o terreno com muros e paredes diversas

tornam ainda mais precárias as condições de escoamento e enxugo do solo. (BONDUKI, 1998, p. 30)

e sem a necessária ventilação; 3) pela carência de prévio saneamento do terreno onde se acham construídos; 4) finalmente, pelo desprezo das mais

Grande massa populacional, aumento na procura de um local para passar noite e crescimento acelerado de indústrias foram responsáveis para a construção de residências voltadas para a população pobre e operária, dando início na formação dos cortiços e estalagens que por sua vez tinham dimensões mínimas e eram ocupados por mais de uma família. Casos particulares como indivíduos únicos que vendiam a mão de obra em troca de uma hospedagem ocupavam locais separados, nomeado como hotel-cortiço. De acordo com Bonduki (1998) esse tipo de habitação possuía aposentos pequenos, 2,5m de frente por 3m de fundo e eram utilizados somente no período noturno. Não só indivíduos únicos se formava a densidade da cidade, mas também famílias com 6, 8 ou mais integrantes, portanto criava-se o cortiço-pátio na qual ocupava cerca de uma quadra e edificado em terrenos integrados a outro tipo de construção.

comezinhas regras de higiene doméstica. (BONDUKI, 1998, p. 32). Por se tratar de residências pequenas, replicadas e edificadas em um terreno compartilhado o custo para produzilas era vantajoso visto que o aluguel pago pelos moradores compensava o valor gasto nas obras. Com o aumento dessa população foram construídas no geral quatro tipos de moradia: Cortiços improvisados, cortiço-pátio, casa de cômodos e o hotel-cortiço, mas além dessas tipologias existiam as habitações nomeadas de casinha e esta era uma das principais ameaças para o setor higienista da época.

Um portão lateral da entrada por estreito e comprido corredor para um pátio com 3 a 4 metros de largo nos casos mais favorecidos. Para esse pátio, ou área livre, se abrem as portas e janelas de pequenas casas enfileiradas, com o mesmo aspecto, a mesma construção, as mesmas divisões internas e a mesma e a mesma capacidade. Entre nós esses cortiços se

Apenas considerada cortiço pelo seu destino e espécie de construção. Pequena e insuficiente, para a população que abriga, não oferece garantia alguma pelo que respeita a higiene. O assoalho sem ventilação e assentado sobre o solo, o forro sem ventilador, os cômodos pequenos e ainda subdivididos por biombos, que os torna ainda mais escuros, as paredes sujas e ferido o reboco que deixa perceber a má qualidade da alvenaria. No fundo uma área exígua, mal-ladrilhada ou cimentada com um ralo para esgoto e uma latrina ordinária sem abrigo. A cozinha, quando não é ao lado da latrina, está

caracterizam: 1) pela má qualidade e impropriedade das construções; 2) pela falta de capacidade e má distribuição dos aposentos, quase sempre sem luz

assentada junto do aposento de dormir e então as condições de asseio são as mais precárias possíveis. (BONDUKI, 1998, p. 33)

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Essa grande precariedade acontece na mesma época em que se enfrenta uma epidemia de cólera, resultando em uma intervenção urgente do governo para que a população não fosse completamente dizimada. As ações governamentais viram então a necessidade de colocar em ação os higienistas, pessoas responsáveis por analisar e intervir nos locais que eram considerados risco para a população, como os cortiços. Responsáveis por diminuir a possibilidade de contágio entre os indivíduos os higienistas possuíam um preconceito em relação aos imigrantes que povoavam o país: Indivíduos que vivem na miséria e abrigados aos pares, em cubículos escuros e respirando gases mefíticos, que exalam de seus próprios corpos não asseados, perdem de uma vez os princípios da moral e atiram-se cegos ao crime e ao roubo de forma a perderem sua liberdade ou a ganharem, por essa

controlar a vida, as regras de asseio, higiene e saúde de seus habitantes; 2) promulgação de vasta legislação de controle sanitário e de produção das

As medidas governamentais para controlar as condições sanitárias e impedir a propagação de epidemias foram de três tipos: 1) criação da Diretoria de Higiene, com poderes de polícia e inspeção sanitária, isto é, podia entrar nos domicílios para

chega a 85% no ano de 1920. Era preciso bem mais que uma melhoria nas redes de água e esgotos, diante disso o governo entra em ação através da criação da legislação do controle do

O governo, portanto, autoriza o grupo de higienistas a intervir nestas questões, tornando-se o fator prioritário para melhoria da população visto que, o país sofria ano após ano com as epidemias.

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Não bastava, com efeito, melhorar as condições de abastecimento de água e do serviço de esgoto, encetar a drenagem profunda e superficial do solo, proceder a regularização e limpeza dos terrenos baldios, retificar o curso dos rios urbanos, efetuar o asseio e a limpeza das ruas e dos quintais, regularizar ou regulamentar as construções novas, arborizar as pragas e logradouros públicos, calçar as ruas, tomar enfim todas as medidas para manter em nível elevado a higiene de uma cidade que cresce rapidamente e cuja população triplicou em dez anos; é preciso cuidar da unidade urbana da habitação, não já da habitação privada, mas daquela onde se acumula a classe pobre, a estalagem onde [se aloja] a população operária- o cortiço como vulgarmente

habitações, com destaque para o Código Sanitário de 1894; e 3) participação do Estado na gestão de obras de saneamento e de abastecimento de água e de coleta de esgotos, sobretudo pela encampação da Companhia Cantareira de Águas e Esgotos e pela criação da Comissão de Saneamento das Várzeas. (BONDUKI, 1998, p.38) Em 1893 o Brasil, que já estava ameaçado pela febre amarela, registrava seu primeiro caso de cólera. Perante esta situação os higienistas eram autorizados a interferir nos locais que considerassem suspeitos de proliferar as doenças, invadiam residências, ateavam fogo e até mesmo prendiam cidadãos que se submetiam nestas condições. Nos casos em que um único indivíduo encontrava-se doente em uma construção, todos os demais eram afetados e por sua vez, ficavam sem onde morar. Frente a crise na área da saúde e o grande receio de afetar uma grande quantidade de pessoas, no mesmo ano o governo criava três agentes de intervenção para conter o avanço epidemiológico: legislação urbanística, planos de saneamento básico e estratégia de controle sanitário. (BONDUKI, 1998) Um dos fatores que mais facilitava a propagação das doenças era a poluição nas águas, o estado, portanto toma a iniciativa para atender uma quantidade maior de moradias que

forma, meios de se alimentarem ou dormirem melhor. (BONDUKI, 1998, p.34)

uso do solo.

se chamaram as casas, construções acanhadas, insalubres, repulsivas algumas, onde as forças vivas do trabalho se ajuntam em desmedida fustigadas pela dificuldade de viver numa quase promiscuidade a que a economia lhes impõe mas que a higiene repele. (BONDUKI, 1998, p. 46)

grande massa populacional que, de acordo com Bonduki (1998) ocasionou a primeira crise habitacional. Com a expansão da cidade e o crescimento do centro urbano os lotes que eram criados em sua maioria, eram voltados a chácaras e criação de bairros novos. Tais ocupações localizadas próximo as indústrias e região central da cidade não atendia a quantidade equivalente da população, principalmente devido ao custo em relação ao valor pago aos operários. A população menos favorecida precisava optar entre residir em residências melhores e passar necessidade principalmente a fome ou habitar um local completamente insalubre, mas com um valor bem abaixo dos demais e conseguir pagar todas as despesas domésticas. Era previsto que em sua maioria os operários optavam por não passar fome e começaram a morar em locais com a qualidade de vida extremamente reduzida, além do mais as residências que eram ocupadas mesmo com condições quase que desumanas não eram aquisições particulares ou seja, eram alugadas.

O processo de crescimento urbano da cidade de São Paulo recebeu boa parte da mão de obra de estrangeiros, isso por volta de 1886. Os indivíduos que saiam de seus países

A ocupação desses terrenos baratos, abaixo do nível de arruamento, revela a urgência e o descuido com que se executavam as construções numa época de grande demanda por novas moradias de aluguel. Esse descuido era ainda maior quando se tratava de habitações para trabalhadores pobres, nas quais toda redução de custo era buscada com avidez. (BONDUKI, 1998, p. 30)

ingressavam no Brasil com o objetivo de obter trabalho e uma vida com condições melhores do que de suas origens, o excesso de estrangeiros na cidade acarretou entre 1886 e 1900 uma

Com a área da saúde afetada e a necessidade de se tomar iniciativas afim de conter as epidemias, o problema foi sendo

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ampliadas, visto que já era algo que melhorava as condições de vida dos moradores no geral. No final do século XIX, o setor industrial em grande expansão e a quantidade de indivíduos de classe social baixa, a maioria das residências eram alugadas e a produção dessas moradias eram exclusivamente de iniciativa privada e tinha como objetivo arrecadar o valor mensal advindo do aluguel, tais moradias eram nomeadas como vila operária de empresa e vila operária particular onde representavam respectivamente moradias com investimento de empresas e destinados aos seus funcionários e moradias com investidores que visavam apenas o mercado imobiliário.

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3 [ SUSTENTABILIDADE]


3.1 [ A BUSCA PELA SUSTENTABILIDADE NA OBRA] Conforme o processo de urbanização o meio ambiente foi sendo afetado de forma negativa por muitos anos, através de extrações de matéria prima que não permitem a realização do processo de reciclagem e o retorno para as áreas intervidas. Todo o desgaste ocasionado no meio ambiente vem sendo estudado para possíveis melhorias nas condições de vida futura que, de acordo com Pensamento Verde (2013) cabe a todos os indivíduos a responsabilidade de lutar pelo futuro das próximas gerações. Diversos setores acabam se tornando responsáveis pela degradação do meio ambiente, contudo ainda de acordo com Pensamento Verde (2013) cerca de 40% do uso de combustíveis fósseis são relacionados a construção civil. De acordo com as informações referentes ao dano ocasionado, o setor de construção vem aderindo em cada novo projeto métodos mais sustentáveis afim de diminuir o estrago causado. Adotar materiais sustentáveis em um projeto requer um estudo minucioso, pois grande parte dos materiais de construção quando não são feitos com matéria-prima que afete o meio ambiente, inibem gases tóxicos durante o processo de extração. Essa preocupação durante o processo construtivo não é algo recente, Sienge (2017) afirma que o pensamento surgiu por volta de 1970, logo após a crise do petróleo, sendo ainda mais edificada no ano de 1990 onde aspectos como eficiência energética, diminuição de resíduos e um melhor aproveitamento do meio natural sem prejudicar o meio ambiente foram tratados com maior atenção. A procura por novos materiais construtivos beneficia não

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só o planeta, mas também o empreendedor da obra, considerando diversos aspectos positivos como redução de gastos, incentivos fiscais, maior porcentagem positiva para a venda do imóvel, melhoria no conforto térmico, energético e visual. Construções consideradas sustentáveis ou construção verde possui o benefício de incentivo fiscal, assim, uma construção verde, que é uma obra ecologicamente correta, poderá contar com alguns financiamentos e descontos em impostos fiscais. (SIENGE, 2017) Para que essa adoção de maneiras sustentáveis seja ainda mais aplicada, alguns países beneficiam os moradores através dos incentivos fiscais, no Brasil é possível encontrar o IPTU VERDE, desconto que é dado no IPTU para obras que implementarem sistemas ecoeficientes nas suas construções ou reformas. Cada cidade que utiliza o IPTU Verde determina o valor dos descontos, mas eles variam de 5% a 20%. (SIENGE, 2017) Uma construção sustentável não necessariamente significa apenas a aplicação de matéria-prima com impacto menor no meio ambiente, mas também a tecnologia aplicada no projeto para uma possível captação de água da chuva, placas fotovoltaicas para absorver energia solar e uso de materiais reciclados ou com produção menor de resíduos. O processo sustentável em um projeto consequentemente acaba reduzindo o valor final de repasse, podendo até mesmo ter seu tempo de execução reduzido, Sienge (2017) afirma que uma construção consciente e sustentável, além de evitar todos os prejuízos que uma obra normal traria ao meio ambiente, pode diminuir o custo final do projeto e até o seu tempo de conclusão.

3.2 [ ESTRUTURAS SUSTENTÁVEIS] Assim como os materiais sustentáveis, nos dias atuais é possível encontrar sistemas construtivos cujo método utilizado é considerado sustentável devido seu impacto reduzido no meio ambiente, com opções tanto residenciais quanto prediais, eles contam com técnicas construtivas que garantem racionalização e a criação de obras mais limpas e ambientalmente corretas, seja por seus métodos operacionais ou pelos materiais que emprega. (TEM SUSTENTÁVEL, 2021). No ramo da construção encontramos, como sistema construtivo com impacto menor no meio ambiente as estruturas modulares, os painéis de isopor, adoção de containers para moradia e também o LSF (Light Steel Frame). As ESTRUTURAS MODULARES possuem um método de construção FORA da localização da obra, em locais adaptados para tal material, de acordo com a Tem Sustentável (2021) sua fabricação ocorre com a junção de módulos habitacionais padronizados em seus tamanhos e formas. Esses módulos são unidos por tecnologias de encaixe e acoplamento e recebem acabamentos especificados no projeto.

Figura [11] Construção modular. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https:// www.temsustentavel.com.br/sistemas-construtivos-sustentaveis-opcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021 Figura [12] Construção modular Polibox. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com.br/sistemas-construtivos-sustentaveisopcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021

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Construídos com POLIESTIRENO EXPANDIDO o ECOGRID trata-se de um sistema estrutural elaborado com uma espécie de ISOPOR, capaz de não só servir como estrutura, mas também pode ser utilizado em pisos e lajes, reduzindo consideravelmente a produção de lixo. O ecogrid utiliza do sistema estrutural SCIP e sua composição estrutural atende um painel de EPS (poliestireno expandido), junto de uma malha de ferro se unindo a treliças de aço.

O Tem Sustentável (2021) afirma que com as construções em Ecogrid as temperaturas ficam próximas aos 22ºC, o que garante conforto no verão e no inverno e possibilita economia com a menor utilização de aparelhos para resfriamento ou aquecimento, como meio de informação o Simplichique (2017) cita como um dos benefícios do material sua compatibilidade com qualquer tipo de acabamento e a redução no tempo da obra.

Com uma pegada mais compacta, o ramo da construção começou a aderir CONTAINERS nos terrenos para projetos residenciais, este tipo de construção, de acordo com a Tem Sustentável (2021) são capazes de criar habitações conforme as necessidades do cliente. São CONSTRUÇÕES RÁPIDAS e LEVES e de FÁCIL MODIFICAÇÃO DO LAYOUT. Ainda são ECOLÓGICOS, pois não poluem o meio ambiente e podem ser reutilizados indeterminadamente, já que são RECICLÁVEIS. Os containers têm durabilidade indeterminada, de acordo com a sua manutenção periódica.

Figura [13] Construção em Ecogrid. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com.br/sistemas-construtivos-sustentaveisopcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021 Figura [13] Demonstração do sistema estrutural Ecogrid. Fonte: Simplichique. Disponível em: <https://www.simplichique.com.br/ecogrid/> Acessado em 14 de setembro de 2021

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Figura [14] Viga feita com Ecogrid. Fonte: Simplichique. Disponível em: <https:// www.simplichique.com.br/ecogrid/> Acessado em 14 de setembro de 2021

Figura [15] Containers da Soldatopo. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com.br/sistemas-construtivos-sustentaveisopcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021

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Por fim nós temos o LSF (Light Steel Frame), um sistema estrutural composto de aço galvanizado montado diretamente na obra, a Tem Sustentável (2021) cita que as construções são realizadas em menos tempo e de forma mais limpa, com uma considerável redução de materiais desperdiçados.

Figura [16] Exemplo de estrutura em LSF. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com. br/sistemas-construtivos-sustentaveisopcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021 Figura [17] Estrutura em LSF. Fonte: Tem Sustentável. Disponível em: <https:// www.temsustentavel.com.br/sistemasconstrutivos-sustentaveis-opcoes/> Acessado em 10 de julho de 2021

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3.3 [ MATERIAIS SUSTENTAVEIS] Como visto anteriormente, hoje é possível encontrar desde a estrutura sustentável até os materiais que serão utilizados na obra, reduzindo significativamente o impacto no terreno. No mercado construtivo podemos encontrar desde tintas ecológicas até granitos sustentáveis, afim de identificar materiais semelhantes aos tijolos de cânhamo nós apontamos o bioconcreto e o replast. O BIOCONCRETO trata-se de um material que se regenera, ou seja, capaz de fechar rachaduras da edificação. Diferente do Replast que é construído a base de plásticos retirados do oceano, o Bioconcreto trata-se de uma MISTURA DE CONCRETO CONVENCIONAL junto da bactéria BACILLUS PSUDOFIRMUS e CÁLCIO, surgindo então o material mencionado. Quando aparecem fissuras nos edifícios construídos de bioconcreto, as bactérias que aí habitam ficam expostas aos elementos físicos, principalmente água.A umidade que penetra nas fissuras “acorda” os microorganismos, que começam a consumir lactato de cálcio e, como produto final da digestão, produzem calcário. O calcário repara as rachaduras no bioconcreto em apenas três semanas. (BBC NEWS, 2016)

Com finalidade de informação e orientação, não é de hoje que a população acompanha notícias sobre a poluição causado pelo descarte de materiais em locais inapropriados e o tempo que determinado material vai levar para se decompor no meio ambiente, de acordo com Educador (2021) garrafas de plástico por exemplo levam mais de 500 anos para se decompor totalmente. Quando o descarte do plástico é realizado em solo, existe a possibilidade do serviço de reciclagem realizar a coleta, contudo um dos principais alvos de descarte deste material acaba sendo o mar, afetando os banhistas, vida marinha e animais que se alimentam na região, e foi pensando em toda esta problemática que surgiu o REPLAST, um tijolo projetado pelo engenheiro Peter Lewis que consiste em resíduos plásticos comprimidos. Sua fabricação tem uma EMISSÃO DE 95% MENOR DE CO2 quando comparado ao tijolo convencional e de acordo com Engenharia 360 (2019) seu uso oferece isolamento térmico e acústico, sendo resistente à compressão e se encaixam como no Tetris. Os tijolos de Replast, utilizados em sua maioria para paredes e barragens de estrada, os plásticos que são retirados para a construção dos blocos não retornam para a vida marinha.

Figura [18] Bioconcreto. Fonte: Construct. Disponível em: <https://constructapp. io/pt/bioconcreto-o-concreto-capaz-de-regenerar-suas-proprias-rachaduras/> Acessado em 14 de setembro de 2021 Figura [19] Aplicação do bioconcreto. Fonte: Construct. Disponível em: <https:// constructapp.io/pt/bioconcreto-o-concreto-capaz-de-regenerar-suasproprias-rachaduras/> Acessado em 14 de setembro de 2021

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Figura [20] Aplicação do bioconcreto. Fonte: Construct. Disponível em: <https://constructapp.io/pt/bioconcreto-o-concreto-capaz-de-regenerar-suasproprias-rachaduras/> Acessado em 14 de setembro de 2021

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Figura [21] Replast. Fonte: Engenharia 360, 2019. Disponível em: https:// engenharia360.com/replast-tijolo-ecologico-plastico/ Acesso em 10 de Julho de 2021


De forma a concluir o capítulo, temos a apresentação do material adotado para o projeto, o TIJOLO A BASE DE CÂNHAMO, conhecido como HEMPCRETE trata-se de um novo material voltado ao ramo da construção que tem como principal objetivo reduzir os danos ocasionados por uma obra no meio ambiente. De acordo com o The Green Hub (2021) o Hempcrete é um produto sustentável, fácil de fabricar, eficiente e econômico porém não se trata de um material novo, visto que existem vestígios de seu uso por volta do século VI. O Cânhamo, planta com origem da Cannabis, compõe o hempcrete a partir de sua parte interna do caule e a adição de um aglutinante de cal que, com o auxílio de betoneiras acrescenta-se ainda calcário em pó e água durante 1 ou 2 minutos até obter-se uma espécie de pasta firme. (HEMPMEDS, 2018) Assim como todo material, o tijolo a base de Cânhamo

UM TIJOLO DE ADOBE. O Smoke Buddies (2020) afirma que o tempo de cura do Hempcrete em relação a alvenaria comum é um pouco maior e por fim, devido a nova tecnologia do material, ele acaba sendo um produto mais caro de se trabalhar e com mão de obra escassa no mercado. Conhecida por ocasionar efeitos alucinógenos em quem a consome, a Cannabis possui cerca de 20% do THC (tetraidrocanabidiol), principal substancia psicoativa da planta, mas Smoke Buddies (2020) afirma que o cânhamo industrial, devido sua forma de cultivo ser feita através das sementes, fibras e caule possui CERCA DE 0,3% do PSICOATIVO, quantidade INSUFICIENTE para surtir efeitos em uma pessoa. A Cannabis de forma geral, teve seus benefícios comprovados em diversos setores, principalmente no setor da saúde, onde a CCBC (2018) informa os pontos positivos constatados em condições como autismo, dores crônicas, esquizofrenia, esclerose múltipla, mal de Parkinson e a falta

possui seus pontos positivos e negativos, contudo ainda apresenta muito mais benefícios a obra, de acordo com o HempMeds (2018) os pontos positivos vão desde a NÃO UTILIZAÇÃO DE SOLVENTES na produção, ZERO EMISSÃO DE GASES VENENOSOS, RESISTENTE A MOFO E PRAGAS, CONTROLA A UMIDADE, grande DURABILIDADE, ISOLANTE, sustentável e ainda sim RESISTENTE AO FOGO, já como desvantagens o site de notícias voltado para a Cannabis Smoke Buddies (2020) cita em primeira mão a resistência do concreto de cânhamo se comparado ao tradicional e ao de aço, onde o

de apetite pós-quimioterapia. Ao longo dos anos a luta pela descriminalização da planta vem sendo discutida, porém grande parte da carência de estudos técnicos sobre esse material ocorre por conta de legislações.

tijolo de cânhamo tem uma RESISTÊNCIA DE COMPRESSÃO de 2 Mpa em casos onde não se exceda uma densidade de 1.000 kh/m que, ainda de acordo com os mesmos, COMPARA-SE A

(SMOKE BUDDIES, 2020)

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A história mostra que, mais do que por evidências científicas, a guerra contra a cannabis foi motivada por fatores raciais, econômicos, políticos e morais. E a mesma proibição à droga muitas vezes vale às plantas que não serviriam para o uso recreativo. Figura [22] Hempcrete pronto para ser aplicado em tijolo. Fonte: Hempmeds, 2018. Disponível em: https://hempmedsbr.com/hempcrete-o-canhamo-na-construcaoFigura [23] Método “sanduíche” acima à esquerda e outras formas improvisadas, igualmente eficientes.. Fonte: Hempmeds, 2018. Disponível em: https://hempmedsbr. com/hempcrete-o-canhamo-na-construcao-civil Acesso em 06 de março de 2021

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Figura [24] Tijolo já com a mistura do Hempcrete. Fonte: Smoke Buddies, 2019. Disponível em: https://www.smokebuddies.com.br/no-canada-construtoresestao-trocando-cimento-por-canhamo/ Acesso em 06 de março de 2021 Figura [25] Tijolos de cânhamo na Just BioFiber. Fonte: Smoke Buddies, 2019. Disponível em: https://www.smokebuddies.com.br/no-canada-construtoresestao-trocando-cimento-por-canhamo/ Acesso em 06 de março de 2021 Figura [26] Hempcrete. Fonte: Ugreen, 2021 Disponível em: https://br.pinterest. com/pin/824229169293165416/ Acesso em 14 de setembro de 2021

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4 [ LEITURAS PROJETUAIS]


Figura [27] Flat House. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https:// practicearchitecture.co.uk/project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado pela autora.

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FLAT HOUSE

PROJETADO POR: Culturas materiais e escritório Practice Architecture ANO DE CONSTRUÇÃO: 2019 ÁREA TOTAL: 100m LOCALIZAÇÃO: Cambridgeshire, Reino Unido.


[ FLAT HOUSE] Com 100m a Flat House foi projetada pelo escritório Culturas Materiais em colaboração com o escritório Practice Architecture no ano de 2019. Localizada em Cambridgeshire no Reino Unido a Flat House situa-se em uma ÁREA RURAL, mais precisamente no interior da Margent Farm, uma fazenda responsável por desenvolver bio-plásticos com cânhamo e linho. Como CONCEITO principal o escritório buscou utilizar a sustentabilidade de forma ampla ou seja, aplicada no projeto mas que pudesse ser replicada em demais construções. Para que isso fosse possível o PARTIDO que mais influenciou o projeto foi o fato de estarem situados no interior de uma fazenda responsável por desenvolver bio-plásticos, o que facilitou a concretização da ideia. A partir de consultorias com especialistas em construções sustentáveis foi possível criar um painél pré-fabricado cujo seu preenchimento é feito através de fibras de cânhamo, flor derivada da Cannabis Sativa e cultivada na região. A VOLUMETRIA é composta por formas construtivas simples e possui apenas um pavimento, cujo acesso é realizado através de uma escada sútil. Sua cobertura aparenta ter um beiral para proteção das esquadrias e todo o peso da construção é distribuido em 6 pilares direto para a fundação.

Figura [28] Volumetria da residência - Arquivo

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COBERTURA

PAVIMENTO

FUNDAÇÃO

O PROGRAMA é distribuido de forma sútil no interior da residência que, apesar de possuir apenas uma caixa volumétrica, tem um PÉ DIREITO DUPLO que proporciona MAIOR AMPLITUDE nos ambientes. O programa adotado abrange suas áreas íntimas, sociais e de serviço onde, devido ao uso de vidro na materialidade cria corredores que interligam os dormitórios até os banheiros com uma ILUMINAÇÃO NATURAL.

Figura [29] Área social interna do projeto. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https://practicearchitecture.co.uk/project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado pela autora.

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Figura [29] Cozinha. Fonte: Dwell. Disponível em: < https://www.dwell.com/ article/flat-house-practice-architecture-92fb2afe> Acessado em 04 de maio de 2021


PLANTA BAIXA

PLANTA DO PAVIMENTO SUPERIOR

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ÁREA ÍNTIMA

ÁREA ÍNTIMA

ÁREA SOCIAL

ÁREA SOCIAL

ÁREA DE SERVIÇO

ÁREA DE SERVIÇO

Figura [30] Planta baixa sem escala. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https://practicearchitecture.co.uk/project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado pela autora.

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Figura [31] Planta do pavimento superior sem escala. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https://practicearchitecture.co.uk/ project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado


O sistema ESTRUTURAL buscou utilizar MATERIAIS MAIS NATURAIS e que fossem adquiridos próximo ao local de intervenção. O uso do cânhamo para o projeto fez com que a residência se tornasse a primeira construção a utilizar este tipo de material, além do cânhamo é possível encontrar MADEIRA, VIDRO e ALUMÍNIO.

Figura [32] Corte AA sem escala. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https://practicearchitecture.co.uk/project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado pela autora.

As ETAPAS CONSTRUTIVAS partem a partir dos PILARES que hoje sustentam a edificação que na verdade trata-se da FUNDAÇÃO ANTIGA DE UM CELEIRO, portanto houve a necessidade de um estudo minucioso para estruturar o restante da construção. Os PAINÉIS criados para a construção são compostos da FIBRA DE CÂNHAMO não tecida junto de resinas produzidas de resíduos biológicos da própria fazenda, como sobras de cana-de-açúcar e espigas de milho. Abaixo do painel de cânhamo existe também um revestimento que utiliza do mesmo material como composto, proporcionando ambientes mais quentes e agradáveis, além de representar uma textura sobre a superfície.

Figura [33] Corte BB sem escala. Fonte: Practice Architecture. Disponível em: <https://practicearchitecture.co.uk/project/flat-house/> Acessado em 25 de março de 2021 - Modificado pela autora.

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Figura [36] Amplitude do ambiente. Fonte: Dwell. Disponível em:<https://www.dwell.com/article/flathouse-practice-architecture-92fb2afe>Acessado em 04 de maio de 2021 Figura [37] Jardim de inverno. Fonte: Dwell. Disponível em:<https://www.dwell.com/article/flathouse-practice-architecture-92fb2afe>Acessado em 04 de maio de 2021

Através do uso de materiais sustentáveis, o EXTERIOR da residência levou apenas DOIS DIAS para ficar PRONTO e aponta a possibilidade de REPLICAR A TÉCNICA em demais construções, AGILIZANDO O TEMPO DE OBRA. Os painéis proporcionam do LADO INTERNO ambientes que levam a sensação de TRANQUILIDADE além de possuir sua própria textura e finalizam o acabamento com molduras de madeira. A ESCADA que da acesso ao pavimento superior trabalha com a mesma materialidade do piso, passando a sensação de AMPLITUDE NO AMBIENTE, por fim existe o jardim de inverno que, devido sua construção total em vidros é responsável pela área mais quente e aconchegante do projeto.

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RELEVÂNCIA PARA O PROJETO O estudo da residência em questão demonstra a possibilidade do uso de materiais alternativos dentro da arquitetura, material este que possui inúmeros benefícios desde conforto térmico a durabilidade, beleza e inibição nula de gases para o meio ambiente. Como dito pelo escritório, este método construtivo pode ser replicado em outras residências e consequentemente permite um tempo de obra menor se comparado aos métodos convencionais.

Figura [34] Revestimento interno na área da cozinha. Fonte: Dwell. Disponível em: <https://www.dwell.com/article/flat-house-practice-architecture-92fb2afe> Acessado em 04 de maio de 2021 Figura [35] Destaque para textura do revestimento interno. Fonte: Dwell. Disponível em: <https://www.dwell.com/article/flat-house-practice-architecture92fb2afe>Acessado em 04 de maio de 2021 - Modificado pela autora

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Figura [38] Guillemin. Fonte: Inhabitat. Disponível em: <https://inhabitat. com/hemp-based-insulation-makes-a-comeback-in-belgium/martens-vancaimere-architecten-hemp-based-insulation10/> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora.

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GUILLEMIN

Arquitetos responsáveis: Escritório Martens Van Caimere Architecten Ano de construção: 2016 Localização: Geraardsbergen, Bélgica.


[ GUILLEMIN] A residência Guillemin, projetada pelo escritório MVC se diferencia das demais leituras projetuais devido sua finalidade pois, o projeto em questão aborda o restauro de um bangalô já existente feito em concreto cujo escritório buscou restaura-lo afim de torná-lo mais sustentável e com uma longa duração. SITUADA na Bélgica, a construção original é coberta pelas sombras do Muur van Geraardsbergen, uma grande colina da região, tendo como divisória um muro que serve de buffer entre a casa e o restante da vizinhança. Seu CONCEITO assim como os projetos mostrados anteriormente, buscou utilizar não só a sustentabilidade, mas também a redução de custos na construção. O projeto em questão trata-se de uma reforma que fora realizada em um bangalô, transformando-o em uma casa compacta. PARTINDO do conceito base de sustentabilidade e redução de custo, os arquitetos fizeram diversas análises do tijolo de Cânhamo (Hempcrete) e após estudos verificouse que havia uma grande semelhança estrutural ao concreto convencional. Os benefícios encontrados no Hempcrete além da sustentabilidade e durabilidade abordam a emissão nula de carbono, isolamento térmico, acústico e diferente da extração de madeiras a colheita de uma safra de cânhamo pode ser feita a cada 4 meses. Figura [39] Acesso principal da residência. Fonte: Martens Van Caimere. Disponível em: <https://www.mvc-architecten.be/guillemin> Acessado em 07 de maio de 2021 Figura [40] Garagem. Fonte: Inhabitat. Disponível em: <https://inhabitat.com/ hemp-based-insulation-makes-a-comeback-in-belgium/martens-van-caimerearchitecten-hemp-based-insulation7/> Acessado em 07 de maio de 2021

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Apesar de não possuir informações técnicas ilustradas, a residência tem seus ambientes setorizados nos 4 quadrantes e seu PROGRAMA básico por dedução atendem banheiro, lavabo, uma área de estar voltada para o sul, cujo projeto fora pensado devido a vista proporcionada no local e replicado também nos dormitórios. A residência tem sua ESTRUTURA realçada principalmente devido a materialidade utilizada no restauro, seu exterior contempla um revestimento de madeira recuperada e em seu interior azulejos brancos que transmitem sensação de leveza. A fachada é revestida com a mistura do concreto de cânhamo, terras e argila o que a torna isolante, a aplicação de vidros permite uma maior luminosidade natural. A SUSTENTABILIDADE é visível não só através do uso do cânhamo, mas a residência é considerada autossuficiente devido seu aquecimento ser realizado através de painéis solares que ficam ao sul da cobertura e ao seu sistema de filtragem da água da chuva para o consumo.

Figura [41] Detalhe do revestimento no exterior da residência. Fonte: Inhabitat. Disponível em: <https://inhabitat.com/hemp-based-insulation-makes-acomeback-in-belgium/martens-van-caimere-architecten-hemp-basedinsulation7/> Acessado em 07 de maio de 2021 Figura [42] Cozinha com estrutura aparente. Fonte: Inhabitat. Disponível em: <https://inhabitat.com/hemp-based-insulation-makes-a-comebackin-belgium/martens-van-caimere-architecten-hemp-based-insulation7/> Acessado em 07 de maio de 2021

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RELEVÂNCIA PARA O PROJETO Até o presente momento fora possível analisar apenas projetos que se iniciaram do 0, contudo a Guillemin trata-se de um restauro de um antigo bangalô em concreto, permitindo analisar com clareza a possibilidade de fazer o uso do cânhamo em residências já existentes, diminuindo o valor da obra e de repasse ao morador.


Figura [43] Sobrados Novo Jardim. Fonte: Archello. Disponível em: <https:// archello.com/project/sobrados-novo-jardim> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora.

SOBRADOS NOVO JARDIM

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Arquitetos responsáveis: Jirau Arquitetura Ano de construção: 2016 Localização: Jardim Boa Vista, Caruaru Área total: 1275m


[ SOBRADOS NOVO JARDIM] Em 2016 o escritório Jirau inaugurou o conjunto de habitação social Sobrados Novo Jardim, situado em um bairro predominantemente residencial no Jardim Boa Vista em Caramuru-PE. A primeiro momento o objetivo do arquiteto era de instruir o construtor do projeto, visando o local como um meio de criar habitações que fugissem do padrão de casa popular que é repetido em grande maioria dos projetos, seu CONCEITO a priori fora o de fugir do padrão já criado, principalmente em relação aos ambientes setorizados na área interna. O PARTIDO inicialmente resultou na união dos terrenos e tinha como objetivo aumentar o número de unidades habitacionais, utilizando a construção de sobrados geminados, contudo contudo para que fosse possível dar andamento no projeto era preciso criar áreas de uso comum, como uma praça de uso público que permitisse o lazer dos moradores, mas a ideia não fora aprovada e permaneceu-se no projeto inicial. O PROGRAMA das habitações fogem dos padrões através da setorização principalmente dos dormitórios que se voltam para o quintal e deixam as salas conectadas a parte externa, em contato com a rua. Com a setorização das salas próxima a área externa permite com que o ambiente seja mais iluminado de forma natural e permite também um ambiente mais arejado, visto que existe a possibilidade de adequar jardins ou áreas de lazer individuais. As áreas de serviço e banheiro se dividem nos dois pavimentos onde no térreo é possível encontrar as salas cozinhas e área de serviço, logo no pavimento superior os quartos, banheiros sociais e suítes.

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Figura [44] Croqui do projeto. Fonte: Archdaily. Disponível em: <https://www. archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 Figura [45] Planta baixa. Fonte: Archdaily. Disponível em: <https://www. archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora Figura [46] Planta do primeiro pavimento. Fonte: Archdaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirauarquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora Figura [47] Planta de sugestão de setorização do pavimento superior. Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/918663/sobradosnovo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora

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MATERIALIDADE Além do uso de cobogós na estrutura e estética dos sobrados, o projeto ainda utiliza do gesso e da cerâmica, proporcionando um custo reduzido na execução da obra.

Sua ESTRUTURA busca aproveitar ao máximo a iluminação e ventilação natural, portanto em suas fachadas é possível notar a presença de cobogós que fazem um jogo de luz e sombra na escada de ligação dos pavimentos. Os sobrados são de cores diversas e através disso conseguem quebrar a monotonia que geralmente se é vista em bairros residenciais.

RELEVÂNCIA PARA O PROJETO O projeto de habitação social Sobrados Novo Jardim destaca a possibilidade de se replicar unidades habitacionais com custo reduzido, atendendo uma quantidade de famílias sem a necessidade de um possível endividamento. Conforme análise do projeto é possível entender que as unidades habitacionais não precisam seguir sempre a mesma linha de raciocínio, principalmente na distribuição dos ambientes que, como mostra nas plantas do projeto em questão e em comentários do próprio escritório, foi possível concluir as edificações com um programa mais distribuído e melhorar a qualidade de vida das famílias que foram atendidas.

Figura [48] Corte AA. Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www. archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora Figura [49] Corte BB. Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www. archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora Figura [50] Fachada norte. Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www. archdaily.com.br/br/918663/sobrados-novo-jardim-jirau-arquitetura> Acessado em 07 de maio de 2021

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5 [ ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO]


[SOBRE A ÁREA DE INTERVENÇÃO] A área escolhida está localizada na zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto, setorizada dentro do assentamento irregular nomeado “Favela dos trilhos” no bairro Ipiranga. Para a elaboração do trabalho presente fora adotado parte do assentamento devido sua proximidade da autora e fácil acesso para levantamento de dados. Atualmente o assentamento por completo abrange cerca de 3km de residências insalubres, acessos através de vielas e ruas não pavimentadas com esgoto a céu aberto. O assentamento possui uma distância equivalente a 4km do quadrilátero central e a área escolhida para remanejamento de famílias e execução do trabalho contempla uma metragem de 28.371,98m acomodando cerca de 88 residências de forma irregular, cujo a quantidade média de moradores, com base no levantamento de campo realizado é de 06 integrantes por habitação. O assentamento irregular surgiu por volta de 2004 e teve sua expansão após o ano de 2006, quando a linha férrea que atende o local fora desativada pela companhia. Os trilhos cuja função era de transportar cargas teve uma proposta para ser reativado no ano de 2009, mas o assentamento já abrangia cerca de 3km de extensão e o plano acabou se tornando inviável. O assentamento irregular por dedução existe desde a desativação das linhas ferroviárias, então, as quadras assim como os lotes foram se adaptando de acordo com as necessidades dos moradores, em sua maioria leigos que acabam por si só construindo as residências, isso significa que para esse tipo de estudo e análise não existem normas legislativas em vigor na região e como seria para o governo uma “perca de tempo” e

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para eles tempo é dinheiro, poucas vezes existe a oportunidade de melhorias no local. Hoje a Favela dos Trilhos possui mais de 3km de extensão, com vielas de espaço mínimo do previsto na Legislação (0,80cm), o que leva uma porta de entrada de uma casa colidir com a porta de entrada da outra residência, quando as duas se abrem, automaticamente a viela se fecha, impossibilitando o acesso por ali e obrigando o pedestre a descer sentido Av. Rio Pardo para, através de outro acesso informal chegar em sua moradia.

2010

2020

2004

2013

Figura [51] Evolução do assentamento irregular conforme o passar dos anos. Fonte: Google Earth. Acesso em 07 de maio de 2021 - Modificado pela autora

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[USO DO SOLO]

[FIGURA FUNDO] Figura [52] Mapa de uso do solo Fonte: Google Maps. - Modificado pela autora

Figura [53] Mapa de figura fundo. Fonte: Google Maps. - Modificado pela autora

USO RESIDENCIAL USO COMERCIAL LOTES OCUPADOS

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

VAZIOS

INSTITUCIONAL

ÁREA DE INTERVENÇÃO

ÁREA VERDE

ÁREA DE INTERVENÇÃO

ÁREA VERDE

DELIMITAÇÃO

DELIMITAÇÃO

A ÁREA adotada para intervir possui 28.371,98m e seu entorno é predominantemente composto por lotes residenciais. Os

pequenos comércios ao redor atendem serviços como de mercearia e pet shop, permitindo com que os moradores tenham acesso a serviços que em maioria estão localizados na região central do município. Por ser um assentamento já existente, porcentagens que deveriam ser destinadas a áreas institucionais e espaços de lazer.

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Com um GABARITO predominantemente composto por residências térreas, o entorno e a área adotada possuem um

grande adensamento populacional, o que fica visível devido a baixa presença de lotes vazios.

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[EQUIPAMENTOS]

[HIERARQUIA FÍSICA] Figura [54] Mapa de equipamentos urbanos. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora

Figura [55] Mapa de hierarquia física. Fonte: Google Maps. - Modificado pela autora

INSTITUCIONAL ÁREA DE INTERVENÇÃO

RELIGIOSO

ÁREA VERDE

ÁREA DE INTERVENÇÃO

AVENIDA IMPLANTADA

DELIMITAÇÃO

Os EQUIPAMENTOS mais próximos a área correspondem a centro de ensino fundamental e instituições de cunho religioso.

DELIMITAÇÃO

A HIERARQUIA FÍSICA da região contempla a Av. Rio Pardo, avenida já implantada que abrange todo o assentamento,

servindo como um dos acessos diretos a outra avenida próxima da localização.

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[HIERARQUIA FUNCIONAL]

[MOBILIDADE] Figura [56] Mapa de hierarquia funcional. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora

Figura [57] Mapa de mobilidade urbana. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora

ÁREA DE INTERVENÇÃO

ÁREA DE INTERVENÇÃO

ÁREA VERDE

ÁREA VERDE

AVENIDA RIO PARDO

ASFALTO

VIA DE DISTRIBUIÇÃO E COLETORA

VIAS DE TERRA DELIMITAÇÃO

DELIMITAÇÃO

Já a HIERARQUIA FUNCIONAL contempla a Avenida Rio Pardo e como via de distrbuição a Rua Javari, via responsável

pelos acessos principais ao assentamento. A rua Javari trata-se de uma via de fluxo moderado e é interrompida próxima a rua Maranhão.

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A MOBILIDADE na área é bem precária, tendo em vista que apenas o entorno é asfaltado. A parte interna do assentamento é

composto de vielas e em sua maioria por vias de terra que dificultam a passagem dos pedestres e veículos. Devido a precariedade do solo, parte do esgoto acaba ficando visível, tornando o ambiente insalubre e de difícil convivência.

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[TOPOGRAFIA E CONDIÇÕES NATURAIS]

[ANÁLISE SENSORIAL-CHEIROS] Figura [58] Mapa de condições naturais. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora

Figura [59] Mapa de análise sensorial. Fonte: Google Maps. - Modificado pela autora

ÁREA DE INTERVENÇÃO ÁREA VERDE MAL CHEIRO CHEIRO DE COMIDA CHEIRO DE VEGETAÇÃO DELIMITAÇÃO

Com o SOL NASCENDO a LESTE e se PONDO a OESTE, a região tem seus VENTOS PREDOMINANTES DO SUDESTE,

sua localização e declividade diminuem as chances de alagamento, contudo devido a precariedade do assentamento em dias chuvosos o acesso as residências se dificulta e acaba se tornando escorregadia. A TOPOGRAFIA tende a AUMENTAR no sentido LESTE e DIMINUIR no sentido OESTE, com DIFERENÇA MÁXIMA de 0,50cm entre si.

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Devido a EXPOSIÇÃO DO ESGOTO, a maior parte do assentamento possui mal cheiro e a condição tende a piorar conforme

condições climáticas, quando o clima esquenta o cheiro tende a ser pior. A proximidade de uma residência a outra permite com que em HORÁRIOS ESPECÍFICOS o CHEIRO DE COMIDA seja predominante, geralmente o horário oscila entre 12:00hrs e 19:00hrs, as áreas verdes não possuem vegetação frutífera, portanto exalam perfumes naturais de frescor.

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[ANÁLISE SENSORIAL-RUÍDOS] Figura [60] Mapa de análise sensorialruídos. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora

ÁREA DE INTERVENÇÃO ÁREA VERDE TRÁFEGO DE VEÍCULOS PEDESTRES E ANIMAIS DELIMITAÇÃO

Os RUÍDOS assim como os odores também VARIAM CONFORME DIA E HORÁRIO. Na maior parte do tempo é possível

ouvir barulho do tráfego de veículos constante, diminuindo aos finais de semana, por outro lado a proximidade das habitações resulta no som constante dos moradores e seus animais de estimação, junto de rádio com músicas altas. Devido a pandemia não é possível ouvir os alunos que frequentam a escola próxima.

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6 [DIRETRIZES PROJETUAIS]


[LEGISLAÇÃO DA ÁREA ESCOLHIDA] De acordo com a Prefeitura de Ribeirão Preto na lei 21572007 a área de intervenção encontra-se situada em uma região ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) e para que seja possível realizar o projeto é necessário seguir as leis de parcelamento, uso e ocupação do solo presentes no plano diretor do município. 1. GABARITO_ Conforme o artigo 35 da Seção I da lei 21572007 de Ribeirão Preto, dentro da área ZUP o gabarito básico de 10m (Específicado na Seção I artigo 34) poderá ser ultrapassado desde que obedeça as demais restrições como recuos, coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação. 2. DENSIDADE POPULACIONAL LÍQUIDA BÁSICA_ Fica determinado dentro da Seção III, no artigo 42 uma Densidade Líquida Básica de 850hab/ha, adotando-se no parágrafo 1º um número médio de 3,4 pessoas para cálculo de residência

5. QUADRAS E LOTES_ Na Subseção I artigo 62 inciso I encontrase as medidas mínimas para quadras e lotes dispostos dentro da ZUP, sendo eles: ÁREA: 125m FRENTE DO LOTE: 6m LOTES DE ESQUINA: Área mínima de 180m com frente de 9m 6. ÁREA VERDE_ O artigo 64 alínea C disposto na Subseção II determina que as áreas verdes que admite-se como Sistema de Lazer Recreativo é de 25% dentro da ZUP e 15% para ZUR (Zona de Urbanização Restritra) 7. RECUOS_ Por fim na Seção V parágrafo 3º é determinado um recuo lateral e posterior de 2m e o frontal de 5m contanto que o gabarito seja de até 4 metros.

unifamiliar e no parágrafo 2º define-se a Densidade Populacional Líquida Máxima de 2.000hab/ha nas áreas consideradas ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) 3. TAXA DE OCUPAÇÃO_ Dentro da Seção II no artigo 39 determina-se que a Taxa de ocupação máxima para área residencial deve ser de 70% e não residenciais 80% 4. COEFICIENTE DE APROXEITAMENTO_ O artigo 41 determina um coeficiente de aproxeitamento de até 5x a área do terreno, exceto em áreas de urbanização restrita e quadrilátero central onde o coeficiente é de até 3x a área do terreno.

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Para que fosse possível realizar o cálculo de unidades habitacionais, foi realizado uma PESQUISA DE CAMPO com os moradores da área, onde cerca de 90% diz OPTAR POR RESIDÊNCIAS TÉRREAS devido PROBLEMAS DE SAÚDE, FACILIDADE DE ACESSO e por RESIDIREM CRIANÇAS nas casas, a MÉDIA DE INTEGRANTES em CADA DOMICÍLIO chega a ser de 06 PESSOAS, portanto fora escolhido um projeto de habitação social de CASAS GEMINADAS TÉRREAS, devidas informações apresentadas a seguir.

[CALCULOS REALIZADOS E JUSTIFICATIVAS] 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44

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A

B

C

D

E

F

CÁLCULOS PARA A ÁREA TOTAL

G

H

I

28.371,98m²

ÁREA DO TERRENO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

5x28.371,98=141.859,9

TAXA DE OCUPAÇÃO (70%)

71.468,90*70%= 99.301,93

HAB/HÁ (TRÊS DIGITOS QUE PEGUEI DA TAXA DE OCUPAÇÃO E DIVIDI PELA DENSIDADE BÁSICA)

850hab*2.83Ha= 2.405,05

TAXA POPULACIONAL ( RESULTADO DA HAB/HÁ DIVIDIDO PELA QUANTIDADE DE MORADORES DO IBGE DE 3,4 POR MORADIA)

2.405,05/3,4= 707 UNIDADES RESIDENCIAIS

RESIDENCIAS A SEREM REMANEJADAS EXISTENTES NA ÁREA

EXISTEM 87 RESIDÊNCIAS SETORIZADAS NA ÁREA ESCOLHIDA PARA O PROJETO, RESIDÊNCIAS ESSAS QUE FORAM UTILIZADAS PARA A PESQUISA DE CAMPO E ADOÇÃO DAS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS COMO JUSTIFICATIVA

QUANTIDADE DE RESIDÊNCIAS COMPATÍVEIS INSERIDAS NO PROJETO

SERÃO PROJETADAS 135 UNIDADES HABITACIONAIS QUE PERMITEM O REMANEJAMENTO DAS 87 FAMÍLIAS EXISTENTES, ASSIM COMO A POSSIBILIDADE DE BENEFICIAR MAIS 45 FAMÍLIAS, RETIRANDO-AS DO ALUGUEL/RESIDÊNCIAS INSALUBRES, FORNECENDO AINDA ÁREA VERDE E DE LAZER

Figura [61] Cálculos habitacionais e justificativa em resumo para a elaboração do projeto em questão

89


[CONCEITO]

[PROGRAMA DE NECESSIDADES]

O conceito utilizado para o projeto em questão buscou a DESCRIMINALIZAÇÃO, pois a Cannabis, responsável pela origem do Cânhamo ainda é considerada um crime em diversos países inclusive no Brasil, contudo ao ser descriminalizada a planta deixa de ser considerada um crime com punição penal. Vários estudos científicos evidenciam a possibilidade do uso da planta na área da medicina, cosméticos, produção de papéis e também dentro da construção civil. O PROPÓSITO DO TRABALHO presente e principalmente do conceito adotado visa APONTAR OS BENEFÍCIOS DO CÂNHAMO em PROL DE UM CONJUNTO DE HABITAÇÃO POPULAR, localizado em um assentamento irregular na cidade de Ribeirão Preto, projeto que BENEFICIARÁ O RAMO DE CONSTRUÇÃO CIVIL, REDUZINDO O DÉFICIT HABITACIONAL e ALAVANCANDO A ECONOMIA DO MUNICÍPIO, fortemente afetada devido a pandemia do COVID-19.

[VOLUMETRIA] Por se tratar de residências térreas geminadas, e na maioria dos projetos analisados todas as casas seguirem um

Após estudo da área e dados levantados através das referências projetuais e informação de média populacional disposto para cálculo de DPL (Densidade Populacional Líquida) definiu-se para o projeto de Habitação de Interesse Social o seguinte programa: 2 quartos, sala de estar integrada, cozinha, área de serviço e 1 banheiro, por conta do recuo necessário é possível aderir a uma garagem e jardim, o que permite a residência ter área permeável que serve como espaço de lazer para os moradores.

padrão, a proposta do projeto em questão visou seguir sim a DISTRIBUIÇÃO DE AMBIENTES de forma igualitária, porém, para que a HISTÓRIA DO MUNICÍPIO fosse levada para uma região onde normalmente falta acesso de informações, o projeto conta com 28 opções de fachada residencial que chegam a alterar somente posição de esquadrias, a escolha de 28 tipologias se deu através da pesquisa realizada que de acordo com o Wikipedia (2021) a EMPRESA FERROVIÁRIA FEPASA, cujo parte dos trilhos ainda são visíveis em trechos do assentamento INICIOU SUAS OPERAÇÕES NO DIA 28 DE OUTUBRO DE 1971, portanto as 28 tipologias possuem essa ligação com o passado de forma diferenciada. Com uma proposta arquitetonica mais livre, as unidades habitacionais não possuem muros frontais e o muro utilizado como divisa entre elas possuem um revestimento em cobogó, inspirado em uma das leituras projetuais, proporcionando uma circulação de ventilação e iluminação natural, as CORES nas fachadas também possuem um conceito por detrás, TONS AMARRONZADOS remetendo a HISTÓRIA DO CAFÉ, TONS AZULADOS ao AQUÍFERO GUARANÍ, TONS ESVERDEADOS ao marco das PALMEIRAS IMPERIAIS da Av. Jerônimo Gonçalves e ao longo

A.S A= 4,60m²

DORMITÓRIO 02 A= 15,00m²

BANHEIRO A= 5,20m² CIRCULAÇÃO A= 12,00m²

[PARTIDO] Partindo do conceito principal sobre a descriminalização da planta, as residências unifamiliares farão o USO DO TIJOLO A BASE DE CÂNHAMO, material considerado sustentável não só pelos benefícios como melhoria acústica e térmica mas também pela emissão nula de gás carbônico e período da colheita de safra que, se comparado as madeiras de uso comum nas obras atualmente que levam anos para estarem aptas, o cânhamo leva cerca de 04 meses para produzir uma única safra.

90

DORMITÓRIO 01 A= 7,25m²

ÁREA SOCIAL ÁREA ÍNTIMA ÁREA DE SERVIÇO

COZINHA A= 4,05m²

da apresentação demais justificativas vão sendo apresentadas.

CIRCULAÇÃO

Figura [62] Organograma - Elaborado pela autora SALA DE ESTAR INTEGRADA A= 15,40m²

Figura [63] Programa de necessidades sem escala - Elaborado pela autora Figura [64] Volumetria - Elaborado pela autora

91


6.1 [MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO]

[SOBRE O CONCEITO E ORGANIZAÇÃO]

Quando se aborda a questão da HABITAÇÃO SOCIAL, principalmente no BRASIL, é visível a FALTA DE INVESTIMENTO e amparo a população. O presente trabalho tem como objetivo PROJETAR UM CONJUNTO DE HABITAÇÃO SOCIAL partindo da UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS SUSTENTÁVEIS como os TIJOLOS DE CÂNHAMO que, visto na fundamentação teórica traz não só benefícios a construção, mas também financeiramente viável. A HABITAÇÃO SOCIAL esta intimamente LIGADA AS QUESTÕES ECONÔMICAS, ou seja, a DESIGUALDADE SOCIAL. Essa desigualdade é estampada através da formação de residências insalubres, onde famílias se acomodam em algum tipo de habitação com a finalidade de se protegerem e ao menos tentarem sobreviver com os auxílios fornecidos pelo governo.

[ASPECTOS FÍSICOS DO TERRENO E ENTORNO] Ao longo do cronograma proposto para o projeto, foram feitas diversas ANÁLISES DE ÁREAS onde existem atualmente ALOJAMENTOS IRREGULARES e que trazem risco aos moradores, após as análises concluiu-se que seria de mais FÁCIL ACESSO A INFORMAÇÕES E LEVANTAMENTOS uma área já ocupada no bairro Ipiranga, na cidade de Ribeirão Preto, onde o trecho adotado para intervenção esta setorizado no assentamento nomeado “Favela dos Trilhos”. Todo o assentamento possui uma extensão de mais de 3km, então para ter uma precisão melhor no levantamento de informações optou-se por uma área cuja a quantidade ATUAL de residências é de 87 unidades.

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Para começar a dar inicio ao projeto foi analisado o ASPECTO FÍSICO do bairro, cujo GABARITO tende a ser em grande maioria residências TÉRREAS, entretanto, se fosse seguir exatamente os cálculos para obter os resultados das unidades que deveriam ser projetadas nos levaria a um edifício verticalizado, que não era a proposta.

Por ser uma área relativamente menor e com as 87 CASAS, fora feito uma PESQUISA DE CAMPO COM OS MORADORES, perguntas simples, porém precisas para que fosse POSSÍVEL JUSTIFICAR a ELABORAÇÃO DE UNIDADES HABITACIONAIS TÉRREAS com uma quantidade divergente aos cálculos. Grande parte dos moradores RESIDEM NO ASSENTAMENTO A MAIS DE 10 ANOS, alguns até mesmo chegaram a criar seus pequenos comércios a fim de obter uma renda para sustento. Na pesquisa foi informado que EM MÉDIA ocupam de 6 A 8 PESSOAS em uma ÚNICA CASA, mas mesmo com o EXCESSO DE MORADORES, após questioná-los sobre a OPÇÃO ENTRE MORAR EM APARTAMENTOS (edifícios verticalizados) OU CASAS TÉRREAS, a MORADIA TÉRREA FOI A MAIS VOTADA e por diversos MOTIVOS, entre eles: PROBLEMAS DE LOCOMOÇÃO, ASPECTO VISUAL, e por ter DIVERSAS CRIANÇAS em UMA MESMA FAMÍLIA, o que RESULTOU NA ESCOLHA DE UM PROJETO DE HABITAÇÕES TÉRREAS, DE FORMA ECONÔMICA GEMINADAS PARA QUE HOUVESSE A UTILIZAÇÃO DO MESMO TIPO DE FUNDAÇÃO, O RADIER. Figura [65] Trecho da ocupação Favela dos Trilhos . Fonte: Google Earth Modificado pela autora Figura [66] Imagem das residências em parte do assentamento - Fonte: Google Earth- Modificado pela autora Figura [67] Perfil original do terreno - Elaborado pela autora

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Escolher a DESCRIMINALIZAÇÃO como CONCEITO BASE do projeto teve como propósito apontar que se houver a DESCRIMINALIZAÇÃO da CANNABIS, seu uso em diversos setores BENEFICIARIA não só o INDIVÍDUO, mas também toda a POPULAÇÃO. O USO DE TIJOLOS DE CÂNHAMO no método construtivo demonstra que existe sim a possibilidade de BARATEAR O CUSTO de uma construção, trazendo consigo RESISTÊNCIA, CONFORTO E DURABILIDADE. A organização do PROGRAMA DE NECESSIDADES foi feita a partir da ANÁLISE DE PROJETOS DA REGIÃO, que tendem a ter a mesma visão de um conjunto habitacional.


[JUSTIFICATIVA DO PROJETO EM SI]

[VIAS E LEITOS CARROÇAVEIS]

O projeto CONSISTIA em 147 UNIDADES HABITACIONAIS, sendo 87 VOLTADAS AS FAMÍLIAS QUE FORAM REMANEJADAS TEMPORARIAMENTE DA ÁREA e MAIS 60 UNIDADES BENEFICIARIAM FAMÍLIAS QUE NÃO RESIDEM NA ÁREA DE INTERVENÇÃO, porém continuam residindo no assentamento irregular. Devido as CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO PLANETA e o FOCO NA SUSTENTABILIDADE, optou-se por RETIRAR 12 UNIDADES HABITACIONAIS para que, NO LUGAR DELAS fossem DESTINADOS A ÁREA VERDE E LAZER, assim como as RESIDÊNCIAS DE ESQUINA, que SOFRERAM UM RECUO EXTERNO para a IMPLANTAÇÃO DE ÁREA VERDE visto que, como os MUROS DE DIVISÃO de uma casa geminada ser composto parte em COBOGÓS, isso permite MAIOR ACESSO DE VENTILAÇÃO NATURAL para as CASAS SETORIZADAS NAS EXTREMIDADES da quadra, quanto VENTILAÇÃO NATURAL DO CENTRO DA QUADRA PARA AS CASAS INTERMEDIÁRIAS, beneficiando uma ÁREA VERDE SUPERIOR à 3095,70m, portanto, após a adesão de áreas verdes e destinadas ao lazer, o PROJETO SE FINALIZA COM 124 UNIDADES HABITACIONAIS, BENEFICIANDO AS 87 FAMÍLIAS EXISTENTES QUE FORAM REMANEJADAS E MAIS 37 FAMÍLIAS DA FILA DA CASA PRÓPRIA.

Figura [68] Croqui de programa de necessidades - Arquivo autoral Figura [69] Croqui de dimensões novas leito carroçável- Arquivo autoral

RUAS com MEDIDA MÍNIMA devido a ANÁLISE DOS MEIOS DE LOCOMOÇÃO da população ser em SUA MAIORIA VEÍCULOS MENORES, BICICLETAS e PEDESTRES. VIAS SUPERIORES INTERFERIRIRIAM NO ALARGAMENTO DA AV. RIO PARDO E CONSEQUENTEMENTE AFETAR A CICLOVIA PREVISTA NO PLANO CICLOVIÁRIO DA CIDADE.

[FACHADAS DIFERENCIADAS] Para que NÃO FOSSE SEGUIDO UM PADRÃO já estabelecido de habitações direcionadas a população de baixa renda, optou-se pela CRIAÇÃO DE 28 TIPOLOGIAS DE FACHADA, pois, como O PROJETO TODO SEGUE UMA PROPOSTA AFIM DE RETRATAR A HISTÓRIA DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, seja ATRAVÉS DAS CORES e VEGETAÇÕES, 28 FACHADAS DIFERENTES REPRESENTAM A DATA EM QUE A EMPRESA FERROVIÁRIA FEPASA INICIOU SUAS OPERAÇÕES, de acordo com Wikipedia (2021) a data precisa trata-se de 28 de Outubro de 1971.

Figura [70] Vista superior crua de conjunto de habitações- Arquivo autoral

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7 [O PROJETO]


[IMPLANTAÇÃO]

RUA RIO GRANDE DO NORTE

AV. RIO PARDO

RUA JAVARI 0

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10m


[UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01]

[CORTE AA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01

0

100

101

1m


[CORTE BB UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01

[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 01

0

102

1m


[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 01 ]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 01 ]

104


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 01]

[UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02]

Como dito anteriormente na VOLUMETRIA, foram criadas 28 TIPOLOGIAS DE FACHADA que REMETESSEM A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO de Ribeirão Preto, TODAS as FACHADAS OBEDECEM A MESMA DISTRIBUIÇÃO DE AMBIENTES EXCETO a 2 OPÇÃO DE PLANTA DE LAYOUT que fora demonstrada anteriormente, além da história contada através das tonalidades aplicadas sobre elas, TODAS SEGUEM UM PADRÃO DE TRAÇOS RETOS retirados do estudo das leituras projetuais. Conhecida como CIDADE DO CAFÉ, a primeira fachada teve como inspiração as POSSÍVEIS TONALIDADES DO CAFÉ.

106

107


[CORTE AA UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02]

[CORTE BB UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02]

0

0

108

1m

109

1m


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 02]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 02 ]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 02 ]

111


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 02] A segunda tipologia teve como inspiração as tonalidades do CHOPP, um produto que ALAVANCOU de acordo com o Ribeirão Preto Covention (2012) a cidade, após a CRISE DO CAFÉ. O produto que da ORIGEM AO NOME DE CAPITAL DO CHOPP ao município ficou famoso por na época utilizar da água do AQUÍFERO GUARANÍ, isso logo no início da urbanização da cidade onde começava a existir a ANTIGA COMPANHIA DE CERVEJARIA PAULISTA, atualmente não se usa mais a água do aquífero e sim a ÁGUA DO MANANCIAL SUBTERRÂNEO, mesma que abastece a cidade.

112


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 03]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 03]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 03]

115


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 03] Homenagear o AQUÍFERO GUARANÍ na 3 TIPOLOGIA DE FACHADA reforça ainda mais a pesquisa realizada para a elaboração da fachada de número 2. Sendo UM DOS principais MANANCIAIS DE ÁGUA DOCE do mundo, de acordo com a ABAGRP (2021) ele consegue ATENDER MAIS DE 15 MILHÕES DE PESSOAS. Em 2008 no município ocorreu o II CONGRESSO AQUÍFERO GUARANÍ, onde INICIOU-SE UM PROJETO DE EXTENSÃO E AUMENTO NO ARMAZENAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARDO.

116


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 04]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 04]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 04]

119


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 04] A AV. JERONIMO GOLÇALVES, considerada como um MARCO HISTÓRICO do município tem como MARCA REGISTRADA suas PALMEIRAS IMPERIAIS. Com o mesmo propósito das demais fachadas, a 4º opção BUSCOU USAR TONS ESVERDEADOS que recordassem esse patrimônio que, de acordo com o Ribeirão Preto Global, foram plantadas dentre 1912 e 1927, devido ao RECUO LATERAL das residências e o ACESSO LATERAL para um dos ambientes ser feito através deste eixo de circulação, a HOMENAGEM NÃO PODERIA SER FEITA COM A PRESENÇA DE UMA PALMEIRA EM SI, por isso a ADOÇÃO DAS CORES REMETENTES AO MARCO.

120

121


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 05]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 05]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 05]

122

123


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 05] Inaugurado em 1968, o BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE é um dos times de futebol que marcam a cidade de Ribeirão Preto sediando jogos em seu ESTÁDIO SANTA CRUZ. Tratando-se de um time que representa a cidade e também teve em seu início FUNCIONÁRIOS QUE HAVIAM TRABALHADO NA ANTIGA ESTRADA DE FERRO MOGIANA, as CORES DA BANDEIRA DO TIME serviram como INSPIRAÇÃO no projeto da FACHADA DE NÚMERO 5.

124


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 06]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 06]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 06]

126

127


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 06] Além da cidade de Ribeirão Preto ter o Botafogo Futebol Clube como forma de representação esportiva, para a FACHADA DE NÚMERO 06 optou-se por aderir as CORES DO TIME MAIS ANTIGO da cidade, o COMERCIAL FUTEBOL CLUBE, fundado em 1911 e que atualmente possui seu ESTÁDIO PALMA TRAVASSOS, onde também sedia jogos. O PADRÃO DE CORES DA BANDEIRA do time trabalha algo simples como o PRETO E BRANCO, portanto foi pensado em uma FACHADA MAIS CLEAN.

128


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 07]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 07]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 07]

130

131


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 07] A FACHADA DE NÚMERO 07 teve como inspiração o BOSQUE E ZOOLÓGICO FÁBIO BARRETO, um dos motivos de escolha deste PONTO TURÍSTICO como referência foi a GRANDE MASSA VEGETATIVA que ele proporciona para a cidade, visto o calor que é presente diariamente, fatores mais importantes também foram levados em consideração, como o PROGRAMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL oferecido no zoológico

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 08]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 08]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 08]

134

135


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 08] Fundado em 1979 e SEM FINS LUCRATIVOS, o CINECLUBE CAUIM foi responsável pela 8º tipologia de fachada. Um local MUITO VISITADO por INSTITUIÇÕES DE ENSINO FUNDAMENTAL que tem como PROPÓSITO PROMOVER UMA CIDADANIA EM PROL DA EDUCAÇÃO, suas CORES foram as INSPIRAÇÕES PRINCIPAIS para a elaboração da fachada de número 08.

136


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 09]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 09]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 09]

138

139


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 09] Sendo REFERÊNCIA NO RAMO DA MEDICINA, o HOSPITAL DAS CLÍNICAS de Ribeirão Preto iniciou suas prestações de serviço no ano de 1956 e continua avançando suas pesquisas até os dias atuais. A ESCOLHA DO PROJETO em si COMO INSPIRAÇÃO para a fachada 09 veio 90 % por MOTIVOS PESSOAIS, onde a AUTORA PRESTOU SERVIÇO VOLUNTÁRIO PARA CRIANÇAS INTERNADAS e também onde teve seu IRMÃO MENOR INTERNADO por um certo período, onde faz ACOMPANHAMENTO até o presente momento.

140


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 10]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 10]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 10]

142

143


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 10] Um MARCO FORTE no CENTRO de Ribeirão Preto, o EDIFÍCIO DIEDERICHSEN não poderia passar despercebido como fonte de inspiração para uma das fachadas do projeto. A edificação CONSTRUÍDA EM CONCRETO ARMADO no ano de 1936 é considerado o PRIMEIRO ARRANHA-CÉU da cidade, tendo um MAIOR INVESTIMENTO APÓS A CRISE DO CAFÉ EM 1929

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 11]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 11]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 11]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 11] A escolha da CASA DA MEMÓRIA ITALIANA para a fachada de número 11 teve como partido o fato de ser uma EDIFICAÇÃO ATRAENTE quando se passa na RUA TIBIRIÇÁ, onde esta instalada. Construída entre os anos de 1923 e 1925 o INTERIOR e até mesmo os MÓVEIS da casa continuam com uma manutenção afim de NÃO PERDER A HISTÓRIA POR DETRÁS DO TEMPO. Atualmente é possível AGENDAR VISITAS MONITORADAS e PRATICAR AULA DE YOGA DE FORMA GRATUITA COM AGENDAMENTO PRÉVIO.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 12]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 12]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 12]

151


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 12] Tratando-se de um PROJETO MAIS TECNOLÓGICO (devido ao uso de tijolos de Cânhamo em seu meio construtivo e pegada sustentável) a fachada de número 12 teve como inspiração o SESC, uma COMPANHIA voltada DIRETAMENTE PARA O PÚBLICO QUE TRABALHA EM COMÉRCIO. A companhia inaugurada em 1956 visa em seu programa ESPAÇOS TECNOLÓGICOS, ÁREA DE LEITURA, GALPÃO CULTURAL, GINÁSIO ESPORTIVO, AUDITÓRIO, além de SALA DE EXPOSIÇÕES que permitem com que artistas locais se apresentem ou realizem espécies de feiras de artesanato.

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153


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 13]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 13]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 13]

154

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 13] O município de Ribeirão Preto ainda possui uma grande defasagem em pontos voltados a cultura de forma gratuita e/ou preços acessíveis, contudo, para a elaboração da FACHADA DE NÚMERO 13 analisou-se o TEATRO MUNICIPAL, inaugurado em 1969 que fica localizado em parte do MORRO DO SÃO BENTO, mesmo local onde se era realizado o festival japonês Tanabata

156


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 14]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 14]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 14]

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159


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 14] Da mesma forma em que se existe a presença de um teatro com valores mais acessíveis, a fachada de número 14 busca de inspiração o THEATRO PEDRO II, considerada uma instalação de PRIMEIRA CLASSE que foi INAUGURADO EM 1930, POSSUINDO PEQUENOS REPAROS PARA QUE SUA INSTALAÇÃO, CONSIDERADA TOMBADA, NÃO SEJA PREJUDICADA. Além das CORES, usou-se de inspiração os RELEVOS nas COLUNAS LATERAIS da fachada residencial e POUCA PRESENÇA VEGETATIVA, o que atende a realidade.

160


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 15]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 15]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 15]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 15] Com LINHAS MAIS RETAS E SIMPLES, a fachada de número 15 teve como inspiração o TERMINAL RODOVIÁRIO de ribeirão Preto, edificação ORIGINALMENTE inaugurada em 1976 que passou por uma REFORMA no ano de 2009, o terminal é intitulado como MULTIMODAL, ou seja, possui PONTOS DE EMBARQUE DE ÔNIBUS URBANO, SUBURBANOS E RODOVIÁRIOS.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 16]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 16]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 16]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 16]

Conhecida também como CATEDRAL SÃO SEBASTIÃO serviu como base para a fachada de número 16, com LINHAS RETAS

a fachada SE DESTACA apenas pela MATERIALIDADE DE TIJOLOS APARENTES, semelhantes às da fachada da catedral, que teve sua inauguração por volta do ano de 1904-1918.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 17]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 17]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 17]

170

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 17] A FACHADA 17 FOI ELABORADA através da OBSERVAÇÃO do atual edifício da PREFEITURA DO MUNICÍPIO, contudo, mesmo com pesquisas em redes não foi possível localizar muitas informações teóricas, apenas visuais.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 18]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 18]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 18]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 18]

Tratando-se de um projeto que tenha em partes haver com a REALIDADE DO AUTOR, a proposta do design em questão

tem como inspiração a ETEC- José Martimiano da Silva, INSTITUIÇÃO DE ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO que teve GRANDE participação na escolha do futuro DA AUTORA ao seguir a carreira de ARQUITETA.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 19]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 19]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 19]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 19] Efetivamente declarada CÂMARA MUNICIPAL em 1908, na Av. Jerônimo Gonçalves, a edificação com TRAÇOS RETOS e DESENHO ANGULADO que se sobressai a construção. Sua escolha se deu por tratar-se de um marco POLÍTICO da cidade de Ribeirão Preto.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 20]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 20]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 20]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 20] Conhecido como MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto) a edificação construída por volta de 1908 teve como sua primeira finalidade ser sede da SOCIEDADE RECREATIVA DE RIBEIRÃO. Em 1956 deixa de ser sede da recreativa e passa a ser CÂMARA MUNICIPAL ATÉ 1917, contudo em 1992 a edificação é INAUGURADA COMO MUSEU, AFIM DE REUNIR O ACERVO DO MUNICÍPIO. Suas CORES NEUTRAS e traços que REMETEM AO PASSADO deixam evidente que trata-se de um edifício TOMBADO.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 21]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 21]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 21]

187


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 21] Construída em 1911, a ESCOLA ESTADUAL FÁBIO BARRETO trata-se de um edifício TOMBADO e faz parte de um conjunto de 126 ESCOLAS PÚBLICAS CONSTRUÍDAS ENTRE 1890 E , ela é responsável atualmente não só por estar ativa como instituição de ensino, mas também por repassar CULTURA, e HISTÓRIA DO PATRIMÔNIO.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 22]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 22]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 22]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 22] Em 1955 localizado no centro de Ribeirão Preto, um CASARÃO que fora inicialmente construído para outras finalidades TORNA-SE A BIBLIOTECA ALTINO ARANTES. Considerado um edifício TOMBADO, a biblioteca foi RESTAURADA pela FUNDAÇÃO SINHÁ JUNQUEIRA, que fora responsável por GARANTIR A PRESERVAÇÃO E CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS DO IMÓVEL, construindo além um anexo mais moderno e com um PROGRAMA DE NECESSIDADES MAIS TECNOLOGICO.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 23]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 23]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 23]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 23] Construído por volta dos anos de 1930, o HOTEL BRASIL ainda tem sua estrutura presente na Av. Jerônimo Gonçalves, ao seu redor existem VEDAÇÕES para uma possível obra de RESTAURO mas que de nada foi mencionado. Em 1991 a edificação foi considerada TOMBADA para o município.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 24]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 24]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 24]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 24] Ribeirão Preto é também conhecida como CALIFÓRNIA BRASILEIRA, não somente pelo CLIMA QUENTE que é predominante na cidade, mas também por ser uma das regiões PRÓSPERAS do estado.

200


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 25]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 25]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 25]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 25] Em 1996 a cidade de Ribeirão Preto foi marcada de forma midiática através de cenas gravadas para a NOVELA REI DO GADO, na época um ápice para o município

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 26]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 26]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 26]

207


[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 26] Apesar de não ser um dos primeiros Shopping’s Centers da cidade, o NOVO SHOPPING atualmente é um dos GRANDES COMÉRCIOS que mantém uma FACILIDADE DE ACESSO através de TRANSPORTE COLETIVO, oferece ESTACIONAMENTO GRATUITO e um PROGRAMA DE NECESSIDADES que atende tanto a SERVIÇOS PARA A POPULAÇÃO, quanto para as CRIANÇAS

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209


[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 27]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 27]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 27]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 27] Construída entre 1870 e 1890, no ÁPICE DA EXPANSÃO CAFEEIRA, o BARRACÃO, hoje considerado TOMBADO tinha como função CADASTRAR OS IMIGRANTES PARA AS FAZENDAS DE CAFÉ.

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[ELEVAÇÃO FRONTAL UNIDADE HABITACIONAL TIPO 28]

[ELEVAÇÃO ESQUERDA FACHADA TIPO 28]

[ELEVAÇÃO DIREITA FACHADA TIPO 28]

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[PROCESSO CRIATIVO FACHADA TIPO 28] Conhecida também através de suas FEIRAS VOLTADAS A AGROPECUÁRIA, Ribeirão Preto possui cerca de 60% do CAPITAL relacionado a AÇÕES AGROPECUÁRIAS. Isso desde o início, pois o município COMEÇOU COM A PRODUÇÃO DO CAFÉ e atualmente LIDERA COM A CANA-DE-AÇÚCAR, ficando conhecido através de feiras como a AGRISHOW

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FUNDAÇÃO_ Para execução do conjunto habitacional fora escolhido como fundação o RADIER, tipo de fundação que permite unificar as unidades habitacionais, diminuindo o custo da obra e seu tempo de execução.

[SISTEMA ESTRUTURAL]

PILARES_ Foram utilizados PILARES DE CONCRETO nas extremidades residências cuja dimensão trata-se de 0,15cm x 0,15cm, para que fosse reduzido ainda mais o custo da obra, setorizou-se 3 PILARES INTERMEDIÁRIOS, estruturando as unidades espelhadas.

TINTA ECOLÓGICA- Com a SUSTENTABILIDADE

[MATERIALIDADE]

sendo

o

ápice

MADEIRA REFLORESTADA- Em alguma

projeto,

adotou-se

tintas

RESIDÊNCIAS, tanto INTERNO quanto EXTERNO,

das fachadas existem detalhes (brises)

variando suas cores de acordo com as tipologias de

feitos à base de MADEIRA REFLORESTADA,

fachada indicada.

permitindo um CONFORTO VISUAL na área interna dos ambientes.

VIDRO

VIGA_ Indicada para estruturas com aplicação de materiais leves, o centro das unidades espelhadas possuem DUAS VIGAS METÁLICAS COM PERFIL I

do

ecológicas POR TODO O ACABAMENTO DAS

TEMPERADO-

INTERIOR

das

Presente

ESQUADRIAS,

no

aplicou-

COBOGÓS CERÂMICOS- A divida entre duas

se o VIDRO TEMPERADO em tom fumê

habitações é realizada com 1,20mts em

para que houvesse harmonia com demais

cobogós, permitindo MAIOR VENTILAÇÃO

tonalidades presentes.

NATURAL entre as habitações, ventilação

LAJE_ Para a cobertura das residências adotou-se o uso da LAJE MACIÇA, estruturada no SENTIDO TRANSVERSAL, permitindo a cobertura da unidade habitacional e seu espelho, logo, APOIADA EM PERFIL.

esta que vem tanto da ÁREA DE LAZER INTERNA AS QUADRAS quanto das ÁREAS VERDES ALOCADAS NAS ESQUINAS.

Figura [71] Esquema estrutural das unidades habitacionais - Elaborado pela autora Figura [72] Cobogó Cerâmico. Piacenza Acabamentos, 2021. Disponível em: < https://www.piacenzaacabamentos. com.br/cobogo-ceramica-square-natural> Acesso em 08 de Novembro de 2021

PLATINBANDA_ Fora utilizado uma PLATIBANDA de 0,85cm que tem como objetivo principal de esconder o telhado na qual possui 15% de inclinação, em TELHA SANDUICHE com caída de água direta para rufo, que tem como objetivo proteger a alvenaria da unidade habitacional.

Figura [73] Brise de madeira. AECweb, 2021. Disponíel em: https://www.aecweb.com.br/produto/brise-demadeira/37738 Acesso em 06 de Outubro de 2021 Figura [74] O que são tintas ecológicas? Reforma Fácil, 2012. Disponível em: <http://reformafacil.com.br/produtos/pinturas-e-texturas/o-que-sao-tintasecologicas-ou-naturais/> Acesso em 06 de Outubro de 2021

foram utilizados no sistema estrutural como parte da ALVENARIA. Seu uso permite maior CONFORTO TÉRMICO, ACÚSTICO, além de RESISTÊNCIA AO TEMPO, PRAGAS E AO

Figura [75] Qual a diferença entre o vidro temperado e o termoendurecido? Abravidro, 2019. Disponível em: <https:// abravidro.org.br/punoticias/qual-adiferenca-entre-o-vidro-temperado-e-o-termoendurecido/> Acesso em 06 de Outubro de 2021 Figura [76] Tijolo já com a mistura do Hempcrete. Fonte: Smoke Buddies, 2019. Disponível em: https://www. smokebuddies.com.br/no-canada-construtores-estao-trocando-cimento-por-canhamo/ Acesso em 06 de março de 2021

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TIJOLO DE CÂNHAMO- Os tijolos de cânhamo

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FOGO.


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Construção sustentável: Um desafio possível. Monografias Brasil Escola, 2021. Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com. br/engenharia/construcao-sustentavel-um-desafio-possivel.htm> Acesso em 10 de Julho de 2021

[REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS] 1 em cada 4 brasileiros vive com menos de R$420,00 por mês. Exame, 2019. Disponível em: <https://exame.com/economia/1-em-cada4-brasileiros-vive-com-menos-de-r-420-por-mes- diz-ibge/> Acesso em: 22 de Março de 2021 Acompanhando a decomposição de materiais. Educador, 2021. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategiasensino/acompanhando-decomposicao-materiais.htm/ Acesso em 10 de Julho de 2021 Benefícios da Cannabis medicinal. CCBC, 2018. Disponível em: >https://ccbc.org.br/publicacoes/noticias-ccbc/beneficios-da-cannabismedicinal/< Acesso em 06 de Setembro de 2021 BIO-CONCRETO: CONHEÇA O CONCRETO QUE SE AUTORREGENERA. Atex, 2019. Disponível em: https://www.atex.com.br/blog/ materiais/bio-concreto-concreto-autorregenera/ Acesso em 10 de Julho de 2021 Bioconcreto: o concreto capaz de regenerar suas próprias rachaduras. Construct, 2017. Disponível em: https://constructapp.io/pt/ bioconcreto-o-concreto-capaz-de-regenerar-suas-proprias-rachaduras/ Acesso em 14 de setembro de 2021

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