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A VOLTA DE TRUMP E OS NOVOS VENTOS PARA A AVICULTURA EM 2025
A avicultura brasileira fecha 2024 com números expressivos e desafios superados. A produção nacional cresceu 1,7%, alcançando 15,2 milhões de toneladas, enquanto as exportações somaram 5,1 milhões de toneladas, reafirmando a posição do Brasil como maior exportador global de carne de frango. Ao mesmo tempo, o setor enfrentou custos elevados de insumos e incertezas sanitárias, que exigiram resiliência e inovação por parte da cadeia produtiva.
O impacto da política norte-americana
Com Trump de volta à Casa Branca, as atenções se voltam para a relação dos EUA com a China. Sua política comercial será determinante: uma postura protecionista pode fortalecer o Brasil como fornecedor alternativo de proteínas e grãos, enquanto uma aproximação comercial com os chineses pode aumentar a competição para os exportadores brasileiros.
Além disso, os Estados Unidos, como principal produtor global de milho e soja, têm papel estratégico na dinâmica de preços de insumos agrícolas. Alterações na política agrícola americana poderão pressionar custos de produção, reforçando a necessidade de estratégias de mitigação por parte dos produtores brasileiros.
Por José Antonio Ribas Jr. Diretor Técnico aviNews Brasil
Brasil: protagonista em um mercado competitivo
No cenário internacional, o Brasil deve manter sua posição como líder na exportação de carne de frango, com projeção de alta de 2% nas exportações, totalizando 5,2 milhões de toneladas em 2025. Apesar de desafios, como a estabilidade no fornecimento de grãos e a volatilidade cambial, o país continua a ampliar mercados, especialmente no Oriente Médio e na Ásia.
Para as demais proteínas, a dinâmica será semelhante: a carne bovina deve registrar leve redução de produção, mas compensada por exportações recordes. Já a carne suína segue em crescimento, com aumento de 1,2% na produção projetada.
Um ano de equilíbrio, mas com incertezas
Embora o equilíbrio entre oferta e demanda nas principais proteínas e grãos seja uma boa notícia, o risco de eventos sanitários ainda paira como uma ameaça constante. A capacidade do setor de prevenir e responder a crises será fundamental para proteger mercados conquistados e manter a confiança internacional. 2025 começa como um ano de grandes interrogações, mas também de oportunidades. Cabe ao setor avícola brasileiro navegar por este novo cenário, consolidando sua liderança global e mantendo o foco na inovação e sustentabilidade.
EDITOR
AGRINEWS
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A revista aviNews Brasil é uma publicação nacional, editada em português, cujo editorial é direcionado à cadeia avícola, incluindo associações de avicultores, instituições de ensino, sindicatos, empresas e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os artigos, bem como informes publicitários não expressam a opinião dos
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A influência da dieta maternal sobre o desempenho de frangos de corte
Vinicius Santos Moura Doutorando no departamento de Zootecnia da Universidade Federal da Grande Dourados
Estratégia nutricional para melhor qualidade de casca de ovos: uso de minerais orgânicos
Equipe técnica Biochem Latam
Opinião do especialista - Desafios para a avicultura em 2025 15
Paulo Teixeira
Vice-presidente Regional da Evonik para as Américas – Linha
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Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de produção
Cidimar Trevisan1 , Marcel Pacheco2 e Eduardo Kohl2
1Supervisor regional de Serviços Técnicos, Aviagen América Latina
2Coordenador de Produção da Região Sul, Aviagen América Latina
Vacinação contra salmonella em aves de postura comercial e a relação com índices zootécnicos
Daniela Duarte de Oliveira Consultora técnica Elanco
Qual o melhor plano nutricional para codornas europeias?
Fernando Guilherme Perazzo Costa1 , Matheus Ramalho de Lima2; Adiel Vieira de Lima3 , Paloma Eduarda Lopes de Souza3 , Aline Beatriz Rodrigues 4
1Professor Titular do Departamento de Zootecnia – Universidade Federal da Paraíba (UFPB); 2Professor Associado do Departamento de Ciência Animal – Universidade Federal Rural do Semi-Árido; 3Doutorando em Zootecnia – UFPB; 4Mestranda em Zootecnia – UFPB
Estratégias nutricionais para fertilidade de machos reprodutores
Brunna Garcia Nutricionista de Aves na Agroceres Multimix 40
Perspectivas de recordes para a avicultura brasileira
Ricardo Santin
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal
Presidente do Conselho Mundial da Avicultura
Vice-presidente da Associação
Latinoamericana de Avicultura
Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ovos Brasil
Importância dos pesos iniciais para o desempenho dos frangos de corte
Lucas Schneider e José Luiz Januário
Especialistas em frangos de corte e ventilação da Cobb-Vantress LatCando Instituto Ovos Brasil
Recomendações técnicas para sanitizar ovos incubáveis de galinha
Gabriel da Silva Oliveira e Vinícius Machado dos Santos
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília e Laboratório de Ciências Avícolas (LAVIC), Instituto Federal de Brasília – Campus Planaltina
orgânicos no período de jejum pré-abate de frangos
Fabrizio Matté1 , Patrick Iury Roiesky2 e Luiz
Eduardo Takano1
1Consultor técnico aves
2Assistente técnico aves
Modelagem matemática com a equação de gompertz e suas aplicações no crescimento de frangos de corte
Juan Gabriel Espino
Nutrihuevo, Guatemala
Nivalenol, uma micotoxina emergente que aumenta a complexidade do controle do desoxinivalenol (don)
Augusto Heck
Gerente de Risco de Micotoxinas da dsm-firmenich
Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – parte II
Eduarda da Silva1 e Cláudia Balzan2 1Discente do curso de medicina veterinária 2Docente do curso de medicina veterinária - UNOESC
Saúde intestinal parasitoses internas e seu desafio na produção em sistemas alternativos
Equipe técnica H&N
Cobre e suas funções em dieta das galinhas poedeiras: vantagens da forma quelatada
Vinício dos Santos Cardoso e Tatiana Carlesso dos Santos Universidade Estadual de Maringá
A INFLUÊNCIA DA DIETA MATERNAL SOBRE O DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE
Vinicius Santos Moura
Doutorando no departamento de Zootecnia da Universidade Federal da Grande Dourados
Odesempenho de frangos de corte é um fator determinante para a manutenção da produção em diversas esferas.
Muitas vezes, leva-se em consideração apenas aspectos relacionados à própria criação dos animais, excluindo-se o fator maternal, como a nutrição, desenvolvimento, manejo das matrizes e seu consequente potencial favorecimento sobre a qualidade dos pintainhos e o resultado apresentado pelos mesmos.
Sendo assim, o cuidado com a criação das matrizes exerce influência direta sobre o desempenho da progênie, não apenas pela sua contribuição genética, mas também pela transferência de nutrientes essenciais para ovo que irão atuar sobre o desenvolvimento embrionário e pós-eclosão.
Diferentemente dos mamíferos que possuem acesso aos nutrientes durante o seu desenvolvimento pela conexão placentária existente, além do acesso ao colostro e ao leite materno após o nascimento, as aves dependem única e exclusivamente dos nutrientes presentes na gema para se desenvolverem durante a incubação e na pós-eclosão imediata.
Em decorrência disso, essa transferência nutricional será responsável por garantir que os nutrientes recebidos por meio da dieta maternal estejam presentes no ovo devido ao metabolismo hepático das matrizes; assim, quanto melhor atendida as exigências nutricionais dos reprodutores conforme a fase da vida em que se encontram, melhor será a qualidade observada na progênie.
As preocupações relacionadas aos constituintes das dietas, assim, como a utilização de aditivos na busca de maximizar a viabilidade e a correta absorção dos nutrientes, tem sido alvo de constates estudos devido aos efeitos que a dieta maternal exerce sobre a composição bioquímica dos ovos, qualidade dos embriões e desenvolvimento da progênie.
Alguns estudos estão focados em verificar como a suplementação com substâncias podem exercer efeito não apenas nas matrizes, mas também na progênie subsequente.
Por exemplo, Xiao et al., concluíram que a suplementação com butirato de sódio para matrizes pesadas além de melhorar a produção, o desempenho e a fertilidade das reprodutoras; melhorou os níveis séricos de imunoglobulinas na progênie, e a altura de vilosidades intestinais.
Os autores também observaram melhorias na capacidade antioxidante dos progenitores e da progênie, e regulação da barreira intestinal e do microbioma intestinal das reprodutoras.
Já GRANGHELLI et al., notaram que a inclusão de plasma em dietas para reprodutoras não exerceu efeito sobre a produtividade e fertilidade das mesmas, mas melhorou o desempenho apresentado pelas progênies subsequentes mesmo quando em condições de estresse ou desafio.
De maneira complementar De ARRUDA ROQUE et al., ao trabalharem com a comparação entre as inclusões de minerais orgânicos e inorgânicos observaram que a progênie proveniente de aves que consumiram as dietas com a inclusão de minerais orgânicos apresentou um melhor peso ao nascimento.
Para o consumo o ganho de peso, os autores não observaram diferenças durante o período total de criação da progênie, mas durante fases da vida (0 – 14 e 0 – 28) a inclusão de fontes inorgânicas de minerais na dieta materna melhorou o consumo alimentar, e a conversão alimentar da progênie (0-28).
Além disso, eles verificaram que a inclusão de fontes orgânicas e inorgânicas na dieta maternal alteram a expressão gênica de células antiinflamatórias jejunais da progênie.
Outros autores buscam entender como as deficiências nutricionais e desafios de campo podem exercer efeito sobre o desempenho das reprodutoras e de suas progênies.
ZHANG et al., constataram que a deficiência maternal em folato não comprometeu o desempenho e o desenvolvimento da progênie, mas promoveu aumento nas concentrações de lipase hormônio-sensível em progênie proveniente de reprodutoras com deficiência.
WU et al., observaram que as alterações nos níveis de energia na dieta maternal afeta não apenas o peso do ovo, mas também o desenvolvimento da musculatura do peito na progênie.
O peso do ovo apresenta uma relação direta com o peso do pintinho ao nascimento, com isso em dietas com restrição de energia os autores observaram menor peso do ovo na incubação.
Ademais, ao analisarem o desenvolvimento das fibras musculares do peito durante o desenvolvimento embrionário os autores observaram que conforme a inclusão de energia na dieta das progenitoras diminuia, ocorriam diminuições no desenvolvimento e na densidade das fibras musculares da progênie; sendo esses achados observados conforme o dia de incubação, sendo proeminentes no terço final da incubação.
MOURA et al., 2022, observaram que o desempenho de frangos de corte provenientes de matrizes desafiadas com zearalenona é comprometido; além de observarem que a inclusão de um aditivo anti micotoxinas adicionado a dieta das reprodutoras melhorou o peso final, ganho de peso e o consumo alimentar no 7º e 21º dia, e o melhor peso inicial e final no 35º e 41º dia.
Esses resultados demonstram que desafios nutricionais e toxicológicos enfrentados pelas reprodutoras impactam o crescimento da progênie.
Os nutrientes ofertados as matrizes oferecem substrato ao embrião em desenvolvimento uma vez que atuam não apenas no desenvolvimento celular e tecidual, mas também na adequada maturação dos sistemas durante a embriogênese. Outro fator é a deposição de nutrientes na gema, que servirá como fonte de energia após as primeiras horas pós-eclosão.
A adequação de níveis de inclusão de aminoácidos, vitaminas e a suplementação com aditivos nutricionais apresentam inúmeros benefícios associados ao desenvolvimento pós eclosão imediato, contribuindo significativamente com o desenvolvimento do trato gastrointestinal, que servirá como a base para toda a efetividade e viabilidade do desenvolvimento dos frangos de corte.
Após o exposto fica evidente os efeitos da dieta maternal sobre a qualidade e desempenho das progênies; ademais é claro que a temática ainda apresenta potencial inexplorado e ainda não evidenciado sobre as distintas possibilidades de estudos, onde se deve buscar elucidar os fatores que atuam sobre os mecanismos da dieta maternal influenciando a viabilidade das progênies.
A influência da dieta maternal sobre o desempenho de frangos de corte BAIXAR EM PDF
Referências sob consulta junto ao autor.
Disponível em:
ESTRATÉGIA NUTRICIONAL PARA MELHOR QUALIDADE DE CASCA DE OVOS: USO DE MINERAIS ORGÂNICOS
Equipe técnica Biochem Latam
Os microminerais desempenham um papel essencial no metabolismo e na saúde das aves de postura, contribuindo diretamente para a qualidade e produção de ovos.
A deficiência em nutrientes, especialmente em microminerais como zinco, cobre e manganês, compromete o desempenho produtivo e a resistência estrutural dos ovos, resultando em cascas mais finas e maior vulnerabilidade a trincas e quebras.
Além disso, com o envelhecimento das aves, a capacidade de produzir ovos com casca de boa qualidade naturalmente diminui, exigindo uma abordagem nutricional eficiente para minimizar essas perdas.
Zinco, Cobre e Manganês: funções e benefícios para aves de postura
O zinco desempenha um papel fundamental na multiplicação celular, cicatrização tecidual, funções imunes e antioxidantes.
Além disso, é essencial para a formação adequada da casca do ovo, uma vez que participa da deposição de cálcio na casca dos ovos, e afeta a estrutura e as propriedades mecânicas da casca.
O manganês é essencial para a formação óssea, para funções antioxidantes e para o metabolismo de carboidratos e lipídios.
No caso das aves de postura, o manganês está diretamente envolvido na formação da matriz orgânica da casca do ovo.
O cobre participa da síntese de colágeno e elastina, proteínas que conferem estrutura e resistência à casca do ovo.
O cobre, zinco e manganês são essenciais para funções antioxidantes, já que são componentes essenciais da enzima superóxido dismutase (SOD), que protege as células contra os danos oxidativos, e consequentemente prejuízos em saúde e desempenho.
O estresse oxidativo é uma condição que ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los.
Nas aves de postura, o estresse oxidativo pode ser desencadeado por fatores estressores, como estresse térmico, dietas inadequadas, desafios sanitários, etc. Esse desequilíbrio afeta negativamente a saúde geral das aves, e consequentemente a produção e qualidade dos ovos.
Diminui a produção
Piora a saúde
Afeta a dosqualidade ovos
Estresse térmico
Dieta inadequada
Desa o sanitário
Efeitos sobre a produção de ovos e qualidade da casca – Vantagens do blend BCH400
Uma das principais preocupações na produção de ovos é garantir que as aves mantenham um bom desempenho produtivo ao longo do ciclo de postura, especialmente com o avanço da idade.
À medida que as aves envelhecem, há uma tendência natural de queda na qualidade da casca dos ovos, resultando em perdas econômicas significativas devido a ovos trincados ou quebrados.
A suplementação dos microminerais nas dietas é realizada grande parte das vezes através de fontes inorgânicas (óxidos e sulfatos) pelo custo e disponibilidade destas fontes.
Porém, as fontes inorgânicas apresentam menor biodisponibilidade, devido à fatores como o grau de dissociação em diferentes pHs, interações e antagonismos para absorção. Por isso, boa parte do que é suplementado não é absorvido e é eliminado nas fezes.
Já o blend BCH400 é composto de glicinatos da linha E.C.O.Trace da Biochem de zinco, cobre e manganês, que possuem alta estabilidade durante a passagem pelo trato gastrointestinal e biodisponibilidade, com qualidade físico-química e eficácia comprovadas por diversos estudos.
Testes de campo avaliando a suplementação das dietas de poedeiras com a linha de glicinatos E.C.O.Trace Biochem e blend BCH400 indicam aumento da espessura e melhor resistência a quebras, resultando em menor incidência de ovos trincados e maior rendimento produtivo (Fonte: Biochem Zusatzstoffe Handels- und Produktionsgesellschaft mbH).
O BCH400 pode ser utilizado de forma preventiva, desde o início do desenvolvimento das aves, para apoio ao desenvolvimento ósseo e preparo adequado para a fase de produção.
Além disso, para aves em idade mais avançadas, o produto pode ser utilizado para corrigir deficiências microminerais que possam surgir, garantindo uma rápida melhoria na qualidade da casca e na saúde geral.
Estratégia nutricional para melhor qualidade de casca de ovos: uso de minerais orgânicos BAIXAR EM PDF
Para mais informações a Biochem está à disposição. Entre em contato pelo e-mail sac@biochem.net
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Paulo Teixeira
Vice-presidente Regional da Evonik para as Américas – Linha de Negócios Nutrição Animal.
Manter o atual status sanitário, equilíbrio nos custos
de
produção
e
sustentabilidade
serão
decisivos para a avicultura brasileira em 2025
Bom nível de emprego no Brasil e exportações aquecem a demanda pelo frango brasileiro, que terá oportunidades importantes de expansão global diante dos desafios sanitários nos Estados Unidos e em países da União Europeia
Podemos dizer que este ano foi positivo para a avicultura brasileira e as perspectivas são otimistas para 2025. O setor mostrou mais uma vez resiliência frente aos desafios impostos em 2024 e saiu fortalecido.
As enchentes no Rio Grande do Sul, o caso isolado de Doença de Newcastle no mesmo estado e os focos de Influenza Aviária em aves silvestres preocuparam. No entanto, o setor se uniu e as exportações brasileiras de carne de frango se recuperaram, seguem fortes e tiveram crescimento ao longo do ano.
Para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA, anunciou alta de 22,1% nas exportações de carne de frango no mês de setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Foi o segundo melhor desempenho da história, com embarques da ordem de 485 mil toneladas no mês e receita de US$ 953,8 milhões. Para a postura comercial, houve oscilações nos preços pagos ao produtor, mas ainda assim em patamares de rentabilidade.
Manter o nosso status sanitário é importante para manter nossos mercados externos e abrir novas regiões.
Este aquecimento da avicultura teve impacto positivo para o setor de aditivos nutricionais.
Diante deste cenário, o foco esteve no aumento da produção para atender a demanda que segue forte impactada pelo aumento das exportações e também pelo mercado interno, que vem registrando melhorias na taxa de emprego, além de ser a carne de frango uma das proteínas preferidas do brasileiro com custo acessível e fácil de preparar.
Perspectivas para 2025
Para o próximo ano, o setor deve estar atento a três fatores cruciais: a manutenção do nosso status sanitário, manter um bom patamar dos custos de produção e uma produção cada vez mais sustentável.
Este é um campo de grandes oportunidades para o Brasil, considerando os desafios sanitários enfrentados por nossos concorrentes, como os Estados Unidos e países da União Europeia, que enfrentam surtos de Influenza Aviária, Pneumovirose e outras enfermidades.
No que diz respeito aos custos, eles precisam estar equilibrados em uma atividade que trabalha com margens estreitas e também para manter a competitividade da carne de frango brasileira.
Outra oportunidade que aparece é a questão da sustentabilidade.
Nós precisamos manter a sustentabilidade no radar das empresas do setor, principalmente para as exportadoras, pois vemos com crescente preocupação as frequentes pressões externas e ameaças de imposição de barreiras não comerciais em função do aspecto ambiental, especialmente falando-se da União Europeia.
No campo da produção, ela deve seguir aquecida, impulsionada pelas demandas externa e interna, com impacto positivo para o setor de aditivos nutricionais, principalmente aqueles focados no aumento da produtividade. Isso porque o setor continua com sua busca incessante de produzir cada vez mais carne e ovos com custo acessível, com práticas que preservam o meio ambiente e o bem-estar animal.
Por estas razões, somos otimistas com as expectativas para a avicultura. O setor sempre mostra resiliência e recuperação rápida diante dos desafios.
Assim, vale ressaltar a importância do papel e do trabalho eficiente das nossas equipes de defesa sanitária, nas esferas estaduais e nacional, e das associações que representam o setor para manter a avicultura brasileira neste patamar atual, de maior exportadora mundial de carne de frango e segunda maior produtora do mundo.
Manter o atual status sanitário, equilíbrio nos custos de produção e sustentabilidade serão decisivos para a avicultura brasileira em 2025 BAIXAR EM PDF
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MACHOS REPRODUTORES:
COMO OBTER BONS INDICADORES DE FERTILIDADE NA FASE DE PRODUÇÃO
Cidimar Trevisan¹, Marcel Pacheco¹ e Eduardo Kohl²
1Supervisor regional de Serviços Técnicos, Aviagen América Latina
2Coordenador de Produção da Região Sul, Aviagen América Latina
Passado a fase de cria e recria, a produção é o momento em que os indivíduos de uma população estão aptos a fase reprodutiva e com características adequadas para o bom desempenho.
A eficiência reprodutiva dos galos está diretamente relacionada ao potencial genético desses animais e aos fatores de meio ambiente, como temperatura, umidade relativa do ar, luminosidade, manejo alimentar e peso corporal (Maciel, 2006).
Assim como no momento do alojamento na recria, a transferência das aves para a produção precisa contar com condições estruturais e de mão-de-obra aptas para aplicar as práticas de manejo recomendadas. É importante que o aviário esteja previamente preparado para receber as aves.
A transferência dos machos deve ocorrer entre cinco e sete dias antes das fêmeas e tem como objetivo o adestramento dos animais ao novo ambiente, principalmente nos aspectos relativos ao acesso a água e ao comedouro, evitando que, quando forem alojadas as fêmeas, os machos se alimentem no comedouro errado, essa prática é essencial para o melhor controle de peso dos machos.
Nesta idade o bom desenvolvimento de crista também facilita o controle de ganho de peso dos animais, pois a crista bem desenvolvida não permite o acesso do macho a ração distribuída para as fêmeas.
Outra prática que ajuda no controle do ganho de peso é alojar as aves por categoria, preferencialmente categorias específicas para cada aviário, evitando misturas de diferentes conformações de galos. Quando este processo não puder ser realizado, deve-se ao menos separá-los por lado ou lateral de galpão, evitando alojar aves diferentes no mesmo box.
O correto funcionamento do sistema de comedouro para os machos é fundamental para uma boa distribuição da ração. Os comedouros devem estar bem alinhados e dimensionados de acordo com o número de aves.
O dimensionamento incorreto resulta na má distribuição da ração favorecendo animais maiores ou mais vorazes e consequentemente gerando perdas nos índices de uniformidade do lote. O consumo em excesso contribui para o sobrepeso corporal e por consequência a redução da fertilidade.
O momento crítico no controle de peso ocorre entre 22 e 30 semanas de idade, quando facilmente podem ocorrer perdas nos indicadores de uniformidade dos plantéis, pois neste novo ambiente, os sistemas de arraçoamento, a falta de adestramento das aves, a disposição dos equipamentos e o volume de ração consumida são pontos críticos que impactam nesse indicador e, portanto, devem ser cuidadosamente avaliados quanto as suas práticas.
Monitorar semanalmente o peso médio e o %CV através da amostragem de peso dos machos é fundamental para mantermos o melhor controle do desenvolvimento dos reprodutores. Esta prática nos permite gerenciar e tomar decisões com relação ao GAD (Gramas/Ave/Dia) a ser fornecido e a realização de seleções.
O uso de coletor de peso que forneça números prontos como, peso médio, peso por categoria, %CV e de uniformidade, são fundamentais para a confiabilidade dos dados gerados. Importante que além de bom equipamento, as pesagens sejam feitas por pessoal capacitado, sempre no mesmo dia da semana, horário e local.
PONTOS-CHAVES NA PRODUÇÃO:
De 21 - 24 semanas
Incrementos de ração devem levar em consideração os ganhos de peso semanal e escore de peito.
Ao fim desta fase os pesos médios podem ficar entre o STD a 1,5% abaixo.
Adestramento dos machos aos comedouros.
Utilizar espaçamento de comedouro de 20 – 22 cm.
Utilizar restritores (mangueira) de acesso dos machos aos comedouros das fêmeas.
Os aviários devem possuir pelo menos quatro boxes, isto auxiliará melhor a divisão das diferentes categorias de machos, diminuindo a competição, favorecendo a separação de diferentes escores de peito, recuperando animais que perderam conformação, além de diminuir a competição entre os reprodutores e favorecer as cópulas.
Aviário com 4 divisórias e um box de recuperação mais leves Box de recupeção de machos mais pesados médio médio
Diminuir competição pelo alimento.
Melhor distribuição dos machos na alimentação.
Oportunizar mais cópulas aos galos menos ativos.
De 25 - 35 semanas
Nesta fase os pesos médios podem estar posicionados entre o STD e até 2% a menos, com ganhos de peso constantes, escore de peito controlado e %CV inferior a 6.
Incrementos de ração devem levar em consideração os ganhos de peso semanais e escore de peito. O alvo de escore de peito é “2,5”. Para John Dudgeon (2007) de 30 semanas em diante, o nível de alimentação deve ser aumentado gradualmente, desse modo os machos permanecem férteis, com adequado crescimento e sexualmente ativos.
Seleção de machos às 25 semanas (escore de peito/peso), e na sequência a cada 6 a 8 semanas.
Conferência de saldo de machos nas seleções.
Ajustar o centímetro de comedouro com relação ao saldo de machos.
Distribuição uniforme de ração, preferencialmente pesagem em sacas individuais para cada calha.
De 36 semanas ao abate
Manter os ganhos de peso conforme previsto no STD, com ganhos de 30 gramas semanais após as 30 semanas.
Incrementos de ração devem levar em consideração os ganhos de peso semanal e escore de peito (importante conciliar os ganhos de peso com incrementos de ração contínuos).
Seleção de machos as 45 semanas (peso/ escore de peito). Após as 45 semanas realizar seleções catadas, procurando deixar animais com a mesma conformação de peito na mesma categoria.
Manter o centímetro de comedouro e saldo de machos sempre ajustados, fazendo conferências (contagens).
5,900 5,700 5,500 5,300 5,100 4,900 4,700 4,500 4,300
OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
A compartimentação dos aviários deve ser feita em pelo menos quatro boxes. Importante não ultrapassar 200 machos/ box, e manter monitoramento do peso por box de cada aviário.
Av. 01 - Box 01 Médios 5,900 5,700 5,500 5,300 5,100 4,900 4,700 4,500 4,300 4,100 3,900 3,700 3,500
Av. 01 - Box 02 Médios 5,900 5,700 5,500 5,300 5,100 4,900 4,700 4,500 4,300 4,100 3,900 3,700
Av. 01 - Box 04 + pesados 5,900 5,700 5,500 5,300 5,100 4,900 4,700 4,500
Nas seleções devemos separar em pelo menos três escores de peito.
Utilizar box de recuperação de machos, para animais com escores de peito inferior que “2”.
Recomendamos que tenha pelo menos uma pessoa especifica no lote que seja responsável pelo manejo e atenção diária aos machos.
Retirar continuamente do lote machos com defeitos/refugos/machucados
Revisar frequentemente a condição física dos reprodutores, coloração e tamanho de crista, espessura e coloração de canelas, conformação corporal (fleshing de peito) e peso corporal. Esses são atributos físicos para a seleção visual, tanto para recuperação de aves, como para exclusão do plantel de animais que apresentam crista pouco desenvolvida e pálida, excesso ou falta de massa muscular peitoral, cloaca seca e pálida (RUTZ et al., 2007)
Segundo CELEGHINI et al. (2001), galos com crista bem desenvolvida apresentam maiores valores de volume seminal, concentração espermática, mobilidade progressiva, vigor e menor porcentagem de defeitos espermáticos, proporcionando consequentemente maiores índices de fertilidade.
Manter a cama em boa qualidade, sem a formação de cascão ou excesso de umidade, para evitar lesão nas patas dos reprodutores que interferem diretamente na sua atividade reprodutiva.
Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de produção BAIXAR EM PDF
Referencias sob consulta junto ao autor
INOVAÇÃO GENÉTICA PARA
Investimentos em pesquisa para impulsionar o progresso equilibrado e sustentável na saúde e produtividade das aves.
VACINAÇÃO CONTRA SALMONELLA EM AVES DE POSTURA COMERCIAL E A
RELAÇÃO COM ÍNDICES
ZOOTÉCNICOS
Daniela Duarte de Oliveira, Consultora técnica Elanco
Entre as salmonelas de importância para avicultura de postura, destacam-se a Salmonella Enteritidis, importante para segurança alimentar pela possível contaminação dos ovos e a Salmonella Gallinarum que afeta diretamente as aves, podendo causar mortalidade no lote.
Para traçar um bom programa de controle de Salmonella em granjas de produção de ovos é importante começar pelo principal pilar, o programa de vacinação - que deve ser estruturado desde o alojamento das aves.
Além disso, é essencial o planejamento e a execução das atividades de manejo da granja que estejam direta e indiretamente relacionadas ao controle de Salmonella.
Como exemplo, é fundamental a elaboração de um programa robusto de biosseguridade, medidas de restrição do trânsito de pessoas e equipamentos entre lotes, avaliação da qualidade da água de bebida fornecida para as aves, qualidade microbiológica das matérias primas utilizadas na formulação das rações, além da limpeza e desinfecção do galpão após a saída do lote com um período de vazio sanitário e ainda, de extrema importância em todo o ciclo de produção, um controle eficaz de pragas, especialmente de roedores, um dos grandes disseminadores de salmonelas dentro das granjas.
Um bom programa de vacinação, com imunização das aves desde o primeiro dia de vida, além de proteger as aves induzindo uma resposta imune robusta, deve, preferencialmente, interferir o mínimo possível no desempenho zootécnico das aves, consequência do processo de aplicação das vacinas. Sabe-se, por exemplo, que a administração de vacina injetável resulta em um estado de comorbidade das aves nas primeiras 24h pós vacinação.
Estas aves ficam inativas, deitamse na gaiola com consequente diminuição do consumo de ração e água, diminuição no ganho de peso e, quando administrada na produção, queda na produção e qualidade dos ovos (Star et al., 2008).
O estresse proporcionado pelo processo de vacinação das aves reflete no seu desenvolvimento, especialmente na idade entre 4 e 12 semanas de vida, período crítico de formação do esqueleto e desenvolvimento muscular, com possíveis reflexos negativos durante o período de produção.
Afim de avaliar o efeito do processo de vacinação no desempenho das aves, foram comparadas duas vacinas distintas:
AviProTM Salmonella Vac E, vacina viva para uso via água de bebida contendo cepa de S. Enteritidis (SE) que confere proteção cruzada contra S. Gallinarum (SG) e vacina viva injetável SG9R.
O estudo foi realizado com frangas submetidas a dois tratamentos: no tratamento 1 as aves foram vacinas com 3 doses de AviProTM Salmonella Vac E via água de bebida com 1, 39 e 112 dias de idade e no tratamento 2 as aves foram vacinadas com SG9R viva, injetável aos 39 e 112 dias de idade.
Estas vacinas foram feitas dentro de um programa completo de vacinação para aves em recria. Portanto, junto à vacina de Salmonella aos 39 dias foi feita vacina de coriza e aos 112 dias, vacina oleosa polivalente, manejo este semelhante ao realizado nas granjas comerciais.
Foram avaliados os seguintes parâmetros: peso (g), ganho de peso (g) e consumo de ração (g) durante o período de cria e recria.
Desde o alojamento das aves com 1 dia de idade até o início das vacinações injetáveis (5ª semana), não houve diferença significativa entre os tratamentos para nenhum dos parâmetros avaliados apesar das pintainhas de 1 dia terem sido vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E via água de bebida.
A partir da 5ª semana as aves receberam
AviProTM Salmonella Vac E e SG9R nos seus respectivos tratamentos juntamente com a vacina de coriza. Pôde-se observar que as frangas que receberam a vacina injetável (SG9R) apresentaram piora nos índices zootécnicos avaliados após a vacinação.
As aves vacinadas com SG9R apresentaram peso corporal significativamente menor (p<0,05) nas semanas 6, 7, 8 e 9, após as vacinações em relação as aves vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E.
Entretanto, entre a 10ª e 15ª semana o peso médio das aves não foi influenciado significativamente (p<0,05) pelos tratamentos, embora as frangas vacinadas com SG9R tenham apresentado o peso numericamente inferior àquelas vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E, com valores que variaram entre 21 e 26 gramas a menos como consequência da vacinação injetável feita na 5ª semana.
Na 15ª semana as aves receberam a 3ª dose de AviProTM Salmonella Vac E via oral e a 2ª dose de SG9R via intramuscular. Na semana seguinte à vacinação da 3ª dose de AviProTM
Salmonella Vac E e 2ª dose de SG9R (16ª semana) foi observado o reflexo da vacinação intramuscular nas aves que receberam SG9R, por apresentarem menor peso corporal e diferirem estatisticamente das aves vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E.
Quando os dados de peso são comparados com o padrão da linhagem, pode-se observar que aves vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E via água de bebida possuem peso maior, acima do padrão da linhagem e ainda uma recuperação de ganho de peso mais rápido do que aves vacinadas com SG9R injetável.
Figura 1. Diferença de Peso - Tratamentos x Padrão
Figura 2. Diferença de Peso - Tratamentos x Padrão
Observou-se diferença significativa (p<0,05) no ganho de peso entre os tratamentos na 6ª, 16ª e 17ª semanas de idade, sendo estatisticamente maior para as aves vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E na 6ª semana e 16ª semana.
Nestas idades, as aves vacinadas com SG9R apresentaram menor ganho de peso comparado ao grupo vacinado com AviProTM Salmonella Vac E, provavelmente devido a reação à vacinação com vacina injetável. Na 17ª semana as aves vacinadas com SG9R apresentaram um ganho de peso compensatório em relação ao grupo de AviProTM Salmonella Vac E. PM-BR-24-1278
O consumo de ração semanal variou entre os tratamentos na semana 5, sendo que na 7ª, 8ª e 9ª semanas foi significativamente maior (p<0,05) para o tratamento cujas aves foram vacinadas com AviProTM Salmonella Vac E comparado ao grupo com SG9R, apesar de sofrerem processo de debicagem na 8ª semana.
Figura 3. Ganho de Peso - Tratamentos x Padrão
Com base nos dados apresentados, pode-se observar que o processo de vacinação com AviProTM Salmonella Vac E via água de bebida não interfere no desempenho das aves, proporcionando melhores parâmetros como peso e ganho de peso corporal, que são críticos no processo de formação das aves. Ainda, o consumo de ração como importante indicador zootécnico e econômico do lote, foi maior no grupo vacinado com AviProTM Salmonella Vac E.
Vacinação contra Salmonella em aves de postura comercial e a relação com índices zootécnicos BAIXAR EM PDF
Os benefícios da adoção de um programa de vacinação comAviProTM Salmonella Vac E via água de bebida, vão muito além de um proteção robusta desde o primeiro dia de vida das aves. Por sua indicação via água de bebida, AviProTM Salmonella Vac E evidencia o bem estar dos animais através de melhores parâmetros zootécnicos, sendo uma excelente opção para imunização das aves e segurança alimentar dos ovos que serão produzidos na postura.
QUAL O MELHOR PLANO NUTRICIONAL PARA CODORNAS EUROPEIAS?
Fernando Guilherme Perazzo Costa1, Matheus Ramalho de Lima2; Adiel Vieira de Lima3, Paloma Eduarda Lopes de Souza3, Aline Beatriz Rodrigues4
1Professor Titular do Departamento de Zootecnia – Universidade Federal da Paraíba
2Professor Associado do Departamento de Ciência Animal – Universidade Federal Rural do Semi-Árido
3Doutorando em Zootecnia – Universidade Federal da Paraíba
4Mestranda em Zootecnia – Universidade Federal da Paraíba
Acoturnicultura de corte tem adquirido uma relevância crescente na avicultura global, especialmente em virtude de sua eficiência produtiva, rápido ciclo de crescimento e ótima conversão alimentar.
As codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix), em particular, destacam-se como uma fonte excepcional de carne magra e nutritiva, satisfazendo a demanda por alimentos de alto valor biológico.
O setor tem se expandido não apenas pelo apelo gastronômico, mas também pelas vantagens econômicas proporcionadas pela produção intensiva, a qual apresenta baixo custo de criação e requer espaço reduzido.
Ademais, a carne de codorna é amplamente valorizada por suas características organolépticas e por ser uma alternativa saudável às carnes tradicionais, devido ao seu baixo teor de gordura e elevado teor proteico.
A atualização das exigências nutricionais constitui um aspecto fundamental para a otimização da produção de codornas de corte.
O avanço na nutrição animal tem possibilitado a formulação de dietas mais precisas, que atendem às necessidades específicas de cada fase de criação, resultando em maior desempenho zootécnico e redução dos custos de produção.
À medida que novas linhagens são desenvolvidas e as condições de manejo evoluem, torna-se imprescindível revisar as recomendações nutricionais para garantir que as aves recebam os nutrientes adequados para seu crescimento, saúde e produtividade.
A alimentação representa uma das maiores parcelas do custo de produção na avicultura, sendo crucial que as exigências nutricionais sejam constantemente revisadas para evitar tanto o excesso quanto a deficiência de nutrientes, o que pode impactar diretamente o desempenho produtivo e a viabilidade econômica.
Fatores que interferem na determinação das exigências nutricionais:
Genética: Linhagens modernas têm diferentes capacidades de crescimento, eficiência alimentar e produtividade, o que resulta em exigências nutricionais especificas.
Sexo: O sexo das aves também é um fator importante na determinação das critérios nutricionais. Machos e fëmeas podem ter necessidades diferentes de nutrientes, especialmente após o início da maturidade sexual.
Idade e Fase de Produção: Aves em diferentes fases de crescimento (inicial, crescimento, final) ou produção (pico, manutenção, postura) possuem necessidades distintas de energia, proteinas, vitaminas e minerais.
Ambiente e Temperatura: A temperatura ambiente afeta o consumo de ração e, consequentemente, as exigências nutricionais. Ambientes quentes reduzem o consumo de alimento, exigindo ajustes na densidade nutricional da dieta.
Qualidade da Ração: A biodisponibilidade dos nutrientes na ração, incluindo digestibilidade de proteínas, aminoácidos e energia, influencia as exigências nutricionais.
Estado sanitário: Aves sob estresse ou com doenças têm maior demanda por nutrientes, especialmente aqueles que apoiam o sistema imunológico, como vitaminas e minerals.
Manejo e Densidade Populacional:
Densidades maiores de aves por metro quadrado podem gerar estresse, que afeta o consumo de ração e a utilização de nutrientes.
Qualidade da Água: O fornecimento de água limpa e adequada é essencial para o metabolismo dos nutrientes e, portanto, impacta diretamente as exigências nutricionais das aves.
Na literatura, é possível encontrar pelo menos seis recomendações e planos nutricionais, que estão expostos na Tabela 1.
Com o objetivo de determinar o melhor plano nutricional, foi realizado um experimentos com 6 tratamentos:
T1
T2
Recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024), com duas fases (1 a 14 e 15 a 35 dias);
Recomendações das Tabelas Brasileira para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024), em fase única (1 a 35 dias);
T3
T4
Recomendações das Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009), com duas fases (1 a 21 e 22 a 42 dias);
Recomendações das Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009), em fase única (1 a 42 dias);
T5
T6
Recomendações do NRC 1994, em fase única (1 a 42 dias);
Recomendações do Manual de uma linhagem comercial, em duas fases (1 a 10 e 11 a 42 dias).
Nutrientes
Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024)
Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009) NRC 1994 Linhagem comercial
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Na Figura 1, observa-se que as aves submetidas às recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno, 2024) apresentaram um aumento significativo no ganho de peso diário, além de um consumo de ração reduzido e, consequentemente, uma melhor conversão alimentar.
Embora os tratamentos tenham resultando em um peso vivo inferior, observou-se um maior rendimento de carcaça.
Os planos nutricionais das Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009), NRC 1994 e Manual da Linhagem apresentaram um maior peso vivo, porém um menor rendimento de carcaça. Essa discrepância pode ser justificada pelo fato de que esses planos recomendam a criação das aves até 42 dias de idade.
Conversão alimentar
Rendimento de carcaça
TB2024 1 a 14 e 15 a 35 dias
TB2024 1 a 35 dias
TB2009 1 a 21 e 22 a 42 dias
TB2009 1 a 42 dias
NRC1994 1 a 42 dias
Comercial 1 a 10 e 11 a 42 dias
Figura 1. Consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, peso vivo e rendimento de carcaça de codornas europeias submetidas à diferentes exigências de planos nutricionais.
Figura 2. Ovário de codornas europeias aos 42 dias de idade.
O desenvolvimento do sistema reprodutivo da codorna, tanto da variedade japonesa quanto da europeia, inicia-se a partir dos 35 dias de vida (Figura 2).
Consequentemente, ocorre uma alteração na fisiologia, metabolismo e comportamento da ave, resultando na mobilização de nutrientes que anteriormente eram destinados ao crescimento muscular e esquelético.
Ao analisar isoladamente o período compreendido entre o 36º e o 42º dia, observa-se na Tabela 2 que, na última semana, a conversão alimentar se encontra acima de 7, superando a média da fase completa (ver Figura 1). Essa constatação torna inviável o abate das aves aos 42 dias de idade.
Ademais, é notável que, aos 35 dias, o tratamento que atende às recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024), que contempla duas fases, sendo a primeira de 1 a 14 dias e a segunda de 15 a 35 dias, apresenta um maior peso vivo.
Isso sugere que, mesmo ao fornecer às aves os demais planos nutricionais e ao criálas até 35 dias, ainda se obtêm resultados superiores.
Tabela 2. Desempenho de codornas europeias, submetidas à diferentes exigências e planos nutricionais, do 36º ao 42º dia de vida. T1: Recomendações Tabelas Brasileira para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024), com duas fases (1 a 14 e 15 a 35 dias); T2: Recomendações Tabelas Brasileira para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2024), em fase única (1 a 35 dias); T3: Recomendações Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009), com duas fases (1 a 21 e 22 a 42 dias); T4: Recomendações Tabelas para Codornas Japonesas e Europeias (Silva e Costa, 2009), em fase única (1 a 42 dias); T5: Recomendações NRC 1994, em fase única (1 a 42 dias); T6: Recomendações Manual de uma linhagem comercial, em duas fases (1 a 10 e 11 a 42 dias).
Na criação de codornas, a escolha entre abater com 42 ou 35 dias afeta diretamente a rotatividade dos lotes e o uso do galpão. Com 42 dias de criação e um hipotético período de 14 dias de vazio sanitário, o intervalo entre lotes é de 56 dias, resultando em 6,5 lotes por ano.
Já com 35 dias de criação e o mesmo período hipotético de vazio sanitário, o intervalo é reduzido para 49 dias, permitindo 7,4 lotes por ano. Essa diferença representa um ganho de 1 lote por ano, o que pode ser significativo para a eficiência da produção.
Estes resultados indicam que as recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos de 2024 estão adequadamente atualizadas para as linhagens atuais, demonstrando que um plano nutricional estruturado em duas fases é superior ao plano de uma única fase. Este último, por sua vez, ainda apresenta desempenho superior em relação aos demais planos.
É importante ressaltar que as exigências nutricionais dos animais variam conforme diversos fatores; assim, em diferentes condições ambientais, outros planos nutricionais podem se mostrar mais apropriados.
Qual o melhor plano nutricional para codornas europeias?
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Referências sob consulta junto ao autor
Biotech Vac Salmonella em frangos de corte não é mais um conceito, mas uma realidade.
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Afertilidade é considerada uma das características econômicas mais importantes dentro da produção de matrizes, uma vez que exerce influência não somente sobre a produtividade de reprodutores, como também no desenvolvimento de futuras progênies.
ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA FERTILIDADE DE MACHOS REPRODUTORES
Em geral, os machos reprodutores representam apenas 10% do plantel de matrizes (Borges et al., 2006). No entanto, são responsáveis por mais 50% da carga genética, logo, todas as ações que estejam correlacionadas aos seus aspectos produtivos devem ser consideradas.
Atualmente, as características que são testadas para avaliar e prever a fertilidade dos machos reprodutores estão ligadas ao sêmen, como: volume, viabilidade, motilidade, número total e contagem de espermatozoides vivos/ mortos/anormais (Liu et al., 2008; Chen et al., 2016; Sun et al., 2019).
Existem diversos fatores que podem prejudicar qualidade do sêmen e reduzir a fertilidade dos machos no plantel, como o histórico genético, fatores estressantes, qualidade e composição das rações, micotoxinas e o próprio envelhecimento (Fouad et al., 2016; 2019).
É amplamente conhecido que machos com mais de 45 semanas de idade, o volume, a concentração e viabilidade espermática decrescem enquanto o percentual de defeitos morfológicos no esperma aumenta significamente (Tabatabaei et al. 2010).
Essas alterações são acompanhadas por redução significativa na funcionalidade da membrana do esperma, na atividade mitocondrial e na penetração do espermatozoide no óvulo (Altawash et al., 2017; Bazyar et al., 2019).
A razão exata pela queda da qualidade do sêmen com o avançar da idade não está claramente elucidada. No entanto, existem algumas estratégias nutricionais que podem ser adotadas para amenizar o impacto do envelhecimento dos órgãos reprodutivos, características do sêmen e fertilidade dos machos.
Selênio
O selênio é um componente essencial da enzima glutationa peroxidase, presente nos tecidos seminais e nos espermatozoides dos galos (Surai e Fisinin, 2014).
Na literatura, alguns autores relatam que a adição de 0,3 mg de Se/kg na dieta elevou os níveis de atividade da enzima glutationa peroxidase nos testículos e espermatozoides e diminuiu a peroxidação lipídica nos testículos de galos Rhode (Surai et al., 1998b).
Assim como, aumentou a concentração espermática e a porcentagem de motilidade em perus machos (Słowińska et al., 2011).
Galos alimentados com uma dieta suplementada com 0,3 mg de Se e 100 mg de vitamina E/kg resultou em aumento no volume de ejaculação, concentração de espermatozoides, porcentagem de espermatozoides normais vivos e uma redução na porcentagem de espermatozoides anormais (Jerysz e Lukaszewicz, 2013).
Esses achados podem estar relacionados ao desenvolvimento do órgão reprodutivo, já que o selênio adequado é capaz de aumentar o número de células de Sertoli e sua sobrevivência, bem como reduzir a indução de apoptose nas células germinativas durante a espermatogênese (Song et al., 2015; Khalid et al., 2016; Gao et al., 2017).
Vitamina E
A vitamina E é considerada um componente do sistema de defesa antioxidante das aves (Surai et al., 2019).
Ela desempenha um papel essencial na proteção do sistema reprodutivo contra danos oxidativos, estimula as funções das mitocôndrias espermáticas e é capaz de reduzir a peroxidação lipídica da membrana espermática (Asl et al., 2018).
Estudos realizados na alimentação de galos reprodutores da linhagem Lohmann Brown com dieta suplementada com 100 mg de Vit E/kg aumentou o volume, concentração e motilidade do esperma (Danikowski et al., 2002).
Coenzima Q10
É um composto necessário para mover elétrons e prótons na membrana mitocondrial interna e gerar ATP (adenosina trifosfato), que é uma molécula que funciona como fonte de energia para os processos celulares (Littarru e Tiano, 2007).
A adição de 300 mg de CoQ10/ kg na dieta aumentou a produção de espermatozoides, motilidade, integridade da membrana e a porcentagem de fertilidade.
Provavelmente devido a manutenção dos tecidos testiculares, onde o diâmetro do túbulo seminal, a espessura da camada das células germinativas e o status antioxidante seminal foram aumentados pela suplementação com CoQ10 (Sharideh et al., 2020).
Ácido D-aspártico
É um aminoácido endógeno e presente em alta concentração nos testículos. Em estudo in vitro foi observado que a adição de ácido d-aspártico promoveu a secreção de testosterona, principal hormônio sexual dos machos (Di Fiore et al., 2008).
Diferentes níveis de ácido d-aspártico a 100, 200 e 300 mg/kg de peso corporal foram fornecidos via oral a reprodutores em fim de ciclo, e foi observado que as aves que receberam a dosagem de 200mg/kg apresentaram aumento nos níveis de testosterona e melhora nas características de qualidade do sêmen (concentração, integridade e motilidade do esperma).
Essas descobertas podem estar atribuídas à supressão da peroxidação lipídica do esperma e ao desenvolvimento dos testículos (Ansari et al., 2017; 2018).
L-carnitina
A L-carnitina é formada a partir de dois aminoácidos essenciais (lisina e metionina) e participa do metabolismo lipídico, transportando ácidos graxos de cadeia longa para a mitocôndria para iniciar a β-oxidação do ácido graxo, bem como proteger os lipídios dos danos oxidativos (Fouad e El-Senousey, 2014; Jahanian e Ashnagar, 2018).
A suplementação de 125 mg de L-carnitina/kg em dietas de galos resultou em aumento da concentração de espermatozoides (Zhai et al., 2007). Em estudo similar, essa mesma suplementação aumentou a concentração, viabilidade e motilidade de esperma em codornas (Ahangari et al., 2014).
A suplementação dietética com 150 mg de L-carnitina/kg em reprodutores em fim de ciclo, estimulou a produção de testosterona e maximizou a fertilidade aumentando a produção de sêmen, viabilidade e motilidade (Elokil et al., 2019).
Em patos machos, 150 mg de L-carnitina/ kg aumentaram a fertilidade, o volume, concentração, viabilidade e motilidade de espermatozoides, além da redução nas porcentagens de espermatozoides defeituosos e/ou mortos (Al-Daraji e Tahir, 2014).
L- Arginina
Ácido Guanidinoacético
É um precursor da creatina e é biossintetizado a partir da arginina.
Estudos com galos reprodutores alimentados com dietas suplementadas com 1.200 mg de ácido guanidinoacético/kg, durante 25 semanas, obtiveram maior fertilidade, aumento na produção, concentração e motilidade de espermatozoides.
Os autores relatam que esses achados podem ser atribuídos a maior população de células de Sertoli e espermatogônias, levando ao aumento na espessura do epitélio seminífero e na espermatogênese e, portanto, na concentração de espermatozoides (Nasirikhah et al., 2019).
Outro ponto, é que o aumento na motilidade dos espermatozoides pode ter sido devido à maior disponibilidade de energia (ATP) por meio da fosforilação da creatina (Fosoul et al., 2018; Zhang et al., 2019).
É um aminoácido essencial para as aves, sendo um substrato para a biossíntese de várias moléculas (proteínas, óxido nítrico, creatina, ornitina, glutamato, poliaminas, prolina, glutamina, agmatina e dimetilarginase), influenciando em importantes funções biológicas no corpo das aves (Youssef et al., 2015).
A arginina é o único substrato para a síntese de óxido nítrico, cujo papel é crucial em diversos processos fisiológicos no corpo dos animais, incluindo neurotransmissores, vasodilatadores e imunidade (Gad, 2010).
Além disso, a arginina estimula a ereção peniana, relaxa os vasos sanguíneos, melhora a libido dos animais, aumenta a capacidade antioxidante e reduz a peroxidação lipídica, protegendo os espermatozoides contra os danos oxidativos (Chen et al, 2018).
A inclusão dietética de 2,33 kg/ton de L-Arginina sobre a qualidade do sêmen e a concentração de testosterona em galos com 37 semanas de idade apresentou melhor peso dos testículos, melhor nível de testosterona, volume e motilidade espermática (Ahangar et al, 2017).
Segundo os autores, o aumento do peso dos testículos pode estar relacionado ao melhor nível de testosterona, que é também importante na espermatogênese.
Em estudo realizado por Abbaspour et al. (2019), a suplementação dietética com 0,14% de L-Arginina em machos reprodutores em fim de ciclo restaurou o funcionamento dos testículos em termos de peso testicular e houve aumento na produção de testosterona e na motilidade dos espermatozoides.
Cúrcuma
Seu principal componente ativo é a curcumina, responsável por suas características antioxidantes (Soleimani et al., 2018).
Estudos determinaram os efeitos da cúrcuma na qualidade do sêmen em galos. Yan et al. (2017) descobriram que 0,8 mg de subproduto de cúrcuma/kg de dieta melhorou a motilidade do esperma, sugerindo que a fertilidade poderia ter sido melhorada, embora isso não tenha sido comprovado.
Além disso, diferentes níveis de curcumina (10, 20 e 30 mg/ galo/d) foram adicionados à dieta de machos reprodutores de frangos de corte.
Os autores relatam que a inclusão de 30mg curcumina/galo/d houve redução no número de espermatozoides anormais, aumento do esperma vivo e diminuição da peroxidação lipídica seminal (Kazemizadeh et al., 2019).
Essas descobertas também foram acompanhadas pelo aumento da integridade da membrana espermática, motilidade, penetração e fertilidade.
Outros estudos indicam que a curcumina pode melhorar o estado antioxidante das aves (Zhang et al., 2015; Ruan et al., 2019), bem como aumentar o número de células de Leydig, células espermáticas e o diâmetro do túbulo seminífero, melhorando assim o peso testicular e suas funções (Kazemizadeh et al., 2018).
Considerações Finais
Embora não se conheça todos os mecanismos envolvidos na perda de fertilidade com o avançar da idade dos machos reprodutores, existem vários indicativos de que é possível, por meio de estratégicas nutricionais, prolongar a manutenção das taxas de fertilidade com impacto econômico no sistema produtivo.
Estratégias nutricionais para fertilidade de machos reprodutores BAIXAR EM PDF
Bons ventos sopraram a favor da avicultura do Brasil em 2024.
PERSPECTIVAS DE RECORDES PARA A AVICULTURA BRASILEIRA
Ricardo Santin
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal
Presidente do Conselho Mundial da Avicultura
Vice-presidente da Associação Latinoamericana de Avicultura
Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ovos Brasil
Após as tempestades de anos anteriores, que gradativamente se dissipou em 2023, o setor produtivo vivenciou em 2024 um período bastante positivo para a competitividade e o fortalecimento do fluxo produtivo.
Isso, por diversos fatores.
O primeiro e mais óbvio deles é o custo de produção. Após três anos de altas históricas – que testaram a sustentabilidade das agroindústrias e a resiliência de quem produz – os preços do milho e do farelo de soja reduziram a pressão sobre o balanço das empresas.
De preços médios superando R$ 100 em diversas praças durante 2021 e 2022, a saca de 60 quilos de milho reduziu quase à metade disso já em 2023, se estabelecendo neste patamar ao longo de 2024.
Algo parecido ocorreu com o farelo de soja, mas de forma ainda mais expressiva, com quedas comparativas nas médias entre 2023 e 2024.
Outro fator foi a consolidação do restabelecimento dos níveis de consumo. Em 2023, vimos o consumo de ovos decrescer. A carne de frango se manteve estável.
Era algo esperado: vivíamos a retomada após três anos de incertezas em meio à pandemia global. Estávamos precavidos e ainda sofríamos os efeitos daquele duro golpe ao nosso modo de vida. Já em 2024, as inseguranças do ano anterior foram, gradativamente, deixadas para trás. O quadro econômico influenciou positivamente os níveis de consumo de proteínas. Houve mais recursos para investir em uma alimentação de melhor qualidade, com mais proteínas.
O consumo de ovos foi o mais notavelmente influenciado. Segundo as projeções estabelecidas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cada brasileiro deverá consumir até 263 unidades ao longo dos 12 meses deste ano, 21 unidades a mais em relação à 2023, quando o índice chegou a 242 unidades.
Como somos tradicionalmente consumidores de nossos produtos de ovos – o Brasil exporta menos de 0,5% do que produz – os maiores níveis de consumo influenciaram diretamente a produção do setor, para cima.
Conforme os dados da ABPA, o Brasil deverá encerrar o ano alcançando o marco de 56,900 bilhões de unidades de ovos produzidos nas granjas de norte a sul do país.
O número é recorde, e supera em 8,5% a produção registrada no ano anterior, com 52,448 bilhões de unidades. Serão mais de 1.800 ovos por segundo produzidos por nossas granjas
Este é um número ainda em fechamento pela ABPA, mas, conforme estas projeções, tanto os níveis de produção quanto o consumo de ovos no Brasil serão recordes históricos. Superamos significativamente a média mundial de consumo de ovos, em torno de 230 unidades.
263 unidades per capita
56,900 bilhões de unidades
1.800 ovos por segundo 8,5% a mais que em 2023
No caso da carne de frango, o cenário tem alguns pontos adicionais de complexidade, já que quase um terço da produção tem como destino o mercado internacional. Entre estes fatores de influência externa, o mais destacado ocorreu justamente dentro do território brasileiro.
O foco pontual de Doença de Newcastle, ocorrido em granja localizada no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, foi aquilo que denominei como um reforço na preparação para uma eventual ocorrência de Influenza Aviária – o que não ocorreu em nosso País graças à competência e a excelência em biosseguridade de nossa produção.
Imediatamente à situação, seguindo os acordos sanitários firmados (lembrando que cada certificado negociado pelo Brasil possui regras próprias em comum acordo com a nação importadora), o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil determinou a suspensão de parte do fluxo dos embarques.
Entre os mercados suspensos estavam alguns dos maiores importadores da proteína animal do Brasil, como China, México e outros.
Nesse momento se tornou clara a importância de um Ministério da Agricultura atuante como o brasileiro.
Tão rápida quanto a tomada de medidas de precaução para proteger a produção e cumprir com os acordos foi a implantação das estratégias de negociação para o restabelecimento do fluxo de exportação.
Todo o reconhecimento deve ser dado aos Ministro Carlos Fávaro, seus secretários e equipes pelo trabalho exemplar de defesa do setor produtivo.
Em pouco tempo, as suspensões mais relevantes em âmbito nacional foram superadas, permanecendo ainda questões sobre o Rio Grande do Sul que só tinham solução viável após comunicação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) da “finalização” do caso.
A questão “Newcastle” foi relevante no comportamento dos embarques do ano, mas não foi isolada. Os impactos da Influenza Aviária mundo afora seguiram favorecendo as exportações brasileiras.
• Desinfetante a base de monopersulfato de potássio
• Ação oxidativa que ataca as diferentes estruturas dos microrganismos
• Eficaz na presença de matéria orgânica e água dura
• Atua na remoção de biofilme
• Aprovado pelo MAPA para o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1)
Reforçando sua estratégia de complementaridade às produções locais, o Brasil expandiu o fluxo de embarques em vários grandes mercados importadores.
É o caso dos Emirados Árabes Unidos, Japão, Arábia Saudita e outros. Nosso principal destino, a China, que registrou queda no fluxo no primeiro semestre, retomou significativamente o fluxo nos meses seguintes. O mesmo ocorreu com África do Sul, México e União Europeia.
Neste contexto, um novo recorde está previsto para a carne de frango do Brasil. Com o cenário interno favorável ao consumo – mantendo estabilidade, em 45 quilos per capita - e as exportações em crescimento, a produção deverá superar neste ano, pela primeira vez, a marca de 15 milhões de toneladas – número 1,8% maior que o total do ano anterior.
Com isso, temos mantido uma média superior a 430 mil toneladas exportadas mensalmente em 2024, registrando dois dos três melhores resultados mensais históricas do setor, em patamares acima das 480 mil toneladas.
Com isso, pelas projeções preliminares da ABPA, as exportações de carne de frango deverão superar 5,2 milhões de toneladas, volume 2,2% superior ao alcançado em 2023.
É um recorde histórico para o setor.
O cenário positivo registrado neste ano para a avicultura do Brasil deve prosseguir no próximo ano. As projeções do setor apontam para crescimento em torno de 2% na produção e nas exportações de carne de frango para 2025, além de uma alta de 1% na produção e no consumo de ovos do Brasil.
Esses números, contudo, podem ser influenciados por um cenário internacional mais complexo, com custos logísticos impactados por gargalos em áreas de conflitos (como a região do Oriente Médio), além de uma eventual elevação dos custos de produção, com possíveis pressões sobre o preço dos grãos.
5,2 milhões de toneladas exportadas
45 quilos per capita
15 milhões de toneladas produzidas
O quadro é complexo, mas há uma certeza: o Brasil seguirá avançando dentro de sua posição como liderança global.
Seja para o consumidor brasileiro ou para as milhões de famílias de mais de 150 nações que consomem o nosso produto, continuaremos em nosso papel de protagonismo no auxílio à segurança alimentar.
Mais de 430 mil toneladas exportadas por mês
Perspectivas de recordes para a avicultura brasileira BAIXAR EM PDF
IMPORTÂNCIA DOS PESOS INICIAIS PARA O DESEMPENHO DOS FRANGOS
Lucas Schneider e José Luiz Januário
Especialistas em frangos de corte e ventilação da Cobb-Vantress LatCan
Opeso inicial dos pintinhos tem uma correlação direta com o seu desempenho subsequente. Pintinhos que atingem bons pesos iniciais geralmente apresentam melhor crescimento, conversão alimentar e menor mortalidade.
Pesos iniciais adequados indicam que os pintinhos estão recebendo nutrição suficiente, têm acesso adequado à água e estão em um ambiente confortável.
O ganho de peso inicial é um indicador chave do sucesso do manejo inicial, influenciando diretamente os resultados econômicos e a eficiência produtiva.
Em estudo realizado em mais de 726 milhões de frangos abatidos, sendo 32.995 lotes, entre os anos 2022 até 2024, junto a empresas do Brasil para identificar a correlação de curva de crescimento, observou-se altas correlações entre pesos iniciais de 7 e 14 dias de idade com o desempenho zootécnico e financeiro, os quais podem ser visualizado nos gráficos abaixo relacionados.
Em outra avaliação de dados realizada em 2024, levando em consideração somente duas faixas de peso aos 7 dias de idade, é possível perceber a representatividade da melhora nos pesos e o impacto positivo através desse incremento.
Peso 7 dias (kg)
Gráfico 1: Relação de Conversão alimentar real (kg); Ganho de peso diário GPD (g); Idade e Custo em R$/kg de acordo com o range de peso aos 7 dias de idade.
Gráfico 2: Relação de Conversão alimentar real (kg);Ganho de peso diário GPD (g); Idade e Custo em R$/kg de acordo com o range de peso aos 14 dias de idade.
Os dados podem ser visualizados de acordo com o quadro a seguir.
Aves com peso inicial entre 190 gramas e 210 gramas aos 7 dias de idade apresentam o melhor desempenho em termos de número de aves abatidas, ganho de peso diário e conversão alimentar. Essas aves também atingem o peso de abate mais rapidamente.
A conversão alimentar mais eficiente e o custo mais baixo por quilograma estão associados às aves com maior peso inicial, demonstrando a importância de um bom manejo nutricional e ambiental na fase inicial.
Embora a mortalidade geral aumente ligeiramente com o aumento do peso inicial, a mortalidade específica aos 7 dias é relativamente constante, sugerindo que práticas de manejo adequadas podem mitigar os riscos associados ao aumento de peso inicial.
Quadro 1: Indicadores de resultados de acordo com faixa de peso de pintinhos aos 7 dias de idade
Otimizar o peso inicial aos 7 dias pode resultar em benefícios econômicos significativos para a produção de frangos de corte, melhorando a eficiência alimentar e reduzindo o tempo até o abate.
De acordo com a avaliação de resultados deste ano de 2024, um aumento em 20g no range de peso médio do peso corporal em 7 dias resulta em 3,2% de aumento na taxa de ganho diário (GPD), 1,2% de redução na conversão alimentar real e 1,2% no aumento do peso de abate, com praticamente 1 dia a menos no tempo de criação.
CONCLUSÃO
O manejo inicial eficaz dos frangos de corte é essencial para garantir um desenvolvimento saudável e um desempenho produtivo ideal.
A atenção cuidadosa à temperatura, ventilação, nutrição, hidratação e biosseguridade durante a primeira semana de vida dos pintinhos pode fazer uma diferença significativa na saúde e no bem-estar das aves, resultando em melhores índices de produtividade e menor mortalidade.
Implementar essas práticas recomendadas é crucial para o sucesso na criação de frangos de corte modernos.
Usar e adaptar corretamente as estratégias de ventilação em cada tipo de estrutura, durante a fase inicial de criação dos frangos de corte, é essencial para manter um ambiente confortável, minimizar custos e maximizar a eficiência produtiva.
Manter a ventilação adequada e o controle de qualidade do ar em galpões avícolas é fundamental. Essas diretrizes ajudam a controlar os níveis de umidade e gases nocivos, melhorando a saúde e o bem-estar das aves.
Monitorar constantemente as condições e ajustar conforme necessário é imperativo para o sucesso. Implementar práticas que promovam um peso ótimo e eficiência alimentar, ao mesmo tempo em que se busca a redução dos custos de produção, é essencial para melhorar a lucratividade na produção de frangos de corte.
Em resumo, a melhoria do peso dos pintinhos aos 7 dias em faixas intermediárias (190g a 210 g) parece oferecer um equilíbrio ideal entre mortalidade, ganho de peso eficiente, conversão alimentar favorável e custos mais baixos, resultando em uma maior eficiência econômica na produção de frangos de corte.
Importância dos Pesos
Iniciais para o desempenho dos frangos de corte BAIXAR EM PDF
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA SANITIZAR OVOS INCUBÁVEIS DE GALINHA
Gabriel da Silva Oliveira1,2 e Vinícius Machado dos Santos1,2
1Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil
2Laboratório de Ciências Avícolas (LAVIC), Instituto Federal de Brasília – Campus Planaltina, Brasília, Brasil.
Acontaminação de ovos incubáveis por microrganismos patogênicos traz consigo uma série de desafios que podem impactar tanto a produção quanto a saúde dos embriões.
Custos elevados e qualidade comprometida são algumas das preocupações, além do risco de mortes em diferentes estágios do desenvolvimento embrionário (Shahein & Sedeek, 2014)
Os embriões que se desenvolvem em ovos com cascas contaminadas são especialmente vulneráveis a infecções.
Essas intervenções devem priorizar sanitizantes com eficácia comprovada, ao menos contra bactérias, e que, acima de tudo, garantam o máximo de segurança para aves e humanos.
Além disso, é necessário adotar estratégias dentro de um contexto que garanta que aves alojadas sejam criadas dentro dos padrões sanitários seguros.
Em situações que a sanitização é inadequada, ou quando práticas apropriadas não estão disponíveis ou são pouco conhecidas, muitos produtores acabam optando por práticas que não seguem as recomendações necessárias.
Isso pode levar a problemas significativos na saúde e no desenvolvimento dos embriões. Esse cenário pode ter consequências indesejáveis que perduram do embrião à ave adulta.
Perdas de rendimento de incubação causadas pela contaminação de ovos podem ser reduzidas com boas práticas de manejo higiênico-sanitário nas superfícies que entram em contato com os ovos até a eclosão, aliada a intervenções antimicrobianas tópicas na casca.
Podemos definir a sanitização de ovos incubáveis como qualquer intervenção que tenha como alvo a redução microbiana da casca do ovo e que seja realizada para prevenir efeitos indesejáveis ao desenvolvimento e criação das aves.
Essa atividade opera no controle primário da contaminação da casca. Para realizar essa prática de maneira adequada, recomenda-se que os profissionais participem de cursos de formação específicos e regulares.
No processo de sanitização de ovos incubáveis, três métodos principais podem ser utilizados: fumigação, pulverização e imersão.
02 01 03
Na fumigação, o sanitizante é liberado por meio de vapor;
Na pulverização, ele é disperso diretamente sobre a superfície dos ovos, e,
No método de imersão, os ovos são completamente submersos no sanitizante (Oliveira et al., 2022) (Figura 1).
Imersão Pulverização Fumigação
Figura 1. Principais métodos de sanitização de ovos incubáveis.
Fonte: Oliveira et al. (2022)
Para cada um desses métodos, são necessários equipamentos específicos: um fumigador para a fumigação, um pulverizador (manual ou automático) para a pulverização e recipientes plásticos, como baldes ou caixas, para a imersão.
Os sistemas de produção avícola precisam dispor de uma infraestrutura que esteja em conformidade com as normas sanitárias e que permita que os profissionais da área realizem adequadamente o manejo de sanitização de ovos incubáveis.
Ademais, a eficácia na resolução de problemas microbianos presentes na casca dos ovos, por meio da descontaminação tópica, está intrinsecamente ligada à qualidade e às condições das cascas no estágio anterior à sanitização.
Embora não seja o cenário ideal, é comum observar, durante os processos de sanitização, ovos com acúmulo de matéria orgânica na casca, fator que compromete a eficácia dos sanitizantes (Cadirci, 2009).
Para solucionar esse problema, algumas práticas de descontaminação no setor avícola incluem uma etapa preparatória, envolvendo a lavagem da superfície com água, detergentes e esponjas. No entanto, essa técnica não é recomendada para ovos incubáveis, pois pode comprometer a integridade física da casca.
Para preservar ao máximo essa integridade e minimizar os efeitos do acúmulo de matéria orgânica, é essencial que os ovos sejam provenientes de aves saudáveis, postos em ninhos limpos e submetidos a um manejo de coleta adequado.
Um manejo adequado na coleta de ovos requer a implementação de práticas de higiene, como a lavagem das mãos, a realização de banhos, o uso de vestimentas apropriadas, o emprego de bandejas plásticas devidamente sanitizadas e a escolha do momento ideal para a coleta.
Como o momento da coleta é decisivo para a eficácia do programa de sanitização dos ovos incubáveis, o intervalo entre a coleta e a sanitização não deve ultrapassar 30 minutos.
Portanto, é essencial que as granjas realizem coletas em intervalos curtos e frequentes. Essa prática não apenas reduz a permanência dos ovos no ambiente pós-postura, mas também minimiza a penetração de microrganismos in ovo, garantindo a qualidade do desenvolvimento embrionário e a viabilidade das aves (Franco et al., 2023; Oliveira et al., 2022).
A sanitização deve ser realizada exclusivamente nesse momento inicial, pois a reaplicação de sanitizantes durante o período de incubação não é recomendada, já que pode comprometer a viabilidade embrionária e, consequentemente, o sucesso da incubação (Thermote, 2006; Oliveira et al., 2022).
Produtos sintéticos, como aldeídos, oxidantes e compostos de amônio quaternário, têm sido sugeridos para a sanitização de ovos incubáveis (Cony et al., 2008; Al-Shemery & Kamaluddin, 2018; Stegniy et al., 2020).
Paralelamente, formulações à base de compostos naturais, como óleos essenciais, própolis e alho, também estão disponíveis (Shahein & Sedeek, 2014; Oliveira et al., 2020; Rizk et al., 2022).
Dada a preferência por produtos mais seguros, os compostos naturais têm ganhado destaque nas recomendações.
Em contrapartida, o uso de formaldeído, o sanitizante ainda mais utilizado na sanitização de ovos incubáveis, não é aconselhável, pois viola gravemente os princípios de segurança para a saúde humana e animal.
Uma revisão recente oferece informações sobre os potenciais sanitizantes para ovos incubáveis (Oliveira et al., 2022). No manejo da sanitização de ovos incubáveis, ao optar por um sanitizante comercial, é essencial seguir as recomendações do fabricante
Caso o sanitizante desejado não esteja disponível no mercado, é fundamental apoiar-se em estudos científicos que comprovem sua eficácia.
Entre os fatores que podem influenciar a viabilidade e a eficácia de um sanitizante, a formulação do produto e a concentração recomendada merecem atenção prioritária.
No caso de sanitizantes não disponíveis comercialmente, é crucial que sejam formulados corretamente, o que inclui a escolha apropriada de um veículo carreador que não comprometa a atividade do composto ativo.
Os efeitos benéficos dos sanitizantes serão eficazes apenas se houver um acompanhamento contínuo e adequado dos ovos até a eclosão, pois não adianta realizar um excelente processo de sanitização sem manter um manejo que minimize a recontaminação.
Portanto, além de garantir a excelência nos serviços de sanitização prestados por profissionais capacitados, é fundamental manter a higiene da incubadora e da sala de incubação, além de restringir o acesso a indivíduos não envolvidos no processo.
Embora a sanitização não elimine completamente todos os microrganismos da casca dos ovos, a redução da contaminação (Tabela 1) pode ser suficiente para proporcionar benefícios significativos à saúde embrionária, como a prevenção de infecções graves e fatais, além de aumentar as taxas de eclodibilidade (Tabela 2) e diminuir a necessidade de recursos adicionais na avicultura.
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Tabela 1. Eficiência antibacteriana de protocolos de sanitização de ovos incubáveis.
Protocolos de sanitização
Ovos não sanitizados
Ovos sanitizados com sanitizante sintético
Bactérias mesófilas aeróbias totais
5.12 ± 0.10a
2.39 ± 0.49bc
Ovos sanitizados com sanitizante natural 1.87 ± 0.54c
Fonte: Oliveira et al. (2024).
Tabela 2. Taxa de eclodibilidade de ovos sanitizados e não sanitizados.
Protocolos de sanitização
Ovos não sanitizados
Ovos sanitizados com sanitizante sintético
Ovos sanitizados com sanitizante natural
Fonte: Zeweil et al. (2013).
Eclodibilidade (%)
87.06 ± 1.54b
82.05 ± 0.56c
97.15 ± 0.93a
Portanto, estratégias robustas de sanitização devem ser obrigatoriamente projetadas para proteger as aves, os profissionais que atuam na avicultura e a população em geral de infecções oriundas de ambientes avícolas.
Recomendações técnicas para sanitizar ovos incubáveis de galinha BAIXAR EM PDF
Referências sob consulta junto ao autor
ÁCIDOS ORGÂNICOS NO PERÍODO DE JEJUM PRÉ-ABATE DE FRANGOS
Uma estratégia de suporte para diminuir as contaminações por enteropatógenos
Fabrizio Matté1, Patrick Iury Roiesky2 e Luiz Eduardo Takano1
1Consultor técnico aves
2Assistente técnico aves
Aretirada da alimentação ou jejum pré-abate é uma prática de gestão comum na produção de frangos de corte dentro da avicultura industrial, pois permite o esvaziamento do sistema digestivo da ave e reduz os custos com ração (BARREIRO et al., 2012).
Assim sendo, tem como seu objetivo melhorar a eficiência da produção, evitando desperdício de alimento que não será convertido em carne, e diminuir a contaminação principalmente por enteropatógenos no abatedouro.
O tempo gasto no período de jejum tem sido amplamente discutido, variando entre 8 a 12 horas, no entanto, ele é influenciado pela logística da empresa, distância até o abatedouro e o tempo de espera na plataforma, podendo assim ter sua duração prolongada (NORTHCUTT et al., 1997).
A retirada da água com a ração é um método incorreto, pois a água auxilia na passagem do alimento pelo sistema digestivo da ave. Para uma menor contaminação no abatedouro é fundamental que o intestino esteja vazio, sendo necessário que o papo também esteja vazio no momento da apanha das aves (MENDES, 2001).
Além disso, à medida que o tempo de jejum aumenta, o peso das aves diminui (MENDES, 2001) devido à desidratação nos músculos (DUKE et al., 1997). Segundo ROSA et al. (2002), a perda de peso varia de 0,20% a 0,40% por hora de jejum.
Aproximadamente entre 50% a 75% da perda de peso vivo durante as primeiras quatro horas do jejum é devido à perda de água e matéria seca do conteúdo intestinal (DUKE et al., 1997). Desta forma, é importante estimular o consumo de água pelas aves a fim de mitigar a desidratação que poderá ocorrer durante o processo.
Conteúdo intestinal e a contaminação no abatedouro
A microbiota é considerada um componente defensivo da barreira intestinal. O papel desempenhado pelas comunidades bacterianas é limitar o crescimento excessivo de microrganismos e proteger seus hospedeiros contra a invasão de potenciais agentes patogênicos (HUANG et al. 2015).
Um dos efeitos indesejáveis do jejum pré-abate é a diminuição da capacidade natural do papo em inibir a colonização de Salmonella spp. e outros enteropatógenos.
Com o aumento do tempo de jejum, as aves sofrem estresse, desestabilizando assim a sua microbiota do sistema digestivo, já que abre espaço para a entrada de bactérias oportunistas. O papo ou inglúvio é um dispositivo de armazenamento de alimentos presente nas espécies aviárias.
O papo, o proventrículo e a moela formam as partes anteriores do trato gastrointestinal das aves, onde o pH é baixo (Figura 1). A parede do papo é colonizada por Lactobacillus, que causa uma diminuição no pH pela produção de ácidos graxos voláteis (Fuller, 1973).
Íleo
pH 7-7.5
Jejuno
pH 6.5-7
Papo
pH 5-5.5
Proventrículo
pH 2.5-3.5
Moela
pH 2.5-3.5 Fígado
Ceco
Ceco ph 6.5-7
Duoden pH 5-6 Pâncreas
Cólon Reto
Cloaca ph 8
pH Natural no Trato Gastrointestinal
Figura 1. Sistema digestivo com seus segmentos e pH. Adaptado e redesenhado de Riis e Jokobsen, 1969 Hill, 1971 Simon e Versteeg, 1989 e Herpol e Van Grembergen, 1967.
Em função da predominância de Lactobacillus no papo, produzindo ácido lático e acético, o crescimento de outras bactérias diminui. Já foi demonstrada uma alta proliferação de enteropatógenos e aeróbios cecais com a diminuição concomitante de bactérias láticas no papo de frangos de corte submetidos a 24 horas de jejum (HINTON et al. 2000).
Nas aves, bactérias patogênicas como Salmonella tem o inglúvio como porta de acesso ao trato gastrointestinal, assim, um controle neste local é muito importante para impedir ou diminuir a proliferação destes patógenos.
Naturalmente, após as aves se alimentarem ocorre uma redução do pH do papo. Os Lactobacillus spp. presentes produzem ácido lático tornando o ambiente local mais ácido, em torno de 5,5 (Figura 2) e proporcionando um efeito bacteriostático e ou bactericida sobre as bactérias sensíveis, impedindo a multiplicação de Salmonella spp., E. coli. entre outros enteropatógenos, que se desenvolvem em faixas de pH mais elevadas.
Figura 2. Efeito do pH sobre a microbiota do papo. Foto ilustrativa adaptada de https://en.wikivet.net/Crop_-_Anatomy_and_ Physiology
Além disso, a redução do pH do papo contribui para a digestão alimentar das aves, via hidrólise do alimento estocado.
Entretanto, com o aumento do tempo de jejum pré-abate e sem a presença dos carboidratos fermentativos requeridos pelas bactérias láticas para seu crescimento e produção de ácido lático, ácido acético e propiônico (HINTON et al., 2000), o pH do papo aumenta, possibilitando a proliferação de enteropatógenos (Figura 2).
Além do que, ainda temos a ingestão de cama devido a longa privação de alimento das aves, isso também contribui para que a carga de bactérias patógenas aumente no papo, que pode romper no processamento, contaminando toda a carcaça.
Portanto, recomenda-se que o jejum não ultrapasse mais que 12 horas (LUDTKE et al., 2008). Diminuições significativas na população de bactérias láticas no papo ocorrem dentro de seis horas após iniciar a retirada da alimentação (HINTON et al., 2000).
À medida que o jejum continua, até 24 horas, tanto o pH como o nível de bactérias continuam se elevando. Foi reportada por Hargis et al. (1995) uma maior incidência de Salmonella spp. no papo comparado aos cecos das aves, quando ocorre aumento na duração do jejum pré-abate. Certamente, isso está relacionado à ingestão de cama pelas aves durante o jejum.
A contaminação da ave ocorre quando o trato digestivo se rompe ou é cortado, ou quando as fezes são eliminadas.
Entretanto, deve-se ter em mente que não só o "chiller", mas também as caixas de transporte, a depenadeira e a escaldadeira são fontes importantes de contaminação cruzada no abatedouro, pois as sujidades presentes na superfície externa das aves abrigam um número muito grande de microrganismos, com valores de 220 milhões a um bilhão por grama (DELAZARI, 2001)
Uso estratégico de ácidos orgânicos no período de jejum pré
Como grupo químico, os ácidos orgânicos são considerados qualquer substância de estrutura geral R-COOH, gerando grupos de compostos relacionados, conhecidos como derivados dos ácidos carboxílicos como os aminoácidos, coenzimas e metabólitos intermediários (Solomon e Fryhle, 2002).
Mecanismo de ação
O principal mecanismo de ação dos ácidos refere-se à “Teoria dos Ácidos Fracos”, exercendo atividade antimicrobiana devido a redução do pH no interior da célula microbiana (Cherrington et al., 1991).
A forma não dissociada do ácido é lipossolúvel e nessa forma tem capacidade de atravessar de forma passiva a membrana celular (Figura 3).
RCOOH
RCOOH
RCOOH
RCOO
RCOO
RCOO
RCOO
Energia
Também conhecidos como ácidos graxos voláteis, ácidos graxos ou ácidos fracos, ou qualquer ácido que contenha uma ou mais carboxilas em sua molécula.
Com base no número de átomos de carbono na cadeia, são classificados em três grupos: ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) até 5 carbonos, ácidos graxos de cadeia média (AGCM) de 6 a 11 carbonos; e ácidos graxos de cadeia longa (AGCL) a partir de 12 carbonos (Desboi e Smith, 2010).
Figura 3. Mecanismo de ação dos ácidos orgânicos sobre as bactérias (Gauthier, 2005)
Outra forma de ação dos ácidos no controle microbiano refere-se à capacidade de alterar sua forma dissociada e não dissociada em função do seu potencial de dissociação (pKa) e do pH do meio (Partanen e Mroz, 1999). Resumidamente, o pKa representa a faixa de pH do meio em que um ácido (ou uma base) se encontra 50% dissociado.
A constante de dissociação (pKa) é diferente para cada ácido e está relacionada com o pH. Pesquisas têm demonstrado que os ácidos na forma não dissociada são lipofílicos e, portanto, melhor absorvidos pelas células, pois são transportados passivamente pela membrana citoplasmática (Clark e Cronan, 2005; Partanen, 2002).
Dessa forma, a eficiência antimicrobiana de um ácido depende da relação entre seu pKa (constante de dissociação) e o pH do meio e, portanto, ácidos com faixas de pKa mais elevados têm maior capacidade de ação.
No intestino das aves, por exemplo, o pH médio é cerca de 6,5; neste local os ácidos com pKa mais altos apresentam-se em maior proporção na forma não dissociada quando comparados a ácidos com pKa mais baixos.
Essas informações confirmam a vantagem de se utilizar misturas de ácidos (de diferentes faixas de pKa) como aditivos conservantes de alimento e/ou melhoradores de desempenho naturais por apresentarem capacidade protetora maior que o uso de ácidos isolados.
Dessa forma, apresentam dissociação em diferentes pH e podem manter a ação antimicrobiana em maior extensão gastrointestinal (PENZ; SILVA; RODRIGUEZ, 1993).
Em geral, os alvos bacterianos potenciais de compostos biocidas incluem a parede celular, membrana citoplasmática e funções metabólicas específicas no citoplasma associadas à replicação, síntese de proteínas e função (Denyer e Stewart, 1998; Davidson, 2001).
Dada a natureza de ácido fraco da maioria desses compostos, o pH é considerado um determinante primário de eficácia porque afeta a concentração de ácido não dissociado formado (Davidson, 2001).
O uso de ácidos orgânicos na água antes do abate das aves pode ser uma alternativa viável para redução de microrganismos patogênicos, conforme sugere Byrd et al. (2001) que observou redução na incidência de Salmonella spp. e Campylobacter spp. em papo e em carcaças de frangos após o uso de de ácidos orgânicos, oito horas antes do abate.
Ácidos orgânicos no período de jejum pré-abate de frangos.
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SUAS APLICAÇÕES NO CRESCIMENTO DE FRANGOS DE CORTE
Aprodução de frangos de corte
cada dia mais e esse setor exige uma grande quantidade de análise de dados constante.
A necessidade de realizar análises mais aprofundadas auxilia as empresas produtoras de carne de frango a tomarem melhores decisões.
E, portanto, investimento de caixa e lucros.
A equação matemática de Gompertz é uma equação que pode ser utilizado como ferramenta na análise de dados para produção de frangos de corte
Os dados fornecidos por esta equação são muito diferentes daqueles que estamos habituados a ver nas fichas de produção das diferentes linhagens de frango.
O objetivo principal deste artigo é descrever de forma prática e simples a equação de Gompertz e suas aplicações zootécnicas e administrativas na produção de frangos de corte.
Existem muitas equações matemáticas não lineares, mas a equação de Gompertz demonstrou ter o melhor ajuste, gerada com dados de crescimento agrícola.
Quando falamos em ajuste, estamos nos referindo à linha que melhor descreve os dados no eixo X/Y.
A equação de Gompertz descreve matematicamente eventos não lineares, ou em outras palavras, o crescimento das galinhas pode ser descrito pela função da equação.
A informação que necessitamos para obter os coeficientes desta equação é a variável tempo, que pode estar em dias ou semanas.
Por outro lado, a outra variável que esta equação necessita é a variável peso em cada um dos dias ou semanas em que os frangos foram pesados.
A equação de Gompertz é escrita da seguinte maneira:
Y= a * EXP (-EXP(- b(X- c))
Os parâmetros descritos nesta equação são:
Y = peso do animal em um período determinado (dias ou semanas)
X = dias (referente ao dia de crescimento em que o peso foi coletado)
a = peso assintótico (variável que descreve a linha reta que se aproxima indefinidamente de uma curva, sem nunca tocá-la)
b = taxa ou índice de maturação para a variável peso
c = ponto de inflexão para a variável idade
Mencionar que essa equação ajuda a obter um peso pode parecer que não faz muito sentido.
Mas, quando mergulhamos na análise de dados, vamos observar todos os parâmetros que essa equação pode nos fornecer.
Essa derivada da equação é descrita como:
No Desenho 1, são descritos cada um dos coeficientes que compõem a equação de Gompertz.
Já mencionamos que a equação nos permite modelar o peso de um lote.
Com a derivada dessa equação, podemos obter a projeção do ganho de peso diário de um lote de produção.
Ganho de Peso = a*Peso
Modelado*EXP(c*(b - Tempo))
As variáveis incluídas na derivada da equação são descritas como:
a = peso assintótico
Peso = Peso modelado obtido da equação de Gompertz
c = ponto de inflexão para a variável idade
b = índice de maturação para a variável peso
Ganho de peso marginal
Desenho 1. Representação gráfica de uma equação de Gompertz. y a
In exão da função
Fase LAG ou de início
Fase de crescimento exponencial
Peso assintótico
Tabela 1. Guia de Manejo frango T.
As informações de onde se obtêm os coeficientes são baseadas em dados de um guia de manejo.
Como exercício, os dados utilizados foram obtidos a partir das guias de manejo das linhagens T e H.
Esses coeficientes são obtidos com a ajuda de softwares de matemática, onde é necessário escrever a programação específica para que uma equação não linear seja iniciada.
Após obter os coeficientes, começamos a gerar informações que podem ajudar a uma melhor tomada de decisões financeiras e zootécnicas.
Na tabela a seguir, são apresentadas as outras variáveis que podemos obter utilizando os coeficientes da equação de Gompertz.
Na tabela apresentada a seguir, são mostrados os coeficientes que compõem a equação de Gompertz.
Por exemplo, quando os coeficientes b/c são divididos, essa variável descreve o ponto do gráfico onde ocorre uma das inflexões, mas em função do tempo
Essa variável nos indica que, a partir dos dias 35,96 e 37,20, os frangos dessas linhagens crescem exponencialmente até esse período de tempo.
Se a/EXP for dividido, essa variável descreve o peso do frango no momento da inflexão.
Isso significa que, ao atingir os dias 35,96 e 37,20, os frangos têm um peso projetado de 2617,01 e 2522,96 gramas, respectivamente.
Quando os coeficientes da equação são combinados, é possível obter descrições específicas da curva.
Tabela 3. Coeficientes da equação de Gompertz.
A variável Ganho de Peso máximo, que se escreve como c*a/EXP, refere-se ao ganho de peso máximo que os frangos atingem em sua vida produtiva.
De acordo com os dados do modelo, um frango T pode alcançar um ganho máximo de 110 gramas em um dia, enquanto o frango H misto proporcionaria um ganho máximo de peso de 102,10 gramas em um dia.
Algo que deve ser mencionado é que essa sensibilização considerou os dados do dia 1 até o dia 56.
Este é um ponto importante a ser destacado quando se trata de modelagem, pois os coeficientes e as taxas mudam quando a variável tempo é utilizada com diferentes amplitudes.
Isso significa que não é a mesma equação quando se faz uma modelagem do dia 1 ao dia 42 e outra equação que descreva o período de tempo do dia 1 ao dia 56.
A última variável, fase de Arranque ou fase LAG, é descrita como b-1/c.
Essa variável faz referência à quantidade de dias em que o metabolismo do frango está completamente maduro para que a formação de carne ocorra de maneira exponencial
Quando se analisa a equação de Gompertz, observa-se que ela trabalha a partir de taxas ou índices, e essas variáveis descrevem numericamente o metabolismo de um animal.
Descrição
Isso permite traduzir esse metabolismo em um número que descreve perfeitamente o estágio em que o animal está se desenvolvendo.
Coeficientes de Equação de Gompertz
Tempo de inflexão
Peso na inflexão
gramas
Ganho de Peso Máximo c*a/exp 110.34 102.10 gramas
Fase de Arranque b-1/c 12.24 12.49 dias
Tabela 4. Resultados do metabolismo dos frangos através da Equação de Gompertz.
são obtidos a partir dos dados de crescimento que se deseja modelar.
Agora, o cálculo dos coeficientes da equação é obtido a partir de programas matemáticos.
Alguns dos programas que podem nos ajudar a utilizar essas informações são: R, RStudio ou SAS.
Pode haver outros programas, mas estes são os mais frequentemente utilizados.
Algo a mencionar é que esta é uma matemática não linear; portanto, a descrição não exige cálculos mais avançados.
Não devemos nos frustrar quando se fala de matemática não linear, pois agora existem programas que podem nos ajudar a gerenciar os dados de crescimento.
A seguir, são mencionados alguns pacotes que podem ajudar a calcular essa equação:
No caso do R ou RStudio, são softwares gratuitos e é possível baixar pacotes para cálculos de matemática não linear. Nls()
A equação de Gompertz pode ajudar dentro de uma produção de frango de corte a:
Implementar programas de nutrição de precisão em frango de corte para realizar a troca de alimento no momento exato de tempo e peso.
Não devemos esquecer que o crescimento de um frango é a descrição do metabolismo; portanto, essa equação permite observar em que momento o metabolismo de um frango muda.
1 2 3
Com o cálculo da derivada da equação, é possível determinar se as alterações na ração estão permitindo alcançar o ganho de peso projetado por dia ou por semana.
Com ela, podemos projetar e realizar administrativosorçamentos mais exatos. Utilizar equações matemáticas não lineares permite prever o desempenho daqueles lotes que ainda não foram abatidos.
A projeção de cenários hipotéticos utilizando a equação de Gompertz permite que uma empresa reaja mais rapidamente frente a desafios como preços baixos do quilo do frango ou uma sobreoferta de frango vivo no mercado.
Se houver alguma alteração no perfil nutricional, o nutricionista pode perceber imediatamente se o frango está respondendo a essa ração. A equação ajuda a modelar o metabolismo de crescimento ou as taxas de mudança.
Portanto, qualquer mudança permitirá observar se o desempenho está gerando ganhos ou perdas no crescimento de um frango de corte.
Em resumo, a equação de Gompertz ajuda a prever e obter taxas de crescimento com base no peso e no tempo.
A equação de Gompertz ajudaria a implementar programas de alimentação mais precisos e com maior retorno sobre o investimento para uma empresa.
Dessa forma, o uso contínuo da modelagem matemática não linear permite que uma empresa implemente programas alimentares mais eficientes e com maior retorno financeiro.
Modelagem matemática com a Equação de Gompertz e suas aplicações no crescimento de frangos de corte
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EMERGENTE QUE AUMENTA NIVALENOL, UMA MICOTOXINA
A COMPLEXIDADE DO
CONTROLE DO
DESOXINIVALENOL (DON)
Augusto Heck
Gerente de Riscos de Micotoxinas Latinoamerica da dsm-firmenich
Oimpacto das micotoxinas na saúde e na produtividade dos animais depende principalmente das interações entre elas, os animais e os fatores ambientais.
No entanto, nem todas as micotoxinas tem métodos rápidos e econômicos para realizar o controle de qualidade de cada lote recebido nas fábricas. Isso é agravado por dois fatores adicionais:
Independentemente das medidas de controle implementadas durante a produção e o armazenamento de grãos, as fábricas de ração geralmente controlam algumas das micotoxinas nos ingredientes regulamentados pela legislação.
A presença de micotoxinas mascaradas.
A presença de micotoxinas emergentes.
MICOTOXINAS
MASCARADAS
Embora existam vários métodos de detecção de micotoxinas, as micotoxinas mascaradas geralmente não são detectadas pelos métodos convencionais.
Entretanto, as micotoxinas mascaradas podem contribuir substancialmente para a contaminação geral de ingredientes e gêneros alimentícios. Mas o que são as micotoxinas mascaradas?
As micotoxinas não são tóxicas apenas para animais e seres humanos, mas também podem ter efeitos negativos sobre as plantas nas quais o fungo cresce.
Para se protegerem do efeito dessas substâncias, as plantas ativam mecanismos de defesa, principalmente a adição de ésteres de ácidos graxos, proteínas e glicosídeos à micotoxina.
Essa alteração na estrutura da molécula mascara a micotoxina, impossibilitando que os métodos convencionais detectem esses novos compostos.
Um caso bem conhecido é o do DON no milho. Os fungos Fusarium produzem vários tricotecenos do tipo B, incluindo o DON. Na presença dessa micotoxina, o milho mascara o DON com a adição de um glicosídeo, eliminando o efeito negativo que ele tem sobre a planta.
Quando o milho é ingerido por um animal, a ligação entre o glicosídeo e a micotoxina é rompida no trato gastrointestinal e o DON é restaurado à sua estrutura original, afetando a saúde do animal.
MICOTOXINAS EMERGENTES
PRESENÇA DA NIV NOS INGREDIENTES
amostras de 105 países, nas quais foram feitas 159.742 análises de micotoxinas.
Na Tabela 1, podemos ver que a prevalência de DON é de 76%, ou seja, das 3.014 amostras analisadas, 2.290 amostras tinham uma média de 588 ppb de DON, com um máximo de 43.891 ppb.
No entanto, se considerarmos os compostos mascarados de DON, como desoxinivalenol-3-glicosídeo, 15-acetil-desoxinivalenol e 3-acetildesoxinivalenol, a média de DON mais suas formas mascaradas somam 1.902 ppb (588+113+208+993 ppb).
E se adicionarmos a isso a co-ocorrência de NIV nessas mesmas 3 014 amostras, a média chega a 2.200 ppb (2,2 ppm).
O nivalenol é ainda mais tóxico para os animais do que o desoxinivalenol. Ambos causam danos ao trato digestivo, ao sistema imunológico e facilitam a manifestação de doenças que estavam sob controle, levando a perdas significativas no desempenho.
UMA SOLUÇÃO EFICAZ CONTRA A OCORRÊNCIA CONJUNTA DE DON E NIV
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Com uma estratégia de formulação exclusiva que combina:
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Adsorção e,
Bioproteção,
Os produtos da linha Mycofix© atenuam os efeitos negativos das micotoxinas nos animais, evitando a redução da integridade gastrointestinal e os efeitos sobre a imunidade e o desempenho, com consequentes perdas econômicas.
Mesmo em baixas quantidades, eles podem reduzir a eficiência do intestino em absorver nutrientes e impedir a entrada de patógenos e substâncias indesejáveis, levando a processos inflamatórios que desviam nutrientes e causam imunossupressão.
O componente B.B.S.H. 797, presente em diversos produtos da linha Mycofix©, produz enzimas que degradam todos os tricotecenos, sejam eles clássicos, mascarados ou emergentes, de forma seletiva e irreversível, gerando compostos inofensivos.
Nossa equipe técnica está à sua disposição para definir a melhor estratégia para evitar o impacto das micotoxinas em seus animais. Entre em contato com nosso representante local.
La investigación continua desarrollada por dsm-firmenich en el manejo de la coccidiosis continuará para enfrentar los retos y minimizar el impacto económico de esta enfermedad en la producción avícola.
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ARTRITE E SUAS CAUSAS
MULTIFATORIAIS
EM FRANGOS DE CORTE – PARTE II
Eduarda da Silva1 e Cláudia Balzan2
1Discente do curso de medicina veterinária
2Docente do curso de medicina veterinária - UNOESC
Aartrite é uma das patologias que mais causam perdas no campo e na indústria, possuindo uma alta taxa de condena em frigoríficos. Na última edição abordamos a enfermidade causada por vírus (Ortheovírus aviário) e bactérias (Mycoplasma synoviae, Escherichia coli e Staphylococcus aureus). Agora conheceremos as causas externas como causas de manejo, ambientais e genéticas, que influenciam no seu aparecimento no plantel.
A avicultura de corte brasileira constitui um enorme mercado, externamente e internamente, favorecendo melhorias em todos os setores da cadeia avícola.
A genética atual proporcionou aves com maior deposição de músculo em pouco tempo de criação, porém a estrutura óssea desses animais não está completamente desenvolvida, ocasionando problemas locomotores, consoante a isso, o manejo e a ambiência inadequada fortalecem a casuística da doença, originando portas de entradas para microrganismos patogênicos pela instabilidade imunológica.
É importante elucidar as causas da artrite, devido às fortes semelhanças macroscópicas das lesões para determinar a causa dessa patologia, e como deve proceder o controle para prevenir as lesões no campo.
FATORES EXTERNOS ASSOCIADOS AO APARECIMENTO DE ARTRITES
A genética, nutrição, manejo e ambiência avícola ganharam melhorias ao longo dos anos, isso auxiliou para o crescimento corporal e deposição de carne em níveis que o esqueleto das aves e sistemas não comportam, apresentando assim, distúrbios metabólicos, essas variáveis implicam diretamente no desempenho e bem-estar animal (Kindlein, 2021)
Fernandes (2024), comenta que multifatores estão relacionados com doenças locomotoras, e podem estar associados ou ocorrer de forma isolada, mecânica, traumática, infecciosa, nutricional, ambiental ou de manejo.
Após o frango ser acometido por algum fator desestabilizante as bactérias oportunistas podem atravessar a barreira intestinal e ingressam pela via hematógena chegando até os ossos, que contribuem para um quadro de necrose e degeneração.
Outro fator relacionado com artrite, é que devido a dor e dificuldade de locomoção, as aves no lote ficam mais tempo sentadas, isso leva a um comprometimento da circulação sanguínea nas áreas de crescimento dos ossos.
As empresas fornecedoras de pintainhos de linhagem comercial optaram por melhorias genéticas na deposição de músculo nos ossos, ou seja, aumentando o ganho de peso nas aves, isso aumentou a fragilidade e deformação óssea e diminui a maturidade esquelética, no entanto esse avanço culminou em patologias associadas à estrutura anatômica e óssea (Kindlein, 2021)
O melhoramento genético contribui para a maior deposição de músculo na parte do peito do frango, que moveu o centro de gravidade da ave para frente, desse modo, modificações na postura relacionadas a parte óssea afetou a tíbia, fêmur e a quarta vértebra, que é o local de sustentação do peso corpóreo.
Outro fator está relacionado ao fato de que o osso não tem sua mineralização completa até a idade de abate. A rápida taxa de crescimento não é o único fator de patologias articulares, mas é um fator de predisposição (Fernandes, 2024).
A parte nutricional está associada diretamente com a manutenção da estrutura do frango, e é de suma importância que o cálcio, fósforo e vitamina D estejam em doses corretas na dieta.
A diminuição ou falta de um dos elementos essenciais pode comprometer o desempenho acarretando diretamente em uma calcificação óssea deficiente. Outras patologias, como discondrodisplasia tibial e síndrome do osso negro estão mais associadas a carências minerais e de vitaminas (Kindlein, 2021).
Para o crescimento ósseo é necessário uma nutrição de qualidade, porém o setor avícola enfrenta desafios nesse quesito, muitas vezes ocorre uma baixa digestibilidade da ração, micotoxinas, granulometria inadequada, fatores antinutricionais e microrganismos patogênicos.
O aumento da proteína não digerida, decorrente da maior renovação celular da mucosa intestinal, leva à putrefação e à produção de substâncias e moléculas que comprometem a funcionalidade da mucosa intestinal.
Além da diminuição na reabsorção de nutrientes, há um aumento na permeabilidade intestinal, ativando o sistema imunológico do hospedeiro através da barreira endotelial que ativa as citocinas pró inflamatórias, que podem levar a reabsorção óssea (Fernandes, 2024).
Segundo Liris (2021), os fatores ambientais estão associados diretamente com a ocorrência de lesões locomotoras, o tipo de cama utilizado e seu manejo, elevadas temperaturas nos galpões associado a umidade do ar e lotação são os principais pontos a serem revisados e avaliados.
A cama do aviário geralmente é composta por materiais que absorvem umidade, reduzem pH e controlam o crescimento bacteriano, como maravalha, casca de arroz e casca de café.
Mas, visando a lucratividade e redução de custos, as camas de aviários são reutilizadas de um lote para o outro, por esse fato é necessário que seja manejada adequadamente para garantir a eficiência (Fonseca, 2021).
Fatores sanitários, nutricionais, manejo e ambientais ocasionam umidade na cama aviária, associados a bebedouros e nebulizadores com má regulagem, ocasionam prejuízos à qualidade do material utilizado no piso, favorecendo o aparecimento de problemas locomotores (Jacob, 2014).
Nos intervalos entre lotes é realizado métodos de descontaminação da cama aviária, que podem ser classificados como fermentativos, acidificantes, alcalinizantes e redutores de umidade, usualmente são usadas a fermentação de cama enleirada e fermentação plana associada ou não à alcalinização.
Cada processo é preconizado, orientado e descrito pelas empresas integradoras e serviço veterinário oficial. Sabe-se que o excesso de umidade desencadeia desconforto, estresse, compromete o desempenho, aumenta o número de condenas e favorece a multiplicação de bactérias (Grando, 2022).
Um dos principais desafios é manejar o ambiente e a cama corretamente, devido a todos os avanços genéticos para uma melhor conversão alimentar, também surgiram maior consumo de ração, mais gases e excreção de água, visto que a cama retém esses substratos e metaboliza em mais amônia para o ambiente e umidade. Essa umidade em excesso propicia o aparecimento de problemas locomotores e contribui para outras patologias (Albarello; Balbinot, 2022).
Fernandes (2024), elucida como a densidade populacional dos frangos dentro da aviária influência para a doença de artrite. Quando os pintinhos nascem no incubatório, suas placas de crescimento estão em desenvolvimento, e ao término desse crescimento só irá acontecer quando já estão na granja, com isso, é de extrema importância que os pintainhos tenham um transporte de qualidade e um tempo adequado, minimizando a fragilidade que os ossos se encontram.
As aves alojadas em maior quantidade por m² apresentam maior volume de excretas, maior umidade da cama e pior qualidade do ar, fatores que podem desencadear artrite e problemas locomotores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A artrite e os problemas locomotores são uma realidade na avicultura de corte, e que acarretam prejuízos de grandes proporções durante a cadeia produtiva. Seus fatores primários são diversos, mas geralmente é uma enfermidade multifatorial que abrange mais causas.
É essencial que sejam impostos programas de qualidade nas rações, para que esse erro não aconteça desde o matrizeiro, na transferência de nutrientes para os pintainhos.
É necessário que sejam adotadas reforçadas medidas de biosseguridade já impostas sobre as instruções normativas tanto estaduais como federais, uma vez que patógenos podem ser carreados de uma propriedade para outra.
Também, investigar realmente a causa do problema, realizando coleta e envio de materiais para um possível diagnóstico e se há realmente algum agente patogênico envolvido nas lesões.
O controle e a prevenção de artrite e problemas locomotores já são elucidados por programas sanitários de outras enfermidades, porém é de suma importância que as agroindústrias se atentem para a cadeia completa de criação de frangos, desde nutrição, incubatório até a chegada das aves nos abatedouros.
Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte I
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Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte II
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Referencias sob consulta junto ao autor
ASAÚDE INTESTINAL PARASITOSES INTERNAS E SEU DESAFIO NA PRODUÇÃO
EM SISTEMAS ALTERNATIVOS
Equipe técnica H&N
s mudanças no modelo de produção de ovos na Europa, no sentido de sistemas alternativos ou livres de gaiolas, colocam novos desafios em termos de saúde das aves.
Uma das mais importantes é o reaparecimento de doenças de rara ocorrência em sistemas de jaulas. Em particular, destacam- se as parasitoses intestinais causadas por nemátodos, cestodes e protozoários.
A interação desses parasitas com os bandos de poedeiras em sistemas alternativos é possível, já que esses sistemas permitem o contato das aves e o material orgânico presente nos galpões. Isso possibilita que os parasitas encerrem seus ciclos de vida e infestem os lotes.
Da mesma forma, o contato pode ser feito com hospedeiros intermediários e/ ou reservatórios de parasitas, como aves silvestres ou outros hospedeiros, como minhocas ou caracóis, presentes principalmente no solo de parques exteriores.
INTRODUÇÃO
As infestações por parasitas intestinais, não só causam danos diretos às aves, afetando o consumo de ração, a produção de ovos ou a vitalidade da ave, mas também têm a capacidade de gerar processos imunossupressores e prejudicar a saúde intestinal das aves mesmo em casos de infestações moderadas sem impacto nos parâmetros de produção. Isso pode levar ao aparecimento de outras doenças oportunistas.
Da mesma forma, interações no processo de infestação entre vários parasitas são bem descritas, como no caso de Ascaris galli e Heterakis, o que, por sua vez, muitas vezes facilita o aparecimento de histomoniose em bandos.
Desta forma, e independentemente do nível da infestação original, a presença de parasitas intestinais não é apenas um problema em si, mas também inicia uma sequência de complicações patológicas que podem desencadear consequências desastrosas para a produtividade do lote.
Os sintomas, sinais clínicos e consequências das parasitoses intestinais em poedeiras são variados. Dependendo do tipo de parasita, diferentes tipos de sinais clínicos podem estar presentes durante o período de produção, embora não se limitem aos mencionados na Tabela 1
NEMATÓDEOS
Estes são os parasitas mais comuns encontrados em necropsias realizadas em galpões de sistemas alternativos de produção de ovos. Os principais gêneros são Ascaridia, Capillaria e Heterakis, embora Strongyloides e Trichostringylus também sejam observados ainda que menos frequentemente.
A infestação ocorre após a ingestão do parasita em forma infestante (geralmente ovos embrionados) pela ave diretamente do solo ou, no caso de algumas espécies, de hospedeiros intermediários, como insetos, vermes ou caracóis previamente infestados.
Tabela 1. Lesões, sinais clínicos e consequências mais frequentes das parasitoses intestinais em poedeiras.
Lesões e sinais clínicos
Diarreia
Enterite hemorrágica
Obstrução do lúmen intestinal
Emanação
Perda de peso
Impacto produtivo
Aumento da taxa de conversão
Queda na produção
Perda da qualidade da casca (cor e dureza)
Perda da qualidade interna do ovo (clara e gema)
Aumento da mortalidade
Anemia Atraso no desenvolvimento corporal fezes
As infestações por nematódeos causam sinais clínicos inespecíficos como letargia, diminuição do consumo de ração e perda de peso corporal, mas em alguns casos podem levar a obstruções do trato intestinal e até à morte da ave.
A gravidade dos sinais clínicos está diretamente relacionada com o tamanho da população de adultos parasitando o indivíduo. A evolução desta população depende de vários fatores como:
A idade do lote também tem um efeito, pois as aves geram alguma resistência adquirida. Isso não impede a infestação, mas torna o ambiente mais hostil, forçando as larvas a se moverem para um local mais superficial e posterior no intestino.
De fato, as infestações por Ascaridia galli têm um forte efeito imunomodulador e podem interferir no desenvolvimento de respostas imunes humorais e celulares induzidas por vacinas vivas. Isso foi demonstrado no caso de infestação prévia pela vacina contra a doença de Newcastle.
No entanto, essa interferência não é observada quando as galinhas são infestadas após terem tido um desenvolvimento imunitário correto para a doença. Da mesma forma, esse efeito imunomodulador também tem sido observado no caso de co-infestações com coccídeos ou cestoides.
O diagnóstico dessas infestações pode ser feito por uma variedade de métodos.
A deteção de ovos por flutuação fecal permite confirmar de forma confiável a presença de infestação de nemátodos, mas não fornece informações precisas sobre as espécies presentes e o grau de infestação, uma vez que são excretados intermitentemente e em número variável.
Os anticorpos podem ser detectados por sorologia ELISA. No entanto, os anticorpos detetados não são espécieespecíficos e esses kits de ELISA geralmente não estão disponíveis comercialmente.
Portanto, o método mais comumente utilizado para o diagnóstico é a recuperação de espécimes durante necropsias. No caso de adultos, sua presença costuma ser evidente.
No entanto, a identificação de algumas das espécies pode ser mais tediosa e requer confirmação laboratorial. No caso das larvas, essa operação pode ser ainda mais complicada devido ao seu menor tamanho.
De qualquer forma, é interessante não só obter informações sobre a origem das diferentes espécies, mas também sobre o número de espécimes das diferentes fases, bem como a área do intestino em que foram encontrados.
O método mais comum de controlo das populações de nematódeos é o tratamento com uma droga anti-helmíntica. Várias moléculas, incluindo benzimidazóis (fenbendazol e flubendazol), imidazotiazóis (levamisol e pirantel) e lactonas macrocíclicas (ivermectina) demonstraram ser eficazes contra A. galli
No entanto, na Europa, apenas alguns benzimidazóis têm um limite máximo de resíduos para ovos e, portanto, podem ser usados durante a postura.
Na verdade, na maioria dos países europeus, praticamente a única droga disponível é o fenbenzadol. Embora continue sendo relativamente eficaz, há grande preocupação com o possível surgimento de resistência a partir de seu uso continuado. De fato, nos Estados Unidos, o aparecimento dessa resistência já foi relatado em vários estudos.
Ovos produzidos (kg/ave/semana)
Peso do ovo (g/10)
Índice de conversão
Tratamento x 1 (27 semanas)
Tratamento x 3 (22, 27,35 semanas)
Gráfico 1. Adaptado de Tarbiat, 2019.
Com o objetivo de racionalizar o uso de drogas anti-helmínticas e conter o surgimento de resistências, a implementação de terapias- alvo tem sido proposta.
Isso consiste em desparasitar os lotes com base em informações sobre a intensidade da infestação, em vez de usar tratamentos fixos de acordo com um cronograma.
Há uma longa experiência desta prática em bovinos de leite, porém tanto as idiossincrasias dos lotes de poedeiras quanto as espécies de nematódeos predominantes neles diferem muito desta espécie.
Alguns autores propõem o uso de contagens de ovos nas fezes (abaixo de 200 por grama de fezes) para estabelecer os intervalos de tratamento. No entanto, ainda há pouca experiência com esses protocolos ou outros que incluam outras formas de monitoramento da população de parasitas.
De qualquer forma, um ponto fundamental para manter a dinâmica populacional sob controlo é garantir um bom vazio sanitário. Infelizmente, os ovos de nematódeos podem facilmente sobreviver ao período sem aves.
Além disso, no caso do Ascari galli, ele tem uma forte resistência à maioria dos desinfetantes geralmente usados em protocolos L+D. Felizmente há boas experiências com o uso de produtos com atividade ovicida, como o clorilfenol, pois podem retardar o início da infestação no próximo bando por meses.
Além disso, as práticas de biossegurança e higiene devem ser adaptadas para evitar a recontaminação do pavilhão com ovos de nemátodos.
Atenção especial deve ser dada ao não compartilhamento de equipamentos com pavilhões infestados, bem como o uso de calçados internos para os pavilhões.
Em lotes com acesso a piquetes ao ar livre, a gestão deste espaço é de suma importância. A divisão da superfície existente em parcelas menores e seu uso em base rotativa permite reduzir a pressão da infestação nelas.
CÉSTODES
Existem até dez gêneros de céstodes que parasitam aves, mas em galinhas poedeiras Raillietina spp (30 cm de comprimento) e Davainea proglottina (< 4 mm de comprimento) são de especial importância.
Os cestodes normalmente não produzem efeitos patológicos perceptíveis nas aves que parasitam, exceto no caso de parasitoses extremas das espécies acima mencionadas.
Os ciclos de vida das aves sempre requerem um hospedeiro intermediário para infestar as aves. Várias espécies como formigas, caracóis, besouros ou moscas podem atuar como hospedeiros intermediários, dependendo da espécie de cestode.
Por conta disso, sua incidência é muito mais comum em lotes com acesso a piquetes exteriores. A maior presença dos hospedeiros intermediários mencionados em determinadas épocas do ano com temperatura e humidade mais elevadas tem um efeito crucial sobre a dinâmica populacional.
O diagnóstico definitivo é obtido após a visualização do parasita por necropsia e/ou outros métodos de deteção baseados na presença de proglote (segmentos corporais do parasita) nas fezes.
Como no caso dos nemátodos, existem moléculas farmacológicas que têm efeitos sobre eles, como a piperazina ou o praziquantel. Infelizmente, nenhuma delas é autorizada a usar em galinhas poedeiras na Europa.
Além disso, deve-se notar que, se os hospedeiros intermediários continuarem a manter uma alta taxa de cercoscistos (forma parasitária intermediária), a infestação nas aves se repetirá após o tratamento.
É, portanto, essencial interromper o ciclo do parasita agindo sobre esses hospedeiros intermediários.
Os céstodes Davainea maduros libertam segmentos fertilizados após 13 dias no intestino do hospedeiro:
Cisticercos libertam-se no duodeno
Galinhas ingerem as lesmas
Os cisticercos desenvolvem-se nas lesmas em 26-28 dias a 15ºC
As lesmas ingerem os ovos do céstode
Os segmentos fertilizados são eliminados com as fezes
Libertação dos ovos no ambiente
COCCIDIOSE
É uma doença de grande importância e quase ubiquitário em explorações avícolas causada por protozoários do gênero Eimeria.
As espécies que afetam as galinhas poedeiras são específicas da espécie Gallus gallus e distinguem-se entre si pelo local no intestino que infetam, pelo tipo de lesões que causam, bem como pela morfologia dos ovos.
Dentre elas, Eimeria necatrix e Eimeria tenella são as mais importantes devido à sua maior patogenicidade em galinhas, com especial incidência na produção e mortalidade do bando.
O ciclo infecioso de todas as espécies de Eimeria é direto, sem hospedeiros intermediários. Após a ingestão de um oocisto esporulado, o parasita realizará uma ou mais reproduções sexuadas (esquizogonia) e reprodução assexuada (gametogonia) no intestino da ave.
O número de ciclos de reprodução depende do segmento do intestino onde ocorre, bem como se ocorre em uma área superficial ou profunda do órgão, determinando o tipo de lesões causadas pelo parasita.
Após a reprodução sexuada, os oocistos produzidos serão excretados com as fezes. No entanto, eles ainda devem esporular no meio antes de se tornarem infeciosos. Isso explica porque fatores ambientais, e em particular o ambiente da cama, têm um efeito sobre a dinâmica da infeção.
Como consequência do dano à integridade da mucosa intestinal produzido durante o ciclo parasitário, outras infeções concomitantes por espécies bacterianas como Clostridium spp ou Salmonella tiphymurium podem ser facilitadas.
Da mesma forma, a coccidiose causada por E. tenella pode contribuir para o agravamento do quadro clínico de histomoníase.
A transmissão da doença ocorre mecanicamente, pelo transporte de oocistos de e para os diferentes edifícios da exploração pelos trabalhadores, veículos e utensílios utilizados por eles que entraram em contato com fezes ou roupas de cama contaminadas.
Também deve ser considerado na disseminação mecânica o papel de insetos, aves silvestres, roedores ou outros animais com acesso a material contaminado
É comum que casos clínicos ocorram em aves durante o período de recria, pois a imunidade protetora. se desenvolve mais tarde em resposta à infeção moderada e sustentada. Não há resistência relacionada à idade, mas as aves mais velhas geralmente já desenvolveram essa imunidade a partir de exposições anteriores.
No entanto, caso as aves não tenham tido contato com o parasita ou não tenham desenvolvido imunidade adequadamente, os casos podem ocorrer em idades mais avançadas ou na fase de postura.
O diagnóstico definitivo em casos clínicos geralmente é feito durante as necropsias pela observação e notação do grau das lesões presentes nas diferentes porções.
Para isso costuma usar-se o sistema de pontuação de lesões de Johnson e Reid. Isso permite uma clara diferenciação entre as lesões causadas por cada espécie em diferentes níveis de gravidade.
No entanto, em trabalho de campo, as aves podem apresentar lesões causadas por mais de uma espécie de Eimeria ao mesmo tempo, juntamente com coinfecções por bactérias (geralmente Clostridium spp).
Isso pode dificultar a correta interpretação das lesões e exigir a realização do diagnóstico com outras técnicas, como raspado mucoso, histopatologia ou qPCR.
Por outro lado, é de grande interesse monitorar a excreção de oocistos durante determinados períodos da vida da ave. Isso é especialmente interessante no acompanhamento da administração de vacinas ou em outros programas de controlo. É importante notar que não há imunidade cruzada entre as espécies de Eimeria e, portanto, uma ave que tenha sido infetada por uma determinada espécie de Eimeria ainda será suscetível a desenvolver doença por qualquer uma das outras espécies.
Tradicionalmente, contagens de oocistos por grama de fezes (OPG) são frequentemente usadas em conjunto com a identificação de espécies.
Existem inúmeras moléculas com atividade anti-coccidial para uso na avicultura. Na Europa, no entanto, apenas o Amprolium e o Toltrazuril estão autorizados para o tratamento de aves em recria.
O uso de antibióticos como a oxitetraciclina não tem efeito sobre a Eimeria, mas, em alguns casos, pode ser eficaz contra infeções bacterianas secundárias. Como alternativa, tratamentos alternativos à base de produtos orgânicos têm se tornado cada vez mais comuns.
O ponto-chave para o controlo de coccidiose em aves de vida longa é o desenvolvimento de imunidade contra todas as principais espécies de Eimeria
Para isso, a melhor ferramenta disponível é a vacinação dos bandos em recria. Existem basicamente dois tipos de vacinas contra a coccidiose no mercado global: atenuadas e não atenuadas.
No entanto, na Europa, as vacinas não atenuadas não são registradas e as recomendaçõe s de maneio neste artigo são baseadas em vacinas atenuadas e não atenuadas.
As vacinas comerciais existentes no mercado têm um grande número de espécies de Eimeria incluídas. Para aves de vida longa (e, portanto, galinhas poedeiras), a opção mais segura é vacinar contra todas as espécies, incluindo E. necatrix e E. brunneti.
De qualquer forma, para o correto desenvolvimento da imunidade, uma boa vacinação é essencial. Para garantir isso, dois componentes devem ser levados em conta:
A aplicação correta da vacina para garantir uma infeção primária, a replicação do parasita dentro da ave e a disseminação de oocistos vacinais no pavilhão de destino; Devem ser dadas condições para a estirpe vacinal realizar ciclos sucessivos de infeção ingerindo as frangas os oocistos vacinais durante as primeiras semanas após a vacinação, a fim de estabelecer imunidade protetora. O maneio adequado no pavilhão onde o bando está alojado é, portanto, essencial.
Existem várias técnicas propostas para a administração da vacina contra coccidiose. No entanto, o mais utilizado atualmente é a gota grossa ou spray de gel em pintas de um dia.
Consiste em borrifar as pintas com um spray grosso para que haja gotículas com vacina na plumagem dos animais. Dessa forma, as aves podem ingerir essas gotículas bicando seus parceiros.
Os oocistos são muito pesados em comparação com outras partículas usadas em vacinas, como vírus ou bactérias, portanto, tendem a sedimentar se a solução vacinal não for agitada continuamente, dificultando a administração homogênea da vacina.
O tamanho da gota e a consistência da gota desempenham um papel essencial na sua disponibilidade para a ingestão; por fim, é preciso dar tempo e lugar para que as aves ingiram a vacina das plumas outras aves (e do ambiente).
Por todas essas razões, esse tipo de vacinação costuma ser mais fácil de ser implementada em uma incubadora se houver equipamentos adequados disponíveis para uma administração adequada.
Ademais, na incubadora, as aves passam um período nas caixas de transporte (entre o nascimento e a descarga) onde, sem distrações, são facilmente atraídas pelas gotículas com vacina, garantindo sua ingestão.
A umidade da cama também desempenha um papel importante na eficácia da vacinação. Se for muito baixa ou muito alta, pode inibir ou retardar a esporulação dos oocistos vacinais expelidos.
Recomenda-se manter uma umidade relativa em torno de 65% e uma umidade no material de cama em torno de 30-35%.
Se puder opte por trabalhar com uma maior densidade de aves nessas primeiras 3 semanas cruciais com o objetivo de ter um maior acúmulo de fezes em uma área menor favorecendo, umidificação de material de cama.
Em qualquer caso, deve-se buscar um equilíbrio com a densidade adequada nos comedouros e bebedouros que permita um correto desenvolvimento corporal das aves durante as primeiras semanas de vida.
Da mesma forma, o material da própria cama também é fundamental. A casca de arroz, por exemplo, tende a ser muito seca por natureza. Se trabalhar com este tipo de material, pode ser necessário umidificar a cama durante as primeiras semanas de vida para melhorar o desenvolvimento da esporulação e, portanto, o processo de vacinação.
Finalmente, é essencial evitar qualquer contaminação da ração com coccidiostáticos, pois as estirpes vacinais de Eimeria são totalmente sensíveis a estes.
Saúde intestinal – Parasitoses internas e seu desafio na produção em sistemas alternativos BAIXAR EM PDF
COBRE E SUAS FUNÇÕES EM DIETA DAS GALINHAS POEDEIRAS: VANTAGENS DA FORMA QUELATADA
Vinício dos Santos Cardoso e Tatiana Carlesso dos Santos Universidade Estadual de Maringá
Autilização de minerais orgânicos como o cobre tem despertado grande interesse na produção de poedeiras, em virtude deste ser indispensável para a formação do ovo e do osso, para a integridade estrutural dos tecidos, para proteção contra a oxidação e para o desenvolvimento da resposta imune.
O cobre (Cu) é um micromineral essencial para os seres vivos em pequena quantidade, geralmente na escala de miligrama ou micrograma.
As principais funções incluem ser co-fator em enzimas envolvidas na produção de energia celular (citocromo-C-oxidase), na desintoxicação de radicais livres (cobre-zinco superóxido dismutase ou SOD), na formação do tecido conjuntivo (através da lisil oxidase), na mobilização de ferro (por meio da ceruloplasmina) e na neurotransmissão (mediada pela dopamina β-hidroxilase) (SUTTLE, 2010)
O cobre vem sendo estudado há muito tempo e sua característica de ser um micromineral essencial para o metabolismo foi citada em 1928 por Hart e Elvehjem, que ao realizarem alguns estudos com ratos verificaram que o cobre é essencial para crescimento, formação de hemoglobina, assim como na prevenção de uma variedade de distúrbios clínicos e patológicos relacionados à sua deficiência, como a anemia (McDonald, 2006).
Desta forma, a suplementação de cobre nas dietas é necessária, uma vez que os ingredientes de origem vegetal utilizados no preparo das rações das aves em geral apesar de possuírem altas concentrações, possuem baixa disponibilidade.
Deste modo é importante atender as exigências nutricionais, para que não ocorra excesso ou falta desse nutriente nas dietas, pois níveis muito acima dos requeridos podem causar toxidade e níveis abaixo resultam em deficiência, ambas as situações comprometem o desempenho.
A toxicidade por cobre em galinhas pode desencadear diarreia, perda de peso, letargia e, em casos graves, morte. Pode haver também alteração na cor das fezes, lesões no fígado e rins, e diminuição da produção e qualidade dos ovos
A deficiência de cobre pode causar anemia, diminuição na taxa de postura e qualidade dos ovos de casca, baixa taxa de crescimento e menor peso corporal, alterações na estrutura e função do rim e fígado, e alterações na pigmentação das penas (Schlegel, 2017).
O atendimento da exigência de cobre requerida pela ave garante a manutenção da homeostase, o equilíbrio fisiológico do animal, melhora a reprodução, crescimento, desenvolvimento do tecido conectivo e pigmentação da pele (OLIVEIRA, 2019).
Para as poedeiras Hy-line W36, a exigência de cobre de fontes inorgânicas nas fases de cria e recria é de 15mg por Kg e 8mg por kg na fase de produção (Guia de manejo – Hy-Line 2020). No entanto, segundo Rostagno, et al. (2024) afirma que para as poedeiras leves em geral, a exigência de cobre de fontes inorgânicas nas fases de cria e recria é de 9,48mg por Kg e 10,43mg por kg na fase de produção (Rostagno et al., 2024).
poedeiras pode ser realizada por meios de fontes inorgânicas e orgânicas.
O micromineral inorgânico existem em sua forma elemental ou em formas simples, como sais inorgânicos. Estes minerais não contêm carbono e são geralmente adicionados na forma de sais.
São exemplos comuns de fontes do micromineral inorgânico o sulfato de cobre (CuSO₄), o cloreto de cobre (CuCl₂), o óxido de cobre (CuO), o carbonato de cobre (CuCO₃) e o citratode cobre (Cu(C₆H₅O₇)₂).
Apesar das fontes inorgânicas serem amplamente utilizadas, estas possuem desvantagens como: fatores que podem afetar a absorção, diminuir sua eficiência de utilização, maior excreção no meio ambiente e entre outras.
A outra forma de suplementação é na forma do micromineral orgânico. O mineral orgânico é uma forma diferente, onde o mineral inorgânico essencial é ligado (quelatado) a uma molécula orgânica.
A ligação resulta em um complexo estável onde o mineral é protegido pela molécula orgânica durante a digestão e absorção no trato gastrointestinal.
Isso aumenta a biodisponibilidade do mineral, ou seja, melhora a capacidade do organismo de absorver e utilizar o mineral de forma mais eficiente.
A ligação orgânica pode ser realizada com aminoácidos (glicina, lisina, metionina), proteínas (caseína), leveduras (Saccharomyces
A substituição do mineral inorgânico pelo orgânico é cada dia mais frequente no preparo dos suplementos de galinhas poedeiras em razão dos seus benefícios, são eles:
A quelação melhora a biodisponibilidade dos minerais, permitindo uma absorção mais e ciente no trato gastrointestinal, com isso a quantidade Melhor absorção:
Redução do risco de toxicidade:
A quelação pode reduzir o potencial de toxicidade
Estabilidade e segurança:
Os complexos quelatados são mais estáveis e menos propensos a se degradarem ou precipitarem durante
Menor irritação gastrointestinal:
causar irritação no estômago e intestinos do que suas
O interesse por usar cobre orgânico em dietas para animais de produção, principalmente para as aves, se deve ao fato que o cobre inorgânico estar ou ficar indisponível para absorção em razão deste ser sequestrado por compostos como o fitato, bem como, a competição entre os microminerais por alguns transportadores.
Em função das vantagens da quelação, ao se trabalhar com o cobre orgânico para as poedeiras é possível realizar uma suplementação inferior a quantidades estabelecidas nas exigências, sem comprometimento do desempenho e qualidade dos ovos.
Estudos comprovam que essa suplementação de cobre orgânico proporciona efeitos positivos para poedeiras comerciais e matrizes de frangos de corte sendo os principais:
Os principais efeitos são: a melhora no desempenho e resistência da casca do ovo, qualidade interna e externa dos ovos, redução de excreção para o ambiente, aumento da capacidade antioxidante e modulação de genes envolvidos na formação da matriz orgânica na glândula da casca do ovo (Passos, 2010; Dong, et al. 2022; Qiu et al. 2020; Yaqoob, et al. 2020);
Em matrizes pesadas durante o período de pico de postura foi observado melhora da qualidade dos ovos e no status antioxidante hepático (Yaqoob, 2020);
Em poedeiras comerciais no final de produção ocorreu um aumento da espessura e resistência da casca, melhora da ultraestrutura da casca e aumento da deposição de minerais na casca, aumento da capacidade antioxidante e função imune, diminuição da excreção de minerais nas fezes (Zhang, 2021).
Formação dos ossos, em razão deste oligoelemento ser um ativador da lisil oxidase, enzima que participa da biossíntese de colágeno (POPHAL e SUIDA, 2007).
Portanto, a utilização de cobre orgânico é uma estratégia nutricional interessante na alimentação das poedeiras, uma vez que a sua aplicação melhora os índices produtivos sem comprometer o desempenho e a qualidade dos ovos, somado a uma menor excreção do elemento no ambiente.
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