O QUE (AINDA) ESPERAR DE 2023?
Vivemos um momento que desafia todo o setor de produção de proteína animal. Um ambiente de dificuldade multiproteínas, ou seja, aves, suínos e bovinos navegando por incertezas e resultados abaixo de uma linha minimamente sustentável.
Basta uma leitura simples dos resultados divulgados do primeiro e segundo trimestres. Este contexto está presente tanto no mercado interno quanto externo. São complexidades do ano 2023.
Soma-se a este cenário que a relação entre as diferentes proteínas gera, pelo conceito “vaso comunicantes”, uma interdependência uma competição endógena e depreciativas de preços.
Como superar este momento?
Quais aprendizados
podemos nos apropriar?
A superação passa por diversos fatores. Um olhar minucioso para dentro, nos faz perceber nossas ineficiências estruturais, sejam logísticas, tributárias e ou de planejamento. Sob a ótica do que está no nosso controle, de fato, é que estamos ofertando volumes que pressionam uma demanda retraída. Filme que se repete com alguma frequência. Afinal sabemos, no final do dia que gostamos mais de produzir do que de ganhar dinheiro. Afirmação que seria cômica não fosse verídica.
Este ajuste de mercado forçosamente está acontecendo, como aquela velha máxima do aprendizado pela dor. Este olhar para dentro, exige rigor e austeridade em custos, eficiência técnica e gerencial e muita cautela em pensar nos dias que virão. Não há nas observações citadas nenhum conhecimento novo. O que nos remete ao básico, ao simples. Perseverar em resolver nossas questões setoriais estruturais, e, fundamentalmente, fazer o básico na gestão.
Neste contexto 2023 nos trará um segundo semestre de lenta e tímida recuperação. As variáveis políticas e macro econômicas, internas e externas, continuarão pressionando a renda e capacidade de compra dos consumidores. Será possível apurar melhores resultados, entretanto, com os cuidados de não comprometermos 2024. A gestão dos volumes e as capturas de eficiência diariamente, terão valor considerável.
E os aprendizados? A gestão das eficiências, garantindo a venda de hoje, tirar o pedido do cliente, neste ambiente de margens tão achatadas, constrói a sustentação. Qualidade e custos geram diferencias conhecidos e reconhecidos. Nada de novo. Entretanto, no “pedido” de amanhã, as margens virão de novos diferencias. Considerem a sustentabilidade - na amplitude gerencial do ESG – como um valor a ser embalado junto com o seu produto.
São nestes momentos de “crise” que o plantio se torna mais relevante, para que as colheitas futuras sejam fartas e consistentes. E as crises podem ser atenuadas por valor agregado de mercados consolidados. Ganhando a preferência do consumidor e o planeta agradece.
Boa leitura!
Equipe nutriNews Brasil
Por José Antônio Ribas JrEDITOR
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Augusto
Micotoxinas em suínos: zearalenona
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Farinha de minhoca como alimento alternativo ao farelo de soja na dieta de poedeiras
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46
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Período seco e de transição em vacas leiteiras
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O papel da nutrição na melhoria da produção de peixes no Brasil
Wilson Massamitu Furuya1,2,3, Thais Pereira da Cruz1, Larissa Dal Col Calado2, Aline Victoria Sampaio2, Mariana Vieira Feldhaus2, Valéria Rossetto Barriviera Furuya1,3
1PPZ, UEM, PR, Brasil
2Curso de Zootecnia, UEPG, PR, Brasil
3PPZ, UEPG, PR, Brasil
MVZ Luisa F Rivera G.
Gerente Técnica e de Marketing da Nuproxa Suíça
nutrinews.com
60 67 74 80 3 nutriNews Brasil 3o Trimestre 2023
ALTOS NÍVEIS DE ÓXIDO DE ZINCO NA RAÇÃO ALTERAM O METABOLISMO
DOS MINERAIS TRAÇOS
PODEM SER PREJUDICIAIS
À SAÚDE DOS LEITÕES DESMAMADOS
Oóxido de zinco é comumente utilizado como promotor de crescimento e alternativa ao uso de antibióticos para prevenir a ocorrência de diarréia no pós-desmame.
Apesar do NRC (2012) recomendar 80-100 mg/kg de zinco para leitões de 7-25 kg, a indústria suinícola ao redor do mundo usa níveis de até 3000 mg/kg de zinco durante as primeiras semanas pósdesmame (Dalto e Silva, 2020; Yang et al., 2021, Faccin, et al., 2023).
Esses nutrientes são essenciais na nutrição de suínos, mas o uso de níveis elevados tem sido questionado devido à problemas ambientais e de saúde pública (resistência antimicrobiana), o que levou países Europeus à restringirem o uso de doses supranutricionais de zinco na dieta de suínos desde 2022.
No entanto, ainda existe pouco conhecimento sobre as interações entre o metabolismo do zinco com o de outros minerais traços em diferentes orgãos, o que dificulta o desenvolvimento de novas estratégias nutricionais visando a substituição de altos níveis de óxido de zinco sem comprometer a saúde dos leitões.
Por exemplo, altos níveis de zinco na ração podem induzir anemia e reduzir as concentrações teciduais de ferro (Fe) em outras espécies (Yanagisawa et al., 2009; Hachisuka et al., 2021). Embora os mecanismos que controlam essa interação entre zinco e ferro não sejam muito conhecidos, existem indícios de efeitos indiretos do zinco através de alterações no metabolismo do cobre (Jeng and Chen, 2022).
De fato, a deficiência em cobre tem um impácto negativo sobre a utilisação de ferro pelo suíno.
Um estudo recente do nosso laboratório (Galiot et al., 2018) mostrou que os níveis séricos e hepáticos de cobre diminuíram (20% e 76%, respectivamente) duas semanas após o desmame em leitões alimentados com 130 mg/kg de cobre.
Foi hipotetizado que essa diminuição no status de cobre foi desencadeada pelos altos níveis de óxido de zinco na ração de pós-desmame.
Portanto, dois estudos foram realizados para compreender melhor as consequências biológicas do aumento dos níveis alimentares de óxido de zinco e de diferentes taxas entre zinco/ cobre na ração sobre a regulação de minerais traço (Zn, Cu e Fe) em leitões desmamados.
Estudo 1: dieta basal suplementada com 100, 1000 ou 3000 mg/kg de Zn (LZn, MZn e HZn, respectivamente) na forma de óxido de zinco. As três dietas tinham níveis semelhantes de cobre (130 mg/kg; CuSO4).
Estudo 2: dieta basal suplementada com 100 (LZn) ou 3000 (HZn) mg/kg de Zn na forma de óxido de zinco em combinação com 6 (LCu) ou 130 (HCu) mg/kg de cobre na forma de sulfato de cobre.
Os leitões foram abatidos nos dias 21, 23 (estudo 1), 28 (estudo 2), 35 e 42 para a coleta de soro sanguíneo e tecidos corporais.
Desempenho de crescimento
O uso de níveis supranutricionais de óxido de zinco na dieta de pósdesmame é conhecido por promover o desempenho de crescimento, embora alguns estudos não tenham detectado efeitos benéficos (Espinosa et al., 2020ab).
Nos nossos dois estudos, altos níveis de óxido de zinco na dieta prejudicaram o crescimento.
Especificamente no estudo 2, a combinação de altos níveis de óxido de zinco e sulfato de cobre (HZnHCu) resultou no pior desempenho, enquanto efeitos benéficos de altos níveis de sulfato de cobre foram observados, mas apenas quando baixos níveis de óxido de zinco foram utilizados.
As condições ambientais otimizadas (ambiente experimental) desses estudos podem ter interferido nos efeitos majoritariamente locais (lúmen intestinal) do óxido de zinco.
Sob essas condições, é possível que os efeitos negativos dos altos níveis de óxido de zinco no metabolismo tenham prevalecido sobre seus efeitos positivos observados em ambientes mais desafiadores (alta pressão patogênica).
Para o sulfato de cobre, que tem principalmente ações sistêmicas, é provável que a influência do ambiente experimental tenha sido menos perturbadora.
Zinco
A absorção intestinal de zinco é inversamente proporcional ao seu consumo (Cousins, 1985; Krebs, 2000).
Nos dois estudos, embora altos níveis de óxido de zinco tenham diminuído a expressão de genes relacionados à absorção intestinal de zinco, não foi observada uma redução proporcional nas concentrações de zinco no jejuno, fígado e soro (Figura 1 e 2).
Para evitar níveis tóxicos de zinco, diferentes mecanismos celulares foram ativados no jejuno e fígado com o objetivo de (1) sequestrar zinco dentro das células e (2) liberar o excesso de zinco para a circulação sistêmica.
Apesar da ativação desses mecanismos, as concentrações séricas e hepáticas de zinco aumentaram significativamente.
No entanto, a diferença de 3 vezes nos níveis de óxido de zinco na ração entre MZn e HZn resultou em um aumento proporcional nos níveis séricos de zinco, sugerindo que os mecanismos de regulação não eram mais eficientes no controle do excesso de zinco em animais suplementados com HZn.
Considerando os dois estudos, as concentrações de séricas de zinco variaram entre 4,1 e 4,6 mg/L no dia 42 em leitões suplementados com HZn.
Esses níveis séricos de zinco são sabidamente prejudiciais ao desempenho de suínos (Hahn e Baker, 1993), apoiando o menor desempenho de crescimento observado em nossos estudos.
No estudo 1, a diferença de 10 vezes nos níveis de óxido de zinco na ração entre LZn e MZn resultou em um aumento de aproximadamente 2 vezes nos níveis séricos, indicando modulação das concentrações de zinco.
No estudo 2, as concentrações hepáticas de zinco nos grupos LZn nos dias 28, 35 e 42 representaram, respectivamente, 71%, 58% e 66% dos valores prétratamento (dia 21), enquanto os valores séricos permaneceram constantes durante todo o período experimental.
Tais resultados sugerem que 100 mg de óxido de zinco/kg de ração durante as primeiras semanas após o desmame podem não satisfazer completamente as necessidades dos leitões.
Cobre
Da mesma forma que o zinco, a absorção e a biodisponibilidade do cobre são inversamente proporcionais ao seu consumo (Jondreville et al., 2002; Dalto et al., 2019).
Independentemente dos níveis de cobre na ração (130 ppm no estudo 1 e 6 ou 130 ppm no estudo 2), leitões suplementados com HZn apresentaram maiores concentrações de cobre no jejuno em comparação com os leitões do grupo LZn (Figura 3)
Esse aumento foi acompanhado de níveis hepáticos e séricos de cobre mais baixos nos leitões do grupo HZn (Figura 1 e 3), sugerindo uma redução na liberação de cobre pelos enterócitos.
Esse impedimento do efluxo de cobre pelas células intestinais está relacionado à ativação de um mecanismo responsável pelo sequestro de minerais em diferentes órgãos.
Esse mecanismo é controlado por uma enzima (metalotioneína; MT) que responde aos níveis de zinco na dieta, mas que tem uma afinidade muito maior pelo cobre.
No estudo 1, essa enzima foi 357 vezes mais expressa no jejuno dos leitões do grupo HZn em comparação com os leitões do grupo LZn, três semanas após o desmame.
Considerando a rápida renovação do tecido intestinal (25% ao dia), essa retenção de cobre nas células intestinais pode funcionar como um mecanismo de excreção de cobre, pois age como um armazenamento temporário para esse mineral que é eventualmente perdido através da descamação do tecido intestinal.
Ferro
Curiosamente, no estudo 2, as concentrações hepáticas de cobre foram menores do que os valores pré-tratamento (dia 21) a partir do dia 28, não apenas para os grupos HZn, mas também para os grupos LCu (Figura 3), enquanto os valores séricos foram menores para todos os tratamentos. Isto indica que 6 mg de Cu/kg de dieta (LCu, estudo 2) não seria suficiente para satisfazer os requerimentos de cobre em leitões nas primeiras semanas de pós-desmame.
Altos níveis dietéticos de óxido de zinco também prejudicam o metabolismo do ferro por meio de mecanismos sistêmicos (hepcidina) e locais (intestino e fígado).
Nos dois estudos, os leitões suplementados com HZn apresentaram uma redução na absorção intestinal de ferro, acompanhado por um aparente aumento de sua retenção nos enterócitos, que resultou em redução no conteúdo hepático de ferro.
O baixo armazenamento de ferro no fígado pode ter sido exacerbado por uma maior liberação desse mineral pelos hepatócitos, também estimulado pelos altos níveis de zinco na dieta. No entanto, esses efeitos não foram intensos o suficiente para impactar as concentrações de ferro no sangue total e no soro, bem como as concentrações de hemoglobina, que aumentaram ao longo do tempo nos dois estudos.
Portanto, altos níveis de óxido de zinco em dietas pós-desmame podem não causar deficiência de ferro nos leitões, mas irão dificultar o armazenamento hepático de ferro, que pode ser problemático em animais desmamados com baixas reservas de ferro como vem sendo observado nos últimos anos.
Esse último ponto é de extrema importância visto que diferenças no metabolismo do ferro observadas entre nossos dois estudos sugerem que fatores pré-desmame podem ter um impácto significante no metabolismo desse mineral traço no pós-desmame, o que merece ser investigado mais a fundo.
Conclusões
Durante as primeiras semanas após o desmame, 100 mg de zinco/kg de ração parece não atender aos requerimentos de zinco dos leitões.
Por outro lado, os altos níveis de óxido de zinco na ração não são eficientemente regulados nos diferentes órgãos, resultando em concentrações séricas de zinco extremamente altas, o que provavelmente causou perda de desempenho nos leitões, além de perturbar o metabolismo do cobre e do ferro.
Em relação ao ferro, o menor conteúdo hepático não foi acompanhado de impactos nas concentrações sanguíneas, séricas e de hemoglobina, indicando que apesar de interferir no armazenamento de ferro no fígado, os altos níveis de óxido de zinco na ração de pós-desmame dificilmente irão causar anemia nos leitões.
Uma baixa taxa entre zinco/ cobre na ração é desejável para não comprometer a saúde dos leitões desmamados.
As baixas concentrações hepáticas e séricas de cobre enfatizam o potencial risco de deficiência de cobre em leitões suplementados com altos níveis de óxido de zinco no pós-desmame.
No entanto, independentemente desses efeitos importantes do zinco, a suplementação com 6 mg de cobre/kg de ração parece não atender às exigências nutricionais em cobre desses animais.
Altos níveis de óxido de zinco na ração alteram o metabolismo dos minerais traços e podem ser prejudiciais à saúde dos leitões desmamados
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COMO DIMINUIR O IMPACTO DAS DESCARGAS VULVARES NAS
FÊMEAS SUÍNAS
Augusto Heck
Gerente de marketing LATAM para suínos - DSM
As descargas vulvares são sinais importantes de infecções gênito-urinárias, geralmente causadas por bactérias da microbiota fecal, provocando falhas reprodutivas, afetando a saúde geral e a vida útil do plantel. Abordaremos aspectos práticos sobre as infecções do trato gênito-urinário, focando nas causas e nas formas efetivas de seu controle.
As secreções vulvares podem se originar do trato urinário ou genital. No trato urinário a vagina, uretra e/ ou bexiga podem ser as fontes. Já no trato genital o útero, ovidutos e/ou ovários podem ser sua origem.
A infecção urinária comum é a cistite, com a entrada e multiplicação bacteriana na bexiga. Pode ser ascendente ou descendente. Na ascendente (mais frequente) as bactérias fazem o percurso vulva, meato urinário, uretra e bexiga. Na descendente que ocorre em infecções generalizadas as bactérias que estão no sangue vão aos rins, ureteres e atingem a bexiga.
A eliminação dessas bactérias via urina cursa em febre e essa impacta na integridade do útero. Por outro lado, a inflamação libera prostaglandinas que tem efeito luteolítico. Esses dois caminhos geram morte e reabsorção embrionária, retornos irregulares, morte fetal e abortos.
CARACTERÍSTICAS DAS CISTITES
odor fétido e podem morrer subitamente. Quando a prevalência é alta há aumento na taxa de retornos, queda da taxa de partos, queda do nº de leitões nascidos e aumento nos descartes.
As bactérias mais frequentemente isoladas nas cistites? Cada sistema tem uma realidade distinta, mas as mais citadas como as causadoras de cistites são a Escherichia coli, Staphylococcus sp., Streptococcus sp. e Actinobaculum suis.
Entre os fatores de risco podemos citar: falta de higiene das instalações, má qualidade e/ou pouca quantidade de água, situações de estresse, forma do manejo do arraçoamento, má higiene do prepúcio dos machos, doenças do aparelho locomotor, pouca atividade física, ocorrência de traumatismos, trabalhos de parto prolongados, presença de fêmeas obesas, proporção de fêmeas velhas e uso excessivo de antibiótico são fatores de risco potenciais para cistites.
Como diagnosticar a cistite?
Nas fêmeas: devemos observar a micção, presença de sinais de dor, grumos ao final, odor fétido, coloração turva, coletar urina para usar as fitas de análise focando em pH, nitrito, proteínas, sangue e sedimentos. O pH tendendo a alcalino e a positividade para os demais itens é confirmatório. A urina pode ser submetida para exame bacteriológico.
Na granja: Primeiro devemos fazer a detecção do percentual de matrizes que estão com nitritos na urina por amostragem. Se tivermos mais de 15% das fêmeas amostradas positivas estamos frente a um problema relevante que demanda a identificação do agente causador.
Como coletar a urina das fêmeas?
Devemos colher a primeira micção do dia usando frascos estéreis. O jato inicial deve ser desprezado. Preencher o frasco e tampar acondicionando as amostras em caixas isotérmicas com gelo reciclável para envio o mais rápido possível para o laboratório.
Quais os erros mais comuns no tratamento das cistites?
Boa parte dos sistemas não faz a análise da urina para ver a prevalência. Muitos tratamentos são feitos sem isolamento e antibiograma. As medicações massais periódicas para o plantel reprodutivo tendo ou não o problema ainda ocorrem. Algumas prescrições de tratamentos ainda são feitas com doses em PPM e não em miligramas/ kg o que gera subdosagem e falha terapêutica.
E a acidificação da urina afinal funciona?
A prática de diminuir o pH da urina com o uso de ácidos orgânicos é uma alternativa altamente viável para o controle das infecções urinárias pois a maioria das bactérias que causam esse problema diminuem a sua reprodução ou até morrem quando estão em um meio ácido.
Mas é importante se atentar que não são todos os ácidos orgânicos que conseguem entregar efeito acidificante na bexiga. O ácido benzóico especificamente tem essa vocação pois ao ser adicionado na ração as fêmeas o transformam em ácido hipúrico que se concentra fortemente na bexiga onde exerce esse efeito que desejamos na urina sobre as bactérias.
Todos os ácidos benzóicos disponíveis no mercado são iguais?
Não, existem diferenças importantes em dois pontos: concentração e pureza. Quanto mais concentrado o produto mais princípio-ativo ele possui e menor é a dose necessária para que faça efeito. Já quanto à pureza, estamos falando dos níveis de exigência, presença de contaminantes e processo de fabricação. Temos do melhor para o pior em pureza a seguinte classificação: grau alimentício, grau farmacêutico, grau veterinário e grau técnico.
E como a DSM atua nesse segmento?
Ela promove há cerca de 20 anos um ácido benzóico totalmente único chamado VevoVitall. Diferente dos demais ácidos benzóicos do mercado, possui 99,9% de princípio-ativo e com grau alimentício, o que atesta a sua qualidade bem como inocuidade em relação a presença de níveis de contaminantes tóxicos.
E AS METRITES/ ENDOMETRITES?
Essas inflamações no útero diminuem a fecundação dos oócitos, a ligação embriomaternal e a placentação gerando potencialmente redução no tamanho das leitegadas muito embora não mudem a ciclicidade das fêmeas.
Embora muitos técnicos usem como sinônimo, METRITE E ENDOMETRITE são diferentes. A endometrite, que é mais comum, é a inflamação da camada mais interna do útero. Já a metrite é a inflamação de todas as camadas do útero.
A endometrite acontece mais frequentemente de forma ascendente, ou seja, via introdução de bactérias através da vulva.
Quais os sinais clínicos das endometrites?
As fêmeas apresentam febre (temperatura > 39,5 °C), não comem, tem dificuldade de evacuar, existe o corrimento, pode haver baixa produção de leite ou até parar de produzir, as leitegadas apresentam diarreia e refugagem, ocorre um aumento do retorno ao cio.
Quais as principais bactérias envolvidas nas endometrites?
Pode variar muito de granja para granja e entre sistemas de acordo com a época, mas geralmente a Escherichia coli, Staphylococcus sp e o Streptococcus sp. são os mais encontrados.
Dois eventos na vida da fêmea podem estar implicados: a inseminação artificial e o atendimento a distocias nos partos. Quando da inseminação podemos ter o sêmen contaminado em sua coleta/ processamento, a inseminação sendo feita fora do estro quando as defesas locais caem ou o uso de machos doentes que eliminam bactérias no seu ejaculado. Já no atendimento de partos distócicos as instalações podem estar sujas, as fêmeas podem não ter sido pré-higienizadas ou o operador não tomou os devidos cuidados
E as descargas vulvares purulentas pós-inseminação?
As descargas preocupantes são as que ocorrem de duas a 3 semanas após a inseminação pois provavelmente são endometrites ou metrites. Se não forem tratadas podem inclusive levar a perda da fêmea ou danos irreparáveis em seu útero acarretando subfertilidade ou até infertilidade. Essa situação acontece quando a inseminação é feita fora do estro, quando os sistemas de defesa da mucosa uterina não estão aptos a suportar a carga de corpos estranhos que a inseminação pode introduzir no trato reprodutivo.
Se a fêmea não come, tem febre, apresenta o úbere aumentado, vermelho e dolorido estamos frente a um quadro de mamite metrite e agalaxia que repercute tanto na mãe quanto nos leitões. Se não tratarmos a fêmea pode morrer de infecção generalizada e os leitões terem diarreia e refugagem por diminuição ou não ingestão de leite.
E quando as fêmeas têm descarga vulvar pós-parto?
COMO FAZEMOS O DIAGNÓSTICO
DAS ENDOMETRITES?
Devemos inspecionar os animais diariamente, avaliar os fatores de risco presentes na granja, necropsiar as fêmeas que morrerem avaliando sempre o trato gênito-urinário e, se possível, monitorar os animais de descarte no frigorífico. E para sua prevenção podemos:
Higiene na produção das doses inseminantes e na condução da inseminação arti cial;
Limpeza e desinfecção das instalações para diminuir a contaminação;
Higiene no acompanhamento e intervenções de partos;
Descarte as matrizes com corrimento crônico;
Estimule e condicione as fêmeas a consumirem água e forneça água na vazão de 2L/min e entre 12 e 18 °C;
Evite correntes de ar e excesso de umidade nas instalações;
Use antibiótico somente nas fêmeas doentes e siga às recomendações do produto, dose, duração e carência dadas pelo veterinário;
Acidi que a ração para favorecer as bactérias desejáveis no trato digestório e eliminar as indesejáveis do trato gênito-urinário.
Como pudemos ver as cistites e as endometrites, dentro das descargas vulvares, são quadros que merecem atenção pelos impactos negativos na saúde das matrizes, sua longevidade reprodutiva, nos indicadores de desempenho zootécnico e na viabilidade econômica dos sistemas conforme o grau de acometimento.
Os fatores de risco para o problema são muitas vezes negligenciados nas granjas acarretando uma ocorrência preocupante. O controle convencional baseado em antibióticos tem tanto o sucesso quanto a sustentabilidade questionada e a acidificação via dieta tem se mostrado alternativa viável.
Nesse sentido produtos com a concentração de ácido benzóico e grau de pureza alimentício como o VevoVitall mostram-se aliados muito relevantes.
Se seu sistema de produção está enfrentando ou suspeita de problemas dessa natureza, procure um representante da DSM para auxiliá-lo na solução.
Como Diminuir o Impacto das Descargas Vulvares nas Fêmeas Suínas
Inativar micotoxinasAtivar o desempenho da matriz
As matrizes modernas são especialmente sensíveis aos efeitos das micotoxinas. Nós somos seu parceiro na mitigação dessa ameaça. Mycofix®, nossa solução de última geração, é respaldado por sete aprovações da UE e inclui tecnologia para apoiar o potencial genético e assegurar o bem-estar de suas matrizes e leitões.
Se não formos nós, quem será? Se não for agora, quando?
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FORMULAÇÃO DE PREMIX VITAMÍNICO
PARA NÃO RUMINANTES - PARTE I
Os premixes são essenciais para o bom desempenho produtivo e reprodutivo das espécies nãoruminantes de interesse zootécnico como aves, equinos e suínos. São uma mistura de micro ingredientes que visam auxiliar a ajudar na sanidade e bem-estar dos animais durante o ciclo de vida produtivo, no qual os animais enfrentam muito estresse devido ao intenso cronograma de produção, por exemplo o alto fornecimento de ração para aves e, como consequência, o alto desenvolvimento corpóreo e muscular.
Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Técnico em Agropecuária. Acadêmico em Zootecnia pela UFRPEA nutrição adequada requer rações compostas por macro e microingredientes, às vezes incorporados em quantidades muito pequenas (UI, ppm ou mg/kg) como as vitaminas, por exemplo.
Para garantir que esses micro ingredientes sejam incorporados aos macroingre- dientes de maneira homogênea, é necessário um processo de diluição intermediária por meio dos premixes.
A Importância das vitaminas para animais não ruminantes
Esta pré-mistura é incorporada à ração em níveis entre 0,2 a 0,5% da composição total da ração animal; por exemplo, se o animal requer 1 kg de ração por dia entre 2 a 5 g será composta pelo premix. Existem programas computacionais que formulam as pré-misturas de forma rápida e eficiente. A fabricação de pré-misturas exige uma tecnologia específica e muitas vezes é realizada por empresas especializadas.
As vitaminas podem ser adquiridas individualmente ou através de misturas. As misturas no comércio podem ser unicamente de vitaminas, de vitaminas e minerais e, ainda, virem acompanhadas ou não de medicamentos.
No organismo animal, as vitaminas são essenciais uma vez que participam de processos metabólicos, síntese de hormônios entre outros processos importantes.
Os sinais de deficiência geral incluem queda na produção e produtividade dado a queda no consumo de ração. Sinais específicos como polineurites, osteomalácia, problemas reprodutivos e digestivos e cegueira noturna podem acontecer.
FORMULAÇÃO DE PREMIX VITAMÍNICO
Em geral, para a formulação de pré-misturas vitamínicas é necessário seguir alguns passos imprescindíveis (Figura 1).
1º Passo:
determinação da concentração do premix para 1 kg de suplemento:
100% / 0,5% de concentração = 200 vezes em 1 kg
2º Passo:
Exigências nutricionais
Formulação
Deseja-se formular um suplemento vitamínico para poedeiras na fase de postura com concentração na ração de 0,5%.
Figura 1. Passos para a formulação de um premix vitamínico. Tabela 1. Exigências nutricionais.VITAMINA EXIGÊNCIA em UI ou mg/kg de ração
Multiplicar por 200 Exigência para 1 kg de premix
Tabela 3. Exigências com 10% a mais para evitar faltas.5º Passo:
Transformar 10% a mais em mg/kg para grama, para isso basta dividir cada valor por 1000:
6º Passo:
Determinar a relação de fontes comerciais utilizadas para a fabricação dos suple- mentos vitamínicos e suas concentrações:
Tabela 4. Transformação dos valores para grama.Vitaminas em UI: 10% a mais / concentração
Vitaminas em mg: 100 x exigência em grama / concentração
Vitamina E:
1 g de Rovimix E: 500 UI
X: 2.640 UI
X = 5,28 g de Rovimix E
Vitamina B : 100 g de Riboflavina: 97 g de B2
X: 1,056
X = 1,09 g de Riboflavina
Vitamina B : ÁcidoFólico:
100 g de Cloridrato de P.: 82 g de B6
X: 0,462
X = 0,56 g de C.P.
100 g de Ácido F.: 90 g de Ácido Fólico
X: 0,132
X = 0,15 g de Á.F.
Biotina: Vitamina B12:
100 g de Cianocobalamina: 0,1 g de B12
X: 0,00352
X = 3,52 g de Cianocobalamina
100 g de BIOS II: 2 g de Biotina
X: 0,0132
X = 0,66 g de BIOS II
8º Passo:
Tabela com a quantidade de cada fonte, somar as fontes e encontrar a quantidade de veículo que se deve utilizar:
O veículo é milho ou farelo de soja, utilizados para dar volume e quantidade para a mistura de premix, o que facilita a mistura na máquina.
A formulação de premix também pode contemplar as vitaminas e os minerais, sendo estes misturados na máquina juntos. Quando se calcular o premix para vitaminas e microminerais juntos, lembre-se que os valores das fontes não devem exceder 1000 g ou 1 kg, devendo, portanto, haver espaço para o veículo.
Confira a continuação na próxima edição da revista nutriNews.
Formulação de premix vitamínico para não ruminantes
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Tabela 6. Formulação final de premix.KOLIN PLUSTM: UMA
ALTERNATIVA FITOGÊNICA AO CLORETO DE COLINA
Equipe técnica Natural Remedies
A colina é um micronutriente essencial para o crescimento e rendimento de suínos e aves.
Devido à capacidade limitada das aves de sintetizarem colina suficiente, suas dietas requerem suplementação desse nutriente essencial. O Cloreto de Colina 60% (CC 60%) é um aditivo sintético comumente utilizado em rações para suínos e aves.
No entanto, está associado a vários inconvenientes que afetam o saúde e produtividade, como taxas de absorção reduzidas, interações com outros nutrientes, produção de trimetilamina (TMA) no trato gastrointestinal (TGI), que causa distúrbios respiratórios, aumento dos custos com alimentação, entre outros.
Experimento
KOLIN PLUSTM é um substituto orgânico de 60% CC produzido pela M/s Natural Remedies Pvt Ltd, com sede em Bengaluru, Índia.
Vários experimentos com aves validaram a eficácia de KOLIN PLUSTM para melhorar o desempenho de frangos de corte.
Total de pesquisas científicas
32 - 7 Publicações
Materiais e métodos
Em um modelo de deficiência de colina (CD) criado artificialmente, as aves Cobb foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos da seguinte forma:
Controle normal (1206 ppm de colina intrínseca) 01
DC (1036 ppm de colina intrínseca)
DC + CC 60% (de ciente em colina + cloreto de colina 60%)
DC + KOLIN PLUSTM (de ciencia de colina + KOLIN PLUSTM)
02 03 04
O modelo induzido por DC foi criado substituindo-se uma porção do farelo de soja na dieta de frangos de corte por proteína isolada de soja.
Resultados
Os resultados do estudo demonstraram que KOLIN PLUSTM reverteu efetivamente os efeitos adversos causados pela dieta DC, semelhante ao grupo 60% CC, em frangos de corte (Tabela 1).
CC 60% ***1919.26±14.44 **1.644±0.01
DC + KOLIN PLUSTM ***1936.79±15.16 ***1.621±0.01
Para o peso vivo $p<0,001 (diminuição significativa) em comparação com o controle normal, *p<0,05, **p<0,01, ***p<0,001 (aumento significativo) em comparação com DC. Para IC $p<0,001 (aumento significativo) em comparação com controle normal e *p<0,05, **p<0,01, ***p<0,001 (diminuição significativa) em comparação com DC.
Além disso, foi utilizado um modelo convencional de deficiência natural de colina, no qual os frangos de corte Ross foram classificados em três grupos:
Controle (C),
N + Cloreto de Colina (CC) 60%, e
N + KOLIN PLUSTM.
As aves do grupo Controle receberam uma dieta sem suplementação de colina.
CONCLUSÃO
KOLIN PLUSTM demonstra resultados promissores na melhoria do desempenho em modelos induzidos artificialmente e naturais de deficiência de colina (DC), potencialmente atribuído ao seu importante envolvimento no metabolismo da gordura, mobilização e crescimento muscular ideal.
Além disso, tem eficácia comparável ao aditivo alimentar CC 60%, mesmo em uma dose menor, tanto em aves quanto em suínos. Os resultados do estudo demonstraram que a adição de KOLIN PLUSTM na dieta de frangos naturalmente deficientes em colina resultou em um aumento no peso corporal e na taxa de conversão alimentar (CA) comparável ao do grupo suplementado com 60% CC.
(Tabela 2).
Isso torna o KOLIN PLUSTM uma opção econômica que melhora a economia alimentar. Além disso, é biodisponível, compatível, não corrosivo e seguro de usar.
Portanto, KOLIN PLUSTM serve como uma alternativa adequada ao 60% CC sintético em dietas de suínos e aves.
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Para acessar as referências bibliográficas, consulte a versao web do artigo em www.nutrinews.com
TABELA DE ADITIVOS ANTI-MICOTOXINAS 2023
EDIÇÃO BRASIL
0,5-2,5 kg/t
Inativadores de micotoxinas que protegem os animais dos efeitos deletérios das micotoxinas através de até cinco diferentes mecanismos de ação:
1) ADSORÇÃO: Sequestrando micotoxinas para que sejam excretadas sem serem absorvidas.
2) BIO-INATIVAÇÃO: Alterando as estruturas químicas das micotoxinas para metabólitos menos tóxicos e/ou mais facilmente excretados.
3) REVITALIZAÇÃO DO SISTEMA IMUNE: Protegendo a resposta imune normal que é suprimida pelas micotoxinas.
Eficácia sobre amplo espectro de micotoxinas, polares e não polares, comprovada através de testes in vitro e in vivo A bentonita (1m588) presente nestes produtos é aprovada na União Europeia como ingrediente adsorvente de micotoxinas.
4) DEFESA ANTIOXIDANTE: Prevenindo os danos celulares através do manejo eficaz do estresse oxidativo causado pelas micotoxinas.
5) PROTEÇÃO DE ORGÃOS: Prevenindo danos e suportanto o funcionamento normal de órgãos sensíveis às micotoxinas.
a Argilas modificadas com alta capacidade de adsorção (bentonita 1m588 e sepiolita); a Levedura inativada e extratos de levedura (Saccharomyces cerevisae) ; a Antioxidantes celulares; a Compostos herbais.
a Argilas modificadas com alta capacidade de adsorção (bentonita 1m588 e sepiolita); a Levedura inativada e extratos de levedura (Saccharomyces cerevisae) ; a Antioxidantes celulares; a Compostos herbais.
Unike® Plus
Toxy-Nil® Plus 0,5-2,5 kg/t
a Argilas modificadas com alta capacidade de adsorção (bentonita 1m588 e sepiolita); a Levedura inativada e extratos de levedura (Saccharomyces cerevisae)
Toxy-Nil® 1-3 kg/t
Tabela de produtos
INFORMAÇÃO ADICIONAL
a Aditivo anti-micotoxinas com efeito detoxificante e melhorador de desempenho zootécnico. a Na Argentina, a FINTOX MOLD PLUS é conhecida como LIPTOMIC PLUS.
a Adsorvente e detoxificante de amplo espectro, eficaz contra micotoxinas e outras endotoxinas com efeito depurativo. Pode atuar como agente hepatoprotetor.
a Adsorvente e detoxificante de amplo espectro, livre de componentes minerais.
ANTI-MICOTOXINAS 2023
1-2 kg/t de alimento em função do grau de contaminação.
a Argilas selecionadas a Ácidos orgânicos a Leveduras e suas partes
Fintox Mold Plus
a AFB1, AFB2, AFG1, AFG2, AFM1 a ZEA a T-2 a OTA a FB1 a DON a Citrinina a Fumitoxina
1-2 kg/t de alimento em função do grau de contaminação.
Fintox Pro Advance a Argilas selecionadas a Leveduras e suas partes a Frutooligossacarídeos a Botânicos a Betaína
1-2 kg/t de alimento em função do grau de contaminação.
a Leveduras e suas partes a Algas marinhas a Frutooligossacarídeos a Botânicos a Betaína
Fintox Pro Nature
Aflatoxina ++ Fumonisina ++ Zearalenona +++ Desoxinivalenol ++
a Carvão vegetal a Selênio a Betaglucanos a Mananoligossacarídeos a Siliminarina a Bentonita
A silimarina destes produtos atua como um potente hepatoprotetor e, o selênio orgânico, atua como um antioxidante natural. YESFIX FUSION
Aflatoxina +++ Fumonisina + Zearalenona ++
YESFIX HP
A silimarina destes produtos atua como um potente hepatoprotetor e, o selênio orgânico, atua como um antioxidante natural.
A silimarina destes produtos atua como um potente hepatoprotetor e, o selênio orgânico, atua como um antioxidante natural.
A silimarina destes produtos atua como um potente hepatoprotetor e, o selênio orgânico, atua como um antioxidante natural.
Afla +++
a AVES: 0,5 -2,0kg/ton a SUÍNOS: Crescimento e Terminação: 1,0kg/ton, Pré-inicial, Inicial, Reprodução e Lactação: 2,0kg/ton a EQUINOS E MUARES: 1,0-2,0kg/ton a CÃES E GATOS: 1,0-3,0kg/ton a PEIXES E CAMARÕES 1,0-2,0kg/ton a OVINOS E CAPRINOS: 1,0-2,0kg/ton a BOVINOS: 1,0-2,0kg/ton
a Bentonita a Betaglucanos a Mananoligossarídeos a Silimarina
A silimarina destes produtos atua como um potente hepatoprotetor e, o selênio orgânico, atua como um antioxidante natural. YESFIX S
a Betaglucanos a Mananoligossacarídeos a Carvão vegetal a Silimarina a Bentonita a Selênio
Fumonisina ++ Zearalenona +++ Desoxinivalenol ++
Aflatoxina +++ Fumonisina + Zearalenona ++
Adicionar à ração de acordo com as necessidades de cada espécie, seguindo a recomendação do Responsável Técnico.
a Betaglucanos a Mananoligossacarídeos a Carvão vegetal a Selênio a Silimarina
a Carvão vegetal a Selênio a Betaglucanos a Mananoligossacarídeos a Silimarina a Aluminosilicato a Cálcio
YESFIX M
YESFIX R
MICOTOXINAS EM SUÍNOS ZEARALENONA
Departamento Técnico Vetanco
Aalimentação animal é uma parte essencial da cadeia alimentar e desempenha um papel fundamental na segurança e qualidade dos produtos de origem animal na cadeia de abastecimento alimentar.
No entanto, a contaminação natural de matérias-primas alimentares com patógenos fúngicos, antes e depois da colheita, é um problema contínuo e crescente em todo o mundo, pois muitas dessas espécies de fungos produzem micotoxinas que interferem na saúde animal (SiriAnusornsak et al., 2022).
A Zearalenona (ZEA) é uma micotoxina produzida principalmente por fungos pertencentes ao gênero Fusarium, incluindo F. culmorum, F. graminearum e F. crookwellense, em cereais e rações (Seeling et al., 2006; Mallmann & Simões, 2022). A ZEA é classificada como um metabólito fúngico estrogênico não esteróide, quimicamente descrito como uma lactona do ácido resorcílico (Mallmann & Simões, 2022).
Prevalência
Os níveis de contaminação de ZEA variam distintamente por região, país e clima. Essa micotoxina é comumente encontrada contaminando cereais em regiões com temperaturas baixas e alta umidade (Caballero et al., 2015).
Muitas pesquisas revelaram uma interação potencial entre as concentrações de ZEA em grãos e rações balanceadas e as chuvas que ocorreram em um determinado ano (Bryden, 2012; Audenaert et al. 2014).
Como exemplo, em 2014, na Sérvia, devido às severas condições climáticas úmidas, foi encontrada uma prevalência de 100% de ZEA nas amostras de milho (Kos et al., 2020; Kos et al., 2021).
O milho é o cereal mais contaminado, embora a ZEA também tenha sido encontrada em soja, arroz, centeio, sorgo, aveia, cevada e produtos de trigo (Zinedine et al., 2007). Gruber-Dorninger et al. (2019) analisaram 74.821 amostras coletadas em 100 países e, dentre as micotoxinas testadas, ZEA é uma das três principais com a maior taxa de contaminação em todas as regiões do mundo, exceto no sul da Ásia.
Com 45% de prevalência e concentração média de 55 μg/kg de Zearalenona entre as amostras positivas. A positividade e a concentração da micotoxina encontrada neste levantamento são apresentadas na Tabela 1.
No levantamento de micotoxinas na América do Sul, ZEA é a segunda micotoxina mais prevalente após a fumonisina, e a taxa positiva e o valor médio foi de 46,9% e 51 μg/kg para ingredientes de ração e ração animal de 2008 a 2017, respectivamente.
Além disso, a América do Sul produziu a terceira maior taxa de contaminação de ZEA em comparação com outras regiões do mundo, e 13,1% das amostras positivas não cumpriram o menor valor de orientação da União Europeia (100 μg/kg) (Gruber-Dorninger et al., 2019).
Na análise de amostras de milho do Brasil foi constatado 78,6% de positividade para ZEA na faixa de concentração de 15,4 a 72,1 μg/kg em 2016. Outro levantamento de micotoxinas de 2022 indicou resultado de ZEA com taxa de prevalência em 69% (Vetanco, 2023), das amostras e uma concentração média de 157 μg/kg, considerada desta forma em alto nível de risco.
Toxicidade na Produção Animal
A ZEA é uma micotoxina com efeitos fortemente estrogênicos, hepatotóxicos, bem como imunotóxicos (Azam et al., 2019; Zinedine et al., 2007).
As sensibilidades das toxicidades de ZEA em animais de produção dependem da taxa de distribuição destes metabólitos no animal e das situações do sistema reprodutivo (por exemplo, macho ou fêmea; período de desenvolvimento ou gestacional) (Fink-Gremmels et al., 2007).
O metabolismo da ZEA ocorre no fígado e é transformada em dois metabólitos primários: α-zearalenol (α-ZEA) e β-zearalenol (β-ZEA) (Olsen et al., 1987; Malekinejad et al., 2006), que são estruturalmente semelhantes ao estrogênio endógeno, portanto, ligam-se aos receptores de estradiol na ausência ou na baixa presença de estrogênio, resultando em alterações morfológicas e biológicas nos órgãos reprodutivos (Fink-Gremmels et al., 2007).
Além disso, ZEA causa alterações reprodutivas devido ao maior potencial estrogênico do que outros compostos estrogênicos não esteroidais naturais (Zinedine et al., 2007).
O α-ZEA tem maior afinidade por receptores de estrogênio e, portanto, é mais tóxico que a ZEA, enquanto a β-ZEA tem menor afinidade por esses receptores, tornando-o praticamente nulo (Ropejko & Twaruzek, 2021).
Os suínos são a espécie de animais de produção mais sensíveis aos efeitos da ZEA, enquanto os ruminantes ocupam a segunda posição dentre as espécies mais sensíveis e, no final desta lista se encontram as aves, caracterizadas como a espécie mais resistente (Ji et al., 2019).
A principal razão para este fenômeno é que o principal metabólito é α-ZEA em suínos, enquanto em ruminantes e aves é β-ZEA (Buranatragool et al., 2015).
O fígado é o principal órgão de distribuição de ZEA, pois induz alterações histopatológicas e causa um aumento nas transaminases séricas e nos níveis de bilirrubina (Zinedine et al., 2007).
No geral, não afeta negativamente o desempenho zootécnico em animais de produção, a menos que esteja presente em níveis extremamente altos em cereais e rações (Winkler et al., 2014).
Toxicidade nos suínos
Como citado anteriormente, os suínos são considerados como espécie mais suscetível à ZEA, sendo as fêmeas neonatas mais suscetíveis, comparadas com fêmeas maduras e machos (HennigPauka et al., 2018; Liu et al., 2019).
E, embora seja fortemente estrogênico, a quantidade de ZEA que se transfere para os produtos animais finais (carne, ovos e leite) é mínima em sistemas agrícolas típicos (Liu & Applegate, 2020), portanto, humanos tem baixa probabilidade de contaminação indireta por meio do sistema da cadeia alimentar.
Os efeitos estrogênicos preliminares desta micotoxina induzem distúrbios de fertilidade (infertilidade ou fertilidade reduzida) (Tassis et al., 2022), inibindo a secreção de hormônios esteróides, interferindo na resposta estrogênica na fase pré-ovulatória e na maturação folicular (Zhang et al., 2018; Silva et al., 2021). Na Tabela 2 são apresentados os níveis máximos de micotoxinas em suínos de acordo com a fase de produção.
Distúrbios de fertilidade causados pela contaminação por ZEA em
Estro permanente
Natimortos
Infertilidade
Vermelhidão e inchaço da vulva (Foto 1) Pseudogravidez
Diminuição da libido
Diminuição do n° de leitões Aumento do útero e das glândulas mamárias Formação de cistos nos ovários
FÊMEAS MACHOS
Feminização e atro a testicular Redução da espermatogênese
Redução da libido Redução dos níveis de testosterona
A alimentação de fêmeas suínas com 1,3 mg/kg de ZEA na ração reduz os níveis de plaquetas, hemoglobina, globulina, triglicerídeos e lipoproteínas de alta densidade no soro; aumenta as atividades enzimáticas; e leva à degeneração do fígado e rins (Jiang et al., 2010). Além disso, a ZEA tem ação tóxica no fígado e baço, induzindo estresse oxidativo e inflamação (Dänicke et al., 2007; Denli et al., 2015).
Pesquisas de meta-análise descrevem que rações contendo uma média de 3,8 mg/kg de ZEA interferem no desempenho zootécnico, em 15,8% no consumo de ração e 28,8% em reduções no ganho de peso (Hee et al., 2013).
Por fim, considerando os efeitos em futuras gerações, os leitões podem ser expostos aos efeitos da ZEA durante a gestação ou pela ingestão do leite contaminado (Dänicke et al., 2007)
Diagnóstico
Normalmente, o histórico de introdução de uma partida nova de alimento, às vezes com características macroscópicas alteradas, está associado ao quadro de intoxicação (Dilkin, 2002). O diagnóstico presuntivo é baseado principalmente na observação de sinais clínicos e na análise dos cereais e rações.
No entanto, a ZEA, assim como muitas outras micotoxinas, pode apresentar efeitos antes que os sinais clínicos se tornem evidentes (Jakimiuk et al., 2015).
O diagnóstico definitivo é realizado através da detecção da micotoxina no alimento dos animais intoxicados. As técnicas laboratoriais mais utilizadas são análises por kits de ELISA, Cromatografia em Camada Delgada (TLC) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) (Dilkin et al., 2001).
A análise de amostras de cereais e ração é acompanhada por certos desafios, pois as amostras representativas de rações precisam ser coletadas, levando em consideração a distribuição não homogênea de certas micotoxinas dentro de um lote (Miraglia et al., 2005).
Além disso, o momento da amostragem, pois os lotes de rações podem ter trocado entre o momento da coleta de amostra e o início dos efeitos induzidos pela micotoxina.
Métodos de controle
O melhor método para prevenir a contaminação de alimentos com micotoxinas é prevenir o crescimento de fungos, porém, a contaminação de grãos é um problema real e que pode ocorrer em diversos momentos como na lavoura durante o cultivo dos grãos, durante o período pré-colheita ou por condições inadequadas de armazenagem.
Na prática, podem ser utilizadas diferentes estratégias para minimizar os efeitos da ZEA na produção de suínos. Assim como há uma grande variedade de micotoxinas, existe uma enorme variedade de métodos de controle. Esses variam desde:
Boas práticas agrícolas de armazenamento, à produtos enzimáticos com um elevado valor tecnológico.
Os inibidores fúngicos impedem o crescimento vegetativo de fungos e, consequentemente, a formação de micotoxinas durante o armazenamento de grãos.
Enquanto os adsorventes agem na remoção de micotoxinas no trato digestivo dos animais, dependendo basicamente da polaridade (carga iônica das moléculas) de cada micotoxina, sendo que neste caso específico, a ZEA possui uma polaridade muito baixa, desta forma, não sendo caracterizada como a melhor ferramenta de controle frente a este desafio.
Nos últimos anos, o uso de enzimas para a inativação de micotoxinas tornou-se uma ferramenta segura e efetiva, com ação sobre uma ampla gama de micotoxinas que na sua maioria não são adequadamente controladas por métodos tradicionais.
Os inativadores enzimáticos têm uma atividade biológica que lhes permite alterar a estrutura química das micotoxinas, transformando-as em metabólitos atóxicos e, agindo de forma específica, cada enzima em cada micotoxina, desta forma sem danos colaterais ao animal e/ou a dieta.
Um estudo realizado por Tso et al. (2019) comparou a eficácia dos diferentes produtos comerciais (adsorventes e inativadores enzimáticos) na eliminação de ZEA, utilizando um modelo in vitro dinâmico, simulando as condições digestivas dos suínos.
No ensaio, pode-se observar que os adsorventes não tiveram uma boa eficácia sobre a ZEA, uma vez que somente foram capazes de eliminar menos de 40% do desafio inicial. Por outro lado, os produtos enzimáticos apresentaram maior eficiência de eliminação, mas com diferenças muito perceptíveis segundo o pH de ação das enzimas (Figura 2).
Simulação do
(AGJ, pH 2,5)
É fundamental escolher a ferramenta mais adequada, haja visto o desafio de micotoxinas encontrado em cada situação, principalmente para micotoxinas de baixa polaridade como a ZEA, sendo desta forma os inativadores enzimáticos uma opção viável pois apresentam maior capacidade de eliminação desta micotoxina.
É importante também entender as características das enzimas (pH de ação), priorizando as que tenham ação em caráter ácido, pois a inativação já iniciará a nível de estômago.
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Simulação do intestino delgado (AIJ, pH 6,5)
1 e 2 – linhas pontilhadas) em modelo in vitro simulando condições digestivas de suínos (0 a 5 horas, simulação estomacal; 6 a 7 horas, simulação intestinal). AGJ: suco gástrico artificial; AIJ: suco intestinal artificial; ZEN: Zearalenona. Adaptado de Tso K-H, et al. (2019).
Figura
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FARINHA DE MINHOCA COMO ALIMENTO ALTERNATIVO AO FARELO DE SOJA NA DIETA DE POEDEIRAS
Em um panorama geral, no Brasil a nutrição de aves é comumente realizada com milho e o farelo de soja como componentes principais. Estes dois componentes podem representar até 90% do total da dieta, e dessa forma também representam grande parte dos custos relativos à alimentação e, consequentemente, dos custos totais de produção.
Tais ingredientes, além de sujeitos a intensas oscilações de preço, visto que nos últimos anos seu preço tem se mantido inconstante, competem diretamente com a alimentação humana, chegando à indústria de alimentação animal a absorver mais de 60% do total da produção nacional destes alimentos.
Dentro desse contexto, os profissionais da nutrição animal são desafiados diariamente na busca de alimentos alternativos que possam vir a substituir insumos até então utilizados no país, buscando reduzir custos e, mantendo ou melhorando o desempenho dos animais.
Atualmente, o uso de proteínas oriundas de insetos tem sido amplamente estudado e inserido no contexto da alimentação animal, principalmente na avicultura. Dentre essas pesquisas tem sido demonstrado o potencial da Eisenia fetida como fonte proteica alternativa na fabricação de rações.
Várias características da farinha de minhoca promovem a sua utilização comomatériaprima na formulação. O teor de proteína das minhocas varia de acordo com a alimentação fornecida, podendo oscilar entre 68 e 82% de proteína bruta.
A farinha de minhoca (FM) é conhecida por apresentar proteína de alta qualidade, contendo excelente perfil de aminoácidos essenciais e ácidos graxos.
Assim, pode ser considerada extremamente adequada à nutrição animal. Nos estudos encontrados na literatura sobre o tema não foram relatados casos de interferência nos índices de qualidade do produto final, assim como não foram encontrados estudos que testaram a inclusão da farinha de minhoca na alimentação de poedeiras.
A relação custo-benefício do ovo, levando em conta sua qualidade em relação a outras proteínas de origem animal, faz do produto uma opção de alimento nutritivo de baixo custo e, um forte aliado no combate à fome.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar os índices de qualidade dos ovos de poedeiras com três níveis de farinha de minhoca em substituição ao farelo de soja.
As análises foram realizadas dentro de um período de 69 dias, divididos em 3 períodos de 23 dias. Foram utilizadas 36 aves, todas de linhagem comercial com 50 semanas.
A dieta da poedeira influencia diretamente na qualidade do ovo. O ovo de galinha é um alimento muito nutritivo e acessível, comercializado in natura ou industrializado, com diversas aplicações na indústria alimentícia.
Os animais foram condicionados a um período de adaptação de 10 dias previamente ao estudo. Em seguida, foram distribuídos em 12 aves por tratamento. Ração e água foram oferecidas à vontade.
Os ovos foram avaliados quanto ao peso do ovo, peso, resistência e espessura de casca, altura de albúmen, unidade Haugh (UH) e cor da gema ao final de cada período.
Para realizar estas medidas, foi utilizado o equipamento Eggtester®, no laboratório de análise de ovos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP) situado no Campus Fernando Costa de Pirassununga da USP.
Utilizando-se de uma balança comum, verificou-se os pesos de gema e clara, separadamente. Para espessura da casca, utilizou-se um paquímetro digital (Mitutoyo®) sendo adotada a média de 3 pontos equatoriais por ovo.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC), com 2 repetições de cada um dos três níveis de farinha de minhoca na ração (0, 2 e 4%) em substituição parcial ao farelo de soja como fonte proteica.
As dietas foram fornecidas diariamente conforme formulado para suprir de forma isoenergética e isonutritiva as necessidades nutricionais dos animais, contendo farinha de minhoca nas proporções de 0%, 2% e 4% correspondendo aos tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente.
Os dados de qualidade dos ovos foram submetidos à análise de variância, e no caso de diferença significativa, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 0,05 de significância, utilizando o pacote estatístico SAS [Versão 9.3], sendo previamente testados a normalidade dos resíduos pelo Teste de Shapiro-Wilk e homogeneidade de variâncias pelo Teste de Levene.
No que diz respeito às médias do peso dos ovos, pode-se observar que o tratamento 3 apresentou maior peso quando comparado aos demais. Este resultado é obtido pelo maior teor de triptofano presente na dieta com 4% de inclusão de FM e confirma aquilo que foi observado por Harms e Russel (2000).
Em relação a cor da gema dos ovos, o tratamento 3 também apresentou valor mais satisfatório e, esse fato é justificado pelo maior teor de milho presente na dieta e, pela maior concentração de triptofano, que possui influência sobre esse parâmetro de qualidade, tal como afirmam Santos et al. (2018).
Em relação à Unidade Haugh (UH) o Programa de Controle de Qualidade, com base na preconização realizada pelo United States Department of Agriculture (USDA), classifica como ovos como:
Com base nisso, é possível afirmar que, mesmo havendo diferença significativa entre os tratamentos, todos os níveis resultaram em ovos com a UH acima de 88, classificando assim os ovos como excelentes para o consumo.
Ao se analisar os dados de altura e peso de albúmen entre os tratamentos, pode se afirmar que a inclusão de FM na dieta não resultou em vantagens significativas nestes parâmetros, diferentemente do peso da gema, que apresentou um aumento nos tratamentos que com a farinha de minhoca.
Segundo Macari et al. (2013) esse aumento se dá pelo pela maior disponibilidade dos aminoácidos que fosforilam com a fosfovitina, que corresponde à fração granular da gema.
Analisando a qualidade externa dos ovos, a inclusão de FM nas dietas não influenciou na resistência da casca. No entanto, ao se avaliar o peso e a espessura da casca pode-se notar que a adição de FM resultou em valores superiores àqueles obtidos com a dieta controle.
Segundo Melo et al. (2006), a explicação para este fato está na solubilidade do cálcio (Ca) presente na FM, isto é, por ser de origem orgânica, este cálcio tem maior biodisponibilidade e absorção intestinal visto que apresentam alta correlação com a solubilidade do mineral.
CONCLUSÃO
A substituição parcial do farelo de soja por farinha de minhoca resultou em melhores índices para os parâmetros peso do ovo, cor de gema, peso da gema e, espessura e resistência da casca.
Farinha de minhoca como alimento alternativo ao farelo de soja na dieta de poedeiras BAIXAR EM PDF
AAgroceres Multimix é uma das unidades de negócios do Grupo Agroceres, que iniciou seus trabalhos a partir da demanda de clientes da genética suína da empresa que já estava no mercado desde os anos 1977. Assim como todas as outras unidades, a de nutrição animal também é totalmente pautada em pesquisa, inovação e tecnologia.
AGROCERES MULTIMIX
APRESENTA ESTRUTURA DE PESQUISA INÉDITA NO SETOR BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ANIMAL
Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix, destaca que, anualmente, a empresa investe mais de R$10 milhões para desenvolvimento de novos produtos, validação e qualificação de insumos e aditivos, aperfeiçoamento das matrizes nutricionais, além de estudos de manejos e equipamentos.
“Está no nosso DNA a permanente busca por inovação através da pesquisa”, afirma.
Portas Abertas
A Agroceres Multimix abriu as portas de seu Núcleo de Tecnologia e Inovação para os profissionais de imprensa, que tiveram a oportunidade de conhecer de perto a estrutura que é inédita entre as empresas brasileiras de nutrição animal.
A equipe da nutriNews Brasil esteve presente visitando a Granja Paraíso e o Centro de Pesquisas, localizados nas cidades de Patos de Minas e Patrocínio, respectivamente.
Tivemos a honra de ver, na prática, porque a Agroceres Multimix é “muito mais que nutrição”: a equipe não está preocupada somente com a nutrição dos animais, mas também em apurar tudo que possa impactar os resultados produtivos dos animais, sempre com os olhos voltados para antecipar tendências.
Segundo Ribeiral, nenhuma empresa brasileira de nutrição animal possui uma estrutura própria de pesquisas como a da Agroceres Multimix. Todos os experimentos desenvolvidos na Granja Paraíso e no Centro de Pesquisas são realizados considerando-se:
Repetibilidade: com foco em aumentar a precisão das médias e reduzir erros
Casualidade/aleatoriedade: eliminar intenção de priorizar determinado tratamento
Controle local: Reduzir o efeito da heterogeneidade das parcelas, reduzindo o erro experimental;
E Controle de meio, voltado para o controle do ambiente e demais variáveis não experimentais que possam colocar o experimento em risco.
Suínos
Dentro da suinocultura são desenvolvidas pesquisas em todas as fases de produção, sendo as fases de gestação e maternidade desenvolvidas exclusivamente na Granja Paraíso, que conta com uma estrutura de ponta com alojamentos individuais em gaiolas e baias coletivas.
Nos dois sistemas, as fêmeas são alimentadas por um sistema automatizado, que controla o tipo e quantidade de alimento fornecido e consumido por cada animal.
O controle individual é feito a partir da conexão com um microchip implantado na orelha do animal a um sistema automatizado, que fornece informações da matriz suína.
Já no Centro de Pesquisas, concentramse os experimentos nas fases de creche, recria e terminação, com animais oriundos da Granja Paraíso.
O último investimento da Agroceres
Multimix dentro de pesquisas com suínos foi na Sala de Digestibilidade, que objetiva o desenvolvimento de matrizes nutricionais para os diferentes ingredientes e aditivos, e que possui uma estrutura personalizada para a empresa, pensada e projetada totalmente para o bem-estar dos animais.
Aves de Corte e Postura
No Centro de Pesquisas existem 2 galpões Dark House que abrigam os frangos de corte e que durante a visita estavam em experimento de comprovação da linha agPro, voltada para apoiar os produtores de frangos de corte na retirada dos antimicrobianos promotores de desempenho.
Pesquisas realizadas pelo grupo identificaram três cepas específicas: uma para o controle da Clostridiose, outra para agir sobre Salmonela e E. coli e uma terceira para liberar enzimas endógenas. Dessa forma, o produto consegue atuar em amplo espectro.
“Com essa descoberta voltamos a ter uma solução de amplo espectro, porém, em um produto natural”, salientou o gerente nacional de aves da empresa, Marcelo Torretta. “Então, a gente está natureba, porém, com muita tecnologia, porque não adianta só fazer um chá, temos que conhecer a fundo os compostos e sua ação sobre bactérias”, completou.
O novo fitogênico formulado pela Agroceres Multimix foi validado em galinhas poedeiras e os experimentos demonstraram um aumento de 5% na integridade intestinal das aves.
Fábrica Experimental para Rações
Localizada dentro da estrutura do Centro de Pesquisas, a fábrica experimental segue todas as Boas Práticas de Fabricação (BPF’s) de uma unidade comercial, porém é destinada somente para mistura das dietas de manutenção e experimentais de aves e suínos.
A fábrica não atende as dietas de bovinos, que são feitas na unidade localizada em Patos de Minas.
Na área de aves de postura, os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Agroceres Multimix resultaram em uma fórmula inédita no mercado brasileiro, que combina óleos essenciais, extratos fitogênicos e prebióticos.
O Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da empresa, Tarley Araújo Barros, explica que na fábrica a mistura das rações é feita em quantidades pequenas, o que permite uma maior eficiência de mistura e consequentemente uma dieta mais homogênea possível. Os Núcleos Experimentais são recebidos na fábrica prontos, vindos de Rio Claro (SP), sendo incorporados juntamente com os demais macro ingredientes, milho e farelo de soja.
Tarley e Ricardo Ribeiral destacaram que as dietas feitas para as aves são livres, a mais de 5 anos, de qualquer antibiótico promotor de crescimento e que a tendência dentro da nutrição animal é de proibição do uso dessa substância nas dietas.
Dias antes de nossa visita, o MAPA havia publicado a portaria n° 798/2023, revogando as IN’s 65 e 14 e trazendo mudanças nas regras para uso de medicamentos na fabricação de produtos para alimentação animal.
Conversamos com Tarley sobre essa atualidade, que nos explicou quais grandes alterações a nova Portaria traz para a produção de alimentos para animais.
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Bovinos de Corte
Tendo seu ponta-pé inicial com os suínos e se desenvolvendo, em seguida, na nutrição de aves, a Agroceres Multimix também intensificou a sua atuação no mercado de nutrição de bovinos.
Em 2016, com vistas a ampliar sua inserção no mercado de nutrição de bovinos de corte, a empresa adquiriu a matogrossense Novanis, junto com suas três fábricas.
A estrutura para experimentos com os bovinos de corte consiste em 24 baias, que recebem cama de maravalha, são 100% cobertas e contam com bebedouros individuais com controle de consumo de água.
Além disso, as baias foram construídas em um local alto da propriedade, o que confere bem-estar aos animais impedindo eventual estresse por calor.
Experimentos em escala comercial
Situada em Ipiaçu (MG), a Fazenda Jumari sedia as validações em escala comercial de experimentos com bovinos de corte da Agroceres Multimix. De propriedade da empresa, a Fazenda é composta por:
Confinamento com 25 baias e capacidade média de 70 animais,
RIP (Recria Intensiva a Pasto) em oito pastos, com área total de 375 hectares e uma média de lotação de 3,5 cabeças/há
TIP (Terminação Intensiva a Pasto) em dez pastos com área total de 166 hectares e uma média de lotação de 7 cabeças/ha ao ano.
Um experimento está em andamento na Fazenda Jumari para monitoramento integral dos animais por vídeo. As imagens abastecem um software, que mapeia todo o comportamento dos animais durante os experimentos e validações.
Segundo o Gerente de Pesquisa e Saúde Animal da empresa, Tarley Araújo Barros, a iniciativa permitirá avaliar a praticidade e efetividade da ferramenta, podendo embasar orientações a clientes da empresa.
Bovinos de leite
Assim como nos bovinos de corte, a atuação da empresa na nutrição de bovinos leiteiros veio com força. A bovinocultura de leite se desenvolveu dentro do Centro de Pesquisas com vacas da raça Holandesa em sistema de Free-Stall.
Com o tempo, sentiu-se necessidade de aumentar a estrutura leiteira do Centro e foram construídos o bezerreiro e demais estruturas para novilhas, bem como a tecnificação da ordenha.
Bezerreiro
Os animais permanecem por 90 dias no bezerreiro, sendo alimentados de acordo com a sua fase de crescimento e sendo adaptados à dieta sólida.
Gilson Sebastião, Gestor Técnico de Bovinos de Leite na Agroceres Multimix, explica que os animais recebem leite até os 90 dias, porém o leite é retirado de forma gradual:
Dias 1 a 6 de vida: são fornecidos 6 litros de leite integral divididos em duas mamadas de 3 litros;
De 7 até 60 dias de vida: são fornecidos 6 litros de sucedâneo ao dia, divididos em duas mamadas diárias de 3 litros;
De 61 a 75 dias de vida: são fornecidos 4 litros de sucedâneo divididos em duas mamadas diárias de 2 litros;
De 76 a 90 dias de vida: 2 litros de sucedâneo somente no período da manhã.
Ração e água estão disponíveis à vontade desde a primeira semana de vida dos animais e a silagem é fornecida à vontade a partir dos 60 dias de vida.
Gilson enfatiza que o período de desmama é o mais estressante e o que deixa os animais mais susceptíveis a doenças. Por isso, as bezerras só são levadas ao pasto depois de estarem adaptadas à nova dieta, evitando dessa forma maior estresse.
Pós-desmana
Essa é a fase em que o animal já é considerado completamente ruminante e onde os alvéolos da glândula mamária estão se formando nas bezerras. As fêmeas permanecem em piquetes de 3 a 4 meses, sendo no total 3 piquetes.
Nesse período é muito importante estar atento e realizar o controle correto da dieta, pois animais em sobrepeso têm o desenvolvimento dos alvéolos comprometido e, consequentemente, sua produção de leite futura.
Gilson explica que esse desafio de manter o escore corporal ideal das novilhas ocorre pela diferença da dieta dos dias atuais com a dieta que esses animais recebiam em sua origem.
Free-Stall
Com capacidade para 60 vacas em lactação e 12 secas, o Free Stall possui sistema de resfriamento adiabático evaporativo composto por placas de celulose, ventilação por pressão negativa e túnel de vento que garantem o bem-estar de todos os animais.
Os cochos para alimentação são individualizados, sendo liberado o acesso ao alimento a partir do chip que cada vaca possui junto do seu brinco de identificação. Isso permite que todos os animais permaneçam juntos durante os experimentos, separando-se o alimento tratado e permitindo o acesso ao mesmo somente pelos indivíduos que se deseja.
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Essa separação é possível pelo sistema completo de rastreamento que a Agroceres Multimix dispõe: o chip que cada vaca possui está conectado a um programa completo com todo o histórico das vacas.
Nesse sistema, é possível saber quando, quanto e qual alimento cada vaca consumiu, além de toda a sua produção de leite por ordenha, desde a primeira ordenha realizada até à mais recente.
O médico veterinário responsável pelo FreeStall, Matheus Ramos, nos mostrou como esse sistema todo integrado funciona e permite a precisão nos experimentos ali rodados, além de ser uma das grandes tendências para a produção animal do futuro: a zootecnia de precisão e a Pecuária de Leite 5.0.
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Inovação, pesquisa e tecnologia fazem da Agroceres Multimix uma empresa muito mais que nutrição
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USO DE BAGAÇO DE UVA NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS DE CORTE:
UMA ALTERNATIVA NUTRICIONAL RENTÁVEL
Vitor Luiz Molesse Zootecnista, Mestre em Nutrição e Alimentação Animal - UDESC
Ouso de subprodutos de agroindústrias na formulação de dietas de ruminantes pode ser uma estratégia para reduzir o custo de produção, bem como, uma oportunidade e ferramenta que possibilita a pecuária sustentável, devido a capacidade de os ruminantes converterem insumos não comestíveis em proteína de alto valor (carne e leite).
Caroço de algodão (36,4%); Polpa cítrica granulada (27,3%);
Casca de soja (21,2%) e
Casca de algodão com alto teor de óleo (15,1%).
Na região Sul, por questões logísticas e econômicas, o caroço de algodão não possui uma utilização expressiva, diferente da média nacional relatada por Pinto e Millen (2018). Isso faz com que exista a necessidade de explorar coprodutos regionais, os quais possam viabilizar seu uso, por conta do seu baixo custo. Isto posto, enfatiza o potencial do resíduo de bagaço de uva na região sulina brasileira.
De modo geral, este resíduo é caracterizado pela alta concentração de fibras e sua baixa digestibilidade, assim como grande quantidade de extrato etéreo. Contudo, podem sofrer alterações de acordo com mudanças nas participações das partículas (Tabela 1).
Figura 1 - Resíduo de bagaço de uva in natura. Fonte: O próprio autor (2021)Fonte: Elaborado pelo autor (2022); * Dados não publicados
DISPONIBILIDADE DO RESÍDUO
O Brasil possui cerca de 75.622 hectares de área de cultivo destinados à produção de uva (IBGE, 2021) e produção por safra de 1.748.197 toneladas de uva in natura (IBGE, 2021). Em destaque, a região Sul dispõe de uma grande área de videiras, sendo que em 2021 esta região foi responsável por produzir cerca de 1.056.985 toneladas, ou seja, 60,46% da produção total nacional.
Com base nos dados do IBGE, Mello e Machado (2021) estimaram que cerca de 46,72% da produção total de uva foi destinada a processamento, ou seja, cerca de 493.823,39 toneladas de uva foram processadas, qual gera cerca de 123.455 toneladas de resíduo de uva.
Tabela 1 - Composição bromatológica da biomassa secundária da uvaUSO DE RESÍDUO DA UVA COMO INGREDIENTE NA NUTRIÇÃO PECUÁRIA
Os primeiros relatos na utilização do resíduo de uva na nutrição bovina foram na década de 80 (FAMUYIWA, 1982).
Em ruminantes, esse resíduo tem sido alvo de recentes estudos com várias finalidades, os quais mostram ter diversos efeitos positivos, como:
Menor dependência de cerais comuns no sistema de produção; 1 2 3 4 5 6 7 8
Redução da emissão diária de CH4;
Maior e ciência na utilização de N;
Modulação da resposta in amatória;
Incremento da imunidade;
Melhora no status antioxidante no fígado, intestino e sérico;
Aumento da vida de prateleira da carne;
Modulação do per l de ácidos graxos da carne;
Para garantir o sucesso na utilização do RBU na alimentação animal é necessário bom planejamento, armazenamento adequado e o uso com critério, obedecendo suas franquezas e limitações nutricionais. Além disso, como ponto crucial é necessário a verificação da disponibilidade e sazonalidade do produto.
1) Bom armazenamento
Pode ser feito em silos do tipo trincheira ou superficial, revestidos por lonas específicas para armazenamento de alimentos volumosos, comumente utilizados nas silagens de milho e sorgo. A boa vedação e compactação são essenciais para evitar a deterioração do material.
2) Fluxo de retirada do material
O silo deve ter um bom dimensionamento, pois o volume a ser fornecido aos animais por dia não é grande. É importante que o silo tenha um painel compatível para a retirada de 30 cm do material por dia, para evitar a deterioração.
3) O nível de inclusão na dieta dos animais
A escolha da quantidade que será fornecida ao animal é preponderante e determinante dos resultados. A dose segura de inclusão deste resíduo é de 10% a 15% da MS da dieta total. De forma prática, a quantidade a ser fornecida ao animal se dá em função do seu consumo de matéria seca (CMS) em relação à dose máxima estipulada de 15% (Tabela 2).
Tabela 2. Como calcular a quantidade máxima que pode ser fornecida de resíduo de uva para bovinos de corte.
1 Cálculo: CMS total x 15%; 2 Cálculo: CMS do resíduo x 100/ MS do resíduo (neste caso, 40% de MS)
ESTUDO NO BRASIL COM RESÍDUO DE UVA
Os recentes resultados da dissertação, publicados na revista Animal Feed Science and Technology, fazem parte do primeiro estudo conduzido e publicado nas condições da pecuária brasileira.
Este estudo teve por objetivo avaliar se a inclusão de 100g/kg do resíduo de uva como fontes de fibra dietética alternativa ao farelo de trigo e casca de soja tem efeitos positivos sobre o desempenho de crescimento, saúde animal, qualidade da carne e viabilidade econômica de novilho em confinamento.
Dentre os resultados podemos destacar que a substituição do farelo de trigo e da casca de soja pelo resíduo de uva não afetou o desempenho de crescimento dos animais (Gráfico 1), melhorou a saúde animal, com atenuação de proteínas de fase aguda (Gráfico 2) e melhorou a receita sobre os custos alimentares (Gráfico 3).
Gráfico 1. Ganho de peso de novilhos alimentados com dieta tradicional de confinamento e com dieta contendo silagem de bagaço de uva.
Gráfico 2. Concentração de ceruloplasmina de novilhos alimentados com dieta tradicional de confinamento e com dieta contendo silagem de bagaço de uva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reinventar-se nutricionalmente é um dos grandes desafios dos profissionais que trabalham com nutrição de bovinos de corte. O aumento na alimentação confinada demandou e demanda de novas técnicas e metas para otimizar o processo e garantir o sucesso até o produto final. Cabe a nós, nutricionistas e profissionais da produção animal, estarmos abertos às diversas oportunidades que nos cercam.
Gráfico 3. Receita sobre os custos de alimentação de novilhos alimentados com dieta tradicional de confinamento e com dieta contendo silagem de bagaço de uva.
Por fim, salienta-se que o uso deste resíduo da uva, como qualquer outro resíduo, indispensavelmente requer de conhecimento, cautela e critérios, para que possam realmente alcançar os objetivos propostos na utilização, sendo necessária uma análise custos, para verificar a viabilidade econômica e possibilitar a pecuária sustentável.
Uso de bagaço de uva na nutrição de bovinos de corte: uma alternativa nutricional rentável
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SOLUÇÕES AOS EFEITOS DELETÉRIOS DE MICOTOXINAS COMBINADAS PARA PRODUÇÃO E SAÚDE DE AVES E SUÍNOS
Gerente Técnica e de Vendas para América Latina - YesSinergy
Acontaminação de alimentos por fungos influencia o valor nutricional, a palatabilidade e representa um sério risco de micotoxicose para os animais.
Considerando que as rações são compostas principalmente por grãos, os animais estão expostos por longos períodos a esses contaminantes, principalmente por aflatoxina B1, deoxivalenona (DON), zearalenona (ZEA), ocratoxina, tricotecenos e fumonisina B1, que são as principais micotoxinas encontradas nos grãos. (Magnoli et.al., 2019).
Todavia, já é sabido que não existem níveis de tolerância dos animais às toxinas produzidas por fungos, uma vez que estas estão presentes concomitantemente nos alimentos, apresentando efeitos sinérgicos entre elas, ou ainda atuando de maneira sinérgica nos mesmos órgãos que outras patogenias.
Isso significa que pequenas quantidades de fumonisina por exemplo, podem aumentar a intensidade de lesões causadas por E Coli, Salmonelas sp. entre outras (Pierron et al, 2016; Grenier e Applegate, 2013).
Por esta razão, gradativamente afunilam-se as opções de adsorventes de micotoxinas utilizadas como controle e mitigação dos efeitos nocivos, uma vez que os adsorventes precisam ser cada vez mais completos e eficazes.
A YES conta com o FIX Fusion, uma solução com ampla proteção à fumonisinas e aflatoxinas. Como forma de comprovação de eficácia, um estudo foi realizado no instituto Samitec (2023) com alta contaminação para observações dos efeitos deletérios e a eficácia do adsorvente em relação ao tratamento desafiado com micotoxinas.
Sendo assim, o experimento foi realizado com:
Um grupo controle sem nenhuma contaminação,
3 grupos contaminados com 1ppm de aflatoxinas e 50ppm de fumonisinas.
Sendo que o primeiro teve o objetivo de observar os efeitos deletérios dessa combinação de toxinas sobre o desempenho zootécnico de frangos machos Cobb até 42 dias de idade, os outros dois grupos avaliaram a solução da YES e uma solução comum do mercado.
Como resultados, o grupo contaminado com micotoxinas sem a utilização de aditivo apresentou redução no ganho de peso e no consumo de alimentos, afetando negativamente a conversão alimentar (CA) em 5%.
Já o grupo que utilizou o FIX Fusion foi capaz de mitigar em 40% o impacto na CA. O peso relativo do fígado foi afetado em 67% para o grupo contaminado por micotoxinas e o grupo com a solução da YES reduziu em 11% este impacto.
O produto comumente encontrado no mercado mitigou em 1% o efeito deletério da CA e em apenas 6% no peso relativo do fígado, que indica o grau de comprometimento da função hepática desses animais.
alimentar dos frangos de corte alimentados com dieta contendo micotoxinas, suplementada ou não com FIX FUSION ou aditivo antimicotoxinas concorrente, por 42 dias.
Sendo assim, FIX FUSION apresenta-se como uma proteção economicamente acessível capaz de reduzir consideravelmente os efeitos deletérios da contaminação por fumonisina e aflatoxina podendo ser aplicado em dietas de animais sob baixo e médio riscos de contaminações, nas fases de crescimento e terminação.
- Peso relativo de fígado dos frangos de corte alimentados com dieta contendo micotoxinas, suplementada ou não com FIX FUSION ou aditivo antimicotoxinas concorrente, por 42 dias.
Por outro lado, no caso de riscos altos, fases iniciais/desenvolvimento ou riscos associados a outras micotoxinas como Zearalenonas, Tricotecenos como Deoxinivalenol e T2, além de Fumonininas e Aflatoxinas, o FIX HP, que conta com estratégias ainda mais diferenciadas de adsorção para estas e outras micotoxinas, incluindo protetor hepático e agente antioxidante apresentando efeitos de melhor desempenho zootécnico e menores danos a imunidade, gerados por esses tipos de toxinas.
O grupo contaminado, teve seu desempenho zootécnico piorado em consumo de alimentos e ganho de peso, afetando negativamente a CA em 5%. Já o grupo que utilizou a ferramenta de proteção FIX HP, diminui em 6,1% o impacto deletério na CA.
No Instituto Samitec, 2022, três tratamentos foram analisados, sendo um controle e 2 contaminados pela combinação de 1 ppm de aflatoxinas, 50ppm de fumonisinas.
O peso relativo do fígado foi afetado negativamente em 6% e o grupo com FIX HP teve apenas 2% de efeitos deletérios no fígado. Nesta prova foram avaliados danos histopatológicos em fígado e Bursas de Fabricius a fim de conhecer os efeitos sobre a imunidade.
Oitenta e dois por cento (82%) dos animais do grupo contaminado apresentaram danos em histologia hepática e 75% deles nas Bursas de Fabricius. O grupo contaminado que utilizou o FIX HP teve apenas 47% dos animais com lesões hepáticas e 31% nas Bursas de Fabricius.
Em suínos a mesma solução foi aplicada a grupos de marrãs de 30 dias contaminados com 1,5ppm de Zearalenona por 21 dias, apresentando redução de 16% nos efeitos deletérios aos órgãos reprodutivos destes animais.
dieta contendo zearalenona, suplementada ou não com FIX HP, por 21 dias.
Desta forma o FIX HP apresenta-se como uma ferramenta completa de proteção para todas as micotoxinas de importância, economicamente viável, protegendo sanitariamente aos animais e otimizando a produtividade.
Soluções aos efeitos deletérios de micotoxinas combinadas para produção e saúde de aves e suínos
Escore de Condição Corporal (ECC) é uma escala com variação de 1 a 5 pontos Figura
1, proposta por Edmonson e colaboradores (1989), onde verifica-se em vários pontos do animal sua condição nutricional, com base na avaliação visual e tátil. É uma medida subjetiva, que classifica os animais em função da massa de gordura e da cobertura muscular Figura 2. É preferível que animais em período seco possuam o ECC de 3,5 a 3,75, acarretando menores probabilidades de distocias e doenças metabólicas. Durante a lactação o ECC ideal pode variar em função da fase de lactação, como pode ser observado na Figura 3.
Vista traseira (corte seccional) das huberosidades isquiáticas
Figura 1. Escore de condição corporal.FASES DO PERÍODO SECO
A fase inicial (FI) É composta pelos primeiros 30 dias após a interrupção da ordenha. Ele se estende até a terceira semana que antecede o parto, onde ocorrerá a involução completa dos alvéolos da glândula mamária e absorção do leite residual. Esta etapa é essencial para promover o descanso do úbere e renovação celular para obtenção de uma nova lactação saudável e produtiva.
É importante ressaltar que os cuidados com a alimentação nesta fase são de suma importância, visto que devem ser dietas baseadas em volumosos com
A segunda fase, ou seja, fase final (FF) corresponde as três semanas que antecedem o parto, conhecido também como período de transição. São considerados os dias mais críticos, onde a vaca passa por mudanças anatômicas, comportamentais, fisiológicas e endócrinas, preparando a mesma para o parto e lactação.
Figura 3. Variação do ECC de acordo com a fase de lactação.Outro agravante neste período é a baixa capacidade de consumo de alimentos, visto que o rúmen é comprimido pelo feto conforme seu desenvolvimento.
Vacas e novilhas tem o consumo de matéria seca (CMS) reduzido nas últimas três semanas, sendo de aproximadamente 1,7% e 1,5% do peso corporal (PC), respectivamente, podendo chegar a 1,2% do PC próximo ao parto. Novilhas possuem diferentes demandas de nutrientes comparado à vacas adultas, pois ainda apresentam desenvolvimento corporal; portanto, o ideal é fornecer dieta específica para animais desta categoria.
Na FF, os animais devem receber dietas especificas por, pelo menos, três semanas que antecedem o parto, conhecidas como dieta aniônica ou dieta pré-parto. Esta tem o objetivo de preparar o animal para o momento do parto e nova lactação, possuindo característica acidogênica ou aniônica e incremento ascendente em energia.
Dietas acidogênicas ou aniônicas são utilizadas no período de transição (pré-parto) e apresentam baixa quantidade de cátions em relação a ânions, ou seja, uma relação negativa cátion – ânion (DCAD).
Tem como função promover uma leve acidose metabólica, com o intuito de restaurar a sensibilidade dos tecidos, tendo assim uma maior resposta aos receptores de paratormônio (PTH), hormônio responsável para a mobilização de uma maior quantidade de cálcio do organismo (ossos) e reabsorção de maiores quantidades de cálcio no intestino.
A finalidade da implantação de dietas acidogênicas no pré-parto é reduzir o acometimento e severidade da hipocalcemia, assim como auxiliar no controle de ingestão excessiva de calorias, regulando o ganho de tecido adiposo e condição corporal.
Qual a importância de fornecer dietas ricas em energia? é importante aumentar a concentração de nutrientes da dieta, pois há o aumento da exigência energética e proteica no período de transição, visto que há uma grande demanda de nutrientes pelo feto e diminuição no CMS.
Neste período é muito importante adaptar o rúmen do animal aos ingredientes que serão oferecidos no início da lactação.
Assim, haverá menor incidência de acidose ruminal e deslocamento do abomaso, visto que o rúmen já estará adaptado a nova dieta.
O aumento da demanda de energia no período de transição juntamente com a diminuição do consumo de matéria seca leva o animal a um quadro de balanço energético negativo, tornando a vaca mais propensa a distúrbios metabólicos (hipocalcemia e cetose), devido ao seu estado imunológico fragilizado.
Conhecida também como febre do leite, se manifesta pela baixa concentração de cálcio e cálcio ionizável no sangue. Ocorrendo geralmente cerca de 24 a 72 horas após o parto em vacas leiteiras devido à grande demanda da molécula no organismo. Causa grande impacto na atividade leiteira, causando prejuízos significativos ao produtor e ainda pode acarretar o acometimento de doenças imunossupressoras.
A imunossupressão é uma das causas do aumento da prevalência de infecções pós-parto (mastite e metrite), que pode ser ocasionada pelo aumento na secreção de hormônios próximo ao parto e diminuição do consumo de nutrientes. A metionina é um exemplo de suplementação que diminui esses impactos, melhorando a função imunológica das vacas.
Ela ocorre com o aumento de ácidos graxos livres (AGL) ou ácidos graxos não esterificados (AGNE) no plasma sanguíneo, devido a mobilização de gordura corporal com baixos níveis de glicose e
Aumentar a energia da dieta no período pós-parto resultará em maior consumo de matéria seca.
Somadas as mudanças do animal, podemos ainda ter fatores externos como: mudanças no manejo, condições de alojamento, estresse calórico, espaçamento de cocho, alimentação e outras enfermidades.
O monitoramento e as avaliações diárias desses animais são essenciais para que se possa identificar precocemente a ocorrência de distúrbios e definir a melhor alternativa para contornar as adversidades
Realizar um período seco e de transição com devida atenção é o ponto determinante para a performance produtiva e reprodutiva das vacas leiteiras, considerando que tudo que acontece com os animais nesse período é refletido a curto e longo prazo em sua produção de leite e reprodução.
Animais que apresentam algum problema de saúde durante esse período tem menor fertilidade até os 150 dias de lactação.
O PAPEL DA NUTRIÇÃO NA MELHORIA DA PRODUÇÃO DE PEIXES NO BRASIL
Wilson Massamitu Furuya1,2,3, Thais Pereira da Cruz1, Larissa Dal Col Calado2, Aline Victoria Sampaio2, Mariana Vieira Feldhaus2, Valéria Rossetto Barriviera Furuya1,3
1Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil
2Curso de Zootecnia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, Brasil.
3Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, Brasil
Anutrição adequada é crucial para otimizar a produção de peixes. A alimentação adequada permite aos peixes obter os nutrientes necessários para o crescimento, reprodução, qualidade da carne, além de manter a saúde dos peixes.
A nutrição de peixes tem como base a compreensão das exigências nutricionais específicas da espécie, que pode variar de acordo com a fase de desenvolvimento e ambiente de cultivo.
Os principais nutrientes que devem estar presentes na dieta dos peixes incluem proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais.
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
As proteínas são necessárias para o desenvolvimento muscular dos peixes, enquanto os lipídios são importantes para o armazenamento de energia e a manutenção das funções metabólicas do organismo.
Os carboidratos também são uma fonte importante de energia, principalmente para peixes onívoros e herbívoros. As vitaminas e minerais são necessários em quantidades menores, mas são fundamentais para manter a saúde do peixe, além de prolongar o tempo de prateleira do pescado.
RAÇÃO PERSONALIZADA
Os peixes exigem diferentes níveis de energia e nutrientes em diferentes fases de desenvolvimento. A falta ou excesso de nutrientes na dieta pode resultar em perdas econômicas e problemas de saúde, crescimento insuficiente, efeitos negativos na reprodução e até mesmo na mortalidade dos peixes.
A formulação de rações é uma parte crítica da produção de peixes. Os produtores de peixes geralmente trabalham em estreita colaboração com nutricionistas para desenvolver rações equilibradas que atendam às exigências nutricionais da espécie de peixe em criação, considerando também o ambiente de criação e exigências do consumidor. A formulação personalizada de ração pode ser necessária para atender às exigências nutricionais específicas de uma espécie considerando o ambiente de específico de criação dos peixes. Uma dieta balanceada customizada para os peixes pode aumentar a produção, o que pode levar a uma resposta econômica positiva para os produtores.
Isso ocorre porque uma dieta bem formulada pode melhorar o crescimento e a taxa de conversão alimentar dos peixes. Além disso, uma dieta personalizada pode melhorar a taxa de reprodução e o rendimento de filé, aumentando a produção e a receita para os produtores.
TAXA DE CONVERSÃO ALIMENTAR
A nutrição é importante na aquicultura porque é um dos principais fatores que afeta a taxa de conversão alimentar.
Uma dieta balanceada melhora a taxa de conversão alimentar, ou seja, diminui a quantidade de ração necessária para produzir um quilograma de ganho em peso de peixe. Isso reduz o custo de produção e minimiza o impacto ambiental da aquicultura.
É importante monitorar e corrigir a taxa e frequência de alimentação dos peixes. Por isso, novas tecnologias foram desenvolvidas para o monitoramento remoto da alimentação, além de comedouros automáticos que permitem o fracionamento da alimentação em diversas refeições, objetivando otimizar a taxa de conversão alimentar e reduzir o desperdício de alimentos, além de reduzir o impacto ambiental resultante da criação de peixes.
DIGESTIBILIDADE E ADITIVOS
A qualidade e a digestibilidade dos alimentos também são importantes na produção de peixes. As rações de peixes devem ser monitoradas para possuírem qualidade inferior com presença de fatores antinutricionais e toxinas, o que pode afetar negativamente a saúde e o desempenho dos peixes.
Além disso, alimentos que não são facilmente digeridos pelos peixes podem resultar em uma maior quantidade de resíduos no ambiente de cultivo, levando a problemas de qualidade da água.
Os ingredientes utilizados na alimentação dos animais cultivados também afetam a sustentabilidade da aquicultura. A utilização de coprodutos e alimentos alternativos, como algas ou proteína de insetos, pode reduzir a pegada ambiental da produção de rações e minimizar o impacto ambiental da aquicultura.
Além disso, a utilização de enzimas exógenas, óleos essenciais e aminoácidos funcionais, acidificantes, minerais orgânicos contribuem para a garantir a segurança alimentar e a disponibilidade de alimentos para uma aquicultura mais eficiente e sustentável.
NUTRIÇÃO E QUALIDADE DA CARNE
A nutrição também tem um impacto significativo na qualidade da carne de peixe produzida. A qualidade da carne de peixe pode ser influenciada por fatores como a composição da dieta, a saúde dos peixes e as condições ambientais em que são criados.
PROCESSAMENTO DA RAÇÃO
A qualidade da carne de peixes é influenciada pela nutrição. A composição da dieta dos peixes pode influenciar a quantidade e a qualidade da gordura intramuscular, que é um fator importante na qualidade da carne para consumo humano.
A nutrição adequada também pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo, melhorando a qualidade da carne de peixes. Além disso, a nutrição também pode influenciar a textura, sabor e aroma da carne de peixes, afetando diretamente a aceitação do consumidor. Por exemplo, uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 pode melhorar o sabor e a textura da carne de peixes, tornando-a mais atraente para os consumidores.
É importante que os fabricantes de ração assegurem além do balanceamento para atender as exigências nutricionais, que a ração produzida possua elevada estabilidade física em meio aquático. Além disso, devem considerar o adequado tamanho e aceitabilidade das rações pelos peixes.
Para tal, a escolha dos alimentos, regulagem do moinho, extrusor e secador devem ser considerados rigorosamente ajustados e monitorados durante o processamento da ração.
Por isso, novas tecnologias continuam sendo constantemente introduzidas nas fábricas de rações. Como tecnologia inovadora no mercado nacional, destaca-se a produção de ração micro extrusada, que além de permitir uma alimentação mais eficiente com otimização da taxa de conversão alimentar, permite maior crescimento dos peixes com menor impacto ambiental.
NUTRIÇÃO E AMBIENTE
A produção aquícola pode ter impactos ambientais significativos, como a contaminação do solo e da água. A nutrição pode ajudar a minimizar esses impactos, reduzindo a quantidade de nutrientes excretados pelos peixes, além de melhorar a taxa de conversão alimentar. Uma dieta balanceada reduz a quantidade de nutrientes excretados, minimizando a contaminação da água.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destaca-se a disponibilidade de enzimas exógenas para aumentar a disponibilidade de nutrientes das rações, principalmente as elaboradas com base em proteína de origem animal.
Por exemplo, a fitase possui ação direcionada para aumentar a disponibilidade do fósforo dos alimentos de origem vegetal, mas possui ação positiva sobre a disponibilidade de outros minerais e aminoácidos, além de aumentar a quantidade de energia digestível da dieta.
Atualmente, a disponibilidade e fitase líquida permite a adição da enzima após os processos de moagem, extrusão e secagem da ração, garantindo a atividade da enzima suplementada.
A nutrição é um fator crucial para a produção de peixes e tem uma relação direta com a resposta econômica da atividade. Uma dieta balanceada melhora o crescimento e taxa de conversão alimentar dos peixes, reduz a taxa de mortalidade, melhora a qualidade da carne e aumenta a produção, o que leva a resposta econômica positiva para os produtores.
Rações personalizadas otimizam a produção, permitindo uma nutrição com maior precisão, com maior retorno econômico, além de assegurar maior sustentabilidade ambiental da atividade.
O papel da nutrição na melhoria da produção de peixes no Brasil
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QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A SAÚDE HEPÁTICA E A PRODUTIVIDADE?
MVZ Luisa F Rivera G. Gerente Técnica e de Marketing da Nuproxa SuíçaOfígado, um órgão fundamental para o desempenho produtivo dos animais. A necessidade de melhorar os indicadores de produção, principalmente em animais com alta taxa metabólica, com programas de nutrição e linhagens genéticas cada vez mais exigentes, permitiu a evolução dos produtos naturais e/ou fitobióticos, que são utilizados como aditivos de uso constante nas formulações nutricionais de várias espécies de importância zootécnica.
Os animais enfrentam desafios constantes com seu metabolismo hepático, como no caso de intoxicações por processos de oxidação-redução, hidrólise e conjugação, no metabolismo de antibióticos, por toxinas endógenas produzidas pelo próprio animal, como amônia, pigmentos biliares e produtos residuais de células sanguíneas.
Da mesma forma, as toxinas exógenas de grãos contaminados, óleos oxidados e diferentes xenobióticos encontrados no ambiente são fatores que afetam o desempenho dos animais.
As doenças infecciosas também desempenham um papel importante na redução da produtividade, como as infecções virais, incluindo a hepatite por corpos de inclusão e outros tipos de hepatite.
O mesmo se aplica a infecções bacterianas, como septicemias por E. coli, em que os órgãos parenquimatosos são afetados, tifo aviário causado por Salmonella enterica serovar.
Gallinarum e infecções causadas por Pseudomona Aeruginosa, cólera aviária causada por Pasteurella Multocida e em casos de colângio-hepatite, enterite ulcerativa e tuberculose aviária.
E, por fim, devem ser mencionados os distúrbios metabólicos como a síndrome do fígado gorduroso e hemorrágico, comum na produção de poedeiras comerciais e quando ocorrem desequilíbrios nutricionais.
Estes fatores afetam diretamente a produtividade dos animais e impedem que seu potencial genético se manifeste.
Todos estes desafios levam a danos e lesões no fígado.
Todas essas situações têm um grande número de variáveis, o que torna muito difícil controlá-las.
Esta grande variabilidade dificulta garantir a saúde do fígado dos animais e, portanto, a produção ideal de acordo com as exigências genéticas.
O potencial genético máximo só pode ser obtido quando o fígado está trabalhando com eficiência próxima a 100%.
Por outro lado, temos a contaminação por micotoxinas das matérias-primas, a qualidade das gorduras utilizadas na formulação e a variabilidade dos planos de vacinação como fatores que também podem levar a problemas hepáticos.
Por essa razão, a Nuproxa tem trabalhado na pesquisa de produtos fitobióticos que funcionam como melhoradores de desempenho, orientados para permitir a expressão genética adequada de órgãos importantes no desempenho produtivo de animais de produção, como o fígado.
O fígado é considerado um dos órgãos mais importantes devido à sua atividade metabólica com inúmeras funções, incluindo as seguintes:
Armazenamento, metabolismo e transporte de substâncias
Armazenamento de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K); armazenamento e transporte de colesterol, glicogênio e triglicerídeos e participação no metabolismo do ferro, sendo esta uma das funções mais importantes.
Hepatócitos
Excesso de lipídios Disfunção mitocondrial Citocinas Inflamatórias Inflamação
Desintoxicação e excreção
No fígado, é realizado o processo de desintoxicação, que consiste na biotransformação da fase 1 e na conjugação da fase 2, permitindo a eliminação de substâncias residuais do metabolismo de substâncias exógenas e endógenas.
Glândula exócrina
Secreta a bile, uma substância composta de colesterol, ácidos biliares e bilirrubina. É essencial para a emulsificação e a subsequente digestão da gordura.
Glândula endócrina
É responsável pela produção de somatomedinas que medeiam a ação do hormônio do crescimento, hormônios da tireoide, hormônios esteroides como o cortisol e todos os hormônios sexuais, entre outras substâncias. Considera-se que o fígado pode apresentar um desequilíbrio funcional quando ocorrem distúrbios endócrinos.
Proteção imunológica e coagulação
Em um processo inflamatório, a IL-6 é ativada e isso ativa o funcionamento do fígado por meio de proteínas do complemento, lecitina de ligação à manose e células de Kupffer. No processo de coagulação, o fígado produz substâncias como o fibrinogênio, a protombina, a globulina aceleradora e o fator VII, todos os quais requerem a presença de vitamina K.
Além disso, gostaríamos de destacar sua função regenerativa, uma propriedade exclusiva do fígado. A regeneração do fígado é uma forma de resposta ao dano tecidual.
Esse processo de regeneração envolve mediadores da resposta fisiológica, como hormônios, sistemas de complemento, plaquetas, citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1β, IL-6), fatores de crescimento (HGF, EGF, VGF), fatores anti-inflamatórios (IL-10, TGF-β) e receptores Ahr.
O resultado desse árduo trabalho de pesquisa foi um produto inovador e líder em saúde hepática chamado LivoLiv.
O Livoliv é um produto natural composto por uma mistura poliherbal, onde são potencializados os diferentes mecanismos de ação de seus ingredientes ativos, levando a um melhor funcionamento do fígado.
A regeneração do fígado reproduz um modelo fisiológico de resposta ao dano tecidual, com uma primeira fase de preparação dos hepatócitos (G0 - G1), depois uma segunda fase de proliferação (fases S/M do ciclo), terminando com a recuperação do fígado.
O produto é um modulador hepático, que promove o crescimento e o desempenho produtivo dos animais, melhorando a conversão alimentar, otimizando as funções hepáticas, incluindo a digestão, a absorção e a metabolização dos nutrientes.
Ao destacar todas essas importantes funções que são mediadas pelo fígado, a Nuproxa buscou maneiras de manter a saúde hepática ideal para melhorar os parâmetros produtivos de diferentes espécies, como aves, suínos e ruminantes.
Atua como um modulador hepático e ajuda a acelerar a regeneração dos tecidos do fígado.
Ajuda a melhorar a integridade do fígado, o sistema de enzimas do citocromo P450 e neutraliza os efeitos nocivos de micotoxinas, metais pesados, óleos oxidados, antibióticos e outros xenobióticos sobre a saúde e o desempenho da produção.
Otimiza a síntese endógena, a produção e a biodisponibilidade de enzimas digestivas.
Estimula os receptores intestinais de colecistoquinina aumentando sua liberação, otimizando a absorção e a utilização de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), por meio de síntese e biodisponibilidade ideais a partir da bile.
As propriedades antioxidantes do LivoLiv ativam as enzimas glutationa, glutationa redutase, catalase, superóxido dismutase, catalisam a eliminação de radicais livres e promovem a saúde animal.
Diminui a conversão alimentar em aves e suínos, melhora a produção de ovos em galinhas poedeiras ao melhorar a função hepática, a digestão e o metabolismo dos nutrientes.
Melhora a função hepática e a síntese de glicose, mantendo a contagem de células somáticas baixa, maximizando a produção de leite, especialmente nos períodos iniciais e de pico da produção de leite.
Funciona como um tônico hepático em períodos de convalescença ou fraqueza, após qualquer desa o ou doença, após o uso de antibióticos, promovendo o processo de recuperação.
Observe:
O Livoliv é um produto natural que ajuda a modular a função hepática, melhorando o desempenho produtivo dos animais de forma segura e confiável.
Qual é a relação entre a saúde hepática e a produtividade?
O LivoLiv tem funções muito importantes que merecem destaque:
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