Revista nutriNews Brasil 2º Trimestre - 2024

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Vol. 20 núm. 2 (2024)

Brasil celeiro do mundo

PLANEJAMENTO E RESILIÊNCIA: ENFRENTANDO O FUTURO APÓS DESASTRES CLIMÁTICOS

A vida, após eventos climáticos extremos como o que enfrentamos no Rio Grande do Sul, nunca mais será a mesma.

Esse é um fato que todos reconhecemos, especialmente devido à magnitude e recorrência desses episódios.

Diante dessa realidade, é crucial que adotemos uma nova filosofia e lógica de planejamento, especialmente no que tange à infraestrutura de estradas e pontes. Reconstruir nos mesmos locais não é viável, pois os riscos permanecem e as chuvas extremas voltarão a ocorrer. Portanto, precisamos ir além de simples obras de recuperação e investir em contenção e contingência, visando garantir maior segurança à população.

O estado de Rio Grande do Sul se destaca em diversos ramos na produção de animais, e para a nutrição animal não é diferente. Diversas empresas possuem suas fábricas instaladas no estado. Além de ser um expressivo produtor de grãos (a expectativa no início do ano era que o estado voltasse a figurar entre os 3 maiores produtores do país), sendo destaque na produção de milho e soja.

Dessa forma, reativar as operações das empresas é essencial para que a economia volte a girar, oferecendo às pessoas a segurança de seus empregos e salários. Tenho reforçado junto às nossas equipes e produtores a importância de agir com calma, um dia de cada vez, desde preservar vidas até entender o impacto total e planejar o futuro.

Criticar nossos representantes não resolve. Governar, especialmente em tempos de crise, é uma tarefa extremamente difícil. Nenhuma infraestrutura no mundo é projetada para suportar 800 milímetros de chuva em 72 horas. Mesmo assim, é necessário criar contingências e pensar estrategicamente, mantendo a cabeça no lugar.

Nós, enquanto líderes, também precisamos viver a emoção e o luto deste momento caótico, sem perder de vista as implicações financeiras e futuras. A prioridade agora é planejar os próximos passos com serenidade e foco, pois a vida continua e a economia precisa retomar.

Nosso papel é oferecer ajuda dentro de um planejamento coordenado, garantindo que nenhuma família de produtores fique desassistida. Produtores rurais, que sempre trabalharam arduamente para alimentar o Brasil e outros países, agora precisam de nosso apoio. Há uma mobilização de produtores de outros estados para ajudar, e devemos canalizar essa energia de forma positiva e coordenada.

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A revista nutriNews Brasil é uma publicação nacional, editada em português, cujo editorial é direcionado à nutrição animal, incluindo nutricionistas, fábricas de ração e alimentos para animais, instituições de ensino, sindicatos, empresas e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os artigos, bem como informes publicitários não expressam a

publicados sem a autorização dos editores.

Por José Antonio Ribas Jr. Diretor Técnico aviNews Brasil

CONTEÚDOS

Critérios de escolha de alimentos alternativos para uso em formulação de rações - Parte II

Taynara Prestes Perine e Caroline Espejo Stanquevis

Doutora em Zootecnia, docente Universidade

Estadual de Maringá

A importância da saúde intestinal das aves

Equipe técnica Biochem

Opinião do Especialista - Os avanços de tecnologias na formulação de rações e no desenvolvimento de aditivos

Luciano Andriguetto

Consultor em nutrição animal

Dietas expandidas para suínos: aproveitamento de nutrientes

Juliane Kuka Baron1, Brenda Carolina P. dos Santos1, Isabella de C. Dias2, Ana Carolina B. Doi3, Alex Maiorka4

1Graduanda de Zootecnia, UFPR

2 Doutoranda em Ciências Veterinárias, UFPR;

3Mestranda em Zootecnia, UFPR; 4Professor Titular, UFPR

Efeitos do PEPTASAN™ no desempenho e na saúde intestinal de frangos de corte desafiados com Eimeria spp.

Cinta Sol1, Gerardo Villalobos1, Felipe Horta1, Jihwan Lee2 and Woo Kyun Kim2

1 Nuproxa Switzerland Ltd. ;

2Department of Poultry science, Universit y of Georgia, USA

Probióticos, prebióticos e substâncias fitogênicas para otimizar a saúde intestinal em aves - Parte I

Juan D. Latorre1, Sakine Yalçin2, Guillermo Tellez-Isaias1, Hafez M.

42 Tabela de Prebióticos, Probióticos & Outros

Edição Brasil

2 0 42

Perifiton: Complemento alimentar nutritivo e com diferentes potenciais para a aquicultura

Wesley Theodoro; Cíntia Badaró-Pedroso e Fabiana Garcia Instituto de Pesca/APTA/SAA

54

Efeito da farinha do resíduo de silos de armazenagem de grãos na alimentação de larvas de Tenebrio molitor

Magnos Maioli Volpato1 e Rodrigo Borille2

1Acadêmico do curso de Zootecnia, UFSM – Campus Palmeira das Missões;

2Professor do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas, UFSM – Campus Palmeira das Missões.

Microbiota intestinal e sua modulação através da dieta em cães

Lorenna Nicole A. Santos; Eduarda Lorena Fernandes; Heloísa L. Silva; Laiane da Silva Lima; Renata B. M. dos Santos de Souza; Thainá B. de Medeiros; Paula P. Lima, Universidade Federal do Paraná

Interação entre fósforo e cálcio no intestino

Margot Poujol

Gerente técnica PHOSPHEA

ARM & HAMMER: insights globais sobre produção animal aplicados localmente em fazendas da América Latina

Guilherme Minozzo e Jesus Mejia

ARM & HAMMER

Efeito de Uniwall ® MOS 25 na redução de enterobacteriacea em matrizes de corte 62

João Vitor da S. Costa1; Evelin Lurie Sano1; Ana Angelita S. Baptista1; Fabrizio Matté2; Luiz Eduardo Takano2 e Patrick Roieski2 1Universidade Estadual de Londrina

2Vetanco Brasil

CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA USO EM FORMULAÇÃO DE RAÇÕES – PARTE II

Taynara Prestes Perine e Caroline Espejo Stanquevis Docente Universidade Estadual de Maringá

Na última edição pudemos ver um panorama sobre as possibilidades e porquês do uso de alimentos alternativos na nutrição animal. Agora veremos como proceder para a escolha destes ingredientes.

CRITÉRIOS DE ESCOLHA NO USO DE ALIMENTOS ALTERNATIVOS

Dentre os critérios de escolha para o uso dos alimentos alternativos, alguns fatores são levados em consideração, como: preço do alimento, disponibilidade na região e durante o ano todo, qualidade nutricional, fatores antinutricionais, níveis de inclusão, palatabilidade e digestibilidade, viabilidade econômica, pesquisas, sustentabilidade e limitações das fábricas de ração.

Preço

O principal desafio no uso de alimentos alternativos é encontrar alimentos menos onerosos que tenham condições de substituir o milho e o farelo de soja na dieta animal.

Estes alimentos tradicionais se destacam principalmente pela qualidade nutricional e por permitirem altas taxas de inclusão na dieta, enquanto os ingredientes alternativos geralmente possuem uma série de limitações.

Encontrar opções substitutivas ao farelo de soja é o maior anseio, já que a proteína da dieta representa a fração mais cara de uma ração.

É fácil perceber que economicamente a maioria dos coprodutos são menos onerosos do que alimentos tradicionais, entretanto a menor qualidade nutricional, em algumas situações também limita a utilização.

O preço do produto não está relacionado apenas ao custo de produção, mas principalmente à qualidade de sua composição nutricional e nos benefícios em desempenho que o mesmo pode provocar nos animais.

Viabilidade econômica

O estudo da viabilidade econômica alia características do alimento frente a utilização e valor de mercado. Não adianta o alimento ter preço melhor (menor custo) se a inclusão dele não manter a produção.

Disponibilidade na região e durante o ano todo

Os alimentos alternativos tendem a estar disponível em determinadas regiões, sendo que a disponibilidade de grãos e resíduos industriais em abundância torna-se de grande valor econômico valorizando a cadeia.

No entanto, a sazonalidade de alguns alimentos que podem ser utilizados exige uma maior programação para diversificação da dieta.

Grande extensão territorial do Brasil também dificulta o uso de alguns ingredientes que são produzidos em poucas regiões.

Alimentação

Valor nutricional

Para um ingrediente ser utilizado na formulação é necessário conhecer suas propriedades físicas e químicas, pois desta forma é possível otimizar a eficiência de utilização dos alimentos pelos animais.

A composição nutricional do alimento irá definir sua classificação para que possa ser utilizado na alimentação animal. Sendo que alimentos com alto teor de fibra (>18%) são considerados alimentos volumosos e concentrado (menos 18% FB), sendo que o concentrado pode ser proteico (mais de 20% de proteína bruta (PB)) ou energético (menos 20%PB).

Deve ser levado em consideração as limitações existentes para o uso de alguns ingredientes, como problemas de toxidade, manuseio e conservação, características essas que influenciam na qualidade nutricional.

Fatores antinutricionais

São descritos como compostos ou classes de compostos presentes em alimentos de origem vegetal que reduzem o valor nutritivo, interferem na digestibilidade, absorção ou utilização de nutrientes, interferindo na eficiência dos processos biológicos do organismo animal.

O conhecimento da presença de substância nocivas encontrados e sua ação sobre a digestibilidade devem ser estudados a fim de considerar sua utilização – avaliando os limites de inclusão, ou tomar medidas que possam inibir a ação destas substâncias.

Níveis de inclusão

Dependem da natureza química do alimento, da espécie animal a que se destina, da fase de criação e dos custos produtivos.

Alimentos que afetam o consumo, seja por baixa digestibilidade ou alto teor de fibra, os níveis de substituição são inferiores.

Digestibilidade

Alguns alimentos, em algumas espécies, sua composição nutricional interfere na taxa de passagem.

O aumento de fibra para animais não ruminantes acarretará aumento dos movimentos peristáltico, aumentando a taxa de passagem e consequentemente diminuindo o contato com enzimas e absorção.

Outros componentes também podem promover aumento da viscosidade da digesta, levando diminuição do contato das enzimas tendendo a reduzir a digestibilidade dos nutrientes e consequentemente diminui a absorção e diminuição da taxa de passagem, logo ocorre redução no consumo de ração e maior disponibilidade de nutrientes para proliferação microbiana.

Conhecer o coeficiente de digestibilidade é de grande importância na hora da tomada de decisão, isso porque ele ajudará na escolha de acordo com a espécie e o tipo de alimentação a ser produzida.

Escolher alimentos ricos em nutrientes sem conhecer sua taxa de digestibilidade pode colocar em risco a eficiência prática da ração. A baixa digestibilidade na nutrição animal pode fazer com que os animais percam peso e apresentem deficiência nutricional mesmo que os nutrientes estejam presentes.

Pesquisas

As pesquisas com foco nos ingredientes alternativos têm possibilitado utilizá-los, mantendo o desempenho (com redução de custos), para isso a escolha de um alimento alternativo deve sempre estar pautada em resultados de pesquisas consistentes.

Muitos alimentos alternativos atendem bem os critérios de desempenho, bem-estar animal e sustentabilidade do sistema, porém ainda não são viáveis economicamente para produção em escala industrial, como é o caso das farinhas de insetos, que tem sido estudada para a nutrição de aves.

As pesquisas são fundamentais para o desenvolvimento desta cadeia como um todo, buscando analisar a viabilidade econômica da produção ao longo da evolução dos processos de criação dos insetos e industrialização da farinha.

Alimentação

Sustentabilidade

O melhor aproveitamento do alimento consumido pode tornar a atividade ainda mais sustentável, melhorando o aproveitamento da ração, reduzindo a demanda de recursos para produção de proteína animal e, também a perda de nutrientes através das excretas que podem afetar negativamente o meio ambiente.

Como dito, algumas tecnologias vêm sendo utilizadas para maximizar seu uso por melhorar o aproveitamento, como é o caso das enzimas que melhoram eficiência da digestão, diminuem perdas de nutrientes e, consequentemente diminuem a poluição causada pelo excesso de nutrientes nos dejetos.

No Brasil, a pesquisa com o uso de insetos está sendo impulsionada pelas características sustentáveis, pois demandam de pouca energia e água para sua produção, não competem com outras culturas e são capazes de se transformar em biomassa de alto valor nutricional.

Limitações das fábricas de rações

Os desafios não se limitam ao balanceamento de uma dieta eficiente, o uso de alimentos alternativos também se esbarra às limitações das plantas das fábricas de rações para receber e armazenar estes novos ingredientes, sendo necessários disponibilizar silos específicos, ou espaços (em casos de big bags) e até dosadores (para diferentes fontes de gordura).

Portanto, a escolha de uma nova matéria prima depende também da capacidade da fábrica de ração para receber e armazenar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca por alimentos alternativos vem ao encontro da diminuição dos custos da alimentação.

Novos produtos têm surgido no mercado constantemente e estes precisam da pesquisa científica para que sejam consolidados seus benefícios nutricionais ao animal, sua disponibilidade para o mercado e também, sua viabilidade econômica na formulação e na fábrica de rações.

Para garantir a conformidade da utilização destes ingredientes, é essencial verificar as recomendações das tabelas nutricionais disponíveis, além da lista de matérias-primas aprovadas como ingredientes, aditivos e veículos para uso na alimentação animal (IN no 110/2020 – MAPA, alterada pela Portaria no 359/2021 -MAPA que vem sendo atualizada constantemente a fim de adicionar novos produtos ou excluir de acordo com a evolução das pesquisas científicas.

Referências sob consulta junto ao autor

Critérios de escolha de alimentos alternativos para uso em formulação de rações – Parte II

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A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE INTESTINAL DAS AVES

uidar dos animais desde o primeiro dia de vida é uma atividade importante aos produtores de aves de todo o país.

A saúde geral das aves está diretamente relacionada com a saúde intestinal, que por sua vez está relacionada com um balanço positivo da microbiota intestinal.

Para garantir um bom desempenho é importante fazer uso de estratégias que promovam saúde e bem-estar animal, entre essas estratégias os aditivos são extremamente importantes.

Pensando em trazer o máximo de benefícios aos animais, a Biochem apresenta o Programa de Saúde Intestinal Avícola, com ações especificas para cada fase de produção e todos os tipos de aves comerciais, frangos de corte, matrizes, postura comercial e perus.

A estratégia da Biochem com o Programa de Saúde Intestinal Avícola tem como estratégia promover a saúde intestinal das aves desde o incubatório e por todo o período produtivo das aves.

A estratégia do Programa de Saúde Intestinal Avícola conta com três (3) produtos que quando utilizados em momentos corretos e de forma conjunta tem um efeito sinérgico promovendo maior saúde e rentabilidade às empresas, as soluções são:

HatchGel®SP,

B.I.O. Sol e

TechnoSpore®.

1ª ETAPA

A fase inicial do programa acontece já no incubatório com a aplicação do HatchGel®SP e B.I.O. Sol associados que tem uma ação sinérgica, por se tratar de um simbiótico de excelente qualidade promove uma rápida modulação do trato intestinal, apoiando o sistema imunológico, além de apoiar a eficácia dos componentes ativos no intestino e reduzindo problemas de desidratação das aves.

O HatchGel®SP atua como transportador ideal para substâncias aplicadas via oral, como aditivos ou vacinas. O produto tem efeito imunoestimulante, como estabilizador de água e protetor de vacina, prebiótico, além de efeito de coloração verde, para estimular o rápido consumo pelas aves e por se tratar de um gel não causa hipotermia nas aves.

B.I.O. Sol é um probiótico, usado na 1ª etapa do programa quando aplicado no incubatório associado ao HatchGel®SP

Saúde intestinal

2ª ETAPA

A 2ª etapa do programa é a aplicação do B.I.O. Sol nos primeiros três (3) dias de vida da ave na água de bebida, promovendo excelente colonização do trato digestivo com bactérias benéficas, melhorando viabilidade das aves, lotes mais uniformes e rentáveis.

Essa etapa garante uma melhor saúde intestinal e evita desidratação das aves, evita desidratação das aves e promove consumo de ração e assim menor desuniformidade.

3ª ETAPA

Como 3º passo o uso do TechnoSpore®, via ração, ferramenta eficaz para ampliar e garantir bons resultados com zootécnicos e rentabilidade.

O TechnoSpore® é um probiótico que contém uma inovadora e exclusiva cepa de Bacillus Coagulasn (DSM32016) com alta capacidade de produção de ácido lático o que promove uma excelente saúde intestinal, desempenho e menor uso de antibióticos.

Por ser um bacilo o TechnoSpore® pode ser oferecido em rações fareladas e peletizadas, com comprovação de estabilidade térmica e facilidade de utilização em fábricas de ração.

Para mais informações, visite o site da Biochem – www.biochembrasil.com.br

A importância da saúde intestinal das aves

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Luciano Andriguetto Professor de Nutrição Animal - Universidade Federal do Paraná

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

Os avanços de tecnologias na formulação de rações e no desenvolvimento de aditivos

Aprodução animal tem apresentado um avanço vertiginoso, em várias frentes.

Desde a retirada dos antibióticos promotores de crescimento, muito tem se pesquisado com o objetivo de garantir a saúde dos animais e sua consequente eficiência produtiva.

Outro vetor cada vez mais importante é a preocupação com a sustentabilidade da produção animal, buscando reduzir o impacto da atividade. E isso em paralelo com os constantes avanços genéticos. Em suínos, o avanço das linhagens hiperprolíficas coloca um desafio enorme à criação dos leitões, agora menores e mais numerosos.

Inúmeros novos processos e aditivos têm surgido, desde substitutos lácteos UHT prontos para uso, com altíssima digestibilidade, até uma grande gama de aditivos melhoradores de saúde intestinal.

O período da desmama continua sendo o momento de maior desafio, e todas as novas tecnologias trazem alguma melhoria.

O desafio atualmente para o nutricionista e o produtor é o de fazer a melhor combinação de novas tecnologias, buscando sinergias e evitando antagonismos. A expansão sem dúvida é uma ótima ferramenta para melhoria da digestibilidade e palatabilidade das dietas.

Melhor consumo leva a ganho de peso mais rápido, terminando os animais mais cedo. Maior digestibilidade permite melhor conversão alimentar e menor uso dos ingredientes, dois pontos críticos para a sustentabilidade da atividade. Porém alguns pontos precisam ser considerados.

É importante então buscar maneiras de conciliar tecnologias, como aplicação pós-pellet, expansão apenas dos macroingredientes, escolha de novas opções de ingredientes, como os hidrolisados etc.

À medida que aumentam as opções, aumenta a exigência de conhecimento dos nutricionistas, para fazerem as melhores escolhas. E o papel do nutricionista se torna cada vez mais relevante para o resultado da atividade!

Opinião do Especialista BAIXAR EM PDF

Um é o custo do processamento, que deverá ser compensado pelo melhor desempenho, situação esta que dependerá da evolução do custo de energia versus o preço pago pela carne. Nem todo ganho de eficiência nutricional tem necessariamente um resultado econômico correspondente.

Outra questão a considerar é que o processo de expansão pode ser limitante na aplicação de outras tecnologias, como enzimas e probióticos.

DIETAS EXPANDIDAS PARA SUÍNOS: APROVEITAMENTO DE NUTRIENTES

Juliane Kuka Baron¹, Brenda Carolina Pereira dos Santos¹, Isabella de Camargo Dias², Ana Carolina Britto Doi³, Alex Maiorka4

1Graduanda de Zootecnia, UFPR; 2Doutoranda em Ciências Veterinárias, UFPR; 3Mestranda em Zootecnia, UFPR; 4Professor Titular, UFPR

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) (2023), o Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com uma produção estimada em 4,8 milhões de toneladas em 2022.

Ao analisarmos os custos de produção na suinocultura brasileira observamos um comprometimento significativo dos insumos que compõem a ração, principalmente o milho e a soja, que juntos chegam a representar mais de 60% do custo operacional efetivo (COE) (CNA, 2022).

Neste contexto, o processamento de rações possui grande relevância na suinocultura.

Embora possa contribuir para aumentar os custos, técnicas de processamento que aumentam a suscetibilidade à degradação enzimática dos ingredientes alimentares (Nolan et al., 2010), oferecem benefícios tangíveis no desempenho e rendimento de carcaça dos suínos, como evidenciado por estudos como o de Dozier et al. (2010).

Alguns processos, como a trituração, por exemplo, rompem a cutícula, mas, normalmente, têm pouco efeito sobre a matriz proteica ou sobre sua solubilidade.

Uma dessas técnicas é a expansão que tem como finalidade melhorar o aproveitamento dos nutrientes (Teixeira Netto, et al., 2019), pois aumenta a velocidade enzimática da amilase, que é responsável pela hidrólise da molécula de amido em carboidratos mais simples e solúveis, fazendo com que seja absorvida uma maior quantidade de água, o que promove aumento no coeficiente de digestibilidade do ingrediente (Lima et al., 2016).

Esse processo é realizado antes da peletização, por ter influência na melhoria da qualidade do pelete (Teixeira Netto, et al., 2019), podendo ser utilizado tanto na dieta total quanto em ingredientes individuais (Rojas e Stein, 2017).

As barreiras físicas como a cutícula da semente e a matriz proteica que envolve os grânulos de amido, podem dificultar a digestão dos nutrientes.

A utilização mais completa requer um maior grau de rompimento do grânulo de amido, que pode ser obtido por meio do processamento a vapor e por pressão, por isso tratamentos que envolvem umidade, calor e pressão podem aumentar sua eficiência de utilização (Germany, 1992).

Portanto, a expansão resulta em modificações mais intensas nas estruturas físicas dos ingredientes, melhorando a qualidade do pelete e, assim, levando a melhorias no desempenho de crescimento (Nemechek et al., 2015; Muramatsu et al., 2016).

No processamento excessivo, porém, grupos amina livres da proteína reagem com grupos carbonila de açúcares redutores, formando ligações inter e intramoleculares enzima-resistentes, denominada reação de Maillard, reduzindo-se, assim, a solubilidade e a digestibilidade da proteína (Veloso et al., 2005), o que não é desejável no processamento.

Processamento

Entendendo o processo de Expansão

O processamento de alimentos por expansão causa alterações físicas sobre o amido, como a gelatinização que envolve a liberação da amilose e da amilopectina, devido ao rompimento das pontes de hidrogênio, e a ruptura da parede celular, facilitando a digestão enzimática (Van Soest, 1994).

Além disso, apresenta outras vantagens, como a redução de microrganismos patogênicos, inativação de fatores antinutricionais termolábeis, incremento da digestibilidade de componentes da dieta pelo aumento da superfície de contato e melhoria da qualidade sensorial dos alimentos (Veloso et al., 2005).

No método da expansão emprega-se uma temperatura de 90 a 120°C, por dois a três segundos, seguida de uma forte compressão sobre o material. Logo após, o expõe à pressão atmosférica, resultando em um alimento de alta densidade (Fancher, 1996).

No expander a ração é forçada por uma rosca a fluir por um cilindro oco que possui um cone controlado hidraulicamente impedindo parcialmente a ração de sair, criando uma intensa força de atrito e pressão (30 a 40 bar), e com a adição de vapor, há a produção de calor.

A liberação de pressão e evaporação espontânea da água faz com que o material de alimentação se expanda em volume e a temperatura caia rapidamente (Almeida, 2023).

O estudo do processo de gelatinização indica que os grânulos de amido sofrem inchamento e se rompem mais facilmente quando em presença de teores de água superiores a 40% e que há necessidade de aplicação de temperaturas mais elevadas quando o teor de água é mais baixo (Souza et al., 2000).

Nos cereais, a expansão física dos grânulos de amido inicia-se entre 50 e 60°C e, nas leguminosas, entre 55 e 75°C (Mendes, 2002; Mendes et al., 2004).

Porém, há diferenças no grau de gelatinização entre os alimentos, sendo proporcional à quantidade de amilopectina presente, e variando em função das matérias-primas, das condições de processamento e do grau de moagem dos alimentos (Ostergard et al., 1989; Peisker, 1994; Tomas et al., 1994).

Expansão para Suínos

Para avaliar os efeitos da expansão dos ingredientes utilizados na alimentação dos suínos, é fundamental empregar técnicas de análise que permitam estimar a qualidade e a composição dos nutrientes.

A técnica enzimática descrita por Karkalas (1985) é utilizada na mensuração da gelatinização do amido. Segundo Peisker (1994), a faixa ideal de gelatinização é de 35 a 50%.

Um estudo realizado por Veloso et al. (2005), utilizando dietas contendo milho e soja expandidos para suínos em crescimento, demonstrou que a expansão promoveu um incremento da digestibilidade dos extrativos não nitrogenados (ENN), devido à gelatinização do amido.

Este mesmo estudo demonstrou que a digestão enzimática do amido do material expandido libera a fração proteica a ser utilizada pelo animal, com tendência de maior digestibilidade da proteína bruta (PB) no farelo de soja expandido (41,25%), em relação ao farelo de soja não expandido (37,73%).

Nas Figuras 1 e 2 é possível observar a diferença entre os grânulos de amido do milho submetido ou não ao processo de expansão, o que demonstra que se não submetido a expansão, o material tende a apresentar maior quantidade de grânulos intactos.

Já nas Figuras 3 e 4 é observado o farelo de soja e o farelo de soja expandido. Nota-se menor proporção de grãos de amido nesses alimentos e menor grau de gelatinização deles no farelo de soja expandido (Veloso et al., 2005).

Com aumento de 500x.
Figura 2. Microscopia eletrônica de varredura do milho com aumento de 500x.

Em outro estudo, suínos em fase de creche e terminação, utilizando dietas à base de milho e farelo de soja, com ou sem a inclusão de DDGS, tiveram uma melhora significativa do ganho de peso médio diário, da eficiência alimentar e da digestibilidade da matéria seca, do nitrogênio e da energia bruta em dietas que passaram pela expansão.

No entanto, os autores notaram que os suínos alimentados com dietas contendo DDGS demonstraram uma eficiência alimentar ainda mais satisfatória quando submetidos ao condicionamento por expansão (Feoli et al., 2008).

Ao estudar a composição química e o valor nutritivo da soja submetida a diferentes processamentos térmicos para suínos em crescimento, Mendes et al. (2004), encontraram valores superiores de energia digestível para soja integral expandida, em relação ao farelo de soja, 3803kcal/kg e 3583kcal/kg respectivamente.

O mesmo foi encontrado para energia bruta em que a soja integral apresentou valor de 5061kcal/ kg e o farelo de soja de 4204kcal/kg.

Os autores também avaliaram a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e energia bruta e encontraram valores inferiores para a soja integral expandida, o que pode ser atribuído a inadequação do processamento.

Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura do farelo de soja expandido. Com aumento de 500x.
Figura 4. Microscopia eletrônica de varredura do farelo de soja. Com aumento de 500x
Fonte: Veloso et al. (2005)

Peletes de baixa qualidade não resistem às forças de atrito, impacto e pressão ao longo dos processos de armazenamento, de transporte e de expedição da fábrica à granja (Lowe, 2005; Mina Boac et al., 2006).

Como resultado, ocorre a desintegração dos peletes produzindo uma grande porcentagem de finos. Esses finos podem acabar prejudicando o desempenho animal já que o diâmetro geométrico médio é igual ou menor do que a granulometria da ração farelada.

Ao estudar o efeito do processamento térmico no desempenho de crescimento de suínos em crescimento e terminação, Almeida et al. (2021), observaram melhoria no desempenho dos suínos nas fases inicial e crescimento quando os animais foram alimentados com rações expandidas, em comparação aos que receberam apenas ração farelada.

Os autores atribuem esse melhor desempenho até os 128 dias de idade (crescimento) com as dietas processadas em comparação a farelada devido à gelatinização do amido e a desnaturação da proteína (Skoch et al., 1983; O'Doherty et al., 2001; Rojas et al., 2016; Rojas e Stein, 2017).

A expansão é um processo capaz de melhorar o aproveitamento dos alimentos pelos suínos, pela maior disponibilidade dos nutrientes presentes na ração, mas também pelo maior consumo dos animais, devido a melhoria nas características sensoriais, contribuindo assim para a redução dos custos de produção da suinocultura.

Ginste e Schrijver (1998) obtiveram em seu estudo, dados de maior consumo de ração (em média 5,5%) e maior taxa de crescimento (7,8%) dos suínos, quando as dietas alimentares foram submetidas à expansão, o que pode ser atribuído à inativação de fatores supressores do apetite, e à ativação de sabores naturais dos ingredientes (Armstrong, 1993; Peisker, 1994).

Contudo, é fundamental que o processamento seja adequado, para evitar o super ou subprocessamento, que provocam a perda da qualidade nutricional dos alimentos devido à reação de Maillard ou a formação de amido retrogradado, por exemplo, respostas indesejáveis no processamento.

Dietas expandidas para suínos: Aproveitamento de nutrientes BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

EFEITOS DO PEPTASAN™ NO DESEMPENHO E NA SAÚDE

INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE DESAFIADOS COM EIMERIA SPP.

Cinta Sol1, Gerardo Villalobos1, Felipe Horta1, Jihwan Lee2 and Woo Kyun Kim2

1Nuproxa Switzerland Ltd.

2Department of Poultry Science, University of Georgia, USA

Acoccidiose, doença causada por espécies do gênero Eimeria, é uma das doenças economicamente mais devastadoras da indústria avícola.

O resultado da infecção causada por este parasita pode levar a sinais clínicos variáveis, desde diarreia subclínica até casos mais graves com aumento da mortalidade.

O baixo ganho de peso e baixa conversão alimentar gerados por esse quadro, causam perdas econômicas significativas em uma combinação de custos diretos e indiretos:

Custos diretos:

Tratamento e Prevenção: O custo dos medicamentos anticoccidianos e das vacinas utilizadas para prevenir e tratar a coccidiose podem ser substanciais. Isso inclui tanto o custo dos produtos quanto a mão de obra necessária para administrá-los.

Impacto econômico a longo prazo:

Desenvolvimento de resistência: O desenvolvimento de resistência aos medicamentos anticoccidianos cria a necessita do desenvolvimento contínuo de novas soluções e protocolos, levando a um processo lento e custoso.

Cuidados Veterinários: Despesas relacionadas com serviços veterinários para diagnóstico e gestão de surtos de coccidiose contribuem para o aumento do custo global.

Custos indiretos:

Baixo desempenho: As aves infectadas geralmente apresentam diminuição nem sempre perceptível do desempenho, levando à diminuição da produtividade.

Mortalidade: Casos graves de coccidiose podem levar a altas taxas de mortalidade, resultando em perdas diretas no plantel de aves.

Diminuição da produção de ovos: Nas poedeiras, a coccidiose pode causar uma queda significativa da produção e da qualidade dos ovos, afetando a rentabilidade.

Pesquisa e Desenvolvimento: Investimentos significativos são feitos em pesquisa para desenvolver melhores práticas de gestão, vacinas e tratamentos alternativos.

Tradicionalmente, a prevenção e o controle da coccidiose baseiam-se na quimioprofilaxia, em produtos anticoccidianos (coccidiostáticos e coccidicidas) e na vacinação de aves com oocistos selecionados de Eimeria

No entanto, existem várias preocupações associadas ao seu uso:

Resistência a medicamentos:

Desenvolvimento de resistência: O uso contínuo e generalizado de anticoccidianos levou ao surgimento de cepas de coccídeos resistentes aos medicamentos. Esta resistência reduz a eficácia dos tratamentos existentes e dificulta o manejo da doença.

Estratégias de manejo: Para combater a resistência, são recomendadas estratégias como a rotação de diferentes classes de anticoccidianos, o uso de terapias combinadas e a integração de medidas de controle não químicas.

Resíduos em Produtos Alimentares:

Riscos para a saúde humana: Vestígios residuais de anticoccidianos na carne, ovos e outros produtos de origem animal podem representar riscos para a saúde dos consumidores; são necessários intervalos de segurança para evitar este risco.

Normas Regulamentadoras: As agências reguladoras estabelecem limites máximos de resíduos (LMR) para anticoccidianos em produtos alimentícios. Garantir o cumprimento destas normas é crucial para a segurança alimentar.

Impacto Ambiental:

Contaminação: Os anticoccidianos podem entrar no meio ambiente através de dejetos animais, contaminando o solo e a água. Isto pode afetar organismos não-alvo e contribuir para a questão mais ampla da resistência antimicrobiana.

Contaminação cruzada: Para evitar a contaminação cruzada dos alimentos com diferentes anticoccidianos é de grande importante a adequada limpeza e desinfecção das instalações.

Medidas de Mitigação: Práticas adequadas de gestão e tratamento de resíduos são essenciais para minimizar a contaminação ambiental.

Bem-estar Animal:

Uso excessivo e indevido: A dependência excessiva de anticoccidianos pode levar a maus resultados de saúde, desenvolvimento acelerado da resistência e redução do bem-estar dos animais.

Abordagens Alternativas: A incorporação de abordagens alternativas não químicas, tais como produtos poliherbais, pode apoiar o desempenho e a saúde animal, além de reduzir a dependência e a resistência aos anticoccidianos tradicionais.

Conformidade e monitoramento regulatório:

Garantir a conformidade: A monitorização eficaz e a aplicação dos regulamentos relativos à utilização de anticoccidianos são cruciais. Isto inclui o cumprimento dos intervalos de segurança antes do abate dos animais ou da comercialização dos seus produtos.

Normas Globais: A harmonização de normas e práticas globais pode ajudar a mitigar os riscos associados ao comércio internacional e garantir práticas consistentes de segurança alimentar e de saúde animal.

Para responder a estas preocupações, é necessária uma abordagem multifacetada que envolva supervisão regulamentar, práticas industriais e investigação científica para garantir estratégias seguras e económicas para controlar a coccidiose aviária, protegendo ao mesmo tempo a saúde pública, o bem-estar animal e o ambiente.

Em resposta às crescentes preocupações sobre o uso de medicamentos, aditivos sintéticos e resistência na produção avícola, há um interesse crescente em suplementos fitogênicos naturais, o que se alinha com a crescente demanda por produtos de origem animal orgânicos no mercado global.

Estudo científico

Neste contexto, foi realizado um estudo na Universidade da Geórgia, EUA, para investigar os efeitos de PEPTASAN™ (Nuproxa Switzerland), um produto de origem natural, como uma estratégia alternativa aos anticoccidianos sintéticos.

O trabalho avaliou o seu efeito sobre o desempenho, integridade intestinal, contagem de oocistos, expressão de citocinas pró-inflamatórias e no sistema antioxidante ao nível de mucosa intestinal em frangos de corte desafiados experimentalmente com Eimeria spp.

Um total de 288 frangos de corte machos Cobb 500 com um dia de idade foram distribuídos aleatoriamente em 3 tratamentos com 8 repetições por tratamento e 12 aves por bateria durante 28 dias.

Os tratamentos foram: Controle Negativo, CN (dieta basal, não desafiada), Controle com Coccídea, CC (dieta basal desafiada com inoculação de Eimeria spp.) e CC + 500 ppm PEPTASAN™ (PEP).

As aves dos grupos CC e PEP foram inoculadas com 62.500 oocistos de E. acervuline, 12.500 oocistos de E. maxima e 12.500 oocistos de E. tenella no dia 14, e o grupo CN foi inoculado oralmente com a mesma quantidade de PBS

Tabela 1. Resultados de desempenho aos 28 dias.

de ração, 1-28d, g

Conversão

alimentar, 1-28d

CN, Controle Negativo; CC, Controle Coccídea; EPM, Erro Padrão Médio.

A Tabela 1 mostra os resultados de desempenho aos 28 dias, onde as aves do grupo PEPTASAN™ foram significativamente as mais pesadas, com menor conversão alimentar e menor mortalidade.

Como é mostrado na Figura 1, o uso de PeptaSan™ alcançou uma redução significativa na excreção de oocistos (P<0,05) de E. tenella aos 6-7-8-9 dias pós-inoculação (DPI), E. maxima aos 7 e 9 DPI e E. acervulina em 6 DPI (P=0,055).

O grupo CC também apresentou numericamente a maior incidência de lesão grave e pontuação média de lesão alta no duodeno, jejuno e ceco. PeptaSan™ mitigou a incidência de lesões graves e gravíssimas no duodeno e no ceco causadas por Eimeria spp.

Figura 1. Contagem de eliminação de oocistos nas fezes de frangos de corte desafiados com Eimeria spp. * nas barras mostra diferenças significativas em p<0,05.

de oocistos, x105

Figura 2. Efeito dos tratamentos no escore de lesão no 6DPI em frangos de corte desafiados com Eimeria spp. (de 0 = sem lesão macroscópica a 4 = lesão gravíssima, numerosos coágulos sanguíneos, cor e odor característicos). “a-c” letras diferentes dentro das colunas representam diferenças estatísticas p<0,05.

Nas análises de expressão gênica, o desafio com Eimeria spp. aumentou (P<0,05) a expressão gênica de claudina 1 (CLDN-1) e citocinas próinflamatórias - interleucinas IL-1β, IL-6, TNF-α e IFN-γ no jejuno em comparação ao grupo CN; em contraste, no grupo PEPTASAN™, a expressão gênica de CLDN-1 e IL-1β, TNF-α no jejuno foi reduzida (P <0,0001) e aumentou numericamente a expressão da enzima glutationa peroxidase (GPx) no jejuno em comparação ao grupo CC.

Conclusões

O impacto econômico da coccidiose nas aves é significativo, afetando tanto as operações comerciais de grande escala como os pequenos produtores.

Estratégias de gestão eficazes, incluindo boas práticas de biossegurança e o desenvolvimento de tratamentos alternativos, são essenciais para mitigar estes custos e garantir a sustentabilidade e rentabilidade da indústria avícola.

A suplementação com 500 ppm de PEPTASAN™ mitigou efetivamente os efeitos negativos causados pelo desafio com Eimeria spp., se apresentando como uma estratégia nutricional eficiente para melhorar o desempenho e a saúde intestinal de frangos de corte desafiados com coccidiose, assim como melhorar a rentabilidade do sistema como um todo.

CN, Controle Negativo; CC, Controle Coccídea; Pep, PeptaSan.

Efeitos do PEPTASAN™ no desempenho e na saúde intestinal de frangos de corte desafiados com Eimeria spp. BAIXAR EM PDF

EFICÁCIA IN VITRO DE PEPTASANTM

SOBRE A VIABILIDADE DE ESPOROZOÍTOS DE EIMERIA spp.

Cinta Sol, Phd

OBJETIVO

MATERIAL E MÉTODOS

TRATAMENTOS

O objetivo deste estudo foi investigar a eficácia de PeptaSanTM sobre a viabilidade de esporozoítos de E. tenella e E. maxima em ambiente in vitro.

O teste de viabilidade dos esporozoítos foi realizado na Poulpharm (Bélgica), seguindo o procedimento interno estandardizado onde esporozoítos recém-excistados de E. tenella e E. maxima foram expostos a PeptaSanTM e outros produtos como Salinomicina em uma dose efetiva a nível de luz intestinal correspondente a 60ppm de ração. Os esporozoítos viáveis foram contados às 0h, 24h, 48h e 72h.

1. Controle negativo (PBS)

2. Controle de solventes (PBS com 1% de DMSO)

3. Salinomicina (equivalente a 12g/ton diluída em DMSO)

4. PeptaSanTM (equivalente a 500g/ton diluído em DMSO)

DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

RESULTADOS

As avaliações foram feitas às 0h, 24h, 48h e 72h pós-incubação e a redução % de viabilidade foi determinada com base na concentração inicial.

% de redução da viabilidade de esporozoítos de E. tenella na presença de diferentes produtos

% de redução da viabilidade

Horas de incubação PBS

DMSO

Salinomicina

PeptaSanTM

* indicam diferença estatística entre os grupos em cada tempo (p<0,05)

CONCLUSÃO

0 % de redução da viabilidade

% de redução da viabilidade de esporozoítos de E. maxima na presença de diferentes produtos

Horas de incubação

PBS

DMSO

Salinomicina

PeptaSanTM

* indicam diferença estatística entre os grupos em cada tempo (p<0,05)

Para E. tenella observou-se redução similar de esporozoítos viáveis com PeptaSanTM e Salinomicina. Para E. maxima, PeptaSanTM superou a salinomicina com uma redução completa de esporozoítos a 24h, que foi mantida ao longo do tempo. PeptaSanTM mostrou um padrão de redução semelhante para ambas as espécies de Eimeria.

Com base nesse ensaio in vitro, PeptaSanTM mostrou uma forte redução de esporozoítos de E. tenella e E. maxima com eficácia semelhante ou melhor que a Salinomicina. Esse estudo prova objetivamente que PeptaSanTM tem efeito direto sobre as coccidias, reduzindo o número de esporozoítos viáveis para invasão do epitélio intestinal. Em conjunto com estudos anteriores, onde se provaram seus efeitos sobre a mucosa intestinal das aves, o presente estudo prova que PeptaSanTM tem efeitos tanto sobre a causa como sobre a consequência da coccidiose, se mostrando como uma ferramenta interessante para seu controle.

Eficácia in vitro de PEPTASANTM sobre a viabilidade de esporozoítos de Eimeria spp.

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PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS,

E SUBSTÂNCIAS FITOGÊNICAS

PARA OTIMIZAR A SAÚDE INTESTINAL

EM AVES - PARTE I

Juan D. Latorre1, Sakine Yalçin2, Guillermo Tellez-Isaias1, Hafez M. Hafez3 et al.

1Departamento de Ciência Avícola, Universidade de Arkansas, EUA.

2Departamento de Nutrição Animal e Doenças Nutricionais, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Ancara, Turquia.

3Instituto de Doenças Aviárias, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Livre de Berlim, Alemanha.

Apermeabilidade do trato intestinal controla a absorção de nutrientes e o transporte de substâncias extracelulares indesejadas, como bactérias e xenobióticos, além de substâncias não digeridas. Portanto, a saúde intestinal desempenha um papel essencial na patogênese de diversos distúrbios intestinais.

A permeabilidade do intestino é controlada pela microbiota intestinal, secreções digestivas, barreiras físicas (mucina, revestimento de células epiteliais intestinais e junções estreitas) e produtos químicos como as citocinas.

ALTERAÇÃO NA MICROBIOTA INTESTINAL

Em condições normais, a relação simbiótica entre a microbiota intestinal e o hospedeiro determina de forma crucial a saúde intestinal. No entanto, uma alteração na microbiota intestinal pode levar a um desequilíbrio na relação hospedeiromicróbio, o que é denominado “disbiose”.

Vários fatores podem alterar a microbiota intestinal como: fatores antinutricionais em alimentos, metais pesados, substâncias tóxicas, toxinas bacterianas, herbicidas e antibióticos.

Esses impactos podem causar inflamação localizada, infecção extensa ou até envenenamento

Além disso, o epitélio intestinal forma conexões estreitas que atuam como uma barreira biológica que controla o trânsito paracelular de diferentes materiais através do epitélio intestinal, incluindo íons, solutos e água.

Também funciona como uma barreira contra bactérias extracelulares, antígenos e xenobióticos.

BARREIRA INTESTINAL PREJUDICADA

A função de barreira intestinal quando prejudicada, comumente conhecida como “intestino permeável”, é uma condição na qual o revestimento do intestino delgado é danificado, levando à infiltração de conteúdos luminais, como bactérias e seus componentes associados, incluindo toxinas, entre o epitélio células.

Estas condições levam subsequentemente a danos celulares e/ou inflamação do intestino, que é caracterizada por níveis aumentados de endotoxinas derivadas de bactérias no sangue.

Este processo inflamatório consome quantidades significativas de nutrientes e subsequentemente tem efeitos negativos nas respostas metabólicas, particularmente nas respostas imunometabólicas e endócrinas.

Como resultado, o desempenho dos animais é severamente reduzido.

Além disso, observações de campo na Europa mostraram que a indústria avícola enfrentou vários problemas após a proibição dos antibióticos promotores de crescimento (AGP), incluindo impactos negativos no desempenho, aspectos de bem-estar animal e problemas gerais de saúde.

Em resposta à proibição dos AGP, várias alternativas aos antibióticos, tais como probióticos, prebióticos e substâncias fitogênicas têm sido desenvolvidas, testadas, avaliadas e utilizadas para a produção de frangos e perus com frequência crescente.

Nesta revisão discutimos o papel dessas alternativas na manutenção da função intestinal através da modulação da microbiota intestinal e os efeitos relacionados que beneficiam a saúde e a qualidade das aves.

MICROBIOTA INTESTINAL EM AVES

Os microrganismos que vivem no trato gastrointestinal (TGI) dos animais são um excelente exemplo de bactérias benéficas. Na verdade, o TGI abriga uma comunidade microbiana diversificada e abundante que fornece funções essenciais aos seus hospedeiros animais.

Impacto no desenvolvimento e funcionamento

Embora o intestino esteja exposto a componentes da microflora desde o nascimento ou a eclosão, pouco se sabe sobre o seu impacto no desenvolvimento e função saudáveis.

Os microrganismos são mais densamente povoados no TGI do que em qualquer outro órgão.

Os animais desenvolveram a capacidade de hospedar consórcios complexos e dinâmicos de microrganismos ao longo do seu ciclo de vida ao longo de milhões de anos de evolução.

Como resultado, uma compreensão detalhada das contribuições destas comunidades microbianas para o desenvolvimento do hospedeiro e a fisiologia adulta é necessária para uma compreensão completa da biologia dos vertebrados.

Espécies animais, raça, idade, nutrição, ambiente, criação, densidade populacional, stress e medicamentos podem ter impacto na delicada composição da microbiota intestinal. Os fatores que afetam a composição da microbiota intestinal são mostrados na Figura 1.

A maioria destas espécies de microflora intestinal não pode ser cultivada quando removida dos seus nichos, como é o caso na maioria dos ecossistemas complexos.

A colonização dos intestinos das aves já poderia começar durante a embriogênese e progredir para a formação de uma sociedade microbiana complexa e dinâmica.

Com base em princípios estabelecidos durante a história animal, é provável que interações extensas e combinatórias microbianas-microbianas e microbianashospedeiro governem a montagem da microbiota.

Ao comparar roedores livres de germes que foram criados sem exposição a microrganismos com aqueles que desenvolveram uma microbiota desde o nascimento, ou aqueles que foram colonizados com componentes da microbiota durante ou após o desenvolvimento pós-natal, uma variedade de funções do hospedeiro foram influenciadas pelas comunidades microbianas indígenas.

Fatores ambientais

Manejo da fazenda

Criação

Densidade populacional

Temperatura

Fotoperíodo

Ventilação

Manejo da alimentação

Acesso à água e alimentação

Qualidade da alimentação

Manejo da cama

Tipo de cama

Umidade da cama

Nutrição

Composição da alimentação

Ingredientes para ração

balanceada

Tamanho das partículas

Micronutrientes

Enzimas

Intervenções de saúde

Antibióticos promotores do crescimento

Vacinação

Probióticos/Prebióticos

Bioativos vegetais

A microbiota, por exemplo:

Dirige a formação de tecido linfóide associado ao intestino.

Ajuda a educar o sistema imunológico.

Afeta a integridade da barreira mucosa intestinal.

Modula a proliferação e diferenciação de linhagens epiteliais.

Regula a angiogênese.

Modifica a atividade do sistema nervoso entérico.

Desempenha um papel crítico na extração e processamento dos nutrientes consumidos.

Rendimento produtivo

Microbiota intestinal

Saída funcional

Produção de AGCC (Ácidos

Graxos de Cadeia Curta)

Potência metabólica agregada

Exclusão competitiva de patógenos

Composição

Riqueza de espécies

Estrutura e complexidade da população

Equilíbrio entre microorganismos comensais e prejudiciais

Fatores do hospedeiro

Origem genética

Espécie de ave

Tipo (por exemplo, frangos de corte, poedeiras)

Linhagem genética

Sexo

Desenvolvimento e maturação do intestino

Sistema imunológico

Morfologia intestinal

Absorção da microbiota

Saúde intestinal

Assimilação nutricional

Integridade da barreira intestinal

E ciência da resposta imunológica

Equilíbrio in amatório

Susceptibilidade a patógenos entéricos

(E.coli, Salmonella, Campylobacter. C.perfringens)

Figura 1. Fatores que afetam a composição da microbiota intestinal modificados de acordo com Carrasco et al. (a figura foi criada com BioRender.com, acessada em 15 de dezembro de 2021).

Além disso, proteínas e produtos de degradação proteica, substâncias contendo enxofre e glicoproteínas endógenas ou estranhas podem ser metabolizadas pela microflora.

Algumas bactérias até se alimentam de produtos ou intermediários da fermentação bacteriana, incluindo H₂, lactato, succinato, formato e etanol, e os convertem em produtos finais que são novamente secretados no lúmen intestinal, como ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), processo que tem impacto direto na fisiologia intestinal.

Mais de 90% de todas as espécies da microbiota intestinal em humanos e animais pertencem aos filos

Bacteroidetes, Firmicutes e Actinobacteria, outros são Fusobacteria, Proteobacteria, Verrucomicrobia e Cyanobacteria

Nas galinhas, os filos Bacteroidetes e Firmicutes são os representantes mais predominantes no intestino. Em humanos e em vários animais, a relação entre Firmicutes e Bacteroidetes é um marcador associado à saúde/metabolismo.

As espécies de Firmicutes decompõem polissacarídeos e produzem butirato.

As espécies de Bacteroidetes degradam carboidratos complexos e sintetizam principalmente propionato.

Os mecanismos pelos quais as bactérias exercem efeitos no trato gastrointestinal são em grande parte desconhecidos, mas a manipulação destes gatilhos é considerada um meio promissor de alcançar saúde e desempenho ideais.

Nutracêuticos

Supõe-se também que os princípios moleculares que ajudam a modificar e manter o funcionamento fisiológico normal da microbiota intestinal são derivados principalmente dos alimentos e seus suplementos, como os nutracêuticos.

Os nutracêuticos podem incluir:

Nutrientes isolados (vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos graxos);

Produtos fitoterápicos (polifenóis, ervas, especiarias);

Suplementos dietéticos (probióticos, prebióticos, simbióticos, ácidos orgânicos, antioxidantes, enzimas); e

Alimentos geneticamente modificados.

Esses nutracêuticos também auxiliam na prevenção de doenças infecciosas do hospedeiro.

Além disso, surgiram várias bactérias multirresistentes, tornando esta crise global. Serão necessários nutracêuticos para reduzir o uso de antibióticos.

Bactéria ácido láticas

As bactérias ácido láticas têm sido usadas como suplementos dietéticos desde os tempos pré-cristãos, quando os humanos comiam leite fermentado.

Este tema foi analisado cientificamente no século passado, quando Eli Metchnikoff (1845–1916), trabalhando no Instituto Pasteur de Paris, descobriram uma ligação entre a longevidade humana e a importância de manter uma mistura saudável de microrganismos benéficos e patogênicos no intestino.

Os avanços na bacteriologia e a maior disponibilidade de animais livres de germes ajudaram a avaliar o impacto dos ocupantes intestinais recentemente identificados no hospedeiro.

Com base nestes estudos, ficou claro que o Lactobacillus acidophilus não era o único Lactobacillus no intestino, e uma variedade de outras espécies foram examinadas e eventualmente incluídas em formulações probióticas.

Metchnikoff e os seus colaboradores identificaram o ‘bacilo búlgaro’, muito provavelmente Lactobacillus bulgaricus, a partir do leite estragado, que foi utilizado em ensaios subsequentes.

Hoje, esse microrganismo é conhecido como Lactobacillus delbrueckii subespécie bulgaricus, que é uma das bactérias usadas para fermentar o leite e fazer iogurte. Após a morte de Metchnikoff em 1916, o foco do trabalho nesta área mudou para os Estados Unidos.

No final da década de 1940, descobriu-se que os antibióticos adicionados à ração dos animais de fazenda ajudavam no seu crescimento. A necessidade de compreender os mecanismos por trás deste impacto motivou novas pesquisas sobre a composição da microflora intestinal e como ela pode afetar a saúde do animal hospedeiro.

Os principais representantes da microbiota intestinal das aves estão resumidos na Figura 2. Compreender como o intestino amadurece e se desenvolve nas galinhas e como os suplementos alimentares beneficiam o desempenho intestinal aumentará a eficiência alimentar, o crescimento e a saúde geral.

Cultivo (108 -109/g)

Firmicutes

Actinobactérias

Proteobactérias

Molleja (101- 108/g)

Firmicutes

Ceco (1010 - 1011/g)

Arqueias Metanogênicas

Firmicutes/baixo G+C, Bacilos Gram-positivos

Bacteroides/Cytophaga/Flexibacter/ Alto G+C, Bacilos Gram-positivos

Actinobactérias

Proteobactérias

Intestino Grosso

Firmicutes

Proteobactérias

Intestino Delgado (108 - 109/g)

Firmicutes/Baixo G+C, Bacilos Gram-positivos

Cytophaga/Flexibacter /Bacteroides/Alto G+C, Bacilos Gram-positivos

Actinobactérias/Ciano bactérias

Figura 2. Microbiota em galinhas, resumida de Shang et al. (a figura foi criada com BioRender.com, acessada em 15 de dezembro de 2021).

BARREIRA INTESTINAL E JUNÇÕES

ESTREITAS

Os enterócitos são a base da monocamada da mucosa intestinal que protege o hospedeiro do ambiente externo. A Figura 3 mostra um diagrama da barreira epitelial intestinal e algumas interações com a microbiota intestinal.

Os enterócitos são conectados pelas chamadas junções estreitas (TJs), que constituem um cinturão contínuo de contatos íntimos formados durante o processo de montagem de transmembranas integrais (ocludina, claudinas, moléculas de adesão juncional (JAM) e tricelulina) e membranas periféricas. (zonula occludens). -1 (ZO-1), ZO-2 e ZO-3).

As proteínas TJ estão localizadas entre os enterócitos adjacentes, selando o espaço paracelular e regulando a permeabilidade da barreira intestinal.

Portanto, essas proteínas impedem o trânsito de microrganismos, toxinas e outros antígenos da luz intestinal para a circulação sistêmica.

Lúmen intestinal (Barreira microbiológica)

Camada de muco

Camada do epitélio intestinal

Barreira imunológica

Circulação sistêmica

Bactérias

Célula B

A formação e função das junções estreitas são controladas pelas vias de transdução de sinal intracelulars:

Proteína Quinase C (PKC), A (PKA) e Sinalização G (PKG),

Fosfatase-Rho, cadeia leve da miosina (MLC) quinase (MLCK), sinalização MAPK e Fosfatidilinositol 3 quinase (PI3K/Akt).

Enquanto isso, a interrupção das junções estreitas por fatores bacterianos pode ocorrer nas seguintes etapas:

O lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) ativa as células epitelial intestinal e macrófagos;

Essas células secretam citocinas próinflamatórias, como IL-1ß; e

A IL-1β ativa ainda mais essas células e desencadeia a sinalização intracelular, como a p38 MAP quinase, que subsequentemente ativa a MLCK. F

Em última análise, estes processos levam ao aumento da permeabilidade intestinal. Portanto, a síndrome do intestino permeável se desenvolve como resposta a patógenos, privação alimentar e estresse.

Microbiota Intestinal

Proteínas de junção estreita

Macrófagos

Proteínas do Epitélio Intestinal

Proteínas plasmáticas

Células dendríticas

LPS, biomarcadores, metabólitos bacterianos

Translocação Bacteriana

Figura 3. Barreira epitelial intestinal e interação da microbiota intestinal.

BIOMARCADORES RELACIONADOS À SAÚDE INTESTINAL DOS ANIMAIS

As interações entre a função da barreira epitelial, a inflamação intestinal e o ambiente microbiano influenciam a saúde intestinal. Portanto, a descoberta de biomarcadores confiáveis e generalizados para medir a inflamação intestinal e a função de barreira é uma área importante de pesquisa em andamento. Um resumo de alguns dos biomarcadores conhecidos relacionados à saúde intestinal é apresentado na Tabela 1.

Para estudar a saúde intestinal, também é importante desenvolver modelos intestinais inflamatórios com diferentes condições de desafio (fatores antinutricionais, patógenos, toxinas e gatilhos ambientais).

A inflamação também pode estar associada ao estresse oxidativo e a alterações na expressão de genes relacionados ao estresse oxidativo, indicando que o estresse oxidativo pode desempenhar um papel crítico na função fisiológica intestinal.

Uma técnica quantitativa utilizada para avaliar a integridade das proteínas de junção estreita em monocamadas de células epiteliais é a medição da resistência elétrica transepitelial (TEER). A respiração mitocondrial é necessária para manter o TEER, implicando que a oxidação desempenha um papel fundamental na a estabilidade de junções apertadas em células Caco-2.

Segundo Janssen-Duijghuijsen et al., a redução da produção de adenosina trifosfato mitocondrial (ATP) resultou em uma diminuição da permeabilidade intestinal e aumento na expressão dos genes ocludina e claudina-1, mas diminuição na expressão dos genes claudina-2 e claudina-7.

Consequentemente, foi estabelecida uma conexão direta entre a função mitocondrial, o estado energético celular e a integridade intestinal.

Biomarcador de função intestinal

O estresse oxidativo é frequentemente quantificado pelo exame de metabólitos formados durante ou após um processo oxidativo.

Uma enzima antioxidante que desintoxica subprodutos metabólicos prejudiciais e normalmente é medida como um biomarcador é a superóxido dismutase (SOD).

Outros biomarcadores que poderiam ser usados para medir a atividade antioxidante incluem substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), que são metabólitos formados durante a peroxidação; capacidade antioxidante total; e o ensaio de Griess, que utiliza a decomposição de nitritos e nitratos para determinar a concentração de óxido nítrico dentro da célula.

Medição/Função Tipo de Biomarcador

Atividade antioxidante

Expressão gênica de biomarcadores de proteínas do hospedeiro e junção apertada

Atividade Imunológica

Permeabilidade Intestinal

Função dos Enterócitos

Superóxido dismutase (SOD), Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), capacidade antioxidante total

Proteína de ligação a ácidos graxos (FABP), Fibronectina, Ocludina, Zonula ocludens, Claudinas

Proteínas da fase aguda, Calprotectina, Lipocalina, Imunoglobulinas (IgA), Interferon gama (INF-γ)

Dextrano isotiocianato de fluoresceína (FITC-d), Resistência elétrica epitelial transcelular (TEER), Translocação bacteriana

Quinase regulada por sinal extracelular (ERK), Citrulina

Tabela 1. Biomarcadores potenciais para avaliar a saúde intestinal. Adaptado de Chen et al. e Baxter et al.

BIomarcadoresdesaúdeintestinal

Os biomarcadores para avaliação da saúde intestinal também podem estar relacionados ao monitoramento da função intestinal.

A citrulina é um subproduto nitrogenado do metabolismo da glutamina que pode ser convertido em arginina e é produzido principalmente nos enterócitos do intestino delgado.

Os níveis plasmáticos de citrulina têm sido associados à absorção intestinal de marcadores como o manitol em leitões antes do desmame, indicando que a citrulina pode ser usada para controlar a função intestinal.

A quinase regulada por sinal extracelular (ERK) é outro biomarcador que pode ser considerado uma opção porque serve como uma via de sinalização crítica para a proliferação epitelial intestinal e cicatrização tecidual.

Portanto, a atividade sérica de ERK pode refletir perturbação intestinal causada por um estressor.

Biomarcadores relacionados à atividade imunológica

No caso de biomarcadores relacionados à atividade imunológica que podem influenciar a saúde intestinal.

A IgA secretora (SIgA) é um componente crítico do sistema imunológico humoral e a imunoglobulina primária que interage com patógenos na superfície da mucosa. Consequentemente, tem estreita relação com a homeostase do meio intestinal.

Uma citocina pró-inflamatória com propriedades imunoestimulantes e imunomodulador é o interferon-gama (INF-γ).

Esta citocina tem sido associada à endocitose de proteínas de junção estreita. Portanto, tem um impacto viável na permeabilidade intestinal.

Em última análise, é provável que tanto as respostas imunitárias inatas como as adaptativas forneçam biomarcadores viáveis para avaliar a saúde intestinal.

Análise histomorfológica

A análise histomorfológica é outro tipo de avaliação altamente influenciada por um equilíbrio adequado do ambiente intestinal.

A altura das vilosidades, a profundidade das criptas e a relação entre a altura das vilosidades e a profundidade das criptas são parâmetros que podem ser usados para calcular a área de absorção em diferentes seções do intestino e, ao mesmo tempo, ser indicativos da renovação das células epiteliais na barreira intestinal.

Biomarcadoresdepermeabilidade intestinal

A translocação bacteriana e a expressão gênica de TJs, como claudinas, ocludinas e zônula ocludens (ZO-1), são biomarcadores de permeabilidade intestinal usados para avaliar a saúde intestinal.

A translocação bacteriana tem sido associada a doenças como condronecrose com osteomielite em frangos de corte e matrizes. Sugerindo a migração de patógenos entéricos para as vértebras torácicas.

Foi demonstrado que TJs como a ocludina são regulados negativamente em pacientes humanos com doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn) e em galinhas sob condições de desafio nutricional à saúde intestinal, revelando o papel crítico de TJs como a ocludina.

Um conjunto diferente de biomarcadores candidatos inclui proteínas de ligação a ácidos graxos (FABPs), que são acompanhantes lipídicos intracelulares responsáveis por orquestrar o metabolismo lipídico e vias críticas sensíveis aos lipídios em macrófagos e adipócitos.

A FABP2 foi estudada em humanos e galinhas, mostrando uma resposta de regulação negativa quando há lesão na barreira intestinal.

Probióticos, prebióticos e substâncias fitogênicas para otimizar a saúde intestinal na avicultura -Parte I

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Outro biomarcador bem conhecido que tem sido utilizado em aves para avaliar a permeabilidade intestinal é a medição do isotiocianato dextrano de fluoresceína (FITC-d) no soro.

Durante a inflamação intestinal, a ruptura das proteínas TJ permite que a molécula FITC-d se difunda na circulação sistêmica, permitindo a medição deste biomarcador sob diferentes condições desafiadoras, incluindo 24 horas de jejum em frangos de corte.

Alguns biomarcadores não invasivos que estão sendo estudados atualmente em amostras fecais por diferentes grupos de pesquisa são a fibronectina, a calprotectina e a lipocalina. Esses candidatos a biomarcadores mostraram resultados promissores em galinhas; No entanto, também houve inconsistências entre os estudos.

Em última análise, o objetivo é continuar a busca por biomarcadores da saúde intestinal que pode ser facilmente medida a partir de amostras que não requerem alto tempo de preparação ou custo.

EDIÇÃO BRASIL

TABELA PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS & OUTROS 2024

INFORMAÇÃO ADICIONAL

1 Primeiro probiótico do mercado com germinação intestinal comprovada in vivo .

PROBIÓTICOS

TIPO DE USO DOSE

CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

INGREDIENTES ATIVOS

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

2 Probiótico resistente à peletização e ao pH gástrico com germinação precisa no intestino das aves.

3 Ação na modulação da microbiota intestinal, inclusive favorecendo o controle de patógenos como E. coli, Clostridium perfringens e Salmonella spp..

Produto para incorporação em premixes que serão utilizados para produção de rações para frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial. 10 g/ton de ração preparada.

Bacillus subtilis 29784 1x10 10 UFC/g prod

ALTERION NE

4 Favorece a integridade intestinal e possui ação anti-inflamatória promovendo um maior equilibrio da saúde intestinal, diminuindo disbiose e proporcionando aumento dos ganhos zootécnicos.

5 Produto com compatibilidade comprovada com os principais promotores e anticoccidianos do mercado.

500 g/ton de ração preparada.

Produto para incorporação direta em rações de frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial.

Bacillus subtilis 29784 2x10 8 UFC/g prod

ALTERION NE 50

Technospore® é um probiótico criado para melhorar a saúde e o rendimento produtivo dos animais, com uma ampla eficácia contra as bactérias patogênicas. Formulado a partir da cepa Bacillus coagulans DSM 32016, a primeira e única cepa registrada na União Europeia.

Bacillus coagulans (DSM 32016) 2.5 x 10⁹ CFU/g Para todas as espécies e categorias de animais. 400g/ton de ração

Technospore

PROBIÓTICOS

EMPRESA NOME DO PRODUTO INGREDIENTES ATIVOS CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coliAPEC), Clostridium perfringens e ganho de desempenho.

Apresentação: frascos com 50 mL.

In ovo: 10.000 ovos/frasco, aplicando o volume de 0,005 mL por ovo incubado; Via spray: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco; Via água de bebida: reprodutoras, poedeiras e frangos de corte 10.000 doses/ frasco.

Indicado para colonização precoce (incubatório) e/ou recolonização intestinal sempre que necessário (granjas) de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.

Bacillus subtilis 1,0x10

8 UFC/ml Enterococcus faecium 6,0x10

8 UFC/ml Lactobacillus acidophilus 1,0x10

8 UFC/ml Lactobacillus delbrueckii 1,0x10

8 UFC/ml Lactobacillus plantarum 3,0x10

Probiótico de múltiplas cepas, composto por:

8 UFC/ml Lactobacillus reuteri 5,0x10

8 UFC/ml Lactobacillus salivarius 1,0x10

8 UFC/ml Pediococcus acidilactici 3,0x10

8 UFC/ml

Bacillus subtilis, Enterococcus faecium, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus salivarius, Pediococcus acidilactici

Colostrum® Bio 21 Líquido

Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coliAPEC) e ganho de desempenho, através da colonização de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos).

Apresentação: frascos com 50 mL.

Via spray: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco; Via água de bebida: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco.

Indicado para colonização precoce (incubatório) e/ou recolonização intestinal sempre que necessário (granjas) de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.

Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora) , composto por cultura indefinida de microrganismos (CBMAI 1064). Bactérias anaeróbicas totais 1,0x106 UFC/ml Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0x106 UFC/ml

Colostrum® Líquido

INFORMAÇÃO ADICIONAL

Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coliAPEC), Clostridium perfringens e ganho de desempenho.

PROBIÓTICOS

EMPRESA NOME DO PRODUTO INGREDIENTES ATIVOS CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações.

50 a 250 g/t de ração.

Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.

Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.

Bacillus subtilis 1,0x10 8 Enterococcus faecium 6,0x10 8 Lactobacillus acidophilus 1,0x10 8 Lactobacillus delbrueckii 1,0x10 8 Lactobacillus plantarum 3,0x108 Lactobacillus reuteri 5,0x0 8 Lactobacillus salivarius 1,0x10 8 Pediococcus acidilactici 3,0x10 8

Probiótico de múltiplas cepas, co mposto por: Bacillus subtilis, Enterococcus faecium, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus salivarius, Pediococcus acidilactici, dióxido de silício, levedura seca de cana e leite desnatado em pó.

Colostrum® Bio 21 Mix

Objetivos: controle do Clostridium perfringens (Enterite Necrótica) e ganho de desempenho.

Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações.

Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.

Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coliAPEC) e ganho de desempenho, através da colonização de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos).

Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações.

Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.

100 a 500 g/t de ração.

Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.

Probiótico composto por cepa específica de Bacillus subtilis (LOFU-160), dióxido de silício, levedura seca de cana e leite desnatado em pó. Bacillus subtilis 1,0x10 8

Colostrum® BS

100 a 500 g/t de ração.

Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.

Bactérias anaeróbicas totais 1,0x10 4 Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0x10 4 Mananoligossacarídes 370g/kg

Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora) , composto por cultura indefinida de microrganismos (CBMAI 1064), dióxido de silício, parede celular de levedura e leite desnatado em pó.

Colostrum® Mix

Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coliAPEC) e ganho de desempenho, através da colonização intestinal precoce de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos).

PROBIÓTICOS

EMPRESA NOME DO PRODUTO INGREDIENTES ATIVOS CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

Apresentação : saco plástico contendo 10 kg.

Reprodutoras e poedeiras: 2 g/ave; Frangos de corte: 1 g/ave.

Indicado como primeiro alimento de frangos, poedeiras e aves reprodutoras. Pode ser fornecido em caixas de transporte (incubatório) ou no alojamento (granja).

Bactérias anaeróbicas totais 1,0x104 Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0x104 Mananoligossacarídeos 34,4g/kg

Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora) , composto por parede celular de levedura, dióxido de silício, milho integral moído, cultura indefinida de microorganismos (CBMAI 1064), leite desnatado em pó, farelo de soja, farelo de trigo, soro de leite em pó e caulim.

Colostrum® Plus

Objetivos: promove a colonização intestinal com bactérias benéficas da própria espécie, com ação efetiva no controle de diarreias em leitões na fase pós-desmame, proporcionando melhor conversão alimentar, menor taxa de mortalidade e maior ganho de peso.

Diferencial do produto é a presença de bactérias láticas isoladas e selecionadas de animais de alta performance, de granjas com excelentes índices zootécnicos.

Fase de creche: 200 gramas por tonelada de ração. Fase de crescimento e terminação: 50 gramas por tonelada de ração.

Indicado para uso da creche à terminação.

Bacillus sp 1,0x106 Bactérias Láticas Totais 1,0x106

Bifidobacterium lactis 1,0x106

Probiótico de múltiplas cepas, composto por: Bacillus sp, Bactérias Láticas Totais, Bifidobacterium lactis, leite em pó desnatado e levedura inativada.

Colostrum® BioSuis

Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.

Desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesca –SP, com cepas específicas de tilápia-do-nilo.

Melhoria do desempenho zootécnico (ganho de peso, conversão alimentar) e eficiência de utilização de proteínas.

Melhora a saúde intestinal das tilápias, reduzindo os valores de nitrogênio e fósforo no ambiente de criação, mantendo a melhor qualidade da água.

Adicionar 100 gramas por tonelada de ração, para ser misturado em quantidade suficiente de óleo de cobertura a ser aplicado por aspersão sobre os pellets.

Indicado para tilápiado-nilo em qualquer fase do ciclo produtivo.

Bacillus subtilis 1,0x10 8 UFC/g Bacillus velezensis 1,0x10 8 UFC/g Bacillus pumilus 1,0 x10 8 UFC/g

Probiótico de múltiplas cepas, composto por: Bacillus subtilis, Bacillus velezensis, Bacillus pumilus, levedura inativada e dióxido de silício.

Colostrum® Aqua

Apresentação: sacos de 1 e 10 Kg.

Alta estabilidade e resistência à peletização. Elevada velocidade de crescimento no trato gastrointestinal, atividade sobre Quorum Sensing e efeito imunomodulador. Compatível com promotores de crescimento, anticoccidianos e ácidos orgânicos. Aditivo eficiente no programa de controle de patógenos como Clostridium spp., Salmonella spp. e Escherichia coli. Altamente seguro por não possuir genes para a produção de toxinas ou de resistência à antibióticos.

PROBIÓTICOS

100g/t de ração

Uso em ração de aves, suínos e aquacultura.

Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 1 x 10 10

Alta estabilidade e resistência à peletização. Elevada velocidade de crescimento no trato gastrointestinal, atividade sobre Quorum Sensing e efeito imunomodulador. Compatível com promotores de crescimento, anticoccidianos e ácidos orgânicos. Aditivo eficiente no programa de controle de patógenos como Clostridium spp., Salmonella spp. e Escherichia coli. Altamente seguro por não possuir genes para a produção de toxinas ou de resistência à antibióticos.

Alta estabilidade e resistência à peletização. Elevada velocidade de crescimento no trato gastrointestinal. Compatível com promotores de crescimento, anticoccidianos e ácidos orgânicos. Aditivo eficiente no programa de controle de patógenos como Clostridium spp. Altamente seguro por não possuir genes para a produção de toxinas ou de resistência à antibióticos.

500g/t de ração

Uso em ração de aves, suínos e aquacultura.

500g/t de ração

Uso em ração de aves e suínos.

Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 2 x 10 9

Ecobiol 500®

Bacillus subtilis DSM 32315 2 x 10 9

GutCare®

PREBIÓTICOS

Inicial Bezerros: 1 g/cabeça/dia Substitutivo Lácteo: 1 g/cabeça/dia Novilhas: 3 g/cabeça/dia Vacas Secas: 6 g/cabeça/dia Vacas Lactantes: 3 g/cabeça/dia

Bovinos de Leite

EMPRESA NOME DO PRODUTO INGREDIENTES ATIVOS CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)

Recém nascidos até 110kg: 1 g/cabeça/ dia Bezerros: 2 g/cabeça/diaConfinamento: 2 g/cabeça/dia Vacas: 3 g/cabeça/dia

Bovinos de Corte

Matriz: 0.20 kg/Ton de ração

Creche: 0.20 kg/Ton de ração

Crescimento e Terminação: 0.20 kg/ Ton de ração

Suínos

Preparação de RFCs™ (CarboidratosFuncionaisRefinados™)SubprodutosProcessados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras ( Sacc haromycescerevisiae).

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™)SubprodutosProcessados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras ( Saccharomycescerevisiae).

CELMANAX SCP NC

Frangos de Corte: 0.05 kg/Ton de ração

Matrizes Pesadas: 0.05 kg/Ton de ração

Perus: 0.5 kg/Ton de ração

Fórmula Concentrada para mistura em premixeiras e Fábricas de Rações

Aves

Bezerros Inicial: 7g por cabeça por dia

Novilha: 14g por cabeça por dia

Vacas Secas: 56g por cabeça por dia Vacas Leiteiras: 2g por cabeça por dia

Leiteiras

Vacas

Bezerros até 110 kg: 8g/cabeça/dia

Bezerros 110-225 Kg: 14g/cabeça/dia

Confinamento: 16g/cabeça/dia

Vacas: 16g/cabeça/dia

Bovinos de Corte

Matrizes: 2 kg/Ton de ração

Leitões: 2 kg/Ton de ração

Crescimento e Terminação: 2 kg/Ton de ração

Suínos

Preparação de RFCs™ (CarboidratosFuncionaisRefinados™)SubprodutosProcessados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras (Saccharomycescerevisiae).

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™)SubprodutosProcessados de Grãos, Levedura Hidrolizada, Extrato de Levedura e Cultura de Leveduras (Saccharomycescerevisiae).

CELMANAX NC Midds

Poedeiras: 0,5 kg/Ton de ração

Frangos de Corte: 0,5 kg/Ton de ração

Aves

Perus 0,5 kg/Ton de ração

Leiteiras 14-28 g por cabeça por dia

Vacas

Aves 1 Kg / tonelada de ração

Inicial 2 Kg / tonelada de ração

Suínos

Suínos Crescimento 1 Kg / tonelada de ração

Preparação de RFCs™ (CarboidratosFuncionaisRefinados™)biologicamente ativos e bentonita

Preparação de RFCs™ (Carboidratos Funcionais Refinados™)biologicamente ativos e bentonita

BG-MAX

PREBIÓTICOS

INFORMAÇÃO ADICIONAL

IMUNOMODULAÇÃO

Os 1,3 e 1,6 β-glucanos são imunomoduladores que estimulam a atividade das células do sistema imune. Aumenta a concentração de anticorpos no soro e na mucosa intestinal, a síntese de antimicrobianos naturais (peróxido de hidrogênio e óxido nítrico) e resistência ao estresse (cortisol).

FÍSICA DE BACTÉRIAS PREJUDICIAIS: MOS é um poderoso aglutinador de bactérias que possui fimbrias do tipo I, como as Salmonella e E. coli, contribuindo para o equilíbrio da microbiota intestinal. O efeito secundário da modulação microbiota e da imunomodulação intestinal é refletida no aumento da saúde sistêmica do animal. Pode ser usado como sinérgico, substituto ou rotativo os APC’s.

AGLUTINAÇÃO

Aves (pré-inicial e inicial) 1,52,5kg/ ton; Aves (crescimento e final) 0,51,5kg/ ton; Suínos (pré-inicial, inicial e reprodução) 2,0kg/ton; Suínos (crescimento e terminação) 0,51,5kg/ton; Bovinos 1,02,0kg/ton ou 20g/ animal/dia; Cabras e Ovelhas 1,02,0kg/ton ou 20g/animal/dia; Equinos 1,02,0kg/ton ou 20g/ animal/dia; Peixes 1,03,0kg/ton; Camarões 1,03,0kg/ton; Cães e Gatos (adultos) 1,03,0kg/ton.

AGLUTINAÇÃO FÍSICA DE BACTÉRIAS PREJUDICIAIS

MOS é um poderoso aglutinador de bactérias que possui fimbrias do tipo I, como Salmonella e E. coli , contribuindo para o equilíbrio da microbiota intestinal. A porção de MOS presente no produto é solúvel, o que o torna mais biodisponível e eficaz no processo de modulação da microbiota intestinal.

Aves (frangos de corte: pré-inicial e inicial) 1,52,5kg/ton; Aves (frangos de crescimento e final) 0,51kg/ton; Aves (Poedeiras: pré-inicial e inicial) 12kg/ton; Aves (Poedeiras em outras fases) 0,51kg/ton; Suínos (pré-inicial, inicial e reprodução) 1,52kg/ton; Suínos (crescimento e terminação) 0,51kg/ton; Bovinos (bezerros) 25g/animal/dia; Bovinos (adultos) 30g/animal/dia ou 1,02,0kg/ton; Ovelhas, Cabras e Equinos 25g/ animal/dia ou 1,02kg/ton; Peixes e Camarões 1,03,0kg/ton.

Indicado para todas as espécies

Betaglucanos emananoligossacarídeosde leveduras Saccharomyces cerevisiae

Betaglucanos emananoligossacarideos

GLUCAN MOS

Mananoligossacarídeosda parede de leveduras Saccharomyces cerevisiae

Mananoligossacarideos

MOS

INFORMAÇÃO ADICIONAL

ADSOR Ç ÃO DE MICOTOXINAS: compostos eficazes na adsorção principalmente de zearalenona e ocra.

PREBIÓTICOS

DOSE

AGLUTINAÇÃO DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS: MOS se une às bactérias patogênicas como Salmonella e E. coli, que se excretam impedindo a sua adesão ao epitélio intestinal;

Adicionar à ração dos animais de acordo com a recomendação do responsável técnico.

TIPO DE USO

COMPOSIÇÃO

TIPO DE INGREDIENTE/S

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

AÇÃO PREBIÓTICA: faz do ambiente gastrointestinal um ambiente desfavorável para o crescimento de bactérias patogênicas; A modulação da microbiota, combinada com a adsorção de micotoxinas, tem um efeito benéfico sobre a saúde dos animais.

Levedura produzida rompendo-se a parede celular com enzimas exógenas, sob condições rigorosas de temperatura, pressão e tempo, proporcionando um produto final altamente homogêneo.

Este processo aumenta a disponibilidade de betaglucanos e mananoligossacarídeos, além do conteúdo intracelular (nucleotídeos, polipeptídeos, ácido glutâmico, inositol) e vitaminas do complexo B.

Aves –frangos de corte 1,0 -2,0kg;

Indicado para todas as espécies

Betaglucanos e mananoligossacarídeos de leveduras Saccharomyces cerevisiae

Betaglucanos e mananoligossacarídeos

BIOWALL

Fonte de proteínas de alta digestibilidade; Muito apetecível (devido à maior disponibilidade de ácido glutâmico); Importante fonte de vitaminas do complexo B, que desempenham um papel importante em situações de lesões cardíacas, distúrbios nervosos, distúrbios gastrointestinais, de locomoção e reprodutivos; Fonte altamente rica de nucleotídeos (precursores de ácidos nucleicos de DNA e RNA; importante para tecidos, ossos e células como do cérebro, da medula óssea, da mucosa intestinal e os linfócitos); Atuam positivamente em relação ao desempenho produtivo e reprodutivo dos animais.

SuínosLeitões –em reemplazo a plasma 2,0 -5,0%; SuínosOutras fasesemreemplazo a plasma 1,0 -2,0%; SuínosComo aditivo 2,0 -5,0kg; BovinosBezerros 5-10g/animal/dia; BovinosVacas leiteiras no pré e pós-parto 10-20g/animal/dia; Peixes e Camarões 0,5 -4,0% Cães e gatos 0,5-4,0%.

Indicado para todas as espécies

Saccharomyces cerevisiae

Levedura

Levedura Saccharomyces cerevisiae

BIOHYDRO

INFORMAÇÃO ADICIONAL

O GOLF é um blend de prebióticos naturais, de tecnologia exclusiva da YES by OLMIX, especialmente desenvolvidos para aumentar dezenas de vezes as populações de bactérias benéficas (principalmente Lactobacillus e Bifidobacterias) e reduzir a população de microrganismos patogênicos, como Salmonella, E. coli , o Clostridium , e outros patógenos oportunistas devido a sinergia de seus componentes (FOS, GOS, MOS e beta-glucanos), que atuam modulando a microbiota intestinal e, por conseguinte promovem a saúde intestinal e sistêmica do animal.

PREBIÓTICOS

DOSE

Aves (frangos de corte pré-inicial e inicial) 1 ,0-2,0kg/ton

Aves (frangos de crescimento e final)

TIPO DE USO

TIPO DE INGREDIENTE/S COMPOSIÇÃO

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

BIFIDOGÊNICO: Os prebióticos FOS e GOS são fibras fermentáveis solúveis, que, por não serem digeridas pelas enzimas digestivas do animal, chegam ao intestino grosso, onde servem como substratos para bactérias benéficas, aumentando a síntese de ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico e butírico) e Bacteriocinas.

EFEITO

0,5 -1,0,kg/ton

Aves (poedeiras pré-inicial e inicial)

1,0-2,0kg/ton

Aves (poedeiras demais fases) 0,5 -1, 0,kg/ton

SAÚDE

INTESTINAL: Com o aumento da população de bactérias benéficas, o crescimento de microrganismos patogênicos é inibido por diferentes meios de ação, sendo estes a exclusão competitiva, acidificação do meio intestinal, ação direta de bacteriocinas e ácidos graxos. A redução da enterite e a acidificação do pH intestinal favorecem a ação das enzimas digestivas, resultando em uma melhora na absorção de nutrientes da dieta, incluindo minerais como cálcio e magnésio.

Suínos (pré-inicial, inicial, creche,gestação e lactação) 3,0 kg/ton

Suínos (crescimento e terminação)

1,0-2,0kg/ton

Indicado para todas as espécies

Mananoligossacarídeos, betaglucanos, galactoligossacarídeos, fructoligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos

Mananoligossacarídeos, betaglucanos, galactoligossacarídeos, fructoligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos

GOLF FUSION

IMUNOMODULAÇÃO: Os 1,3 e 1,6 beta-glucanos são imunomoduladores, estimulando a atividade das células do sistema imunológico.

AGLUTINAÇÃO FÍSICA DE BACTÉRIAS NOCIVAS: MOS é um poderoso aglutinador de bactérias que possuem fímbrias do tipo I, como Salmonella e E. coli . A sinergia entre seus princípios ativos faz do GOLF uma mistura prebiótica com alta capacidade de modular a microbiota de animais com efeito imunomodulador efetivo, aumentando o desempenho produtivo e melhorando o estado de saúde dos animais.

Bovinos 1,5-2,5kg/ton

Ovinos e caprinos 1,5-2,5kg/ton

Equinos 1,5-2,5kg/ton

Peixes 1,0-3,0kg/ton

Camarões 1,0-2,0kg/ton

Cães e gatos (filhotes) 1,0-3,0kg/ton

Cães e gatos (adultos) 1,0-2,0kg/ton

SIMBIÓTICOS

INFORMAÇÃO ADICIONAL

INGREDIENTES ATIVOS E OUTROS INGREDIENTE/S COMPOSIÇÃO TIPO

NOME DO PRODUTO

EMPRESA

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de 3-5kg de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico acidificado para uso na alimentação de aves, suínos e aquacultura auxiliando na melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Ácido benzóico, ácido fumárico e metionina hidroxi análogo de cálcio Ácido benzóico, ácido fumárico, metionina hidroxi análogo de cálcio e excipientes

ACTIVATE DA

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar a água de bebida na proporção de 0,04 a 0,08% para alcançar um pH final entre 3 e 4.

Aditivo zootécnico acidificado para uso na água de bebida de aves e suínos com efeito de melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Ácido fórmico, ácido propiônico, metionina hidroxi análogo e excipientes

Ácido fórmico, ácido propiônico e metionina hidroxi análogo

ACTIVATE WD Max

Para maiores informações consulte um de nossos técnicos info@novusint.com

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de até 500g de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico acidificado, em forma granular, produzido com a tecnologia Novus Premium Blend. Uso em avicultura.

Ácido benzóico, ácido fumárico e formiato de cálcio Ácido benzóico, ácido fumárico, formiato de cálcio e excipientes

AVIMATRIX

Utilizar segundo a indicação do nutricionista responsável ou como sugerido a seguir: Adicionar ao alimento final na proporção de de 15 a 60g de produto por tonelada de ração.

Aditivo zootécnico melhorador de desempenho, composto por óleos essenciais, para uso na alimentação de ruminantes, monogástricos e aquacultura auxiliando na melhoria do desempenho destas espécies através da promoção do equilíbrio da microbiota gastrointestinal.

Timol e carvacrol Timol, carvacrol e excipientes

NEXT

ENHANCE® 150

Leitões: até 2,5 kg de produto por tonelada de alimento final

Aditivo zootécnico acidificado, em forma granular, produzido com a tecnologia Novus Premium Blend. Uso em suínos.

Ácido benzóico, ácido fumárico e formiato de cálcio Ácido benzóico, ácido fumárico, formiato de cálcio e excipientes

PROVENIA

*Produtos formulados que em sua composição contém aditivos prebióticos e probióticos, além de outros ingredientes.

EFEITO DA FARINHA DO RESÍDUO DE SILOS DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS NA ALIMENTAÇÃO DE LARVAS DE TENEBRIO MOLITOR

Magnos Maioli Volpato1 e Rodrigo Borille2

1Acadêmico do curso de Zootecnia, UFSM – Campus Palmeira das Missões; 2Professor do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas, UFSM – Campus Palmeira das Missões.

Abusca por alternativas sustentáveis na produção de alimentos para animais tem impulsionado a pesquisa em direção ao aproveitamento de subprodutos agroindustriais.

Nesse contexto, os resíduos provenientes de silos de armazenagem de grãos representam uma fonte potencialmente valiosa de nutrientes e substratos para o desenvolvimento de organismos como Tenebrio molitor, larvas conhecidas pelo seu papel fundamental como fonte proteica quando transformadas em

A farinha obtida a partir desses resíduos pode conter uma variedade de compostos, incluindo proteínas, lipídios e fibras, que podem se mostrar benéficos para o crescimento e a nutrição das larvas.

Atualmente, os ingredientes oriundos da produção em larga escala de insetos estão sendo explorados pelo mundo industrializado, por serem considerados uma nova fonte de proteína animal, produzida de forma muito eficiente e de baixo impacto ambiental (Gahukar, 2016).

Os produtos de insetos surgem como fonte alternativa de proteína e outros nutrientes devido ao aumento do custo e da disponibilidade limitada de outros ingredientes, bem como, da inconformidade com a preservação ambiental pelos métodos de produção destes ingredientes comumente utilizados para alimentação animal e humana, como ocorre com as farinhas de peixe, pela destruição dos ecossistemas marinhos e, com o vasto uso da terra, na produção de monoculturas de cereais considerados commodities agrícolas.

Segundo Ramos-Elorduy et. al., (1997), os insetos são capazes de metabolizar resíduos orgânicos, realizando uma transformação significativa dos nutrientes presentes de baixa qualidade em ingredientes proteicos de alta qualidade.

Deste modo, podem ser utilizados na formulação de rações animais para aves, suínos e peixes, assim como para animais pets que requerem rações de alto valor biológico.

Os resultados publicados sobre o uso de farinha de insetos na nutrição animal indicam que esse novo ingrediente têm um grande potencial com alimento, principalmente por ser excelente fonte de proteína, tendo um perfil adequado de aminoácidos, dependendo da espécie de inseto (INTRIAGO SÁNCHEZ & BURGOS, 2014).

No entanto, a eficácia e a segurança da incorporação da farinha de resíduo de silos na alimentação de Tenebrio molitor demandam uma avaliação cuidadosa.

Dentre os desafios a serem enfrentados, destacam-se a presença potencial de antinutrientes, tais como inibidores de tripsina, fitatos e outros compostos bioativos, que podem impactar a digestibilidade e a assimilação de nutrientes essenciais.

Este estudo propõe-se a investigar a viabilidade da utilização da farinha de resíduo de silos de armazenagem de grãos como componente nutricional na dieta de Tenebrio molitor, explorando seus potenciais benefícios alimentares e abordando estratégias para mitigar possíveis efeitos adversos.

Ao compreender a resposta fisiológica das larvas a essa fonte alimentar, este trabalho contribuirá para a otimização de protocolos de produção sustentável, alinhados com as demandas crescentes por alternativas nutritivas e ecologicamente responsáveis na produção de proteína animal.

Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a influência da substituição do farelo de trigo (alimento convencional) por níveis crescentes de resíduo de silo de secagem e armazenamento de grão, sobre o desempenho produtivo de larvas de Tenebrio Molitor.

DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Geraçãodaslarvasparautilização

No último dia do acasalamento, todos os besouros foram recolhidos da bandeja, e a mesma foi acondicionada, com o substrato e os respectivos ovos, em sala climatizada, até ocorrer o nascimento das micro larvas e o seu crescimento subsequente, até atingirem o peso médio aproximado de 40 mg/larva.

Todas as etapas de desenvolvimento deste estudo, tanto de reprodução e postura dos ovos pelos adultos, bem como de crescimento das larvas geradas para utilização no experimento, foram realizadas em sala climatizada (26,5±2°C de Tª e 67±3% de UR), pertencente ao Laboratório de Nutrição Animal da UFSM, Campus Palmeira das Missões, e teve a duração de 131 dias, contando o período experimental (28 dias de consumo das dietas experimentais).

noexperimentoAvaliaçãododesempenhoprodutivo daslarvas

Para a geração de larvas de T. molitor, como procedimento inicial, realizou-se a montagem de uma bandeja de produção (45,0 x 27,0 x 14,0 centímetros; largura x comprimento x altura) com a inclusão de 400g de farelo de trigo (como substrato) e, colonização desta bandeja com 2000 unidades de besouros adultos de T. molitor, não sexados, durante 7 dias, onde ocorreu o acasalamento e consequente postura de ovos dos besouros sobre o substrato.

Nesta etapa experimental, que consistiu da substituição do substrato farelo de trigo (FT) por 4 níveis crescentes de resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA), sendo: 0 %, 25 %, 50 % e, 75 % de

Um total de 560 larvas de T. molitor, com peso médio inicial de 50±2 mg/larva foram distribuídas aleatoriamente em um delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos (140 larvas/tratamento) e 5 repetições (28 larvas por unidade amostral), por um período de 4 semanas (28 dias).

As unidades experimentais consistiam em recipientes plásticos idênticos, com dimensões de 5,5 x 9,5 x 4,0 cm (largura x comprimento x altura), contendo 10.000 mg de substrato para alimentação (tratamentos).

O resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA) era proveniente de uma unidade localizada no norte do estado do Rio Grande do Sul – Brasil, foi secado em estufa (55oC por 72 h) e moído (moinho tipo Willey).

A coleta de dados nas unidades amostrais desta fase foi realizada a cada 7 dias com o intuito de acompanhar e avaliar o desempenho produtivo das larvas, a partir das seguintes variáveis de desempenho:

Consumo de Substrato (CS, mg/larva/dia):

CS (mg/larva/dia) = Quantidade total de substrato fornecido no início do experimento – quantidade de substrato sobrado ao final de 28 dias;

Ganho de Peso (GP, mg/larva/dia);

GP (mg/larva/dia) = Peso relativo de larvas vivas no final do período – Peso relativo de larvas vivas no início / número de larvas / número de dias;

Conversão Alimentar (CA, mg/mg):

CA (mg/mg) = CS / GP;

Mortalidade (M, %):

M (%) = Número de larvas mortas no total do período x 100 / número total de larvas no início do período experimental.

Os resultados obtidos nas análises de desempenho produtivo das larvas foram submetidos a testes de normalidade e, posteriormente ANOVA (P<0,05).

Os resultados significativos na ANOVA foram submetidos a regressão polinomial de primeira e segunda ordem, onde os níveis de substituição do farelo de trigo por RSSA foram considerados como variáveis independentes.

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software Mintab 17®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo avaliou de forma inédita os efeitos do uso resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA) de uma unidade industrial localizada na região norte do estado do Rio Grande do Sul – Brasil, como alimento alternativo na criação de larvas de T. molitor.

Os dados referentes aos efeitos da substituição do farelo de trigo (FT) por resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA) sobre o desempenho das larvas são apresentados na Tabela 1.

De uma forma geral, é possível observar que a substituição de FT por níveis crescentes de RSSA influenciaram significativamente o ganho de peso e a conversão alimentar de larvas de T. molitor, porém, não influenciaram significativamente (P>0,05) o consumo de substrato (alimento) e o percentual de mortalidade.

Como o consumo foi estatisticamente semelhante em todos os níveis de substituição e houve a diminuição (P<0,001) do ganho de peso das larvas gradativamente ao aumento dos níveis de substituição de FT por RSSA na dieta, a conversão alimentar aumentou, piorando desta forma, a eficiência alimentar (P<0,001).

Tabela 1. Efeito da substituição do farelo de trigo por níveis crescentes de resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA) sobre o desempenho de larvas de Tenebrio Molitor.

O modelo matemático que representa o comportamento quadrático da variável GP (GP = 1,309 - 0,03697 x + 0,000390 x2; R2 = 0,7836; P < 0,001) demonstra que o tratamento contendo 50 % de substituição do farelo de trigo por resíduo de silo na dieta das larvas, e que coincide com o ponto de mínima da equação, diminuiu aproximadamente 66 % esta variável em relação ao tratamento controle com 0 % de substituição (Figura 1).

Este efeito de depreciação que ocorreu com o ganho de peso foi observado sobre a CA (CA = 4,521 + 0,2756 x - 0,002999 x2; R2 = 0,6102; P < 0,001), onde a substituição de 50 % do FT (ponto de máxima da equação) provoca uma diferença de aproximadamente 58 % em relação ao tratamento controle (0%), indicando diminuição da eficiência alimentar das larvas (Figura 2).

2,25 2,00 1,75 1,25 1,50 1,00 0,75 0,00 0,25 0,50 Ganho de Peso (mg/larva/kg)

Y = 1,3090,03697 X + 0,000390 X^2 R-Square: 0,7836

0 25 50 75

Resíduo de silo (%)

Figura 1. Efeito da substituição do farelo de trigo por níveis crescentes de resíduo de silo de armazenamento de grãos sobre o ganho de peso (mg/larva/dia) de larvas de T. Molitor.

15,0 12,5 7,5 10,0 5,0 2,5 -5,0 -2,5 0,0 Conversão Alimentar (mg/mg)

A redução do ganho de peso e a piora da conversão alimentar das larvas de T. molitor alimentadas com substrato contendo resíduo de silos de secagem e armazenamento de grãos (RSSA) está possivelmente associado à presença de compostos com efeitos anti-nutricionais neste resíduo, uma vez que a sua maior fração é composta por grãos de soja integral, quebrados ou farelados.

Y = 4,521 +0,2756 X 0,002999 X^2 R-Square: 0,6102

0 25 50 75

Resíduo de silo (%)

Figura 2. Efeito da substituição do farelo de trigo por níveis crescentes de resíduo de silo de armazenamento de grãos sobre a conversão alimentar de larvas de T. Molitor.

Os grãos da soja que são armazenados nos silos ainda mantêm algumas características originais, como a presença de diversas substâncias, que se não forem desativadas por mecanismos térmicos ou por germinação, acabam influenciando na digestão dos animais.

Segundo Martinez et al., (2011), o grão de soja possui compostos conhecidos como fatores antinutricionais, dentre eles, inibidores de proteases, lectinas, oligossacarídeos, fitatos e saponinas.

A presença dos inibidores contribui para a redução da digestibilidade de suas proteínas.

A quantidade desses inibidores indica quanto de proteína será hidrolisada pelas enzimas digestivas e absorvidas pelo organismo, também quanto será inibida a absorção do ferro e consequentemente diminuída sua biodisponibilidade (Monteiro et al., 2004; Carvalho et al., 2002; Felix; Canniatti-Brazaca, 2008), e desta forma, acabam apresentando efeitos adversos na nutrição, como baixa biodisponibilidade de minerais e baixa digestibilidade de proteínas (Ghavidel; Prakash, 2007; Trugo et al., 2000).

de óleo presente no grão integral de soja, uma vez que as larvas não apresentam bons resultados quando este nutriente está presente em excesso.

São vários os fatores que podem ser indicados como responsáveis pela redução da digestibilidade das proteínas da soja na nutrição, como por exemplo:

Fatores ligados à casca que possui a presença de taninos, ou os cotilédones (que contém fitatos e inibidores de protease) e,

O ácido fítico, também presente nos grãos de soja, tem sido destacado por ser um dos fatores responsáveis pela redução da biodisponibilidade de minerais (MARTINEZ et al., 2011).

À forma de processamento e de armazenamento (Felix; Canniatti-Brazaca, 2008).

Segundo a literatura, a proteína e o óleo são os principais constituintes do grão de soja, representando cerca de 40% e 20%, respectivamente (Felix; Canniatti-Brazaca, 2008; Monteiro et al., 2004).

De maneira geral, para melhorar o valor nutricional da soja, há necessidade de tratamento térmico.

Este tratamento deve ser controlado para evitar excesso de calor, que pode destruir aminoácidos importantes e diminuir a biodisponibilidade de outros nutrientes como compostos fitoquímicos (Monteiro et al., 2004).

A partir dos resultados desta pesquisa foi possível concluir que a substituição do farelo de trigo por resíduo de silo de secagem e armazenamento de grãos deprecia o desempenho produtivo de larvas de T. molitor, apesar de não influenciar sobre a taxa de mortalidade e sobre o consumo de alimentos.

O tratamento térmico e a retirada do óleo da farinha deste resíduo poderiam amenizar os efeitos depreciativos, e é uma estratégia que pode originar mais pesquisas a fim de dar uma destinação correta para este resíduo.

Referências sob consulta junto ao autor.

Efeito da farinha do resíduo de silos de armazenagem de grãos na alimentação de larvas de tenebrio molitor BAIXAR EM PDF

INTERAÇÃO ENTRE FÓSFORO E CÁLCIO NO INTESTINO

Margot Poujol Gerente técnica - Phosphea

Atender às necessidades nutricionais dos animais em termos de fósforo (P) e cálcio (Ca) é crucial para garantir o desenvolvimento adequado do esqueleto e o alcance do desempenho de crescimento.

A ingestão de cada mineral, assim como sua proporção, é importante para o desenvolvimento adequado dos ossos e do peso corporal do animal (Fallah et al., 2020).

A nutrição adequada de Ca e P depende de quatro fatores principais:

A presença na dieta de um suprimento adequado de cada elemento em forma disponível (fonte mineral, vegetal ou animal).

Se uma enzima tase exógena foi ou não incluída na dieta, pois a inclusão desta enzima impacta a taxa de absorção de Ca e P.

Uma proporção adequada de Ca e P disponíveis na dieta, embora hoje o Ca seja medido em termos totais.

O nível de vitamina D3 na dieta.

Na nutrição animal, há três principais fontes de P: até 85% é proveniente de plantas e 15% de fosfato inorgânico de ração e/ou fonte animal.

Fósforo Vegetal (P fítico)

Está presente em cereais e culturas oleaginosas, principalmente na forma de ácido fítico. Esta forma de P depende do substrato em si, mas também de sua afinidade com a fitase exógena.

Conforme mencionado no estudo de Rostagno (2017), nem todos os materiais vegetais são iguais em termos de conteúdo de fósforo e porcentagem de ácido fítico (Tabela 1).

Por exemplo, o milho e o centeio podem fornecer aproximadamente a mesma quantidade de P fítico (2,1 g/kg), mas não têm o mesmo conteúdo total de P (2,9 g/kg vs 3,5 g/kg). Além disso, o fósforo pode variar de uma fonte para outra e da qualidade do solo em que foi cultivado.

Tabela 1. Fósforo fítico de materiais vegetais de alimentação

Fonte: www.feedtables.com

Hoje, a incorporação de fitase tende a aumentar para 1000 FTU/kg - 2000 FTU/kg, a fim de liberar mais P fítico da dieta. No entanto, Kleyn e Chrystal (2020) recomendam cautela ao atribuir um valor muito alto para a contribuição de P pela fitase, pois problemas podem surgir se houver substrato inadequado na dieta.

Fósforo Mineral

Proveniente de fosfatos inorgânicos, torna-se disponível para a absorção intestinal através do processo natural de solubilização no estômago (impacto do pH e moléculas ativas excretadas naturalmente pelo trato digestivo do animal).

Portanto, é possível observar menos variabilidade na absorção de P proveniente de minerais do que de plantas, devido à sua composição estável e alta digestibilidade (Tabela 2).

Tabela 2. Digestibilidade do fósforo de fosfatos inorgânicos na alimentação de aves

(Fosfato monocálcico)

(Fosfato bicálcico)

Coeficiente de digestibilidade em aves (tabelas CVB , 2019)

Historicamente, mais importância tem sido atribuída às necessidades de P do que às de Ca, principalmente devido ao alto custo do fósforo.

No entanto, o Ca, presente em alta dosagem nas dietas animais, é um macro-mineral ao qual devemos prestar mais atenção. É de fato importante atender às necessidades dos animais, mas o Ca também pode apresentar capacidades antinutricionais e dificultar a absorção de nutrientes.

No intestino, onde o pH fica acima de 4, o Ca pode começar a formar complexos insolúveis com fitato e proteína (Figura 1). Consequentemente, isso reduz a absorção de P, proteínas e aminoácidos, e pode levar a uma diminuição no desempenho de crescimento (Tamim et al., 2004; Selle et al., 2009)

Figura 1. Formação de complexos de Ca-fitato-proteína em pH acima de 4

Além disso, um desequilíbrio entre Ca e P pode levar ao excesso de P sendo excretado nas fezes, resultando em um impacto ambiental negativo quando a cama de aves é distribuída como fertilizante nas plantações (eutrofização e poluição) (Angel et al., 2013).

Uma melhor compreensão e controle do processo de recomplexação do Ca com P fítico deve ser investigada, para uma maior eficiência alimentar no intestino.

Atualmente, estratégias nutricionais estão sendo testadas para reduzir o efeito antinutricional do Ca, tais como:

A redução da incorporação de Ca na dieta. Estudos têm demonstrado desempenhos animais semelhantes, mas é preciso ter cautela quanto às necessidades de Ca para os ossos.

Uma incorporação equilibrada de calcário no e grosso. De fato, a velocidade de solubilização do calcário ditará a concentração de Ca disponível para quelar com o tato.

A formulação da dieta com Ca digestível em vez de Ca total. Atualmente, estudos cientí cos estão sendo realizados e devem propor novos conceitos de formulação nos próximos anos.

A utilização de soluções minerais especí cas que podem limitar os complexos Ca- tato.

Um dos novos complexos orgânicominerais desenvolvidos e patenteados pela Phosphea, chamado Humofosfato de cálcio e comercializado sob a marca HumIPHORA, ajuda a controlar a liberação de Ca no intestino, reduzindo assim o efeito antinutricional do Ca e contribuindo para melhorar a utilização do fósforo de origem vegetal.

Como otimizar a digestibilidade do P com Humofosfato de Cálcio?

O humofosfato de cálcio (CHP) resulta da reação química entre ácido fosfórico, fonte de cálcio e substâncias húmicas.

Sua composição única traz P (22%) e Ca (15%), dois elementos chave para os animais, além de propriedades húmicas.

Seu modo de ação se concentra na quelatação com cátions em excesso, especialmente com Ca, melhorando a digestibilidade do P vegetal para a fitase.

Além disso, as substâncias húmicas, bem descritas na literatura, mostram benefícios para a saúde do trato gastrointestinal (microbiota, estrutura intestinal e capacidades de ligação) (de Lourdes Angeles et al., 2022) e na diarreia (Trckova et al., 2015).

Portanto, o fosfato húmico de cálcio pode representar uma boa alternativa às soluções de fosfato clássicas para melhorar a sustentabilidade ambiental e econômica da indústria avícola e suína.

Vários estudos experimentais e de campo validaram o uso benéfico desta solução em comparação com os fosfatos clássicos (MCP, DCP).

De fato, ele foi testado em espécies avícolas e suínas, como frangos de corte, poedeiras, matrizes, perus, leitões, suínos de engorda e matrizes suínas, com as seguintes recomendações (Tabela 3):

Tabela 3. Matriz de Formulação do humofosfato de cálcio

Matriz de formulação

Esta matriz de formulação permite substituir MCP, MDCP ou DCP e reduzir em 15-40% a incorporação de fosfato clássico pelo uso de CHP.

Estudos realizados em aves demonstraram benefícios na manutenção do ganho de peso corporal, melhoria de 1% na CA, qualidade da casca do ovo (Figura 2) e mineralização óssea.

Figura 2. Qualidade do ovo em poedeiras

Evolução da resistência à quebra da casca do ovo

Para os suínos, os ensaios demonstraram benefícios no desempenho de crescimento, na mortalidade (Figura 3), mas também na diarreia, o que sugere uma melhor saúde intestinal quando o CHP está sendo usado para substituir o fosfato clássico.

Figura 3. Resultados de desempenho de crescimento em experimento com leitões (a) (b)

Média de ganho diário 41-46d (a)

41-46d (b)

Um estudo recente conduzido pela Universidade UNESP (Brasil) mostrou melhoria estatística da cinza óssea da tíbia ao usar CHP para substituir MCP. Um artigo está em processo de submissão.

Conclusão

Para resumir, a digestibilidade do P depende de dois fatores principais: suas fontes e interação com outros nutrientes no intestino, como o Ca.

O efeito antinutricional do Ca deve ser controlado para otimizar a digestibilidade do fósforo, proteínas e aminoácidos.

Estratégias nutricionais podem ser estabelecidas para responder a essa questão, como uma proporção equilibrada de Ca, uma boa qualidade da fonte de Ca, formulação com Ca digestível em vez de Ca total e o uso de soluções específicas que reduzem o efeito antinutricional do Ca como por exemplo Humofosfato de Cálcio.

Interação entre Fósforo e Cálcio no intestino BAIXAR EM PDF

A Phosphea desenvolveu um fosfato inovador chamado HumIPHORA, que fornece fósforo de alta qualidade e otimiza a contribuição do fósforo de fonte vegetal da ração.

technical@phosphea.com

PERIFITON: COMPLEMENTO

ALIMENTAR NUTRITIVO E COM DIFERENTES POTENCIAIS PARA A AQUICULTURA

Wesley Theodoro; Cíntia Badaró-Pedroso; Fabiana Garcia Instituto de Pesca/APTA/SAA fabiana.scaloppi@sp.gov.br wesleytheodoros@gmail.com

Aaquicultura vem à décadas garantindo o seu espaço entre os meios de produção. Isso se dá, principalmente, à capacidade do setor de explorar os potenciais variados existentes em diferentes cultivos.

Sendo baseado em organismos que possuem o seu ciclo totalmente ou parcialmente dependentes do meio aquático, o cultivo aquícola se estabelece tanto na produção de alimentos e proteína animal quanto no promissor ramo de pets, do qual os peixes e outros organismos considerados ornamentais se destacam.

Esta multifacetada gama de possibilidades incentiva os grandes, médios e pequenos produtores a buscarem, continuamente, maximizar seu potencial de produção de forma economicamente viável e condizente com os preceitos de sustentabilidade com os quais o mundo busca se adaptar.

Mas afinal o que seria este perifiton?

Muitos de nós já tiveram a chance de observar uma camada, muito semelhante a um limo, crescendo sobre a superfície de objetos e materiais que se encontram submersos na coluna d’água.

Neste cenário surgem possibilidades de inovação dentro de cada etapa produtiva e podemos afirmar que uma destas possibilidades a ser explorada é a produção baseada em incremento de alimento natural como complemento das rações comerciais.

Estas tecnologias visam dois principais objetivos: a redução no custo de produção e a mitigação no lançamento de nutrientes via efluente, considerando que a produção de alimento natural no ambiente de cultivo favorece a ciclagem de nutrientes.

Dentre os principais alimentos naturais recentemente incluídos na aquicultura estão: os bioflocos, a lemna, o fitoplâncton e o perifiton. Nesta matéria, abordaremos a aquicultura baseada no perifiton.

Esta camada é um conjunto complexo de micro-organismos adaptados a vida séssil que podem aderir a superfícies de substratos naturais ou artificiais, fazendo interações entre os diferentes elementos que compõem aquele meio. É a este conjunto que damos o nome de perifiton (Figura 1).

Figura 1 – Camada de perifiton aderida a tela de sombrite para alimentação complementar de alevinos de carpas e piauçus, experimento realizado na Piscicultura Custodio no município de Mogi das Cruzes, SP. Fonte: Instituto de Pesca de SP, 2024.

Nutrição

Estes microrganismos apresentam uma composição tão variada (Figura 2) que se tornam ricos em fontes nutricionais que, aliadas ao fitoplâncton e zooplâncton, podem servir como base alimentar para diferentes cadeias alimentares.

Este conhecimento aliado com o manejo correto pode ser ajustado e aproveitado em conjunto com as rações comerciais.

a=Navicula menisculus, b=Gomphonema parvulum, c=Gomphonema olivaceum, d=Fragilaria vaucheriae; e=Synedra acus, f=Nitzschia sp.; g=Stigeoclonium sp

Condicionamento da superfície de um substrato

Colonização Primária

Colonização Secundária

Colonização Terciária

Figura 2 – Representação da sequência de colonização de uma comunidade perifítica. Organismos de água doce representados em “a,b,c,d,e,f,g”; B, Bactérias; EPS, substâncias poliméricas extracelulares; P, protozoário; TEP, Partícula de Exopolímero Transparente. Fonte: Adaptado de Wu, 2017.

Espécies de peixes indicadas

A escolha das espécies de peixes que podem se beneficiar deste complemento alimentar é baseada em suas exigências nutricionais especificas e características anatômicas e fisiológicas. É necessário que o animal seja capaz de remover o perifiton da superfície dos substratos para ingerir e digerir seu conteúdo.

De maneira geral, peixes da Famílias

Cichlidae e Cyprinidae, que compõem as tilápias e carpas possuem alta habilidade de se beneficiar do perifiton.

No Brasil temos espécies de peixes e crustáceos com hábitos alimentares que incluem o perifiton e estudos recentes tem buscado soluções práticas para desenvolver esta tecnologia de produção em nossas condições de cultivo.

Na Tabela 1 estão apresentadas informações referentes a projetos e estudos conduzidos no país nos últimos anos que buscaram entender a dinâmica entre o perifiton e diferentes espécies.

Notam-se benefícios relacionados ao perifiton que vão desde:

Melhoria na viabilidade econômica

A diminuição do tempo de cultivo;

Sustentabilidade da produção (Tabela 1).

Melhora na conversão alimentar;

Tabela 1 – Principais estudos brasileiros de aquicultura baseada em perifiton.

Espécies Cultivadas Tipos de Substratos Utilizados

Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) em tanque-rede.

Bambu

Resultados Observados Referências

Aumento no ganho de peso; Redução na duração do ciclo de cultivo; Melhora na taxa de conversão alimentar, lucratividade e sustentabilidade.

Garcia et al., 2016 e 2017; David et al., 2018.

Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus); Curimba (Prochilodus lineatus);

Carpa-capim (Ctenopharyngodon idella) em viveiro escavado;

Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) em viveiro escavado.

Camarão-da-Amazônia (Macrobrachium amazonicum);

Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) em viveiro escavado.

Jaraqui (Semaprochilodus insignis);

Tambaqui (Colossoma macropomum) em viveiro escavado.

Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em tanques de polietileno.

Tela de sombrite

Bambu

Manta geotêxtil e bambu.

A tilápia apresentou maior habilidade em aproveitar o alimento natural e ração comercial em comparação às demais espécies;

Melhora da conversão alimentar nos tratamentos com perifiton que receberam 50% da ração recomendada;

A curimba e a carpa-capim se mostraram eficientes em aproveitar o alimento natural proveniente da ciclagem de nutrientes das tilápias-do-Nilo.

Possibilidade de produção de Tilapia-do-nilo se alimentando exclusivamente de perifiton em água de efluente de piscicultura intensiva.

Inclusão de substrato artificial para perifiton aumentou a massa média dos camarões em 34% e o número de camarões com comprimento final maior que 7 cm, em aproximadamente 32%.

Negri et al., 2023.

Tela plástica e Pistia estradiotes (Alface-d’água)

Placas de policloreto de vinila (PVC)

Jaraqui se mostrou capaz de se alimentar do conteúdo perifitico;

Desempenho melhor quando utilizada tela plástica como substrato.

Redução em 30% do nitrogênio amoniacal total nos tanques com perifíton em relação ao grupo controle;

Tilápias criadas com o perifiton apresentaram peso final 2,4 vezes maior que as submetidas ao controle;

Aumento de 59,19% na produtividade.

David et al. 2022.

Rodrigues et al., 2019.

Tortolero et al., 2016.

Silva et al., 2021.

Outra observação é a presença marcante da tilápia na maioria dos experimentos conduzidos e isto é justificado por esta ser a principal espécie de peixe produzida no Brasil (Peixe BR, 2023).

Embora em menor proporção, os estudos com nossas espécies nativas abrem um vasto campo de possibilidades de exploração da produção de pescado com uso deste alimento natural.

A curimba e o jaraqui apresentam boas possibilidades (Tabela 1) e isto pode abrir espaço para outras espécies que possuem importância econômica nas diferentes regiões do país, como é o caso do piau-açu (Leporinus amazonicus), lambari tambiú (Astyanax bimaculatus), jundiá (Rhamdia quelen), cascudo abacaxi (Pterygoplichthys pardalis), entre outros.

Demais potenciais observados

Muitas pesquisas são direcionadas para o ganho de peso destes animais, pois um dos grandes desafios do setor aquícola é tornar a nutrição mais eficiente, já que apenas uma fração dos nutrientes fornecidos na dieta comercial é realmente aproveitada pelo organismo animal em seu ciclo de crescimento.

O restante da fração não aproveitada acarreta na perda de recursos para o meio de cultivo, bem como na eutrofização de corpos d’água.

Observando este fato alguns estudos ainda apresentam resultados que mostram a capacidade que o perifiton possui em ciclar de nutrientes no próprio ambiente de cultivo, reaproveitando importantes elementos nutricionais como um biofiltro do meio aquático.

Na Tabela 2 estão relacionados os estudos brasileiros que apontaram para os resultados das interações entre o conteúdo perifitico e a melhora na qualidade dos efluentes.

Estes benefícios somados permitem que exista a opção de utilizar esses elementos de baixo custo como fonte de energia complementar para cultivos intensivos com possibilidade de reduzir o fornecimento de ração comercial e melhorar a qualidade da água de cultivo e dos efluentes gerados, bem como reduzir presença de organismos patogênicos (Tabela 2).

Tabela 2 – Principais resultados de estudos brasileiros entre perifiton e efluentes.

Ambiente Experimental Tipo de Substrato

Viveiros escavados

Macrófitas aquáticas (Eichhornia crassipes);

Canos de PVC

Viveiros escavados Bambu

Tanques de polietileno

Viveiros escavados

Placas de policloreto de vinila (PVC)

Manta geotêxtil e Bambu.

Efluente urbano, Rio Jaguaribe Plástico cristal

Resultados Observados

Observada abundância de espécies planctônicas indicadoras de ambientes menos eutrofizados nos tratamentos contendo macrófita aquática e perifíton;

Referências

A presença de substratos para o crescimento de perifíton influenciou na menor concentração de nutrientes como amônia, apontando para a nitrificação. Penariol, 2015.

A inserção do bambu como escolha de substrato posicionado em 50% da área de superfície dos viveiros foi suficiente para proporcionar a manutenção da qualidade da água.

O emprego de substrato indutor de crescimento para o perifíton junto com a manipulação da relação carbono/nitrogenio se mostrou capaz de aumentar a diversidade de bactérias menos patogênicas.

Resultados mostraram que os substratos para crescimento do perifiton melhoraram a utilização e eficiência dos recursos e a qualidade do sedimento.

Biofilme de perifiton promoveu aumento de oxigênio dissolvido nos pontos onde substratos foram instalados;

Fosforo total se mostrou menos elevado após passar pelo biofilme de perifiton.

No atual cenário global em que se buscam tecnologias mais eficientes na produção de alimento, é imprescindível olhar para temas ainda pouco explorados na aquicultura brasileira, como: escolha de espécies de baixo nível trófico, produção baseada em alimento natural e cultivos integrados.

Rodrigues, R. A., 2019.

Silva et al., 2016.

Proença, D.C., 2013.

Souza, A. H. F. F., 2020.

Neste sentido, esperamos que este artigo possa despertar o interesse dos leitores por soluções inteligentes e visionárias e que seja uma centelha de inspiração para aqueles que vislumbram um futuro mais próspero.

PERIFITON: Complemento alimentar nutritivo e com diferentes potenciais para a aquicultura BAIXAR EM PDF

Referências bibliográficas sob consulta junto ao autor.

MICROBIOTA INTESTINAL E SUA MODULAÇÃO ATRAVÉS DA DIETA EM CÃES

Lorenna Nicole Araújo Santos, Eduarda Lorena Fernandes, Heloísa Lara Silva, Laiane da Silva Lima, Renata Bacila Morais dos Santos de Souza, Thainá Batista de Medeiros, Paula Pedri Lima, Ananda Portella Félix. Universidade Federal do Paraná

Amicrobiota presente no trato gastrointestinal é composta por uma ampla diversidade de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e protozoários (Suchodolski, 2021). Essa comunidade microscópica desempenha um papel fundamental no funcionamento do organismo e na manutenção da homeostase do hospedeiro.

Os cinco principais filos de bactérias que constituem o microbioma de cães e gatos são Firmicutes, Fusobacteriota, Bacteroidota, Proteobacteria e Actinobacteria.

Cada filo possui preferência específica por substratos para a fermentação, resultando na produção de diversos metabólitos, os quais podem ter efeitos benéficos ou adversos.

Alguns dos efeitos benéficos atribuídos aos metabólitos produzidos pela fermentação bacteriana, como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e ácidos biliares secundários, são efeito trófico e antiinflamatório à mucosa intestinal.

Por outro lado, alguns compostos podem ser tóxicos para a mucosa, como algumas aminas biogênicas, amônia e fenóis, prejudicando o ambiente intestinal e por sua vez, interferindo na qualidade fecal (Garrigues et al., 2022).

A microbiota intestinal também desempenha funções relacionadas ao sistema imune, por meio da defesa contra patógenos intestinais não residentes (Suchodolski, 2011).

Dessa forma, quando a microbiota está em eubiose (equilíbrio), exerce um impacto direto nas funções do organismo, proporcionando suporte ao sistema imunológico (Arpaia et al. 2013; Suchodolski, 2016).

No entanto, esse equilíbrio pode ser perturbado por diversos fatores, como:

O ambiente; Medicamentos, como antibióticos, e;

A dieta.

(Schmidt et al., 2018; Vilson et al., 2018; Pilla et al., 2020).

Com base nisso, será abordado a seguir as principais bactérias relacionadas à saúde intestinal de cães e como a dieta pode auxiliar na sua modulação.

Bactérias sentinelas do trato gastrointestinal

Ao contrário da eubiose, as alterações na microbiota que impactam negativamente o hospedeiro são classificadas como disbiose.

A disbiose é caracterizada pela modificação e redução da diversidade microbiana no intestino, além de alterações na proporção de alguns microrganismos (Barko et al., 2017).

Recentemente, pesquisadores da Universidade Texas A & M criaram um algoritmo matemático, a partir de análises de qPCR, para determinar um índice de disbiose para cães e gatos.

Os pesquisadores identificaram 7 bactérias sentinelas, ou seja, microrganismos sensíveis a mudanças na homeostase intestinal, capazes de indicar um microbioma em eubiose ou em disbiose (Tabela 1).

Sendo elas Faecalibacterium, Turicibacter, Escherichia coli, Streptococcus, Blautia, Fusobacterium e Clostridium hiranonis (AlShawaqfeh et al., 2017).

Dessa forma, bactérias do gênero

Faecalibacterium, Turicibacter, Blautia, Fusobacterium e Clostridium hiranonis encontram-se aumentadas em cães saudáveis, enquanto Escherichia coli e Streptococcus encontram-se diminuídas.

Em contrapartida, em animais com alguma enteropatia crônica ocorre o inverso, sendo Escherichia coli e Streptococcus encontrados em maiores quantidades.

Bactérias sentinelas

Faecalibacterium

Turicibacter

Escherichia coli

As bactérias do gênero Faecalibacterium desempenham papel significativo na produção de butirato, um metabólito que interage com receptores específicos que bloqueiam a sinalização de células T pró-inflamatórias, reduzindo, assim, processos inflamatórios no intestino (Zhou et al., 2018; Chen e Vitetta, 2018).

Tabela 1 - Bactérias sentinelas do trato gastrointestinal e os principais metabólitos produzidos

Principais metabólitos produzidos

Butirato

Lactato, serotonina

Indóis, fenóis, aminas biogênicas, amônia, p-cresol

Streptococcus Ácidos graxos de cadeia ramificada

Blautia Ácido propiônico

Fusobacterium

Clostridium hiranonis

Butirato

Ácidos biliares secundários

Referências

Zhou et al. (2018); Chen e Vitetta (2018)

Bosshard, Zbinden e Altwegg (2002)

Bastos et al. (2023)

Souza et al. (2023)

Louis e Flint (2016)

Louis e Flint (2016)

Blake et al. (2019)

As bactérias do gênero Turicibacter, apesar de produzirem lactato em quantidades mínimas (Bosshard, Zbinden e Altwegg, 2002), desempenham um papel importante na regulação da produção de serotonina no intestino, contribuindo para a motilidade intestinal, e evidenciando a importante ligação entre o eixo intestinocérebro (Vedovato et al., 2015; Fung et al., 2019).

Quanto às bactérias do gênero

Blautia, sua fermentação gera ácido propiônico (Louis e Flint, 2016) que, conforme demonstrado por um estudo in vitro, exibe propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, ao inibir a proteína acessória CD14 (Hoyles et al., 2018).

Apesar de o gênero Fusobacterium, pertencente ao filo Fusobacteriota, estar associado a câncer colorretal em humanos (Goradel et al., 2018), esse gênero foi encontrado em maiores quantidades em cães saudáveis (Suchodolski et al., 2008; AlShawaqfeh et al., 2017).

Ainda, o Fusobacterium, beneficiando-se da fermentação proteolítica, produz butirato, que, além de ser fonte de energia para as células intestinais, exibe efeitos anti-inflamatórios (Louis e Flint, 2016).

Embora algumas espécies do gênero Clostridium possam causar problemas no hospedeiro, como Clostridium difficile (Martin, Monaghan e Wilcox, 2016), a espécie Clostridium hiranonis proporciona benefícios.

Responsável por converter ácidos biliares primários em ácidos biliares secundários (Blake et al., 2019), essa espécie parece auxiliar no controle de Clostridium difficile (Buffie et al., 2014). Além disso, os ácidos biliares secundários produzidos pelo C. hiranonis apresentam efeito antiinflamatório no intestino.

Assim, a composição e diversidade da microbiota pode ser considerada um indicador de disbiose, sendo considerada um biomarcador importante da funcionalidade intestinal (Félix, et al., 2022).

Além disso, os metabólitos por elas produzidos, como as concentrações fecais de alguns AGCC, ácidos biliares primários e secundários e calprotectina, também podem ser utilizados como biomarcadores de saúde intestinal canina.

Efeito da dieta sobre a modulação da microbiota

Os ingredientes da dieta podem ser utilizados como substrato para o microbioma intestinal dos cães, desempenhando papel significativo na definição da composição e do metabolismo desse ecossistema microbiano.

Os alimentos para cães são formulados para fornecer os componentes nutricionais tradicionais como carboidratos, proteínas e gorduras, que dependendo da sua fonte e composição química podem exercer impactos distintos na composição e/ou função do microbioma canino (Wernimont et al., 2020).

Além disso, observa-se crescente inclusão de ingredientes direcionados a modulação do microbioma intestinal, como prebióticos e probióticos.

Pesquisadores do Laboratório de Estudos em Nutrição Canina da Universidade Federal do Paraná (LENUCAN - UFPR) conduziram estudos avaliando a influência de ingredientes e aditivos na microbiota de cães saudáveis da raça Beagle.

Ingredientes fundamentais, como fontes de proteínas e fibras, exibem notável capacidade de modular a microbiota intestinal dos cães.

No estudo conduzido por Kaelle et al. (2023), a utilização de grãos secos de destilaria com alto teor proteico (HPDDG) resultou em efeitos benéficos na modulação da microbiota, incluindo a redução do gênero Streptococcus

Da mesma forma, a pesquisa realizada por Souza et al. (2021) destacou que a modulação da microbiota intestinal de cães pode variar conforme o tipo de fonte fibrosa empregada.

Fontes de fibras solúveis, como a polpa de beterraba e a fibra da mandioca, resultaram em aumento de gêneros relacionados à eubiose, como Faecalibacterium e Blautia

Enquanto fibras insolúveis, como a celulose, resultaram em menor capacidade de modulação da microbiota dos cães.

Além disso, o grupo investigou a inclusão de aditivos, como óleos funcionais, prebióticos e probióticos sobre a microbiota canina. Os óleos funcionais, derivados de plantas, possuem diversos benefícios à saúde animal (Windisch et al., 2008).

Em um estudo conduzido por Souza et al. (2023), a avaliação de um blend de óleos funcionais, contendo óleo de copaíba, castanha de caju e espécies de pimenteiras, revelou efeitos positivos sobre a microbiota fecal, resposta inflamatória e oxidativa em cães submetidos a estresse cirúrgico.

Tais efeitos incluem menor abundância relativa de Streptococcus e menor concentração sérica de NF-kB (fator nuclear relacionado a inflamação).

Ainda, o uso do óleo essencial de orégano associado à parede celular de levedura, conforme avaliado por Soares et al. (2023), melhorou a diversidade da microbiota e reduziu compostos putrefativos, como fenóis, resultando na diminuição do odor fecal.

Em relação aos probióticos, a suplementação com Saccharomyces cerevisiae também se mostrou benéfica para a microbiota fecal de cães submetidos a mudanças abruptas na dieta. A inclusão da levedura viva na dieta reduziu a presença de E. coli, especialmente quando associada a uma dieta com maior teor de fibra e proteína digestível (Bastos et al., 2023).

Ainda em relação aos probióticos, a inclusão da espécie Bacillus subtilis na dieta mostrou aumentar a diversidade de gêneros benéficos, como Faecalibacterium, conforme demonstrado por Lima et al. (2020).

Além disso, a suplementação com este microrganismo resultou em aumento do ácido propiônico e redução do odor fecal e de compostos nitrogenados, como as aminas biogênicas em cães (Bastos et al., 2020).

Considerações finais

A saúde dos cães é fortemente correlacionada com a microbiota intestinal, cuja composição e diversidade são diretamente impactadas pela dieta.

Dietas contendo proteínas de alta digestibilidade e fibras solúveis parecem melhorar o perfil do microbioma intestinal e seus metabólitos, aumentando bactérias relacionadas à eubiose e AGCC e reduzindo bactérias com potencial patogênico e compostos putrefativos.

Além disso, uma dieta enriquecida com aditivos como probióticos e óleos funcionais, pode ser interessante para melhorar a eubiose e a saúde e o bem-estar dos cães.

Microbiota intestinal e sua modulação através da dieta em cães BAIXAR EM PDF

ARM & HAMMER: INSIGHTS GLOBAIS SOBRE PRODUÇÃO ANIMAL APLICADOS LOCALMENTE EM FAZENDAS DA AMÉRICA LATINA

Seja você nutricionista, fazendeiro ou fornecedor, você enfrenta desafios da vida real todos os dias na produção animal. É seu trabalho encontrar soluções para questões complexas como doenças, pressões ambientais e muito mais.

Agora, você pode contar com a experiência confiável dos representantes da Arm & Hammer Animal and Food Production na América Latina para proteger proativamente seus animais contra essas ameaças.

Guilherme Minozzo, Gerente de Desenvolvimento de Negócios LATAM e Jesús Mejia, Gerente de Negócios LATAM da Arm & Hammer Animal and Food Production compartilham experiências de trabalho na Arm & Hammer e como eles podem ajudar a resolver os desafios atuais nas operações de laticínios, aves e suínos na América Latina.

Quem é a Arm & Hammer e o que ela faz?

A Arm & Hammer Animal and Food Production é uma empresa global de propriedade da Church & Dwight Co., Inc., fundada em 1846.

A Church & Dwight é proprietária de muitas marcas de consumo populares, desde desodorizantes e produtos de limpeza até produtos para higiene pessoal e para animais de estimação - produtos que você provavelmente tem em sua casa hoje.

Especificamente em relação à produção animal, somos conhecidos como especialistas em cadeias alimentares. Fornecemos soluções inovadoras de nutrição animal com foco na construção de um fornecimento de alimentos mais seguro. Essas soluções também têm um impacto positivo na produtividade animal e são projetadas para reduzir a necessidade de intervenções onerosas, melhorar o desempenho animal e aumentar a lucratividade.

À medida que novas pressões e fatores de mercado influenciam a capacidade de produzir alimentos seguros e acessíveis, aumenta a necessidade de alternativas eficazes às abordagens tradicionais.

Jesús Mejia, explica porque Arm & Hammer está focando no mercado da América Latina, e a resposta é direta.

O México produzirá 50 milhões de toneladas de ração até 2030. O Brasil produzirá o dobro. A produção animal tende a crescer junto com a produção de grãos, portanto, faz sentido estar presente na América do Sul e em outros países com grande produção de grãos.

Ao mesmo tempo, o consumo de ovos, aves, carne suína e lacticínios também está crescendo. A quantidade de terras disponíveis permanece a mesma, então precisamos ajudar os produtores de laticínios, aves e suínos a serem os mais produtivos possível.

A Arm & Hammer está abordando desafios globais - desde a fazenda até o fornecimento de alimentos - e desenvolvendo soluções que funcionarão em escala global para o futuro.

Qual é a imagem da Arm & Hammer em nível global?

Guilherme: A Arm & Hammer conhecida na América do Norte, e isso começa diretamente com os consumidores.

Por exemplo, um fazendeiro americano ou canadense pode acordar, escovar os dentes com o creme dental Arm & Hammer e depois receber a visita de um representante da Arm & Hammer Animal and Food Production.

Guilherme Minozzo

Antes mesmo de o representante dizer qualquer coisa, o fazendeiro já sabe que a Arm & Ham mer é sinônimo de qualidade, pois ele utiliza nossos produtos em sua vida pessoal.

Nossos esforços hoje estão focados em tornar a Arm & Hammer mais reconhecida internacionalmente, estendendo a mesma imagem positiva da empresa a outros países e trazendo novos produtos e tecnologias que ajudem os produtores de lacticínios, aves e suínos na América Latina.

Quando um fazendeiro no México ou no Brasil vê o logotipo da Arm & Hammer, queremos que ele pense em qualidade.

A Arm & Hammer já é conhecida no México. Qual a imagem da empresa neste país?

Jesús: Estamos no México desde 1988, ou seja, há mais de 30 anos.

A Arm & Hammer é conhecida como uma empresa com ótimos produtos, alta integridade, qualidade e consistência, e somos invariavelmente reconhecidos no México como uma empresa honesta.

Somos vistos como pioneiros em suporte técnico, tanto com produtos quanto na exploração de ideias que melhoram a produção animal.

Além destes diferenciais,

Jesús ainda explica o porquê da reputação e credibilidade da Arm & Hammer frente a sociedade:

A Arm & Hammer é uma empresa de capital aberto e, como tal, nos comprometemos com altos padrões de qualidade.

Não realizamos testes de produtos em campo e esperamos que eles funcionem. Antes de lançarmos um produto, sabemos que ele funcionará porque realizamos a pesquisa necessária.

Nós mantemos nossos produtos para animais nos mesmos padrões que nossos produtos para humanos, pois há muita convergência entre eles.

Nós nos certificamos de que nossos produtos para animais funcionem bem antes de lançálos no mercado, pois é crucial que os produtos correspondentes para humanos também funcionem bem. E se colocarmos um produto na prateleira de um supermercado, ele deve funcionar.

Jesús Mejia

Qual é o papel da Arm & Hammer na nutrição animal?

Guilherme: O papel da Arm & Hammer é promover uma nova era de saúde animal, apresentando soluções que funcionem tanto para o meio ambiente quanto para o desempenho dos animais.

Somos pioneiros nos esforços para controlar os desafios ambientais de maneiras naturais, como por meio da dieta dos animais.

Nosso foco é utilizar a dieta dos animais para além de apenas fornecer valor nutricional, mas também para impactar outras áreas da produção animal.

Que desafios específicos os fazendeiros da América Latina

enfrentam?

Guilherme: Estamos sempre buscando entender os desafios que nossos fazendeiros estão enfrentando e encontrar a melhor opção para controlá-los. Não se trata de um produto.

Nos esforçamos para descobrir o que está acontecendo na fazenda e, em seguida, encontrar a ferramenta certa para corrigir ou resolver o desafio.

A solução pode ser prevenção ou mitigação, ou outra alternativa.

No momento, os principais desafios na América Latina são Clostridium perfringens, E. coli e salmonella. É uma região grande, portanto, mesmo entre dois locais, as cepas desses patógenos podem ser diferentes. A salmonella em uma região pode ser diferente da salmonella em outra região.

O combate a esses patógenos requer uma abordagem em nível microscópico e uma solução personalizada específica para a região. Ajudaremos os fazendeiros e nutricionistas com essa questão, juntamente com outras possíveis soluções para ajudar a resolver o problema.

Quais são as soluções oferecidas pela Arm & Hammer?

Jesús: Nós nos concentramos em soluções que melhoram a saúde intestinal. O desenvolvimento proativo da integridade intestinal ajuda a impedir que alguns desses patógenos passem pelo intestino e tenham um impacto negativo no desempenho animal.

Animais com intestinos mais fortes estão mais bem preparados para permanecer saudáveis e, se ficarem doentes, podem se recuperar mais rapidamente.

Nossos produtos para saúde intestinal para produtores de laticínios, aves e suínos são CELMANAX™ e CERTILLUS™.

O CELMANAX™ utiliza Carboidratos Funcionais Refinados™ para preparar o sistema imunológico para os desafios que as doenças trazem, permitindo que os animais se recuperem rapidamente. Ele também minimiza a variação da qualidade dos alimentos para garantir uma ingestão consistente, ajudando a atingir as metas de produção e peso.

O CERTILLUS™ utiliza cepas específicas de Bactérias para atacar patógenos nocivos exclusivos de uma fazenda ou região. A análise microbiana identifica primeiro o risco de patógenos em uma fazenda, incluindo Clostridium perfringens, E. coli e salmonella; em seguida, cepas específicas de Bactérias são selecionadas e utilizadas no CERTILLUS™ para ajudar a combater a ameaça.

Por que você tem orgulho de trabalhar na Arm & Hammer?

Guilherme: Ciência, ética e respeito. Sei que nossos produtos funcionam e que os clientes ficarão satisfeitos com os resultados.

A ciência está presente, fazemos as coisas da maneira correta e conquistamos o respeito dos consumidores, tanto na área humana quanto na animal.

Visite o site da Arm & Hammer em ahfoodchain. com para saber mais sobre as soluções e encontrar seu representante local.

Outros produtos disponíveis na região:

DCAD Plus™ repõe o potássio utilizado na manutenção diária de gado leiteiro e aves; mantém as vacas e as aves hidratadas para combater melhor o estresse térmico

BIO-CHLOR™ facilita a ingestão de matéria seca em gado leiteiro no período préparto para reduzir o tempo gasto com o diagnóstico de problemas pós-parto relacionados à falta de alimentação

FERMENTEN™ utiliza proteína metabolizável para sustentar a taxa de crescimento das novilhas e a produção de leite e componentes nas vacas

Arm & Hammer: Insights globais sobre produção animal aplicados localmente em fazendas da América Latina BAIXAR EM PDF

INTRODUÇÃO

A SUPLEMENTAÇÃO DE CELMANAX EM DIETAS DE MATRIZES SUÍNAS E

LEITÕES NA FASE DE CRECHE MELHOROU

O DESEMPENHO DAS FÊMEAS E DOS

SUÍNOS EM TERMINAÇÃO EM UM ENSAIO DE PESQUISA COMERCIAL

S. Jalukar1, C. Rippe, and S. Fribourg2

1 Arm & Hammer Animal Nutrition, Princeton, NJ

2 Adisens, Peru

OBJETIVOS

MÉTODOS

EXPERIMENTAIS:

COLETA DE DADOS

Os benefícios zootécnicos e produtivos da suplementação de CELMANAX nas dietas de matrizes suínas e dos leitões na fase de creche já foram observados anteriormente1,2. No entanto, os benefícios a longo prazo nos animais terminados foram considerados com base em pesos de desmame mais elevados, mas não foram previamente documentados através de um estudo durante todo o ciclo produtivo.

O primeiro objetivo foi determinar o benefício da suplementação de CELMANAX um mês antes do parto e durante a lactação no desempenho das matrizes suínas. O segundo objetivo foi medir o benefício da suplementação contínua de CELMANAX durante a fase de creche e o seu impacto no desempenho dos animais terminados.

O estudo foi conduzido em uma granja comercial de pesquisa no Peru. Os grupos de matrizes suínas (PIC) (18-27 animais por baia) foram alojados em 6 baias e distribuídos em dois tratamentos, ou seja, o estudo contou com três repetições por tratamento. Uma semana antes da data prevista para o parto, as fêmeas foram transferidas para as gaiolas de parto individuais. As fêmeas foram alimentadas com dietas de gestação e lactação sem CELMANAX (grupo controle) ou com CELMANAX SCP 200 gr/ton durante um mês antes da data prevista do parto e durante toda a lactação.

Os leitões receberam creep feed e foram desmamados aos 21 dias de idade. Os leitões desmamados foram transferidos para várias baias de criação, com 35 animais em cada uma das baias. Os leitões desmamados das fêmeas alimentadas com a dieta do grupo controle receberam dieta controle durante a fase de creche. Já os leitões desmamados das fêmeas que consumiram a dieta com CELMANAX receberam CELMANAX SCP na dieta, também com a inclusão de 200 gr/ton durante a creche.

Foram fornecidas dietas de creche convencionais à base de milho e farelo de soja, com substituto do leite e plasma (5% Fase 1, 4% Fase 2 e 2,5% Fase 3) contendo níveis farmacológicos de Óxido de Zinco e antibióticos. Fases 1 e 2 - Doxiciclina (1,2 Kg/MT) aproximadamente 10 – 20 mg/kg de peso corporal (PC) e nas Fases 3 e 4 - Florfenicol (1,5 Kg/MT) aproximadamente 2,5– 10 mg/kg PC. Nenhum grupo de leitões recebeu a suplementação de CELMANAX durante a fase de crescimento e terminação.

Foram monitorados o intervalo desmame-cio (IDC) e a taxa de prenhez nas matrizes suínas. Nos leitões, foram medidos o peso corporal ao nascimento, ao desmame e no final da creche e a % de sobrevivência pré-desmame. O peso da carcaça e a eficiência alimentar (EF) foram medidos quando os suínos foram comercializados.

ANÁLISE DOS DADOS

RESULTADOS

Nenhuma análise estatística foi realizada.

A suplementação com CELMANAX reduziu o IDC das matrizes suínas (Figura 1). Os dados de desempenho das fêmeas, dos leitões na fase de creche e no período de engorda estão apresentados na tabela 1. Os leitões das fêmeas suplementadas com CELMANAX foram mais pesados ao nascimento e no desmame. A suplementação de CELMANAX nas dietas fornecidas durante a fase de creche dos leitões melhorou o ganho de peso e a conversão alimentar dos animais (Tabela 1). Como resultado, no final da fase de creche, os leitões do grupo CELMANAX apresentaram 2,4 kg a mais de peso em comparação com os animais do grupo controle. Embora o CELMANAX não tenha sido suplementado na fase de crescimento e terminação, os suínos que receberam CELMANAX durante a creche obtiveram 5,4 kg de peso de carcaça a mais e tiveram uma melhor conversão alimentar no final do período de crescimento e terminação (Tabela 1).

Figura 1. Intervalo desmamecio das matrizes suínas (em dias)

DESCRIÇÃO

de Alimento (30 d gestação + lactação), kg/fêmea

consumido por fêmeas, kg

dias

no final da creche, n

de sobrevivência pré-desmame

Peso do leitão no Nascimento, kg

do leitão no Desmame, kg

CRECHE

Peso corporal ao final da creche (70 dias de idade, kg)

Ganho de Peso na creche

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

Peso

Tabela 1. Dados de desempenho

Matrizes Suínas 69 60

Consumo de ração (30 dias de gestação + lactação), kg

Celmanax consumido por fêmea, kg 0,04 0

Custo da Alimentação (incluindo Celmanax), Soles/kg

Custo de alimentação da fêmea/leitão

dias

Custo de uma não- prenhez, Soles/fêmea

Custo líquido das fêmeas (alimento + reprodução)

CRECHE

Consumo de alimento acumulado, kg

Custo do alimento na creche (incluindo Celmanax)/leitão

CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

Peso da carcaça na terminação, kg

Soles ganhos por animal

Custo de alimentação, soles/animal 219 219

Lucro líquido por animal vendido [preço de venda-custo da ração (fêmea+ creche+ cresc.+ terminação)], soles

Lucro adicional por animal com o uso de CELMANAX, Soles

Custos Fixos usados para os cálculos

Preço de mercado da carne suína, 5,8 Soles/kg,

Custo por dia para reproduzir uma matriz suína, 10,95 Soles

Custo acumulado de alimentação de crescimento e terminação por suíno, 219,00 Soles

Tabela 1. Resultado Financeiro

INTRODUÇÃO

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS

Uma correlação direta entre o peso corporal ao desmame e o final da fase de creche com a taxa de crescimento e a conversão alimentar em leitões em fase de crescimento já foi relatada anteriormente3. Este estudo demonstra que a suplementação de CELMANAX nas dietas de matrizes suínas e leitões na fase de creche resultou em lucros adicionais de 28,33 Soles por animal terminado (Tabela 2).

A suplementação de CELMANAX nas dietas de matrizes suínas e leitões pode melhorar o desempenho e a rentabilidade de um produtor de suínos.

1. Benefits of mannan oligosaccharide (MOS) for sows and weanling pigs. Hung, and Lindemann (2009) Presented at the Midwest swine nutrition conference, Indianapolis., IN

2. Peng Ma, Guozhu C, Jalukar S. Evaluation of CELMANAX SCP supplementation in sow diets on piglet performance at weaning. J Anim Sci 2013; Vol. 91, E-Suppl. 2.

3. Post-weaning and whole-of-life performance of pigs is determined by live weight at weaning and the complexity of the diet fed after weaning* (2017) Collins et. al. Animal Nutrition 3 (2017)

A suplementação de CELMANAX em dietas de matrizes suínas e leitões na fase de creche melhorou o desempenho das fêmeas ...

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EFEITO DE UNIWALL® MOS 25 NA REDUÇÃO DE ENTEROBACTERIACEAE

EM MATRIZES DE CORTE

João Vitor da Silva Costa1; Evelin Lurie Sano1; Ana Angelita S. Baptista1 ,Fabrizio Matté2 , Luiz Eduardo Takano2 e Patrick Roieski2

1Universidade Estadual de Londrina

2Vetanco Brasil

INTRODUÇÃO

A resistência aos antimicrobianos tornou-se uma grande ameaça à saúde pública no mundo, por proporcionar falhas terapêuticas que aumentam a gravidade dos quadros clínicos ,bem como os custos do tratamento.

As falhas na utilização de antimicrobianos ocorre tanto na medicina humana quanto veterinária, de forma que, os microrganismos expostos a pressão de seleção por antibióticos aprimoram sua aptidão adquirindo e expressando genes de resistência e posteriormente compartilhando com outras bactérias (COLLIGNON; MCEWEN, 2019).

A indústria avícola tem se movimentado para sistemas de produção livres de antimicrobianos e com isso o uso profilático de antibióticos torna-se mais restritivo e surgem novos nichos ecológicos que os patógenos começam a ocupar, portanto, tem ocorrido um crescente interesse na aplicação de alternativas aos antibióticos em toda a indústria avícola (JENI et al., 2021)

Os prebióticos são ferramentas capazes de modular a comunidade de bactérias benéficas no intestino das aves, ao mesmo tempo que limitam a população de patógenos intestinais (HAG et al, 2024; KIM et al., 2019).

No trato gastrintestinal dos animais, os prebióticos podem se comportar como ligantes de alta afinidade, podendo fornecer às bactérias patogênicas um sítio de ligação competitivo para suas fímbrias específicas de manose tipo 1 manose específicas (ABDEL-SHAFI et al., 2023).

O UNIWALL® MOS 25 é uma combinação única de ácidos orgânicos (acético, fórmico e propiônico com os sais formiato de amônio e propionato de amônio), parede de levedura (mananoligossacarídeos e betaglucanos) e um carrier mineral protetor, que oferece ao produto a capacidade de transporte ativo.

Essa associação proporciona uma ação sinérgica e a modulação da microbiota intestinal benéfica constituída por bactérias acidófilas, melhorando a qualidade intestinal e reduzindo a multiplicação de bactérias patogênicas (TAKANO et al., 2024).

O objetivo do estudo foi investigar o efeito de Uniwall MOS 25 na redução de Enterobacteriaceae e Escherichia coli em matrizes de frangos de corte.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas matrizes pesadas Cobb, com 16 semanas de idade, as quais foram divididas em dois grupos, (Mesmo lote com avaliação antes e após o tratamento com Uniwall MOS 25)

T1: Grupo controle Negativo (previamente ao tratamento),

T2: Uniwall MOS 25 - 1,5 Kg/ton de ração pré postura (três semanas após a inclusão do aditivo)

Para a coleta das amostas de fezes, as aves (20) foram confinadas em um cercado com piso protegido e mantidas por uma hora, após esse período foram coletadas amostras de fezes.

As amostras foram acondicionadas e encaminhadas para o Laboratório de Medicina Aviária na Universidade Estadual de Londrina para processamento.

As amostras foram pesadas e submetidas a diluição seriada em PBS seguido de plaqueamento por spread plate em AVRB (Sigma-Aldrich) e ChromID™ CPS® Elite incubados a 37°C por 24 horas. Os dados foram comparados utilizando ANOVA, seguida de teste Kruskall-Wallis (p<0,05).

Nutrição

RESULTADOS

A quantificação de Enterobacteriaceae e Escherichia coli, previamente ao tratamento com UNIWALL® MOS 25, foi de 7,3 e 7,28 Log UFC/mL respectivamente.

Após três semanas de tratamento com o UNIWALL® MOS 25, realizou a segunda coleta, e observou-se uma redução significativa na quantificação de Enterobacteriaceae e E. coli, sendo 4,82 e 4,62 Log UFC/mL, respectivamente (Gráfico 1)

CONCLUSÃO

Estes resultados indicam que o uso do UNIWALL® MOS 25 foi eficaz na redução de Enterobacteriaceae e Escherichia coli presentes no intestino das aves nas condições avaliadas.

Com a crescente preocupação em relação ao uso de antibióticos na produção avícola, a eficácia do UNIWALL® MOS 25 abre caminho para métodos mais sustentáveis e seguros.

Além disso, ao apoiar a saúde intestinal e a redução de patógenos, o produto pode impactar positivamente a qualidade e segurança dos produtos avícolas, beneficiando produtores e consumidores.

Antes do UNIWALL® MOS 25

Depois do UNIWALL® MOS 25

Enterobacteriaceae Escherichia coli

Gráfico 1. Quantificação de Enterobacteriaceae e Escherichia coli em UFC/ml

de Uniwall® MOS 25 na redução de Enterobacteriaceae em matrizes de corte BAIXAR EM PDF

Efeito

Equilíbrio da flora intestinal com alta performance zootécnica.

Ácidos Orgânicos Carrier de Transporte Ativo

Prebióticos

Produtos para seguros alimentos seguros!

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