Cultivar 123 - Equilíbrio planejado

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Tomate

Murchou

Capaz de inviabilizar cultivos inteiros de tomate, a murcha de Fusarium é um desafio importante que precisa ser enfrentado com racionalidade e atenção pelos produtores. A identificação e o correto diagnóstico são essenciais para um manejo adequado, que deve incluir medidas preventivas e integradas como uso de mudas e sementes sadias, além de rotação de culturas com espécies não hospedeiras Ricardo Borges Pereira

A

murcha de Fusarium é uma doença de grande importância em tomateiro, podendo inviabilizar o cultivo em determinadas regiões ou épocas do ano. A doença é causada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici, o qual apresenta distintas raças fisiológicas, das quais pelo menos três já foram identificadas no Brasil, conforme suas habilidades de infectar e causar doença em uma série de cultivares diferenciadoras. As raças 1 e 2 predominam na maioria das áreas de produção de tomate de mesa e para processamento, enquanto a raça 3 é mais restrita, tendo sido confirmada causando epidemias em áreas de produção de tomate de mesa nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. Nas últimas décadas a doença não apresentava grande importância na cultura, pois as cultivares plantadas apresentavam resistência efetiva contra as raças prevalecentes do patógeno (1 e 2). Entretanto, com o aparecimento da raça 3 nas áreas de produção do Espírito Santo, a doença voltou a fazer parte dos principais problemas fitossanitários da tomaticultura, embora ainda não tenha sido relatada nas regiões de cultivo de tomate para processamento industrial no Brasil. A doença ocorre em qualquer época ou fase de desenvolvimento do tomateiro, mais frequentemente em plantas adultas a partir dos estádios de florescimento e frutificação. Em viveiro, os sintomas da doença podem ser observados nas mudas na forma de clareamento das nervuras das folhas e curvamento dos pecíolos (epinastia). Contudo, estes sintomas têm sido atribuídos, na maioria dos casos, à raça 3 do patógeno. Os primeiros sintomas da doença são observados individualmente em algumas plantas ou em pequenas reboleiras, com o amarelecimento das folhas mais velhas, que gradualmente murcham e apresentam necrose marginal ou total do limbo, acompanhada de murcha das folhas superiores nas horas mais quentes do dia, Agosto / Setembro 2020 • Cultivar HF

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