![](https://assets.isu.pub/document-structure/200914114537-427d2d20469b61c0173877c7286d87a6/v1/8c1f48d58e57ebec75760c57514326b6.jpg?width=720&quality=85%2C50)
3 minute read
Nutrição em soja
Defesa fortalecida
Na agricultura planejada, que objetiva alcançar altas produtividades, atender às necessidades nutricionais da lavoura, de acordo com cada fase da cultura, gera impacto também em outros manejos, como o de doenças que encontram em plantas debilitadas e mais vulneráveis a estresses o ambiente perfeito para causar prejuízos
Anutrição de plantas está diretamente ligada à defesa natural contra agentes externos, como as doenças. Uma planta bem nutrida é naturalmente mais tolerante ou até resistente ao ataque de patógenos, mas como isso funciona? As plantas se defendem principalmente de duas maneiras: com a fortificação de barreiras externas, como a lignificação da parede celular, e até contra-atacando através da produção de substâncias que combatem os patógenos como as fitoalexinas.
A primeira forma faz parte do metabolismo primário da planta, portanto é realizada durante seu desenvolvimento natural, e alguns dos nutrientes mais importantes para isso são o cálcio, o magnésio e o boro. O cálcio é um nutriente presente na lamela média da parede celular, o magnésio é cofator da produção de enzimas necessárias para a transferência de fosfatos (energia) na planta e o boro é essencial para que ocorra alongamento celular e, portanto, boa formação das células e as estruturas constituídas por essas. Sem a limitação de macro e micronutrientes, a planta se desenvolve naturalmente mais resistente, permanecendo saudável por mais tempo, assim
como ocorre com os seres humanos.
Já o contra-ataque como mecanismo de defesa faz parte do metabolismo secundário. Ele acontece quando algo ativa este mecanismo, como o ataque de doenças ou a estimulação de rotas de defesa natural da planta, passando a produzir substâncias naturais para inibir ou atrasar o desenvolvimento de patógenos. A ativação deste processo representa gastos energéticos, que podem ser compensados com o auxílio da nutrição. Neste caso, é fundamental o uso de nutrientes como o cobre, que é essencial para a ativação de enzimas, fixação de nitrogênio em leguminosas e principalmente ajuda na assimilação de energia pela planta, por fazer parte da fotossíntese. O nitrogênio também é importante, pois impulsiona o desenvolvimento da planta, dando maior capacidade de crescimento e assimilação de carbono. Outro nutriente é o fósforo, que é responsável pelo armazenamento e, posteriormente, transferência de energia. Junto está o potássio, que auxilia no transporte e na acumulação de carboidratos, con-
Defesa fortalecida
tribuindo para maior produtividade. É importante lembrar também que esta ativação da defesa da planta nutricionalmente favorece a regulação dos processos energéticos, que estariam desequilibrados, ocasionando perdas pela ocorrência de doenças. Outro benefício desta técnica de manejo é a sua contribuição para a manutenção das estruturas das plantas, diminuindo perdas de área foliar e auxiliando a fotoassimilação.
Além disso, tanto a falta de nutrientes como o excesso podem ser prejudiciais às próprias plantas ou micro-organismos benéficos da rizosfera, assim como favorecer o desenvolvimento de doenças, sendo importante a oferta dos nutrientes de forma equilibrada, principalmente no solo.
A nutrição de plantas também se torna fundamental junto à aplicação de defensivos nas plantas, pois assim como o uso de remédio em seres humanos, eles são benéficos, mas podem trazer efeitos colaterais, como clorose e travamento, o que pode afetar a produtividade. Um exemplo amplamente conhecido é o glifosato,
Divulgação
![](https://assets.isu.pub/document-structure/200914114537-427d2d20469b61c0173877c7286d87a6/v1/1e387fddaeea10ede7b5648af136fc09.jpg?width=720&quality=85%2C50)
Necessidades nutricionais das lavouras de soja devem ser acompanhadas de perto pelos produtores
que por ser uma molécula com alta afinidade a cargas livres, indisponibiliza temporariamente alguns nutrientes. Este efeito, por exemplo, pode ser amenizado com a utilização de nutrientes como o manganês, o zinco e o enxofre. A utilização de substâncias que aumentam a absorção e a utilização dos nutrientes, como os aminoácidos, também é muito interessante para amenizar os estresses, pois aumenta a eficiência da utilização de nutrientes e regula o metabolismo da planta, acelerando a saída deste travamento.
Em suma, o produtor deve acompanhar de perto as necessidades nutricionais da sua lavoura, fornecendo seu suprimento de acordo com cada fase da cultura. Afinal, uma planta bem nutrida é naturalmente mais resistente aos mais diversos estresses.
C
Vinicius Abe, Alltech Crop Science e Universidade Estadual de Maringá (UEM)
![](https://assets.isu.pub/document-structure/200914114537-427d2d20469b61c0173877c7286d87a6/v1/f896b61c5f6b7c5b29327fc2060db66e.jpg?width=720&quality=85%2C50)
Tony Oliveira/CNA