Cultivar 09

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destaques

índice

Inimigo à vista O curuquerê do algodoeiro, presente em todo o Brasil, pode acabar com a lavoura

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Ilustração capa Márcio / Fabiane Rittmann

A mistura certa

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Pesquisadores testaram e explicam algumas das misturas de tanque que funcionam

O interior se levanta Municípios aprovam leis que permitem transgênicos. A estratégia já funcionou antes

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Eu quero soja

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Conheça o único tamanduá que não come formigas. Ele prefere a sua lavoura

Editor geral:

Newton Peter - RPJ/RS 3513 Ano I - Nº 09 - Outubro / 1999 ISSN - 1516-358X Empresa Jornalística Ceres Ltda CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: Cultivar@zaz.com.br Assinatura anual (12 edições): R$ 48,00 REDAÇÃO : ASSINATURAS/GERAL: MARKETING: FAX:

(53)

227.7939 272.2128 272.2257 222.1716

Secretário de redação:

Schubert Peter - NUJ 26693 Design gráfico e Diagramação:

Fabiane Rittmann Marketing:

Jane Bernardi Assinaturas:

Simone M. Gonçalves Editoração Eletrônica:

Index Produções Gráficas Fotolitos e Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Diretas

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Cartas

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Conhecendo o algodão

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Controle do curuquerê

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Arroz de Terras Altas avança

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Algodão transgênico

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Prêmio para pesquisa

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Perspectivas para defensivos

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Produção de biopesticidas

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Teste de misturas de tanque

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Caderno Fitossanitário

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Biotecnologia: agora vai?

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Manejo de tamanduá da soja

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Resíduos ameaçam a lavoura

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Cuidado, formigas!

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Controle de invasoras

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Adubo orgânico, uma alternativa

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Última página

Anúncios

O pequeno se faz grande Quase invisíveis, as formigas causam grandes prejuízos. O controle tem hora certa

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31

DuPont..................................................... 02 Bayer........................................................ 05 FMC.......................................................... 09 Dow.......................................................... 10 Milenia...................................................... 13 Mecmaq..................................................... 17 Novartis.................................................... 27 Dow.......................................................... 29 Pulsar....................................................... 32 Cargill...................................................... 39 Monsoy.................................................... 43 AGCO....................................................... 44

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Secagem A Sementes Agroceres investirá US$ 3 milhões em sua unidade de recepção de espigas e secagem de sementes de milho instalada em Paracatu (MG), a 490 quilômetros de Belo Horizonte. O aporte de capital aplicado através de recursos próprios visa a duplicação da capacidade de recepção de espigas da unidade - que atualmente gira em torno de 200 toneladas diárias. Será construído um segundo tombador para descarga de espigas para duplicação do processo de despalha e para a seleção dos grãos, além da construção de um secador de espigas. O projeto deve ser concluído no proximo mês de dezembro. Pró-semente

Embrapa Soja tem novo chefe

O professor aposentado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Caio Vidor, nomeado chefe da Embrapa Soja toma posse no dia 8 de outubro. Pela primeira vez, em 24 anos, a Embrapa Soja será administrada por um profissional que não faz parte do corpo de empregados da instituição. Em julho, seguindo as normas da instituição, o Comitê Técnico Interno da Embrapa Soja abriu processo de seleção para a escolha do novo chefe da instituição. A Comissão de Avaliação analisou currículo, títulos e propostas de trabalho de três candidatos que disputaram o cargo. O presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal, optou pelo nome de Caio Vidor, que ficou com o maior número de pontos no processo de seleção interno.

O novo presidente eleito do Conselho Diretor da Fundação Pró-sementes, do RS, é Narciso Barison Neto e os vicepresidentes são Airton Roos e Luiz Osório Dumoncel. Os representantes do Conselho Curador são Raul Anselmo Randon, Francisco Stédile e Carmeliano Zamboni. Esse conselho deverá fazer o controle financeiro e patrimonial. Os

Winfit

A Dow AgroSciences recebeu, nos EUA, prêmio de proteção ambiental distribuído pela EPA. O vencedor foi o Spinisad, denominado um novo produto natural para o controle de insetos . Spinosad está também disponível no Brasil.

suplentes são Efrain Fischman, Jones Dalla Porta e Laércio Bortolin. A Fundação foi instituída por 40 produtores de sementes de todo o estado filiados à Apassul no mês de agosto e lançada oficialmente na Expointer/99. Seu objetivo é estabelecer e fortalecer parcerias com instituições de pesquisa. A assembléia

geral que elegeu os dirigentes foi realizada no dia 17 de setembro, no Hotel Itatiaia, em Passo Fundo, e contou com a presença de 33 instituidores. A reunião foi coordenada pelo presidente em exercício da Apassul, Humberto Falcão, e pelo gerente adjunto se Sementes e Mudas da Embrapa Negócios Tecnológicos Rui Colvara Rosinha.

Incentivo

A DuPont quer aumentar o consumo de suco de laranja no Brasil. Para isso, realizará uma campanha nacional de marketing, com o tema: É bom para a saúde do Brasil e principalmente para a sua . De acordo com o diretor de negócio da DuPont, Julio César Barroso, a campanha tem como objetivo reforçar o peso da citricultura no cenário econômico brasileiro, além de mostrar à sopciedade que o consumo de suco de laranja ajuda a impulsionar o desenvolvimento sócio-econômico. E faz bem à saúde! A DuPont é um dos principais fornecedores de produtos fitossanitários para aplicação nos pomares. Seu produto mais conhecido é o acaricida Savey, lançado em 1989 e líder do segmento. Barroso acrescenta que a citricultura responde por 10% do faturamento da companhia no negócio agrícola brasileiro.

Algodão

A DuPont também aumenta participação no mercado de algodão. Newton Roda, gerente da empresa, teve presença ativa junto no Congresso de Algodão, buscando novos negócios. Na foto, com produtores de Rondópolis, anunciando detalhes

do lançamento do Avaut, novidade da DuPont para o próximo ano.

Os agrônomos têm nova opção de ajuda ao fazer o Receiturário Agronômico via computador. Trata-se do Win Fit 2000, programa que conta com um banco de dados sobre produtos fitossanitários atualizado mensalmente. O programa funciona relacionando informações específicas de produtos fitossanitários registrados oficialmente no Ministério da

Pragas

Acontecerá de 4 a 6 de novembro, em Chapecó, o I Seminário Catarinense de Manejo Integrado de Pragas. A promoção é da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e Empresa Catarinese de Pesquisa e Extensão Rural (Epagri). A coordenação fica a cargo de Flávio Garcia e José Milanez. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (49) 7218241. E-mail: flaviog@unoesc.rctsc.br

Recomendações

Agricultura - Aborda os aspectos legais, químicos, toxicológicos, ambientais e de saúde. De fácil utilização, o Win Fit-2000 é baseado no modelo da internet, permitindo ao usuário navegar através de todas as opções de maneira rápida e lógica. Podese utilizá-lo tanto em Windows 95/98 e Windows NT. Toda a pesquisa realizada no programa é automaticamente enviada para compor o Receiturário Agronômico, contendo todas as informações necessárias para o profissional. O Win Fit-2000 já foi adquirido, entre outros, pelo Instituto Mineiro de Agropecuária, Embrapa, Aenda, Emater, Novartis, Banco Mundial e Ministério da Ahricultura. No total, já foram comercializada mais de mil cópias. Mais informações, telefone: (31) 899.2918, E-mail: winfit@agromark.com.br

Sairá este mês a publicação das Recomendações Técnicas para a Cultura da Soja na Região Central do Brasil 1999/2000. A publicação custa R$ 5,00 e pode ser encomendada através do telefone (43) 3716119 ou fax 3716100. Entre os novos produtos indicados estão os inseticidas Intrepid 240 SC e Valient; os fungicidas Cercobin 700 PM ou 500 SC + Captan 750 TS, Cercobin 700 PM ou 500 SC + Rhodiauran 500 SC e Cercobin 500 SC + Euparem M 500 PM; e os herbicidas: Bentazon + Acifluorfen (Gunner), Bentazon + Acifluorfen (Volt), Cloransulam-methyl, Dimethenamide, Quizelofop-p-tefuril e Sulfentrazone + Metribuzin. Quem tiver acesso à internet pode achar as indicações no site da embrapa soja: http:// www.cnpso.embrapa.br


Algodão

praga

AENDA

A Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas, AENDA, elegeu a sua nova diretoria. Toma posse a partir de 1º de janeiro do próximo ano Jorge Alberto Vieira Studart, da Agripec. O 1º vice-presidente é Luiz César Auvray Guedes, da Milênia. E, apoiando a trasição, assume a 2ª vice-presidência o atual presidente, Miguel Maurício Roitberg, da Fersol.

Ajudando o produtor

A Bayer, dentro do seu programa denominado Agrovida, reuniu mais de mil agricultores em Santa Cruz do Sul (RS). Durante o dia foram realizadas palestras, enfocando os mais variados temas, desde segurança no manejo de defensivos até formas de motivar pessoas. O evento contou para a participação da direção nacional da empresa. O Agrovida é um programa que tem por objetivo melhorar

a vida do produtor rural e de seus familiares. Na foto, tirada durante o evento, vê-se recreacionista instruindo filhos de agricultores.

Duas safras

Novidade

A AgrEvo lançou a nova versão do seu já conhecido inseticida Decis. O gerente de mercado de algodão da empresa, José Fabretti, explica que o Decis 200 SC difere do anterior por causa da sua maior concetração. O novo Decis é mais micronizado, oferecendo assim melhor performance para o agricultor. Disponível em embalagens de 250 ml, o produto é indicado para o controle do bicudo do algodoeiro, sendo também bastante eficiente no combate a outras pragas. O mercado de algodão é uma das prioridades da AgrEvo e o próprio presidente da empresa no Brasil, Mario Carincotte, participou com Fabretti do Congresso de Algodão, em Ribeirão Preto, para a abertura de novos negócios.

Recebi a revista com a reportagem sobre o mofo-branco. Ficou muito boa. Adalberto Café Filho Universidade Federal de Brasília

Parabenizo toda a equipe pela qualidade da revista Cultivar. As informações prestadas são de grande utilidade, principalmente as que se referem à cultura do milho. George Andrade Sodré Itabuna BA

Servimo-nos da presente para felicitálos pelo belo trabalho apresentado nas últimas edições. Júlio Cesar A Gómez Sinuelo

Elegi a Cultivar como a melhor revista de agroquímicos do Brasil. José Nunes Agripec

Parabéns pela reportagem sobre o nematóide de cisto. Ficou ótima. Waldir Pereira Dias Embrapa Soja

Fundação MT

Novas

A região do Lago da Confusão, a 170 km de Palmas (TO), já tem condições de produzir duas safras de grãos por ano. Isso porque foram concluídas as obras da barragem no rio Urubu, que permitirão o acúmulo de quantidade suficiente de água para viabilizar o plantio em épocas de seca.

Ágio

A empresa Archer Daniels Midland Co., uma das maiores processadoras de soja do mundo, informou que pagará, nos EUA, ágio de 8 centavos de dólar por bushel (US$ 3,15 por tonelada) pelo milho não modificado geneticamente.

Sou estudante do 4 ano do curso de Administração na cidade de Diamantino (MT). Gostaria de parabenizá-los pela edição de julho/99 a qual li e achei muito interessante. Elaione de Souza Vieira Nobres MT

Sou acadêmica de engenharia agrícola na Unisc, estou fazendo um trabalho sobre Estação Experimental do Arroz, o IRGA, gostaria que se tivessem algum artigo,

A Milenia está lançando no mercado produtos novos para esta safra de verão, revelou Joelson Mader, gerente de marketing da empresa. São os seguintes: Orius, fungicida (Tebuconazole 250 g/l CE) para as culturas de tomate, batata e cebola; Funginil, fungicida (Chlorotalonil 500 SC) para tomate e batata; Galigan, herbicida (Oxifluorfen 240 SC) para citrus, cana, cebola e café; e Suprathion, inseticida (Methadion 400 CE) para citrus.

Trangênicos

A Agência Nacional da Agricultura da Suíça aprovou a importação de ração animal contendo ingredientes geneticamente modificados. A notícia foi publicada no jornal suíço Der Bund. O governo autorizou a importação de todas as variedades de milho e soja permitidas pela União Européia, EUA e Canadá, além de um cultivo ainda não admitido na UE devido a sua resistência a antibióticos.

endereço, enfim qualquer tipo de informação, se pudesse me ser enviada, agradeceria.

Gamit

Com o objetivo de mostrar a correta tecnologia de aplicação aérea e terrestre de Gamit, a FMC lançou o vídeo Tecnologia de Aplicação de Gamit . A fita foi dirigida pelo engenheiro agrônomo Eugênio Passos Schröder, que desenvolveu o primeiro trabalho de pós-graduação realizado numa universidade brasileira avaliando a deriva e deposição de pulverizações aéreas. Mais informações pelo email: schroder@ufpel.tche.br.

Gostaria de obter mais informações sobre os sintomas da falta de nutrientes na cultura do milho e sobre o controle de percevejos na soja, principalmente enfocando o manejo integrado de pragas.

Parabéns toda a equipe pela excelente revista que a Cultivar está publicando. É um exemplo de serviço ao setor agrícola e ao produtor rural. Temos acompanhado todos seus exemplares, e temos notado também a melhora no nível de informação e no visual da revista, deixando cada vez mais claro que a Cultivar veio para ficar. Ótimo trabalho e parabéns pela publicação.

Edinei Santos Tupanciretã - RS

Leandro Causo Guarany

Bianca Campos Burin

Fotos Raul Almeida

E a Fundação MT já anda programando o ano 2000. Dois grandes eventos, até agora, foram anunciados. O primeiro é o Congresso Internacional do Agronegócio do Algodão. Será de 5 a 7 de junho. Paralelo ao congresso, haverá o V Seminário Estadual da Cultura do Algodão. Já de 7 a 10 de junho será a vez da soja. Tecnologia e Competividade da Soja no Mercado Global será o tema do evento.As discussões, avaliações e recomendações técnicas sobre a soja aocntecerão paralelamento na XXII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (65) 4232041.

A Cultivar agradece as cartas recebidas. Infelizmente, por questão de espaço, não poderemos publicar todas. Entretanto, informamos que as respostas aos pedidos de informações e de artigos já foram remetidas. Ficamos sensibilizados com as mensagens de incentivo e tentaremos corrigir os erros apontados por nossos leitores.

O curuquerê, acima em fase de lagarta, destrói totalmente as folhas do algodoeiro. O prejuízo pode ser total

Ataque às folhas

O curuquerê-do-algodoeiro Alabama argillacea Hubner 1818 é considerado praga chave do algodoeiro na maioria das regiões do Brasil. Na região Nordeste, o ataque ocorre mais precocemente. Nas demais regiões do país ele tem início cerca de 45 dias após a emergência das plântulas. Quando o ataque é verificado, as lagartas destroem totalmente as folhas, causando prejuízos totais ou parciais à cultura dependendo da época de incidência e do nível de infestação

O

s adultos são mariposas com aproximadamente 30mm de envergadura, sua coloração é marromavermelhada, com duas manchas reniformes nas asas anteriores; os ovos podem ser de coloração azul-esverdeada, circulares e achatados, com 0,6mm de diâmetro; as lagartas possuem 3 pares de pernas na porção anterior do corpo e 4 pares na região posterior, para caminhar, firma-se nas pernas posteriores, dobra o corpo em forma de arco e arrasta as pernas alcançando as posteriores. Seu modo de andar é designado mede-palmo e pode saltar de uma folha para outra. Seu tamanho pode atingir até 40mm de comprimento, com coloração do verdeamarelado ao verde escuro ou quase preto. Formas de controle Para manejar essa praga, os coto-

nicultores dispõem de várias táticas: controle químico, controle cultural, controle comportamental e, principalmente através do controle biológico . Em relação ao controle químico, os cotonicultores devem optar pos inseticidas mais seletivos, pois estes permitem a sobrevivência de inimigos naturais do inseto. (Tabela 1). Com respeito ao controle cultural do curuquerê, sugere-se utilizar entre as plantas um espaçamento regular para evitar níveis de umidade do solo que favoreçam o desenvolvimento do inseto e manter a lavoura sempre livre de ervas daninhas que funcionam como hospedeiro alternativo do curuquerê. Outras práticas como aração, época de plantio e colheita, rotação de culturas e densidade de plantio representam medidas eficientes de controle, desde que se conheça o ciclo de vida e os hábitos do inseto. Quanto ao controle comportamental diz, respeito a todos os métodos de controle baseados na fisiologia do inseto, podendo ser feito através de feromônios, hormônios, atraentes e repelentes e através de esterilização de machos, sendo que o mais usado é o controle por hormônio. Controle biológico Quanto ao controle biológico, destacam-se vários grupos de predadores,

Trichogramma parasitando ovo de curuquerê


parasitóides e fungos entomopatogênicos (Tabelas 2 e 3). Os cotonicultores podem utilizar várias estratégias para incrementar os inimigos naturais no agroecossistema do algodoeiro através de inseticidas seletivos, utilização de sistema misto de cultivo, aplicação de melaço para atrair predadores e liberações inoculativas e inundativas.

Tabela 1

Na Embrapa Algodão, o parasitóide de ovos de curuquerê Trichogramma é criado massalmente, podendo ser liberado através de cartões com ovos parasitados ou adultos. Parte dos adultos de Trichogramma deve ser liberado a cada 25 passos nas linhas de cultivo e através de cartões. Devem ser utilizados 15 dispositivos de liberação/

ha distanciados 15m, com 2 polegadas quadradas cada. Em cada hectare utiliza-se 30 polegadas quadradas. Na lavoura de algodão pode ocorrer também fungos entomopatogênicos, como Nomuraea rileyi. Este fungo causa uma doença que representa um fator muito importante no controle natural de Trichoplusia, Alabama e Heliothis. As lagartas, após infeccionadas, paralisam a alimentação e morrem em seguida. Após alguns dias as mesmas se tornam mumificadas exibindo coloração branca, daí a denominação doença branca . José Janduí Soares, Lúcia Helena A. Araújo, Embrapa Algodão

Cultivar

Tabela 2

Lúcia sugere espaçamento regular na cultura Cultivar

Tabela 3

Para Janduí, o trichogramma é uma boa alternativa


Algodão

herbáceo

Cultivar

Fibra, óleo e proteínas

O algodoeiro é uma das plantas mais complexas criadas pela natureza. Uma verdadeira máquina voltada para a produção de matéria-prima

O

algodoeiro herbáceo (Gossyque a planta retira do solo e do ar respectivamente (o que corresponde a pium hirsutum L.r. latifolium Hutch.) é uma das plantas de maior 98,99% do total, equivalente a 215,5kg) complexidade morfofisiológica que a possui grande demanda energética, pois a semente é extremamente rica em natureza concebeu, possuindo pelo menos dois tipos de ramificações (fruproteínas e óleos. Para a planta formar tíferas e vegetativas), dois tipos de fo1g de carboidrato, ela gasta o equivalente para formar apenas 0,33g de lipílhas (frutíferas e vegetativas), e pelo menos duas gemas em cada nó nos radios e 0,40g de proteínas. mos frutíferos, além de ter metabolisHoje, com novas cultivares possuidoras de folhas pemo fotossintético C3, ineficiente, porém não se saquenas (o número de turando a nível de comufrutos é o principal A fibra é parte componente da pronidade com o máximo da integrante das radiação solar. dução), pode-se chesementes, tendo É uma planta que apegar, em condições exorigem na epiderme cepcionais para o sar do produto principal, dos óvulos a fibra, ser quase na totalicrescimento e o dedade constituída de carsenvolvimento, a cerca de 10t/ha de alboidrato (94 a 98% de celulose), sendo que, em um fardo intergodão em caroço, equivalente a 4t/ha nacional de 217,7kg de fibra, tem-se de algodão em fibra, aproximadamente 50% do máximo teórico possível se 113,4kg de oxigênio, 15,9kg de hidrogênio e 86,2kg de carbono, ou seja, pratodas as limitações da planta e do amticamente água e dióxido de carbono biente fossem dominadas plenamente.

Entre as limitações de ordem de arquitetura da planta, destacam-se a estrutura planofilar das plantas (folhas horizontalizadas), baixa transmissibilidade da luz, menos de 10%, que promove baixas taxas fotossintéticas das folhas sombreadas, além da distância vertical entre as folhas, que é pequena e interfere negativamente na distribuição da luz solar no dossel vegetal. Internamente, tem vários fatores limitantes, denotando-se a intensa taxa de fotorrespiração (desassimilação do CO2) e baixo coeficiente fotossintético. Do ambiente, o principal fator de limitação é a, ainda baixa, concentração de CO2 do ar, cerca de 330ppm (0,033%). Apesar da fibra do algodão ser de celulose quase pura, variando de 94 a 98% do total de peso da mesma, e ser esta substância um polímero de glicose, que é um açúcar simples, possuidor de carbono, oxigênio e hidrogênio, o algodão gasta muita energia para fabricar os demais componentes da semente, ricos em proteínas e óleos complexos. A fibra é parte integrante das sementes, sendo originárias de células da epiderme dos óvulos, que após a fertilização e alterações hormonais crescem e se desenvolvem rapidamente, fornecendo a principal matéria-prima têxtil do mundo atual. Óleo de algodoeiro O algodoeiro além da fibra, responde por cerca de 17% do total do óleo produzido anualmente no mundo, sendo uma das cinco principais oleaginosas utilizadas pela humanidade. A semente apresenta em média 16% de óleo bruto, sendo de 25% a 40% de lipídeos na amêndoa (semente sem a casca). Os principais ácidos graxos do óleo do

Napoleão explica as características do algodoeiro

algodão são: Palmítico (C 16:0), com 21% a 26% do total, o oleico (C18:1), 15% a 19% do total e o linoleico (C18:2), com duas insaturações e que representa 49% a 57% do total. Na biossíntese dos óleos (lipídios), a planta gasta bastante energia na forma de ATP (Trifosfato de adenosina), tanto na formação dos ácidos graxos saturados, via Ace-

til-CoA quanto dos insaturados, via palmitoil-CoA. O óleo do algodão hidrogenado e refinado produz uma infinidade de produtos para tipos especiais de frituras (como pastéis) até a manteiga vegetal de elevada qualidade. A farinha de algodão (semente) após a extração da fração oleaginosa e do gossipol (complexo de várias substâncias de natureza fenólica, tóxica ao homem), apresenta de 44,0% a 50,8% de proteínas com vários aminoácidos essenciais ou não, com teores elevadíssimos, tais como ácido glutâmico (média de 10,5g/100g de farinha), arginina (5,4g/ 100g de farinha), leucina (3g/100g de farinha) e ácido aspartico (4,9g/ 100g de farinha). Na biossíntese protéica, a planta gasta, também, muita energia que vem do processo respiratório (oxidação de substâncias orgânicas), que tiveram origem na fotossíntese (assimilação clorofiliana). Na síntese das proteínas, que, em média, apresenta 225 aminoácidos e para cada um deles que entra

na cadeia, gasta-se 1 ATP (ativação do aminoácido), gastando-se, também, energia no alongamento e iniciação da cadeia polipeptídica na forma de GTP (Trifosfato de guanosina). As proteínas simples, em média, apresentam na sua composição 50% de carbono, 7% de hidrogênio, 23% de oxigênio, 16% de nitrogênio e de 0% a 3% de enxofre. O algodoeiro é, assim, um fitossistema de elevada complexidade, e que apesar de ineficiente do ponto de vista fisiológico e bioquímico, e uma fonte (máquina) modular essencial para o homem produzindo desde a fibra que veste metade da humanidade, até subprodutos especiais, como o gossipol que é utilizado para a fabricação de pílulas anticoncepcionais masculinas. Na África, em vários países, com o uso de cultivares glandless , sem glândulas de gossipol, a farinha da semente, rica em proteínas, é usada diretamente na alimentação humana.

Napoleão E. de Macêdo Beltrão, Embrapa Algodão


Algodão

congresso

Abrindo os caminhos

zidas no Brasil 525 mil toneladas de pluma. Este retorno à produção, devese, em grande parte, às pesquisas realizadas pelos diferentes órgãos nas diversas regiões produtoras. A Embrapa Algodão e o Instituto Biológico promoveram o II Congresso Brasileiro de Algodão, em Ribeirão Preto, SP, reunindo especialistas do país e do exterior para conferências e debates sobre temas importantes na cultura do algodão, bem como apresentação de resultados de pesquisa no Brasil de interesse para a cultura. Foram apresentados 198 resultados de trabalhos de pesquisa nas mais diversas áreas, entre os quais destacam-se:

Congresso Brasileiro do Algodão mostrou novidades da pesquisa para diminuir despesas e aumentar o lucro do produtor

A

A volta da produção de algodão sedimenta-se no incremento das pesquisas e o consequente desenvolvimento de tecnologias para uso principalmente em novas áreas de exploraRedução ção, como os cerrados. A cultura gados custos nhou novo impulso ultimamente e O controle de pragas representa tende a aumentar a área de cultivo, uma parte considerável dos custos de com o direcionamento produção do algododa produção para regiões eiro, podendo chegar de cerrado, especialmenaté 20, 25%, depente na região Centro-Oes- A volta da produção dendo do número de de algodão te. Esta região sozinha aplicações de insetisedimenta-se no teve uma área de plantio incremento das cidas que se faz. As de 360 mil ha na última pesquisas pulverizações devem safra, obtendo uma proser feitas apenas dução de 361 mil tonequando as pragas ladas de pluma, corresatingem determinados níveis, os chapondendo a 68% da produção de almados níveis de controle. A suscepgodão do país. tibilidade das cultivares às pragas e Nesta safra (1998/99) foram produdoenças pode fazer com que se usem mais pulverizações do que quando a cultivar é resistente. Por exemplo, cultivares de algodoeiro susceptíveis a viroses exigem um nível de controle de pulgão mais rigoroso, em torno de 10%, e como consequência disto é feito maior número de aplicações de inseticidas, pois o pulgão é transmissor de viroses. Cultivares resistentes a viroses, como a BRS Antares e outras mais recentes, toleram níveis maiores de pulgão e como consequência se fazem menos pulverizações, reduzindo os custos de aplicação de inseticidas em 38% e em 14% o custo total da lavoura, no Estado do Mato Grosso. CNPA

cultura do algodão é de grande importância social pelo grande número de pessoas que emprega. De importante produtor, o Brasil passou ultimamente a grande importador com consequências sociais graves, como a migração da população para os grandes centros urbanos. O Brasil sempre foi um tradicional produtor de algodão, produzindo o que necessitava para consumo e exportando o excedente. A maior safra brasileira ocorreu em 1984 com a produção de 965 mil toneladas de pluma. Naquele ano o consumo brasileiro foi de 599 mil toneladas e a exportação de 336 mil. A crise fez com que em 1996, por exemplo, se produzisse apenas 307 mil toneladas de pluma, havendo uma importação de 460 mil e um consumo que aumentou para 840 mil.

O algodão colorido, cujas fibras podem ser marrons ou verdes, será lançado dentro de um ou dois anos

Biotecnologia está chegando O algodoeiro é alvo de inúmeras pragas, que requerem controle efetivo para uma boa produção. Entre os métodos de controle, o químico é o


Algodão

biotecnologia

como o próprio nome sugere, mais utilizado para pragas como o bique parasitam a praga causancudo, por exemplo. O custo de aplicado sua morte. Estas técnicas ainção de inseticidas é alto. A biotecnoda não estão disponíveis para logia tem aberto novos caminhos para uso pelo produtor, mas os estuos sistemas agrícolas, no caso do condos mostram a viabilidade no trole de pragas e doenças. No caso do campo, a nível experimental, do algodoeiro, destaca-se o Bacillus thuuso de alguns parasitóides para ergienses (Bt), uma bactéria entomoo controle do bicudo. patogênica com propriedades inseticidas, cujo gene já foi incorporado ao Resistência genoma do algodoeiro para o controle às doenças de algumas lagartas. Além das pragas, o algodoei- Luiz Paulo comenta o que de melhor aconteceu no congresso Os estudos visam agora a determiro é afetado por várias doenças, portante para o uso destas cultivares nar a potencialidade de cepas de Bt tanto da parte aérea quanto de solo. em regiões com alta taxa de cruzamenno controle do bicudo, precedendo a Os métodos mais eficientes e econôtos naturais. As sementes destas vaestudos biotecnológicos para incorpomicos de controle têm sido os genétiriedades poderão ser usadas na aliração destes genes no algodoeiro. Escos, através de cultivares resistentes. mentação humana e na de animais tudos desta natureAlgumas regiões produtomonogástricos pela ausência de gosza requerem a exisras, Mato Grosso por exemsipol. tência, no laboratóA biotecnologia, plo, possuem condições fario, de quantidade também no algodão, voráveis ao aparecimento Outros de insetos (bicudo) abriu novos destas doenças, como a viresultados em número suficicaminhos para a Destacam-se também as pesquisas rose mosaico comum, forente e com caracteagricultura sobre plantio direto com o algodoeima Ribeirão Bonito, que em rísticas desejáveis ro, que consiste no cultivo em terreno determinados anos, depen(idade, tamanho, coberto por palha e/ou plantas em dendo da cultivar, aparece etc.) para testar a eficiência dos isoladesenvolvimento e em ausência de de forma epidêmica. dos de Bt contra esta praga. Para isso, preparo de solo, com inúmeras vantaOs trabalhos de pesquisa têm coné necessário estabelecer metodologigens do ponto de vista de manejo, ferseguido selecionar cultivares resistenas de criação e reprodução desse intilidade do solo e econômico. Nestes tes. Também tem sido possível seleseto em condições de laboratório para sistemas de plantio direto também se cionar para outras doenças importanque exista em quantidade suficiente e tem estudado o efeito de diversos adutes através do conhecimento de parâno tempo desejado. Esta tecnologia já bos verdes na produção de algodão, metros genéticos a respeito da resisfoi estabelecida pela Embrapa Recurbem como a rotação de cultura. Aintência das plantas a estas doenças e sos Genéticos, bem como o estabeleda merecem destaque os trabalhos estabelecimento de índices de resiscimento da metodologia para bioensobre tecnologia de fibra e fio, entre tência múltipla às várias doenças saios com Bt. eles a comparação entre a microfiação como as causadas por Meloydogine Outra alternativa para o controle e a fiação industrial de algodão serincognita, Rotylenchulus reniformis, do bicudo é o controle biológico, utivindo de suporte aos trabalhos de seXanthomonas campestri pv. malvacelizando parasitóides, que são insetos, leção de cultivares. areum, Fusarium oxysporum f. vasinO melhorista, além de selecionar fectum e Colletrofrithum gossypii var. para os caracteres de fibra, procura secephalosporioides, além de Ramularia lecionar com base em algumas caracareola. Como resultado destas pesquiterísticas do fio, obtido a nível indussas, pode-se citar a cultivar BRS Antrial, como a tenacidade e o alongatares, recomendada para a região Cenmento. Estas características podem ser tro-Oeste do Brasil, que possui resisestimadas a partir de fiação piloto (petência múltipla às doenças citadas. quenas amostras) permitindo avaliar Outras novas tecnologias geradas pela suas linhagens quanto a estas caractepesquisa são as cultivares de fibra corísticas industriais baseando-se em pelorida, nas cores marrom e verde, a quenas amostras e em estágios mais serem lançadas pela Embrapa Algoavançados do programa de melhoradão dentro de 1-2 anos, além da pesmento. Vários outros trabalhos foram quisa sobre algodão sem glândulas de apresentados nas diversas áreas. gossipol. Linhagens que estão sendo desenvolvidas exibem o caráter sem Luiz Paulo de Carvalho, glândulas de gossipol na semente, senZuleide Ramiro presidiu o Congresso do Algodão Embrapa Algodão do este gene dominante, o que é im-

Monsanto

CNPA

Resistência é fundamental O Brasil já tem ensaios com algodão geneticamente modificado, produto que somente nos EUA esse ano ocupou área de 2.633 milhões de hectares e já tem expressão na China, Austrália, México, Argentina e África do Sul

Algodão Bollgard, colhido e aprovado nos Estados Unidos

N

ão há previsões de data para seu lançamento no País, mas os trabalhos estão acelerados, tendo em vista a importância da cultura do algodão para o agronegócio. A empresa que desenvolve esses ensaios, a Monsanto, está usando dois genes largamente empregados nos EUA, o Bollgard e o Roundup Ready, introduzidos em variedades de algodão bem adaptadas às condições brasileiras. Paralelamente, estão em andamento as gestões burocráticas buscando a aprovação nos organismos governamentais. O engenheiro César Righetti, gerente do projeto Biotecnologia Algodão no Brasil, da Monsanto, diz que a empresa está trabalhando para oferecer ao produtor brasileiro essa tecnologia, que implicará em redução de custos, melhor produtividade, menor utilização de inseticidas e, ainda, incentivo ao plantio direto; ou seja, oferecerá maior competitividade ao setor e ganhos ao meio ambiente. O algodão Bollgard em desenvolvimento no Brasil é resistente a insetos, especialmente à lagarta da maçã, lagarta rosada e curuquerê. A utiliza-

ção de outros genes em estudo podenéficos, tendo sido usado em pulverirá proteger a cultura contra outras prazações há décadas, para o controle de gas. Já o algodão Roundup Ready repragas em diversas culturas. Acrescisiste ao inseticida de mesmo nome, do o gene ao algodão, a nova planta podendo portanto ser aplicado em poderá proporcionar controle melhor qualquer estágio da cultura, eliminane permanente das pragas, reduzindo do plantas invasoras sem causar proa necessidade de mão-de-obra e de inblema ao algodão. seticidas químicos. O Bollgard utiliza uma O ganho, salienta O algodão proteína derivada do BaCésar, é econômico Bollgard em cillus thuringiensis (Bt), e ambiental. um microorganismo co- desenvolvimento no O algodão RounBrasil é resistente a mum encontrado no solo dup Ready tem ininsetos conhecido por sua eficiêncorporado o gene de cia no combate a determiresistência ao glifonados insetos- pragas. O Bt sato, o princípio atié inofensivo para seres humanos, peivo do herbicida do mesmo nome. Desxes, animais selvagens e insetos besa forma, o controle de invasoras se torna muito mais eficiente pois, mesCultivar mo que aplicado o agroquímico diretamente sobre a planta, ela continua a se desenvolver. Assim, o herbicida é aplicado somente quando necessário, facilitando o manejo da cultura. Seu uso facilita o sistema de plantio direto que, entre outras vantagens, reduz a erosão do solo. Estudos comparativos realizados em 1988 com o algodão Bollgard e as variedades convencionais, em cinco países produtores, mostraram rendimentos favoráveis ao produto geneticamente modificado. Nos EUA, em média, o retorno por hectare foi superior em US$ 74, no México em US$ 148, na Argentina US$ 137, na África do Sul US$ 144 e na China se obteve o recorde absoluto: vantagem de US$ 316 por ha. Para Righetti o Bollgard trará benefícios ao produtor


Pesticidas

mercado

Risco calculado Empresas buscam colocar no mercado produtos menos agressivos ao homem e ao meio ambiente

A

Cultivar

s indústrias agroquímicas estão desenvolvendo pesquisas na busca de produtos mais eficientes, que causem menor impacto ambiental e de baixo risco para os seus aplicadores. A tendência é de que mais e mais surjam no mercado produtos sele-

Copello prega o Manejo Correto do Meio

Cultivar

Soja

INFORME ESPECIAL FMC

tivos em relação aos insetos benéficos. Essa posição é defendida no Brasil por pelo menos dois líderes de empresas fabricantes com expressão mundial: Jean Pierre Longueteau, da Bayer, e Geraldo Copello, da FMC, que manifestam as mesmas preocupações e compartilham opinião otimista quanto ao futuro do setor de defensivos agrícolas, acreditando que a tendência preservacionista do ambiente norteará a produção e pesquisa no futuro. Longueteau, que além de diretor presidente da Bayer no Brasil também é diretor da ANDEF, e Copello, gerente geral da FMC no Brasil e responsável pelos negócios da transnacional norte-americana na América Latina, foram ouvidos em locais e datas diferentes, porém manifestaram opiniões totalmente coincidentes com relação ao assunto tratado. Os novos produtos, como diz Longueteau, tendem a se tornar cada vez mais próximos dos biológicos e seu desenvolvimento já leva em conta o surgimento de resistência, seja de insetos, fungos ou ervas daninhas, um problema antigo mas que agora passou a receber estudos mais aprofundados. Da mesma forma, além de se buscar menor risco ambiental e para o aplicador, as empresas querem maior seletividade em relação aos insetos benéficos, preservando os inimigos naturais das pragas. A idéia predominante é de se incentivar o que

Para Longueteau os produtos novos tendem a parecer mais com os biológicos

Cultivar

já se chama de Manejo Correto do Meio, completa Copello. Hoje, salientam, há grande preocupação com o solo e a água e a necessidade de uma agricultura sustentável, além de se buscar obter produtos que permitam boa flexibilidade ao produtor, reduzindo os custos de transporte, armazenagem, diminuindo o número de aplicações ou melhorando a tecnologia de uso. Biotecnologia vai esperar Há uns cinco anos acreditava-se que a biotecnologia tomaria a agricultura de assalto e que nada impediria seu avanço em todas as culturas. Hoje dois executivos pensam que o processo de mudança será mais lento e que permanecerão formas de culturas convencionais e de agricultura orgânica. Tudo indica que os produtos transgênicos ocuparão espaço muito importante, sem dúvida, mas nada comparado ao que se pensava. A reação de países europeus, do Japão, e até de setores norte-americanos aos transgênicos reduziu a velocidade do avanço da biotecnologia e resultará em muitas novidades, como a rotulagem dos produtos, por exemplo. E os consumidores, em breve, optarão entre o consumo de alimentos colhidos pela agricultura tradicional, a orgânica ou a transgênica. A rotulagem, com a segmentação do mercado e a consequente separação das cadeias em transgênicas e convencionais poderá agir de forma a que os ganhos obtidos com a redução dos custos de produção, com a biotecnologia, percam-se com a estocagem, transporte e demais despesas adicionais resultantes da criação de um novo sistema. Copello concordou, por outro lado, a participação no mercado de defensivos tem sido modificada em alguns países, para baixo, em especial devido ao baixo valor das commodities e também pela importância assumida pela soja transgênica no total cultivado nos EUA e na Argentina. Além disso, a recente crise econômica na Ásia e América Latina forçando a queda nos preços agrícolas reduziram o potencial aquisitivo dos produtores, que passaram a comprar menos agroquímicos.

Abrasoja retoma atividades

Gerentes da FMC entregam prêmios aos vencendores do concurso do Clube da Fibra

A

Prêmio para a qualidade

Agropastoril Jotabasso Ltda, de Ponta Porã, MS, venceu o concurso promovido pelo Clube da Fibra, uma organização de produtores de algodão patrocinada pela FMC, com um trabalho sobre a utilização do herbicida Gamit em aplicação em faixa na linha de semeadura. A direção da empresa foi premiada com uma camioneta Ford Ranger e o engenheiro agrônomo responsável pelo trabalho, Airton Francisco de Jesus, ganhou uma viagem a Nova Iorque, para duas pessoas, por duas semanas. A segunda colocação coube ao grupo Mine, que foi representado por Kinjiro Mine na festa da premiação. O resultado do concurso foi apresentado na quinta reunião do Clube da Fibra, realizada no hotel Othon Palace, no Rio, dias 16 e 17 de setembro, liderado pelo diretor geral da FMC no Brasil, Geraldo Copello, com a participação de 90 dos mais importantes produtores de algodão do Brasil, representando mais de 80% da produção nacional. A promoção tinha em vista a apresentação de trabalhos práticos com o objetivo de desenvolver a cultura do algodão, um dos setores em que a FMC centraliza o foco de suas atividades no país. Oito trabalhos de grande importância concorreram e foram apreciados por especialistas que escolheram

os primeiros colocados. No encontro, de dois dias, a FMC apresentou relatos das atividades dos seus diversos segmentos ligados à cultura do algodão no país, na safra finda, e anunciou alguns planos de metas para o próximo plantio. A empresa, segundo seu dirigente máximo no país, está confiante no futuro da cotonicultura brasileira e investe pesado no setor, auxiliando inclusive no desenvolvimento de tecnologia, como ocorreu com o concurso que gerou importantes inovações. O encontro culminou com uma palestra do consultor José Roberto Mendonça de Barros, de recente passagem no Governo Federal, que fez uma análise da economia, mostrando a necessidade premente de reformas fiscal, previdenciária, administrativa , a retomada de discussão do custo Brasil e de reconstrução do sistema de crédito para a retomada do crescimento do país. A recente queda da economia, explicou, não foi da amplitude esperada, e o momento atual é de transição, mas as condições estruturais do país são capazes de suportar as mudanças e o país caminha para uma recuperação rápida. Já se espera um crescimento de 4% para o próximo ano, o que muda o panorama.

O pesquisador José de Barros França Neto foi escolhido para a presidir a Abrasoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), que estava desativada desde 90. A vicepresidência será ocupada pelo senador Blairo Maggi, diretor do grupo Maggi, maior produtor de soja do Brasil. A indicação ocorreu em assembléia geral extraordinária, realizada durante o XI Congresso Brasileiro de Sementes, que aconteceu de 22 a 27 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR). A diretoria terá como função reorganizar os estatutos e estabelecer metodologias para associar os 240 mil produtores de soja brasileiros. Apesar de não ser produtor, ocupo uma posição neutra como pesquisador da Embrapa, o que é importante nesse momento de definição de metas , revela. França Neto. Segundo ele, a união da categoria nesse momento é importante para definir uma política agrícola e garantir melhores preços ao produtor. Os agricultores precisam se unir para definir estratégias diante da queda dos preços da soja. Os valores atuais são os mais baixos dos últimos 24 anos .


Biopesticidas multiplicação

CNPMA

Luxo no lixo

A partir de resíduos industriais é possível produzir Bacillus thuringiensis

Fotos CNPMA

Aparentemente, a mola propulsora das pesquisas sobre aproveitamento de resíduos, foi o conceito elaborado durante o desenrolar da exploração espacial, de que a cápsula espacial era um sistema ecológico fechado, no qual todos os detritos deveriam ser reutilizados ou reciclados. Por algum tempo, desde então, foi estudado o aproveitamento de dejetos pelo crescimento de microorganismos nesse material, seguido da recuperação da biomassa resultante, visando utilizá-la na ração animal como fonte de proteínas

E

Repolho sem proteção atacado por lagarta. Note-se a extensão dos danos causados

Repolho protegido pelo biopesticida bacillus thuringiensis. Sem danos...

sse conceito se estendeu às pesquisas sobre outros subprodutos (bagaços, resíduo do processamento de alimentos e de indústrias de papel e celulose) que serviriam de substratos para crescimento de microorganismos. Os trabalhos que se seguiram já visaram a utilização de uma variedade muito grande de substratos de acordo com a tecnologia e os materiais típicos de cada país. As aplicações da biotransformação dos resíduos e subprodutos trouxeram como conseqüências a melhoria do saneamento do ambiente, o estabelecimento de indústrias secundárias e a melhoria de estrutura de preços. Muitos microorganismos foram utilizados em todas as áreas de influência da biotecnologia, tendo a maioria se concentrado em aplicações na agricultura, saúde, energia e meio ambiente. No entanto, nem todas as propostas foram um sucesso, tanto por razões econômicas como por razões políticas ou psicológicas. Uma revisão sobre o assunto para o Brasil, nos remete a publicações como as do Grupo Executivo de Irrigação para o Desenvolvimento Agrícola GEIDA (1971 a 1973) que discutem o aproveitamento de produtos e subprodutos agrícolas, apresentando vários resíduos agrícolas com potencial de utilização. A tecnologia das fermentações se favoreceu, em muito, dos avanços no aproveitamento de resíduos, especialmente pelos reatores desenvolvidos e pelos processos de recuperação. Porém, restam muitos obstáculos a serem ultrapassados para a sua máxima utilização como ferramenta na obtenção de microorganismos úteis à humanidade, especialmente na solução do problema da fome. Entre as tantas ações propostas, a redução das perdas da

Deise comenta a produção do biopesticida Bt

produção agrícola mundial (estimada pela UNIDO em cerca de US$ 90 bilhões por ano) é imprescindível. Controle de pragas e contaminação Com a expansão da monocultura e das fronteiras agrícolas, o uso de pesticidas químicos foi intensificado, tendo aumentado em dez vezes entre 1940 e 1990 (estimativa mundial). Entretanto, as perdas por ataque de insetos dobraram no mesmo período, tendo, além disso, surgido problemas de toxicidade, acúmulo de resíduos e resistência de insetos. Alternativas de combate foram propostas entre as quais o uso de entomopatógenos (especialmente vírus, bactérias e fungos) também designados biopesticidas. Os biopesticidas se mostraram mais específicos, com baixa ou nenhuma toxicidade aos vertebrados e insetos benéficos, ocorrendo naturalmente nos campos cultivados. A aplicação desses patógenos requer grandes quantidades do agente ativo, exigindo, assim, uma produção relativamente fácil com boas características de estocagem. A produção facilitada depende do microorganismo se desenvolver em meio artificial ou não. No caso de Bacillus thuringiensis (Bt) - o agente de controle biológico mais utilizado comercialmente no mundo - além dos atributos de especificidade, potência e eficácia contra vários insetos-praga da agricultura, mostrou a possibilidade de produção em meio artificial, o que catalisou o interesse da indústria, permitindo seu desenvolvimento e utilização em escala mundial. Um aumento de 80% das vendas, em três anos, de produtos à base de Bt nos Estados Unidos,

deve-se a avanços na formulação e formas de produção que geraram produtos mais econômicos. A toxicidade de Bt a insetos se baseia num cristal (protoxina) produzido durante a esporulação, que, quando ingerido pelo inseto, converter-se-a na toxina devido à ação de enzimas proteolíticas específicas presentes no seu trato digestivo. Geralmente, uma mistura de esporos e cristais é facilmente produzida por fermentação aerada submersa ou em estado sólido e depois comercializada para aplicação por meio de tecnologias convencionais tanto em solo como aérea.

cervejarias, suplemento mineral de algas e água de côco. As análises de acompanhamento foram selecionadas entre as mais simples para facilitar a difusão de tecnologia do processo para pequena escala de produção, tais como contagem de esporos viáveis, pH e conteúdo de umidade. A quantidade obtida do complexo esporo-cristal foi da ordem de 100 bilhões por grama de alguns substratos, quantidade considerada satisfatória desde que o complexo obtido apresente atividade inseticida. Para medir tal ação, realizaram-se bioensaios em laboratório, onde uma suspensão de Bt obtido a partir da fermentação nos Bt a partir substratos com maior produção de esde resíduos poros, foi aplicada na dieta de uma laEste biopesticida, aparentemente garta-praga, a lagarta da soja (Anticar ideal , sofre restrições de uso em paísia gemmatalis), e a mortalidade das ses em desenvolvimento devido ao cuslagartas foi observada. Em alguns cato de importação. Ao mesmo tempo, o sos, como o de Bt obtido sobre resíduo controle microbiano de pragas é de inda indústria de papel, a mortalidade teresse crucial em países em desenvolfoi superior a 80% indicando que a vimento onde o uso indiscriminado toxina obtida é ativa. ou o não uso de pesticidas químicos Portanto, é possível utilizar com tem suas conseqüências econômicas sucesso subprodutos agro-industriais potencializadas pelos impactos negapara produzir biopesticidas por fertivos sobre a qualidamentação semi-sólida. de do solo, água, saúAs vantagens deste tipo de humana e balande fermentação são: o Os biopesticidas são ço ecológico do agromeio de cultura simplimais específicos, ecossistema. com baixa toxicidade ficado, o pouco espaço No Brasil, vários ocupado pelo reator com para vertebrados e estudos foram realizarelação ao rendimento insetos benéficos dos desde 1970, viobtido, e a possibilidade sando a produção de uso de subprodutos deste bacilo a partir como substrato, baratede resíduos líquidos, utilizando ferando o processo. mentação submersa e, desde a década Há muitos grupos no Brasil que prode 80, utilizando fermentação em esduzem Bt, e muitos são os problemas tado sólido a partir de resíduos sólidos que surgem no escalonamento do proda agro-indústria. cesso até a escala comercial (padroniEm trabalhos realizados na Embrazação, formulação, registro, garantia de pa Meio Ambiente, a partir de 1985, qualidade), aliados ao fato de alguns foram selecionados resíduos disponíórgãos fiscalizadores não terem uma leveis na região de Campinas/SP que posgislação específica para registro e uso suíssem composição aproximadamenexperimental de agentes de controle bite constante durante o ano e que apreológico. Ações efetivas estão sendo desentassem baixo custo. Ensaios realisenvolvidas por pesquisadores da Emzados em pequenos reatores estabelebrapa Meio Ambiente juntamente com ceram condições mínimas de crescios órgãos federais responsáveis pelas mento de Bt. Alguns subprodutos utinormas de registro, para sanar esta falizados nos estudos foram: resíduo sólha, permitindo a expansão de uso deslido da indústria de sabões, resíduo ta técnica tão importante. sólido de indústria de papel e celulose, farinha de vísceras e de penas (abaDeise M. F. Capalbo, Embrapa Meio Ambiente tedouro de aves), farelo de malte em


INFORME ESPECIAL FMC

INFORME ESPECIAL FMC

Nem sempre funciona Técnicos da FMC analisaram a estabilidade de diversas misturas de tanque. É importante observar que nem todas são possíveis Técnico da FMC analisa uma das 22 misturas testadas. Só se deve usar misturas sabidamente compatíveis

Inúmeras misturas de produtos, associação de herbicidas ou inseticidas são utilizadas com muita freqüência objetivando produtividade e/ou redução de custo no tratamento da cultura de algodão na fazenda. No entanto, estas misturas poderão apresentar algum tipo de incompatibilidade física ou química, devido a diferentes características dos produtos (tipos de formulações). Quando esta incompatibilidade ocorre o resultado esperado não é alcançado e por conseqüência gera prejuízos ao agricultor. Visando minimizar o risco da utilização de misturas incompatíveis, o trabalho aqui apresentado demonstra 22 estudos com uma série de misturas já utilizadas no mercado de cotonicultura pelos produtores. Os resultados apresentados poderão ser utilizados como guia dando orientação/ sugestão para a definição da melhor forma de utilização destas misturas (tank mix), bem como quais misturas devem ser evitadas e quais devem ser melhor gerenciadas quando da aplicação! O objetivo principal foi avaliar a compatibilidade físico-química de diferentes misturas, utilizando como constante o produto Marshal 200SC associado a outros inseticidas, nas

diluições aplicadas no campo no mercado de algodão. Os estudos foram executados pelos laboratórios de Controle de Qualidade e Desenvolvimento da FMC do Brasil em Uberaba-MG

zem parte da seqüência) Análise da concentração de carbosulfan na mistura (calda) após 2, 6, 24, 48 e 72 horas, levando-se em conta duas situações: temperatura ambiente e 50°C. Para complementar o traMétodos e balho analisamos outras substâncias procedimentos tais como: Carbofuran, 3-hidroxi, 7 Avaliação física hidroxi, pois são produindividual de cada protos. Este estudo visa duto: pH O ingrediente acompanhar a estabili Levantamento/ ativo Carbosulfan dade do carbosulfan definição das misturas é mais estável em tendo como variáveis: e concentrações dos meio neutro ou os produtos da mistura alcalino produtos utilizados no o tempo de repouso da campo (tabela 2) calda e a temperatura pH do produto na do meio. sua forma concentrada(valor individu pH da calda, levando-se em conal). ta o tempo em repouso e a temperatu Classificação dos produtos por ra ambiente. faixa de pH ( tabela I ) Separação de fase: se houve se pH da calda, valor de pH após paração de alguma substância com o adição de cada produto. passar do tempo. Preparação das misturas e avaliSedimentação: se houve sedimenações periódicas: inicial, após 2, 6, 24, tação de alguma substância com o pas48 e 72 horas, ( pH , performance em sar do tempo. calda, avaliação química concentração Na avaliação do pH dos produtos de carbosulfan presente na mistura). quando diluídos a 5% em água, ( Ta Aspecto - neste item é identifibela 1), observou-se que produtos com cado se existe alguma alteração na características neutras e alcalinas tecalda, como sedimentação, separação riam uma melhor performance com de fase, volume de espuma e etc.. Marshal 200 SC quando em misturas, Densidade final da calda (após a uma vez que o ingrediente ativo Caradição de todos os produtos que fabosulfan é mais estável em meio neu-

tro e alcalino, no entanto, existe a necessidade de uma análise mais completa das misturas para uma conclusão mais efetiva. a) Produtos que conferem características ácidas ( pH zero a 5.0 ) : Dissulfan CE, Ácido bórico, Nuvacron Sanc, Curacron CE, Fury 180EW e Hostation CE b) Produtos que conferem características neutras ( pH 5.1 A 7.2 ): Match CE, Agral, Dimetoato CE, Nomolt SC, Thiodan CE, Lannate BR, Pix, Lorsban CE, Naturoil, Polo PM, Alsystin PM e Thionex CE c) Produtos que conferem características alcalinas ( pH 7.3 a 14.0 ): Mospilan GD, Tuval LS, Actara WG, Marshal SC Avaliações das misturas Misturas que apresentam resultados de recuperação analítica total de Carbosulfan com mais de seis horas estão sendo consideradas estáveis e recomendadas para aplicação no campo e misturas que não apresentam recuperação total de Carbosulfan frente ao teórico com menos de 6 horas de análise, estão sendo consideradas instáveis e não recomendadas no campo a não ser que seja adicionando também um espalhante adesivo do tipo Agral ou similar na mistura que poderá auxiliar a estabilidade da calda. Misturas consideradas estáveis : 01 (água, Nuvacron, Thiodan, Agral, Marshal 200 SC), 02 (água, Polo 500 PM, Thiodan, Pix, Tuval, Marshal 200 SC), 11 (água, Endossulfan, Marshal 200 SC), 12 ( água, Polo 500 PM, Marshal 200 SC), 16 ( água, Thionex 350 CE, Pix, Marshal 200 SC), 17 (água, Thionex 350 CE, Pix, Alsystin 250 PM, Marshal 200 S), 19 (água, Thionex 350 CE, Alsystin 250 PM, Marshal 200 S) e 21 (água, Alsystin 250 PM, Fury 200 SC, Pix, Marshal 200 SC), sendo que as seqüências 11 e 12 apresentaram 72 horas de estabilidade, portanto extremamente estáveis e bastante recomendadas. Misturas consideradas com média estabilidade: 13 ( água, Actara 250 WG, Marshal 200 SC) e 22 ( água, Fury 200EW, Hostation 400 CE, Marshal

Cultivar

200 SC), para uma maior segurança na utilização da mistura é sugerido o uso do espalhante adesivo recomendado! Misturas consideradas instáveis: 03 (água, ácido bórico, Nomolt, Nuvacron/Azodrin, Thiodan/Endossulfan, Pix, Marshal 200 SC), 05 (água, Dissulfan, Nomolt, Polo 500 PM, Pix, Mal óleo, Marshal 200 SC), 07 (água, ácido bórico, Dimetoato, Nomolt, Agral, Marshal 200 SC), 10 ( água, Polo 500 PM, Lannate Br, Pix, ácido bórico, Max óleo, Marshal 200 SC ) 14 (água, Nomolt, Nuvacron/Azondrin, Thiodan/Endossulfan, Pix, Natur´oil, Marshal 200 SC ), 15 (água, ácido bórico, Pix, Lannate Br, Marshal 200 SC), Edson Silva coordenou o trabalho de pesquisa 18 (água, ácido bórico, Thionex 350 dade física dos produtos Mospilan e CE, Pix, Marshal 200 SC), e 20 (água, Dissulfan ( em ½ hora de teste obserácido bórico, Thionex 350 CE, Marvamos 6,0% de separação de fases e shal 200 SC). A instabilidade das com 1 hora 12% de separação)! amostras 03, 07, 10, 14, 15, 18 e 20 Os produtos 3 e 7-Hidroxy Carboestá relacionada com a presença de furan se mantiveram estáácido bórico. Enveis em todas as condições tendendo ser a pree análises efetuadas, porA economia gerada sença de boro vital tanto conclui-se que são transforma-se na cultura de algosubprodutos de síntese de dão sugere-se outra em prejuízo dobrado Carbofuran ou Carbosulse a mistura for fonte do produto fan e que a decomposição mal feita que não seja na fordeste último, quando dema do ácido. Sugetectado, não gera ou recure-se também a adipera os produtos acima. Em todas as ção de espalhante adesivo do tipo seqüências em que se detectou a deAgral ou semilar na mistura. São procomposição de Carbosulfan, notou-se dutos que conferem efeito tampão ao que há a recuperação de Carbofuran, meio e favorecem melhor estabilidaporém não de forma proporcional à de da mistura! degradação por alguma característica Na mistura 04 (água, Mospilan, presente no meio. Dissulfan, Match, Tuval, Natur´oil, Edson Ribeiro da Silva, Marshal 200 SC) não foi possível conGerente de fábrica - FMC cluir os testes devido a incompatibiliEste trabalho, na integra, é composto por 24 tabelas, semelhantes ao exemplo abaixo. Quem as desejar pode pedi-las gratuitamente à cultivar. E-mail: cultivar@zaz.com.br ou fax: (53) 222.1716



Biotecnologia plantio

plantio, mesmo que para reprodução, de sementes. Ainda que se revogue a liminar, entidades conservacionistas já anunciaram que ajuizarão outras ações na Justiça visando sustar o plantio. E o governo gaúcho, embora negando categoricamente existir cultura transgênica em seu território, comprou 40 kits para detectar soja OGM. Semente esmagada Os agricultores não se abalam e vão jogar no peso da categoria, considerando o desgaste político de quem ousar queimar a soja. Os vendedores de sementes contam que a procura é intensa e que os estoques das variedades convencionais estão abarrotados. Não adianta baixar preços, frisa Humberto Falcão, produtor de sementes em Passo Fundo, com os compradores logo dizendo que se não tiverem outra opção usarão como semente o grão colhido a partir de matrizes contrabandeadas da Argentina em 98. As sementes convencionais estão sendo vendidas como grão, para esmagamento nas indústrias. Falcão lamenta a confusão, pois as grega os produtores de sementes, variedades argentinas não são própriYwao Miyamoto, disse no congresso as para as condições regionais e a proda categoria, em Foz do Iguaçu, que dutividade será menor. Os agricultoeste número ainda é baixo e não refleres, em dificuldades, não podem dete a realidade. sistir do adubo e então Como primeiro apostam apenas em reduforte reflexo da tenzir custos economizando A proibição dos dência dos agricultocom herbicidas. E sua intransgênicos é o res três municípios conformidade começa a motor propulsor do daquele Estado, chegar à área política de contrabando de Cruz Alta, Tupancicada município, onde os grãos retã e Jóia, promulvereadores, temendo pergaram leis tornando der bases eleitorais, passuas áreas agricultásam a estudar projetos liveis livres para o plantio de culturas berando o plantio. O movimento é segeneticamente modificadas. O próximelhante na forma e local de origem mo poderá ser Passo Fundo, cuja Câdo Receituário Agronômico, em que mara de Vereadores examinava a quesos municípios começaram a legislar tão na última semana de setembro. E exigindo receitas de engenheiros agrôem vários outros surgem projetos. Ennomos para liberar a venda de agroquanto isso, o projeto de lei proibinquímicos, o que acabou resultando na do o plantio no Estado trancou na Aslei que instituiu o Receituário. sembléia Legislativa, onde os deputados da oposição são maioria e temem Ampla oferta a reação do campo. Em diversos municípios gaúchos O cultivo legal foi impedido pela circula o comentário irônico de que medida judicial, que proibiu qualquer

A sorte está lançada Produtor desafia governo e diz que vai plantar transgênicos

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rês municípios gaúchos promulgaram leis no mês de setembro permitindo o cultivo de plantas geneticamente modificadas e em vários outros os vereadores discutem projetos semelhantes. A proibição contida em decisão liminar do juiz da 6ª Vara Federal de Brasília e o anúncio do governo do estado do Rio Grande do Sul de que queimará todas as lavouras de soja transgênica encontradas não estão sendo suficientes para deter os agricultores gaúchos. Eles estão anunciando que vão plantar soja geneticamente modificada e o mercado negro explodiu: um saco de sementes transgênicas já vale R$ 100,00 enquanto a convencional oscila entre R$ 20,00 e R$ 25,00. Já há quem estime que a área total a ser plantada com sementes contrabandeadas da Argentina este ano, ou produzidas a partir da trazida ilegalmente em 98, ultrapasse um milhão de hectares, o suficiente para produzir 1,8 milhão de toneladas. O presidente da associação nacional que con-

bidas alcoólicas naquele país e em só os revendedores da Monsoy não seguida o que se viu foi a explosão das vendem semente de soja transgênica, tal a amplitude da oferta. Os preços, vendas e o florescimento do contrano entanto, são altos: de R$ 80, 00 a bando, o surgimento do crime organiR$ 100,00 a saca de 50 quilos, depenzado. No Brasil já se teve o exemplo da reserva de mercado na informátidendo da qualidade. Todas as semenca, que atrasou o país. Agora é a proites, porém, são reproduzidas a partir bição dos transgênicos o motor prodas contrabandeadas no ano passado, pulsor do contrabando. Seria mais fáou novas, trazidas ilegalmente este cil, garante, liberar o cultivo e fixar ano. Há casos de variedades argentinormas para a rotulagem, com o que nas novas vendidas por US$ 1,45 o a situação acabaria regulada pela oferquilo, o que equivale a R$ 130,00 a ta e procura. Havendo melhor preço o saca, ou seis vezes o valor da semente convencional brasileira. agricultor optaria pelas plantas convencionais ou não. Ninguém se idenO maior risco, agora, tifica, mas fala-se correm as organizações abertamente de proNo RS comenta-se que vendem grão, pois a dutores que conseguique somente os franqueados garantia do produto conram aumentar suas Monsoy não têm vencional pode cair nos propriedades com o transgênicos portos europeus, onde os lucro obtido da venda exames são rigorosos e a da soja. Enquanto o presença de organismos grão convencional é geneticamente modificavendido a no máximo dos significaria a devolução das reR$ 20,00 a saca, o geneticamente momessas. dificado chega ao mercado negro multiplicado por cinco, convertido em seJogada mente. Uma lavoura de 300 hectares, ensaiada por exemplo, produzindo 540 tonelaMas o secretário da agricultura do das de soja, pode proporcionar uma Rio Grande do Sul, José Hermeto Hodiferença de até R$ 800 mil nesse caso. ffmann, segue desmentindo a ampliEsse lucro desproporcional, em plena tude do plantio. É fantasia, uma joépoca de crise, é que leva os agriculgada ensaiada. Estão vendendo a idéia tores em massa a buscar salvação no de que não há mais como barrar a enproduto geneticamente modificado. trada dos transgênicos para forçar a Um pesquisador da Embrapa diz liberalização da comercialização . que a situação é semelhante à dos Hoffmann insiste em que toda soja EUA, na época da chamada Lei Seca: OGM encontrada acabará queimada, proibiu-se a produção e venda de be-

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Hoffmann declara que irá queimar lavouras OGMs

pois pretende que o território gaúcho seja considerado livre de transgênicos. E por isso nos próximos dias lançará uma ampla campanha de publicidade alertando os produtores sobre a proibição. E diz que prepara amplo programa de fiscalização nas plantações, além de colocar postos de fiscalização na fronteira com a Argentina para evitar o contrabando. Os agricultores consideram que é tarde, pois a operação está concluída. E consideram que se houver lavoura queimada será apenas operação de fachada, para salvar as aparências, pois o governo estadual não correria o risco de destruir um terço de sua produção, ou R$ 720 milhões, dos quais boa parte lhe caberia em impostos.

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Abrates apoia transgênicos Catorze entidades manifestaram, durante o XI Congresso Brasileiro de Sementes, sua posição favorável à liberação da produção e comercialização de sementes geneticamente modificadas na forma aprovada pela CTNBio e pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento . Durante o evento, foi aprovada, em assembléia da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), uma moção de apoio ao desenvolvimento de OGMs. No documento, a associação afirma que deve ser evitado o efeito prejudicial da politização da ciência que obscurece a discussão das melhores soluções para o desenvolvimento tecnológico. Além disso, foi lembrado que os OGMs são totalmente seguros para o consumidor e para o ambiente. Miyamoto acredita na expansão dos transgênicos


Soja

praga

O tamanduá que não come formigas O tamanduá-da-soja , bicudo-da-soja ou cascudo-da-soja começou a ser observado em lavouras de soja, a partir de 1973, e o aumento das populações tem preocupado os agricultores, especialmente em algumas áreas tradicionais de cultivo desta oleaginosa (RS, SC e PR). No Paraná, os maiores ataques têm sido verificados nas regiões mais frias e, nestas, onde é feita a semeadura direta da soja.

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a postura. À medida que crescem, ocorpotencial de danos é grande, re um engrossamento do caule, formanporque, tanto o adulto quanto do uma galha, estrutura constituída por a larva danifica a planta, principalmentecidos ressecados. te quando a população é alta e ocorre Durante a fase larval, o inseto passa na fase inicial da cultura. Nessa situação, pode haver perda total da lavouFotos C. Hoffmann-Campo ra.

por cinco ínstares. No quinto ínstar, o inseto vai ao solo, onde entra em hibernação em câmaras, localizadas a profundidades variáveis, mais comumente entre 5 e 10 cm, podendo, porém, serem encontradas em até 20 cm. Nessa fase, as larvas não se alimentam e permanecem na câmara até o início da próxima safra, quando, então, se transformam em pupas e, em seguida, nos adultos. A pupa é branco-amarelada do tipo livre e, quando vista dorsalmente, mostra os primórdios das asas. Danos preocupam Para se alimentar, o adulto raspa o caule e desfia os tecidos. Quando atinge a gema apical, no início do crescimento da planta, o dano é irreversível, diminuindo a população de soja da área. As larvas alimentam-se da medula da haste principal e provocam o surgimento da galha, a qual dificulta a circulação da seiva, fazendo com que a planta se torne frágil, podendo quebrar sob a ação do vento e da chuva.

Ciclo biológico O inseto é univoltino, isto é, apresenta uma geração por ano, que se inicia em outubro, quando os priConhecendo meiros adultos surgem no campo. a praga Esses atingem o pico populacional Os adultos são gorgulhos de aprono final do mês de dezembro, poximadamente 8 mm de comprimendendo ser observados, esporadicato, coloração preta e listras amarelas mente, até a maturação da soja. no pronoto (parte dorsal do tórax, Os primeiros ovos são encontrapróxima da cabeça) e nos élitros (asas dos em novembro ou dezembro (deduras), formadas por pequenas espendendo da época de semeadura) camas. Para realizar a postura, a fêe, alguns dias após, já se observam mea faz um anelamento na haste principal, cortando toda a epiderme O tamanduá da soja mede aproximadamente 8 mm de comprimento as larvas, que ocorrem durante todo o ciclo da soja, em idades variáveis. (casca). Em Mauá da Serra (PR) as larvas comeEventualmente, são encontrados çam a hibernar no solo, a partir de feveovos nos ramos laterais e até nos pecíoreiro, mas no RS podem iniciar a hiberlos. Os ovos têm coloração amarela e nação ainda em janeiro, permanecensão postos em orifícios protegidos pela do nesta condição até o final de novemfibras do tecido cortado por ocasião do bro; as primeiras pupas são encontraanelamento. Aproximadamente três das a partir de outubro. dias após a postura, ocorre a eclosão das larvas, com corpo cilíndrico, levemenManejo te curvado (curculioniformes), desprointegrado vido de patas e com coloração brancoO controle do tamanduá-da-soja é amarelada; a cabeça tem cor castanhodifícil porque o inseto possui caracteescura. rísticas que lhe permite escapar, mesNa fase ativa, isto é, enquanto estão mo após a aplicação de produtos quíse alimentando, as larvas ficam no inmicos, e sobreviver. As larvas em deterior da haste principal, na região do Detalhe de dano causado por tamanduá da soja senvolvimento ficam protegidas dentro anelamento realizado pela fêmea para


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hospedeira não preferencial, na qual o inseto se alimenta em menor intensidade. Em todas essas espécies, o inseto não se desenvolve e, conseqüentemente, interrompe o seu ciclo biológico.

Utilização de Plantas-iscas Para aumentar a eficiência de controle, a espécie não hospedeira ou hospedeira não preferencial deve ser circundada por hospedeira preferencial (planta-isca). Desse modo, ao atrair e manter os insetos na bordadura da lavoura, o produtor pode pulverizar um inseticida químico apenas numa faixa (bordadura) de, aproximadamente, 25 m. Esse controle nas bordaduras deve Controlar o inseto é importante, diz Mauro ser feito nos meses de novembro e dezembro, quando a maior parte dos adultos sai do solo, e repetido sempre que o do caule. Os adultos, durante o dia, fiinseto atingir os níveis de dano econôcam escondidos nas partes baixas das plantas de soja, entre as folhas ou a pamico, conforme a fase da cultura. O controle do inseto justifica-se lhada da cultura anterior; as larvas maquando no exame de plantas de soja duras hibernam no solo, onde também se localizam as pupas. com duas folhas trifolioladas, for encontrado um adulto por metro de fileiras Além disso, o prolongado período de de soja, incluindo a face inferior das emergência e a migração dos adultos de áreas vizinhas, diminuem a eficácia do folhas e o caule. Com cinco folhas trifolioladas (próximo à floração), a cultura controle químico. A rotação de cultura tolera até dois adultos por metro linear. é a técnica mais eficiente para o manejo adequado do tamanduá-da-soja, mas As pulverizações noturnas, entre às 22 e às 2 h, são mais eficientes, pois a maisempre associada a outras estratégias, oria dos adultos, como as plantas-iscas e o controle químico em bordadura de neste período, se lavoura. encontra na parte A utilização de superior das planNos locais em que, na safra planta-isca pode anterior, foram observados atatas, em acasalaser associada aos mento. A escolha ques severos do inseto, antes controles químico e de planejar o cultivo da safra dos inseticidas mecânico de verão seguinte, o grau de indeve ser feita dentre os produtos refestação deve ser avaliado, preferencialmente na entressafra, comendados para entre maio e setembro. Para cada 10 ha, o controle do inseto e o mesmo ingrediente ativo não deve ser utilizado em devem ser retiradas quatro amostras de solo, centradas nas antigas fileiras de duas aplicações sucessivas, para prevesoja, com 1 m de comprimento, com larnir o surgimento de resistência do insegura e profundidade de uma pá de corto àquele produto químico. A utilização de planta-isca pode ser te. Após a observação cuidadosa da amostra, será realizada a contagem do associada aos controles químico e mecânico. No caso do controle mecânico, número de larvas hibernantes. Se, na média, forem encontrados de elimina-se as larvas presentes nas plantrês a seis larvas hibernantes/m2 (4 tas, com roçadeira, antes delas entrarem em hibernação no solo. Isso deve ser amostragens), existe a possibilidade de, feito cerca de 45 dias após a observação no mínimo, um ou dois indivíduos atingirem o estádio adulto, podendo causar dos primeiros ovos nas plantas. Na Região Norte do Paraná, não havendo atrauma quebra de 7 a 14 sacas de soja por so na semeadura, as plantas podem ser hectare, na safra seguinte. Nesse local, a soja deve ser substituída por espécie eliminadas até meados de janeiro. O preparo do solo, isoladamente, não hospedeira (ver tabela), na qual o como medida de controle, não é recoinseto não se alimente, ou por espécie

mendado. Porém, quando essa técnica for utilizada para o controle de doenças, e altas populações de larvas hibernantes ou pupas tenham sido registradas em sua lavoura, o agricultor deve considerar que a maioria das larvas (90%) hibernam entre cinco e 15 cm de profundidade. Portanto, implementos que revolvem o solo superficialmente não serão úteis na redução de populações do tamanduá-da-soja. Resultados recentes de pesquisas de manejo do tamanduá-da-soja, mostram que o percentual de plantas mortas e danificadas é significativamente menor, e a produtividade maior ao final do período de rotação soja-milho-soja, quando comparados ao monocultivo sojasoja-soja. Adicionalmente, existe a vantagem de reduzir, drasticamente, a população de larvas hibernantes nas áreas de milho. Portanto, essa técnica é altamente recomendada para sistemas equilibrados de produção e essencial em áreas com ataques freqüentes do tamanduá-da-soja. Clara Hoffmann-Campo (Embrapa Soja), Mauro Braga da Silva (Fundacep) CNPSo

Clara fala sobre as plantas hospedeiras da praga


Soja

Formigas

fungos

controle

Embrapa Trigo

Rompendo ciclos

Ao utilizar o plantio direto, o agricultor deve fazer a rotação de culturas. Caso contrário, corre risco maior com os fungos

Lavoura de soja recém-colhida, mostrando a quantidade e a disposição de restos culturais

O

sistema de plantio direto vem favorecendo a destruição de microorsendo adotado por um númeganismos pela falta de alimento novo, ro cada vez maior de agricultores. Com ou seja, espécies hospedeiras na nova esse sistema de manejo agrícola, a rosafra. tação de culturas torna-se obrigatória Período de para o uso racional da área. decomposição Do ponto de vista fitossanitário, a No caso de soja, quanto tempo leva rotação de culturas com espécies que para que seus restos culturais sejam não são suscetíveis a doenças comuns decompostos? Os fungos necrotróficos é fundamental, ao romper o ciclo de permanecem vivos nesses restos até a vida de alguns microorganismos caudecomposição, ou podem morrer ansadores de doenças, que sobrevivem tes? E as culturas sucessoras, têm innos restos culturais em decomposição. fluência sobre a decomposição dos São os chamados microorganismos restos e sobre a sobrenecrotróficos, que têm a vivência desses funcapacidade de esperar , gos? Para responder a entre uma safra e outra, Com a rotação de essas perguntas, monpor sua cultura prefericulturas há mais tou-se um experimenda, ou hospedeira, nos tempo para a to em Passo Fundo, decomposição dos restos culturais. Assim, RS, no campo da Emrestos da lavoura se plantas jovens de soja brapa Trigo, no períoencontrarem restos culdo de maio de 1995 a turais de soja da safra anagosto de 1997. Após terior ainda no campo, há maior proa colheita de soja, a área total foi divibabilidade de desenvolvimento mais dida em três parcelas de 13 m x 14 m. severo daquelas doenças cujos microMensalmente, foram sorteadas cinorganismos causadores sejam necroco subamostras de um metro quadratróficos. do por parcela, sendo coletados todos Isso também pode ocorrer com trios restos culturais de soja da superfígo, com milho e com outras culturas cie do solo, que foram lavados e deianuais. A rotação de culturas abre um xados secar em temperatura ambienespaço de tempo para a decomposite. Esses restos foram pesados após 48 ção dos restos culturais contaminados,

horas. Os fungos presentes nos restos culturais foram identificados após sete dias de incubação sobre meio de cultura. No campo, cada parcela foi cultivada com uma cobertura vegetal diferente, formando-se três seqüências de cultivo ao longo do período: I (trigomilho-aveia-milho-ervilhaca), II (aveia-milho-ervilhaca-milho-trigo) e III (ervilhaca-milho-trigo-milhoaveia). Resultados da pesquisa Como resultado, observou-se que as três seqüências de culturas apresentaram o mesmo efeito sobre a decomCultivar

Leila pesquisa resíduos em restos culturais

posição dos resíduos de soja, sendo esta mais rápida até os primeiros 200 dias após a colheita, correspondendo ao período maio-novembro de 1995, continuando de forma constante e lenta até agosto de 1997, quando foram encontrados os últimos restos de soja. Nas diferentes seqüências de culturas e em todos os meses amostrados, as espécies Macrophomina phaseolina (agente causal da podridão negra da raiz), Fusarium spp. (gênero do agente causal da podridão vermelha da raiz) e Rhizoctonia solani (agente causal do tombamento de plântulas e da morte em reboleira) foram sempre detectadas. Phomopsis spp. (gênero do complexo Diaporthe/Phomopsis, agentes causais da deterioração de sementes, de crestamento da haste e da vagem e do cancro da haste) não foi mais recuperado a partir de maio de 1997, na seqüência II, e a partir de junho de 1997, na seqüência I. Na seqüência III, ocorreu novamente em agosto de 1997, após dois meses de não detecção. Assim, verificou-se que o período para a decomposição total dos restos culturais de soja, nas condições de Passo Fundo, foi 27 meses. Não houve influência das três seqüências de coberturas vegetais sobre a decomposição dos resíduos de soja em todos os meses amostrados, com exceção de agosto de 1997, quando as seqüências I e II diferiram da seqüência III. Também não foi constatada influência sobre a incidência dos fungos dos gêneros Macrophomina, Fusarium, Rhizoctonia e Phomopsis. A habilidade de competição saprofítica e as estruturas de resistência de Fusarium, de Macrophomina e de Rhizoctonia permitem que esses fungos permaneçam viáveis por muito tempo em uma área. Para Phomopsis, como a sobrevivência está ligada à decomposição dos restos culturais, pode-se considerar seus propágulos não viáveis após 27 meses da colheita de soja, nas condições climáticas de Passo Fundo. Leila M. Costamilan, Julio C. B. Lhamby e Emidio R. Bonato, Embrapa Trigo

Pequenas e chatas A

s formigas cortadeiras dos gêsua ocorrência em pouco mais de 30% neros Atta e Acromyrmex ocorda área do estado. Isto indica que na rem, em condições naturais, tão somenmaior parte do Rio Grande do Sul, não te no continente americano, desde o sul se sabe quais as espécies que ocorrem dos Estados Unidos à Argentina, exceto e, pior ainda, quais as medidas mais adeno Chile. São consideradas uma das quadas para o seu combate. Nas regiões mais sérias pragas das áreas agrofloresdas Missões e Alto Uruguai, as infortais do continente e o seu controle é uma mações disponíveis sobre as formigas das grandes preocupações dos agriculcortadeiras são as mais escassas. Destores e dos silvicultores. Sendo impossas áreas provêm as maiores reclamasível a erradicação das formigas cortações dos agricultores quanto a ineficádeiras, os pesquisadores desenvolvem cia do controle químico, pelos mais diseus trabalhos procurando caminhos versos motivos. para uma convi- Link vência com elas, através de programas de manejo integrado. Os resultados das pesquisas em desenvolvimento, já divulgados, mostram que o comportamento das diferentes espécies de formigas cortadeiras, em relação às medidas de controle químiFalha em lavoura de soja por causa do ataque da formiga de rodeio co, estão a exigir maiores e mais profundos estudos, especialmente sobre Os resultados do controle químico a identificação correta das espécies, sua de formigas cortadeiras realizados com distribuição geográfica e as melhores as espécies mais comuns na Região Cenépocas para a adoção de técnicas de tral do Rio Grande do Sul, indicam que controle, inclusive o químico. há necessidade da utilização de diferenNo Rio Grande do Sul estão referites quantidades de formicidas para um das 13 espécies de formigas cortadeiras combate eficaz durante os períodos sedo gênero Acromyrmex e duas espécies cos ou chuvosos. do gênero Atta. As duas espécies de Atta De uma maneira geral, a melhor épotem sua distribuição geográfica estudaca para o combate aos ninhos das forda e conhecida em linhas gerais, facilimigas cortadeiras é no outono, no final tando os trabalhos de divulgação dos do período de colheita das safras de veprocessos de combate a estas espécies. rão, ou logo após, pois nesta época os Já do gênero Acromyrmex as espécies ninhos apresentam elevada população com maiores informações disponíveis de operárias e um estoque mínimo do são a formiga quenquem de cisco ou fungo alimentício. A existência de poupreta pastadeira, A. crassispinus; a forco material vegetal favorável ao cultivo miga vermelha de monte, A. heyeri; a do fungo força a aceitação de substraformiga de rodeio, A. striatus e a formitos alternativos, como iscas caseiras, ga preta fosca, A. ambiguus. feitas com inseticidas de amplo especAs informações disponíveis indicam tro e altamente tóxicas, que são rapida-


mente carregadas para o interior dos ninhos. Outro período quase tão favorável quanto o primeiro é entre o final de julho e início de setembro, principalmente nos anos de invernos mais rigorosos, quando há necessidade de grande quantidade do fungo alimentício para o desenvolvimento das larvas que originarão as formas aladas, responsáveis Tabela 1

pela disseminação da espécie, o que facilita a aceitação de iscas de baixa qualidade, normalmente rejeitadas pelas operárias. Para um bom controle das formigas cortadeiras deve-se conhecer as espécies ocorrentes na área, sua distribuição na propriedade, tamanhos dos ninhos, tipo de controle que se pretende realizar e pessoal treinado Tabela 2

para a finalidade proposta, entre outros ítens. Entre as alternativas de combate químico, os testes realizados indicam que na utilização de formicidas em pó, através de uma bomba insufladora, as doses mínimas por formigueiros das espécies anteriormente referidas acham-se na Tabela 1. Dionisio Link, UFSM

B. Consulting

BRANDALIZZE consulting MILHO Confirmando pouca oferta e mercado firme nesta entressafra Os detentores do milho vem comemorando o bom desempenho das cotações verificados nas últimas semanas, e já apostam em ajustes maiores. Aponte-se que existem chances para avanços de 10 a 15% até o final do ano. O limitador do crescimento das cotações internas será o milho importado, porque os estoques do governo estão restritos a poucos volumes que vêm sendo negociados via PEP. O importado não chega abaixo dos R$ 13,00/13,50 e assim dará margem para o avanço do produto nacional mais à frente. O plantio do milho neste ano está com 20 a 30 dias de atraso, e assim a entressafra deverá ser uma das mais longas da década. Os produtores vêm apostando no milho e assim usando de boa tecnologia, para conseguir produtividade satisfatória e aumentar os ganhos.

SOJA Revertendo tendências Os produtores de soja, que apontavam inicialmente queda na área plantada de 15 a 20%, agora começam a repensar a situação. O relatório do USDA que trouxe queda na produção dos EUA, passando das 79,9 milhões iniciais para as 75,6 atuais, fez com que as cotações saltassem pelo menos US$ 0,50 por bushel ou mais de US$ 1,00 por saca no Brasil. Com isso, a oferta mundial ficou menor do que a expectativa de consumo, ou seja, 154/155 milhões de produção mundial e um consumo de 155/156, mostrando um quadro melhor

que da safra passada. Assim, os produtores do Brasil começaram a rever o novo plantio, e passam a deixar de lado o arroz, milho e parte do algodão, para efetivar a soja. A expectativa atual é que os produtores reduzam em cerca de 5% o plantio, ficando na faixa dos 12,5 milhões de hectares. O quadro interno até o final do ano é apertado e com boas chances para os detentores das 2,6 milhões de toneladas ainda existentes para serem comercializadas.

ARROZ Novas Opções e crise na Fronteira O mercado do arroz teve um novo apoio do governo através de mais Opções para os produtores gaúchos, mas o fato mais importante foi o corte da entrada livre do arroz argentino, que até agosto tinha passagem livre. Em represália do Brasil aos argentinos, o produto tem que passar por todos os testes sanitários, ficando parado na fronteira de 20 a 30 dias, e com todos os custos a cargo dos importadores. Isso desencadeou a entrada do produto uruguaio, que estava lento. Os indicativos seguem com poucas chances de avanços. Os produtores gaúchos devem reduzir o plantio, o mesmo ocorrendo com Argentina, Uruguai, que pode refletir em redução de 1 a 2 milhões de T na safra nova do Mercosul.

CURTAS E BOAS TRANSGÊNICOS - Estamos iniciando o plantio, e para esta safra já se descartou a possibilidade da liberação para o plantio. Os compradores europeus estão comemorando a decisão da justiça brasileira. TRIGO - O mercado segue firme, com produtores apostando em fechar trigo nos R$ 250,00. Por enquanto, ainda tem rodado entre os R$ 215,00 aos R$ 230,00 por tonelada. A colheita vai andando, e já se apontam perdas pelas chuvas de 100 mil toneladas.

RECURSOS - Até agora o governo prometeu muito, mas a liberação ainda é pequena, e grande dos insumos vem sendo bancados pelos próprios produtores. SAFRA 99/00 - O plantio da safra já está em andamento, com grande parte dos produtores lançando as semanas da soja, onde o plantio vem ocorrendo em ritmo forte, devendo ter colheita precoce a partir de janeiro. Arroz ainda está em ritmo lento, basicamente no Norte de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul no irrigado e sequeiro na região de Sorriso no MT. Devendo avançar agora em outubro.

FEIJÃO Mercado segue com poucas ofertas até dezembro O mercado do feijão vem consolidando os ajustes vistos na segunda quinzena de agosto, e as-

sim até dezembro, quando começa a chegar a safra das águas, as ofertas devem ser restritas ao produto irrigado do Brasil central. Esperam-se momentos de pressão de alta de

R$ 5,00 a R$ 10,00, e outros de baixa. Deve permanecer sendo um bom negócio para os produtores, que têm como melhor opção de negócio as vendas escalonadas. Outubro 1999

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Milho

invasoras as como o capim marmelada, antes do perfilhamento. Pós-Emergência Inicial: A pósemergência inicial tem seu início no estádio fenológico de três folhas abertas do milho e vai até a abertura completa da quinta folha, ocorrendo no período de 10 a 15 dias após a emergência do milho (DAE). As gramíneas anuais apresentam de um a dois perfilhos e as folhas largas de duas a quatro folhas . A Figura 1 mostra em detalhe uma lavoura de milho na fase de pós-emergência inicial. Nesta fase Cultivar da pós-emergência, as perdas culturais não são ainda significativas (de 2 a 4%) e predomina o uso da mistura 1+2 de Sanson 40 SC (nicosulfuron) com atrazine. A adição de atrazine no tanque tem o objetivo de aumentar o escopo de controle, principalmente de espécies de folhas largas. Após a emissão do primeiro perfilho, somente o herbicida Sanson 40 SC (nicosulfuron) é efetivo no controle de gramíneas dentro da cultura do milho. Pós-Emergência Normal: A pósemergência normal tem seu início no estádio de cinco folhas abertas do milho e vai até a abertura completa da sexta folha. A pós-emergência normal ocorre entre 16 e 20 DAE, as gramíneas podem apresentar até três perfilhos e as folhas largas podem ser vistas com 4 6 folhas. Nesta fase, as perdas culturais devido à competição variam de 4 a 7% e o herbicida Sanson 40 SC podem ser assim caracterizadas: (nicosulfuron) é o mais usado por cauPós-Emergência Precoce: A póssa do estádio adiantado das gramíneemergência precoce, com relação à as. cultura do milho, é uma fase que vai Pós-Emergência Tardia ou Avandesde a emergência até o estádio de çada: A pós-emergência tardia é caduas folhas abertas, ou até o início da racterizada por perdas culturais mais abertura da terceira folha. É importanevidentes (7,40 a 12,39%). A cultura te salientar que as plantas daninhas do milho já apresenta a ainda são muito pequesétima folha completanas e que as gramíneas A pulverização não mente aberta e as gramíainda não perfilharam deve ser feita em neas anuais já apresene as folhas largas apredias chuvosos, para tam de três a quatro persentam o primeiro par evitar disperdícios filhos. As plantas danide folhas. Nesta fase, a de produtos nhas como o leiteiro já perda cultural devido à apresentam de seis a competição inicial vaoito folhas. Nesta fase ria de 0 a 2% e predoda pós-emergência, recomendada para mina o uso de herbicidas a base de o controle das plantas daninhas soatrazine, cyanazine e outros, capazes mente em situações especiais, devido de controlar, por ação de contato, foàs perdas já ocorridas pela interferênlhas largas como o leiteiro e gramíne-

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO. III Herbicidas para Pós-emergência da Cultura e Operações de Pós-Colheita

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uitas vezes, por uma dificuldade climática, o herbicida pré-emergente não foi aplicado e o produtor de milho se vê a frente de uma lavoura onde o milho e as plantas daninhas já nasceram. Este tipo de situação pode ocorrer por causa da falta de umidade no momento do plantio ou, como é mais comum, por causa da falta de maquinário para plantar e pulverizar ao mesmo tempo. Com o aparecimento de herbicidas de pósemergência para a cultura do milho, o produtor de milho ganhou em flexibilidade de tempo para sua pulverização. A aplicação pode ser iniciada na pré-emergência, passar pela pósemergência precoce, atingir a pósemergência inicial e terminar na pósemergência tardia. Segundo Silva et al (1998), as fases da pós-emergência

cia anterior à aplicação, predomina herbicidas inibidores da fotossíntese também o uso de Sanson 40 SC (nico(atrazine, simazine, cyanazine, bentasulfuron). O uso de atrazine nesta fase zon etc), as pulverizações de pósé opcional porque as folhas largas já emergência precoce devem ser realiapresentam a capacidade de rebrotar zadas à tardinha e à noite, dando-se após sua aplicação. Atrazine não é efetempo para que as plantinhas de mitivo também contra as gramíneas neslho possam metabolizar parte do herta fase da pós-emergência. A adição bicida. Quando a pulverização é feita de atrazine no tanque pode ser feita em dias muito claros, pela manhã, é com o objetivo de aumenmuito comum o apatar o efeito residual sobre recimento de sintoQuando a plantas daninhas de fomas de injúrias caupulverização é feita lhas largas como a cordasadas por inibidores em dias muito de-viola e outras plantas fotossintéticos como claros é comum o daninhas tardias que irão clorose e necrose nas aparecimento de causar problemas na cobordas das folhas do injúrias lheita mecanizada. milho. Caso isto A pós-emergência aconteça, o produtor avançada não é usada não precisa preocupara o manejo de plantas daninhas par-se. A ação dos inibidores fotossinque causam perdas culturais no inítéticos é apenas de contato, não atincio da cultura. As perdas verificadas gindo as novas folhas que irão se foraté esta fase, se não for usado um tramar a partir do ponto de crescimento tamento anterior, podem ultrapassar abrigado ainda no solo nessa fase. 12%, altas demais para justificar o inHerbicidas como cyanazine, cyavestimento de uma aplicação de hernazine + simazine e 2,4-D amina, não bicida. Nesta fase, deve ser feita, quansão recomendados quando o milho uldo necessário, uma pulverização diritrapassa o estádio da quarta folha abergida, complementar a um tratamento ta, com a lígula visível, por causa do anterior, visando o controle de planrisco de injúrias. A aplicação desses tas daninhas tardias e beneficiar as herbicidas deve ser restrita à póscondições de colheita. emergência precoce. O herbicida 2,4-D tem ação sistêPós-emergência mica e é uma boa opcão para supriprecoce Fotos Silva A exemplo dos herbicidas préemergentes, os herbicidas usados na pós-emergência precoce possuem ação residual variada e, além de controlar as plantas daninhas emergidas, controlam também as que ainda irão nascer, dentro do período de ação do herbicida. A pulverização deve ser feita em dia não chuvoso para que as gotículas não sejam arrastadas das folhas para o solo mas, a umidade é muito importante para a ativação no solo e absorção foliar. Horas quentes do dia e umidade relativa do ar baixa (abaixo de 50%), não são recomendadas para a pulverização. Os melhores resultados de pulverização em pósemergência precoce têm sido obtidos por produtores que pulverizam nas primeiras horas do dia, com vazão na faixa de 100 a 250l/ha. Para evitar injúrias causadas por

mir o crescimento de tiririca (Cyperus rotundus) e muitas espécies de folhas largas na cultura do milho, quando aplicado na pós-emergência precoce. Se a aplicação for feita mais tarde, depois que a quinta folha do milho começa a sair, o risco de injúrias é muito grande. Os herbicidas recomendados para o controle em pós-emergência precoce de plantas daninhas na cultura do miho, estão agrupados nas Tabelas 1 e 2, sendo a primeira para os produtos comerciais de um só princípio ativo e a outra para as misturas comerciais e misturas em tanque contendo dois princípio ativos. Pós-emergência inicial e normal Quando a cultura do milho atinge a pós-emergência inicial e pouco depois a pós-emergência normal, o aparecimento de gramíneas perfilhadas faz com que os herbicidas usados na pós-emergência precoce percam a sua eficiência. Torna-se necessária a adição em tanque do herbicida nicosulfuron, único herbicida de ação sistêmica capaz de controlar gramíneas perfilhadas dentro da cultura do milho. É importante salientar que atrazine tem sido usado com muito sucesso nessas fases da cultura, principal-


mente na pós-emergência inicial, por causa de sua eficiência no controle de folhas largas e seu efeito residual sobre plantas daninhas de emergência tardia como a corda-de-viola e quamoclit. Os principais produtos usados na pós-emergência inicial e na pós-emergência normal estão agrupados na Tabela 3. Com relação ao herbicida nicosulfuron, a aplicação exige um intervalo mínimo de sete dias para a utilização de inseticidas organofosforados. O ideal, nesse caso, é o uso de inseticidas fisiológicos ou a base de piretroídes, manejando as pragas da cultura sem interferir na ação do herbicida. A pulverização de herbicidas em pós-emergência inicial e normal pode ser usada por grandes e médios produtores mas ela é também aplicável aos pequenos produtores por causa da facilidade de pulverização em faixa com um pulverizador costal, seguindo-se a linha de milho. A esse tratamento em faixa que elimina toda concorrência das plantas daninhas com o milho, segue-se normalmente o cultivo nas entrelinhas com um cultivador de tração animal. Controle tardio A Tabela 4 apresenta os herbicidas Fotos Silva

recomendados para o controle de de cima do milho. Para que isso seja plantas tardias que causam problemas possível, o milho tem que estar no esna colheita. Há algumas invasoras tádio acima de quatro pares de folhas que, quando não controladas devida(pós-emergência avançada), com uma mente, incomodam a colheita, respecaltura mínima de 40 a 50cm. Os hertivamente o espinho de carneiro bicidas usados nessa operação não são (Acanthospermum hispidum) e o timseletivos para o milho e podem caubete ou capim carrapicho (Cenchrus sar injúrias na planta se a pulverizaechinatus). ção não for dirigida. A aplicação dirigida de herbicidas A pulverização dirigida pode ser nas entrelinhas do milho, tem um cafeita com um pulverizador costal, apliráter complementar e tem o objetivo cando-se o herbicida nas manchas de principal de melhorar as maior infestação ou, condições de colheita, em casos de grandes ajudando o controle das lavouras, com um A pulverização chamadas plantas danipulverizador de bardirigida pode ser realizada utilizando- ra tratorizado. Para a nhas tardias. Com o adse um pulverizador vento das aplicações seaplicação tratorizacostal quenciais, onde as doses da, recomenda-se o dos herbicidas são dimiuso de uma barra esnuídas, a aplicação diripecial com pingentes gida de herbicidas nas de mola para baixar entrelinhas do milho se torna cada vez os bicos e dirigir o jato para a base das mais importante, complementando a plantas. Essa é uma operação limitaaplicação feita na pré-emergência ou da pela altura do milho. Se o milho nas fases iniciais da pós-emergência. estiver muito alto, a barra do pulveriA aplicação dirigida deve ser consizador pode quebrar o colmo do miderada principalmente em lavouras lho. destinadas à produção de milho seOs produtores de milho do Estado mente. do Paraná têm usado essa modalidaEstes herbicidas são aplicados nas de de controle com muita freqüência entrelinhas do milho, de forma que o e alguns equipamentos já estão dispojato do pulverizador atinja somente as níveis no mercado. Entre os produtos folhas baixeiras e não acerte as folhas utilizados, os herbicidas a base de paraquat e glufosinato de amôneo têm ação de contato e não apresentam efeito residual. Ametryn tem ação de contato e apresenta efeito residual por 6090 dias. Os herbicidas a base de 2,4-D amina têm ação sistêmica e um efeito residual de aproximadamente 30 dias. Operações de Pós-Colheita A não ser em caso de produtores que dispõem de um conjunto de irrigação e que podem replantar a área colhida com uma cultura de inverno, ou, no caso de áreas mantidas em sistemas agrícolas de sucessão como a safrinha, as terras plantadas com milho, uma vez colhido, permanecem em muitos casos abandonadas até seis meses, deixando um espaço de tempo livre para as plantas daninhas produzirem mais sementes, rizomas, bulbos, etc. Para que na safra seguinte a

Tabela 1

Tabela 2

Tabela 3

Tabela 4

população de plantas daninhas não seja maior ainda, o produtor deve utilizar um meio de controlá-las, antes que elas produzam sementes. Podem ser usados os herbicidas recomendados para o manejo de plantio direto ou algum meio mecânco para roçar a parte aérea. Somente em caso da existência de plantas daninhas perenes é que a aradura é recomendada. Quando as plantas daninhas perenes não constituem um problema, é preferível deixar a biomassa da parte aérea das plantas daninhas como cobertura do solo, evitando os efeitos da radiação solar sobre os microorganismos do solo. Considerações Finais Algumas conclusões importantes podem ser destacadas com relação ao manejo de plantas daninhas na cultura do milho: a) As plantas daninhas devem ser controladas por causa das perdas que elas acarretam e o investimento do produtor deve ser proporcional a essas perdas. Quanto maior a produtividade esperada, maior deve ser o cuidado para evitar perdas na produção pela ação das plantas daninhas. b) Além dos problemas de competição e outras ações que causam as perdas na produção, o produtor de milho deve preocupar-se também com os problemas de colheita e, principalmente, com o aumento gradativo da infestação de plantas daninhas, comprometendo as produções futuras. c) Há uma lista muito grande de produtos comerciais que podem ser usados para controlar as plantas daninhas na cultura do milho. A escolha do produto, do método de aplicação e da dose a ser empregada, é função da lista de plantas daninhas que ocorrem na área empregada para a produção, equipamentos existentes na propriedade etc. O produtor de milho deve recorrer a um agrônomo para auxiliá-lo nessa tarefa. d) Finalmente, o meio-ambiente deve ser preservado, escolhendo-se produtos que atendam as exigências de performance técnica, de segurança para a cultura e de preservação do meio ambiente. Devem ser evitados herbicidas de ação residual muito longa capazes de causar problemas de carryover , contaminação de depósitos de água subterrânea etc. João Baptista da Silva, Consultor


Milho

orgânico

ADUBAÇÃO ORGÂNICA Chance para os pequenos

Com um pequeno investimento é possível colher bons resultados. A matéria-prima todos têm

Palhada retirada da lavoura, que juntamente com esterco de animais, será utilizada para adubar a lavoura

A

cultura do milho é a mais difundida no Brasil, integrante do grupo dos maiores produtores mundiais, sendo superado apenas pelos Estados Unidos e pela China. No entanto, a produtividade média brasileira é muito baixa em relação à dos países mais desenvolvidos, segundo as últimas projeções fornecidas pelo AGRIANUAL (1999) : 2600 kg. ha-1 . Logicamente, no Brasil existem produtores que atingem patamares de produtividade equivalentes àqueles obtidos pelos americanos. Entretanto, a existência de grande número de pequenos produtores com economia de subsistência, emprego de baixa tecnologia e do mínimo de recursos, promove acentuada queda na produtividade nacional. Além disso, grande parcela da área destinada ao plantio do milho é composta de solos já depauperados por uma agricultura descompromissada com a conservação do agroecossistema.

Os preços dos fertilizantes químie à forma de aplicação ao solo. Entrecos, notadamente derivados do petrótanto, os resíduos orgânicos podem leo, geram grande evasão de recursos nutrir equilibradamente as plantas, financeiros da propriedade rural. Por proporcionando também melhor conisso, fontes alternativas de adubação, dicionamento do solo, tornando-o, a principalmente orgâlongo prazo, menos pronica, têm despertado o penso aos efeitos depauinteresse, tanto dos perantes do cultivo inO adubo orgânico, produtores quanto dos tensivo. além dos bons pesquisadores, nos úlPortanto, a utilização resultados timos anos. imediatos, possui de composto orgânico, ação residual obtido pela combinação Adubos da palhada retirada das orgânicos lavouras com o esterco O adubo orgânico, de animais (bovinos, suaplicado por vários anos consecutivos, ínos e aves), poderia tornar-se prática proporciona efeito residual por longo útil para os pequenos produtores, contempo, o que causa estabilidade na tribuindo para a melhoria da fertilidisponibilidade de nutrientes para as dade e conservação do solo e maior culturas, em relação à adubação miaproveitamento dos recursos existenneral. tes na propriedade. A adubação orgânica é de uso resPara os pequenos produtores o trito em grandes culturas por gerar cultivo de produtos alimentícios é grandes problemas de execução, prinopção muito importante; por isso, a cipalmente com relação à quantidade introdução de tecnologias alternativas


Recomendações da pesquisa A recomendação de qualquer tecnologia deve ser baseada em pesquisa. Para o caso da adubação orgânica, tempo é fator primordial. Assim, para recomendá-la são necessários experimentos de longa duração, que poucos pesquisadores têm oportunidade de realizar, e, além disso, poucas são as instituições interessadas no assunto. No Programa Milho do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, há um projeto de pesquisa, atualmente financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais, que se encontra instalado no campo há 15 anos e consiste na aplicação de adubações orgânica, mineral e organo-mineral contínuas em cultivos de milho exclusivo e consorciado com feijão. A quantidade de composto orgânico (matéria seca) aplicada a 10 a 15 t /ha/ano. Para a adubação mineral utiliza-se, na maior dose, 500 kg/ha da fórmula 4-14-8 mais 60 kg de nitrogênio/ha em cobertura. Nas áreas que recebem somente composto orgânico não são realizadas adubações de cobertura com nitrogênio. O composto orgânico é obtido pela combinação de esterco bovino e restos de palhadas, tais como, palha de feijão, palha de trigo, capim seco e

palha de milho. A meda de compostagem é construída conforme metodogia tradicional, ou seja, com três revolvimentos e atingindo a maturação, em média, após 90 dias da confecção. Nestes 14 anos de experimentação (1984 a 1998), avaliaram-se a produtividade do milho e, periodicamente, também foram avaliadas as características físicas e químicas do solo, além da incidência de pragas e seus inimigos naturais.

é mais racional e de alta eficiência do que altas dosagens em intervalos longos. Estes resultados tornam-se muito importantes, pois a maioria dos trabalhos realizados com adubação orgânica na cultura do milho utilizam doses elevadas, tornando o seu uso restrito no sistema de produção. Trabalhos recentes desenvolvidos na UFV e utilizando o mesmo experimento revelam que a aplicação contínua de composto orgânico permitiu efeito residual, contribuindo para o fornecimento de nitrogênio para o milho. O uso contínuo da adubação mineral, mesmo suprindo até 780 kg de N/ha em 13 cultivos, não atingiu a biodisponibilidade residual de N atingida pelo tratamento que recebeu apenas composto orgânico. Isto indica que o efeito residual do composto é elevado e persistente.

Fotos UFV

que aumentam a produtividade do milho sem aumentar custos, além de promover a recuperação e conservação do solo, são de grande importância para a melhoria das condições sócio-econômicas do produtor, promovendo também a sustentabilidade da propriedade. Segundo Bernard Geier (1998), a melhor definição de sustentabilidade foi descrito por Lady Eve Balfour: os critérios para uma agricultura orgânica podem ser resumidos numa palavra: permanência, o que significa a adoção de técnicas que mantenham a fertilidade do solo indefinidamente, que utilize quanto possível apenas recursos renováveis, que não polua o meio ambiente e que estimule a energia vital (ou atividade biológica) no solo através dos ciclos das cadeias alimentares envolvidas no sistema .

Resultados do programa A produção do milho cresceu com a aplicação tanto de composto orgânico quanto da adubação mineral. A adubação orgânica forneceu quantidades de nutrientes suficientes para incrementar a produção, inclusive no primeiro ano de aplicação. Verificou-se, também, que a utilização de composto manteve produtividades estáveis e acima dos 5000 kg/ha em vários anos agrícolas, a partir do 4º ano de aplicação anual. Vale ressaltar que esta produtividade representa quase 3 vezes à obtida pelos produtores da região onde está inserida a Universidade. Dados recentes de produtividade, obtidos após o 12º Os ano, registram produtividade do milho de 6500 kg/ha com o uso isolado de composto orgânico enquanto, com o uso da maior dose de adubo químico, a produção não passou dos 4900 kg/ha. No 13º ano os resultados obtidos revelaram uma diferença maior de produção do milho adubado organicamente, que produziu 1800 kg/ha a mais em relação aquele adubado com 500 kg de 414-8 + 300 kg de sulfato de amônio/ha. No ano agrícola 1997/98, ou seja, 13 anos após a aplicação contínua de composto orgânico, a produção de 7200 kg/ha de milho representa 4 vezes a produtividade média obtida pelos pequenos produtores da Zona da

professores Glauco (esquerda) e João Carlos (direita) recomendam o uso composto orgânico visto acima na adubação Mata de Minas Gerais. A aplicação de composto orgânico no sulco de plantio promoveu melhorias na fertilidade do solo e proporcionou melhor condicionamento do solo, reduzindo danos às propriedades físicas. Aumento de nutrientes Com a aplicação de composto orgânico, os teores de fósforo no solo elevaram-se em até quatro vezes; os de potássio em 2,5 vezes.

Os teores de cálcio e magnésio e o pH do solo mantiveram-se em níveis apropriados à cultura. Estes resultados mostram a capacidade do composto em melhorar a fertilidade do solo ao longo dos anos, contribuindo para a sustentabilidade da produção. Vale a pena ressaltar que estes ganhos na fertilidade do solo foram obtidos com aplicações anuais de 40 m3/ha, ou seja, 10 a 15 t/ha de composto orgânico, confirmando que aplicações de baixas dosagens de composto orgânico em intervalos mais curtos

Avaliação de pragas Com relação às avaliações de pragas e seus inimigos naturais realizadas em dois anos (1996 e 1997), constataram-se que tanto a adubação mineral quanto a orgânica favoreceram a ocorrência da maioria das pragas do milho. Ressalta-se que nas do áreas adubadas com composto orgânico houve maior população do predador Doru luteipes (tesourinha) que é um eficiente inimigo natural da principal praga do milho, a lagarta-do-cartucho. Os trabalhos revelaram que a população do inimigo natural foi alta em toda a fase vegetativa do milho. Isto tem proporcionado controle bastante satisfatório da lagarta-do-cartucho, mantendo-a abaixo do nível de dano econômico, evitando a aplicação de defensivos na área. Perspectivas futuras No cenário de agricultura susten-

tável as diversas áreas da ciência precisam ser redirecionadas e algumas modificações nas metodologias são necessárias para atuar no cenário da agricultura sustentável. Várias modificações, entre as quais, práticas culturais que melhor respeitem o agroecossistema e variedades com maior tolerância às condições extremas de clima; maior eficiência na absorção de nutrientes; maior resistência a doenças e pragas entre outras. Os objetivos dos trabalhos de longa duração com adubação orgânica envolvem, além das avaliações de produtividade do milho, o desenvolvimento de cultivares de milho para a agricultura sustentável. Assim, numa das linhas de pesquisa pertencente ao Programa Milho da UFV, tem sido dada prioridade à obtenção de cultivares de polinização aberta e híbridos duplos que sejam eficientes no uso de nutrientes, principalmente o nitrogênio, tolerantes à seca, estáveis quanto à produção, resistentes às principais doenças e aos insetos e adaptáveis ao consórcio com feijão. Desta forma, diferentes materiais genéticos de milho têm sido selecionados e avaliados em diversos ensaios, inclusive com adubação orgânica, em diferentes condições ambientais. O programa de melhoramento tem sido realizado de forma contínua e progressiva obtendo ganhos constantes. Este programa de melhoramento tem-se colocado como uma alternativa ao modelo de desenvolvimento proposto pelas empresas multinacionais. Considerações Finais Pelos trabalhos desenvolvidos na UFV e para as condições inerentes ao pequeno produtor, que cultiva pequenas áreas, utiliza mão-de-obra familiar e possui economia de subsistência, a opção pelo milho orgânico é de fundamental importância, tornando-o capaz de exercer uma agricultura produtiva, sustentável e de qualidade. João Carlos C. Galvão, Glauco V. Miranda, Isabel Cristina dos Santos, UFV


Os defensivos genéricos Assim como existem remédios genéricos, existem defensivos genéricos. Há diferenças nos preços

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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mercado de defensivos agrícolas, visto em perspectiva nacional, é disputado por dois grupos de produtos: aqueles sob patente e os produtos em domínio público. Os produtos sob patente, são protegidos por períodos de exclusividade. No Brasil, esse período que era de 15 anos, passou recentemente a 20 anos, ou seja, durante décadas nenhum outro fabricante pode oferecer esse produto, salvo se houver uma concessão, por parte do inventor, com pagamentos de compensação financeira. O consumidor fica sujeito a esse instrumento monopolista, aliás, o que leva certas correntes a advogar uma modificação para sistema de patente não monopolista, onde a concessão de fabricação para terceiros seria compulsória e a compensação arbitrada pelo governo. Expirado o prazo de exclusividade, o produto pode ser fabricado por qualquer empresa que tenha desenvolvido ou adquirido sua tecnologia e tenha acesso às matérias-primas e intermediários. É nesta fase que o produto passa a ser denomi-

O

Túlio T. de Oliveira, Diretor executivo da AENDA

cantes de uma mesma substância, mas também lastreados em um conhecimento pleno da eficácia, limitações e efeitos de ordem toxicológica e ambiental, acumulado durante o uso no período de exclusividade. É claro que grande parte desses produtos continua sendo vendida pelo fabricante original. Estima-se que os fabricantes independentes detenham 15-20% do mercado Túlio fala de defensivos genéricos global. Essa formidável fornado de genérico, pois é ça concorrencional pressioofertado por mais de um fa- na para baixo os preços dos bricante. É interessante ob- produtos. Arrasta, não só o servar que existe uma cate- preço dos próprios produtos genérigoria de procos, mas duto que, apetambém sar de estar em Os defensivos obriga o domínio púgenéricos significam mais de reposiciblico, não é 70 % do volume onamenofertado por negociado no to do preoutros fabrimundo ço dos cantes. Este produtos grupo, controinovadolado por um único fabricante, é conheci- res, em razão da relatividado por produto exclusivo ou de de ganhos que o consumidor passa constantemenespecialidade. Os defensivos agrícolas te a comparar. O gráfico mostra com genéricos representam mais de 70% em volume negoci- clareza a tremenda pressão ado no mundo, impulsiona- exercida sobre o preço de dos pela concorrência em uma substância muito usaacirramento crescente com da em nossa agricultura, ao a agregação de novos fabri- longo dos anos: o herbicida

Cultivar

42

• Cultivar

Outubro 1999

Glifosato. Essa curva decrescente nitidamente foi acelerada pela presença de concorrentes genéricos. Podem ser citadas as marcas: Glifosato 480 Agripec, Glifosato Nortox, Gliz 480 SaqC, Glion, Glifosato Fersol, Trop, tropazin e tropuron, Agrisato, Glifosato Alkagro, Ryvolt e Glifos. Ao agricultor interessa uma presença significativa de empresas dedicadas a produtos genéricos, para que possa maximizar sua produtividade, incorporando na plenitude esse insumo a preços que reduzam seus custos operacionais. O governo precisa entender que este é um mercado de forte oligopolização e com tendência cada vez mais concentradora, bastando observar o movimento das grandes corporações químicas em processo de fusões e adquirindo vorazmente as companhias de sementes, na disputa por espaço do mercado de defesa vegetal, via biotecnologia. Aqui no Brasil, nesta década, a indústria independente de genéricos diminuiu sua participação mercadológica de 30% para cerca de 10%. Com esse cenário, faz-se necessária uma política industrial que tenha como um dos objetos prioritários o incentivo à concorrência e como estratégia, o estímulo à fabricação local e a preservação das empresas de genéricos.



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