Cultivar 113

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Cultivar Grandes Culturas • Ano X • Nº 113 • Outubro 2008 • ISSN - 1516-358X Destaques

Nossas Capas Charles Ech er Echer

Br onzeam en to peri goso.... .......... ......22 Bronzeam onzeamen ento perig oso.............. ................22

José M ed eir os Med edeir eiros

Com o enfr en tar a m an cha br onzead go, conh eci da com o a ddoença oença ddo o Como enfren entar man ancha bronzead onzeadaa em tri trig conheci ecid como plan ti o dir eto, causad or os ddan an os à cultur o elon gam en to planti tio direto, causador oraa ddee sever severos anos culturaa a partir ddo elongam gamen ento

Giuvan H einz Heinz

Con tr ole n o m om en to certo......08 Em ddu uas etapas ......................18 Na m edi da............................30 Contr trole no mom omen ento etapas......................18 medi edid O ddesafi esafi o ddee ad otar altern ativas esafio adotar alternativas ad as ao m an ejo ddee ad equ adequ equad adas man anejo cupin a-d e-açúcar cupinss em can cana-d a-de-açúcar

As van tag en ci al ddee vantag tagen enss ddaa apli aplicação seqüenci cial cação seqüen ci das n o combate a plan tas ddaninhas aninhas erbici cid no plantas herbi na cultur o milh o culturaa ddo milho

Índice

Nem m ais em m en os o mais ais,, n nem men enos os.. O equilíbri equilíbrio ci on al ddee cobr nutri naa cultur culturaa ddaa soja é utrici cion onal cobree n essen ci al par an tir rresultad esultad os efi ci en tes essenci cial paraa gar garan antir esultados efici cien entes

Expediente Fun dad or es: Milton Sousa Guerr ewton PPeter eter Fund ador ores: Guerraa e N Newton

Dir etas Diretas

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Can o RS Canaa n no

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Cupin Cupinss em can cana-d a-de-açúcar a-d e-açúcar

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ormi gas em milh o e soja Ataque ddee fformi ormigas milho

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Mofo br an co e pod ri dão rradi adi cular em feijão bran anco podri ridão adicular

14

Con tr ole ddee plan tas ddaninhas aninhas em milh o Contr trole plantas milho

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RED AÇÃO REDAÇÃO • Editor

Gilvan Dutr o Dutraa Queved Quevedo • Coor den ad or ddee Red ação Coord enad ador Redação

Jani ce Ebel anice • Desi gn Gráfi co e Di agr am ação Design Gráfico Diagr agram amação

Cristi an o Cei Cristian ano Ceiaa • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid

GRÁFI CA GRÁFICA • Impr essão Impressão

go Drech echsler sleraa em tri trig Dr ech sler

22

Tratam en to n gem em soja atamen ento naa ori orig

26

Grupo Cultivar ddee Publi cações Ltd a. Publicações Ltda. Rua: Nilo Peçanha, 212 Pelotas – RS 96055 – 410

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Dir etor es Diretor etores Newton Peter e Schubert K. Peter

Cobr Cobree em soja Even tos - Bayer Eventos

34

Implan tação ddee vazi o sanitári o em alg odão Implantação vazio sanitário algodão

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Colun dav Colunaa An And

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Colun gr on egóci os Colunaa A Agr gron onegóci egócios

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Mer cad o A grícola ercad cado Agrícola

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Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda.

Secr etári Secretári etáriaa Rosimeri Lisboa Alves www .r evistacultivar .com.br www.r .revistacultivar evistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assin atur ual (11 edições*): R$ 119,00 ssinatur aturaa an anu (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

MARKETING E PUBLI CID ADE PUBLICID CIDADE • Coor den ação Coord enação

Charles Ri car do Ech er Ricar card Echer • VVen en das end

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli

CIRCULAÇÃO • Coor den ação Coord enação

Sim on Simon onee Lopes • A ssin atur as Assin ssinatur aturas

Ân gela Oliveir Âng Oliveiraa Gonçalves an ohn Rod ri gues aian anee K Kohn Rodri rigues Tai • Expedição

Di anferson Alves Dianferson Edson Kr ause Krause Núm er os atr asad os: R$ 15,00 Númer eros atrasad asados: Assin atur tern aci on al: ternaci acion onal: ssinatur aturaa In Intern US$ 90,00 Euros 80,00 Nossos TTelef elef on es elefon ones es:: (53) • Red ação: Redação: • Ger al Geral 3028.2060 3028.2000 • A ssin atur as: Assin ssinatur aturas: 3028.2070

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Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Diretas Lanxess A recepção no estande da Lanxess esteve sob o comando de Marcelo Borges e Gilberto Vieira durante 27ª edição do Congresso Nacional do Milho e Sorgo. A empresa apresentou o Levanyl® ST, produto à base de polímero, que aumenta a performance do tratamento de sementes do milho e outras culturas como soja, arroz, algodão, cevada e trigo, além de forrageiras, fumo e feijão. O Levanyl® ST é uma dispersão líquida aquosa feita à base de pigmentos orgânicos e polímeros, que tem como função principal, além da pigmentação, ajudar a agregar e fixar os defensivos agrícolas aplicados nos grãos (film coating). Marcelo Borges e Gilberto Vieira

Monsanto

O milho geneticamente modificado YieldGard® (Bt) foi o destaque da Monsanto no 27º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, em Londrina (PR). O produto é resistente a três das principais pragas da cultura: lagarta-do-cartucho, lagarta-da-espiga e broca do colmo. “É seguro para o meio ambiente, para a alimentação humana e animal, ajuda a preservar os insetos benéficos nas lavouras e protege a cultura, porque atua durante todo o ciclo da planta”, defende Odnei Fernandes, gerente de BioEdson Yunes e Odnei Fernandes tecnologia da Monsanto.

Fórum A Dow América Latina reuniu aproximadamente 800 pessoas no Fórum de Sustentabilidade Dow América Latina – Pessoas, Planeta, Futuro, realizado em São Paulo. Com participantes do Brasil, Estados Unidos, Colombia, México, Chile e Argentina, o evento teve como objetivo estimular o diálogo e a cooperação entre funcionários, clientes, parceiros e comunidades.

Syngenta A Syngenta também marcou presença no XXVII Congresso Nacional de Milho e Sorgo em Londrina (PR). O evento (meio de integração de engenheiros agrônomos, pesquisadores, estudantes e influenciadores do agronegócio nacional) foi para a equipe da empresa uma oportunidade de mostrar a importância do tratamento de sementes. Para isso, o destaque ficou por conta do Cruiser, produto indicado para esse tipo de aplicação.

Basf A Basf levou ao Congresso em Londrina, no Paraná, os resultados dos benefícios AgCelence, para a cultura do milho, presentes no fungicida Opera. Outros produtos do portfólio da empresa também foram apresentados, como os inseticidas Imunit, Standak, Nomolt 150 e Fastac 100 SC, indicados para o controle de pragas que atacam as plantações de milho.

Dow A equipe da Dow AgroScience também prestigiou o XXVII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado em Londrina (PR). A empresa destacou sua linha de sementes híbridas. Outro destaque foi o inseticida Tracer, indicado para o controle da lagarta-do-cartucho.

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Mariel Augusto Alves

Bayer O gerente de Milho (DN Sul) Mariel Augusto Alves coordenou equipe da Bayer CropScience durante o XXVII Congresso Nacional de Milho e Sorgo. O destaque no evento ficou por conta de Soberan, herbicida de alta performance, recentemente lançado. Além disso, os congressistas também puderam obter mais informações sobre o programa “Muito Mais Milho”, que integra soluções que são referência na cultura do milho como CropStar, Certero, Larvin e Nativo.

Errata No artigo “Vigor Retomado” publicado na edição 111, erramos ao nomear o primeiro autor na foto que consta no final do artigo. Na legenda da foto, onde lê-se Vicente Luiz de Carvalho, leiase Rodrigo Luz da Cunha.

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Sul Fernando Arantes é o novo gerente de Marketing da Dupont para a região Sul. José Edmir Júnior, que ocupava a função há seis anos, foi promovido para a área de projetos (Six Sigma) da José Edmir Jr. empresa.

Gerência Após um ano como gerente de Marketing Inseticidas, David Tassara assumiu a gerência de Marketing Cana-de-açúcar, da Dupont. A gerência de Marketing Inseticida está David Tassara a cargo de Thomas Scott.

Thomas Scott

Stoller Durante o Congresso de Milho e Sorgo, realizado em Londrina (PR), a equipe da Stoller aproveitou a oportunidade para divulgar e esclarecer dúvidas dos congressistas quanto aos resultados das pesquisas e trabalhos realizados com produtos como Stimulate, destaque da empresa no evento.


YieldGard

Milênia A Milênia Agrociências esteve presente no Congresso Brasileiro de Entomologia com os coordenadores de pesquisa Paulo Melillo de Magalhães e Caio Vitagliano Santi Rossi, além dos colaboradores da área de entomologia que apresentaram trabalhos com produtos do portfólio da empresa. “O evento foi de grande importância para rever e conhecer pesquisadores da área, para assim visualizar como está a pesquiPaulo Magalhães e Caio Rossi sa no Brasil, explica Caio.

A Dekalb apresentou durante o Congresso de Entomologia a Tecnologia YieldGard, que já estará disponível para a safra de verão com o híbrido transgênico MON 810. Essa tecnologia protege o milho contra os danos causados pelas lagartas como broca-do-colmo, lagarta-da-espiga e lagarta-do-cartucho. Uma equipe especializada tirou dúvidas dos participantes sobre o novo milho transgênico da Dekalb.

Dow AgroSciences Novos inseticidas A Bayer CropScience divulgou durante o Congresso Brasileiro de Entomologia os seus inseticidas Belt e Movento Plus, que logo estarão disponíveis no mercado. O Belt é um produto seletivo a inimigos naturais, específico para lagarta para as culturas de soja, tomate e algodão. Já o Movento Plus é voltado para o controle de sugadores, mosca branca e percevejos. Será o único produto com dois princípios ativos diferentes que possibilitarão a sistematicidade do produto nos dois sentidos da planta. A perspectiva é de que os produtos sejam aprovados ainda este ano.

Nova armadilha A Bio Controle deu um destaque especial à sua nova armadilha para o bicudo do algodão. Luretape BW10 é um feromônio sexual adotado no programa de erradicação do bicudo do algodoeiro nos Estados Unidos que a empresa está comercializando no Brasil já nesta safra. O novo produto tem eficiência superior aos seus antecessores.

Rogério Gabriel

Registrado A Cross Link anuncia o registro de seu herbicida Tocha (dicloreto de paraquate) para o controle de plantas daninhas jato dirigido em algodão e café, e no plantio direto de milho, soja e trigo. “O produto está também registrado para a dessecação das culturas de batata, cana-de-açúcar e soja, antes da colheita”, lembra Rogério Gabriel, diretor da empresa. Outros herbicidas da Cross Link são Campeon (2,4-D), Turuna (picloram 64 + 2,4-D 240), Tropero (picloram 240), e Volcane (MSMA 790). Mais informações pelo SAC 0800 773 2022.

Correção Por um erro de composição, no artigo “Ofensiva Subterrânea”, edição 110, página 34, equivocadamente foi incluído um Box sobre nematóides em algodão, com o título “A praga”, que não fazia parte do texto original.

A Dow AgroSciences apresentou sua linha completa de inseticidas para as diversas culturas durante o Congresso Brasileiro de Entomologia. O destaque ficou por conta do Intrepid, inseticida seletivo, com ação de choque e bom residual, indicado para o controle das lagartas. Uma equipe bastante animada recepcionou os participantes do evento.

Dupont A Dupont apresentou uma nova tecnologia para o controle de insetos no Congresso Brasileiro de Entomologia. Trata-se da molécula Rynaxypyr®, principal ingrediente ativo de produtos inseticidas que chegarão em breve ao mercado brasileiro. “Ao contrário da maioria dos inseticidas disponíveis, os novos produtos da DuPont não atuam no sistema nervoso de insetos, por exemplo, e contam com características tecnológicas e ambientais muito favoráveis, além de ação rápida e controle residual prolongado”, explica Marcelo Okamura, diretor de Marketing da DuPont Produtos Agrícolas.

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Cana-de-açúcar Fotos Gilvan Quevedo

Canavial nos pampas

Grupo gaúch o pr ojeta plan ti o ddee gaúcho projeta planti tio 16 mil h ectar es ddee can a-d e-açúcar hectar ectares cana-d a-de-açúcar e a gger er ação ddee 100 milhões ddee eração litr os ddee álcool/an o até 2012 litros álcool/ano

N

o momento em que o Rio Grande do Sul se encontra a um passo de ver formalizada sua inclusão no zoneamento agrícola para o cultivo de cana-de-açúcar, uma experiência no município de São Luiz Gonzaga, na região das Missões, noroeste do estado, ganha força e marca pontos a favor dos que defendem a viabilidade de plantio da cultura em grande escala em solo gaúcho. Da área atual de 300 hectares de viveiro primário para a produção de mudas, um grupo formado por produtores e empresas privadas pretende saltar para 16 mil hectares cultivadas com cana na região nos próximos quatro anos. O empreendimento, estimado em R$ 270 milhões, prevê a construção de uma usina para a produção de 100 milhões de litros de álcool por ano. O projeto de plantio de cana em São Luiz Gonzaga nasceu em 2005, em meio à estiagem que antecedeu uma das piores crises enfrentadas pela agricultura brasileira. A inspiração veio da experiência da produção de cana no município de Porto Xavier, distante 80 quilômetros, onde já existia uma usina instalada. “Vimos que naquele ano os produtores de lá perderam toda a soja com a seca, mas com a cana isso não ocorreu”, relata Régis Augusto Giovelli, presidente do Conselho de Administração da Canasul Participações, empresa que reúne 70 agricultores e fornecedores, sócios do empreendimento.

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O início do plantio de cana na região começou no ano seguinte, em 2006, dividido em sete pólos de 23 hectares cada. As novas lavouras mudaram a paisagem da região, tradicional no cultivo de milho, soja, trigo e também na exploração da pecuária. “É importante salientar que ninguém aqui vai deixar de plantar grãos. O que se pretende é cultivar cana em 20%, no máximo 30% das propriedades, em áreas menos afetadas pela geada”, adianta-se em esclarecer Giovelli, que atualmente também produz soja, milho, trigo e girassol em uma área de 1,5 mil hectares. Diferentemente do que ocorre em outras regiões produtoras de cana no Brasil, os próprios agricultores reunidos pela Canasul serão os fornecedores. “São produtores indepen-

dentes, donos de suas terras, que não vão arrendá-las e sim produzir a matéria-prima”, salienta.

PLANOS AMBICIOSOS Plantar 16 mil hectares na região de São Luiz Gonzaga nos próximos quatro anos, produzir 100 milhões de litros de álcool por ano, gerar 1,5 mil empregos diretos e indiretos. Estas são as principais metas do empreendimento. “Os estudos da Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária) demonstram a aptidão para usina de álcool no Rio Grande do Sul, o que para nós já era uma certeza há mais de dois anos”, defende Cláu-

Onde fica

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Régis Giovelli, da Canasul Participações, e Cláudio Morari, da Norobios


O produtor Luiz Antonio Mattione é outro que abraçou o projeto. Proprietário de uma área de mil hectares, onde explora pecuária e cultivo de soja, trigo e milho, busca na cana-de-açúcar mais uma alternativa de renda. “É preciso diversificar”, defende Mattione, que até 2011 pretende dedicar 200 hectares de sua propriedade à produção de cana.

CHUVA NA COLHEITA

Luiz Antonio Mattione pretende expandir o cultivo para 200 hectares da propriedade

Marcondes Picoli trabalha na fazenda onde foi plantado o primeiro pólo de cana no município

dio Morari, diretor-presidente da Norobios, braço industrial do projeto que engloba ainda a Canasul, o grupo Rede Energia (com sede em São Leopoldo e responsável por uma rede de 40 postos de revenda de combustíveis na região metropolitana de Porto Alegre), além da Sultepa, empresa que atua há mais de 50 anos no mercado de construção civil. O início das obras da usina está previsto para o começo do próximo ano, tão logo esteja concluído o processo de licenciamento ambiental junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam). A estimativa é de que até abril de 2011 a unidade entre em operação. “Teremos colheita 100% mecanizada, sem queima de cana, conforme prevê a legislação. Isso vai demandar em torno de 20 colhedoras”, explica Morari. O projeto prevê também o uso do bagaço da cana para a produção de bioenergia. “Teremos capacidade para 30 megawatts de co-geração de energia por hora”, projeta. Já a vinhaça, rica em potássio, deve ser aproveitada para fertirrigação.

ção de cana no Rio Grande do Sul apresenta vantagens. “O que precisa é fazer o manejo adequado. A geada, por exemplo, pode ser usada como maturador natural. Aqui não precisa de irrigação como em outras regiões, não se tem problemas com déficit hídrico, solo, topografia e logística”, cita. Se os picos com frio podem ser superados com manejo, na avaliação do especialista restam pelo menos mais duas dificuldades para serem transpostas: quebrar paradigmas em uma região tradicionalmente produtora de grãos e qualificar a mão-de-obra. “O entrave não é a parte técnica, mas treinar pessoas que não estão acostumadas com este tipo de cultivo para operar os equipamentos”, lembra.

VANTAGENS E DESAFIOS Nos dois últimos anos foi possível testar o comportamento de diversas variedades quanto à adaptação ao clima e ao tipo de solo da região. “Em nível comercial as que apresentaram melhor desempenho foram a RB855156, RB855536, RB855453, RB855345, RB956911, RB72454, RB928064, RB 845210 e SP81-3250”, explica o consultor Roberval Carvalho, engenheiro agrônomo, com 30 anos de experiência na cultura da canade-açúcar. A produtividade obtida em São Luiz Gonzaga alcançou até 167 toneladas por hectare, "A média de produtividade esperada nos plantios comerciais nos seis cortes previstos em função de padrão de solos, clima, variedades e época de plantio, está sendo estimada em 82 toneladas por hectare", relata. Para Carvalho, mais que desafio, a produ-

DOS GRÃOS À CANA A fazenda da Agropecuária Copagril, distante sete quilômetros do centro de São Luiz Gonzaga, foi o ponto de partida da produção de cana no município. “Aqui foi plantado o primeiro pólo”, relata o engenheiro agrônomo Marcondes Picoli. Com área de 1,2 mil hectares dedicada à agricultura, a propriedade tem projeto para chegar ao plantio de até 300 hectares com cana. O restante deve continuar a ser utilizado para o cultivo de grãos como soja, milho, trigo e aveia.

Além de vencer as barreiras para a produção da cana-de-açúcar, outro desafio enfrentado pelos produtores de São Luiz Gonzaga se refere aos picos de chuva registrados na região durante o período de colheita. Tal cenário exige pressa, para aproveitar os dias de tempo seco, o que demanda colhedoras que estejam prontas para entrar na lavoura assim que a chuva parar. Os primeiros testes com máquina de grande porte começaram a ser realizados com uma colhedora JD 3510 cedida pela John Deere. Em setembro ocorreu um dia de campo, para que produtores do município pudessem acompanhar de perto o funcionamento da máquina. A John Deere possui Unidade de Negócios Cana em Ribeirão Preto (SP) com um grupo de profissionais voltados à cultura. “Temos visto que a cana atingiu sua área em São Paulo e está migrando para outros estados. No caso do Rio Grande do Sul, a cana já é tradicional, mas ainda não na escala de produção que se pretende em São Luiz Gonzaga. Sem entrar no campo da discussão agronômica, apostamos na sua viabilidade de produção em qualquer parte do Brasil, desde que haja empresários dispostos a levar o empreendimento adiante. Mas nossa participação se dá como um dos elos, no que diz respeito especificamente à mecanização”, explica Werner Santos, diretor comercial da C John Deere para o Brasil.

Colhedora JD 3510 foi cedida pela John Deere para ser testada no empreendimento. Werner Santos, diretor comercial da companhia, explica que objetivo da empresa é de participar como um dos elos, na parte de mecanização

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Cana-de-açúcar Paulo Marçal Fernandes

Quando controlar

O ataque ddee cupin cupinss n naa cultur a-d e-açúcar culturaa ddaa can cana-d a-de-açúcar pod er ar per das ddee até podee gger erar perd 19 ton elad as/h ectar e/an o, tonelad eladas/h as/hectar ectare/an e/ano, com o rregistr egistr ad o em São ado como egistrad Paulo. M as a ddecisão ecisão ddee Mas ole quími co ad otar con tr adotar contr trole químico en tad deve ser fun dam fund amen entad tadaa em monitor am en to pr eciso onitoram amen ento preciso com iid den tifi cação ddas as entifi tificação espéci es espécies es,, níveis ddee ocorrên ci an os ddaa ocorrênci ciaa e ddan anos pr aga aos colm os praga colmos

O

controle de cupins na canade-açúcar com inseticidas químicos é uma prática já tradicional e, segundo Valério et al (2004), pode ser dividido em dois períodos: até 1985 com uso dos organoclorados (Aldrin e Heptacloro) e após esse ano com o emprego de outras moléculas. Atualmente o controle químico preventivo é feito quase que exclusivamente com produtos à base de fipronil. Entretanto, medidas culturais que busquem maior equilíbrio através de correto manejo do solo com calagem, fosfatagem, elevação da matéria orgânica e a rotação de culturas com leguminosas como soja, amendoim e crotalária, podem trazer resultados muito favoráveis e até dispensar o uso de inseticidas químicos. Um bom exemplo disso observa-se nas áreas de cana orgânica (aproximadamente seis mil hectares em Goiás) onde é vetado o uso de inseticidas e não são observados danos destes insetos na cultura, evidenciando que seu papel no sistema é mais benéfico que maléfico. Com a implantação da colheita mecânica de cana-de-açúcar e com a conseqüente manutenção de uma densa cobertura de palha sobre o solo, espera-se aumento na população de cupins em geral, uma vez que sua principal fonte de alimento são os resíduos vegetais. Neste sistema o papel ecológico dos cupins assume importância fundamental como agentes decompositores e os cuidados no seu manejo devem ser redobrados para a manutenção do equilíbrio e sustentabilidade das áreas de produção.

MONITORAMENTO DE ÁREA O monitoramento de cupins nas áreas de plantio da cana-de-açúcar é uma ferramenta indispensável para o conhecimento da situação de infestação nos talhões e para

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Leila Luci Dinardo Miranda

tomada de decisão mais racional sobre o controle químico. Reduções que variam entre 50% a 70% das áreas de cana-planta tratada com cupinicidas, utilizando o monitoramento, foram relatadas para canaviais de São Paulo (Pizano, 1995; Macedo et al 1995). Desde 1994 a infestação de cupins nas áreas de plantio de cana-de-açúcar da Jalles Machado S/A, em Goianésia (GO), está sendo monitorada para a tomada de decisão sobre o tratamento químico e os resultados deste trabalho são aqui apresentados.

AMOSTRAGENS As equipes de monitoramento são previamente treinadas para a realização das amostragens e separação dos principais gêneros de cupins que ocorrem nas áreas. A cada ano, nos meses de dezembro e janeiro, são feitas as amostragens de cupins subterrâneos em áreas de plantio de cana-deaçúcar. A amostragem consiste no enterrio de aproximadamente duas iscas/hectare, que serão retiradas após 25 a 30 dias. Cada isca é composta de dois colmos de cana-de-açúcar com cerca de 40cm de comprimento. Durante a retirada das iscas são obtidos os seguintes dados: espécies, níveis de ocorrência e danos dos cupins aos

Falhas em plantio de cana provocadas pelo ataque de cupins

colmos. De posse dessas informações é tomada a decisão quanto às doses de cupinicida a serem aplicadas em cada fazenda/ talhão por ocasião do plantio da cultura, em março/abril. Amostragens realizadas de 1994 a 2007

em uma propriedade demonstraram que, no monitoramento médio de mais de 3.350 hectare/ano, em cerca de 48% da área de plantio não foi utilizado o tratamento com cupinicidas. Observa-se que o monitoramento de


Fotos Leila Luci Dinardo Miranda

Detalhe dos danos causados pela praga no interior dos colmos

infestação de cupins foi uma atividade de grande importância. Tanto pelo aspecto econômico, com economia líquida de mais de dois milhões de dólares e sem qualquer possibilidade de redução na produtividade e na qualidade da cana-de-açúcar, como também pelo aspecto ambiental, pois se deixou de aplicar no solo cerca de dez toneladas e meia de inseticidas. Na economia líquida obtida foram incluídos apenas os custos relativos à aquisição do inseticida e não foram adicionados outros custos como: de aplicação, ambiental e social (riscos de intoxicações) Estes resultados evidenciam ainda mais

a importância dos investimentos na busca de novos conhecimentos e tecnologias que podem se tornar viáveis de forma mais eficaz, rápida e a menores custos através da parceria empresa/universidade. Infelizmente, a maioria das usinas e destilarias de Goiás e do Brasil ainda preferem optar pelo uso sistemático e irracional de cupinicidas buscando, na maioria das áreas, controlar um grupo de insetos que exerce papel muito mais benéfico do que maléfico.

CUPINS NOS CANAVIAIS BRASILEIROS Espécies de cupins pertencentes aos gêneros Procornitermes, Heterotermes, Synter-

mes, Neocapritermes, Coptotermes, Cornitermes, Anoplotermes, Parvitermes, Grigiotermes e outros, ocorrem associadas à cultura da cana-de-açúcar em Goiás, de forma semelhante ao que se observa em outras regiões. Arrigoni et al (1989), em levantamentos feitos pela Coopersucar, relata a identificação de 12 espécies de cupins na cultura em São Paulo: Heterotermes tenuis, H. longiceps, Procornitermes triacifer, Neocapritermes parvus, N. opacus, Cornitermes cumulans, C. bequaerti, Syntermes drus, S. molestus, Nasutitermes sp., Embiratermes sp. e Rhincnotermes sp. Pizano (1995) considera que o gênero de maior importância é Heterotermes, responsável por danos aos toletes, colmos, rizomas, raízes e até em canas maduras. Para a região Nordeste, Novaretti & Fontes (1998), apontam Amitermes, Cylindrotermes e Nasutitermes como os mais importantes. Em São Paulo as perdas na produção de cana-de-açúcar por ataque de cupins foram avaliadas entre 3,5 toneladas/hectare/ ano a 19,7 toneladas/hectare/ano, sendo adotada uma perda média de dez toneladas/hectare/ano (Arrigoni, 1992). Entretanto, ocorrem grandes oscilações nas perdas em função de local, variedade, época do ano, espécies de cupins presentes, fertilidade do solo, precipitação etc. Em trabalhos conduzidos em áreas altamente infestadas no estado de Goiás, Fernandes et al (1995) não observaram diferenças entre parcelas tratadas e não tratadas com inseticidas, indicando que naquelas condições os cupins parecem causar perdas pouco imC portantes para a cultura. Paulo Marçal Fernandes, UFG

Resultados do monitoramento de infestação de cupins na Jalles Machado S.A. em Goianésia (GO), no período de 1994 a 2007 Ano

O monitoramento é essencial para decidir o momento certo de controle

10

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total

Área plantada (ha) 3.368,58 2.869,09 3.421,92 2.238,61 2.200,00 2.300,00 3.867,45 3.981,64 5.000,00 4.300,00 5.300,00 8.011,00 7.198,56 6.128,53 60.185,38

Área sem inseticida (ha) 50,00 516,00 1.800,00 1.411,00 1.720,00 2.003,00 2.139,60 2.269,70 1.500,00 2.765,00 3.720,00 4.000,00 2.957,92 3.362,16 30.214,38

Custo de monitoramento (U$) 2,500,00 1,680,00 1,660,00 1,732,00 2,945,00 2,876,00 3,750,00 2,225,00 6,183,00 7,000,00 8,000,00 10,000,00 50,551,00

*Inseticida utilizado foi fipronil 800 WG (pirazol) - U$ 202,00/kg e utilizado na dose de 200g/ha.

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Economia com ajuste de dose de inseticidas (U$)* 54,000,00 70,000,00 120,000,00 63,000,00 64,000,00 121,000,00 128,000,00 83,000,00 703,000,00

Economia líquida (U$) 1,700,00 21,000,00 71,000,00 71,000,00 86,000,00 101,000,00 161,000,00 184,000,00 184,000,00 204,000,00 246,000,00 276,000,00 239,000,00 208,000,00 2,053,000,00



Pragas

Charles Echer

Farra das cortadeiras Mesm o com o empr eg o ddo o sistem esmo empreg ego sistemaa ddee eto, o ataque ddee fformi ormi gas plan ti o dir planti tio direto, ormigas cortad eir as con tin ua a causar ddan an os cortadeir eiras contin tinu anos em lavour as ddee milh o e soja. lavouras milho Monitor am en to, ali ad o a ações ento, aliad ado onitoram amen pr even tivas e cur ativas preven eventivas curativas ativas,, é fun dam en tal par ar o efetuar fund amen ental paraa efetu con tr ole contr trole

A

adoção do sistema de Semeadura Direta Sobre a Palha (SDP) trouxe como conseqüência uma menor incidência de formigas cortadeiras nas áreas cultivadas com milho e soja. Embora menor, esta ocorrência ainda traz prejuízos aos produtores rurais. A praga pode forragear durante todo o ciclo da cultura, mas somente na fase inicial causa prejuízos econômicos (Tabelas 1 a 4). Nas tabelas, os valores estão expressos em metro por linha de plantas eliminadas pelas forrageiras do ensaio. A cultura da soja apresentou espaçamento de 0,4m entrelinhas, indicando dano médio de 5m² de área limpa por sauveiro (Tabela 1). No caso do milho (Tabela 2), com espaçamento de 0,9m entrefilas, foi observado aproximadamente 10m² de área sem plantas por ninho. Estes dados, obtidos em lavoura com semeadura direta sobre a palha, são bem inferiores aos descritos por Link et al (1997), quando chegava a 80m² por sauveiro em soja e aproximadamente 90m² em milho (dados não publicados), no sistema convencional de plantio. As formigas do gênero Acromyrmex, (preta de cisco e de rodeio), causam danos menores que a saúva, mas o número de formigueiros por unidade de área é maior, podendo causar prejuízos mais elevados. Os danos são mais significativos porque estas áreas não são contínuas e as plantas nas bordas das áreas limpas tendem a ramificar lateralmente causando perdas na colheita devido às pontas destas ramificações penderem para o solo, sendo cortadas pela lâmina. As alternativas de controle destas pragas estão na Tabela 5. Os melhores resultados, tanto do ponto de vista econômico, como ecológico, são os preventivos de tratamento de sementes para áreas com in-

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festação significativa de formigas. Em caso de baixa infestação, o controle localizado com iscas é o mais indicado. Em determinadas lavouras, a presença de outras pragas iniciais (redutoras de estande) como a lagarta do elasmo, grilo, larva alfinete e corós apontam tratamentos de sementes como os mais recomendados, incluídos inclusive nas indicações técnicas para estas culturas. A ocorrência de lavouras com estande desuniforme está associada a um conjunto de causas. Nenhuma dessas falhas, iso-

É na fase inicial de desenvolvimento das culturas que as formigas causam prejuízos econômicos

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Fotos Dirceu Gassen

Tabela 1 – Redução do estande em lavouras de soja causada pelo forrageio da saúva limão, Atta sexdens piriventris S. Maria, 2008 Época 2 DAE* 4 DAE 9DAE 16 DAE 23 DAE

ladamente, causa prejuízos significativos, mas o conjunto de danos de cada organismo prejudicial aparece na colheita, seja na forma de redução de produção, seja no aumento de perdas na colheita, apesar da máquina estar bem regulada. Observações realizadas nas safras 2004 a 2007, na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul, em lavouras com falhas entre 10% a 20% da área, permitiram estimar perdas de cinco sacos a oito sacos por hectare, que ficaram no chão, devido à baixa inserção das vagens, ramificações laterais pendentes e embuchamento da automotriz, provocado pelo maior desenvolvimento das invasoras no final do ciclo. O monitoramento dos formigueiros na área é fundamental para a escolha da decisão de controle mais adequada para cada lavoura ou talhão. Hoje um controle inadequado ou malfeito é muito oneroso para

Época

Linha de plantas eliminadas Média Amplitude 2.6 1.9-3.0 3.1 2.6-3.3 5.4 4.2-6.4 6.4 5.2-7.4 6.6 5.4-7.6

2 DAE* 4 DAE 9DAE 16 DAE 23 DAE

*DAE: dias após a emergência.

*DAE: dias após a emergência.

Tabela 2 – Redução do estande em lavoura de milho, causada pelo forrageio de saúva limão, Atta sexdens piriventris S. Maria, 2008

Tabela 4 – Redução do estande em lavouras de soja causada pelo forrageio causada pela formiga de rodeio, Acromirmex striatus. S. Maria, 2008

Época

Detalhe de sauveiros em área de pousio

Linha de plantas eliminadas Média Amplitude 5.8 5.4-8.2 7.7 6.3-9.2 12.7 8.8-16.1 13.2 9.0-16.4 14.2 9.0-17.1

Tabela 3 – Redução do estande em lavouras de soja causada pelo forrageio causada pela formiga preta de cisco, Acromirmex crassispinus. S. Maria, 2008

2 DAE* 4 DAE 9DAE 16 DAE 23 DAE

Linha de plantas eliminadas Média Amplitude 5.6 3.9-7.1 6.1 4.3-7.5 7.6 5.8-9.2 10.6 9.2-12.3 11.8 10.4-13.1

*DAE: dias após a emergência.

Época

Linha de plantas eliminadas Média Amplitude 1.5 1.2-1.8 2.3 2.0-2.9 4.4 2.9-5.2 4.8 3.1-5.3 4.9 3.4-5.4

2 DAE* 4 DAE 9DAE 16 DAE 23 DAE *DAE: dias após a emergência.

Tabela 5 – Alternativas para a proteção das culturas de soja e milho, instar e ataque de formigas cortadeiras, na fase inicial dos cultivos Forma de aplicação 1. Tratamento de sementes 2. Tratamento de solo 3. Controle localizado 1. Tratamento em área total 2. Controle localizado

Preventivos Produtos a base de carbamatos, fenil pirazol e nicotinóides. Produtos para a aplicação no sulco (fosforados) Iscas ou Termonebulização Curativos - Produtos a base de fenil pirazol - Produtos forforados e cerbanatos - Iscas a base de sulfluramida ou de fipronil - Formicidas em pó - Termonebulização

o produtor e isto reduz em muito seu lucro. Controle correto das formigas em uma área cultivada com soja ou milho facilita os tratos culturais subseqüentes durante

Observação Funcionam por 25 a 30 dias como repelentes ou eliminação da praga. Funcionam no máximo por 15 dias, não são repelentes. Atuam por morte do organismo nocivo Funcionam por até três semanas. Funcionam por até 10 dias. Seguir os procedimentos do uso de iscas. Baixa eficiência. Só para saúva. (alto custo)

o ciclo de cultivo. Dionísio Link UFSM

C


Feijão Fotos Murillo Lobo Junior

Combate integrado OO su cesso oo con tr ole ee patóg en os ee solo, oo os or es ee pod ri dões sucesso no contr trole patógen enos como causador ores podri ridões su cesso n n con tr ole dde dde patóg en os dde dde solo, com com os causad causad or es dde dde pod ri dões sucesso no contr trole patógen enos como causador ores podri ridões ee m ooffoo br an co rradi cular es Rhizoctonia mo bran anco Sclerotini otinia adicular culares aa solani otini aa dde m br an co ((Scler es ((Fusarium adi cular Rhizoctonia mo bran anco Sclerotini otinia adicular culares Fusarium solani solani ee Rhizoctoni Rhizoctoni solani)) ee dde Scler otini siste aa ad oção ee práti cas even tivas ealizad as tes aa consiste na adoção práticas preven eventivas tivas, ealizadas antes scleroti otiorum scler oti orum ), con con siste n n ad oção dde dde práti cas pr pr even tivas rrealizad ealizad as an an tes dda dda scleroti otiorum consiste na adoção práticas preven eventivas tivas,,, rrealizad ealizadas antes scler oti orum), sem ead ur a, ggos em om eter od utivi ddad ee ddevi evi ddoo aos an os semead eadur ura, fung podem comprom ometer prod odutivi utivid ade evid anos sem ead ur a, já já que que estes estes fun fun os pod pod em compr compr om eter aa pr pr od utivi ad ddevi evi aos ddan ddan an os semead eadur ura, fung podem comprom ometer prod odutivi utivid ade evid anos causad os aa fform orm ação oo estan ddee dde ee plan tas or oo uso ee sem en tes causados na ormação estand plantas tas. semen entes causad os n n fform orm ação ddo ddo estan dde plan tas PPor or isso, isso, além além ddo ddo uso dde dde sem en tes causados na ormação estand plantas tas... PPor semen entes sadi as di cad aa aa in tegr ação as cas ee m an ejo, oo aa utilização ee sadias as, indi dicad cada integr tegração outras técnicas man anejo, como sadi as in di cad in tegr ação com com outr outr as técni técni cas dde dde m an ejo, com com utilização dde dde sadias as,,, éé in indi dicad cada integr tegração outras técnicas man anejo, como ee apli cações ee fun gi ci ddas as ed uzi ddoo aa ddepen epen dên ci aa dde br aquiári dênci cia aplicações fungi gici cid braquiári aquiárias as, eduzi uzid ependên apli cações dde dde fun gi ci as as que tem tem rred rred ed uzi ddepen epen dên ci dde br aquiári dênci cia aplicações fungi gici cid braquiári aquiárias as,,, que eduzi uzid ependên

O

s sistemas produtivos do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) foram submetidos a diversas mudanças tecnológicas nas últimas décadas, com alterações drásticas nas relações entre planta x patógenos x ambiente x microorganismos. Tais mudanças permitiram um salto do potencial produtivo da cultura de 500 quilos/hectare para mais de cinco mil quilos/hectare desde a década de 60 até o início do século XXI. As mudanças nos sistemas produtivos são aparentemente irreversíveis e, em muitos casos, levaram à maior intensidade de podridões radiculares (Fusarium solani e Rhizoctonia solani) e de mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum. PRÁTICAS CULTURAIS E A “TECNOLOGIA CAPRICHO” O mofo branco pode causar 100% de perdas na produção do feijoeiro e as podridões radiculares em torno de 50%, o suficiente para inviabilizar economicamente a cultura. Causadas por patógenos que habitam o solo, estas doenças têm sido disseminadas pelo CentroSul do país por sementes e comprometem o sucesso de práticas culturais consagradas e inovações tecnológicas.

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Muitas práticas culturais podem ser utilizadas no controle de doenças. São tecnologias simples e acessíveis a um grande número de agricultores e que, quando bem executadas, são denominadas de “tecnologia capricho” (Kluthcousky et al, 2007). Ou seja, realizar o manejo correto, na hora certa, com produtos e equipamentos adequados e na dosagem exata é essencial. Não por acaso, o sucesso no controle de patógenos de solo reside em várias práticas preventivas e decisões tomadas antes do plantio da semeadura. Os problemas na lavoura se acumulam justamente quando se confia o controle de doenças a apenas um ou

poucos destes métodos. A seguir, estão as práticas consideradas como imprescindíveis para o controle de doenças do feijoeiro comum.

CULTIVARES SUSCETÍVEIS Não há cultivares resistentes ao mofo branco. Quanto às podridões radiculares, também não existe resistência genética nas cultivares disponíveis, ainda que a cultivar Aporé sofra menos danos por F. solani. Aparentemente, as cultivares do grupo andino são ainda mais suscetíveis às podridões radiculares que às do grupo mesoamericano. Por outro lado, algumas características dis-

À esquerda detalhe dos danos às raízes provocados por Fusarium solani e à direita por Rhizoctonia solani

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poníveis em cultivares podem ser utilizadas para que as plantas escapem parcialmente das doenças, quando cultivadas em solos infestados por F. solani, R. solani e S. sclerotiorum. O escape parcial ao mofo branco pode ser obtido, por exemplo, em cultivares de hábito de crescimento tipo 1 e tipo 2, como BRS Valente, BRS Horizonte, IAPAR 81 e FT Magnífico. O porte ereto das plantas atrasa a formação do microclima favorável à doença, e a formação de reboleiras é atrasada. Desta forma, mesmo nestas cultivares suscetíveis o desenvolvimento do mofo branco ocorre mais lentamente, em comparação a cultivares de crescimento prostrado, onde grandes reboleiras dessas doenças podem ser formadas. A formação rápida de um sistema radicular vigoroso pode ser manejada por práticas culturais, mas também varia conforme a cultivar. Plantas que enraízam rapidamente e atingem camadas mais profundas do solo podem escapar da maior parte do inóculo de F. solani e R. solani, concentrada na camada de 0cm a 10cm de profundidade. A Figura 1 mostra diferenças entre a massa seca (proporcional ao volume) de raízes produzida por diferentes cultivares

CUIDADOS COM O ESTANDE INICIAL Uma população de 100% de plantas vigo-

Figura 1 - Distribuição de raízes de plantas de feijoeiro comum em diferentes profundidades do solo. Embrapa Arroz e Feijão, 2007.


Fotos Murillo Lobo Junior

Solos compactados deixam raízes na mesma profundidade onde está a maior parte do inóculo

rosas e sadias é o primeiro passo para a obtenção de altas produtividades. Os patógenos têm papel decisivo no momento de formação do estande, pois danos às raízes logo após a emergência podem já comprometer a produtividade da cultura. Para controlar podridões radiculares é necessário realizar a semeadura rasa, evitar a queima de raízes causada pela disposição do adubo muito próximo às sementes, entre outras recomendações (Lobo Jr, 2008). Danos causados pela queima de adubo funcionam como porta de entrada para Fusarium solani e Rhizoctonia solani. O plantio em solos compactados deixa grande parte das raízes das plantas na mesma profundidade onde está a maior parte do inóculo destes patógenos. A baixa proporção de patógenos no lote pode causar uma falsa impressão de boa qualidade de sementes. Na presença de 0,5% de sementes infectadas por S. sclerotiorum, em um estande de 200 mil plantas por hectare, poderia haver já no início da lavoura um potencial de mil focos da doença. Sabendo-se que as reboleiras de plantas doentes podem aumentar rapidamente em cultivares de porte prostrado, toda a lavoura pode ser tomada pela doença causando prejuízos severos. Por isso é importante proteger as áreas não infestadas e evitar a reinfestação onde se trabalha para reduzir a pressão da doença.

menor dependência de fungicidas. Sob o solo, a degradação microbiana de escleródios é a principal razão para a redução da densidade de inóculo de S. sclerotiorum.. O cultivo de braquiárias por dois anos ou mais também pode levar a uma recuperação da estrutura física do solo, pois as raízes da forrageira rompem camadas compactadas. As raízes do feijoeiro comum se aproveitam da melhor estrutura do solo e dos espaços deixados pelas raízes decompostas da braquiária para atingir camadas mais profundas do solo, facilitando tanto sua nutrição quanto o escape de podridões radiculares. Conforme o acúmulo de inóculo dos patógenos junto à superfície do solo, as raízes têm menor chance de serem infectadas em camadas inferiores.

PALHADA COMO BARREIRA FÍSICA PREVENTIVA Uma palhada de alta relação C/N e massa seca estimada em sete toneladas/hectare no plantio é necessária para garantir a longevidade da cobertura morta durante a floração (Kluthcounki & Stone, 2003), considerada como fase crítica para o início do mofo branco. Esta palhada funciona como barreira física à formação de apotécios de S. sclerotiorum, que dependem de luz para completar seu desenvolvimento. Além disso, também serve como barreira aos ascósporos lançados dos apotécios, evitando que caiam sobre as flores em senescência e então possam infectar as plantas. Com a menor pressão de doença, pode-se reduzir o número de aplicações de fungicidas para apenas uma pulverização. Antes da dessecação da braquiária ou de outras gramíneas adensadas, também se pode formar um microclima favorável à germinação de apotécios de S. sclerotiorum, mantendo-se a umidade do solo próxima à capacidade de campo por algumas semanas. Nessa situação, a formação de apotécios é induzida sob uma cultura não-hospedeira e esgota grande quantidade de escleródios no solo, que

Tabela 1 - Produtividade e rendimento econômico do feijoeiro comum ‘Pérola’ e ‘BRS Valente’, em cultivo irrigado por pivô central, de acordo com a origem e o tratamento de sementes (Lobo Jr., 2005) Cultivar Pérola Valente Grão Semente Grão Semente Sem TS* 2594 Aa 3119 Ba 2074 Ab 2447 Ab Com TS 3562 Ab 3454 Aa 2778 Aa 3090 Aa Diferença (kg/ha) 968 335 704 643 Com TS – Sem TS Tratamento

*TS = Tratamento de sementes com fludioxonil 200 mL / 100 kg sementes. Letras minúsculas comparam os tratamento fungicidas dentro de grão do produtor ou semente certificada. Letras maiúsculas comparam grão do produtor e semente certificada dentro de cada tratamento fungicida. Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%.

majoritariamente não germinam mais.

USO DE FUNGICIDAS O tratamento de sementes faz certamente a diferença na hora de se conduzir uma lavoura (Tabela 1). Neste exemplo, a diferença da produtividade com ou sem o tratamento de sementes pode ser superior a 25%, devido ao melhor estande e ao controle de podridões radiculares nos estádios iniciais da cultura. O tratamento das sementes para controle do mofo branco somente será efetivo se destruir o inóculo alojado no endosperma (Tu, 1998). Esse tipo de controle só se alcança com os fungicidas sistêmicos, que são absorvidos durante o processo de embebição das sementes no solo. O mofo branco é também a única doença causada por patógenos de solo que pode ser controlada por pulverizações, especialmente quando realizadas preventivamente com os fungicidas fluazinam, procimidone e vinclozolin. O controle químico deve ser iniciado quando há presença simultânea de flores e de apotécios na lavoura. Produz melhores resultados quando associado a práticas que reduzem previamente a densidade de inóculo de

RECUPERAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLO Solos altamente infestados e compactados podem ser recuperados com eficiência em sistemas de integração lavoura-pecuária (Costa & Rava, 2003). Em regiões de clima tropical, a supressão de patógenos tem sido creditada ao manejo de espécies de Brachiaria, em especial B. ruziziensis e B. brizantha, que, junto ao aporte de matéria orgânica no solo e à formação de palhada, estimulam o desenvolvimento de fungos e bactérias endêmicos do solo, que reduzem o inóculo de patógenos. Em lavouras comerciais sob integração lavoura-pecuária envolvendo braquiárias, tem sido observadas uma redução da severidade e dos danos causados pelo mofo branco e uma

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Palhada de triticale funciona como uma barreira física à formação de apotécios de S. sclerotiorum, que dependem de luz para completar seu desenvolvimento

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Figura 2 - Fatores necessários para a compreensão e o sucesso do controle biológico de doenças. Nesta adaptação do triângulo de Gaümanm (1950), antagonistas fazem o papel de patógenos, e patógenos são os hospedeiros dos antagonistas.

Detalhe de feijão cultivado sobre palhada de braquiária

S. sclerotiorum. Essa diminuição da população de escleródios é necessária para evitar um número excessivo de pulverizações, que elevam o custo de produção em até 20%.

CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS O controle de doenças com formulações de Trichoderma sp. tem se expandido no Brasil, podendo reduzir a densidade de inóculo de patógenos, proteger raízes e promover o crescimento das plantas. Esta prática segue o mesmo princípio que permite epidemias em lavouras: a interação entre patógeno (neste caso, o agente de controle biológico) × hospedeiro (Fusarium e outros) × ambiente × microorganismos (Fi-

gura 2). Ou seja, se não houver uma epidemia do agente de controle biológico, não há sucesso no controle biológico de doenças.

CONCLUSÕES A estratégia de integração de métodos tem sido uma forma eficiente para o controle de doenças, com resultados satisfatórios. Devido à constante adaptação dos patógenos às cultivares e aos agroecossistemas, as soluções para controle precisam acompanhar com rapidez o surgimento de novos proble-

mas. Ao localizar áreas de interesse, planejar e coletar informações corretamente, empregar metodologias e recursos humanos capacitados, as soluções são oferecidas e ganhaC se em produtividade. Murillo Lobo Junior, Embrapa Arroz e Feijão Cláudia Adriana Görgen, Universidade Federal de Goiás Soraya Cristina Pinheiro Uni-Anhanguera


Milho

Reação em seqüência Com a implan tação ddaa n ova safr o milh o também é implantação nova safraa ddo milho pr eciso plan ejar o m an ejo ddas as plan tas ddaninhas aninhas preciso planejar man anejo plantas aninhas,, competitivas por águ a, luz e n utri en tes água, nutri utrien entes tes,, além ddee causar em ddan an os acen tu ad os n ali dad os grãos e causarem anos acentu tuad ados naa qu quali alid adee ddos ci al, em ddu uas na pr od utivi dad cação seqüen aplicação seqüenci cial, prod odutivi utivid adee. A apli as ecom en dad oam ais ad equ ad épocas equad adaa em tod todas épocas,, é rrecom ecomen end adaa com como mais adequ te qu an do o cultivo visa as situ ações as especi alm en especialm almen ente quan and situações ações,, m mas es a altas pr od utivi dad odutivi utivid ades prod s plantas daninhas são de extrema

A

Dirceu Gassen

importância para a cultura do milho, pois competem por água, luz e nutrientes e podem causar danos acentuados na qualidade dos grãos e na produtividade da cultura se não controladas adequada-

mente. Por isso, são fundamentais o manejo em pré-semeadura e o controle em pré ou pósemergência. O manejo em pré-semeadura interfere no milho de diferentes maneiras, podendo afetar o estabelecimento da cultura, definir a infestação das plantas daninhas e modificar a época de controle em pós-emergência. O ideal seria uma aplicação de herbicida de ação total, no caso o glifosato, no intervalo de 20 dias a 30 dias antes da semeadura, complementada com outra pulverização próxima da semeadura, também com glifosato, mas preferencialmente com paraquat. Alguns trabalhos mostram, ainda, que a eliminação precoce das plantas daninhas diminui a incidência de pragas e doenças (das quais são hospedeiras), especialmente as pragas iniciais. Caso não seja possível realizar aplicação seqüencial, o manejo deve ser realizado o mais próximo da semeadura. Mas essa época é variável em função da espécie, da população e do estádio de desenvolvimento das plantas daninhas. Esses fatores também definem o herbicida a ser adotado, mas em geral emprega-se o glifosato, combinado ou não a outros herbicidas. Independentemente do modo e da época do manejo, deve garantir a eliminação total das plantas daninhas. O controle em pré-emergência é uma op-

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Figura 1 – Época de início de controle das plantas daninhas na cultura do milho. Fonte: Zagonel et al. (2000).

ção eficiente no manejo das plantas daninhas. A atrazina utilizada nessa modalidade mostra excelente controle das espécies de folhas largas. Para o controle das poáceas (folhas estreitas) podem ser utilizados produtos dos grupos das acetanilidas e isoxazoles, mas os herbicidas desses grupos químicos são limitados por questões de textura e umidade do solo na época da aplicação e principalmente por não mostrarem controle adequado de algumas espécies importantes, especialmente as braquiárias. Nesse caso é necessária a complemen-

Figura 2 – Épocas de início e final de controle das plantas daninhas na cultura do milho. Fonte: Koslowski (2002)

tação com aplicações em pós-emergência, tornando o controle economicamente inviável. O controle em pós-emergência deve visar à eliminação das plantas daninhas na época em que mais interferem na produtividade. O período de início do controle varia em função das espécies presentes, de sua população e do estádio de desenvolvimento e também da época em que o manejo em pré-semeadura foi realizado. No entanto, em geral, o controle deve ser realizado até 20 dias após a emergência, sendo mais precoce quando a infestação é

severa e/ou quanto maior for a produtividade esperada. As Figuras 1 e 2 mostram dois trabalhos que visaram à determinação da época de início de controle. A Figura 1 mostra que a produtividade é afetada desde o começo do desenvolvimento do milho, sendo a queda mais acentuada a partir de 19 dias após a emergência. A Figura 2 mostra que a produtividade foi afetada a partir do estádio V2 da cultura, no caso a partir de 14 dias depois da emergência. Nota-se nos dois trabalhos que a produtividade foi similar, mas no primeiro (Figu-


Fotos Dirceu Gassen

DEMANDA E PRODUTIVIDADE

A

O controle em pré-emergência é uma opção eficiente no manejo das plantas daninhas

ra 1) a produção máxima teve aproximadamente 400 quilos/hectare a menos do que a observada no segundo (Figura 2), o que demonstra que quanto maior for a produtividade mais cedo se deve realizar o controle, embora outras variáveis possam estar envolvidas nesse processo. Na Figura 2 também se pode observar que o período de término de controle deve ocorrer no estádio V7 da cultura, correspondente a 44 dias após a emergência. Isso mostra que somente uma aplicação não é suficiente para manter a cultura sem os danos na produção causados pela matocompetição, a não ser que na primeira aplicação se utilize produto de ação residual. Nesse caso, a atrazina pode ser utilizada na primeira aplicação mas, em situações de ocorrência de poáceas (gramíneas), será necessária uma segunda aplicação de graminicida. Portanto, a aplicação seqüencial, em duas épocas, aparece como a mais adequada, sen-

crescente demanda mundial por alimentos deve-se principalmente ao aumento do consumo, mas também pela utilização crescente de biocombustíveis. Nesse contexto, o milho, usado na alimentação humana e animal, hoje está sendo empregado também para a produção do etanol, especialmente nos Estado Unidos, o que causa alteração no mercado mundial da cultura, com aumento dos preços de derivados desse produto. Uma das causas do aumento do uso dos biocombustíveis é a alta do preço do petróleo, que mostra tendência de continuar crescendo por ser uma fonte de energia não-renovável. O maior preço do milho é favorável ao agricultor, porém, os custos de produção também podem aumentar, visto que o preço dos fertilizantes está atrelado ao do petróleo. Assim, cada vez mais é necessária a maximização do uso dos insumos agrícolas pelo agricultor para garantir a rentado recomendável seu uso em todas as circunstâncias, mas especialmente quando o cultivo visa a altas produtividades. A aplicação seqüencial mantém a cultura livre da presença das plantas daninhas por um período maior que o observado para aplicação única, além de exercer um melhor controle sobre as plantas daninhas que estão menos desenvolvidas nas aplicações. Com relação ao custo, se concentra nos relacionados à aplicação, já que as doses

Quando realizado o controle em pós-emergente, este deve, em geral, ser realizado até 20 dias após a emergência das plantas

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bilidade das lavouras. No planejamento de uma safra de milho e de outras culturas, é fundamental considerar dois fatores, um referente àqueles determinantes da produtividade e outro àqueles que afetam a produtividade. Os fatores que definem a produtividade consistem na semeadura na época recomendada, na utilização de um híbrido adaptado à região, no tratamento de sementes, na semeadura com a densidade de plantas adequada ao híbrido em uso, na adubação realizada de acordo com a análise do solo e baseada na produtividade esperada, na semeadura em solo corrigido, na rotação de culturas e outras recomendações para a cultura. Caso essas regras sejam obedecidas deve-se dar atenção às variáveis que podem afetar e causar danos na produtividade. Entre esses fatores, os principais são as pragas, as doenças e as plantas daninhas. dos herbicidas são divididas. No entanto, as vantagens em relação à produtividade pagam com sobra os custos da aplicação adicional. Entre os herbicidas utilizados em milho, a atrazina aparece como a de maior uso pelo excelente controle de espécies de folhas largas tanto para aplicação em pré como em pósemergência. A atrazina também controla algumas espécies de folhas estreitas, desde que no estádio inicial. No entanto, em geral, é necessária a utilização de outros herbicidas em complementação à atrazina para garantir o controle das espécies de folhas largas e estreitas. Entre esses produtos, os mais utilizados são os dos grupos das sulfoniluréias e das tricetonas, principalmente nicosulfuron e mesotrione. Qualquer desses herbicidas aplicados seqüencialmente e combinados à atrazina tem sido o método mais eficiente de controle das plantas daninhas em plantio direto na região dos Campos Gerais do Paraná. Outro herbicida, o tembotrione, também do grupo das tricetonas, foi lançado recentemente no mercado. Resultados experimentais têm mostrado que o herbicida, combinado à atrazina, promove controle de espécies de folhas largas e estreitas, destacando-se pelo excelente controle para as poáceas, inclusive as braquiárias em estádios de desenvolvimento mais C avançados. Jeferson Zagonel e Eliana Cuéllar Fernandes, UEPG



Giuvan Heinz

Trigo

Trigo bronzeado Conh eci da com o a ddoença oença ddo o sistem ti o dir eto, a Conheci ecid como sistemaa ddee plan planti tio direto, man cha br onzead do pr oblem as lavour as ddee tri go, ancha bronzead onzeadaa tem si sid problem oblemaa n nas lavouras trig prin cipalm en te a partir ddo o estádi o ddee elon gam en to ddas as principalm cipalmen ente estádio elongam gamen ento plan tas es com o o uso ddee sem en tes infectad as ca plantas tas.. Fator Fatores como semen entes infectadas as,, a práti prática dad da m on ocultur cipalm en te a alta capaci cipalmen ente capacid adee ddee mon onocultur oculturaa e prin principalm o patóg en o em rrestos estos cultur ais estão sobr evivên ci evivênci ciaa ddo patógen eno culturais sobrevivên o en to ddee in ten si dad o empr eg associ ad os ao seu aum empreg ego associad ados aumen ento inten tensi sid adee. Além ddo tes são in di cad as par an ejo rrotação otação de cultivar es rresisten esisten cultivares esistentes indi dicad cadas paraa o m man anejo de cultur as e apli cações ddee fun gi ci das ad as a culturas aplicações fungi gici cid as,, associ associad adas mi cr on utri en tes par an ter o equilíbri o n utri ci on al micr cron onutri utrien entes paraa m man anter equilíbrio nutri utrici cion onal

O

cultivo do trigo no Sul do Brasil encontra anualmente uma série de barreiras que limitam o aumento de seus índices de produtividade. Entre estes fatores pode-se citar as condições climáticas relacionadas com a ocorrência de chuvas freqüentes e de altas temperaturas durante o ciclo da cultura, que contribuem significativamente para o aumento dos níveis de doenças sobre as plantas. Os danos relacionados ao ataque de doenças vêm crescendo substancialmente a cada ano e podem chegar a 80% se não forem tomadas medidas adequadas para o controle. A ocorrência de manchas foliares nos cultivos de trigo tem causado preocupação aos produtores e pesquisadores nas últimas safras, principalmente no que se refere à doença conhecida como mancha bronzeada (ou mancha amarela), causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis (Died.) Shoem. (teleomorfo Pyrenophora tritici-repentis (Died.) Drechsler). Esta doença ocorre em todas as regiões tritícolas e o aumento de sua intensidade está estreitamente relacionado ao uso de sementes infectadas, à monocultura e ao plantio direto. Devido à grande capacidade de disper-

são do patógeno, através de sementes contaminadas, ao escolher o material de plantio deve-se levar em consideração a boa qualidade sanitária e/ou realizar tratamento com fungicidas com o objetivo de reduzir o inóculo primário, retardando assim o aparecimento da doença na lavoura, mesmo em cultivares suscetíveis e em anos que apresentem condições adversas ao cultivo. Preferencialmente, recomenda-se utilizar lotes de sementes que apresentem baixo índice de infecção, onde o controle é mais efetivo, podendo-se chegar à erradicação ou próximo dela. A mancha bronzeada da folha de trigo é conhecida como a doença do sistema de plantio direto. A capacidade de sobrevivência nos restos culturais está associada a este sistema, especialmente se o produtor não fizer uso da rotação de culturas em sua lavoura. O manejo, por meio da rotação de culturas, é de extrema importância para reduzir o inóculo primário do fungo. O cultivo de uma espécie vegetal não hospedeira durante uma estação de inverno contribui significativamente para a redução da incidência de D. tritici-repentis na safra subseqüente. A aveia e outras espécies, como o nabo forrageiro, trevos, colza, linho, ser-

Ingredientes ativos recomendados para o controle de Drechslera tritici-repentis Ingredientes ativos Azoxistrobina (estrobilurina) Azoxistrobina (estrobilurina) + ciproconazol (triazol) Ciproconazol (triazol) + propiconazol (triazol) Epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina) Metconazol (triazol) Piraclostrobina (estrobilurina) Procloraz (imidazolilcarboxamida) Propiconazol (triazol) Propiconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina) Tebuconazol (triazol) Tebuconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina)

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Doses do produto comercial (l.ha-1) 0,20-0,40 0,30 0,20-0,30 0,75-1,00 0,80-1,00 0,60-0,80 1,00 0,50 0,60 0,75 0,60


Dirceu Gassen

radela e ervilhaca, não são hospedeiras, sendo por este motivo altamente indicadas para rotação de culturas com o trigo. CONDIÇÕES IDEAIS AO FUNGO Em anos chuvosos, os danos podem ser mais severos, devido às condições mais propícias ao desenvolvimento do patógeno e também pela maior dificuldade de entrada de máquinas na lavoura para se realizar o controle químico com fungicidas. Respingos de chuva e vento fazem com que conídios e ascósporos atinjam a superfície das folhas iniciando o processo de infecção. Na presença de água livre na superfície foliar, de quatro horas a 48 horas após a deposição, e com temperaturas variando dos 18ºC aos 28ºC, o fungo encontra melhores condições de infecção e colonização dos tecidos da planta.

SINTOMAS Os sintomas aparecem, geralmente, nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta, formando na superfície das folhas lesões ovaladas ou oblongas, de coloração amarelada ou de aspecto bronzeado, que coalescem, tornando-se de coloração marrom- clara a marrom-escura, tendo em média 12mm de comprimento. Comumente, observa-se a formação de um halo amarelado. No centro destas lesões, sob condições de alta umidade, são formados conidióforos do fungo, apresentando estes coloração marrom-escura.

DANOS Os danos causados por D. tritici-repentis estão associados, principalmente, à diminuição da área fotossinteticamente ativa e à conseqüente diminuição da qualidade e do tamanho dos grãos.

Quanto mais avançada a idade da folha bandeira da planta, maior a suscetibilidade da cultura

CONTROLE O uso de cultivares resistentes é considerado estratégia ideal de controle, entretanto, há poucas cultivares disponíveis no mercado com níveis satisfatórios de resistência à mancha de D. tritici-repentis. Apesar de a doença poder se manifestar desde o início do desenvolvimento das plantas, é a partir do estádio de elongamento que realmente apresenta maiores proporções, causando danos mais severos. A planta torna-se mais vulnerável à infecção por patógenos a partir deste estágio, em função da maior translocação de nutrientes para o desenvolvimento da espiga e enchimento dos grãos. Quanto mais avança-

da a idade da folha bandeira, maior a suscetibilidade da cultura aos patógenos. Por isso, é de extrema importância que se aplique à cultura um manejo que proporcione equilíbrio nutricional adequado às plantas, refletindo em maior disponibilidade de fotoassimilados para a manutenção da área foliar verde e para o enchimento de grãos. Nos últimos anos tem se intensificado o uso de micronutrientes na agricultura brasileira, e para isso tem contribuído o desenvolvimento de variedades com elevado potencial produtivo, o que implica invariavelmente em maior exigência nutricional. Trabalhos realizados pelo Grupo de Pesquisa em Proteção de Plantas, do Departamen-


Fotos Dirceu Gassen

Nas plantas onde o nitrogênio é obtido através dos fertilizantes, o Mo tem grande importância, uma vez que a concentração de nitrato no mesófilo foliar induz à síntese da redutase do nitrato, de cuja constituição participa o Mo. A atividade da redutase do nitrato é responsável pela transformação do nitrato (NO3) em amônia (NH3), que será posteriormente incorporado em substâncias orgânicas como o glutamato, substância-chave na produção de aminoácidos. O controle químico pode ter importante papel na garantia da produtividade e é recomendável quando a cultura é bem conduzida e tem alto potencial produtivo, mas necessita ser empregado com critério, dentro de um contexto que considera o ciclo biológico do patógeno, o comportamento das cultivares utilizadas, as condições ambientais e nutricionais ocorrentes. No que se refere às manchas foliares, em geral, a aplicação de fungicidas deve ser iniciada quando a incidência do patógeno na folha atingir 70%. No caso da mancha amarela, por ser mais agressiva, indica-se o uso do controle químico no aparecimento dos primeiros sintomas. Para se efetuar a escolha do produto ou da mistura dos fungicidas recomendados, é importante considerar fatores como o modo de ação, eficiência, persistência, aspectos toxicológicos e principalmente econômicos. A época de controle deve ser determinada por meio de amostragens, realizadas constantemente em vários pontos da lavoura, e a reaplicação deverá ser realizada sempre que necessário, para manter a doença em níveis baixos de infecção. C Giuvan Henz, UFSM to de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mostraram que a aplicação de fungicidas associados a micronutrientes, como Zinco (Zn), Manganês (Mn) e Molibdênio (Mo), no estádio de florescimento, proporciona maior manutenção da área foliar verde, isto demonstrado pelo fato de que a área foliar das parcelas-testemunha teve sua senescência antecipada em aproximadamente 12 dias em relação aos demais tratamentos. Além disso, a nutrição pode afetar as propriedades bioquímicas, como redução de compostos fenólicos, que atuam como inibidores do desenvolvimento de pragas e doenças, ou acúmulo de compostos orgânicos. A importância dos micronutrientes pode ser entendida através das funções que exercem no metabolismo das plantas, atuando como catalisadores.

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O Mn atua na síntese da clorofila, pigmento que confere a cor verde às folhas. A falta desse micronutriente e a oxidação excessiva da clorofila são responsáveis pela substituição da cor verde das folhas por um tom esbranquiçado ou amarelado, pela diminuição da fotossíntese e da produtividade. O Zn atua na síntese do aminoácido triptofano, precursor do AIA (Ácido Indol Acético), um hormônio de crescimento. Portanto, plantas deficientes em Zn são menores, raquíticas e com internódios curtos, com cloroses internervais e folhas lanceoladas. Os processos metabólicos da síntese de lipídios, substância de reserva das sementes, são catalisados pela enzima Aldoíase na presença de Zn, possibilitando com isso maior granação e maior peso de grãos, que refletirá no aumento de rendimento da cultura.

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Lesões ovaladas ou oblongas, de aspecto bronzeado, são sintomas característicos de Drechslera



Soja Dirceu Gassen

Tratada na origem En Ensai saios avaliam viabili abilid ade tratam atamen ento semen entes no Ensai saios os avali avaliam viabili abiliddad adee ddo doo tr tratam atamen ento to dde dee sem semen entes tes n noo combate combate am vi àà ferrug ferrugem asiática fluquincon conazole associad ado ferrugem em asiáti asiática ca com com oo uso uso dde dee fluquin fluquincon conazole azole associ associad adoo aa pulverizações oliar ares trifloxistr xistrobin obina ciprocon oconazol pulverizações ffoli foli oliar ares trifloxistr xistrobin obinaa ++ cipr ciprocon oconazol azol es com com triflo

O

controle das doenças da parte aérea via tratamento de sementes é uma excelente alternativa que pode abrir perspectivas no controle das doenças na soja. O tratamento de sementes com fungicidas do grupo dos triazóis desponta como mais uma ferramenta a ser adotada no manejo da ferrugem asiática da soja, com poder de interferir em alguns componentes da epidemia como a taxa de progresso e a quantidade final da doença. As vantagens do uso do tratamento de sementes de soja para o controle de Phakopsora pachyrhizi devem ser avaliadas ao longo do tempo, em diversas situações de pressão do inóculo, clima, altitude, espaçamento, nutrição e em diferentes variedades de soja.

prática do tratamento de sementes é recente e está sendo testada e adotada em diferentes regiões produtoras de soja no país.

ENSAIOS O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia via tratamento de sementes com o fungicida fluquinconazole, associado a pulverizações foliares com trifloxistrobina + ciproconazol em diferentes épocas de aplicação, no controle da ferrugem na re-

Figura 1 - Visualização dos tratamentos aos 95 dae na Monsoy 7908 RR. A) Testemunha com desfolha acentuada. B) Fluquinconazole (50,1 g i.a. X 100kg) e Trifloxistrobina+Ciproconazol (56,25 + 24,0 g i.a .X ha-1) em R1 e R5.1. Fazenda Gaúcha Sidrolândia/MS Safra 2007/08

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O PRINCÍPIO ATIVO O fluquinconazole possui classificação toxicológica III e registro para tratamento de sementes da soja. É um fungicida sistêmico, pertencente ao grupo dos triazóis, que permite proteção residual na fase inicial por meio da sua translocação na planta. Para o manejo da ferrugem asiática, a

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gião sul do Mato Grosso do Sul. O estudo foi conduzido no município de Sidrolândia (MS), durante a safra 2007/ 08. O delineamento estatístico empregado foi o de blocos casualizados com parcelas subdivididas com dois tratamentos principais, com e sem fluquinconazole, e seis tratamentos secundários na subparcela (épocas de aplicação) com três repetições. As sementes da variedade Monsoy 7908 RR foram tratadas com os fungicidas em g i.a./100g de sementes de fluquinconazole

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+ carbendazim, nas doses de 50,1g + 250g, e o fungicida carbendazim na dose de 250g. Para as pulverizações foliares nas cinco épocas foram utilizados 300ml.ha-1 p.c de Sphere (56,250g i.a./ha trifloxistrobina + 24,0g i.a./ha ciproconazol) + 250ml.ha-1 Áureo. No estágio fisiológico (R1), foram iniciadas as pulverizações foliares com fungicida nas seguintes épocas de aplicação: época 01: duas aplicações, uma no estádio fenológico (R1) e outra no estádio (R5.2); época 02: uma única aplicação, porém com um atraso de sete dias após a primeira aplicação da época 01; época 03: uma única aplicação, porém com um atraso de 14 dias após a primeira aplicação da época 01; época 04: uma única aplicação quando surgiu a ferrugem no talhão da propriedade; época 05: duas aplicações: uma quando surgiu a ferrugem no talhão da propriedade e outra 14 dias após. Depois da finalização das pulverizações, foram coletadas as folhas para avaliações dos tratamentos e observados a severidade no terço médio da planta, o percentual de desfolha (95 dae) e a produtividade. Os dados obtidos para cada característica foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e para o caso de diferenças significativas, foi aplicado o teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade, para comparação entre as médias.

RESULTADOS Os dados apresentados nas Tabelas 01, 02, 03 e 04 e nas Figuras 01 e 02, são os resultados de campo obtidos em Sidrolândia (MS). O manejo da ferrugem, integrando o tratamento de sementes com o triazol, proporcionou redução na severidade do terço médio, velocidade de desfolha e aumento de produtividade. No quadro da análise de variância (Tabela 01), houve diferença significativa aos 95 dae para a desfolha, favorecendo o tratamento de sementes com o fungicida à base de fluquinconazole na variedade de soja Monsoy 7908 RR.

Tabela 01 - Análise da variância dos valores de desfolha e severidade no terço médio (TM) aos 95 e 101 dae, produtividade durante o período experimental. Fazenda Gaúcha, Sidrolândia/MS – Safra 2007/08. Fontes de Variação Tratamento de sementes (TS) Resíduo (TS) Época de aplicação (EA) TSxEA Resíduo (EA) C.V(%) TS C.V(EA)

Desfolha 95 dae1 101 dae 544,44* 17,36(ns) 36,11 2,77 404,44** 352,36** 57,77(ns) 0,96(ns) 71,11 9,44 21,63 2,82 30,36 5,21

Severidade (TM) 95 dae 162,94(ns) 79,26 1538,48** 231,19* 63,64 15,94 14,29

Severidade (TM) 101dae 45,47(ns) 2,87 816,94** 65,77(ns) 54,12 2,70 11,71

Produtividade 0,0090(ns) 0,0079 0,0219** 0,009(ns) 0,0044 13,84 10,31

**significativo, ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F; *significativo, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste F; (ns) não significativo; (1) dae: dias após a emergência.

Tabela 02 - Desdobramento dos tratamentos dentro das cinco épocas de aplicação para severidade aos 95dae no terço médio (TM), durante o período experimental. Fazenda Gaúcha, Sidrolândia/MS – Safra 2007/08. Épocas de aplicação

Nº aplicações

Testemunha Época 01 Época 02 Época 03 Época 04 Época 05

2 1 1 1 2

Tratamentos (doses em ml/100kg de sementes ou ml p.c/ha) Carbendazim (250) Fluquinconazole (300) + Carbendazim (250) 95 dae(1) 95 dae 76,52 Aa 76,07 Aa 40,63 Bb 13,44 Ca 51,33 Ba 57,54 Aba 63,75 Aba 53,96 Ba 58,49 Aba 60,84 Aba 58,72 Aba 58,75 Aba

Medias maiúscula na coluna e, minúsculas na linha seguidas de mesma letra não diferem ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste Tukey. (1) dae: dias após a emergência. C.V para tratamento de sementes: 21,63%; C.V para épocas de aplicação: 30,36% Época 01: Aplicação foliar em R1(1aaplicacão) + R5.1(2a aplicação); Época 02: Aplicação foliar 7 dias após a 1a aplicação; Época 03: Aplicação foliar 14 dias após a 1a aplicação; Época 04: Aplicação foliar no aparecimento da Ferrugem (Curativo); Época 05: Aplicação foliar (1a aplicação no aparecimento da ferrugem)+14 dias da primeira aplicação.

Para os valores de severidade mensurados aos 95 dae, houve interação significativa entre o tratamento de sementes e as épocas de aplicação dos fungicidas foliares. O tratamento de sementes com fluquinconazole, associado às duas aplicações de fungicidas da época 01, resultou em menor porcentagem da doença no terço médio aos 95 dae (13,44%), quando comparado à aplicação de fungicida da época 01 na ausência de fluquinconazole (40,63%) (Tabela 02). Estes resultados estão de acordo com Scherb (2008) que, ao estudar o fluquinconazole na evolução da ferrugem da soja, também conclui que o tratamento de sementes retardou a entrada da doença na área, reduzindo a evolu-

ção do inóculo da ferrugem e melhorando a eficiência das pulverizações foliares. Nos resultados para a severidade do terço médio aos 95 dae, o tratamento com fluquinconazole, quando associado a aplicações foliares, demonstrou maior período de proteção às plantas. As menores severidades obtidas no ensaio com associação às aplicações seqüenciais nos estádios em R1 e R5.1 demonstraram que o controle executado preventivamente nessa época possibilitou também melhores resultados de produtividade comparadas às demais épocas de aplicação (Tabela 04). Menten et al, (2007), ao estudar o uso do fluquinconazole nas sementes de soja,


Figura 2 - Visualização dos tratamentos ao final do ciclo na M-Soy 7908. A) Aplicação foliar apenas com Trifloxistrobina + Ciproconazol (56,25 + 24,0 g i.a. ha-1). B) Tratamento de sementes com Fluquinconazole (50,1 g i.a. 100kg-1) e duas aplicações foliares com Trifloxistrobina+Ciproconazol (56,25 + 24,0 g i.a. ha-1) em R1 e R5.1. Fazenda Gaúcha Sidrolândia/MS – Safra 2007/08

associando às aplicações foliares de fungicidas, verificou que este defensivo também contribuiu para maximizar o controle da ferrugem, em comparação aos resultados obtidos sem o tratamento das sementes com o referido produto. Furlan et al, (2007), ao verificar a eficiência do tratamento de sementes de soja CD-208, dentro do manejo da ferrugem asiática na safra 2006/07, concluiu que as plantas que receberam o tratamento das sementes com fluquinconazole – 167g i.a./ l, na dose de 50g i.a./100kg de sementes – apresentaram menor incidência e severidade da doença no campo, quando comparadas com as plantas que não receberam o tratamento com o produto. Após o aparecimento da ferrugem no ensaio, o desfolhamento das plantas foi rápido, com redução significativa do número de folhas entre 95 dae e 101 dae. O manejo da ferrugem via tratamento de sementes com fluquinconazole, associado às pulverizações preventivas de trifloxistrobina + ciproconazol nos estádios (R1) e (R5.1), demonstrou as menores médias de desfolha e, também que em aplicações tardias (Tabela 3), o agricultor terá que fazer várias aplicações, o que aumentará sensivelmente seu custo. Os tratamentos curativos com uma e duas aplicações comprometeram a eficiência tanto no sistema de tratamento com fluquinconazole como a própria mistura do fungicida foliar (Tabela 2). Navarini et al, (2007), também verificou menor desfolha em aplicações preventivas e maior nas curativas e uma redução significativa de controle, quando a aplicação de fungicida foi realizada com a presença da doença. Os benefícios do tratamento de sementes para a produtividade, por meio do fluquinconazole no manejo da ferrugem, foram maiores quando houve a associação ao tratamento da parte aé-

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rea em R1 e R5.1 (Época 01), se comparada às plantas cujas sementes não receberam este tratamento (Tabela 04). Embora sem diferença estatística na produtividade dentro da Época 01 entre os tratamentos de sementes, as médias das plantas tratadas com fluquinconazole obtiveram aumento de produtividade de 467kg/ha (Tabela 03). Togni et al, (2007), ao estabelecer comparações de ingredientes ativos nos tratamentos de sementes da Conquista e, associado às aplicações quinzenais de fungicida após aparecimento da ferrugem, relata em seu trabalho que os tratamentos diminuíram a severidade da doença e aumentaram o rendimento, principalmente com o uso de fluquin-

conazole. O mesmo autor menciona que o tratamento de sementes, associado às pulverizações foliares, pode contribuir no manejo da ferrugem e oferecer vantagens ao produtor como segurança e aumento de produtividade. Conclui-se neste trabalho que o tratamento das sementes com fungicida fluquinconazole, integrado às práticas de controle como as pulverizações de fungicidas na parte aérea, é uma ferramenta para o manejo da ferrugem asiáC tica. Justino S.F.Ribeiro Danilo Gomes Fortes João Franco Ribeiro, Cotton – Consultoria Agronômica

Tabela 03 - Médias dos valores de desfolha, severidade no terço médio (TM), produtividade durante o período experimental. Fazenda Gaúcha, Sidrolândia/MS Safra 2007/08 Épocas de aplicação Testemunha Época 01 Época 02 Época 03 Época 04 Época 05 C.V(%)

Desfolha 95 dae1 101 dae 41,66 A 71,67 A 15,83 B 49,16 E 27,50 AB 61,67 B 27,50 AB 60,83 BC 27,50 AB 55,83 CD 15,83 B 55,00 D 30,36 5,21

Severidade (TM) 95 dae 76,29 A 27,04 C 54,04 B 58,85 B 59,67 B 58,73 B 14,29

Severidade (TM) 101dae 76,96 A 47,37 C 73,59 A 67,70 AB 56,22 BC 44,14 BC 11,71

Produtividade Kg/há 3.533 B 4.633 A 4.255 AB 4.455 A 4.588 A 4.244 AB 10,31

Medias maiúscula na coluna, seguidas de mesma letra não diferem ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste Tukey. (1) dae: dias após a emergência.

Tabela 04 - Produtividade dos tratamentos dentro das épocas das cinco épocas de aplicação, durante o período experimental. Fazenda Gaúcha, Sidrolândia/MS – Safra 2007/08 Épocas de aplicação Testemunha Época 01 Época 02 Época 03 Época 04 Época 05

Nº aplicações 2 1 1 1 2

Tratamentos (doses em ml/100kg de sementes ou ml p.c/ha) Diferença Carbendazim (250) Fluquinconazole (300) + Carbendazim (250) 0,00 3.533(ns) 3.533(ns) 467 4.400 4.867 288 4.000 4.288 244 4.333 4.577 293 4.440 4.733 202, 4.131 4.333

(ns):Não significativo C.V para tratamento de sementes: 13,84% C.V para épocas de aplicação: 10,31%

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Soja Fotos Clovis Manuel Borkert

Na medida

Plan ta n ani ca, com in ternódi os curtos e Planta nani anica, internódi ternódios br otações later ais tom co ddaa brotações laterais ais,, é sin sintom tomaa típi típico defi ciên ci o solo. Além disso, eficiên ciênci ciaa ddee cobr cobree n no su alta pod epr od ução ddevi evi do suaa ffalta podee inibir a rrepr eprod odução evid to ddaa esterili dad o pólen. ao aum en aumen ento esterilid adee ddo Mas é pr eciso estar aten to par preciso atento paraa evitar o n utri en te con tamin ação por eexxcesso ddo taminação nutri utrien ente contamin ge análise ffoli oli ar na apli cação, o que eexi xi aplicação, xig oliar par orm ação segur espeito ddaa paraa a inf inform ormação seguraa a rrespeito necessi dad ubação ecessid adee ddee ad adubação

O

cobre é um dos nutrientes essenciais requeridos pelas plantas superiores, que figura entre os 18 elementos químicos de sua composição e está entre os nove conhecidos como micronutrientes. De forma alguma o termo micronutriente significa que este elemento não seja importante para o desenvolvimento vegetal, porém, é assim chamado por ser requerido em pequenas quantidades. Na soja, está presente em aproximadamente 10mg em cada quilograma de grãos e nos restos culturais está próximo de 16mg por quilograma de palhada. O cobre está presente em grande parte dos compostos orgânicos das plantas de baixo peso molecular e em proteínas, ocorre em compostos cuja função não é ainda bem conhecida, como em enzimas, com vital importância no metabolismo das plantas. O elemento desempenha importante papel em diversos processos fisiológicos, como ativador de enzimas que participam do transporte eletrônico terminal da respiração e da fotossíntese. E, também, em processos como distribuição de carboidratos, redução e fixação de nitrogênio, tendo papel muito importante no metabolismo de proteínas e na formação da parede celular. O co-

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bre tem influência na permeabilidade de água do xilema e, portanto, faz parte do sistema que controla as relações de água na planta. Além disso, é o elemento presente na síntese de DNA e de RNA e a sua deficiência inibe marcantemente a reprodução das plantas, porque reduz a produção de sementes pelo aumento da esterilidade do pólen. É elemento importante no mecanismo de resistência às doenças, principalmente na resistência às doenças fúngicas, que está relacionada ao ade-

A adubação indiscriminada de cobre pode resultar em toxicidade às plantas

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quado suprimento de cobre. Porém, há também evidências que plantas com teores muitos elevados de cobre no tecido são suscetíveis a algumas doenças. Por ser nutriente pouco móvel, sua deficiência causa redução do crescimento da soja, principalmente pelo encurtamento dos internódios, fazendo com que a planta fique nanica, com brotações laterais. As folhas mais novas assumem a cor verde-acinzentada ou verde-azulada, apresentam alongamento acentuado e envergamento característico, conhecido como “topo caído”. Quando há cobre em excesso no solo, aparecem os sintomas de toxicidade, que se caracteriza pelo aparecimento de pontos necróticos na borda dos folíolos das folhas mais velhas e que, com o tempo, progridem para as mais novas. Pesquisas realizadas pela Embrapa Soja, com experimentos de resposta ao cobre e de calibração de análises de solos e de tecido iniciados em 1997, em dois solos do estado do Paraná, nos municípios de Ponta Grossa e Mamborê, não foram obtidas respostas ao cobre no rendimento de grãos, tanto na cultura da soja como em trigo e girassol, nos oito


anos em que o trabalho foi conduzido. Foram realizados, também, trabalhos em solo dos cerrados, no município de Pedra Preta (MT), de resposta a cobre, onde também não foi observada resposta em rendimento de grãos de soja, nos sete anos de cultivo. No cerrado do sul do Maranhão, foram iniciados experimentos de resposta a cobre, em 1997, em dois solos de diferente textura. Em um dos locais, na Fazenda Agroserra, em nenhum ano foi observada resposta a cobre. Porém, no latossolo vermelho amarelo, na Fazenda Parnaíba, na Serra do Penitente, município de Tasso Fragoso (MA), desde o primeiro cultivo foi observada tendência de resposta a cobre. Das sete safras observadas, somente não se verificaram aumentos significativos para a produção de grãos, em resposta à adubação com cobre, na safra 2002/03. A disponibilidade inicial de cobre nesse solo era de 0,04mg/kg, o que explica os resultados obtidos. Os aumentos, porém, foram discretos, atingindo na média das sete safras um valor médio de 193kg/ha, com a dose de 5kg/ha (Oliveira et al, 2005). Essa falta de reposta a cobre e também aos outros micronutrientes zinco, manganês e boro, tem sido atribuída (Borkert, 2002) ao material de origem rico nestes elementos e que mantêm sua disponibilidade acima do ponto

Quando ocorre o excesso de cobre no solo surgem pontos necróticos na borda dos folíolos das folhas mais velhas

crítico de > 0,8mg/kg, tanto quando a extração da amostra é efetuada com a solução de Mehlich-1 ou com DTPA (Embrapa Soja, Tecnologias de Produção de Soja). Também, à contaminação pelos adubos e pelo calcário aplicado, que contém razoáveis teores de cobre, de zinco, de manganês e de boro, principalmente na rocha fosfatada (fluorapatitas). A diagnose foliar é uma avaliação que fornece informações seguras a respeito da necessidade de adubação com cobre, devendo, portanto, ser utilizada em complemento à análise de solo. Nas folhas coletadas no início da floração, o teor do elemento que indica uma nutrição adequada va-

ria de 6mg/kg a 14mg/kg. A adubação corretiva com cobre só deve ser realizada nos solos com deficiência do nutriente, identificada pelos valores de cobre, na análise de solo, menores que 0,5mg/kg, (Mehlich-1) ou menores que 0,3mg/kg (DTPA) e/ ou, na análise de folhas de soja, menores que 6mg/kg. Nesses casos, a adubação corretiva com 2,5kg de cobre/ha, na forma de sulfato de cobre aplicado a lanço, promove aumentos de produção e mantém a disponibilidade adequada do nutriente por um período mínimo de quatro safras (Tecnologias de Produção de Soja, Embrapa, 2005). Por outro lado, é necessário também lan-


Fotos Clovis Manuel Borkert

çar um alerta para o desequilíbrio nutricional e para o problema de toxicidade que poderá ser criado, tanto em áreas do Sul, como do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste do Brasil, onde se cultiva soja, à aplicação continuada de micronutrientes (cobre, zinco, manganês e boro) anualmente nos adubos formulados. Como a retirada desses micronutrientes pelas culturas é muito pequena, a adubação indiscriminada poderá, com o passar dos anos, elevar para um nível muito alto os teores de disponibilidade no solo, conduzindo a problemas de toxicidade desses metais pesados como cobre, zinco e manganês, causando desequilíbrios nutricionais. Há contaminação de solos por aplicação desses metais, por meio de adubações anuais excessivas com cama de aviário, com chorume, lodo de esgoto, resíduos de metalurgia etc, que podem ser usados

As folhas mais novas são as últimas a manifestar sintomas de toxidez

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como fontes corretivas. Porém, sempre deve haver o controle rígido das quantidades aplicadas, para evitar o que aconteceu no estado da Carolina do Norte, Estados Unidos da

América, onde alguns solos foram contaminados com a elevação para teores fitotóxicos e cujas áreas tiveram que ser abandonados por não permitirem cultivo algum (Borkert & Cox, 1998 e 1999). Como na maioria dos solos brasileiros onde a soja é cultivada há boa disponibilidade de cobre, não há razão alguma para que se faça adubação foliar de cobre em soja, mesmo porque, devido às funções do cobre na planta, esse elemento deve estar presente do início do estádio vegetativo até o estádio reprodutivo. Outro aspecto que deve ser lembrado é que muitos fungicidas e também alguns inseticidas, usados na soja, no trigo, no milho, no girassol, no algodão, no feijão e em outras culturas anuais, têm cobre na composição ou como contaminante e sempre haverá resíduos que serão depositados nas folhas e no solo. Portanto, caso seja realmente comprovada a necessidade de aplicar cobre, para corrigir uma deficiência constatada através da análise de solo e da análise de folhas, esta deve ser, preferencialmente, via aplicação no solo e com uma fonte solúvel, no caso a mais econômica, o sulfato de cobre (CuSO4.H2O, monohidratado 35% Cu ou o pentahidratado 24% Cu), e que, por muitos anos, foi e ainda continua C sendo usada para aplicação em videira. Clovis Manuel Borkert e Fábio Alvares de Oliveira, Embrapa Soja

O COBRE NO SOLO

O

teor total de cobre na crosta terrestre é estimado em média em 55mg/kg, nas rochas ígneas derivadas de derrames de basalto eruptivo básico, em que há uma variação de 10mg/ kg nos granitos até 100mg/kg no basalto. Nas rochas sedimentares, a ocorrência de cobre varia de 4mg/kg nas rochas calcárias, 3mg/kg nos arenitos, podendo chegar até 45mg/kg nos folhelhos. Essa ocorrência variável de cobre no material de origem (rocha matriz do solo) é que condiciona a disponibilidade variável dos micronutrientes nos solos. Se for considerado que os solos do escudo sul-brasileiro, no planalto que se inicia no Rio Grande do Sul e se estende pelo oeste catarinense, pelo sul e sudoeste do Paraná e parte de São Paulo e do sul do Mato Grosso Sul, são derivados do basalto com alto grau de intemperização, pode-se inferir que tenham boas reservas de cobre, sendo, portanto, pouco provável existir deficiência desse nutriente. Entretanto, os

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solos de origem sedimentar têm menor disponibilidade deste elemento. Nos cerrados, também o material de origem na formação do solo está intimamente ligado à disponibilidade de cobre. Em trabalho de levantamento da disponibilidade de cobre em solos dos cerrados, efetuado por Lopes (1983), observa-se que 70% das amostras de solo analisadas estariam baixas (< 1,0mg/kg) neste micronutriente. Porém, de acordo com esse mesmo autor, muitos estudos efetuados com o elemento faltante cobre não têm apontado perdas na produtividade da soja. Após 19 anos, no levantamento efetuado pela Fundação Mato Grosso, em 2,7 mil amostras de solo coletadas na profundidade de 0cm a 20cm, em propriedades agrícolas de Mato Grosso, constatouse que 57% das amostras apresentavam teores altos de cobre (Yamada, 2004). Este aumento no teor de cobre no solo está, provavelmente, relacionado ao uso contínuo de formulações contendo cobre.



Evento

Investimentos em pesquisa alavancam lucros Fotos Bayer

Novas m oléculas e investim en tos em bi otecn ologi moléculas investimen entos biotecn otecnologi ologiaa eten de impulsi on am rren en dim en to ddaa Bayer impulsion onam endim dimen ento Bayer,, que pr preten etend alcançar as m etas par da em 2009 metas paraa 2011 ain aind

N

ada menos que dez novos ingredientes ativos nos próximos quatros anos. Essa é uma das metas da Bayer CropScience, anunciadas no início de setembro na coletiva mundial, em Monhein, Alemanha, para divulgação de resultados da empresa no último período. Em pouco tempo, nomes

como Atlantis, Fandango, Movento, Huskie, Infinity e Precept se tornarão conhecidos entre os produtores e serão novas opções nas próximas safras. Além dos investimentos na linha de defensivos, outros de proporções semelhantes estão sendo feitos na área de biotecnologia, que tem planos bastante am-

Companhia anunciou investimentos da ordem de 750 milhões de euros em biotecnologia

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biciosos para os próximos sete anos. Alguns resultados das pesquisas na área de bioscience já ocupam as lavouras, como a tecnologia Liberty Link, mas as promessas vão muito além de simplesmente plantas com resistência a herbicidas e insetos. Essas novas pesquisas, já em fase avançada, prometem inserir até seis eventos em uma única semente, como tolerância a estresse e doenças, incremento de proteínas ou vitaminas específicas e maior rendimento. Todo esse investimento pesado em pesquisas tem explicação. Segundo o presidente do Conselho Administrativo da Bayer CropScience AG, Friedrich Berschauer, a agricultura precisa ser colocada de volta no centro das atenções das políticas internacionais de pesquisa e desenvolvimento e os investimentos em tecnologia, inovação e em infra-estrutura agrícolas devem ser ampliados. “Precisamos desenvolver pesquisas agrícolas intensivamente se quisermos superar os desafios associados à produção de alimentos e fazer o melhor uso possível dos recursos agrícolas que estão disponíveis para nós”, afirmou Berschauer. “O que precisamos é nada menos do


que uma segunda revolução verde”, defendeu.

PREVISÕES SUPERADAS Todo o investimento da empresa em pesquisa e desenvolvimento de produtos resultou em rendimentos recordes nos últimos anos. As vendas aumentaram 45% no primeiro semestre, em comparação com 2007, acumulando aproximadamente 1,15 bilhão de euros. Este desempenho serve de base para o enfoque de êxito que a empresa coloca em pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos de proteção de cultivos e dá destaque a sua posição como líder em inovação neste setor. No primeiro semestre de 2008 o faturamento cresceu 19%, fechando o período em 3,78 bilhões de euros. A empresa mais do que conseguiu compensar os efeitos negativos da moeda com um volume mais alto de vendas e com aumentos de preços. O EBITDA, antes de itens especiais, aumentou 24%, chegando a 1,2 bilhão de euros; o EBIT básico cresceu até 34%, fechando o semestre em nível recorde de 953 milhões de euros. Com esse crescimento acima do esperado, as previsões para o segundo semestre do ano foram alteradas. “Esperamos que o ambiente de mercado continue positivo no segundo semestre de 2008 e planejamos aumentar nosso faturamento ajustado às taxas de câmbio em bem mais de 10% com base nos ajustes relativos ao câmbio e ao portfólio”, disse Berschauer. Com o desempenho obtido no primeiro semestre, a Bayer CropScience espera agora alcançar sua meta de faturamento de 2 bilhões de euros até o final de 2009 e não mais em 2011, conforme planejado inicialmente. “Por conta de nosso portfólio de produtos, nosso forte fluxo e nossa excelente força em inovação, queremos garantir uma fatia acima da média deste crescimento de mercado”, afirmou Berschauer.

Para BioScience, a meta de faturamento da Bayer é 1 bilhão de euros até 2015, com crescimento médio anual de 12%, previsto de modo orgânico. A crescente resistência de plantas daninhas a glifosato representa uma oportunidade especial para a empresa, que está desenvolvendo novas soluções tecnológicas para programas de manejo de resistência. “Entretanto, no futuro também analisaremos ativamente quaisquer oportunidades de parceria e aquisição que se apresentem para desenvolver ainda mais e especificamente nosso negócio de biotecnologia de sementes e plantas”, disse Berschauer.

INSVESTIMENTOS E NOVAS PREVISÕES Para os próximos anos, mais investimentos estão previstos, tanto na área de CropScience, como na de BioScience. A empresa planeja investir um total de 3,4 bilhões de euros em pesquisa e desen-

Membros da gerência mundial da Bayer CropScience, Dirk Suwelack, Wolfgang Welter, Friedrich Berschauer e Rüdiger Scheitza apresentaram resultados e perspectivas da companhia para os próximos anos

volvimento entre 2008 e 2012. Aproximadamente 2,7 bilhões de euros desta soma serão destinados à pesquisa e ao desenvolvimento de novos defensivos, enquanto 750 milhões de euros serão investidos no desenvolvimento de novos produtos de biotecnologia de sementes e plantas. Em 2007, a empresa investiu 223 milhões de euros para alinhar a capacidade de produção à demanda do mercado. Para 2008, serão gastos aproximadamente 280 milhões de euros na modernização de instalações existentes e na construção de novas instalações. O maior projeto isolado é a construção de uma nova unidade de produção para os precursores do ingrediente ativo herbicida à base de glufonisato de amônio (comercializado sob os nomes Liberty, Ignite e Basta), que será construída em Knapsack, próximo a Colônia, Alemanha, por um custo estimado de 60 milhões de euros e com estimativa de entrega e início de operações para 2009. As instalações de Belford Roxo (RJ) também receberão investimentos na ordem de 15 milhões euros. No Brasil, as vendas de defensivos da empresa cresceram 80% no primeiro semestre de 2008, enquanto o mercado de defensivos no país teve um crescimento de 50%. Um dos primeiros lançamentos destes novos produtos no mercado é o Movento Plus, inseticida para o controle de sugadores, mosca branca e percevejos. Será o único produto com dois princípios ativos diferentes que possibilitarão a sistematicidade do produto nos dois sentidos da C planta.

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Algodão

Vazio eficiente

Implan tad o com o objetivo primári o ddee in terr omper o ci clo vital ddo o bi cu do-d o-alg od oeir o, Implantad tado primário interr terromper ciclo bicu cud o-do-alg o-algod odoeir oeiro, o vazi o sanitári o tem tr azi do van tag en o con tr ole ddee patóg en os que atacam a vazio sanitário trazi azid vantag tagen enss também n no contr trole patógen enos cultur a. O períod o em que não pod em eexistir xistir plan tas vivas n agas cultura. período podem plantas naa lavour lavouraa imped impedee que pr pragas ou ddoenças oenças se rrepr epr od uzam em rrestos estos cultur ais ou em plan tas h osped eir as eprod oduzam culturais plantas hosped ospedeir eiras

M

ato Grosso foi pioneiro na adoção do vazio sanitário na cultura do algodão, assim como o ocorrido com a soja. O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT), depois de ouvida a Comissão de Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso (CDSV/MT), publicou a Instrução Normativa Conjunta 001/ 2007 que dispõe sobre as medidas fitossanitárias para prevenção e controle do bicudo-doalgodoeiro no estado. Dentre outros aspectos normatizados, definiu-se o período de plantio (1º de dezembro a 10 de fevereiro) e a época de vazio sanitário de 75 dias (mais restritivo que a norma federal), a ser cumprido anualmente entre os dias 15 de setembro e 30 de novembro. Assim, o vazio sanitário, período em que não pode existir planta viva de algodão a campo ou às margens das rodovias, pretende interromper o ciclo vital do bicudo-do-algodoeiro e de outras pragas importantes. Esta medida também pode ser efetiva na redução do inóculo inicial dos principais patógenos da cultura. Os benefícios do vazio sanitário no algodoeiro já podem ser sentidos no bolso dos produtores com o aumento da produtividade e redução dos custos devido à menor necessidade de pulverizações. Aqueles que por alguma razão ainda não adotaram a medida estão recebendo orientações quanto à correta destruição da soqueira e quanto às sansões previstas em lei.

AS PRINCIPAIS DOENÇAS

aérea do algodão, causadas por patógenos associados às sementes presentes no solo em restos de cultura e em hospedeiros alternativos, constituem fator limitante na obtenção de índices satisfatórios de produtividade, principalmente nas condições edafoclimáticas do Centro-Oeste, no sistema de plantio direto e pelo curto intervalo de tempo entre a colheita e o plantio da safra de algodão.

VIROSES O mosaico comum do algodoeiro é causado pelo Abutilon mosaic vírus (AbMV), transmitido na natureza somente pela mosca branca (Bemisia tabaci), de maneira circulativa nãopropagativa, ou seja, uma vez que o vetor tenha adquirido partículas do vírus, as transmitirá por todo o seu ciclo vital. A doença azul é causada pelo Cotton leafroll dwarf vírus (CLRDV) e pode ocorrer de forma generalizada em cultivares suscetíveis nas principais regiões produtoras, causando grandes danos econômicos à cultura. O vírus é transmitido pelo pulgão Aphis gossypii. Plantas sadias em contato com pulgões virulíferos (que contêm partículas do vírus) desenvolvem os sintomas em torno de 18 dias após a exposição. O vetor tem a capacidade de reter o vírus durante certo período de tempo, transmitindo-o a diversas plantas. O Cotton Anthocyanosis Vírus (CAV), agente causal do vermelhão, é considerado uma das viroses mais importantes do algodoeiro, sendo detectado nas principais regi-

As principais doenças das raízes e da parte

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ões produtoras de algodão do Centro-Oeste. Plantas afetadas logo no início de seu desenvolvimento podem apresentar prejuízos na ordem de até 50%. O CAV não é transmitido pelas sementes, mas de planta para planta através do pulgão Aphis gossypii. Neste caso a relação vírus-vetor é do tipo persistente não-propagativa. O vírus pode manter-se de ano para ano em restos de cultura ou em plantas hospedeiras. As medidas de controle recomendadas para as viroses do algodoeiro envolvem a manutenção da população dos insetos vetores, mosca branca e pulgão, em níveis baixos, eliminação de plantas doentes e hospedeiros alternativos e uso de variedades resistentes. Como tanto os insetos vetores quanto os vírus mencionados podem multiplicar-se em plantas voluntárias ou na rebrota de soqueiras de algodão, a destruição desta fonte de inóculo colabora com a redução dos surtos de viroses na cultura, especialmente nas fases iniciais da lavoura, período em que as viroses causam maiores danos.

BACTERIOSE A mancha angular do algodoeiro é causada por Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum. A sua ocorrência no Mato Grosso atingiu níveis elevados nos últimos dez anos, devido à ampla disseminação e à alta capacidade de sobrevivência do patógeno, além de sua alta variabilidade e cultivo de variedades suscetíveis. Trata-se de bactéria muito resistente à dessecação, ao calor seco e à radiação solar, podendo sobreviver por vários anos no solo (até 11 anos), na semente (até quatro anos), folhas, cau-


Fotos Daniel Cassetari Neto

les e capulhos infectados. A transmissão interna pela semente pode chegar a 4%. A disseminação dentro do campo ocorre em razão de chuvas acompanhadas por ventos fortes, insetos, animais, homens, implementos agrícolas e sementes. O aumento significativo da ocorrência de mancha angular mostra a importância da utilização de variedades resistentes, da completa destruição das soqueiras de algodão, do uso de rotação de culturas e principalmente do uso de sementes isentas do patógeno.

NEMATÓIDES Os principais nematóides do algodoeiro são o das galhas (Meloidogyne incognita raças 3 e 4), o reniforme (Rotylenchulus reniformis) e o das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus). As regiões produtoras de algodão que apresentam maiores índices de nematóides são Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Mato Grosso. Meloidogyne incognita ocorre de forma predominante em áreas com temperaturas superiores a 30ºC. O nematóide das galhas merece destaque pelos danos diretos causados à lavoura, como a formação de galhas intumescidas nas raízes, a conseqüente redução no porte da planta e comprometimento da sua produção. Indiretamen-

Com controle químico, se evita o rebrote da planta

te, o ataque do nematóide incrementa os sintomas causados pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum, uma vez que, ao penetrar nas raízes, o juvenil do microorganismo forma aberturas naturais que facilitam a entrada do fungo neste tecido. Os sintomas sempre ocorrem em reboleiras O nematóide reniforme (Rotylenchulus reniformis) encontra-se amplamente disseminado nas regiões tropicais e subtropicais. Os sintomas não são visíveis nas raízes e tampouco se verifica a ocorrência de reboleiras típicas em campo. O nematóide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) é o mais freqüente no Bra-

sil, presente nas principais regiões produtoras. Sua importância como patógeno do algodoeiro ainda é discutida, provavelmente porque os danos somente ocorrem em elevadas densidades populacionais. Entre os métodos de controle conhecidos, o mais eficiente é o uso de variedades resistentes. Recomenda-se sempre a rotação de culturas com espécies não-hospedeiras, mesmo para os solos onde não ocorram nematóides. Variedades suscetíveis só devem ser cultivadas em solos indenes. A literatura relata aumento dos índices de produtividade de algodão em solos contaminados com Meloidogyne incognita, quando realizada rotação de algodão com gramíneas. Eliminação de restos culturais, limpeza de máquinas e implementos agrícolas e controle de plantas daninhas também colaboram para o controle de nematóides no algodoeiro. O efeito do vazio sanitário na redução do inóculo de nematóides em algodão deve ser entendido de acordo com o sistema de cultivo empregado. Na ausência de plantas hospedeiras, o nematóide das galhas sobrevive de forma precária em plantas voluntárias e soqueiras. Em regiões onde é possível a sucessão soja-algodão (regiões do médio-norte e centro-sul do Mato Grosso) ou milho-algodão, as populações de M. incognita são mais elevadas em função do curto


Fotos Daniel Cassetari Neto

período de pousio. O vazio tem pouco efeito na redução das populações de R. reniformis e de P. brachyurus. Assim, R. reniformis pode sobreviver de forma latente em condições adversas no solo e na ausência do hospedeiro, enquanto P. brachyurus é altamente polífago e encontra proteção e alimento em restos de raízes de um grande número de espécies vegetais.

FUNGOS DA PARTE AÉREA As principais doenças fúngicas da parte aérea do algodoeiro são causadas por Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides e Ramulara areola. Fungos de solo de grande importância para a cultura, notadamente Sclerotinia sclerotiorum (agente causal do mofo branco) e Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum (agente causal da murcha de fusarium), possuem mecanismos de sobrevivência, enquanto outros fungos de ocorrência na parte aérea, mas de importância secundária (Alternaria spp., Myrothecium roridum, Stemphylium solani), têm ampla gama de hospedeiros, fazendo com que a destruição de soqueiras surta pouco valor na redução de sua população inicial. O fungo C. gossypii var. cephalosporioides, causador da ramulose, pode ser transportado ou transmitido por sementes de algodão, sendo esta a principal via de disseminação da doença. O patógeno também tem a capacidade de sobreviver em restos de cultura e sua disseminação é facilitada por ventos associados à precipitação. A sobrevivência de C. gossypii var. cephalosporioides pode ser de até quatro anos sobre sementes e de até 11 meses no solo e restos de cultura. A ramulose manifesta-se em plantas de qualquer idade, preferencialmente em tecidos jovens. Quanto mais cedo ocorrer a infecção durante o desenvolvimento vegetativo do algodoeiro, maior será a severidade da ramulose. Plantas infectadas antes do florescimento exibem aborto de estruturas florais, pela exaustão provocada pelo superbrotamento. A ramulose tardia (de ocorrência a partir da fase de florescimento) pode provocar o sintoma de superbrotamento, porém com pouca ou nenhuma redução na produtividade. A principal medida de controle do patógeno é através de resistência genética, apesar da pesquisa ainda não dispor, para as condições do cerrado, de genótipos com alto grau de resistência. A rotação de culturas, juntamente com a eliminação de restos de cultura e com a adoção do vazio sanitário, é medida auxiliar no controle da ramulose. O fungo R. aréola, causador da mancha de ramularia, considerado secundário e de ocorrência no final do ciclo da cultura do algodão até o final dos anos 90, é relatado hoje como um dos mais importantes patógenos para a cultura. Sua ocorrência cada vez mais precoce em

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O método mecânico é uma das alternativas na destruição das soqueiras

lavouras comerciais, a ausência de genótipos com alta resistência, o escasso volume de informação quanto à sua epidemiologia e a intensidade da desfolha provocada, têm direcionado o controle de R. areola ao uso de fungicidas sistêmicos. As poucas informações sobre a sobrevivência do patógeno dão conta da observação de importante produção de esporos em folhas recém- caídas e da sua manutenção em plantas voluntárias no período da entressafra. A destruição de soqueiras pode, neste caso, apresentar-se como medida adicional de redução do inóculo inicial da mancha de ramularia, especialmente se associada à rotação de culturas.

A PRÁTICA DO VAZIO SANITÁRIO A destruição dos restos culturais do algodão, imprescindível na manutenção do vazio sanitário para a cultura, é uma das técnicas mais antigas e importantes de combate a pragas e a determinadas doenças. É prática obrigatória e amparada por lei, sendo os produtores de algodão obrigados a eliminar as soqueiras de suas áreas de cultivo tão logo a colheita seja concluída. Essa prática pode ser realizada de várias maneiras: • Método cultural – Onde o cultivo de espécies vegetais logo após a roçada poderá constituir-se em importante método de controle de rebrota, tendo-se em vista a importância da taxa fotossintética para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Assim, em regiões onde após a colheita do algodão é possível cultivar outras espécies, principalmente aquelas com espaçamento entrefileiras reduzido, o controle da rebrota será facilitado. • Método mecânico – Consiste no uso de máquinas ou implementos agrícolas, desenvolvidos especificamente para eliminação de soqueira, ou aquelas de uso geral (grade aradora), que de alguma forma podem ser utilizadas nessa tarefa. Nesta prática é necessário levar em consideração alguns aspectos importantes, como o alinhamento da máquina (pois qualquer erro do operador ou de regulagem inadequada resulta em destruição incorreta das plantas), a

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umidade do solo, a demanda de potência (interfere diretamente nos custos da operação) e a necessidade de mobilização do solo. • Método químico - É bastante comum a destruição da soqueira com roçadeira e, na seqüência, aplicação de herbicidas. Porém essa prática nem sempre representa boa eficiência, pois podem acontecer rebrotas significativas (Silva et al, 2007). Os princípios ativos mais utilizados são o 2,4 D e o glifosato, aplicados isolados ou em mistura, em aplicação única ou seqüencial. Os dois produtos possuem ação sistêmica dentro das plantas, ou seja, depois de absorvidos são facilmente transportados pelos vasos condutores de seiva, podendo alcançar zonas de crescimento terminal de raízes e parte aérea, onde são mais efetivos. O glifosato não apresenta ação quando em contato com o solo, enquanto o 2,4 D também pode ser absorvido pelo sistema radicular por aproximadamente 20 dias após sua aplicação. Vários estudos estão sendo desenvolvidos com esses produtos a fim de se obter eficiente controle da rebrota. Alguns autores avaliaram vários produtos aplicados em diferentes épocas, concluindo que a aplicação de glifosato em précolheita e de 2,4 D após a colheita proporciona porcentagem de rebrota inferior a 5% após 45 dias. Duas aplicações de 2,4 D, sendo a primeira feita imediatamente após a roçada e a segunda 30 dias após, são suficientes para o controle da rebrota, com eficiência de 100%. Os produtos 2,4 D (1Kg/ha) e glifosato (3Kg/ ha), aplicados 30 dias após a roçada, proporcionaram rebrota de 75% para o glifosato, de 10% para o 2,4 D e de 6% para a mistura dos dois produtos, em avaliação realizada 45 dias após a aplicação dos tratamentos. C

Daniel Cassetari Neto, UFMT/Famev Andréia Quixabeira Machado Univag Wanderlei Dias Guerra Mapa Edson Ricardo de A. Junior, IMA



Coluna Andav

Comemoração com trabalho An dav completa 18 an os ddee rrepr epr esen tativi dad o And anos epresen esentativi tativid adee ddo sum os agr opecuári os can al ddee distribuição ddee in canal insum sumos agropecuári opecuários

O

utubro é especial para a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav). Trata-se do mês de aniversário da associação, que em 2008 comemora 18 anos de lutas e conquistas para o agronegócio brasileiro. Ao longo desse período, a Andav estruturou-se, granjeou importantes parcerias e consolidou-se, agregando hoje mais de mil revendas em praticamente todos os esta-

pela busca da recuperação de crédito agrícola, incentivo ao seguro rural, prescrição do uso correto dos produtos fitossanitários, segurança à saúde e proteção ao meio ambiente. O AgroAção, programa de educação e treinamento da Andav, é a ferramenta que treina e profissionaliza as revendas associadas, tornando-as aptas a repassar conhecimento sobre novas tecnologias aos produtores, garantindo-lhes satisfa-

bém apóia o Prêmio Mérito Fitossanitário, realizado anualmente, onde os diversos segmentos do agronegócio, incluindo as revendas, apresentam seu compromisso com a sustentabilidade do setor, através do registro das ações realizadas em benefício da educação e saúde do trabalhador rural. Portanto, são diversos os âmbitos onde a associação atua e influi, com 18 anos de trabalho marcados por atividades e parcerias de sucesso.

A Andav relaciona-se direta ou indiretamente com associações do setor setor,, órgãos públicos, indústrias e produtores rurais dos da Federação. Esta representatividade foi alcançada através de inúmeros trabalhos realizados, sempre com foco no cumprimento de sua missão de defender e contribuir com a profissionalização dos associados. Entre os trabalhos da entidade, destacam-se as atividades junto ao poder público, instituições bancárias e parceiros, com benefícios tangíveis para os associados, bem como para toda a cadeia do agronegócio. A Andav relaciona-se direta ou indiretamente com associações do setor, órgãos públicos, indústrias e produtores rurais. O produtor, por exemplo, entra em contato com as diversas ações promovidas pela entidade através das revendas associadas, com iniciativas que passam

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ção, saúde e qualidade de vida. Participa, ainda, da campanha nacional ao combate à pirataria de produtos agropecuários, prática ilegal e perigosa que afeta a saúde do agricultor, prejudica o meio ambiente e o consumidor final, ao colocar a segurança alimentar em risco. E, como saúde e meio ambiente são temas de extrema importância a toda a cadeia do agronegócio, a Andav investe cada vez mais em projetos e parcerias conscientes de suas responsabilidades. Por isto é parceira e sócia-fundadora do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), incentivando e orientando a criação de unidades de recebimento de embalagens de defensivos vazias em todo o país. Por este motivo, tam-

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A Andav acredita na capacidade de transformação que a união de toda a cadeia pode promover em benefício da vida, meio ambiente e negócio. A Andav deseja que os próximos anos continuem edificados por grandes conquistas, obtidas pela intensa dedicação e profissionalismo que diariamente a associação tem buscado em proveito do agronegócio brasileiro. Para conhecer mais sobre a Andav contate: (19) 3203-9884/ e-mail: andav@andav.com.br. C Henrique Mazotini Presidente Executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários Andav


Coluna Agronegócios

A evolução da energia

E

m 2007 recebemos um honroso convite do International Council for Science, que congrega as Academias de Ciências dos diferentes países, para coordenar a elaboração do Plano Estratégico em Energia Renovável para a América Latina e Caribe. Formamos um grupo de cientistas internacionais, que se debruçou sobre o tema para elaborar o cenário das mudanças na matriz energética do subcontinente e as demandas de ciência e tecnologia a elas associadas. Nossa conclusão final apontou para a inversão total na composição da matriz energética, hoje dominada por combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão).

A DEMANDA DE ENERGIA Ao longo de um milhão de anos, a humanidade atingiu uma demanda global de

c) Intermediário (2041-2070): compartilhado entre biomassa e solar, seguida por eólica e outras renováveis; d) Consolidado (2071-2100): dominado por solar, seguido por eólica, com menor participação de biomassa e de outras renováveis.

EVOLUÇÃO DA AGROENERGIA O cenário será concretizado com pesados investimentos em PD&I de matériasprimas, processos de obtenção de produtos energéticos e motores. Os atuais motores de ciclo Otto ou Diesel se caracterizam pela ineficiência, pois conseguem transformar apenas 20% da energia do combustível em energia mecânica. Em motores que usam gasolina C (24% de álcool anidro) a eficiência máxima atinge 32%, sendo de 38% para os que usam o álcool hidratado exclusivo. A

motores ou células de combustível e os requerimentos para otimização dos processos de transformação. Três parâmetros serão fundamentais para determinada matériaprima ocupar espaço importante no mercado de biomassa energética: a) Possuir elevada densidade energética; b) Apresentar balanço de energia altamente positivo; c) Dispor de condições de produção na macroescala a custos competitivos.

CANA-DE-AÇÚCAR De acordo com a Conab, a produtividade de cana-de-açúcar em 2008 será de 79t/ ha, o que significa densidade energética de 135Gcal/ha. Seu balanço de energia se aproxima de 12:1 (saída:entrada de energia no sistema) e o custo de 1Gcal é de R$ 20,58.

“A biomassa dependerá da especificação dos combustíveis para atender aos novos motores ou células de combustível e os requerimentos para otimização dos processos de transformação”

energia de dez bilhões de toneladas equivalentes de petróleo (Gtoe). De acordo com a Agência Internacional de Energia, até 2050 superaremos 18 bilhões de Gtoe. O aumento da demanda se deverá ao crescimento populacional e da esperança de vida, ao crescimento econômico global e da renda disponível para as famílias. Mais cidadãos, com melhor condição econômica, buscarão melhorar sua qualidade de vida. Isto significa pressionar a demanda de alimentos e de energia. Os cidadãos serão mais bem informados, mais conscientes e sofrerão o impacto das mudanças climáticas globais, em grande parte devido à queima de combustíveis fósseis. Juntamente com o esgotamento e a distribuição irregular das últimas reservas de energia fóssil, constituirão fatores decisivos para a mudança da matriz energética global, hoje dominada em 80% por energia fóssil e que, no final do século, terá um predomínio absoluto de energia renovável. Vislumbramos quatro macroestágios nesta evolução: a) Contemporâneo (2000-2025): domínio da agroenergia, seguida por eólica e solar; b) Transição (2026-2040): domínio da agroenergia, seguida por solar e eólica;

eficiência teórica máxima é de 53% para o ciclo Otto e de 59% para o ciclo Diesel. Novos materiais, com maior eficiência térmica, serão os protagonistas da melhora, secundados pela redução do peso dos veículos, em função de novos materiais mais leves e mais resistentes. Há duas revoluções em curso nos laboratórios científicos: a) adaptação de motores de ciclo diesel para operar com combustíveis da família do etanol, derivados de carboidratos; b) a utilização de células de combustível, em substituição aos atuais motores, com ganhos de eficiência, versatilidade, custo e redução de impacto ambiental. As células de combustível de primeira geração têm eficiência térmica de 50% e, com sua evolução tecnológica, superarão os 80%. Os processos fermentativos deverão se aproximar do máximo de eficiência teórica, com utilização da biotecnologia. Porém, outros processos, em especial baseados em gaseificação e em geração de gás de síntese (Fischer Tropsch) serão dominantes no futuro. A biomassa dependerá da especificação dos combustíveis para atender aos novos

O etanol tem um custo estimado de R$ 43,86/Gcal, enquanto, o petróleo, na cotação de meados de setembro, tem um custo de R$ 143,00/Gcal. Trata-se de uma planta com alto conteúdo energético, com potencial teórico de 598Gcal/ha – o maior entre as plantas cultivadas - com uma cadeia altamente estruturada e organizada. O grande desafio é como fazer a ponte entre o presente e o futuro da energia da cana. Buscando esta resposta, organizamos um workshop em setembro passado, reunindo os mais eminentes cientistas e técnicos da área. Para tanto, foi fundamental o apoio da Syngenta Proteção de Cultivos, empresa privada que foi sensível aos estudos iniciais do Plano Estratégico e entendeu o enorme potencial futuro da cana. Os cientistas que participaram do workshop elaboraram uma agenda preliminar de PD&I, que será discutida e validada em próximos encontros, que continuarão a contar com o apoio da C Syngenta. Décio Luiz Gazzoni Engenheiro agrônomo, membro do Painel Científico Internacional de Energia Renovável do Conselho Internacional de Ciências

http://dlgazzoni.sites.uol.com.br

www.revistacultivar.com.br • Outubro 2008

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Coluna Mercado Agrícola

Vlamir Brandalizze brandalizze@uol.com.br

Crise internacional consolida commodities agrícolas como porto seguro A crise da economia mundial vivida nas últimas semanas, com muitas empresas virando pó da noite para o dia, ações que valiam US$ 100,00 no começo do ano despencando para míseros US$ 6,00 em setembro, sinalizou que a bolha da economia esteve prestes a estourar, com quebra de grandes bancos, necessidade de ajuda dos governos americanos, europeus e japonês, para estancar a sangria de boa parte do setor financeiro. Enquanto isso, as commodities agrícolas deram uma pequena recuada para, em seguida, mostrarem fôlego para ajustes, ou seja, houve apenas uma parada para acomodar a carga e seguiram como porto seguro para os grandes investidores (os mesmos que tiraram grandes lucros do agronegócio e do petróleo para tapar os enormes rombos que tiveram em outros segmentos econômicos). Com base neste cenário, continuamos a sinalizar que os fundamentos seguirão como base de apoio e nossos produtos nunca irão virar pó como ocorreu com boa parte do setor econômico mundial. Quando os alimentos baixam de preços, o consumo cresce acelerado. Segundo a FAO, temos 900 milhões de pessoas que passam fome no mundo. Continuaremos vendo a demanda crescer acima da produção e boas expectativas de preços para os produtores. A crise mundial até que teve boa utilidade para o setor agrícola, porque serviu para dar uma chacoalhada no nosso câmbio, que andava de cabeça baixa e o real supervalorizado. A situação nos traz boas expectativas de cotações também em reais em 2009, porque o dólar saltou da casa de R$ 1,50 para R$ 2,10. Continuamos apostando que nossas commodities seguirão como porto seguro para os grandes investidores, o que gera garantias de boa rentabilidade para os produtores. MILHO Safrinha limita avanços

O mercado do milho segue fortemente represado pela oferta da safrinha do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná e com pouca influência sobre o mercado de Goiás, que tem ficado com o produto local e negociado pouco em outros estados. Os mercados do Sul e do Sudeste também estão retidos, porque as ofertas da safrinha têm limitado avanços nos indicativos. Enquanto isso, a exportação, que poderia pagar níveis mais atrativos que o mercado interno, esteve em ritmo lento em setembro, com poucos interessados. Isso se deve ao fato de estarmos fora dos negócios há vários meses. Dessa forma, sem confirmar a presença de novos compradores, fechamos o período em ritmo lento. Há chances de alguma reação agora em outubro, mas com limitação de alta porque ainda temos mais oferta que demanda. A safra total fechou bem acima da demanda e deveremos encerrar o ano com estoques reais ao redor de cinco milhões de toneladas.

SOJA atacado paulista. Há boas expectativas para o Produtores esperam por avanços em outubro começo da safra nova, uma vez que estamos

O mercado da soja mostrou altos e baixos em setembro e deverá trazer algumas correções nos níveis em outubro, quando pode chegar aos melhores patamares do ano. No final de setembro, a cotação da saca de 60 quilos bateu à porta dos R$ 50,00 e, levemente acima, nos portos. Além disso, também houve avanço nos preços internos porque já estamos na entressafra e, de agora em diante, poderemos ter novos ajustes (possibilidade de 5% a 15% de alta até o final do ano) com fôlego para a cultura continuar a se manter como bom ativo financeiro em cima da entressafra brasileira, que mesmo caindo em dólar, continua firme em reais em função da alta do dólar. FEIJÃO Pouca oferta e alta na boca da colheita

As primeiras colheitas devem começar no final de outubro e, mesmo assim, seguimos com as cotações firmes, sem grandes ofertas de feijão livre. Os indicativos estão entre os R$ 170,00 e R$ 220,00 para a saca de 60 quilos nas regiões produtoras e acima disto no

encerrando a terceira safra com níveis altos de preços, o que traz boas condições para o começo deste novo ano comercial que sinaliza a repetição de boa rentabilidade para o feijão nosso de cada dia. ARROZ Pressão de alta continua

A entressafra avança e a cada semana teremos maior pressão de alta nos indicativos. Os grandes estoques que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem nas mãos (na casa das 900 mil toneladas) serão vendidos nestes próximos meses e até a entrada da safra nova servem como limitantes de alta. Em setembro tivemos ajustes nos indicativos (crescimento entre 5% a 10%) com fôlego para novos avanços agora em outubro, que tendem a repetir a onda de alta nos mesmos níveis registrados no mês passado. O mercado segue firme e com espaço para correção, porque o dólar em alta impede a importação de arroz e já favorece novas exportações. Enquanto isso, o consumo interno segue aquecido, com chances de fechar o ano comercial sem estoques de produto.

CURTAS E BOAS TRIGO - Os produtores já colheram grande parte da safra. No Rio Grande do Sul a colheita está em andamento e no Paraná o trabalho se encontra bastante avançado. Com isso, as indústrias aproveitaram para detonar as cotações para baixo. Como o governo lançou um preço mínimo baixo (apenas R$ 480,00 por tonelada), as cotações neste período despencaram para o mínimo oficial. Some-se a isso a baixa liquidez, uma vez que a indústria quer que os produtores carreguem os estoques. Nem a alta do dólar estimulou as cotações, já que os produtores necessitam de caixa e vendem nos indicativos que as indústrias oferecem (na faixa dos R$ 500,00 por tonelada em setembro). Para outubro, as cotações mostram pouco fôlego, mas o produto importado já está chegando acima dos R$ 600,00 por tonelada. Os melhores preços para cultura devem ocorrer entre janeiro e março do próximo ano. ALGODÃO - A safra entrou e os produtores tiveram baixa liquidez, o que sinaliza para queda no novo plantio. O câmbio em alta em setembro serviu para dar algum ânimo aos agricultores, que ainda reclamam da baixa rentabilidade. O produto segue atrelado aos pregões de apoio do Governo e à baixa liquidez. EUA - A safra está em colheita, com números reais menores que os esperados inicialmente. Com isso, se tem boas expectativas para a safra do Brasil em

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2009. Os números americanos estão abaixo das 80 milhões de toneladas na soja e ao redor de 300 milhões de toneladas para o milho. Os resultados podem ser ainda menores, já que o país enfrenta geadas e problemas em meio à colheita, com o grande atraso no desenvolvimento da safra. ASIA - A China continuou comprando mais soja do que estava previsto, com recordes sucessivos, mostrando que pode chegar às 40 milhões de toneladas ainda nesta temporada, contra as estimativas de 37 a 38 milhões de toneladas apontadas inicialmente. O consumo interno de ração disparou e sinaliza para a faixa de 130 milhões de toneladas ainda em 2008. Este cenário deverá trazer boa pressão ao mercado internacional em 2009, quando sair a confirmação oficial do que está ocorrendo agora. ARGENTINA - Os produtores têm reduzido o plantio da safra do milho que, segundo o Governo, cairá 13%. Já a safra de soja deve aumentar e poderá chegar à marca de 50 milhões de toneladas contra 47 milhões de toneladas deste último ano. Assim, o país terá menor volume de milho para exportar em 2009 e ainda risco de não ter o crescimento previsto para a soja, já que grande parte das regiões produtoras tem sofrido com estiagem, o que pode acarretar atraso no plantio (que normalmente deveria ocorrer entre setembro e novembro, mas pouco se movimentou até o momento).

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