destaques
índice
Cuidados iniciais A safrinha está aí. Você já sabe o que deve fazer para colher mais milho?
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Ilustrações - Márcio (X-Kid) Finalização eletrônica - Fabiane Rittmann
Doença de feijão
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Os fungos representam um dos grandes problemas para a cultura do feijoeiro
Como nós As plantas quando atacadas também pedem socorro. Quem as ajuda?
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Comedora de soja
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A lagarta da soja é responsável por boa parte das perdas na lavoura
04 06 08 10 16 20 22 24 28 33 34 36 38 40 43 45 46 47 48 49 50 52 54
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A espécie geocoris contribui para a redução das pragas na lavoura. Você a conhece?
○
Amigos do produtor
Diretas Cartas Fósforo em milho Pragas iniciais do milho Fungos em feijoeiro Patógenos em batata Ácaros em algodão Resistência a herbicidas (III) Plantas que pedem socorro Congresso de Entomologia Pragas de armazenamento Herbicidas em café Racionalização de aplicações Lagarta da soja ameaça Broca das axilas quer soja Geocóris: um aliado Mercado agrícola Negócio com a China Notícias da AENDA Dessecação de soja Fungos em arroz Continua a guerra da biotecnologia Última Página
Novartis .................................................. 02 Semeali .................................................. 05 Basf .................................................. 07 Milenia .................................................. 11 Dow .................................................. 15 Cyanamid.................................................. 18 Cyanamid................................................... 19 Tecnal .................................................. 26 Zeneca .................................................. 27 Coopavel ................................................... 30 MEP Gravena............................................. 31 Bayer .................................................. 33 Zeneca .................................................. 34 Sinuelo .................................................. 35 Monsanto.................................................. 37 FMC .................................................. 39 Mecmaq .................................................. 42 Stapelbroek............................................... 44 Microsal .................................................. 51 Gehaka .................................................. 52 AENDA .................................................. 53 Zeneca .................................................. 55 Sipacam .................................................. 56
Editor geral:
Newton Peter - RPJ/RS 3513 newton.peter@cultivar.inf.br
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Ano II - Nº 12 - Janeiro / 2000 ISSN - 1516-358X Empresa Jornalística Ceres Ltda CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: Cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (12 edições): R$ 48,00 REDAÇÃO : (53) 227.7939 ASSINATURAS/GERAL: 272.2128 MARKETING: 272.2257 / 225.1499 FAX: 222.1716
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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Seminário de Tomate
A muda de tomate utilizada por produtores brasileiros é uma das mais baratas do mundo, quando comparada ao preço dos grandes e tradicionais países produtores de tomate industrial, como Chile, Itália e Estados Unidos. Esse foi um dos tópicos abordados no I Seminário Internacional de Tomate para Processamento , organizado pela Petossed. Contabilizando sementes e a produção da muda de tomate, esta chega chega a ser comercializada no Brasil a um terço do valor de comercialização de mudas nos Estados Unidos e no Chile. O Brasil, proporcionalmente ao que planta e produz, utiliza maior percentual de área
Frutos da pesquisa
plantada de tomate para processamento utilizando-se mudas, com 83% da área total. Os Estados Unidos utilizam menos que 30% da área com transplantio de mudas, enquanto que o Chile utiliza 7%. Outro dado. Os Estados Unidos são o maior país produtor de polpa de tomate do mundo, que fechou o ano com safra recorde, atingindo 12,28 milhões de toneladas, o que
representa 38% a mais que o atingido na safra de 1998 e cerca de 22% mais que o programado no início da safra de 1999. Tal fato, certamente, influenciará o mercado internacional de polpa de tomates (commodities), acarretando, provavelmente, na redução de área plantada de outros países do mundo produtores de polpa.
Mais algodão
Aracnídeo
Parece uma engenhoca do próximo Guerra nas Estrelas , mas este aracnídeo de oito braços provisoriamente chamado Geonida, é fabricado pela francesa Prolog para espalhar fertilizante especialmente no sistema de agricultura de precisão. Apresentado em dezembro, como um elo
O algodão caiu nas graças dos produtores baianos. De acordo com a Associação dos Irrigantes do Oeste da Bahia (Aiba), a área total plantada no Cerrado Baiano nesta safra deverá atingir os 35 mil hectares. Um aumento de 170% sobre a safra anterior. importante do GPS servirá também para facilitar a coleta de amostras em análises de solo e para mapeamentos de terrenos. A profundidade que perfura (para coleta de amostras ou injeção de fertilizante vai de 15 a 28 cm. O reboque tracionado dispõe de quatro pneus de baixa pressão.
Mais milho
Tomates
E o mercado de tomates promete ganhar novo ânimo nos próximos meses. A Cica divulgou que fechará, em junho, sua fábrica de conservas na província de Mendoza, na Argentina. As operações serão centralizadas no Brasil e no Chile.
Através de pesquisas realizadas na Embrapa Clima Temperado, os produtores de arroz irrigado do Sul do Brasil têm uma nova forma de utilizar suas terras durante o período de descanso. Trata-se do cultivo do milho em solos de várzea. A alternativa, segundo o agrônomo José Maria Parcitti, além de gerar renda com o cultivo do milho, traz benefícios para a safra seguinte do arroz. Isso porque os herbicidas utilizados em milho ajudam a diminuir a incidência de arroz vermelho e devido ao acúmulo de fertilizantes no solo.
O rendimento das unidades demonstrativas de trigo colhidas nos campos experimentais da Embrapa Trigo foi considerado excelente pelos pesquisadores. Foram testadas 11 das 12 cultivares do cereal recomendadas para plantio no Rio Grande do Sul e uma para o Paraná. Todas ficaram bastante acima da média do Estado. Esta é uma das melhores safras dos últimos anos , destaca o pesquisador Cantídio de Sousa, da área de Melhoramento de Trigo. A cultivar que apresentou o melhor rendimento nas parcelas demonstrativas foi a BRS 177, lançada neste ano, com a marca de 5.350 quilos por hectare. Logo atrás ficou a cultivar recomendada para o Paraná, a BRS 176, com 4.950 quilos por hectare. Em seguida, a BR 23, com 4.910 kg/ha e a BRS 179, com 4.850 kg/ha. As demais, BR 18, BRS 49, BRS 119, BRS 120, Embrapa 16, Embrapa 40 e Embrapa 52 também tiveram bons rendimentos, acima de 4 mil quilos por hectare. A cultivar BR 35 rendeu 3.905 kg/ ha. Já falando de triticale, as variedades de triticale Embrapa 53 e BRS 148 empolgaram. A primeira teve rendimentos de 5.480 kg/ha e a segunda, 5.475 kg/ha. A estimativa da média de produtividade desse cereal no Rio Grande do Sul este ano é de 1.657 kg/ha. A área plantada deve chegar a 19 mil hectares e serão produzidos cerca de 32 mil toneladas. No caso da cevada, a produtividade da BR 2, que ocupa cerca de 90% da área plantada no Brasil, foi de 3.247 kg/ha e a BRS 127 apresentou rendimento de 3.879 kg/ha. No ano passado, a produtividade média de cevada cervejeira no Brasil foi de 2.253 kg/ha, sendo que no Estado, foi de 2.259 kg/ha. A estimativa para este ano é de rendimentos médios de 2.400 kg/ha.
Qualidade
Michael Haradom, proprietário da Fersol, é todo sorrisos. Sua fábrica de Mairinque (SP) conquistou certificação em qualidade e padronização dos processos administrativos e fabris, detendo agora o nível ISO 9000. Mais ainda. Em razão de uma administração voltada para melhorias sociais, a empresa ganhou o Selo Empresa Cidadã 1999, conferido pela Câmara Municipal de São Paulo. Para Michael, isso é devido ao longo trabalho desenvolvido para tornar a empresa cada vez melhor e mais atuante na sociedade. Entre seus projetos, destacaramse o programa de alfabetização para funcionários e comunidade, o fornecimento gratuito de água à comunidade, piso salarial acima da média da região, campanhas de educação ambiental e cursos de aperfeiçoamento profissional a funcionários.
Cebola
O híbrido de cebola Mercedes reanima o plantio de cebola no país. Plantada inicialmente em Piedade (SP), expandiu-se para o Vale do São Francisco, Goiás e Minas Gerais. Em todos os lugares, se acordo com informe divulgado pela Petossed, ela foi fundamental para manter na atividade os cebolicultores que estavam desanimados diante da baixa produtividade e da concorrência externa. O híbrido Mercedes desenvolve uma casca grossa e de cor amarelo-dourada, firme e com várias camadas o que a torna capaz de desbancar a concorrência externa, representada pela cebola argentina. Produz bulbos uniformes, de formato globular e de tamanhos médio e
Na memória
A Massey Ferguson recebeu o destaque Marcas da Década , na categoria máquinas agrícolas. O prêmio resulta de pesquisas realizadas pela revista Amanhã RS e pelo Instituto Segmento Pesquisa RS, que indicam as marcas mais lembradas no estado durante a década de 90. No Paraná, em pesquisa realizada pela mesma publicação, a Massey ganhou na categoria tratores , com 20,32% dos votos. O diretor de marketing e vendas da empresa para a América Latina, Alistair Mclelland, comemorando, disse que Massey é sinônimo de trator para o mercado consumidor porque é uma marca ligada afetivamente à história do agronegócio nacional. Sempre tivemos muitos comprometidos com o produtor .
grande. É resistente à Raiz Rosada, doença causada pelo fungo de solo-Phoma Terrestres, qualidade que permite aproveitar as áreas antes desativadas devido à infestação pelo fungo. É dotada de sabor suave que a torna mais agradável. De formato ereto e cerosas as folhas facilitam a irrigação e o melhor controle de patógenos, como fungos e bactérias.
Aldo Mess
Clearfield
A partir da próxima safra os agricultores contarão com um novo sistema de cultivo. É o Sistema de Produção Clearfield, da Cyanamid, que visa facilitar o controle de plantas daninhas através da utilização de variedades tolerantes a herbicida. O milho será a primeira cultura com o sistema, no Brasil. De acordo com a empresa, os híbridos de milho foram desenvolvidos através de um método convencional de melhoramento genético e terão a característica de tolerância ao herbicida OnDuty. O herbicida foi desenvolvido pela Cyanamid para uso exclusivo nos híbridos tolerantes do sistema Clearfield e proporciona controle pós emergente prolongado das principais plantas daninhas. A Cyanamid vem desenvolvendo parcerias com as principais empresas de semente de milho com o objetivo de disponibilizar esta tecnologia nos principais híbridos comerciais. A Cargill será a primeira empresa a lançar, na próxima safra, os primeiros híbridos do novo sistema. O gerente de Biotecnologia da Cyanamid, Luiz C. Louzano, garante que a tecnologia integrada do sistema Clearfield proporcionará uma combinação vantajosa para os agricultores. O agricultor que optar pelo sistema Clearfield terá a certeza de estar utilizando sementes de alto valor agronômico aliadas a um excelente controle de plantas daninhas com uma única aplicação. Com esta combinação de semente e herbicida será possível fazer um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no campo . A Cyanamid, em parceria com renomadas instituições brasileiras de pesquisa, está desenvolvendo a mesma tecnologia para outras culturas, entre elas o arroz, que está em estágio mais avançado de pesquisa. Os interessados em obter maiores informações sobre o sistema podem solicitar material explicativo através do telefone gratuito 0800212308 (Núcleo de Informações Cyanamid).
Li e gostei muito da revista. Continue assim que está muito bom. Cláudio Peixoto - Pioneer Sementes
A revista Cultivar é de grande utilidade ao nosso trabalho, por conter sempre temas atuais sobre as modernas tecnologias existentes. Elo Ramiro Loeff Fundação Chapadão MS
Cumprimentos pela excelente penetração da Cultivar, que tenho encontrado na casa de produtores, com clientes e em salas de espera de revendedores e representantes de empresas. José Francisco Mitidieri Zeneca Sementes
A quantidade de pessoas que me ligaram ou mandaram fax da Cultivar de
Na Prática
Aprimoramento
Pesticidas
A Aventis, resultado da fusão entre AgrEvo e RhônePoulenc, lançou o Decis Tab , formulação cuja maior vantagem é a simplicidade. Em forma de pastilhas, o novo Decis reduz os riscos de contaminação. Já a adição de uma substância amarga (Bitrex) reduz a possibili-
dade de ingestão acidental.
Geraldo Davanzo, da Pioneer, está de volta ao lar após quatro meses. Fez cursos nos Estados Unidos em diferentes áreas. Vem com a corda toda e já prepara novos projetos. O mercado vai pegar fogo. Mais informações nos próximos números da Cultivar.
Minhocas
Criação de minhocas sem segredo é o novo livro de Unigmolino de Ávila, que dá aos iniciantes, de forma clara e objetiva, as informações necessárias para começar a montar o seu negócio. Mais informações, telefone (51) 4803030, e-mail: edipec@plugin.com.br.
Geraldo
Milho
Com o tema Inovação Tecnológica e Competitividade do Milho e Sorgo no Contexto dos Mercados Globalizados , acontecerá de 21 a 25 de maio de 2000, em Uberlândia (MG), o XXII Congresso Nacional de Milho e Sorgo. A promoção é da Associação Brasileira de Milho e Sorgo. Mais informações, telefone (31) 7791088.
Desde agosto, 15 usinas da região de Ribeirão Preto, Piracicaba e Bauru, no interior de São Paulo, assinaram contrato com a DuPont dentro do Programa Compromisso Aplicado . No programa, a companhia assume as atividades de aplicação de herbicidas em cana-deaçúcar. Até agora, a DuPont é responsável por uma área cultivada de 60 mil hectares, sendo que em 25 mil a aplicação já foi feita. De acordo com o gerente de novos negócios da DuPont, Déo Ribeiro de Souza, a meta da empresa em atingir uma área de 100 mil hectares no primeiro programa deverá ser cumprida. O programa é um sucesso , avalia.
Agendas
Para quem ainda não tem agendas para este ano vai uma boa dica. A Embrapa lançou três modelos de agendas temáticas: Caju, Biodiversidade e Borboletas e Mariposas do Cerrado. Todas ilustradas com fotos coloridas. Cada agenda custa R$ 10,00 e pode ser adquirida na Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, telefone (61) 348-4236, ou através da internet, endereço: www.spi.embrapa.br.
dezembro, demonstra que vocês estão no caminho certo. Odair Rosal Gomes Cheminova
Chama a atenção o fato de uma revista de divulgação buscar artigos com qualidade científica. Acho que a Cultivar tem um papel fundamental na interação
comunidade X universidade. Faltava um canal desse tipo que pudesse transmitir à universidade os desejos da comunidade e retornar a ela, numa linguagem adequada, as informações colhidas na outra. Dalva C Rocha Universidade de Ponta Grossa
Parabéns a todos vocês que estão construindo a cada edição
uma marca de qualidade e informação para todos nós que lidamos com a nobre arte de produzir alimentos para o sustento da humanidade. Tenho total felicidade em ver a Cultivar crescendo e conquistando respeito e credibilidade no mercado editorial agrícola brasileiro. Rogério Dias - DuPont do Brasil
A Cultivar agradece as cartas recebidas. Infelizmente, por questão de espaço, não poderemos publicar todas. Entretanto, informamos que as respostas aos pedidos de informações e de artigos já foram remetidas. Ficamos sensibilizados com as mensagens de incentivo e tentaremos corrigir os erros apontados por nossos leitores.
Milho
nutrição
FÓSFORO para o Milho?
Carlos Vasconcellos
A insuficiência de um nutriente reduz a eficiência de outros e compromete a produtividade
Sintomas de deficiência de fósforo
D
entre a multiplicidade de fato- nutrição mineral, estão os fatores clires que devem ser levados em máticos (temperatura, luminosidade, consideração no estudo nutricional e umidade, etc), os manejos culturais e adubação das plantas, destacam-se os as metodologias de análise que devem fatores relativos à cultura, tais como: ser observados para um perfeito entenremoção de nutrientes em dimento e interfunção do tempo e do desenpretação do proCada fator de volvimento; quantidade e cesso produtivo produção é mais forma de absorção desses sustentável. eficaz quando os nutrientes; produtividade, Deve-se ter em etc.; os fatores relativos ao outros aproximam-se mente que é atrado nível ideal solo: elementos disponíveis vés da análise do e suas interações com caracsolo que se irão deterísticas químicas, físicas e terminar as provábiológicas; interações com as exigênci- veis limitações (deficiência ou excesas nutricionais da cultura, etc. e os fa- so) nutricionais que a planta poderá sotores relativos aos fertilizantes: aspec- frer durante o seu ciclo vegetativo e to econômico; características químicas identificar os insumos a serem aplicae físicas; época e forma de aplicação; dos, economicamente, ao sistema soloplanta. Portanto, todo o sucesso dessas mobilidade no solo, etc. Aliado a esses fatores, diretamente recomendações fica, em última análirelacionados à fertilidade do solo e a se, na dependência da amostragem bem
feita. Por outro lado, existem interações entre os nutrientes, o que limita sua aplicabilidade. Esta seria a Lei das interações, ou seja, cada fator de produção é mais eficaz quando os outros estão mais perto do seu ótimo. É válido mencionar que a insuficiência de um nutriente reduz a eficiência de outros e a produtividade é comprometida. Cada fator deve ser considerado como parte de um conjunto que exprimirá a nutrição equilibrada e a sustentabilidade do sistema produtivo. Entre os elementos que interagem com o fósforo, pode-se mencionar o nitrogênio e o zinco. Quanto maior o teor de P, maiores serão as exigências de N e de Zn. Portanto, ao se procurar avaliar a importância do fósforo na cultura do milho, deve-se dar importância aos aspectos mencionados anteriormente. Nesta primeira abordagem sobre o tema, serão discutidos alguns aspectos dos fatores relativos à cultura. O fósforo, junto com o N, o K e o Mg, faz parte dos elementos móveis na planta. Neste caso, sua deficiência irá ocorrer nas folhas mais velhas, pois o elemento sai dessas folhas para suprir as partes mais novas. Caracteriza-se por apresentar folhas roxas, como se vê na foto. Quanto à cultura O fósforo é um elemento essencial à nutrição das plantas. É, em síntese, a moeda energética da planta, pois, através dos seus compostos orgânicos, é que a energia caminha e se acumula nos tecidos vegetais. Para que um elemento químico seja considerado essencial à nutrição mineral, alguns critérios devem ser observados: a ausência do elemento impede que a planta se desenvolva e complete o seu ciclo; a deficiência do nutriente é específica e não pode ser substituída pelo fornecimento de um outro elemento. O fornecimento desse elemento elimina a deficiência diagnosticada; a ação do elemento na nutrição tem que ser direta. Portanto, nenhum outro elemento poderá suprir a deficiência de P e a produtividade, o crescimento e o desenvolvimento das plantas estarão limitados pela sua disponibilidade. A planta de milho, como a maioria
dos seres vivos, requer pouco nutriente no início do seu desenvolvimento (da germinação até os 35-40 dias), passando, posteriormente, por período de extrema exigência até o florescimento, completando sua exigência máxima quando os grãos começam a encher. No Quadro 1, tem-se o percentual médio da necessidade total de nitrogênio e do fósforo, em quatro estádios de desenvolvimento. Além dessa distribuição em função do desenvolvimento, podese indagar sobre as quantidades exigidas pela cultura em função do seu uso, da produtividade e da variedade. No Quadro 2, tem-se uma idéia dessas exigências para o nitrogênio e para o fósforo, cuja implicação prática fica na necessidade de se repor o que a planta retira do solo e exporta pelos grãos (80% do total absorvido) e pela silagem (100% do total absorvido), principalmente para manter a fertilidade do solo, sua sustentabilidade e produtividade. É uma quantidade pequena e essa prática evita que o solo se esgote ou que se
torne deficiente. Deve-se, ao adotar este plora um volume de 0,04 m³, tem-se critério, ter conhecimento da análise que a solução do solo, neste ponto de completa dos fertilizantes e corretivos máxima exigência, será de aproximaempregados, sendo possível efetuar um damente 0,2 mg de P kg de solo. planta balanço entre a quantidade aplicada e dia. É possível, desta forma, inferir a a extraída. velocidade com que o solo deverá reA função de se apresentar o nitro- por o P para a solução para atender as gênio como comparação ao fósforo é exigências das plantas. Portanto, além para salientar as diferenças nas quan- do adubo na linha de plantio, deve-se tidades e alertar para a mobilidade do ter uma fertilidade adequada ao longo elemento no solo. Nas planta, ambos de todo o solo. Estes dados trazem a são móveis, no solo, implicação prática de se contudo, o N é móvel corrigir solos de baixa (ou seja, caminha com fertilidade em P antes Fósforo é um dos a água) e o P, imóvel. do início do plantio dielementos móveis Desta forma, tem-se a reto. na planta, assim implicação prática de Assumindo a aplicasua falta ocorrerá que todo o P deve ser ção de 60 kg de P2O5/ha nas folhas velhas (26, 2 kg de P ha) no colocado no sulco de sulco de plantio e na plantio, enquanto o nicultura do milho, com trogênio pode (e deve) espaçamento de 1 m entre linhas, podeser parcelado. Além dos aspectos abordados quan- se considerar com otimismo que apeto à necessidade em função do estádio nas 5% do volume do solo/ha recebeu de desenvolvimento e da quantidade, o adubo fosfatado. Desta forma, 26,2 kg tem-se a quantidade que as plantas po- de P/100.000 kg de terra, ou seja, 262 derão absorver em mg kg de P, caso não houvesse fixarelação à capacida- ção , seria a concentração de P enconde das raízes. Por trada no sulco de plantio. Apesar de esexemplo, pode-se ses valores serem influenciados por mencionar que o uma série de fatores, pode-se verificar milho apresenta que é uma concentração teórica alta, uma taxa máxima diminuindo competição do solo pelo P. de acumulação de Como efeito prático, pelo lado do planfósforo variando de tio direto, não havendo aração e grade5,7 a 6,5 mg de P ação para homogeneizar o solo, há auplanta dia. Esta mento do P disponível nas linhas de taxa máxima ocor- plantio. Por outro lado, uma adubação de 90 re aos 77 dias após a germinação e in- kg de P2O5 ha e 40 kg de K2O ha, com dica, indiretamen- uma produtividade média de 2.000 kg te, na velocidade ha para soja e de 4.000 kg ha para o micom que o elemen- lho. Verifica-se, também, que há, para to deve ser reposto a soja, um resíduo de 67 kg de P2O5 ha ao solo para não e um déficit (que saiu do solo) de 15 kg haver limitações de de K2O ha (6 mg kg de K); para a culordem nutricional. tura do milho haverá um resíduo de 53 Neste ponto vale kg ha de P2O5 ha e de 11 kg de K2O ha. considerar que há Portanto, um dos benefícios da rotação competição do P de culturas é a possibilidade de se consentre o solo e a truir e manter uma fertilidade adequaplanta. A retenção da à sustentabilidade. do P pelo solo chama-se adsorção ou Carlos A. Vasconcellos, Gilson V. Exel Pitta, fixação. Gonçalo E. de França, Considerando Vera Maria C. Alves, que cada planta ex- Embrapa Milho e Sorgo
Milho
pragas
Pionner
DESDE DESDE O O COMEÇO COMEÇO Um bom controle de pragas deve ser implantado desde o início do cultivo
A
cultura do milho é uma das mais pesquisadas no mundo e a cada ano o potencial produtivo das cultivares tem aumentado. Isso ocorre também no Brasil, onde os rendimentos obtidos nos concursos de produtividade vêm aumentando nos últimos dez anos, sendo obtida, pelos melho-
res produtores, uma média acima de dez toneladas de grãos, nas áreas de concursos. No entanto, quando se compara a média nacional de rendimentos, observa-se um valor bem inferior ao obtido nos concursos. É bem verdade que em algumas regiões têm sido obtidas altas produtividades, principal-
mente em locais onde se adota alto nível tecnológico, seguindo orientações técnicas da pesquisa. Apesar desses pontos localizados de altos rendimentos, muito ainda deve ser feito para aumentar a produtividade brasileira de milho. Entre os fatores que contribuem para a queda nos rendimentos, sem dúvida alguma podem ser citados, a falta de tratamento fitossanitário ou a sua utilização de modo incorreto (época, produto, dose etc.), que podem agravar ainda mais os problemas com as pragas. A aplicação em cobertura total para o controle de pragas de localização específica, como por exemplo, Elasmopalpus lignosellus (lagarta-elasmo) que ataca a base da planta, ou Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), que geralmente está dentro do cartucho da planta, pode causar mais malefícios do que benefícios ao meio ambiente (destruição de inimigos naturais e de insetos polinizadores, efeitos adversos sobre os microrganismos de solo, contaminações de fontes de água etc.). Isto é especialmente verdadeiro nas aplicações via água de irrigação ou aéreas, via aviação agrícola. É provável que, em algumas circunstâncias, tais aplicações sejam necessárias, por exemplo, quando ocorrem altas infestações em áreas extensas, e/ou quando a cultura do milho se encontra em estágio de desenvolvimento tal que não se pode utilizar uma medida de controle dirigida ao alvo que se quer atingir. Nessa circunstância, a correta escolha de um inseticida é fundamental, especialmente no tocante ao seu impacto sobre o
Embrapa / CNPMS
meio ambiente - incluindo a característica de seletividade, ou seja, produtos eficientes para a praga, mas de baixa atuação sobre os inimigos naturais presentes na área da aplicação.
São conhecidas pela pesquisa várias espécies de pragas que atacam as sementes e/ou raízes, incluindo cupins, larva-arame, bicho-bolo ou coró, larvaalfinete (o inseto adulto é muito conhecido como vaquinha, nacional ou Cuidados patriota ) e percevejo-castanho, entre na aplicação outras. Esses insetos, por possuírem A aplicação incorreta de produtos hábitos subterrâneos, muitas vezes pasfitossanitários pode propiciar o desen- sam despercebidos pelos produtores e, volvimento de uma raça da praga re- por isso, não recebem a atenção devisistente ao inseticida aplicado. Por da em termos de medidas de controle. exemplo, em várias regiões brasileiras No entanto, são considerados pragastem-se verificado um aumento do uso chaves para a cultura de milho. A maide inseticidas para o controle da lagar- or ou menor importância de uma espéta-do-cartucho, sendo que em algumas, cie pode variar de local para local e de o número de aplicações pode chegar a ano para ano, ou mesmo de acordo com dez numa só safra, sem, no entanto, o sistema de cultivo (plantio direto tem atingir o controle desejado da praga. apresentado problema maior com praEmbora muitos fatores possam ser le- gas subterrâneas), mas, de maneira gevantados para explicar essa falta de neralizada, esses insetos estão sempre sucesso no controle da praga, a possi- presentes na cultura do milho e o agribilidade de resistência não pode ser cultor deve estar preparado ou se predescartada. parar para mais cedo ou tarde lidar com Apesar da cultura do milho ser ata- o problema. Para facilitar a identificacada e danificada por diferentes pra- ção dessas pragas, a Embrapa Milho e gas desde a colocação da semente no Sorgo publicou um livro de bolso consolo, no ato de plantio, até a formação tendo fotos dos insetos e de seus danos de grãos, próximo a colheita, não resta na cultura do milho (Cruz et al. 1997). dúvida que aquelas pragas que atacam Tão logo emergem as plântulas, é a semente ou a planta nos primeiros 15 comum a ocorrência de algumas praa 20 dias após a emergência estão en- gas de suma importância, pois podem tre as mais importanmatar a planta, causando tes devido à dificulperdas diretas na produtidade de controle em A aplicação vidade. São as pragas de alguns casos e tamincorreta de superfícies, onde se destabém devido ao poprodutos cam a Lagarta-elasmo tencial de causar fitossanitários pode (Elasmopalpus lignosedesenvolver pragas morte da plântula dillus), Tripes (Frankliniella resistentes minuindo o potenciwilliansi), os Percevejos, a al produtivo do culCigarrinha-das-pastagens tivo. (Deois flavopicta) e a Lagarta-do-Cartucho (Spodoptera frugiperda). Insetos problemáticos Tratamento São vários os insetos que atacam as de Sementes sementes antes e durante o processo de A decisão de usar ou não o tratagerminação e também as raízes em formento de sementes é de foro íntimo do mação. São insetos que potencialmenagricultor. A não utilização desse méte podem evitar a emergência da plântodo significa a desconsideração da tula (diminuindo o número ideal de importância das pragas subterrâneas e plantas por unidade de área - normala opção de uso de medidas curativas mente cinco plantas por metro linear de controle para as pragas que atacam de fileira) ou torná-la enfraquecida, sem as plântulas. Algumas vantagens advincondições de competir com as outras das do uso do tratamento de sementes ou mesmo com plantas daninhas. Em como estratégia de controle dentro dos quaisquer das situações, o potencial conceitos do MIP devem ser colocadas produtivo fatalmente será reduzido. para facilitar a tomada de decisão por
Apesar de a cultura do milho ser atacada por diferentes pragas desde de a colocação da semente no solo, as pragas que atacam a semente e a planta nos primeiros vinte dias são mais importantes, devido a dificuldade de controle
Embrapa / CNPMS
parte do agricultor. A primeira vantagem no uso do tratamento de sementes como medida de controle das pragas iniciais da cultura de milho, já mencionada, diz respeito à presença das pragas subterrâneas. O agricultor deve considerar que algumas dessas pragas podem ocasionar a morte da planta e, portanto, causar danos diretos à produtividade. Em geral, os resultados de pesquisa mostram diferenças de até 15% a mais no número de plantas emergidas em áreas tratadas com inseticidas, em relação a áreas não tratadas. Essa diferença significa, em termos práticos, quase 15% de perdas nos rendimentos. Resultados ainda melhores têm sido obtidos em relação à Lagarta-elasmo, que, dependendo do ano, especialmente em locais em que é comum a ocorrência de períodos curtos de seca após a emergência da plântula, ataca com grande severidade podendo causar prejuízos acima de 50% nos rendimentos, conforme constatado em parcelas experimentais sem tratamento da sementes, em relação a parcelas tratadas com inseticidas sistêmicos. Esses dois grupos de pragas (subterrâneas e lagarta-elasmo) como salientado, são pragas-chaves para a cultura de milho. Além da eficiência observada, outras vantagens têm levado ao uso
cada vez mais crescente do tratamento de sementes e devem ser consideradas pelo produtor ainda indeciso. Uma dessas vantagens refere-se ao custo do inseticida em relação a outros insumos (Tabela 1) e da mão-de-obra para aplicação (praticamente inexistente). O custo do inseticida para tratamento de sementes é apenas 4,8% do custo total dos insumos (incluindo, além do inseticida, a semente, o adubo e o herbicida). Em muitas situações, o agricultor investe nos insumos e, inclusive, aplica o herbicida em pré-emergência, sem mesmo ter idéia da percentagem de emergência das plântulas, mas não utiliza o tratamento de sementes como meio de controlar algumas das mais importantes pragas subterrâneas e também a lagarta-elasmo. Considerando o custo do inseticida equivalente ao custo de dois sacos de 60 kg de milho e considerando uma produtividade esperada de 100 sacos, a perda de apenas 2% das plantas em função do ataque das pragas subterrâneas em áreas não tratadas eqüivale ao custo de controle para as pragas subterrâneas. Conforme salientado, em algumas áreas é comum ser verificado até 10% de plantas atacadas em áreas sem controle, o que, de longe, ultrapassa o nível de dano econômico. Logicamente em áreas onde historicamente ocor-
rem essas pragas subterrâneas, esperase um maior retorno econômico com o tratamento da semente com inseticidas. O raciocínio acima é também aplicado para a lagarta-elasmo, porém devem-se considerar dois outros aspectos. Primeiro, em áreas onde historicamente a praga normalmente ocorre, os danos são muito mais severos, ou seja, com muito mais probabilidade o nível de controle é quase sempre ultrapassado. Em segundo lugar, caso o agricultor não tenha optado pelo tratamento de sementes e a praga atinja o nível de controle (cerca de 1,4% de plantas atacadas), ele deverá entrar com medidas de controle rapidamente, devido à severidade da praga e, em função do seu hábito, com alto volume de água. Em função disso e dependendo do tamanho da área plantada, a pulverização pode não ser eficaz. Por exemplo, numa área ao redor de 100 ha, geralmente haverá necessidade de cerca de quatro a seis equipamentos completos para pulverização, o que não é comum dentro da propriedade brasileira. O que na verdade acontece é a aplicação do inseticida na medida do possível, o que não evitará totalmente os danos da praga (isso sem considerar que normalmente não se faz, com precisão, o monitoramento para se determinar a presença da praga na área).
Ivan recomenda cuidado com as pragas iniciais
O tratamento de sementes também tem sido eficaz no controle na cigarrinha-das-pastagens, no mesmo patamar do controle obtido para a lagarta-elasmo. Já para os tripes, o tratamento da semente com os inseticidas sistêmicos tem sido eficiente (até 80% de controle) somente até cerca de uma semana após a emergência da plântula. Após essa fase, quando ocorre um período seco, às vezes será necessária uma aplicação de inseticidas via pulverização convencional. No entanto, devido ao pouco desenvolvimento da planta, com pouca área foliar, deve-se procurar uti-
deve-se semear o milho dentro de no máximo, uma semana após o tratamento químico.
lizar um produto veiculado a uma substância adesiva. Poucos trabalhos de pesquisa têm sido gerados para essa praga, em função da sua presença recente em milho. Sabe-se, no entanto, que plantas após 25-30 dias de idade normalmente não são tão sensíveis como plantas jovens. Os percevejos, à semelhança dos tripes, têm aumentado de importância em algumas áreas, especialmente no Sul do país. A eficiência do controle desses insetos via tratamento de sementes tem ficado em torno de 50%, e, portanto, às vezes o nível populacional da praga pode atingir o nível de dano econômico, empiricamente considerado como sendo dois percevejos por metro linear de fileira de milho. Nesse caso é necessária a pulverização complementar com inseticidas seletivos e com jato dirigido. A eficácia do tratamento de sementes também tem sido verificada para a lagarta-do-cartucho, quando sua ocorrência é verificada logo após a emergência da planta. Ocorre variação entre os produtos químicos e também em função das condições especialmente de umidade de solo, sendo que uma maior eficiência é verificada em solos mais úmidos (acima de 60% da capacidade de campo). Efeito do inseticida sobre a germinação Os inseticidas geralmente não afetam a germinação da semente de alta qualidade. No entanto, sementes de qualidade inferior, especialmente em relação ao seu vigor, podem ser drasticamente afetadas tendo como conseqüência uma redução significativa do número de plantas emergidas em função da alta taxa de mortalidade. Mesmo com sementes de alta qualidade
bém utilizados tambores rotativos, construídos especificamente para tratamento de sementes com inseticidas.
Dicas finais Grafite em Algumas espécies de insetos subplantadeiras A semente tratada terrâneos, por exemplo, a espécie de com inseticida apresenta coró, Phyllophaga, são difíceis de ser uma alteração em sua for- controladas por inseticidas via tratama original, muitas vezes mento de sementes. Em alguns casos trazendo como conse- de altas infestações muitas vezes será qüência maior dificuldade de escoa- necessária a aplicação por exemplo, de mento dentro do compartimento da se- inseticidas pulverizados sobre o sulmeadora. Dessa maneira a utilização de co de plantio, porém não inviabilizangrafite tem melhorado a plantabilida- do o tratamento de sementes para as de das sementes tratadas, especialmen- demais pragas. te em sistemas de distribuição através Considerando as diferentes marde discos. Ao contrário, o excesso de cas comerciais de inseticidas para tragrafite, colocados nos sistemas de de- tamento de sementes, que não são dos (garras) tem funcionado de manei- muitas, é interessante que o agriculra contrária, ocasionando inclusive um tor também tire suas próprias concludesgaste das garras. A quantidade re- sões sobre cada produto, para seu uso comendada de grafite varia de acordo posterior em escala maior. Seria imcom o tamanho da semente. Sementes portante dentro de uma safra, a utilimaiores demandam uma maior quan- zação de diferentes produtos na lavoutidade. Em média, tem-se utilizado cer- ra, não esquecendo de deixar uma área ca de 2-4 gramas de sem nenhum tratamengrafite em pó por quilo to para comparações de semente tratada. posteriores. As próprias O ideal é fazer A regulagem da empresas produtoras de o tratamento da plantadeira deve ser inseticidas, juntamente semente utilizando sempre realizada dencom um técnico da área máquinas tro da área a ser plande pesquisa ou da assisespecíficas tada e com a semente tência técnica, poderijá tratada. am, em conjunto com o agricultor, acompanhar todo o desemEquipamentos penho de seu produto. para tratamento As formulações dos inseticidas O tratamento de sementes pode ser para o tratamento de sementes já vêm feito de diferentes maneiras sendo que para pronto uso, sem a necessidade de dependendo do produto ele pode ser adição de água. Quando for o caso, a realizado na própria fazenda. No en- informação é colocada no rótulo. Setanto independente do produto todos mente tratada e úmida semeada em os cuidados devem ser tomados para solo com pouca umidade por período evitar possíveis contaminações ou in- relativamente longo pode sofrer efeitoxicações pelo operador. to tóxico pela ação do produto químiO ideal é fazer o tratamento das se- co. mentes através de máquinas específi A semente tratada não serve para cas, geralmente encontradas em Cen- consumo humano ou animal. tros de Tratamentos de Sementes ou em Não pode ficar descoberta no revendas dos diferentes produtos. Nes- plantio, pois são tóxicas para pássases locais encontram-se pessoas espe- ros e outros animais. cializadas e máquinas especiais que ga Devem ficar fora do alcance de rantem que as sementes sejam tratadas crianças e de animais domésticos. rigorosamente nas doses indicadas e com a segurança necessária no manu- Ivan Cruz, seio de produtos químicos. Pode ser tam- Embrapa Milho e Sorgo
Feijão
fungos
Ataque por cima Doenças da parte áerea podem provocar sérios danos à lavoura quando não combatidas a tempo
A
s perdas anuais provocadas por ria das novas variedades apresenta bom doenças em feijoeiro, em nível nível de resistência à mancha angular, mundial, são estimadas em 10%. As ferrugem e antracnose. Em geral, vadoenças fúngicas da parte aérea da cul- riedades com algum nível de resistêntura (mancha angular, antracnose e fer- cia à mancha angular necessitam merugem) podem provocar danos maio- nor número de pulverizações com funres quando não são tomadas medidas gicidas. Mesmo utilizando-se uma culde controle adequadas. Na região sul tivar com resistência à mancha angudo Paraná, são estimados em 20 a 30% lar, não se pode esquecer que a resistência desta mesma culos danos médios provotivar à antracnose e oucados por estas doenças. tras doenças pode apreNa safra das águas os Melhores sentar grande variação. maiores danos são proresultados são A resistência à anvocados pela antracnoobtidos com o tracnose é na sua maiose, enquanto na safra da controle inicial das ria do tipo vertical (toseca a mancha angular doenças tal), podendo portanto é responsável pelas maiser quebrada pelo patóores reduções na produgeno. Isto geralmente tividade. A ocorrência de doença em plantas ocorre dentro de um período de até 5 depende da presença, de modo conco- anos após uso intensivo da variedade. mitante, do hospedeiro suscetível (nes- Ressalta-se que o comportamento de te caso, a planta de feijoeiro, fonte nu- uma cultivar pode variar entre locais e tritiva dos patógenos desta cultura), do estações de cultivo, dependendo das patógeno e de condições climáticas fa- raças do patógeno predominantes na voráveis para o desenvolvimento da região. Isto dificulta uma recomendadoença. As medidas de controle para ção segura de variedades resistentes à antracnose, mancha angular e ferrugem antracnose. Em relação à ferrugem, a em feijoeiro podem ser adotadas, ba- maioria das cultivares apresenta um seando-se no triângulo hospedeiro/pa- bom nível de resistência à doença, principalmente as do grupo tógeno/ambiente. Carioca. Hospedeiro da doença Patógeno A principal forma de controle via causador A sanitização e o conhospedeiro é o uso de variedades resistentes. É a forma mais barata de con- trole químico são as printrole de doenças. Em feijoeiro, a maio- cipais formas de atacar o
patógeno. A sanitização permite eliminar ou reduzir a quantidade de inóculo inicial que dá origem às epidemias e é a principal estratégia de controle em cultivos de regiões tropicais e subtropicais. A rotação de culturas, a eliminação de restos culturais e o tratamento químico de sementes são as principais táticas de controle associadas à sanitização. O tratamento de sementes é a garantia de estabelecimento da lavoura a custos reduzidos. É uma medida de controle barata que sempre deve ser adotada pelos produtores. Controla patógenos importantes transportados pelas sementes e diminui potencial de inóculo primário de antracnose e mancha angular, consequentemente reduzindo o número de pulverizações da parte aérea. Além disto, o tratamento de sementes evita a disseminação de doenças para novas áreas. Deve-se frisar que o sucesso do tratamento de sementes está na conscientização de que se deve sempre associá-lo com outras medidas de controle, como rotação de cultura, redução de inóculo potencial do solo e uso de variedades resistentes. Um controle químico eficiente deve ser direcionado às três doenças em questão, mancha angular, antracnose e ferrugem. Para que siga os preceitos do
Acima, folha com sintomas de ferrugem. Ao lado, vagens afetadas por antracnose
manejo integrado deve ser adotado apenas quando necessário e associado a outras medidas de controle. Ambiente ideal O ambiente influencia principalmente a taxa de progresso de uma epidemia e pode ser utilizado como indicativo da necessidade de uso do controle químico. A água livre e temperatura são os dois principais fatores cli-
máticos responsáveis pela infecção provocada por patógenos foliares. A antracnose, devido às suas características de disseminação, necessita que as condições climáticas sejam favoráveis para que a doença se torne epidêmica. Ela necessita de água livre (chuva ou orvalho) e da movimentação desta água (respingos de chuva e movimentação de implementos) para disseminá-la, além de temperaturas amenas favoráveis à infecção. Neste tipo de epidemia pode ser utilizado o monitoramento climático para se determinar o melhor momento de executar uma medida de controle adequada. A mancha angular depende mais da
quantidade de inóculo do que das condições climáticas para provocar epidemias. Em plantios da safra das águas há uma baixa quantidade de inóculo, mas ocorre o inverso na safra da seca, com um acúmulo de inóculo do patógeno, que favorece epidemias severas da doença. Em regiões onde há safra de inverno, ocorrem também epidemias, que apresentam um comportamento ainda mais severo que na safra da seca, devido ao maior acúmulo de inóculo do fungo. Dentre as condições climáticas, a umidade e a temperatura são as que mais influenciam o desenvolvimento das doenças. A umidade constitui fator determinante para a ocorrência de doenças em plantas, principalmente as doenças foliares. A temperatura age como um catalisador, uma vez que retarda ou acelera o ciclo do patógeno. As temperaturas ótimas para o desenvolvimento das doenças são distintas das temperaturas ótimas para a ocorrência de infecção. Métodos de controle específicos podem ser adotados para cada uma das doenças, mas freqüentemente a combinação de métodos apresenta melhores resultados. O controle mais efetivo e sustentável de doenças do feijoeiro é obtido quando vários métodos de controle são integrados entre si e entre as práticas de produção do feijoeiro. Marcelo G. Canteri, David de S. Jaccoud Filho, UFPG Olavo Corrêa da Silva, Rudimar Molin, Fundação ABC
Batatas
vírus
Quem contamina a nossa batata O
Recentemente, realizou-se em MonBrasil passou a ser constantemente solicitado pelos países tevidéu a Reunião do Mercosul sobre vizinhos, que se referem a acordos co- Análises de Riscos para as Viroses não merciais, para abertura total e irrestri- Quarentenárias da Cultura da Batata, ta de seus mercados de batata-semen- que teve como um dos pontos mais te. Um caso que desperta interesse é o importantes, e que coloca no mínimo fato da insistência para que o país re- em alerta as conquistas obtidas na proconsidere as atuais restrições à impor- dução e multiplicação de batata-sementação de batata-semente apenas da ca- te brasileira, foi a proposta de que o tegoria básica (classificação de sanida- Brasil passe a aceitar maior tolerância de mais alta, com praticamente ausên- quanto à incidência dos vírus PVX e PVS nos lotes de batacia ou menos de 2% de ta-semente de classe total de viroses). certificada. Os vizinhos Vale ressaltar que a Há mais de requerem e defendem, restrição para importatrinta anos não se detecta casos de como necessário para ção apenas de batataVírus X e Vírus S sua entrada no mercasemente das classe báno Brasil do brasileiro de batatasicas e de variedades semente da categoria que foram aprovadas certificada, o afrouxaapós pelo menos três anos de ensaio (realizado por pesqui- mento do atual índice de até 2 % de sadores de órgãos oficiais de pesquisa tolerância, conforme estabelecido na no Brasil) foi um dos fatores funda- legislação brasileira, para os 10-15% mentais para os avanços que a batati- previstos na legislação Argentina, por cultura brasileira vem apresentando exemplo. O limite de 2% de tolerância nos últimos 10-15 anos, gerando uma foi estabelecido em assembléia realizatecnologia brasileira de produção de da há mais de dois anos com representantes oficiais de todos os segmenbatata-semente.
tos da bataticultura, incluindo especialistas da extensão, ensino e pesquisa, dedicados ao setor no Brasil. Em discussões anteriores, os brasileiros sempre defenderam a tolerância zero para os Vírus X (PVX) e Vírus S (PVS). Essa intolerância se justifica pelo fato de há mais de 30 anos não se ter detectado nem registrado a ocorrência desses dois patógenos em lotes de batata-semente de categoria básica, tanto de produção de origem nacional como importados dos principais fornecedores, como Holanda, Alemanha, Suécia e mais recentemente Canadá. A favor da tolerância zero, ou baixa, está também o fato de que se tratam de dois vírus da mais alta concentração nas plantas infectadas. Além disso, são de fácil transmissão por simples contato de folhas, brotos, raízes e implementos. São também vírus causadores de infecção latente (sem sintomas evidentes) na maioria das variedades de batata, o que dificulta ou impede a eliminação de plantas infectadas no campo, durante a prática comum de reconhecimento visual seguido de imediata er-
radicação. Brasil contesta, pois há evidência na Porém, esses dois vírus (PVX e PVS) literatura apontando perdas de até 25% estão presentes em países vizinhos, em nível internacional só para o PVX. como a Argentina, e em alta incidên- É importante que se diga PVX sozinho cia nos lotes de batata-semente das causando mais de 20% de perdas na classes denominadas Certificada ; uti- bataticultura, pois se esse vírus se enlizadas para plantio de produção de contrar com o PVY numa mesma planconsumo (não mais para aumento de ta, os prejuízos são muitas vezes maiobatata-semente). A relação comercial res (sinergismo), deixando de ser moestabelecida entre os países integran- saico latente (sem sintoma para o PVX tes do Mercosul não permite que se sozinho) ou mosaico leve (para o PVY continue a restringir a importação de sozinho) para se expressar como mobatata-semente apenas às classes bási- saico rugoso (interação PVX e PVY), cas (mais alta sanidade), pois interna- com perdas superiores a 80%, depenmente a portaria que regulamenta o sis- dendo da variedade e idade da planta tema de produção e na ocasião de contaminacertificação de batatação em campo. semente no Brasil Além de esclarecer Os brasileiros contempla também sobre a presente situação sempre defenderam classe certificada da bataticultura brasileia tolerância zero (mais baixa sanidade). ra quanto à presença das para os Vírus X e Assim sendo os países diferentes viroses, a deleVírus S membros do Mercogação nacional apresensul teriam o direito de tou também na reunião também comercido Mercosul dados revealizar (exportar) a batata-semente na lando que nos últimos 5-6 anos o PVY classe certificada. passou a ocorrer com maior freqüênO problema fitossanitário, e cia e em praticamente toda região proportanto comercial, está nas diferenças dutora do Brasil. entre os níveis de tolerância estabeleA reunião de Montevidéu encerrou cidos para cada uma das duas viroses com o compromisso brasileiro de efeem lotes de batata-semente da classe tuarmos, dentro de no máximo três Certificada: Argentina: PVX = 15% e anos, um levantamento da real inciPVS = 10%; Brasil: PVX = 2% e PVS dência de PVX e PVS (através de imu1,5%. Para os virologistas da Argenti- nodiagnose - ELISA) nos campos de na, os níveis de tolerância que o Brasil produção de batata-semente e de conapresenta são considerados irreais e sumo nos principais polos produtores sem razão. Alegam ainda que os regis- de batata do país. Com os resultados tros sobre perdas na produção devido obtidos, reiniciarão as negociações. a esses vírus é baixa: menos de 10%. O Caso os resultados desse amplo levan-
Fotos J.A. Caram
Plantas (dir. e esq.) desenvolvidas a partir de material importado da Argentina. Plantio em estufa. Teste para PVX com resultado positivo
À esquerda planta infectada por PLVR e PVX. À direita, planta infectada por PLVR + PVY (esq.) e outra, por PVX e PVY
Cultivar
José Alberto recomenda cuidado com a semente
tamento venham confirmar o que pregamos , ou ausência dos vírus PVX e PVS nos campos comerciais de batata do Brasil , deveriam, também, os outros parceiros do Mercosul também se empenharem na redução ou eliminação desses dois vírus em seus programas de produção de batata-semente. O que se deve é igualar, em harmonia, os níveis de tolerância de viroses para baixo e assim mantermos nossas conversações e entendimentos comerciais para cima, em nível alto. José Alberto C. de Souza-Dias, Instituto Agronômico de Campinas
Algodão
pragas
D
iversas espécies de ácaros fitófagos causam severos danos à cultura de algodão, onde suas populações podem evoluir rapidamente, em função de desequilíbrio biológico, como a eliminação dos inimigos naturais, isto devido ao emprego excessivo e geralmente de forma inadequada de agrotóxicos de amplo espectro visando o controle de outras pragas existentes na cultura. É importante que o cotonicultor adote o Manejo Integrado de Pragas (MIP), pois é uma tecnologia de controle baseados em requisitos ecológicos, toxicológicos e econômicos, que possibilitará uma redução significativa do uso de agrotóxicos, elevando a receita da cultura e diminuindo o impacto ao meio ambiente sem comprometer a qualidade do produto. As espécies de ácaros que ocorrem com frequência no algodoeiro são: Ácaro rajado Os ácaros rajados (Tetranychus urticae Koch,1836) Acarina, Tetranychidae) são minúsculos artrópodos, de cor esverdeada com manchas dorsais escuras, medem pouco menos que 1mm de comprimento. Formam compactas colônias na face inferior das folhas, que recobrem com teias. Os ovos são esféricos e amarelados, com frequência são postos por entre os fios de teia. O ácaro rajado é favorecido por altas temperaturas, baixas precipitações pluviométricas, baixa umidade relativa e adubações nitrogenadas. Tem preferência acentuada pela região mediana da planta. Pode atingir altos níveis populacionais, a partir da fase intermediária de desenvolvimento da planta. Tanto as ninfas como adultos escarificam o tecido vegetal, alimentando-se da seiva, os principais sintomas são manchas cloróticas nas folhas, que logo escurecem e secam, podendo tomar toda folha, onde cai prematuramente . Ocorrem, também o aparecimento de manchas avermelhadas no limbo das folhas; as manchas vão crescendo e cobrem toda superfície da folha, provocando a queda das mesmas. O período crítico vai do surgimento dos primeiros botões florais até o aparecimento do primeiro capulho.
Essa praga pode ocorrer em reboleiras, as quais devem ser controladas de imediato, a fim de evitar que ocorra dispersão do ácaro por toda a área cultivada de algodão. A amostragem deve ser feita, com intervalos de 5-7 dias, para determinação do nível de controle; verificando-se os sintomas de ataque nas folhas do terço médio da planta. O nível de controle que se sugere para esta espécie é 40% de plantas infestadas. No seu controle, são indicados produtos sistêmicos e acaricidas específicos que agem por contato. Já se
semelhantes ao ácaro rajado, ou seja, avermelhamento da sua face superior, no local oposto ao desenvolvimento da colônia, que no final atingem toda folha, que posteriormente ocorre um desfolhamento total de plantas. No algodoeiro, os ácaros vermelhos tecem grande quantidade de teia nos locais onde depositam os ovos, que de início são amarelados e translúcidos, e depois avermelhados e opacos. Em condições de seca e calor a espécie pode dar até 17 gerações em cada
Pequenos só no tamanho tem registro dessa espécie desenvolver 8 meses. O ataque tem início geralmenresistência a inseticidas fosforados. En- te nas folhas mais velhas (baixeiro) para tre os acaricidas o Abamectin apresen- depois generalizar-se por toda planta, ta melhor eficiência no controle do áca- inclusive as folhas do ponteiro. Períoro rajado. do crítico vai do aparecimento dos priPara limitar as populações iniciais meiros botões florais até o aparecimende ácaros, recomenda-se a eliminação to do primeiro capulho. Essa praga das plantas hospepode ocorrer em reboleiras, deiras ao redor da então verifica-se os sintolavoura e controle de mas de ataque nas folhas O ácaro rajado é plantas daninhas. abertas do ponteiro. A favorecido por altas temperaturas, pouca amostragem deve ser feita Ácaro com intervalos de 5-7 dias. chuva e adubação vermelho O nível de controle que se nitrogenada As fêmeas do sugere para esta espécie é ácaro vermelho (Te40% de plantas infestadas. tranychus ludeni ZaNo seu controle, são indicher,1913) (Acarina, Tetranychidae) são cados produtos sistêmicos e acaricidas de cor vermelha intensa, medindo cer- específicos que agem por contato. Podeca de 0,5mm de comprimento e são vi- se utilizar os inseticidas-acaricidas síveis a olho nú; os machos são meno- Abamectin, Propargite e Triazophos. res, em média com 0,26mm de comprimento. As formas jovens apresenÁcaro tam-se de cor amarelo-esverdeada. Este branco ácaro vive na face inferior das folhas Os ácaros brancos (Poyphagotarsodo algodoeiro, provocando sintomas nemus latus) (Banks,1904) (Acarina,
Tarsonemidae) são artrópodos pequenos e ativos, praticamente invisível a olho nú, conhecidos como ácaro tropical ou ácaro da rasgadura . O adulto tem coloração branco-brilhante. Os ovos desse ácaro, muito característicos, são colocados isoladamente na face inferior das folhas novas; são achatados, com imensas saliências superficiais de cor branca. Esta espécie de ácaro não tece teia. O início de ataque é em reboleira e os danos ocorrem nas folhas novas do ponteiro. À medida que a infestação aumenta a face ventral da folha torna-se com aspecto brilhante, há encarquilhamento, com bordos voltados para baixo. No estágio mais avançado as folhas partem-se nas áreas situadas entre as nervuras e ocorrem rasgaduras; quando este sintoma é manifestado, já não existe mais ácaro nas folhas. O ataque nos ponteiros pode resultar em perdas significativas, principalmente devido à
redução no número de maçãs desta parte da planta. O caule também pode ser infestado, ocorrendo manchas irregulares com coloração parda sobre a casca, onde foi rompida a epiderme, sendo notado um aspecto rugoso, ficam deformados, em forma de S , devido ao atraso do desenvolvimento normal da planta. O período crítico vai da formação das maçãs ao aparecimento dos capulhos. Como essa praga ocorre em reboleiras, então verificam-se os sintomas de ataque ao constatar as folhas com bordos voltados para baixo, antes do início da rasgadura. A amostragem deve ser feita com intervalos de 5-7 dias. O nível de controle que se sugere para esta espécie é 40% de plantas infestadas. No seu controle são indicados produtos sistêmicos e acaricidas específicos que agem por contato. Pode-se utilizar os inseticidas-acaricidas Abamectin, Propargite, Triazophos e Diafentiuron. G. J. de Moraes
Colônia de ácaros adultos. Embora pequenos eles causam grandes prejuízos
Inimigos naturais Os ácaros têm seus inimigos naturais que se constituem em agentes importantes na sua redução. Existem os predadores (aranhas, joaninhas, bicho-lixeiro, etc), os ácaros predadores que são, em geral, os mais eficientes inimigos de ácaros fitófagos, principalmente os fitoseídeos que têm sido utilizados em vários países e com resultados bastante satisfatórios. Quanto aos patógenos mais conhecidos, os vírus Panonychus citri (McGregor) e Panonychus ulmi (Koch). Diversas espécies de fungos têm sido reportadas infectando ácaros fitófagos, principalmente Neozygites spp., sobre tetraniquídeos. Não se conhecem parasitóides de ácaros fitófagos. No
entanto, o uso de inseticidas e fungicidas não seletivos pode comprometer atuação destes inimigos naturais. É importante que aumente o interesse no estudo dos inimigos naturais dos ácaros e que técnicas de criação massal, principalmente desses ácaros predadores sejam viabilizadas. Lúcia Helena A. Araújo, José Janduí Soares, Embrapa Algodão Fotos Cultivar
Lúcia recomenda defensivos seletivos
Para Janduí, a adoção do MIP é importante
Manejo de resistência III parte
P
Quem poderá nos defender?
ara melhor entender a resistência a herbicidas é preciso examinar os diversos mecanismos de ação desses produtos. Antes deve-se estudar a atividade enzimática. Enzimas são estruturas orgânicas que catalisam reações em processos biológicos. Todos os processos bioquímicos nas células dependem delas, que por isso são essenciais à manutenção da vida. O efeito catalisador por enzimas é o mais eficiente que se conhece e tem alta especificidade. Geralmente um tipo de enzima catalisa apenas um tipo de reação. Às vezes um tipo de reação pode ser catalisado por dois ou mais de enzimas pouco diferentes, por isso chamadas isoenzimas. Cerca de 10.000 tipos de enzimas se encontram em células vegetais. A enzima é formada por uma parte protéica e outra não protéica, o cofator, que rege sua atividade. Há uns 30 cofatores conhecidos, divididos em três grupos: íons metálicos, prostéticos e coenzimas. As enzimas são denominadas pelo substrato sobre o qual agem ou pelo tipo de ação. Sua especificidade é determinada pela composição e disposição espacial dos aminoácidos que constituem as proteínas. Cada uma tem sítios específicos, que funcionam como chaves, capazes de abrir fechaduras, onde as reações podem ser caInibição de enzimas talisadas. Enzimas podem deixar de funcionar As fases da atividade enzimática: a) a enzima entra em contato com o substra- quando moléculas específicas ocupam os to, que encaixa no sítio reativo; b) Cofa- sítios reativos. Ao contrário da ocupação tores também encaixam em sítio apropri- pelos substratos, momentânea, há moléado; c) O substrato sofre uma reação que culas que produzem uma ocupação pero modifica, sendo o resultado da modifi- manente, iniviabilizando reações enzimácação liberado; d) a enzima não sofre mo- ticas. Em vez de bloquear uma enzima, dificação e estará pronta para m novo ci- um inibidor pode bloquear uma coenziclo; e) O cofator pode ter sido alterado ma essencial ao processo. Há inibidores competitivos e não compepor aceitar um ou mais titivos. Os primeiros comátomos do substrato; f) petem com os substratos Uma outra reação enziO efeito do pelos sítios reativos das enmática, diferente, resherbicida sobre a zimas; se os substratos são taura o cofator; g) Um atividade mais abundantes que os novo ciclo de inicia. O enzimática varia inibidores, a eficiência é efeito catalisador por enem cada planta baixa. Os inibidores não zimas é extremamente competitivos ocupam sítirápido. A atividade enos de enzimas independenzimática varia com aste dos substratos, sendo pectos como pH ou temperatura, por exemplo, que se elevada mais eficientes. Alguns herbicidas atuam destrói as enzimas. No corpo humano, bloqueando a atividade de enzimas espeuma febre acima de 40º leva à morte por- cíficas. Eles podem perder eficácia quanque enzimas essenciais são inativadas e do ocorrem isoenzimas, não suscetíveis ao processos biológicos são descontinuados. bloqueio e capazes de produzir os mes-
mos efeitos catalíticos. Biótipos de plantas podem apresentar proporções diferentes de isoenzimas e por isso serem mais ou menos suscetíveis a um herbicida. Muitos herbicidas têm eficiência diretamente ligada à inibição de enzimas. Alguns, mesmos classificados por mecanismo de ação diferente, também afetam sistemas enzimáticos. O efeito de um herbicida sobre a atividade enzimática é variável em cada planta, em cada órgão e de acordo com o estádio de desenvolvimento ou outros fatores. Faltam ainda conhecimentos sobre enzimas e a interferência de herbicidas, mas se admitem duas formas de ação, direta ou indireta. Ação direta - Nessa forma há interferência em processos normais no núcleo das células, resultando em alteração da estrutura molecular das enzimas. Existe competição com o substrato por sítios ativos de enzimas e formação de complexos com as enzimas dos substratos, o que pode impedir ou estimular a atividade. Registra-se competição com o cofator não protéico de enzimas e alteração do cofator, afetando assim sua associação ativa com a
dades de usos seletivos.Também procuparte protéica. Ação indireta É quando há interfe- ram-se antídotos (safeners) específicos, rência na produção de ATP, com o que o que diminuem a fitotoxidade para algusuprimento de energia para reações é pre- mas culturas. Para os herbicidas inibidores de ACjudicado. Ocorre interferência no suprimento de materiais para a formação de co- Case tem sido proposto um segundo enzimas ou grupos prostéticos, afetando mecanismo de ação, nas membranas ceas condições sob as quais as reações cata- lulares, causando a despolarização do potencial eletrogênico, o que permite lisadoras de enzimas ocorrem. um influxo de próAlgumas enzimas podem tons. A manutenção apresentar pequena variândesse potencial é vicia na seqüência ou na disBiótipos de plantas tal para a sobrevivênposição espacial de aminoápodem apresentar cia das células. Imercidos, sendo chamadas isoproporções gindo-se pontas de raenzimas. Algumas delas podiferentes de ízes e coleóptilos de dem catalisar as mesmas reisoenzimas Lolium rigidum numa ações bioquímicas. A inatisolução com os herbivação de isoenzimas por hercidas, foi observado bicidas é variável em cada composto, dentro do mesmo grupo. Se por que em biótipos resistentes o potencial selecionamento de plantas se multiplicam eletrogênico é restabelecido quando se os biótipos com isoenzimas capazes de ca- retira o herbicida da solução, enquanto talisar as reações essenciais, podemos ter em biótipos suscetíveis a repolarização duas situações: a) As isoenzimas resisten- não ocorre. Ciclohexanodionas São compostos tes se encontram em pequena proporção, e nesse caso o herbicida continua funcio- com um anel fenando, com dose aumentada; b) As isoen- nil com duas ligazimas resistentes se encontram em pro- ções de função porção dominante, e nesse caso o herbici- cetona (na maioda não é mais eficiente, mesmo com au- ria dos produtos distingue-se famento da dose. cilmente apenas Inibição uma cetona). Toda ACCase dos os compostos A enzima Acetil CoA carboxilase, ou introduzidos no ACCase, do Grupo A, atua na fase inicial mercado são quidA síntese de ácidos graxos, que são cons- rais, podendo tituintes dos lipídios que ocorrem nas apresentar dois membranas de células e organelas. Por isso ou mais isômeos herbicidas também são chamados de ros. Até o moinibidores da síntese de lipídios, os regu- mento nenhum ladores da permeabilidade seletiva. A en- produto desse zima ACCase tem configuração pouco di- grupo foi produferenciada em diferentes grupos de plan- zido comercialtas. Em gramíneas se encontram enzimas mente com apemais sucetíveis de bloqueio, enquanto que nas um isômero em outras monocotiledôneas e em dicoti- ativo. O nome coledôneas há pouca suscetibilidade. Esse é mum desses um dos mecanismos de seletividade. compostos termiOs herbicidas são basicamente grami- na sempre em nicidas, a maioria atuando em pós-emer- ...dim, pelo que gência, sendo absorvidos pelas folhas e são conhecidos translocadas por via sistêmica, concen- como DIMs . trando-se em regiões meristemáticas. AlDa inibição da guns são absorvidos pelas raízes, tendo al- ACCase decorre: guma ação quando aplicados no solo. Mes- a) redução do mo entre as gramíneas há diferenças de acúmulo de closuscetibilidade, o que permite uso seleti- rofila e provavelvo em algumas culturas. Por trabalhos de mente aceleração selecionamento tem-se procurado biótipos de sua degradade gramíneas cultivadas com maior tole- ção, o que provorância, visando a aumentar as possibili- ca clorose; b) es-
tímulo à formação de antocianina, do que resulta uma coloração arroxeada nas folhas e colmos, com diminuição da respiração celular, o que significa menor liberação de energia; c) redução da atividade metabólica geral e d) interferência na divisão celular dos meristemas, por afetar a formação de membranas celulares e, possivelmente, a ação dos microtúbulos. Os sintomas aparecem apenas em gramíneas. Além da descoloração e arroxeamento parada o crescimento e há necrose na base das folhas, permitindo um fácil desprendimento da folha apical quando puxada, e atrofia do sistema radicular, facilitando o arranque sem esforço. Em cerca de três semanas dá-se a dessecação e morte. Os herbicidas do grupo das ciclohexanodionas são essencialmente graminicidas, quase todos de pós-emergência, seletivos para plantas de outras famílias botânicas. Entre as espécies de gramíneas existem diferenças de sensibilidade.
Cultivar
Sistema enzimático O sistema enzimático de vegetais é complexo. Enzimas que desempenham determinada função não têm uma só estrutura, mas apresentam pequenas variantes, como isoenzimas. Duas delas podem Kissmann fala sobre resistência ou não desempenhar uma mesma função e ser bloqueadas por um mesmo agente químico. O processo metabólico de plantas pode ser mais intenso em biótipos diferentes, com o que a inativação por um herbicida pode ser mais ou menos intensa. Todos os herbicidas que atuam especificamente sobre sistemas enzimáticos tem atividade diferenciada de espécie para espécie, bem como de biótipo para biótipo. Com a eliminação dos biótipos mais sensíveis, tende a aumentar a população dos menos sensíveis, for-
mando-se populações com mais indivíduos resistentes. O grupo dos herbicidas inibidores da ACCase é um grupo de risco em relação ao selecionamento de biótipos resistentes. Pode haver alguma diferença de sensibilidade para os diversos ingredientes ativos, mas a tendência é de resistência cruzada, ou seja, biótipos resistentes a um composto também tendem a mostrar resistência a outros compostos com mecanismo de ação semelhante. Há ainda os derivados do ácido ariloxifenoxipropiônico, também conhecidos como ésteres do ácido oxifenoxipropiônico, pois herbicidas atuais são ésteres. Sua estrutura básica é de um anel fenil com duas pontes de oxigênio, uma ligando a um radical aril (cíclico) e outra a um éster do ácido propiônico. Quando o aril é um fenil, os produtos aproximam-se dos difeniléteres. Todos os produtos são quirais e apresentam isômeros. Para alguns já foram isolados os isômeros ativos, tendendo novos herbicidas com eficiência em menor dose que os compostos recêmicos. Alguns produitos comerciais apresentam o acréscimo de um antídoto para melhorar a seletividade a uma cultura. Esses produtos, apresentados na for-
ma de ésteres, são inativos até serem hidrolizados, do éster para o ácido. Enzimas esterases são comuns nas plantas e muitas gramíneas efetuam rapidamente essa hidrolização. A partir daí inibem a enzima ACCase, com resultados semelhantes ao que acontece com as ciclohexanodionas, com cuja sintomatolgia, aliás, se confunde. Quanto à seletividade, algumas plantas, por seus enzimas, efetuam uma hidrolização no anel fenil. Os compostos resultantes então são conjugados com açúcares, sendo armazenados nos vacúolos e ficando indisponíveis para os processos metabólicos. Plantas tolerantes efetuam a hidroxilação com maior velocidade que a hidrolização e por isso o herbicida é inativado antes que provoque a fitotoxidade. Os herbicidas desse grupo são graminicidas muito seletivos. A resistência ocorre em situação muito semelhante à dos herbicidas a base de ciclohexanodionas. Kurt G. Kissmann, Consultor No próximo número:
A inibição da ALS
Nossa Capa pragas
Quando as plantas pedem
SOCORRO P
lantas também pedem socorro. Em resposta ao ataque de insetos, as plantas emitem misturas voláteis que funcionam como guias para os insetos predadores. Mais ainda. Essas guias, conforme demonstrado em pesquisa realizada pesquisadora Consuelo M. de Moraes, do Departamento de Entomologia da Universidade da Geórgia, Estados Unidos, transmitem informações específicas sobre a praga ao predador. A emissão de sinais que mos-
to da vespa parasita Cardiochiles nigriceps. Plantas de fumo, algodão e milho foram expostas a ataques de Heliothis virescens e Helicoverpa zea. De acordo com Consuelo de Moraes, os sinais emitidos pelas
Em resposta ao ataque de insetos as plantas emitem misturas voláteis que atraem predadores tram a esses a localização do hospedeiro é importante para o sucesso da reprodução dos parasitóides e para a defesa da planta. A produção e o lançamento desses compostos são ativados, pelo menos em parte, por uma substância da secreção oral dos herbívoros. Um dos estudos realizados sobre o assunto abordou o comportamen-
plantas foram altamente específicos, indicando ao predador qual a praga que atacava. Resposta Do fumo
Em testes de campo, as fêmeas de C. nigriceps distinguiram entre o odor emanado de plantas de fumo infestadas pelo seu hospedeiro (H.
virescens) e as infestadas por H. zea. Consuelo explica que as vespas escolheram as plantas atacadas por H. virescens em 164 de 198 visitas. Essa preferência persistiu quando as larvas e as folhas danificadas foram retiradas da planta. Mesmo neste caso, em 38 de 42 visitas as vespinhas escolheram as plantas em que estava o seu hospedeiro. O teste foi repetido cinco vezes; os resultados semelhantes. Testes de cromatografia gasosa revelam diferenças nas proporções das substâncias emanadas das plantas de fumo. Oito combinações de compostos foram lançadas constantemente no ar, tanto em ataques de H. zea quanto em ataques de H. virescens. Todavia,
cinco destas substâncias apresentaram concentrações mais altas sob o ataque de H. virescens, embora o nível de dano tenha sido semelhante em ambos os casos. Testes em Algodoeiro
Consuelo comenta que os resultados anteriores não eram conclusivos com relação ao motivo que leva o C. nigriceps a escolher as plantas de fumo atacadas por H. virescens. Ela aponta que se poderia atribuir tal preferência a um aumento da emissão de compostos voláteis mais do que à diferenças específicas na sua composição. Para sanar a dúvida foram conduzidos testes com algodoeiro, cultura que emite quantidade de composto semelhante sob o ataque das duas pragas. Como ocorreu com o fumo, as vespinhas apresentaram nítida preferência pelas plantas atacadas por H. virescens (49 de 70 visitas, em três repetições).
Os inimigos naturais auxiliam a sanidade das plantas sem aumentar os custos para o produtor
Da mesma forma, quando as larvas e as folhas danificadas da planta foram retiradas, continuaram as vespinhas preferindo as plantas onde antes havia H. virescens (19 de 25 visitas, em três repetições do teste). Assim, conclui-se que C. nigriceps pode distinguir entre as
tinham sob H. zea. Por outro lado, sob ataque de H. zea outros quatro componentes foram aumentados na fórmula. Como sete desses componentes (dois em H. virescens e quatro em H. zea) são biossintetizados em resposta ao ataque de insetos, pode-
A emissão de sinais que indicam a localização do hospedeiro é importante para a reprodução dos parasitóides plantas atacadas pelo seu hospedeiro tanto com base nas informações das partes atacadas quanto das partes sãs. Testes da cromatografia gasosa apresentaram resultados semelhantes. Embora a quantidade total de composto emitida pelas plantas não tenha variado sob o ataque das duas pragas, sua composição alterou-se. Sob o ataque de H. virescens, cinco componentes liberados apresentaram concentração maior do que
se afirmar que as plantas produzem compostos distintos em resposta a diferentes insetos. Mais ainda, os compostos específicos produzido sob presença de insetos apresentam diferenças significativas, percebidas pelos inimigos naturais desses agressores. Para Consuelo, esses resultados confirmam que o parasitóide C. nigriceps utiliza os sinais emitidos pela planta para distinguir entre as infestações de H. virescens e de H. zea.
Nossa Capa continuação
A reação dos vegetais A idéia que temos de que as plantas são organismos passivos inteiramente à mercê das pragas, está com os dias contados. Até agora tem sido estudadas as relações lineares de planta-praga e praga-inimigo natural. Mas recentemente estão sendo descobertos cada vez mais exemplos de existência de relação plantainimigo natural, fechando-se um triângulo nas relações entre esses organismos. Plantas de citros atacadas por cochonilhas (insetos pardos) atraem Coleópteros predadores (insetos brancos)
Plantas atacadas por pragas defendem-se emitindo produtos voláteis que atraem os inimigos naturais dessas pragas. A vespa parasitóide Cotesia marginiventris é atraída pelas plantas atacadas pelas pragas, mas não pelas plantas danificadas mecanicamente. Somente quando danificadas pelas pragas é que as plantas produzem compostos para atrair inimigos naturais. A vespa Microplitis demolitor é atraída a plantas de feijão caupi quando criada em pragas que se alimentaram dessas
plantas. Vespas criadas em pragas alimentadas com dieta artificial não são atraídas ao feijão caupi. Quando as vespas imaturas parasitam pragas que estão se alimentando do feijão caupi, adquirem alguma forma de condicionamento transferido pela planta. Ao se tornarem adultas, essas vespas vão procurar a planta onde há maior probabilidade de encontrar a espécie de praga onde havia se criado quando imaturas. Obviamente esse condicionamento não ocorre quando a vespa é criada em
praga alimentada com dieta artificial. O condicionamento dos inimigos naturais pode ocorrer durante a primeira oviposição. A vespa Cotesia marginiventris é parasitóide das pragas do milho, as lagartas Spodoptera frugiperda e S. exigua. Se a vespa tiver ovipositado previamente em S. frugiperda, procurará plantas de milho atacadas por essa espécie de praga e não será atraída a plantas de milho atacadas por S. exigua. Se tiver ovipositado previamente em S. exigua será atraída ao milho atacado por essa espécie de
Manejo Ecológico de Pragas CONSULTORIA T REINAMENTO PESQUISA GRAVENA - Manejo Ecológico de Pragas Agrícolas Ltda. - Chácara Paulista Rodovia Deputado Cunha Bueno, SP 253, km 0.7, 14870-000, Jaboticabal/SP, Fone/Fax: (16) 323-2221 e-mail: gravena@asbyte.com.br
Congresso praga e não ao milho atacado por S. frugiperda. Os ácaros fitófagos Panonychus ulmi e Tetranychus urticae são pragas da macieira. Os ácaros predadores Amblyseius potentialle e A. finlandicus são atraídos a macieiras atacadas por P. ulmi mas não a macieiras atacadas por T. urticae. As macieiras atacadas por P. ulmi emitem compostos que atraem inimigos naturais específicos dessa praga. A macieira é capaz de reconhecer a espécie de ácaro que a está atacando e de produzir compostos específicos para atrair os inimigos naturais específicos da praga, que são os mais eficientes no controle biológico. Plantas de algodão atacadas pela lagarta Heliothis virescens produzem compostos voláteis que atraem o inimigo natural específico da praga que é a vespa Cardiochiles nigriceps. Essa vespa não é atraída a algodoeiro atacado pela lagarta Helicoverpa zea que não lhe serve de hospedeira.
entomologia
ACTA
Hora de apresentar o seu trabalho Pupas de Tachinidae sobre uma lagarta
A vespa Microplitis croceipes é parasitóide da lagarta H. zea mas não da lagarta Spodoptera exigua. A vespa consegue distinguir algodoeiro atacado por H. zea de algodoeiro atacado por S. exigua. Porém, não é
Helicoverpa zea atacando espiga de milho
capaz de distinguir plantas de feijão caupi atacadas pela H. zea de feijão caupi atacado por S. exigua. Essa diferença poderia se residir no fato de o algodoeiro ter mecanismo de defesa contra pragas mais evoluído que o caupi ou o parasitóide ter maior facilidade de distinguir o seu hospedeiro específico localizado no algodoeiro que no caupi. O parasitóide produz maior número de ovos quando criado em H. zea alimentado com algodoeiro que em H. zea alimentado com caupi. A qualidade nutricional da praga alimentada com algodoeiro é superior que a da praga alimentada com caupi. Plantas atacadas por tripes emitem produtos voláteis que atraem ácaros predadores. Plantas atacadas pelo ácaro rajado T. urticae atraem percevejos predadores antocorídeos. Atraindo os inimigos naturais, a planta se beneficia com a redução do ataque de pragas e os inimigos naturais se beneficiam com a obtenção de hospedeiros e/ou presas, havendo assim, uma relação de mutualismo entre plantas e inimigos naturais. Futuros programas de controle biológico deverão levar em conta não apenas a existência, mas também a conservação e a estimulação desse delicado equilibrio da natrueza. Maria Aico Watanabe, Embrapa Meio Ambiente
O
prazo final para mandar resumos de trabalhos para apresentação no XXI Congresso Internacional de Entomologia encerra dia 28 de fevereiro. A Comissão Organizadora avisa que a data refere-se à chegada do trabalho, não à postagem. Não há número máximo de trabalhos por pessoa, desde que o Comitê Científico os aprove. Todos os trabalhos deverão ser escritos em inglês e só serão considerados mediante a inscrição dos autores no evento. Por isso, recomenda-se a remessa de cópia do registro de pagamento da inscrição juntamente com o material. Forma dos Arquivos Os resumos serão diagramados nos anais a partir dos arquivos remetidos pelos autores. Assim, todo o material deverá ser enviado no formato MS-Word 7.0 ou superior. Seus nomes obedecem à seguinte regra: nome e sobrenome do autor acrescido de numerais. Exemplo: (joao-silva1.doc). A fonte padrão é Times New Roman, corpo 10, espaçamento simples entre linhas, sem tabulação no início de parágrafos e os
textos têm de estar justificados à esquerda e à direita. Também o formato da página será padrão. Isso pode ser acertado no menu arquivo , opção configurar página . Seu tamanho total é 12 x 17cm. Margens: superior 2cm, inferior 8.4cm, esquerda 2cm, direita 7.6cm. A Comissão Organizadora informa que não há disponibilidade de pessoal para corrigir eventuais falhas e portanto pede atenção ao gravar os arquivos.
Silva), tudo em negrito. Em casos de múltiplos autores, virgulas separam os nomes, sendo que entre os dois últimos usa-se o caracter & . Títulos acadêmicos e funções profissionais são dispensáveis. Após cada nome, em sobre-escrito, vai o numeral correspondente ao endereço de contato. Ao mencionar e-mail, deve-se escrever E-mail .
Forma de Envio A Comissão Organizadora pede que os arquivos sejam enviados Títulos e por e-mail, mas alerta para ataNomes char os arquivos e não colocá-los Os títulos terão letras em caixa no corpo da mensagem. O e-mail alta, em negrito, com o mesmo deverá ser mandado corpo e tipologia para: do texto, além de ice@sercomtel.com.br, justificação à O prazo para a sendo que no campo esquerda e à entrega de assunto deve-se direta. Recomentrabalhos encerra no dia 28 de escrever Abstracts , da-se não utilizar fevereiro sem as aspas. Isso abreviaturas. porque haverá seleção Nomes científicos eletrônica dos e-mails devem estar em e quem utilizar outra denominaitálico e negrito. Entre a linha do título e o nome ção corre o risco de extraviar textos. dos autores deve haver uma linha Maiores informações e instruem branco. ções complementares podem ser Nomes de autores devem ter as conseguidas através da internet iniciais abreviadas, em caixa alta, (www.embrapa.br/ice). e o sobrenome por extenso (J. C.
Armazenamento trigo
Elas comem no armazém
Existem dois importantes grupos de pragas que atacam o trigo armazenado, que são os besouros e as traças. Nos besouros encontram se as pragas: besourinho dos cereais (Rhyzopertha dominica), gorgulhos (Sitophilus oryzae e S. zeamais), Cryptolestes ferrugineus, Oryzaephilus surinamensis e Tribolium castaneum. As espécies de traças mais importantes no trigo são: Plodia interpunctella, Sitotroga cerealella, Ephestia kuehniella e Ephestia elutella. Dentre estas pragas, R. dominica, S. oryzae, S. zeamais e Plodia interpunctella, são as mais importantes economicamente, e que justificam a maior parte do controle químico praticado nas unidades armazenadoras
A
Rhyzoperta dominica (Col., Bostrychidae), ou besourinho dos cereais, possui um elevado potencial de destruição dos grãos de trigo, pois é capaz de destruir de cinco a seis vezes seu próprio peso em uma semana. É uma praga primária interna, constituindo-se a principal praga de trigo no Brasil, devido à alta densidade populacional com que ocorre e a grande dificuldade de eliminar os prejuízos causados aos grãos. A praga destrói consideravelmente os grãos, deixando-os bastante perfurados e com grande quantidade de resíduos na forma de farinha, decorrente do hábito alimentar. Tanto os adultos como as larvas causam danos aos grãos armaze-
nados e possuem um grande número de Medidas hospedeiros. Adapta-se rapidamente as de Controle mais diversas condições climáticas e soPara realizar o controle das pragas é brevive mesmo em extremos de tempe- de extrema importância que se faça o ratura. manejo adequado dos diversos fatores O Sitophilus oryzae e S. zeamais (Col., que influem na eficiência do controle. AsCurculionidae) , ou gorgulho dos cere- sim a correta identificação da praga, o ais, são pragas primárias internas, de tipo de unidade armazenadora, as congrande importância, pois podem apresen- dições de aplicação do inseticida, a efitar infestação cruzada, ou seja, infestar ciência dos inseticidas empregados, o os grãos no campo e também no arma- monitoramento das pragas e a resistênzém. Apresenta elevado potencial de re- cia da população de pragas aos inseticiprodução, possui muitos hospedeiros, das em uso, devem ser considerados na como trigo, milho, arroz, tomada de decisão do cevada, triticale etc., e atamétodo de controle. ca toda a massa de grãos, A resistência em Se o período de nela penetrando. Tanto as pragas de produtos ararmazenamento for larvas como os adultos mazenados no Brasil superior a três são prejudiciais e atacam tem assumido grande meses, aconselha-se grãos inteiros. A postura importância nos últitratamento é feita nos grãos; as larvas, mos anos e esta já foi preventivo após se desenvolverem no registrada para as digrão, saem deste para emversas espécies aqui pupar e transformarem-se citadas. Atualmente o manejo da resisem adultos. Os danos se verificam na re- tência no ambiente de armazenagem de dução do peso e da qualidade do grão. grãos é uma prática essencial, pois é Já a Plodia interpunctella (Lep., Pyra- muito dificil controlar uma praga depois lidae), a traça dos cereais, é praga de su- que esta se tornou resistente a um quíperfície da massa de grãos, considerada mico. O manejo adequado pode reduzir primária externa, e não causa prejuízos o número de espécies resistentes ou no no interior do trigo armazenado a gra- mínimo retardar o problema da resistênnel, pois seus danos se limitam à super- cia. fície exposta da massa de grãos. No caso Para obter êxito no controle das prade grãos armazenados em sacaria, os pre- gas do trigo armazenado faz-se necessájuízos são maiores, em decorrência da rio o uso de medidas de higienização e maior superfície exposta. Esta praga pos- limpeza, tratamento preventivo ou curasui a característica de se alimentar, pre- tivo com o uso de inseticidas, e o moniferentemente, do embrião dos grãos. toramento da massa de grãos.
no armazém. Tratamento Para que o expurgo seja eficiente é preventivo Após os grãos terem sido limpos e essencial que o local a ser expurgado secos, expurgados ou não, dependendo permita vedação completa. O gás introda infestação inicial, deverão ser guar- duzido no interior da massa de grãos dados em armazéns previamente higie- deve ficar naquele ambiente na concennizados, por um período variável, de- tração letal para as pragas; assim, qualpendendo do consumo e do interesse de quer saída ou entrada de ar deve ser vedada sempre com materiais próprios, cada armazenador. Se o período de armazenagem for su- como a lona de expurgo, não porosa. perior a três meses, aconselha-se fazer Para grãos ensacados, é essencial a colocação de cobras de o tratamento preventivo areia ao redor das pidos grãos para proteção lhas sobre as lonas de A resistência contra as pragas. Esse expurgo, para melhorar em pragas de tratamento consiste em a vedação. O inseticida produtos aplicar inseticidas líquiindicado para o expurarmazenados dos ou o pó inerte a base go de grãos de trigo, tem aumentado de terra de diatomáceas pela eficiência, facilisobre os grãos, no modade de uso, seguranmento de carregar o arça de aplicação e vermazém, na correia transportadora, e satilidade, é a fosfina. homogeneizá-los, de forma que todo o grão receba o inseticida. Este inseticida Monitoramento protegerá o trigo contra o ataque das prada massa gas que tentarão se instalar na massa de O sistema de acompanhamento das grãos. Recomenda-se o uso de um insepragas que ocorrem na massa de grãos ticida organofosforado, pirimiphos-mearmazenados é de fundamental importhyl (Actellic) ou fenitrothion (Sumigran), e um inseticida piretróide, bifen- tância, pois irá detectar o início da inthrin (ProStore) ou deltamethrin (K-Obi- festação que poderá alterar a qualidade ol). Ainda pode-se usar o pó inerte a base final do grão. O sistema de monitorade terra de diatomáceas (Insecto), para mento instalado deve contemplar um prevenção do ataque de pragas e dos da- método eficiente de amostragem de insetos, de medição da temperatura e da nos nos grãos. umidade do grão. Este método adotado, associado à periodicidade das visitas de Tratamento inspeção das armadilhas de captura de curativo A fumigação ou expurgo é uma téc- pragas e da massa de trigo armazenado, nica empregada para eliminar qualquer irão garantir a isenção de insetos vivos infestação de pragas nos grãos, median- no momento da comercialização do trite o uso de gás. Este deve ser realizado go. Isto garantirá o alto padrão de qualisempre que houver infestação, seja em dade do armazenamento do grão, eviproduto recém-colhido infestado no tando perdas. campo, ou mesmo após período de ar- Irineu Lorini, mazenamento em que houve infestação Embrapa Trigo
Informe especial Monsanto
ção, controla com máxima eficiência as plantas daninhas de folhas largas e estreitas. Para o café o procedimento é semelhante, com as mesmas propriedades e períodos do citrus, na primeira e na segunda aplicação. A diferença vem apenas com a terceira aplicação na colheita direta (arruação química), que propicia uma maturação mais uniforme dos grãos de café, sem queda das folhas dos ponteiros e ganhos na qualidaom três aplicações durante de do café colhido. Além disto, todo o ano, tanto as plantanesta última aplicação a Trapoerações de café, quanto as de citrus, ba, uma das conseguem ficar livres da piores plantas mato-competição e daninhas para o Com o novo diminuem o número de café, é eliminada sistema o operações dentro da completamente. agricultor pode propriedade, o que lhes Além dos economizar até US$ garante uma produção ótimos resulta277 por hectare muito maior e com dos e segurança melhor qualidade. O oferecidos pelo resultado são lucros novo Sistema consequentemente superiores. Roundup Multiação, o principal No caso de citrus, a primeira atrativo deste lançamento é a aplicação é feita logo após a florapossibilidade de aumento nos da, garantindo que uma maior rendimentos (Ver Tabelas). quantidade de flores venham a No caso de citrus, a economia formar frutos. A segunda aplicação, do Sistema Roundup Multiação que deve ser feita no enchimento, aparece com a substituição de permite o desenvolvimento de quatro roçagens e a eliminação da frutos maiores, enquanto a última gradagem de inverno, combinados aplicação, ainda antes da maturacom um perfeito controle das plantas daninhas em faixa e meio de ruas. Levando-se em conta o aumento da produtividade e a redução das etapas de trabalho e mão-de-obra, o agricultor consegue um ganho bruto de aproximadamente US$ 121,00 por hectare. Já com o café, os ganhos podem ser ainda mais significativos, pois processos que antes despendiam muito tempo e mão-de-obra, agora podem ser substituídos pela adoção do sistema. Além da eliminação da roçadeira, as duas etapas mais caras e demoradas do controle das plantas daninhas foram eliminadas. A arruação, com o arruador ou com a enxada, e a posterior esparramação, agora são coisas do passado. O ganho chega a US$ 277,00 por hectare.
Novo herbicida traz ganhos ao produtor Qualquer produtor rural sabe o prejuízo que as plantas daninhas trazem para o seu bolso.Todos sabem que a água e os nutrientes absorvidos pelas plantas daninhas, acabam sendo o fator de maior desequilíbrio no crescimento e desenvolvimento de árvores produtivas. Mas agora esse problema é atacado de frente com o lançamento do novo Sistema Roundup Multiação, desenvolvido pela Monsanto
C
Café
defensivos
vence muito cedo, permitindo à praga refazer a população, atingindo níveis de danos econômico em fevereiro e março, o que obriga o cafeicultor a complementar o tratamento com uma a três pulverizações foliares com inseticidas específicos, fato este que gera um aumento de consumo de mão-de-obra e defensivos, onerando o controle da praga. Além desse inconveniente, é prelguns cuidados do cafeicultor bicho mineiro, a maneira mais eco- ciso considerar também que esse trapodem diminuir os gastos nômica e eficiente, que traz mais be- tamento complementar por pulvericom mão-de-obra e aplicação de in- nefícios ao consumidor é a forma de- zações foliares aumenta o nível de sumos agrícolas principalmente sassociada de aplicação de produtos. agressão ao meio ambiente, afetando com o uso de fungicidas e inseticidas E vamos aos por quês!!! O fungicida o controle biológico das pragas, prin sem desproteger a lavoura de pra- deve ser aplicado sozinho entre ou- cipalmente do bicho mineiro. O uso gas como o bicho mineiro e doenças tubro e dezembro, na quantidade in- intenso de pulverizações inseticidas como a ferrugem. dicada tecnicamente, fazendo assim nas folhas do cafezal, mata os insetos A ferrugem é responsável por até o controle da ferrugem na época corque são predadores 80% de queda de do bicho mineiro, produção dos pés diminuindo a eficiJacto de café e o bicho ência no controle mineiro, por final da praga. 55%, o que acarPara a alternatireta prejuízo cerva de controle deto para o cafeisassociado, como o cultor. O controinseticida é aplicale destas pragas e do tardiamente, é doenças deve ser necessário optar feito anualmente, por produtos mais principalmente solúveis, como o nos estados de Aldicarb e o CarMinas Gerais, bofuran, para gaSão Paulo, Paraná rantir a eficiência e Espírito Santo, no controle do bique juntos rescho mineiro. pondem por cerPortanto, em reca de 90% da sagiões onde o bicho fra de café brasimineiro exige maileiro, estimada ores cuidados, por para 99 em 24 Deve-se fazer as pulverizações apenas no momento necessário, para não eliminar insetos questões climátimilhões de sacas. cas, o controle deHoje em dia o sassociado é inteagricultor tem ressante pelo fato duas opções de aplicação de granula- reta, com amplas possibilidades de de diminuir a agressão ao meio amdos sistêmicos de solo em café: ou inibir a evolução da doença durante biente, diminuir custos com mão-decompra produtos completos, onde já todo o ciclo vegetativo do cafeeiro, obra e produtos e, finalmente, aumenvêm misturados o fungicida e o inse- garantindo uma boa florada e uma boa tar a eficiência do tratamento contra ticida (que recebem nomes técnicos produção no ano agrícola seguinte. o bicho mineiro, mantendo o alto níIsto vai possibilitar usar o insetide triadimenol + disulfoton ou cyprovel de controle da ferrugem e outras conazole + disulfoton) ou são encon- cida granulado mais tarde, prolon- pragas, como as cigarras, cochimilhas trados de forma desassociada, ou seja, gando o período de proteção da lavou- de raiz e algumas espécies de nemao produtor compra o fungicida e o in- ra do ataque do bicho mineiro. Com tóides. o uso dos dois produtos juntos, o que seticida separadamente. Em certas regiões, onde as condi- acontece é que o agricultor aplica os ções climáticas favorecem muito a dois no início de outubro, e o efeito Edson Gil de Oliveira, evolução tanto da ferrugem quanto do de proteção contra o bicho mineiro CATI
Quando misturar não é bom negócio A
Soja
pragas
Fotos CNPSo
A lagarta-da-soja é um dos desfolhadores mais freqüentemente associado com a cultura da soja no hemisfério ocidental e encontra-se distribuída em toda a região produtora dessa oleaginosa do continente americano. Porém, nos Estados Unidos não é tão importante como na América do Sul. No Brasil, é o principal alvo das aplicações de inseticidas, portanto é considerada uma praga-chave na cultura da soja. Normalmente, nos anos mais secos os problemas de lagarta são maiores, provavelmente, pela reduzida ação de um dos seus inimigos naturais mais importante, o fungo Nomuraea rileyi e pelo fato que, sob condições de seca, as plantas de soja toleram menos a desfolha.
Essa lagarta gosta de soja! O
s ovos medem aproximada- 12 e 14 dias. Normalmente, a eclosão sas, mas tem sido encontrada, com mente 1 a 1,4 mm de diâme- ocorre após 3 dias da oviposição, mas menor freqüência, alimentando-se de tro, são esféricos com base plana e de com baixas temperaturas pode ocorrer plantas das famílias Gramineae, como cor verde claro, são colocados entre os após 7 dias. A estado larval demora 14 arroz e trigo e Malvacea, como o algopêlos da planta. A lagarta apresenta cor a 18 dias dependendo da temperatura. dão, entre outras. geral verde, com listras brancas longi- No final do último estádio larval, as laNormalmente na região central tudinais ao corpo. Quando em altas po- gartas adquirem uma coloração casta- (Mato Grosso do Sul) os picos de denpulações, as lagartas geralmente se tor- nha com tonalidade nam pretas, mantendo as listras bran- cor de rosa, jogando-se ao solo. cas ao longo do corpo. Esta fase Possuem quatro pares é chade patas abdominais, As larvas mada de além de uma anal. Nos completamente p r é primeiros estádios apadesenvolvidas pupa. rentam possuir apenas medem 50 mm de As préduas, podendo ser concomprimento pupas fundidas com lagartas reagem falsas medideiras. As larvas completamente desenvolvidas ao contato com movimentos de contorção medem 50 mm de comprimento. A pupa é de cor marrom. A colora- violentos, o que é uma ção dos adultos é variável, podendo ser forma de defesa. A fase encontrados espécimes cinza, marrom, de pupa transcorre no bege ou com tonalidades de azul claro. solo, durante 7 a 11 A envergadura das asas é de 30 a 38 dias, a uma profundimm. A identificação é possível pela dade variável, porém presença de uma linha unindo as pon- não superior a 5 cm. A tas dos pares de asas e a presença de temperatura ótima de pequenas circunferências esbranquiça- desenvolvimento é de das próximas das margens externas da a p r o x i m a d a m e n t e face ventral do segundo par de asas. 27°C. O tempo de desenvolvimento desde a Biologia fase de ovo até a fase do inseto adulta é de 31 a 46 dias, A oviposição desta espécie ocorre dependendo principaldurante a noite, com o pico entre 21 e 23 horas. Os ovos são colocados solitá- mente da temperatura. A lagarta-da-soja rios sobre o caule, pecíolos ou na fase abaxial dos folíolos. A mariposa, du- também se alimenta de rante sua vida de aproximadamente 20 outras espécies vegedias, pode colocar em média 400 ovos tais, tendo preferência e seu período reprodutivo dura entre por plantas leguminoA lagarta da soja causa danos por redução de área foliar
Lagarta com sintomas da doença branca, causada pelo fungo Nomuraea rileyi
sidade populacional ocorrem em meados de dezembro, no Paraná a finais de dezembro e início de janeiro e no Rio Grande do Sul, nos meses de fevereiro e início de março. Danos causados A maior parte das vezes a lagartada-soja é encontrada na parte superior das plantas alimentando-se dos folíolos mais tenros da soja. A lagarta da soja causa danos por redução da área foliar. Nos estádios iniciais se alimenta das áreas internervais, formando orifícios de bordas irregulares de tamanho pequeno a médio e nos estádios mais tardios e em populações elevadas pode consumir as folhas inteiras. A capacidade de alimentação durante o período larval é aproximadamente 100 cm2 da área foliar por larva, sendo que 98 % do consumo ocorre nos três últimos estádios larvais. Normalmente, a lagarta consome os folíolos novos, mais tenros. Em condições favoráveis, este inseto pode causar desfolha total em áreas extensas. Ocasionalmente, a densidade pode atingir mais de 200 lagartas por pano de batida, mas densidades desta magnitude não são comuns. Na parte central da Argentina esta lagarta pode ser encontrada alimentando-se de vagens da soja. Amostragem populacional A amostragem pode ser realizada utilizando o pano de batida, que con-
Para realizar a recomendação da aplicação de inseticidas, deve ser considerado o estádio fenológico da soja, o nível populacional e a porcentagem de desfolha. Antes da floração a soja possui a capacidade maior de tolerar o desfolhamento. Desta maneira, durante no estádio vegetativo recomenda-se aplicar inseticidas quando a população média atinge 40 lagartas grandes (maiores de 1,5 cm) por pano de batida e o nível de desfolha é de 30 %. Após a floração, não se deve permitir desfolha superior a 15 %, considerando o mesmo nível populacional. Em anos úmidos, os agricultores mais experientes podem evitar a aplicação de inseticidas quando verificam o aumento progressivo da incidência de N. rileyi. O tamanho das lagartas é considerado importante pois o consumo é muito maior após o terceiro instar, quando a o tamanho é de 1,5 cm. O momento de controle, quando é utilizado o Baculovirus anticarsia, difere da aplicação de inseticidas convencionais ou Bacillus thuringiensis. Assim a aplicação de B. anticarsia deverá ser realizada quando o numero de lagartas por pano de batida for de 40 lagartas pequenas, menores de 1,5 cm.
siste em um pano de 1 m de comprimento por 0,5 m de largura. Ao longo das bordas são colocados os suportes (cabo de vassoura) de 1,20 m de comprimento. O pano enrolado é aberto entre duas fileiras de soja rente ao chão, sem perturbar as plantas. Rapidamente, inclinam-se as plantas das duas linhas sobre o pano, batendo-se com vigor as plantas de soja , com a finalidade de derrubar os insetos que se encontram sobre elas, para o pano. Uma vez realizada esta operação, os insetos são Controle contados. Para estimar a químico população de uma área O controle químico Na maior parte das deverão realizar-se amosdeste inseto é fácil, por vezes, a lagarta é tragens em diversos ponser suscetível a diverencontrada na tos para saber sua distrisos grupos de inseticiparte superior da buição e densidade médas, ainda em baixas planta dia. Normalmente, as ladosagens. Por esse mogartas encontram-se distivo, inseticidas de baitribuídas de maneira hoxa toxicidade podem ser utilizados obmogênea dentro da área. tendo-se níveis de controle satisfatório. Devido a que as aplicações de inseMomento ticidas de amplo espectro como fosfode controle rados e piretróides na etapa inicial do A soja possui a capacidade de su- ciclo da cultura podem favorecer o surportar elevada desfolha, principalmen- to de ou ressurgência de pragas postete durante o período vegetativo e, se as riormente, é recomendável realizar a condições de umidade são boas, é pos- aplicação de inseticidas seletivos, isto sível aguardar o momento oportuno é que afetam principalmente a lagarta(densidade recomendada) para o con- da-soja. Entre os químicos de maior setrole, tolerando perda de 30 % da área letividade pode-se mencionar os profoliar. Freqüentemente, a parte superi- dutos fisiológicos que atuam interferinor da planta apresenta a maior desfo- do no desenvolvimento normal da lalha portanto a determinação da porcen- garta, à base de compostos como ditagem de desfolha deve ser realizada flubenzuron, triflumurom, lufenurom, considerando a planta toda. tebufenozide, metoxifenozide. Esses
Soja Cultivar
Daniel ensina como controlar a lagarta da soja
produtos e os inseticidas biológicos apresentam uma seletividade tal, que sua ação complementa a ação dos inimigos de ocorrência natural, na cultura da soja. Controle natural Entre os inimigos naturais mais importantes da lagarta-da-soja destaca-se o fungo causador da doença branca, Nomuraea rileyi, que é o mais difundido. Esse fungo em anos úmidos apresenta um efeito espetacular, dizimando as populações rapidamente e evitan-
do que o agricultor utilize inseticidas. ae que atacam as lagartas sem ter preA ocorrência elevada deste fungo pode ferência por um determinado estádio. reduzir as populações em mais de 90% Entre os predadores (insetos que dos indivíduos. A aplicação de fungi- se alimentam de varias presas) mais cidas pouco seletivos pode reduzir a in- comuns encontram-se diversas espécidência deste fungo na população das cies de aranhas, predadores pequenos lagartas e favorecer um aumento das como os percevejos Nabis capsiformesmas. Os fungicidas que apresentam mis, Geocoris sp. e Orius sp. e colemenor seletividade a este fungo são o ópteros como Lebia concinna e Calodifenoconazole e o benomil. soma sp. Todos esses inimigos natuOs insetos benéficos que atacam a rais deverão ser preservados medianlagarta da soja podem ser divididos em te a aplicação de medidas de controparasitóides e predadores. Os parasitói- le seletivas. des são aqueles insetos que transcorrem parte de seu ciclo de vida estreitaControle mente associados com a lagarta-da-soja, induzido vivendo geralmente dentro do ovo ou Também podem ser utilizados indo corpo da lagarta (endoparasitóides), seticidas seletivos a base de produou sobre o corpo do hospedeiro (ecto- tos biológicos como o Baculovirus anparasitóide). Como exemplo, a vespi- ticarsia e a bactéria Bacillus thuringinha Trichogramma preensis (Dipel ou Thuritiosum transcorre sua cide). O baculovírus fase de larva dentro dos normalmente e utilizaO controle químico ovos da lagarta da soja. do inseto é do extraindo o vírus Esta vespinha é de tafácil devido à presente em 50 lagarsua grande manho reduzido, o tas-da-soja tipicamente suscetibilidade adulto possui 0,5 mm mortas por baculovírus de envergadura. Nor(dose por hectare) e malmente não apresenaplicando mediante os tam ocorrência muito elevada, possi- equipamentos convencionais para invelmente devido ao uso indiscrimina- seticidas. A utilização do vírus posdo de inseticidas não seletivos na cul- sui a vantagem de que entre 7 e 10 tura da soja. A pesar de não serem fre- dias após a aplicação é possível coleqüentes, recentemente, entre estes pa- tar as lagartas mortas pelo vírus. Elas rasitóides de ovos, foram encontradas poderão ser utilizadas novamente 5 espécies diferentes (dos gêneros Tri- para o controle em anos subseqüenchogramma, Telenomus e Encarsia). tes, desde que armazenadas a baixas Outros parasitóides comuns são as ves- temperaturas (-15°C). pinhas dos gênero Campoletis que tem preferência por lagartas pelos primei- Daniel R. Sosa Gómez, ros estádios e Microcharops anticarsi- Embrapa Soja
pragas CNPSo
O bicho assusta, mas os danos são controláveis O ataque da broca das axilas é inconstante, variando de ano para ano
E
sse inseto tanto é chamado de broca das axilas, como de broca dos ponteiros. E entre os vetustos cientistas, pesquisadores e outros colegas que gostam de nomes latinos, ela é solenemente chamada de Epinotia aporema. Com um detalhe: em latim, o ti se lê ci , então o nome lido é epinócia . Quem for buscar informações nos textos antigos, pode encontrar outros nomes científicos como Epinotia opposita, e se forem bem antigos, achará Eucosma aporema. O responsável pela denominação atual foi o cientista Walsingham, em 1914. E já que estamos falando latim, a broca pertence à família Torthricidae, onde são encontradas diversas brocas de plantas, e à ordem Lepidoptera, que é nossa velha conhecida, pois é composta de mariposas e borboletas. A broca das axilas não é muito comum nos locais de produção de soja. Ela já foi encontrada no sul dos Estados Unidos, no Chile, no Uruguai e no Brasil, mas raramente em altas populações. Aqui no Brasil, nós a consideramos uma praga secundária, porque ela não é encontrada em todos os locais de
va. Nas primeiras quatro, a cor é verde claro, mas a cabeça é de cor preta brilhante. Já na última muda, a lagarta chega a medir 10 mm, tem o corpo cor rosa ou bege, e a cabeça marrom. O tempo entre as mudas de pele depende de diversos Biologia fatores, mas no primeiro esVamos começar o ciclo da broca das axilas pelos ovos. tádio, a lagarta permanece 3Cerca de dois dias depois da 5 dias, no segundo entre 2-4 cópula das mariposas, inicia dias, e no terceiro de 2-3 dias. a oviposição. A postura é fei- O quarto é o mais curto, com apenas 2 dias, ta em forma enquanto o isolada. Os quinto é o ovos são deEla prefere mais longo, de positados nas lavouras plantadas 5 e 6 dias. Da folhas da em terrenos altos, postura até soja, especicom temperaturas eclodir a maalmente nas menores riposa decorbrotações norem entre 30 e vas. Os ovos 40 dias. medem 0,5 x Completada a fase de la0,3mm, formando uma elipgarta, vem a etapa de crisálise. Quem examinar os ovos com lupa, perceberá a cor da ou pupa, que é o período amarela pálida. A fase de ovo intermediário entre a lagarta e a mariposa, que dura 12 a dura 5 dias. As lagartinhas novas são 16 dias. Ao aproximar-se a muito pequenas (1-2 mm), transformação, a broca sai ágeis, com uma atração mui- das galerias e se dirige ao to grande pela luz. Já nessa solo, onde passa a fase de crifase pode ser observada a ten- sálida. Essa tem cor castanha dência de broquear a planta. rosada, medindo 7mm de Conforme se desenvolve, comprimento e 2mm de diâessa característica é mais metro. Ela é fácil de identifimarcante. Ela sofre 5 mudas car, não só pelas característide pele, durante a fase de lar- cas anteriores, mas porque produção de soja, e seu ataque é muito inconstante de ano para ano. Parece que ela prefere plantios de soja em maior altitude, onde as temperaturas são mais baixas, especialmente as noturnas.
olhando a pupa, percebe-se que a parte anterior do corpo é cilíndrica, enquanto a posterior é bem afilada. Ao longo do corpo encontram-se faixas de pilosidade, que são mais espessas na parte anterior do corpo, e mais raras no final do abdômen. Se você quer saber como os cientistas separam machos de fêmeas, na fase de pupa, vai precisar de uma lupa de uns 5 aumentos. Observe o abdômen, e verá que é composto por segmentos transversais (mal comparando, parece uma minhoca), que permite movimentos em todas as direções. Vá olhando até o fim do abdômen, e você vai encontrar duas situações: ou o último segmento (o sétimo) está solto, livre, e então você está observando um macho; ou ele está soldado aos anteriores, e aí se trata de uma fêmea. Simples, não? Nascem as mariposas. Aí também nós temos diferenças entre machos e fêmeas, e já que você se interessou vamos contar a história em detalhes. Se for macho, a cor da cabeça, antenas, tórax e patas (ou seja, o corpo) são cinza. As asas também são cinzentas, mas as bordas são mais escuras, e ao sol, apare-
Soja cem reflexos castanhos ou cor de cobre. Tem outros detalhes: A) Na ponta do primeiro par de asas, aparece uma mancha escura com o centro de cor preta; B)Saindo da altura da cabeça, e percorrendo toda a asa, há uma faixa curva, de cor preta; C) Depois desta, alternam-se faixas escuras e mais claras, que vão diminuindo de largura, até chegar na borda da asa; e D) O segundo par de asas é mais claro que o primeiro, com a borda bem acinzentada. Se for fêmea, a maior diferença é a presença de escamas sobre as asas. O primeiro par de asas apresenta coloração castanho acinzentado, com reflexos cor de cobre. Bem, diferenciar sexo de mariposas não é tão fácil, mas você não vai pensar que está vendo espécies diferentes. Danos A broca das axilas mais assusta do que causa danos. O primeiro ponto a considerar é que, normalmente, ela só ataca a planta enquanto houver brotações novas. Na prática, quando a planta en-
B) A lagarta broqueia ditra na fase crítica, com vagens anta, a broca das axilas ten- versos pontos da planta, de a desaparecer, porque não como pecíolos, ramos ou o caule. Nesse caso, a lagarta existem brotações novas. Os danos são de dois ti- cava uma galeria descendente, onde permanece até sair pos: A) As lagartas, especial- para empupar, alimentandomente as menores, atacam as se do interior da planta. Em brotações novas, especial- geral, a galeria começa numa mente a apical (daí o nome axila, e aí você entendeu porbroca dos ponteiros). Tece que é chamada de broca das uma teia que unindo os folí- axilas. O perigo maior está na fraolos, retardando a abertura do broto, e se alimenta dos gilização da planta, por caufolíolos. A lagarta tem uma sa da galeria, porque o ramo capacidade de consumo mui- pode romper-se com chuva to baixo. Mas o estrago que ou vento forte. Também a ela causa assusta, porque entrada da galeria, nas axilas, come 1-2 cm2 do broto, quan- se torna uma porta para ordo este tem 3-4cm2. Quando valho e chuva, criando ama folha abre totalmente, fica biente propício para prolifeencarquilhada, rugosa, com ração de enfermidades, ou contornos irmesmo para regulares, fala morte do tando 50% ou tecido por Normalmente, a mais de sua excesso de broca só ataca a planta enquanto área folhar. água. houver brotações Algumas broUm pesnovas tações danifiquisador do cadas podem Paraná, Dr. morrer. Como Edson Iede os brotos, normalmente, são (Embrapa Florestas), estudou apicais, olhando a lavoura, a a reação da planta de soja a impressão é de que o estrago um ataque de até 30% dos é maior do que realmente ponteiros, em 6 épocas de ocorreu. plantio, entre 15 de outubro
Cultivar
predadores
Fotos Sterling
Amigos que você não vê V
Gazzoni recomenda cuidados com o inseto
e 30 de dezembro. Em todos os plantios, havia uma testemunha sem ataque, e não houve diferença de produtividade entre a soja atacada e a não atacada, em qualquer das épocas. Mesmo assim, para garantia do agricultor, os pesquisadores recomendam efetuar o controle somente quando forem encontrados mais de 30% dos ponteiros da soja atacados. Para saber quais inseticidas controlam a praga, consulte o seu agrônomo.
Décio Luiz Gazzoni, Embrapa Soja
ocê acha alguns insetos pequenos? Então aumente o tamanho da lupa, porque, como dizia o meu inesquecível professor Radaelli, precisa ver o tamanho desse: os adultos das espécies do gênero Geocoris medem 3mm, as gigantes podem chegar a 4mm. Mas eles são parte daquele seu exército de aliados silenciosos, que ajudam a manter as pragas sob controle, diminuindo seu custo de produção. E, anote aí, o nome que o agricultor acabou dando percebeu que demora mais de um mês para esse predador, é o próprio nome desde que a fêmea pôs o ovo até surgir científico: Geocoris. o adulto. Mas, a partir da terceira muda Mas, se os adultos são pequenos, de pele, esses predadores ficam guloque dizer de seus ovos? Proporcionalsos, vorazes, e passam a se alimentar mente, até que nem são tão pequenos, de outros insetos, em especial as pracoisa assim de 0,9 por 0,4mm, de cor gas que atacam soja. Elas se alimentam branco-avermelhada. Na metade do pedas posturas, dos ovos, das lagartas ríodo entre a postura e a época da eclopequenas e médias, ou ninfas pequesão das ninfas, aparecem uns pontinhos nas de percevejos. vermelhos. Dez dias depois que mamãe Os adultos - que vivem entre 40 e Geocoris pôs os ovos, nascem as nin70 dias -, podem apresentar variação fas. de cor, mas são sempre escuros; tamÉ claro que as ninfas recém eclodibém são gulosos (graças ao Bom Deus!), das são pequeninas, escuras, demorane tem uma capacidade de do 10 dias para mualimentação alta para o seu dar de pele a primeitamanho. Parodiando Os adultos ra vez, e 5 dias para a aquela propaganda da GloGeocoris medem segunda muda. Entre bo, os predadores que cerca de 3 mm, os a primeira e a segunvocê não vê, comem as pragigantes chegam da muda, as ninfas gas que você também não a 4 mm podem ter cor variáverá! . Conforme a gente vel entre o marrom e vai assuntando sobre preo castanho, com aldadores, mais fácil fica engumas manchas pretas. Nesta fase, você tender porque aquela insistência em vai observar um detalhe interessante, usar inseticidas seletivos, que saiu na e entender porque os americanos chaedição de CULTIVAR de Novembro mam as espécies desse gênero de bigpassado. eyed bug , qualquer coisa como perUm dia um agricultor me perguncevejo olhudo . É que os olhos do intou o que esses insetos fazem, quando seto são desproporcionalmente grandes não tem nenhuma praga para ele coem relação ao seu corpo, parecendo mer. Foi tão eficiente que acabou com aqueles monstros de desenho animatodas as pragas. E aí? Ora, a Natureza é do de terceira categoria. extremamente sábia. Se não existir o Os terceiro e quarto ínstares duram seu alimento preferencial que são as 4 dias, e a última fase de ninfa dura 6, pragas, ele vai sugar a seiva da planta, e já tem o tamanho do adulto. Você já
Acima e abaixo, predadores do gênero Geocoris, que atacam as principais pragas da soja
sim senhor. Suga pecíolos e outros tecidos mais tenros. Mas, como esse não é o seu alimento preferido, a planta não sofre dano algum; o inseto, sim, sofre com a alimentação inadequada. Então ele sobrevive menos, e a viabilidade dos ovos postos por fêmeas sob esse estresse é inferior a 15%. Por que isso? A Natureza é sábia, lembra? Se não tem alimento adequado, para que viver mais? Para ficar sugando plantas? Não é da personalidade do predador. Para que ter uma prole grande, se não há alimento? Apenas uma prole suficiente para poder manter a espécie, enquanto aguarda ansiosamente por pragas para se alimentar. Isso é parte do tal do equilíbrio ecológico. Simples, não? Décio Luiz Gazzoni
B. Consulting
BRANDALIZZE consulting MILHO
Compradores esperando importações O milho deu um bom ano aos produtores com cotações bastante remuneradoras. Está começando um novo período que promete ser muito parecido com o anterior. A safra de verão começará a ser colhida em poucas semanas e os produtores esperam receber cotações satisfatórias. As grandes indústrias estiveram receosas com a safra e realizaram alguns contratos de importação, cujos desembarques estão previstos para este mês e alguma coisa em fevereiro. O panorama internacional mostra para a safra 99/2000 uma produção de 600,7 milhões de T frente a um consumo de 593,8. Teremos sobras e abastecimento garantido. Os produtores estão às vésperas do plantio da safrinha e agora recomendamos que tratem a safra com carinho, para que consigam boa produtividade e possam maximizar a lucratividade. O Brasil aponta safra ao redor das 32 milhões de T, e um consumo aproximado de 37, portanto com um grande déficit, que será favorável aos agricultores.
SOJA
Safra está atrasada em pelo menos 3 semanas
Normalmente em janeiro os produtores do MT, MS e PR contavam com um ganho a mais em cima da soja precoce. Neste ano poucas áreas foram plantadas dentro do prazo e muitas foram efetivadas na segunda quinzena de dezembro. Estamos com três semanas de atraso no ciclo e isso empurrará a colheita para março e abril, em alguns casos começo de maio. Com pouco produto em janeiro, complica a vida dos produtores que esperavam fazer caixa já neste começo de ano. Outro ponto importante é a safrinha do milho que vem depois da soja precoce. Lembramos que os produtores que plantarem o milho mais cedo terão maiores chances de ganhos. Colhendo a soja mais cedo, encontrará o mercado comprador. A soja segue apontando para trabalhar den46 • Cultivar
Janeiro 2000
tro de indicativos de US$ 8,00 a US$ 9,50 neste ano, com alguns momentos podendo ir acima e outros, principalmente no pico da colheita em março e abril, trabalhando abaixo no Centro-Oeste. Por enquanto a safra segue sendo apontada para cima das 31,5 milhões de T. O Quadro de oferta e demanda mundial neste ano é mais favorável que o passado, mostrando uma produção de 154,1 milhões de T, e um consumo de 155,8, baixando os estoques finais das 24 para 22,5 milhões de T.
ARROZ
FEIJÃO Demanda fraca em dezembro e pressão crescente da oferta O mercado do feijão perdeu fôlego em dezembro e com o
comércio Fotos Cultivar
Negócio da China CURTAS E BOAS ...
Pouco arroz em janeiro O mercado do arroz, que no ano passado foi bem abastecido com arroz novo já no começo de janeiro, agora estará recebendo menos produto. O plantio se deu com atraso, muitas áreas foram comprometidas pela estiagem. Até mesmo o Primavera, que é plantado no sistema de sequeiro no CentroOeste, teve problemas e mostra pouco mais de 10 mil hectares aptos para este começo de ano, contra mais de 60 mil colhidos no mesmo período de 1999. O produto irrigado do MS também terá poucas ofertas agora, o mesmo ocorrendo com produto colhido na região Norte de Santa Catarina, principalmente em Massaranduba, onde sempre ocorrem ofertas de arroz na última semana do ano e em janeiro. A disponibilidade de arroz em janeiro não irá além das 100 mil T, o equivalente a pouco mais de meia semana de consumo. Lembramos que a disponibilidade arroz da safra 98/99 é grande a ainda existem mais de 1,5 milhões de T para serem comercializadas, que poderão exercer uma pressão negativa ao setor. O plantio se deu com atraso, a safra só vira em março. Para o novo ano do arroz, se espera: oferta e demanda ajustada; cotações médias melhores.
Defensivos
TRANSGÊNICOS
O mercado gaúcho está com produto transgênico plantado, e a batalha agora passou para a Justiça, com indícios de que o problema é federal e o Estado não pode se intrometer. Nesta briga, os produtores vão com as lavouras, e provavelmente, quando sair uma solução a soja já estará colhida e comercializada. É o primeiro sinal de abertura do mercado, que poderá ocorrer oficialmente neste ano.
ARGENTINA - Os produtores de arroz deste país estão desestimulados e fontes locais apontam que a safra poderá ficar na casa das 900 mil T, contra 1,66 milhões colhidas em 98/99. aumento das ofertas forçou os indicativos para baixo, e assim começa o ano com pouca demanda e boa disponibilidade de ofertas. Para vermos reação, teríamos que ter excesso de chuvas na colheita neste mês e assim prejudicar a qualidade do produto novo. Caso contrário, não se espera reação. Os indicativos podem recuar entre R$ 10,00 e até R$ 20,00 e tudo aponta que não será um bom mês para os produtores. Neste
TRIGO -
Se o bloqueio ao frango e calçados brasileiros continuar neste ano, o trigo da Argentina deverá encontrar dificuldade para passar a fronteira do Brasil. O Canadá e os EUA já estão de olho neste mercado, que é de 5 milhões de T.
FRANGO - O setor está dando suporte ao milho. Fechou o ano passado com mais de 700 mil T exportadas e deverá crescer entre 10 e 15% neste ano, dando ao milho boas expectativas de demanda. Os produtores do milho agradecem.
momento se prepara o plantio da segunda safra, que até aqui não está muito animada. Alertamos que o quadro atual será alterado nos próximos dois meses e o feijão da segunda safra terá melhores condições de mercado e proporcionará ganhos maiores em maio e junho. Este é um bom momento para investir no feijão, grande parte da safra das águas foi comprometida.
Um grande produtor de agroquímicos está prestes a entrar no mercado brasileiro
I
mportar produtos agroquímicos chineses já não é mais uma possibilidade remota. Desde o mês passado a operação saiu do papel e empresários brasileiros já sentam à mesa com funcionários chineses de grandes empresas fabricantes. Mais, ainda, as negociações prevêem que os chineses poderão vir a receber, em troca de agroquímicos, produtos agrícolas brasileiros, ainda não escolhidos. O primeiro grande passo já foi dado por uma delegação chinesa, que veio ao Brasil, chefiada pela poderosa Li
Michael Haradom, da Aenda, Wang Qingyuna, cônsul da China, e Li Xiao Ni chefe da delegação
com vistas a futuros negócios. Os chineses, que já vendem alguns produtos ao Brasil, via tradings intermediárias, estão entusiasmados com a idéia de participar de um mercado que vem registrando crescimento anual de 12 a 15% a cada ano. Mais, ainda, o interesse cresce na medida em que a possibilidade de eliminar os intermediários e negociar diretamente representa tanto aumento de vendas quanto abertura de um novo centro abastecedor de alimentos. De acordo com Mi-
boratories Practices), que assegura o padrão internacional exigido para as transações. E demonstrou interesse em uma parceria para auxiliar na obtenção desse certificado de qualidade. Também salientou que seria conveniente a China investir para montar os dossiês relativos aos produtos, facilitando as futuras transações. É que sem os registros só é possível a importação de produtos intermediários, os princípios ativos, o que elimina da operação inúmeras pequenas empresas brasilei-
Haradom espõe à delegação chinesa as condições e o potencial de crescimento do mercado brasileiro...
Xiao Ni, vice-presidente da Câmara de comércio de Metais, Minerais e Produtos Químicos para se reunir, no Consulado Geral daquele país, em São Paulo, com empresários da Associação Nacional das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas (AENDA), sob a liderança do presidente da entidade, Michael Haradom. Oito chineses e 11 brasileiros iniciaram as conversações
chael Haradom o Brasil poderá vender tabaco, açúcar, álcool, aves e café, por exemplo, recebendo em troca produtos químicos intermediários ou fitossanitários. Michael lembrou, no entanto, que ainda há restrição a produtos agroquímicos chineses no mercado internacional por não disporem as suas indústrias de certificados de GLP (Good La-
ras interessadas em comprar. A representante chinesa, por seu turno, salientou que a sua câmara de comércio engloba mais de 2.000 empresas em condições de negociar com o Brasil. Li Xiao Ni destacou o interesse especial da China no mercado latinoamericano e portanto o desejo da missão comercial que chefiou em identificar parceiros brasileiros.
Informe técnico
Defensivos genéricos AENDA
dessecação
O financiamento e a Novos competitividade
O
s produtos fitossanitários representam um dos principais itens no custo de produção das lavouras, chegando às vezes perto de 40%. No entanto, o acesso a esse insumo é dificultado por um tímido custeio governamental, sendo que as alternativas em prática promovem mais perda de competitividade da agricultura nacional. Na safra passada as vendas dos produtos fitossanitários foram bancadas pela própria indústria fabricante em montante estimado por volta de US$ 1,7 bilhões. O faturamento dessa indústria foi de US$ 2,5 bilhões, portanto 2/3 das vendas não foram alcançadas pelo programa de custeio disponibilizado pelo governo. Para a safra 99/2000 o governo anunciou oferta de R$ 13 bilhões, dos quais cerca de R$ 8 bilhões terão juros favorecidos. São R$ 3,46 bilhões a 5,75% ao ano para o Programa Novo Mundo (Agricultura Familiar e Assentados) e R$ 4,45 bilhões a 8,75% a.a. para agricultores em geral que tiverem sorte em consegui-los. Sorte essa, quase sempre atrelada à reciprocidade e outros mecanismos seletivos bancários. As companhias de insumos, via de regra, coavalizam suas vendas e aí a seleção passa para o avalista. É regra da usura: quem pode mais tira mais. Para os infelizes agricultores que não alcançaram essa dádiva, ainda resta, no caso dos agroquímicos, a banca das empresas mais poderosas, que sob contrato de venda fornecem à prazo de safra, embutindo fator de risco entre 1,5% a 2,5% ao mês, ou seja, média de 27% a. a., pois é cálculo composto. A maior parte desse montante é oriundo de empresas que captam essas divisas no exterior a juros a 7% a. a., em média. Para o agricultor seria desejável que usufruísse das mesmas condições, através de algum mecanismo de repasse transparente. Embora a indústria esteja bancando a taxas bem mais em conta que os altíssimos juros brasileiros, é interessante esclarecer que essa diferença entre 7% ao ano e 27% ao ano, daria uma economia para os custos de produção em torno de US$ 340 milhões - US$ 1,7 bilhões bancados x 20%. Mesmo com essa ressalva, você, leitor,
pode desenvolver o raciocínio que o procedimento é salutar, em vista do governo não estar financiando toda a necessidade da agricultura a juros competitivos com os agricultores estrangeiros. Mas a aparente ajuda, tem um efeito deveras pernicioso, ela atinge diretamente as indústrias genuinamente nacionais de fitossanitários genéricos que não têm fôlego financeiro para vender a prazos longos e a juros iguais aos obtidos pelas empresas transnacionais. Resultado, o empresário nacional recua em seu espaço mercadológico, já diminuído pelo elevado custo de registro dos produtos. Não tem crédito no exterior e não há linha especial no Brasil para atender os genéricos. E, assim, desnacionalizamos também esse setor. Sem leilão. Efeitos da globalização de mão única. Abrimos as fronteiras e quando nossa agricultura quer usar a via global em sentido contrário, exportando, encontra as mais impertinentes barreiras e subsídios favoráveis aos agricultores dos países importadores. Por fim, você, leitor, deve ficar atento a mais um efeito danoso à economia nacional e ao custo da produção agrícola, qual seja a diminuição da oferta de produtos genéricos por parte da indústria autônoma aqui instalada. Um produto similar genérico - é vendido sempre 5% a 10% abaixo do preço de venda do produto referência. Com a entrada no mercado de mais competidores deste mesmo produto, a pressão é tremenda e o preço vai cedendo, em benefício do agricultor. Se tomássemos por base apenas 10% a menos no preço e tivéssemos grande parte dos produtos ofertados com produtos referência e produtos similares, a economia na safra 1998 teria sido no mínimo de US$ 250 milhões - US$ 2,5 bilhões x 10%. Fechando o raciocínio, agora faça a soma desses US$ 250 milhões com os US$ 340 milhões da diferença de juros e perceba que no mínimo a agricultura teria desembolsado, ano passado, US$ 590 milhões a menos. Um pouco mais de crédito a níveis interna-cionais e a adoção do produto similar no processo de registro, gerando uma maior oferta e uso de produtos, recolocará a agricultura nacional em patamares de competitividade mais adequados.
Material produzido pela AENDA. As opiniões manifestadas são de sua responsabilidade
falhas na aplicação. Aos 6 DAT, a soja dessecada 2,5 l/ha de Gramoxone mostrava dessecação completa e, por tratar-se de herbicida de contato, não ocorreu melhora signficativa no controle a partir desta avaliação. O arroz vermelho é uma das principais plantas daninhas do arroz irrigado no Rio Grande do Sul, e nas áreas onde é adotada a rotação de culturas arroz-soja o objetivo é minimizar a sua ocorrência. Esta era a planta daninha Cultivar predominante na área, e seu controle foi satisfatório nos tratamentos com doses de 2,5 l/ha, mas deixou a desejar quando empregada a dose de 1,5 l/ha, pois nesta situação ocorreu rebrote do arroz vermelho, que apresentava hastes verdes, emitiu novas folhas e principalmente as panículas que estavam em formação. O controle de capim-arroz foi total em todos os tratamentos com 2,5 l/ha, e de 90% quando empregado 1,5 l/ha. Não foi observado rebrote nesta planta daninha. A dessecação da cultura com 2,5 l/ ha reduziu a umidade dos grãos para valores em torno de 35% em apenas 6 dias, enquanto que na área sem herbicida o teor de umidade só atingiu o valor de 31,4% aos 14 dias após a pulverização, ou seja, a dessecação anteEugênio gerenciou a pesquisa com o herbicida cipou a possibilidade de colheita em um volume de 30 litros de calda por aproximadamente uma semana. Embohectare, adotando-se largura de faixa ra as plantas de soja estivessem secas, de 15 metros. os teores de umidade nos grãos se manPara a coleta das gotas pulverizadas tiveram elevados devido às chuvas após utilizaram-se cartões de papel sensível a dessecação. à água, através de dois processos: um As formulações avaliadas mostrapara avaliação de deposição ram densidades de gotas na área tratada, e oude gotas superiotro para avaliação da deriva de res à pulverização A dessecação da gotas fora da área pulverizade água, o que sucultura com 2,5 l/ da. ha reduziu em 35% gere que tendem a a umidade dos quebrar a calda Avaliação grãos em partículas meDo teste nores que as de As avaliações de eficiência água pura, o que da dessecação da cultura e das requer cuidados redobrados com a plantas daninhas foram realizadas aos ocorrência de deriva de gotas para fora 6 e 14 dias após os tratamentos e a co- das áreas a serem tratadas. lheita da área foi realizada quando os Os resultados da pesquisa foram grãos apresentavam 20% de umidade, apresentados no 1° Congresso Brasileie a produtividade média da área foi de ro da Cultura da Soja, em Londrina, PR, 1.500 kg/ha. e serviram para o registro do herbicida De maneira geral, o controle das Gramoxone em dessecação de soja por plantas daninhas foi uniforme nos ta- via aérea no Brasil. lhões tratados, não sendo observadas
Novidade para herbicidas dessecação de soja Os primeiros oito herbicidas do novo milênio foram apresentados em Brighton, Inglaterra, destinados especialmente a culturas de cereais e de milho. São produtos com novos princípios ativos e propriedades químicas inovadoras. Uma nova sulfuniluréia de préemergência da AgrEvo para trigo e triticale, o iodosulfuron-metil-dietil permite controlar as principais gramíneas e dicotiledôneas. Outro herbicida: o flucarbazone-sódio apresentado pela Bayer permite eliminar a aveia louca (Avena fatua) e a Setaria viridis nas culturas de trigo. Esse herbicida poderia ser a solução para problemas de resistência encontradas nessas invasoras. Para milho a Bayer prepara um antidicolédone com um pequeno efeito antigramíneas, o amicarbazone, codificado como BAY MKH 3586. Já o BAY MHK 6561, um antigramíneas de pós-emergência deverá ser usado em rotação com outros, para trigo e triticale. A BASF mostrou o seu BAS 662 H, composto de dois princípios ativos, o diflufenzopir e o dicamba, com modo de ação inovador e único. Seu principal uso será no milho, mas sua utilização em cereais e forrageiras já é estudado. Outro herbicida da BASF é o BAS 620 H, desenvolvido sobre soja, colza, ervilha e algodão para a Europa e Estados Unidos. A japonesa Ube descobriu um novo princípio ativo herbicida, a fenoxybutanamida, usado para cereais. Associado com o isoproturon, permite controlar lago espectro de dicotiledôneas. A Cyanamid apresentou um produto, ainda sem nome comercial, à base de ariloxipicolinamida para controle de dicotiledôneas em pós-emergência em cereais.
P
ulverizações aéreas de herbicidas na cultura da soja são realizadas freqüentemente, inclusive, recebendo recomendação da pesquisa oficial. Porém, um herbicida em especial, o Paraquat, não podia ser aplicado dessa forma porque o produto comercial disponível no mercado, Gramoxone, não estava registrado para tal. Isto trazia grandes limitações aos agricultores que necessitavam dessecar as lavouras, pois o tratamento por via terrestre é moroso, danifica à cultura e não pode ser realizado quando o solo está muito úmido. Uma pesquisa foi desenvolvida pelo engenheiro agrônomo Eugênio Passos Schröder, em Pelotas, RS, com o objetivo de avaliar o efeito de Paraquat na dessecação de soja infestada por plantas daninhas, bem como a deposição e deriva de gotas pulverizadas por via aérea segundo o padrão recomendado pela pesquisa oficial para o Rio Grande do Sul, visando o registro do herbicida. Métodos da pesquisa Quatro meses após a semeadura, por ocasião da dessecação, as plantas de soja apresentavam-se com altura de 60 centímetros, no estádio R7.0, com 80% das vagens perdendo a coloração verde intensa, passando a amareladas, e com 2/3 das folhas cloróticas, já em processo de senescência. As plantas daninhas mais representativas eram arrozvermelho e capim-arroz, e apresentavam uma cobertura de aproximadamente 50% da área da lavoura. As pulverizações foram realizadas por via aérea, empregando-se aeronave Ipanema dotada de barras com 46 bicos hidráulicos com pontas D8 e cores 45, posicionados a 135° (para trás) com o sentido do vôo, pulverizando-se
Arroz
doenças
Pintas indesejáveis Manchas fúngicas têm causado cada vez mais problemas nas lavouras
O
arroz constitui um dos mais de nossas culturas são conduzidas sob importantes alimentos vegetais condições de sequeiro, o que acarreta do homem, sendo um dos componen- problemas inerentes a esse tipo de cultes básicos da alimentação dos brasi- tivo, como más condições de manejo da cultura, probaleiros. Sua produção no Brabilidade de má sil é de aproximadamente 11 distribuição de milhões de toneladas, insufichuvas e maior ciente para atender a demanO uso de fungicidas pode aumentar a incidência de doda nacional, tendo nosso país produtividade deixado de ser auto suficienenças. e previnir a te nos últimos anos, imporEntre os prinesterilidade tando atualmente cerca de cipais problemas 11% do nosso consumo. A que afetam atualárea ocupada com a cultura mente a cultura do arroz é de aproximadamente 4,5 do arroz no Brasil, tanto em condições milhões de hectares, e produtividade de cultivo irrigado como de sequeiro, de 2565 kg/ha. Essa baixa produtivida- encontra-se a doença conhecida genede deve-se ao fato de que cerca de 2/3 ricamente como mancha de grãos ou
mancha de glumas. Essa doença foi considerada problema de menor importância até meados da década de 70. Entretanto, a partir daquela época, vem assumindo progressivamente posição de destaque dentre os problemas fitossanitários que afetam a cultura do arroz, com seu agravamento nos anos 80, em todas as regiões produtoras do Brasil, principalmente Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isto se deve à maior suscetibilidade da maioria das cultivares atualmente em uso. Sua ocorrência é verificada desde o período de florescimento até a maturação dos grãos, e se caracteriza por manchas nas glumas, que variam de pequenos pontos escuros a extensas áreas que podem atingir até 100% de sua superfície. Essa descoloração pode ficar restrita às glumas, ou atingir internamente os grãos. Plantas com esse tipo de infecção podem apresentar má granação e grãos de baixa densidade ou gessados, que resultam em perdas na colheita ou no beneficiamento. Mesmo quando as manchas são superficiais, restritas às glumas, são altamente prejudiciais por afetarem a qualidade do produto, reduzindo seu valor comercial. Problema na semente O problema provocado pelas manchas de grãos torna-se particularmente sério quando incide em campos de produção de sementes, obrigando o descarte de muitos lotes devido ao fato de que a maioria dos agentes causais pode ser transmitida pelas sementes. Estes patógenos podem reduzir a germinação e o vigor das sementes, podendo ocasionar também redução no desenvolvimento das plântulas. A doença manchas de grãos é de etiologia complexa e envolve geralmente vários gêneros de fungos ocorrendo simultaneamente. Entre os patógenos comumente associados aos sintomas de manchas de grãos, os que ocorrem com maior freqüência são Bipolaris oryzae, Phoma sorghina, Microdochium oryzae, Alternaria padwickii, Alternaria spp., Pyricularia grisea, Curvularia lunata e Nigrospora oryzae. Às vezes, um único gênero aparece
como responsável pelas manchas, e nesse caso a doença recebe um nome específico, dependendo do agente causal, como por exemplo brusone - ocasionada por Pyricularia grisea , mancha parda - Bipolaris oryzae , queima das glumelas - Phoma sorghina, cárie - Tilletia barclayana, falso carvão - Ustilaginoidea virens, grão preto - Curvularia lunata, etc... A ocorrência de manchas de grãos em arroz pode ter sua severidade agravada por injúrias ocasionadas por insetos, ventos fortes ou tempestades. A extensão dos sintomas ocasionados pela incidência dos fungos manchadores de grão varia grandemente de acordo com o patógeno predominante, condições climáticas e localidade. Entretanto, é bastante comum o relato de quedas na produção superiores a 20%. Métodos de Controle Entre as medidas de controle recomendadas para manchas de grãos de arroz estão a adoção de práticas culturais preventivas, a utilização de cultivares mais resistentes, e complementarmente, a aplicação de fungicidas. Medidas culturais - As práticas culturais preventivas dizem respeito principalmente à adubação equilibra-
da das plantas, tendo em vista que tan- grãos em arroz geralmente só mostra to a deficiência como o excesso de nu- efeitos positivos em casos de ataques trientes predispõe as plantas à infec- muito intensos. Por esse motivo, deve ção pelos diversos patógenos. Outra ser feito de forma restrita e acompanhaprática recomendada é a semeadura em do de análise econômica que indique a época apropriada, evitando os plantios relação custo / benefício. O emprego tardios, principalmente nas regiões Sul de fungicidas pode acarretar aumento e Sudeste, onde o final do ciclo vegeta- na produtividade por prevenir a esteritivo das plantas coincide com períodos lidade ou chochamento de grãos, fremais frios, o que aumenta a agressivi- qüente quando a incidência dos patódade dos patógenos envolvidos, e con- genos ocorre na fase de florescimento sequentemente os danos deles decor- do arroz. Entretanto, quando a incidênrentes. cia de patógenos ocorre mais tardia Cultivares resistentes - O plantio mente, após a formação dos grãos, as de cultivares com maior nível de resis- manchas ficam superficiais, restritas às tência ou tolerância é uma das medi- glumas, e nesse caso o emprego de fundas mais importangicidas não afeta a produtes de controle das tividade, melhorando enAs manchas manchas de grãos. tretanto a qualidade do tornam-se um Dentre as cultivares produto. problema maior mais plantadas atuNormalmente são recoquando atingem almente no Brasil, almendadas 2 pulverizaos campos de gumas se destacam ções. A primeira deve ser sementes por estarem apresenefetuada ao início do flotando maior nível de rescimento, quando houresistência ou tolever a emissão de, no máxirância às manchas de grãos causada mo, 5% das panículas. A segunda pulpredominantemente pelos fungos Bipo- verização deve ser efetuada aproximalaris oryzae, Microdochium oryzae e damente 15 dias após a primeira, quanPhoma sorghina, três dos patógenos do as plantas estiverem no final da mais nocivos considerando-se a desco- emissão de panículas. loração e conseqüente perda de peso É importante também, antes de se dos grãos. Essas cultivares são as se- iniciar um programa de controle quíguintes: Araguaia, mico de manchas de grãos, identificar Caiapó, Guarani, os patógenos predominantes, de maneiMetica 1 e Rio Para- ra que a escolha dos fungicidas seja naíba, representati- direcionada para os produtos químicos vas da região Centro- mais eficientes contra aqueles determiOeste; IAC 25 E IAC nados patógenos. Na impossibilidade 101, da região Sudes- dessa identificação, deve-se utilizar te; BR IRGA 409 e produtos de largo espectro, cuja ação CICA 8, da região seja abrangente aos principais fungos Sul. manchadores de grãos. O grupo de cultivares da região Cen- Vanda Malavolta, tro-Oeste apresenta, Instituto Biológico de SP de maneira geral, menores índices de severidade de doença, demonstrando que essas cultivares possuem maior nível de resistência às manchas de grãos. Controle químico - O controle químico de manchas de
Biotecnologia atualidades
Continua a guerra de informações
E
Agora se trata de uma decisão judicial. A informação partiu de grupos ambientalistas e foi divulgada por um jornal de Porto Alegre
nquanto a Monsanto do Brasil ainda espera o julgamento do seu recurso, no Tribunal Federal de Brasília, contra a decisão do juiz da 6ª Vara Federal, daquela cidade, que proibiu o plantio para fins comerciais de soja transgênica, na véspera do Natal saiu informação de que nova ação cautelar teria sido ajuizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor para facilitar a fiscalização em lavouras gaúchas. A informação não pôde ser confirmada, pois a Justiça Federal entrou em recesso, mas segundo organizações eco-
lógicas, o mesmo juiz da 6ª Vara Federal de Brasília teria determinado, em caráter liminar, o envio de funcionários do Ministério da Agricultura para fiscalizar e destruir lavouras de soja transgênica no Rio Grande do Sul. A Justiça Federal entra em recesso, por Lei, no dia 21 de dezembro e retorna em 6 de janeiro, mas nesse ano teria havido atraso no início dos feriados natalinos. De início causou estranheza a nota, que chegou a ser divulgada por um grande jornal gaúcho, por estar a ação judicial promovida pelo Instituto de Defesa do Consumidor, origem do suposto despacho, no Tribunal Regional Federal de Brasília, para julgamento de recurso impetrado pela Monsanto. Nesse caso, não poderia o juiz da 6ª Vara interferir no caso até a superior decisão. Mesmo assim o governo estadual gaúcho, que move guerra aos transgênicos, festejou a informação, disse o jornal de Porto Alegre. O despacho, no entanto, seria em nova cautelar, ajuizada apenas para determinar a fiscalização pelo Ministério, pois os agentes da secretaria estadual gaúcha haviam sido expulsos por agricultores armados. Teme-se, agora, um surto de violência no Rio Grande do Sul, pois a fiscalização, mesmo com o apoio da Polícia Federal, não seria pacificamente recebida pelos agricultores, já irritados porque o Movimento dos Sem Terra decidiu, em reunião no mês de dezembro, invadir e queimar lavouras de transgênicos. O MST, apoiado pelo governo estadual, tem contado com o apoio da própria polícia militar em suas invasões. Considerando informações de que um terço da área de soja gaúcha seria de cultivares transgênicas, a expectativa de perdas astronômicas e a defesa
das lavouras poderia ser o estopim de grave movimento. Questão formal Um dos principais pontos do recurso da Monsanto ataca a sentença do juiz de Brasília que determina a apresentação do RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) previamente para li-
Fusões Duas grandes fusões de empresas ocuparam as manchetes em dezembro: a da Novartis e a AstraZeneca, as duas líderes do mercado de agroquímicos no Brasil, formando a Syngenta, e a da Monsanto com a Pharmacia & Uphohn, no ramo farmacêutico mas com reflexos imediatos na área agrícola. Anteriormente já havia sido anunciada o negócio entre a Hoechst AgrEvo alemã e a francesa Rhône-Poulenc, de onde sairá em janeiro a Aventis, que nasce também extremamente poderosa, com negócios anuais de US$ 6 bilhões. A Novartis e a Zeneca vendem juntas US$ 211 milhões só no Brasil, com 20,9% do mercado. Já a Monsanto e a Pharmacia trocarão ações no valor de US$ 23,3 milhões e pretendem separar os negócios agrícolas (sementes e defensivos da Monsanto) criando uma nova empresa, da qual 20% das ações serão oferecidos ao público.
berar o plantio. Segundo a empresa, é preceito constitucional que uma conduta só se torna obrigatória se determinada em lei. Assim, como não há lei obrigando a confeccionar o RIMA, e nem norma que defina sua forma, pois nem os funcionários do governo sabem como fazê-lo, o juiz não poderia condicionar a liberação do plantio a uma ação prévia que ninguém sabe qual é. Além disso, a Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia, CTNBio, órgão oficial encarregado da liberação de plantios de transgênicos, não exigiu o relatório e portanto a decisão judicial estaria pervertendo a ordem legal. Por outro lado, as informações levadas pela empresa sobre a tecnologia seriam suficientes para dirimir quaisquer dúvidas. Aspectos éticos Na batalha de informações nem sempre se distribui à Imprensa a verdade. O diretor do Departamento de Reforma Agrária da Secretaria da Agri-
cultura do Rio Grande do Sul, frei Sérgio Gorgen, denunciou o risco da biotecnologia informando sobre suposta pesquisa inglesa que misturava o vírus HIV, da Aids, e o da hepatite B, no milho. Na opinião do religioso e político, uma vez consolidado o plantio, até os pássaros poderiam servir de vetor para a Aids. Pior para o frei, cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, acharam que estava dizendo uma bobagem e fizeram contato com os colegas ingleses autores da pesquisa, que consideraram a interpretação do religioso livre, errônea, parcial e leviana de dados de literatura científica . Frei Gorgen não foi mais encontrado para se explicar. Também a idéia vendida pelo governo gaúcho de que a população é contra a tecnologia transgênica sofreu um golpe com a divulgação do resultado de pesquisa popular feita pela UFRGS, pois 95,2% dos entrevistas apóiam a pesquisa e 64,4% condenam toda forma de punição aos agricultores que plantaram o produto. Houve, é certo,
boa parte de respostas mostrando o desconhecimento sobre a tecnologia e também resistência a consumo dos produtos. Argentina vende bem Também a reiterada divulgação sobre a resistência européia aos transgênicos tem sido exagerada, disse o economista do governo argentino Jorge Ernesto Iturriza, em seminário sobre commodities agropecuárias, em Porto Alegre. Na sua opinião, se o governo gaúcho está pensando em tornar o estado zona livre de transgênicos para garantir o mercado europeu e conseguir preço diferenciado, deve desistir . Ao contrário, garantiu, as exportações argentinas para a Europa aumentam a cada ano 3%. Da produção nacional de soja de 14 milhões de toneladas, 70% já são de variedades transgênicas. E 60% do total é vendido para a Europa, sem problema algum.
Já existe legislação sobre pragas não quarentenárias. Falta executá-la
Importância da semente sadia
bito da Secretaria de Defesa Agropecuária, o Grupo Técnico Permanente em Sanidade de Sementes, sob a coordenação do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal e constituído de repreo ano de 1999, após sentantes dos segmentos enamplo debate a res- volvidos, com larga experipeito da qualidade sanitária ência em sanidade de sedas sementes do Brasil, en- mentes, com as atribuições volvendo representantes de de propor metas para o Propesquisadores de órgãos grama de Sanidade de Prapúblicos, institutos de pes- gas Não Quarentenárias Requisa, técnicos do MA e gulamentáveis, análise e de todo o setor sementeiro, emissão de parecer técnico o Ministério da Agricultura relativo aos estudos técnie do Abastecimento (MA) cos-científicos que justifipublicou a quem as Portaria nº 71 proposiNo Cerrado, (DOU 23/02/ ções de 99), que insti- sementes de algodão níveis de contaminadas tuir em nível tolerâncausaram perdas de nacional o cia para até 100% Programa de as Pragas Controle de N ã o Pragas Não QuarenQuarentenárias Regulamen- tenárias Regulamentáveis, e táveis - PNQR na produção propor os níveis de tolerâne comercialização e semen- cia destas pragas na produtes. ção e comercialização de seO programa visa a ado- mentes. ção de controle de qualidaO parágrafo único do de em nível de campos de mencionado artigo frisa que produção de sementes e à medida em que o Grupo análise laboratorial de Pra- Técnico Permanente em sagas Não Quarentenárias Re- nidade de sementes conclua gulamentáveis, mas ainda os estudos sobre cada Praga não passou à fase de execu- Não Quarentenária Regulação porque o Ministério da mentável, será fixado o seu Agricultura não cumpriu o respectivo nível de tolerândisposto no artigo terceiro cia, o qual tornará obrigatódo decreto, que cria no âm- rio no controle de qualida-
Luiz Carlos B. Nasser, Embrapa Cerrados
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• Cultivar
Janeiro 2000
de da produ- Cultivar ção e comercialização de sementes. Infelizmente, por não ter sido implementado o artigo terceiro, as perdas em lavouras na região do Cerrado continuam a acontecer, decorrentes da má qualidade sanitária das sementes, com contínua introdução e disseminação de patógenos transmitidos Nasser fala da importância da fiscalização das sementes por sementes. Cerca de 65% dos pató- contaminadas com Fusagenos das culturas de arroz, rium spp e Rhizoctonia spp milho, soja, feijão e algodão, estão sendo comercializasão transmitidos por semen- das, causando perdas de tes. Medidas eficazes para até 100% na fase de implanrevisão do atual sistema de tação da lavoura em áreas produção de sementes no de plantio de primeiro ano. Brasil precisam imediataNecessitamos urgentemente ser discutidas, visan- mente de debater o assunto do a implantação de testes semente sadia , envolvende sanidade de sementes do todos os segmentos ofipara evitar perdas em lavou- ciais, iniciativa privada, órras. O exemplo mais recen- gãos de extensão e agriculte está acontecendo com a tores, com o firme propósiintrodução da cultura do al- to de alcançar a sustentabigodão na região do Cerrado, lidade dos sistemas de proexistindo a constatação de dução de grãos e sementes que sementes de algodão no Brasil Central.