Cultivar 13

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destaques

índice

Voz do produtor Cotonicultores apresentam em Brasília reivindicações para melhorar o setor

08

CAPA - Montagem sobre fotos Bayer e CNPSo - Fabiane Rittmann

Mais forte

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Com as novas variedades o cafeicultor terá menos problemas com pragas e doenças

Eles vêm aí Percevejos já ensaiam os primeiros danos. Olho vivo

20

04 06 08 12 16 20 23 24 26 27 30 32 34 37 40 42 43 44 46

Preocupação na safrinha

○ ○ ○ ○

Proteção barata Técnicas de manejo ecológico podem liquidar pragas com menos custo

34

Anúncios

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A lagarta elasmo continua sendo uma grave ameaça ao milho

Diretas Cartas Prioridades do algodão Café mais resistente Soja sem doenças Percevejos na soja Mercado Agrícola Indicações Fitossanitárias Predadores de pragas Elasmo no milho Ação do fósforo em milho Notícias da Aenda Manejo ecológico de pragas Manejo de plantas daninhas Doenças de arroz Investimentos da Monsanto Congresso de entomologia Agronegócios Última Página

Monsanto Bayer Congresso de Milho Aenda Aventis Aventis Rigran FMC Hokko Gehaka Hokko Stapelbroek FMC MEP Gravena Dow Zeneca Microsal Bayer Novartis Sipcam

02 05 07 09 10 11 14 15 17 18 19 26 29 31 33 39 41 43 47 48

Editor geral:

Newton Peter - RPJ/RS 3513 newton.peter@cultivar.inf.br

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Ano II - Nº 13 - Fevereiro / 2000 ISSN - 1516-358X Empresa Jornalística Ceres Ltda CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (12 edições): R$ 48,00 REDAÇÃO : (53) 227.7939 ASSINATURAS/GERAL: 272.2128 MARKETING: 272.2257 / 225.1499 FAX: 222.1716

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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Biossegurança

Adalberto

Fitopatologia

O professor Adalberto Café foi reconduzido à chefia do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Brasília. Permanecerá até o ano 2001.

A Fundação Osvaldo Cruz vai promover, de 08 a 19 de maio, no Rio, um Curso de Biossegurança em Engenharia Genética, já reconhecido pelo MEC, e baseado em normas da CNBio. Inscrições até 29 de fevereiro e informações pelos telefones (21)598.2525 ou 0800230085, e-mail:

seca@ensp.friocruz.br

Canola

Uma variedade de canola que produz óleo enriquecido com betacaroteno, que o corpo humano converte em vitamina A, foi desenvolvida pela Monsanto, que entra assim na segunda geração de produtos transgênicos. A canola enriquecida seria o alimento ideal para populações com dietas carentes nessa vitamina, um problema que atinge hoje 800 milhões de pessoas. Uma colher de chá do óleo pode ajudar a prevenir doenças.

Manejo

O especialista em manejo Santin Gravena vai promover o curso de Capacitação de Inspetores de Pragas dos Citros para Manejo Ecológico , de 13 a 15 de março, em Jaboticabal. Haverá aulas teóricas e práticas, com o fornecimento de material didático. Informações (16) 323.2221 ou email: gravena@asbyte.com.br

Santin

Roundup

A Monsanto concedeu licença à DuPont para usar nos Estados Unidos o glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup. A DuPont lançará um herbicida próprio ainda para uso nas plantações da primavera (outono no Brasil) de soja e milho transgênicos. A DuPont também anunciou parceria com a General Mills para desenvolver e comercializar alimentos derivados da soja.

Hortaliças

Cândido

Arroz Arroz aromático, arbóreo, japônico e exótico estão entre as novas variedades estudadas por pesquisadores do IAC, coordenados por Cândido Bastos. Os que se encontram no mercado são importados e custam cinco vezes mais do que o arroz nacional. O IAC acredita que em três anos poderá lançar as variedades brasileiras, entre as quais há com aroma de jasmim e pipoca. O tipo arbóreo é usado para risoto. As variedades introduzidas têm mostrado boa adaptação às condições do Brasil.

Produtores e atacadistas de hortigranjeiros puderam examinar em Curitiba, nos dias 12 e 13 de janeiro, em evento de campo promovido pela Petoseed e Royal Sluis o ótimo desempenho das cultivares de tomate Fanny, Sofia e Bonny, os pimentões Hulk e Lunar e a berinjela Solara, entre outras apresentadas. O destaque foi a constatação do excelente desempe-

nho comercial dos produtos mostrados. A Royal Sluis, fundada na Holanda, é marca líder no mercado europeu e a Petoseed uma das primeiras empresas criadas no mundo para a produção de hortaliças.

Câncer

Investimento

A Mirim, empresa de ponta em aviação agrícola, continua investindo em tecnologia, agora com novos equipamentos para agrícultura de precisão. Na foto, Eugênio Schröder, com os representantes de empresas de GPS, Maurício Haeussler, da Trade Link, e Samuel Carter, da norteamericana Wag Corporation.

Pesquisadores da Universidade de Cincinnati, Estados Unidos, mostraram três novos estudos com evidências de que a soja pode ajudar a proteger contra o câncer da próstata. A proteção vem das isoflavonas, componentes da soja, vistos cada vez mais como formas naturais de reposição do estrogênio.

Roubos Quem achar que o veículo preferido pelos ladrões na Inglaterra é o Mercedes está enganado. A marca preferida pelos ladrões é Massey Ferguson, segundo o jornal Times , de Londres. Uma quadrilha já levou mais de 100tratores no sudeste inglês, causando prejuízos de três milhões de libras. Os agricultores estão atônitos. O mercado está agitado, com a substituição de velhas máquinas por modelos recentes e de grande potência. É o que motiva os ladrões, com clientela certa em outros pontos do país.

Livros

De autoria do pesquisador Gilberto R Cunha, o livro Trigo no Mercosul foi publicado pela Embrapa. É uma análise da triticultura no Brasil, Argentina, Paraguai e Chile e aponta para a necessidade de uma parceria mais sólida no sentido de tornar a produção regional mais competitiva no mercado internacional. Custa R$ 30,00 Já o pesquisador Fábio Cesar da Silva, publica, também pela Embrapa, o seu Manual de Análises Químicas de Solos, Plantas e Fertilizantes , um grande auxílio no controle de qualidade de laboratórios, indicando sistemas mais adequados e oferecendo soluções criativas para as rotinas de trabalho. Preço:R$ 16,00. Os dois podem ser pedidos pelo telefone (61)348.4236 ou site www.spi.embrapa.br. Está chegando esse mês ao mercado um precioso auxiliar dos produtores de hortaliças. É o livro Controle Integrado de Doenças de Hortaliças , editado por Laércio Zambolim e Francisco Xavier R do Vale. São 15 capítulos produzidos por especialistas brasileiros, com mais de 200 fotos coloridas mostrando os sintomas das doenças. Aborda também doenças em cultivos protegido e hidropônico. Sucesso garantido. Controle Biológico é o título do livro de Itamar Soares de Melo e João Lúcio de Azevedo que vem sendo usado como fonte de consulta por pesquisadores, professores e estudantes da área de fitossanidade. Dividido em oito capítulos, com 264 páginas, tem ilustrações em preto e branco. De grande utilidade está sendo o livro Doenças da Macieira , de José Itamar da Silva Boneti e Yoshinori Katsuayama, da Estação Experimental da Epagri em São Joaquim, com dados sobre etiologia e ciclo de vida dos patógenos, auxiliando a identificação das principais doenças da macieira.


Diretor Já assumiu suas funções o novo diretor da Embrapa Solos. Dono de extenso currículo, Doracy Pessoa Ramos já está implantando seu plano de trabalho na unidade.

Doracy

Fertirrigação

A Livraria e Editora Agropecuária acaba de lançar a 1ª edição do livro Fertirrigação Citrus, Flores, Hortaliças , coordenado pelo professor Marcos Vinícios Folegatti, da ESALQ. Fertirrigação é uma técnica de aplicação de adubos via água de irrigação, o que possibilita manter um nível adequado de nutrientes no solo durante todo o ciclo vegetativo da cultura. Mais informações, telefone (51) 4803030, e-mail: edipec@pulgin.com.br.

Cumprimentos pelas excelentes matérias e qualidade das informações. Temos tido o prazer de ler sobre assuntos variados, ligados ao agronegócio e ao setor de nossa atuação, sempre com uma visão positiva, otimista e de muita clareza informativa. A Cultivar de Janeiro está excelente. Parabéns.

Novo Endereço A ABIOVE mudou o endereço de sua sede para Av. Vereador José Diniz, 3707 Cj. 73. Bairro Campo Belo. São Paulo. Os números de telefone e fax permanecem os mesmos. Caram

Plástico

Soja do IAC

O Instituto

Agronômico de Campinas vai apresentar no I Encontro Paulista de Soja, em Ituverava, SP, os seus novos cultivares, já disponíveis para venda. São resistentes a doenças, como o cancro da haste, e a pragas, como a mosca branca, além de mais produtivos e estáveis. Chamam-se IAC 8-2 , IAC 15-2 , IAC 18, IAC 19, IAC 20 e IAC 22. Maiores informações com Nelson Braga (19)241.5188, ramal 412.

Fernando Gallina Gerente de Marketing Zeneca Brasil Ltda

A Cultivar realmente tem despertado bastante interesse. Inclusive levo algumas matérias para a sala de aula. Elas são diretas e práticas, o que difere de textos científicos. Isto ajuda muito na adocão dessas tecnologias. A revista ocupa uma lacuna até

Cidadão

Alencar

Mudanças na Milênia A Milênia tem um novo gerente nacional de projetos. Assumiu a função Alencar Antônio Santin, que já exerceu os cargos de assessor comercial, gerente de vendas internas e gerente regional em duas áreas. Alencar, que está na Milênia desde 1986, é engenheiro agrônomo e comanda uma equipe de cinco gerentes regionais, tendo como objetivo desenvolver e implantar os projetos estratégicos da empresa, relacionado às áreas de marketing e comercial, buscando qualificar o trabalho junto ao mercado de agroquímicos. A Milênia é uma das cinco que mais vendem agroquímicos no Brasil.

então não preenchida. Prof Jorge Torres - DEPAFitossanidade UFRP Pernambuco

Tanto pela qualidade dos artigos publicados quanto pela agradável apresentação gráfica, a Cultivar já ocupa em seu primeiro ano de existência um lugar de destaque junto à opinião pública-agrícola do País, antes

carente de informações desse nível. Continuem com esse empenho e padrão de qualidade. José A. Caram de Souza Dias - Instituto Agronômico de Campinas

A revista Cultivar é de grande utilidade ao nosso trabalho, por conter sempre temas atuais sobre as modernas tecnologias existentes.

As americanas Cargill e Dow Chemical vão lançar no próximo ano, em escala mundial, um plástico natural, feito com vegetais, como trigo ou milho, ao invés de petróleo.

Elo Ramiro Loeff Fundação Chapadão MS

Tive oportunidade de conhecer a Cultivar há poucos dias. Gostei bastante da revista. Juarez Antonio Betti IAC Campinas SP

A Cultivar tornou-se uma revista forte na área agrícola. Claudio L. Capeche Embrapa Solos

O pesquisador José A. Caram de Souza Dias recebeu o título de Cidadão Limeirense, em reconhecimento por relevantes serviços prestados à agricultura através de seus trabalhos de pesquisa. Caram também recebeu o Troféu Fumagalli, outorgado pelo Grupo Aldeia Pró-Cultura de Limeira.

OGMs

A Bayer alemã e a empresa americana de biotecnologia Exelixis investirão US$ 200 milhões para desenvolver novos inseticidas.

A Cultivar agradece as cartas recebidas. Infelizmente, por questão de espaço, não poderemos publicar todas. Entretanto, informamos que as respostas aos pedidos de informações e de artigos já foram remetidas. Ficamos sensibilizados com as mensagens de incentivo e tentaremos corrigir os erros apontados por nossos leitores.


Algodão

mercado

Prioridades para crescer A

s principais prioridades do setor têxtil brasileiro foram apresentadas ao governo federal no fim de janeiro, em São Paulo, numa reunião entre representantes de produtores de algodão, indústria química e vestuário com o secretário de política industrial do Ministério da Fazenda, Hélio Mattar. Os últimos detalhes acerca das reivindicações dos cotonicultores foram discutidas em Primavera do Leste, em encontro da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), que

uma dessas cadeias o governo encomendou um estudo dos problemas que entravam a expansão.

Alternativas de crescimento Na cadeia produtiva do algodão, o estudo foi coordenado pelo Centro de Tecnologia da Indústria Têxtil (Cetiqt), Senai e contou com apoio de entidades como a dos produtores, das indústrias têxtil, química, de fibras sintéticas, do vestuário, além do BNDES, Ministérios da Fazenda e Agricultura e enreuniu representantes de cinco associ- tidades representativas dos trabalhadoações estaduais já formadas, e outras res. Estamos (cadeia do algodão) trabaduas em formação. De acordo com inlhando em conjunto formações do presidenpara que não haja conte da Abrapa, João Luiz Nas últimas duas flitos de interesses , Ribas Pessa, a reunião safras, o estado de destaca Pessa. Todos os é fruto de discussões Mato Grosso problemas estão relatainiciadas ano passado, apresentou grande dos: das dificuldades de no Ministério da Indúsaumento da crédito, entraves com o tria e Comércio, quanprodução transporte até falta de do a cadeia têxtil foi demão-de-obra especifinida pelo governo federal como uma das sete mais promis- alizada nas indústrias, conta o presisoras na geração de empregos. A cada dente da Abrapa. Uma primeira versão do relatório, CNPA segundo Pessa, foi entregue em 21 de dezembro para o governo federal. Na última reunião foram definidos os pontos mais urgentes e prioritários a sanar. A intenção dos cotonicultores é passar a participar de feiras e seminários de moda, por todo o mundo, como forma de divulgar a qualidade do produto brasileiro. A moda do algodão é a grande tendência , defende Pessa.

A qualidade do algodão brasileiro será divulgada por todo o mundo em seminários e feiras sobre moda

Próxima safra Potencial de Mato Grosso, a cotonicultura explodiu no estado nos últimos dois anos, e deve continuar crescendo nesta década. Na última safra, foram cultivados cerca de 200 mil hectares, e para a próxima a previsão é de um crescimento de 10% a 15%, o que representa um incremento de 20 a 30 mil hectares. A produtividade da fibra também deve se manter em 200 arrobas de algodão em caroço por hectare. Em 1997, quando foi lançado o Programa de Incentivo ao Cultivo de Algodão (Proalmat) - que prevê isenções de até 75% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - o Es-

Cultivar

Pessa aposta no futuro do algodão brasileiro

tado produzia 34 mil toneladas de pluma. Na última safra, a produção total chegou a 224 mil toneladas, fazendo com que o estado se tornasse responsável por 43% de toda safra nacional.

Antares, de acordo com as pesquiHoje, em Primavera do Leste, no sul do Estado, por exemplo, 32 produtores são sas, a utilização destes produtos é reresponsáveis por 44 mil hectares de duzida consideravelmente, numa ecoalgodão, o que corresponde a 6,5% da nomia que pode chegar a US$ 200 por área nacional. Pesquisas agronômicas hectare. A cifra representa pelo menos intensas são a principal baliza do su- 50% de economia, já que alguns processo do algodão em Mato Grosso. De- dutores chegam a investir no combate senvolvidos pela Fundação, com apoio a pragas até US$ 400 por hectare. Os da Empresa Brasileira de Pesquisa números significativos do algodão cresAgropecuária (Embrapa), os estudos cem também para os pequenos produchegaram a espécies de sementes ide- tores, especialmente os do sul do Estaais para o Estado. do. Um programa específico, de Apoio A cultivar Ita 90 apresentou exce- à Agricultura Familiar, está sendo desenvolvido por diversas lentes resultados e preentidades em parceria, dominou em 90% das A cultivar Antares plantações de algodão resuzirá as despesas reunidas pela Federação dos Trabalhadores na da última safra. Agora, com produtos Agricultura (Fetagri). Na ela está sendo gradatifitossanitários em safra 98/99, foram benevamente substituída até US$ 200 por ficiados 204 pequenos pela Antares, cuja fibra hectare agricultores. Para a próé de qualidade semexima devem ser mil prolhante à Ita, mas com resistência superior às pragas mais co- dutores, um total de 3 mil hectares culmuns da cultura. São os fungos que de- tivados, e uma produção aproximada terminam a quantidade de agrotóxicos de 6,3 mil toneladas. que o agricultor tem que usar. Com a



Café

sanidade

FORÇA desde o princípio A

s recentes estimativas da safra cafeeira brasileira 2000/2001, realizadas pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, apontam para aproximadamente 28,9 milhões de sacas, sendo 23,1 milhões de café arábica e 5,8 milhões de sacas de café robusta. Novas regiões vêm sendo ocupadas pela cultura, ou se mostram bastante promissoras neste sentido. Após a introdução e expansão do cultivo de variedades de Coffea arabica no cerrado mineiro, a Bahia tem se des-

Variedades resistentes já são realidade e pesquisadores prevêem que em pouco tempo haverá novas opções para o cafeicultor

Brasil, desenvolve atualmente um elaborado programa de cultivo de café robusta em áreas que até anos atrás eram tradicionalmente cultivadas com variedades de C. arabica. Esta tendência de expansão da cultura, aliada ao elevado potencial produtivo dos cultivares de C. arabica e C. canephora nos leva a crer que o país continuará sendo, por muitos anos, o principal IAC produtor mundial de café arábica e um dos mais importantes produtores de robustas. Em parte, esta posição privilegiada, que garante ao país cerca de 4% de seu volume toO Bicho Mineiro é considerado atualmente a tal de exprincipal praga da cultura cafeeira no Brasil portações, é devida tacado atualmente pelas grandes lavou- ao trabalho contínuo desenvolvido pelo ras de café irrigado em áreas considera- Instituto Agronômico de Campinas no das marginais para a cultura devido a desenvolvimento de cultivares adaptadeficiência hídrica que caracteriza a re- dos às distintas regiões produtoras. Mais gião. de 90% do café produzido no Brasil, são O Estado de São Paulo, que já foi o oriundos de cultivares selecionados no primeiro produtor de café arábica do programa de melhoramento da institui-

ção iniciado há quase 70 anos. A princípio, o objetivo deste programa era o desenvolvimento de cultivares rústicos com elevada capacidade de adaptação às diferentes regiões edafoclimáticas do estado e com elevada produtividade. A variedade típica ou Nacional, introduzida e difundida no país, foi sendo progressivamente substituída por novos cultivares como Caturra Vermelho, Bourbon Amarelo, até o cultivar Mundo Novo, cerca de 240% mais produtivo que a variedade introduzida. Da hibridação entre o Mundo Novo e o Caturra Amarelo, uma variedade de porte reduzido, o IAC selecionou os cultivares Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho, produtivos como o Mundo Novo, mas de porte baixo, permitindo maiores densidades de plantio e facilitando sensivelmente a colheita dos frutos e facilitando os tratos fitossanitários. Apesar de apresentar maturação tardia, estes cultivares são plantados nas mais diversas regiões cafeeiras do país. O país que já contava, no início da década de 60 com variedades de excelente potencial produtivo, iniciou anos antes o desenvolvimento de cultivar com resistência à ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix). Embora não resistentes nas lavouras brasileiras, a chegada do fungo foi prevista pelo Dr. Alcides Carvalho que iniciou os trabalhos enviando plantas obtidas em cruzamentos específicos para serem testadas no Centro de Investigação das Ferrugens do

pécie C. canephora. No início da década de 90, foram lançados os cultivares Obatã e Tupi, ambos resistentes com porte baixo especialmente recomendados para plantios adensados. Além dos sérios problemas relacionados à Coffea racemosa, espécie nativa do leste africano que conservação apresenta genes de resistência ao Bicho Mineiro dos solos, um dos principais fatores que contribuíram com a drástica redu- tores estimulam a cultura de C. caneção do cultivo de café arábica na região phora na região oeste do Estado de São oeste do Estado de São Paulo, foi a ocor- Paulo e norte do Estado do Paraná, como rência generalizada de nematóides, so- tradição no cultivo de café arábica, inbretudo os do gênero Meloidogyne. To- fra estrutura instalada, proximidade das dos os cultivares até então desenvolvi- indústrias solubilizadoras e menor cusdos se mostravam suscetíveis às diferen- to de produção das lavouras. No entanto, o IAC vem procurando tes espécies deste gênero, como M. paincorporar genes de resistência aos aturanaensis, M. exigua e M. incognita ou IAC mesmo as diferentes raças desta última ais cultivares suscetíveis aos principais nematóides. Uma das espécie, disseminados principais razões é o cuspor diversas regiões to mais elevado das muprodutoras. A Bahia tem se Em muito pouco destacado por causa das enxertadas e a segregação para resistência tempo, o cultivar Apode suas grandes existente nas principais atã de C. canephora foi lavouras de café linhagens ou clones. O selecionado pela resisirrigado cultivar Icatu Vermelho tência apresentada às IAC 925 parece ser um diferentes espécies, material extremamente sendo atualmente indicado como porta-enxerto para qualquer promissor nesse sentido. Além da resisdos cultivares de café arábica recomen- tência à ferrugem, esse cultivar tem dados para o plantio. Lavouras da re- apresentado também resistência ao negião da Alta Paulista, uma das mais tra- matóide M. paranaensis. O bicho mineiro, Perileucoptera codicionais regiões produtoras de café do Estado de São Paulo, assim como a re- ffeella, é considerado atualmente a pringião de arenito do norte do Paraná, en- cipal praga da cultura cafeeira no Bracontraram com o desenvolvimento do sil, sendo também praga de importâncultivar Apoatã, condições favoráveis cia primária em países produtores da para a continuação da cultura do café. América Central e África. O inseto, na Deve salientar também que clones des- fase de lagarto, destrói parte importante cultivar podem ser plantados como te da superfície foliar fotossintetizadopé franco, pois trata-se de material bas- ra das plantas, que resultam em prejuítante rústico, produtivo e resis- zos de até 50% na produção dos frutos. Variedades resistentes ao inseto vêm tente não só aos nematóides Mirian e Oliveiro acreditam que em pouco tempo como à ferrugem alaranjada das sendo desenvolvidas por diferentes as variedades resistentes estarão no mercado folhas. Além disso, inúmeros fa- métodos e equipes de cientistas. No InsCafeeiro em Oeiras, Portugal. O resultado final deste longo trabalho foi o desenvolvimento dos cultivares Icatu Vermelho, Icatu Amarelo e Icatu Precoce, oriundos da hibridação inicial entre C. canephora ou Robusta e C. arabica ou Bourbon Vermelho seguidos por sucessivos retrocruzamentos com o cultivar Mundo Novo. Estes cultivares têm porte alto, são rústicos, produtivos e apresentam resistência específica e não específica ao agente da ferrugem, característica de muito valor para uma planta perene como o cafeeiro. Além de resistência à H. vastatrix, o cultivar Icatu Precoce tem sido indicado para regiões de clima mais ameno devido a precocidade de maturação dos frutos. Como desvantagem, o cultivar Icatu apresenta porte elevado como o Mundo Novo. Por esta razão cultivares de porte baixos e resistentes à ferrugem foram selecionados pelo IAC a partir de híbridos entre variedades de C. arabica com o Híbrido de Timor um material bastante conhecido pelos genes que conferem resistência a ferrugem provenientes da es-

IAC


tituto Agronômico de Campinas, trabalhos neste sentido foram iniciados no final da década de 70, e priorizando a obtenção de variedades resistentes por métodos clássicos de seleção de plantas. Como todo material de C. arabica única espécie tetraplóide do gênero se revelou suscetível ao inseto, os genes de resistência são provenientes de uma espécie diplóide de Coffea, nativa do leste Africano, denominada C. racemosa. seis gerações sejam necessárias para obtenção do cultivar resistente. Dois genes comExistem atualmente, no IAC, plementares e dodiversas linhagens com nível minantes, denoVariedades de excelente de produção de frucafé transgênico minados Lm 1 e tos e resistência ao bicho miestão em Lm2 governam a neiro sendo avaliada em ensaidesenvolvimento expressão da rena França os de campo que se tornarão sistência. A transdentro de mais alguns anos ferência dos mesnovos cultivares resistentes. mos para cultivaPor outro lado, variedades res suscetíveis de C. arabica se dá atratransgênicas de cafeeiros com resistênvés da hibridação dirigida de plantas secia ao bicho mineiro, vêm sendo delecionadas. Estima-se que no mínimo

senvolvidas por uma instituição francesa de pesquisa. Neste caso, o gene cry IA(c) proveniente de uma bactéria do solo denominada Bacillus thungiensis, após modificado, é introduzido no genoma de um cultivar comercial suscetível. Este gene, que codifica para uma proteína com atividade inseticida específica contra o inseto é transferido para o cafeeiro com o auxílio de uma bactéria vetor conhecido como Agrobacterium tumefaciens. Como se trata da inserção simples e casual de um gene estrangeiro no genoma de uma variedade estável, estima-se que pelo menos teoricamente, 3 gerações seriam suficientes para obtenção de um novo cultivar resistente. Testes in vitro realizados por esta equipe de cientistas com plântulas transgênicas confirmaram a resistência ao inseto. Atualmente, ensaios de campo vêm sendo realizados com estas plantas na Guiana Francesa. Em síntese, pode-se dizer que em relativamente pouco tempo, o setor produtivo terá à disposição material genético apropriado para quaisquer dos principais agentes fitoparasitos da cultura. Se hoje já é possível, através da enxertia, associar variedades resistentes à ferrugem com cavalos resistentes a nematóides, futuramente as perspectivas apontam para o desenvolvimento de variedades de pé-franco com resistência múltipla à ferrugem, nematóides e bicho mineiro. Em se tratando de uma planta perene como o cafeeiro, com ciclos longos de seleção, só a continuidade do trabalho assegurada pela manutenção de uma equipe significativa de pesquisadores e assistentes tem garantido estes relevantes resultados. Oliveiro Guerreiro Filho, Mirian Perez Maluf, IAC


Soja

doenças

CNPS

preocupantes. As conseqüências começaram a se fazer sentir a partir dos últimos anos da década de 80, quando, entre outros problemas, a soja passou a ser ameaçada pela ocorrência de diversos organismos causadores de doenças, de elevado poten-

res nas lavouras gaúchas. Ocepar 4-Iguaçu e RS 7-Jacuí, por serem suscetíveis ao cancro, cederam mais área às cultivares BR-16 e FT-Abyara. Em 1994/95, foi constatado o aparecimento da podridão da raiz e da haste, causada por Phytophthora sojae. Essa doença, até o momento, não constituiu problema sério para a produção de soja. A sua ocorrência no Rio Grande do Sul está associada a períodos de alta precipitação

Soja que resiste

O

cultivo comercial de soja no Brasil iniciou no fim da década de 30, no Estado do Rio Grande do Sul. Expandiu-se a partir do início da década de 60, alcançando sua maior expressão em termos de área cultivada em 1978/79, quando foram cultivados, nesse estado, mais de quatro milhões de hectares. A tecnologia amplamente empregada até o fim dos anos 80 foi o cultivo contínuo na mesma área, caracterizando a sojicultura gaúcha como uma monocultura. Na época, apesar de saber-se não ser a melhor, essa técnica era aceita, mesmo porque a soja constituía uma atividade altamente rentável e não apresentava problemas fitossanitários

cial destrutivo. Em 1989/ pluvial em áreas com espessa cobertura 90, foi identificada, em de palha, usada em sistema plantio diPasso Fundo, RS, a presen- reto. A umidade que se acumula nessas ça da podridão parda da áreas é superior à verificada em áreas haste da soja, causada por onde não há cobertura de palha. No ano Phialophora gregata. O ní- agrícola de 1996/97, intensificou-se a vel de redução no rendi- ocorrência do oídio da soja, causado por mento de grãos, em culti- Microsphaera diffusa, exigindo o emprevares mais utilizadas na go de tratamento da parte aérea de planépoca, que eram suscetí- tas com fungicidas em cultivares muito veis, chegou a ser superi- suscetíveis, como BR-16. Em razão desor a 50 %. Isso determinou sa suscetibilidade, a cultivar BR-16, que uma mudanchegou a ser responça radical na sável por mais de 32 relação das % da produção de seO uso de cultivares cultivares utimente do estado em resistentes não lizadas, pas1996/97, foi, com o elimina a sando a ser cultivadas as passar dos anos, subsnecessidade da que apresentavam resistêntituída por novas culrotação de culturas cia genética a essa doença. tivares, como EmbraDessa maneira, as cultipa 66 e BRS 137. Em vares Ocepar 4-Iguaçu, FT1995 foi a vez de se Abyara, RS 7-Jacuí e BR-16 substituíram identificar no estado a presença do neas suscetíveis IAS 5, Bragg, BR-4 e Cobb. matóide de cisto da soja (Heterodera glyNa safra de 1993/94, foi a vez de apare- cines). A partir de 1995/96, constatoucer, com toda sua agressividade, o can- se a ocorrência da podridão vermelha cro da haste, causado por Diaporthe da raiz, causada por Fusarium solani f. phaseolorum f. sp. meridionalis. Em sp. glycines. anos e locais com ambiente favorável à A redução dos prejuízos ocasionados ocorrência e em presença de cultivares por esses organismos patogênicos nas suscetíveis, o prejuízo no rendimento de lavouras de soja pode ser obtida por grãos é praticamente total. meio de práticas culturais, especialmenO aparecimento dessa doença ocasi- te pela rotação de culturas com espécionou nova alteração no uso de cultiva- es não suscetíveis, pelo de tratamento


químico com fungicidas de sementes ou da parte aérea de plantas, conforme a doença, e pela resistência genética de plantas. Desses métodos, a resistência genética é, sem dúvida, o mais seguro e econômico. O uso de cultivares resistentes, no entanto, não elimina a necessidade de se fazer a rotação de culturas, pois essa prática não é benéfica apenas para o controle de doenças. A determinação genética da resistência à maior parte das doenças acima referidas é feita por um ou por poucos genes, o que torna relativamente fácil reunir, em uma mesma planta, genes que condicionam o controle a diferentes doenças. Entre as doenças aqui citadas, os casos mais complexos são os de resistência ao nematóide de cisto da soja e à podridão da raiz e da haste, visto possuírem várias raças e cada raça ter o controle determinado por genes diferentes. No caso do nematóide de cisto, existem três ou mais genes responsáveis pelo controle de cada raça. No entanto, programas de melhoramento bem deli-

neados colocaram à disposição dos produtores cultivares resistentes à maior parte dessas doenças, somando-se a isso incrementos no potencial produtivo. Os beneficiados desse excelente trabalho de melhoristas de soja são os produtores, os quais passaram a contar com cultivares de elevado potencial de rendimento de grãos e redução de custo de produção, bem como o ambiente, que ficou livre da necessidade de uso de fungicidas, como, por exemplo, os aplicados na parte aérea da planta para controle de oídio. Das doenças acima citadas, não se dispõe de controle genético da podridão vermelha da raiz. Entre todos os genótipos conhecidos de soja, no mundo, apenas foram encontradas fontes que conferem pequenas variações de suscetibilidade, o que é, no entanto, insuficiente para permitir um controle satisfatório. Em razão disso, essa doença deverá se constituir, nos próximos anos, no maior problema fitossanitário da produção de soja no Rio Grande do Sul, e, quiçá, no Brasil. Em relação ao nematóide de cisto da soja, os programas de melhoramento conduzidos por instituições e por empresas que atuam no Rio Grande do Sul já dispõem de linhagens resistentes para serem liberadas, caso o organismo venha a se constituir em problema. Em breve, deverão estar disponíveis, tam-

bém, cultivares de soja resistentes às diversas espécies de nematóides formadores de galhas (Meloidogyne spp.). No Rio Grande do Sul, a preocupação de reunir em uma mesma cultivar os genes de resistência para diversas doenças iniciou antes de as doenças passarem a ser problema. Dessa maneira, foi possível disponibilizar, em curto espaço de tempo após o aparecimento de doenças, cultivares que aliavam essa característica a um potencial produtivo superior ao das que se encontravam em cultivo. Na Tabela estão relacionadas as novas cultivares de soja desenvolvidas, nos últimos quatro anos, para o Estado do Rio Grande do Sul, avaliadas pelas instituições que conduzem em parceria, de forma integrada, a rede de experimentação, abrangendo todas as regiões do Estado. É marcante a diferença de resistência entre as novas cultivares - BRS 137, BRS 138, BRS 153, BRS 154, CD 201, CD 203, CD 205, Embrapa 59, Embrapa 66, Fepagro RS-16 e Fundacep 33 -, em comparação com as quatro mais cultivadas nos primeiros anos da década de 90: Bragg, IAS 5, BR-4 e Cobb. Algumas das 11 novas cultivares possuem resistência múltipla aos seis organismos patogênicos citados na Tabela. Emídio Rizzo Bonato, Embrapa Trigo


Nossa Capa percevejos

CNPSo

Pois é, terra adubada, semente de primeira, São Pedro cooperou, a soja cresceu, floresceu, frutificou e agora o índio velho já está pensando em quanto vai ganhar vendendo a colheita. Calma: cuidado com os percevejos! Entre as pragas da soja não tenha dúvida alguma que eles são os mais temíveis, e também os mais traiçoeiros. Sabe por quê? Por dois motivos: primeiro, porque nem a presença nem o dano dos percevejos é visível, a menos que se olhe a soja bem de perto. Segundo, porque uma semana de descuido e lá se foram meses de trabalho cuidando da soja. Então, antes de contar com o dinheiro na guaiaca, vamos investir um tempinho para conversar sobre os percevejos?

Gravena

E

semanas. Finalmente, chega a fase de xistem três espécies principais adulto, com duração variável entre 1 de percevejos. Os produtores e 3 meses. Na prática, o que importa localizados do Rio Grande do Sul até é que a parte do ciclo em que o o sul e sudoeste do Paraná conhecem percevejo causa danos é a mais longa, bem o percevejo verde. Já os plantae um mesmo percevejo pode conviver dores situados ao norte dessa região com toda a fase crítica da planta de enfrentam o percevejo marrom. E, soja. onde quer que se plante soja, sempre existe a possibilidade de Os danos enfrentar o percevejo causados pequeno. Para efeito A parte do ciclo Os danos dos prático, a biologia das três em que o percevejos são espécies é parecida. A fase percevejo causa causados pelo seu de ovo dura de 5 a 7 dias, danos é a hábito de alimentaaté a eclosão das ninfas. mais longa ção, que é sugar os Os dois primeiros estádios grãos da soja. O de desenvolvimento são os que pode ocorrer? mais curtos, as ninfas são - Se as vagens são bem pequenas, pequenas, dispersam pouco, e não como aquelas do final da floração causam danos à soja. Com o terceiro quando ainda não se sente o grão estádio, os percevejos começam a dentro delas - pode ocorrer o abortaprejudicar a planta, e é justamente mento da vagem; nos três estádios finais mais dani-Se a vagem for maior, já com os nhos, que o tempo de duração é grãos em seu interior, o mais provável maior, variando de duas a três é o abortamento de um ou mais grãos

morrem na própria soja, e se todos abortarem, a vagem tamisso é tudo; bém morre; Se o aspecto geral da - Mas, se o dano não for tão lavoura está mais para o intenso que cause o abortamento, amarelo do que para o podem ocorrer desde pequenas verde, ou seja, os grãos já marcas até o enrugamento ou o estão perdendo água para encarquilhamento dos grãos. chegar no ponto de Esse dano vai aparecer no momento da colheita. Grãos chochos, retorci- colheita, então o dano do percevejo também fica dos, ardidos, ou marcados. Isso despresível e o perigo significa perda de produção. E também perda de qualidade, porque a passou; Agora, entre o início capacidade de germinação e o vigor da formação de vagens (o da semente diminuem com o aumento dos danos. O ataque dos percevejos tal de canivetinho), e o completo enchimento de às vezes complica a colheita, porque grãos, aí é olho vivo e faro provoca uma retenção das folhas, a fino, acompanhando a manutenção dos caules verdes nas lavoura com freqüência e plantas, enquanto os grãos já estão no Percevejo verde parasitado. Note-se a presença dos ovos brancos atenção, para ponto de colheicausado por adultos. Existem diferenevitar problemas. ta. Tentar colher ças na intensidade dos danos causanessas condições O ataque de População dos pelas diferentes espécies, mas significa maior percevejos às e danos essas não são tão gritantes que perda na colheivezes complica a Em relação à população obriguem a tratar separadamente ta, umidade colheita por causa de percevejos, é importante cada espécie. muito alta, da retenção de destacar dois pontos: o folhas O segundo ponto a considerar é o embuchamento primeiro diz respeito à idade tamanho da população. O nível de da colhedeira, dos percevejos. As ninfas ação recomendado oficialmente pelas etc. menores, abaixo de 5 mm, não têm instituições de pesquisa é de quatro importância econômica, pois não Intensidade percevejos por batida de pano, na causam danos às sementes. O problede danos média da lavoura. Se o amigo for ma começa com a segunda muda de Existe uma gradação de intensidaprodutor de sementes, siga a recopele e, no final da fase de ninfa, o de de danos, que depende de dois mendação oficial de permitir apenas dano é da mesma magnitude daquele fatores: um deles é o estágio da dois percevejos por batida de pano, planta. Outro é a população dos Bayer percevejos. Vamos analisar cada um: Antes que surjam vagens sobre as plantas, os percevejos não constituem preocupação, ao menos do ponto de vista de ocorrência de danos. Eles até podem ser encontrados sugando pecíolos ou outras partes tenras das plantas, mas esse não é um alimento adequado para eles. Dessa forma, toda a sua biologia fica prejudicada, inclusive a reprodução. É comum observar populações às vezes elevadas de percevejos, durante a fase vegetativa das plantas. É uma revoada de adultos, que saem de locais de repouso ou de hospedeiros alternativos, e se mudam para cultivos de soja. Mas, como o alimento não é adequado, eles passam um tempo nas plantas, por vezes migram O percevejo pequeno pode ocorrer em todas as regiões do Brasil e dos países vizinhos. Seu ataque é inconstante em busca de outro alimento, outros


B. Consulting

Experimentos com níveis de percevejos Desde a implantação do MIP Soja no Brasil, há mais de 25 anos, uma polêmica é levantada todo o ano: mas deixar quatro percevejos por batida de pano não é muito? E aí aparecem as histórias mais incríveis (que parecem de pescador), relacionando baixas populações de percevejos com altos danos. Eu, particularmente, estudei essa questão em 8 safras de soja, sempre simulando situação de lavouras de agricultor, ou seja: parcelões de um ou mais hectares, em que a população de percevejos só era controlada se atingisse 2, 4, 8, ou 12 percevejos por batida, comparados com controle preventivo (ausência de percevejos) e com a população natural que viesse a ocorrer na lavoura. Para que a situação fosse a mais problemática possível, plantou-se uma cultivar tardia, que tem um período crítico de exposição ao percevejo maior que as na média da sua lavoura. Antes de tudo, agradeça à Natureza, porque o percevejo que você vê, é aquele que conseguiu escapar do controle biológico que você não viu. A maioria da população de percevejos é controlada por predadores e parasitóides, e morrem em algum momento do ciclo. E, o mais importante: o controle biológico age com maior intensidade antes que o percevejo possa causar danos às plantas, ou seja, na fase de ovo, ou quando as ninfas são pequenas. Mas, se a população de percevejos atingir o nível de ação recomendado pelas instituições de pesquisa, existem opções de controle químico, que podem ser indicados pelo seu agrônomo. O uso do inseticida correto e da dose adequada não apenas garante a sua lavoura, como protege os agentes de controle biológico, assegurando o equilíbrio do ecossistema, e evita o desenvolvimento de resistência de insetos a inseticidas. Décio Luiz Gazzoni, Embrapa Soja

precoces (mais plantadas), e também é obrigada a suportar populações maiores desses insetos. O que se concluiu? 1. Na média dos diversos anos, o rendimento de colheita só foi reduzido com populações acima de 8 percevejos por batida. Se for descontado o custo para controlar os percevejos não havia muita variação de uma situação para outra. Ou, em linguagem científica, não houve diferença estatística entre os tratamentos; 2. Para manter a lavoura livre de percevejos, foram necessárias 9 aplicações de veneno. Para manter os percevejos dentro do nível de danos recomendado, precisou-se, em média, de 2,3 aplicações; 3. Quando se fala em qualidade, a coisa fica mais séria: A capacidade germinativa das sementes é afetada a partir de 4 percevejos por metro, mas com 2 já diminui o vigor;

4. A principal conclusão é que o nível de danos recomendado é mais do que suficiente para evitar prejuízo às lavouras. Se é assim, então porque tanta queixa na hora da colheita, tanta reclamação com grão machucado por percevejos? Trinta anos de sol no lombo nos ensinaram o seguinte: o erro está no pouco cuidado com a lavoura (falta de vistoria, número de visitas insuficiente, poucas amostras), na amostragem mal feita, nas migrações intensas que ocorrem no final do ciclo, e no controle com inseticidas inadequados ou doses equivocadas. Com a colheita das lavouras mais precoces, a população de percevejos nas lavouras remanescentes chega a dobrar a cada dia. O produtor visita na sexta, quase não viu percevejo; volta na outra sexta e encontra uma população elevada. Mesmo controlando, o dano já está causado.

Reduzindo o custo de controle A tal da globalização chegou como um trator por cima de todos nós, exigindo competitividade para permanecer no mercado. Antes disso, a Embrapa já vinha voltando com soluções, pela visão de seus cientistas. Uma delas é um verdadeiro ovo de Colombo: porque não usar só metade do inseticida para controlar percevejos? Isso pode reduzir mais de um terço do custo de controle de percevejos. O segredo está na seguinte receita: Pegue um pulverizador bem calibrado, coloque a água necessária, calcule a quantidade de inseticida para a área que vai aplicar e divida por dois. Adicione 500g de sal de cozinha (custa só R$0,15) para cada 100 litros de água, tome todos os demais cuidados necessários para uma aplicação de inseticida, e pronto. Você acaba de poupar um par de dólares por hectare. É claro que antes de decidir por uma aplicação, o agricultor monitorou sua lavoura direitinho, acompanhou de perto a população de percevejos com as devidas amostragens, discutiu com o seu agrônomo, e o nível de ação foi atingido. Agora, com sua licença, vou conversar com o nobre deputado aí ao lado, que também planta soja, e está aumentando seu lucro com mais essa tecnologia da Embrapa. Se V. Excia. imaginar uma aplicação nos 13 milhões de hectares de soja plantados no Brasil, estamos falando de uns R$52 milhões poupados para os agricultores. Muito mais do que a Embrapa gasta, anualmente, com toda a pesquisa de soja. Existe melhor investimento para o agronegócio brasileiro do que garantir a geração de tecnologia?

BRANDALIZZE consulting MILHO

SOJA

Safrinha começa com grande motivação

Colheita iniciou no Mato Grosso e Goiás

Os produtores estão otimistas com o milho neste ano e devem apostar forte em cima de uma boa safrinha. Observamos grande procura pelas sementes de melhor qualidade e em conseqüência todos os demais insumos para que possam colher o máximo de milho possível, aproveitando que poderá ter escassez do cereal no segundo semestre. Os primeiros produtores a plantar milho neste ano foram de Lucas do Rio Verde, em MT, que entraram com algumas áreas na segunda semana de janeiro, seguidos pela região de Jatai, que teve as primeiras áreas plantadas na terceira semana de janeiro. Muitos agricultores entraram com plantio nos últimos dia de janeiro. Mas de uma maneira geral o setor está com a soja atrasada e isso poderá comprometer parte do crescimento esperado para o milho. Já se observa também uma verdadeira corrida para as sementes de sorgo que aparecem no mercado. As expectativas apontam que o sorgo deverá apresentar crescimento no Centro-Oeste, principalmente em Goiás, onde tem conseguido negociar entre 75 e 82% do valor do milho. Como estamos num ano em que a safra de milho ficará bem abaixo das expectativas de demanda, não teremos estoques de passagem. Os importadores temem pelos custos finais do milho importado em tempos de câmbio flutuante, facilitando a vida dos agricultores que tiveram milho livre para comercializar no segundo semestre. Deve ser uma cultura com boa rentabilidade e grande liquidez de mercado. E para facilitar a vida do setor, o governo está apoiando com financiamento e contratos de opções.

Os produtores de soja estão satisfeitos com o desempenho das cotações neste começo de safra. A colheita iniciou na região de Lucas em áreas isoladas na segunda semana de janeiro, entrando também em Jatai na terceira semana, com bom número de produtores dessecando no final de janeiro no MT e GO. Aumentaram assim as ofertas do produto neste começo de fevereiro, mas ainda abaixo das necessidades das indústrias que voltam a esmagar agora. Os indicativos do CentroOeste mostravam posições de US$ 9,00 a US$ 10,00, com os vendedores forçando para os US$ 10,50 e outros apostando em indicativos maiores para este primeiro produto. A disputa para se obter a primeira soja poderá deixar o mercado firme neste mês de fevereiro.

ARROZ

Tentou avançar em janeiro

Os produtores que detinham arroz em janeiro tentaram forçar os indicativos para cima e conseguiram sustentar as cotações firmes ou dentro dos R$ 14,00 para o Rio Grande do Sul para um casca de boa qualidade durante o mês todo. Os grandes volumes de arroz existentes no mercado e o governo mostrando que em fevereiro irá leiloar arroz para as indústrias, com o objetivo de receber o produto beneficiado, utilizando-o nos programas sociais, deu tranquilidade ao setor, que diminuiu a pressão de compra do casca de produtor e já começou a pressionar para baixo. Há grandes chances de termos um mercado vendedor e com indicativos um pouco menores neste mês. A safra está se aproximando e por isso as indústrias não devem apostar na formação de estoques, dificultando qualquer tentativa de reação nos indicativos de produtor.

CURTAS E BOAS ... SOJA - Os rumores

FRANGO - A ABEF

que corriam em janeiro pelo Brasil afora apontavam que a safra poderá ficar uma pouco distante das 31/32 milhões de T esperadas inicialmente e já há apostas que possa ficar abaixo das 29 milhões.

trouxe uma boa notícia para o mercado, com fechamento das exportações em 770 mil toneladas no ano passado, com crescimento de 26% sobre 1998. É um bom sinal para o milho neste ano.

ARGENTINA - No

ARROZ - Os produ-

último mês o USDA aumentou as estimativas de safra de soja da Argentina, passando para as 19 milhões de T, contra 18,5 de dezembro. Por enquanto eles não estão olhando para a estiagem que castiga o norte do país.

FEIJÃO

Chuva no Nordeste pode aumentar a oferta O mercado do feijão está andando na contramão e a cada nova chuva que ocorre no Nordeste os indicativos apontam cada vez mais bai-

tores gaúchos apostam que a quebra da safra pela falta de chuvas em janeiro possa chegar a 10% em algumas regiões. Assim os indicativos de colheita 4 a 4, 4 milhões de T, contra mais de 5 do ano passado. É um bom sinal para as cotações deste ano

xo, com negócios aos produtores já nos R$ 25,00, como ocorreu em janeiro no Paraná. O Nordeste passará de comprador a vendedor de feijão. E como os agricultores locais têm custos menores, dificultará a reação das cotações se a safra for normal. Fevereiro 2000

Cultivar • 23



Predadores

Milho

nabis

Inimigo do inimigo Nabis predando lagarta

A

s vezes o nome comum do inseto acaba sendo o próprio nome científico. Já vi muito agricultor chamando a lagarta da soja de ...anticarsia! No caso de inimigos naturais, isto é muito comum, ou seja, usa-se na linguagem do dia a dia a mesma linguagem do cientista. Nabis é um gênero de insetos predadores. Você pode não acreditar, mas ele pertence à mesma ordem dos percevejos (o verde, o marrom, o pequeno, etc.). Só que, ao invés de sugar as vagens, ele suga as pragas que se ali-

mentam da soja. Nós falamos Nabis, com esse nome genérico, porque existem diferentes espécies desse predador. Os americanos já encontraram meia dúzia delas. No Brasil não deve ser a mesma coisa. Os ovos desse predador medem menos de 2mm e são azulados. As ninfas, que são as formas jovens, são muito parecidas com os adultos, mas não têm asas, são de cor bege, mais claras quando jovens, e mais escuras quando se aproximam da fase adulta. Os adultos têm cor bege escura, com nervuras

salientes nas asas e medem entre 6 e 9 mm de comprimento e cerca de 2mm de largura. Os americanos que estudaram a biologia do inseto afirmam que ele tem um ciclo longo, permanecendo como ovo até 18 dias. Ele tem cinco mudas de pele. As primeiras três mudas duram uns seis dias. Já as duas últimas duram 12 e 20 dias, respectivamente. Como predadores, tanto as ninfas quanto os adultos se alimentam de formas jovens de percevejos e de lagartas que atacam a soja. No Japão, cientistas observaram Nabis também sugando ovos de percevejos. Nos Estados Unidos, um pesquisador anotou que um único exemplar de Nabis sugou cerca de 20 ovos da lagarta da espiga do milho (que lá também ataca a soja) por dia. O fato principal é que as espécies de Nabis não são predadores só de pragas de soja, mas são encontrados também em outras culturas, como milho e trigo, ou até em plantas silvestres, desde que haja alimento para eles. E é assim que, normalmente, passam o inverno, até retornar à cultura de soja no ano seguinte. Agora vem uma questão importante, que vamos repetir até cansar: Quando for necessário efetuar controle de pragas de soja, prefira o controle biológico, que quase não afeta a população de predadores. Se precisar usar controle químico, consulte o seu agrônomo, que sabe quais são os inseticidas menos perigosos para o Nabis. Décio Luiz Gazzoni

pragas

Vinte milímetros de puro problema

CNPMS

A

lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus, é uma das principais pragas de diversas culturas de importância econômica para a América Latina. É uma praga que ataca na fase inicial de algumas culturas e estádios mais avançados de desenvolvimento de outras. A praga ataca mais de 60 espécies de plantas cultivadas, preferindo as gramíneas e leguminosas. O ataque ocorre no interior do colmo, fazendo galerias que provocam a morte ou perfilamento das plantas. O dano causado pode ser de dois tipos: pela destruição da região de crescimento, quando esse se encontra abaixo do nível do solo, ou pela destruição total ou parcial dos tecidos meristemáticos responsáveis pela condução de água e nutrientes. Em regiões tropicais e subtropicais, a lagarta elasmo é considerada uma das principais pragas da cultura do milho. Perdas atribuídas ao ataque da elasmo variam de 20% até a destruição total da lavoura em condição de infestação alta. A lavoura de milho somente é atacada pela lagarta até atingir uma altura média de 35 cm. Normalmente o agricultor percebe o ataque da praga através das inúmeras falhas na lavoura. O ataque é caracterizado pelo murchamento e seca das folhas centrais, que se destacam com facilidade ao serem puxadas, e em seguida ocorre a morte da planta. Aspectos biológicos Os adultos são ativos à- noite e as condições ideais para o acasalamento

A Lagarta do Elasmo é considerada uma das principais pragas da cultura do milho e oviposição ocorrem com baixa velo- logo abaixo do nível do solo, alimencidade do vento, baixa umidade rela- tando-se no seu interior e descansantiva do ar, temperatura ao redor de 27o do em uma célula no solo construído C e completa escuridão. As fêmeas de- com partículas de solo e uma teia propositam em média de 100 a 120 ovos duzida pelo inseto. durante o período de vida. Os adultos meAs mariposas vivem de 8 a dem cerca de 20 40 dias, dependendo do mm de envergadusexo e do acasalamento. A umidade ra. As asas anterioalta do solo é o Mariposas acasaladas vires são escuras nas principal fator vem menos que os insetos fêmeas, enquanto no manejo da virgens. nos machos são clalagarta elasmo Cerca de 99% dos ovos ras na parte central, são colocados no solo, conpossuindo as marcentrando-se nos 30 cm ao gens escuras. redor da planta e as lagartas eclodem em média aos três dias após a oviposiAtaque e ção. A coloração das lagartas mais demanejo senvolvidas é esverdeada com anéis e Os fatores que favorecem o aumenlistras vermelha-escuro e medem cer- to populacional de elasmo, causando ca de 16 mm. O período larval é em danos nas culturas, estão associados a média de 14 a 20 dias, dependendo das altas temperaturas, solos arenosos e de condições ambientais. fácil drenagem, e períodos de seca. A lagarta recém-eclodida alimenta- Práticas culturais também afetam a se das folhas próximas ou em contac- maior ou menor ocorrência da praga. to com o solo. A medida que cresce, a A umidade alta do solo é o princilagarta penetra no colmo das plantas pal fator no manejo de elasmo. Atua


negativamente em qualquer estágio do ciclo biológico da praga. Porém, a sua importância é maior no início da fase larval, causando alta mortalidade. A medida que a lagarta desenvolve, a mortalidade decresce. A alta umidade do solo também afeta negativamente o comportamento dos adultos na seleção do local para oviposição e na eclosão das lagartas. As mariposas preferem depositar os ovos em solos mais secos. Para que a umidade do solo por si só mantenha os danos causados pela praga em níveis abaixo de perda con-

do e gradeado do que sobre cobertura vegetal existente em plantio direto. Embora os inimigos naturais sejam um importante componente regulatório de população de insetos, o seu impacto sobre a lagarta elasmo é considerado baixo. Isso se explica devido ao habitat protegido da lagarta quando se alimenta no interior do colmo ou quando se encontra na câmara localizada no solo. Tem-se procurado adicionar ao arsenal para emprego no manejo integrado dessa praga, a resistência genética. Materiais têm sido

judicada. Tem-se constatado que a semelhança de alguns herbicidas, esses inseticidas requerem uma certa umidade para proporcionar um controle efetivo da lagarta. Em área onde não foi utilizado o tratamento de sementes, tem-se como opção de controle a aplicação de inseticida à base de chlorpyrifos pulverizado com jato dirigido para o colo da planta, desde que o ataque seja identificado logo no início. Nessa condição, o controle da lagarta evita que ela emigre de plantas atacadas para plan-

Fotos CNPMS

Abaixo danos provocados pelo ataque da Elasmo. As perdas podem variar de 20% até a perda total da lavoura

siderada econômica, é necessário que a lavoura esteja no período de suscetibilidade, com a umidade ao redor da capacidade de campo. Práticas culturais como a queima da palhada antes do plantio, ou na colheita, também afetam a população dessa praga. Onde se pratica a queimada ocorre maior população e danos por elasmo. Existe um estímulo olfativo nos adultos que são atraídos para áreas queimadas. Essa prática também contribui para a destruição de inimigos naturais. O método de cultivo também afeta o manejo dessa praga. A infestação chega a duas vezes mais em cultivo convencional em relação ao plantio direto, uma vez que as fêmeas preferem depositar os ovos no solo ara-

avaliados e melhorados com essa finalidade na Embrapa Milho e Sorgo. A resistência encontrada nos genótipos selecionados é considerada moderada e seu emprego no futuro deverá ocorrer juntamente com outro método de controle. O método de controle de elasmo mais comumente utilizado tem sido o químico. O tratamento de sementes, pela sua praticidade, custo e eficiência é o mais empregado. Os inseticidas a base de thiodicarb, carbofuran, carbossulfan são largamente utilizados em áreas com histórico de ataque com essa praga. Entretanto em áreas onde tem ocorrido severa estiagem e consequente umidade baixa do solo, a eficácia desses inseticidas tem sido pre-

tas sadias, aumentando o dano inicial. Outra opção de controle químico é através da insetização, ou seja, a aplicação do inseticida via irrigação por aspersão. Esse mesmo inseticida aplicado via irrigação por aspersão utilizando lâmina de 10 mm de água, proporciona um controle eficiente da lagarta. É importante ressaltar que a conjugação de diferentes métodos de controle é recomendada para o manejo dessa praga visando reduzir o seu potencial de danos, que em condições favoráveis pode trazer expressiva perda para o produtor de milho. Paulo Afonso Viana, Embrapa Milho e Sorgo


Milho

nutrição

Fotos Cultivar

Solo e fertilizantes com fósforo

Os extratores irão definir o elemento disponível ou seja, uma indicação parcial (ou proporcional) da quantidade do que a planta poderá absorver. A análise de solo, portanto, apesar de ser uma ferramenta útil, não considera estas relações. Isto demonstra a análise do solo é necessidade do acompauma ferramenta nhamento técnico das áreútil para se determinar as as em produção, sugerinprováveis limitações (dedo aumentos ou reduções ficiência ou excesso) nunas recomendações da tricionais que a planta adubação. poderá sofrer durante o O extrator retira uma seu ciclo vegetativo e quantidade empírica que, identificar os insumos a estando relacionada com a serem aplicados, econoprodução ou com o P abmicamente, ao sistema sorvido, fornece indicativo composto pelo solo e pela do P disponível. Em sínteplanta. se, há uma quantidade deFica fácil entender que terminada pelo extrator e o solo é constituído por uma quantidade pronta três fases: sólida, líquida para ser absorvida na soe gasosa. A fase sólida está lução do solo. Este teor na composta pelas frações solução estará em equilímineiras (argila e areia, brio com a força que o solo por exemplo) e orgânicas; exerce para reter este P na a fase líquida, pela solusua fase sólida. Solos mais ção do solo. A fase gasoargilosos apresentarão vasa, composta pelo ar, tamÉ preciso analisar as condições e os componentes do solo antes de iniciar o plantio lores mais baixos; solos bém é importante na numais arenosos, valores trição mineral das plantas. mais altos. Este P na solução, sua conQuando o espaço do ar é ocupado pela leitor poderá imaginar a necessidade de centração e velocidade de reposição deágua, ocorre uma série de reações que uma quantidade de P nesta solução e finirá a nutrição da planta. A solução limitam e alteram o complexo nutrici- do fluxo de reposição do íon absorvido solo pode ser considerada como o onal. Este fato acarreta implicações de do. A planta absorve o fósforo e o solo termômetro indicador do status nutriordem prática, ou seja, deve-se culti- o repõe numa quantidade e numa vecional de P. Yost et al (1979), por exemvar o milho em terrenos arejados, ou locidade suficiente para atender à sua que não sofram inundações por um pe- demanda nutricional. Se tudo isto ocor- plo, obtiveram produções de milho na ríodo prolongado durante o desenvol- rer em equilíbrio, o solo estará com sua ordem de 8 a 9 t ha quando a solução vimento do milho. A Embrapa Milho e fertilidade alta; se não, deverá haver do solo apresentou valores na ordem Sorgo criou uma cultivar (Saracura) ações para corrigir o desequilíbrio e au- de 0,05 mg L de P. Para melhorar esta interpretação do para solos mais pesados, entretanto, mentar a produtividade . Estes três fatores, portanto, definem elemento disponível , principalmenisto não implica em dizer que o solo pode estar inundado durante todo o ci- um sistema dinâmico que não é de- te quando do uso do extrator Mehlich monstrado na análise de rotina pelos 1, é necessário a inclusão de algum paclo do milho. O fósforo para ser absorvido pela extratores químicos. Observem que o râmetro que possa ajudar nesta interplanta tem que sair da fase sólida e ir solo é amostrado, seco e encaminhado pretação. Isto pode ser feito tanto pelo para a fase líquida. Neste momento, o para o laboratório para ser analisado. lado técnico como pelo lado prático,

A

como por exemplo, o histórico de uso do solo. Há solos cuja análise revela 2 mg dm de P (valores considerados baixos pela interpretação de qualquer Tabela), e que não necessitam de nenhuma adubação de P. As plantas absorvem o P existente na solução e, imediatamente, há a reposição. Neste caso não há resposta à adubação fosfatada . Por outro lado, existem solos com 40 mg dm (valor que pode ser considerado alto ) e, há a resposta à adubação fosfatada. Ou seja, a planta absorve o » disponível» e não possui mais P. Só tinha aquela quantidade. Isto é comum em solos arenosos e em solos com plantio direto, onde, com as constantes adubações no sulco de plantio, acumulase P em determinados pontos da área que, quando amostrados, revelam altos valores. Contudo, há resposta à adubação fosfatada. Como implicação prática destes fatos há necessidade da interpretação técnica da análise de solo e também de se manter um histórico de uso das áreas cultivadas . A Tabela indica as quantidades de P2O5 recomendadas em função da faixa de produtividade dentro da fertilidade específica. Extratores químicos São vários os extratores para indicar o P disponível, contudo, no Brasil,

apenas dois são utilizados extensivamente: o Mehlich 1 (Norte Carolina) duplo ácido e a Resina Aniônica. O nível crítico (NC) é definido como o teor de nutriente no solo apartir do qual não mais haveria resposta à adubação. Neste caso, a adubação seria apenas aquela para repor o que a cultura iria retirar, mantendo-se a fertilidade do solo. O NC para o extrator Mehlich 1 seria dependente do teor de argila. Nos solos argilosos, pode-se considerar o

Adubação correta produz plantas sadías

valor de 10mg dm; para solos arenosos, 20 mg dm. Nas análises com Resina, este nível crítico seria o mesmo, tanto para solos arenosos como para os argilosos, 40 mg dm. Outro aspecto que merece atenção no caso dos extratores é uso de fosfato natural (fosfato de Araxá e fosfato de Patos de Minas, por exemplo) e o estádio de seu envelhecimento do fertilizante no solo. Pode-se pensar que as adubações mais recentes estariam mais disponíveis para a cultura do que as aplicações mais tardias, principalmente quando em contato com um volume maior de solo. Como a agricultura é dinâmica, áreas que foram utilizadas para pastagem, quando o uso do fosfato natural é mais efetivo, ao serem utilizadas para o cultivo de milho, deverão sofrer uma avaliação crítica dos resultados analíticos. A solubilização dos fosfatos considerados insolúveis fica na dependência do tempo. O extrator duplo-ácido, como o extrator Mehlich 1, dissolve o P diretamente no adubo, alterando a interpretação dos resultados. Novamente ressalta-se a importância do histórico da área e a necessidade de análise por extrator específico, como por exemplo a resina aniônica. Fatores relativos Os nutrientes nos fertilizantes são expressos em termos de teor total e o solúvel em água. Ao se adquirir uma formulação (4-30-16, p.e.) estão expressos apenas os valores solúveis em água, que são as formas disponíveis para as plantas. Parte do fósforo total, não solúvel em água, porém, solúvel em ácido cítrico e em citrato neutro de amônio, são também disponíveis para as plantas. Nos fosfatos naturais, por exemplo, tem-se altos valores de P to-

Manejo Ecológico de Pragas CONSULTORIA T REINAMENTO PESQUISA GRAVENA - Manejo Ecológico de Pragas Agrícolas Ltda. - Chácara Paulista Rodovia Deputado Cunha Bueno, SP 253, km 0.7, 14870-000, Jaboticabal/SP, Fone/Fax: (16) 323-2221 e-mail: gravena@asbyte.com.br


Defensivos genéricos AENDA

tal ( 28% - 30%), baixos valores de P solúvel em água (5%), contudo, a planta poderá absorver de 8 a 10% que seriam as formas solúveis em ácido cítrico. Outrossim, dentro dos conceitos de granulometria, pode-se ter misturas de grânulos e todos os nutrientes no mesmo grânulo. No primeiro caso, o produtor pode observar cores diferenciadas no adubo: branca para o nitrogênio e cinza para o fósforo e vermelha para o potássio, por exemplo. Neste caso, em função da diferença de peso dos grânulos (densidade diferente), é possível haver sedimentação diferenciada das partículas devido ao transporte, afetando a uniformidade quando da sua aplicação no campo. As partículas mais pesadas irão ficar no fundo e serão aplicadas primeiro; as mais leves, na superfície da caixa, e serão aplicadas no final. Como implicação prática, em caso de deficiência, haverá plantas com diferentes estádios de desenvolvimento no sulco de plantio. Quando o adubo vem na forma de pó, sua distribuição fica mais difícil, em função de constantes entupimentos dos tubos que o levam aos sulcos de plantio. Deve-se observar, constantemente, o fluxo de caída destes fertilizantes. Outro aspecto a considerar é o uso de formulações concentradas, 4-30-16, 4-30-10, 4,20-20, etc. Nestas formulações não existe o enxofre. Ganha-se no transporte e perde-se na quantidade de nutrientes que acompanham o NPK. O uso constante destas formulações leva a deficiência de S. No caso do milho, pode-se optar pelo sulfato de amônio em cobertura, contudo, vale a pena investir em pequenas aplicações de gesso agrícola para o fornecimento de S e facilitar a aplicação de formulações mais concentradas, com menor gasto de energia para sua aplicação e transporte.

Carlos Alberto Vasconcellos, Gilson V. E. Pitta, Gonçalo E. de França e Vera Maria C. Alves, Embrapa Milho e Sorgo

Mistura em tanque: A verdade oculta

E

m 29 de novembro de 1994, a Câmara Setorial de Produtos Fitossanitários, composta por representantes de toda a cadeia produtiva, aprova texto para futura portaria regulamentando mistura em tanque: Deverá constar no rótulo e bula de agrotóxicos e afins a recomendação técnica para a mistura em tanque pretendida, indicando as marcas comerciais ou o nome comum do ingrediente ativo, incluindo os tipos de formulações e suas concentrações, dos produtos a serem misturados, observando que as precauções de uso a serem adotadas devem referir-se ao produto de maior risco toxicológico e ambiental. Esta redação está de acordo com a prática internacional, que considera a mistura em tanque uma responsabilidade do agricultor, respaldado por pesquisa e fomento regional, posicionando os fabricantes dos produtos como parceiros no processo. A mistura é uma necessidade que salta aos olhos, por adicionar vantagens econômicas no trato fitossanitário, baixando custos de produção, e principalmente por reduzir consideravelmente o tempo de exposição do aplicador. A experiência internacional demonstra que os possíveis riscos toxicológicos aditivos da mistura são os mesmos decorrentes da aplicação de dois ou mais produtos aplicados isoladamente em forma sequencial, visto o curto espaço de tempo das aplicações e da exposição do trabalhador. 30 de maio de 1995. O Ministério da Agricultura publica a Portaria nº 67 : Artigo 3º - Os agrotóxicos e afins recomendados para mistura em tanque, deverão ser indicados por suas marcas comerciais, incluindo os tipos de formulações e suas concentrações. Parágrafo Único A mistura em tanque envolvendo produtos de empresas diversas, somente será autorizada mediante anuência expressa das

empresas detentoras dos respectivos registros. À época, AENDA apresentou objeção contra tal arbítrio e desalinhamento com o praticado nas principais nações do mundo. Foi à Procuradoria Geral da República, que suspendeu a aplicação da aludida portaria por um ano. Logo depois a Procuradoria saiu inexplicavelmente do processo e a portaria voltou a vigorar em 08 de janeiro de 1996. Hoje, diversos produtos trazem indicação de outras marcas comerciais para mistura no tanque do pulverizador. Coincidentemente, só marcas de grandes empresas, que agora contam com um aliado poderoso para difusão e propaganda: o instrumento do receituário agronômico. Em verdade, isto é perfeitamente legítimo, na medida que essas empresas optaram por assumir a responsabilidade dos resultados das adições dos produtos. O que não é admissível é cercear o agricultor em ampliar suas escolhas com produtos similares, eficazes e bem mais baratos. Os produtos similares, se pudessem, reproduziriam no rótulo as orientações da pesquisa e da prática agrícola, informando o nome químico e a concentração de produtos a misturar, tal como ocorre no mercado americano, permitindo ao agrônomo também receitá-los. Pense bem, qual a grande empresa, que gastando fábulas na divulgação de suas marcas, permitiria a inclusão de uma de suas marcas no rótulo de outra empresa de porte pequeno ou médio? Em outros países, a configuração adotada pela Portaria nº 67 teria a conotação de incentivo ao abuso de poder econômico. E é justamente por isso que lá fora as regras de mistura em tanque são diferentes. Iguais às recomendadas pela Câmara Setorial.

Misturas em Tanque Aprovadas no Ministério da Agricultura FORUM (Cyanamid) + DITHANE PM ( Rohm and Haas) FORUM (Cyanamid) + BRAVONIL 750 PM (Zeneca) SENCOR 480 (Bayer) + BORAL 500 SC (Fmc) CLASSIC (Du pont) + COBRA (Hoechst) CLASSIC (Du pont) + FLEX (Zeneca) CONFIDOR GRDA 700 (Bayer) + ORTHENE 750 BR (Hokko) RUFAST 50 SC (Hoechst) + SAVEY PM (Du pont) KENDO 50 SC (Hoechst) + KELTHANE (Rohm and Haas) KENDO 50 SC (Hoechst) + SAVEY PM (Du pont) COBRA (Hoechst) + BASAGRAN (Basf) TILT (Novartis) + ALTO 100 (Novartis) JUNO (Milênia) + JADE (Milênia)

requeima requeima pl. daninhas pl. daninhas pl. daninhas lagarta rosca ácaro da leprose ácaro da leprose ácaro da leprose pl. daninhas ferrugem foliar doenças diversas

batata / tomate batata / tomate soja soja soja fumo citros citros citros soja trigo trigo

Material produzido pela Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas. As opiniões manifestadas são de sua responsabilidade. E-mail: aenda@sti.com.br


Mep

controle

Fotos Sterling

Amigos que você não vê Aranha predando inseto daninho à lavoura. Deve-se saber distinguir os animais benéficos das pragas

A existência dos inimigos naturais das pragas convivendo nos sistemas ecológicos agrícolas é uma garantia primordial para o sucesso do MEP. É o primeiro e dos mais importantes princípios. É através dele que se realiza o controle biológico das pragas. O controle biológico é fundamental tanto nos sistemas convencionais como nos orgânicos. Portanto, vamos saber agora qual é a verdadeira posição do controle biológico no novo sistema de proteção de plantas contra as pragas agrícolas.

O

que são pragas e inimigos na- pragas chaves para em torno dela imturais chaves? Antes de partir- plementar o MEP. mos para a apresentação do controle As espécies mudam conforme o lobiológico como um sub-sistema do cal, época do ano, influenciado pelo MEP e sua utilização racional e prática comportamento do próprio agricultor, é necessário que o leitor entenda o que pelo próprio consumidor dos produtos são pragas e benéficos chaves. É sobre agrícolas, pelo clima, etc. Em citros, por estes dois elementos do sistema ecoló- exemplo, com seca prolongada a leprogico agrícola que o MEP é estabeleci- se se agrava. Em certos locais e sistedo. Aliás, usamos o termo mas de produção sistema ecológico agrícola contínua de frutas como a forma aportuguepara mercado in Se existe praga sada de agroecossistema, e natura a mosca das chave, há também os significa nada mais nada frutas pode ser a chainimigos menos que o cultivo agríve, com o descuido naturais chaves cola realizado pelo agriculdo citricultor é a ortor e todas a influências tézia que se torna que recebe de dentro e de mais importante, em fora, pela natureza e pelo homem. região epidêmica de cancro cítrico é a Em termos amplos, a(s) praga(s) larva minadora e frutas de boa qualimais importante(s) do momento num dade externa leva a ser considerada pradado cultivo é definida como a que cau- ga chave o ácaro da ferrugem. Se exissa danos econômicos todos os anos e te praga chave, há também os inimigos em todas as plantações de um mesmo naturais chaves. tipo de cultivo. No citrus é o ácaro da Inimigos naturais chaves são semleprose, no café é o bicho mineiro, na pre aqueles que causam redução signisoja é a lagarta da soja, no tomate e no ficativa na densidade da praga chave. algodão (atualmente) são os vetores de São os organismos benéficos que ao viroses, e assim por diante. Em cada diminuírem as populações das pragas cultivo podemos eleger uma ou mais o fazem irreversivelmente, em tempo

de livrar o cultivo de danos que se si- lógicos. Há poucas pessoas que num tuem acima dos níveis econômicos. O primeiro instante podem dizer se um inimigo natural chave pode provir do inseto que se apresente à sua frente é grupo dos insetos (predadores e para- benéfico ou nocivo. sitóides), dos ácaros (predadores), das Artrópodes aranhas (predadoras), dos pássaros predadores. (predadore), dos entomopatógenos (víCorrespondem aos rus, bactérias, fungos e insetos, ácaros e aranematóides), etc. nhas no grupo dos arA eficiência dos Se há pragas e benéfitrópodes do reino anipredadores é uma cos chaves, estes convimal. Um predador é questão de volume vem com os secundários definido como sendo consumido por também. Os secundários indivíduo o inseto, ácaro ou arapodem se tornar chaves nha, que precisa ataa qualquer tempo, seguncar várias presas para do as mudanças dinâmicompletar o seu decas, já listadas no início, que ocorrem senvolvimento e renos cultivos. Mais recentemente, o produção. Alguns grande fator de mudanças é, sem dúvida, o surgimento das plantas transgê- predam só nas suas nicas. Estas, por questão de prioridade fases larvais como os e economia, são direcionadas sempre crisopídeos (neuróppara as pragas chaves, o que ocasiona teros) e as larvas das mudanças no comportamento e na exis- moscas sirfídeas. Outência dos respectivos inimigos natu- tros o fazem tanto nas rais chaves e surgimento de outras pragas chaves que ocupariam o mesmo nicho ecológico deixado pela praga visada pela transgênica. Inimigos naturais? Sendo chave ou secundário não será o enfoque principal nesta abordagem, pois se num momento é chave noutro pode não ser. Esta é a dinâmica que impera nos processos biológicos. Há também a inestimável atuação conjunta ou coletiva dos inimigos naturais, mesmo não sendo chaves, que poucos se dão conta. O que conta é a necessidade de reconhecimento e diferenciação dos organismos benéficos dos que são nocivos à agricultura quando se estima sua presença natural nos sistemas eco-

Algumas espécies de formigas, como a Solenopsis, trazem benefícios por serem inimigos naturais das pragas

formas de larvas como na de adultos, enquandrando-se assim as joaninhas (coccinelídeos), carabídeos, etc. Há os que atuam atacando presas só na sua fase adulta, como as vespas (vespídeos) e formigas (fomicídeos). Os que acabamos de mencionar são os que têm 4 fases distintas (ovo-larva-pupa-adulto). Mas existe os que crescem sem fases de repouso biológico distinguível facilmente, como os percevejos, tripes, tesourinhas, ácaros e aranhas. Estes predam suas presas em todas as fases de crescimento (estágios ninfais e adultos). Pela forma de atuação podemos diferenciar os predadores em 3 tipos: mastigadores - joaninhas (larvas e adultas) que mastigam as vítimas antes de ingeri-las; sugadores percevejos e crisopídeos que usam os estiletes e mandíbulas para suscionar os conteúdos dos insetos predados; carregadores há os predadores que têm a função de caçar, capturar, triturar as pragas e carregá-las até os ninhos e lá alimentar os filhotes e as rainhas por transferência ou regurgitação; não é preciso dizer que


Manejo de resistência final

Curiosidades sobre predadores As larvas das joaninhas do gru-

po Scymnus não mastigam, apenas susão afetos aos insetos sociais em geral, gam, mas primeiramente elas captucomo formigas e vespas. Conhecer a ram a presa pela perna, corta-a e suga forma de ataque é importante no MEP através da perna. para distinguir a causa da morte de al O tripes Frankliniella occidengumas pragas importantes como os talis é ao mesmo tempo, praga e beovos de lepidópteros chupados, mastinéfico. Terrível praga enquanto é vegados. tor de viroses e sugador de plantas e Entre os artrópodes predadores popredador razoável de ovos de ácaros demos separar aqueles que só atacam tetraniquídeos(rajado, vermelho, um tipo de presa e são considerados esetc.). pecíficos ou especialistas. Os que têm As vespinhas parasitóides do como dieta alimentar muitas espécies grupo dos Eulofídeos também preou vários grupos de pragas chamamos dam; é quando, na fase de adultas, de generalistas. Entre os especialistas vemos alguns que são predadores de picam as larvas presas e assim as apenas um grupo de pragas e outros de matam para se alimanterem e só enmais de um grupo. Assim, como espetão procuraram presas para deixar cialista destaca-se a joaninha Stethorus seus ovos e parasita-las. spp. que só tem como presas as poucas espécies de ácaros do grupo dos tetraniquídeos, ou seja, o ácaro rajado e o vermelho. Já dos generalistas que coque na ausência ou até como complemem muitas espécies de um grupo ou mento consomem também pólen de flomais citam-se as joanires. Alguns podem até nas da sub familia Cocser criados somente em cinellinae, predadoras pólen, como Euseius ciAlguns predadores de pulgões. Por outro trifolius e Iphiseiodes consomem lado, estão os generaliszuluagai. alimento tas que não distinguem alternativo, como A eficiência dos premuito bem suas presas pólen de flores dadores se mede fune é nesta categoria que ção de volume consuestão os crisopídeos e as mido por indivíduo, da formigas da sub familia especificidade na predação, da depenFormicinae, Solenopsis e Pheidole e as dência da densidade da presa, da recoaranhas em geral. Finalmente, reconhelonização de áreas cultivadas, da capacemos como predadores que dispõem cidade de procura de suas presas, da de alimentos alternativos não oriundos sua característica de abundância, das do reino animal. São alguns dos ácaros práticas culturais em vigência, dos predadores da família dos fitoseídeos,

A tesourinha Doru luteipes é, ao mesmo tempo, praga enquanto corta estigmas das flores do arroz e benéfica enquanto voraz predador de lagartas recém nascidas. O Louva Deus, é predador, mas para o controle biológico no MEP é descartado pois não é eficiente; só predam insetos em vôo e são de característica de abundância muito baixa(ou seja, como característica biológica sua densidade na natureza é muito baixa não fazendo a diferença). Há joaninhas que só predam fungos de plantas; é o caso das do gênero Psyllobora que se alimentam do Oidium, e das Epilachna varivestris, que atacam plantas e são pragas sérias em alguns países.

agrotóxicos aplicados, do clima e outros fatores gerais de influência nas populações e indivíduos. Essas e outras informações serão dadas e discutidas quando abordarmos espécie por espécie de inimigos naturais. O fato é que independentemente da eficiência os artrópodes predadores desempenham um papel preponderante no MEP para o seu completo sucesso e conhecê-lo é obrigação dos manejadores de pragas nos dias atuais para atender as exigências dos tempos modernos.

Santin Gravena, Consultor

Inibindo a ALS Com o comentário a seguir sobre o mecanismo de ação de um grupo de enzimas, e acerca da fotossíntese, completa-se o trabalho sobre a resistência de plantas daninhas a herbicidas

A

enzima ALS (AHAS) é essen- ção no crescimento celular e na síncial para a síntese de amino- tese de DNA. As imidazolinonas tamácidos de cadeia ramificada, como va- bém inibem o transporte de fotossintetizados a partir das folina, isoleucina e lhas verdes. São absorvileucina. Existem pequenas diferenças O uso continuado de dos tanto pelas raízes como pelas folhas, com nessa enzima, forinibidores de ALS níveis diferentes para os mando isoenzimas, pode levar ao que recebem denodesenvolvimento da vários produtos. As planminações alfabétitas afetadas são levadas resistência cas, A, b, C, lentamente a morte, mas etc,,,(são conhecijá poucas horas após o tradas pelo menos 10 tamento o crescimento é alterações, as quais mostram sensibi- estagnado, com inibição da divisão lidades diferentes aos herbicidas do celular. grupo. A paralização na síntese dos Sua sintomatologia inclui a paraaminoácidos leva a uma interrupção lisação no crescimento, clorose, nena divisão celular. Herbicidas desse crose de meristemas apicais, grupo são no geral móveis tanto no definhamento e morte das xilema como no floema, podendo ser plantas sensíveis, o absorvidos e translocados a partir das que ocorre entre folhas como das raízes. São conheci- sete e 14 dias. dos quatro subgrupos: IMIDAZOLINONAS - O mecanis- Em mo em ação das imidazolinonas é semelhante ao dos produtos de outros grupos, mas inter-reagem de forma pouco diferente. Com a inibição da síntese dos aminoácidos há paraliza-

espécies e biótipos sensíveis a atividade da ALS não se recupera, enquanto em espécies e biótipos tolerantes a atividade inicialmente inibida se recupera, por metabolização do herbicida. A resistência já tem ocorrido no Brasil, especialmente com Euphorbia heterophylla. SULFONILURÉIAS - São conhecidos milhares de compostos contendo esse tipo de estrutura. As sulfoniluréias com propriedades herbicidas apresentam essa estrutura básica como ponte entre um radical aril e um heterociclo. São conhecidas centenas de sunfoniluréias com propriedades herbicidas, sendo muitas já comerciais. A seletividade depende do complexo de enzimas e da capacidade das plantas em decompor a sulfoniluréia por metabolização. O uso continuado de herbicidas inibidores de ALS pode levar ao desenvolvimento de biótipos resistentes. O mecanismo é uma alteração no sítio de acoplamento do herbicida na enzima ALS, geralmente envolvendo mudanças estruturais em nível molecular. Também pode ocorrer por au-


Cultivar

mento na capacidade de metabolização pelas plantas.

rados por fótons com 680 nm, enquanto o fotossistema I é ativado por elétrons gerados por fótons com 700 Ocorrência de nm de comprimentos de ondas. Esfotossíntese ses elétrons tem níÉ a síntese de composveis iniciais de enertos primários, a partir de gia diferentes. AlA fotossíntese água e de gás carbônico, guns outros compriocorre em duas seguida da formação de mentos de ondas atifases, sendo que só vam pigmentos com maléculas pouco mais a primeira depende complexas, efetivada de energia luminosa funções auxiliares. pela atividade de estrutuFOTOSSISTEMA ras moleculares enconII - As clorofilas do tradas nos vegetais. A focentro reativo, excitossíntese ocorre em duas fases, uma tadas, liberam elétrons, que são aceidependente e outra não dependente tos por moléculas de uma corrente de energia luminosa. A energia lumi- transportadora. Pela reação de Hill, nosa provém de ondas eletromagné- moléculas de água próximas do fotosticas de uma certa faixa de compri- sistema II são rompidas, liberandomentos, e as unidades dessa energia se um oxigênio (que enriquece a atsão chamadas fótons. Os níveis de mosfera) e dois hidrogênios, que ceenergia dependem de comprimentos dem seus elétrons para a regeneração de onda específicos. Os fótons são das clorofilas, restando prótons, que captados por antenas de clorofila se dirigem aos centros de síntese de que, excitadas, ATP (tiofosfato de adenosina). O ATP transfeé uma molécula altamente energizar e m da, resultando da fosforilaçao ( mais enerde um P) da ADP (difosfato de adenosina), menos energética. FOTOSSISTEMA I - Pigmentos no centro de reações também absorvem energia derivada da luz, mas nesse sistema não há rompimento de moléculas de água. As clorofilas do FS-II recebem elétrons pelas correntes transportadoras, que se energizam; as clorofilas cedem elétrons para outra gia, por corrente transportadora, que os levam ressonãncia, para ao centro de reaçao formadora de pigmentos nos centros NADP. Prótons de hidrogênio migram de reação, encontrados nas membra- por difusão e se incorporam nas monas de tecalóides, dentro de cloroplas- léculas de NADP, criando novas motos. Os pigmentos considerados são léculas de NADPH. as clorofilas a e b e os carotenaoides. Muitos herbicidas inibem a fotosCada pigmento absorve um compri- síntese por interferir num determinamento de ondas específico. do sítio bioquímico, seja no FS-I como Num centro de reação, além de no FS-II. A inibição da fotossíntese pigmentos encontram-se enzimas, impede a planta de formar composproteínas estruturais e outras molé- tos essenciais para sua atividade fisiculas, que catalisam as reações. ológica e seu desenvolvimento. Dois centros de reação, separados fisicamente, trabalham de forma coInibição da ordenada para o fotossistema. As fafotossíntese ses processadas por esses dois centros O maior grupo de herbicidas hoje são conhecidas como fotossistema II no mercado apresenta mecanismo (FS II) e fotossistema (FS I). O fotos- que interfere no fotossistema II. Trasistema II é ativado por elétrons ge- ta-se de um sistema muito complexo,

Kissmann explica o funcionamento dos herbicidas

dentro do qual muitos sítios bioquímicos podem ser bloqueados. Alguns produtos interferem inibindo a reação de Hill. Outro mecanismo geralmente afetado é o do transporte de elétrons na corrente de oxidação-redução. O acoplamento dos herbicidas, entretanto, não se dá sempre da mesma forma. Tentativamente está se procurando agrupar herbicidas que atuem nos mesmos sítios e que, por isso, teriam uma tendência de permitir o desenvolvimento de resistências cruzadas. Kurt Kissmann, Consultor


Arroz

doenças

Bayer

Fungos X Arroz A

brusone (Pyricularia grisea) e a mancha de grãos (Drechslera Sintomas de brusone, causada pelo fungo Pyricularia grisea, no nó da panícula, nas oryzae, Phoma sorghina, Alternaria pafolhas e no nó do colmo dwickii) são as principais doenças do arroz de terras favorecidas. São doenças causadas por fungos necrotróficos, crítico da doença). Há necessidade de nhão (Balsas) estão rindo à toa. Muitos que sobrevivem nos restos culturais e se buscar outros fungicidas eficientes deles colheram na última safra quantisementes, com grande poder destrutino controle de outras doenças, especi- dades de arroz que até bem pouco temvo da parte aérea das plantas. Os reflealmente a mancha po só eram obtidas no arroz irrigado. xos na produtividade são exde grãos. O trata- Alguns colheram até 5.000 kg/ha. Será pressivos devido à brusone mento de semen- isso possível para uma cultura que até nas folhas na fase vegetativa O complexo de tes com misturas bem pouco tempo era considerada e nas panículas durante a fordoenças que ataca de fungicidas sis- marginal e só servia para a abertura do mação de grãos. a cultura é têmicos e proteto- cerrado? Isso tem sido possível, nessa extremamente Por outro lado, a mancha res reduz grande- região do Brasil, devido ao sistema de destrutivo de grãos diminui a qualidamente o inóculo cultivo, onde a tecnologia é a palavra de e o rendimento de engeinicial da brusone chave. A nova tecnologia ( na verdade nho. Para o controle eficaz e da mancha de não é nova, apenas não era utilizada dessas doenças, é consenso, grãos. A prática atual recomendada até então) que vem sendo adotada peentre todos os segmentos envolvidos para o controle da mancha dos grãos e los agricultores matogrossenses não nos sistemas de produção de arroz, a da brusone é uma aplicação de um fun- abre mão das medidas de manejo inteadoção de estratégias de manejo integicida sistêmico (triazol) no final do grado das doenças. Sua implementação grado. Estas estratégias incluem: meemborrachamento / início da diferen- tem sido aumentada todos os anos, com didas eficientes de controle químico, ciação floral. Em muitas situações uma conseqüências econômicas muito favocombinado com o grau de resistência segunda aplicação é necessária, quan- ráveis para os que sempre acreditaram de cultivares e práticas culturais que do a cultura estiver com 2 3% das pa- na cultura do arroz de sequeiro. vão desde a escolha e preparo da área nículas emitidas, visando principalpara plantio até os cuidados fitossaniDoenças foliares mente a brusone do pescoço. Nesse tários durante a colheita e armazenae necrotróficas caso é recomendado uma mistura de gem dos grãos. O tratamento de seOs principais sistemas de cultivo no triazol mais tricycazole. mentes é uma das medidas mais ecoCentro Oeste são de arroz de terras fanômicas de controle da brusone e tem vorecidas e irrigado. AproximadamenExemplo no sido recomendada pela Embrapa Arroz te 85% da área cultivada é desenvolviCentro Oeste e Feijão. O fungicida Pyroquilon tem Os rizicultores dos Estados do Mato da no sistema sequeiro de terras favodemonstrado alta eficácia no controle Grosso (Tangará da Serra, Deciolândia, recidas na região Centro Oeste. da brusone na fase vegetativa (período Sapezal, Parecis e Sorriso) e do MaraO complexo de doenças que ocorre

nesse sistema de cultivo é extremamen- ras favorecidas. Doenças causadas por te destrutivo e deve ser controlado atra- vírus ainda não foram registradas no vés de medidas integradas de controle. Brasil. As medidas de manejo integrado de São doenças na maioria causadas por fungos necrotróficos, com grande ca- doenças na cultura de arroz de terras pacidade de sobrevivência nos restos favorecidas dependem de fatores agroculturais e que utilizam muito bem as ecológicos e econômicos. O sistema sementes como meio de disseminação. MID (Manejo Integrado de Doenças) deve ser entendido de As principais doenuma forma multidimenças em importância sional e multidisciplinar. econômica são: a bruDoenças causadas Ele apresenta vários nísone (Pyricularia gripor vírus ainda veis de complexidade. O sea), a mancha dos não foram mais simples, onde se grãos (Drechslera registradas no considera o MID apenas oryzae, Phoma sorghiBrasil para doença principal, na e Alternaria padwriaté o mais complexo, ckii), a escaldadura onde são consideradas (Microdochium oryzae) e a queima das glumelas (Pho- todas as doenças que ocorrem no sistema sorghina).Outras doenças fúngicas ma de cultivo. O MID pode ser definide menor importância econômica são: do como a melhor combinação de mea mancha estreita (Cercospora oryzae), didas culturais, biológicas e químicas o mal do colo (Fusarium oxysporum ), do agricultor que produz a administrao carvão das folhas (Entyloma oryzae) ção referente a doenças da cultura, e o falso-carvão (Ustilaginoidea virens). numa determinada situação, socialAs doenças causadas por nematóides mente mais aceita, ambientalmente incluem o nematóide formador de ga- mais sadia e de despesa mais válida. O lhas (Meloidogyne javanica) e a ponta manejo integrado da brusone, da manbranca (Aphelenchoides besseyi). Algu- cha de grãos, da escaldadura e da queimas doenças bacterianas, como a lis- ma das glumelas, é a combinação de ta parda (Erwinia sp.) e a podridão da- práticas agronômicas, com o controle bainha foram recentemente observadas químico e com a resistência genética em diferentes regiões do arroz de ter- das cultivares (controle genético) que

MID ARROZ

CNPAF

Sanidade do arroz depende de constantes cuidados

mantém os patógenos em níveis toleráveis ou abaixo do limiar de dano econômico. A pesquisa oficial tem recomendado aos agricultores, de uma maneira geral, que utilizem uma combinação mais adequada de todas medidas disponíveis de controle. Os critérios para a tomada de decisão do MID Arroz são: eficiência, economia, compatibilidade ambiental e impacto na saúde humana. O sistema MID Arroz deve ser ainda adaptado localmente, de custo justificado e ambientalmente sadio. Ele possui vários níveis de organização que vão desde a observação, prevenção e intervenção no sistema de cultivo. Luis Antônio S. Azevedo, Novartis


Informe especial

Congresso

investimento

entomologia

Brasil, prioridade para Monsanto Cultivar

Presente no mercado brasileiro desde meados dos anos 50, a Monsanto está investindo US$ 800 milhões em um conjunto de projetos em desenvolvimento até 2001

T

rata-se do maior aporte da companhia fora dos Estados Unidos e, segunBelmiro confirma a importância do Brasil para a Monsanto do Belmiro Ribeiro da Silva Neto, diretor de Comunicação da em- da em S. José dos Campos, em São Paupresa, confirma a importância estraté- lo, essa unidade produz herbicidas, ingica do Brasil para os planos da Mon- cluindo o Roundup, líder de vendas em santo, que não foram alterados com sua seu segmento. A empresa está presendecisão recente de fazer uma fusão com te também nas áreas farmacêutica, de a Pharmacia & Upjohn. ingredientes para a indústria alimentíEsses recursos serão utilizados em cia e adoçantes de mesa. No setor agrídois grandes projetos da Monsanto na cola atua tanto em insumos químicos, Divisão Agrícola: a instalação da pri- produzindo e comercializando herbimeira unidade de producidas, como em seção de matérias primas mentes, com marcas para o herbicida Rountradicionais como Apesar da recente dup no Hemisfério Sul e Agroceres e Dekalb, fusão, continuam a modernização das unipara milho, sorgo e os investimentos dades de beneficiamento girassol, e Monsoy, da empresa no de sementes. O objetivo para soja. A Monsanpaís da Monsanto, segundo to tem 2.500 funcioBelmiro, é ampliar sua nários no Brasil e reestrutura para atender à gistrou vendas de cerca de US$ 550 micrescente demanda do setor agrícola lhões em 1999. brasileiro, que a cada ano tem conquisFundada nos Estados Unidos em tado novos recordes de produtividade 1901, a empresa esteve focada no setor graças à utilização de modernas tecno- químico tradicional até o final da délogias e sementes de alta qualidade. cada de 70, quando iniciou seu reposiA Monsanto inaugurou sua primei- cionamento para o setor das chamadas ra fábrica no Brasil em 1963. Localiza- Ciências da Vida. Desde então já inves-

tiu mais de US$ 4 bilhões em biotecnologia agrícola, setor do qual além de líder é pioneira. Suas sementes modificadas de soja, milho, algodão, canola e batata são cultivadas principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Austrália, China e África do Sul. Em 98 o faturamento mundial da Monsanto atingiu US$ 8,6 bilhões. Em dezembro passado a Monsanto anunciou sua fusão com a empresa Pharmacia & Upjohn, do setor farmacêutico, do que resulta uma companhia com faturamento estimado de US$ 17 bilhões. Só o orçamento anual de pesquisas e desenvolvimento do novo gigante alcança US$ 2 bilhões. A fusão, explicou Belmiro, vai fortalecer o segmento farmacêutico do grupo e levar a uma reestruturação da divisão agrícola, que se tornará uma nova empresa independente e manterá seu agressivo cronograma de investimentos no Brasil. A operação brasileira da Monsanto na área agrícola é dirigida por Gustavo Leite, que acumula experiência internacional, não só na matriz norte-americana, como também na direção da operação canadense da Monsanto. Sob seu comando a divisão agrícola da empresa no Brasil está reestruturando as empresas de sementes, adquiridas nos últimos três anos, em uma operação única.

Nova unidade A mais moderna unidade de pesquisa e beneficiamento de sementes do cinturão tropical está sendo estruturada pela Monsanto em Uberlândia, Minas Gerais, em uma área de 1,6 milhão de metros quadrados, com um investimento de US$ 40 milhões. Além da tecnologia de ponta em processos convencionais de melhoramento de sementes, essa unidade receberá um laboratório de Biotecnologia que usará técnicas de mapeamento genético para facilitar o trabalho dos melhoristas e acelerar as pesquisas na área. No futuro desenvolverá pesquisas e desenvolvimento em biotecnologia agrícola.

Último prazo para inscrição promocional P

ção da biodiversidade . Lawton é ara o XXI Congresso Internaespecialista em dinâmica populaciocional de Entomologia, que nal e implicações das mudanças será realizado de 20 a 26 de agosto climáticas nas comunidades de em Foz do Iguaçu (PR), são esperainsetos e ecossistemas. O professor dos mais de cinco mil cientistas possui 286 trabalhos publicados, provenientes de todas as partes do entre artigos e capítulos de livros. mundo. O evento contará com 24 Outro palestrante de destaque é o sessões simultâneas, 274 simpósios e também professor do Imperial 18 conferências plenárias. College, Michael Patrick Hassell, O tema oficial do congresso é cujo tema da exposição será intera Entomologistas preservando a ções de insetos parasitários . Hassell biodiversidade . O presidente do estuda há anos os meios através dos evento, Décio Luiz Gazzoni, explica quais a competição, que no assunto predação e o parasienquadram-se todas as tismo afetam as formas de preservaAté o final deste populações de espécição, não apenas da mês é possível es. fauna de insetos úteis aproveitar o valor reduzido para Já o professor da e benéficos, mas a inscrição no Oregon State Univerdiversidade de inseCongresso sity, Marcos Kogan, tos, de outros animais palestrará sobre o e da flora, onde os desenvolvimento insetos são importansustentável e o manejo integrado de tes polinizadores, ajudando a preservar espécies. pragas , temas que pesquisa há tempos. Serão abordados em palestras, da Sessões Plenárias mesma forma, os seguintes temas: Desafios entomológicos para o A abertura do XXI Congresso Internacional de Entomologia estará próximo século, por Manfred Kern; O impacto da sistemática filogênica a cargo do professor do Imperial College, John H. Lawton, que falará de Hennig sobre a entomologia sobre Entomologistas e a conservacontemporânea, por Nils Andersen;

Interações entre plantas e insetos, por Elizabeth Bernays; Plantas transgênicas, por Angharad Gatehouse; Quatrocentos milhões de anos de artópodes terrestres, por David Grimaldi; Diversidade química nos feromônios sexuais de besouros, por Walter Leal. A lista completa dos palestrantes poderá ser encontrada no site oficial do congresso (www.embrapa.br/ice). Inscrições Com descontos Para quem ainda não se inscreveu no evento, vale lembrar que há redução no preço até o dia 28 de fevereiro. Participantes, até esta data, pagarão apenas US$ 400, acompanhantes US$ 130 e estudantes US$ 250. Entrega De trabalhos Outro ponto importante sobre o Congresso é o prazo final para remeter resumos de trabalhos para apresentação, que se encerra dia 28. Um resumo rápido sobre a forma de apresentação pode ser encontrado na edição de janeiro da Cultivar. Para maiores detalhes, recomenda-se acessar o site do evento.


CNPSo

O mundo na era da Rodada do Milênio Décio Luiz Gazzoni

A

Rodada do Milênio deverá durar três anos, mas sua convocação foi um fiasco. Com direito a ameaça de bombas, violentos protestos, atrasos na programação, falta de agenda. Dezenas de milhares de manifestantes denunciaram a OMC como uma entidade que defende os interesses das grandes corporações e dos países ricos. O que é a verdade. Veja a coincidência: todos os produtos de alto valor agregado, intensivos em tecnologia, têm o mercado liberado. Os produtos agrícolas e têxteis são marcados por restrições e protecionismo. A diferença: os primeiros são vendidos por países ricos e empresas multinacionais. Os últimos representam a pauta de exportação dos países pobres. O que deveria ser a ponte entre dois milênios, a roupagem modernizante do comércio internacional, foi uma pantomima. A agricultura vinha ficando fora dos acordos de comércio internacional, em especial do GATT. A ausência de regras, ao contrário do que possa 44

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parecer, era muito conveniente para os países ricos. Ricos e protecionistas. Sem regras acordadas, eles impuseram suas regras, pela força do poder econômico. Só que a Europa e o Japão, em especial, foram tão longe com seus subsídios à agropecuária, que mexeram com o guardião da ordem mundial: os EUA. No primeiro instante, a resposta ao subsídio foi o próprio subsídio. Depois, os americanos entenderam que levariam mais vantagens se houvesse regras internacionais para o setor. Que, naturalmente os beneficiassem. Foi mais ou menos assim a concepção da Organização Mundial do Comércio (OMC). Novas regras Após o advento da OMC, os países pobres (como o Brasil) rezaram por sua Bíblia e abriram seu mercado, sem reciprocidade. Se autocondenaram à pobreza, porque o aumento das importações brasileiras de países ricos foi 600% superior às suas exportações. Esse foi o balanço de quatro anos de novas regras comerciais. A Rodada do Milênio já estava prevista no encerramento da Rodada Uruguai, a geradora da OMC. O que se pode esperar da nova Rodada? Existem diversos cenári-

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os. Pessoalmente acredito diará na Rodada do Milênio que no curto prazo a UE e o terá um discurso que, às veJapão manterão o protecio- zes, encobre os reais propónismo agrícola; em represá- sitos. Vejamos: lia, os EUA também. Mas, no Os globalizantes: Lideralongo prazo, os déficits orça- dos pela UE, desejam uma mentários, o aumento da ex- agenda extenuante, para pectativa de vida, o alto vo- conseguir concessões em tolume de recursos (US$600 das as áreas, e justificar aos bilhões) para manter o em- seus agricultores eventuais prego de 1,5% da sociedade reduções nos subsídios agríque está no campo, a grita colas. dos consumidores (pagam Os limitantes: Representrês vezes pela mesma comi- tados pelos EUA e seus esda) e dos cudeiros fiéis, que não quecontriburem ampliar a intes (há agenda para teNo primeiro aplicação mas que não esinstante, a melhor tão maduros , resposta ao para os ou seja, tentam subsídio foi o meus imimpedir a manopróprio subsídio postos), bra diversionista além da da UE e focar em pressão agricultura, sermundial, e dos ganhos em viços e transparência de prooutras áreas, farão reduzir cedimentos. É o espaço negradualmente os subsídios gocial que os EUA precisam agrícolas. conquistar. Aí, ninguém compete Os pragmáticos: Índia, com o Brasil, se nós souber- Paquistão e Egito, entre oumos aproveitar a chance. tros, que desejam primeiro Sou mais Brasil a partir de implementar totalmente as 2010. Mas, como sobreviver decisões da Rodada Uruguai, entre 2000 e 2010? O fracas- para depois abrir novas frenso do Encontro Ministerial tes. Parabéns a eles! Podem de Seattle mostrou a comple- parecer crianças birrentas, xidade e as indefinições que mas sua lógica é imbatível. dominarão o médio prazo. Os pontuais: O Brasil e a Vamos tentar alinhavar al- maioria dos países emerguns fatos para análise. gentes aceita uma discussão ampla, desde que se resolO discurso vam os problemas dos subdos grupos sídios agrícolas, e das regras Cada grupo que se digla- anti-dumping . É a única

viu a metralhado- tregar gratuitamente ao agrira apontada para cultor. Que depois recebia o Brasil, acertou! insumos subsidiados. Sua São as novas bar- produção depois é comprareiras comerciais, da pelo governo japonês, estocadas na pra- pelo dobro do preço do merteleira, prontas cado. Na Europa, além dispara serem usa- so, há subsídio à comerciadas, quando as lização e linhas de crédito a outras forem der- juros baixos, prazos e carência longos, para praticar rubadas. É muito im- dumping nos mercados do portante que se terceiro mundo. perceba que o Economia busílis da discórde guerra? dia está no tema Para Gazzoni UE e Japão manterão os subsídios agrícolas Um marciano que cheagrícola. Existem outras questões polêmi- gasse à Terra agora, e raciotrilha que os leva ao futuro. cas, porém aparentemente cinasse pela lógica humana, negociáveis. Na questão agrí- pensaria que a UE, os EUA e Argumentos cola, os países ricos fincaram o Japão estão praticando ecodiferentes nomia de guerra, morrendo A UE insistirá na multi- o pé. Por quê? de fome, que o mercado de funcionalidade da agricultualimentos é comprador. Em Vergonha ra - o agricultor deixou de ser realidade, os estoques nunagrícola só produtor de alimentos. É Na ante-sala do século ca foram tão grandes, a obeguardião da natureza, preserva o ambiente e a paisa- XXI ainda observamos sub- sidade é a doença nacional gem campestre, purifica o ar, sídios superiores a US$50 americana. São subsídios gera empregos, etc. e tem mil (EUA) e US$30 mil (UE) globais de US$600 bilhões que ser subsidiado. Os agri- por propriedade. Pergunte (mais que o PIB brasileiro) para sustencultores europeus, em espe- agora qual o tar 1,5% de cial os franceses, não abrem crédito goveruma popumão de seus subsídios. Para namental (que A França, menor lação de isso, estão dispostos a todo o produtor que o Brasil, marajás o tipo de pirotecnia e escân- paga, com juproduz 90 milhões agrícolas, dalo, como quando fecha- ros altíssimos) de toneladas de que, na auram todas as estradas do médio, por grãos por ano sência de propriedade país. protecionisOs EUA esperam remover no Brasil? Memo jamais as barreiras ao comércio de lhor não dizer, OGMs, principalmente na tamanha a vergonha. Porque conseguiria competir com o UE, e a harmonização das a França, 6 vezes menor que Brasil e outros países agrícolegislações sobre biotecnolo- o Brasil, produz 90 milhões las. Como manter os subsígia e comércio de alimentos de ton de grãos anuais, 12 % dios, se a UE representa metransgênicos. Mas terão que mais que o Brasil? Com cer- nos de 10% dos votos da lidar com seu próprio públi- teza não é por condições de OMC? Ora, comprando voco interno, que começa a solo, clima, tecnologia, ou tos, ao melhor estilo dos poquestionar se, afinal, os eu- qualquer vantagem compa- líticos. A UE propõe tarifa rativa. É devido apenas a pe- zero de importação para paropeus não estariam certos. Questões ambientais e sadíssimos subsídios, supe- íses pobres. Pobres são 48 sociais ligadas ao comércio, riores ao valor bruto da pro- países com 600 milhões de como o trabalho infantil, tra- dução. No Japão eu vi, com habitantes, e renda per cápibalho semi-escravo, devasta- esses olhos que a terra há de ta abaixo dos US$100, que ção de florestas, queimadas, comer, o governo criando detém 0,4% do comércio poluição de cursos d água, terraços em morros de 45o de agrícola mundial. Essa esassoreamento de rios, foram inclinação, trazer solo de flo- mola é tudo o que eles quecolocadas em Seattle. Quem restas e outras áreas, para en- riam, e agora já são 64 vo-

tos. Somados às viúvas do comunismo do Leste Europeu, também sem vantagens competitivas, loucos para abocanhar uma parcela dos subsídios da UE, está configurado um bloco quase impossível de derrotar. Se ficar o bicho come... Para o Brasil e demais países de vocação agrícola não há alternativa para ontem. Se sair da OMC, em protesto pela discriminação odiosa, pagará o mesmo preço, será ainda mais discriminado, e sequer poderá usar o jus sperniandi. Se ficar dentro, valida a autocondenação à pobreza. Imagine um saudável motorista de Scania atropelando um cidadão. Já é brabo. Agora imagine que, no hospital, a transfusão de sangue seja do atropelado, com hemorragia, para o motorista. É mais ou menos o que ocorre no comércio internacional de hoje: um violento sugamento de riquezas dos países pobres em relação aos ricos. A esperança no sucesso da Rodada do Milênio (sob o ponto de vista dos países emergentes) reside na resistência civil que se materializou em Seattle, em um movimento mundial por justiça, equidade, correta aplicação dos recursos fiscais em benefício dos contribuintes dos próprios países ricos, na união e organização dos interessados em lutar por essa causa. É nesse ponto que eu deixo de ser o pessimista de curto prazo, para ser um otimista de longo prazo.

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Cultivar • 45


Uma nova Cultivar Equipe Cultivar

U

m ano de circulação, levando a engenheiros agrônomos e produtores informações técnicas sobre pragas, doenças e plantas daninhas que assolam as principais culturas agrícolas nacionais, bastou para consolidar o conceito da revista Cultivar como veículo de confiança no setor. Cada vez mais as empresas agrícolas a escolhem para atualização tecnológica de seus funcionários, adotando-a também as indústrias de agroquímicos como meio para propagar as informações e publicidade de seus produtos. Está virando tradição oferecer assinaturas da Cultivar como presente para clientes. A revista inicialmente foi projetada para circular entre produtores de grãos e engenheiros agrônomos dedicados às culturas de soja, milho, trigo e arroz. Desde os primeiros números, por solicitação direta, estendeu sua cobertura à bataticultura. Depois ao algodão, produto do qual tem sido a principal divulgadora no Brasil, vinculada estreitamente à associação nacional dos produtores, a Abrapa. Ampliamos mais e chegamos a outras. Recentemente in46

• Cultivar

hortícolas. Mas quase sempre produz milho, ou trigo, arroz, ou algodão, e daí mantermos hoje esses temas centralizados. Ao abrir-se o leque, aumentando o número de páginas para abrigar todas as culturas, produzem-se oscilações econômicas, pois cresce igualmente a tiragem. Em consequência, custos maiores significam

plantas daninhas nas culturas de feijão, batatas, maçãs, uvas, cebolas e todas as outras de importância econômica no país. Terá circulação bimestral no início, saindo em cada dia 15 dos meses de abril, junho, agosto, outubro, dezembro e fevereiro, nas edições normais. Sua distribuição também será pelo sis-

não desviar o foco dos ob- preços altos, tanto no vajetivos iniciais, com os lor das Assinaturas quanquais já estamos, leitores, to nas tabelas de anúncicolaboradores e redação, os, um desequilíbrio inhabituados. Acreditamos conveniente. que uma publicação que se As reiteradas solicitadedica a demasiados as- ções, no entanto, nos anisuntos mam a enfrentar n ã o mais esse desaA nova revista, p o d e fio, com solução especializada em manter audaciosa. hortaliças e a pro Assim, a parf u n d i - fruticultura, circulará tir da segunda no dia 15 de abril d a d e quinzena de esperaabri lançaremos da por a Cultivar HF, a seu público. Além disso, a segunda revista da Empreampliação do corpo da re- sa Jornalística Ceres, dedivista, com elevado núme- cada totalmente ao setor ro de páginas, implica em de horti-fruti, porém manquestões complexas. De tendo a linha original. A um lado, o produtor de nova Cultivar HF será o soja, por exemplo, só raras veículo que mostrará as vezes também se dedica às pragas, doenças e efeito de

tema de assinaturas. Distinguir-se-á da revista original por seu logotipo na cor vermelha. A sua Cultivar, com o tradicional logotipo verde, permanecerá nas áreas de grãos, algodão e café. A distinção clássica visa a proporcionar equilíbrio e manter custos. Entre os colaboradores que se dispõem a escrever na Cultivar HF estão professores e pesquisadores das principais universidades e demais instituições do país, como a Embrapa, IAC, Epamig, Iapar e todas as que fazem da agricultura uma das principais forças que impulsionam o Brasil.

corporamos o café. Nos últimos meses temos recebido forte pressão de parte de engenheiros agrônomos e grandes produtores para abrangermos também os aspectos técnicos dissecando os fatores restritivos da produção de feijão, maçãs e uva, principalmente, e de hortícolas e frutas em geral. Relutamos um pouco, para

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