Grandes Culturas - Cultivar 156

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Cultivar Grandes Culturas • Ano XIV • Nº 156 • Maio 2012 • ISSN - 1516-358X Destaques

Nossa capa

Sugadores de lucros.............................20

Ivan Cruz

Como enfrentar insetos sugadores que crescem em importância nas áreas produtoras de milho brasileiras

Sem errar..................................14 Anéis de perdas.........................18 Benefícios fisiológicos.................29 A importância de diagnosticar corretamente manchas foliares que incidem na cultura da soja e são facilmente confundidas com outras doenças

Saiba como enfrentar a mancha-anular, doença que ocorre no Brasil há vários anos e continua a afetar os cafezais

Índice

Expediente

Diretas

04

Como aplicar herbicidas em períodos secos na cana

06

Ataque de spodopteras em algodão

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Manchas foliares em soja

14

Mosca-branca em soja

16

Mancha-anular em café

18

Insetos sugadores na cultura do milho

20

Empresas - Nova estratégia global da Syngenta

23

Agrobrasília 2012

26

Empresas - Lançamentos da FMC

28

Benefícios fisiológicos do uso de estrobilurinas em trigo 29 Efeitos da qualidade do trigo

32

Tecnoshow Comigo 2012

34

Coluna ANPII

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Coluna Agronegócios

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Mercado Agrícola

Os efeitos do tratamento de sementes e da reposição de estrobilurinas sobre as plantas de trigo

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Fundadores: Milton Sousa Guerra e Newton Peter

REDAÇÃO

Sedeli Feijó José Luis Alves

• Editor

Gilvan Dutra Quevedo

• Redação

CIRCULAÇÃO

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• Assinaturas

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• Coordenação

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MARKETING E PUBLICIDADE • Coordenação

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GRÁFICA

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Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@grupocultivar.com Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Diretas Participação

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) participou da Expoagro Afubra 2012 onde apresentou alternativas à cultura do fumo para pequenos e médios proprietários. O instituto possui 14 cultivares de soja para solos úmidos, que podem ser plantadas nas áreas de várzea. Engenheiros agrônomos e técnicos indicam quais as melhores opções para cada região.

Tecnologia

Fernando Zanata e José Pedro do Canto, da área de Desenvolvimento de Produto da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia, participaram da Expoagro Afubra 2012 onde esclareceram as principais dúvidas dos visitantes sobre a tecnologia Powercore, presente nas últimas gerações de milho da empresa. Os híbridos com esta tecnologia possuem múltiplos modos de ação para o controle das principais pragas do milho, como lagarta-do-colmo, broca-do-colmo, lagarta-da-espiga, lagarta-elasmo e lagarta-rosa, além da tolerância aos herbicidas glifosato e glufosinato.

Sementes

A Syngenta destacou na Expoagro Afubra 2012 as variedades de soja SYN 1161 e SYN 1163, além dos novos híbridos de milho Status, Defender TL, Feroz e Truck. Os híbridos Status e Truck já possuem a nova tecnologia para controle de lagartas de solo e parte aérea da planta. A Syngenta também apresentou pela primeira vez os híbridos destinados à produção de silagem.

Foco

A Ihara focou durante a Expoagro Afubra o herbicida Flumyzin para as culturas de cana-de-açúcar, eucalipto e também para dessecação. Também ganhou destaque o inseticida Safety, para controle de lagartas e percevejos na cultura de soja.

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Destaque

A Bayer CropScience apresentou na Expoagro Afubra 2012 os principais produtos da empresa para as culturas de soja, milho, arroz e fumo. O destaque desta edição foi para o fungicida Fox, recentemente lançado para o Sul do Brasil.

Lançamento

A FMC aproveitou a Expoagro Afubra 2012 para apresentar o seu mais novo produto, o Locker, fungicida sistêmico e de contato que possui triplo modo de ação, proporcionado por três elementos dos grupos químicos grucarbendazim, tebuconazol e estrobilurina.

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Parceria

A Raízen - joint venture entre Shell e Cosan - e a Bayer CropScience firmaram parceria com o objetivo de inserir produtores de cana-de-açúcar nos programas de certificações internacionais. A iniciativa envolverá inicialmente 14 fornecedores da Raízen (todos da região de Piracicaba), que serão preparados para o processo de auditoria do grupo alemão TÜV Rheinland, que exige boas práticas agrícolas. O grupo de produtores selecionados soma dez mil hectares de área plantada e é responsável pela produção de 800 mil toneladas de cana-de-açúcar. O projeto-piloto será concluído ainda em 2012 e, nos próximos anos, a Raízen pretende ter todos os seus fornecedores dentro dos padrões de certificação exigidos globalmente.

Inseticidas

Daniel Hernandes é o novo gerente de Marketing Inseticidas da Syngenta. Há quatro anos na empresa, terá a responsabilidade de gerenciamento de toda a linha atual de inseticidas da Syngenta para o Brasil, bem como o gerenciamento e lançamento de novas tecnologias (novos produtos) para o segmento de inseticidas.

Daniel Hernandes

Híbrido

Retorno

Após dois anos à frente dos negócios da Nufarm, em Portugal, Vitor Raposo retorna ao Brasil. O executivo foi convidado para voltar ao País, tendo em vista o crescimento do mercado brasileiro, desta vez a frente das estratégias de Portfólio da Companhia no Brasil. "É um desafio tanto grande quanto motivador, pois os projetos que estamos trabalhando terão grande importância para o crescimento da empresa", avaliou.

Durante a Expoagro Afubra a Pioneer destacou o P3161H, primeiro híbrido lançado como solução para o plantio pós-fumo. De acordo com o representante comercial, Danilo Saulle, as principais características deste híbrido são a superprecocidade no florescimento e colheita mantendo o elevado potencial produtivo, além de possuir tolerância às principais doenças do milho (P. polysora, Antracnose e E. turcicum).

Vitor Raposo

Participação

A Basf participou da Mostra Sucroenergética para a Região Nordeste (Sucronor), no período de 24 a 27 de abril. A empresa apresentou o sistema AgCelence Cana, que se caracteriza pelo uso integrado do inseticida Regente 800 WG e dos fungicidas Comet e Opera. “A aplicação integrada e sequencial do Sistema AgCelence Cana, além de proporcionar uma matéria-prima de melhor qualidade, tem como resultado ganhos de produtividade que podem chegar a dez toneladas por hectare”, afirmou o gerente de Marketing para Cana e Citrus da Unidade de Proteção de Cultivos da Marcus Brites Basf, Marcus Brites.

Produtividade

Mais uma vez a TMG 132 RR confirma por que é uma boa opção de cultivo no Mato Grosso. O alto potencial produtivo foi confirmado por muitos produtores na safra atual. Para se ter ideia, em uma área de 620 hectares cultivados com a TMG 132 RR o rendimento foi de 71,30 sacos por hectare. Outro bom resultado ocorreu em área de 662 hectares em que a produtividade foi de 69,7 sacos por hectare. Além de responder muito bem à produtividade, a TMG 132 RR é resistente aos nematoides de cisto e tem boa arquitetura.

Herbicidas

José Claudionir Carvalho é o novo gerente de Biologia de Produtos Herbicidas na Syngenta. Será responsável por desenvolvimento e posicionamento técnico de herbicidas em sintonia com a estratégia de prover soluções integradas por cultivo.

José Claudionir Carvalho

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Cana-de-açúcar

“Aplicação de seca” O período ideal para o controle químico de plantas daninhas em cana-de-açúcar compreende o início e o final da estação chuvosa. No entanto, por questão de logística de máquinas agrícolas nem sempre é possível aproveitar a melhor época, o que força a realização de pulverizações durante a estiagem. Para que essa operação não resulte em fracasso o produtor deve estar atento às particularidades do clima, além de entender a dinâmica das espécies que infestam os canaviais e as características físico-químicas dos herbicidas

Charles Echer

N

o cultivo de monoculturas, a exemplo da cana-de-açúcar, os herbicidas são a ferramenta mais utilizada no manejo das plantas daninhas. O ideal seria que os herbicidas fossem empregados no período compreendido entre o início e o final da estação chuvosa. Nessa época, a presença das infestantes é maior, as espécies se beneficiam das temperaturas e umidade e, como consequência, são observados maior fluxo de emergência e número maior de espécies compondo a comunidade infestante. Entretanto, em cana-de-açúcar, a logística de máquinas agrícolas não é suficiente para atender a todos os canaviais apenas durante a estação das chuvas. Considerando essa necessidade, os produtores também passaram a aplicar herbicidas durante épocas de menor temperatura e umidade no solo, prática denominada como “aplicação de seca”, comumente utilizada pelos produtores de São Paulo. A maior dificuldade entre os produtores é a escolha das moléculas de herbicidas mais adequados à “aplicação de seca”. Além de se

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conhecer as espécies daninhas constituintes dos canaviais, que deve ser feito por levantamentos apropriados, o produtor também precisa entender algumas das características físico-químicas dos herbicidas. Como exemplo destaca-se a importância de solubilidade (S), volatilização (V), Kow e Koc. O conhecimento do significado de cada constante, sua relação com os solos e sua aplicabilidade prática é uma dificuldade de técnicos e produtores. Somente com esse conhecimento o produtor poderá conseguir maior probabilidade de êxito ao indicar um herbicida para a “aplicação de seca”. O sucesso da aplicação é atrelado à capacidade das moléculas herbicidas em suportarem as intempéries climáticas, principalmente o estresse hídrico, para serem ativadas no solo à medida que a umidade for retomada com o início da estação chuvosa. A solubilidade (S) é a quantidade máxima de molécula do herbicida que pode dissolver-se na água usada no tanque de pulverização. A

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solubilidade pode ser expressa em partes por milhão (ppm), gramas (g) ou mililitros (ml) por litro de solvente (água usada na calda de pulverização, por exemplo). Para as “aplicações de seca” recomendam-se herbicidas com solubilidade superior a 500ppm, considerada como alta a extremamente alta. No período de estiagem existe pouca disponibilidade de água nos solos e a capacidade do herbicida em dissolver-se na água deve ser elevada. Os herbicidas menos solúveis permaneceriam disponíveis em menor quantidade na solução do solo e respectivamente dificultaria a absorção pelas plantas (Figura 1). A volatilização é o termo utilizado para designar a transformação de um produto para gás ou vapor e é expressa em mm de Hg. Os herbicidas com 10-3mmHg são classificados como altamente voláteis e os com >10-3mmHg extremamente voláteis. Produtos com essas características devem ser evitados nas “aplicações de seca” porque, mesmo que incorporados, a temperatura do solo pode favorecer o


processo de volatilização. Na prática, o Kow (coeficiente de participação octanol-água) é uma medida da lipofilicidade da molécula (Oliveira 2001), que nada mais é que a habilidade do herbicida em dissolver-se em gorduras, óleos vegetais, lipídeos em geral. As moléculas herbicidas com Kow ente um a 100 são tidas como lipofílicas, 100 a mil muito lipofílicas e acima de mil extremamente lipofílicas. Teoricamente, quanto maior a lipofilicidade, maior é a facilidade de retenção pelo material orgânico no solo e penetração do herbicida na planta. No período de estiagem, quando possível, deve-se priorizar herbicidas de maior solubilidade (S) associados a Kow mais lipofílicos, o que pode favorecer os processos de absorção e translocação pelas plantas (Figura 1). O Koc (coeficiente de partição na fração orgânica do solo) expressa a tendência do herbicida em adsorver-se ao carbono orgânico do solo, o que relaciona a constante às forças de sorção do solo (adsorção e dessorção). Moléculas herbicidas com Koc entre 0,5 e 99 são tidas como de força de sorção fraca, de 100 a 599 a força de sorção é moderada, 600 a 4.999 é forte e, acima de 5.000, muito forte. Quanto maior o valor do Koc da molécula herbicida maior será sua retenção aos coloides e matéria orgânica do solo, portanto, per-

José Francisco Garcia

Além de conhecer as espécies de plantas daninhas presentes no canavial o produtor precisa entender algumas características físico-químicas dos herbicidas

manecendo menor quantidade de herbicida disponível na solução do solo. Para o período de estiagem, herbicidas com koc menores são mais interessantes porque menor parte do herbicida ficará adsorvida na fração orgânica e argila e, consequentemente, maior quantidade permanecerá na solução do solo, mesmo que a quantidade de água ainda seja reduzida devido à estiagem (Figura 1). Na literatura, existem relatos de eficácia de herbicidas com controle mesmo depois de

transcorrido o período de estiagem. Azania et al (2009) constataram que diferentes herbicidas persistiram ao período de estiagem próximo a 70 dias e, no início das chuvas, ainda foram suficientes para proporcionar o controle sobre os fluxos de emergência das espécies de Ipomoea spp., Merremia spp e Euphorbia heterophylla. Em outro trabalho, os autores também observaram resultados semelhantes para as espécies de Panicum maximum, Brachiaria decumbens e Ipomoea spp.


Figura 1 - Exemplo da escolha de herbicidas para diferentes regimes pluviométricos considerando as características químicas e físicas

a identificação das espécies que compõem a flora daninha. No final, a dose do herbicida escolhido deve ser ajustada de acordo com a textura do solo. Geralmente as doses são maiores em solos com maior teor de argila e menores em solos arenosos. A físico-química das moléculas, a fitossociologia e a textura do solo são elementos fundamentais para se recomendar herbicidas de forma correta.

Matéria orgânica e CTC

Interação entre herbicidas e solo

A interação entre herbicidas nos solos, de acordo com as especificidades das moléculas, varia com o teor de matéria orgânica e as classes texturais ou granulométricas de solos tropicais. Desta forma, um solo com maior teor de argila possibilita aplicação com dose mais elevada ou comumente chamada pelo produtor: “dose cheia”. Isto, vez por outra, tem influência na persistência ou no caminhamento destas moléculas no solo e esta interação físico-química rege o comportamento de degradabilidade ou acúmulo dos agroquímicos em solos tropicais. Um solo com maior porosidade total e consequentemente menor densidade facilita o caminhamento de herbicidas ao longo do perfil. Entretanto, o fator preponderante é o teor de argila. Portanto, um solo bem estruturado tem importância, mas a gênese

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do solo (sua origem e formação) e a textura, associadas ao teor de água no solo, são os principais componentes que interagem com as diversas moléculas utilizadas em diversos ambientes. A relação entre macro e microporos, além da quantidade de argila dispersa, também é importante indicativo da estrutura do solo, pois quanto maior a relação entre macro e microporos, melhor será a estrutura e quanto menor a argila dispersa também melhor será a qualidade deste solo em questão, tendo como cálculo o grau de floculação. Em um ambiente agrícola devemos salientar a importância do solo, mas também outros componentes edafoclimáticos, como o clima e organismos presentes no solo. Em face destes conceitos devemos vislumbrar o solo como um ambiente aberto, que troca gases com o meio, passível de evaporação pela luz solar e sujeito a fotólise e decomposição por enzimas liberadas de plantas e micro-organismos, que por vezes aceleram a velocidade de decomposição de moléculas funcionando como verdadeiros catalisadores biológicos. Tem influência direta nesta dinâmica de herbicidas.

Características físico-químicas

Existem outras características físico-químicas que podem ser atreladas aos herbicidas. As interpretações dessas variáveis auxiliam o produtor na escolha adequada dos herbicidas de acordo com o período do ano, seja na estação das chuvas ou seca. Entretanto, o entendimento físico-químico deve ser usado para indicar o grupo de herbicidas propícios à estação do ano em que serão aplicados (Figura 1). Entre esses herbicidas a escolha final do produto deve ser feita de acordo com o levantamento fitossociológico, que objetiva

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Carlos Alberto Mathias Azania, Sandro Roberto Brancalião e Andréa Mathias Azania, IAC Charles Echer

A matéria orgânica (constituinte orgânico) e a argila (constituinte mineral) presentes no solo influenciam na dose recomendada dos herbicidas e também sobre sua dinâmica. Segundo Luchini (1987), o solo é um complexo argilo-orgânico em que ocorrem simultaneamente atividades químicas e biológicas, que inclusive possibilitam a degradação de resíduos vegetais a substâncias húmicas (húmus). Na prática, os sistemas de plantio direto, cana-de-açúcar colhida sem a prévia despalha pela queima e cultivos no sistema de agricultura orgânica possuem solos mais enriquecidos com matéria orgânica ou até mesmo um cultivo mínimo com apenas escarificação. Assim, a fração orgânica e a argila interferem na dinâmica do herbicida no solo, inclusive exigindo do produtor aplicação com dose mais elevada de herbicida (dose cheia).

A matéria orgânica e a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) têm íntima relação na dinâmica de herbicidas e podem plenamente aumentar a capacidade tampão dos solos e auxiliar positivamente na dinâmica de herbicidas, com uma maior resiliência do solo. Quanto mais alcalino o meio, há geração de cargas negativas, a um dado valor de pH mais alcalino, há maior retenção de bases trocáveis, como cálcio magnésio, potássio e até mesmo sódio. Por outro lado, quanto mais ácido o meio, maior adsorção de hidrogênio na superfície do coloide e, nessas condições, os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio apresentam cargas positivas, promovendo a capacidade de troca de ânions (CTA). Além disso, significa maior retenção de ânions, como sulfato, nitrato e também pode-se extrapolar para o comportamento de herbicidas aniônicos, sendo típico dos latossolos ácricos, que são solos ressecados que merecem um manejo com adição de resíduos e cuidados na aplicação de vinhaça para não promover a acidificação do perfil do solo. Neste caso, o uso de torta de filtro e a oferta do ânion fosfato permitirão melhoria do ambiente radicular, da rizosfera, do manejo do perfil deste tipo de solo e um aumento da fertilidade, com diminuição da acidez, utilizando calagem e gessagem também em C subsuperfície.

Uma das principais dificuldades dos produtores é a escolha de moléculas para "aplicação de seca"



Algodão Alexandre Cunha de B. Ferreira

Sem fronteiras

Lagartas do gênero Spodoptera têm apresentado incremento populacional intenso em lavouras de algodão cultivadas próximas a áreas de soja e milho. Além de S. frugiperda, as espécies S. eridania e S. cosmioides também passam a infestar a cultura com maior severidade. O controle químico, associado a outras estratégias de manejo, é uma das alternativas para reduzir a presença do inseto e minimizar os prejuízos

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O algodoeiro (Gossypium hirsutum) é hospedeiro de um complexo de pragas que tem poder de fogo para ocasionar danos a todas as suas estruturas (Miranda et al, 2004, Haddad et al, 2007). Entre essas Charles T. Bryson

A

soja, o milho e o algodão são as espécies vegetais mais cultivadas no cerrado (Meirelles et al, 2003, Silva, 2004). Na sequência da cadeia produtiva, no período de safra (primavera, verão, outono), as lavouras de algodão quase sempre são estabelecidas após as de milho e soja. Áreas de algodão cultivadas próximas às de milho apresentam acentuado incremento populacional de Spodoptera frugiperda (Smith) por ocasião da maturação do milho (Soares & Vieira, 1998, Martinelli et al, 2006, Santos, 2007). O mesmo fenômeno pode estar ocorrendo com as espécies S. eridania e S. cosmioides, que infestam as lavouras de algodão com maior intensidade quando a soja começa a finalização do ciclo vegetativo (Santos, 2007).

Lavoura de algodoeiro com folhas severamente atacadas por infestação de lagartas

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pragas, as espécies Spodoptera cosmioides (Walker) e Spodoptera eridania (Cramer) (Lepidoptera: Noctuidae) são consideradas pragas em expansão, pela frequência crescente e intensidade de danos em diversas regiões produtoras de algodão no cerrado, onde não eram consideradas pragas da cultura (Fontes et al, 2006, Sujii et al, 2006, Santos, 2007), resultando em prejuízos ao agricultor. No complexo Spodoptera se encontra a espécie Spodoptera eridania (Cramer, 1782), cuja ocorrência tem aumentado. Segundo Santos (2001), diante da problemática que causa esta praga, o estudo de novas moléculas faz-se necessário para minimizar os danos. A espécie S. eridania, que tradicionalmente não era importante


Cultivar

David Jones

A migração de lagartas de outras culturas para o algodão tem sido observada de forma frequente nas últimas safras

para a cultura do algodoeiro, está sendo considerada praga nas regiões de cultivo no cerrado. Nessa região, as lagartas migram das plantas de soja em final de ciclo e passam para plantas invasoras conhecidas como corda-de-viola (Ipomoea grandifolia) (Convolvulaceae), onde causam desfolhamento. Também foram encontradas posturas e lagartas de diferentes idades de S. eridania em lavoura de algodão vizinha de área cultivada com soja. Por se tratar de uma praga recente na cultura do algodoeiro, ainda não foram definidos de forma concreta na literatura os níveis de dano econômico e tampouco de controle para esse lepidóptero. Além disso, existem poucos resultados de combate de Spodoptera eridania publicados nos meios científicos.

Biologia da praga

A fêmea do inseto chega a colocar mais de 500 ovos. Após a eclosão, as lagartas alimentam-se, a princípio, do parênquima das folhas até completarem a primeira ecdise. A seguir, passam para a face dorsal das folhas, devorando grandes áreas, notando-se faixas irregulares ao longo das nervuras principais, dada a voracidade de seu ataque (Gallo et al, 2002).

Danos e prejuízos

Os danos no algodão vão desde a des-

folha da cultura, destruindo os limbos, muitas vezes deixando intacta a parte superior, provocando perfurações no talo, furo e corte, resguardando as nervuras principais (Silvie et al, 2007), até perfurações nos botões florais e maçãs (Santos, 2001). Segundo Santos et al (2010) mais de 57% das lagartas avaliadas danificaram as estruturas reprodutivas de algodoeiro, sendo uma proporção de 1,7 botão floral atacado por lagarta de 4º instar. No caso de S. eridania, a frequência de infestações em lavouras de algodão e soja é maior a cada safra (Sosa-Gomez et al, 1993, Santos et al, 2005, Quintela et al, 2007, Santos, 2007).

Métodos de controle da praga

O uso de inseticidas, entre as estratégias de controle, é, sem dúvida, um dos principais meios usados para regular as populações de insetos na cultura do algodão. Os produtos químicos devem ser aplicados no início da infestação, quando as lagartas encontram-se nos primeiros estágios de desenvolvimento (1º instar), para o melhor efeito do flubendiamide. Normalmente é feita uma ou duas aplicações em algodão, soja e milho. Caso haja necessidade, repetir o tratamento após dez a 15 dias, lembrando que o intervalo para reaplicação é de sete dias, se necessário. Apenas o flubendiamide apresenta

A investida de spodopteras em algodão é capaz de provocar prejuízos nas diversas fases de desenvolvimento da cultura

registro para o combate a essa praga, embora outros produtos mostrem eficiência satisfatória para o controle. Outros métodos secundários de controle podem ser utilizados, como o manejo desde a dessecação, sendo que a realização da dessecação antecipada (acima de 15 dias antes da semeadura) auxilia na redução da população de lagartas devido à falta de alimento. O tratamento de sementes é fundamental para o estabelecimento da cultura, controlando, inclusive, lagartas na fase inicial, sendo importantes alternativas de manejo.

Monitoramento

Geralmente, as amostragens devem ser iniciadas no começo do florescimento, com intervalo de cinco dias, tomando-se aleatoriamente 100 plantas em talhões com até 100ha, área homogênea, através do caminhamento em ziguezague. Para amostrar a Spodoptera eridania em cada planta deve-se examinar a terceira folha, contada a partir do ápice para a base. C Priscila Barcello Maia e Iurhy da Silva Rezende, Univ. Est. de Mato Grosso do Sul




Soja

Sem equívocos Fotos José Tadashi Yorinori

Anormalidades foliares e manchas, como a aureolada e a amarela, são muitas vezes confundidas com os sintomas da mancha alvo, doença causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Por isso, a importância de realizar o diagnóstico com precisão e identificar corretamente os fatores que podem estar associados ao problema

E

m mais de meio século de cultivo comercial no Brasil, a cultura da soja expandiu-se para todas as latitudes do País, sendo exposta às mais variadas condições de clima e de solo. Das terras férteis do Sul, onde durante muitos anos o cultivo da soja foi realizado com grandes vantagens econômicas, sem o uso de fertilizantes químicos, sua expansão para as regiões Centro e Norte do País mostrou que, além do clima favorável, com temperaturas e chuvas abundantes, o solo servia pouco mais do que apenas como suporte para as plantas. A maioria dos solos dos cerrados mostrou-se tão pobre que, sem a devida correção e adubação equilibrada, não era possível produzir um único grão de soja. Dessa forma, a grandes custos, os solos dos cerrados foram “construídos” com os conhecimentos gerados pela pesquisa e que foram adaptados às condições regionais, através de esforços conjuntos entre a pesquisa, assistência técnica, empresas privadas (de insumos, máquinas e tradings) assistência financeira dos bancos e produtores. Graças às tecnologias geradas para os trópicos, atualmente, em anos normais, produtores dos solos originalmente “improdutivos” dos cerrados, são campeões de produtividade. Ao longo da história da soja no Brasil, é possível dizer que não houve uma única safra em que não tivesse ocorrido uma nova doença ou anormalidade que chamasse atenção dos produtores, técnicos e pesquisadores. Além das diversas doenças tradicionalmente conhe-

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cidas nos países de origem, diversas outras, causadas por patógenos nativos, foram se adaptando à soja à medida que a cultura foi se expandindo para novas áreas. As doenças introduzidas chegaram ao País através de sementes contaminadas nos primeiros lotes que vieram para cultivo comercial e para as pesquisas no final da década de 60 e início de 70. Entre as doenças nativas, cujas causas foram possíveis de elucidar, diversas permanecem sem definição, sendo, portanto, inclusas na categoria de anormalidades da soja. Entre essa gama de doenças destacam-se diversas manchas foliares, duas das quais são confundidas com os estágios iniciais das lesões da mancha alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Na falta da definição de suas causas, as duas anormalidades foram denominadas simplesmente como mancha amarela e mancha aureolada. Com o aumento da ocorrência da mancha alvo, causada pela C. cassiicola, técnicos e produtores estão tendo dificuldade em distinguir essa doença dos sintomas de manchas amarelas e aureoladas, nos estágios iniciais de formação das manchas. Na dúvida, estão sendo utilizados fungicidas para o controle da mancha alvo. Inicialmente, é necessário esclarecer que não se descarta a chance de envolvimento de agentes patogênicos tradicionais (bactérias, fungos, vírus e micoplasmas), porém, considera-se também a possibilidade da expressão dos sintomas como consequência da falta de micronutrientes essenciais não considerados importantes, exauridos de solos originalmente pobres, pelos anos de cultivo. Geralmente, por mais completa que seja a adubação química ou orgânica, aplicadas no solo ou via foliar, são constituídos de elementos predeterminados. Além disso, existem os fatores climáticos e os componentes genéticos que merecem ser considerados como possíveis causas predis-

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ponentes.

Diversidade de manchas igs

Até o momento, as manchas amarelas e as aureoladas, observadas já há muitos anos nos cerrados, estão sendo consideradas como anormalidades de causa não definida. Tentativas de isolamento de agente(s) patogênico(s), como fungos e bactérias, mostraram-se infrutíferas. Não se conhece estudos sobre as possíveis causas dessas manchas, não havendo semelhança com descrições ou ilustrações de sintomas conhecidos, causados por deficiências nutricionais. O mais próximo que se poderia chegar, nas grandes manchas amarelas que ocupam boa parte do limbo foliar, seria os sintomas de amarelecimento de folhas, com nervuras verdes, causadas por deficiências de manganês ou magnésio. Nestes casos, o amarelecimento das folhas ocorre em toda a planta ou são mais visíveis nas folhas mais novas do terço superior. As manchas amarelas estendem-se pelo limbo foliar atingindo total ou parcialmente o folíolo, permanecendo verde apenas a área ao longo das nervuras. No caso das manchas amarelas, aparecem em formas de pontuações ou grandes manchas na parte interna dos folíolos, mantendo verdes as bordas e, geralmente, em trifólios localizados na parte interna e abaixo do terço superior das plantas. As manchas são, geralmente, de coloração amarelada, podendo variar para uma tonalidade de amarelo-esbranquiçada, dourada e laranja, porém, com predominância da cor amarela. Apresentam grande variação de forma e tamanho, podendo estender-se por quase todo o folíolo, mantendo o tecido verde apenas ao longo das nervuras e nas bordas. Geralmente, em um mesmo trifólio ocorre grande variação no tamanho das manchas amarelas, parecendo indicar uma progressão de pequenas manchas (variando de 1mm a mais de 5mm de diâmetro) que se coalescem,


envolvendo quase todo o folíolo. Quando as manchas pequenas necrosam, elas ficam semelhantes à mancha alvo, causando confusão de diagnóstico. Em algumas situações a intensidade e severidade das manchas atingem níveis elevados, podendo influir na redução do potencial de rendimento. Frequentemente, as manchas amarelas na face superior (adaxial) apresentam manchas de coloração avermelhada em forma de pontuações ou como “borrados” vermelhos na face inferior (abaxial) do folíolo, atingindo também as nervuras. Esporadicamente são encontradas na lavoura plantas com amarelecimento de toda a folhagem ou de alguns trifólios, atingindo uniformemente todos os folíolos. Uma observação com aproximação mostra que o amarelecimento das folhas é constituído de minúsculas manchas amarelas individuais com a presença de um ponto central mais escuro, variando de castanho-claro a marrom. As lesões coalescem, porém, permanecem sem necrose por quase todo o período vegetativo. Esse tem sido outro enigma a ser elucidado. Ocorrência: as manchas são de ocorrência generalizada, em todas as regiões de cultivo da soja, porém, erráticas e bastante irregulares na severidade. À semelhança da mancha prateada, a ocorrência na planta é bastante uniforme, geralmente aparecendo a partir da floração (R1-R2, em cultivares de hábito de crescimento determinado) ou entre 45-55 dias após a emergência, dependendo do ciclo. Etiologia: até o momento não foi possível associar nenhum fungo patogênico da soja com as manchas amarelas ou aureoladas, antes da ocorrência da necrose no centro das manchas velhas. Após a necrose das manchas, diversos fungos patogênicos podem ser encontrados, principalmente a Corynespora cassiicola (mancha alvo), o Colletotrichum truncatum (antracnose) e, mais frequentemente, a Cercospora kikuchii (causa o crestamento foliar de Cercospora - DFC e mancha púrpura da semente). Os três fungos permanecem nos restos de cultura de uma safra para outra e, à medida que a lavoura se desenvolve, passam a infectar as plantas em qualquer idade, desde que haja condições climáticas favoráveis. Todavia, nenhum estudo anteriormente publicado sobre os três patógenos os associou com os sintomas de manchas amarelas ou de manchas aureoladas. Os fungos C. truncatum e C. kikuchii causam lesões com sintomas característicos e facilmente distinguíveis. Todavia, esses dois fungos podem estar associados com os tecidos das plantas em todos os estádios de desenvolvimento, caracterizando o que é denominado de infecção latente. Sua presença nas plantas só se expressa quando ocorre deficiência nutricional, algum tipo

de debilidade de partes da planta ou, ainda, quando a cultivar é particularmente suscetível aos patógenos. Portanto, a quase onipresença do C. truncatum e da C. kikuchii como uma espécie de “micose” nas plantas de soja no campo, faz com que sejam os primeiros a surgirem em qualquer tecido debilitado ou necrosado. No caso da C. cassiicola, é possível haver confusão entre o estádio inicial da formação das lesões de mancha alvo e as pontuações de manchas amarelas e aureoladas. Um detalhe a ser observado no caso da mancha alvo é o seguinte: após a infecção e o final do período de incubação no tecido da folha, o primeiro sintoma a ser observado é uma pontuação escura, com menos de 1mm de diâmetro, de coloração marrom, castanho-avermelhada ou castanho-clara; à medida que a lesão se expande, forma-se um halo amarelo ao redor do ponto escuro e, com o passar dos dias, a parte interna do halo amarelo (entre o ponto central escuro e o halo amarelo) necrosa, apresentando coloração castanha, mais clara do que o ponto mais escuro inicial; dessa maneira, formam-se anéis ou círculos concêntricos de tecido necrosado, circundado por um halo amarelo de variada espessura, dando à lesão a característica de um alvo; daí o nome de mancha alvo. Dependendo da suscetibilidade da cultivar, o tamanho das lesões de mancha alvo pode variar de alguns milímetros a mais de 1cm de diâmetro.

Comparações entre as manchas

A ocorrência simultânea das pequenas manchas amarela, aureolada e mancha alvo pode causar confusão, mesmo em pessoas acostumadas a avaliar sintomas de mancha alvo. A fim de se poder distinguir das demais, é importante acompanhar a evolução das manchas nos diferentes estádios das plantas ou em folhas da mesma idade. Quando comparada com as manchas amarelas que podem gerar confusão, essas se desenvolvem sem a presença do ponto escuro inicial no centro, ficando simplesmente

Manchas foliares denominadas como mancha amarela ou aureolada

amarela; com o passar dos dias, apresentam necrose no centro das manchas, formando lesões de coloração castanho-escura uniforme no centro, ausência dos anéis concêntricos e com um anel (ou halo) externo amarelado, daí a denominação de mancha aureolada. A confusão ocorre quando ambas as manchas aparecem no mesmo folíolo.

Consequência de fatores nutricionais?

A hipótese de que as manchas amarelas estejam relacionadas com características genéticas e/ou aspectos nutricionais parece ganhar consistência quando se observa a mesma cultivar em diferentes ambientes. Sintomas de manchas foliares amarelas, com ou sem necrose, como os observados nos cerrados, são raramente vistos à medida que a soja é cultivada nos solos mais férteis das regiões CentroSul (Mato Grosso do Sul) ao Rio Grande do Sul, principalmente nos solos mais argilosos. Um sintoma de ocorrência generalizada é o de trifólios amarelos ou esbranquiçados, com as nervuras e as bordas dos folíolos mais verdes. Esse sintoma tem sido encontrado em praticamente todas as lavouras de soja do Brasil, porém, com maior frequência e intensidade nos cerrados. Esse mesmo sintoma tem sido observado esporadicamente também na Bolívia e no Paraguai, estando associado com folhas de ramos tenros do interior da folhagem. Sua ocorrência em solos férteis é de baixa frequência, aparecendo aleatoriamente em algumas plantas na lavoura. *As informações contidas no presente artigo são baseadas em observações exclusivas sob condições de campo, não tendo sido submetidas ao rigor da experimentação científica. C São opiniões exclusivas do autor. José Tadashi Yorinori, Tadashi Agro

Semelhança com sintomas da mancha alvo dificulta diagnóstico de manchas amarelas e aureoladas

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Lucia M. Vivan

Soja

Branco sombrio A

A mosca-branca (Bemisia tabaci) é uma das piores pragas na cultura da soja, responsável por perdas severas nas lavouras brasileiras. O controle químico tem papel importante no combate ao inseto, que provoca danos diretos e indiretos às plantas e possui ampla gama de hospedeiros

Charles Echer

cultura da soja é uma das mais importantes no Brasil, mas sofre com o ataque de um complexo de pragas, responsável por severas perdas, tanto em qualidade quanto em quantidade. Nesse contexto, a moscabranca, Bemisia spp. (Hemiptera, Aleyrodidae) é uma das mais relevantes. As moscas-brancas do complexo Bemisia tabaci são consideradas importantes pragas da produção agrícola mundial, causando danos diretos (como praga) por intermédio dos adultos e ninfas e indiretos (como vetor), pela transmissão de fitoviroses (Lourenção; Nagai, 1994).

A mosca-branca é capaz de provocar tanto danos diretos quanto indiretos a várias culturas de importância econômica, como, por exemplo, melão, algodão, soja, feijão, tomate e diversas outras olerícolas. Causa danos diretos devido à sucção da seiva da planta, deixando-a debilitada, e à injeção de toxinas contida em sua saliva durante a alimentação. Pode ainda reduzir a qualidade do produto, como a fibra de algodão, devido à excreção de substância açucarada ou honeydew. Indiretamente, os principais prejuízos são ocasionados porque a mosca-branca é vetor de muitas espécies de vírus. Além disso, a moscabranca propicia condições favoráveis à fumagina, fungo que se desenvolve sobre o honeydew e que pode depreciar o valor comercial de frutos (Morales 2001, De Barro 2005). Para avaliar a presença de ninfas de mosca-branca na cultura da soja e o seu controle com inseticidas, uma pesquisa foi realizada na Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Palmeiras de Goiás, no período de 23 de dezembro de 2009 a 25 de abril de 2010. A cultivar de soja utilizada foi a AG

770. A cultura foi plantada no espaçamento de 0,45m entre linhas e 14 sementes/m linear. O solo foi subsolado e gradeado antes do plantio, sendo que após a análise do solo foi realizada aplicação de 500kg/ ha da fórmula de adubo 5-25-15 + zinco, sendo aplicada cobertura de cloreto de potássio após 30 dias de germinado, na dose de 250kg/ha. Os tratamentos foram T1 – testemunha; T2 –beta-ciflutrina (Piretroide) + imidaclopride (Neonicotinoide) na dose de 1L/ha; T3 – beta-ciflutrina (Piretroide) + imidaclopride (Neonicotinoide) na dose de 0,5L/ha; T4 – lambda-cialotrina (Piretroide) + tiametoxam (Neonicotinoide) na dose de 0,25L/ha; T5 – lambdacialotrina (Piretroide) + tiametoxam (Neonicotinoide) na dose de 0,125L/ha; T6 – endosulfam (Ciclodienoclorado) na dose de 0,5L/ha; T7 - endosulfam (Ciclodienoclorado) na dose de 1,0L/ha; T8 – acetamipride (Neonicotinoide) na dose de 0,3L/ha. O inseticida beta-ciflutrina (Piretroide) + imidaclopride (Neonicotinoide) é uma mistura indicada para controle da mosca-branca na dose de 0,75L/ha a

Tabela 1 – Eficiência de controle de ninfas de mosca-branca pelos inseticidas utilizados em cada tratamento em cada avaliação e a média. UEG, Palmeiras de Goiás (GO), 2010

A mosca-branca é uma das mais importantes no complexo de pragas que atacam a cultura da soja

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Tratamentos beta-ciflutrina+ imidaclopride 1 l/ha beta-ciflutrina+ imidaclopride t 0,5 l/ha lambda-cialotrina+ tiametoxam 0,25 l/ha lambda-cialotrina+ tiametoxam 0,125 l/ha endosulfam 0,5 l/ha endosulfam 1 l/ha acetamipride 0,3 l/ha

26/1 0,00 8,67 17,86 3,75 10,68 5,55 56,89

4/2 15,36 0,00 12,71 0,00 11,79 9,53 51,51

12/2 57,27 0,00 14,91 38,91 91,58 19,36 0,00

19/2 4,01 54,37 43,06 65,55 47,93 42,98 21,10

*A média foi calculada somando-se todas as eficiências por tratamento/número de avaliações

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26/2 22,90 6,29 0,00 51,14 66,58 23,57 62,36

10/3 47,92 52,08 33,80 73,77 11,10 18,66 6,31

18/3 16,00 12,50 58,50 42,50 0,00 31,00 53,50

Média* 23,35 19,13 25,83 39,37 34,24 21,52 35,95


Figura 1 - Flutuação populacional de ninfas de mosca-branca por folíolo de soja por Figura 2 - Eficiência de controle de ninfas de mosca-branca por tratamento. UEG, tratamento. UEG, Palmeiras de Goiás (GO), 2010 Palmeiras de Goiás (GO), 2010

vivo para a sua sobrevivência. A Figura 2 apresenta a eficiência de controle das ninfas de mosca-branca por tratamento. Pela fórmula de Abbott, os inseticidas variaram em cada avaliação. Contudo, na média, a maior eficiência foi obtida com lambda-cialotrina (Piretroide) + tiametoxam (Neonicotinoide) na dose de 0,125L/ha, seguido por acetamipride (Neonicotinoide) na dose de 0,3L/ha. Contudo, nas condições do experimento,

observou-se que nenhum dos inseticidas conseguiu mais de 40% de controle das C ninfas de mosca-branca. Nilton Cezar Bellizi, Camila Meira Abreu, Maria Olívia Assis de Oliveira, Lucas Roberto Carvalho e Zeuxis Rosa Evangelista, Universidade Estadual de Goiás Edson Hirose Embrapa Soja

Adeney de Freitas Bueno

1,0L/ha. A mistura de lambda-cialotrina (Piretroide) + tiametoxam (Neonicotinoide) é recomendada para o controle da mosca-branca na dose de 0,25L/ha. O endosulfam (Ciclodienoclorado) é outro inseticida. E o acetamipride (Neonicotinoide) recomendado para o controle de mosca-branca na dose de 0,3L/ha. Foram feitas sete avaliações semanais entre fevereiro e março de 2010 (26/1, 4/2, 12/2, 19/02, 26/2, 10/3 e 18/3) até o momento da maturação da cultura. O delineamento experimental em blocos casualizados com oito tratamentos e quatro blocos. Cada parcela foi constituída de dez plantas, onde foram contadas as ninfas em um folíolo por planta. A média da eficiência de controle foi calculada pela fórmula de Abbott (1925). Foi realizada uma única aplicação dos inseticidas do experimento no dia 19/1/2010, com o volume de calda de 200L/ha de calda com um pulverizador, cuja barra possuía quatro bicos com pontas de pulverização do tipo leque duplo. Foi feita uma avaliação antes da aplicação (14/1/2010), cuja média foi de 40 ninfas/ folíolo. A Figura 1 indica a flutuação populacional de ninfas de mosca-branca por folíolo de soja em cada tratamento. Pelo gráfico, observa-se que o número de ninfas de mosca-branca variou em relação à testemunha. Contudo, em alguns tratamentos a população de ninfas foi maior do que na testemunha, como no T3 e T8. Em todos os tratamentos, a maturação da soja proporcionou a diminuição da população de mosca-branca, demonstrando que este inseto necessita de tecido

Bemisia tabaci provoca danos tanto diretos como indiretos em diversas culturas agrícolas

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Fotos Paulo Rebelles Reis

Café

Anéis de perdas

Completamente desenvolvida, a larva apresenta coloração alaranjado-opaca com dois pares de manchas oculares vermelhas nas margens laterais. A protoninfa, a deutoninfa e o ácaro adulto possuem quatro pares de pernas (octópode). O idiossoma (corpo) da protoninfa e deutoninfa mostra áreas de coloração verde-claro, alaranjada, preta e amarela e o do adulto possui coloração avermelhada e manchas escuras. O corpo é fortemente achatado dorso-ventralmente, por isso é também conhecido como ácaro-plano. Ambos os sexos estão presentes, mas os machos são relativamente raros. A reprodução pode ou não ser sexuada, sendo mais comum a partenogênese deuterótoca (ovos não fecundados dão origem tanto a fêmeas como a machos). As fêmeas medem de 0,30mm de comprimento e 0,17mm de largura, com manchas escuras no dorso, que apresentam reticulações na porção médiolateral e um sulco transversal. Os machos são semelhantes às fêmeas, porém não apresentam as manchas escuras sobre o corpo e apresentam no dorso dois sulcos transversais demarcando as regiões denominadas de propodossoma, metapodossoma e opistossoma. A maior população do ácaro é encontrada no período mais seco do ano (vai de fevereiro-março a outubro-novembro) e com temperaturas amenas, nas principais regiões cafeeiras do Brasil.

Etiologia e sintomas

Associada ao ácaro Brevipalpus phoenicis, a manchaanular é uma doença cuja presença é antiga nas áreas produtoras de café no Brasil. Contudo, o problema tem persistido ao longo dos anos e atualmente causa prejuízos graves ao cafeeiro. O controle do vetor, associado a outras estratégias integradas, é uma das principais ferramentas disponíveis para o manejo

O

ácaro Brevipalpus phoenicis (Geijskes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae) tem sido relatado vivendo em cafeeiros (Coffea spp.) no Brasil, pelo menos desde 1950. Posteriormente, em 1973, foi correlacionado com a doença manchaanular do cafeeiro (erroneamente chamada de leprose do cafeeiro), causada por um vírus do grupo dos Rhabdovirus, o Coffee Ring Spot Virus - CoRSV. A descrição foi feita no Brasil em 1938, já com a suspeita de tratar-se de doença de etiologia viral, pela semelhança dos sintomas com aqueles causados por vírus em outras plantas, do tipo mancha-anular ou anelar, ou seja, em forma de anel. Desde 1990, com destaque para 1995, a

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infestação de B. phoenicis e da mancha-anular tem sido relatada, responsável por intensa desfolha em cafeeiros nas regiões produtoras de café do Brasil, tanto em cafeeiro arábica (Coffea arabica L.) quanto em canéfora (Coffea canephora Pierre & Froehner). O ácaro B. phoenicis é de distribuição cosmopolita e polífago, infestando diversas espécies vegetais de importância econômica, incluindo o cafeeiro. O ciclo evolutivo de B. phoenicis compreende as fases de ovo, larva, protocrisálida, protoninfa, deutocrisálida, deutoninfa, teleiocrisálida e adulta. A larva apresenta três pares de pernas (hexápode), de coloração alaranjado-viva quando recém-eclodida.

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A mancha-anular ocorre naturalmente em cafeeiro, não sendo conhecido outro hospedeiro natural do vírus. Os sintomas da doença aparecem nas folhas, ramos e nos frutos do cafeeiro e caracterizam-se por manchas cloróticas, de contorno quase sempre bem delimitado, às vezes com um ponto necrótico central. Nas folhas as manchas apresentam a forma de anel, podendo unir-se e abrangendo grande parte do limbo ou ao longo das nervuras. Nos frutos, os sintomas também aparecem na forma de anéis. Duas hipóteses podem ser estabelecidas para explicar a sintomatologia do ataque, ou seja, as lesões da mancha-anular podem ser causadas por uma toxina injetada pelo ácaro no tecido das plantas ou pelo vírus (CoRSV) veiculado pelo ácaro. A transmissão da manchaanular em cafeeiro também se dá pela enxertia e mecanicamente, o que reforça a hipótese de que a doença nessa cultura é causada por um patógeno, porém não descarta a primeira, ou podem ocorrer as duas simultaneamente. A característica não sistêmica atribuída ao vírus, encontrado somente nas áreas atacadas pelo ácaro e não nas adjacentes sadias, ressalta a importância do vetor B. phoenicis na epidemiologia da doença, porque a presença do ácaro é condição essencial, sem a qual não


ocorre a sua disseminação. A transmissão transovariana, ou de uma geração para outra, não foi constatada para esse vírus, somente a transmissão transestadial, ou seja, de uma fase para outra do ciclo do desenvolvimento. Uma vez infectado, o ácaro não perde mais a capacidade de transmissão, que ocorre somente durante o ato de sua alimentação nas células do tecido vegetal.

Distribuição espacial do ácaro

Em cafeeiro é constatada a presença de B. phoenicis nas folhas, ramos e frutos. Nas folhas os insetos localizam-se na superfície inferior, próximo às nervuras, principalmente a central. Nos frutos, ácaros e ovos são encontrados preferencialmente na coroa e pedúnculo e também em fendas ou lesões com aspecto de cortiça. Nos ramos são encontrados em fendas existentes na casca. O maior número de ovos e ácaros é localizado nas folhas, ramos e nos frutos do terço inferior das plantas. Nas folhas, o maior número de ovos e ácaros é encontrado naquelas do terço inferior e posição interna da planta e em menor número nas da parte superior e posição externa da planta. Nos frutos, o maior número de ácaros é encontrado também naqueles do terço inferior, sendo maior o número de ovos que o de ácaros. Já nos ramos o maior número de ovos e ácaros é localizado na parte distal, que é a parte verde dos ramos, onde estão as folhas. De modo geral, o número de ovos é sempre maior que o do ácaro em outras fases do ciclo do desenvolvimento. Os ramos apresentam o menor número de ovos e ácaros, quando comparados às folhas e aos frutos. Na época de frutificação foi observado que os ácaros preferem os frutos de café para oviposição.

de frutos. Ocorre também uma redução na qualidade do café atacado, provavelmente em função da posterior ocorrência de fungos associados às infestações do ácaro, que ocasionarão fermentações indesejáveis durante a secagem dos grãos de café. Após o ataque do ácaro os frutos ficam predispostos à penetração de micro-organismos, como é o caso dos fungos dos gêneros Fusarium, Penicillium, Cladosporium e Aspergillus correlacionados com a má qualidade de bebida de café. Resultados de pesquisa mostram menores valores da atividade da polifenoloxidase e maior porcentagem de fenólicos totais nos grãos de café provenientes de frutos que exibem sintoma da mancha-anular. Com base na atividade da polifenoloxidase obtida pode-se inferir que o café sofre alteração na qualidade de bebida, demonstrando que o ataque do ácaro e consequentemente da mancha-anular é um fator que prejudica a qualidade de bebida do café.

Controle biológico

O primeiro dano relatado em função do ataque do ácaro-plano e da mancha-anular foi a desfolha sofrida pelos cafeeiros, principalmente nas épocas mais secas do ano. Ferimentos causados pelo ácaro, pelo ato de sua alimentação nas células vegetais, são portas de entrada para fungos fitopatogênicos, como, por exemplo, a cercosporiose, causando queda de folhas, maturação e queda precoce

Em associação com o ácaro B. phoenicis é constatada a ocorrência de inimigos naturais, como os ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae, e as espécies mais abundantes são Euseius alatus DeLeon, Amblyseius herbicolus (Chant), Amblyseius compositus Denmark e Muma, Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, Euseius citrifolius Denmark & Muma e Euseius concordis (Chant), entre outros. O ácaro vetor da mancha-anular do cafeeiro em geral é mais predado na fase de larva, seguida pela de ovo e ninfa, e a fase adulta é a menos predada. De modo geral, a fase mais agressiva dos predadores é a de fêmea adulta, seguida pela de ninfa. A larva do predador é menos eficiente na predação. Os ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae são de grande importância para a cultura do cafeeiro, pois demonstram alto potencial para predação de B. phoenicis, devendo ser preservados, inicialmente pelo método da conservação, com o uso de produtos fitossanitários seletivos quando for necessário o controle químico do ácaro da mancha-anular.

Ovos e fêmeas adultas do ácaro da mancha-anular do cafeeiro

Frutos de cafeeiro com sintomas da mancha-anular e presença de fungos nas lesões deprimidas

Dano

Manejo do ácaro da mancha-anular

O controle do ácaro da mancha-anular deve ser realizado em função da incidência da doença e não do número de ácaros. Caso seja constatada a incidência da mancha-anular em um cafezal, recomenda-se o controle do ácaro, que é o seu vetor, através de duas aplicações de acaricidas seletivos aos ácaros predadores. A primeira aplicação deve ser feita após a colheita dos frutos, época em que o cafeeiro fica mais desfolhado, o que facilita a penetração dos produtos nas partes mais internas das plantas. A segunda aplicação deve ser feita logo após o aparecimento dos frutos no estágio de chumbinho, pois os ácaros nessa época se dirigem para os frutos para se alimentar e colocar ovos na região da coroa, ficando assim mais expostos aos produtos. Amostragens da incidência da mancha-anular, para efeito de controle, serão mais representativas se forem feitas em frutos do terço inferior e em folhas mais internas do terço inferior das plantas. Constituem-se também as partes das plantas que devem ser alvo de produtos fitossanitários, ou seja, o equipamento a ser utilizado deve proporcionar um depósito dos produtos nas partes interiores das plantas, principalmente dos terços inferior e médio. O volume de água a ser utilizado não deve ser menor do que 800 litros por hectare. É altamente recomendável a rotação no uso de produtos fitossanitários, com base no grupo químico e modo de ação, a fim de retardar e mesmo evitar o aparecimento de resistência do ácaro aos defensivos. Devido à maior quantidade de ovos presentes, nos ramos e frutos, em relação às demais fases do desenvolvimento do ácaro, o uso de produtos fitossanitários com ação ovicida aumenta a eficiência de controle do ácaro B. phoenicis. Como a presença de ácaros predadores é significativa, o uso de produtos seletivos favorece o manejo do ácaro da C mancha-anular. Paulo Rebelles Reis, Epamig/EcoCentro - Pesq. do CNPq Tabela 1 - Produtos registrados para uso no controle do ácaro da mancha-anular, Brevipalpus phoenicis, em cafeeiro Nome Técnico Dosagem por ha Formulação Grupo Químico Azocyclotin Organoestânico 750 ml SC Spirodiclofen Cetoenoles 300 ml SC Fenpropathrin Piretróide 400 ml EC Propargite Sulfito de alquila 1.200 ml EC Fenpyroximate Pirazol 800 ml SC Azocyclotin Organoestânico 1.500 g WP Cyhexatin Organoestânico 600 ml SC Hexytiazox Carboxamida 12 g WP Abamectin Avermectina 400 ml EC Fonte: Agrofit (2012). Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/ agrofit_cons/principal_agrofit_ cons>. Acesso em: abril 2012.

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Capa

Sugadores de lucros Com o advento da tecnologia de milho Bt e a redução do uso de inseticidas contra a lagarta-do-cartucho cresce a importância de insetos sugadores, que antes não demandavam controle específico ou eram combatidos de forma involuntária pela aplicação de agroquímicos em Spodoptera frugiperda

P

or muitos anos o principal problema do milho em termos de insetos fitófagos era a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae), exigindo invariavelmente medidas de controle, muitas vezes utilizadas sem o devido critério técnico, demandando outras aplicações. Outras espécies fitófagas, embora presentes, não demandavam controle específico, possivelmente, pelo combate involuntário propiciado pela aplicação de inseticidas contra a lagarta-do-cartucho. O controle de algumas espécies, notadamente sugadoras, só era necessário em situações especiais, como, por exemplo, em áreas de plantio direto e/ou na segunda safra. A modificação do cenário agrícola, incluindo novas tecnologias e até mesmo mudanças no clima, também pode ser apontada como causa do aumento e/ou diversidade de espécies atacando os cultivos agrícolas. A própria lagarta-do-cartucho, antes praga-chave quase que só da cultura do milho é hoje igualmente importante em algodão e arroz. Pragas importantes da soja, como os percevejos, atualmente são relevantes no milho cultivado na safrinha, após a colheita da soja.

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A introdução da tecnologia dos transgênicos, através da liberação comercial, e o plantio de milho Bt, podem, sem dúvida, contribuir para uma mudança ainda maior na redistribuição da importância econômica das espécies-pragas no milho. O principal alvo das atuais cultivares de milho Bt no Brasil é a lagarta-do-cartucho. Apesar de haver diferenças entre as cultivares, de maneira geral, a adoção da tecnologia tem propiciado a redução no uso de inseticidas químicos. A ação das cultivares de Bt é imediata, reduzindo a população de lagartas em seus primeiros instares, sendo que em muitas vezes não se percebe o dano na planta. Ausência de competição intraespecífica, plantas sadias e sem resíduos ativos de inseticidas oferecem condições propícias para a ocupação e permanência de outras espécies na cultura. A espécie Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae) tem sido uma das que ocupam o nicho da lagarta-do-cartucho, na Argentina. No Brasil, a presença de outras espécies de insetos sugadores, como a cochonilha da raiz, Dysmicoccus brevipes (Cockerell) (Hemiptera: Pseudococcidae) e o tripes Frankliniella williamsi Hood (Thysanoptera: Thripidae) também teve maior incidência no milho Bt que no milho convencional. Outras espécies de insetos sugadores que têm aumentado de importância, tanto no milho convencional, como Bt incluem o percevejo Dichelops melacanthus (Dallas) (Hemiptera: Pentatomidae), a cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta (Stal) (Hemiptera: Cercopidae) e o pulgão, Rhopalosiphum maidis (Fitch) (Hemiptera: Aphididae), que poderão se transformar em pragas-chave na cultura do milho Bt. As expectativas futuras em relação às novas espécies de pragas no milho podem ser oriundas das seguintes hipóteses: 1) O uso constante de inseticidas químicos para o controle da lagarta-do-cartucho também mantinha sob controle insetos não alvos. 2) A adoção de cultivares de milho Bt elimina a necessidade de aplicações com inseticidas químicos para o controle da lagartado-cartucho.


Fotos Ivan Cruz

No detalhe, adulto da cigarrinha do milho, Dalbulus maidis

Espuma protetora da fase jovem da cigarrinha das pastagens

3) O milho Bt não atua sobre insetos sugadores. 4) Haverá aumento populacional de insetos sugadores em milho Bt. 5) Ocorrerá predominância de determinadas espécies de insetos sugadores em milho Bt. 6) O tratamento de sementes de milho Bt com inseticidas sistêmicos controla os insetos sugadores em milho. O percevejo barriga-verde D. melacanthus atacando plântulas de milho foi relatado pela primeira vez em 1993, no estado de Mato Grosso do Sul. Desde então, seu ataque tem aumentado ano a ano em todo o estado, sendo que a distribuição geográfica dos percevejos desse gênero abrange também Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, além da região sudeste de São Paulo. O impacto de D. melacanthus em milho tem aumentado nos últimos anos, principalmente devido à ampla adoção de rotação de culturas em sistemas de plantio direto, que favorece os percevejos por oferecer alimentação contínua e condições de sobrevivência em períodos adversos do ano (inverno ou estação seca), sob os restos de culturas. Outro fator favorável ao inseto é o cultivo de plantas hospedeiras em sequência, como soja, milho e trigo. A espécie não é considerada uma praga importante de soja e também não coloniza as plantas de milho, apesar de causar severos danos em plântulas neste cultivo. É uma espécie com aparência muito similar à D. furcatus, porém, é a mais importante tanto para milho, quanto para a cultura do trigo. O tripes, F. williamsi, tem tido aumento significativo em sua população na fase inicial de desenvolvimento das plantas de milho, em algumas regiões do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, principalmente sob condições de baixa umidade. As folhas das plantas, quando atacadas por esta espécie, mudam a coloração, tornando-se esbranquiçadas. A planta paralisa seu crescimento, vindo posteriormente, a morrer. Existem aproximadamente 100 espécies de tripes consideradas pragas, sendo os gêneros Frankliniella e Thrips os que reúnem o maior número de espécies-praga, seja pelos danos diretos causados aos tecidos vegetais du-

rante a alimentação e/ou pela transmissão de agentes fitopatogênicos, especialmente vírus. Dentro do gênero Frankliniella são citadas seis espécies de importância agrícola no Brasil: F. brevicaulis Hood, F. condei John, F. occidentalis (Pergande), F. schultzei (Trybom), F. williamsi Hood e F. zucchini Nakahara & Monteiro. Também como transmissores eficientes de doenças em milho, tem merecido atenção a presença da cigarrinha D. maidis e do pulgão R. maidis. A cigarrinha D. maidis representa uma das mais importantes pragas atacando a cultura do milho no mundo, cujos danos são necroses, alterações fisiológicas severas, produzidas pela alimentação e/ou hábito de fazer postura e transmissão de patógenos, que causam doenças, como os molicutes (enfezamentos vermelho e pálido) e a virose-da-risca. Em campo, os insetos migram de lavouras doentes e, em novas lavouras, infectam plântulas sadias. Apesar da transmissão da doença geralmente ocorrer em plântulas, os sintomas dos enfezamentos geralmente se manifestam quando as plantas entram em fase de produção e, portanto, com redução irreversível na

produtividade de grãos. A espécie tem nítida preferência pela cultura do milho em relação a sorgo ou áreas de pousio e só se alimenta sobre representantes do gênero Zea. Porém, como no Brasil o milho é cultivado durante todo o ano (grãos em duas safras, sementes, silagem e indústria) existem condições propícias para o aumento da população. Apesar da importância econômica do inseto na América, seu comportamento no campo ainda é pouco conhecido, sendo as informações obtidas na maioria das vezes no hemisfério norte. Sua distribuição geográfica tem sido assinalada desde a região sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. No Brasil, o inseto ocorre o ano inteiro. Infesta a planta de milho logo após a emergência das plântulas e após a picada transmite os patógenos, causadores das doenças. A espécie D. maidis tem sido considerada como a única do gênero no Brasil e seu manejo é difícil, uma vez que, ao alimentar, mesmo que seja intoxicada pela ação de inseticidas, não deixa de inocular as enfermidades O pulgão Rhopalosiphum maidis (Fitch) é praga importante do milho, cana-de-açúcar, trigo, sorgo, aveia, centeio, cevada e painço, bem como de gramíneas silvestres. Os pulgões, de um modo geral, incluindo a espécie R. maidis, são conhecidos pela capacidade de transmitir muitas viroses em plantas. A capacidade migratória desses insetos é, portanto, crucial na disseminação dessas doenças. A infestação desse afídeo inicia-se em plantas isoladas, disseminando-se em manchas na lavoura, com sua presença sendo constatada no período vegetativo e, principalmente, próximo ao lançamento do pendão. Quando a incidência dos pulgões ocorre na fase em que

Área com alta incidencia de enfezamento provocado por patógenos transmitidos pela cigarrinha Dalbulus maidis

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com posterior ressecamento e morte da plântula. Produto Ação Concentração Insetos sugadores1 Formulação Unidade Em geral, os picos populacioFw Rm Dm Df Dme Dfu nais das cigarrinhas ocorrem entre Dose/unidade2 os meses de dezembro e fevereiro, Adage 350 FS S 350 g/kg SC ml/60.000 sementes 80 80 120 devido às condições climáticas Adage 700 WS S 700 g/kg Pó g/100 kg sementes 150-200 150-200 300 da região, que correspondem ao Alika S 110 g/l + 220 g/l CE ml/ha 200-300 período mais chuvoso. Connect S 100 g/l + 12,5 g/l SC ml/ha 500-1000 Poucos são os dados quantiCropstar S 150 g/l + 450 g/l 0,2500,35 0,25-0,35 tativos relacionando o ataque da SC l/ha 0,25-0,35 0,25-0,35 Cruiser 350 FS S 350 g/l SC ml/100 kg sementes 80 80 120 cigarrinha na cultura do milho Cruiser 700 WS S 700 g/kg PóD g/100 kg sementes 150-200 150-200 e os prejuízos econômicos. No Eforia S 106 g/l + 141 g/l 200-250 SC ml/ha 200-250 entanto, quando ocorrem surtos, Engeo S 220 g/l + 110 g/l CE ml/ha 200-300 a área atacada praticamente não Engeo Pleno S 141 g/l + 106 g/l 200-250 SC ml/ha 200-250 produz. Estes surtos não têm sido Fenix Star S 250 g/l SC l/100 kg sementes 2,4-2,8 constantes, quando o milho é culGaucho 600A S 600 g/l 800 400 SC ml/100 kg sementes 800 600 350 tivado em monocultivo durante Gaucho FS S 600 g/l 800 400 SC ml/100 kg sementes 800 600 350 a primeira safra. No entanto, Imidacloprid 600 FS S 600 g/l 800 SC ml/100 kg sementes 800 600 75* na segunda safra, a presença da Karate Zeon 50 CS C, I 50 g/l SE ml/ha 300 praga é bem mais comum, seja Lecar C 50 g/l SE ml/ha 300 no milho em monocultivo ou Much 600 FS S 600 g/l 800 400 SC ml/100 kg sementes 800 600 350 em cultivo associado, especialPicus S 600 g/l 800 400 SC ml/100 kg sementes 800 600 350 mente com braquiária. Neste Platinum Neo S 141 g/l + 106 g/l 200-250 SC ml/ha 200-250 sistema de integração lavoura/ Poncho S 600 g/l 350 400 SC ml/100 kg sementes 400 350 350 pecuária há disponibilidade pleRocks S 135 g/l + 165 g/l 2,9 SC l/100 kg sementes 2,2 1,25-1,5 l na de alimento e possibilidade Saddler 350 SC S 350 g/l SC l/100 kg sementes 2 de multiplicação contínua do Saluzi 600 FS S 600 g/l 800 SC ml/100 kg sementes 800 600 75* inseto, que pode então escolher Semevin 350 S 350 g/l SC l/100 kg sementes 2 entre um ou outro alimento. A Siber S 600 g/l 800 400 SC ml/100 kg sementes 800 600 350 ocorrência da praga é em função Talisman C, I 50 g/l + 150 g/l CE ml/ha 200-400 da magnitude da ação de fatores Thiodicarbe 350 SC S 350 g/l SC l/100 kg sementes 2 abióticos, como precipitação, temperatura, evapotranspiração e Dm=Dalbulus maidis; Df=Deois flavopicta; Dme= Dichelops melacanthus; Dfu = D. furcatus; Fw = Frankliniella williamsi; Rm = Rhopalosiphum maidis Ação: S = Sistêmico; C = Contato; I = Ingestão de inimigos naturais. No entanto, Dose: * 60.000 sementes a oferta quantitativa e qualitativa Formulação: SE = Suspensão de Encapsulado; CE = Concentrado Emulsionável; SC = Suspensão Concentrada; Pó D = Pó Dispersível do hospedeiro pode também as folhas encontram-se enroladas, formando No Brasil, a espécie D. flavopicta é a que desempenhar papel muito importante sobre um cartucho de proteção, os pulgões sugam ocorre com maior frequência, especialmente a dinâmica populacional da praga por afetar a seiva continuamente e multiplicam-se com nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O inseto diretamente o desempenho, tanto das ninfas, C facilidade. O pulgão R. maidis, no Brasil, era adulto é bem característico, apresentando asas como dos adultos. considerado como praga secundária na cultu- pretas com duas faixas transversais amarelas Ivan Cruz, ra, mas, com o incremento do cultivo do milho e uma faixa longitudinal também amarelada Embrapa Milho e Sorgo safrinha sua população tem aumentado tanto em cada asa anterior, além de abdome e pernas nessa cultura como em outras de importância avermelhados. As fêmeas ovipositam no solo econômica, como a cana-de-açúcar. Além da ou em restos de vegetação e, após a eclosão, oferta abundante de alimento, o inseto é de as ninfas se fixam na base do capim e ficam ciclo muito curto, atingindo a maturidade protegidas por espuma característica até a em cerca de uma semana, dependendo da emergência do novo adulto. Condição seca é temperatura, estágio de desenvolvimento da considerada desfavorável à reprodução e ao deplanta e/ou da cultivar utilizada. senvolvimento de D. flavopicta. Podem ocorrer A cigarrinha-das-pastagens (D. flavopicta) de três a cinco gerações anuais, dependendo e possivelmente outras espécies próximas, das condições climáticas. também têm aumentado de importância em O aumento populacional de cigarrinhas milho, oriundas de pastagens nas proximida- no Brasil central tem sido consequência da des do plantio desta cultura ou até mesmo monocultura de pastagens. Tal aumento pooriundas dentro da mesma área, no sistema de pulacional fez com o inseto migrasse para ouprodução onde milho é semeado junto à pas- tros hospedeiros, causando prejuízos também tagem, especialmente braquiária. O problema em arroz, cana-de-açúcar e milho. No milho, é que entre as principais espécies cultivadas, ao contrário das pastagens, onde tanto as Brachiaria decumbens, B. ruziziensis, B. dyctio- ninfas quanto os adultos causam danos, só se neura e B. humidicola, todas são suscetíveis às verifica o ataque pelos adultos, mas o sintoma Ninfas recém-nascidas do espécies de cigarrinhas, não só no Brasil, como da investida é muito semelhante. Ao sugarem percevejo barriga-verde em toda a América Tropical. a seiva, ocasionam amarelecimento das folhas, Fotos Ivan Cruz

Tabela 1 – Inseticidas para sugadores

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Fotos Cultivar

Empresas

Plano integrado A

Syngenta apresenta nova estratégia global integrada, com foco em culturas e não mais dividida isoladamente entre os segmentos de químicos e sementes

Syngenta realizou no dia 27 de março, no Costão do Satinho, Santa Catarina, o Demonstration Day. Iniciativa global da companhia, o evento teve edições semelhantes nos Estados Unidos, Inglaterra e Suíça. A apresentação da nova estratégia integrada da empresa, focada em culturas e não mais dividida entre os segmentos de atuação de químicos e sementes, esteve entre os principais destaques. “Queremos pensar como o agricultor. Quem planta trigo, por exemplo, quer saber da cultura e não de inseticidas ou de outro produto”, exemplificou o diretor geral da Syngenta para o Brasil, Laércio Giampani . Um dos principais desafios para implementar a nova estratégia é o de integrar os diversos setores da empresa, para que trabalhem em conjunto, de forma harmônica. Focada 100% em agro, a Syngenta pretende expandir as ações que auxiliem o produtor em questões que extrapolam a venda de químicos e de sementes. Tecnologias como Plene, que altera totalmente o conceito de plantio de cana-de-açúcar, o projeto Tegra, em arroz, desenvolvido para pequenos agricultores da India no transplante de mudas e o Nucoffe, criado para, entre outros objetivos, ajudar os produtores na comercialização de café, são alguns dos exemplos de iniciativas já realizadas nesse sentido. Diante da necessidade de alimentar uma

superpopulação mundial de 7 bilhões de habitantes, com potencial de ser acrescida em mais um bilhão de pessoas nos próximos 18 anos, as empresas ligadas ao setor de agro estão engajadas no gigantesco desafio de produzir mais, com recursos naturais limitados, menos agressão ao ambiente, de forma sustentável e economicamente viável. A aposta da Syngenta, nesse sentido, é em tecnologia. “Nosso objetivo é trazer o potencial das plantas para a vida, na forma de produção e produtividade”, definiu Giampani. Divididos em dez circuitos, em culturas como soja, milho, arroz, algodão, café, trigo, girassol e cana-de-açúcar, profissionais da Syngenta apresentaram resultados de tecnologias já disponíveis e que devem ser ofertadas aos produtores nos próximos anos.

Lançamentos

A Syngenta prepara uma série de lançamentos de produtos que serão apresentados ao mercado ao longo de 2012, para as culturas de soja, milho, algodão, café e em hortaliças como tomate, melão, couve-flor e alface. “São inseticidas, fungicidas e herbicidas, além de novas variedades”, adiantou o diretor geral da empresa para o Brasil, Laércio Giampani. Entre as novidades previstas estão cinco variedades de soja para o Sul e Cerrado, que já estarão disponíveis para a safra 2012/13. Também ocorreram lançamentos semelhantes na cultura do milho. “Vamos oferecer materiais que resultem em maior produtividade e sanidade de grãos”, explicou Giampani.

Focada 100% em agro, a Syngenta pretende expandir as ações que auxiliem o produtor em questões que extrapolam a venda de defenivos e sementes

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Fotos Divulgação

Eventos

Multimostra de mecanização Localizada em uma região que registra sólido crescimento como polo agropecuário, a Agrobrasília 2012 mostrará aos produtores as últimas novidades em máquinas e implementos agrícolas

A

Feira de Negócios e Tecnologias Agrícolas (Agrobrasília 2012) será realizada no período de 15 a 19 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, instalado no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), em Brasília. O evento é uma realização da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), juntamente com o governo do Distrito Federal, por intermédio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri-DF). Desde a sua primeira edição, em 2008, a Agrobrasília se constitui em uma multimostra onde as empresas apresentam aos produtores os lançamentos em máquinas e equipamentos como tratores, colheitadeiras, veículos de carga, utilitários, pulverizadores automotrizes, entre outros. É a oportunidade para o produtor conhecer e adquirir os implementos que mais irão se adequar à sua atividade. O público tem comparecido. Em 2011 cerca de 70 mil pessoas visitaram a Feira. A Feira é realizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, instalado no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), em Brasília, região que vem comprovando, na prática, ser um grande polo

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agropecuário, com potencial para expandir em muito sua produção agrícola. Este cenário não se restringe à capital federal e ao DF. Engloba a chamada região do Entorno, onde vários municípios se destacam com produção de qualidade e alta produtividade, o que lhes concede os primeiros lugares entre os municípios com maior PIB agrícola do país, de acordo com o IBGE. Este desempenho se explica pelo uso de modernas tecnologias, como a irrigação, aliado à mecanização das lavouras e à assistência técnica de ponta. O IBGE concedeu a Brasília o posto de quinto lugar neste ranking (dados de 2009, apresentados em dezembro de 2011) com produção agrícola equivalente a R$ 541,7

Evento reuniu 70 mil pessoas em 2011

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milhões. Destaque para as culturas com produtividade acima da média nacional, como são os casos do trigo, 80% maior (com 5.078kg/ha contra 2.828kg/ha do Brasil); do feijão, cuja produtividade é duas vezes maior (2.851kg/ha ante 922kg/ha do Brasil), e da batata, com rendimento três vezes maior que o brasileiro (75.270kg/ha contra 25.885kg/ha da média nacional). Na região do Entorno do DF, o município goiano de Cristalina, distante 140km de Brasília, se destaca com a maior área irrigada da América Latina, com 50 mil hectares e 600 pivôs, situação que contribuiu para que ocupasse, em 2010, o posto de segundo maior PIB agrícola do Brasil, com produção equivalente a R$ 1,38 bilhão, de acordo com o IBGE. Assim como Cristalina e Brasília, outros municípios do Entorno se destacam entre os primeiros do PIB agrícola nacional, como Unaí (MG) e Formosa (GO). Todos somados fazem dessa região uma das mais interessantes para se investir, assim como potencializa a Feira. “A Agrobrasília é uma vitrine para o mundo, da região mais tecnificada e diversificada do país, um grande polo de agroindústrias, com a maior área irrigada da América Latina. Tudo isso circundando a capital federal", enfatiza o coordenador geral da Feira, Ronaldo Triacca.



Empresas

Tripla ação Fotos FMC

FMC lança um de seus carros-chefe para os próximos anos. O Locker é um fungicida sistêmico e de contato que possui triplo modo de ação, indicado para as principais doenças de soja e trigo

E

m entrevista coletiva realizada em São Paulo, a FMC anunciou um dos seus principais produtos para os próximos anos. O fungicida Locker será o carro chefe da empresa na missão de impulsionar o faturamento. A meta é saltar dos 600 milhões de dólares obtidos em 2011 para mais de 1,2 bilhão de dólares em 2014. “Queremos dobrar o faturamento da empresa nos próximos dois anos”, confirma a coordenadora de Comunicação da FMC, Fernanda Teixeira. O Locker é um fungicida sistêmico e de contato que possui triplo modo de ação. Contêm o carbendazim, do grupo dos benzimidazóis, inibidores da biossintese da tubulina e o tebuconazol, que é do grupo dos triazois, inibidores da biossintese do ergosterol, e o cresoxim-metílico, do grupo das estrobilurinas, inibidores de fluxo de elétrons na respiração mitocondrial. Tratase de um fungicida que deve ser usado em pulverizações preventivas para o controle de doenças na parte aérea das culturas. As concentrações dos ingredientes ativos carbendazim, tebuconazole e cresoximmetílico são, respectivamente, de 200g/L + 100g/L + 125,0g/L, e formulação Suspensão Concentrada. “É um produto desenvolvido para a realidade das lavouras brasileiras. Foram mais de cinco anos de pesquisa para

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chegar à formulação adequada, segura e balanceada”, explica o gerente de produtos fungicidas da FMC, Flávio Centola. Este produto é indicado para controlar doenças como a ferrugem asiática (Phakopsora sp.), mancha alvo (Corynespora cassicola), mancha olho de rã (Cercospora sojina), mancha parda (Septoria glycines), oídio (Mycrosphaera difusa) e antracnose (Colletotrichum truncatum). “A principal característica do Locker é o efeito sinérgico e equilibrado de seus ativos, que proporcionam importantes benefícios ao produtor, como amplo aspecto de controle de fungos e excelente residual. A formulação avançada deste produto é capaz de extrair a máxima eficiência dos seus três componentes e essa é a nossa grande conquista”, explica Centola.

do produto incluiu pesquisas entre os produtores, que apontaram os principais problemas enfrentados em cada cultura, bem como as ferramentas utilizadas para controlá-los. Este estudo mostrou que 85% dos produtores controlam as doenças secundárias entre os estágios V10-R1; 76% no estágio R3 e 59% no estágio R5.2. “Estes dados ajudaram a definir o posicionamento do novo produto”, explica Centola. Na cultura da soja, a primeira aplicação deve ser feita de forma preventiva quando a cultura estiver entre a fase do florescimento e a formação de vagens e a segunda aplicação 15 a 20 dias após a primeira na fase R3, mesmo sem a presença de sintomas de doenças. A terceira aplicação, se necessário, deve ocorrer no estágio R5.2 e um monitoramento deve ser realizado para verificar se haverá necessidade de uma quarta aplicação. Na cultura do trigo, o produto é indicado para doenças foliares, como ferrugem da folha, giberela, oídio e brusone. A primeira aplicação deve ocorrer no estágio E5. Caso seja necessário, a segunda aplicação é recomendada 18 dias após a primeira aplicação. Já uma terceira aplicação, se necessário, na fase de floração plena. A campanha de lançamento do produto inclui eventos regionais com produtores e revendas nas principais regiões produtoras de soja, com o objetivo de apresentar o produto e os resultados obtidos em diversos ensaios realizados no Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Mato Grosso, que mostram controle superior nas principais doenças da soja. O Locker já está sendo comercializado e possui registro para as C culturas de soja e trigo.

C

INDICAÇÃO DE APLICAÇÕES

Parte do processo de desenvolvimento

O Locker é um fungicida sistêmico e de contato que possui triplo modo de ação

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“É um produto desenvolvido para a realidade das lavouras brasileiras", explica Centola


Marcelo Madalosso

Trigo

Benefícios fisiológicos

Além do controle sobre pragas e doenças, o uso do tratamento de sementes com estrobilurinas, seguido de reposição deste ativo em parte aérea, é capaz de afetar positivamente a fisiologia das plantas de trigo, com reflexos na produtividade. Fatores como incrementos nos Teores Relativos de Clorofila (TRC) e redução da sua perda sob baixos níveis de N e pH estão entre os responsáveis pelos resultados. Contudo, a utilização isolada da estrobilurina durante o ciclo da cultura não oferece os mesmos efeitos

A

cultura do trigo (Triticuma estivum L.) tem grande importância no agronegócio brasileiro, sobretudo na região Sul e alguns estados do Sudeste e Centro-Oeste do país. A produtividade da cultura depende do potencial genético das cultivares e sua expressão é influenciada por diversos fatores abióticos e bióticos. Os fatores abióticos, de maior influência, são as condições climáticas, especialmente temperatura, oferta hídrica e nível nutricional. Já entre os fatores bióticos destaca-se a incidência de doenças, pragas e plantas daninhas. O controle de pragas e doenças na cultura do trigo tem sido baseado, principalmente, na aplicação de inseticidas e fungicidas em parte aérea e também em tratamento de sementes. Nos últimos anos, alguns desses produtos têm recebido enfoque que transcende o controle de patógenos, como é o caso dos fungicidas do grupo das estrobilurinas. Primeiramente, sua atividade deve-se à habilidade de interromper o ciclo de energia e a produção de ATP no patógeno. No entanto, tem sido relatada a interferência das estrobilurinas sobre processos fisiológicos das plantas. Esses relatos incluem efeitos como redução da respiração e aumento da fotossíntese líquida, aumento da atividade da enzima nitrato-redutase gerando maior assimilação de nitrogênio, redução da produção de etileno e aumento da tolerância da planta a estresses. A formação e o enchimento dos grãos dependem diretamente da longevidade da

superfície foliar verde da planta, que influencia na fixação de dióxido de carbono (CO2). O nível nutricional de nitrogênio (N) na planta tem importância na duração da área foliar verde após a antese pela relação existente entre a taxa de fotossíntese da planta de trigo e a perda de N pelas folhas. Dessa forma, o estudo buscou avaliar o efeito da aplicação de fipronil + piraclostrobina + tiofanato metílico via tratamento de sementes (TS) e piraclostrobina + epoxiconazol em parte aérea, sobre parâmetros fisiológicos e a produtividade da cultura do trigo submetida a diferentes níveis de N. Para tal, foi realizado estudo a campo na estação de pesquisa do Instituto Phytus, município de Itaara, região central do estado do Rio Grande do Sul, durante a safra agrícola 2010. A semeadura foi realizada no dia 14 de julho de 2010, utilizando-se a cultivar de trigo BRS Guamirim, a uma densidade de semeadura de 360 sementes/m-2 e 200kg/ha de fertilizante N-P-K (04-14-18). Os tratamentos se constituíram da combinação entre os fatores tratamento de sementes (TS) (ausência e TS com piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil (5,0 + 45,0 + 50g i.a./100kg sementes) e níveis de nitrogênio (0, 10, 20, 40 e 80kg/ha), correspondendo a 0, 25, 50, 100 e 200% da dose recomendada (40kg/ha de N). Em parte aérea foram realizadas duas aplicações do fungicida epoxiconazol + piraclostrobina (37,5 + 100g i.a/ha) em todas as unidades experimentais. A primeira aplicação foi efetuada no estádio de emborrachamento (estádio 10) e a segunda durante a antese (estádio 10.5), 28 dias após a primeira.

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Figura 1 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N no teor relativo de clorofila (TRC) Figura 2 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N no teor relativo de clorofila (TRC) aos 40 dias após a emergência (DAE) na cultivar de trigo BRS Guamirim.Itaara (RS). 2010 aos 55 dias após a emergência (DAE) na cultivar de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010

Figura 3 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N no teor relativo de clorofila (TRC) aos Figura 4–Efeito de níveis de N (kg.ha-1) no número de espiguetas.espiga-1da cultivar 70 dias após a emergência (DAE) na cultivar de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010 de trigo BRS Guamirim.Itaara (RS). 2010

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tenha permanecido praticamente constante, no decorrer das avaliações, os valores médios dessa variável diminuíram. No entanto, essa redução no TRC com o avanço do desenvolvimento da cultura foi variável em função fornecimento de N. Comparando-se a primeira e a última avaliação (40 e 70 DAE) percebeu-se que a redução dos valores do TRC tendeu a ser maior quanto menor a dose de N utilizada. Por outro lado, a redução no TRC observada nos tratamentos com as menores doses de N (0, 10 e 20kg/ha) foi menos intensa quando utilizado piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil em TS. Com isso, além de promover benefícios fisiológicos, a estrobilurina também foi responsável pela redução ou atraso do efeito do estresse no vegetal. Neste ponto, podem inibir alguns precursores da síntese de etileno que, por sua vez, é um hormônio que está envolvido na degradação da clorofila. O TS com piraclostrobina + tiofanato-

metílico + fipronil não influenciou o número de espiguetas/espiga (Figura 4). Esta variável foi influenciada apenas pelos níveis de N. No entanto, incrementos entre 2,75% e 8,40% no número de espiga/m-2, dependendo da dose de N utilizada, foram obtidos pela utilização do TS (Figura 5). Além disso, houve um incremento quadrático no número de espiga/m-2 com o aumento dos níveis de N. A utilização de piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil em tratamento de sementes proporcionou incrementos de 2,82% (52,39k/ha) a 7,17% (178,37kg/ha) na produtividade em relação à testemunha, dependendo da dose de N utilizada (Figura 6). Considerando a média dos níveis de N, os tratamentos com TS produziram 110,38kg (5,03%) mais que o tratamento testemunha, efeito do aumento da atividade da enzima nitrato redutase pela ação da estrobilurina. A atividade dessa enzima está diretamente

Fotos Marcelo Madalosso

Além disso, nos tratamentos com 40kg/ha de N (dose recomendada) foram adicionadas duas testemunhas sem aplicação do fungicida em parte aérea, uma com e outra sem a aplicação de TS. As aplicações foliares foram realizadas com pulverizador costal propelido a CO2, com barra de aplicação dotada de quatro pontas de pulverização (XR 11002) a uma pressão de 103kPa e vazão de 150L/ha. Já as sementes foram tratadas com tambor metálico rotativo utilizando-se volume de calda (produto + água) de 0,50L para cada 100kg de sementes. Para atingir os objetivos, as avaliações constituíram do número de espigas/m-2, número de espiguetas/espiga, teor relativo de clorofila (TRC) aos 40, 55 e 70 dias após a emergência (DAE), a produtividade e o peso hectolítrico (PH). Incrementos nos valores do teor relativo de clorofila (TRC) em relação à testemunha (sem TS) foram observados nos tratamentos com piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronilaos 40, 55 e 70 DAE, independentemente do nível de N (Figuras 1, 2 e 3). Nesses tratamentos, foram observados valores de TRC 2,64, 2,95 e 3,01% maiores que os observados no tratamento sem TS, respectivamente, nas avaliações realizadas aos 40, 55 e 70 DAE. O aumento nas doses de N resultou em incremento nos valores de TRC. Embora o incremento médio em relação à testemunha no TRC pela utilização de piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil

Os fatores abióticos, de maior influência, são as condições climáticas, especialmente temperatura

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A produtividade da cultura depende do potencial genético das cultivares


relacionada com a taxa de assimilação de N, elemento essencial que participa de uma série de rotas metabólicas chave, interferindo diretamente na produtividade das culturas. Além disso, houve uma relação quadrática entre os níveis de N e a produtividade da cultura. Com a utilização de doses crescentes de N de 0 para 80kg/ha foi observado um incremento na produtividade de 1.607,48 para 2.853,18kg/ha, sem TS, e de 1.714,91 para 2.990,38kg/ha, nos tratamentos com a utilização do TS em estudo. Os tratamentos testados, doses de N e com e sem TS, influenciaram significativamente o peso hectolítrico (PH) dos grãos de trigo (Figura 7). Com o aumento das doses de N houve incremento no PH do trigo. Além disso, os tratamentos com TS apresentaram maiores valores de PH em todos os níveis de N. Mais que a otimização do uso do N, a estrobilurina reduz também a respiração das plantas, levando a um aumento na fotossíntese líquida, o que proporciona maior acúmulo de fitomassa seca. A Figura 8 mostra a influência do TS estudado (piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil) e do tratamento de parte aérea com epoxiconazol + piraclostrobina sobre a produtividade do trigo sob o nível de 40kg/ ha de N (dose recomendada). Considerando apenas o efeito do tratamento de sementes,

foi observado um incremento de 17,5% (301kg/ha) na produtividade pela utilização do TS, sem tratamento de parte aérea, e 7,2% (178kg/ha), quando utilizado epoxiconazol + piraclostrobina em parte área. Por outro lado, analisando-se apenas o efeito do tratamento de parte aérea, pode-se observar incremento na produtividade de 44,51% (765kg/ha) na ausência de TS, e de 31,79% (642kg/ha) com TS. Considerando a combinação dos tratamentos de sementes e parte aérea, a utilização de piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil e epoxiconazol + piraclostrobina conferiu um incremento de 54,88% (943,98kg/ha) na produtividade em relação à testemunha onde não foram realizados esses tratamentos. A maior parte dos incrementos gerados pela combinação dos tratamentos piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil e epoxiconazol + piraclostrobina na produtividade do trigo pode ser atribuída aos efeitos na fisiologia das plantas ocasionados pela estrobilurina. Este fato foi reforçado pela baixa incidência de doenças na área em função do nível de resistência da cultivar utilizada, não interferindo diretamente nos componentes de produtividade. Nas testemunhas, sem quaisquer tratamentos fungicidas, foi observada apenas a incidência de manchas foliares e de oídio, porém, em baixa intensidade.

Desta forma, além do controle sobre pragas e doenças, a utilização do tratamento de sementes com estrobilurinas, seguida de reposição deste ativo em parte aérea, entregou benefícios fisiológicos à planta de trigo com reflexos na produtividade. Fatores como incrementos nos Teores Relativos de Clorofila (TRC), sua redução da perda sob baixos níveis de N e PH, foram responsáveis para tais incrementos. Já a utilização isolada da estrobilurina durante o ciclo da cultura não conferiu os mesmos benefícios supracitados. Na ausência de TS o incremento produtivo foi de 44,51% com epoxiconazol + piraclostrobina em tratamento de parte aérea e de 17,5% com TS (piraclostrobina + tiofanato-metílico + fipronil) sem tratamento de parte aérea. Com isso, o posicionamento dos produtos dentro de um programa de TS + duas aplicações em parte aérea confere proteção e incrementos C na produtividade do trigo. Marcelo Madalosso, Instituto Phytus Diego Dalla Favera, Francis Maffini, Gerson Dalla Corte, Juliano Uebel, Mônica P. Debrotoli e Ricardo Balardin, Univ. Federal de Santa Maria

Figura 5 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N (kg.ha-1) no número de Figura 6 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N na produtividade da cultivar espigas.m-2 da cultivar de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010 de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010

Figura 7 - Efeito do tratamento de sementes e níveis de N no Peso hectolítrico (PH) Figura 8 - Efeito do tratamento de sementes e de parte aérea na produtividade da da cultivar de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010 cultivar de trigo BRS Guamirim. Itaara (RS). 2010

* Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).

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Trigo Fotos Paulo Kurtz

Qualidade tecnológica

Ao longo dos anos a cultura do trigo passou por profundas alterações no Brasil. Com mercado dinâmico e surgimento de necessidades específicas, o desenvolvimento de cultivares com novas características torna-se exigência, para atender à diversidade de especificidades como a demandada por produtos derivados

O

complexo agroindustrial do trigo (CAI Trigo) compreende os segmentos de insumos e serviços, de produção agrícola, de moagem e de transformação, de distribuição e consumo. A pesquisa para o desenvolvimento de novas cultivares (variedades) de trigo está relacionada indiretamente a todo o CAI Trigo e, intimamente relacionada à avaliação da qualidade tecnológica ou de indicação de uso final do trigo. O trigo no Brasil, no período de 1973 a 1989, era subsidiado pelo Governo e em sua compra considerava apenas os valores de peso do hectolitro (PH). Desde a queda da compra estatal do trigo em 1990, a qualidade tecnológica passou a ter maior importância, pois os moinhos começaram a comprar o trigo e exigir outras especificações além do PH. Desta forma, o trigo para uso em determinado produto ou alimento passou a levar em conta também outros parâmetros de qualidade. Na década de 90, as cultivares de trigo brasileiro, em geral, não possuíam características ideais para produção de pães, maior demanda de mercado no Brasil. O trigo possuía textura mais tenra e as farinhas produzidas eram brancas, porém com qualidade mais adequada para a produção de bolos, biscoitos e produtos de confeitaria ou para serem usadas em mesclas com trigo mais forte para

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produção de pães. Assim, as instituições de pesquisa e obtentores de trigo começaram a trabalhar mais intensamente no sentido de desenvolverem cultivares de trigo com maior força de glúten para atender as especificidades do mercado brasileiro. Em 2011, mais de duas décadas após, a grande maioria de cultivares de trigo disponíveis no mercado é adequada para produção de pães e possui até mesmo qualidade superior (melhoradoras) para ser usada em mesclas com trigo mais fraco para panificação. Contudo, em geral, estas cultivares provêm de trigo com textura mais dura, que quase sempre produzem farinha de cor mais escura (com menor luminosidade) e maior tamanho de partícula (farinha mais grossa). Estas farinhas produzem pães com maior volume e casca crocante (referindo-se à farinha escura inerente à cultivar de trigo, proveniente de grão mais duro, e não àquelas ligadas à presença de cinza do farelo na farinha). Enquanto na Europa pães mais escuros são aceitos, pois se encontram associados a produtos mais saudáveis, nos Estados Unidos e no Canadá é permitido o uso de vários agentes branqueadores de farinha. Por isso, são encontrados pães fatiados com miolo extremamente claro. Os branqueadores, pela oxidação da farinha, também ajudam no

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desenvolvimento do glúten, rede proteica responsável pela qualidade do pão. Entre os agentes usados têm-se: peróxidos orgânicos, como peróxido de benzoila, peróxido de cálcio e dióxido de nitrogênio; cloro; dióxido de cloro; azodicarbonamida (ADA) e oxigênio atmosférico (este último da maturação natural da farinha). A União Europeia não permite o uso de cloro e peróxidos. Em países de clima frio seria necessário descansar a farinha por um ou dois meses para ocorrer oxidação com clareamento e melhora da qualidade. Porém, como isso é antieconômico, estes países usam oxidantes. No Brasil somente é permitido usar ADA, farinha de soja enzimaticamente ativa, ou maturar naturalmente a farinha. Além disso, devido ao clima quente, a maturação ou descanso da farinha por sete a dez dias já é adequada para melhorar a qualidade para produção de pães e provocar algum clareamento da farinha. A determinação da qualidade tecnológica de trigo não é algo simples. Vários componentes do grão, como proteínas, amido, pentosanas e lipídios, são responsáveis pelas propriedades únicas da farinha de trigo para a panificação. No entanto, ainda é necessária a identificação da real contribuição das interações entre esses componentes para as propriedades funcionais da massa que é formada quando se mistura


água à farinha de trigo. Por isso, não existe um único parâmetro para avaliar a qualidade tecnológica de trigo. São necessárias várias análises, sendo as principais relacionadas às propriedades da proteína ou do amido. Além da cor da farinha, a maior preocupação quando se analisa tecnologicamente o trigo é com a quantidade e a qualidade de proteínas formadoras de glúten (gliadinas e gluteninas). São avaliadas por análises quantitativas dos teores de proteína e de glúten e por análises qualitativas como a alveografia, que simula o comportamento da massa durante a etapa de fermentação no processo de panificação, avaliando as características viscoelásticas da farinha de trigo; e a farinografia, relacionada à absorção de água e às propriedades de mistura da massa de farinha de trigo. Na safra 2009, no estado do Paraná, foram encontrados valores elevados de força de glúten (parâmetro da alveografia), porém, com baixa estabilidade (da farinografia). Isso é explicado porque essas análises avaliam aspectos diferentes, não necessariamente correlacionados ou que tenham equivalência. Ou seja, pode-se ter força de glúten elevada, com valor não tão elevado de estabilidade, devido a fracas propriedades de mistura da farinha. No entanto, isto também pode ocorrer por equívoco na interpretação do gráfico de farinografia. O método computadorizado de farinografia considera sempre o primeiro pico, no entanto, em casos de ocorrência de um segundo pico, este que deve ser considerado e a alteração feita manualmente, pois não é automática. E caso esta não seja feita, ocorrerá erro de interpretação do gráfico. Nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, maiores produtores de trigo do Brasil, na safra 2010 ocorreu elevada produtividade (kg/ ha) em grãos, contudo, com alguma perda na qualidade tecnológica do trigo para produção de pães (menor força de glúten). Isso se deu devido à alteração da relação proteína-amido, pois a maior quantidade de grãos ocorre à custa de gasto proteico (solubilização de proteínas) e, proporcionalmente, tem-se conteúdo mais elevado de amido no grão. Não menos importante é a avaliação de características relacionadas ao amido, componente presente em maior quantidade no grão de trigo (> 80%). A enzima alfa-amilase, presente no trigo, hidrolisa o amido produzindo açúcares e dextrinas, possui atividade ótima em 40ºC a 50ºC e perde sua atividade na faixa de 72ºC a 85ºC. O teor desta enzima aumenta muitas vezes quando o grão germina, seja por chuva na colheita ou por quebra de dormência (que pode ocorrer devido à alfaamilase por maturação tardia ou por choques de temperatura durante o enchimento do grão). Se presente em excesso, a alfa-amilase causa efeitos prejudiciais na panificação, como

absorção de água insuficiente, massa pegajosa, estrutura fraca da massa e escurecimento do miolo. A enzima alfa-amilase pode ser analisada indireta ou diretamente. Os métodos indiretos determinam a viscosidade relativa, como, por exemplo, falling number (FN) ou número de queda (NQ); amilografia, em viscoamilógrafo; e stirring number (SN), em analisador rápido de viscosidade-RVA. As análises indiretas estão relacionadas à capacidade da enzima alfaamilase em liquefazer ou hidrolisar um gel de amido, relacionando à sua viscosidade, que é influenciada por outros fatores além do teor de alfa-amilase, como a natureza do amido e o grau de hidrólise. Já os métodos diretos são por meio de determinação da atividade da enzima, que é feita, em geral, através de kits, como o da Megazyme e o kit de imunoensaio WheatRite (que contém anticorpos mono e policlonais, acoplado a “scanner” Readrite). A análise pelo kit imunoensaio determina o teor da enzima e converte-o em equivalente de FN. Na safra 2011, no Paraná, foram encontrados baixos valores na análise de FN em regiões onde não houve chuva na colheita. Nesses locais observou-se a presença de, aproximadamente, 20% de grãos verdes (imaturos) misturados aos grãos na maturação fisiológica. Os relatos desta safra do Paraná são de geada no final de junho, o que fez com que o trigo perfilhasse, ficando com duas fases de maturação. Dessa forma, no ponto de colheita, parte dos grãos foi colhida ainda verde. Os grãos imaturos ou verdes também apresentam elevados teores de enzima alfaamilase, semelhante ao que ocorre com o trigo germinado na espiga, o que poderia explicar os baixos valores de FN. Como o método de FN é influenciado pelas características do amido, outros fatores podem estar envolvidos. Sabe-se que grãos verdes podem diminuir os valores de PH e que a sua separação antes da

A grande maioria de cultivares de trigo disponíveis no mercado é adequada para produção de pães

moagem e de sua comercialização é inviável, acarretando perdas econômicas e podendo afetar a qualidade dos produtos finais. Porém, os valores de FN são determinados no grão de trigo, onde as enzimas alfa-amilases estão em maior quantidade nas camadas periféricas e são removidas no processo de moagem para produção de farinha refinada. Assim, a tendência é que a farinha tenha menor teor de enzima que o grão. Também, o repouso dos grãos por mais tempo antes da moagem pode ajudar, pois os valores de FN tendem a aumentar. Contudo, o ideal seria realizar teste de panificação para avaliar concretamente o efeito do grão verde na qualidade do pão. Além disso, a enzima alfa-amilase (se presente em quantidade adequada) pode ter efeito positivo, aumentando a vida de prateleira de pães. Futuramente, além de desenvolver cultivares com menor tendência à germinação na espiga, com maior rendimento de grãos e consistência entre safras (que mantenham o rendimento e a qualidade tecnológica, independente do clima), é necessário o desenvolvimento de novos materiais que atendam à diversidade de especificidade de produtos derivados. O mercado tem sinalizado para a falta de trigo específico para biscoitos, massas frescas, produtos de confeitaria (com força de glúten mais baixa). Neste futuro, a oferta de cultivares adequadas para cada uso final (trigo para massas alimentícias secas, pães industriais, pães caseiros e de padaria, bolos e biscoitos, massas frescas e produtos de confeitaria) implicará na segregação do trigo. Poderá ser feita pelo teor proteico (um dia será necessário começar pesquisa no Brasil neste sentido) e com alteração da classificação comercial do trigo, segundo o produto a que se destina (massas alimentícias, pães, bolos e biscoitos, ração, entre outros). Em relação à inovação na área de qualidade tecnológica de trigo para o Brasil, algumas possibilidades são o desenvolvimento de cultivares de trigo ceroso (com elevado teor de amilopectina) para uso em produtos que requeiram ciclos de congelamento/descongelamento e também para uso em massas tipo “noodles”, bem como cultivares de trigo rico em amilose, para uso como alimento funcional, uma vez que tem o efeito de fibra alimentar para a saúde. Porém, essas novas ideias não se concretizarão tão cedo. Serão a longo prazo e desde que pessoas e empresas almejem isso. Além disso, ainda não temos germoplasma disponível no Brasil e muitos anos (oito a 12) são necessários para desenvolver C nova cultivar de trigo. Martha de Miranda e Cláudia De Mori, Embrapa Trigo

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Eventos

Feira de recordes Fotos Cultivar

Tecnoshow Comigo supera os números de comercialização e de público em relação à edição de 2011 e apresenta novidades em agroquímicos e lançamentos em sementes

A

A Basf apresentou o fungicida Abacus HC para a cultura do milho, indicado para o controle de doença

Tecnoshow Comigo 2012, realizada em abril, em Rio Verde, Goiás, novamente bateu recordes em volume de negócios, expositores e de público. Em comercialização foram mais de R$ 780 milhões em negócios, realizados no período de 9 a 13 de abril, superando a edição anterior do evento em 56%. O evento registrou também aumento no número de visitantes, que neste ano foi de 78 mil (em 2011 foram 70 mil) e na presença de expositores, com 450 empresas de diversos segmentos (no ano passado a feira teve a participação de 400 expositores). Foram gerados ainda mais de cinco mil empregos temporários durante a realização do evento. “Conseguimos, de novo, superar as previsões iniciais e os números conquistados em anos anteriores. Agora, é começar a trabalhar para oferecer em 2013 mais novidades, principalmente na difusão de tecnologias e conhecimento para que o produtor possa ter

melhores resultados e renda, além de possibilitar a realização de negócios”, ressaltou o presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antonio Chavaglia. A Tecnoshow Comigo 2013 ocorrerá entre os dias 8 e 12 de abril, em Rio Verde. A participação de empresas de agroquímicos e de sementes foi um dos destaques do evento. A Basf apresentou o fungicida Abacus HC para a cultura do milho, indicado para o controle de doenças. Também foi destacado o Sistema AgCelence Soja Produtividade Top. Outra novidade foi a apresentação da versão mobile 2.0 do Digilab, que possibilita aos usuários fotografarem pragas, doenças e plantas daninhas por meio de um aparelho de telefonia celular, obtendo respostas automáticas de possíveis diagnósticos da propriedade. Em breve este serviço estará disponível aos usuários de smartphones.

A Bayer apresentou o primeiro ano de resultados com o fungicida Fox, solução para o manejo do complexo de doenças fúngicas

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A Monsanto mostrou sua nova tecnologia para soja, Intacta RR2 PRO, que reúne ao mesmo tempo soluções em um só produto

Monsanto

A Monsanto mostrou sua nova tecnologia para soja, Intacta RR2 PRO, que reúne ao mesmo tempo soluções em um só produto: resultados de produtividade devido a tecnologias no mapeamento, seleção e inserção de genes em regiões do DNA com potencial impacto positivo na produtividade, proteção às principais lagartas que atacam a cultura da soja e tolerância ao glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready.

Bayer

A Bayer apresentou o primeiro ano de resultados com o fungicida Fox, solução para o manejo do complexo de doenças fúngicas e do inseticida Connect indicado para o manejo de pragas sugadoras e tratamento industrial de sementes. O gerente regional de Vendas para a região de Rio Verde, Mariel Augusto Alves, explicou que a empresa montou uma estrutura especial para o evento. “Os visitantes puderam

Um dos destaques da Syngenta para tratamento de sementes foi o inseticida Cruiser e o Avicta Completo, destinado ao controle de nematoides, insetos e fungos

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A Dow AgroSciences apresentou parcelas demonstrativas com a nova tecnologia Powercore, a primeira com cinco genes estaqueados para o controle das principais pragas do milho

esclarecer dúvidas, conhecer melhor as soluções e saber como nossa equipe pode apoiá-los na obtenção do máximo potencial produtivo em suas lavouras.” A empresa expôs, também, uma miniatura do equipamento usado para tratamento de sementes com o objetivo de ressaltar os benefícios dessa tecnologia para o produtor.

Syngenta

A Syngenta apresentou soluções integradas para as culturas de soja, milho e girassol, com novidades tanto em sementes quanto para a proteção de cultivos, incluindo novas variedades de sementes adaptadas ao sudoeste goiano. Em defensivos, um dos destaques foi o fungicida Priori Xtra. Para tratamento de sementes foi destacado o inseticida Cruiser e o Avicta Completo, destinado ao controle de nematoides, insetos e fungos. A empresa apresentou também novos híbridos de sementes de milho, com destaque para o Agrisure Viptera 3, lançamento em biotecnologia que oferece controle ao complexo de lagartas que afetam a cultura.

Agroeste

A Agroeste lançou oficialmente, na cultura do milho, o AS1625 PRO, AS1598 PRO e o AS1581 PRO, além dos híbridos 1555 e 1596, todos com a tecnologia PRO. Em soja a empresa demonstrou a variedade superprecoce AS7307RR, que tem ciclo em

A equipe da Ihara utilizou parcelas demonstrativas para apresentar os resultados obtidos através do programa Planta Forte

torno de 105 dias, beneficiando o agricultor para o plantio de milho safrinha. Também destacou, em sorgo granífero, o AS4610, AS4615 e AS4620, além do lançamento do sorgo precoce AS4625.

Dow AgroSciences

A Dow AgroSciences apresentou parcelas demonstrativas com a nova tecnologia Powercore, a primeira com cinco genes estaqueados para o controle das principais pragas do milho e que promete promover aumento na produtividade das lavouras de milho entre 5% e 10%, dependendo do nível tecnológico adotado e das condições climáticas. Além disso, permitirá refúgio de apenas 5% da área, contra 10% de outras tecnologias comercializadas hoje no mercado. Com múltiplos modos de ação, a tecnologia alia o controle de algumas das principais pragas do milho, como a lagartado-cartucho (Spodoptera frugiperda), broca-docolmo (Diatraea saccharalis), lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), à tolerância a dois tipos de herbicida: o glifosato e glufosinato. Esta tecnologia será incorporada em todo o portfólio (híbridos) da Dow AgroSciences e a comercialização se dará a partir de novembro.

Ihara

A equipe da Ihara utilizou parcelas demonstrativas para apresentar os resultados

Híbridos de sorgo, milho e soja foram demonstrados, por meio de experimentos, no estande da Nidera Sementes

obtidos através do programa Planta Forte. Trata-se de um sistema tecnológico que tem por objetivo aprimorar e desenvolver modelos de gestão mais eficientes da produção agrícola a partir da experiência administrativa do agricultor. O projeto contempla todas as etapas de produção, deste o plantio até a colheita. Os produtos que receberam destaque especial foram o inseticida Sumidan para o manejo da lagarta da maçã, e o fungicida Certeza, contra doenças como o mofo-branco.

Nidera

Híbridos de sorgo, milho e soja foram demonstrados, por meio de experimentos, no estande da Nidera Sementes. Entre os lançamentos de cultivares de soja está a NA 7337 RR, além das cultivares de milho NS 50 PRO, NS 90 PRO, NS 92 PRO, lançadas para safra e safrinha.

FMC

A equipe da FMC apresentou o portfólio de produtos comercializados pela empresa, além de dar destaque especial ao inseticida Rocks, indicado para o tratamento de sementes, com ação sistêmica e de contato contra pragas iniciais que atacam a raiz e a parte aérea da planta. Outra novidade foi o fungicida Locker, recomendado contra doenças como a ferrugem asiática, mancha-alvo, oídio e C antracnose.

A equipe da FMC apresentou o portfólio de produtos comercializados pela empresa, além de dar destaque especial ao fungicida Locker

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Coluna ANPII

Fatores ambientais Além das características intrínsecas da bactéria, qualidade do inoculante e aplicação, aspectos como a oferta de água têm papel fundamental na Fixação Biológica de Nitrogênio

N

o estudo da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) costuma-se dar muita ênfase aos aspectos relacionados às características intrínsecas da bactéria e aos pontos referentes ao inoculante, sua qualidade e aplicação. Logicamente estes fatores são fundamentais para o sucesso da inoculação com a consequente melhora na nodulação, no aporte de nitrogênio e no aumento da produtividade. Entretanto, além destes fatores, existem outros que podem ter igual importância quando se analisa o funcionamento da FBN em uma lavoura. Fatores ambientais influenciam de maneira decisiva para maior ou menor taxa de aporte de nitrogênio

a formação de nódulos, muitas vezes inviabilizando o sistema simbiótico. Ocasionalmente ocorrem falhas de nodulação devido à semeadura em solo seco e a permanência por vários dias nestas condições. A bactéria, como todo ser vivo, necessita de água para sua sobrevivência. Mas o que ocorre em plantas cuja nodulação tenha se implantado corretamente e que venha a sofrer estresse hídrico em fases posteriores? Como a planta tem todo o seu metabolismo alterado pela falta de água, o sistema simbiótico também vai sofrer mais ou menos, conforme o período e a intensidade do período seco. Inicialmente os nódulos vão se desidratando e a atividade da nitrogenase, enzima respon-

ser irreversível. Mesmo que os nódulos venham a se reidratar, a enzima nitrogenase poderá ter sido totalmente inativada, sem possibilidades de retomar seu papel na transformação do nitrogênio. Após este período de seca, com novas chuvas, poderão ser formados novos nódulos, ativos e com capacidade de fixação do N. Entretanto, este processo demora vários dias e, dependendo do estágio da planta, poderá não ser suficiente para prover todo o N necessário para elevadas produtividades. O diagrama abaixo demonstra isto de forma bastante clara. Por tudo isto, o agricultor ou o agrônomo responsável pela lavoura deverá observar a situação climática e verificar o seu efeito na nodulação.

Após um período de seca, é indispensável observar se os nódulos retomaram sua turgidez e sua coloração interna vermelha biológico ao sistema solo-planta. Especialmente a oferta de água desempenha papel muito importante no bom funcionamento do sistema simbiótico. A necessidade de umidade no solo para a implantação da bactéria nas raízes já é muito conhecida dos agricultores e sabe-se que a semeadura em solo seco compromete seriamente

sável pela transformação do nitrogênio atmosférico em amônia, diminui ou até mesmo cessa. Se o período de seca for curto, com o advento das chuvas os nódulos se reidratam e a nitrogenase é reativada, retomando o processo de fixação. Entretanto, se o período for prolongado e se o solo tiver baixa capacidade de armazenamento de água, o processo poderá

(1)Aplicação em pré-emergência. (2)Aplicação em pré e pós-emergência. (3)Aplicação em pós-emergência.

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Após um período de seca, é indispensável observar se os nódulos retomaram sua turgidez e sua coloração interna vermelha, indicadora da retomada do processo de fixação do nitrogênio. Caso os nódulos não estejam fixando, será a hora de avaliar as decisões sobre como conduzir a lavoura até seu final, tomando as medidas técnicas que forem recomendadas, levando em conta o estágio da cultura, previsão de produção e outros fatores. Em alguns casos, poderá ser necessária avaliação por especialista, para poder ser adotada a decisão correta. As empresas filiadas à Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) contam com assistentes técnicos capacitados a orientar corretamente os agricultores e agrônomos sobre como proceder C nestes casos. Solon de Araujo Consultor da ANPII


Coluna Agronegócios

P

aul Joseph Goebbels foi o ministro da propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista. A sua fabulosa capacidade de organizar movimentos e de exprimir as ideias nazistas levou-o a se tornar o preferido do Führer. Muitos autores consideram Goebbels o maior propagandista político que já existiu, independentemente das causas malignas pelas quais pugnou. Mas, o que interessa para este artigo é a frase que o consagrou: Wiederholt hundert mal eine Lüge, dann wird sie zur Wahrheit, que, de acordo com o meu amigo Arnildo Pott, significa: Repitam cem vezes uma mentira, então ela se torna verdade. Foi com esta técnica que Goebbels convenceu o povo alemão que a sua salvação estava no Nazismo e em Hitler. Tanto repetiu o bordão que o povo acreditou. As nefastas consequências, como o Holocausto, viraram história. Sessenta e sete anos se passaram desde a morte de Goebbels, mas seus ensinamentos, aparentemente, continuam vivos. De repente (e não mais que de repente!) surgiram números estarrecedores de consumo de água na agricultura, alarmando a opinião pública. Seus autores denominam-na pelo pomposo nome “Pegada Hídrica”, uma derivada da “Pegada de Carbono” das emissões de gases de efeito estufa. Do alto dos meus 60 anos, que já viram muita água rolar sem ser debaixo da ponte, desconfio que se trata de uma “pegadinha hídrica”, destinada a criar uma futura barreira ambiental à exportação de produtos agrícolas de países como o Brasil. O problema é que inocentes a assumiram como verdade e dogma, repetindo-a feito mantra, sem dialeticamente questioná-la ou, ao menos, como manda qualquer manual de redação, contextualizando-a com fontes fidedignas.

Café e picanha

A primeira referência que vi sobre o tema foi em um telejornal em que, durante longos e irritantes três minutos, o âncora e o repórter se transmutaram em oráculo para afirmar que a agricultura consome 92% da água doce do planeta! Para elaborar um cafezinho – aquele de 30 mililitros – 140 litros de água haveriam sido consumidos. Feito Deus ex machina, arrematou alguma coisa como: ...para produzir um quilo de queijo é preciso cinco mil litros de água; um quilo de arroz, 2,5 mil; um quilo de pão, 1,6 mil litros; um litro de leite, mil litros; um litro de cerveja, 300... Bem, ao menos a cerveja pesa menos na consciência da gente! Em outro telejornal, o apresentador tascou sem dó nem piedade: para produzir uma picanha, lá se foram 15 mil litros de água. Aí matou o gaúcho: se a picanha é tudo isso, que dirá do mate nosso de cada dia? Tchê, e o carrê da

A Pegadinha Hídrica ovelha gasta menos? Fui seguindo a trilha dos assaques e, pasmem os senhores, quem diria? Cheguei no site da WWF. Mas ainda não era o final da história. A WWF apenas usou, no seu sermão da água, o texto bíblico reinterpretado por uma ONG absolutamente obscura. Fui ao site da Internet desta ONG e, de saída, já me solicitaram uma doação em dinheiro. Como bom carcamano, recusei. Então, me ofereceram um curso internacional de pegada hídrica, coordenado pelo diretor científico da ONG. São dois dias de curso, pouco tempo, claro, mas a “mordida” é de 2.500,00 euros (R$ 6.107,36, pela cotação de 1º/4/12). Recentemente, passei um mês na Europa, vi o tamanho da crise e do desemprego por lá, mas não havia presenciado tanta criatividade.

Boi da seca

Em março passado visitei o Mato Grosso, passando uma semana enriquecedora junto a produtores rurais de Sorriso, no norte do Estado. Além de dominar um solo inóspito, tornando-o produtivo, os gaúchos que para lá migraram aprenderam a dominar o clima. Dominar no sentido de que, estão conseguindo engordar o gado durante o inverno de Mato Grosso, quando não chove de maio a setembro, e sob um sol inclemente. Não há erro, os bois continuam engordando (não apenas mantendo o peso) durante uma seca de cinco meses. Tudo graças à tecnologia da Embrapa de Integração Lavoura, Pecuária e Florestas (ILPF). Os dirigentes da tal ONG poderiam usar parte do valor de uma das taxas de inscrição do curso e passar três dias em Sorriso ou Sinop, em pleno julho. Veriam uma pastagem de braquiariana na altura do cupim do boi. Cultivada no seco, sem irrigação. E veriam a boiada engordando. Claro, boi também bebe água, para isto existe um açude represado na baixada das propriedades. Eu me ofereço como guia, para saciar a curiosidade de acompanhar o cálculo demonstrando que o boi, que é enviado ao frigorífico com 24 meses e peso de abate superior a 500kg, consumiu 500 x 15.400 = 7.700.000 de litros de água. Lembrando que, por dez meses, o boi se alimentou de uma pastagem sobre a qual não choveu uma gota sequer! Mas foi água da chuva, diria ele! Não vou discutir se o boi consumiu ou não os 7,7 milhões de litros de água, se um quilo de café demanda três mil litros, isto não é boa Ciência. Para mim o importante é o seguinte: qual seria o uso alternativo da água da chuva? Se a raiz do cafeeiro não houvesse absorvido a água - parte sendo evaporada para cumprir o seu ciclo natural e parte aproveitada pela planta mas, que, ao final, também ingressaria no ciclo hidrológico - que outro uso teria esta água? Um apóstolo da

tal ONG iria para o campo com uma bacia para coletá-la? Ele exorcizaria o boi: ...vade retro bos, obedire me, pare de consumir água! Mas teria que responder a pergunta do boi: - E se o pasto não usar a água para crescer e me alimentar, para que serve a chuva? E também responder a minha pergunta: Qual a sua real intenção ao alardear números estratosféricos de consumo de água na agricultura?

Europa, um mau exemplo

Para chegar aos tais 92% de consumo de água doce pela agricultura, o “sumo pontífice” da pegada deve ter se valido de números obtidos na agricultura da Europa. É de conhecimento comum que o Velho Continente é o paradigma universal da ineficiência econômica na agricultura: retirem-se os subsídios e seus agricultores não aguentam dois anos de competição conosco. Por isto gastam muito adubo, veneno e... água! Tudo é subsidiado. Mas, mesmo lá, a maior parte da água vem da chuva e cumpre um ciclo hidrológico natural, que existe há milhões de anos. Antes dos ensinamentos de Goebbels, antes dos discípulos da ONG da pegadinha hídrica nascerem, e antes que eles encontrassem seguidores em Pindorama, que reverberariam suas palavras da releitura do Apocalipse, sem perceberem tratar-se de falsos profetas. Ao visitar o site da tal ONG, eu, que sempre achei que água enferruja, descobri que consumo mais de dois milhões de litros de água por ano. Mas bah, tchê, isto é mais que a água da piscina do sítio do Tibúrcio, que mede 10m de largo, 50m de prancha e tem 4m de fundo. Como consegui tomar tudo isto em um ano? Se ainda fosse cerveja... Para terminar, um ensinamento que se não veio do cérebro satânico de Goebbels, bem que poderia ter vindo: é muito fácil contar mentiras dizendo apenas a verdade. Esta historieta da pegada hídrica é um exemplo didático. Em algum caso específico, pode ser que a picanha precisou de 15.700 litros de água – quase tudo de chuva - até chegar no espeto. Daí a insinuar para a opinião pública que isto foi consumo, que a água desapareceu, que a agricultura é um sumidouro de água, que concorreu com outros usos, que esgotará a água do planeta, que criancinhas morrem de sede para que bebamos o cafezinho... Os ossos de Goebbels devem estar a fumegar no túmulo, pois foi superado! C

Décio Luiz Gazzoni

O autor é Engenheiro Agrônomo

www.revistacultivar.com.br • Maio 2012

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Coluna Mercado Agrícola

Vlamir Brandalizze brandalizze@uol.com.br

Colheita em fechamento e entressafra começa mais cedo no Brasil O ano de 2012 dá plenos sinais de excelentes resultados aos produtores brasileiros, que já negociaram mais de 80% da safra da soja. O País encerra a colheita neste começo de maio e entrará na entressafra, porque resta pouco a ser negociado e o produto caminha para ser bem valorizado. Houve grandes perdas na produtividade e desta forma as cotações internas e externas foram projetadas para cima, favorecendo o setor produtivo. Da nova safra há indicativos de que mais da metade das aproximadamente 23 milhões de toneladas que o Mato Grosso irá colher em 2013 já estão negociadas de forma antecipada, fato que normalmente só ocorria depois de maio. Agora o setor acompanha de perto o mercado e está aproveitando as boas oportunidades que se apresentam. Quadro semelhante é observado no feijão que apresenta pouca oferta e boas cotações, principalmente o Carioca. O milho, que obteve boas cotações, pode enfrentar pressão de baixa nestes próximos meses porque o Brasil caminha para a maior safrinha da história e irá colher mais do que a Argentina está colhendo na safra total. Somente os resultados da segunda safra irão compensar as perdas grandes que ocorreram na primeira, devido à seca. Desta forma, a safra tende a ficar acima das 64 milhões de toneladas de milho, o que resultará em sobra do produto, porque as cotações no mercado externo recuaram e para seguir exportando será preciso diminuir os indicativos internos em pelo menos R$ 2,00. No momento, o mercado deste cereal mostra pouco espaço para avanços, mas também aponta que o fundo do poço está raso. Assim, as regiões que não sofreram com a seca estão vivendo excelente ano de capitalização do setor produtivo. O mercado externo está de olho na safra americana e da Ásia, que se encontram em plantio, apontando que nos Estados Unidos o quadro segue de bom a excelente, começando com plantio adiantado e apontando alto potencial de colheita. Cenário que tem limitado as cotações em Chicago. O quadro mundial segue com boa demanda e, desta forma, mesmo com supersafra, não se verá crescer muito os estoques, porque haverá aumento no consumo dos principais grãos. MILHO

Safrinha pode ser “safrona” com pressão sobre o milho

O mercado do milho viveu momentos de pressão de baixa nesta segunda quinzena de abril e caminha para entrar em maio pressionado, porque o plantio se deu no cedo, a colheita será antecipada e tudo aponta para recorde de colheita. Desta forma, aqueles que fiaram boa parte do que irão colher em março e começo de abril deverão ganhar até R$ 5,00 a mais do que quem deixou para vender depois da colheita. O mercado mostra pouco fôlego de agora em diante. Mas, mesmo assim, segue com boas cotações. SOJA

Safra da América do Sul perdeu forte para o clima

O clima seco e quente deste ano resultou em grandes perdas na safra da América do Sul. No caso do Paraguai, a expectativa era de colher acima das nove milhões de tone-

ladas e os números finais estão na faixa das 4,3 milhões de toneladas. Para a Argentina, a projeção era de 56 milhões de toneladas e agora a colheita vem estimada em menos de 44 milhões de toneladas. Somente estes três exportadores colherão 25 milhões de toneladas abaixo do que esperavam. No Brasil, os números apontam para uma safra na casa das 65 milhões de toneladas contra mais de 75 milhões de toneladas potenciais. Há sinais de que haverá pouca soja para ser negociada de agora em diante. O mercado de Chicago tentou ir à casa dos 15 dólares, mas não conseguiu consolidar números próximos, apontando que as boas condições do clima nos Estados Unidos, de agora em diante, poderão pressionar as cotações para baixo. FEIJÃO

meses, superando a faixa dos R$ 220,00 por saca, com destaque para o Carioca Nobre. Com o Preto navegando dos R$ 85,00 aos R$ 120,00 e devendo buscar números maiores à frente. Enquanto isso, a chegada da safra dos estados centrais irá trazer pressão de queda nos indicativos do Carioca, que momentaneamente poderá ter mais ofertas que demanda.

ARROZ Safra chegou ao final com grandes perdas O mercado do arroz mostra o final da colheita com grandes perdas no Rio Grande do Sul e também em outras regiões do país, devido ao clima. Com esse cenário a pressão de alta começou em plena colheita e deverá dar suporte para novos avanços de maio em diante. Os números tendem a navegar entre R$ 26,00 e R$ 29.00 no mercado do Produtores otimistas e com lucros casca gaúcho. Com alta também prevista O mercado do feijão, em abril, mostrou para o mercado do produto beneficiado, boas cotações, sendo as maiores em vários junto ao varejo.

CURTAS E BOAS TRIGO - O mercado interno apresenta ajustes positivos nas cotações, neste momento, com indicativos entre R$ 430,00 e R$ 480,00 por tonelada no mercado nacional e espaço para novos patamares, porque o dólar em alta aumenta os custos dos importadores para muito além dos R$ 500,00 por tonelada. Com a queda no plantio do Paraná, o trigo pode ter perdido aproximadamente 200 mil hectares para o milho safrinha. ALGODÃO - O mercado continua com pouca movimentação e espaço reduzido para avanços. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta a oferta e demanda mundiais com quadro de calmaria, com a safra em 123,1 milhões de fardos em abril contra a estimativa de 123,6 milhões de fardos em março. Houve leve queda na Ásia, onde a Índia teve a safra reduzida de 27 milhões de fardos para 26,5 milhões de fardos. A China apresenta indicativos de figurar entre os grandes importadores, devendo crescer neste ano de 18,5 milhões de fardos para 20,5 milhões de fardos. Bom para o mercado a médio prazo. EUA - A safra começou mais cedo neste ano e o clima se mostrava favorável em abril. Se não houver problemas em maio, o país caminha para recorde de plantio e de colheita de milho, com mais de 370

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milhões de toneladas. A soja indica redução de área e produção na faixa das 80 milhões de toneladas a 85 milhões de toneladas. É bom lembrar que o ano pode ser de El Niño e ainda há riscos grandes de seca e calor nos próximos meses. CHINA - As notícias apontam que o país irá plantar área recorde de milho, chegando a 35 milhões de hectares. Com isso, se cria condições favoráveis para recorde de colheita porque os chineses já são importadores tradicionais do cereal. Para o arroz as importações deverão ser de dois milhões de toneladas. Do milho aponta-se que o país irá comprar do mercado externo acima das quatro milhões de toneladas. Para a soja os números de compra devem aumentar no ano que vem. O país segue como locomotiva do mundo e consumindo grandes volumes de alimentos. Até arroz está importando. argentina - O clima seco derrubou a safra local. A soja deve ter colheita de 43 milhões de toneladas. Os números para o milho são pouco acima de 20 milhões de toneladas. O arroz mostrou potencial de 1,7 milhão de toneladas no plantio e, agora, na colheita, tudo indica patamares menores. As regiões produtoras de feijão sofrem com a seca e desta forma o país registra grandes perdas em todo o setor.




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