Muitas empresas estão comentando sobre isso atualmente. Nós, da Continental Eagle, estamos fazendo mais do que comentários. Estamos comprovando nossa Qualidade. Somos o primeiro e único Fabricante de Descaroçadores a receber o certificado do Instituto de Administração de Qualidade. Organização essa, que nos ajudou a alcançar o padrão internacionalmente reconhecido ISO9001. Neste momento, a pergunta que fica é: O que isso significa para o cliente?... Significa que não podemos, simplesmente, pedir-lhe para confiar em nossa Qualidade. Temos de comprovar e documentar como a mantemos em nossa organização. ISO 9001 não é apenas uma certificação técnica, mas um processo, onde, Padrões de Excelência em Qualidade uma vez estabelecidos, são diariamente fiscalizados. Desta forma, todas as operações são antecipadamente planejadas e realizadas com consistência. Por isso, mantêm a Companhia em melhoria contínua seja dos projetos, ou da eficiência dos nossos produtos. Nosso ISO 9001, basicamente, garante-lhe que a Qualidade encontrada hoje na Continental Eagle será a mesma que você encontrará futuramente em nossos produtos. Investir na Qualidade é antes de tudo, uma necessidade. Porém, foi a forma que encontramos de provar a você, nossa dedicação.
06
Ano III - Nº 32 - Setembro / 2001 ISSN - 1518-3157 Empresa Jornalística Ceres Ltda CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: cultivar@cultivar.inf.br Site: www.cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 58,00
Inimigo no solo As doenças de solo causam sérios prejuízos ao algodão; Saiba como controlá-las
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 6,00
Perdas no trigo
Diretor:
Newton Peter
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Editor geral:
Schubert Peter
Fatores que influenciam para que haja perdas na hora da colheita são abordados neste artigo
Reportagens especiais
Pablo Rodrigues João Pedro Lobo da Costa Design Gráfico e Diagramação:
Fabiane Rittmann
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Marketing:
Marketing rural
Neri Ferreira
Dirigentes de diversos setores do agronegócio brasileiro discutem as perspectivas para safra 2001/2002
Apoio de Arte:
Christian Pablo Costa Antunes Circulação:
Edson Luiz Krause Assinaturas:
Raquel Jardim Simone Lopes
Mercado de sementes
Ilustrações:
Rafael Sica Editoração Eletrônica:
Para maiores informações sobre nossos equipamentos de descaroçamento e processamento de sementes, ou algum tipo de melhoria em sua estrutura: Contate: Engenheiro Agrônomo Delano M.C. Gondim Gerente Nacional de Vendas - Fone: (65) 9981.0956 End.: Rua Marechal Antônio Aníbal da Motta, 479 Cep.: 78020-090 - Cuiabá / Mato Grosso Fone: (65) 322.3272 / 322.3277 - E-mail: coneagle@terra.com.br
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Index Produções Gráficas
Ywao Miyamoto, da Abrasem, faz uma análise do setor de sementes do Brasil
Fotolitos e Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES:
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GERAL / ASSINATURAS: 272.2128
índice
227.7939 / 272.2105 / 222.1716
Diretas
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Doenças de solo no algodão
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Novas variedades Iapar
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Coluna da Aenda
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Informe técnico
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Milho ou soja: o que plantar?
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Rua dos Crisântemos, 60 78850-000 / Primavera do Leste Tel.: (65) 497.1019 ou 9954.1894
Controle de Cupins
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Produção de sementes de café
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Bahia
Perdas na colheita do trigo
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ABMR - Perspectivas para a safra
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Conjuntura do setor de sementes
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Agronegócios
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Mercado Agrícola
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REDAÇÃO : MARKETING: 272.2257 / 272.1753 / 225.1499 / 225.3314
FAX:
272.1966
SUCURSAIS
Mato Grosso Gislaine Rabelo
José Claudio Oliveira
Rua Joana Angélica, 305 47800-000 / Barreiras Tel.: (77) 612.2509 ou 9971.1254
Ceres Empresa Jornalística
Nossa capa
Foto Capa - Divulgação / Embrapa Trigo
diretas Mais Roundup A Monsanto inaugura em novembro sua segunda unidade Dry no complexo industrial de São José dos Campos. A fábrica, cujos recursos correspondem a US$ 23 milhões, será
responsável pela produção do herbicida Roundup. A unidade é o principal enfoque do programa de expansão da Monsanto do Brasil para o complexo valeparaibano.
Longueteau
Primeiro lugar
Durante o III Congresso Brasileiro de Algodão o presidente da Bayer para América Latina, Jean Pierre Longueteau, anunciou que a empresa quer ser a primeira em vendas para algodão no Brasil. Sua nova companha publicitária, cujo símbolo é um trem, tem como slogan A Todo o Vapor . A Bayer está comemorando 50 anos de trabalho na cultura do algodão.
Lançamento
O algodão FiberMax, lançado no Brasil pela Aventis Seeds, chega oficialmente este ano ao produtor. Desenvolvida na Austrália pela Cotton Seeds International, a variedade é consagrada mundialmente , de acordo com informe da emprsa. A chegada do FiberMax no Brasil se dá através de uma jointventure entre a Aventis e a Cotton Seed International. As primeiras experiências com a variedade no país tiveram início em 98, e no ano passado a Aventis iniciou o plantio do FiberMax diretamente com alguns cotonicultores, nas principais regiões produtoras de algodão no Brasil. São duas variedades de FiberMax 986 e 966 que apresentam excelente qualidade da fibra (totalmente adaptada para a indústria), resultando em alta produtividade e rentabilidade.
Parceria
Florindo Dalberto, do IAPAR, está contatando outros organismos de pesquisa estaduais para formar uma grande rede para integração de trabalhos e troca de informações. Quer integrar o trabalho para maximizar resultados. É uma nova frente na pesquisa brasileira.
04
Cultivar
Fuga
Durante a XXX Reunião da CESM-PR houve grande indignação com a ausência de representantes do Instituto de Defesa do Consumidor IDEC e do Ministério Público, que haviam confirmado presença em painel sobre cultivos transgênicos. O presidente da Comissão, Scylla Cézar Peixoto Filho desabafou: Vivem falando pela imprensa, mas não aparecem em encontros direitos com produtores .
Scylla Cézar
Visita de peso
A diretoria da Continental Eagle, fabricante de descaroçadoras de algodão, com sede em Prattville, Alabama, participou com grande interesse do Congresso Brasileiro do Algodão. O grupo foi liderado pelo presidente da empresa, Joseph C. Fermon (centro), e pelo vicepresidente internacional de vendas, David Mrozinski. Estavam interessados em ouvir palestras sobre beneficiamento de algodão.
Prêmio
Marçal Zuppi da Conceição divulgando ativamente o V Prêmio Mérito Fitossanitário Andef/CETUS para a educação e treinamento do homem do campo, que pela segunda vez está aberto aos canais de distribuição. O primeiro prêmio é uma viagem, com acompanhante, para Cancun, Miami, Buenos Aires ou um cruMarçal zeiro marítimo pela costa brasileira, a escolher. O vencedor será conhecido no encontro para atualização de técnicos da indústria, em 18 de abril próximo.
ta o plantio de variedades transgênicas nos seus países. Acompanhou o grupo o neozelandês Stuart Donald, que trabalha no Brasil para a Monsanto.
Interesse
Nivaldo Carlucci
Reunião da ABMR contou com a presença maciça de representantes de toda a cadeia agrícola brasileira. Há grande sobre as perspectivas da próxima safra, explica Nivaldo Carlucci, presidente da entidade. A ABMR está também.
Algodão transgênico
Gente Nova
Luciano Galera é o novo gerente de produto para algodão, milho e inseticidas da DuPont. Assumiu a nova função no final de agosto. Sua primeira aparição pública usando a camisa da nova empresa foi no Congresso Brasileiro do Algodão, em Campo Grande. Galera deixou a Bayer após 11 anos.
Algodão OGM
Produtores de algodão e consultores da área nos Estados Unidos, Austrália e China estiveram no Congresso Brasileiro de Algodão para falar das vantagens que represen-
O especialista em biotecnologia Odnei D. Fernandes informou em Campo Grande que a Monsanto solicitará, em novembro, licença para desenvolver testes com algodão transgênico no Brasil. A primeira etapa do procedimento passa pela CTNBio. Odnei disse, no Congresso Brasileiro de Algodão, que as cultivares transgênicas podem ser decisivas para se evitar o aumento do já significativo desenvolvimento da resistência a inseticidas por alguns insetos.
Luciano Galera www.cultivar.inf.br
Odnei Fernandes
Setembro de 2001
Algodão tadas com nematóides, porque nessa condição, algumas variedades suscetíveis podem apresentar danos devido à doença. A rotação de cultura é recomendada como medida complementar, particularmente importante em solos com alta concentração, tanto de Fusarium como de nematóides. É muito importante que cuidados sejam tomados na introdução de sementes em regiões onde ainda não foi relatada a ocorrência da fusariose, uma vez que o patógeno pode ser levado pelas sementes.
Santin Gravena
As doenças doenças associadas associadas As ao solo solo possuem possuem ao sintomas que que variam variam sintomas conforme oo grau grau de de conforme resistência da da resistência variedade ee das das variedade condições ambientais. ambientais. condições Para otimizar otimizar aa Para produção de de algodão algodão éé produção necessário muito muito necessário cuidado para para com com essas essas cuidado inimigas inimigas
MURCHA DE VERTICILLIUM
Doenças no solo A
murcha de Fusarium, ou fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum ocorre no nordeste brasileiro desde 1935,e em São Paulo desde 1957/58, disseminando-se para outros estados. As variedades plantadas na época eram suscetíveis à doença, o que gerou a necessidade de obtenção de variedades resistentes, pois é esta a única medida de controle economicamente viável. Os sintomas da doença são variáveis, dependendo do grau de resistência da variedade e das condições ambientais. Plantas afetadas são menores, com folhas e capulhos menores. Os sintomas se iniciam pelas folhas basais, que amarelecem, secam e caem. Murcha das folhas e morte prematura das plantas ocorre em variedades suscetíveis. Cortando-se o caule ou raiz transversalmente, pode-se notar o escurecimento dos feixes vasculares. Ocorre obs06
Cultivar
trução dos vasos pela formação de estruturas de barreira pela planta (que tenta se defender do fungo) e presença de micélio e esporos do próprio patógeno, resultando em resistência ao livre fluxo da seiva e, conseqüentemente, em sintomas de murcha. A disseminação do patógeno pode se dar pela semente e por partículas de terra contaminada, arrastadas pelo vento e pela água. Uma vez contaminadas, as áreas de cultivo permanecem nessa condição por um longo período, pois o organismo sobrevive no solo, produzindo esporos de resistência (os clamidosporos) e sobre restos culturais de algodão ou outros materiais orgânicos. Ao contrário de outras formas de Fusarium oxysporum, que são altamente específicas, a do algodoeiro apresenta hospedeiros secundários, como algumas variedades de soja, amendoim, quiabeiro, fumo e alfafa. O fungo possui diversas raças fisiológicas, e apenas o algodoeiro e o quiawww.cultivar.inf.br
beiro são suscetíveis à raça 6, presente no Brasil e Paraguai. Alfafa, fumo e soja são resistentes a essa raça. Em condições ambientais apropriadas, perdas extremamente altas ocorrem quando as cultivares são suscetíveis e os solos pesadamente infestados. As perdas são maiores em solos infestados por nematóides (ex.: Meloidogyne incognita), arenosos, de baixo pH, fertilidade desequilibrada, principalmente com baixo teor de potássio, e temperaturas de 25 a 32° C e alta umidade.Para o controle recomenda-se, em primeiro lugar, o uso de variedades resistentes. As variedades suscetíveis à murcha de Fusarium, mas com outras qualidades agronômicas e resistência a outras doenças, devem ser utilizadas em regiões onde a doença não ocorre de forma generalizada (Mato Grosso, parte de Goiás e Mato Grosso do Sul e Região Nordeste). Devese ter especial atenção com as áreas infesSetembro de 2001
A murcha de Verticillium é uma doença, causada por Verticillium dahliae, que apresenta sintomas muito semelhantes aos da fusariose. Murchas de Fusarium e Verticillium não podem sempre ser distinguidas com base nos sintomas de campo apenas, pois as pequenas diferenças em sintomatologia nem sempre aparecem ou são claramente visíveis, sendo a identificação do organismo causal confirmada pelo isolamento dos patógenos em laboratório. Com as estirpes de Verticillium existentes no Brasil, os sintomas desenvolvidos no campo são geralmente leves, manifestan-
do-se somente em plantas adultas que sempre chegam a produzir um certo número de capulhos, ocorrendo plantas isoladas ou em pequenas reboleiras, notadamente em solos ricos de matéria orgânica. Além disso, as condições climáticas são desfavoráveis ao desenvolvimento da doença, que é mais severa em temperaturas que variam de 18-22º C. No entanto, essa doença é muito importante nos EUA, México, Peru, Rússia, Argentina e Índia. Sua disseminação é feita por sementes contaminadas, vento, água superficial e pelo próprio solo contaminado
PODRIDÕES DE RAÍZES
Outros fungos podem causar podridões em raízes de algodoeiro, como Phymatotrichum omnivorum, Thielaviopsis basicola, Sclerotium rolfsii e Macrophomina phaseolina, sendo os dois últimos mais prováveis de ocorrer nas condições do Cerrado brasileiro. Sclerotium rolfsii, um importante patógeno presente em solo em regiões tropicais e subtropicais, é ocasionalmente encontrado em algodão. Primeiramente observado em tomate na Florida em 1892, tem sido regularmente reportado causan-
do podridão na raíz e colo da planta em tomate, pimentão, amendoim, diversas cucurbitáceas, beterraba e muitos outros hospedeiros, inclusive algodoeiro. Em 1999, foi detectado em amostras de plantas de algodão (provenientes de Rondonópolis-MT) com sintomas de podridão de raízes e haste, recebidas pela UFMS. S. rolfsii ocorre principalmente em solos arenosos ou de textura média de reação neutra ou pouco ácida. Quando a umidade do solo é abundante, o fungo fixa-se à superfície das partes de plantas em contato com o solo, e produz enzimas e toxinas que colaboram para matar células, rapidamente produzindo um cancro ou zona apodrecida que geralmente circunda a haste ou raíz. Se a parte mais baixa da haste ou superior da raíz principal é circundada, o hospedeiro murcha repentinamente e morre. Numerosas estruturas circulares irregulares são quase sempre dispersas no crescimento cotonoso do fungo, e têm a função de resistir a condições climáticas adversas ou à ausência do hospedeiro. Macrophomina phaseolina, uma espécie presente no solo, formadora de escleródios (estruturas de resistência), foi observada pela primeira vez, em 1912, em algo-
...
...
0 dão, caupi, juta e amendoim na India. O patógeno tem sido desde então reportado em algodão e outras culturas em países quentes. As plantas mais freqüentemente atacadas têm sido feijão, milho, algodão, caupi, berinjela, amendoim, sorgo, soja, batata doce, fumo e tomate. Nessas culturas, ele produz uma podridão seca das raízes principais e parte mais baixa das hastes, resultando em catastrófica murcha e morte do hospedeiro. A severidade dessa podridão em algodão, e outras culturas, foi relacionada com déficit de umidade no solo e alta temperatura. Quando o fungo invade raízes ou hastes baixas, ocorre rapidamente a colonização do tecido interno e a planta morre. Exame da parte afetada revela uma podridão seca, com muitos escleródios (estruturas de resistência) pretos distribuídos através dos tecidos lenhosos ou mais macios. Não existem variedades resistentes a esses patógenos, e o controle é obtido através de uma adubação equilibrada e em áreas irrigadas, do correto suprimento hídrico. Essas medidas garantem uma planta menos estressada, portanto, menos sujeita a perdas causadas por esses fungos apodrecedores de raíz e colo. Além disso, recomenda-se a prática da rotação de culturas com plantas não hospedeiras, a fim de reduzir a população do patógeno no solo. A rotação é uma medida auxiliar, embora importante, dentro do manejo dessas doenças, pois alguns fungos podem produzir estruturas de resistência (escleródios), que permanecem no solo mesmo na ausência do hospedeiro.
TOMBAMENTO
Essa doença é causada por um com08
Cultivar
www.cultivar.inf.br
plexo de fungos do solo e da semente, cujas espécies podem variar grandemente de um lugar para outro. Nas condições do Brasil, principalmente em se tratando do algodão do cerrado, o principal agente causal do tombamento de plântulas é Rhizoctonia solani. Este patógeno é um parasita necrotrófico, habitante natural do solo. É um fungo polífago pois ataca um grande número de espécies vegetais. Isto pode ser constatado quando se analisam os resultados de um trabalho de pesquisa realizado no sul do Brasil. Três seqüências de culturas foram testadas (1-trigo-milho-aveia-milhoervilhaca; 2-aveia-milho-ervilhaca-milhotrigo; 3-ervilhaca-milho-trigo-milhoaveia), não sendo observados resultados eficientes no controle de R. solani, uma vez que em todos os meses amostrados este fungo foi sempre detectado. Isto é explicado, uma vez que este fungo, além de apresentar estruturas de resistência, possui uma habilidade de competição saprofítica muito grande, sendo capaz de manter-se viável por muito tempo em uma área, pois apresenta capacidade de trocar de substrato. Dessa maneira, qualquer espécie vegetal alternativa integrante do sistema de rotação, pode lhe servir de substrato. R. solani pode ser transmitido pelas sementes, porém raramente isto ocorre, motivo pelo qual a semente não é considerada a principal fonte de inóculo desse patógeno. É considerado, dentre os componentes do complexo de fungos que causam o tombamento , o mais prejudicial, por causar, em maior intensidade que os demais, o tombamento de pré-emergência, além daquele de pós-emergência. O ataSetembro de 2001
anteriores a meados de outubro. 2) Tratamento químico das sementes De todas as práticas recomendadas para o controle do tombamento, o tratamento das sementes com fungicidas eficientes assume um importante papel, sendo considerado, até o momento, a principal medida a ser adotada e a opção mais segura e econômica para minimizar os efeitos negativos desta doença. 3) Rotação de culturas No caso específico do tombamento causado por R. solani, devido à versatilidade ecológica deste fungo, o seu controle tornase difícil através da rotação de culturas. Apesar disso, a adoção desta prática deve ser implementada, uma vez que, quando usada eficientemente, pode promover uma alteração qualitativa na microflora do solo, favorecendo o crescimento e o estabelecimento de microorganismos antagônicos ao patógeno, induzindo assim níveis de supres. sividade a doenças. Lilian M. A. Bacchi , UFMS Augusto C.P. Goulart, Embrapa Agropecuária Oeste Paulo Degrande, UFMS
Fotos Cultivar
que deste patógeno freqüentemente reduz o estande da lavoura, levando, muitas vezes à ressemeadura. Esse patógeno, estando presente no solo e/ou nas sementes, além de ocasionar perdas significativas na fase de plântulas (falha no estande), pode servir ainda como fonte de inóculo para culturas subseqüentes. Os sintomas caracterizam-se inicialmente pelo murchamento das folhas com posterior tombamento das plântulas. Este fungo provoca lesões deprimidas e de coloração marrom-avermelhada no colo e nas raízes das plântulas de algodão. Para o controle de tombamento causado por R. solani, recomenda-se: 1) Época adequada de semeadura Em função de baixas temperaturas favorecerem a severidade e a incidência do tombamento (principalmente aquele causado por R. solani), recomenda-se evitar semeaduras
Paulo Degrande comenta sobre as doenças de solo na cultura do algodão
Opções para o plantio
diferentes regiões algodoeiras paranaenses. Em face das altas produtividades obtidas, dos rendimentos alcançados no beneficiamento e do desempenho industrial da fibra, prevê-se grande ampliação na área cultivada com elas. A disponibilidade de sementes é de aproximadamente 600 toneladas, englobando as classes básica, certificada e fiscalizada. Algoeste, Coagel e Coceal são as empresas paranaenses licenciadas para produção e comercialização de sementes das novas cultivares.
COMPORTAMENTO
Iapar apresenta variedades para a próxima safra
O
programa de melhoramento genético do algodoeiro desenvolvido no IAPAR tem dois objetivos principais: aumentar renda, via elevação de produtividade, percentagem e qualidade de fibra, e reduzir custos e riscos, através de melhor adaptação e resistência/tolerância das cultivares às doenças de maior importância. O programa está focado na geração de cultivares para a realidade paranaense, porém, a evolução nas características demandadas converge para um modelo, cuja adequação tende a ultrapassar as fronteiras de origem da cultivar. Aspectos como avanço da mecanização, mercado globalizado, diminuição nas diferenças regionais, sobretudo quanto a doenças, estão alinhando os objetivos dos programas de melhoramento para um tipo de planta, mais
versátil, de conformação lateral mais compacta, com resistência múltipla a doenças e de alta qualidade tecnológica de fibra. As cultivares IPR 94, IPR 96 e, principalmente, a IPR 95, representam um passo em direção a tais objetivos. As cultivares IPR 94, IPR 95 e IPR 96 foram obtidas a partir de hibridações simples entre cultivares comerciais. De um lado a cultivar IAPAR 71, de origem nacional; de outro, as cultivares Deltapine Acala 90, de origem americana, ou CNPA Ita 90, derivada da última. O planejamento desses cruzamentos le10
Cultivar
www.cultivar.inf.br
vou em conta a complementaridade de características entre elas, particularmente em relação a doenças. A indicação de cultivo das cultivares IPR está restrita, até o momento, ao Paraná, em razão dos trabalhos de pesquisa terem sido iniciados nesse Estado. Resultados muito promissores vêm sendo obtidos experimentalmente em outros estados, fazendo prever futura extensão de indicação nos próximos anos. Na safra 2000/2001, as novas cultivares foram utilizadas exclusivamente para produção de sementes, em cerca de 70 propriedades de Setembro de 2001
As tabelas e gráficos subseqüentes expressam os resultados obtidos em ensaios de competição de cultivares, nas duas últimas safras, no Estado do Paraná. São resultados médios obtidos em diferentes condições e regiões algodoeiras, totalizando 13 ambientes (tabela 1), em 1999/2000, e 15 ambientes (tabela 2), em 2000/2001. Tais resultados, embasaram o lançamento e indicação das cultivares IPR 94, IPR 95 e IPR 96. As novas IPR apresentaram excelente desempenho técnico. Superaram todas as cultivares comerciais utilizadas nos testes: CD 401, Delta Opal e IAPAR 71. A cultivar CD 401, a mais plantada no Paraná, foi suplantada por margens muito expressivas: entre 26 e 36%. Além disso, as novas cultivares apresentaram ampla adaptação, superando a CD 401 em todas as situações experimentadas; por essa razão, foram indicadas para todas as regiões algodoeiras do Estado. As diferenças de produtividade aumentaram principalmente sob déficit hídrico e ocorrência de nematóides e/ou de Alternaria. Essas constatações realçam a estabilidade/adaptabilidade das novas cultivares, podendo ser melhor visualizadas nos gráficos 1 e 2. Também observaramse expressivos ganhos em termos de porcentagem de fibra nas três cultivares; os acréscimos oscilaram entre um e dois pontos em relação à cultivar IAPAR 71, resultando em até 6% mais fibra, no caso da IPR 96. Quanto à qualidade de fibra, as três cultivares mostraram equilíbrio satisfatório, apresentando avanços principalmente em comprimento e maturidade. A complementaridade de características dos progenitores permitiu a obtenção de consideráveis progressos quanto à reação a doenças/parasitas. As novas cultivares apresentaram resistência múltipla para seis (IPR 95 e IPR 94) e sete (IPR 96) das nove doSetembro de 2001
enças/parasitas de importância econômica (tabela 3). Apesar dos significativos progressos, houve perda parcial na resistência à virose mosaico das nervuras forma Ribeirão Bonito, na IPR 94, e, em maior grau, para Alternaria, na IPR 95. Quanto ao murchamento avermelhado, em que pese as IPR terem entre seus progenitores uma cultivar reconhecidamente resistente a tal anomalia (CNPA Ita 90 ou Deltapine Acala 90), os baixos índices de ocorrência da anomalia verificados, desde então, não permitiram suficiente avaliação das cultivares frente ao problema. Merecem nota, ainda, os maiores pesos de capulho das novas IPR. As maçãs maiores, juntamente com a menor aderência do algodão na casca , que facilita a retirada do algodão da cápsula, fazem das cultivares IPR 94 e IPR 96 excelentes materiais para colheita manual. Por outro lado, os progressos obtidos em arquitetura de planta, especialmente os observados na cultivar IPR 95, de conformação mais compacta, com inserção do primeiro ramo frutífero mais alta, conferem-lhe características muito favoráveis à colheita mecanizada.
Fotos IAPAR
Algodão
Wilson fala sobre as características das novas cultivares lançadas pelo Iapar
e trigo, por exemplo), o uso de nitrogênio deve ser acrescido, na adubação de base e/ou com antecipação da primeira cobertura, proporcionalmente à quantidade de massa.
...
Fig. 01 Distribuição das cultivares segundo o rendimento (Kg/ha) e posição relativa ocupada em 13 ambientes. Ensaio de Avaliação de Cultivares de Algodão. Paraná, safra 1999/2000
MANEJO
As características de planta (tabela 4) aliadas às indicações de manejo e advertências visam dar ao usuário informações necessárias para evitar usos indevidos, permitir o máximo aproveitamento das potencialidades da cultivar e, por outro lado, minimizar os riscos de sua utilização, pois não há cultivar perfeita, sem defeito. Embora as cultivares IPR 94, IPR 95 e IPR 96 sejam consideradas de ampla adaptação, respondem de modo muito positivo à melhoria das condições de produção. Experimentalmente, em condições de solo e clima favoráveis, com adubações pesadas e equilibradas e uso ativo de fitorreguladores, obtiveram-se produtividades superiores a 6,5 mil kg/ha. Para aproveitar suas potencialidades, essas cultivares devem ser usadas em solos corrigidos em profundidade, com saturação de bases entre 50 e 70% e uso de adubações segundo análise química. Em condições de plantio direto, com palha de alta relação C/N (aveia www.cultivar.inf.br
Fig.02 Distribuição das cultivares segundo o rendimento (Kg/ha) e posição relativa ocupada em 15 ambientes. Ensaio de Avaliação de Cultivares de Algodão. Paraná, safra 2000/2001
Cultivar
11
AENDA
Defensivos Genéricos
...
Recomenda-se utilização de semente deslintada quimicamente, tratada, em razão da melhor sanidade. A época de semeadura é variável com a região, devendo obedecer estudos de redução de riscos climáticos da cultura. As cultivares IPR 94 e IPR 96, de arquitetura convencional, com maior crescimento lateral, devem ser utilizadas em espaçamentos mais largos, próximos a 90cm, com até sete plantas/metro. A IPR 95 suporta densidades de até 9-10 plantas/metro e, por ser mais compacta, espaçamentos ligeiramente menores, porém com populações máximas ao redor de 90 mil plantas/ha.
botão floral, planejando-se de acordo com condições nutricionais, de umidade, de clima e de desenvolvimento para que a altura final das plantas não ultrapasse uma vez e meia o espaçamento adotado; esse procedimento, quando bem executado, previne acamamento e diminui riscos de apodrecimento de maçãs. Em razão da suscetibilidade a alternaria, a cultivar IPR 95 pode requerer controle da doença, especialmente em condições de uso insuficiente de nitrogênio e de potássio; prevê-se igual procedimento para a ramulose, caso essas cultivares venham ser utilizadas em regiões/situações favoráveis à doença. O pulgão, transmissor de pelo menos três doenças e um dos responsáveis pela caramelização da fibra, deve ser controlado com até 20% de plantas com presença do inseto, antes da formação de colônias.
ADVERTÊNCIAS
Tab. 02
Tab. 01
Por apresentarem resistência moderada ao acamamento, as três cultivares requerem uso ativo e parcelado de reguladores de crescimento, a partir da emissão do primeiro
T rat.
Prec. % Rend. Kg/ha
IPR 94 IPR 96 IPR 95 IAPAR 71 Delta Opal C D 401 Média CV % DMS 5%
57 60 58 52 56 69 58.6 12.5 4.1
3544 3523 3458 3446 3344 2740 3343 12.9 234
% 129 128 126 126 122 100 122 -
Fib. ha 1227
%
1 cap. g
100 s 1100 S.g
% Fibra
Comp. 2.5%
Unif. %
Tenac. g/tex
Mic.
Mat.%
Elon.%
Fin. militex
CSPp
1276 1219 1203 1244 970 1190 12.7 88.9 -
126 131 126 124 128 100 123 -
6.9 6.9 6.6 7.5 6.0 5.7 6.6 5.4 0.21
12.0 12.0 11.0 13.0 11.0 11.0 11.7 4.1 0.28
40.5 41.9 41.2 39.8 42.8 41.4 41.3 1.9 0.47
29.3 29.8 29.3 29.3 29.3 28.8 29.3 2.3 0.4
51.0 50.0 50.0 51.0 51.0 53.0 51.0 2.2 0.7
28.7 26.3 27.1 26.9 29.2 27.9 27.7 5.7 1.0
4.4 4.5 4.3 4.3 4.4 4.1 4.3 5.1 0.1
75.5 75.9 74.8 74.4 75.0 72.8 75 5.3 2.4
6.9 6.9 6.9 7.0 6.9 6.9 6.9 0.9 0.04
204 204 196 197 202 190 199 5.6 6.9
2312 2253 2282 2309 2314 2340 2302 2.5 0.2
Resultados médios do ensaio de competição de cultivares, em 15 ambientes, no Paraná. 2000/2001 T rat.
Prec.
Rend. kg/ha
%
Fib. ha
%
1 cap. g
% Fibra 100 s 11100 S. g
IPR 94 IPR 96 IPR 95 IAPAR 71 C D 401 Média CV % DMS 5%
51 50 52 47 65 53 15 4,4
4,293 4,274 4,195 3,946 3,158 3,991 13,5 267
136 135 133 125 100 126 -
1,686 1,731 1,665 1,515 1,286 1,599 13,6 111
131 135 129 118 100 123 -
7,0 6,9 6,7 7,6 5,7 6,8 6,1 0,2
12,1 11,8 11,2 12,3 10,4 11,5 4,3 0,3
39,7 41,0 40,3 38,9 41,0 40,6 2,1 0,4
Comp. 2.5%
Unif. %
Tenac. g/tex
Mic.
Mat. %
Elon. % Fin. militex
CSPp
29,5 30,1 29,6 29,7 29,0 29,5 2,6 0,4
51 50 51 51 53 51 2,3 0,6
28,6 27,1 27,9 27,1 28,6 28,0 6,2 0,9
4,4 4,5 4,3 4,2 4,2 4,4 4,4 0,1
74,7 75,9 73,4 73,9 73,4 74 6,1 2,4
6,9 6,9 6,9 6,9 6,9 6,9 0,8 0,02
2,289 2,239 2,296 2,305 2,336 2,282 2,600 31
IPR 94 3 3 2 3 4 3 3 3 0
IPR 95 3 3 2 3 4 3 5 2 0
IPR 96 3 3 3 3 4 3 3 2 0
# Reações obtidas em condições normais de ocorrência dos patógenos./parasitas. Em condições muito favoráveis aos patógenos/parasitas, a reação das cultivares pode alterar-se. 0 sem informação; 1 altamente resistente; 2 resistente; 3 moderadamente resistente; 4 moderadamente suscetível; 5 suscetível; 6 altamente suscetível * Meloidogyne incognita e Rotylenchulus reniformis
204 205 196 194 194 201 10,8 11,6
Características da planta IAPAR 71 3 3 3 3 4 5 3 2 5
Tab. 04
Tab. 03
Doenças/parasitas Fusariose Verticiliose Bacteriose Nematóides* Ramulose Stemphylium Alternaria Virose ( MNFRB ) M. avermelhado
Cultivar
Wilson Paes de Almeida, IAPAR
Resultados médios do ensaio de competição de cultivares, em 13 ambientes, no Paraná. 1999/2000
Reação das cultivares frente a doenças/parasitas.#
12
As cultivares IPR foram as mais produtivas e de melhor desempenho nos vinte e oito ambientes dos testes. Tais afirmativas são sustentadas pelos gráficos 1 e 2, nos quais as diferenças entre elas e as outras cultivares podem ser visualizadas com nitidez, em face da melhor adaptação das IPR às variações ambientais. O comportamento superior é conferido por um conjunto de fatores, entre os quais a resistência a doenças e parasitas. O Programa de Pesquisas de Algodão do IAPAR atinge, assim, vários de seus objetivos prioritários: reduzir riscos, custos e aumentar produtividade e qualidade do algodão, para dar maior competitividade ao cotonicultor e demais elos da ca. deia algodoeira.
Características Altura (cm) Folhas Arquitetura Número lojas Peso capulho (g) Retenção da fibra Ciclo até florescimento Ciclo até colheita (dias) Acamamento % fibra (comercial) Produtividade (comercial)
www.cultivar.inf.br
IPR 94 120-150 médias convencional 4a5 6,2 a 6,9 fraca 48 a 58 138 a 175 MR Até 38 Até 330@/ha
IPR 95 120-150 pequenas semicompacta 4a5 6,0 a 6,6 média 46 a 56 135 a 175 MR Até 39 Até 339@/ha
IPR 96 120-150 médias convencional 4a5 6,1 a 6,9 fraca 46 a 56 135 a 175 MR Até 39,5 Até 325@/ha
IAPAR 71 120-150 grandes convencional 4a5 6,6 a 7,5 fraca 50 a 60 140-180 MS Até 37 Até 300@/ha
Setembro de 2001
Alíquotas de importação N
a era Collor houve a 2ª grande abertura dos portos brasileiros às mercadorias estrangeiras, na história do país. No afã de inserir o Brasil na neoglobalização e sob o pretexto de estancar a inflação, aquele mandatário fez um corte radical nos valores desse imposto, sem qualquer estudo de impacto setorial ou nas cadeias produtivas. No setor de defensivos agrícolas isso resultou no fechamento de fábricas ou de produções de diversos ingredientes ativos. O parque produtivo nacional ressente-se até hoje, visto mais importarmos do que aqui produzirmos, quando antes era justamente o contrário por ação do impulsionismo produtivo da era militar. Ora, essas taxas não são um mero instrumento arrecadatório. Antes de tudo, são fatores de equilíbrio na comercialização entre nações, com graus de desenvolvimento ou de estrutura industrial diferenciados, neste ou naquele setor. Cada vez que o parque nacional, em determinado segmento, se reaparelha e a economia geral da nação garante condições equânimes ou assemelhadas com as de outros povos, aí sim, as taxas devem ser reajustadas para baixo, tendendo a zero. No caso dos produtos fitossanitários, o país ainda não alcançou um patamar de estrutura que possibilite um nivelamento muito baixo dessas alíquotas em todos os degraus da cadeia fabril. Nosso arsenal químico de matérias-primas é insipiente, com uma expressiva dependência de importações. Isso se reflete diretamente na síntese dos chamados Produtos em grau-Técnicos, expressão fabril dos ingredientes ativos, ou seja, as moléculas responsáveis pela atividade biocida dos produtos fitossanitários. Esses Produtos Técnicos sintetizados aqui representam pouco diante da necessidade do mercado agrícola. No final da cadeia produtiva encontramos os Produtos Formulados e, aí o parque nacional é bem dotado, até com capacidade ociosa, justamente em razão da debandada para ultramar de alguns produtos no início dos anos 90.
DESESTÍMULO AOS INVESTIMENTOS
Mesmo diante desse panorama de desequilíbrio e escape de divisas, o governo brasileiro este ano baixou mais uma medida desestimulante aos investimentos da indústria aqui instalada. A Resolução nº 16, da Câmara do Comércio Exterior, apensa ao Ministério do Desenvolvimento, deu mais um golpe na indústria interna, em contrapartida favorecendo a indústria do exterior. Determinou redução da alíquota de importação de 8% para 4% com relação aos inseticidas, fungicidas e herbicidas na forma de proNo caso dos produtos fitossanitários, o país ainda não alcançou um patamar de estrutura que possibilite um nivelamento muito baixo dessas alíquotas em todos os degraus da cadeia fabril
dutos formulados contendo ingredientes ativos não sintetizados aqui (portanto, a maioria). Existe ainda uma proposta, tornada pública pela Circular nº 14 da SECEX, gerada por pleito do Ministério da Agricultura, para também reduzir de 14% para 8% a alíquota dos demais produtos formulados (aqueles contendo ingrediente ativo sintetizado aqui). Como se sabe, a alíquota incide sobre o
custo do produto desembarcado, portanto no caso de Produto Formulado grava-se também o frete marítimo, a embalagem, a água ou outro solvente e demais aditivos que compõem a formulação. Observe a simulação abaixo dos custos de um hipotético Produto Formulado importado já acabado (tabela A) e produzido a partir do seu Produto Técnico importado (tabela B). A simulação foi feita com as alíquotas vigentes antes da Resolução 16. Veja que há uma economia maior quando se importa o Produto Técnico, logo baixar a alíquota deste é mais eficaz que reduzir a alíquota para produtos já acabados. Baixando a alíquota para 4% como determinou a CAMEX, o custo deste Produto Acabado seria US$ 6.33 / litro, ainda assim maior que importando o Produto Técnico. Uma medida mais coerente, seria reduzir a alíquota do Produto Técnico para 2,25%, remetendo o custo do mesmo Produto Acabado para US$ 6.15 / litro. Essa maior economia permitiria um repasse mais efetivo no preço para o consumidor. Além disso, preservaria tanto o parque produtivo de Produtos Formulados quanto empresas fornecedoras dos insumos e empregos agregados. Essa é uma contribuição prática a ser aproveitada na construção de uma política de ajuste seletivo para a configuração das alíquotas de importação do setor. Inseticida Acabado com 60% de ing.ativo
Preço Produto Técnico 95% Imposto de Importação (4,5 % x 7.00) Fórmula do Produto Acabado 60% 0,63 kg Produto 95% x 7.00 0,59 kg Solvente x 0.89 Despesas Portuárias Mão-de-Obra Embalagens e Rótulos Custo Produto Acabado Imposto de Importação (8% x 6.09) Custo Final Produto Acabado
TABELA A
US$ 7.00 US$ 4.41 US$ 0.52 US$ 0.23 US$ 0.20 US$ 0.38 US$ 0.35 US$ 6.09 US$ 0,48 US$ 6.57 / litro
Produto Técnico com 95% de ing. ativo
TABELA B
US$ 7.00 US$ 0.31 US$ 4.41 US$ 0.52 US$ 0.23 US$ 0.11 US$ 0.38 US$ 0.35 US$ 6.31 US$ 6.31 / litro
Informe Técnico
Siliconados na aplicação São usados em pulverizações difíceis, pois reduzem a tensão superficial a níveis muito menores que os surfactantes convencionais
A
maioria dos adjuvantes são, ou contém, surfactantes (SURFace ACTive AgeNTS) os agentes ativos de superfície que estão incorporados em quase todas as formulações de agroquímicos. Surfactantes são compostos por duas partes: Hidrófoba que não tem afinidade com a água e Hidrofílica que tem afinidade com a água. Essas partes podem formar uma ligação com o óleo de algumas formulações impedindo que o ingrediente ativo se separe da água dentro do tanque de pulverização. Os surfactantes se movem para a superfície das gotas de pulverização fazendo com que as suas partes hidrofóbicas se separem da água criando, parcialmente uma característica hidrofóbica à superfície das gotas isto reduz a tensão superficial- diminuindo o espalhamento sobre folhas hidro-repelentes. A melhora desta cobertura é importante quando se aplica produtos de contato. A maior área de cobertura e o melhor contato do agroquímico com a superfície das folhas também melhora a absorção de produtos sistêmicos.
ORGANOSILICONES
Uma classe de surfactantes, organosilicones, está ganhando proeminência na agricultura. Eles são freqüentemente usados em pulverizações difíceis pois reduzem a tensão superficial a níveis muito menores que os surfactantes convencionais. Isso melhora a
Informe Técnico
umectação e espalhamento proporcionando uma melhor cobertura das pulverizações. Organosilicones também permitem que as pulverizações atinjam áreas de difícil cobertura como partes internas de folhas e frutos, e a base de plantas onde fungos e insetos se escondem devido ao perfeito microambiente (luz e umidade). Passam pela pilosidade (pêlos) que dificulta o contato de agroquímicos com a superfície das plantas, onde surfactantes convencionais têm dificuldade de trabalhar. Ademais a melhora da cobertura, e rápida absorção proporcionada pelos Organosilicones, podem reduzir custos pois permitem que grandes áreas sejam tratadas de uma vez quando as condições climáticas (chuvas) só permitem um curto espaço de tempo para a pulverização, evitando assim a lavagem pelas chuvas, e sendo também possível um ganho de capacidade operacional através da redução dos volumes de água utilizados.
LOGÍSTICA
O uso de um Organosilicone pode melhorar a logística das fazendas e dos transportes pois devido as baixas doses utilizadas, podem chegar a ser 20 vezes menores , quando comparados com óleos ou surfactantes convencionais, leva a uma menor quantidade de embalagens utilizadas, indo ao encontro da necessidade do agricultor em manejar a menor quantidade possível de embalagens.
CUIDADOS
Organosilicones, entretanto, não são todos iguais. Muitos dos benefícios resultam de como estes produtos são produzidos. A Witco, uma empresa do grupo Crompton descobriu, por exemplo, que a estrutura pura de Trisiloxanos é crítica para um melhor espalhamento, característica essa só encontrada , hoje em dia, nos produtos da linha SILWET. O espalhamento é importante não só para a cobertura como têm influência sobre a absorção estomatal. Organosilicones que tem mesclas de três, quatro e mais unidades de siloxanos são mais baratos para se produzir, mas tem, por isso, uma grande perda de performance. A forma em que os agroquímicos são formulados depende muito da natureza química dos ativos bem como requerimentos não biológicos como : segurança, estabilidade e considerações comerciais. No uso de um adjuvante deve-se considerar o desejo constante de se maximizar a performance do ativo. Como temos adjuvantes que são específicos na sua ação, o uso dos mesmos podem mudar conforme a espécie da erva daninha, clima, época de uso e outros fatores. Portanto, nem sempre a escolha de um adjuvante barato pode ser a melhor escolha. Adjuvante caro é aquele que não funciona! . Marcos Dorin, Witco do Brasil
Hora da decisão
A área de safrinha sofreu redução de 30%, sem considerar a redução do nível tecnológico e também eventos como a seca e geadas em algumas regiões reduzindo drasticamente as projeções de produção; O consumo de milho na alimentação animal, principalmente por aves e suínos, tem apresentado aumentos significativos em razão do maior consumo interno e também dos contratos de exportação favorecidos pela ocorrência da vaca louca; O Brasil exportou e exportará próximo a 4 milhões de toneladas de grãos, reduzindo a disponibilidade desse grão já a partir do segundo semestre desse ano; Uma possível importação de milho para abastecimento do mercado brasileiro emergencial, em 2002, poderá alcançar preços superiores a R$ 17,00 a saca; Um outro fator importante é que o produtor está desconsiderando os ganhos tanto em milho, quanto com a soja, quando ele planta milho e soja em rotação.
Quanto mais se aproxima outra safra, mais crescem as dúvidas do produtor. O que plantar?
SUGESTÃO PARA DECIDIR
Cultivar
Diante desse quadro, como sugestão recomendaríamos aos produtores que refletissem sobre esses aspectos, discutissem mais com pessoas do setor antes de tomar
M
ais uma safra se aproxima e chega a hora de planejar e decidir o que plantar. Nesse exato momento, muitas dúvidas passam pela cabeça dos produtores, apesar de se tratar de uma atividade rotineira. Para nós, que trabalhamos no setor agrícola, sempre fica um questionamento: por que produtores tão experientes, que presenciaram esse cenário por inúmeras vezes, ainda encontram dificuldades em decidir o que plantar? Dentre inúmeras suposições que poderiam ser feitas, a primeira delas é que se trata da decisão mais importante para os produtores, pois é a sua atividade principal e, por isso, o peso da responsabilidade é grande. Seria fácil entender que após anos de experiência no mercado, os produtores das diferentes regiões do Brasil tivessem uma metodologia ou sistema a adotar. Na prática, isso não acontece e não por culpa dos agricultores somente, mas sim de todo um sistema que se arrasta por vários anos no Brasil. Especificamente no caso do milho, que é um cereal muito importante para a economia do país, pois é a fonte que viabiliza atividades como a avicultura e suinocul16
Cultivar
tura, podemos observar um elevado índice de crescimento de consumo tanto interno como externo, o que gera inúmeros empregos no campo e na cidade. Mesmo assim, safra após safra, nos deparamos com oscilações de áreas de plantio e conseqüente oscilação de preços, onde numa safra as indústrias ganham e na outra alguns produtores melhor informados ganham. Esse cenário já ocorre há vários anos.
FALTA DE ESTATÍSTICA
Esse amadorismo na cadeia do milho ocorre principalmente devido à falta de uma estatística confiável que possa mostrar dados seguros sobre os volumes de produção, os volumes necessários para o consumo interno, a situação real dos estoques e também ter agilidade para considerar mudanças não programadas em decorrência de eventos climáticos como a seca, que podem interferir drasticamente na produtividade e produção total de grãos no país e alterar completamente o cenário de oferta e procura. Esse ano, mais uma vez, o mercado vem mostrando forte tendência à redução de área de milho e também do algodão. O principal responsável por essa redução é o www.cultivar.inf.br
atual preço da soja, amparado mais recentemente pelas notícias de seca nas regiões produtoras desse cereal nos Estados Unidos. Observa-se, mais uma vez, que a decisão do que plantar será tomada com base em especulações de mercado. Mais uma vez, também, a decisão do que plantar será realizada com base nos preços atuais - e estes apresentam-se bastante atrativos para a soja. Novamente, a decisão do que plantar será feita correlacionando o preço praticado atualmente por ocasião do plantio na expectativa de que ele vá se manter por ocasião da colheita, na próxima safra. Observem que parâmetros técnicos, como a rotação de culturas e seus inúmeros e já conhecidos benefícios como aumento da produtividade, redução da ocorrência de pragas e doenças, dentre outras, são esquecidos e colocados em segundo ou terceiro plano - dando lugar à especulação de mercado. Essa falta de análise dos fatores que estão envolvidos dentro de um processo de comercialização, tem levado muitos produtores a não realizarem bons negócios. Observem o que ocorreu e o que está ocorrendo como o milho: Setembro de 2001
uma decisão. Aliás, esse é o momento mais delicado e importante para o produtor. Numa análise muito pessoal, recomendaria aos produtores que mantivessem seu sistema de rotação, pois assim, eles estariam ganhando e mantendo a sua propriedade sob o ponto de vista técnico e, com certeza, com relação aos preços nas culturas envolvidas no sistema de rotação. E mais: se ainda me permitem mais uma sugestão, diante desse quadro totalmente favorável aos produtores para a próxima safra, eu digo que se deve investir pesado em tecnologia, para aumentar a rentabilidade com base nos preços e na produtividade. Com relação às indústrias, cuja situação deverá ser a mais grave na próxima safra diante desse cenário, seria interessante adotar medidas imediatas na tentativa de minimizar os problemas, agindo rapidamente no mercado aumentando os preços ao produtor e sinalizando, nesse momento, com preços futuros, caso não queiram correr o risco de tornar a atividade inviável ou com sérias dificuldades no próximo ano, tal qual ocorreu em 2000. . Cláudio de Miranda Peixoto, Pioneer
Cultivar
Milho
Cláudio Peixoto fala sobre os fatores que devem ser considerados na hora de escolher o que plantar
Café
Francisco A. M. Mariconi Esalq - USP
Ataque dos cupins O
s cupins ocupam atualmente importância crescente no ml). As quantidades são para 100 litros de água; usa-se 1 litro de Brasil. Seus danos a plantações, às estruturas de madei calda por ninho cuja altura é de 0,5 a 1,1 m. Granulados: fipronil (Regent 20 G 10 a 15g); imidaclopride ra e bibliotecas estão, infelizmente, crescendo com o (Confidor 700 Gr DA 30g). O primeiro é usado a seco, mas no desenrolar dos anos. Os cupins são insetos sociais que apresentam segundo caso as 30 g de Confidor devem ser diluídas em 100 litros castas reprodutoras e não reprodutoras (estas abrangem as operáride água e usar 1 litro da calda por monte. as e os soldados). Fazem seus ninhos no solo, em árvores, postes, no Gás: são usadas as pastilhas de fosfeto de alumínio (gastoxin interior de madeira etc., de acordo com a espécie. 4 pastilhas de 3g) por ninho. O fosfeto de alumínio combina-se Neste artigo vamos nos limitar ao cupim-de-monte ou cupimcom a umidade do interior do ninho (da construde-montículo, Cornitermes cumulans, esção e do ar) dando em conseqüência um pó inócuo pécie muito comum em São Paulo, Mato Os cupins são insetos sociais de hidróxido de alumínio e desprendimento de fosGrosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e feto de hidrogênio, mais conhecido como fosfina, Paraná. Há outras espécies fazedoras de que apresentam castas gás muito tóxico. montes que afloram à superfície do solo. reprodutoras e não Pós: atualmente, são pouco usados. Todavia No desenvolvimento do ninho de cureprodutoras. Fazem seus os formulados com fungos (controle biológico) espim-de-monte, a primeira fase se passa tão iniciando nova etapa contra os montes. abaixo do nível do solo; depois o monte ninhos no solo, em árvores, Broca-cupinzeira: é acoplada ao diferencial vai aparecendo na superfície e se elevanpostes, no interior de madeira de um perfurador de solo e o conjunto é engatado do gradativamente. Em algumas regiões, etc., de acordo com a espécie nos três pontos do trator que o implemento possa os montes chegam a medir de 1 a 1,1 m de altura externa, mas há casos, embora raros, de montes de 2 metros. Esse cupim, comum em pastagens e eucaliptais, ataca eucaliptos, cana-de-açúcar e várias outras plantas. O número de montes, por hectare, pode chegar a centenas e centenas, dificultando ou até impossibilitando o manejo de máquinas e qualquer preparo do solo. Além disso, em volta dos montes, rente ao solo, há buracos onde se alojam abelhas, escorpiões, aranhas e cobras. Uma área muito infestada, vista meio de longe, dá a impressão de um cemitério moderno (aquele que só tem lápides na posição vertical).
CONTROLE
Vários pesquisadores dedicaram-se ao uso de compostos com o objetivo de controlar esse inseto. Parece que Vanetti, em Minas Gerais, foi o primeiro a usar inseticidas modernos. Mariconi e colaboradores realizaram uma série de experiências com numerosos produtos, em São Paulo. Fernandes e Alves realizaram trabalhos em Goiás e São Paulo com fungos entomopatogênicos obtendo ótimos resultados. Em Mato Grosso do Sul e São Paulo tem sido usado o controle mecânico com a broca-cupinzeira. Vejamos o que pode conduzir a ótimos resultados. Líquidos: fentiom (Lebaycid CE 50% - 250 ml); endossulfan (Thiodan CE 35% - 140 ml); abamectina (Vertimec 18 CE 50
ser acionado pela tomada de força. O cupinzeiro é totalmente desintegrado em pedacinhos por uma roda achatada de aço que, em movimento circulatório, desce vagarosamente do topo do ninho até a parte abaixo do solo.
APLICAÇÃO
Antes de se aplicar um produto (líquido, gás, pó ou granulado) dentro do monte é necessário perfurá-lo. Com barra de aço de 60 a 70 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro (1 polegada) abre-se um canal no monte: o canal começa no topo do ninho e deve atingir o centro. Quando se faz um canal e o serviço é paralisado, deve-se antes da colocação do veneno introduzir uma fina vareta no canal, pois durante a interrupção os insetos iniciam a colocação de barro na extremidade inferior do canal. A vareta põe novamente o canal em comunicação com o centro da colônia. Para terminar, vamos falar um pouco do cupim Reticulermes lucifugus: seus ninhos são subterrâneos e é praga terrível das estruturas domiciliares da madeira. O Brasil já tem problema grave com seus cupins que vivem em residências, mas esse que penetrou no Uruguai é pior e está se alastrando rapidamente. Os países vizinhos, se ainda não foram atingidos, brevemente o serão. Por enquanto, parece que não chegou ao Brasil.
Preparação do café A correta produção de sementes é fundamental para a qualidade final da bebida de café
A
Cafeicultura mundial, por apresentar um predomínio de C. arabica, é ainda implantada, em sua maioria, a partir de sementes. Por isso, boa semente é o primeiro fator condicionante da produtividade de uma lavoura. O fruto do cafeeiro é uma drupa elipsóide, contendo dois locus e duas sementes, mas ocasionalmente pode conter três ou mais. O endocarpo do fruto ( pergaminho ), quando maduro é coriáceo e envolve independentemente cada semente. A semente é plano convexa, elíptica ou oval, sulcada longitudinalmente na face plana e é constituída por embrião, endosperma e espermoderma ( película prateada ). Externamente ao endocarpo, encontra-se o mesocarpo ( muscilagem ) e ainda o exocarpo ( casca ). A obtenção de uma boa semente tem início com a escolha das plantas matrizes e do nível de granação dos frutos. Os frutos colhidos para a Setembro de 2001
Fotos Gladyston Carvalho
Especial
Descascador utilizado para o preparo de pequenas e grandes quantidades de sementes
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produção de sementes deve encontrar-se no estádio de cereja por se encontrarem próximos ao ponto de maturação fisiológica.
GERMINAÇÃO DAS SEMENTES
Na tentativa de acelerar a formação da muda, permitindo assim o plantio mais cedo, no início da estação chuvosa, estudou-se a possibilidade de obtenção de sementes viáveis de frutos em diferentes estádios de desenvolvimento. Contudo, verificou-se que as sementes germinam mesmo quando o fruto ainda está no estádio de chumbinho ou verde-cana , mas as porcentagens de germinação são sempre muito inferiores em relação às sementes de frutos cereja . Atualmente existem algumas normas exigidas para a produção de sementes, porém podem variar de um Estado para outro. De maneira geral, as lavouras destinadas à produção de seCultivar
... 19
Catação manual das sementes, realizada após catação mecânica
...mentes não podem possuir misturas de
É desejável que as plantas do talhão destinado à produção de sementes se encontrem vigorosas, bem nutridas e com baixa incidência de doenças e pragas, principalmente a broca-do-café Imediatamente após a colheita, os Fotos Gladyston Carvalho
cultivares, devem ter um isolamento mínimo de quatro metros de distância de outras lavouras ou campos de produção de sementes, sendo que ainda assim deve-se deixar duas ruas de bordadura.
Máquina fazendo a catação mecânica das sementes
20
Cultivar
www.cultivar.inf.br
Setembro de 2001
frutos destinados à produção de sementes são despolpados ( retirada do exocarpo) e em seguida as sementes são colocadas em caixas, tanques ou diretamente em água corrente, por 12 a 24 horas, com o objetivo de se proceder a degomagem (retirada da muscilagem ou mesocarpo). Na prática, 6 a 8 litros de café cereja permitem a obtenção de 1 Kg de semente, sendo que este possui de 4 a 6 mil sementes, dependendo da cultivar, das condições climáticas vigentes no ano e da umidade da semente. Após o despolpamento e degomagem, onde as sementes se encontram com cerca de 50% de umidade, as mesmas são secas à sombra e passam a manter umidade constante entre 30 e 35%. Nessas condições, as sementes apresentam uma germinação de 95% ou mais.
SELEÇÃO
As sementes a n t e s d e s e re m comercializadas passam por um rigoroso processo de seleção, onde são retiradas as sementes imperfeitas e impurezas, para assim atenderem as normas exigidas pela legislação de produção de sementes. As sementes já Degomagem das prontas deverão sementes em caixas de Eternit ser acondicionadas em peneiras ou embalagens que permitam o seu arejamento até serem comercializa- quirido e sucesso no empreendimento. das. É de extrema importância que todos Gladyston Rodrigues Carvalho, os produtores adquiram sementes de Ór- EPAMIG gãos e Instituições Credenciadas, para que Lucine Falco, assim possam ter garantia do material ad- Fazenda Ouro Verde
.
O teor de umidade do grão na colheita tem sido apontado como o fator de maior influência sobre os índices de perdas. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito do teor de umidade do grão em lavoura de trigo sobre o desempenho dos mecanismos de corte, de trilha e de separação de uma colhedora de cereais, visando a manutenção da qualidade do grão
Divulgação / Embrapa Trigo
Nossa capa
TRIGO
Sem perdas A
qualidade genética e industrial da cultura de trigo tem sido prejudicada em decorrência do processo de colheita e da época de colheita. No Sul do país, onde a primavera tende a ser chuvosa, a estação de colheita estende-se além da maturação plena do grão. Atrasando a colheita, a probabilidade de o grão ser atacado por doenças aumenta consideravelmente. Do mesmo modo, as perdas físicas também tendem a ser mais elevadas. Na colheita de grãos podem ocorrer perdas quantitativas expressivas. Portella (1981) mostrou que existe correlação entre teor de umidade, regulagem de mecanismos e índi22
Cultivar
ce de perdas. Perdas médias de 4,7%, sem regulagem, passaram para 3,0% com algumas regulagens básicas. Com 16% de umidade nos grãos a percentagem de perdas foi de 5,2%, baixando para 1,8% quando a umidade foi de 12 % por ocasião da colheita. Verificaram que o ajuste de parâmetros da colhedora, tais como velocidade, rotação do cilindro, abertura do côncavo e fluxo de ar, apresentou resultados significativamente positivos. Desde os trabalhos de Reed et al. (1974) e de Vas & Harrison (1969), ficou claramente demonstrada a influência do teor de umidade nas perdas de qualidade dos prowww.cultivar.inf.br
dutos colhidos. Portella (1997) apresentou resultados de perdas e danos físicos em grãos de trigo durante a colheita mecanizada, em vários teores de umidade do grão, comprovando estes argumentos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em uma lavoura de trigo, cultivar BRS 49, com produtividade média de 1.920 kg/ha. Adotou-se o método descrito por Portella (1981), para avaliação de perdas de grãos. Todos os testes foram realizados com colhedora MF-3640, ano 1989, com aproximadamente 2.500 horas/máquina de uso. As perdas quantitativas, Setembro de 2001
Divulgação / Embrapa Trigo
de plataforma, de trilha e de separação, e as perdas qualitativas, representadas por grãos amassados e grãos quebrados, foram avaliadas. Foram considerados nove tratamentos, resultantes da combinação de três teores de umidade do grão (29 %, 16 % e 13 %) e três combinações de regulagem da folga entre cilindro/côncavo e rotação do cilindro, com três repetições. Para cada teor de umidade do grão existe uma regulagem recomendada pelo fabricante (2, 5 e 8); além desta, uma regulagem inferior (1, 4 e 7) e outra regulagem superior (3, 6 e 9) foram empregadas, procurando-se encontrar o ponto ótimo de regulagem. A percentagem de grãos quebrados e de grãos amassados foi obtida pela análise de Dano Visual realizada no Laboratório de Qualidade da Embrapa Trigo.
As perdas na colheita do trigo causam prejuízos ao produtor rural
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Figura 1 são apresentados os resultados do dano visual (percentagem de grãos amassados e de grãos quebrados) causado em grãos de trigo para diferentes níveis de umidade do grão durante a colheita. Observa-se que tanto um quanto outro apresentaram o mesmo comportamento, ou seja, quanto mais úmido o grão, maior o dano. Esse dano visu-
al representou 2,25% para 29% de umidade, 0,14% para 16% de umidade e 0,21% para 13% de umidade. A inflexão da curva mostra que os melhores resultados foram obtidos na colheita com 16% de umidade.
Na Figura 2 são apresentados os resultados de perdas ocorridas na plataforma da colhedora (barra de corte e molinete) e perdas nos mecanismos internos (trilha e separação), decorrentes das umidades de colheita.
...
Quadro geral com os indicadores de perdas (%) quali-quantitativas de grãos de trigo em função do teor de umidade e regulagens da colhedora, por ocasião da colheita Indicador Amassados Quebrados DanoFísico (Visual) Perda Plataforma PerdaMec. Internos Perda Colheita PERDA TOTAL
...
29 % de umidade Regulagem 1 1,16 0,91 2,07 1,52 4,67 6,19 8,26
2 1,13 1,67 2,80 1,70 4,14 5,84 8,64
3 0,49 1,38 1,87 1,75 3,87 5,62 7,49
16 % de umidade Regulagem 4 0,09 0,03 0,12 0,82 1,94 2,76 2,88
5 0,06 0,10 0,16 0,61 2,62 3,23 3,39
Com relação às perdas na plataforma, verifica-se que à medida que os grãos de trigo foram secando menores foram as perdas. Isso pode ser explicado pela maior facilidade de ação das navalhas da barra de corte sobre colmos de plantas mais secos, e o molinete tende a enrolar menos plantas quando estas estão mais secas. As perdas nos mecanismos internos (trilha e separação), pela ação de regulagens que foram realizadas, apresentaram uma inflexão próxima a 16% de umidade, com resultados altamente significativos. Na Tabela 1 observa-se que a regulagem ideal proposta pelo fabricante em nenhuma das épocas de colhei-
6 0,04 0,12 0,16 1,14 2,78 3,92 4,08
13 % de umidade Regulagem 7 0,00 0,09 0,09 0,42 3,05 3,47 3,56
8 0,08 0,12 0,20 0,41 3,34 3,75 3,95
9 0,18 0,15 0,33 0,63 2,28 2,91 3,24
X 0,36 0,51 0,87 1,00 3,19 4,19 5,06
PERDAS E UMIDADE
rotação do cilindro, foram obtidos na colheita com 16% de umidade; d) desse modo, pode-se afirmar que perdas qualitativas e quantitativas para a cultura de trigo, em colheitas próximas a 16 % de umidade do grão, podem ser minoradas pela regulagem adequada da co. lhedora. José Antonio Portella, Embrapa Trigo Fig. 01 Percentagem de grãos quebrados (a) e de grãos amassados (b) em função do teor de umidade do grão durante a colheita
Observou-se haver interação acentuada entre nível de perda de grãos na colheita e teor de umidade no grão. Para diferentes teores de umidade, alguns ajustes devem ser efetuados na regulagem básica de uma colhedora. Os mais importantes são a abertura (folga) do cilindro/ côncavo e a rotação do cilindro, responsáveis pela perda qualitativa do grão colhido. Em decorrência das regulagens efetuadas na colhedora, os resultados obtidos permitem concluir que: a) a medida que o teor de umidade do
Divulgação / Embrapa Trigo
Fig. 02 Perdas na plataforma (barra de corte e molinete) (a) e perdas nos mecanismos internos (trilha e separação) (b) em função do teor de umidade do grão durante a colheita
O ajuste de parâmetros da colhedora é fundamental para a redução das perdas na colheita
ta foi a melhor. Para elevado teor de umidade (29%), aumentar a folga cilindro/côncavo e reduzir a rotação do cilindro produziu redução de 6,5% nas perdas em relação à regulagem básica. Para médio teor de umidade (16%), reduzir a folga e aumentar a rotação produziu redução de 26% nas perdas. Para baixo teor de umidade (13%), aumentar a folga e reduzir a rotação produziu redução de 32% nas perdas. 24
Cultivar
grão decresce, menores são as perdas de plataforma (barra de corte e molinete); b) a perda nos mecanismos internos tem o ponto de inflexão próximo a 16% de umidade. Colheitas com elevado teor de umidade no grão (29% de umidade) apresentaram altos valores de perda; c) na média, os menores índices de danos físicos, resultantes das regulagens usadas na folga entre cilindro e côncavo e na www.cultivar.inf.br
Setembro de 2001
Representantes de todos os elos da cadeia do agronegócio discutem as perspectivas para esta safra
Fotos Cultivar
Olho no futuro
Dirigentes dos setores mais expressivos do agribusiness brasileiro participaram do seminário da ABMR, em São Paulo
U
ma ampla análise das boas perspectivas para a próxima safra de grãos foi apresentada no final de agosto, em seminário da Associação Brasileira de Marketing Ru26
Cultivar
ral - ABMR - por especialistas de diversas áreas. Em geral positivas, há restrições no entanto com relação a algumas culturas segmentadas, especialmente o algodão, em função do mercado interwww.cultivar.inf.br
nacional. As indústrias agroquímicas igualmente estão trabalhando com forte pressão sobre preços de produtos. Entre os palestrantes, Oldemir Chiuchetta, da Universidade do Contestado, e Enio Antonio Marques Pereira, falaram, sobre os impactos da exportação do complexo carne na agropecuária brasileira; José Branisso (Banco do Brasil), Cláudio Costa (Valtra), José Manuel Arana (Dow Agrosciences), Manuel Arturo Lira (NPK Serrana) e Fernando Galina (Syngenta) mostraram a realidade e perspectivas para a próxima safra agrícola em suas áreas.
SAFRA
André Pessoa, da Agroconsult, demonstrou os fatores que levam a uma supersafra, como a que o Brasil está coSetembro de 2001
lhendo, e deverá produzir no próximo ano: Em geral o meio agrícola foi favorecido pela desvalorização do Real (de 1999 e de 2001); pelo fim da inflação, com período razoável de crescimento econômico: a securitização das dívidas agrícolas e suas prorrogações; maior disponibilidade de crédito oficial, com liberação mais cedo e taxas de juros fixas; pela revolução gerencial ao nível das fazendas, com favorecimento da produtividade; o aperfeiçoamento da comercialização, reduzindo riscos; o clima de razoável a excelente na maioria das regiões brasileiras, e, finalmente, o fator sorte, devido à ocorrência de três períodos de secas seguidas nos EUA, e à fé no setor demonstrados pelos agricultores e seus financiadores. André trabalha hoje com a perspectiva, na safra de verão, de uma redução na produção de milho (-14%) e algodão (-1%) e aumento de soja (2%), arroz (3%) e feijão (primeira safra, 37%). Já a safra de inverno deverá mostrar aumento no trigo (9%), milho safrinha (25%) e sorgo (ver quadro geral).
Fotos Cultivar
ABMR
José Arana acredita em fortes mudanças no setor de sementes para os próximos anos
des no Brasil e Argentina (42 e 28 milhões de T, respectivamente) podem deprimir preços no período de colheita do Mercosul (de março a maio). André
SOJA NA PONTA
Na soja, especificamente, André diz que apesar dos baixos preços do primeiro semestre, os produtores foram beneficiados pelas altas produtividades e pela desvalorização do Real. Até junho o quadro apresentava tendência de maior área plantada (crescendo sobre área de milho e algodão), mas com leve redução de tecnologia em função da piora na relação de troca com insumos. De julho em diante, com alta forte nos preços de Chicago, intensificou-se tendência de crescimento de área, mas com manutenção de tecnologia. Salientou, ainda, que a sinalização equivocada de preços de milho pelo Governo e consumidores favoreceram área de soja. Há uma perspectiva generalizada de aumento de área em todo o país, no total de 9%, com um crescimento de produção da ordem de 12%, mantida a atual produtividade. Os produtores estão precavidos e já venderam parte da próxima safra, antecipadamente, garantindo bons preços. Assim, boa parte da safra 2001/02 já está com preço fixado: 60% no MT, 40 a 50% no MA, PI e BA; 30 a 40% no MS, GO e PR; 20 a 30% em MG e SP; menos de 20% em SC e RS. A safra americana deve ficar em torno de 78 milhões de toneladas e preços ligeiramente abaixo de US$ 5,00/bushel. De outra parte, as prováveis safras recorSetembro de 2001
Fernando Galina considera positivas as perspectivas para a indústria agroquímica na próxima safra
ainda salienta que o aumento dos subsídios aos agricultores norte-americanos pode favorecer a soja brasileira Enquanto os produtores dos EUA receberão mais 11% na soja, os de milho ganharão mais 47% e os de trigo mais 54%, o que poderá representar forte migração para aquelas culturas. Algo como se os Estados Unidos preservaswww.cultivar.inf.br
sem o milho e o trigo, permitindo um crescimento brasileiro e argentino.
MILHO EM QUEDA
Já com relação ao milho Pessoa acha que o Governo e setor consumidor falharam na sinalização de preços para a safra 2001/02. O período mais importante foi de maio a julho. Uma aposta nos baixos preços de soja deu errado. Relação-preço soja/milho superior a 1,8 favorece plantio de soja. Os preços de R$ 12,00/saca no Sul-Sudeste e R$ 11,00 no Centro-Oeste seriam sinalização boa para opções do Governo e preço mínimo privado . Os R$ 10,00 praticados foram insuficientes para reverter quadro favorável à soja. Além disso, a safra recorde determinou baixos preços e baixa liquidez após três anos com comercialização de razoável a boa. Também a possibilidade de plantar soja no verão com lucro e depois safrinha de milho, ajudam a determinar a opção. Pior, além da redução de área também está havendo redução do padrão tecnológico, o que deve afetar a produtividade. As exportações devem continuar com o mercado externo aquecido pelas quebras de safra nos EUA e China. Mais de 800 mil t já foram vendidas para 2002. Já as importações (provavelmente necessárias) em 2002 serão balizadoras do mercado interno da região Centro-Sul no segundo semestre (menos de R$ 17,00 a saca). A indústria de aves e suínos não pode reduzir crescimento, principalmente das exportações. Finalmente, o safrinha deve ter área e tecnologia ampliadas, mas sofrerá forte concorrência com trigo no PR, Sul do MS e Sul de SP.
...
Cultivar
27
Fotos Cultivar
André Pessôa sinaliza aumento da área de soja com ganho expressivo sobre o milho e algodão
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TRIGO CRESCE
Já o trigo, segundo Pessôa, deve apresentar boa qualidade e os preços estão em bom patamar. Há alta no mercado externo e câmbio caro . Há tendência de novo e forte avanço de área em 2002, que só não será maior devido à concorrência do milho safrinha no PR, MS e SP. A produção só não cresceu mais pela restrição de sementes para o plantio em 2001. Os moinhos nacionais devem intensificar a compra antecipada da produção como estratégia para neutralizar o crescimento da safrinha de milho em 2002. Portanto, o mercado externo deve continuar em alta, inclusive com dificuldades na Argentina.
próprio devem continuar expandindo as atividades, porém em ritmo menor. Já os pequenos produtores provavelmente
relação às vendas de tratores para a próxima safra. Os recursos disponíveis no programa Moderfrota, o cenário otimista que se abre para a maioria das culturas, a continuada e crescente demanda por tecnologia autorizam essa suposição. Sua posição é absolutamente realista. Enquanto, ele mesmo destaca, acredita-se que a demanda seja de algo em torno de 30.000 unidades, as indústrias trabalham hoje com a perspectiva de vender 25.000 tratores, um pouco abaixo da estimativa de 27.000 com que pretendem fechar este ano. De janeiro a julho, venderam-se 6.547 tratores na Região Sudeste; (39%), 5820 na Região Sul (35%); 2.703 no Centro-Oeste (16%), 1.220 na Nordeste (7%) e 496 no Norte (3%). Esta tendência modesta, explicou Cláudio, naturalmente pode ser alterada, em função de modificações nos quadros das culturas agrícolas. Mas é tomada com base no comportamento recente de uma agricultura altamente profissional e de ganhos expressivos em tec-
ALGODÃO CAINDO
No algodão André Pessôa trabalha com a perspectiva de redução de área da ordem de 13 mil hectares, o que poderá representar 1% a menos na produção final. As causas já são conhecidas. A queda acentuada de preços, da ordem de até 30% derrubou a rentabilidade e elevou os riscos para os agricultores. O algodão passou, então, a sofrer a acirrada concorrência da soja. Para piorar, a renegociação de contratos, inclusive alguns de exportação, desestimulou muitos produtores. Empresas compradoras que deixaram de honrar os compromissos de preços assumidos vão contribuir para que cresça a idéia de risco. A partir dessa alteração circunstancial, só os grandes produtores de algodão, com elevados planos de investimentos em máquinas e beneficiamento 28
Cultivar
Cláudio Costa prevê estabilização das vendas de tratores, com aumento de exportações
reduzirão as áreas ou até mesmo deixarão de plantar, nas regiões onde a soja é a principal opção. O quadro que se descortina é de que 2002 será o primeiro ano em que toda a comercialização será realizada com preços baixos.
TRATORES
O diretor de marketing da Valtra, Cláudio Costa, outro palestrante no seminário da ABMR, está otimista em www.cultivar.inf.br
nologia. Segue-se a um período de sucateamento da frota, sentido principalmente em relação às máquinas colhedoras, responsáveis por elevadas perdas de produtos nas lavouras. O momento é de renovação e torna cada vez mais competitiva a agricultura nacional, na sua opinião. Cláudio considera uma possibilidade real a retomada das exportações brasileiras de tratores, pois os grandes fabricantes mundiais estão no Brasil (os Setembro de 2001
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Safra Verão
2001(A)
2002 (B)
B-A
B/A
2001 (C)
Produção total (Mil ton.) 2002 (D)
D-C
D/C
Milho 1a Soja Arroz Algodão Feijão 1a Outras Sub Total
10.814 13.853 3.268 881 2.074 230 31.120
9.235 15.093 3.264 868 2.229 229 30.917
(1.579) 1.240 (4) (13) 155 (2) (203)
-15% 9% 0% -1% 7% -1% -1%
35.211 37.835 10.265 2.520 1.245 245 87.321
30.304 42.244 10.583 2.498 1.704 266 87.558
(4.907) 4.409 278 (22) 459 20 237
-14% 12% 3% -1% 37% 8% 0%
Safra de Outono/ Inverno 1.604 Trigo 2.084 Milho 2a Feijão 2a e 3a 1.737 Sorgo 553 Outros 492 6.471 Sub Total 37.591 Total * Estimativa Agroconsult
Área plantada e produção / Algodão Safra 2001/2002
Área plantada e produção / Milho Safra 2001/2002
Área plantada e produção / Soja Safra 2001/2002
Soja Estado
30
Área plantada (1.000 ha.)
2000/01 (A)
2.959 RS 2.780 PR 195 SC 506 SP 637 MG 3.127 MT 1.060 MS 1.531 GO 690 BA 63 PI 214 MA 92 Outros 13.853 Brasil * Estimativa Agroconsult Milho Estado
2000/01 (A)
RS 1.666 PR 1.847 SC 897 SP 806 MG 1.228 MT 240 MS 217 GO 741 BA 726 Outros 2.447 Brasil 10.814 * Estimativa Agroconsult Algodão Estado
2000/01 (A)
PR 70 SP 64 MG 40 MT 410 MS 51 GO 101 BA 57 Outros 90 Brasil 881 * Estimativa Agroconsult
Cultivar
1.670 2.425 1.683 608 492 6.877 37.794
66 341 (55) 54 (1) 406 203
4% 16% -3% 10% 0% 6% 1%
3.159 5.833 1.324 1.004 784 12.105 99.426
3.451 7.264 1.314 1.066 878 13.973 101.531
292 1.431 (11) 62 95 1.868 2.105
9% 25% -1% 6% 12% 15% 2%
2001/02 (B)*
B-A
B/A
2000/2001 (C)
Produção (Mil Ton.) 2001/2002 (D)*
D-C
D/C
3.250 3.050 235 580 725 3.300 1.150 1.650 730 75 240 108 15.093
291 270 40 74 88 173 90 119 40 12 26 15 1.240
10% 10% 21% 15% 14% 6% 8% 8% 6% 20% 12% 17% 9%
7.451 8.341 526 1.184 1.413 9.568 3.116 4.041 1.408 132 449 206 37.835
8.190 9.150 635 1.392 1.740 10.296 3.450 4.554 1.752 194 619 273 42.244
739 809 108 208 327 728 334 513 344 62 171 67 4.409
10% 10% 21% 18% 23% 8% 11% 13% 24% 47% 38% 33% 12%
Área (Mil ha.) 2001/02 (B)*
B-A
B/A
2000/2001 (C)
Produção (Mil Ton.) 2001/2002 (D)*
D-C
D/C
1.350 1.550 825 680 1.145 160 180 635 597 2.113 9.235
(316) (297) (72) (126) (83) (80) (37) (106) (129) (334) (1.579)
-19% -16% -8% -16% -7% -33% -17% -14% -18% -14% -15%
6.185 9.307 3.983 3.048 3.977 921 1.160 3.500 1.111 2.019 35.211
4.860 7.626 3.564 2.489 3.916 643 907 3.048 1.146 2.105 30.304
(1.325) (1.681) (419) (560) (62) (278) (253) (452) 36 86 (4.907)
-21% -18% -11% -18% -2% -30% -22% -13% 3% 4% -14%
Área (Mil ha.) B - A 2001/02 (B)* 60 60 36 380 48 100 60 125 868
(10) (4) (5) (30) (3) (1) 3 36 (13)
B/A -15% -6% -12% -7% -5% -1% 6% 40% -1%
2000/20001 Produção (Mil ton.) (C) 2001/2002 (D)* 163 139 65 1.532 158 286 128 48 2.520
144 139 74 1.454 155 290 163 91 2.498
www.cultivar.inf.br
D-C (19) (0) 9 (78) (3) 3 25 42 (22)
D/C -12% 0% 13% -5% -2% 1% 19% 87% -1%
cinco maiores já chegaram), alguns transferindo para cá unidades de outros países. Precisamos, claro, ainda considerar aspectos do custo Brasil, portuários, por exemplo, pois uma operação que em Cingapura demanda duas horas, em nosso país ainda leva duas semanas. O especialista anotou ainda a necessidade de maior qualificação dos operadores de máquinas e tratores no Brasil para propiciar maior rendimento, salientando a elevação tecnológica de alguns itens, especialmente em relação ao conforto e segurança dos operadores.
SEMENTES
José Manuel Arana, diretor de Marketing da Dow AgroSciences, analisou o mercado de sementes, algo em torno de US$ 800 a 900 milhões no Brasil, de difícil avaliação exata, salientou, porque muitas empresas não revelam ainda seus números. De qualquer forma, diz que a próxima safra terá sementes suficientes para cobrir a área de plantio planejada, calculada em 15 milhões de hectares somente para a soja. Se por um lado a quantidade está garantida, nada se pode dizer quanto à qualidade, pois as melhores sementes já foram vendidas para os agricultores precavidos. Os retardatários terão de se abastecer com produtos nem sempre indicados para as épocas ou regiões do plantio, ou no mercado ilegal, da chamada bolsa branca . Arana vislumbra grandes mudanças no setor de sementes para o futuro próximo. Uma das indicações seguras é crescimento continuado da taxa de uso de sementes selecionadas, exceto no Rio Grande do Sul, onde impera o mercado ilegal e a soja Maradona , contrabandeada da Argentina. E pode haver maiores dificuldades quando liberar-se a comercialização da soja transgênica, por exemplo, tornando-se um desafio para o legislador proteger os direitos dos obtentores das variedades. O diretor da Dow salienta a crescente alta de produtividade que se obtém no Brasil, a ponto Setembro de 2001
...
de não mais ser significativo falar-se em área plantada, pois os resultados já não dependem desse item. O produtor brasileiro de milho, por exemplo, já nada deve ao seu colega de Iowa ou Illinois, antigos paradigmas mundiais. Aliás, Arana vê com atenção o crescimento da produção de milho, um produto politicamente estratégico para os americanos.
o Brasil consome US$ 906 milhões de agroquímicos; US$ 294 milhões em 12,7 no milho (12,7 m/há); a mesma importância em 0,82 m/ha de algodão; US$ 209 milhões em hortifrutigranjeiros (4,4 m/ha); US$ 186 milhões em cana (4,9m/ha); US$ 161 milhões em café (2,3 m/ha), US$ 101 milhões em citros (0,85 m/ha), US$ 69 milhões em feijão (4,4 m/ha) e US$ 61 milhões em trigo (1,6 m/gha), verificando-se portanto o alto predomínio de uso em algumas culturas, o algodão, por exemplo. Alguns problemas atingem a área, como o baixo preço das commodities; a descapitalização de alguns setores, o que aumenta o risco; recursos governamentais limitados, levando a indústria a subsidiar os recursos financeiros; a elevação dos custos de importação devido à desvalorização do Real; os estoques nos distribuidores relativamente altos, aliados à carga tributária e questões de logística e pressão sobre os preços. De outra parte, há boas perspectivas devido ao crescimento da área de soja; recuperação dos mercados em cana, citros e feijão; uma forte demanda de qualidade dos produtos agrícolas e notável expansão nas exportações de frutas e . frangos beneficiando o setor.
DEFENSIVOS
O mercado brasileiro de agroquímicos, de US$ 2,5 bilhões anuais, projeta no mínimo a manutenção dos níveis para o próximo ano. Mas espera melhorar. Essa visão, manifestada na ABMR por Fernando Galina, diretor de marketing da Syngenta, é uma síntese do que esperam as demais empresas, as mais otimistas acreditando em aumento de volume da ordem de 7 a 10% e de valor entre 3 a 5%. Fernando explica que o mercado de defensivos agrícolas está alavancado pela busca de maior produtividade, ganhos de eficiência em custos, os novos alvos biológicos e uma considerável demanda de qualidade. Atingindo vendas de US$ 2,5 bilhões em 1998, caiu e retomou o valor em 2001. Em 13,7 milhões de hectares de soja,
Mercado Brasileiro de Defensivos Vendas por setor
3000
2500
2500
66 64
2000
US$ M
Área plantada e produção / Safra de grãos Brasil 2001/2002
Produção de Grãos Brasil
690
1793 44 92
1500
1000
376
380
276
947 28 64 195
500
13000
145
1005
516
0
1992
Herbicidas Setembro de 2001
1996
Fungicidas
2000
Inseticidas www.cultivar.inf.br
Acaricidas
Outros Cultivar
31
Sobre sementes Empresário analisa a situação atual e as perspectivas do setor sementeiro
Q
uando o negócio de sementes ganhou ênfase, há cerca de 30 anos, eram os produtores do Rio Grande do Sul que vendiam para agricultores de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Principalmente sementes de soja, milho e trigo. Na época só interessava saber se a semente germinava ou não. Com o avanço da pesquisa e tecnologia, explica Ywao Miyamoto, da Abrasem, surgiram variedades específicas para cada região e para plantio em períodos diferentes. Daí foi um passo para surgir uma para solos mais ou menos férteis. Portanto, a então tradicional semente gaúcha nem sempre servia para todas as épocas e locais de outros estados. Com o aperfeiçoamento da tecnologia, cada estado produtor se tornou auto-suficiente e começaram a sobrar sementes no Rio Grande do Sul, tradicional exportador. Nos últimos cinco anos a superprodução nacional de sementes tumultuou o mercado e o excesso de produtos foi seguido pela queda de preços. E pelo desaparecimento dos profissionais. Dos 880 produtores de sementes registrados na As32
Cultivar
sociação Brasileira de Produtores de Sementes Abrasem em 1991 restaram apenas 370 em 2001. Dos outros, alguns passaram a produzir grãos e muitos ainda vendem sementes, na ilegalidade, explica Miyamoto. Se o setor não for imediatamente reestruturado a perspectiva é de que permaneçam não mais do que 150 em todo o país. E os grandes investimentos em estrutura, pesquisa e tecnologia, junto com a experiência adquirida, acabarão aproveitadas por algumas poucas e grandes empresas, provavelmente multinacionais.
SEMENTE SALVA
Miyamoto explica que atualmente ainda vigora, em boa parte, o antigo sistema centrado no produtor, que observava as www.cultivar.inf.br
Miyamoto diz que a falta de assistência técnica na venda de sementes é causa de grande desperdício
lavouras de melhor comportamento e reservava o grão colhido, que vendia como semente. Há notícias de que até o governo do Rio Grande do Sul incentiva o modelo. O uso dessa semente salva é altamente nocivo ao agricultor, pois a tecnologia de plantio mudou. Hoje se usa equipamento padrão para o plantio, a fim de que as lavouras tenham um número certo de plantas, com ganho de produtividaSetembro de 2001
Ywao salienta que o uso de semente ´salva´ é altamente nocivo ao agricultor
de. Antes, por exemplo, lançava-se cerca de 30 sementes por metro linear para ver nascer 22, enquanto as tabelas atuais estabelecem padrão entre 10 e 14. A média de 12 plantas por metro representa um ganho de produtividade de 15%, ou 10 sacas a mais por hectare. Ocorre, no entanto, que com a semente salva, ou guardada, entre as quais há tamanho, peso e formas diferentes, não se obtém a média desejada. O moderno sistema de plantadeiras, dotadas de disco que seleciona as sementes e as coloca no espaço certo, não comporta produto sem uniformidade. Assim, o agricultor jamais obterá o ganho de produtividade disponível se não usar semente selecionada. A salva é vendida por agricultores mais tecnificados ou até mesmo produtores de sementes com equipamento sucateado, que se descapitalizou, e gera de imediato um prejuízo de 10% aos agricultores, esclarece Miyamoto.
PADRÕES DE BENEFICIAMENTO
Técnicos e autoridades do setor sementeiro preocupam-se muito com a mistura varietal, um problema grave. Pior é a queda dos padrões de beneficiamento, conta Miyamoto. Há produtores de sementes que dispõem de local para armazenamento, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mas ainda desprovidos do equipamento mínimo necessário. Agora, para acompanhar a tecnologia avançada Setembro de 2001
de plantio, exige-se que a semente passe pela pré-limpeza, máquinas de ar, densimétrica, separador de espiral e separador de peneira. Há regiões, como o Rio Grande do Sul, onde 70% da semente é guardada (no Paraná 30%) ou oriunda de produtores que não possuem separador de espiral ou peneira. Naturalmente há no RS produtores do nível mais elevado possível, e que vendem seu produto no próprio estado. Os demais, sem padronização, não conseguem vender no exigente mercado local e acabam inundando o Paraná, São Paulo e Mato Grosso com produto de baixa qualidade. Uma das graves conseqüências da venda de semente não selecionada, na visão de Miyamoto, é a infestação de vastas regiões gaúchas com plantas daninhas, especialmente corda de viola e saco de padre, que podem inviabilizar uma lavoura em dois ou três anos. Essa, aliás, uma das razões de se plantar tanta soja transgênica no Rio Grande do Sul, pois é a única capaz de competir com as invasoras. Bastaria que o produtor dispusesse de peneiras e espiral para evitar a infestação de outros estados com essas plantas daninhas.
ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Outra causa de grande desperdício é a falta de assistência técnica na venda da semente. Se as variedades produzem mais com um estande de 12 plantas por metro, e o agricultor usar 18, estará desperdiçando 50%. Não adianta, portanto, regatear preços se ela depois for jogada fora. Além disso, muitas vezes o proprietário da terra não instrui devidamente o operador da plantadeira e acaba perdendo. Contra-senso, também, é se discutir tanto pelo preço na hora da compra e não se perguntar se a semente foi selecionada em espirais ou peneiras, se ela está padronizada. O proprietário deveria sempre saber o número ideal de sementes para plantar de cada variedade e comprar apenas o que necessita. Preço, aliás, não deveria ser a maior preocupação do agricultor, tendo em vista que cada vez a semente representa menos no custo de lavoura. Os fertilizantes, por exemplo, representavam de 13 a 15% do total há uns cinco anos, cheganwww.cultivar.inf.br
do hoje aos 18%. A semente de soja não passa de 4 ou 5%, pois a tecnologia reduziu até as quantidade usadas, antes de 3 sacas por hectare e hoje de 1,5. O produtor de semente é um dos que mais investem hoje na difusão de tecnologia, organizando dias de campo para mostrar variedades e uso de equipamento, entre outras coisas. E um dos problemas é exatamente não se levar para esses eventos os agricultores que costumam guardar semente, para mostrar-lhes as vantagens de mudar o sistema. Hoje temos produtores de soja alcançando produtividades de 4 milkg/ha e até mais, usando a tecnologia disponível. Mas Fotos Cultivar
Fotos Cultivar
Sementes
Produtor de semente é um dos que mais investe na difusão de tecnologia
o Rio Grande do Sul, diz Miyamoto, terra da semente guardada, ainda está na média de 2.100 kg/ha. Interessante é que os mesmos agricultores gaúchos que colhem pouca soja, conseguem no trigo produtividades altas e iguais às do Paraná. O segredo? Não usam semente guardada, . coisa difícil de se fazer com trigo.
Cultivar
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Fotos Embrapa Soja
Novidades na soja
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Cultivar
N/ Instituição / Cultivar Estado / Região
1 Fundação MT (8)
1 Embrapa / Fundação MT (2)
UFVTN 101 MG (st) UFVTN 102 MG (t) UFVTN 103 MG (st) UFVTN 104 MG (t)
3 Instituto Agronômico de Campinas (2) IAC 23 SP (p) IAC 24 SP (sp)
4 Embrapa / AGENCIARURAL / CTPA (2)
ou que apresentem retenção foliar. Houve alterações também na área de inoculantes para soja. A recomendação de uso de 160 mil bactérias rizóbio por semente foi ampliada para 300 mil bactérias por semente. Os cuidados na utilização simultânea de fungicidas e inoculantes nas sementes também foram enfatizados. Solón Araújo, presidente da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes, comenta que para minimizar os efeitos dos fungicidas sobre os inoculantes foram recomendados vários fungicidas menos agressivos à bactéria rizóbio. Essas indicações estarão publicadas nas Recomendações Técnicas da Cultura da Soja da Região Central do Brasil 2001/2002, que deverá estar pronta até o final de setembro. www.cultivar.inf.br
Novas práticas para a utilização conjunta de fungicidas e micronutrientes no tratamento de sementes foram recomendadas: a aplicação de micronutrientes pode ser feita tanto pelas sementes quanto por via foliar. A aplicação dos níveis de suficiência de cobre foi alterada. Os níveis de cobre recomendados ficavam entre 10 e 30 mg/kg, mas em experimentos foi possível manter boa produtividade mesmo reduzindo a aplicação para níveis que oscilam entre 6 e 14 mg/kg. O Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) foi introduzido para a soja no Paraná. O DRIS é um modelo matemático utilizado para avaliar o estado nutricional das plantas. A Embrapa Soja dispõe de normas para o DRIS fundamentadas em um banco de dados com 1.600 amostras de várias regiões do Paraná. O DRIS analisa cada nutriente em relação aos outros elementos, justificando sua menor ou maior importância para a definição da produtividade , salienta o pesquisador da Setembro de 2001
Embrapa Soja, Áureo Lantmann. A utilização de dois modelos em sistema misto de rotação de culturas, incluindo lavoura e pastagem, foi aprovada. Nas áreas do Norte do Paraná, onde foram utilizados os modelos, houve alteração positiva nas características físicas e de fertilidade do solo, garantindo estabilidade de produção. Tais áreas possuem as mesmas características de regiões produtoras do Mato Grosso e de São Paulo. Na comissão de Tecnologia de Sementes não houve alteração nas recomendações técnicas, mas um novo processo de secagem de grãos foi proposto, utilizando ar desidratado e na temperatura ambiente. O ar ambiente é resfriado com alta umidade relativa, a umidade é condensada na forma de água e retirada do sistema. O calor resultante do processo é readicionado ao ar seco e frio e depois é trazido para a temperatura ambiente original , explica Francisco Krzyzanowski, pesquisador da Embrapa Soja. Outra tecnologia destacada na comissão foi o desenvolvimento de equação para estimar a emergência de sementes no campo, utilizando os testes de tetrazólio e teste de envelhecimento acelerado. A comissão de Entomologia também não fez novas recomendações técnicas. Entre as novas linhas de pesquisa apresentadas estão os estudos de medidas alternativas para o manejo dos percevejos em sistema de soja orgânica. O destaque na comissão de difusão e Tecnologia foi a realização de um encontro de especialistas que compõem o Treino & Visita, metodologia de transferência de tecnologia que consiste na formação de uma corrente entre pesquisa, . assistência técnica e produtores. PR Setembro de 2001
Cultivares em extensão de registro (27)
N/ Instituição / Cultivar Estado / Região
2 Universidade Federal de Viçosa (4)
Fábio Trigueirinho, da Abione, falou sobre a competitividade do agronegócio da soja
Comissões temáticas contaram com grande público durante suas sessões
A
Cultivares em processo inicial de registro (lançamentos) - (33)
FMT Kaíabi MT (st) * FMT Maritaca MT (t) FMT Mutum MT (t) FMT Nambu MT (t) FMT Perdiz MT (t) FMT Sabiá MT (t) FMT Saíra MT (t) FMT Tabarana MT (m)
Pesquisadores indicam indicam Pesquisadores novas tecnologias tecnologias para para novas aumentar aa produtividade produtividade aumentar
indicação de 33 novas cultivares de soja para o Brasil Central surgiu como a grande novidade da XXIII Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. Além disso, foi estendida a indicação de uso para outros estados de 27 cultivares de soja. A Embrapa indicou 10 novas cultivares de soja para o Brasil. Na área de plantas daninhas foram recomendados nove herbicidas e um adjuvante (Lanzar). Houve orientações para dessecação em pré-colheita de grãos, o que além de ser um fato novo, pois a utilização de dessecantes até então só era utilizada para controlar as plantas daninhas antes da semeadura da soja, traz a capacidade de uniformizar as plantas com haste verde
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Pesquisa
BRSGO Paraíso GO, DF, MG, MT, BA (t) BRSGO Luziânia GO, DF, MG, MT, BA, TO (m)
5 Aventis Seeds (1) A-7002 MS (CN), MG (st) GO, DF, MT, TO (S), BA (m) MA (p)
6 COOPADAP (1) Elite MS (CN), MG, GO, MT, BA (t)
7 Embrapa / Fundação Bahia (1) BRS Barreiras BA (t)
8 ICA - Melhoramento Genético (6) ICA 3 PR (p) ICA 4 PR (p) ICASC 1 PR, SP, MS, MT(>15?S), BA (p) ICASC 2 MT, BA, MA (st) ICASC 3 MT, BA, MA (st) ICASC 4 MT, RO, TO, BA, MA (t)
9 Embrapa / Fundação Cerrados (1) BRS Rosa GO, DF (p)
10 COODETEC (2) CD 210 PR (p) CD 211 GO, MG (m)
11 Embrapa Soja / Fundação Meridional (5) BRS 212 PR (p) BRS 213 PR (p) BRS 214 PR (sp) BRS 215 PR (m) BRS 216 PR (sp) * Grupo de maturação (entre parêntesis): p - precoce; sp - semiprecoce; m - médio; st - semitardio; t - tardio.
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BRSMT Pintado MG, GO (m) * BRSMT Uirapuru MG, GO (st)
2 Fundação MT (1) FMT Tucunaré MG, GO (m)
3 Universidade Federal de Viçosa (7) UFV 16 GO, MT (p) UFV 17 GO, MT (m) UFV 18 MT (st/t) UFV 19 GO (m), MT (sp) UFVS 2001 GO (m) UFVS 2003 GO (t) UFVS 2004 MT (m)
4 Embrapa / AGENCIARURAL / CTPA (5) Emgopa 313 MG (t) Emgopa 315 SP (m) Emgopa 316 MG, MT (p) BRSGO Jataí MG (t) BRSGO Santa Cruz MG (m), TO (p)
5 Embrapa / Empaer-MS (1) BRSMS Piracanjuba BA (m)
6 Embrapa (5) BRS Babaçu PA (t) BRS Tracajá PA (p) BRS 137 PR (p) BRS 136 SP (m) BRS 154 PR (sp)
7 Embrapa / Fundação Cerrados (4) BRS Flora MG, MT (p) BRS Nina MG, MT (p) BRS Nova Savana MG, MT (t) BRS Pétala MG, MT (t)
8 COODETEC (2) CD 204 MS(S) (m), GO (p) CD 206 MS(S) (p) * Grupo de maturação (entre parêntesis): p - precoce; sp - semiprecoce; m - médio; st - semitardio; t - tardio.
HERBICIDAS 1 Aurora 400 CE (carfentrazone) 2 Robust (fluazifop-p-butil +fomesafen) 3 Fusilade 250 EW (fluozifop-p-butil) 4 Zapp QI (glyphosate potássico) 5 Dual Gold (S-metolacloro) 6 Gramoxone 200 (paraquat) 7 Reglone (diquat) 8 Flumyzin (flumioxazin) 9 Radiant 100 (flumiclorac-pentyl) Nome comercial e entre parênteses o princípio ativo
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Agronegócios
A Ameaça Brasileira
te de livre concorrência. Todavia, estamos convictos que as mazelas que cercaram a agropecuária brasileira forjaram um agronegócio altamente competitivo, que servirá de alavanca para realizarmos a vocação brasileira. A primeira lição de casa era conquistar a estabilidade macro-econômica, com regras claras e duradouras. Sem entrar no mérito da questão, a estabilidade do momento é singular na história moderna do país. A segunda lição: como alavancar financeiramente o negócio em um país pobre.
CUSTO BRASIL
Os gringos que se cuidem: o produtor brasileiro está chegando...
E
m agosto passado tivemos a honra de representar o Ministério da Agricultura no seminário USDA Research in Brazil: Environmental and Economic Impact of Brazilian Land Conversion. Coube-nos discorrer sobre os perigos sanitários na fronteira de expansão agrícola brasileira. Mais que contribuir, aprendemos muito nos dois dias de seminário restrito a participantes convidados, em sua grande maioria pertencentes ao Governo Americano. Em discussão os recentes avanços da agricultura brasileira, em especial nos Cerrados, suas perspectivas para o futuro próximo, os entraves e as oportunidades contidas na expansão.
los e as previsões, obrigando a uma revisão de cenários e um repensar do posicionamento do Brasil no contexto mundial.
CAMPEÃO DO MUNDO
Tracemos um paralelo com o futebol. Se tradição e estereotipo ganhassem jogo, e se essa premissa fosse imutável, o Brasil seria sempre chamado para receber a Copa América ou a Copa do Mundo, assistindo o digladiar das demais equipes pelo segundo posto. Na prática, vemos Honduras trucidar a equipe canarinho, abunda
os e protecionismos que são a antítese do livre mercado. Passado o período de graça de oito anos, em que esses países já deveriam ter eliminado a maior parcela do subsídio, comparecendo à mesa de negociações para comprometer-se com a retirada total dos mesmos, eis que nem uma nem outra coisa ocorre. A razão? Porque não importa quão bom você era no paradigma antigo, pois a mudança de paradigma zera as posições, e todos são compelidos a demonstrar que são igualmente bons ante as novas regras. Enquanto ladrávamos ao ritmo de deitado
SURPRISE!
O aspecto principal a ressaltar nas apresentações e discussões, formais e informais, foi a surpresa dos analistas americanos com a expansão recente da agricultura brasileira. Destarte estarem municiados de imagens de satélite, esquadrinhando cada centímetro do nosso solo pátrio, e modelos preditivos de última geração, o crescimento da agropecuária nacional na passagem do milênio contrariou suas expectativas. Mesmo convivendo com uma quadra de preços baixos nas commodities em geral, soja (carro chefe) em particular, a agricultura expandiu. Mesmo enfrentando subsídio para lá de paternos e maternos, concedidos pelos países do Primeiro Mundo, o Brasil ganhou competitividade, figurando como exportador de milho e arroz, situações impensadas há pouco tempo e que não constavam das premissas dos analistas. Foi o contrariar das premissas que derrubou os mode36
Cultivar
A queda vertiginosa da oferta de crédito ao longo do último quarto de século representou um freio brusco na atividade, em especial associada às altas taxas de juros. Contudo obrigou o agricultor brasileiro a capitalizar-se, a otimizar seu perfil de dívida, sob pena de ser expulso da atividade, tornando-o um dos menos endividados entre os produtores de países agrícolas de expressão. Terceira lição: fim da agricultura itinerante e de baixa produtividade. As estatísticas assombram não apenas os incrédulos americanos, mas até os brasileiros mais desavisados, ao demonstrar que a área plantada vem decrescendo ano após ano, ao tempo em que as colheitas aumentam. Ponto para a Embrapa, os institutos, as universidades e todos quanto modelaram a tecnologia que fixou a agricultura e alavancou a competitividade.
ESCALA
sofrimento nas eliminatórias. No comércio internacional não é diferente, não há posições estanques, nem dogmas aere perennius. Países com posição para lá de confortável, no comércio e nas estatísticas, estão sendo colocados face a face com a realidade da nova ordem internacional, obrigados a contradizer discurso e prática para manter posições mesmo assim sem o sucesso que almejam. O exemplo agrícola é didático. Comércio internacional totalmente desregulado, a primeira subordinação à regras ocorreu na Rodada Uruguai do GATT que criou a OMC, apesar da manutenção de subsídiwww.cultivar.inf.br
eternamente em berço esplêndido , campeão potencial, celeiro do mundo e outros chavões, a caravana passou incólume. Usávamos como desculpa para nossa pífia atuação os subsídios do Primeiro Mundo, e a justificativa nos permitia dormir o sono dos justos e pobres. Porém, a partir de meados dos anos 90, o Brasil passou a encarar a questão agrícola de forma arrojada e agressiva. Os subsídios continuam atrapalhando e muito e nos tiram um mercado que nos pertenceria em um ambienSetembro de 2001
Brasil trafegou em todas as vias, apostando na fruticultura, ampliando a conversão de proteínas vegetais em animais e expandindo a agricultura de commodities (milho, soja, algodão), otimizando fatores de produção e diluindo o custo fixo. Sem qualquer consideração de caráter sociológico, que não vem ao caso nessa análise, o Brasil conseguiu fazer do limão da queda de preços de commodities, causada pelos subsídios, a limonada da lucratividade, multiplicando a pequena margem por hectare pela extensão das propriedades.
Os subsídios agrícolas beneficiam exclusivamente quem os recebe, e apenas no curto prazo pois, ao correr do tempo, o subsídio é o esquife da competitividade. Ademais, possui efeitos colaterais como derrubar os preços das cotações agrícolas, desestimulando países pobres a investir na agricultura, ampliando a fome no mundo e gerando agressões ao ambiente. Nesse caso, obrigam a avanços em novas áreas férteis, desestimulam ações e tecnologias de conservação ambiental que impliquem em custos incompatíveis com a remuneração. Para contrapor-se à escalada descendente de preços, quem não pode subsidiar sua agricultura tem três grandes saídas: investir em produtos de alto valor mercadológico, agregar valor ou otimizar a escala produtiva. O Setembro de 2001
Eis aí o busílis da questão. Estamos consolidando o tratamento adequado das questões sanitária e tecnológica, resolvendo problemas financeiros e ganhando experiência negocial. No entanto os problemas estruturais que nos limitam representam a bigorna que somos forçados a carregar. Estamos no limiar do equacionamento do transporte da safra do Centro Oeste, do Norte e do Nordeste, poupando outrora impensáveis US$20 25,00 por tonelada transportada. O que ainda é nossa desvantagem competitiva, transmutar-se-á em enorme vantagem ao permitir que navios padrão Panamá ingressem no Rio Amazonas, que suporta o seu calado, reduzindo custos de transbordo e de frete. O Rio Mississipi, símbolo da fartura do Meio Oeste americano não tem como competir com essa escala, e os custos de transporte tenderão a equalizar-se no futuro próximo. Precisamos modernizar o tratamento tributário, adaptando-o ao novo ambiente comercial internacional, nossa estrutura de armazenagem ainda é precária e os insumos representam parcela ponderável do custo. Entretanto, o Brasil está demonstrando que a solução é enfrentar à unha os condicionantes internos, ao invés de colocar a culpa exclusivamente nas externalidades que não dominamos, como os subsídios. Ao superá-los gestou um ciclo de progresso fecundo à margem das vicissitudes de outros setores da Economia. Em conseqüência, o setor de agronegócios é o único clara e consistentemente superavitário no nosso comércio internacional, ao tempo que resguardamos nosso mercado interno.
da negociação internacional, para que possamos potencializar o esforço interno. Embora respaldado pelo setor privado, é do Governo a iniciativa de propor negociações, de questionar subsídios. Como é o caso preço de garantia proposto pelo Governo dos EUA de US$193 por tonelada de soja, cuja interpelação junto à OMC é uma atitude altamente louvável, oportuna e meritória do Ministro Pratini de Moraes.
NOVA REALIDADE
Sintetizando as perspectivas do tempo que se avizinha, o cenário mostra-se promissor, embora o caminho ainda seja longo e árduo. O importante é que o elefante começou a mover-se, e os cristais em sua volta a balançar. Lutando contra as adversidades e os riscos que cercam a atividade rural, o produtor brasileiro está mostrando que pode ser altamente competitivo - a tal ameaça brasileira ao status quo. Aliás, gostaria de encerrar com um tributo ao amigo Sávio Pereira, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, que, prelecionando no seminário a que aludimos no início, demonstrou com números e fatos porque o mundo está reconhecendo a nova realidade competitiva do agricultor brasileiro. Só não estamos conseguindo competir com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos , finalizou ele ante uma platéia perplexa. Data maxima venia, provocaríamos: ape. nas por enquanto! Décio Luiz Gazzoni, Embrapa Soja
www.agronomo.eng.br/agronegocios
O PAPEL DO GOVERNO
Embora grande parcela do mérito do turbinamento da agropecuária brasileira seja privado, o Governo ainda tem papéis importantes a desempenhar. Não há como manter esse crescimento sustentado sem pesados investimentos em sanidade e tecnologia, sob pena de abortarmos o futuro que se desenha. Parte do Custo Brasil, das operações dos portos à legislação trabalhista, do arranjo tributário aos regulamentos dos mercados de energia, comunicação e transporte, ainda depende de ações do Governo. Entretanto, há um momento em que ele é insubstituível por definição: trata-se www.cultivar.inf.br
Gazzoni comenta sobre o crescimento do agronegócio brasileiro
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Mercado Agrícola - Brandalizze Consulting
Milho perde área e pode comprometer abastecimento em 2002 O panorama da nova safra do milho começa a se definir, com redução generalizada do plantio. Notamos que produtores do Rio Grande do Sul devem optar pelo aumento da soja e feijão. Isso também ocorre em Santa Catarina, onde notamos pequenos produtores partindo para a soja, que normalmente é dominada pelos médios e grandes por necessitar de máquinas mais caras. Isso poderá ser um problema para os pequenos, já que a colheita da soja depende de máquinas - e muitas das regiões de SC não têm máquinas suficientes. O Paraná, maior produtor de milho do país, não foge à regra geral e troca de áreas de milho por feijão no Sul e Sudoeste do estado; também nestas regiões deverá haver mais soja, que cresce forte no Oeste e Norte. Se entrarmos em SP veremos que o milho perde lugar para a laranja que voltou a ser atrativa aos produtores e também par a Cana-de-Açúcar. Seguindo para o Mato Grosso do Sul, veremos que os produtores estão jogando as áreas de milho de verão do Chapadão para soja, o que também ocorre em Goiás. Em partes de Minas a área de milho vai para soja também; em outras poderá aumentar por causa dos problemas econômicos da cafeicultura. Por enquanto, as expectativas apontam para redução de 1,2 a 1,5 milhões de hectares de milho na safra de verão. O governo tentou motivar o setor, mas pouco tem conseguido de sucesso. Se este quadro vier a ser confirmado, teremos um aperto no abastecimento de 2002.
MILHO Colheita chega ao final e mercado começa a reagir O mercado do milho vê os números finais da safrinha, que apontam para a casa das 6 milhões de T. Com isso, a pressão crescente de venda deverá diminuir e dar fôlego aos avanços nos indicativos. Já mostra casos de avanços, como no Rio Grande do Sul, que em agosto passou dos R$ 11,00 para os R$ 11,80/12,00. Também sinalizou com ganhos no Paraná que melhorou em pelo menos R$ 0,50 as cotações. Os produtores do Centro-Oeste esperam que a entressafra que começa agora dará maior liquidez ao produto que resta na região. As exportações devem passar da marca das 4,2 milhões de T neste ano.
SOJA Mercado segue com poucas ofertas A soja mostra redução no volume disponível, beneficiando produtores que conseguiram segurar até agora. Os indicativos mostravam bons ajustes em agosto e fizeram com que muitos conseguissem quitar as dividas do custeio que venceram no dia 15 passado com menos soja que nos meses anteriores. O mercado continuou atrelado ao clima americano - menos qualidade nas lavouras e safra menor do que as expectativas. Aponta o USDA 78 milhões de T, frente às 82 milhões de maio. Empresas privadas trabalham entre 73 e 77 milhões de T, ou seja: com grande queda sobre as expectativas iniciais. É um bom sinal para o mercado de 2002.
ARROZ Demanda em alta e varejo segurando ajustes O mercado do arroz mostrou avanço na demanda em agosto. Mas o casca só conseguiu mostrar correções positivas no final do mês, quando passadas as dividas do custeio. Em setembro se espera por novos ajustes nos indica38
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tivos, que trabalhavam na base dos R$ 15,50 para o Rio Grande do Sul e devem passar da marca dos R$ 16,00 ao casca comercial. No Centro-Oeste o governo acena que continuará vendendo e abastecendo as indústrias para assegurar estabilidade e abastecimento do setor. O governo quer mesmo é liquidar os seus estoques que estão na casa das 2 milhões de T.
FEIJÃO Mercado com pouca pressão de oferta e firme O feijão mostrará neste mês de setembro a entrada de poucas ofertas de produto novo. Com isso poderemos ter pressão positiva novamente. O preto está escasso e continuará firme até a chegada da nova safra, apontada para o final de novembro. Enquanto isso as cargas isoladas de irrigado do Centro do país deverão ser bem disputadas entre os empacotadores do Carioca. O replantio do Irrigado não ocorreu e assim a entrada de grandes volumes só deverá ocorrer no final de novembro e começo de de-
zembro. Segue firme, com indicativos de R$ 55,00/65,00, para o Carioca, e podendo melhorar, enquanto roda acima dos R$ 70,00 para o Preto.
ALGODÃO Produtores reclamam da liquidez A safra de algodão neste ano foi considerada muito boa pelo setor, mas a liquidez tem sido complicada. As indústrias internas trabalham com o produto que contrataram antecipadamente e a exportação não tem beneficiado a todos. Os produtores reclamam que alguns importadores estão cancelando os contratos ou querem renegociar com descontos para pagar menos em função da desvalorização do cambio. Com isso o novo plantio poderá não avançar no mesmo ritmo que nos últimos dois anos. Aponta-se que poderá ficar estabilizado. Os produtores têm que plantar com parte da safra comercializada antecipadamente para não correr o risco da liquidez.
CURTAS E BOAS TRIGO - a colheita chega no Paraná e em outros pontos isolados do país. Indicativos de 3 milhões de T, o que anima os produtores que vêm recebendo de R$ 290,00 a R$ 310,00 para o produto de melhor qualidade. O setor já começa a se movimentar para garantir boas sementes para 2002. ARROZ - neste mês uma missão brasileira estará buscando espaços para o nosso arroz junto ao mercado do Irã, onde se importa mais de 1 milhão de T por ano e há espaço para colocarmos produto. Em troca poderíamos trazer Petróleo. SOJA - o novo plantio é projetado entre os 15 e 16 milhões de hectares. Com isso as projeções de safra vão das 40 a 42 milhões de T
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para 2002. Novamente projeta recorde histórico. É bom estar atento a comercialização antecipada para não depender de caixa na boca da safra. MILHO - a forte queda no plantio da primeira safra, já consolidada, força as empresas de sementes a rever suas tabelas e assim poderá haver boas cultivares com preços competitivos no segundo plantio. Lembramos que uma boa dobradinha para aqueles que têm feijão no cedo é entrar com o milho na seqüência. SORGO - a entrada da safra motiva os negócios, com indicativos em crescimento, seguindo a linha do milho. Com fechamentos em agosto junto ao mercado consumidor de SP nos R$ 9,00/ 9,50 por saca, contra os R$ 6,00 praticados no Centro-Oeste.
Setembro de 2001