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Ano IV - Nº 42 Agosto / 2002 ISSN - 1518-3157 Empresa Jornalística Ceres Ltda CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: cultivar@cultivar.inf.br Site: www.cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 76,00
Sem invasoras
Diversas medidas podem ser adotadas para controlar as plantas daninhas em soja
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 8,00
Algodão de qualidade
Diretor:
Newton Peter
Editor geral:
Schubert Peter
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Redação
Controle de pragas é fundamental para garantir o rendimento da fibra
Pablo Rodrigues Charles Ricardo Echer Gilvan Dutra Quevedo
Design Gráfico e Diagramação:
Fabiane Rittmann
Marketing:
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Neri Ferreira
Circulação:
Nossa capa
Edson Luiz Krause Jociane Bitencourt
Especialista avalia os impactos causados por sistemas agropecuários ao solo do Cerrado
Assinaturas:
Simone Lopes
Ilustrações:
Rafael Sica
Revisão:
Carolina Fassbender
Cultivares de milho
Editoração Eletrônica:
Index Produções Gráficas
Fotolitos e Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
NOSSOS TELEFONES: (53) GERAL / ASSINATURAS: 272.2128 REDAÇÃO : 227.7939 / 272.2105 / 222.1716 MARKETING: 272.2257 / 272.1753 / 225.1499 / 225.3314 FAX: 272.1966 Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
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Pesquisadores relacionam as cultivares existentes no mercado e avaliam o material genético
índice
Nossa capa
Diretas
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Plantas daninhas em soja
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Coluna da Aenda
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Arroz: emissão de metano
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Manejo de pragas em algodão
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Características do algodoeiro
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Solos do Cerrado
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Novos rumos na Bayer
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Informe técnico Cooplantio
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Cultivares de milho no mercado
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Agronegócios
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Mercado agrícola
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Foto Capa / Iêda Mendes - Embrapa Cerrados Células de rizobium responsáveis pela fixação de nitrogênio na superfície das raízes da soja
diretas Informativos Cooplantio
Operações integradas
Desde 1º de agosto as operações de marketing e manufatura da John Deere do Brasil e da Argentina estão integradas, conforme informou David Everitt, presidente da Divisão Agrícola da companhia. Com as mudanças ocorridas em função da integração, Martin Mundstock, que antes respondia pela Direção Comercial da John Deere Brasil, passou a responder pela Diretoria de Marketing para a América do Sul. A Diretoria Industrial para a América Latina ficou sob a responsabilidade de Antônio Garcia. Como parte da nova estrutura comercial, Paulo Herrmann, outrora no cargo de Diretor Comercial Adjunto da John Deere Brasil, passou a ser o Diretor de Marketing para o Brasil. Na Argentina, a Direção de Marketing da empresa ficou com Aldo Torriglia.
Inseticida Basf
A Basf alcançou o marco de tratamento de um milhão de hectares de batata com Granutox. O produto está há 43 anos no mercado e apresenta excelentes resultados, principalmente no combate à larva alfinete. Para comemorar a conquista, a empresa vem realizando encontros regionais com bataticultores e agraciando os usuários mais antigos com troféus e medalhas.
Martin Mundstock
Agroturismo Internacional
Cultivar
dison, Wisconsin, EUA. Já o roteiro III é inteiramente direcionado à visitação à The PMA Fresh Summit, em New Orleans, Louisiana, que reúne todos os segmentos comerciais do setor hortifrutícola dos Estados Unidos. Mais informações no site www.agritoursbrasil.com.br ou pelos telefones: (11) 5062 3181 e 9545 2004 com Frank e (47) 325 1195 e 9980 2037 com Michael.
A Apsemeg manifesta preocupação com as dificuldades de comercialização de algumas culturas. De acordo com o presidente Eder Luiz Bolson, os 1900 produtores de mudas de café vêm enfrentando problemas porque os baixos preços estão fazendo com que os agricultores abandonem as lavouras. Segundo Bolson, outro setor que passa por dificuldades é o do milho, onde há superoferta e a conseqüente redução dos preços. O presidente considera ainda que a demora na liberação da comercialização de algodão transgênico vem dificultando a competitividade de mercado e a atração de investimentos para Minas Gerais.
Evento Imperdível
A Bio Controle e a empresa Neudorff da Alemanha estão registrando o Ferramol granulado, indicado para o controle de lesmas e escargot, em culturas como flores, hortaliças, fumo e feijão. O produto resiste por mais tempo à umidade e à chuva e é composto por fosfato de ferro encontrado no solo, o que representa mais um atrativo para as lesmas e escargot. Além disso, apresenta baixa toxidade para o homem e o meio ambiente. Ferramol possui certificado para uso em agricultura orgânica na Alemanha.
A Apasem está otimista com os resultados da comercialização de sementes de soja. Segundo o secretário Eugênio Bohaptch, a maior parte dos produtores já fez o pedido e há inclusive escassez de algumas cultivares, como por exemplo a CB 202, que desponta entre as mais procuradas. Na avaliação de Bohaptch, está acontecendo algo atípico, uma vez que nessa mesma época, em anos anteriores, a busca pelo produto havia recém iniciado. O aumento na procura é atribuído à alta do dólar que trouxe como conseqüência a elevação das cotações no mercado da soja.
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Durante o 17º Seminário Cooplantio, que aconteceu de 12 a 14 de junho, em Gramado (RS), foi lançado o livro: Informativos Técnicos Cooplantio , escrito por Dirceu Gassen. A publicação traz recomendações sobre manejo fitossanitário, fertilidade do solo e outras informações oportunas principalmente sobre as culturas de soja, milho, trigo e aspectos pontuais do sistema de Plantio Direto.
Contra lesmas
Comercialização de sementes
A Agritours Brasil Ltda, empresa especializada no agroturismo técnico, oferece três roteiros sob medida para os agropecuaristas brasileiros neste segundo semestre. O primeiro roteiro é para a maior e mais dinâmica feira agrícola dos Estados Unidos, a FPS Farm Progress Show, na cidade de Alleman, região central de Iowa. O roteiro II será para a World Dairy Expo 2002, a maior exposição do setor leiteiro, em Ma-
Crise à vista
De 18 a 23 de agosto, Foz do Iguaçu será a sede de um evento internacional sobre Patologia de Insetos e Controle Microbiano de Pragas. As maiores autoridades mundiais em Controle Biológico através de microorganismos estarão no encontro, o qual será coordenado por Flávio Moscardi, pesquisador da Embrapa Soja. Informações adicionais podem ser obtidas pelo site: www.pjeventos.com.br/ sip2002
Flávio Moscardi
Peso das embalagens A APPS acompanha com expectativa a entrada em vigor do regulamento constante na portaria 127 do Inmetro, que modifica o percentual de tolerância na variação do peso das embalagens de sementes. O coeficiente pas-
sa de 1% para 3%. De acordo com o secretário Cássio Luiz de Camargo, a alteração é resultado de especial empenho da APPS, cujo trabalho pela modificação foi iniciado há aproximadamente cinco anos. Camargo salienta que
não haverá prejuízo aos produtores diante do controle do número de unidades e da qualidade de germinação. A portaria, datada de quatro de julho, deve entrar em vigor passado o prazo para consulta pública, estabelecido em sessenta dias.
Mudança no mercado
Geraldo Davanzo volta a integrar a equipe das sementes Pioneer, como gerente de produção de soja. Para isso, está deixando a Dow, onde ocupava o cargo de gerente de marketing nas áreas de milho, sorgo e girassol.
www.cultivar.inf.br
Geraldo Davanzo
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Cultivar
Lavoura sem erva As plantas daninhas causam grandes prejuízos à cultura da soja. Porém, diversas medidas de controle podem ser adotadas para minimizar ou evitar as perdas na lavoura
A
soja é uma espécie introduzida no Brasil, originaria de clima temperado, apresentando o ciclo C3 , portanto, não eficiente fotossinteticamente. Por isso, pode sofrer bastante a interferência de outras plantas que com ela convivem nas condições de clima tropical. Estudos têm mostrado que a cultura deve ficar livre da interferência de plantas infestantes nos primeiros 30 dias após a emergência, em média. Após esse período, o fechamento da cultura garante bom manejo. As principais espécies de infestantes monocotiledôneas que ocorrem nas lavouras de soja estão listadas na Tabela 1. A maioria pertence à Familia Poaceae (as gramíneas), sendo quase todas plantas eficientes e, em função disso, muito competitivas. As espécies dicotiledôneas (as folhas largas) mais importantes estão na Tabela 2. Evidentemente, ocorrem outras espécies, regionalmente. São diversas as possibilidades de manejo das plantas infestantes na cultura da soja, não obstante ter-se utilizado predominantemente o manejo químico, desde a introdução desta cultura no Brasil. As diferentes formas de manejo podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação de duas ou mais, visando eficácia, economicidade e praticidade. O manejo das plantas daninhas pode ser preventivo, cultural, mecanizado, químico ou biológico. 06
Cultivar
MANEJO PREVENTIVO
O objetivo básico do manejo preventivo é reduzir o banco de sementes existente no solo, pois é muito grande a quantidade de sementes que podem permanecer viáveis no solo por longos anos. O primeiro cuidado que se deve ter na www.cultivar.inf.br
Em lavouras na entressafra, em seqüência, como o trigo, outro cereal de inverno ou milho, o manejo desta, qualquer que seja o método é um meios eficaz de redução de sementes que germinam e vegetam o ano todo, como é o caso de picão-branco (Galinsoga parviflora) ou falsa-serralha (Emilia sonchifolia). O manejo das plantas daninhas, com ou sem lavoura de entresafra, pode ser realizado com uso de roçadeiras, após certo período de desenvolvimento das plantas mas, antes da formação de sementes. É aconselhável fazer as roçadas até no início do florescimento. Deve-se ficar atento à área, portanto. O material vegetal fica picado sobre o solo, protegendo-o contra erosão e reduzindo a germinação de plantas daninhas. Além de tudo, é material orgânico que vai enriquecer o solo, tanto química quanto biologicamente. Outro método preventivo é o uso de herbicidas ou de dessecantes de amplo espectro, aplicados na mesma época em que se faria a roçada. Os produtos que podem ser utilizados nesse caso, são o amônio-glufosinato (Basta), diquat (Reglone), paraquat (Gramoxone ou similar), glifosato (Roundup ou similar). No caso de se fazer o plantio direto, o momento da aplicação de herbicida não é tão importante, desde que as plantas já estejam bem dessecadas quando se plantar a soja. Usando roçadeiras, deve-se programar o corte para que não haja plantas muito desenvolvidas no momento da semeadura. Nesta ocasião, os herbicidas de pós-emergência farão o controle das rebrotas e das espécies que estiverem germinando. Na semeadura convencional, os restos vegetais devem estar bem desintegrados. Com isso, o processo de decomposição da massa vegetal se fará mais rapidamente com a incorporação ao solo pela aração e gradagem, que serão realizadas, também, com mais facilidade e menor dispêndio de energia. A rotação de culturas é um manejo cultural de grande importância, podendo-se dizer imprescindível. Além dos benefícios óbvios de melhor uso do solo e seu enriquecimento, há significativa redução de dissemínulos de es-
implantação da lavoura da soja é realizar a semeadura com sementes isentas de dissemínulos de espécies não desejadas. Ao se adquirir as sementes, verificar se são certificadas e garantidas quanto a sua qualidade e sua pureza com relação a sementes de infestantes. Outra prática é estabelecer um programa anual de manejo da áreas. Agosto de 2002
Agosto de 2002
pécies que vegetam na área o ano todo, como foi visto acima. Associar a rotação de culturas com o plantio direto tem sido a prática mais eficaz do ponto de vista do manejo de plantas daninhas. O não revolvimento mantém muitas sementes dentro do solo a profundidades nas quais não germinam. A palhada, ou restos culturais, de uma cultura faz cobertura da superfície evitando a germinação de diversas espécies que aí se localizam, além de proteger o solo.
MANEJO CULTURAL
Tabela 01
Soja
Espécies monocotiledôneas mais importantes que ocorrem em lavouras de soja no Brasil Nome científico
Nomes vulgares
Ciclo
Brachiaria decumbens
capim-braquiária
perene
Brachiaria plantaginea
capim-marmelada, papuã
anual
Cenchrus echinatus
capim-carrapicho, timbete
anual
Commelina benghalensis
trapoeraba
perene
Cynodon dactylon
grama-seda, grama-de-burro
perene
Cyperus rotundus
tiririca
perene
Digitaria horizontalis
capim-de-colchão, milhã
anual
Digitaria sanguinalis
capim-de-colchão, milhã
anual
Eleusine indica
capim-pe-de-galinha
anual
O manejo cultural se faz por Eragrostis pilosa capim-barbicha-de-alemão anual meio da escolha de cultivares, Panicum maximum capim-colonião perene manejo populacional e de prátiPennisetum setosum capim-oferecido perene cas fitotécnicas, especialmente Rhynchelitrum roseum capim-favorito anual aquelas relacionados à fertilidaSetaria geniculata capim-rabo-de-raposa anual de do solo. A escolha correta de cultivaSorghum halepense capim-massambará perene res é, na realidade, o primeiro passo no estabelecimento de uma lavoura . No caso da soja, há um grande número de cultivares adapta- alterar tanto o espaçamento entre as linhas dos para as diferentes regiões do Sul, Sudeste quanto o número de plantas por linha. Com e Centro-Oeste do Brasil. Os materiais são isso, visa-se a ocupação ideal do solo, buscanadaptados às condições de clima e de solo. do o potencial produtivo da variedade e reduCom um cultivar adequado, a competitivida- zindo o espaço disponível a outras plantas de da cultura é aumentada com relação às não desejáveis. plantas daninhas. Esse tipo de manejo leva em conta o culO manejo populacional consiste no arran- tivar utilizado, sua altura e sua arquitetura, o jo espacial das plantas da lavoura em função nível de fertilidade do solo, a disponibilidade do porte da variedade utilizada, o que pode de água durante o ciclo e o grau de infestação mudar o número de plantas por área. Pode-se das plantas daninhas. Trabalhos de pesquisa mostram que a redução de espaçamentos e o aumento da população de plantas, com maior densidade de semeadura, podem resultar em maiores produtividades. Dessa forma, deve-se usar, sempre que possível, este tipo de manejo, visando reduzir a infestação de plantas daninhas. Um dos fatores limitantes para a adoção de espaçamentos menores pode ser o maquinário disponível, às vezes não permitindo a alteração de bitolas. A correção do solo, neutralizando o teor de Al, elevando o pH, favorece a lavoura e pode desfavorecer determinadas espécies de plantas daninhas adaptadas a condições de acidez e elevados teores de Al. A adubação na linha de semeadura, que já é prática rotineira, também favorece a soja, não ficando o fertilizante tão próximo às plantas daninhas das entrelinhas.
MANEJO MECANIZADO
Este tipo de manejo implica no uso de tratores e implementos e é aplicável ao sistema de semeadura convencional. O uso dessas máquinas na cultura da soja é viwww.cultivar.inf.br
Cultivar
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...ável economicamente, desde que haja adequa-
do dimensionamento entre a área a cultivar e tamanho e rendimento dos equipamentos utilizados. Pode-se realizar manejo prévio à implantação da lavoura com aração e gradagem, no sistema convencional. Estas operações visam enterrar os restos vegetais e eliminar sementeiras de plantas daninhas. No caso de se utilizar um herbicidade PPI antes da semeadura, a incorporação, que é mecânica, além de posicionar o herbicida dentro do solo, como é requerido, realiza o preparo adequado do solo e elimina sementeiras já existentes. Trata-se, no caso, de uma combinação de métodos de manejo. O cultivo mecanizado pode ser realizado com tratores convencionais e grades de discos ou de hastes flexíveis. Estas grades devem al-
cançar pelo menos seis ruas da lavoura para justificar o consumo de energia e reduzir a um mínimo admissível a compactação do solo. No caso de seis ruas cultivadas, 33% delas sofrerão compactação pelo rodado da máquina. Quanto mais leve for o trator, tanto melhor será. O trator multipropósito, já em uso em vários países, deve ser preferido para operações mecanizadas. Possui bitola de, aproximadamente, cinco metros. Com espaçamento de 0,50 m entre linhas, com uma grade ou, com duas grades, a ele acopladas, pode-se cultivar dez ruas. Se a grade, ou as grades, excederem a largura do trator, podem ser cultivadas 12, 14 ou, até 16 ruas em cada passada.
MANEJO QUÍMICO
Esta forma de manejo utiliza os produtos
Tabela 01
Principais espécies infestantes dicotiledôneas que ocorrem em lavouras de soja no Brasil Família e espécie
Nome vulgar
Ocorrência
Ciclo
Hábito
AMARANTHACEAE Alternanthera ficoidea
apaga-fogo
SP
C4
rasteiro
Amaranthus deflexus
caruru-rasteiro
PR,SP
C4
ereto
Amaranthus hibridus
caruru-roxo
RS,PR,SP,MS
C4
ereto
Amaranthus retroflexus
caruru-rasteiro
RS,PR,SP,MS
C4
ereto
Amaranthus viridis
caruru-comum
RS,PR,SP,MS
C4
ereto
Acanthospermum australe
carrapichinho
RS,SP,MS
C3
rasteiro
Acanthospermum hispidum
carrapicho-de-carneiro
PR,SP
C3
ereto
Bidens pilosa
picão-preto
RS,PR,SP,MS
C3
ereto
Emilia sonchifolia
falsa-serralha
DF,SP,GO
C3
ereto
Galinsoga parviflora
picão-branco
PR,SP,MS
C3
ereto
Commelina benghalensis
trapoeraba
PR,SP,MS
C4
rateiro
Commelina sp.
trapoeraba
PR,SP
C4
rasteiro
Ipomoea aristolochiaefolia
corda-de-viola
RS,SP,MS
C3
trepador
Ipomoea purpurea
corda-de-viola
SP
C3
trepador
Quamoclit coccinea
corda-de-viola
RS,SP
C3
trepador
leiteiro, amendoim-bravo
RS,PR,SP
C4
ereto
Malvastrum coromandelianum
vassourinha
SP
C3
ereto
Sida cordifolia
guaxuma
MS
C3
ereto
Sida rhombilfolia
guaxuma
RS,PR,SP,MS
C3
ereto
Sida spinosa
guaxuma
RS,PR,SP
C3
ereto
Portulaca oleracea
beldroega
PR,SP
C4
rasteiro
RUBIACEAE
RUBIACEAE
-
-
-
Richardia brasiliensis
poaia-branca
PR,RS,SP
C3
rasteiro
joá-bravo
RS,PR
C3
ereto
ASTERACEAE
COMMELINACEAE
CONVOLVULACEAE
EUPHORBIACEAE Euphorbia heterophylla MALVACEAE
PORTULACACEAE
SOLANACEAE Solanum sisymbrifolium
(adaptado de Kissmann, 1976)
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Cultivar
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químicos chamados herbicidas e é a mais utilizada na lavoura da soja. Pode ser utilizado tanto na semeadura convencional quanto no plantio direto. As aplicações de herbicidas podem ser feitas antes da semeadura, com incorporação ao solo (PPI), (sistema convencional); após a semeadura mas, antes da emergência das plantas (PRE) e, após a emergência das plantas daninhas e da lavoura, em diferentes momentos (POS). No caso de semeadura direta, podese combinar herbicidas de PRE e de POS na aplicação, antes da emergência das plantas.
APLICAÇÃO DE HERBICIDAS EM PPI
Alguns herbicidas necessitam ser incorporados ao solo por serem sensíveis à radiação ultravioleta, que é o caso do grupo das dinitroanilinas. A incorporação deve ser realizada o mais breve possível, quando a aplicação é feita antes ou durante as horas de maior insolação. Aplicando-se à tardinha ou, no início da noite, pode-se aguardar até a manhã do dia seguinte para incorporar. A incorporação deve atingir de cinco a dez cm. Não é necessário que o solo esteja úmido por ocasião da aplicação e da incorporação. São poucos os herbicidas de PPI indicados para a lavoura da soja disponíveis atualmente. Como o metribuzin é eficiente no controle de dicotiledôneas, pode ser misturado com trifluralin ou pendimethalin, no sentido de ampliar o espectro de controle, apenas em solos médios e argilosos e com m.o. > 1,5%. Neste caso, a incorporação ideal é de 5 a 6 cm de profundidade.
APLICAÇÃO DE HERBICIDAS EM PRÉ
Para esta forma de aplicação há um grande número de herbicidas recomendados para a soja. Neste caso, os herbicidas são aplicados à superfície do solo, após a semeadura mas, antes da emergência das plantas daninhas ou da soja. É necessário conhecer a infestação potencial da área para a escolha acertada do herbicida ou mistura, uma vez que os diferentes produtos apresentam espectros distintos de controle. De modo geral, para se obter controle eficaz com esses herbicidas, é necessário que no momento da aplicação ou, logo após, o solo esteja com bom teor de água. Condições de seca determinam perdas por volatilização e/ ou fotodecomposição e, mesmo, arrastamento pelo vento, para a maioria dos compostos. Quando o período seco se alonga após a aplicação, as perdas podem ser totais ou, de tal ordem, que não haverá mais controle suficiente das plantas daninhas. Nesse sentido, é recomendável aplicar os herbicidas com 400 ou mais litros de água por hectare. A umidade favorece a solubilização dos herbicidas, ou parte deles, possibilitando sua distribuição em uma fina camada superficial, protegendo-o. No plantio convencional, o bom preparo Agosto de 2002
do solo, sem torrões ou restos de cultura, é fator determinante para a boa deposição dos herbicidas na superfície do solo. As misturas de herbicidas são freqüentes, tendo em vista que a população de plantas daninhas não é constituída só de gramíneas ou só de dicotiledôneas. Quando se usa a mistura de dois herbicidas, deve-se reduzir a dose de cada um, em 25 a 30 %, considerando o lado econômico e, que existe, em geral, efeito somatório das ações dos herbicidas. É desejável aplicar, sempre, o mínimo de produtos químicos no solo. Existem formulações prontas de mistura de herbicidas. Além disso, podem ser feitas misturas diversas, procurando-se, sempre, combinar um herbicida que seja mais eficiente contra gramíneas com outro eficiente contra dicotiledôneas. Assim, podemos misturar alachlor + metribuzin; oryzalin + metribuzin; alachlor + linuron; metolachlor + linuron; pendimethalin + metribuzin; cyanazine + alachlor e outros , dependendo da disponibilidade dos produtos, do preço, do tipo de solo e das espécies de plantas daninhas presentes.
APLICAÇÃO EM PÓS-EMERGÊNCIA
Nos últimos anos foram descobertos mui-
tos herbicidas para aplicação em POS para a soja, constituindo estes a maioria atualmente. Isso ampliou muito o leque de opções para o manejo das plantas daninhas. Uma das grandes vantagens do uso de herbicidas de POS na lavoura da soja é que a decisão da escolha do produto e das áreas a serem aplicadas pode ser feita mais tarde, após a emergência das plantas. É evidente que o conhecimento prévio da infestação potencial é sempre desejável mas, mesmo na falta deste há tempo para um eficiente controle químico. Mesmo no caso de se ter realizado aplicação em PPI ou em PRE ou, utilizado outro método de manejo, podese complementar com herbicida de POS. Há herbicidas de POS específicos contra gramíneas e outros para dicotiledôneas, todos muito bem tolerados pelas plantas de soja. Em função das espécies de plantas daninhas que ocorrem, pode-se utilizar um herbicida apenas ou dois herbicidas em mistura, prática bastante comum. Neste caso, também se faz a redução de doses de cada composto, na proporção de 25 a 30 % ou, mesmo, 33 %. Para obter eficiência no manejo das plantas daninhas em POS é preciso estar atento ao espectro de espécies controladas e ao estádio ideal das plantas para a aplicação. Para herbicidas que são mais eficientes nos estádi-
os iniciais não se pode protelar a aplicação e, para aqueles que são eficientes para espécies já mais desenvolvidas, convém aguardar o máximo possível, para atingir também as plantas que emergiram mais tardiamente. Devese intervir antes que se inicie a competição entre cultura e plantas daninhas. Espécies que podem causar inibição da soja por alelopatia devem ser eliminadas o mais cedo possível.
MANEJO BIOLÓGICO
O manejo das plantas daninhas por meio de outros seres vivos está, atualmente, em fase de pesquisa. Para a lavoura da soja existe já a possibilidade de controlar algumas espécies, o amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) em particular, com o uso de um fungo, o Helminthosporium. Em experimentos já se conseguiu alcançar o nível de 60 % de redução de amendoimbravo com o uso deste fungo. O agente passa a ser, então, um bioherbicida. É possível que em futuro bem próximo já possamos contar com inimigos naturais eficazes e seguros para o manejo de plantas daninhas na lavoura da soja.
COMBINAÇÃO DE MÉTODOS
O manejo de plantas daninhas pode ser
...
AENDA
Defensivos Genéricos
...realizado com sucesso, muitas vezes, com o
uso de apenas um método isoladamente. No entanto, devido à diversidade de espécies que geralmente ocorrem nas áreas agrícolas, com mono e dicotiledôneas, diferentes ciclos de vida, diferentes momentos de germinação, variações de clima etc., torna-se necessário combinar dois ou mais métodos. A escolha dos métodos se fará, sempre, levando em conta os fatores acima mencionados e a disponibilidade de equipamentos e tratores, mão-deobra, herbicidas, cultivares, sistema de plantio e custos de cada um. São sugeridas, a seguir, algumas combinações de métodos aplicáveis e eficazes na lavoura da soja. Detalhes e modificações devem ser decididos e realizados in loco , sempre com acompanhamento de um agrônomo especialista. O método preventivo de sementes puras será sempre praticado. 1. Preparo prévio +herbicida O preparo prévio com gradagem imediatamente antes da semeadura, eliminando a sementeira, pode ser combinado com o uso de herbicida de PPI. A escolha do herbicida dependerá das espécies presentes, podendose utilizar mistura de dois compostos. A escolha do herbicida pode recair sobre um de PRE, isolado ou mistura de dois herbicidas. Também nesse caso, é preciso conhecer a infestação que ocorre normalmente na área. A aplicação do herbicida pode ser realizada em POS. Neste caso, não é preciso conhecer antes a composição da flora infestante mas, é preciso ter disponibilidade de diferentes herbicidas (para mono ou dicotiledôneas). É preciso ter trator e pulverizador disponível. 2. Preparo prévio + herbicida + manejo populacional São as mesmas práticas do item anterior, associadas à redução de espaçamento ou au-
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Cultivar
mento de densidade de sementes nas linhas. Nesse caso, o fechamento mais precoce da lavoura possibilita a aplicação de apenas um herbicida e redução de dose, pois o efeito residual não precisa ser tão longo. Na verdade, essa forma de manejo se aplica mais a herbicidas de PPI e de PRE. O fechamento precoce reduz ou elimina a possibilidade de emergência de espécies tardias e as que surgem ficam ocultas entre as plantas da lavoura, não sendo bem atingidas por um herbicida de POS. Redução de espaçamento implica em tratores com bitola adaptada e rodado mais estreito. 3. Preparo prévio + manejo populacional É possível em áreas de baixa infestação, já bem conhecida por meio de lavantamentos anteriores. Com o uso de cultivares de ciclo determinado, de 110 a 120 dias, há menos acamamento. Pode-se utilizar espaçamento de 0,50 m e 40 sementes por metro linear de sulco. Pode-se mesmo arriscar espaçamento de 0,40 m mas, é bom fazer experimentação na região. 4. Manejo de entresafra + herbicida Este caso é mais aplicável ao plantio direto, pois o convencional se aplica nos casos 1 e 2, acima. Faz-se o controle na entresafra, com ou sem rotação de cultura, utilizando-se roçadeiras ou herbicidas de POS, de ação ampla ou dessecantes. Pode-se fazer uma roçada e uma aplicação de herbicida de POS. Por ocasião da semeadura, nova aplicação de herbicida pode ser realizada (PRE + POS) ou, apenas PRE, se não houver plantas vegetando neste momento. Não havendo infestação de plantas por ocasião da semeadura, pode-se optar por um herbicida de POS ou mistura de dois de POS, em momento oportuno e dependendo da infestação que ocorrer. 5. Manejo químico + manejo mecanizado Nesta combinação, faz-se a aplicação de herbicida ou mistura apenas em uma estreita faixa sobre a linha de semeadura (25 a 30 cm). Na entrelinha o cultivo se faz com um cultivador, superficialmente, no momento oportuno. Como a aplicação do herbicida precisar ser posicionada bem sobre a linha da soja, o método só se aplica a PRE e a POS. Poderia ser de PPI se a aplicação, incorporação e a semeadura se fizerem todos em uma www.cultivar.inf.br
Sobrevida abusiva de patentes Artigo publicado no The Washington Post critica aspectos da lei de patentes norte-americana
só vez com um equipamento montado para esse fim. No caso de PRE, a aplicação é feita simultaneamente com a semeadura. Semeadora e pulverizador devem ser montados no mesmo trator. Isso depende do que há disponível. Se ambos são de engate nos três pontos, fica inviável. Planejando a longo prazo e havendo área grande para ser aplicada, vale a pena investir em um equipamento adaptado, pois a economia é grande. Se a semeadora é de reboque, o pulverizador pode ser engatado nos três pontos mas, se aquela é de engate, o pulverizador precisa ser montado sobre o trator, com um tanque de cada lado. Para aplicação de PRE, a barra se posicionará após a semeadora e fica de 15 a 20 cm de altura sobre o solo, dependendo do ângulo do leque de aplicação, para que a faixa de aplicação cubra em torno de 50 % da largura do espaçamento. O cultivador será utilizado após a emergência das plantas daninhas em um estádio de no máximo 10 cm de altura, de preferência de 5 a 8 cm. Se a opção de manejo químico for em POS, o ideal é conjugar pulverizador e grade e fazer o cultivo ao mesmo tempo. Dependendo da altura das plantas da cultura, ao invés de um bico leque ou cônico sobre a linha é mais interessante aplicar o herbicida com dois bicos laterais em cada linha, num sistema pendente. O importante neste manejo, seja em PRE, ou em POS, é reduzir o número de passadas do trator na área. A vantagem deste manejo é deixar o solo mais protegido nas entrelinhas com plantas que ainda não estarão causando qualquer interferência . até serem cultivadas. Robert Deuber
IAC Instituto Agronômico de Campinas
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mpresas de medicamentos impetram ações judiciais quando a patente de um medicamento de alto valor está com prazo por vencer e se uma empresa concorrente planeja colocar no mercado um similar mais barato o similar mais barato é automaticamente banido do mercado por 30 meses. O surgimento da concorrência normalmente derruba o preço das drogas para menos da metade, e esse prazo adicional conferido à patente transfere grande soma dos consumidores para o detentor da patente. Como exemplo, a AstraZeneca está afastando a concorrência do Prisolec, uma droga destinada ao tratamento da azia. A extensão do monopólio do Prisolec por um ano poderia custar aos programas estatais de auxílio saúde cerca de US$ 300 milhões, e ao plano de saúde dos empregados de uma única companhia, a AstraZeneca, há um enriquecimento na ordem de US$ 2 bilhões empobrecendo consumidores, proporcionalmente. Não se trata de um ataque às patentes de medicamentos. A indústria farmacêutica necessita de incentivos para criar novos tratamentos para a saúde e para gastar bilhões em pesquisas para realizá-los. Porém, patentes devem subsistir por um determinado prazo, após o qual é suposto que o inventor já tenha sido adequadamente remunerado. Expirado o prazo da patente, a concorrência deve ser buscada com o intuito de derrubar preços e tornar o atendimento médico disponível a todos. Custos de medicamentos constituem o fator que mais contribui para o aumento dos gastos com a saúde. De acordo com estudo recentemente feito, o preço da prescrição médica su-
biu 10% em 2001, a despeito da taxa de inflação americana ter ficado em torno de 1%. Estender o prazo de patentes além de sua pressuposta vida é o mesmo que praticar um roubo, e a conseqüência é que mais americanos irão se unir às classes dos não-assegurados, e mais idosos não terão condições de custear os medicamentos que necessitam. As companhias farmacêuticas dizem que não pretendem estender o prazo de patentes para além do que a lei permite, mas chamam a atenção para o fato de que muitos medicamentos estão protegidos por mais de uma patente, de forma que mesmo quando uma expira, as outras podem continuar ativas, tornando legítima a não permanência de cópias similares no mercado. Isso pode ser legítimo; a AstraZeneca, por exemplo, reivindica que mesmo já havendo expirado o prazo da patente do ingrediente ativo do Prilosec as patentes cobrindo outros aspectos da tecnologia permanecem ativas. O problema é que, sob a Lei Hatch-Waxman/84, os pleitos das empresas farmacêuticas não precisam ser plausíveis para manter fora do mercado competidores, pois o prazo de 30 meses é automaticamente concedido no momento em que o inventor impetra a ação ju-
dicial, não importando se a mesma tem mérito ou não. O Congresso precisa definir essa questão. Os senadores americanos, Charles Schumer (D-NY) e John McCain (RAriz) apresentaram projeto de lei nesse sentido e outros legisladores estão analisando a questão, inspirados pela coalizão de governadores de estados e corporações, fartos com o rápido crescimento do preço dos medicamentos. Uma sensata alteração seria permitir que os 30 meses de extensão somente fossem acionados se os detentores das patentes convencessem o júri de que a causa é meritória, numa audiência preliminar. Além disso, o Congresso poderia considerar a possibilidade de eliminar a extensão de 30 meses por medicamento restringindo a variedade de patentes que os inventores pudessem utilizar para anular a concorrência. Um novo frasco à prova de fraudes não deveria impossibilitar similares das pílulas que formam o seu conteúdo. Nota: essa matéria foi extraída de editorial do The Washington Post, 29/03/ . 02 e traduzida por ABIFINA.
Arroz
Arroz no Efeito Estufa Emissão de gás metano em áreas de cultivo de arroz irrigado é pesquisada pela Embrapa
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m termos globais, no ano 2000, foram ocupados 148 milhões de hectares com o cultivo de arroz, atingindo uma produção de 597 milhões de toneladas (FAO, 2001). Segundo a FAO, com base na tendência de um rápido crescimento da população, nos próximos vinte anos haverá necessidade de aumentar substancialmente a produção mundial de arroz, o que pode corresponder a um acréscimo de demanda da ordem de 300 milhões de toneladas do cereal. Porém, a perspectiva é de que o aumento da produção mundial de arroz venha a ocorrer sem grande expansão da área atualmente cultivada, principalmente do sistema de cultivo de arroz irrigado por inundação. Há muita restrição à expansão da área deste sistema de produção orizícola, geralmente fundamentada em impactos ambientais
negativos que possam advir de alterações no ecossistema, a exemplo, pela intensificação da emissão de gás metano, um dos geradores do efeito estufa. O metano (CH4) é um gás que contribui para o efeito estufa, tendo um potencial de aquecimento global 20 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO2). A concentração atmosférica de metano aumenta a uma taxa de 0,6% ao ano. Este aumento pode ser estabilizado à medida que esforços de mitigação sejam implementados. Estimativas globais indicam que uma média de 60 Tg (Tg = 1012 gramas) de metano sejam emitidas anualmente pelos campos de arroz inundados. Mais de 90% dessa emissão é atribuída aos países asiáticos. No Brasil, estimativas preliminares realizadas pela Embrapa (1998) indicam Fotos Embrapa Meio Ambiente
Pesquisadores em trabalho no laboratório de análises
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Cultivar
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uma emissão média anual de 0,27 Tg de metano proveniente de áreas de arroz inundado, no período de 1986 a 1996. Somente no Estado do Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz irrigado do país, as emissões de metano foram estimadas em 0,19 Tg, em 1994, de um total emitido no país de 0,28 Tg. Diante desta realidade, a EMBRAPA, através das Unidades Clima Temperado (Pelotas) e Meio Ambiente (Jaguariúna), está desenvolvendo uma pesquisa com o objetivo de quantificar in situ a emissão de CH4 em áreas de cultivo de arroz irrigado, nas regiões da Fronteira Oeste, Depressão Central e Litoral Sul do RS. Este projeto recebeu aprovação do Programa Avança Brasil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com suporte financeiro para o período de 2001-2003. Esta atividade está sendo desenvolvida também pela Embrapa Meio Ambiente na Estação Experimental do IAC, em Pindamonhangaba, SP. O metano é um gás inodoro produzido em solos inundados, por meio da decomposição anaeróbia (na ausência de oxigênio) de resíduos orgânicos, pelas bactérias metanogênicas estritamente anaeróbias. A drenagem dos solos diminui a emissão de CH4 para a atmosfera devido ao fato de a aeração do solo inibir sua produção por essas bactérias. Concomitantemente, ocorre a diminuição da concentração de CH4 no solo devido à oxidação aeróbia por bactérias metanotróficas. A microflora envolvida no processo de emissão de metano é pouco conhecida, sendo que somente três gêneros de bactéAgosto de 2002
rias metanogênicas (Methanobacterium, Methanospirillum, Methanobrevibacter) e dois gêneros de metanotróficas (Methanospirillum, Methanocorpusculum) foram isolados em solos de arro. Existem três processos de emissão de
CH4 para a atmosfera: (a) a perda em forma de bolhas de ar, é um mecanismo que ocorre durante o estágio inicial de crescimento da planta e durante operações de eliminação de invasoras; (b) a perda por difusão, através da superfície do solo e da água, é um processo que ocorre lentamente; e (c) o transporte através do aerênquima (tecido vascular) da planta de arroz e a liberação para a atmosfera através dos brotos, os quais não estão sujeitos ao controle estomacal, sendo este o mecanismo mais importante de emissão (Cicerone et al., 1983). A quantidade de metano emitido de arrozais inundados para a atmosfera resulta, em linhas gerais, do balanço de dois processos opostos: (a) produção de metano por bactérias metanogênicas, que são estritamente anaeróbias, e (b) oxidação de metano no solo, conduzida pelas bactérias metanotróficas, nas zonas oxigenadas do ecossistema (interface água-solo e rizosfera do arroz). As bactérias metanotróficas utilizam o metano como substrato, sendo ativas em interfaces óxico-anóxicas, onde os gradientes de concentração de metano e oxigênio se sobrepõem (AULAKH et al., 2001). A produção de metano ocorre somente em condições altamente reduzidas (potencial redox de -200 mv). Alagamentos intermitentes ou drenagens diminuem as
emissões de CH4, que também são altamente dependentes da quantidade de carbono orgânico disponível, proveniente da palha de arroz adicionada ao solo, ou de adubos verdes. O fluxo de metano através da planta de arroz depende de vários fatores, como: (a) a concentração de CH4 na solução do solo; (b) o estágio de crescimento da planta; (c) a altura e arquitetura da planta; e (d) a cultivar. Sabe-se que a drenagem periódica do solo, para aeração das raízes, reduz drasticamente a emissão de metano. Esta prática agrícola é de fácil aplicação e poderia ajudar o controle das emissões de metano irrigado (Wassmann & Aulakh, 2000). Outra estratégia de redução de metano em campos de arroz inundados é a compostagem de materiais orgânicos antes de sua incorporação ao solo. Os trabalhos para reduzir a emissão de metano devem ser elaborados a partir de uma ampla discussão, com a participação de pesquisadores, extensionistas rurais, produtores e consumidores, visando integrar todos os componentes da cadeia produtiva do arroz e, assim, atender às deman. das da sociedade. Maria Laura Turino Mattos, Embrapa Clima Temperado Magda Aparecida Lima, Embrapa Meio Ambiente
Paulo E. Degrande
Algodão
Para que possa exportar o algodão, o produtor precisa estar atento à qualidade da pluma a ser comercializada. Portanto, o manejo de pragas torna-se um aliado indispensável
Guerra às pragas
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este artigo discutiremos os aspectos relacionados ao manejo de pragas que afetam os programas de qualidade de fibra em sistemas de produção de algodão. O atual produtor brasileiro de algodão tem boa competitividade internacional, entretanto a valorização do seu produto é extremamente dependente da qualidade da pluma a ser comercializada, bem como da imagem social e ambiental do sistema de produção adotado. A meta é buscar a máxima qualidade das características intrínsecas e extrínsecas de cada fardo de pluma. Práticas agronômicas inadequadas, fatores inerentes à planta (genética), externos (clima, pragas, sistemas de colheita etc.), e ao ser humano (beneficiamento, padronização, manipulação dos fardos até o destino, e outros serviços) são responsáveis por perdas qualitativas do algodão. Os objetivos da qualidade no manejo de pragas são atingir as diretrizes da alta administração, relacionadas com a melhoria dos vários processos que têm impacto na satisfação dos clientes, qualidade da fibra e serviços, devendo ser mensuráveis e consistentes, incluindo o comportamento com planejamen14
Cultivar
to, execução, avaliação dos resultados e ações para melhorar continuamente o produto, processos ou sistemas, utilizando normalmente indicadores.
PRAGAS E DANOS QUALITATIVOS
Independente dos efeitos na produtividade, algumas pragas afetam seriamente a qualidade da fibra em função dos seus danos diretos e indiretos. Pelos danos diretos podem ser destacados os seguintes artrópodes: percevejos, insetos desfolhadores, bicudo, lagartarosada, broca-da-haste e ácaros. Já pelos prejuízos indiretos destacam-se o pulgão, a mosca-branca e percevejo. Os insetos desfolhadores, tais como besouros e lagartas, podem causar desfolhas intensas no final do ciclo da cultura, em função disso pode ocorrer problemas no micronaire (combinação de finura e maturidade da fibra) e manchas na fibra provocadas pelas fezes, especialmente se houver umidade. À semelhança dos danos das lagartas desfolhadoras, os ácaros (especialmente o ácarorajado) podem causar desfolhas intensas antecipando o final do ciclo da cultura. A perda prematura das folhas provoca problemas no micronaire, uma vez que afeta a área foliar ou www.cultivar.inf.br
a eficiência fotossintética da metade ao final do ciclo da cultura, o que favorece principalmente a formação de fibras imaturas. Estas pragas que têm a capacidade de promover a formação de fibras imaturas, além de afetar o micronaire, têm a capacidade de provocar o mais importante tipo de neps, que é aquele decorrente de pequenas aglomerações de fibras de algodão, oriundas da colheita de fibras imaturas. De outro lado, o bicudo e a lagarta-rosada quando atacam maçãs verdes promovem o sintoma conhecido popularmente como carimã , que decorre da abertura imperfeita do capulho, o que pode aumentar as impurezas do algodão colhido, porém raramente seus ataques afetam os componentes de fibra medidos pelas análises de HVI. O ataque da broca-da-haste nas maçãs verdes prejudica a adesão dos pedúnculos dos frutos aos ramos, podendo aumentar as impurezas no produto na hora da colheita. Durante o ataque aos capulhos, o percevejo-manchador tem a capacidade de provocar manchas nas fibras com suas dejeções. Quando se alimentam das maçãs, promovem deformações e apodrecimentos, pois entram microorganismos na estrutura. Os percevejosAgosto de 2002
rajados e as espécies migrantes da soja também introduzem microorganismos que levam ao apodrecimento ou causam lesões nas maçãs. Em particular, os percevejos-rajados podem promover a derrubada dos botões florais das primeiras posições na planta, atrasando a maturidade. Moscas-brancas e pulgões são responsáveis por 80-90% dos problemas de mela que levam ao algodão doce ( stickiness ) no campo. Ambos os insetos alimentam-se da superfície inferior das folhas, mas a deposição de mela ( honeydew ) ocorre na página superior das folhas, maçãs e capulhos. Quando o capulho se abre, a fibra é branca e clara porque a celulose é altamente reflectiva e ainda existe pouquíssima degradação da sua superfície. A mela escorre das folhas até as maçãs abertas e não é fácil de ser vista quando está seca. Quando o nível de contaminação com mela é muito elevado, as fibras ficam virtualmente incapazes de serem processadas. Nessa situação a qualidade do processo têxtil é adversamente afetada por causa da pegajosidade e empaçocamento dos resíduos em rolos. Algodoais contaminados com mela também retêm ciscos, areia e sujeira por ocasião de vendavais no final do ciclo da cultura, o que prejudica o beneficiamento. Por sua vez, no campo, se houver umidade mínima em folhas com mela, a fumagina (fungo Capnodium spp.) escurece as folhas e fibras. Este fungo utiliza principalmente os açúcares da mela como substrato para seu desenvolvimento, e não se trata de um fungo fitopatogênico. Com a pluma úmida (alta umidade do ar, orvalho e chuva), os fungos começam a se nutrir da superfície melada da fibra. A cor dos esporos do fungo torna-a cinzenta, alterando sua coloração. Se o ambiente seca, retornando à condição de dias ensolarados, o crescimento do fungo diminui, e o algodão pode perder o acinzentamento, mas nunca completamente. Alguns autores consideram que a fumagina é menos prejudicial que o açucaramento provocado pela mela. Entretanto, no beneficiamento, ambos os problemas são capazes de afetar a qualidade da fibra, seja por alterar a cor da fibra ou por causar algodão doce. Vale lembrar que as plantas doentes (por vírus transmitidos por insetos, como a doença azul e vermelhão), especialmente as chamadas viroses tardias, têm a capacidade de produzir fibras de baixa qualidade. Há de se incluir, ainda, que infestações Agosto de 2002
altas e precoces de tripes podem afetar o crescimento inicial da cultura, o que atrasa a frutificação levando a um retardamento da maturação, que por sua vez reflete negativamente na qualidade da fibra. Do mesmo modo, os ataques severos e precoces das lagartas-das-maçãs em lavouras de algodão podem aumentar o risco de prejuízo ao micronaire/maturidade, pois eles fazem com que as plantas fixem sua carga muito tardiamente, devido à derrubada dos botões florais das primeiras posições na planta e grande formação de ponteiro, onde freqüentemente as fibras são mais imaturas.
REDUZINDO DANOS QUALITATIVOS
O abandono de práticas de controle de pragas após o início da abertura de capulhos Cultivar
Algodão apresentando ótima qualidade de fibra
costuma ser o grande responsável por danos qualitativos por pragas no algodão do Brasil. Também, plantas de porte elevado têm a tendência de agravar os problemas de qualidade da pluma, seja por dificultar o manejo, acentuar os problemas de ataques de pragas, aumentar o apodrecimento de maçãs atacadas por insetos, ou dificultar o controle de pragas do baixeiro. A adoção de bons e práticos programas de manejo integrado é fundamental para reduzir riscos de danos qualitativos por pragas do algodoeiro. Basicamente, estes programas estão baseados na: 1) utilização dos fundamentos entre a cultura / ambiente / pragas; 2) amostragens fidedignas; 3) diagnóstico precoce; 4) utilização de sistemas científicos de aviso; 5) www.cultivar.inf.br
táticas de controle sustentáveis; 6) continuidade do controle de pragas na fase final do ciclo da cultura; 7) eficiente educação e transferência de tecnologia. Os níveis de controle devem ser cientificamente sólidos, e são componentes essenciais da tomada de decisão. Níveis de controle empíricos devem ser substituídos por outros definidos cientificamente.
PARA OS PULGÕES, CONSIDERAR
Até 30 dias após a emergência (dae, nas variedades suscetíveis à virose, controlar até 3% de plantas infestadas (onde planta infestada é aquela que tem pulgão). Nas variedades resistentes, controlar até 40% de plantas infestadas (nesse caso, planta infestada deve ter colônias). Em variedades suscetíveis, dos 30 aos 120 dae, fazer a primeira avaliação de incidência de virose aos 30 dae (as demais aos 60, 90 e 120 dae) e controlar a praga de acordo com os seguintes critérios: até 2% de plantas com virose elevar o nível até 10% de plantas atacadas. Após 60 dae, se continuar com esta incidência baixa de virose, elevar o nível de controle para 15 a 20% de plantas infestadas; 2 a 6% de plantas com virose manter o nível em 3 a 5% de plantas infestadas por pulgão; >6% de plantas com virose realizar controle total, ou seja, nova aplicação assim que acabar o residual do produto e eliminar (através de roguing) as plantas doentes. Dos 120 dae até o final do ciclo, controlar o pulgão com até 40% das plantas infestadas. Na verdade, este nível é teórico. O importante é dar continuidade na avaliação da lavoura e detectar os primeiros sinais de mela nas folhas e pluma para fazer controle da praga. Levar em consideração também a infestação de pulgão, avaliando o tamanho das colônias, o parasitismo e o potencial da praga em causar mela. Controlar a mosca-branca quando tiver 20% das plantas com presença da praga. Verificar presença de ninfas na quinta folha do ponteiro (de cima para baixo na planta), e a presença de adultos agitando o terço superior da planta. No final do ciclo da cultura, controlar esta praga quando detectar o início de mela nas folhas e pluma. Pesquisas recentes têm procurado identificar, isolar e pulverizar alguns microorganismos (leveduras) capazes de nutrir-se da mela sem que afetem a qualidade da fibra do algodão. Estas medidas mostram-se promissoras pois podem eliminar a possibilidade de controlar quimicamente pulgões e moscas-brancas no final do ciclo, já que os danos diretos causados por eles costumam ser desprezíveis, e a estratégia baseia-se em eliminar apenas o melado. O controle da lagarta-das-maçãs (HelioCultivar
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...this e Spodoptera) deve ser efetuado quando
mais econômico, prático e eficiente que trataaté 10% das plantas estiverem infestadas. mentos em área total, minimiza a possibilidaDeve-se tomar o cuidado de controlá-las quan- de de grandes surtos precocemente, consedo ainda estão pequenas (< 7 mm), devido à qüentemente os danos qualitativos serão medificuldade de combater as lagartas grandes. nos acentuados. O combate dos percevejos-rajados e do Outro aspecto está relacionado às infestações precoces destas pragas que, se forem intensas percevejo-manchador deve ser efetuado quane houver danos, irão deslocar a formação de do houver presença de insetos em 10-20% das carga para o final do ciclo, aumentando a pos- plantas. Observar atentamente as bordadusibilidade de se obter fibras com problemas de ras, principalmente com a soja que está sendo colhida, pois a migração de espécies da soja micronaire/maturidade. Para pragas desfolhadoras, como o curu- pode comprometer o algodão. Muitas vezes, querê, plusia e besouros, em lavouras jovens tratamentos realizados apenas nas bordadu(até 30 dae), considerar como nível de con- ras podem resolver o problema; por outro lado, trole 1 a 2 lagartas por metro linear Embrapa Algodão e/ou não deixar ultrapassar os 10% de desfolha. Nas demais fases de desenvolvimento da cultura, controlálas quando a população for superior a 2 lagartas por planta, ou 25% de desfolha do ponteiro, ou 10% de desfolha de toda a planta em média, o que acontecer primeiro. Para o controle da lagarta-rosada utilizar, em cada talhão de 100 hectares, pelo menos duas armadilhas de feromônio sexual gossyplure, eqüidistantes uma da outra e da bordadura. Controlar esta praga quando capturar em média 10 mariposas em 2 noites, em cada armadilha. Reaplicar os tratamentos com até 3% das maçãs atacadas, nesse caso avaliar através da contagem de um mínimo de 100 maçãs firmes, porém não maduras, por talhão. O uso de gossyplure aplicado em área total objetivando confundir os machos de mariposas mostra ser uma tecnologia eficiente no combate da praga, desde que a aplicação seja feita precocemente e contemple as áreas vizinhas, com vistas a evitar danos e Ovos do curuquerê: interferência de talhões vizinhos. verde não-parasitado e Para o controle destas pragas da preto parasitado Ordem Lepidoptera (lagartas), a utilização de algodão geneticamente modificado capaz de produzir as toxinas de Bacillus thuringiensis (algodão-Bt) é o ideal é controlá-las na cultura da soja. Tamatualmente a melhor solução para eliminar os bém, ficar atento ao monitoramento do perdanos diretos e indiretos causados por este cevejo-rajado, uma vez que eles são muito ágeis grupo pragas, uma vez que a planta pratica- e costumam passar despercebidos pelos momente se torna imune aos insetos. É o que nitores de pragas. Uma sugestão dada é fazer demonstram estudos criteriosos e usos comer- batidas de pano nas horas de temperaturas ciais em larga escala da tecnologia na África mais amenas do dia (de manhã cedo) para do Sul, Argentina, Austrália, China, Estados constatar sua presença na área, pois com temUnidos, Índia, México, dentre outros países. peraturas mais baixas eles ficam com moviA adoção de medidas de controle do áca- mentos relativamente mais lentos que em ro-rajado e do ácaro-branco, em área total da horários muito quentes. lavoura, deve ser feita quando ocorrer 10% e O controle do bicudo deve ser feito, em 40% de plantas infestadas com sintomas ini- área total, quando até 5% dos botões florais ciais da praga, respectivamente. No caso do estiverem atacados (presença da praga, oviácaro-rajado, dispensar atenção especial para posição ou danificados). Avaliar um mínimo o combate precoce de bordaduras e reboleiras de 250 botões florais preferidos da plantas da praga. Este controle localizado, além de ser dominantes por talhão. É fundamental para
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Cultivar
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o sucesso no combate do bicudo a adoção de atitudes coletivas na região de ocorrência da praga. Isto evita grandes surtos populacionais regionais do inseto. Sob o ponto de qualidade de fibra, evitar altas populações de bicudo no final do ciclo da cultura objetiva minimizar os danos nas maçãs. É altamente recomendado que se detecte os focos primários do bicudo nos talhões, monitorando cuidadosamente as bordaduras, as proximidades de refúgios e/ou instalando armadilhas de feromônio sexual grandlure. O Cutout se caracteriza pela fase da planta em que a demanda energética excede a produção fotossintética, onde a planta finalmente reduz seu crescimento vegetativo. Muitas vezes, após esta fase algum brotamento de plantas pode oferecer substrato para populações de insetos-pragas se desenvolverem, como pulgão e moscabranca. Desse modo, evitar a excessiva irrigação no final do ciclo. Também evite doses exageradas de nitrogênio que podem manter a planta verde por prolongados períodos de tempo. Muitos insetos, por exemplo os pulgões, multiplicam-se intensamente no algodão que está verde e exuberante no final do ciclo, causando problemas de qualidade de fibra ou exigindo seus controles.
CONCLUSÕES
O manejo de pragas focado na qualidade da fibra é um dos componentes essenciais de uma empresa produtora de fibra de algodão que busca atender mercados exigentes. Esta preocupação visa fazer com que seus produtos e serviços conquistem a liderança de mercado em atendimento às exigências do mundo dos negócios. Todo programa de manejo de pragas deve reunir pessoal técnico capacitado, parceiros estratégicos e uma gama de serviços dirigida tanto para os que ainda não implementaram seus sistemas de qualidade quanto para os que querem evoluir em seus processos. Graças às equipes de manejo, e através de ações corretivas e preventivas devese eliminar as causas e as situações capazes de interferir nos processos que não estão em conformidade aos requisitos do sistema da qualidade. Normalmente, são elas aplicadas antes da implementação de novos produtos, processos ou sistemas, ou antes de modificações já existentes. No Brasil, a atual estrutura de supervisão das lavouras baseada numa assistência agronômica responsável contribui para este aprimoramento de manejo de pragas. . Paulo E. Degrande
Universidade Federal Mato Grosso do Sul Agosto de 2002
Pablo Rodrigues
Algodão
Que planta é esta?
O algodão é considerado considerado uma das plantas com maior possibilidade de aproveitamento. aproveitamento. Apenas a fibra, fibra, seu seu principal principal produto, produto, tem mais de 400 aplicações aplicações industriais industriais AP
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algodoeiro pertence ao gênero Gossypium, família Malvaceae. Tem-se hoje, 52 espécies, sendo que quatro são cultivadas e exploradas economicamente G. hirsutum (responsável por mais de 90% da produção mundial), G. barbadense (são os pimas, os GIZAS do Egito e outras variedades da Índia e do Sudão), G. herbaceum e G. arboreum (muito pouco cultivadas e somente no velho mundo). Da espécie G. hirsutum, estima-se que existam no mundo atualmente mais de 2500 cultivares, sendo que no Brasil, na safra atual, mais de 40 cultivares foram colocadas à disposição dos produtores, sendo uma parte deas constante da lista de cultivares por Estado, no documento do zoneamento do algodão no nosso país. Nos USA, somente no Estado do Texas, maior produtor americano, por ano, são colocados à disposição dos produtores mais de 50 cultivares de algodão. O algodoeiro é um verdadeiro boi vegetal, sendo que a fibra, o seu principal produto, tem mais de 400 aplicações industriais, além das outras partes econômicas, como as sementes (línter, óleo, proteínas, casca). Tanto a fibra como as sementes podem ser exportadas diretamente ou processadas e exportadas como manufaturados. O línter, por exemplo, que são fibras curtas abaixo de 4,0mm, é usado para a produção de algodão hidrófilo (farmácia), fabricação da pólvora, estofamentos, celulóide e outros produtos. Agosto de 2002
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Nossa capa
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Especialista avalia os impactos causados por sistemas agropecuários à atividade enzimática e à biomassa microbiana dos solos de cerrado
O solo do Cerrado
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No tocante às áreas de produção no Brasil, temos basicamente três grandes áreas: Centro-Oeste, Sul e Sudeste e Nordeste, conforme pode ser visualizado nos mapas em anexo. No Nordeste tem-se o cultivo de dois tipos de algodão, o anual ou upland , que é o herbáceo, produtor de fibra média (30-32mm, comprimento comercial) e o perene, derivado do algodão mocó, G. hirsutum L. r marie galante Hutch. Nas demais regiões se cultiva o herbáceo. No Nordeste tem-se plantios de sequeiro (regime de chuvas), na maioria, e irrigado, pequena área estimada em 20.000ha, com elevada produtividade, superior a 4,5 t/ha de algodão em caroço (1800 kg fibra/ha) e alta qualidade intrínseca da fibra. No Nordeste o clima é árido e semiárido, de temperaturas médias elevadas, superiores a 240C, umidade relativa do ar em torno de 60%, elevada demanda evaporativa do ar, com potencial hídrico do ar chegando a 1000 bars e precipitação pluvial entre 450 a 1000mm. Em São Paulo e no Paraná o clima é bem melhor, em termos de chuvas, porém há maior nebulosidade.
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No Centro-Oeste, que envolve os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os solos são de Cerrado, de elevado nível de inteperismo, com elevados teores de alumínio trocável e ácidos, que necessitam de calagem para serem produtivos. As chuvas são abundantes, mais de 1400mm/ano, a umidade relativa do ar é elevada. Quanto a fenologia da cultura é muito variável, dependendo da cultivar (ciclo precoce, médio, médio-tardia e tardia) e do ambiente de produção, em especial temperatura do ambiente, luminosidade, regime hídrico e condições do solo (química e física). A amplitude do ciclo varia de 100 dias (no Nordeste, de sequeiro, cultivar precoce, como o ano da CNPA Precoce 3) até quase 190 dias (como ocorre com as cultivares tardias nas regiões de maior pluviosidade). Atualmente, o algodão que o Brasil exporta é oriundo do Mato Grosso e de outros Estados do Centro-Oeste, colhido a máquina (de fusos), tipo 5,5 a 6,0, dentro do padrão internacional, de elevada reflectância, comprimento médio, finura e re. sistência médias. Napoleão E. de Macêdo Beltrão, Embrapa Algodão Agosto de 2002
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s microorganismos represen tam cerca de 60% a 80% da fração viva e mais ativa da matéria orgânica do solo que constitui, por sua vez, o principal componente de fertilidade dos solos de Cerrado. As raízes das plantas e a fauna do solo são os outros componentes da fração viva da matéria orgânica, constituindo respectivamente, 5% a 10% e 15% a 30% da mesma (Theng et al., 1989). Apesar da sua importância em relação ao teor total de C orgânico no solo, o tamanho dos componentes vivos da matéria orgânica é relativamente pequeno, variando de 1% a 5% do C orgânico total dos solos (Jenkinson & Ladd, 1981; Smith & Paul, 1990). A biomassa microbiana do solo (geralmente expressa em mg de C. g-1 de solo ou mg de C. kg-1 de solo) é constituída por fungos, bactérias e actinomicetos que atuam em processos que vão desde a origem do solo (intemperização das rochas), formação e manutenção da sua estrutura, até a decomposição de resíduos orgânicos, ciclagem de nutrientes, e biorremediação de poluentes e metais pesaAgosto de 2002
dos. Nos ecossistemas tropicais, onde o N e o P estão entre os principais fatores limitantes para a produtividade, também merecem destaque os processos de fixação biológica do nitrogênio, as relações
Biodiversidade X Quantidade
simbióticas entre plantas e fungos micorrízicos e a ação dos microorganismos solubilizadores de P e produtores de fosfatases. www.cultivar.inf.br
A busca de práticas agrícolas que proporcionem altas produtividades, mas que também levem em consideração os diversos aspectos relativos à qualidade ambiental é uma equação complexa cuja resolução não pode negligenciar o componente biológico do solo, pois este apresenta uma estreita inter-relação com os componentes físicos e químicos. Por isso, todos os fatores que afetam negativamente os microorganismos e promovem perdas da matéria orgânica, também provocam uma deterioração das propriedades físicas e químicas do solo. Apesar de excepcional, do ponto de vista de participação no cenário agrícola nacional, o desenvolvimento agrícola da Região dos Cerrados muitas vezes tem sido acompanhado do manejo inadequado do solo, resultando em decréscimos nos teores de matéria orgânica, destruição dos agregados, compactação e erosão (Silva et al., 1994). Embora os impactos de sistemas agrossilvopastoris nas propriedades químicas e físicas dos solos de Cerrado sejam relativamente bem documentados, o mesmo não pode ser dito sobre o impacto desses sistemas nas propriedades bioCultivar
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... químicas (atividade enzimática) e microbio-
lógicas (quantidade, atividade, composição e biodiversidade das comunidades microbianas) desses solos. Outro aspecto que deve ser ressaltado é que algumas dessas propriedades microbiológicas e bioquímicas podem ser utilizadas como indicadores capazes de refletir mudanças sutis no solo bem antes que alterações nos teores de matéria orgânica possam ser observadas. A identificação e o melhor conhecimento desses indicadores microbiológicos e bioquímicos em solos do Cerrado é fundamental tanto para incentivar o agricultor que já está adotando sistemas agrícolas conservacionistas, quanto para alertar aquele que está adotando sistemas de manejo que levam à degradação do solo. A falta de informações sobre a biomassa microbiana e seu papel na ciclagem de nutrientes nas savanas tropicais contrasta com a abundância de informações nos ecossistemas das regiões temperadas e mesmo em outras regiões do Brasil, tais como a Amazônica e a Região Sul. Até 1998, os estudos de microbiologia do solo realizados na Região dos Cerrados foram concentrados em fungos micorrízicos e em rizobiologia (seleção de estirpes de rizóbio adaptadas às condições de Cerrado, para as culturas da soja, feijão, ervilha e outras leguminosas). Existia, até então, um desconhecimento sobre as propriedades microbiológicas dos solos de Cerrado sob vegetação nativa, sobre os impactos de sistemas agrícolas no funcionamento dos processos microbiológicos desses solos e de suas conseqüências na manutenção, melhoria ou perda da qualidade dos mesmos, após sua incorporação à agricultura. Neste texto serão apresentados os resul-
tados dos estudos iniciados em 1998 na Embrapa Cerrados. Com base nesses trabalhos, hoje possuímos um volume considerável de informações sobre os processos microbiológicos dos solos de Cerrado sob vegetação nativa e sob diferentes sistemas agropastoris. Nesses estudos foram monitoradas as alterações promovidas por diferentes sistemas de manejo (culturas anuais/plantas de cobertura sob plantio convencional e sob plantio direto; pastagens e sistemas integrados de culturais anuais/pastagens) na dinâmica da biomassa e atividade microbiana em solos de Cerrado. Também foram avaliadas as possibilidades do uso de indicadores microbiológicos para detectar, com maior antecedência, os níveis de recuperação do solo após o estabelecimento de sistemas de manejo conservacionistas em áreas com níveis diferenciados de degradação. Além dos sistemas agrícolas, os estudos também contemplaram várias fitofisionomias do bioma Cerrado (Campo Sujo, Cerrado Ralo, Cerrado Sentido Restrito, Cerradão e Mata de Galeria). O carbono na biomassa microbiana (CBM) foi avaliado pelo método de clorofórmio fumigação-incubação (CFI). Também foram avaliados a respiração microbiana (C prontamente mineralizável) e os níveis de atividade de três enzimas do solo (Tabatabai, 1994) que fazem parte dos ciclos do Carbono (b-glucosidase), Fósforo (fosfatase ácida) e Enxofre (arilsulfatase). Impactos de sistemas de Plantio Direto e Plantio Convencional nas propriedades microbiológicas e bioquímicas do solo: Devido à grande expansão do plantio direto (PD) no Cerrado (atualmente estimase que mais de três milhões de hectares são
Microorganismos constituem cerca de 60 a 80% da parte viva dos solos do Cerrado
cultivados sob PD na região), áreas sob plantio direto e plantio convencional (PC) foram incluídas no estudo e serão enfatizados nesse artigo. Foram avaliados, em dois experimentos, os efeitos de diferentes culturas de cobertura, em PD e PC, na dinâmica do carbono da biomassa microbiana (CBM) e na atividade enzimática do solo (b-glucosidase, fosfatase ácida e arilsulfatase). As amostras de solo foram coletadas nas proAdição do substrato Formação do produto fundidades de 0 a 5 cm e de 5 a 20 cm, nos meses de janeiro (estação chuFiltragem fosfato vosa) e agosto (estação seca) e tivep-nitrofenol ram início em agosto de 1998. O exp-nitrofenil sulfato perimento I foi implantado em 1997, glucosidase constando de sucessões de culturas de Tampão cobertura/milho, em dois sistemas de Incubação por Temperatura Solo manejo: incorporação em pré-plantio Determinação pH 1 hora da cultura comercial e plantio direto. colorimétrica Os tratamentos utilizados como cul420 mm turas de cobertura foram os seguintes: guandu cv. Kaki (Cajanus cajan) e Mucuna-cinza (Mucuna pruriens). Na testemunha absoluta, o solo permaneceu com vegetação espontânea. As culturas de cobertura foram semeadas no final da estação chuvosa e o milho no início. O delineamento ex-
Atividade enzimática do solo
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Cultivar
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Agosto de 2002
perimental foi de blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com três repetições. Os adubos verdes representaram as parcelas, e os sistemas de manejo as subparcelas. A área das parcelas foi de 12 m x 30 m e a das subparcelas de 12 m x 15m. Para avaliação do efeito de um sistema consolidado de PD em comparação ao PC, as amostragens foram realizadas num experimento iniciado em 1992 (experimento II). Este experimento consiste de duas faixas de 320 m e envolve a avaliação dos efeitos de plantas de cobertura e sistemas de preparo do solo (PD e PC), na dinâmica da biomassa e da atividade microbiana numa rotação soja/milho. Uma das faixas é preparada anualmente pelo sistema convencional de preparo do solo (aração e gradagem antes do plantio da cultura comercial e gradagem para incorporação de invasoras logo após a colheita) e a outra é preparada no sistema de PD, desde 1992. Na faixa sob PD, também são testadas como plantas de cobertura, em sub-faixas de 34 m x 50 m, o nabo forrageiro (Raphanus sativus) e o milheto (Pennisetum americanum). A terceira área avaliada (área III) representou um solo de Cerrado nativo (Cerrado Ralo) e está localizada ao lado das áreas dos experimentos I e II, constituindo o referencial para avaliar as condições originais do solo.
CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA
Os níveis de biomassa-C nas áreas dos experimentos I e II foram inferiores aos níveis observados na área de Cerrado nativo, independentemente da época e profundidade de amostragem. Ou seja, após a incorporação dos solos nativos de Cerrado ao processo agrícola, ocorreu uma queda acentuada nos níveis de biomassa microbiana, isto é, da fração viva e mais ativa da matéria orgânica do solo. Entre os fatores responsáveis por condições mais favoráveis ao desenvolvimento microbiano, na área sob vegetação nativa, merecem destaque a ausência de preparo do solo e a maior biodiversidade florística dessas áreas. A ausência de revolvimento do solo favorece a preservação das hifas fúngicas, o acúmulo da serapilheira na superfície do solo (propiciando a ocorrência de menor variação e de níveis mais adequados Agosto de 2002
Propriedades do solo
Químicas pH, Al, Ca+Mg, P, K ...
Físicas Matéria orgânica
Textu Dens Cap.
Biológicas
de temperatura e umidade) e resulta na maior presença de raízes finas (que aumentam a entrada de substratos carbonados no sistema, via exudatos radiculares). A diversidade florística das áreas nativas influencia não só a produção (quantidade), mas também a qualidade da serapilheira. No experimento II (implantado em 1992), na profundidade 0 a 5 cm, desde a amostragem de janeiro de 1999 os tratamentos sob PD têm apresentado níveis de carbono da biomassa microbiana (CBM) de 20 a 270% superiores aos do PC. No experimento I (implantado em 1997), nas avaliações de 1998 e 1999 não houve diferenças significativas entre os tratamentos em relação aos teores de CBM, nas profundidades 0 a 5 cm e 5 a 20 cm. Entretanto, na avaliação realizada em janeiro de 2000 (época chuvosa), na profundidade 0 a 5 cm, foi observada pela primeira vez, nos tratamentos sob PD, uma tendência de maiores níveis de biomassa (50% de aumento), a qual desapareceu na estação seca de 2001. Esses resultados evi-
Biom micro Ativid enzim
denciam a sensibilidade dos indicadores microbiológicos para detectar as modificações iniciais, que ocorrem após o estabelecimento de sistemas de PD em solos da Região dos Cerrados e a importância de acompanhar a evolução desses sistemas ao longo do tempo. As principais diferenças entre PD e PC foram observadas na profundidade 0 a 5 cm, tendo sido mais acentuadas no experimento II, onde o PD já estava consolidado. Isso ocorre porque no sistema de PD a aplicação localizada de adubos e a ausência de revolvimento do solo (favorecendo o acúmulo de restos culturais e de raízes nos cinco centímetros iniciais) propiciam a estratificação das propriedades microbiológicas, de tal forma que a profundidade de 0 a 5 cm passa a apresentar propriedades químicas, bioquímicas e microbiológicas bem distintas, quando comparada à profundidade de 5 a 20 cm. Nas áreas sob PC, onde o revolvimento do solo permite uma distribuição mais homogênea de adubos e restos culturais no perfil, essa diferenciação não é tão acentuada. As diferenças
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Fotos Iêda Carvalho Mendes
Campo limpo na região do Cerrado brasileiro
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Cultivar
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Biomassa microbiana PRÉ-INCUBAÇÃO Fumigação por 48 horas
Amostra não fumigadas
Dessecador Bomba de vácuo Amostra fumigadas
solo
solo
solo
CHCl
Incubação 10 dias
solo
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CO2 KOH CO 2 das amostras fumigadas
...entre as profundidades 0 a 5 cm e 5 a 20 cm
tendem a aumentar com o tempo de implantação do PD. Por isso, as diferenças observadas entre os sistemas de PD e PC foram mais pronunciadas no experimento II, onde o PD foi estabelecido em 1992. Em nenhum dos dois experimentos houve feitos significativos das plantas de cobertura nos teores de CBM. Também não houve variações significativas nos teores de CBM nas avaliações realizadas nas épocas seca e chuvosa. A ausência de variação sazonal pode estar relacionada ao fato de que as amostras coletadas nas épocas seca e chuvosa foram padronizadas quanto à umidade. Entretanto, outra hipótese estaria relacionada à adaptação gradativa da microbiota do solo às mudanças do ambiente, podendo ter havido, ao longo dos sete meses que separaram a coleta das amostras, mudanças qualitativas, o que
Microbiologia do solo
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Cultivar
CO 2 das amostras não fumigadas
não é possível determinar pelo método clorofórmio fumigação incubação, utilizado na determinação do CBM, que é um método quantitativo.
ATIVIDADE ENZIMÁTICA DO SOLO
Na profundidade 0 a 5 cm, a atividade da enzima b-glucosidase foi superior à do PC e do Cerrado, nos tratamentos sob PD do experimento II. No experimento I, as atividades observadas no PC e no PD foram similares e superiores às do Cerrado. A b-glucosidase atua na etapa final do processo de decomposição da celulose, hidrolisando os resíduos de celobiose (Tabatabai, 1994). Como a celobiose é um dissacarídeo de rápida decomposição no solo, a maior atividade observada nas áreas agrícolas, pode estar relacionada à quantidade e à qualidade do resíduo vegetal que é retornado ao solo. Nas áreas nativas, a maior diversidade de espécies de plantas, contribui para que o resíduo orgânico (galhos, ramos, folhas, flores, frutos e sementes), que retorna ao solo, seja mais complexo, o que explicaria as baixas atividades da b-glucosidase observadas nessas áreas, uma vez que outras enzimas (celulases, ligninases) também participariam dos processos de decomposição desses resíduos. Levando-se em consideração que as plantas também constituem fontes de enzimas para o solo é possível que a composição das plantas cultivadas também influencie nesse aspecto. Por fim, deve-se mencionar www.cultivar.inf.br
que as diferenças entre as áreas nativas e as cultivadas também podem estar relacionadas a mudanças qualitativas na composição das comunidades microbianas presentes nessas áreas. No experimento II, nas duas épocas de amostragem (seca e chuvosa), a atividade da arilsulfatase, na profundidade 0 a 5 cm, nos tratamentos sob PD foi superior às das áreas sob PC e vegetação nativa que foram similares. Na profundidade 5 a 20 cm não houve diferenças entre as áreas nativas e cultivadas. Resultados semelhantes também foram obtidos no experimento I, porém apenas nas amostragens realizadas na época chuvosa (as diferenças entre PD e PC desapareceram na época seca). Independentemente da época de amostragem, nas duas profundidades avaliadas (0 a 5 cm e 5 a 20 cm), os maiores níveis de atividade da fosfatase ácida foram observados nas áreas nativas. Isso se deve ao fato de que, como nessas áreas não existe entrada de fósforo (P) via adubos químicos, toda a ciclagem desse elemento é feita através de processos de solubilização de fontes pouco solúveis e principalmente através da mineralização do P da matéria orgânica pelas fosfatases. A redução da atividade da fosfatase nas áreas cultivadas está relacionada ao efeito inibidor do uso de adubos fosfatados prontamente solúveis (Gupta & Germida, 1988; Mendes, et al., 1999). Independentemente da época de amostragem, nas áreas sob PD do experimento II, profundidade 0 a 5 cm, a atividade da fosfatase foi maior que nas áreas de PC, apesar das maiores concentrações de fósforo (Mehlich) observadas nas áreas de PD. No experimento I, esse efeito ocorreu apenas nas amostragens da estação chuvosa. A maior atividade da fosfatase ácida no PD está relacionada à ausência de revolvimento do solo, favorecendo a concentração do adubo fosfatado no sulco de plantio. Dessa forma, a inibição das fosfatases por esses adubos não é tão acentuada como no PC, onde eles são misturados ao solo. Os valores elevados de arilsulfatase e fosfatase ácida nas áreas de PD estão relacionados e refletem a estreita relação que existe entre a química e a bioquímica dos solos. A elevada atividade de arilsulfatase nas áreas de PD deve-se à competição entre os ânions H2PO4- e SO4- pelos mesmos sítios de adsorção nos colóides do solo. Como o ânion H2PO4- é adsorvido preferencialmente nesses sítios (Tisdale et al., 1993) e como eles são mais concentrados nas áreas de PD, ocorre uma deficiência de S, que estimula a produção e a atividade da arilsulfatase nessas áreas. Assim, nas áreas de PD a alta concentração de P extraível (P Mehlich) promove uma deficiência de S nos cinco centímetros iniciais do solo a qual é compensada pelo estímulo na atividade da arilsulfatase. Agosto de 2002
À semelhança do que foi observado com a biomassa microbiana, as plantas de cobertura também não influenciaram as atividades das três enzimas avaliadas. Em relação à dinâmica da atividade enzimática nas épocas seca e chuvosa, as atividades determinadas na época chuvosa foram superiores às da época seca. Nas áreas cultivadas, as diferenças entre esses dois períodos foram observadas apenas na profundidade 0 a 5 cm. Nas áreas nativas, as diferenças entre seca e chuva também foram observadas na profundidade 5 a 20 cm, embora de forma menos acentuada que na profundidade 0 a 5 cm.
EFEITOS DO DESMATAMENTO DE NATIVAS
Como parte dos trabalhos para avaliar a sensibilidade dos indicadores microbiológicos e bioquímicos, na detecção de mudanças que ocorrem no solo, foi avaliada uma área de Cerrado recém-desmatada. A vegetação presente originalmente na área era do tipo Cerrado Sentido Restrito e o solo um Latossolo Vermelho-Escuro argiloso. O desmatamento foi efetuado em agosto de 1999 (época seca), com correntão, seguido pela passagem de uma patrola para enleiramento de troncos, galhos e raízes. A seguir, foi efetuada a distribuição de calcário e incorporação com arado e grade aradora. Parte da área sob vegetação original foi preservada, servindo como referencial para avaliação das condições originais do solo. Foram determinados os teores de C na biomassa microbiana do solo, as taxas de respiração microbiana (C prontamente mineralizável) e a atividade enzimática (b-glucosidase e fosfatase ácida). As avaliações foram realizadas aos quinze dias, três meses e um ano após o desmatamento. A avaliação de três meses foi feita antes do plantio do milho e antes da adubação corretiva de fósforo. Na avaliação efetuada aos quinze dias, as coletas de solo na área nativa e na área recém-desmatada foram realizadas na profundidade 0 a 20 cm. Nas coletas realizadas aos três meses e um ano após o desmatamento, as amostragens foram estratificadas em 0 a 5 cm e 5 a 20 cm. Na primeira amostragem realizada aos 15 dias, profundidade 0 a 20 cm, foi observada redução de 17% no C da biomassa e aumento de 21% na taxa de respiração microbiana. Os níveis de atividade enzimática não foram alterados. Entretanto, na amostragem realizada aos três meses após o desmatamento, coincidindo com o início da estação chuvosa, foram observadas, nas áreas desmatadas, profundidade 0 a 5 cm, reduções no CBM, respiração microbiana e atividade da b-glucosidase de 43%, 32% e 42%, respectivamente. Na amostragem realizada um ano após o desmatamento, as reduções no CBM e na atividade da b-glucosidase acentuaram-se mais ainda, atingindo 76% e 75%, enquanto Agosto de 2002
que a respiração microbiana apresentou valores similares aos da área nativa. Em relação à área nativa, a atividade da fosfatase apresentou aumento de 21% na avaliação aos três meses e redução altamente significativa de 80% na avaliação realizada um ano após o desmatamento. Esse decréscimo foi conseqüência da adubação corretiva de fósforo realizada imediatamente após a amostragem de novembro, inibindo a atividade dessa enzima. Na profundidade 5 a 20 cm, o comportamento das propriedades microbiológicas e bioquímicas, após o desmatamento, foi totalmente distinto da profundidade 0 a 5 cm. Os níveis de biomassa microbiana, na profundidade 5 a 20 cm foram ligeiramente superiores aos da área nativa (23% e 15% de aumento nas amostragens realizadas aos três meses e um ano). Os níveis de atividade da b-glucosidase permaneceram inalterados e a respiração microbiana dobrou (nas duas amostragens). Os aumentos na respiração microbiana podem ser atribuídos à incorporação de restos vegetais quando da aração,
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aumentando dessa forma a entrada de carbono que pode ser prontamente mineralizado pelos microorganismos, o que resulta no aumento da liberação de CO2. Comparando-se os resultados obtidos, nas duas profundidades, ficou claro que o impacto do desmatamento foi mais acentuado nos cinco centímetros iniciais do solo. Merece destaque a grande perda de biomassa microbiana que possivelmente está associada à ruptura de hifas de fungos micorrízicos (embora menos numerosos que as bactérias, os fungos constituem a maior parte da biomassa microbiana do solo) e à perda de parte da camada superficial do solo, quando da passagem do correntão e da patrola. Na área nativa, o maior teor de biomassa microbiana na profundidade 0 a 5 cm é conseqüência do acúmulo de serapilheira na superfície do solo. A presença dela aumenta a entrada de resíduos carbonados no sistema, favorecendo a comunidade microbiana do solo. Essa estratificação desaparece por ocasião do revolvimento do solo, através da aração.
Cultivar
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Informe Especial
Composição ideal de um solo
pectivas de esgotamento de importantes fontes de recursos naturais não-renováveis, o melhor entendimento do componente bioMacro Mat. lógico do solo será decisivo para a resolução Matéria Biomassa Orgânica da equação, envolvendo manutenção de alorgânica Viva Gases tas produtividades e sustentabilidade de sis16% 5% 5% 25% temas agrícolas. Devido aos resultados iniciais do trabaPartículas Matéria Substâncias lho na Região dos Cerrados e ao crescente minerais orgânica Água Húmicas interesse de pesquisadores sobre o funcio45% 5% 25% 49%Biomassa namento biológico dos solos, nós estamos Viva submetendo uma nova proposta de projeto 5% envolvendo várias instituições: Embrapa Soja, IAPAR, UFMT (Univ. Federal do Subst. Mato Grosso), ESALQ, UFRJ, Embrapa Macrofauna não Tabuleiros Costeiros. Nessa nova etapa das 8% Raízes húmicas pesquisas a proposta é iniciar a formação 22% 30% de um banco de dados sobre o funcionaUm ano após o mento biológico dos solos brasileiros. Dedesmatamento, a microrganismos pendendo dos resultados obtidos os pesquiruptura do equilí70% mento na atividade da sadores do projeto podem iniciar o desenbrio microbiológico b-glucosidase e a redu- volvimento de um kit para uso do agrido solo também ção na atividade da fos- cultor para avaliar a qualidade do solo. Atuacarretou perdas de fatase ácida. almente vários desses kits vêm sendo utili30% da matéria orgânica O próximo passo dessas pesquisas, zados por agricultores nos EUA e na Eurona profundidade 0 a 5 cm. Nesse mesmo período, os teores de matéria orgânica na Embrapa Cerrados, será o estudo das im- pa. Os resultados do projeto poderão levar na profundidade 5 a 20 cm permaneceram plicações agronômicas em curto, médio e lon- ao desenvolvimento de um kit baseado nesgo prazos desses impactos. Várias interroga- ses modelos ou em outros que se mostrem inalterados. ções como até que ponto a perda de biomas- mais adequados às condições brasileiras. sa microbiana nas áreas agrícolas estará relaCONSIDERAÇÕES FINAIS AGRADECIMENTOS Os parâmetros microbiológicos foram efi- cionada a perdas de biodiversidade genética Estas pesquisas contaram com o apoio cientes para detectar mudanças que ocorre- e funcional, quais as implicações da perda de ram no solo, em virtude do sistema de ma- biomassa e biodiversidade microbiana no do programa Centro-Oeste de Pós-Graduanejo e da sua incorporação à atividade agrí- funcionamento dos sistemas agrícolas e até ção e Pesquisa PCOPG/CNPq, do técnico cola. Por exemplo, no experimento onde o que ponto o aumento na atividade de enzi- agrícola Osmar Teago de Oliveira, dos funplantio direto foi estabelecido em 1997, ain- mas, como a fosfatase ácida, poderá refletir- cionários do laboratório de Microbiologia do da não é possível, por meio dos teores de ma- se ou não em uma redução no uso de adu- Solo: Emílio J. Taveira; Maria das Dores Siltéria orgânica do solo, diferenciar os siste- bos, ainda persistem. Respostas para essas va; Odete J. dos Santos e Vilderete Castro mas de PD e PC. Entretanto, observou-se perguntas serão muito importantes para que Alves, dos estudantes Juliana R. Alexandre; que entre os vários parâmetros microbioló- no futuro, além das propriedades químicas e Roberto G. Carneiro; João Vicente Pereira gicos avaliados, a atividade das enzimas aril- físicas, determinações das propriedades bio- Neto; Laura V. de Souza; Iara V. Moura, sulfatase e fosfatase ácida, na profundidade lógicas e bioquímicas possam fazer parte das Dilma L. Sousa. Também tem sido funda0 a 5 cm, diferenciou os dois sistemas, na rotinas de análises de solo. A agricultura do mental o incentivo dos colegas Mariangela terceiro milênio não poderá ignorar o fato de Hungria e Fábio Bueno dos Reis-Júnior. . estação chuvosa. Neste contexto, deve ser destacada a im- que o solo possui vida e que ela é fundamenportância da escolha correta não só da época tal para a manutenção das outras formas de Iêda de Carvalho Mendes, de amostragem, mas também da profundi- vida existentes no planeta. Dentro das pers- Embrapa Cerrados dade de coleta das amostras, uma vez que a maior parte das diferenças foi detectada na profundidade 0 a 5 cm. O tempo de implantação do PD acentuou as diferenças entre os dois sistemas. No experimento II, iniciado em 1992, as diferenças entre os sistemas de PD e PC estavam mais consolidadas e foram detectadas nas épocas seca e chuvosa. No experimento I, iniciado em 1997, as diferenças entre PD e PC foram observadas apenas na época chuvosa. Outro aspecto importante revelado nesse estudo refere-se ao impacto da atividade agrícola no funcionamento biológico e bioHá certo desconhecimento sobre químico dos solos de Cerrado. Merecem desa microbiologia dos solos do taque a redução acentuada nos teores de C Cerrado sob vegetação nativa biomassa microbiana (biomassa-C), o auIêda Carvalho Mendes
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Cultivar
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Novos rumos na Bayer A
redução do financiamento de safra no Brasil será uma das linhas de ação da Bayer CropScience. A empresa, resultado da aquisição da Aventis pelas Bayer, agora aceita pelas autoridades antitruste européias e norte-americanas, depende do resultado do pedido de fusão junto ao Cade, no Brasil. O processo durará alguns meses sem, contudo, prejudicar o funcionamento da empresa. Além da diminuição do financiamento, destaca-se na estratégia da Bayer o lançamento de três novos produtos: o acaricida Envidor (Spirodiclofen), o herbicida Equip Plus (Foransulfuron + Iodosulfuron) e o fungicida Censor (Fenamidome). Todos estão no mercado ainda este ano. Haverá também reforço na pesquisa no Brasil, com investimentos de US$ 11 milhões previstos para 2002.
Esta será a nova Bayer, concentrada na sua área de atuação. Nossa empresa trabalha com produtos fitossanitários, não com financiamento , explica o presidente mundial da Bayer CropScience, Jochen Wulff. O impacto da mudança não deve atrapalhar os resultados da empresa. Primeiro porque tudo acontecerá gradualmente. Segundo porque a concorrência deverá seguir a mesma linha e, terceiro, porque existem instituições de crédito aptas a suprir as carências, explica Wulff. Tarefa mais difícil parece ser a adaptação da Bayer à variação do câmbio entre Real e Dólar. Como a empresa importa os princípios ativos dos produtos, tem de pagar seus fornecedores em dólar. Sua receita, entretanto, provém de venda em real. O aumento nos preços dos produtos, por isso, é certo, diz o presiden-
Jochen Wulff, presidente Mundial da Bayer CropScience
te da empresa no Brasil, César Rojas, sem informar o percentual de reajuste ou quando acontecerá. Ele conta também que haverá redução do número de produtos ofertados, 160 . atualmente.
Informe especial
Caso não haja o controle adequado, os pulgões podem causar danos imensos aos cereais de inverno, devido à capacidade que têm de sobreviver em baixas temperaturas
Longevidade (dias) e proliferação (ninfas) médias de pulgões em trigo
(Gassen 1986)
para os estiletes chegarem ao floema e estabelecer-se uma extração satisfatória de seiva é de minutos a algumas horas. Esta adaptação para extrair a seiva das plantas é importante, pois supõe-se que o floema seja o local de maior concentração de VNAC nas plantas hospedeiras. A sintomatologia de VNAC é variável conforme a estirpe de vírus e a cultivar de trigo. As plantas infectadas, em geral, apresentam nanismo, folhas de tamanho menor e posição ereta de coloração amarelo intensa e bordas avermelhadas. A principal preocupação no controle de pulgões é a possibilidade de serem transmissores de VNAC. O vírus se desenvolve em tecido meristemático (tecido em formação), resultando em folhas jovens e outras partes da planta em desenvolvimento com sintomas cada vez mais acentuados (deformação física e coloração). Enquanto as folhas velhas não mostram sintomas de nanismo ou de coloração. Fotos Dirceu Gassen
O
s pulgões mais freqüentes em cereais de inverno (tabela) são nativos da Ásia e Europa e a partir da década de 60 causaram intensos danos na América do Sul. Esses insetos reproduzem-se por partenogênese telítoca e viviparidade. Os embriões desenvolvem-se no interior do corpo do pulgão, a partir de óvulos não fecundados, dando origem a ninfas fêmeas. Na lavoura, observam-se formas aladas e ápteras. A falta de alimento e populações aglomeradas induzem a geração de pulgões com asas. Estes são denominados disseminadores, pois voam, sendo levados, em busca de alimento, a centenas de quilômetros pelo vento. Os pulgões sem asas
são os mais comuns nas lavouras de cereais de inverno. O tempo de vida e a capacidade de proliferação (Figuras 1 e 2) são variáveis conforme a espécie de pulgão, temperatura e qualidade do alimento. Os pulgões podem viver até três meses a temperaturas inferiores a 5°C, dando origem a poucas ninfas e morrer a temperaturas constantes, superiores a 28°C. À temperatura de 18 a 25 °C, os pulgões atingem a maior capacidade de proliferação. Nestas condições, quatro a oito dias após o nascimento chegam à fase adulta, parindo as primeiras ninfas. Quando atingem em torno de 10 dias de vida, os pulgões alcançam a maior capacidade de prolifera-
Controle biológico: inimigos naturais de pulgão em trigo
Reprodução diária de pulgões (ninfas) a partir no nascimento Fig. 2
Fig. 1
(Gassen 1986)
A hora do pulgão
ção, chegando, algumas vezes, a parir mais de 10 ninfas por mãe diariamente. Durante o verão, os pulgões se mantêm sobre plantas hospedeiras secundárias ou são trazidos pelos ventos de outras regiões no outono e inverno. No Rio Grande do Sul, as infestações ocorrem, provavelmente, devido à migração do oeste do Estado do Paraná, através dos ventos do quadrante norte. Os danos ocasionados pelos pulgões, na cultura do trigo, ocorrem pela transmissão do Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC), extração da seiva ou efeito tóxico da saliva. Os pulgões possuem no aparelho digestivo (estômago) um mecanismo de câmara filtro por onde passa a seiva extraída da planta. A seiva contém teores elevados de açúcares e baixos de proteínas. O excesso de seiva é eliminado pelo canal excretor. Esta seiva eliminada torna a superfície das plantas açucarada e pegajosa, atraindo outros insetos e servindo de substrato a microorganismos. O VNAC é transmitido pelos pulgões, quando estes se alimentaram de plantas infectadas com o vírus. As partículas de VNAC mantêm-se infectivas na saliva dos pulgões. No processo de alimentação no hospedeiro, o pulgão coloca a ponta do rostro na superfície da planta e, então, força os estiletes contra a superfície resistente, com movimentos repetidos, até penetrar através da cutícula e células da epiderme. Os estiletes são flexíveis, dobrando-se com facilidade. Na ponta do aparelho bucal, flui saliva que facilita a penetração e transforma-se, rapidamente, em geléia, formando uma bainha sólida que encerra e serve de suporte aos estiletes. A penetração continua intra ou intercélulas até os estiletes chegarem ao floema. O tempo necessário
Quando as plantas que apresentam sintomas de folhas avermelhadas ou amareladas (aparência de virose) desenvolvem folhas novas normais, sem deformações físicas ou de coloração, pode se afirmar que a anomalia não foi causada por VNAC. A aveia apresenta teores de atocianina mais elevados do que outros cereais de inverno e sob condição de estresse aparecem sintomas de avermelhamento de folhas. A deficiência de fósforo ou de potássio pode causar sintomas semelhantes e ser resultado da falta do elemento no solo ou da indisponibilidade momentânea induzida por causas químicas e físicas. O excesso de calcário aplicado na superfície do solo, estiagens, compactação de solo, resíduos de herbicidas e outros fatores podem induzir ao aparecimento de sintomas, algumas vezes confundidos com os de viroses transmitidas por pulgões. Com base na capacidade de dano direto desses insetos em cereais de inverno, o controle somente é indicado com populações superiores a 10 pulgões por afilho. O efeito de inseticidas no controle de pulgões é obtido, principalmente, pela inalação ou ingestão dos produtos. Os inseticidas sistêmicos se translocam da base das plantas ou folhas para o ápice. Por esta razão, com a pulverização de produtos nas folhas, não se observa um controle satisfatório na base da planta, pela ação sistêmica. Os predadores e parasitos são importantes fatores de supressão natural das populações de pulgões nas lavouras. É importante optar por inseticidas de ação específica sobre a praga e seletivos para os . inimigos naturais. Dirceu Gassen, Ger. técnico - Cooplantio
Espécies de pulgões em trigo no Brasil Nome comum
Nome científico
Pulgão-dos-cereais Pulgão-da-folha Pulgão-da-raiz Pulgão-da-espiga Pulgão-da-aveia Pulgão-do-milho Pulgão-amarelo
Schizaphis graminum Metopolophium dirhodum Rhopalosiphum rufiabdominale Sitobion avenae Rhopalosiphum padi Rhopalosiphum maidis Sipha flava
Cooplantio
O controle de pulgões em cereais de inverno é abordado por Gassen
Milho
O milho que se planta Pesquisadores relacionam as cultivares de milho existentes no mercado e fazem uma análise crítica das características desse material genético
A
nualmente, uma análise crítica é realizada sobre as cultivares de milho disponíveis no mercado. Na safra de 2002/03, são listadas (Tabela 1) 206 cultivares de milho, sendo cinco de milhos especiais ( duas cultivares de milho pipoca, duas de milho doce e uma de milho ceroso). Cerca de 25 novas cultivares foram lançadas, substituindo 13 que deixaram de ser comercializadas. Além disso, 12 cultivares não mencionadas na safra anterior passaram a fazer parte desta listagem. Esta publicação objetiva relacionar todas ou pelo menos a grande maioria das cultivares de milho existentes no mercado, fazendo uma análise crítica das características desse material genético. Utilizaram-se as informações existentes nos materiais de divulgação e promoção das empresas do ramo, como boletins e fôlderes das cultivares de milho distribuídos gratuitamente e informações obtidas diretamente das firmas produtoras de sementes. Também foram utilizadas informações da ABRASEM. É provável que algumas cultivares não estejam mencionadas neste trabalho e que outras citadas já não estejam disponíveis no mercado. Entretanto, pela grande amostragem utilizada, as análises apresentadas refletem as características das cultivares comercializadas no psaís. As cultivares que estavam no comércio nas 30
Cultivar
últimas safras e suas principais características e recomendações estão listadas nas Tabelas 1 e 2. Existem no mercado variedades e híbridos. Uma variedade de milho é um conjunto de plantas com características comuns, sendo um material geneticamente estável e que, por essa razão, com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser reutilizada sem nenhuma perda de seu potencial produtivo. Quase toda a sua produção é realizada por órgãos públicos ou cooperativas e geralmente são comercializadas em regiões restritas ou utilizadas em programas sociais de distribuição de sementes. Vinte e oito variedades, sendo uma de milho pipoca, estão disponíveis para os agricultores, demonstrando que, embora ocorra uma predominância de híbridos triplos e simples, ainda existem, em todas as regiões do país, variedades que poderão ser mais apropriadas para sistemas de produção de menor custo e, principalmente, para agricultura de subsistência. Os híbridos existentes no mercado brasileiro podem ser assim definidos: Híbrido Simples - obtido pelo cruzamento de duas linhagens endogâmicas. Em geral, é mais produtivo que os demais tipos de híbridos, apresentando grande uniformidade de plantas e espigas. A semente tem maior custo de produção, porque é produzida a partir de linhagens, que, por serem endógamas, aprewww.cultivar.inf.br
sentam menor produção. Híbrido Simples Modificado - neste caso, é utilizado como progenitor feminino um híbrido entre duas progênies afins da mesma linhagem e, como progenitor masculino, uma outra linhagem. Híbrido Triplo é obtido do cruzamento de um híbrido simples com uma terceira linhagem. Híbrido Triplo Modificado - O híbrido triplo pode também ser obtido sob forma de híbrido modificado, em que a terceira linhagem é substituída por um híbrido formado por duas progênies afins de uma mesma linhagem. Híbrido Duplo obtido pelo cruzamento de dois híbridos simples, envolvendo, portanto, quatro linhagens endogâmicas. É o tipo de híbrido mais utilizado no Brasil. Verifica-se que 34,82% das cultivares são híbridos simples (modificados ou não) comparado com 31,3% listados na safra passada. A percentagem de híbridos triplos (modificados ou não) praticamente não foi alterada (31,8% na safra 2001/02 e 31,34% na safra 2002/03). Os híbridos duplos, representam hoje 20,40% das opções de mercado, enquanto que, na safra 2001/02, eram 22,9% e as variedades representam hoje 13,43%, praticamente não diferindo da safra anterior (14%). Esses valores percentuais se referem ao núAgosto de 2002
mero de cultivares disponíveis no mercado e não necessariamente à área plantada ou à quantidade de sementes vendida. Os híbridos triplos e simples, modificados ou não, representam hoje 66,16% (3% a mais do que na safra anterior) das opções para os produtores, mostrando uma tendência na agricultura brasileira e uma maior necessidade de se aprimorar os sistemas de produção utilizados, para melhor explorar o potencial genético dessas sementes. Com relação ao ciclo, as cultivares são classificadas em normais, semiprecoces, precoces e superprecoces. As cultivares normais apresentam exigências térmicas correspondentes a 890-1200 graus-dias (G.D.), as precoces de 831 a 890, e as superprecoces de 780 a 830 G.D. Essas exigências calóricas se referem ao cumprimento das fases fenológicas compreendidas entre a emergência e o início da polinização. Dos materiais existentes hoje no mercado, 20,2% são classificados como superprecoces e suas exigências térmicas, de acordo com as informações da empresa produtora, variam de 762 a 860 G.D, portanto, dentro dos limites esperados. As cultivares classificadas como precoces representam 63% das opções e variam, quanto às suas exigências térmicas, de 703 a 945 G.D. As cultivares semiprecoces representam 14,4% das opções de mercado e variam de 840 a 978 G.D., enquanto as cultivares normais representam 2,4 % do mercado e variam de 805 a 940 G.D. Percebe-se, desta forma, que as cultivares deverão ser melhor classificadas quanto ao seu ciclo. Em observações feitas em 159 cultivares
que apresentam suas exigências térmicas nos materiais de divulgação e promoção ou indicada pela empresa produtora de sementes, verificou-se que, dentre as 52 classificadas Fotos Dirceu Gassen
Linhas de plantio de milho no na região do Cerrado
como superprecoces, com exigência de até 830 G.D. para o florescimento masculino, 31 foram de fato classificadas como tal. Entretanto, 20 cultivares deveriam ser classificadas como precoce e uma como normal. Dentre as cultivares que exigem de 830 a 890 G.D. para o florescimento masculino, 77 são classificadas devidamente como precoce, mas incluem-se também sete que deveriam ser classifi-
Pesquisa busca boa arquitetura agronômica das plantas
Agosto de 2002
www.cultivar.inf.br
cadas como semiprecoces, seis como superprecoces e uma normal. Dentre as cultivares que exigem acima de 890 G.D. para o florescimento masculino, 12 são classificadas devidamente como semiprecoces, cinco deveriam ser classificadas como precoces e uma normal. Depreende-se destas considerações que esta classificação de ciclo de cultivares deverá ser melhor determinada, para que essa informação seja útil aos agricultores. Provavelmente, deverá ser uniformizado o critério para o estabelecimento do ciclo; além disso, verifica-se que a classificação de superprecoce (abaixo de 830 G.D.) precoce (de 830 a 890) e normal (acima de 890) é adequada, mas as cultivares deverão ser melhor enquadradas nessa classificação. Também não se justifica a separação entre semiprecoce e normal. Utilizando as informações sobre o ciclo da cultivar, independentemente de ser fornecida ou não sua exigência térmica, verifica-se que tanto as variedades quanto os diferentes tipos de híbridos apresentam todas as variações possíveis em seus ciclos. Entre as variedades, predominam as de ciclo semiprecoce e normal (48%). Entre os híbridos duplos, predominam os de ciclo precoce, com 75,6% das opções. Entre os híbridos triplos, modificados ou não, 19,7% são superprecoces e 66,67% são precoces; entre os híbridos simples, modificados ou não, 28,16% são superprecoces e 59,1% são precoces. Algumas empresas produtoras de sementes fornecem informações sobre o ciclo da cultivar até a maturidade fisiológica e também até a colheita. Para muitas cultivares, é mencionada a taxa ou velocidade de secagem (perda de água pelos grãos) após a maturidade fisiológica. Essa característica é definida pela expressão dry down. Uma importante característica a ser observada ao se plantar uma cultivar é a densidade de plantio, que, quando inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A densidade de plantio ideal é função da cultivar, da disponibilidade hídrica e de nutrientes. Assim, qualquer fator que afetar a disponibilidade de água e nutrientes para o milho também afetará a escolha da densidade de plantio. Com relação à cultivar, a densidade poderá variar em função do porte, da arquitetura da planta, da resistência ao acamamento e ao quebramento e da finalidade a que se destina o plantio. Normalmente, cultivares mais precoces, de menor porte e mais eretas permitem o uso de densidades mais elevadas e espaçamento mais estreito. Verifica-se que as variedades são indicadas para plantios com densidades variando de 40.000 a 50.000 plantas por hectare, o que é coerente com o menor nível de tecnologia dos sistema de produção empregados pelos agricultores que usam esse tipo de cultivar. Entre os híbridos, as densidade recomendadas variam de 40.000 a 70.000 plantas por hectare. As faixas de densidades mais freqüentemente recomendadas para os Cultivar
... 31
tivamente, 45 a 50, 50 a 55 e 50 a 60 mil plantas por hectare. Para algumas cultivares são recomendadas densidades de plantio em função da região e época de plantio. Com relação ao ciclo, comprova-se que, à medida que este se reduz, há uma tendência de aumento na densidade recomendada. Independentemente do tipo de cultivar, quando o material é recomendado para a produção de milho verde, a recomendação de densidade é menor, visando a obtenção de maior quantidade de espigas comerciais. Um importante aspecto na escolha da cultivar é verificar sua adaptação à região onde
Embrapa Milho e Sorgo
Cruz salienta os aspectos importantes na hora de escolher a cultivar
a lavoura será instalada. Às vezes, a especificação da região de adaptação das cultivares é baseada nas regiões Norte, Nordeste, CentroOeste, Sudeste e Sul ou por Estados. O mais comum nos materiais de divulgação, entretanto, é dar uma indicação de regiões geoclimáticas. Os limites dessas regiões variam um pouco, de acordo com cada empresa produtora de semente, e isto deve ser levado em conta pelos agricultores. Um importante fator na determinação dessas regiões geoclimáticas é a altitude. Outra importante informação é sobre a época de plantio mais indicada para cada cultivar. Algumas empresas especificam apenas o plantio de verão ou safra normal e a safrinha. Um maior número de empresas, entretanto, fornece maiores informações, separando o plantio em CEDO, normalmente em agosto e setembro; NORMAL, em outubro e novembro; TARDIO, em dezembro e janeiro, e SAFRINHA, em fevereiro e março. Há ca32
Cultivar
sos de informações sobre a adaptação da cultivar ao plantio antecipado, que seria em junho e julho. Atenção especial deve ser dada ao milho safrinha, sistema em que o milho de sequeiro é cultivado fora da época normal, quase sempre após a colheita da soja precoce, e que já atingiu cerca de 2.600.000 hectares, desempenhando importante papel na produção de milho no país. Praticamente todas as cultivares recomendadas para a safrinha são também recomendadas para a safra normal, exceto um ou outro material recomendado apenas para a safrinha. O fato de uma empresa não indicar o plantio de determinada cultivar para a safrinha não significa necessariamente que ela não seja adaptada a esse sistema de produção. Outro aspecto importante no plantio do milho safrinha é o ajuste na densidade de plantio, sendo que algumas empresas já recomendam, em seus materiais de divulgação, a densidade a ser usada para o plantio da cultivar na safrinha. Como regra geral, a densidade é cerca de 20% menor do que a recomendada para a safra normal, principalmente devido à menor disponibilidade hídrica e aos maiores problemas de acamamento e quebramento nessa época de plantio. Geralmente, a densidade de 40.000 a 45.000 plantas por hectare é a mais freqüentemente recomendada. Quanto ao fim a que se destinam, além da produção de grãos, há indicação de cultivares para a produção de silagem (de planta inteira ou de grãos úmidos) e para a produção de milho verde. No caso da silagem, é sabido que algumas cultivares apresentam melhor comportamento do que outras; entretanto, pelo número de cultivares indicadas para silagem (79), pode-se inferir que essa recomendação está generalizada, o que até certo ponto é compreensível, considerando a alta qualidade natural do milho como planta forrageira. À semelhança do que ocorre com o milho safrinha, a não recomendação da cultivar para silagem não implica necessariamente que o material não deva ser usado como tal. No caso do milho verde, também já existe um mercado específico, sendo que nove cultivares são recomendadas para essa finalidade. As cultivares de milho branco (quatro) são também utilizadas para a produção industrial, principalmente de canjica. Com relação à cor do grão, verifica-se que há um predomínio da cor alaranjada (40%), que, juntamente com a cor laranja, somam 56,3% das opções. As cultivares de grãos laranja-avermelhados ou avermelhados representam apenas 6,7%. Os milhos de grãos amarelos e os de grãos amareloalaranjados ou amarelo-laranja representam ambos 16,8% das opções de mercado. Com relação à textura do grão, verificase uma predominância de grãos semiduros (35,9%) e duros (45,1%) no mercado, atenwww.cultivar.inf.br
dendo à expectativa da indústria, que valoriza mais esses materiais. Os grãos semidentados representam 13,8%, enquanto os materiais dentados são minoria (5,1%) e não são bem aceitos pela indústria. Grãos dentados são mais desejados e freqüentes em materiais para produção de milho verde e silagem. Também é apresentada a tolerância das cultivares ao acamamento e ao quebramento, o que é muito importante principalmente em lavouras completamente mecanizadas. Com relação à altura de plantas, verifica-se que, pela indicação das empresas de sementes ela varia de 2,00 m ou um pouco menos até cerca 2,80 m. Obviamente essa altura também poderá ser afetada por condições ambientais. A altura de inserção da espiga varia de 0,70 a 1,50 m. Também é muito importante o conhecimento do comportamento das cultivares com relação às doenças. Na Tabela 2, são apresentadas informações sobre o comportamento das cultivares com relação às principais doenças (fusariose, ferrugem comum - Puccinia sorghi, ferrugem branca - Physopella zea, ferrugem polisora Puccinea polysora, pinta branca Phaeosphaeria maydis, Helmintosporiose-Helminthosporium turcicum, Helminthosporium maydis, Enfezamento ou Corn stunt, Cercosporiose e doenças do colmo e dos grãos). Outras doenças são relatadas, porém de forma esporádica e, no futuro, espera-se que maiores informações sejam apresentadas sobre o comportamento das cultivares com relação às doenças. As características discutidas até aqui são aquelas mais comuns nos materiais de divulgação das diferentes empresas de sementes. Outras características são também mencionadas, como potencial produtivo, estabilidade de produção, as proporções das diversas partes da planta, percentagem de proteína bruta, FDA, FDN, lignina, NDT, matéria seca na colheita, potencial de produção de matéria seca, velocidade de emergência, qualidade do colmo ou resistência ao acamamento de colmo e de raiz, perda do teor de água do grão (dry down), empalhamento, prolificidade, peso de 1.000 grãos, densidade (g/ l), características da espiga, colmos e folhas, staygreen (característica da planta de permanecer verde mesmo quando a espiga já se encontra em adiantado estádio de maturação) e tolerância a algum herbicida. Todas essas características auxiliam os agricul. tores na escolha da cultivar. José Carlos Cruz, Luiz André Corrêa, Israel Alexandre Pereira Filho, Francisco Tenório Falcão Pereira, Renata Parreiras Versiani e Josiane Marlle Guiscem, Embrapa Milho e Sorgo Agosto de 2002
CULTIVAR
TIPO
CICLO
S. TERM. PLANTIO
USO
COR
DENSIDADE
TEXTURA
AG 9090 AG 9020 AG 7575 AG 9010 AG 8080 AG 8080 CL AG 6690 AG 6018 AG 6016 AG 5011 AG 4051 AG 3010 AG 2060 AG 1051 AG 405 AG 303 AG 122
HS HS HS HS HT HT HT HT HT HT HT HD HD HD HD HD HD
P SP P SP P P P SP SP P SEMIP SP P SEMIP P P P
830 820 875 770 890 890 865 830 825 870 960 810 855 950 870 845 845
C/N C/N C/N/T/S T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N C/N/S C/N/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO/SIL GRÃO/SIL GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG M.VERDE GRÃO GRÃO G/SIL/M.V. G/SILAG G/SILAG G/SILAG
ÃL AM AL AL AM/AL AM/AL AL AM/AL AV AM AM AL AM/AL AM AL AL AM/AL
50-60 50-60 50-65 60-70 50-55 50-55 45-50 55-60 45-55 45-55 40-50 45-50 45-50 45-50 40-50 45-50 45-50
SMDENT SMDENT DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO DENT DENTADO DURO SMDURO DENTADO SMDURO SMDENT SMDENT
A A A A A A A A A A A M A A A M M
1,10 1,15 1,10 1,00 1,30 1,30 1,20 1,10 1,10 1,30 1,40 1,10 1,25 1,60 1,40 1,40 1,30
2,10 2,15 2,25 2,00 2,35 2,35 2,40 2,20 2,20 2,30 2,50 2,20 2,35 2,60 2,40 2,40 2,40
SUL,CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA SUL e SP,MG,MS SUL,CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA SUL,CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA
DKB950 HSM DKB 929 HSm DKB 909 HS DKB-909CL HS DKB- 901 HS DKB-901CL HS DKB 806 HT DKB 747 HD C 701 HD C 505 HT C 444 HD C 435 HD DKB 333B HS DKB-333B CL HS DKB 990 HT DKB 670 HD DKB 205 HS DKB 440 HS DKB200MAV HS DKB900MAV HS DKB-280 HSM DKB 350 HT DKB 212 HS DKB 214 HS DKB 215 HS
SP P SP SP SP SP SP P P P P P SMP SMP SMP SMP HIPER P P P P P P P P P
840 830 825 825 795 795 810 845 845 840 855 855 950 950 978 880 762 840 835 830 835 860 835 835 828
T/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S C/N C/N/T C/N C/N C/N V C/N V/S C/N C/N C/N
GRÃO GRÃO G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG GRÃO/SIL G/SILAG GRÃO G/SILAG G/sil grãoum. G/SILAG IND. DE RAÇÃO IND. DE RAÇÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRAO. GRÃO/SIL
AL LR AM/AL AM/AL AM AM AM/AL AL AL AM AL AL AM/ÃL AM/ÃL BRANCO BRANCO AL AM AM LR AM AL AM AM AL
55-65 55-70 45-55 45-55 50-55 50-55 45-55 45-55 45-55 40-50 45-50 45-50 50-55 50-55 55 45-50 60-70 50-60 55-60 55-65 55-60 45-55 50-60 55-60 55-65
DURO DURO DURO DURO SMDENT SMDENT SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO SDURO DURO DURO SMDENT SMDURO DURO SMDENT SMDURO SMDENT SMDURO DURO
A A M M A A A A A M A A A A A M M A A A A A A A
0,95 1,00 1,15 1,15 1,00 1,00 1,20 1,20 1,20 1,40 1,30 1,30 1,20 1,20 1,35 1,60 0,90 1,15 1,10 1,10 1,15 1,20 1,15 1,10 1,00
1,95 2,10 2,20 2,20 2,00 2,00 2,20 2,20 2,30 2,40 2,30 2,40 2,30 2,30 2,45 2,60 1,90 2,10 2,20 230 2,20 2,20 2,15 2,10 1,90
S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/SP/MG/MS S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO SUL CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO S/SP/MG/MS S/CO/SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO,PA S/SP/MG/MS S/SP/MG/MS S/SP/MG/MS
P 32R21 P 3072 P 3069 P 3081 P 3063 P 30R07 P 3071 P 3041 P 30F45 P 30F33 P 30F44 P 3027 P 30F80 P 30F88 P 30K75 P 3232 P 3021 P 30f98 P 30F90 P 30K85 ZÉLIA ELISA
HS HSm HSm HSm HT HS HT HT HS HS HS HT HS HS HS HT HT HSm HS HSm HT HT
SP SP SP SP P P P P P P P SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP P P
SI 807 812 816 815
N N/T N/T N/T N N
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N/T N/T/S N/T N/T N N/T N N N/T -
G/SILAG GRÃO GRÃO G/SILAG G/SILAG GRÃO G/S.G.UM. G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG G/SILAG GRÃO GRÃO G/S/M.V. G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO PIPOCA M. DOCE
AL AL AL AL AL AL AL AL AL CREME
50-60 55-70 55-65 55-65 50-60 50-60 55-65 50-60 50-60 50-60 60 50-60 50-65 50-65 50-65 45-55 50-65 55-65 50-60 60-65 50 50
SMDURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO DURO DURO DURO DURO SMDURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO AMERICANO -
M M M M M M A M M M M A A A A M A M M SI M M
1,00-1,20 0,90-1,00 0,95-1,15 0,95-1,15 1,25-1,35 média 1,10-1,25 1,25-1,35 1,25-1,35 1,25-1,35 1,20-1,35 1,20-1,30 média 1,25-1,35 1,25-1,35 1,25-1,35 1,0-1,1 1,1-1,15
2,20-2,50 2,00-2,20 2,00-2,20 2,10-2,30 2,30-2,50 média 2,40-2,60 2,30-2,50 2,30-2,50 2,40-2,60 2,45-2,65 2,30-2,50 média 2,30-2,50 2,50-2,65 2,30-2,50 SI SI SI 2,2-2,5 2,3-2,5
SUL e MS SUL e MS,SP,MG,GO,BA SUL e MS SUL,CO e SP,MG,BA,MA,PI,TO SUL SUL,CO e SP,MG SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MPI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MPI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO e BA,MG,SP
AVANT PREMIUM TORK EXECELER MASTER DOMINIUM FLASH ATTACK
HS HS HS HT HT HT HS HSm
P P P P SMP SP SP P
850 870 860 870 895 810 820 860
N N/T C/N/T/S -
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO
LR AL LR LR LR AL LR AL
55-55 55-55 55-55 55-55 55-55 55-55 60 55
DURO SMDURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO
A A M A A A A M
1,03 1,33
2,06 2,22 2,38 1,90 2,19
SUL,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL e MS SUL,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP,RJ,BA,MA,PI,TO CO e PR,MG,SP,RJ,BA,MA,PI,TO SUL e MS SUL e MS,GO SUL e MS
Agosto de 2002
848 851 SI SI SI 874 SI SI SI 851 878 SI SI SI SI SI
N/T N/T N/T
www.cultivar.inf.br
RESIST. A ACAM.E QUEB ALT. ESPIGA
ALT. PLANTA REGIÃO
Cultivar
33
Tabela 1. Características das cultivares de milho disponíveis no mercado de sementes brasileiro. Ano 2002
... híbridos duplos, triplos e simples são, respec-
TIPO
CICLO
S. TERM. PLANTIO
USO
COR
DENSIDADE
TEXTURA RESIST. A ACAM.E QUEB
ALT. ESPIGA
ALT. PLANTA
REGIÃO
CULTIVAR
TIPO
CICLO S. TERM. PLANTIO USO
COR
DENSIDADE
TEXTURA
FORT G 800 TRACTOR STRIKE VALENT SPEED DENSUS SG 150 SG 6418 SAVANA 185 SAVANA 133 SAVANA 500 GRAUNA 133 FARROUPILHA 25 POLATO 183 POLATO 2602
HS HD HD HS HT HS HT HT HT HS HS HS HS HT HD HD
P P P P P SP P P P P P P P P P P
890 870 850 860 890 815 840 865 865 875 870 870 875 860 -
N/S V/S C/N/T/S V/S V/S
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG SILAG/M.V. GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO
AM LR AL AL AL AM AL AL
55 55-55 55-55 55 55 60 55 55 55 55-60 50-55 50-55 55 55 55 55
DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO SMDENT DURO DURO DURO DURO
A M A M A M A M M A M M A A SI SI
1,35 1,21 1,17 1,15 1,30 1,16 1,35 1,30 1,50 1,35 1,18 1,10 1,08
2,26 2,45 2,43 1,98 2,15 2,35 2,10 2,30 2,30 2,50 2,30 2,20 2,15 2,10
SUL,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL e MS,MT SUL,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP, BA,MA,PI,RO CO e PR,MG,SP,BA,MA,PI,RO SUL ,CO e MG,SP,BA,MA,PI,RO SUL,CO e MG SUL e MS SUL e MS SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e MG,SP,BA CO/N/NE/S CO/N/NE/S
A 2288 A 2555 A 2005 A 2345 A 2560 A 3575 A 3663 A 4646
HS HS HS HS HS HT HT HD
P SMP SP P P P P P
879 930 860 880 885 890 925 922
C/N/T/S C/N/T/S C/N/S C/N C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO
AL AV LR AM LR LR LR LR
60 55 55 50-55 55 55 55 50
DURO DURO DURO SMDENT DURO SMDURO SMDURO SMDURO
A A M M M M M M
1,04 1,17 1,10 1,12 1,30 1,20 1,30 1,25
2,14 2,16 2,15 2,09 2,33 2,30 2,33 2,20
SUL,CO e BA,MG,SP CO e BA,MG,RJ,PR,SP SUL,CO e BA,MG,RJ,TO,SP SUL e MG,MS,SP CO e BA,MG,PR,RJ,SP CO e TO,BA,MG,PR,SP,RJ SUL,CO e BA,MG,SP,RJ CO e BA,MG,PR,SP
PL 6880 PL 6001
HT HT
N SP
-
V/S -
G/SILAG GRÃO
AM AM/AL
50-55 -
DENTAD DURO
SI SI
1,35 -
2,62 -
BRASIL -
BALU 178 BALU 184
HT HD
P P
860 860
C/N/S C/N/S
Grão Grão
AL AL
55 55
DURO DURO
A A
-
2,09 2,00
SUL,CO e MG,SP,BA,RJ SUL,CO e MG,SP,BA
XB 7012 XB 7011 XB 7070 XB 8010 XB 8028
HT HT HT HD HD
P P P P N
770 778 703 752 805
V/S V/S V/S V/S V/S
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO SILAGEM
LR LR AL LR AL
55-60/45-50 50-55/40-45 50-55/40-45 50-55/40-45 50-55/40-45
DURO DURO DURO DURO SMDURO
MA MA MA MA M
0,95 1,10 1,15 1,0 1,25
1,85-2,0 2,05-2,25 2,10-2,30 2,0-2,15 MÉDIA/ALTA
CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e Noroeste do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e Noroeste do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e Noroeste do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e Noroeste do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e Noroeste do PR
DOW 2C577 DOW 2C599 DOW 657 DOW 766 DOW 8330 DOW 8392
P P P SP P P P P P SMP P P P P P P P
825 830 841 815 830 820 850 840 850 875 840 825 848 851 851 834 820
C/N/T C/N/T/S C/N/Sbx C/N/T/S1e2 C/N/T/S C/N/T/S C/N C/N C/N C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N/T/S
G G G/SILAG G/SILAG G G/SILAG G G G G/SILAG G/SILAG G G M. VERDE M. VERDE IND.AMIDO CONS.
AM AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL LR LR AM CREME AM LR
50-55 55-60 50-50/45-45 55-55/45-45 45-60/40-45 50-55/40-40 50-60 50-60 50-60 50-55/45-45 50-60/45-50 55-60/45-55 55-60/45-55 40-40 35-40 50-55 45-55
SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO DURO DURO DURO SMDURO DURO SMDURO SMDURO DENTADO DENTADO DURO ceroso TENRO doce
A A A A A M A M M A M A A M M SI A
1,25 1,20 1,30 1,20 1,10 0,95 1,05 1,15 1,10 1,25 1,08 1,10 1,10 1,45 1,71 1,30 1,00
2,25 2,15 2,30 2,10 2,05 2,00 2,00 2.05 2,00 2,25 2,05 2,00 2,10 2,70 2,84 2,10 2,40
3 baixa 2,3 baixa CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO SUL e sul de SP e de MS SUL e MS,SP,RO
DOW 8420 DOW 8460 DOW 8480 DOW 8501 DOW 8550 DOW 9560 DOW CO 32 DOW 170 CE 03 DO 04
HS HS HSm HSm HT HS HS HSm HS HT HT HS HT HT HT HSm HT
AS 1544 AS 1533 AS 3601 AS 32 AS 3466 Top AS 3477 AS 523 AS 1545 AS 3430
HS HSm HT HD HT HT HD HS HT
SP P SP P P P P P P
790 839 803 870 869 849 860 815 870
V V/S V V V/S V/S V V V/S
GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO
LR AV LR LR AV AV LR LR AV
55-60 45-60 50-60 45-55 45-50 50-55 45-55 55-65 45-50
SMDURO DURO DURO SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO DURO
A A M M A A M M A
1,00 1,05 1,05 1,05 1,05 1,10 1,10 1,15 1,05
2,00 2,05 2,00 2,1 2,05 2,10 2,20 2,25 2,10
SUL e MS,SP,BA,GO SUL,CO e SP,BA,MG SUL e MS SUL ,CO e SP,BA,MG SUL,CO e SP,BA,MG SUL,CO e SP,BA SUL e MS,MT,SP,BA,MG SUL e MS,GO,BA,SP SUL,CO e SP,BA,MG
AGN 3050 AGN 3180 AGN 3060 AGN 3150 AGN 3100 AGN 2012 AGN 2003
HS HT HT HT HD HD HD
SP P SP SP SP SP P
810 840 810 800 815 810 915
C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S
GRÃO GRÃO G/SILAG GRÃO GRÃO G/S/M.V. G/SILAG
AL LR LR AV AV AM/LR AL
50-60/45-50 50-60/45-50 50-55/45-50 50-60/50-55 45-50/40-45 45-50/40-45 45-45/40-40
DURO DURO DURO DURO DURO SMDURO DURO
M A M A A M A
1 1,15 1,1 0,9 1,1 1 1,2
2,1 2,2 2,2 2,1 2,2 2,1 2,4
SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP
BRS 1010 BRS 1001 BRS 3143 BRS 3151 BR 3123 BRS 3101 BRS 3150 BRS 3003 BRS 3060 BR 201 BR 205 BR 206 BRS 2110 BRS 2114 BRS 2160 BRS 2223 BR 106 BR 451 BR 473 BRS 4150 Saracura Sol-da-manhã Pampa BRS Planalto Sertanejo S. Francisco Asa Branca Cruzeta BRS Assum Preto
HS HS HT HT HT HT HT HT HT HD HD HD HD HD HD HD VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR
P P P P P P P P P P P P P P P SP SMP P SMP P P P P P SMP P P SP SP
819 827 835 811 819 889 895 788 -
V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S C/N/T/S V/S V/S V/S V/S V V/S V/S V V V V/S V/S V V -
G/SILAG G/SILAG GRÃO G/SILAG G/SILAG GRÃO G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO G/SILAG G/SILAG GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÂO
LR/AV AL LR/AV AM/AL LR/AV LR/AV AM/AL AL AL AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL AM BRANCO AM AM/AL LR AL AM/AL AM/LR AM AM/LR AM/LR AM/AL AM/AL
50-55/40-45 50-55 50-55/40-45 50-55/40-45 50-50 50-55 50-55 50-55 50-55 40-50 50-50 50-50 50-50 50-50 50-50 50-55/40-45 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50
SMDURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT SMDURO SMDENT SMDENT SMDENT SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDENT SMDURO SMDURO SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO
SI M M M M M A M B M M M M M M M M M M M M M M M M M M M
1,0 1,15 1,14 1,22 1,3 1,2 1,3 1,15 1,3 1,3 1,15 1,3 1,3 1,2 1,10 1,4 1,2 1,4 1,35 1,15 1,2 1,10 1,2 1,1 1 1 0,90
2,10 2,20 2,12 2,30 2,3 2,2 2,3 2,20 2,4 2,3 2,2 2,3 2,3 2,4 2,2 2,10 2,4 2,2 2,4 2,4 2,2 2,3 1,75 2,4 2,2 2 2 1,80
SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,NE,SUL e TO SE,CO,NE,SUL e TO SE,CO,SUL e TO,MA SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,SUL e TO BRASIL exc.RS SE,CO,NE, e PR,TO SE,CO,SUL SE,CO e PR SE,CO e PR SUL SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO BRASIL exc.RS BRASIL BRASIL SUL BRASIL exc. RS e SC BRASIL SUL SUL NORDESTE NORDESTE NORDESTE NORDESTE NORDESTE
SHS 3030 SHS 4040 SHS 4050 SHS 4060 SHS 4070 SHS 4080 SHS 4090 SHS 5050 SHS 5060 SHS 5070 SHS 5080 SHS 5090 SHS 5550 SHS 7070 SHS 7080 CX 533 Z 8447
VAR HD HD HD HD HD HD HT HT HT HT HT HT HS HS HD HD
P P SP P P P P SP P SP P SP SP P SP N P
860 850 830 850 850 860 850 810 855 820 850 840 840 845 845 940 860
V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S
G/SILAG G/SILAG GRÃO G/SILAG G/SILAG GRÃO G/S/M.V. GRÃO G/SILAG GRÃO GRÃO G/SILAG G/SILAG
AL LR LR AL AL AL AM LR LR AL AV AM LR
50-55/40-45 50-55/40-45 55-60/45-50 50-55/40-45 50-55/40-45 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 50-55/40-45 50-55/40-45
SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT DURO DURO SMDURO DURO SMDENT SMDENT
M A A A A A A M M M A A A A A SI SI
1,3 1,3 1,1 1,3 1,3 1,3 1,3 1,1 1,3 1,1 1,3 1,2 1,10 1,1 1,1 1,6 1,3
2,4 2,4 2,1 2,3 2,4 2,4 2,3 2,0 2,3 2,1 2,3 2,2 2,2 2,1 2,1 2,6 2,4
SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP -
AL 25 AL 30 AL 34 AL-Manduri ALBandeirante Cativerde 01 Cativerde 02
VAR VAR VAR VAR VAR VAR VAR
SMP SMP SMP SMP P SMP SMP
900 890 900 910 860 930 900
V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S
G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG MV/SILAG MV/SILAG
AL AL AL LR AL AM AM
45-50/35-40 45-5035-40 45-50/35-40 45-50/35-40 50-55/35-40 40-45/35-40 40-45/35-40
SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO SMDENT DENTADO
M M M SI M M SI
1,35 1,35 1,35 1,40 1,25 1,40 1,35
2,35 2,35 2,35 2,40 2,25 2,40 2,35
BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL
IAPAR 50 IAPAR 51 IAC 112
VAR VAR HS
N SMP SP
765
C/N C/N -
GRÃO GRÃO -
AM AM -
45-50 50 55
DENTADO SMDENT DURO
M
1,79 1,28 1,08
2,82 2,34 2,18
PR,SP,MG
OC 705 CD 3121 CD 302 CD 303 CD 304 CD 305
HD HS HT HS HT HT
P P P SP P
840 853 860 945 830 840
V/S V/S V/S V
G/SILAG G/SILAG G/SILAG G/SILAG GRÃO GRÃO
AL AM AL AM AL AL
50/45-50 55-60/45-50 55/45-50 50-60 55/50 50-60/45
SMDURO SMDENT DURO DENTAD DURO SMDURO
M A A M A A
1,30 1,18 1,35 1,35 1,20 1,30
2,30 2,22 2,40 2,40 2,20 2,30
SUL,CO e SP,MG SUL,CO e SP,MG SUL,CO e SP,MG SUL SUL e MS,SP CO e SP,PR,MG
CEP 304 VAR FUNDACEP 34 VAR FUNDACEP 35 VAR
-
-
V V V
GRÃO GRÃO GRÃO
AM/AL AM/AL AM/AL
-
SMDURO SMDURO SMDURO
SI SI SI
1,41 1,10 1,08
2,58 2,22 2,23
SUL SUL SUL
RS 20 RS 21 SAVE 394
P N SP
635 862 -
V -
PIPOCA GRÃO GRÃO
75 BRANCO 40 50
DENTADO DENTADO
M M M
1,69 1,20
2,72 2,50
RS e SC RS e SC SUL
34
Cultivar
www.cultivar.inf.br
CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO SUL e sul de SP e de MS SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO CO e PR,MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL,CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO BA,DF,GO,MA,MG,MS,PI,RJ,SP e TO SUL,CO e BA,MG,SP,TO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO
Agosto de 2002
V VAR HD
Agosto de 2002
www.cultivar.inf.br
RESIST. A ACAM.E QUEB ALT. ESPIGA ALT. PLANTA
REGIÃO
Tabela 1. Características das cultivares de milho disponíveis no mercado de sementes brasileiro. Ano 2002
Tabela 1. Características das cultivares de milho disponíveis no mercado de sementes brasileiro. Ano 2002
CULTIVAR
Cultivar
35
CULTIVAR
1 Tipo
abaixo de 700 m de altitude) RS, SC, PR(Centro-Sul). Região 2 (Tropical de Transição 500 a 700 m de altitude) para todas as regiões que encontram-se nesta faixa de altitude exceto região 1. Região 3 (Tropical Baixa < 500 m e Tropical Alta > 700 m de altitude) para todas as regiões que encontram-se nestas faixas de altitude exceto região 1.
2 Ciclo
Aventis Região 1 (Subtropical) RS, SC e PR(Sul) Região 2 (Transição) MS(Sul), PR(Norte), SP(Sul e Sudeste) e MG(Sul) Região 3 (Tropical) demais regiões do Brasil.
HTm Híbrido triplo modificado HD Híbrido duplo HT Híbrido triplo HS Híbrido simples HSm Híbrido simples modificado
SP Superprecoce P Precoce N Normal SMP Semiprecoce
3 S. Term. (Soma Térmica)
Soma Térmica é a somatória de temperatura necessária do plantio até o florescimento masculino. Pode-se obtê-la somando todos os resultados diários obtidos com a fórmula do plantio até o florescimento masculino. Cálculo: (Tmax + Tmin)/2 10= resultado diário.
4 Região
Agroceres/Monsanto Região 1 Rio Grande do Sul e regiões acima de 700 m de altitude em SC, PR e Sul de SP e Sul de MG. Região 2 Regiões abaixo de 700 m de altitudes em SC, Sul do MS, Vale do Paranapanema em SP. Região 3 Regiões acima de 700 m de altitudes em SP, MG (exceto Sul), MS, MT, BA, TO, MA e PI. Região 4 Regiões abaixo de 700 m de altitude em São Paulo (exceto Vale do Paranapanema) MS (exceto Sul), ES, RJ, MT, GO, TO, MG e Estados do Norte e Nordeste. Cargill/Monsanto Região 1 RS, SC e PR (Sul) Região 2 PR (Norte e Oeste) SP(Sul) e MS(Sul) Região 3 SP (Centro e Norte) MG, GO, TO, MS (Norte), MT, BA(Oeste), RJ e ES. Braskalb/Monsanto Região 1 Região (Subtropical) RS, SC e PR(Sul) Região 2 (Transição) PR(Norte), MS(Sul), MS(Sul) e SP (exceto Noroeste) Região 3 (Tropical) MS(Norte), SP(Noroeste), MG(exceto Sul e Leste), TO, MT, GO, MA(Sul), PI(Sul) e BA(Oeste). Pioneer Região 1 (Região Sul) RS, SC e PR(Sul), entre os paralelos 30 e 25 o Região 2 (Região Centro baixo) regiões com altitudes inferiores a 700 m de altitude de parte do PR, SP, MG, TO, MS, MT, MA e BA. Região 3 (Região de Transição e Centro Alto) áreas nos Estados do PR, SP, GO, MG, BA, MS e MT com altitudes acima de 700 m. Dow AgroScience Região 1 (Região subtropical Alta acima de 700 m e subtropical Baixa 36
Cultivar
Agroeste Região 1 Sul (RS/SC/PR). Região 2 Transição MS (Sul), PR (Norte), SP (Sul). Região 3 Tropical demais regiões do Brasil.
5 Plantio
N Normal NT Normal Tardio NS Normal Safrinha N/T Normal/Tardio N/T/S Normal Tarde Safrinha V Verão V/S Verão Safrinha C/N Cedo/Normal C/T Cedo/Tardio C/N/T Cedo/Normal/Tardio C/N/T/S Cedo/Normal/Tardio/Safrinha S Safrinha
6 Uso
G/Silag. Grãos e Silagem G/Silag. grão úmid. Grãos e Silagem de grãos úmido G/S/M.V. Grãos, Silagem e Milho Verde G/Silag/Ind. Grão,Silagem e Industrial
7 Cor do Grão AL Alaranjado AM Amarelo LR Laranja AV Avermelhado
8 Textura do grão SMDuro Semi duro SMDent Semi dentado
9 SI Sem Informação 10 Altura de plantas em m www.cultivar.inf.br
Agosto de 2002
FUSARIOSE
P.sorghi
Physopella
P. polysora
Phaeosphera
Enfezam.
H.turcicum
H. maydes
Cercospora
Doenças Colmo
Sanidade de Grãos
AG 9090 AG 9020 AG 7575 AG 9010 AG 8080 AG 8080 CL AG 6690 AG 6018 AG 6016 AG 5011 AG 4051 AG 3010 AG 2060 AG 1051 AG 405 AG 303 AG 122
T T MT T T T MT T MT T MT MT MT MT MT MT MT
MT AT AT BT T T T T MT T BT T MT MT T T T
BT BT MT BT MT MT MS MS BT MT MT MS MT MT MT MT MT
MT BT AT MT AT AT MT BT MS BT AT T MT MS AT BT MT
BT BT AT MT T T M BT MS MT AT MS MT T BT MT MT
MT BT AT MT AT AT MT BT MT T T MT MT T AT MT T
T MT AT T MT MT MS MT T AT AT BT T T AT T T
MT T MS T MS MS AT AT AT AT T T MT T AT T T
T BT T MT T T MT BT MS T T T T T MT MT MT
T T MT T T T MS T MS T MT MT MT MT T MS MT
MT T T T BT BT MT AT T BT BT T MS BT T T T
DKB 950 DKB 929 DKB 909 DKB-909 CL DKB 901 DKB-901 CL DKB 806 DKB 747 C 701 C 505 C 444 C 435 DKB 333B DKB-333BCL DKB 990 DKB 670 DKB 205 DKB 200MAV DKB 900MAV DKB 440 DKB-280 DKB 350 DKB 212 DKB 214 DKB 215
T T MT MT MS MS MT MT MT MS MT T T T T SI SI SI SI SI T T T T T
MT MT T T T T T MT MT MT T AT MS MS T T T T MT T T T T T T
BT MT MT MT BT BT T MT MT MT MT MT MT MT BT S BT BT MT BT BT MT BT BT BT
MT MT T T T T T MT AT T MT AT AT AT MS MR BT BT MT T BT T BT BT BT
MT MS T T BT BT T MT T BT MT T T T BT BT BT T MS MT BT T MT T BT
MT MT T T BT BT AT T AT BT AT AT AT AT MS MT BT MT MT BT MT T BT MT MT
MT AT MT MT T T T T MT T BT T AT AT T MR AT T AT T MT T BT T T
MT T MT MT T T MS MT T T MT MT BT BT MT MR T T T T T T T T T
MT MT BT BT BT BT MS MT T MT MT T AT AT SI T MT BT MT MT BT T BT BT MT
T T MT MT S S T T T MT T T T T T S MS MT T MT T MT T MT MT
MT T T T T T T MT T MT T T BT BT MT MT T T MT BT T MT AT AT AT
P 32R21 P 3072 P 3069 P 3081 P 3063 P 30R07 P 3071 P 3041 P 30F45 P 30F44 P 30F33 P 3027 P 30F80 P 30F88 P 30K75 P 3232 P 3021 P 30F98 P 30F90 P 30K85 ZÉLIA ELIZA
MS MS MS MS MS MS MS MS S MS MS MR MR MR MR MS MR SI SI SI S MR
S S S MS/MR MS MS MR MR S MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MS
S S S S S S S S S MS S MR MR MR MS S MR MS MS MS S S
S S S MS S S MR MR MR MS MS MR MR MR MR MS MR SI SI SI S S
S S S MS S S S MS S S MR S MS MR MR S MR SI SI R S MS
MS MS MS MS MS MS MS MS MS MR MS MR MS MR MS S S MR MR MR S MS
S MS MS MS/MR MS MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR SI SI SI S MS
-
R R R R R -
S MS MS S S S MR S S MS MS MR MR MR MR S MR MR MR MR MS MS
MR MR MR S S MR MR S S MR MR MR MR MR MR MS MS MS MR MR MR -
AVANT PREMIUM TORK EXECELER MASTER DOMINIUM FLASH ATTACK FORT G 800 TRACTOR
MR MR MS MR MR MR MR MS MR MS MR
MS MS MR MR MR MS MR MR MR MS MR
MR MR MR MR MR SI SI MR SI MR SI
MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MS
MR MS MR MR MR MS MR MR MR S MR
MR MR MR MR MR SI SI SI MR SI MS
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
-
-
MR MR MS MR MR MR MR MS R MR MR
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
Agosto de 2002
www.cultivar.inf.br
Cultivar
Tabela 2. Resistência das cultivares às principais doenças do milho
Legenda tabela 01
37
P.sorghi
Physopella
P. polysora
Phaeosphera
Enfezam.
H.turcicum
H. maydes
Cercospora
Doenças Colmo
Sanidade de Grãos
CULTIVAR
Fusariose
P.sorghi
Physopella
P. polysora
Phaeosphera
Enfezam.
H.turcicum
H. maydes
Cercospora
Doenças Colmo
Sanidade de Grãos
STRIKE VALENT SPEED DENSUS SG 150 SG 6418 SAVANA 185 SAVANA 133 SAVANA 500 GRAUNA 133 FARROUPILHA 25 POLATO 183 POLATO 2603
MS MR MR SI MR MS MR MS MS MR MR SI SI
MR MR MR MS MS MR MR MS MR MR MS SI SI
SI SI SI SI SI SI SI MR SI SI SI SI SI
MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR SI SI SI
M MR MR MR MS MR MS S S MS MR SI SI
SI SI SI MS SI SI SI SI SI SI SI SI SI
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR SI SI
SI SI SI
SI SI SI
MS MR MS MR MR MS MR MR MS MR MR SI SI
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR SI SI
A 3575 A 3663 A 4646
MR SI MR
T T T
-
T T T
MT T S
T T T
T T T
-
S MT MT
MR MR MR
-
PL 6880 PL 6001
-
-
R -
MR -
MR -
MR -
-
-
-
-
R -
XB 7012 XB 7011 XB 7070 XL 8010 XB 8028
MR MS MR MS MS
MS MS MS MS MS
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MS MS MS MS
MR MR MS MR MR
MR MR MR MR MR
MR MS MS MS MS
MR MR MS MR MR
MR MR MR MR MR
MS MS MS MS MS
BALU 178 BALU 184
MR MR
MR MR
SI SI
MS MS
MR MR
SI SI
MR MR
SI SI
SI SI
MR MR
MR MR
DOW 2C577 DOW 2C599 DOW 8330 DOW 8392 DOW 8420 DOW 8460 DOW 8480 DOW 8501 DOW 8550 DOW 766 DOW 657 DOW 170 DOW -CO 32 DOW 9560 CE 03 DO 04
SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI
MR MR MR MS MS MS MS MR MR MR MR S MR S MR MR
MS R MS MS S MS MS MR MS MS MS MS MR MR MS MS
MR R MS MS MS 4/MS 4/MS 8/R 6,5/MR 7/MR 8/MR 5/MS 8/R 8/MR MR MR
R R 6/MR 5/MS 7/MR 7/MR 5/MS 5/MS 6/MR 7/MR 3/S 7/MR 6/MR 7/MR MR MR
MR R 5/MS 8/MR 5/MS 5/MS 5/MS 5/MS 5/MS 3/S 6/MR 5/MS 8/MR 8/MR MR MR
MS R 6/MR 6/MR 3,5/S 4/MS 3/MS 6/MR 6,5/MR 6/MR 8/MR 7/MR 8/MR 8/MR MR MR
-
R MR MS S MS MS MS MR MS MS MR MR MR MR MS MS
MS MR/MS S/MR MS/MR MS/MR MR MS/MR MS/MR MR MS MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR -
AS 1544 AS 1533 AS 3601 AS 32 AS 3466 Top AS 3477 AS523 AS 1545 AS 3430
R R R R R R R R R
MR R MR MR R R MR MR R
MS R MR MR R MR MR MR MR
S MR S S MR MS S S MR
MS R MR MR R MR MR MR MR
SI SI SI SI SI SI SI S MR
MS R MR MR R MR MR MR R
S MR S S MR MR S S MR
R R MR MR R R MR MR R
R R R R R MR R MR R
AGR 3050 AGR 3180 AGR 3060 AGR 3150 AGR 3100 AGR 2012 AGR 2003
MT T MT T T T T
T MT T MT MT T T
MT T MT T MT MT MT
T T MT T T MT T
MT T MT MT MT MT MT
T T T T T T MT
MT T MS MT MT MT MT
T MT MT MT MT MT MT
-
MT T T T T MT T
MT T T MT T T MT
SHS 3030 SHS 4040 SHS 4050 SHS 4060 SHS 4070 SHS 4080 SHS 4090 SHS 5050 SHS 5060 SHS 5070 SHS 5080 SHS 5090 SHS 5550 SHS 7070 SHS 7080 CX 533 Z 8447
MR MR MR MR MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MR SI SI
MT MT MT MT MR MS MR MT MT MT MS MT MR MT MR MT MT
MT MT MT MT MR MT MR MT MT MT MT MT MR MT MR MT MT
MT MT MS MT MR MT MR MT MT MT MS MT MR MT MR MT MS
MT MT MS MT MT MT MT MS MT MS MT MS MS MT MR MT MS
MT MT MT MS MR MT MR MS MS MT MT MT MR MT MR MT MS
MT MT MT MT MR MT MR MT MT MT MT MT MR MT MR MT MT
MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT MT SI MT MT
-
MR MR MR MR MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MR SI SI
MT MT MT MT MR MT MR MT MT MT MT MT MR MT MR MT MT
BRS 1010 SI BRS 1001 BRS 3143 BRS 3151 BR 3123 BRS 3101 BRS 3150 BRS 3003 BRS 3060 BR 201 BR 205 BR 206 BRS 2110 BRS 2114 BRS 2160 BRS 2223 BR 106 BR 451 BR 473 BRS 4150 SARACURA SOL DA MANHÃ PAMPA BRS PLANALTO SERTANEJO S. FRANCISCO ASA BRANCA CRUZETA BRS ASSUM PRETO -
MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
MR MS MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR S MR MR MS MR MS MR MS MS MR MR MR MS MR MS MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR
R MR S S MS MR MR MS MR MR MS MS MS MS MR S MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MS MS MS MR MS MR MS MS MS MS MS MR MR MS MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR
R MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
-
MR R R MR -
-
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
AL 25 AL 30 AL 34 AL-MANDURI AL BANDEIRANTE Cativerve 01 Cativerve 02
MR MR MR MR MR MR SI
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
SI SI SI SI SI SI SI
MR MR MR MR MR SI SI
MR MR MR MR MR MR SI
MR MR MR MR MR MR MR
IAPAR 50 IAPAR 51 IAC
R
MR
MS
MS
SI SI R
MS
R
-
-
MR
R
MS MS T MT MS MT
SI SI -
MT MT MT MT SI MT
S MT MS MS MS MT
SI SI SI SI SI SI
MS MT MT MT MT MT
-
-
MT MT MT MT MT MT
MT MT MT MT T T
-
-
-
SI SI SI
-
-
-
-
-
-
R MR R
R MR R
R MR R
R R R
SI R SI
MR MR MR
-
-
MR MR MR
R MR MR
A 2288 A 2555 A 2005 A 2345 A 2560
AT T S T MT
-
S T T MT T
AT T MT MT AT
T AT T T T
AT T T T T
-
AT T S S AT
SI T MT SI MR
-
38
Cultivar
MT T MT SI MR
www.cultivar.inf.br
Agosto de 2002
OC 705 CD 3121 CD 302 CD 303 CD 304 CD 305 CEP 304 FUNDACEP 34 FUNDACEP 35 RS 20 RS 21 SAVE 394
MR MR MR
Reação às Doenças:
Os materiais da Monsanto (Agroceres e Dekalb) são apresentados com uma escala de tolerância às doenças variando entre baixa, e alta (AT - Alta Tolerância; T- Tolerante; MT Moderadamente Tolerante e BT Baixa Tolerância ). As cultivares das empresas Pioneer, Embrapa (BR e BRS) e Planagri, Semeali, apresentam escala variando entre susceptível, moderadamente susceptível, moderadamente resistente e resistente. As cultivares das Empresas Agromen Sementes Agrícola Ltda, Santa Helena
Agosto de 2002
www.cultivar.inf.br
Tabela 2. Resistência das cultivares às principais doenças do milho
Tabela 2. Resistência das cultivares às principais doenças do milho
Fusariose
CULTIVAR
Sementes e COODETEC são apresentadas com uma escala de resistência a doenças variando de S Susceptível, MS Moderadamente suscetível, MT Moderadamente tolerante, T Tolerante e AT Altamente tolerante. Os materiais da Aventis são apresentados com uma escala de tolerância a doenças variando de: altamente susceptível, susceptível, medianamente tolerante, tolerante e altamente tolerante. A escala de Tolerância a doenças utilizada pela Dow AgroSciences e pela Agroeste varia de notas de 0 a 9, em que 0 representa ausência de tolerância e 9 representa alta tolerância.
Cultivar
39
Agronegócios A grande produtividade agrícola, a imensa área agricultável não utilizada e o estoque tecnológico ainda não apropriado pelos agricultores são os diferenciais do agronegócio brasileiro
Arma do agronegócio C
ada qual luta com as armas que tem, diz o velho ditado. Não é diferente na selva do comércio de produtos agrícolas, onde cada país produtor utiliza o seu diferencial para transformá-lo em vantagem competitiva. O início desta década está descortinando com clareza quais são as armas dos principais atores do agronegócio. O Brasil tem se valido de uma arma poderosa, responsável pelo avanço crescente de seus produtos no mercado: a produtividade agrícola. No banco de reservas, duas armas de respeito: uma área agricultável não utilizada, que equivale à área atualmente plantada; e um estoque tecnológico ainda não apropriado pelos agricultores, que pode promover um incremento na produtividade equivalente ao verificado nos anos 90. Essas três vantagens brasileiras têm deixado nossos competidores com a pulga atrás da orelha. São esses mesmos competidores que utilizam outra arma, conceitualmente oposta àquela esgrimida pelo Brasil, que é o recurso aos subsídios agrícolas.
COMPARATIVO
Para entendermos a questão, vamos esquecer momentaneamente outros países e nos fixarmos em dois atores de peso Brasil e EUA. Usaremos estatísticas diferentes, para analisar por que cada país escolheu o ferramental que julgou mais adequado para conferir competitividade aos seus agronegócios. No caso do Brasil, a produtividade das principais culturas cresceu, em média 92%, a partir de 1990 (Tabelas 1 e 2). O caso extremo é representa40
Cultivar
do pelo feijão, que teve um ganho de produtividade de 135%. Em conseqüência, o saldo do agronegócio na balança comercial brasileira incrementou-se proporcionalmente e, apenas nos últimos 6 anos, o saldo comercial do agronegócio cresceu quase 90% (Tabela 3). Em contrapartida, embora os EUA também tenham obtido ganhos de produtividade, estes não foram suficientes para contrapor-se aos incrementos observados na agricultura brasileira. Por outro lado, a área disponível nos EUA, para plantio das principais commodities, reduziu-se em 20 milhões de ha entre 1940 e 2000 (Tabela 4). Para ampliar a área de uma commoditie específica, os americanos precisam diminuir a área de outro cultivo (Tabela 5), como vêm ocorrendo nos últimos anos. Em decorrência, foram obrigados a lançar mão de sua arma mais letal: os subsídios, os quais não impediram uma redução de 2,5 milhões de ha nos últimos 5 anos..
PRODUTIVIDADE, SUBSÍDIOS E PREÇO
O cenário mais provável para o curto e o médio prazo será a luta entre ganhos de produtividade versus apoio financeiro e, marginalmente, incorporação de novas áreas ao sistema produtivo. Como pano de fundo veremos uma diversificação do agronegócio brasileiro, em busca de um leito natural, onde possa trafegar com mais harmonia. Ocorre que, tanto o aumento de produtividade, quanto o protecionismo, se não for acompanhado por um aumento correspondente da demanda, são fortes depressores de preços no mercado inwww.cultivar.inf.br
ternacional. A compressão de preços, por sua vez, é um indutor da demanda, porém com elasticidade limitada. A queda de braço se dará entre a capacidade do produtor brasileiro em resistir a uma quadra prolongada de preços baixos no mercado internacional, lastreando sua competitividade nos ganhos de produtividade e qualidade. De outro lado, o tour de force se dará entre os lobies protecionistas da parte mais retrógrada da agricultura americana, os defensores do livre comércio e os contribuintes em geral. Embora ainda isoladas, levantam-se vozes questionando a prioridade de aplicação do dinheiro do contribuinte americano na sustentação de setores ineficientes da economia. Em contrapartida, estrategistas ancorados nos últimos eventos terroristas colocam como fora de qualquer mesa de negociação a dependência americana de alimentos produzidos no exterior. A prevalecer esta tese - cenário muito plausível - assistiremos a uma década de discussões gratia argumentandi, pois os americanos estão com a força e dela não abrirão.
Qualidade - O consumidor exige produtos inócuos, certificados, com possibilidade de rastreamento das tecnologias e insumos utilizados, de apresentação impecável. Os sistemas de defesa agropecuária impõem exigências cada vez mais restritas para a importação de produtos agropecuários. Cumpre a nós produzir com os requisitos de qualidade e sanidade exigidos pelos países importadores; Diversificação e agregação de valor - Os exemplos de protecionismo anteriormente mencionados reportam-se às principais commodities do agronegócio internacional. Além disso, existe um grande espaço de crescimento em produtos de alto valor intrínseco e com grandes possibilidades de agregação de valor, mormente frutas, hortaliças, ornamentais e produtos de origem animal. É necessário investir firmemente neste segmento de grande potencial de negócio, diversificando os parceiros comerciais; Lição de casa- O que é hoje uma ameaça na realidade é uma reserva de valor para o futuro. Estamos conseguindo vencer a competição contra pesos pesados do agronegócio, como os EUA e seus transatlânticos de subsídios, tendo contra o nosso produtor uma estrutura tributária que o penaliza, com escassez de crédito e juros altos, sem seguro agrícola, com uma infra-estrutura de transporte, armazenagem e de portos muito precária, com deficiências de energia e comunicação. Conforme o Brasil for, paulatinamente, solucionando estes problemas, estaremos agregando competitividade natural ao nosso agronegócio, sem ter que passar pelo vexame de apelar para o protecionismo de uma agricultura ineficiente, como estão fazendo os nossos con. correntes.
Cultura
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Algodão Arroz Feijão Milho Soja Trigo
1.281 1.880 477 1.873 1.732 1.153
1373 2302 505 1808 1553 1423
1168 2134 543 2282 2035 1429
1221 2291 638 2532 2124 1482
1273 2387 615 2362 2163 1554
1306 2566 588 2600 2199 1541
1278 2656 570 2479 2249 1833
1323 2730 645 2622 2297 1635
1420 2519 661 2796 2353 1611
2206 3070 681 2776 2372 1969
2503 3038 705 2718 2403 1515
1949 4207 1121 4220 2763 1867
1966 4343 1122 4035 2652 1962
Fontes: IBGE, Conab
Tab. 2 - Ganhos percentuais de produtividade das principais culturas do Brasil Cultura
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Algodão Arroz Feijão Milho Soja Trigo Média
100 100 100 100 100 100 100
107 122 106 97 90 123 107
91 114 114 122 117 124 114
95 122 134 135 123 129 123
99 127 129 126 125 135 123
102 136 123 139 127 134 129
100 141 119 132 130 159 132
103 145 135 140 133 142 134
111 134 139 149 136 140 135
172 163 143 148 137 171 156
195 162 148 145 139 131 153
152 224 235 225 160 162 192
153 231 235 215 153 170 192
Fontes: IBGE, Conab
Tab. 3 - Balança comercial do agronegócio (US$ milhões) Ano
Exportações US$ milhões
Importações
Saldo
% do saldo comercial brasileiro
21.244 23.493 21.650 20.568 20.689 23.958 25.800
9.124 8.454 8.283 5.831 5.875 4.926 4.500
12.120 15.039 13.367 14.737 14.814 19.032 21.300
44,4 44,2 44,4 44,8 37,6 41,2 41,0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002* Fontes: MAPA e Secex * Estimativa
Décio Luiz Gazzoni
Engenheiro Agrônomo, Pesquisador da Embrapa e Diretor Técnico da FAEA-PR http://www.agropolis.hpg.com.br
Tab. 4 - Série histórica da área plantada nos Estados Unidos (milhões de ha) Ano
Milho
Soja
Trigo
Algodão
Total
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
36,46 34,60 30,92 29,30 28,90 23,23 29,54 27,11 30,00
----1,25 4,25 6,07 9,87 17,44 28,29 23,39 30,00
27,52 27,36 25,01 28,85 22,22 19,71 32,70 31,16 24,00
14,53 17,52 10,08 7,65 6,52 4,82 5,87 4,98 6,27
140,27 149,53 140,87 142,94 124,89 118,66 143,95 132,05 129,00
Fonte USDA
O ARSENAL BRASILEIRO
Tab. 5 - Área plantada das principais commodities nos EUA nos últimos anos
A produtividade é fundamental, ainda temos muito espaço de crescimento, pois estima-se que o agricultor brasileiro sequer apropriou 50% do estoque tecnológico gerado pela Embrapa e outros institutos de pesquisa. Entretanto, existem três outras vertentes que necessitam ser perseguidas, para garantir a continuidade de nossa escalada no mundo dos agronegócios: Agosto de 2002
Tab. 1 - Produtividade (kg/ha) das principais culturas do Brasil
Cultura
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002 *
Trigo Milho Soja Total
30,39 32,05 25,98 88,42
28,49 32,17 28,33 88,99
26,63 32,46 29,14 88,23
25,37 31,32 29,83 86,52
25,33 32,21 30,07 87,61
24,12 30,68 29,99 84,79
24,08 31,77 30,15 86,00
Fonte: USDA * Previsão
Agosto de 2002
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Cultivar
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Mercado Agrícola - Brandalizze Consulting
Indefinições na boca de uma boa safra Os produtores ainda não definiram totalmente o que irão plantar nesta safra, sendo que as primeiras sementes são colocadas no solo ainda neste mês de agosto. O setor vê a maior parte dos produtos com cotações vantajosas e, assim, fica temendo o crescimento de uma ou de outra. Neste mês de agosto começa o plantio das primeiras áreas de milho e do feijão, no sul do país. Apesar disso, os produtores estão olhando com grande carinho também para a soja, que neste ano está tendo grandes avanços e tem resultado em bons ganhos econômicos. A soja, aparentemente, despontará sobre todas as culturas de verão, ganhando áreas de milho, feijão, algodão e até arroz. Como estamos em agosto e, neste momento, o plantio fica restrito ao feijão e ao milho em pontos isolados, os produtores ficam indefinidos quanto ao efetivar estas duas culturas. Podemos dizer para aqueles que irão plantar feijão que este pode ser plantado agora e colhido a tempo de plantar a soja em dezembro. E, no caso do milho de agosto, lembramos que ainda há tempo para entrar com feijão em janeiro e fevereiro. Neste momento de dúvida recomendamos ao setor que plante a cultura que for, desde que use boa tecnologia e busque a melhor qualidade e produtividade na colheita, certamente o retorno econômico vem como conseqüência natural. A agricultura novamente deverá ser um dos destaques da economia brasileira em 2003.
MILHO
Final da colheita e alta O mercado do milho já passou pelos momentos mais baixos do ano, devendo agora começar o avanço. Os vendedores vêm administrando os negócios. As cotações já mostraram avanços em julho e devem buscar novos níveis de agosto em diante. As exportações também ocorreram em julho e o quadro de clima desfavorável nos EUA tem dado boas chances ao produto brasileiro. As indústrias brasileiras do setor de frangos e suínos vêm buscando novos mercados pelo mundo afora para conseguir manter o crescimento das exportações. Como o dólar continuou forte em julho e deverá ficar assim por um bom tempo, este também inibirá as importações do milho nos próximos meses e, assim, teremos um bom suporte para as cotações. O milho avançou entre R$ 1,00 e R$ 1,50 em julho e deverá continuar firme. O novo plantio deverá sofrer queda na área porque a soja vem ganhando espaço nas intenções dos produtores.
to, porém, a demanda normalmente cresce no varejo, e certamente haverá reflexos na matéria-prima, com alta na base dos produtores, que não têm grandes dívidas a vencer e, além disso, se mostram bem capitalizados. Assim, o produto novo do Sul deverá ir buscar os R$ 20,00 por saca, contra os R$ 18,00/18,50 que vinha sendo praticado em julho.
FEIJÃO
Falta de ofertas manterá cotações firmes O mercado do feijão teve os picos de cotação do ano em julho, com o produto nobre chegando a bater a marca dos R$ 100,00 por saca. Mas, em geral, trabalhou entre os R$ 70,00 e os R$ 85,00, com indicativos oscilando para cima e para baixo. A entrada de produto novo esteve restrita ao produto irrigado de Minas Gerais. Em agosto deveremos ter a entrada de feijão do Nordeste, deven-
SOJA
Plantio cresce acima das expectativas O mercado da soja vem surpreendendo até o mais otimista dos analistas, com forte alta vista nas cotações nos últimos meses. As cotações de julho chegaram aos melhores níveis reais dos últimos dois anos e, com isso, estimularam os produtores a investir forte no novo plantio. A área estava inicialmente projetada para crescer cerca de 500 mil hectares, mas com as boas cotações passou a ser indicado, em junho, um crescimento de 1 milhão de hectares, o que passaria para a casa dos 16,5 milhões de ha plantados ao todo. No último mês novamente houve uma correção para cima, apontando superar-se a marca dos 17 milhões de hectares plantados. Será um novo recorde de plantio.
ARROZ
Cotações baixas em julho; agosto em alta O mercado do arroz mostrou pouca movimentação nas cotações em julho, com os compradores do varejo conseguindo segurar os valores. Com isso houve reflexos diretos no casca, com as indústrias deixando as reposições para o final de mês e, principalmente, para agosto em diante. Desta forma, pouco houve de evolução nos indicativos. Em agos-
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Cultivar
do abastecer as necessidades locais. Deveremos ter também alguma coisa do MG. Continuamos vendo um mercado firme.
TRIGO
Mercado se aproximando dos R$ 500 O mercado do trigo teve as melhores cotações dos últimos 3 anos neste mês de julho, com valores efetivados na faixa de R$ 450 a R$ 500 para o grão de boa qualidade, junto às regiões produtoras. A safra nova está em colheita e deverá aumentar a oferta do produto nas próximas semanas. Essa nova safra, porém, não deverá conseguir derrubar muito os preços, já que a dependência das importações é muito grande e o câmbio continua com grande instabilidade devido à proximidade das eleições e também à crise vista na economia americana, que tende a deixar o dólar e também o Euro firmes.
CURTAS E BOAS EUA - seca em julho já causou grandes perdas no potencial produtivo das lavouras. O USDA apontava que deveria se colher algo ao redor das 250 milhões de t de milho e outras 78 milhões de soja. Mas esses números devem ser ajustados para 240 milhões de t para o milho e 74 milhões de t para a soja. Com alguns analistas apontando estes números como superestimados. ALGODÃO - os produtores do MT conseguiram fechar bons volumes de exportação antecipada para garantir o plantio com cotações rentáveis para a safra nova. Mas ainda assim grande parte dos produtores deve reduzir o novo plantio e optar pela soja. Pelo menos 250 mil hectares que tinham algodão devem receber soja. TRIGO - o clima melhorou em julho e as chuvas recuperaram as condições das lavouras, mas os produtores do Paraná apontam que perderam cerca de 200 mil das 2,6 milhões de t inicialmente previstas. O Brasil deverá colher cerca de 3,5 milhões de t neste ano, diminuindo as necessidades de importação. ARGENTINA - o governo local divulgou sua última estimativa da safra, apontando a colheita de milho em 14,7 milhões de t, contra as indicações anteriores que eram de 14,4 milhões de t. Houve crescimento na produtividade final. Para a soja os números foram de 30 milhões de t. O ritmo da comercialização no país está lento, já que a crise que a economia enfrenta deixa a moeda fraca e causa temor aos produtores, que preferem segurar os produtos agrícolas como ativos reais.
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Agosto de 2002